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BOLETIM DA REPÚBLICA

PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SUPLEMENTO
SUMÁRIO ARTIGO 4

(Actualidade)
Assembleia da República:
O recenseamento eleitoral deve corresponder, com actua-
Lei n.° 18/2002: lidade, ao universo eleitoral.
Introduz alterações às Leis n.° 5/97. de 28 de Maio, e n.° 9/99.
ARTIGO 5
de 14 de Abril, relativas à institucionalização do recenseamento
eleitoral sistemático para a realização de eleições e referendos. (Obrigatoriedade e oficiosidade)
L e i n.° 1 9 / 2 0 0 2 : 1. Todo o cidadão que se encontre na situação do artigo 2
Introduz alteração à Lei n.° 6/97, de 28 de Maio, relativa a eleição tem o dever de promover a sua inscrição no recenseamento
dos órgãos das autarquias locais. eleitoral, de verificar se está devidamente inscrito e de solicitar
a respectiva rectificação, em caso de erro ou omissão.
L e i n.° 2 0 / 2 0 0 2 :
2. A inscrição dos eleitores no recenseamento eleitoral é feita
Cria a Comissão Nacional de Eleições — CNE.
obrigatoriamente pela respectiva entidade recenseadora.
ARTIGO 6
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA (Unicidade de inscrição)
Ninguém pode estar inscrito mais do que uma vez no
Lei n.° 18/2002 recenseamento eleitoral.
de 10 de Outubro
ARTIGO 7

Havendo necessidade de introduzir alterações às Leis n.° 5/ (Âmbito temporal)


/97, de 28 de Maio, e n.° 9/99, de 14 de Abril, relativas à institu-
1.A validade do recenseamento eleitoral é permanente.
cionalização do recenseamento eleitoral sistemático para
a realização de eleições e referendos, no uso da competência 2. O recenseamento eleitoral é actualizado anualmente.
estabelecida pela alínea c) do n.° 2 do artigo 135 da Constituição, ARTIGO 8
a Assembleia da República determina: (Presunção de capacidade eleitoral)
CAPÍTULO I 1. A inscrição de um cidadão no caderno de recenseamento
eleitoral implica a presunção de que tem capacidade eleitoral.
Disposições gerais
2. A presunção referida no número precedente só pode ser
ARTIGO 1 ilidida por documento comprovativo da morte do eleitor ou
(Definições) da alteração da respectiva capacidade eleitoral.
ARTIGO 9
O significado dos termos utilizados na presente Lei consta
do glossário em anexo, que faz parte integrante da mesma. (Âmbito territorial)
1. O recenseamento eleitoral tem lugar em todo o território
ARTIGO 2
nacional e no estrangeiro.
(Regra geral)
2. As unidades geográficas de realização do recenseamento
O recenseamento eleitoral é oficioso, obrigatório e único eleitoral são:
para todas as eleições por sufrágio universal, directo, igual, a) no território nacional, os distritos e a Cidade de Maputo;
secreto, pessoal e periódico, bem como para referendos. b) no estrangeiro, a área correspondente à jurisdição da
ARTIGO 3
missão consular ou da missão diplomática.
(Universalidade) 3. O recenseamento eleitoral a que se refere a alínea b) do
número anterior só terá lugar se a Comissão Nacional de Eleições
E dever de todos os cidadãos moçambicanos, residentes verificar que estão criadas as necessárias condições materiais
no país ou no estrangeiro, com dezoito anos de idade completos e os mecanismos de controlo, acompanhamento e fiscalização
ou a completar à data da realização de eleições, promover dos referidos actos em regiões ou região que constituem o posto
a sua inscrição no recenseamento eleitoral. ou unidade geográfica de recenseamento eleitoral.
ARTIGO 10 3. A colaboração dos partidos políticos e coligações de
(Criação de brigadas de recenseamento eleitoral) partidos laz-se através de e l e m e n t o s d e s i g n a d o s pelas
1. Para a realização do recenseamento eleitoral, o Secreta- respectivas direcções e indicados aos órgãos provmciais,
riado Técnico da Administração Eleitoral cria brigadas lixas. distritais ou de cidades do Secretariado Técnico da Admi-
2 Quando a dispersão geográfica dos eleitores ou outras nistração Eleitoral, até dez dias antes do início do periodo
circunstâncias especiais o justifiquem, o Secretariado Técnico de recenseamento
da Administração Eleitoral pode criar brigadas móveis com
ARTIGO 15
cobertura de um raio de aproximadamente dez quilómetros
3 As brigadas de recenseamento eleitoral são constituídas (Fiscalização dos actos de recenseamento eleitoral)
por cidadãos maiores de dezoito anos de idade, tecnicamente 1 Os partidos políticos e c o l i g a ç õ e s de partidos têm
habilitados para o efeito, lecrutados pelo Secretariado Técnico
o direito de fiscalizar os actos do recenseamento eleitoral
da Administração Eleitoral, mediante concurso publico
para verificar a sua conformidade com a lei.
de avaliação curricula!
ARTIGO 11
2. A fiscalização dos actos de recenseamento eleitoral
(Posto de recenseamento eleitoral) realiza-se através de f i s c a i s indicados pelos partidos
políticos e coligações de pai tidos, cujos nomes são comu-
1. O cidadão eleitor inscreve-se no posto de recenseamento nicados aos órgãos locais de apoio da Comissão Nacional
eleitoral mais próximo da sua residência habitual.
de Eleições, até quinze dias antes do início do recensea-
2 O local de funcionamento da assembleia de voto coincide, mento eleitoral
sempre que possível, com o posto de recenseamento eleitoral.
3. O recenseamento eleitoral de cidadãos militares ou mem- 3 Na falta da comunicação prevista no número anterior, con-
bros das forças de manutenção da lei e ordem tem lugar na sidera-se que os partidos políticos ou coligações de partidos
entidade recenseadora mais próxima da sua unidade. prescindiram de indicar os seus representantes aos actos de
4. Não é permitida a constituição e funcionamento de pos- recenseamento eleitoral.
tos de recenseamento eleitoral em: 4. Os órgãos locais de apoio da Comissão Nacional de Elei-
a) unidades policiais; ções ao nível do distrito ou de cidade devem emitir credenciais
b) unidades militares; para os fiscais a que se refere o n.° 2 do presente artigo e proceder
c) residências de ministros de culto, a sua entrega às entidades interessadas, no prazo de cinco dias
d) edifícios de qualquer partido político, coligações de após a solicitação.
partidos, grupo de cidadãos proponentes e associa- 5. Os partidos políticos ou coligações de partidos são repre-
ções filiadas a partidos políticos; sentados em cada entidade recenseadora por um fiscal, sem
e) locais onde se vendam bebidas alcoólicas; embargo de a mesma pessoa poder fiscalizar várias entidades
f ) locais de culto ou destinados ao culto; recenseadoras.
g) unidades sanitárias.
ARTIGO 16
C A P Í T U L O II
(Direitos dos fiscais dos partidos políticos)
Organização do recenseamento eleitoral
São direitos dos fiscais dos partidos políticos ou coligações
ARTIGO 12
de partidos:
(Direcção e supervisão do recenseamento eleitoral)
a) solicitar e obter i n f o r m a ç õ e s sobre o s actos do
O recenseamento eleitoral é feito pelo Secretariado Técnico
recenseamento eleitoral;
da Administração Eleitoral, sob a direcção e a supervisão da
Comissão Nacional de Eleições. b) apresentar, por escrito, reclamações e recursos sobre
as deliberações relativas à capacidade eleitoral,
ARTIGO 13

(Entidades recenseadoras) c) denunciar ao Secretariado Técnico da Administração


Eleitoral, com conhecimento à Comissão Nacional
1. No território nacional, o recenseamento eleitoral é efec-
de Eleições, qualquer tipo de ilegalidade, incluindo
tuado pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral,
sob a direcção e a supervisão da Comissão Nacional de Eleições. a existência de postos de íecenseamento eleitoial
não oficializados
2. No estrangeiro, o íecenseamento eleitoral é efectuado
nas missões consulares e nas missões diplomáticas por bri- ARTIGO 17
gadas dc recenseamento do Secretariado Técnico da Admi-
nistração Eleitoral, sob a direcção e a supervisão da Comissão (Deveres dos fiscais dos partidos políticos)
Nacional de Eleições S ã o d e v c r e s dos f i s c a i s dos partidos p o l í t i c o s ou c o l i g a ç õ e s
ARTIGO 14 d e partidos:
(Colaboração dos partidos políticos) a) exercer uma fiscalização conscienciosa e objectiva,
1. Qualquer partido político ou c o l i g a ç õ e s de pai tidos b)abster-se de apresentar r e c l a m a ç õ e s ou recursos
legalmente constituídos podem colaborar com o Secretariado de má fé.
Técnico da Administração Eleitoral e com a Comissão Nacional
de Eleições na criação de postos de recenseamento eleitoral ARTIGO 18

2. Os partidos políticos ou coligações de partidos referidos (Observação do recenseamento)


no número anterior podem ainda colaborar com o Secretariado
T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral e com a C o m i s s ã o Os actos de recenseamento eleitoral podem ser objecto
Nacional de Eleições noutras actividades, competindo a estes de observação por entidades nacionais ou internacionais, nos
definir os termos dessa colaboração. termos a regulamentar pela Comissão Nacional de Eleições.
C A P Í T U L O II) ARTIGO 2 4

Operações do recenseamento eleitoral ( C a r t ã o d e eleitor)

SECÇÃO I 1. No acto de inscrição é entregue ao cidadão um cartão


Período de actualização de eleitor comprovativo da sua inscrição, devidamente
autenticado pela entidade recenseadora e no qual constam
ARTIGO 19
obrigatoriamente:
( A c t u a l i z a ç ã o d o r e c e n s e a m e n t o eleitoral)
a) fotografia;
O período de actualização do recenseamento eleitoral é
estabelecido anualmente pelo Conselho de Ministros, sob b) número de inscrição;
proposta da Comissão Nacional de Eleições. c) nome completo do cidadão eleitor;
ARTIGO 2 0 d) data e local de nascimento;
(Anúncio d o período de actualização) e) unidade geográfica de recenseamento;
A Comissão Nacional de Eleições anuncia o período de f ) assinatura ou impressão digital;
actualização do recenseamento eleitoral, até trinta dias antes g) número e entidade emissora do bilhete de identidade
do seu início, através de editais a afixar nos locais públicos ou passaporte, empre que possível.
habituais e por intermédio dos órgãos de comunicação social.
2. Em caso de extravio do cartão, o cidadão eleitor deve
SUCÇÃO II comunicar o facto à entidade recenseadora, devendo esta emitir
Modo de inscrição novo cartão com a indicação de que se trata de segunda via.
ARTIGO 21 ARTIGO 2 5
(Teor d a inscrição)
( M o d i f i c a ç ã o d o n o m e d o c i d a d ã o eleitor)

1. A inscrição dos cidadãos eleitores é feita pelo seu nome


1. Qualquer modificação do nome do cidadão eleitor inscrito
completo, filiação, data e local de nascimento, bem como pelo
é comunicada à entidade recenseadora pelo competente serviço,
endereço completo da residência habitual.
para efeitos de alteração na inscrição.
2. Da inscrição consta ainda o número e a entidade,emissora
do bilhete de identidade ou do passaporte. 2. A alteração do nome do cidadão eleitor não acarreta
alteração do número inicial da sua inscrição.
3. Quando o cidadão eleitor não possua os documentos
referidos no número anterior, a identificação far-se-á por uma ARTIGO 2 6

das seguintes formas: (Novas inscrições)


a) por qualquer outro documento que contenha foto-
São novas inscrições no recenseamento eleitoral, as dos
grafia actualizada, assinatura ou impressão digital
cidadãos que, não estando inscritos, possuam capacidade
e que seja geralmente utilizado para identificação,
nomeadamente carta de condução, cartão de identifi- eleitoral activa. Estas inscrições são feitas no período de
cação militar ou caderneta de desmobilização; actualização.
b) por reconhecimento da identidade do cidadão pela ARTIGO 2 7

entidade recenseadora; (Transferência d e inscrição)


c) através de prova testemunhal feita por dois cidadãos
1. A transferência da inscrição, no recenseamento eleitoral,
eleitores inscritos no mesmo posto de recenseamento
por motivo de mudança de residência, faz-se durante o período
ou por entidades religiosas ou tradicionais, desde
que a sua idoneidade não possa ser contestada; de inscrição, mediante a entrega do cartão de eleitor e a apre-
sentação do boletim de inscrição e de um impresso de trans-
d) através de cédula pessoal ou certidão de nascimento.
ferência na entidade recenseadora da unidade geográfica da
ARTIGO 2 2 nova residência.
(Inscrição n o estrangeiro) 2. O impresso de transferência deve ser remetido à entidade
A inscrição no estrangeiro faz-se com base num dos seguintes recenseadora onde o cidadão eleitor se encontrava recenseado,
documentos comprovativos da nacionalidade moçambicana: para efeitos de eliminação no caderno de recenseamento
a) passaporte ou bilhete de identidade moçambicanos eleitoral respectivo, até cinco dias após o termo do prazo de
dentro do prazo de validade; inscrição e pela via mais segura e expedita.
b) documento de identidade de cidadão estrangeiro resi- ARTIGO 2 8

dente, válido, emitido pela autoridade competente (Mudança de residência no estrangeiro)


do país de acolhimento.
1. No estrangeiro, qualquer mudança de residência da área
ARTIGO 2 3
de uma unidade geográfica para outra obriga ao pedido de
(Processo de inscrição) eliminação da inscrição por parte do cidadão eleitor, venha
1. O boletim de inscrição é assinado e datado pela entidade ou não a inscrever-se no recenseamento da nova unidade
recenseadora. geográfica.
2. Se o cidadão eleitor não puder assinar o boletim de ins- 2. No caso de a mudança de residência ocorrer dentro da
crição nem apresentar a sua impressão digital por impossi- área da mesma unidade geográfica, o cidadão eleitor é obri-
bilidade física notória, esse facto deve ser anotado pela entidade gado a comunicar essa mudança se não solicitar o cancelamento
recenseadora no próprio boletim. da sua inscrição no recenseamento eleitoral.
ARITIGO29 r ) de c i d a d ã o s c u j o ó b i t o seja o f i c i a l m e n t e c o n f i r m a d o
(Informações prestadas pelas conservatórias do registo civil) por i n f o r m a ç ã o p r e s t a d a pela c o n s e r v a t ó r i a d o
r e g i s t o c i v i l , n o s t e r m o s d o a r t i g o 2 9 , ou p e l a s
1. Para e f e i t o s d o d i s p o s t o na a l í n e a c) d o n.° 1 d o ar-
a u t o r i d a d e s e s t r a n g e i r a s , por c e r t i d ã o ou i n f o r -
t i g o 32, as c o n s e r v a t ó r i a s d o r e g i s t o civil e n v i a m , m e n s a l -
m a ç ã o p r e s t a d a à e n t i d a d e r e c e n s e a d o » a e confir-
m e n t e , ao S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l
mada, a pedido desta, pela respectiva conservatória,
distrital ou de c i d a d e , o n d e o c o r r e u o óbito, e ao S e c r e t a n a d o
T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral Central a relação con- d) dos que h a j a m p e r d i d o a n a c i o n a l i d a d e m o ç a m b i c a n a
t e n d o o n o m e , f i l i a ç ã o e local d e n a s c i m e n t o d o s c i d a d ã o s nos termos da Constituição.
m a i o r e s de d e z o i t o a n o s f a l e c i d o s , no fim do p e r í o d o de 2. As e l i m i n a ç õ e s r e f e r i d a s nas alíneas b), c) e d) do n ° 1
inscrição i m e d i a t a m e n t e anterior. só são admitidas até sessenta dias antes d o acto eleitoral.
2. O S e c r e t a r i a d o T é c n i c o d a A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l 3. A t é c i n q u e n t a e c i n c o d i a s a n t e s d o a c t o e l e i t o r a l , as
C e n t r a l r e m e t e e x t r a c t o s da r e l a ç ã o ao S e c r e t a r i a d o T é c n i c o e n t i d a d e s r e c e n s e a d o r a s t o r n a m p ú b l i c a s , a t r a v é s de editais,
da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral distrital ou de cidade em que as r e l a ç õ e s d o s c i d a d ã o s q u e f o r a m e l i m i n a d o s d o s c a d e r n o s
os m e s m o s se e n c o n t r e m r e c e n s e a d o s . d e r e c e n s e a m e n t o eleitoral n o s t e r m o s d a s alíneas b), c) e d)
d o n ° 1, para efeitos d e r e c l a m a ç ã o e r e c u r s o por e l i m i n a ç ã o
ARTIGO 30
ou não eliminação indevidas.
(Informações relativas à interditos e condenados)
4. O s e d i t a i s r e f e r i d o s n o n.° 3, s ã o a f i x a d o s n o s l o c a i s
1. P a r a e f e i t o s d o d i s p o s t o n a a l í n e a b) d o n.° 1 d o
habituais durante dez dias.
artigo 32, os T r i b u n a i s e n v i a m , m e n s a l m e n t e , ao S e c r e t a r i a d o
T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral distrital ou de c i d a d e , 5. As r e c l a m a ç õ e s e f e c t u a d a s n o s t e r m o s d o n.° 3 p o d e m
o n d e o c o r r e u o acto, e a o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s - ser apresentadas até dois dias após o t e r m o d o prazo de afixa-
tração Eleitoral Central a relação contendo os e l e m e n t o s ção d o respectivo edital, d e v e n d o a d e c i s ã o sobre a reclamação
de i d e n t i f i c a ç ã o r e f e r i d o s no artigo anterior d o s c i d a d ã o s ser p r o f e r i d a p e l o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o d a A d m i n i s t r a ç ã o
que, tendo c o m p l e t a d o dezoito anos de idade, h a j a m sido Eleitoral distrital ou de cidade, no prazo d e três dias.
o b j e c t o de s e n t e n ç a c o m trânsito e m j u l g a d o ou mera d e c i s ã o ARTIGO 33
que implica privação da c a p a c i d a d e eleitoral nos termos
da lei eleitoral.
(Comunicação de eliminações)

