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Lei nº 56/VII/2010:

Artigo 60º
Altera o Código Eleitoral.
(Reclamações)
––––––o§o––––––– 1.Durante o período referido no artigo 59º,
pode qualquer eleitor reclamar perante a
comissão de recenseamento das omissões ou
ASSEMBLEIA NACIONAL
inscrições indevidas no caderno de
recenseamento da respectiva área.
––––––
2. (…)
Lei nº 56/VII/2010
Artigo 68º
de 8 de Março
(Processo de inscrição)
Por mandato do povo, a Assembleia Nacional Os estrangeiros e apátridas eleitores
decreta, nos termos da alínea b) do artigo 174º da promovem a sua inscrição nos cadernos de
Constituição, o seguinte: recenseamento mediante prévia identificação
pela apresentação da autorização de residência e
Artigo 1º passaporte, aplicando-se em tudo o mais o
disposto no artigo 50º.
(Novas redacções)
Artigo 70º
Os artigos 49º, 53º, 60º, 68º, 70º, 73º, 74º, 77º,
(Cadernos de recenseamento)
79º, 126º, 129º, 173º, 177º, 178º, 225º, 235º, 236º,
243º, 255º, 258º, 266º, 309º, 328º, 366º, 367º, 381º, 1. A inscrição dos estrangeiros e apátridas
393º, 409º, 416º e 425º-A do Código Eleitoral eleitores nos cadernos de recenseamento é feita
vigente, aprovado pela Lei n.º 92/V/99, de 8 de por ordem alfabética, pelo seu nome completo,
Fevereiro, com as modificações nele operadas filiação e data de nascimento.
pela Lei n.º 118/V/2000, de 24 de Abril e pela Lei 2. Os cadernos de recenseamento referidos no
nº 12/VII/2007, de 22 de Junho, daqui em diante número antecedente devem ser organizados
designado Código Eleitoral, passam a ter a especificamente para esse fim e ser de cor
seguinte redacção: diferente dos cadernos de recenseamento dos
cidadãos nacionais.
Artigo 49º

(Continuidade do recenseamento) Artigo 73º


1.(…) (Entidade recenseadora)

2. A partir do sexagésimo quinto dia que 1. Nos períodos eleitorais a entidade


antecede cada eleição e até ao dia da sua recenseadora de cada unidade geográfica de
realização, é suspensa a inscrição de eleitores, recenseamento no estrangeiro é a respectiva
devendo, contudo, constar dos cadernos eleitorais comissão de recenseamento, composta por um
os cidadãos que perfazem dezoito anos à data da funcionário consular de carreira, ou quando não
eleição em causa. exista, por um funcionário diplomático, com
excepção do Embaixador, que preside, e por mais
quatro cidadãos idóneos.
Artigo 53º
2. Haverá também dois suplentes por cada
(Cadernos de recenseamento)
1. A inscrição dos cidadãos eleitores nos comissão de recenseamento.
cadernos de recenseamento é feita por ordem 3. Os cidadãos referidos na parte final do
alfabética, pelo seu nome completo, filiação e número 1 e no número antecedente eleitos pela
data de nascimento. Assembleia Nacional, por maioria de dois terços
2. Haverá tantos cadernos quantos os dos Deputados, sob proposta do Governo,
necessários para que em cada um deles não precedida de audição dos partidos politicos, e
figurem mais de quatrocentos e cinquenta assegurando o pluralismo politico com expressão
eleitores. parlamentar.