2. O S e c r e t a r i a d o T é c n i c o d a A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l 1. As c o m u n i c a ç õ e s d a s i n s c r i ç õ e s e l i m i n a d a s , nos t e r m o s
Central r e m e t e e x t r a c t o s d a r e l a ç ã o ao S e c r e t a r i a d o T é c n i c o d o artigo anterior, d e v e m ser feitas a o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o
da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral distrital ou de c i d a d e em q u e d a A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l C e n t r a l , para a n o t a ç ã o n o s res-
os m e s m o s se e n c o n t r e m r e c e n s e a d o s . pectivos ficheiros.
2. O S e c r e t a r i a d o T é c n i c o d a A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l
ARTÍGO 31
Central c o m u n i c a as inscrições e l i m i n a d a s ao S e c r e t a r i a d o Téc-
(Informações relativas a internados em estabelecimentos
psiquiátricos) nico da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral distrital ou d e c i d a d e e m q u e
o s c i d a d ã o s referidos no n.° 1 se e n c o n t r e m r e c e n s e a d o s
1. O s d i r e c t o r e s d o s e s t a b e l e c i m e n t o s psiquiátricos d e v e m
SECCAO III
enviar, m e n s a l m e n t e , a o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o
Eleitoral distrital ou de cidade, o n d e ocorreu o facto, e ao Cadernos de recenseamento eleitoral
Secretariado T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral Central
a relação, contendo os elementos de identificação referidos ARTIGO 34

no artigo 29, dos c i d a d ã o s q u e , tendo c o m p l e t a d o dezoito anos, (Elaboração dos cadernos)


sejam internados por d e m ê n c i a notoriamente reconhecida,
e m virtude d e a n o m a l i a p s í q u i c a , m a s q u e não e s t e j a m inter- 1. O n ú m e r o d e inscrição e o n o m e d o s c i d a d ã o s eleitores
d i t o s p o r s e n t e n ç a c o m t r â n s i t o e m j u l g a d o e, a n u a l m e n t e , c o n s t a m d o s c a d e r n o s d e r e c e n s e a m e n t o eleitoral.
durante o período de inscrição, dos que, estando internados 2. H a v e r á tantos c a d e r n o s q u a n t o s o s necessários para q u e ,
nas m e s m a s c o n d i ç õ e s , a t i n j a m d e z o i t o a n o s até ao f i m d o em c a d a um deles, f i g u r e m a p r o x i m a d a m e n t e q u i n h e n t o s
período d e inscrição. c i d a d ã o s eleitores d o m e s m o p o s t o d e r e c e n s e a m e n t o
2. O m e s m o p r o c e d i m e n t o d e v e ser a d o p t a d o q u a n d o , a o s 3. A a c t u a l i z a ç ã o d o s c a d e r n o s d e r e c e n s e a m e n t o elei-
cidadãos referidos no n ú m e r o anterior, tenha sido dada alta d o toral é e f e c t u a d a por mero de u m traço, q u e não a f e c t e a
estabelecimento psiquiátrico. legibilidade, s o b r e os n o m e s d a q u e l e s q u e , e m c a d a u n i d a d e
3. O S e c r e t a r i a d o T é c n i c o d a A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral geográfica, perderam a q u a l i d a d e de c i d a d ã o s eleitores ou
C e n t r a l r e m e t e e x t r a c t o da r e l a ç ã o r e f e r i d a nos números mudaram de residência, referenciando-se à margem o docu-
a n t e r i o r e s d e s t e artigo a o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da Adminis- m e n t o c o m p r o v a t i v o da r e s p e c t i v a e l i m i n a ç ã o ou por
t r a ç ã o E l e i t o r a l d i s t r i t a l o u d e c i d a d e e m q u e os cidadãos a d i t a m e n t o dos n o m e s r e s u l t a n t e s d a n o v a inscrição.
se encontrem recenseados. 4. O s c a d e r n o s d e r e c e n s e a m e n t o eleitoral s ã o e l a b o r a d o s ,
sempre que possível, com recurso a meios mecanográficos
A R I RIO 32
e magnéticos.
(Eliminação de inscrições)
5. O s c a d e r n o s d e r e c e n s e a m e n t o s ã o r u b r i c a d o s , e m todas
1. D e v e m ser e l i m i n a d a s d o s c a d e r n o s d e r e c e n s e a m e n t o
as s u a s f o l h a s , pela e n t i d a d e r e c e n s e a d o r a e t ê m t e r m o s d e
eleitoral as inscrições:
abertura e d e e n c e r r a m e n t o p o r ela subscrita.
a) q u e f o r e m o b j e c t o d e transferência;
6. A n u m e r a ç ã o d o s c a d e r n o s d e r e c e n s e a m e n t o d e v e
b) de c i d a d ã o s a b r a n g i d o s pelas incapacidades eleito- coincidir com a numeração do boletim de recenseamento
rais previstas na lei; e d o c a r t ã o d o eleitor.
ARTIGO 3 5 SECÇÃO IV
R e c l a m a ç õ e s e recursos
(Correcção de erros)
ARTIGO 4 1
1. Até ao início do período de inalterabilidade dos cadernos (Reclamação para a entidade recenseadora)
de recenseamento eleitoral, as entidades recenseadoras pro-
cedem às correcções dos erros materiais cometidos no processo 1. Durante o período da exposição dos cadernos de recen-
de realização do recenseamento eleitoral. seamento eleitoral, qualquer cidadão eleitor, partido político
ou coligações de partidos podem, nos cinco dias seguintes,
2. No caso de correcção de erros, a entidade recenseadora
reclamar, por escrito, perante a respectiva entidade recen-
deve convocar os fiscais dos partidos políticos e das coligações
seadora, as omissões ou inscrições incorrectas neles existentes.
de partidos para presenciarem o acto.
2. A entidade recenseadora decide sobre as reclamações
ARTIGO 3 6 nos cinco dias seguintes à sua apresentação, devendo ime-
(Encerramento dos cadernos de recenseamento eleitoral) diatamente afixar as suas decisões até ao termo do prazo da
reclamação, na respectiva sede de funcionamento.
Terminadas as operações do recenseamento eleitoral, são
lavrados os termos de encerramento dos respectivos cadernos, ARTIGO 4 2

os quais devem conter a assinatura dos membros da entidade (Recurso para os órgãos de apoio)
recenseadora e dos fiscais que a ela estejam adstritos. 1. Da decisão do Secretariado Técnico da Administração
ARTIGO 3 7
Eleitoral distrital ou de cidade podem recorrer à comissão de
eleições distrital ou de cidade o cidadão eleitor, partido político
(Comunicação dos dados) ou coligações de partidos, referidos no artigo anterior, até cinco
1. Cumpridas as formalidades previstas no artigo anterior, os dias após o conhecimento da decisão, oferecendo com o
postos de recenseamento eleitoral enviam todos os documentos requerimento todos os elementos necessários para a apreciação
inerentes ao processo de recenseamento eleitoral ao Secretariado do recurso.
Técnico da Administração Eleitoral distrital ou de cidade. 2. A comissão de eleições distrital ou de cidade decide sobre o
2. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral distrital recurso apresentado no prazo de dez dias.
ou de cidade, após o período de reclamações referidas no 3. A decisão da comissão de eleições distrital ou de cidade sobre
artigo 41 e submissão do número de cidadãos eleitores inscritos o recurso interposto é imediatamente notificada:
na sua unidade geográfica à comissão de eleições distrital
a) ao recorrente;
ou de cidade para apreciação e deliberação, envia um mapa com
os dados definitivos de cidadãos eleitores e as cópias dos b) ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
respectivos cadernos de recenseamento eleitoral ao Secretariado distrital ou de cidade;
Técnico da Administração Eleitoral Provincial. c) aos demais interessados.
3. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral Pro- 4. Da decisão da comissão de eleições distrital ou de cidade
vincial, após submissão do número de cidadãos eleitores cabe, até cinco dias após o conhecimento da mesma pelas
inscritos na sua área de jurisdição à comissão provincial de entidades referidas nas alíneas a), b) e c) do n.° 3, recurso
eleições para apreciação e deliberação, envia um mapa com os à comissão provincial de eleições, que decide no prazo de
dados definitivos de cidadãos eleitores e cópias dos respec- cinco dias e notifica imediatamente:
tivos cadernos de recenseamento eleitoral ao Secretariado a) ao recorrente;
Técnico da Administração Eleitoral Central. b) à comissão de eleições distrital ou de cidade;
4. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral Central c) aos demais interessados.
comunica à Comissão Nacional de Eleições o número total
ARTIGO 4 3
dos cidadãos eleitores inscritos.
(Recurso à Comissão Nacional de Eleições)
ARTIGO 3 8
Da decisão da comissão provincial de eleições cabe, até
(Publicação dos dados) cinco dias após o conhecimento da mesma pelas entidades refe-
A Comissão Nacional de Eleições manda publicar no Bole- ridas nas alíneas a), b) e c) do n.° 4 do artigo anterior, recurso
tim da República o número total dos cidadãos eleitores recen- à Comissão Nacional de Eleições, que decide no prazo de cinco
seados, até trinta dias após a recepção dos dados do Secretariado dias e notifica imediatamente:
Técnico da Administração Eleitoral Central. a) ao recorrente;
ARTIGO 3 9
b) à comissão provincial de eleições;
(Exposição de cópias dos cadernos c) aos demais interessados.
de recenseamento eleitoral) ARTIGO 4 4

Entre o quarto e o décimo terceiro dias posteriores ao termo (Recurso ao Conselho Constitucional)
do período de recenseamento eleitoral são expostas, nas sedes 1. Da decisão da Comissão Nacional de Eleições cabe recurso
do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, distrital ou
ao Conselho Constitucional, a interpor no prazo de três dias
de cidade, cópias dos cadernos de recenseamento eleitoral,
após tomar conhecimento da mesma.
para efeitos de consulta e reclamação dos interessados.
2.O Conselho Constitucional julga em última instância o recurso
ARTIGO 4 0 interposto no prazo de cinco dias e notifica imediatamente:
(Inalterabilidade dos cadernos de recenseamento) a) ao recorrente;
Os cadernos de recenseamento eleitoral são inalteráveis b) à Comissão Nacional de Eleições;
nos quinze dias que antecedem cada acto eleitoral. c) aos demais interessados.
ARTIGO 4 5 2. Aquele que promover a sua inscrição no recenseamento
eleitoral mais de uma vez é punido com multa de dois a três salá-
( R e c u r s o d e r e c e n s e a m e n t o feito n o e s t r a n g e i r o )
rios mínimos nacionais.
1. Da decisão do Secretariado Técnico da Administração 3. Todo o cidadão que prestar falsas declarações ou informa-
Eleitoral cabe recurso ã Comissão Nacional de Eleições, ções a fim de obter a sua inscrição no recenseamento eleitoral
até cinco dias após o conhecimento da mesma. é punido com multa de três a quatro salários mínimos nacionais.
2. A Comissão Nacional de Eleições decide sobre o recurso ARTIGO 5 0
interposto no prazo de cinco dias e notifica imediatamente:
(Obstrução à inscrição)
a) ao recorrente;
Todo aquele que, por violência, ameaça ou artifício fraudu-
b) ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral; lento, induzir um eleitor a não promover a sua inscrição no
c) aos demais interessados. recenseamento eleitoral ou a fazê-lo fora do prazo legalmente
estabelecido, é punido com pena de prisão até seis meses e
3. Da decisão da Comissão Nacional de Eleições, cabe
multa de cinco a dez salários mínimos nacionais.
recurso ao Conselho Constitucional, a interpor no prazo de
três dias após tomar conhecimento da mesma. ARTIGO 51

(Obstrução à detecção de duplas ou plúrimas inscrições)


4. O Conselho Constitucional julga em última instância o re-
curso interposto no prazo de cinco dias e notifica imediatamente: Aquele que, dando conta de dupla ou plúrimas inscrições,
a) ao recorrente; não tomar os procedimentos tendentes a sanar a irregularidade
em tempo devido, é punido com multa de quatro a cinco salá-
b) à Comissão Nacional de Eleições;
rios mínimos nacionais.
c) aos demais interessados.
ARTIGO 5 2
CAPÍTULO IV (Documento falso)

Ilícito do recenseamento eleitoral Todo aquele que passar documento falso comprovativo de
SECÇÃO I
incapacidade física ou sanidade mental, com implicações no
recenseamento eleitoral, é punido com pena de prisão até seis
Aspectos gerais meses e multa de um a dois salários mínimos nacionais.
ARTIGO 4 6 ARTIGO 5 3
(Concorrência c o m crimes mais graves ( R e c u s a d e I n s c r i ç ã o d e eleitor)
e responsabilidade disciplinar)
1. Todo aquele que, no recenseamento eleitoral, se recusar
1. As sanções cominadas nesta Lei não excluem a aplicação a inscrever um eleitor que haja devidamente promovido a sua
de outras mais graves pela prática de qualquer crime previsto inscrição é punido com pena de prisão até um ano e multa de
na legislação penal geral. dois a três salários mínimos nacionais.
2. As infracções previstas na presente Lei constituem também 2. Todo aquele que, por negligência, deixar de cumprir as
falta disciplinar quando cometidas por agente sujeito a essa suas obrigações de recensear um eleitor é punido com multa de
responsabilidade. três a quatro salários mínimos nacionais.
ARTIGO 4 7 ARTIGO 5 4
(Circunstâncias agravantes especiais) (Violação de deveres relativos a o s c a d e r n o s
d e r e c e n s e a m e n t o eleitoral)
Para além das previstas na lei penal geral, constituem
circunstâncias agravantes especiais do ilícito relativo ao Todo aquele que não proceda à elaboração, organização, recti-
recenseamento eleitoral o facto de: ficação e correcção dos cadernos de recenseamento eleitoral
nos termos prescritos na presente Lei é punido com pena de prisão
a) a infracção poder influir no resultado da votação;
até três meses e multa de um a dois salários mínimos nacionais.
b) os agentes serem membros das entidades recensea-
doras; ARTIGO 5 5

( F a l s i f i c a ç ã o d o c a r t ã o d e eleitor)
c) os agentes serem candidatos, delegados dos partidos
políticos, coligações de partidos ou eleitores, não Todo aquele que, fraudulentamente, modificar ou substituir
abrangidos pela alínea b) deste artigo. o cartão de eleitor é punido com pena de prisão até seis meses
e multa de dois a três salários mínimos nacionais.
ARTIGO 4 8

(Prescrição) ARTIGO 5 6

(Falsificação dos cadernos de recenseamento eleitoral)


O procedimento por infracções criminais relativas ao recen-
seamento eleitoral prescreve no prazo de um ano a contar da Todo aquele que, por qualquer forma, com dolo, altere, vicie,
prática do facto punível. substitua ou suprima cadernos de recenseamento eleitoral é
punido com pena de dois a oito anos de prisão maior e multa
SECÇÃO II de vinte a cinquenta salários mínimos nacionais.
Infracções relativas ao recenseamento eleitoral em especial
ARTIGO 5 7
ARTIGO 4 9
( P r o d u ç ã o ilícita d e m a t e r i a l d e r e c e n s e a m e n t o )
( P r o m o ç ã o dolosa de inscrição)
Todo aquele que, sem estar autorizado ou sem que lhe tenha
1. Aquele que, sem ter capacidade eleitoral, promover a sua sido devidamente adjudicado, produzir material de recensea-
inscrição no recenseamento eleitoral é punido com multa de mento eleitoral é punido com pena de dois a oito anos de prisão
um a dois salários mínimos nacionais. maior e multa de vinte a cinquenta salários mínimos nacionais.
ARTIGO 5 8 ANEXO
(Impedimento à verificação de inscrição GLOSSÁRIO
n o r e c e n s e a m e n t o eleitoral) Boletim de inscrição — é o impresso, segundo o modelo
aprovado previamente, através do qual o cidadão se recenseia,
Aquele que não expuser cópias dos cadernos de recensea-
habilitando-se a exercer o sufrágio.
mento eleitoral ou impedir a sua consulta pelo eleitor inscrito, no
Brigada de recenseamento eleitoral — é a unidade orgânica
prazo legalmente estabelecido, é punido com pena de prisão até constituída por funcionários ou agentes eleitorais, através
três meses e multa de quatro a seis salários mínimos nacionais. da qual se procede ao recenseamento eleitoral dos cidadãos
que têm idade para votar. A brigada pode ser fixa ou móvel.
ARTIGO 5 9
Caderno de recenseamento eleitoral — é um conjunto
( N ã o c o r r e c ç ã o d e r e c e n s e a m e n t o eleitoral)
de folhas apropriadas com características de livro oficial,
Os membros das entidades recenseadoras que, por negligên- devidamente numeradas e rubricadas, dispondo de um termo
cia, não procederem à correcção de cadernos de recenseamento de abertura e de encerramento, no qual constam os nomes dos
eleitoral ou que o fizerem contrariamente ao disposto na presente cidadãos recenseados como eleitores.
Cartão de eleitor — é o documento de identificação
Lei, são punidos com multa de quatro a seis salários mínimos
pessoal especialmente para efeitos eleitorais, passado a cada
nacionais. eleitor inscrito, que atesta o estatuto de eleitor ao utente e que
CAPÍTULO V este deve apresentar no momento do voto.
Coligações de partidos — é a associação de dois ou mais
Disposições finais e transitórias partidos que constituem uma aliança para juntar forças para
ARTIGO 6 0
fins eleitorais.
( P a s s a g e m de certidões)
Çomissões eleitorais — são órgãos constituídos para orga-
nizar e conduzir o processo eleitoral, podendo ser de nível
1. São obrigatoriamente passadas, a requerimento de qual- nacional, provincial, distrital ou de cidade.
quer interessado, no prazo de cinco dias, as certidões necessárias Contencioso eleitoral — é o processo de resolução de dife-
para o recenseamento eleitoral. rendos relativamente a interpretação ou aplicação das normas
que regulam o processo eleitoral.
2. A igual obrigação ficam vinculadas as entidades recensea-
Fiscalização — é a verificação e o controlo dos actos
doras quanto às certidões relativas ao recenseamento eleitoral,
de recenseamento eleitoral.
que lhes sejam requeridas. Grupo de cidadãos eleitores — é um conjunto de pessoas,
ARTIGO 6 1 devidamente organizadas, que se propõem concorrer para as
eleições autárquicas.
(Isenções)
Ilícito de recenseamento eleitoral — é o conjunto de infrac-
São isentos de quaisquer taxas, emolumentos ou impostos, ções às normas estabelecidas na presente Lei.
conforme os casos: Mapa com os dados definitivos de eleitores — é um docu-
a) as certidões a que se refere o artigo precedente; mento com a relação total de eleitores inscritos e onde constam:
o número do posto de recenseamento, o número e o código
b) os documentos destinados a instruir quaisquer recla- do caderno de recenseamento, o distrito e a província onde
mações ou recursos previstos na presente Lei; o eleitor se inscreveu.
c) os reconhecimentos notariais para efeitos de recensea- Novas inscrições — São as inscrições feitas no período
mento eleitoral. de actualização pelos cidadãos que, não estando inscritos,
possuam capacidade eleitoral activa.
ARTIGO 6 2 Observação nacional ou internacional — é o acto de
(Conservação de documentos) pessoas indicadas por diversos organismos nacionais ou estran-
geiros para observar o processo de recenseamento eleitoral
A documentação relativa ao recenseamento que não seja nos termos definidos pela Comissão Nacional de Eleições.
necessária à administração eleitoral é conservada durante o Obstrução à inscrição — é a acção de impedir um potencial
período de cinco anos a contar da data do último recensea- eleitor de fazer a sua inscrição ou de a fazer dentro do prazo
mento, após o que um exemplar da referida documentação será estabelecido com o fim de o afastar do processo eleitoral.
transferido para o Arquivo Histórico de Moçambique. Órgãos locais de apoio da Comissão Nacional de Eleições—
— são as comissões de eleições provinciais, distritais e de cidade.
ARTIGO 6 3
Posto de recenseamento — é o local onde os cidadãos com
(Revogação)
direito a votar se vão inscrever em livros de registo, chamados
É revogada toda a legislação que contrarie o disposto na cadernos eleitorais.
presente Lei. Recenseamento eleitoral — é o acto pelo qual os cidadãos
com direito a votar se inscrevem em livros de registo chamados
ARTIGO 6 4 cadernos de recenseamento eleitoral.
(Entrada e m vigor) Reclamação ou recuitso de má fé — é a situação em que
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação. um reclamante ou um recorrente manifesta a sua discordância,
tendo consciência de que não tem razão.
Aprovada pela Assembleia da República em 20 de Setembro Universalidade — é o princípio segundo o qual os cidadãos
de 2002. de nacionalidade moçambicana que completem dezoito anos até a
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim data da realização das eleições podem e devem recensear-se para
Mulémbwè. as eleições, quer residam em território nacional, quer no estrangeiro.
Promulgada em 10 de Outubro de 2002. Unicidade de inscrição — é o princípio segundo o qual os
cidadãos só poderão recensear-se uma única vez e, conse-
Publique-se. quentemente, só deverão estar registados nos cadlernos
O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO. de recenseamento eleitoral uma única vez.
expirado a respectiva pena, e os que se encontrem
judicialmente privados dos seus direitos políticos;
cl) os cidadãos sob prisão preventiva, por decisão judicial
Havendo necessidade de introduzir alterações à Lei n.° 6/97,
de 28 de Maio, relativa a eleição dos órgãos das autarquias C A P Í T U L O 111

locais, no uso da competência estabelecida pela alínea c) Capacidade eleitoral passiva


do n.° 2 do artigo 135 da Constituição, a Assembleia da Repú-
ARTIGO 6
blica determina:
( C i d a d ã o s elegíveis)

TÍTULO I
1. São elegíveis os cidadãos moçambicanos que residam,
Disposições gerais à data da votação, na autarquia local, há pelo menos seis meses
e não padeçam de qualquer incapacidade eleitoral passiva
CAPÍTULO I
prevista na presente lei.
2. Não gozam de capacidade eleitoral passiva:
Princípios fundamentais
a) os cidadãos que não gozem de capacidade eleitoral
ARTIGO 1 activa;
( Â m b i t o d a Lei) b) os que tiverem sido judicialmente declarados delin-
quentes habituais de difícil correcção;
A presente lei estabelece o quadro jurídico legal para a c) os cidadãos que tiverem renunciado ao mandato ime-
realização de eleições dos órgãos das autarquias locais. diatamente anterior.
ARTIGO 2 ARTIGO 7

(Eleição d o s ó r g ã o s autárquicos) (Inelegibilidades)

1. Os presidentes dos conselhos e as assembleias são eleitos 1. Não podem ser eleitos:
por sufrágio universal, directo, igual, secreto e pessoal. a) os magistrados judiciais e os do Ministério Público, os
2. O apuramento dos resultados das eleições obedece ao funcionários de justiça e os de finanças com fun-
sistema de representação proporcional segundo as regras ções de chefia, em efectividade de funções;
fixadas na presente lei. b) os membros das forças militares ou militarizadas e
forças de segurança no activo;
3. Os membros dos conselhos são designados nos termos
da lei das autarquias locais. c) os falidos ou insolventes, salvo se reabilitados por lei;
cl) os devedores em mora com a autarquia local e respec-
ARTIGO 3
tivos fiadores;
(Direito d e sufrágio) e) os membros dos corpos sociais e os gerentes de socie-
dades, bem como os proprietários de-empresas que
1. O sufrágio constitui um direito pessoal e inalienável dos
tenham contrato com a autarquia local não inte-
cidadãos.
gralmente cumprido ou de execução continuada.
2. O recenseamento eleitoral dos cidadãos é condição
2. Os magistrados judiciais e os do Ministério Público, os
indispensável para o exercício do direito de voto. funcionários de justiça e os de finanças com funções de chefia,
os membros das forças militares e militarizadas e das forças
C A P Í T U L O II
de segurança que, nos termos da presente Lei, pretendam con-
Capacidade eleitoral activa correr às eleições dos órgãos autárquicos, devem solicitar a
suspensão do exercício das respectivas funções a partir do mo-
ARTIGO 4 mento da apresentação de candidatura.
( C i d a d ã o s eleitores)
ARTIGO 8

São eleitores os cidadãos moçambicanos, maiores de dezoito (Direito a d i s p e n s a d e f u n ç õ e s )

anos à data das eleições, recenseados na circunscrição territorial


A partir do início da campanha eleitoral, até ao fim da vota-
da respectiva autarquia local, que não estejam abrangidos pelas ção, os candidatos admitidos têm direito a dispensa do exeicício
incapacidades eleitorais activas previstas na presente lei. das respectivas funções, sejam públicas ou privadas, contando
esse tempo para todos os efeitos, incluindo o direito à remu-
ARTIGO 5
neração, como tempo de serviço efectivo.
( I n c a p a c i d a d e s eleitorais activas)
ARTIGO 9
Não podem votar: (Imunidade)

a) os interditos por sentença transitada em julgado;


1. Nenhum candidato pode ser sujeito a prisão preventiva,
b) os notoriamente reconhecidos como dementes, ainda a não ser em flagrante delito, por crime doloso punível com
que não estejam interditos por sentença, quando pena de prisão maior.
internados em estabelecimento psiquiátrico ou como 2. Movido processo crime contra algum candidato que não
tais declarados por uma junta médica; esteja em regime de prisão preventiva e indiciado este por des-
c) os definitivamente condenados a pena de prisão por pacho de pronúncia ou equivalente, o processo só pode seguir
crime doloso de delito comum, enquanto não haja os seus termos após a proclamação dos resultados das eleições.
TÍTULO II b) certificado do registo criminal;
Procedimento eleitoral c) certidão comprovativa de inscrição no recenseamento
eleitoral;
CAPÍTULO I
d) fotocópia autenticada do cartão de eleitor.
Marcação das eleições
ARTIGO 1 6
ARTIGO 1 0
(Mandatários d a s candidaturas)
(Competências)
1. Os candidatos devem designar, de entre eles ou de entre
As eleições autárquicas são marcadas por Decreto do Con- os eleitores inscritos na circunscrição autárquica a que respeita
selho de Ministros, sob proposta da Comissão Nacional de a eleição, um mandatário para os representar em todas as ope-
Eleições, com antecedência mínima de cento e vinte dias rações do procedimento eleitoral.
relativamente ao termo do mandato cessante. 2. A morada do mandatário é sempre indicada no processo
ARTIGO 11 de candidatura para efeitos de notificação.
(Data) SECÇÃO II

As eleições autárquicas realizam-se num só dia dentro dos Apreciação das candidaturas
trinta dias anteriores ao termo do mandato cessante.
ARTIGO 1 7
ARTIGO 1 2
(Verificação das candidaturas)
(Simultaneidade d a s eleições)
Findo o prazo para a apresentação das candidaturas, a Co-
As eleições para o presidente do conselho municipal ou missão Nacional de Eleições verifica, até sessenta dias antes
de povoação e para os membros da assembleia municipal da data das eleições, a regularidade do respectivo processo, a
ou de povoação são feitas simultaneamente. autenticidade dos documentos que o integram e a elegibili-
C A P Í T U L O II dade dos candidatos.
Candidaturas ARTIGO 1 8

SECÇÃO 1 (Irregularidades formais)

Apresentação das candidaturas 1. Registando-se irregularidades formais, é o mandatário


ARTIGO 1 3
da candidatura em causa imediatamente notificado a mando
da Comissão Nacional de Eleições para efectuar o respectivo
( R e c e p ç ã o e prazo)
suprimento, no prazo de cinco dias.
1. As candidaturas são apresentadas perante o Secretariado 2. O não suprimento de qualquer irregularidade formal,
Técnico da Administração Eleitoral. no prazo previsto no número precedente, implica a nulidade
2. As candidaturas devem ser apresentadas até setenta e cinco da candidatura.
dias antes da data das eleições. 3. O mandatário da candidatura nula é imediatamente noti-
3. Findo o prazo referido no númeró anterior o Secreta- ficado para que proceda, querendo, à substituição da mesma,
riado Técnico da Administração Eleitoral organiza todo o pro- no prazo de dois dias. Se tal não suceder, o lugar da candidatura
cesso das candidaturas e remete-o à Comissão Nacional de nula é ocupado, na lista, pelo primeiro candidato suplente cujo
Eleições para decisão quanto à regularidade das mesmas. processo de candidatura preencha todos os requisitos exigidos,
nos termos do n.° 2 do artigo 15.
ARTIGO 1 4

(Exclusividade das candidaturas) ARTIGO 1 9

1. Nenhum partido político, coligação de partidos ou grupo (Rejeição d e candidaturas)

de cidadãos eleitores proponentes pode apresentar mais de uma 1. Apenas podem ser rejeitadas as candidaturas de indiví-
lista à eleição de cada órgão da autarquia local. duos sem capacidade eleitoral passiva ou que tenham desistido,
2. Ninguém pode concorrer simultaneamente à eleição de nos termos da presente Lei.
dois ou mais órgãos de diferentes autarquias locais. 2. O mandatário da candidatura rejeitada é imediatamente
3. Ninguém pode integrar mais do que uma lista de candi- notificado para que proceda à substituição do candidato ou
datura para o mesmo órgão autárquico. candidatos inelegíveis no prazo de três dias e, se tal não suceder,
o lugar do candidato é ocupado, na lista, pelo primeiro candi-
ARTIGO 1 5
dato suplente cujo processo de candidatura preencha a tota-
(Requisitos formais da apresentação) lidade dos requisitos exigidos.
1. A apresentação das candidaturas consiste na entrega da 3. A candidatura é definitivamente rejeitada se, por falta
lista contendo os nomes e demais elementos de identificação de candidatos suplentes, não for possível perfazer o número
dos candidatos e da declaração por todos assinada, conjunta legal dos candidatos efectivos.
ou separadamente, de que aceitam a candidatura e ainda da
ARTIGO 2 0
declaração, sob compromisso de honra, de que não se encon-
tram feridos de qualquer incapacidade eleitoral. (Recurso para o C o n s e l h o Constitucional)

2. A referida apresentação deve ser acompanhada, para Das deliberações da Comissão Nacional de Eleições haverá
cada candidato, dos seguintes documentos: recurso ao Conselho Constitucional que deliberará em última
a) fotocópia autenticada do bilhete de identidade; instância.
ARTIGO 2 1 ARTIGO 2 7

( D i v u l g a ç ã o d a s listas definitivas) (Período)

1. A Comissão Nacional de Eleições procede à divulgação A campanha eleitoral inicia quinze dias antes da data das
das listas definitivas até trinta dias antes da data das eleições eleições e termina dois dias antes da votação.
2. Cópias das listas referidas no número anterior devem ser ARTIGO 2 8
afixadas nos lugares dc estilo à porta da Comissão Nacional
( P r o m o ç ã o e realização)
de Eleições, nos órgãos de administração eleitoral de nível cen-
tral, provincial, distrital e local, nos lugares de estilo, e entregues A promoção e realização da campanha eleitoral cabe direc-
aos mandatários das listas. tamente aos candidatos, partidos políticos ou coligações de
partidos e grupos de cidadãos eleitores proponentes de listas,
ARTIGO 2 2
sem embargo da participação activa dos cidadãos eleitores
(Sorteio d a s listas a p r e s e n t a d a s ) em geral.
1. Depois da divulgação das listas definitivas, a Comissão ARTIGO 2 9
Nacional de Eleições procede ao sorteio das mesmas, na pre-
(Âmbito)
sença dos mandatários, para que lhes seja atribuída uma ordem
nos boletins de voto Qualquer candidato, partido político ou coligação de partidos
2. A organização e forma de realização do sorteio é definida ou grupo de cidadãos eleitores proponentes pode realizar livre-
pela Comissão Nacional de Eleições. mente a campanha eleitoral em qualquer lugar do território da
autarquia.
3. Do sorteio referido no número 1 do presente artigo lavra-se
auto e os resultados obtidos são comunicados ao Secretariado ARTIGO 3 0

Técnico da Administração Eleitoral para efeitos de impressão (Igualdade de oportunidades das candidaturas)
dos boletins de voto.
Os candidatos, partidos políticos, coligações de partidos ou
ARTIGO 2 3 grupo de cidadãos eleitores proponentes têm direito a igual tra-
(Legitimidade) tamento por parte das entidades públicas a fim de efectuarem,
livremente e nas melhores condições, a sua campanha eleitoral.
Têm legitimidade para interpor recurso os candidatos, os
respectivos mandatários, os partidos políticos, coligações de ARTIGO 31

partidos, grupo de cidadãos eleitores ou os primeiros propo- (Liberdade de expressão e de informação)


nentes de candidaturas.
No decurso da campanha eleitoral não pode ser imposta qual-
ARTIGO 2 4 quer limitação à livre expressão de princípios políticos, econó-
(Interposição e subida do recurso) micos e sociais, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal
a que houver lugar.
1. O requerimento de interposição de recurso, do qual cons-
tarão os seus fundamentos, é entregue no órgão eleitoral recor- ARTIGO 3 2

rido, acompanhado de todos os elementos de prova. (Liberdade de reunião e de manifestação)

2. Tratando-se de recurso contra a admissão de qualquer


1. No período da campanha eleitoral, a liberdade de reunião
candidatura, o Conselho Constitucional manda notificar ime-
e de manifestação para fins eleitorais rege-se pelo disposto na
diatamente o mandatário da respectiva lista para responder,
Lei n.°9/91 e 7/01, de 18 de Julho e 7 de Julho, respectivamente,
querendo, no prazo de três dias.
com as adaptações constantes dos números seguintes.
3. Tratando-se de recurso contra a não admissão de qualquer
2. Os cortejos e desfiles podem realizar-se em qualquer dia
candidatura, o Conselho Constitucional manda notificar ime-
e hora, respeitando-se os limites impostos pela manutenção
diatamente os mandatários das listas que hajam impugnado a
da ordem pública, do ordenamento do trânsito e do período
sua admissão, se for esse o caso, para responderem, querendo,
de descanso dos cidadãos.
no prazo de três dias.
3. A presença de agentes da autoridade em reuniões ou mani-
ARTIGO 2 5 festações organizadas por qualquer candidatura apenas pode ser
(Deliberação) solicitada pelos seus órgãos competentes, ficando a entidade
organizadora responsável pela manutenção da ordem quando
1. O Conselho Constitucional delibera no prazo de dez dias
não faça tal solicitação.
a contar dos prazos mencionados no artigo anterior.
4. O prazo para o aviso a que se refere o artigo 10 da Lei n.° 9/
2. A deliberação é comunicada imediatamente, por qualquer
/91, de 18 de Julho, para efeitos da presente lei, é reduzido
meio disponível, ao órgão eleitoral recorrido.
para um dia.
CAPÍTULO III 5. O prazo para o aviso a que se refere o n.° 1 do artigo 11
Campanha eleitoral da Lei n.° 9/91, de 18 de Julho, para efeitos da presente lei,
é fixado em doze horas.
ARTIGO 2 6
ARTIGO 3 3

( P r o p a g a n d a eleitoral) (Proibição de divulgação de sondagens)

Entende-se por propaganda eleitoral a actividade que vise, E proibida a divulgação dos resultados de sondagens ou de
directa ou indirectamente, promover candidaturas, bem como inquéritos relativos à opinião dos eleitores quanto aos con-
a divulgação de textos, imagens ou sons que exprimam ou correntes à eleição, sete dias antes do início da votação até à
reproduzam o conteúdo dessa actividade. divulgação dos resultados eleitorais.
ARTIGO 3 4 2. É proibida a afixação ou pintura de material de campanha
(Publicações de carácter jornalístico)
eleitoral em edifícios privados sem autorização dos usufrutuários.
3. Os mandatários das listas são considerados civilmente
As publicações noticiosas do sector público que insiram ma- responsáveis pela afixação de material de campanha eleitoral
téria respeitante à campanha eleitoral devem conferir um trata- em locais proibidos.
mento jornalístico não discriminatório às diversas candidaturas.
ARTIGO 3 9
ARTIGO 3 5
(Utilização e m c o m u m o u troca)
(Salas de espectáculos)
Os partidos políticos, coligações de partidos ou grupo de
1. Os proprietários de salas de espectáculos ou de outros cidadãos eleitores proponentes podem acordar na utilização,
recintos de normal utilização pública, que reúnam condições em comum ou na troca entre si, de espaço de publicação que
para serem utilizados na campanha eleitoral, devem pô-las à lhes pertença ou das salas de espectáculo cujo uso lhes seja
disposição da Comissão Nacional de Eleições até 20 dias atribuído.
antes do início do período de campanha eleitoral, com a indi-
CAPÍTULO IV
cação das datas e horas em que essas salas poderão ter aquela
utilização. Assembleias de voto
2. Em caso de comprovada insuficiência, a Comissão Na- SECÇÃO I
cional de Eleições pode requisitar as salas e os recintos que
Organização das assembleias de voto
considere necessários à campanha eleitoral, sem prejuízo da
actividade normal e programa dos mesmos. ARTIGO 4 0

3. O tempo destinado à campanha eleitoral, nos termos do (Formação)


número anterior, é igualmente repartido pelos partidos polí-
1. Cada assembleia de voto é constituída aproximadamente
ticos, coligações de partidos e grupos de cidadãos eleitores
por mil eleitores.
proponentes que o desejem e tenham apresentado candida-
turas para as eleições autárquicas. 2. Vinte e cinco dias antes das eleições, o órgão de adminis-
tração eleitoral faz divulgar o mapa definitivo das assembleias
ARTIGO 3 6 de voto na sua sede, nos órgãos de comunicação social e noutros
( C u s t o d e utilização) lugares de fácil acesso ao público.

1. Os proprietários das salas de espectáculos ou os que as ARTIGO 4 1

explorem, no caso do número 1 do artigo anterior ou quando (Locais de funcionamento)


tenha havido a requisição aí prevista, indicam o preço a cobrar
1. As assembleias de voto funcionam em edifícios públicos
pela sua utilização, depois de prévia negociação com as can-
que ofereçam as indispensáveis condições de acesso e segurança.
didaturas interessadas.
2. Na falta de edifícios públicos adequados, podem ser requi-
2. O preço estipulado e demais condições de utilização são
sitados, para o efeito, edifícios privados.
uniformes para todas as candidaturas interessadas.
3. O local de funcionamento da assembleia de voto coincide,
ARTIGO 3 7 sempre que possível, com o posto de recenseamento eleitoral.
(Utilização d e edifícios públicos) 4. Não é permitido o funcionamento de assembleias de voto
1. As candidaturas poderão utilizar, na campanha eleitoral, nos seguintes locais:
lugares públicos pertencentes ao Estado e a outras pessoas a) unidades policiais;
colectivas de direito público, nos termos a regulamentar pela b) unidades militares;
Comissão Nacional de Eleições, sem prejuízo dos regulamentos c) residências de ministros de culto;
internos das respectivas instituições. d) edifícios de qualquer partido político, coligações de
2. É interdita a utilização, para efeitos de campanha eleito- partidos, grupo de cidadãos eleitores proponentes,
ral, dos seguintes lugares: e associações filiadas a partidos políticos;
a) unidades militares e militarizadas; é) locais onde se vendam bebidas alcoólicas;
b) repartições do Estado e das autarquias locais; j) locais de culto ou destinados ao culto;
c) outros centros de trabalho durante os períodos normais g) unidades sanitárias.
de funcionamento; ARTIGO 4 2
d) instituições de ensino durante o período de aulas; ( A n ú n c i o d o dia, hora e local)
e) locais normais de culto;
A Comissão Nacional de Eleições anunciará publicamente,
f ) outros lugares para fins militares ou paramilitares;
em cada lugar, o dia, a hora e os locais onde funcionam as assem-
g) unidades sanitárias. bleias de voto.
3. A utilização dos edifícios públicos para fins de campanha
ARTIGO 4 3
eleitoral é gratuita mas não pode prejudicar o desenvolvimento
normal dos serviços que neles se prestam. (Relação de candidaturas)

ARTIGO 3 8 O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, ao pro-


ceder à distribuição dos boletins de voto, entrega ao presidente
( A f i x a ç ã o d e material d e c a m p a n h a eleitoral)
da mesa da assembleia de voto, juntamente com estes, as relações
1. É proibida a afixação ou pintura de material de campanha de todas as candidaturas definitivamente aceites, com a iden-
eleitoral em edifícios públicos, templos, monumentos, instala- tificação completa dos candidatos, a fim de serem afixadas no
ções diplomáticas e consulares e nos sinais de trânsito. local onde funcione a assembleia de voto.
ARTIGO 4 4 2. A presença do presidente ou do vice-presidente mais dois
(Dia de funcionamento)
membros da mesa é suficiente para o funcionamento da mesa.
ARTIGO 4 9
As assembleias de voto funcionam, simultaneamente, em
todo o país no dia marcado para as eleições. (Elementos de trabalho d a s m e s a s )