1
4. As comissões de recenseamento tomam
Artigo 126º
posse perante o respectivo Chefe do Posto
Consular ou, fora da jurisdição deste, perante o (Âmbito das assembleias de voto)
respectivo chefe da representação diplomática. 1. Em cada concelho constituem-se tantas
assembleias de voto quantas as necessárias, para
5. Fora do período eleitoral, os postos que o número de eleitores de cada uma não seja
consulares, as embaixadas e as representações superior a quatrocentos e cinquenta.
diplomáticas efectuam a inscrição no
recenseamento eleitoral de todos os cidadãos 2. (…)
eleitores residentes nas respectivas unidades
geográficas de recenseamento que solicitem Artigo 129º
qualquer acto consular aos respectivos serviços.
(Publicidade sobre as assembleias de voto)
(…)
Artigo 74º

(Mandato)
a) (…)
1. O mandato dos membros das comissões de b) (…)
recenseamento no estrangeiro tem a duração
seguinte: c) (…)
a) No período de recenseamento geral, tem d) Inserção nos sites da Comissão Nacional
a duração fixada para o recenseamento de Eleições e do serviço central de
precedida e seguida de um período apoio ao processo eleitoral.
adicional de trinta dias;
Artigo 173º
b) Nos períodos eleitorais, tem a duração
correspondente ao período eleitoral (Recurso)
definido nos termos deste Código, Das deliberações da Comissão Nacional de
acrescido de trinta dias que antecedem Eleições relativas à organização das assembleias
esse mesmo período. de voto cabe recurso nos termos do artigo 20º.

2. Quando a umas eleições se seguirem outras


Artigo 177º
dentro de um prazo não superior a nove meses, o
mandato é prorrogado até à publicação dos (Determinação das assembleias de voto)
resultados definitivos das eleições ocorridas em 1. A Comissão Nacional de Eleições determina,
último lugar. sob proposta do responsável dos serviços
consulares e até ao vigésimo dia anterior ao dia
Artigo 77º das eleições, o número e os locais das
assembleias de voto e, por áreas geográficas ou
(Mudança de residência) administrativas, os eleitores que devem votar em
1. Para efeitos de transferência de inscrição, a cada uma delas.
mudança de residência obriga o cidadão eleitor à
comunicação dessa mudança à entidade 2. A proposta referida no número anterior é
recenseadora da residência actual. apresentada mediante prévia audição dos
partidos políticos e das candidaturas
2. Quando a mudança de residência implicar a presidenciais.
mudança de unidade geográfica de
recenseamento, deve a entidade recenseadora da
Artigo 178º
residência actual comunicar o facto à entidade
recenseadora da residência anterior. (Designação dos membros da mesa)
1. Os membros das mesas das assembleias de
Artigo 79º voto são designados pela Comissão Nacional de
Eleições, sob proposta do responsável dos
(Número de eleitores inscritos) serviços consulares, ouvidos os partidos políticos
Esgotados os recursos, o serviço central de e as candidaturas presidenciais e procurando-se
apoio ao processo eleitoral apura, nos dez dias assegurar o seu pluralismo.
imediatos, o número total de eleitores nas áreas
do recenseamento abrangidas por cada círculo 2. (…)
eleitoral no estrangeiro.

2
2. Pode assistir, sem direito a voto, mas com
Artigo 225º
direito de reclamação, protesto e contraprotesto,
(Composição) um mandatário para cada concorrente.
1. (…)
3. Cada mandatário pode fazer-se acompanhar
2. (…) de um assistente.

3. Pode assistir, sem direito a voto, mas com


Artigo 243º
direito de reclamação, protesto e contraprotesto,
um mandatário para cada concorrente, podendo (Nulidade das eleições)
fazer-se acompanhar de um assistente. 1. (…)