ARTIGO 4 5 1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral deve


(Mesa da assembleia de voto) assegurar, em tempo útil, o fornecimento, a cada mesa de assem-
bleia de voto, de todo o material necessário, designadamente:
1. Em cada assembleia de voto há uma mesa que dirige
a votação e efectua o apuramento parcial dos resultados do a) cópia autenticada dos cadernos de recenseamento elei-
escrutínio. toral referentes aos eleitores inscritos na área abran-
gida pela respectiva assembleia de voto;
2. As mesas das assembleias de voto são compostas por
cinco membros, sendo um presidente, um vice-presidente, um b) livro de actas das operações eleitorais, rubricado em
secretário e dois escrutinadores, que, também devem velar pela todas as páginas e com termo de abertura e de
organização dos eleitores para o acto de votação. encerramento;
3. Os membros das mesas devem saber ler e escrever por- c) os impressos, mapas e modelos de registo e informa-
tuguês e possuir a formação adequada à complexidade da tarefa. ção necessários às operações eleitorais;
4. Pelo menos dois dos membros das assembleias de voto d) os boletins de voto;
devem falar a língua local da área onde se situa a assembleia
e) as urnas de votação, devidamente numeradas a nível
de voto.
distrital ou de cidade;
5. Compete ao Secretariado Técnico da Administração Elei-
toral a indicação dos nomes dos membros das mesas de voto, f ) cabinas de votação;
ouvidos os representantes das candidaturas. g) os selos, lacre e envelopes para os votos;
6. A função de membro da assembleia de voto é obriga- li) esferográficas, lápis e borrachas;
tória para os membros indicados, salvo motivo de força maior
/) almofada e tinta para impressões digitais e tinta indelével;
ou justa causa e é incompatível com a qualidade de delegado
j) candeeiros, fósforos, petróleo e outros instrumentos
de lista.
de iluminação;
ARTIGO 4 6 /) máquinas calculadoras a pilha.
(Recrutamento dos membros d a s m e s a s 2. Aos órgãos locais de administração do Estado compete
d a s assembleias de voto)
criar e garantir as condições necessárias e indispensáveis à
Para constituição das assembleias de voto, o Secretariado guarda, conservação, segurança e inviolabilidade dos materiais
Técnico da Administração Eleitoral recruta, mediante con- referidos no número anterior.
curso público de avaliação curricular, cidadãos moçambicanos
maiores de dezoito anos de idade, tecnicamente habilitados SECÇÃO II

para o efeito. Delegados de candidatura


ARTIGO 4 7
ARTIGO 5 0
(Constituição d a s a s s e m b l e i a s d e voto)
(Designação d o s delegados de candidatura)

1. As mesas das assembleias de voto constituem-se na hora


1. Cada candidatura tem o direito de designar um delegado
marcada para o início do seu funcionamento e nos locais pre-
efectivo e outro suplente para cada assembleia de voto.
viamente estabelecidos.
2. Os delegados podem ser designados para uma assem-
2. A constituição das mesas fora dos respectivos locais im-
plica a nulidade dos actos eleitorais praticados, salvo motivo bleia de voto diferente daquela em que estão inscritos como
de força maior, devidamente comprovado e ratificado pela eleitores, dentro da mesma unidade geográfica de recensea-
Comissão Nacional de Eleições. mento eleitoral.
3. Os membros das mesas das assembleias de voto devem 3. A falta de designação ou de comparência de qualquer
estar presentes no local de funcionamento da assembleia duas delegado não afecta a regularidade dos actos eleitorais.
horas antes do início da votação. ARTIGO 5 1
4. Se o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (Procedimento de designação)
verificar que, uma hora antes do início da votação, há impossi-
bilidade de constituição da mesa por ausência de membros Até ao vigésimo dia anterior ao sufrágio, os partidos polí-
indispensáveis, designa os substitutos dos ausentes de entre os ticos, coligações de partidos concorrentes às eleições, bem
cidadãos eleitores de reconhecida idoneidade. como os grupos de cidadãos eleitores proponentes, designam
5. Os membros designados para integrar as mesas das assem- os respectivos delegados para cada mesa da assembleia de
bleias de voto ficam dispensados do dever de comparência no voto, remetendo os seus nomes às comissões de eleições pro-
respectivo local de trabalho, enquanto durar a sua actividade vinciais, distritais ou de cidades para efeitos de credenciação.
e no dia útil imediato.
ARTIGO 5 2
ARTIGO 4 8
(Direitos e deveres d o delegado de candidatura)
(Inalterabilidade d a s m e s a s )
1. O delegado de candidatura goza dos seguintes direitos:
1. As mesas das assembleias de voto, uma vez constituídas,
não podem ser alteradas, salvo motivo de força maior, devendo a) estar presente no local onde funciona a mesa de assem-
a Comissão Nacional de Eleições dar disso conhecimento bleia de voto e ocupar o lugar mais adequado para
público. poder fiscalizar todos os actos eleitorais;
b) verificar, antes do início da votação, as urnas e as 3. Na eleição do presidente do conselho municipal ou de
cabinas de votação; povoação são elementos de identificação os nomes completos
c) solicitar explicações à mesa da assembleia de voto, dos candidatos, as suas fotografias e o lema da campanha.
obter informações sobre os actos eleitorais e apre- 4. Na área da linha que corresponde a cada candidatura
sentar reclamações; figura um quadrado no qual o eleitor deve assinalar com uma
d) ser ouvido em todas as questões que se levantem durante cruz ou com a impressão digital, a sua escolha.
o funcionamento da assembleia de voto, quer durante
a votação, quer durante o escrutínio; ARTIGO 5 6

e) fazer observações sobre as actas, quando considere (Cor e outras características)


conveniente, e assiná-las, devendo, em caso de recusa
de assinatura, fazer constar as respectivas razões; A cor e outras características dos boletins de voto são fixa-
j) rubricar todos os documentos respeitantes às operações dos pela Comissão Nacional de Eleições, sob proposta do
eleitorais; Secretariado Técnico da Administração Eleitoral.
g) consultar a todo o momento os cadernos de recensea- CAPÍTULO V
mento eleitoral;
Votação
h) receber cópias do edital e da acta originais devida-
mente assinadas e carimbadas. SECÇÃO I

2. O delegado de candidatura tem os seguintes deveres: Direito de sufrágio


a) exercer uma fiscalização conscienciosa e objectiva da
actividade da mesa da assembleia de voto; ARTIGO 5 7

b) cooperar para o desenvolvimento normal da votação, (Pessoalidade d o voto)


do escrutínio e do funcionamento da mesa da assem-
bleia de voto em geral; 1. O direito de sufrágio é exercido directamente por cada
c) evitar intromissões injustificáveis e de má fé na activi- cidadão eleitor.
dade da mesa da assembleia de voto que perturbem 2. Em caso algum o direito de sufrágio é susceptível
o desenvolvimento normal dos actos eleitorais; de representação.
d) não permitir rasuras em nenhum documento referente
ARTIGO 5 8
às operações eleitorais.
3. O não exercício de qualquer dos direitos e deveres (Presencialidade d o voto)

previstos no presente artigo não afecta a validade dos actos


O direito de voto é exercido presencialmente pelo cidadão
eleitorais.
eleitor no local de funcionamento da assembleia de voto em
4. O comprovado impedimento pela mesa da assembleia de que se encontra inscrito.
voto do exercício dos direitos e deveres previstos no presente
artigo afecta a validade dos actos eleitorais daquela mesa. ARTIGO 5 9

(Unicidade d o voto)
ARTIGO 5 3

(Imunidade d o s delegados d a s candidaturas) A cada eleitor só é permitido votar uma única vez para a
Os delegados das candidaturas não podem ser detidos durante eleição de cada órgão representativo das autarquias locais.
o funcionamento da mesa da assembleia de voto, a não ser em ARTIGO 6 0
flagrante delito por crime punível com pena de prisão superior
a dois anos. (Direito e dever d e votar)

1. O acto de votar constitui um direito e um dever cívico


do cidadão eleitor.
Boletins de voto
2. As entidades públicas e privadas, as empresas e outros
ARTIGO 5 4 empregadores, devem conceder aos respectivos funcionários
(Material e d i m e n s õ e s ) e trabalhadores, se for caso disso, dispensa pelo tempo neces-
1. Os boletins de voto são impressos em papel a definir pela sário para poderem votar.
Comissão Nacional de Eleições, sob proposta do Secretariado ARTIGO 6 1
Técnico da Administração Eleitoral.
(Confidencialidade d o voto)
2. Os boletins de voto são de forma rectangular, com as
dimensões apropriadas para neles caber a indicação de todas 1. O voto é secreto.
as candidaturas submetidas à votação. 2. Ninguém pode, sob qualquer pretexto, ser obrigado ou
ARTIGO 5 5 obrigar outrem a revelar o sentido do voto.
(Elementos integrantes) 3. Dentro da assembleia de voto e fora dela, até à distância
de mil metros, ninguém pode revelar em que candidatura votou
1. Em cada boletim de voto são dispostos horizontalmente,
uns abaixo dos outros, separados por uma faixa, por ordem de ou vai votar.
sorteio, os elementos de identificação das candidaturas. ARTIGO 6 2

2. São elementos de identificação as denominações, siglas ( R e q u i s i t o s d e exercício d o direito d e voto)


e bandeiras ou símbolos das candidaturas concorrentes, os
quais, no caso dos partidos políticos ou coligações de partidos, Para efeitos de admissão à votação, o nome do eleitor deve
reproduzem os constantes do registo existente no Conselho constar do caderno de recenseamento e a sua identidade reconhe-
Constitucional e nos órgãos de administração eleitoral. cida pela respectiva mesa.
SECÇÃO II ARTIGO 6 8

Processo de votação (Presença de n ã o eleitores)

ARTIGO 6 3
1. Não é permitida a presença nas assembleias de voto:

(Abertura da a s s e m b l e i a d e voto)
a) de cidadãos que não sejam eleitores;
b) de cidadãos que já tenham exercido o seu direito de voto.
1. As assembleias de voto abrem às sete horas.
2. É, contudo, permitida a presença dos órgãos de comuni-
2. O presidente da mesa da assembleia de voto declara aberta cação social nas assembleias de voto, desde que devidamente
a assembleia de voto e procede, com os restantes membros credenciados pela Comissão Nacional de Eleições, devendo:
e delegados das candidaturas, à revista da cabina de voto
a) identificar-se perante o presidente da mesa da assem-
e dos documentos de trabalho da mesa.
bleia de voto, exibindo a credencial referida;
3. O presidente da mesa exibe as urnas vazias perante os b) abster-se de colher imagens em lugares próximos
outros membros da mesa, delegados das candidaturas e elei- das cabinas e urnas de votação e de registar decla-
tores presentes, após o que procede à selagem das mesmas, rações de eleitores dentro da área de trezentos
elaborando-se a respectiva acta. metros circundante do local de funcionamento da
assembleia de voto.
ARTIGO 6 4
3. A Comissão Nacional de Eleições autorizará a presença
(Impossibilidade de abertura d a a s s e m b l e i a d e voto)
de observadores designados por organizações não partidárias.
A abertura das assembleias de voto não tem lugar nos casos de:
ARTIGO 6 9
a) impossibilidade de constituição da respectiva mesa;
(Ordem de votação)
b) ocorrência, no local ou nas suas proximidades, de cala-
midade ou perturbação da ordem pública, na véspera 1. Os eleitores votam pela ordem de chegada às assembleias
ou no próprio dia marcado para o acto eleitoral. de voto dispondo-se em fila, para o efeito.
2. Não havendo nenhuma irregularidade, votam em primeiro
ARTIGO 6 5
lugar os membros das mesas de assembleia de voto, bem como
(Irregularidades e s e u suprimento) os delegados das candidaturas que se encontrem inscritos
nos cadernos eleitorais correspondentes à assembleia de voto
1. Verificando-se quaisquer irregularidades que impeçam que fiscalizam.
o processo de votação, a mesa procede ao seu suprimento
3. Os presidentes das mesas dão prioridade aos seguin-
dentro das duas horas subsequentes à sua verificação.
tes cidadãos eleitores:
2. Tornando-se impossível suprir as irregularidades dentro
a) incumbidos do serviço de protecção e segurança das
do prazo previsto no número anterior, o presidente da mesa
assembleias de voto;
declara encerrada a assembleia de voto e participa imedia-
tamente o facto à Comissão Nacional de Eleições através b) doentes;
do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, distrital c) deficientes;
ou de cidade para decisão final. d) mulheres grávidas;
ARTIGO 6 6 e) idosos;
(Continuidade d a s o p e r a ç õ e s eleitorais)
j) pessoal médico e paramédico.
ARTIGO 7 0
A votação decorre ininterruptamente, devendo os membros
da mesa da assembleia de voto fazer-se substituir quando (Encerramento da votação)

necessário. 1. O presidente da mesa declara encerrada a votação logo


ARTIGO 6 7
que tenham votado todos os inscritos e presentes na assem-
bleia de voto até às 18 horas do dia previsto para as eleições.
(Interrupção d a s o p e r a ç õ e s eleitorais)
2. Em caso de impossibilidade de cumprimento dos prazos
1. As operações eleitorais são interrompidas, sob pena de eleitorais, cabe à Comissão Nacional de Eleições decidir sobre
nulidade da votação, nos seguintes casos: a eventual prorrogação da votação, por mais um dia.
a) ocorrência, na área da autarquia local, de calamidade SECÇÃO III
ou perturbação da ordem pública que possa afectar
Modo geral de votação
a realização do acto eleitoral;
b) ocorrência, na assembleia de voto, de quaisquer ARTIGO 7 1
perturbações ou tumultos. (Modo de votação de cada eleitor)
2. As operações eleitorais só são retomadas depois de
1. Ao apresentar-se perante a mesa da assembleia de voto,
o presidente verificar a eliminação das causas que determi-
cada eleitor mostra as suas mãos aos membros da mesa e
naram a sua interrupção. entrega ao respectivo presidente o seu cartão de eleitor.
3. Nos casos referidos no número 1 e sempre que se ponha 2. Identificado o eleitor e verificada a sua inscrição, o pre-
em causa a integridade das urnas, as operações eleitorais sidente entrega-lhe os boletins de voto.
voltam a repetir-se, considerando-se sem efeito quaisquer actos
3. Em seguida, o eleitor dirige-se à cabina de voto onde,
que eventualmente tenham sido praticados.
sozinho, assinala com uma cruz, ou com a aposição da impres-
4. Na impossibilidade de repetição das operações eleitorais são digital no quadrado ou na área rectangular correspondente
referidas no número 3, realizam-se eleições no segundo ao candidato em quem vota, dobra cada boletim de voto em
domingo após a realização das eleições em referência. quatro partes.
4. Voltando para junto da mesa, o eleitor introduz os bole- ARTIGO 7 6
tins de voto nas urnas correspondentes e mergulha o dedo (Manutenção da ordem e disciplina)
indicador direito em tinta indelével, enquanto os escrutina-
dores registam a votação, rubricando os cadernos de recensea- 1. Compete ao presidente da mesa da assembleia de voto,
mento eleitoral na coluna correspondente ao nome do eleitor. coadjuvado pelos restantes membros, assegurar a liberdade dos
5. Se o eleitor não expressar a sua vontade em relação a um eleitores, manter a ordem e a disciplina, tomando, para o efeito,
dos órgãos a eleger, não recebendo ou não entregando o as providências adequadas.
respectivo boletim de voto, esse facto consta da acta como 2. Não são admitidos na assembleia de voto os eleitores
abstenção. que se apresentem manifestamente embriagados ou drogados,
6. Se, por inadvertência, o eleitor inutilizar um boletim de os que sejam portadores de qualquer arma, os dementes
voto, deve pedir outro ao presidente da mesa, devolvendo-lhe e os que, por qualquer forma, perturbem a ordem pública
o primeiro, que é rubricado pelo presidente e conservado. e a disciplina.
7. Uma vez exercido o direito de voto, o eleitor recebe ARTIGO 7 7
o cartão e retira-se do local da votação. (Proibição de propaganda)

ARTIGO 7 2
1. E proibida qualquer propaganda dentro das assembleias
(Voto d o s portadores d e deficiência) de voto e fora delas e na área circundante até uma distância de
1. Os eleitores cegos e os afectados por doença ou defi- trezentos metros.
ciência física notória, que a mesa verifique não poderem praticar 2. O disposto no numero anterior aplica-se igualmente à
os actos descritos no artigo precedente, votam acompanhados exibição de símbolos, sinais, distintivos ou autocolantes dos
de outro eleitor, por si livremente escolhido, que deve garantir candidatos e de partidos políticos ou coligações de partidos.
a fidelidade de expressão do seu voto, ficando obrigado a
ARTIGO 7 8
absoluto sigilo.
(Proibição da presença da força armada)
2. Se a mesa decidir que não se verifica a notoriedade da
doença ou deficiência física, exige que lhe seja apresentado, no 1. Nos locais onde se reunirem as assembleias de voto
acto da votação, documento passado pela entidade competente, e num raio de trezentos metros, é proibida a presença de força
em comprovação da impossibilidade da prática dos actos armada, com excepção do disposto nos números seguintes.
descritos no artigo anterior. 2. Quando for necessário pôr termo a tumultos ou obstar
ARTIGO 7 3 a agressões ou violência, quer no local da assembleia de voto,
( V o t o d o s c i d a d ã o s q u e n ã o s a i b a m ler n e m e s c r e v e r ) quer na sua proximidade ou ainda em caso de desobediência
às suas ordens, o presidente da mesa da assembleia de voto
Os cidadãos que não saibam ler nem escrever e que não
pode, ouvida esta, requisitar a presença da força de manutenção
possam colocar a cruz, votam mediante a aposição de um dos
da ordem pública, com menção na acta, das razões da requisição
dedos no quadrado ou na área rectangular correspondente
e do período de presença da força armada.
à candidatura que escolhem, depois de o terem mergulhado
em tinta apropriada para o efeito existente na cabina de voto. 3. Sempre que o comandante da força de manutenção da
ordem pública verificar a existência de indícios de que se exerce
ARTIGO 7 4
sobre os membros da assembleia de voto coacção física ou
(Voto d e eleitores c o m c a r t õ e s extraviados) psicológica que impeça o respectivo presidente de fazer a res-
pectiva requisição, pode mandar a força intervir, devendo esta
O eleitor cujo cartão se tenha extraviado, fora do período
retirar-se logo que o presidente assim o determine ou quando
de reemissão fixado pelos órgãos eleitorais, só pode votar se
a sua presença já não se justifique.
constar do caderno eleitoral respectivo, confirmado pelos
delegados de candidaturas, devendo, para o efeito, apresentar 4. Nos casos previstos nos números 2 e 3, suspendem-se
o bilhete de identidade. imediatamente as operações eleitorais até que o presidente con-
S E C Ç Ã O IV
sidere reunidas as condições para que elas possam prosseguir,
sob pena de nulidade da eleição na respectiva assembleia de voto.
Garantias de liberdade de voto
ARTIGO 7 9
ARTIGO 7 5
(Deveres especiais d o s profissionais de comunicação social)
(Dúvidas, reclamações e protestos)

1. Além dos delegados de candidaturas, qualquer eleitor Os profissionais de comunicação social que, no exercício
pertencente-a assembleia de voto pode colocar dúvidas e das suas funções se deslocam às assembleias de voto, não
apresentar, por escrito, reclamações e protestos relativamente devem agir de forma a comprometer o segredo de voto ou per-
as operações eleitorais da respectiva assembleia de voto, turbar o acto eleitoral, bem como difundir com parcialidade.
devendo instruí-los com os meios de prova necessários. CAPÍTULO VI
2. A mesa não pode recusar a recepção das reclamações Apuramento
e dos protestos, devendo rubricá-los e anexá-los às actas.
SECÇÃO 1
3. As reclamações e protestos tem de ser objecto de delibe-
ração da mesa da assembleia de voto, que pode tomá-la no Apuramento parcial
final da votação, se entender que isso não afecta o andamento ARTIGO 8 0
normal da votação.
( O p e r a ç ã o preliminar)
4. Todas as deliberações da mesa da assembleia de voto,
sobre esta matéria, são tomadas por maioria de votos dos 1. Encerrada a votação* o presidente da mesa da assembleia
respectivos membros, tendo o presidente voto de qualidade, de voto procede à contagem dos boletins que não foram utili-
podendo ser objecto de recurso à comissão respectiva. zados e dos que foram inutilizados pelos eleitores e encerra-os,
com a necessária especificação, em dois sobrescritos pró- ARTIGO 8 4

prios, um para a eleição do presidente da autarquia e outro ( C ó p i a s d o edital o r i g i n a l )


para a eleição dos membros da assembleia e da autarquia,
que fecha e lacra. Em seguida, tranca a lista de eleitores, O presidente da mesa da assembleia de voto distribui
que é assinada por todos os membros da mesa e delegados cópias do edital original do apuramento de votos referido
de candidaturas para posterior envio à comissão de eleições no número 3 do artigo anterior devidamente assinadas e
distrital ou de cidade correspondente. carimbadas, aos delegados de candidaturas dos partidos
políticos, coligações de partidos ou grupos de cidadãos
2. Todas as operações previstas nesta secção são efectua-
eleitores proponentes.
das no local da assembleia de voto.
ARTIGO 8 5
ARTIGO 81
(Votos e m branco)
( C o n t a g e m d o s votantes e d o s boletins de voto utilizados)
E voto em branco o boletim de voto que não contenha
1. Concluída a operação preliminar, o presidente da mesa qualquer sinal ou marca.
da assembleia de voto manda contar o número dos votantes
ARTIGO 8 6
pelas descargas efectuadas nos cadernos de recenseamento
(Votos nulos)
eleitoral.
2. Seguidamente, o presidente da mesa manda abrir as urnas 1. E voto nulo o boletim de voto no qual:
uma a uma, para conferir o número de boletins de voto entrados ci) tenha sido assinalado mais de um quadrado;
em relação a cada órgão autárquico, voltando a introduzi-los
b) haja dúvidas sobre o quadrado ou a área rectangular
terminada a contagem.
assinalada;
ARTIGO 8 2 c) tenha sido assinalado o quadrado ou a área rectangular
correspondente a uma candidatura que tenha
(Suprimento de divergência na contagem)
desistido das eleições;
1. Em caso de divergência entre o número de votantes d) tenha sido feito qualquer corte, desenho ou rasura,
apurados nos termos do número 1 do artigo anterior e o
c) tenha sido escrita qualquer palavra.
número dos boletins de voto contados, prevalecerá, para
efeitos de apuramento, o segundo destes números, desde que 2. Não é considerado voto nulo o boletim de voto no qual
não seja superior ao número de eleitores inscritos. a cruz ou impressão digital, não tenha sido perfeitamente
desenhada ou colocada, ou ainda exceda os limites do quadrado
2. Verificando-se que o número de boletins de voto exis-
ou da área rectangular, quando assinale, inequivocamente,
tentes na urna é superior ao número de eleitores inscritos,
a vontade do eleitor
procede-se a conferência final com vista a detecção de votos
falsos mediante a sequência numérica dos boletins e, em SECÇÀO III
seguida, determina-se o resultado correcto. Modo de votação

ARTIGO 8 3 ARTIGO 8 7

(Contagem d o s votos) (intervenção d o s delegados d a s candidaturas)

1. Após a reabertura das urnas de votação, o presidente da 1. Concluídas as operações referidas no número anterior,
mesa da assembleia de voto manda proceder à contagem dos os delegados das candidaturas podem examinar os lotes dos
boletins de voto, separada para cada órgão autárquico e com boletins de voto separados, sem alterar a sua composição.
respeito pelas seguintes regras: 2. Se entenderem dever suscitar dúvidas ou deduzir recla-
a) o presidente abre o boletim, exibe-o e anuncia em voz mações quanto à contagem ou quanto à qualificação dada a
alta qual a candidatura votada; qualquer voto, devem as mesmas ser apresentadas ao presi-
dente da mesa da assembleia de voto.
b) o secretário da mesa ou seu substituto aponta os
votos atribuídos a cada candidato ou lista em duas 3. Caso as reclamações apresentadas não sejam atendidas
folhas separadas de papel branco ou, caso exista, pela mesa da assembleia de voto, os boletins de voto e o objecto
num quadro grande; da reclamação em causa são separados, anotados no verso
com a qualificação dada pela mesa, rubricados pelo presidente
c) o segundo escrutinador coloca em separado e por da mesa e pelo delegado de candidatura.
lotes, depois de os exibir, os votos já lidos corres-
pondentes a cada candidato ou lista, os votos em ARTIGO 8 8

branco e os votos nulos; (Destino d o s boletins de voto nulos, reclamados o u protestados)

d) o primeiro e o segundo escrutinadores procedem 1. Os boletins de voto nulos e aqueles sobre os quais haja
à contagem dos votos e o presidente da mesa reclamações ou protestos são, depois de rubricados pelo
divulga o número de votos que coube a cada can- presidente da mesa ou seu substituto, remetidos à comissão
didato ou lista. de eleições distrital ou de cidade no prazo de vinte e quatro
2. Terminada a operação a que se refere o número anterior, horas, contado a partir da hora do encerramento da votação.
o presidente da mesa procede ao confronto entre o número 2. No prazo de quarenta e oito horas, contado a partir da
de votos existentes na urna e o número de votos por cada lote. hora do encerramento da votação na respectiva assembleia
3. Logo de seguida, é afixado na assembleia de voto, em de voto, os votos referidos no número anterior devem ser
lugar de acesso ao público, edital contendo os dados do apu- entregues à comissão provincial de eleições, que por sua vez
ramento parcial. os remete à Comissão Nacional de Eleições.
ARTIGO 8 9 2. Os delegados das candidaturas podem acompanhar o trans-
(Destino d o s restantes boletins de voto) porte dos materiais referidos no número 1 do presente artigo.

1. Os restantes boletins de voto são colocados em pacotes ARTIGO 9 4

que são devidamente lacrados e confiados à guarda da comis- (Apuramento intermédio)


são de eleições distrital ou de cidade.
A comissão de eleições distrital ou de cidade centraliza os
2. Esgotado o prazo para interposição do recurso con- resultados eleitorais obtidos na totalidade das assembleias
tencioso ou decidido este definitivamente, o presidente da de voto constituídas nos limites geográficos da jurisdição
comissão referida no número anterior promove a destruição das autarquias e procede ao apuramento intermédio dos resul-
dos boletins de voto. tados eleitorais ao nível de cada autarquia.
ARTIGO 9 0
ARTIGO 9 5
(Acta d a s o p e r a ç õ e s eleitorais)
(Conteúdo do apuramento intermédio)

1. Compete ao secretário da mesa da assembleia de voto


O apuramento intermédio de votos referido no artigo
elaborar a acta das operações de votação e apuramento.
anterior consiste:
2. Da acta constam obrigatoriamente:
a) na verificação do número total de eleitores inscritos;
a) o número de inscrição no recenseamento eleitoral
b) na verificação do número total de eleitores que vota-
e o nome dos membros da mesa da assembleia de
ram e o dos que não votaram na área a que o apura-
voto e dos delegados de candidatura;
mento se reporta, com as respectivas percentagens
b) o local de funcionamento da assembleia de voto; relativamente ao número total de inscritos;
c) a hora de abertura e de encerramento da assembleia
c) na verificação do número total de votos em branco,
de voto;
de votos nulos e de votos validamente expressos,
d) as deliberações tomadas pela mesa durante as opera- com as respectivas percentagens relativamente ao
ções eleitorais; número total de votantes;
e) o número total dos eleitores inscritos, dos que votaram d) na verificação do número total de votos obtidos por
e dos que não votaram; cada candidatura, com as respectivas percentagens
f ) o número de votos obtidos por cada candidatura; relativamente ao número total de votos validamente
g) o número de votos brancos e de votos nulos; expressos.
h) o número de boletins de voto sobre os quais haja inci-
ARTIGO 9 6
dido reclamação ou protesto;
(Acta d o apuramento intermédio)
0 as divergências de contagem, se as houver, com a indi-
cação precisa das diferenças notadas; 1. Das operações do apuramento intermédio é imediata-
j) o número de reclamações e protestos apensos à acta; mente lavrada acta onde constem os resultados apurados,
1) quaisquer outras ocorrências que a mesa julgar dignas as reclamações, os protestos e os contraprotestos apresen-
de menção. tados bem como as decisões que sobre os mesmos tenham
sido tomadas.
ARTIGO 9 1
2. Um exemplar da acta do apuramento intermédio é en-
( C ó p i a s d a acta original)
viado imediatamente pelo presidente da comissão de eleições
O presidente da mesa da assembleia de voto distribui distrital ou de cidade à Comissão Nacional de Eleições
cópias da acta original do apuramento de votos referidos através da comissão provincial de eleições que também con-
no número 1 do artigo anterior devidamente assinadas e serva em seu poder uma cópia da referida acta.
carimbadas aos delegados de candidatura dos partidos polí- 3. Outro exemplar da acta é entregue ao administrador
ticos, coligações de partidos ou grupo de cidadãos eleitores do distrito que conserva sob sua guarda e responsabilidade.
proponentes.
ARTIGO 9 7
SECCAO III
( C ó p i a s d o edital e d a acta o r i g i n a i s d o apuramento
Apuramento autárquico intermédio intermédio)

ARTIGO 9 2 Aos mandatários de candidaturas de partidos políticos, coli-


(competência) gações de partidos ou grupos de cidadãos eleitores propo-
nentes, são entregues cópias do edital e da acta originais
O apuramento autárquico intermédio na área de cada autar- referidos no artigo anterior, devidamente assinadas e
quia local compete à comissão de eleições distrital ou de cidade. carimbadas.
ARTIGO 9 3
ARTIGO 9 8
( E n v i o d e material eleitoral à a s s e m b l e i a (Publicação d o s resultados do apuramento

de apuramento intermédio) intermédio)

1. No dia seguinte ao apuramento parcial, os presidentes Os resultados do apuramento intermédio são anunciados
das mesas das assembleias de voto entregam pessoalmente pelo presidente da comissão de eleições distrital ou de cidade
ou remetem pela via mais segura, contra recibo, as urnas, as no prazo máximo de setenta e duas horas, contado a partir
actas, os cadernos e demais documentos respeitantes à eleição, do encerramento da votação e são afixados em edital à porta
à comissão de eleições distrital ou de cidade através do Secre- do edifício onde funciona a comissão de eleições distrital
tariado Técnico da Administração Eleitoral. ou de cidade e do edifício da administração do distrito.
SECCAO III 2 Hm seguida é elaborado o edital contendo os dados do
Apuramento geral apuramento geral que é afixado no edifício da Comissão Na-
cional de Eleições, em lugar de acesso ao público
ARTIGO 9 9

(Competência) ARTIGO 105

(Mapa d o s resultados gerais d a s eleições)


O apuramento geral da ele
local e a proclamação dos candidatos eleitos competem à A Comissão Nacional de Eleições elabora um mapa final
Comissão Nacional de Eleições. dos resultados das eleições, remetendo-o, em acta, ao Conselho
Constitucional, no prazo de cinco dias.
ARTIGO 100
ARTIGO 106
(Conferência de mesas)
( C ó p i a s d o edital e d a acta d e a p u r a m e n t o geral)
1 A Comissão Nacional de Eleições procede a confrontação
Aos candidatos e aos mandatários de cada lista proposta
das mesas das assembleias de voto constantes das actas e editais à eleição é passada pela Comissão Nacional de Eleições, uma
elaboradas pela comissão de eleições distrital ou de cidade da cópia do edital e da acta de apuramento geral. Estas cópias
área de jurisdição da autarquia, com base em dados relativos ao podem também ser passadas a qualquer partido político, ainda
universo geral das assembleias de voto para a confirmação da que não tenha apresentado candidatos, se o requerer Igual
sua existência legal. tratamento será observado em relação ao núcleo de observa-
2 Em caso de dúvida quanto a existência de alguma mesa dores e jornalistas
procede-se a averiguação para apuramento da verdade. ARTIGO 107
3 Havendo ilegalidade, os dados apurados nessa mesa são (Proclamação, validação e divulgação d o s resultados)
declarados nulos e sem nenhum efeito.
1. Os resultados do apuramento geral são proclamados e
ARITIO 101 validados pelo Conselho Constitucional, de seguida afixados
(Elementos d e a p u r a m e n t o geral) por meio de edital à porta do edifício da sua sede, da Comissão
Nacional de Eleições, do Secretariado Técnico da Adminis-
1 O apuramento geral é realizado com base nas actas e edi- tração Eleitoral e nos lugares de estilo .
tais das operações das assembleias de voto, nos cadernos elei-
torais e demais documentos que os acompanham 2. A divulgação dos resultados do apuramento geral deve
ter lugar até quinze dias após o acto eleitoral.
2 A falta de elementos de algumas assembleias de voto não
impede o apuramento, que deve miciar-se com base nos elemen- ARTIGO 108

tos já recebidos, marcando o presidente da comissão de eleições (Publicação dos resultados gerais das eleições)

do nível respectivo nova reunião dentro das vinte e quatro horas Após a proclamação e validação dos resultados gerais das
seguintes, para se concluir os trabalhos, tomando, entretanto, as eleições, o Conselho Constitucional manda publicar, na 1.a série
providências necessárias para que a falta seja suprida. do Boletim da República, no prazo de cinco dias, dando a
ARTIGO 102
conhecer os seguintes dados:
(Operações preliminares) a) número dos eleitores inscritos, por autarquia local;
b) número de votantes e de abstenções, por autarquia local;
No início dos trabalhos a Comissão Nacional de Eleições
c) número de votos em branco e votos nulos, por autarquia
decide sobre os boletins de voto em relação aos quais tenha
local;
havido reclamação ou protesto, verifica os boletins considera-
dos nulos e reaprecia-os segundo um critério uniforme, podendo d) número, com a respectiva percentagem, de votos atri-
desta operação resultar a correcção da centralização ou do apura- buídos a cada candidatura relativamente aos dois
mento feito em cada comissão de eleições distrital ou de cidade, órgãos autárquicos ;
sem prejuízo do disposto em matéria de recurso contencioso e) número de mandatos atribuídos a cada candidatura rela-
tivamente aos dois órgãos autárquicos;
ARTIGO 103
f ) nomes dos eleitos bem como dos suplentes das diversas
( O p e r a ç õ e s de a p u r a m e n t o geral) listas relativamente aos dois órgãos autárquicos
O apuramento geral consiste:
TÍTULO III
a) na verificação do número total de eleitores inscri-
tos, votantes e de abstenções, na área da respectiva Eleição do Presidente do Conselho
autarquia local; Municipal ou de Povoação
b) na verificação do número total de votos obtidos por
CAPÍTULO I
cada lista, do número de votos em branco e do
número de votos nulos; Organização eleitoral
c) na distribuição dos mandatos pelas diversas listas; ARTIGO 109
d) na determinação dos candidatos eleitos por cada lista. (Mandato)

ARTIGO 104 O presidente do conselho municipal ou de povoação é eleito


(Acta d o a p u r a m e n t o geral) para um mandato de cinco anos.
ARTIGO 110
1. Do apuramento geral é imediatamente lavrada acta, devida-
mente assinada, da qual constam os resultados das respectivas (Princípio electivo)

operações, as reclamações, protestos e contra-protestos apre- O presidente do conselho municipal ou de povoação é eleito
sentados e as decisões que sobre eles tenham sido tomadas. através de sufrágio universal, directo, igual, secreto e pessoal.
ARTIGO III CAPÍTULO III
(Lista uninominal)
Regime da eleição
O presidente do conselho municipal ou de povoação apre-
ARTIGO 1 1 5
senta-se ao eleitorado em lista uninominal.
(Eleição à primeira volta)
C A P Í T U L O II
É logo eleito o candidato que obtiver mais de metade dos
Candidaturas
votos validamente expressos, não se contando os votos em
ARTIGO 1 1 2 branco, os nulos e as abstenções.
(Poder de apresentação de candidaturas)
ARTIGO 1 1 6

1. As candidaturas ao cargo de presidente do conselho muni- ( N e c e s s i d a d e d e u m a s e g u n d a volta)


cipal ou de povoação podem ser apresentadas:
1. Se nenhum dos candidatos obtiver essa maioria, procede-se
a) pelos órgãos dos partidos políticos ou coligações
a um segundo escrutínio, ao qual concorrerão apenas os dois
de partidos políticos estatutariamente competentes,
candidatos mais votados na primeira volta.
apoiados por 1% de assinaturas relativamente
ao universo de cidadãos eleitores recenseados 2. No segundo escrutínio, considera-se eleito o candidato
na respectiva autarquia; que obtiver o maior número de votos validamente expressos.
b) por grupos de cidadãos eleitores, inscritos na área da ARTIGO 1 1 7
respectiva autarquia local, com um mínimo de 1%
(Empate)
de assinaturas relativamente ao universo de cida-
dãos eleitores recenseados. Em caso de empate entre candidatos que devam passar à
2. Nenhum partido político, coligação de partidos ou grupo segunda volta, o Conselho de Ministros, sob proposta da Comis-
de cidadãos eleitores proponentes pode apresentar mais de uma são Nacional de Eleições, marca nova votação, à qual con-
lista à eleição de cada órgão da autarquia local. correrão apenas os candidatos empatados.
3. As assinaturas serão apresentadas em papel próprio con- CAPÍTULO IV
forme modelo previamente depositado no Secretariado Técnico
da Administração Eleitoral respectivo. Segunda volta
ARTIGO 1 1 8
ARTIGO 1 1 3
(Marcação)
(Desistência d o s candidatos)

1. Qualquer candidato pode desistir da candidatura, até A data da segunda volta é marcada pelo Conselho de Minis-
dez dias antes da data do acto eleitoral, mediante declaração tros, sob proposta da Comissão Nacional de Eleições.
escrita, com a assinatura notarialmente reconhecida, entregue
ARTIGO 1 1 9
à Comissão Nacional de Eleições.
(Data)
2. Verificada a regularidade da declaração de desistência, a
Comissão Nacional de Eleições manda imediatamente afixar A segunda volta tem lugar até trinta dias após a publicação
cópia à porta da sua sede, fazendo-o publicitar pelos meios dos resultados eleitorais.
da comuniação social disponíveis.
ARTIGO 1 2 0
ARTIGO 1 1 4
(Morte ou incapacidade de u m d o s candidatos)
(Morte o u incapacidade d o s candidatos)
1. Em caso de morte ou de incapacidade de um dos dois
1. Em caso de morte de qualquer candidato ou da ocorrência
candidatos mais votados, a Comissão Nacional de Eleições
de qualquer circunstância que determine a incapacidade do
convoca, sucessivamente e pela ordem de votação, os restantes
candidato para continuar a concorrer à eleição autárquica,
candidatos, até cinco dias depois da publicação do apuramento
o facto deve ser comunicado ao Secretariado Técnico da Admi-
do primeiro escrutínio, para que declarem expressamente a
nistração Eleitoral, no prazo de um dia, com a indicação da
sua vontade de concorrer ou não à eleição referente ao segundo
intenção de substituição ou não do candidato, sem prejuízo
sufrágio.
do normal andamento da campanha eleitoral, devendo aquele
órgão eleitoral fazer a sua adequada publicitação. 2. Encontrados os dois candidatos que concorram ao
segundo sufrágio, nos termos estabelecidos pelo número
2. Sempre que haja a intenção de substituir o candidato, o
antecedente, a Comissão Nacional de Eleições manda afixar,
Secretariado Técnico da Administração Eleitoral concede um
imediatamente, edital à porta da sua sede e comunica o facto
prazo de três dias para a apresentação de nova candidatura
ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral e ao Con-
e comunica o facto à Comissão Nacional de Eleições e esta ao
selho de Ministros, assegurando a sua publicação na 1a série
Conselho de Ministros para os efeitos do previsto no número 4
do Boletim da República, até dez dias depois da publicação
do presente artigo.
do apuramento da primeira votação.
3. A Comissão Nacional de Eleições tem dois dias para
3. Não se verificando o previsto nos números anteriores
apreciar e decidir da aceitação da candidatura de substituição.
do presente artigo, o segundo sufrágio não terá lugar, sendo
4. O Conselho de Ministros, sob proposta da Comissão Na- eleito o único candidato existente.
cional de Eleições, marca uma nova data para a eleição autár-
ARTIGO 1 2 1
quica não excedendo o período de trinta dias, contados da data
inicialmente prevista para a votação. ( C a m p a n h a eleitoral)