2. Declaradas nulas as eleições de uma


Artigo 235º
assembleia de voto ou de todo um círculo
(Remessa de documentação eleitoral) eleitoral, os actos eleitorais são repetidos no
1. Feito o apuramento parcial nos termos do segundo domingo posterior à decisão, havendo
presente Código, o presidente da mesa da lugar, em qualquer caso, a um novo apuramento
assembleia de voto remete ao posto consular, geral.
embaixada ou representação diplomática, em
articulação com o delegado da Comissão Artigo 255º
Nacional de Eleições, e até ao dia imediato ao
das eleições, as actas, os cadernos eleitorais (Obrigatoriedade e prazo para passagem de
documentos)
usados pelos membros da mesa, os envelopes e
Salvo o disposto no número 5 do artigo 366º,
pacotes referidos nos artigos 220º e 221º, os
serão obrigatoriamente passadas, a
boletins de voto nulos e aqueles sobre os quais
requerimento de qualquer interessado, no prazo
haja reclamação ou protesto, bem como os
de quarenta e oito horas:
demais documentos respeitantes à eleição, para
que sejam reencaminhados à Comissão Nacional a) (...)
de Eleições, como assembleia de apuramento
geral ou lhes dar o destino legal. b) (...)

2. A documentação referenciada no número c) (...)


antecedente, até ao envio à Comissão Nacional
d) (...)
de Eleições, fica sob a responsabilidade do
Delegado desta. e) (...)
3. Os responsáveis dos serviços consulares
enviam à Comissão Nacional de Eleições: Artigo 258º

(Conservação de documentação eleitoral)


a) Imediatamente, toda a documentação
Toda a documentação relativa às eleições é
referida no número 1 por transmissão
conservada por um período de cinco anos e
electrónica de dados ou através de
transferida, depois desse prazo, para o Arquivo
telecópia;
Histórico Nacional.
b) No prazo de quarenta e oito horas, toda
a documentação referida no número Artigo 266º
anterior por correio ou outra via
(Prescrição)
considerada adequada.
O procedimento criminal pelos crimes
eleitorais prescreve no prazo de dois anos a
Artigo 236º contar da data da prática do facto punível.
(Apuramento geral)
1. A Comissão Nacional de Eleições, no terceiro Artigo 309º
dia posterior ao dia das eleições, reúne-se como
(Órgãos competentes)
assembleia de apuramento geral dos resultados
Compete à Comissão Nacional de Eleições, com
eleitorais de cada círculo no estrangeiro, com
recurso para o Tribunal Constitucional,
base na documentação recebida nos termos do
instaurar os processos e aplicar as coimas
artigo anterior.
correspondentes a contra-ordenações
relacionadas com matéria eleitoral.

3
horizontalmente, uns abaixo dos outros, pela
Artigo 328º
ordem estabelecida pelo sorteio.
(Marcação da data das eleições)
A marcação da data das eleições faz-se com 2. Em tudo o mais, aplica-se, com as
antecedência mínima de setenta dias e ouvidos necessárias adaptações, o disposto neste Código
os partidos políticos registados no Tribunal relativo aos boletins de voto.
Constitucional.
Artigo 393º
Artigo 366º (Inelegibilidades relativas)
(Requisitos formais de apresentação de
(…)
candidatura)
a) Os presidentes e vereadores das
1. A apresentação de candidatura consiste na
câmaras municipais;
entrega de uma declaração subscrita pelos
cidadãos eleitores nos termos do artigo 365º, b) Os membros das comissões instaladoras
contendo os seguintes elementos de identificação de municípios;
do candidato:
c) Os membros do pessoal técnico e
2 (…) administrativo das missões
diplomáticas e consulares;
3 (…)
d) Os ministros de qualquer culto ou
4 (...)
religião;
5 (…)
e) Os governadores civis ou equiparados.
6 (…)
Artigo 409º
7 (…)
(Inelegibilidades)
Artigo 367º (…)

(Recepção e sorteio) a) (…)