5. Não havendo intenção de substituir a candidatura, as A campanha eleitoral da segunda volta tem a duração de
eleições têm lugar na data anteriormente fixada. dez dias e termina um dia antes do dia das eleições.
ARTIGO 122 ARTIGO 127

(Substituição de candidatos)
(Votação e apuramento)

Ao segundo escrutínio aplicam-se, com as devidas adapta- 1 Pode haver lugar à substituição de candidatos, até vinte
ções, as disposições que regulam a votação e o apuramento. dias antes do acto eleitoral, apenas nos seguintes casos:
a) posterior rejeição de candidato por inelegibilidade
TÍTULO IV superveniente;

Eleição dos membros da assembleia b) morte ou doença de que resulte incapacidade física ou
psíquica do candidato;
municipal e de povoação
CAPÍTULO 1 2. E necessária a publicitação da nova lista de candidatura
Organização eleitoral alterada.
ARTIGO 128
ARTIGO 123
( D e s i s t ê n c i a d e lista e d e c a n d i d a t o s )
(Mandato)
1. E permitida a desistência de candidatura até cinco dias
O mandato dos membros das assembleias municipais antes da data do acto eleitoral.
e de povoação é de cinco anos.
2. A declaração de desistência, a apresentar à Comissão
ARTIGO 124 Nacional de Eleições, é subscrita pelo respectivo mandatário.
( N ú m e r o d e m e m b r o s a eleger) 3. E também lícita a desistência de qualquer candidato atra-
vés de declaração, por ele assinada e notarialmente reconhe-
O número de membros a eleger por cada autarquia local
cida, entregue à Comissão Nacional de Eleições, dentro
é divulgado pela Comissão Nacional de Eleições, mediante
daquele mesmo prazo.
edital e nos órgãos de comunicação social, com a antecedência
mínima de trinta dias da data do acto eleitoral. CAPÍTULO III

C A P Í T U L O II
Organização das listas
ARTIGO 129
Candidaturas
(Listas plurlnominais fechadas)
ARTIGO 125
1. Os membros da assembleia municipal são eleitos em lista,
(Poder de apresentação de candidaturas)
plurinominais.
Podem apresentar candidaturas à eleição da assembleia mu- 2. Não é permitida a transferência de candidatos entre listas
nicipal os partidos políticos, as coligações de partidos e grupos ou a alteração da respectiva posição relativa.
de cidadãos eleitores, inscritos na área da respectiva autarquia
ARTIGO 130
local, em número não inferior a 1 % do universo dos cidadãos
(Candidatos efectivos e suplentes)
eleitores inscritos.
1. As listas propostas à eleição dos membros à assem-
ARTIGO 126
bleia municipal ou de povoação devem conter a indicação dr
( C o l i g a ç õ e s d e partidos políticos para fins eleitorais) candidatos efectivos em número igual ao número dos man-
1. E permitido a dois ou mais partidos políticos apresen- datos a preencher.
tarem conjuntamente uma lista única à eleição da assembleia 2. As listas propostas à eleição da assembleia municipal ou
municipal ou de povoação, desde que tal coligação, depois de de povoação devem conter, pelo menos, metade de candidatos
autorizada pelos órgãos competentes dos partidos, seja anun- suplentes.
ciada publicamente até ao início do período de apresentação
ARTIGO 131
de candidaturas.
( O r d e n a ç ã o n a s listas)
2. As coligações de partidos políticos para fins eleito-
rais constituem-se nos termos previstos na Lei n.° 7/91, de 23 Os candidatos de cada lista consideram-se ordenados segundo
de Janeiro. a sequência constante da respectiva declaração de candidatura.

3. Os partidos políticos que realizem convénios de coli- ARTIGO 132

gação para fins eleitorais devem comunicar o facto, mediante (Distribuição de m a n d a t o s dentro d a s listas)

a apresentação da prova bastante à Comissão Nacional de Os mandatos dentro das listas são atribuídos segundo a
Eleições ate à apresentação efectiva das candidaturas, em docu- ordem de precedência delas constante.
mento assinado conjuntamente pelos órgãos competentes
ARTIGO 133
dos respectivos partidos políticos.
(Incompatibilidade e morte ou impedimento)
4. A comunicação prevista no número anterior deve conter:
a) a definição do âmbito da coligação; 1. A existência de incompatibilidade entre a função desem-
penhada pelo candidato e o exercício do cargo de membro da
h) a indicação da denominação, sigla e símbolos da coli- assembleia municipal ou de povoação não impede a atribuição
gação; do mandato.
c) a designação dos titulares dos órgãos de direcção ou 2. Em caso de morte ou doença que determine a impossibi-
de coordenação da coligação; lidade física ou mental do candidato, o mandato é atribuído
cl) o documento comprovativo da aprovação do convénio ao candidato imediatamente a seguir, de acordo com a ordem
da coligação. de precedência mencionada.
3. Não há lugar ao preenchimento de vaga ocorrida na assem- ARTIGO 1 3 8
bleia municipal ou de povoação no caso de já não existirem (Recurso ao Conselho Constitucional)
candidatos efectivos ou suplentes da lista a que pertencia o
titular do mandato vago. 1. Das deliberações tomadas pela Comissão Nacional
de Eleições sobre reclamações apresentadas cabe recurso a
CAPÍTULO IV
interpor junto do Conselho Constitucional.
Regime da eleição 2. O recurso é interposto no prazo de três dias a contar
ARTIGO 1 3 4 da comunicação da deliberação da Comissão Nacional de
(Princípio electivo) Eleições sobre a reclamação apresentada.
Os membros da assembleia municipal ou de povoação são 3. No prazo de cinco dias, o Conselho Constitucional julga
eleitos com base no sufrágio universal, directo, igual, secreto definitivamente o recurso, comunicando imediatamente a deci-
e pessoal. são a todos os interessados, incluindo os órgãos eleitorais.

ARTIGO 1 3 5 ARTIGO 1 3 9

(Voto s i n g u l a r d e lista) (Nulidade d a s eleições)

Cada cidadão eleitor dispõe de um voto singular de lista. 1. A votação em qualquer assembleia de voto e a votação
em toda a área da autarquia local só são julgadas nulas desde
ARTIGO 1 3 6
que se hajam verificado ilegalidades que possam influir no
(Conversão dos votos em mandatos)
resultado geral da eleição referente a cada órgão autárquico.
A conversão dos votos em mandatos faz-se através do mé- 2. Declarada nula a eleição de uma ou mais assembleias de
todo da representação proporcional, segundo a variante de voto, os actos eleitorais correspondentes são repetidos até
Hondt, obedecendo às seguintes regras: ao segundo domingo posterior à decisão, em data a fixar pelo
a) apura-se em separado o número de votos recebidos Conselho de Ministros, sob proposta da Comissão Nacional
por cada candidatura no colégio eleitoral respectivo; de Eleições.
b) o número de votos apurado por cada candidatura é C A P Í T U L O II
dividido sucessivamente por 1, 2, 3, 4, 5, etc., sendo
seguidamente alinhados os quocientes pela ordem Ilícito eleitoral
decrescente da sua grandeza, numa série de tantos SECÇÃO 1
termos quantos os mandatos atribuídos ao colégio Disposições gerais
eleitoral respectivo;
ARTIGO 140
c) os mandatos pertencem às candidaturas a que corres-
pondem os termos da série estabelecida pela regra (Concorrência c o m crimes mais graves
e responsabilidade disciplinar)
anterior, recebendo cada uma das candidaturas tantos
mandatos quantos são os seus termos na série; 1. As sanções cominadas nesta Lei não excluem a aplicação
d) no caso de restar um só mandato para distribuir e de os de outras mais graves pela prática de qualquer crime previsto
termos seguintes das séries serem iguais e de can- na lei penal geral.
didaturas diferentes, o mandato cabe à candidatura 2. As infracções previstas nesta Lei constituem também
que tiver obtido menor número de votos. faltas disciplinares quando cometidas por agentes sujeitos
a essa responsabilidade.
TÍTULO V
ARTIGO 1 4 1
Contencioso e ilícito eleitoral
(Circunstâncias agravantes especiais)

CAPÍTULO I
Para além das previstas na lei penal geral, constituem circuns-
Contencioso eleitoral tâncias agravantes especiais do ilícito eleitoral penal:
ARTIGO 1 3 7
a) o facto de a infracção influir no resultado da votação;
(Reclamação para a C o m i s s ã o Nacional de Eleições b) o facto de os seus agentes fazerem parte dos órgãos
d o p r o c e s s o eleitoral) eleitorais;
1. As irregularidades ocorridas no decurso da votação e no c) o facto de o agente ser candidato, delegado de candi-
apuramento parcial e geral podem ser apreciadas em reclamação datura ou mandatário de lista.
apresentada à Comissão Nacional de Eleições, desde que hajam ARTIGO 1 4 2
sido objecto de reclamação ou protesto apresentados no acto
( P u n i ç ã o d a tentativa d e c r i m e e d o crime frustrado)
em que se verificaram, quando delas se teve conhecimento.
2. Da decisão sobre a reclamação ou protesto podem recorrer, A tentativa de crime e o crime frustrado são punidos da
além do apresentante da reclamação, protesto ou contrapro- mesma forma que o crime consumado.
testo, os candidatos, os seus mandatários e os partidos políticos ARTIGO 1 4 3
que, na circunscrição distrital, concorrem à eleição. (Não suspensão ou substituição das penas)

3. Caso se trate de recurso contencioso sobre o apuramento As penas aplicadas por infracções eleitorais dolosas não
geral, a Comissão Nacional de Eleições ou os seus órgãos de podem ser suspensas nem substituídas por qualquer outra.
apoio, devem facultar toda a documentação necessária a ser
exigida pelo recorrente para efeitos de formulação da sua petição. ARTIGO 1 4 4

4. A reclamação é apresentada no prazo de dois dias, a contar ( S u s p e n s ã o d e direitos políticos)

da afixação do edital que publicita os resultados eleitorais. A condenação em pena de prisão por infracção eleitoral
5. A Comissão Nacional de Eleições delibera sobre a recla- dolosa prevista na presente lei é acompanhada de condenação
mação, no prazo de três dias. em igual período, de suspensão de direitos políticos.
ARTIGO 145 ARTIGO 153

(Revelação ou divulgação de resultados de sondagens)


(Prescrição)

Aquele que fizer a divulgação dos resultados de sondagens


O procedimento criminal por infracção relativa às opera-
ou de inquéritos relativos à opinião dos eleitores quanto aos
ções eleitorais prescreve no prazo de um ano a contar da data
concorrentes às eleições dos órgãos das autarquias locais no
da eleição.
período de sete dias, antes da votação até a divulgação dos
S E C Ç Ã O II resultados eleitorais é punido com prisão até um ano e multa
Infracções relativas à apresentação de candidaturas de um a cinco salários mínimos nacionais.
ARTIGO 154
ARTIGO 146
( V i o l a ç ã o d a c a p a c i d a d e eleitoral activa)
(Candidatura d e c i d a d ã o inelegível)

Aquele que, não tendo capacidade eleitoral passiva, dolosa- 1. Aquele que, não possuindo capacidade eleitoral activa,
se apresentar a votar é punido com a pena de multa de meio
mente aceitar a sua candidatura é punido com a pena de prisão
a um salário mínimo nacional.
de seis meses a dois anos e multa de um a dois salários mí-
nimos nacionais. 2. A pena de prisão até um ano e multa de um a dois salários
mínimos nacionais é imposta ao cidadão que, não possuindo
ARTIGO 147 capacidade eleitoral activa, consiga exercer o direito de voto.
(Candidatura plúrima) 3. Se, para exercer aquele direito, utilizar fraudulentamente
identidade de outro cidadão regularmente recenseado, a pena
Aquele que, intencionalmente, subscrever mais do que uma
de prisão prevista no número anterior pode ir até dezoito
lista de candidatos à assembleia municipal ou de povoação a
meses e multa de dois a três salários mínimos nacionais.
presidente do conselho municipal ou de povoação é punido com
a pena de multa de dois a cinco salários mínimos nacionais. ARTIGO 155

SECÇÃO III ( A d m i s s ã o o u e x c l u s ã o abusiva d o voto)

Infracções relativas à campanha eleitoral Aquele que concorrer para que seja admitido a votar quem
não tem esse direito ou para a exclusão de quem o tiver e, bem
ARTIGO 148
assim, quem atestar falsamente uma impossibilidade de exercício
(Violação d o dever de neutralidade e imparcialidade) do direito de voto é punido com a pena de prisão até dezoito
meses e multa de dois a três salários mínimos nacionais.
Todo aquele que violar o dever de neutralidade e imparcia-
lidade perante as candidaturas é punido com a pena de prisão até ARTIGO 156
um ano e multa de um a dois salários mínimos nacionais. (Impedimento de sufrágio)

ARTIGO 149
O agente de autoridade que dolosamente, no dia das eleições,
(Utilização indevida d e d e n o m i n a ç ã o , sigla o u s í m b o l o ) sob qualquer pretexto, impedir qualquer eleitor de exercer o seu
direito de voto é punido com a pena de prisão até doze meses
Aquele que, durante a campanha eleitoral, utilizar a deno-
e multa de um a dois salários mínimos nacionais.
minação, a sigla ou símbolo de um partido político, coligações
de partidos ou grupos de cidadãos eleitores proponentes com ARTIGO 157

intuito de os prejudicar ou injuriar é punido com a pena de prisão (Voto plúrimo)


até um ano e multa de meio a um salário mínimo nacional.
Aquele que votar ou permitir dolosamente que se vote mais
ARTIGO 150 de uma vez é punido com a pena de prisão de seis meses a
( V i o l a ç ã o d a liberdade d e reunião eleitoral) dois anos e multa de um a dois salários mínimos nacionais.

Aquele que impedir a realização ou o prosseguimento ARTIGO 158

de reunião, comício, cortejo ou desfile de propaganda eleitoral ( M a n d a t á r i o infiel)


é punido com a pena de prisão de seis meses a um ano e multa
Aquele que acompanhar um cego ou portador de outra
de um a dois salários mínimos nacionais.
deficiência a votar e dolosamente exprimir infielmente a sua
ARTIGO 151 vontade é punido com a pena de prisão de seis meses a dois
( D e s v i o d e material d e p r o p a g a n d a eleitoral) anos e multa de três a quatro salários mínimos nacionais.

Aquele que desviar, retiver ou não entregar ao destina- ARTIGO 159

tário circulares, cartazes ou papéis de propaganda eleitoral (Violação d o s e g r e d o de voto)


de qualquer lista é punido com a pena de prisão até um ano
1. Aquele que, na assembleia de voto ou nas suas imedia-
e multa de meio a um salário mínimo nacional
ções até mil metros, usar de coacção ou artifício de qualquer
ARTIGO 152 natureza ou se servir do seu ascendente sobre o eleitor para obter
(Propaganda depois de encerrada a campanha eleitoral)
a revelação do voto é punido com a pena de prisão até seis meses.
2. Aquele que, na assembleia de voto ou nas suas imediações
1. Aquele que, no dia das eleições ou no dia anterior, fizer pro-
até mil metros, revelar em que lista vai votar ou votou é punido
paganda eleitoral por qualquer meio é punido com a pena de prisão com a multa de meio a um salário mínimo nacional.
até seis meses e multa de meio a um salário mínimo nacional.
ARTIGO 160
2. Aquele que, no dia das eleições, fizer propaganda nas
( C o a c ç ã o e artifício f r a u d u l e n t o s o b r e o eleitor)
assembleias de voto ou nas suas imediações até trezentos
metros é punido com a pena de prisão até um ano e multa de 1. Aquele que, por meio de violência ou ameaça de violência
mero a um salário mínimo nácional. sobre qualquer eleitor, usar de artifícios fraudulentos para
constranger ou induzir a votar em determinado candidato, ou eleitor que não votou, que troque na leitura dos boletins de
a abster-se de votar é punido com a pena de prisão de seis meses voto a lista votada, que diminua ou adicione votos a uma lista
a dois anos e multa de um a dois salários mínimos nacionais. no apuramento de votos ou que, por qualquer forma, falseie
2. A mesma pena é aplicada àquele que, com a conduta prevista o resultado da eleição é punido com a pena de prisão de um
no número anterior, visar obter a desistência de algum candidato. a dois anos e multa de um a dois salários mínimos nacionais.
3. A pena prevista nos números anteriores é agravada, nos ARTIGO 1 6 6
termos da lei penal geral em vigor, se a ameaça for praticada
( O p o s i ç ã o a o exercício d o s direitos d o s d e l e g a d o s
com o uso de arma ou a violência for exercida por duas ou das candidaturas)
mais pessoas.
1. Aquele que impeça a entrada ou saida de delegados das
4. Se a mesma infracção for cometida por cidadão investido
candidaturas nas assembleias de voto ou que, por qualquer
de poder público, funcionário ou agente do Estado, agente de
forma, se oponha a que eles exerçam os poderes que lhes são
outra pessoa colectiva pública, ministro de qualquer culto ou
seita é punida com a pena de prisão de seis meses a dois anos reconhecidos pela presente lei é punido com a pena prisão
e multa de um a três salários mínimos nacionais. até seis meses.
2. Tratando-se de presidente da mesa, a pena de prisão não
ARTIGO 1 6 1
será, em qualquer caso, inferior a um ano.
(Despedimento ou ameaça de despedimento)
ARTIGO 1 6 7
Aquele que despedir ou ameaçar despedir algum cidadão ( R e c u s a de receber reclamação, protestos e contra-protestos)
do seu emprego, impedir ou ameaçar impedir alguém de obter
emprego, aplicar qualquer outra sanção para o forçar a votar O presidente da mesa da assembleia de voto que injus-
ou a não votar, porque votou ou não votou em certa candidatura tificadamente se recusar a receber reclamações, protestos ou
ou porque se absteve de votar ou de participar na campanha elei- contra-protestos é punido com a pena de prisão até seis meses
toral é punido com a pena de prisão de seis meses a dois e multa de um a dois salários mínimos nacionais.
anos e multa de dois a cinco salários mínimos nacionais.
ARTIGO 1 6 8
ARTIGO 1 6 2
(Perturbação d a s a s s e m b l e i a s d e voto)
( C o r r u p ç ã o eleitoral)
1. Aquele que perturbar o normal funcionamento das assem-
Aquele que, para persuadir alguém a votar ou a deixar de bleias de voto com insultos, ameaças ou actos de violência,
votar em determinada lista, oferecer, prometer ou conceder originando tumulto é punido com a pena de prisão até seis
emprego público ou privado, outra coisa ou vantagem a um ou meses e multa de um a dois salários mínimos nacionais.
mais eleitores ou, por acordo com estes, a uma terceira pessoa,
2. Aquele que, durante as operações eleitorais, se introduza
mesmo quando a coisa ou vantagem utilizadas, prometidas ou
nas assembleias de voto sem ter direito a fazê-lo e se recusar
conseguidas, forem dissimuladas a título de indemnização
pecuniária dada ao eleitor para despesas de viagem, de estada a sair, depois de intimado pelo respectivo presidente é punido
ou de pagamento de alimentos, bebidas ou a pretexto de des- com a pena de prisão até seis meses e multa de dois a três
pesas com a campanha eleitoral é punido com a pena de prisão salários mínimos nacionais.
de seis meses a dois anos e multa de um a dois salários mí- 3. Aquele que se introduza armado nas assembleias de voto
nimos nacionais. fica sujeito a imediata apreensão da arma e é punido com pena
de prisão até dois anos e multa de um a dois salários mí-
ARTIGO 163
nimos nacionais.
(Não exibição da urna)
ARTIGO 1 6 9

1. O presidente da mesa da assembleia de voto que dolosa- (Obstrução d o s candidatos, mandatários e representantes
mente não exibir a urna perante os eleitores no acto da abertura d a s candidaturas)
da votação é punido com a pena de prisão até seis meses e multa
O candidato, mandatário, representante ou delegado de can-
de meio a um salário mínimo nacional.
didatura que perturbar o funcionamento regular das operações
2. Quando se verificar que na urna não exibida se encon- eleitorais é punido com pena de prisão até um ano e multa de meio
travam boletins de voto, a pena de prisão será até dois anos a dois salários mínimos nacionais.
e multa de um a dois salários mínimos nacionais, sem prejuízo
da aplicação do disposto no artigo seguinte. ARTIGO 1 7 0

( N ã o cumprimento d o dever de participação


ARTIGO 1 6 4
n o p r o c e s s o eleitoral)
(Introdução de boletins de voto na urna e desvio desta
o u de boletins de voto) Todo aquele que for designado para fazer parte da mesa de
Aquele que, fraudulentamente, depositar boletins de voto na assembleia de voto e, sem motivo justificativo, não realizar
urna antes ou depois do início da votação, se apoderar da urna ou abandonar essas funções é punido com multa de um a dois
com boletins de voto nela recolhidos mas ainda não apurados salários mínimos nacionais.
ou se apoderar de um boletim de voto em qualquer momento, ARTIGO 1 7 1
desde a abertura da assembleia de voto até ao apuramento
(Falsificação d o s d o c u m e n t o s relativos à eleição)
geral da eleição é punido com a pena de prisão de seis meses
a dois anos e multa de um a três salários mínimos nacionais. Aquele que, de alguma forma com dolo, vicie, substitua,
suprima, destrua ou altere os cadernos eleitorais, os boletins de
ARTIGO 1 6 5
voto, as actas das assembleias de voto ou quaisquer outros
(Fraudes n o s boletins d e voto)
documentos respeitantes à eleição é punido com a pena de dois
O membro da mesa da assembleia de voto que dolosamente a oito anos de prisão maior e muita de vinte a cinquenta salários
aponha ou permita que se aponha indicação de confirmação em mínimos nacionais.
ARTIGO 172

( R e c l a m a ç ã o e r e c u r s o d e m á fé)

Todo aquele que, com má fé, apresentar reclamações, recur- Havendo necessidade de introduzir alterações legislativas
sos, protestos ou contra-protestos, ou que impugne as decisões
com o fim de garantir uma legislação eleitoral consensual, que
dos órgãos através de recursos infundados é punido com a pena
aperfeiçoe a organização, coordenação, execução, condução,
de multa de dois a três salários mínimos nacionais.
direcção, supervisão dos recenseamentos, dos actos eleito-
ARTIGO 173 rais e dos referendos, nos termos do artigo 107 e do n.° 1
( N ã o c o m p a r ê n c i a d a força policial) do artigo 135 da Constituição, a Assembleia da República
Se, para garantir o regular decurso da operação de votação, determina:
for competentemente requisitada uma força policial e esta não
CAPÍTULO I
comparecer e não for apresentada justificação idónea no prazo de
vinte e quatro horas, o comandante da mesma é punido com a pena Disposições gerais
de prisão até seis meses e multa de um a dois salários mínimos
ARTIGO I
nacionais.
(Criação)
TITULO VI
Disposições finais e transitórias 1. E criada a Comissão Nacional de Eleições, abreviadamente
designada por CNE.
ARTIGO 174
2 As funções, competências, organização e funcionamento
(Observação d a s eleições)
da Comissão Nacional de Eleições são fixados na presente
Os actos referentes ao sufrágio eleitoral podem ser objecto Lei.
de observação por entidades nacionais e ou internacionais nos
termos a regulamentar pela Comissão Nacional de Eleições. ARTIGO 2

ARTIGO 175 (Definição)

(Isenções na e m i s s ã o de certidões)
A Comissão Nacional de Eleições é um órgão do Estado,
São isentos de quaisquer impostos, taxas, emolumentos independente, responsável pela direcção e supervisão dos
e outros encargos os documentos destinados ao cumprimento recenseamentos, dos actos eleitorais e dos referendos.
do preceituado nesta Lei.
ARTIGO 3
ARTIGO 176

( C o n s e r v a ç ã o d e d o c u m e n t a ç ã o eleitoral) (Natureza)

1. A documentação relativa à apresentação de candidaturas A Comissão Nacional de Eleições é um órgão independente


é conservada pelo Secretariado Técnico da Administação Elei- de todos os poderes públicos e no exercício das suas funções
toral durante o período de cinco anos a contar da investidura deve obediência apenas à Constituição e às leis.
dos órgãos eleitos, após o que um exemplar da referida documen-
tação é transferido para o Arquivo Histórico de Moçambique. ARTIGO 4

2. Toda a outra documentação dos processos eleitorais será (Composição)

conservada pelo Secretariado Técnico da Administração Elei-


1. A Comissão Nacional de Eleições é composta por deza-
toral nos termos da lei.
nove membros, sendo um presidente, dois vice-presidentes
ARTIGO 177
e dezasseis vogais.
(Investidura d o s ó r g ã o s eleitos)
2 Podem ser membros da Comissão Nacional de Eleições
A investidura dos órgãos eleitos tem lugar: cidadãos moçambicanos, maiores de vinte e cinco anos de
a) até vinte dias depois da proclamação dos resultados idade e de reconhecido mérito moral e profissional, para exercer
gerais das eleições, para o presidente do conselho as suas funções com idoneidade, independência, objectividade,
municipal ou de povoação; imparcialidade, competência e zelo.
h) até quinze dias depois da proclamação dos resultados
ARTIGO 5
gerais das eleições, para a assembleia municipal ou
de povoação. (Designação)

ARTIGO 178 1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições, respei-


(Revogação) tando o disposto no n.° 2 do artigo 4, são designados da
E revogada toda a legislação que contrarie o disposto na seguinte forma:
presente Lei. a) um presidente, por proposta da sociedade civil;
ARTIGO 179 b) dezoito membros a serem apresentados pelos partidos
(Entrada em vigor) políticos ou coligações de partidos com assento na
Assembleia da República, de acordo com o princípio
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.
da representatividade parlamentar.
Aprovada pela Assembleia da República em 20 de Setembro
2. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições é
de 2002.
nomeado e empossado pelo Presidente da República, de entre
O Presidente da Assembleia da República , Eduardo Joaquim os candidatos propostos pela sociedade civil e eleito pela
Mulúmbwè. Comissão Nacional de Eleições.
Promulgada em 10 de Outubro de 2002. 3. As propostas de candidatura à eleição do presidente da
Publique-se. Comissão Nacional de Eleições são apresentadas pelas
O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO C H I S S A N O . organizações da sociedade civil, legalmente constituídas.
4. As propostas de candidaturas são endereçadas à Comissão k) aprovar os termos de adjudicação de material elei-
Nacional de Eleições no prazo de dez dias a contar da data da toral, de viaturas e outros meios de transporte
publicação do anúncio nos órgãos de comunicação social. e equipamento;
5. A verificação dos requisitos dos candidatos é feita pelos /) aprovar o código de conduta para os candidatos, par-
membros eleitos nos termos da alínea b) do n.° 1 do presente tidos políticos, coligações de partidos ou grupos
artigo, com vista a selecção de três. de cidadãos eleitores concorrentes às eleições;
m) aprovar o código de conduta para os agentes da lei
6. O presidente da Comissão Nacional de Eleições é eleito:
e ordem durante o processo eleitoral;
a) por consenso; n) aprovar o regulamento sobre a utilização de lugares
b) não havendo consenso é eleito por maioria de votos e edifícios públicos a ser utilizados pelos candida-
dos membros efectivos, por escrutínio secreto. tos, partidos políticos, coligações de partidos
ou grupo de cidadãos eleitores concorrentes às
ARTIGO 6
eleições;
(Elemento designado pelo Governo)
o) aprovar o regulamento do Secretariado Técnico da
1. O Governo designa um elemento com assento perma- Administração Eleitoral que fixa as atribuições
nente nas sessões plenárias da Comissão Nacional de Eleições, e competências das direcções, departamentos e
com direito ao uso da palavra, sem direito a voto. gabinetes, bem como a estrutura a implantar a
2. Para cada comissão de eleições provincial, distrital ou nível provincial, distrital ou de cidade;
de cidade, o Governo designa um elemento com assento p) proceder ao sorteio das candidaturas às eleições
permanente nas sessões plenárias da respectiva comissão, presidenciais, legislativas e autárquicas, com vista
com direito ao uso da palavra, sem direito a voto. ao seu ordenamento nos boletins de voto;
q) aprovar os regulamentos, as instruções e directivas
C A P Í T U L O II respeitantes à condução do recenseamento elei-
Competências toral, do processo eleitoral e referendos, que são
publicados na 1.° série do Boletim da República;
ARTIGO 7 r) distribuir os tempos de antena na rádio e na televisão
(Competências gerais) do sector público, pelas diversas candidaturas nas
eleições presidenciais, legislativas e autárquicas,
1. Compete à Comissão Nacional de Eleições:
com igualdade de direito e sem discriminação;
a) garantir que os recenseamentos, processos eleitorais s) garantir que as autoridades competentes criem as con-
e referendos, se organizem e se desenvolvam com dições de segurança necessárias à realização dos
ética e em condições de plena liberdade, justiça e recenseamentos, actos eleitorais e referendos em
transparência; todo o território nacional;
b) assegurar a igualdade de tratamento dos cidadãos em t) distribuir formalmente cópias de edital e acta origi-
todos os actos do processo eleitoral; nais de centralização de apuramento geral, devida-
c) assegurar a igualdade de oportunidade e de tratamento mente assinadas e carimbadas, aos mandatários
dos partidos políticos e coligações de partidos ou de cada candidatura;
grupos de cidadãos eleitores proponentes em todos u) entregar cópias de edital e acta originais de centra-
os actos de processo eleitoral; lização do apuramento geral, devidamente assi-
d) assegurar a igualdade de oportunidade e tratamento não nadas e carimbadas ao núcleo de observadores e
diferenciado de todos os membros da Comissão jornalistas no acto da divulgação dos resultados
Nacional de Eleições e de todos os órgãos de apoio; eleitorais, quando solicitadas;
v) garantir a segurança na produção, transporte, recep-
e) assegurar a igualdade de oportunidade e tratamento dos
ção, armazenamento e distribuição de material de
agentes de recenseamento eleitoral, fiscais, mem-
recenseamento e de votação;
bros das mesas de assembleias de voto e delegados
w) garantir que o financiamento a alocar aos partidos
de candidatura;
políticos ou coligações de partidos concorrentes
f) receber e apreciar a regularidade das candidaturas às às eleições se efectue antes da data marcada para
eleições legislativas e autárquicas; o início da campanha eleitoral;
g) inscrever partidos políticos e coligações de partidos x) assegurar as condições de acompanhamento, trans-
ou grupo de cidadãos proponentes; porte, armazenamento, distribuição de material
li) promover, através dos órgãos de comunicação social eleitoral, segurança dos postos de recenseamento,
e de outros meios de difusão massiva, a educação salas de recenseamento e sufrágio, e envio de
e o esclarecimento cívicos dos cidadãos sobre editais e actas originais de apuramento de votos
questões de interesse eleitoral; a todos níveis, observando-se para o efeito o
i) aprovar os modelos de boletim de recenseamento, cumprimento dos direitos conferidos aos par-
de caderno de recenseamento, do cartão de eleitor, tidos políticos, coligações de partidos e outros
do boletim de voto, de actas de votação das assem- actores dos processos eleitorais e referendos;
bleias de voto, editais e quaisquer outros impres- v) determinar os locais de constituição e funcionamento
sos ou materiais a serem utilizados no processo dos postos de recenseamento e assembleias de
eleitoral; voto de acordo com as propostas dos órgãos elei-
j) aprovar os termos dos concursos públicos de ava- torais de escalão inferior;
liação curricular para os agentes de educação cívica, ;) participar ao Ministério Público quaisquer actos
recenseamento e votação; de ilícito eleitoral de que tome conhecimento.
2. Ainda no âmbito das suas atribuições, compete à Comis- C A P Í T U L O 111
são Nacional de Eleições:
Membros
ci) elaborar o calendário, uma vez marcada a data das elei-
ções, contendo as datas e a indicação dos actos A R T I G O 11

sujeitos a prazo; (Mandato)


b) decidir sobre a alteração do período de votação por
tempo não superior a um dia; 1. O mandato dos membros da Comissão Nacional de Elei-
ções é de cinco anos.
c) apreciar a regularidade das contas eleitorais;
2. Os membros da Comissão Nacional de Eleições são
cl) elaborar os mapas de centralização dos dados rela-
tivos às eleições legislativas; designados até sessenta dias após o início de cada legislatura.

e) proceder às operações de apuramento nacional dos A R T I G O 12

resultados das eleições presidenciais, legislativas (Tomada de p o s s e e cessação de mandato)


e autárquicas;
1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições tomam
f ) elaborar o mapa de centralização dos dados relativos
às eleições presidenciais; posse perante o Presidente da República no prazo de trinta
dias após a sua designação.
g) decidir em quarenta e oito horas as reclamações e recur-
sos relativos às decisões tomadas pelos órgãos 2. O mandato dos membros da Comissão Nacional de Elei-
de apoio e agentes do processo eleitoral; ções cessa com a tomada de posse dos novos membros.
li) elaborar o relatório final do processo eleitoral e mandar A R T I G O 13
publicar.
(Vagas)
3 Compete ainda à Comissão Nacional de Eleições desem-
penhar as demais funções atribuídas pela presente Lei ou por As vagas que ocorram na Comissão Nacional de Eleições
outra legislação eleitoral. são preenchidas de acordo com os critérios de designação
constantes do artigo 5 da presente Lei, na sessão seguinte
ARTIGO 8
à ocorrência da vacatura.
(Recurso)
A R T I G O 14
Das deliberações da Comissão Nacional de Eleições
(Incompatibilidades)
cabe recurso para o Conselho Constitucional.
O mandato de membro da Comissão Nacional de Eleições
ARTIGO 9
é incompatível com o exercício das funções de:
(Competências d o presidente)
a) Presidente da República;
1. Compete ao presidente da Comissão Nacional de Eleições: b) Membro do Governo;
ci) representar a Comissão Nacional de Eleições; r) Deputado da Assembleia da República;
b) convocar, propor a agenda e presidir as sessões da cl) Magistrado judicial e do Ministério Público;
Comissão Nacional de Eleições e da mesa;
e) Candidato em eleições para órgãos de soberania ou
c) coordenar as actividades do órgão; autárquicos;
cl) dirigir-se ao público e à comunidade nacional e f ) Membro das forças militares ou militarizadas e de forças
internacional, designadamente através de entre-
de segurança no activo;
vistas e conferências de imprensa;
g) Membro do Conselho Superior da Comunicação Social;
e) dar posse aos membros e aos presidentes das comis-
sões provinciais de eleições; h) Membro do Conselho Constitucional;
f ) fazer executar as deliberações da Comissão Nacional i) Diplomata no activo;
de Eleições; j) Reitor de Universidades Públicas;
g) despachar corri o Director-Geral do Secretariado Téc- k) Titular do órgão da autarquia local;
nico da Administração Eleitoral e seus adjuntos em I) Membro dos órgãos das autarquias locais;
matéria da responsabilidade do órgão. m) Titular do cargo nomeado e empossado pelo Presi-
2. Compete ainda ao Presidente da Comissão Nacional de dente da República ou pelo Primeiro-Ministro;
Eleições, no quadro da coordenação das actividades da Co-
n) Membro do corpo directivo dos órgãos e institutos
missão Nacional de Eleições, reunir regularmente com os
coordenadores das comissões de trabalho, a sociedade civil, autónomos, empresas estatais, empresas públicas e
dirigentes do Estado, partidos políticos ou coligações de sociedades de capitais exclusiva ou maioritaria-
partidos ou com outras entidades. mente públicas;
ARTIGO 10
o) Titulares de cargo de direcção em órgão central do
partido político ou coligações de partidos;
(Competências d o s Vice-Presidentes)
p) Governador provincial;
Compete aos Vice-Presidentes da Comissão Nacional de
Eleições: q) Director nacional;
ci) representar o Presidente da Comissão Nacional de r) Administrador distrital;
Eleições nas suas ausências e impedimentos; s) Director provincial;
b) coadjuvar o Presidente da Comissão Nacional de t) Director distrital ou de cidade;
Eleições. u) Chefe de pOsto administrativo.
ARTIGO 15 ARTIGO 2 2

(Inamovibilidade) (Competências da Mesa)

O s m e m b r o s da C o m i s s ã o N a c i o n a l d e E l e i ç õ e s são
C o m p e t e à M e s a da C o m i s s ã o Nacional de E l e i ç õ e s preparar
i n a m o v í v e i s e não r e s p o n d e m durante o seu m a n d a t o pelos
as propostas de agenda e o plano de actividades
actos praticados no e x e r c í c i o das suas f u n ç õ e s , salvo os que
possam influenciar os resultados das e l e i ç õ e s e dos referendos. ARTIGO 2 3

ARTIGO 16 (Órgãos de Apoio da C o m i s s ã o Nacional de Eleições)

(Direito a s u b s í d i o ) 1. São órgãos de apoio da Comissão Nacional de Eleições:


Os membros da Comissão Nacional de Eleições têm direito a) as comissões provinciais de eleições;
a um subsídio mensal coberto pelo Orçamento do Estado. b) as comissões de eleições distritais e de cidades.
CAPÍTULO IV 2. As comissões de eleições provinciais, distritais e de
cidades, são designadas apenas para o recenseamento, actos
Funcionamento
eleitorais e para os referendos.
ARTIGO 17
3. As comissões provinciais de eleições entram em funcio-
(Funcionamento) namento quarenta e cinco dias antes da data do recenseamento,
actos eleitorais e referendos, e encerram dez dias após a divul-
1. A Comissão Nacional de Eleições funciona de forma
permanente. gação dos resultados eleitorais, mediante entrega de relatório
final de actividades à Comissão Nacional de Eleições.
2. A Comissão Nacional de Eleições funciona em plenário
e em comissões de trabalho, podendo adoptar outras formas 4. As comissões de eleições distritais e de cidades entram
de funcionamento. em funcionamento trinta dias antes da data do recenseamento,
actos eleitorais e referendos, e encerram cinco dias após a divul-
ARTIGO 18
gação dos resultados eleitorais, mediante entrega de relatório
(Quorum e tomada de decisões) final de actividades às comissões provinciais de eleições.
1. O plenário da Comissão Nacional de Eleições só pode ARTIGO 2 4
reunir achando-se presentes, pelo menos, um terço dos seus
membros. (Composição)

2. A Comissão Nacional de Eleições toma as suas decisões 1. A comissão provincial de eleições é composta por nove
por consenso. membros, sendo um Presidente, dois Vice-Presidentes e seis
3. Na falta de consenso as deliberações são tomadas por vogais.
maioria de votos dos seus membros. 2. A comissão distrital ou de cidade é composta por nove
membros, sendo um presidente, dois Vice-Presidentes e seis
ARTIGO 19
vogais.
(Secretariado)
3. E condição para ser membro dos órgãos de apoio da
1. A Comissão Nacional de Eleições tem um secretariado Comissão Nacional de Eleições, a observância do disposto
que lhe assegura o apoio técnico, administrativo, logístico e no n.° 2 do artigo 4 da presente Lei.
protocolar.
2. A composição, organização e funcionamento são defi- ARTIGO 2 5

nidos em regulamento a ser aprovado pela plenária da Comis- (Designação e posse)


são Nacional de Eleições.
1. Os membros das comissões de eleições provinciais, dis-
ARTIGO 2 0 tritais ou de cidade, respeitando o disposto no artigo 24 da
( C o m i s s õ e s de trabalho)
presente Lei, são designados da seguinte forma:
a) um presidente por proposta da sociedade civil;
1. A Comissão Nacional de Eleições tem as seguintes
comissões de trabalho: b) os restantes membros por indicação dos partidos polí-
ticos ou coligações de partidos com assento na
a) comissão de organização e operações eleitorais;
Assembleia da República, de acordo com o princípio
b) comissão de assuntos legais e deontológicos; da representatividade parlamentar.
c) comissão de formação e educação cívica; 2. Os presidentes das comissões de eleições provinciais,
d) comissão de administração e finanças; distritais ou de cidades são nomeados pelo Presidente
e) comissão de relações internas e externas. da República, dentre os candidatos propostos pela sociedade
2. Cabe ao plenário da Comissão Nacional de Eleições civil e eleitos pelas respectivas comissões.
fixar as atribuições e competências das comissões de trabalho. 3. Os Vice-Presidentes das comissões de eleições provin-
3. No exercício das suas competências a Comissão Nacional ciais, distritais ou de cidades são indicados dentre os membros
de Eleições pode criar outras comissões de trabalho. mencionados na alínea b) do n.° 1 do presente artigo.
4. Os membros das comissões provinciais de eleições
ARTIGO 2 1
tomam posse perante o Presidente da Comissão Nacional
(Mesa da C o m i s s ã o Nacional de Eleições) de Eleições ou seu mandatário.
A Mesa da Comissão Nacional de Eleições é composta pelo 5. Os presidentes das comissões provinciais de eleições
Presidente da Comissão Nacional de Eleições e pelos Vice- tomam posse perante o Presidente da Comissão Nacional de
-Presidentes. Eleições ou seu mandatário.
6 O s m e m b r o s d a s c o m i s s õ e s de e l e i ç õ e s d i s t r i t a i s o u
de c i d a d e s , t o m a m p o s s e perante o p r e s i d e n t e da c o m i s s ã o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral
piovincial de e l e i ç õ e s ou seu mandatário.
ARTIGO 27
7. O s p r e s i d e n t e s das c o m i s s õ e s de e l e i ç õ e s distritais ou
de c i d a d e s t o m a m p o s s e perante o p r e s i d e n t e da c o m i s s ã o (Definição)

piovincial de e l e i ç õ e s ou seu mandatário.


1 O Secretariado T é c n i c o da Administração Eleitoral é um
S A s p r o p o s t a s de candidaturas à e l e i ç ã o de p r e s i d e n t e s órgão do Estado para a administração eleitoral, c o m represen
das c o m i s s õ e s de e l e i ç õ e s provincial, distrital ou de cidade são tação ao nível provincial, distrital ou de cidade.
apresentadas por o r g a n i z a ç õ e s da s o c i e d a d e civil l e g a l m e n t e 2. O S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l
constituídas, às respectivas c o m i s s õ e s , no prazo de sete dias organiza, e x e c u t a e assegura as a c t i v i d a d e s t é c n i c o - a d m i n i s -
a c o n t a i da data da p u b l i c a ç ã o d o a n ú n c i o n o s ó r g ã o s de trativas d o s r e c e n s e a m e n t o s , p r o c e s s o s eleitorais e referendos.
c o m u n i c a ç ã o social
3 O D i r e c t o r - G e r a l e o s D i r e c t o r e s - G e r a i s A d j u n t o s têm
9. A verificação d o s requisitos das candidaturas para presi- a s s e n t o p e r m a n e n t e nas s e s s õ e s plenárias da C o m i s s ã o Na-
d e n t e s das c o m i s s õ e s de e l e i ç õ e s p r o v i n c i a l , distrital ou de cional de E l e i ç õ e s , c o m direito ao uso da palavra, s e m direito
cidade é feita pelos membros das respectivas c o m i s s õ e s a voto.
10. O p r e s i d e n t e da c o m i s s ã o d e e l e i ç õ e s provincial,
ARIKIO 28
distrital ou de cidade é eleito:
(Âmbito de subordinação)
a) por c o n s e n s o ;
b)não h a v e n d o c o n s e n s o é e l e i t o por maioria de v o t o s 1 O Secretariado T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral fica
p e r m a n e n t e m e n t e subordinado à C o m i s s ã o N a c i o n a l de
d o s m e m b r o s e f e c t i v o s , por escrutínio secreto
Eleições
ARTIGo 26
2 A o D i r e c t o r - G e r a l d o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i -
(Competências) m s t i a ç ã o Eleitoral i n c u m b e assegurar a preparação d o e x p e -
diente, o u v i d o s os Directores-Gerais Adjuntos, a submeter
1. C o m p e t e às c o m i s s õ e s de e l e i ç õ e s provinciais, distritais
nos termos da lei ao s a n c i o n a m e n t o d o plenário da C o m i s s ã o
ou de cidades
Nacional de E l e i ç õ e s , bem c o m o zelar pelo c u m p r i m e n t o das
a ) controlar o p r o c e s s o eleitora! e assegurar a observân- d e c i s õ e s t o m a d a s por este órgão no e x e r c í c i o das c o m p e t ê n -
cia da C o n s t i t u i ç ã o e das d i s p o s i ç õ e s da presente cias relativas à organização, direcção, c o o r d e n a ç ã o , e x e c u ç ã o ,
Lei durante a r e a l i z a ç ã o d o r e c e n s e a m e n t o e l e i - c o n d u ç ã o e s u p e r v i s ã o do r e c e n s e a m e n t o eleitoral, d o s actos
toral, sufrágio e referendos; eleitorais e referendos.
b) participar ao M i n i s t é r i o P ú b l i c o q u a i s q u e r actos de 3. O Director-Geral d o Secretariado T é c n i c o da A d m i n i s -
ilícito eleitoral de que tome c o n h e c i m e n t o ; tração Eleitoral d e s p a c h a regularmente c o m o P r e s i d e n t e da
c) e f e c t u a r o a p u r a m e n t o de v o t o s e registar o s resul- C o m i s s ã o N a c i o n a l de E l e i ç õ e s .
tados das v o t a ç õ e s ao seu nível;
ARTIGo 29
d ) r e c e b e r as r e c l a m a ç õ e s s o b r e o p r o c e s s o e l e i t o r a l
(Direcção)
e encaminhá-las imediatamente à C o m i s s ã o Na-
cional de E l e i ç õ e s ; 1. O Director-Geral do Secretariado T é c n i c o da A d m i n i s -
e) remeter à C o m i s s ã o N a c i o n a l de E l e i ç õ e s as actas e tração Eleitoral é s e l e c c i o n a d o pela C o m i s s ã o N a c i o n a l de
editais d o s resultados eleitorais; E l e i ç õ e s c o m base em concurso público de avaliação
f ) assegurar a distribuição das c ó p i a s do edital e da acta curricular.
originais do apuramento de v o t o s d e v i d a m e n t e 2. O S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l é
assinadas e carimbadas, nas m e s a s das a s s e m b l e i a s d i r i g i d o por u m D i r e c t o r - G e r a l , n o m e a d o p e l o C o n s e l h o de
d e v o t o a o s d e l e g a d o s de c a n d i d a t u r a s , d o s par- Ministros, s o b proposta da C o m i s s ã o Nacional de E l e i ç õ e s .
tidos políticos ou c o l i g a ç õ e s de partidos; 3. N o s períodos eleitorais e de referendos o Director-Geral
g) distribuir c ó p i a s d o edital original de c e n t r a l i z a ç ã o d o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l é c o a -
d o a p u r a m e n t o p r o v i n c i a l , distrital o u de c i d a d e d j u v a d o por d o i s D i r e c t o r e s - G e r a i s A d j u n t o s , d e s i g n a d o s
d e v i d a m e n t e assinadas e c a r i m b a d a s , a o s manda- pelos partidos políticos ou c o l i g a ç õ e s de partidos c o m assento
tários d e c a d a c a n d i d a t u r a , partidos p o l í t i c o s ou na A s s e m b l e i a da R e p ú b l i c a , d e a c o r d o c o m o p r i n c í p i o da
c o l i g a ç õ e s de partidos concorrentes; representatividade parlamentar.
h) entregar c ó p i a s do edital original d o a p u r a m e n t o de 4. O d i s p o s t o nos n.os 1, 2 e 3 é aplicável c o m as n e c e s s á -
v o t o s no respectivo e s c a l ã o , d e v i d a m e n t e assi- rias adaptações, a o s órgãos do Secretariado T é c n i c o da A d m i -
nadas e carimbadas, ao n ú c l e o d e o b s e r v a d o r e s e nistração Eleitoral de nível provincial, distrital ou de cidade.
jornalistas, quando solicitadas;
ARTIGO 30
i) m a n d a r a f i x a r as listas n o m i n a i s d a s c a n d i d a t u r a s
a p r o v a d a s pela C o m i s s ã o N a c i o n a l d e E l e i ç õ e s (Quadro do pessoal)
na s e d e d a s c o m i s s õ e s p r o v i n c i a i s , d i s t r i t a i s ou 1. O S e c i e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l é
de cidades, para c o n h e c i m e n t o público; c o m p o s t o por um quadro permanente geral, c o m u m e privativo,
j) mandar afixar i m e d i a t a m e n t e o s e d i t a i s c o m d a d o s cujo pessoal é proveniente do c o n c u r s o p ú b l i c o de a v a l i a ç ã o
p a r c i a i s a p u r a d o s nas e l e i ç õ e s e z e l a r p e l a sua curricular, e a p r o v a d o pela C o m i s s ã o N a c i o n a l d e E l e i ç õ e s
conservação. sob proposta do Director-Geral do Secretariado T é c n i c o
da A d m i n i s t r a ç ã o Eleitoral.
2. C o m p e t e ainda às c o m i s s õ e s d e e l e i ç õ e s provinciais,
distritais o u d e cidades, a e x e c u ç ã o das instruções e directivas 2. N o s p e r í o d o s d e r e c e n s e a m e n t o e l e i t o r a l , e l e i ç õ e s e
e m a n a d a s da C o m i s s ã o Nacional d e E l e i ç õ e s . r e f e r e n d o s o q u a d r o d e p e s s o a l d o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o de
Administração Eleitoral integra elementos tecnicamente h) despachar regularmente com o Presidente da Comissão
habilitados, indicados pelos partidos políticos ou coligações Nacional de Eleições;
de partidos com assento na Assembleia da República, de acordo /) submeter à aprovação da Comissão Nacional de Elei-
com a representatividade parlamentar. ções o regulamento interno de funcionamento do
3. A integração de técnicos provenientes dos partidos Secretariado Técnico da Administração Eleitoral;
políticos ou coligações de partidos, aludida no número ante- j) submeter à aprovação da Comissão Nacional de Elei-
rior tem lugar quarenta e cinco dias antes do início dos actos ções o quadro de pessoal do Secretariado Técnico
mencionados no n.° 2 do presente artigo. da Administração Eleitoral.
4. A integração e as actividades dos elementos referidos
ARITGO 3 3
no n.° 2 do presente artigo cessa quarenta e cinco dias depois
do anúncio e divulgação dos resultados gerais das eleições (Competências d o s Directores-Gerais Adjuntos)
ou dos referendos.
1. Compete aos Directores-Gerais Adjuntos:
5. Quando a actualização do recenseamento for seguida
a) coadjuvar o Director-Geral no exercício das suas
de eleições, a afectação dos técnicos indicados pelos partidos
funções;
políticos ou coligações de partidos abrange os dois actos
sem qualquer interrupção. b) substituir o Director-Geral nas suas ausências e
impedimentos.
6. Em caso de morte, abandono ou impedimento de um
elemento designado pelos partidos políticos ou coligações 2. Dar andamento aos assuntos correntes da direcção que
de partidos, estes devem propor a sua substituição nos termos se situem na esfera da sua competência.
do n.° 2 do presente artigo. ARTIGO 3 4

ARTIGO 31 (Requisitos)

(Atribuições)
Podem pertencer ao quadro orgânico do Secretariado
São atribuições do Secretariado Técnico da Administra- Técnico da Administração Eleitoral cidadãos moçambicanos,
ção Eleitoral: maiores de vinte e cinco anos de idade, de reconhecido mérito
a) realizar o recenseamento eleitoral; moral e profissional para exercer as suas funções com idonei-
b) assegurar o transporte e distribuição de todo o material dade, independência, imparcialidade, competência e zelo.
de recenseamento e votação em tempo útil; ARTIGO 3 5
c) cumprir com os regulamentos, instruções e directivas (Incompatibilidades)
da Comissão Nacional de Eleições;
São extensivas aos quadros e dirigentes do Secretariado
d) formar agentes eleitorais;
Técnico da Administração Eleitoral as incompatibilidades
e) organizar e executar os processos eleitorais e referendos; fixadas para os membros da Comissão Nacional de Eleições
f ) informar e emitir pareceres sobre matéria eleitoral; ou dos seus órgãos de apoio.
g) assegurar a elaboração de estudos estatísticos sobre pro-
ARTIGO 3 6
cessos eleitorais, referendos e respectiva publicação;
(Estrutura d o STAE)
li) elaborar o seu regulamento de funcionamento para
aprovação da Comissão Nacional de Eleições; 1. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tem
i) desempenhar as demais funções que se situem na a seguinte estrutura, a nível central:
esfera das suas atribuições e que lhe sejam deter- a) Direcção-Geral;
minadas por lei.
b) Direcção de Organização e Operações Eleitorais;
ARTIGO 3 2 c) Direcção de Formação e Educação Cívica;
(Competências do Director-Geral) d) Direcção de Administração e Finanças;
Compete ao Director-Geral: e) Gabinete Jurídico.
a) representar o Secretariado Técnico da Administração 2. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tem
Eleitoral; a seguinte estrutura, a nível provincial:
b) nomear e dar posse aos directores das direcções, a) Direcção Provincial;
chefes dos departamentos e serviços de apoio; b) Departamento de Organização e Operações Eleitorais;
c) superintender as actividades das diferentes direcções c) Departamento de Formação e Educação Cívica;
que compõe o Secretariado Técnico da Adminis- d) Departamento de Administração e Finanças;
tração Eleitoral;
e) Gabinete de Imprensa.
d) assegurar as relações do Secretariado Técnico da
3. O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral tem
Administração Eleitoral com outros serviços pú-
a seguinte estrutura, a nível distrital ou de cidade:
blicos ou privados, nacionais e estrangeiros, po-
dendo corresponder-se com as autoridades judiciais a) Direcção Distrital ou de Cidade;
e administrativas; b) Sector de Organização e Operações Eleitorais;
e) exercer os poderes gerais de administração; c) Sector de Formação e Educação Cívica;
f ) superintender a gestão do pessoal; d) Sector de Administração e Finanças.
g) despachar todos os assuntos que caibam no âmbito das 4. No exercício das suas competências o Secretariado Téc-
atribuições do Secretariado Técnico da Administração nico da Administração Eleitoral pode criar outras estruturas,
Eleitoral; mediante prévia aprovação da Comissão Nacional de Eleições.
CAPÍTULO VI A R I K;O 4 2

Funcionamento (Símbolos da Comissão Nacional de Eleições)

ARTIGO 37 1 São símbolos da C o m i s s ã o Nacional de Eleições:

(Colectivos do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral) a ) a Bandeira;

1. O C o n s e l h o C o n s u l t i v o d o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da b) o E m b l e m a .
Administração Eleitoral é dirigido pelo Director-Geral, com a 2. C N E é a sigla da C o m i s s ã o Nacional de Eleições.
função de p r o g r a m a r e efectuar o balanço periódico sobre a 3 No quadro da simbologia do listado, compete à C o m i s s ã o
actividade e gestão do Secretariado Técnico da Administração Nacional de F l e i ç õ e s a p r o v a r os r e s p e c t i v o s s í m b o l o s , bem
Elertoral.
c o m o o lema e as p a l a v i a s de o t d e m relativas aos actos d e
1. O C o n s e l h o Consultivo tem a seguinte c o m p o s i ç ã o : JURisdição.
a ) Director-Geral,
ARITIGO 4 3
h) Directoies-Gerais A d j u n t o s ,
(Sede)
c) Directores de Área,
d) C h e f e s de Gabinete A sede da C o m i s s ã o Nacional de Eleições fica situada na
3 O Director-Geral, em f u n ç ã o da agenda, pode convidar Capital do País, p o d e n d o , no entanto, o órgão reunir em qual-
outros quadros. quer ponto do país

4 N o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da A d m i n i s t r a ç ã o E l e i t o r a l C A P Í T U L O VII

funcionam colectivos de trabalho aos mais diversos níveis, com


D i s p o s i ç õ e s finais e t r a n s i t ó r i a s
lunção de analisar e dai parecer sobre a actividade de cada área.
ou da instituição no seu todo ARTK. 44

5. Os colectivos são orientados pelo dirigente da área respectiva (Disposições transitórias)


ou por q u e m o D i r e c t o r - G e r a l d o S e c r e t a r i a d o T é c n i c o da
A posse da C o m i s s ã o Nacional de Eleições constituída nos
Administração Eleitoral delegar.
t e r m o s da p r e s e n t e Lei tem lugar até trinta dias a p ó s a sua
ARTIGO 38 publicação e o seu m a n d a t o termina c o m a actual legislatura
(Orçamento)
ARTIGO 45

Os encargos c o m a organização e f u n c i o n a m e n t o da C o m i s s ã o (Divulgação nos órgão de comunicação social)


Nacional de Eleições são cobertos pelo O r ç a m e n t o d o Estado.
Os actos e delibetações da C o m i s s ã o Nacional de Eleições
ARTIGO 39 têm divulgação gratuita nos órgãos de c o m u n i c a ç ã o social d o
(Direito a subsídio) sector público.

Os m e m b r o s d a s c o m i s s õ e s de e l e i ç õ e s p r o v i n c i a i s , dis- ARITIGO 4 6

tritais ou d e cidade, bem c o m o os m e m b r o s d e s i g n a d o s para (Revogação)


o Secretariado T é c n i c o da Administração Eleitoral, durante os
períodos de f u n c i o n a m e n t o têm o subsídio coberto pelo E r e v o g a d a toda a l e g i s l a ç ã o q u e contrarie o d i s p o s t o na
O r ç a m e n t o Geral d o Estado. presente Lei.

ARTIGO 40 AKIK.O 47

(Instalações) (Entrada em vigor)

C o m p e t e ao G o v e r n o providenciar instalações para o A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.
f u n c i o n a m e n t o dos órgãos eleitorais. A p r o v a d a pela Assembleia da República, aos 20 de Setem-
ARTIGo 41
bro de 2002.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Joaquim
(Dever de colaboração)
Mulénibwe.
Os ó r g ã o s e a g e n t e s d e A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a , p a r t i d o s
P r o m u l g a d a em 10 de O u t u b r o de 2002.
políticos, coligações de partidos e entidades privadas prestam
à C o m i s s ã o Nacional de Eleições a colaboração e o apoio neces- Publique-se.
sários ao eficaz e pronto d e s e m p e n h o das suas competências. O Presidente da Republica, J O A Q U I MALBERIOCHUCUSSSAO

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