1. As candidaturas são recebidas pelo
b) Os que tenham contrato administrativo,
Presidente do Tribunal Constitucional.
que não seja de provimento em cargo
2. No dia seguinte ao termo do prazo para a público ou de prestação inominada de
apresentação das candidaturas, o Presidente do serviços, com o município, ainda que
Tribunal Constitucional, procede, na presença irregularmente celebrado;
dos candidatos ou seus mandatários, ao sorteio
c) (…)
da ordem a atribuir às candidaturas nos boletins
de voto. d) Os governadores civis e equiparados nos
municípios cujos territórios estejam
3. O Presidente do Tribunal Constitucional
sob a sua jurisdição.
manda imediatamente afixar por edital, à porta
do tribunal, uma relação com os nomes dos
candidatos ordenados em conformidade com o Artigo 416º
sorteio. (Suspensão de funções)
Os presidentes das câmaras municipais que se
4. (…)
candidatarem às eleições, suspendem as suas
5. (…) funções a partir da data da apresentação formal
da sua candidatura nos termos deste Código,
Artigo 381º continuando a receber a retribuição do cargo e a
habitar casa de função, contando-se-lhes,
(Boletins de voto) igualmente, o tempo de serviço, para
1. Em cada boletim de voto são impressos os aposentação ou reforma ou para quaisquer
nomes completos dos candidatos e as respectivas outros efeitos.
fotografias, tipo passe reduzidas, com as mesmas
dimensões e em fundo neutro, dispostos
Artigo 425º-A

4
embaixadas ou representações diplomáticas
(Novo recenseamento eleitoral geral)
correspondentes, os quais estão constituídos na
1. (…)
obrigação de lhes prestar todo o apoio logístico e
2. (…) material, e toda a colaboração solicitada.

3. No estrangeiro, o novo recenseamento, nos 3. Os membros das comissões de


termos referidos no número 1 será realizado, recenseamento têm direito, enquanto durar o seu
numa segunda fase, no período compreendido mandato, a uma gratificação mensal fixa a
entre os dias 1 de Março e 1 de Setembro de estabelecer por despacho conjunto dos membros
2010. do Governo responsáveis pelos Negócios
Estrangeiros e pelas Finanças, sob proposta do
4. (…) chefe do Posto Consular, Embaixador ou Chefe
da representação diplomática sedeada na
5. (…)
unidade geográfica de recenseamento.
6. (…)
4. Sem prejuízo do disposto nos números
anteriores e nos artigos seguintes da presente
Artigo 2º
secção, não se aplicam às comissões de
recenseamento as normas dos artigos 42º,
(Aditamentos)
número 2, a) e 44º, no que se refere a serviços e a
1.É aditado, a seguir ao artigo 49º do Código entidades não cabo-verdianas.
Eleitoral, um novo artigo com a epígrafe e
redacção seguintes: Artigo 73-C

(Fiscalização)
Artigo 49º-A As actividades dos postos consulares, das
(Bases do recenseamento)
embaixadas e das representações diplomáticas,
Os dados do recenseamento são recolhidos com em matéria de recenseamento, estão sujeitas às
base nos assentos dos registos de nascimento e regras aplicáveis às comissões de recenseamento,
dos registos de identificação civil, incluindo o salvo disposição especial da lei.
registo de nacionalidade.
Artigo 73-D
2. São aditados a seguir ao artigo 73º do Código
Eleitoral, com epígrafes e redacção seguintes, (Horário de funcionamento)
quatro novos artigos: 73º-A, 73º-B, 73º-C e 73º -D. Sempre que se mostre conveniente, as
comissões de recenseamento, os postos
consulares, as embaixadas e representações
Artigo 73º-A
diplomáticas de Cabo Verde poderão adoptar um
(Período eleitoral) horário especial para os serviços de
Para efeitos do número 1 do artigo 73º, recenseamento, podendo incluir sábados,
considera-se período eleitoral o que vai do domingos e feriados.
duocentésimo quadragésimo dia anterior à data
em que, legalmente, se completa o mandato dos 3. O corpo do artigo 129º do Código Eleitoral
titulares do órgão até à publicação dos passa a constituir o número 1 e é aditado um
correspondentes resultados eleitorais definitivos. número 2 com a redacção seguinte:

Artigo 73º-B Artigo 129º

(Estatuto das comissões de recenseamento) (Publicidade sobre as assembleias de voto)


1. As comissões de recenseamento no 1. (…)
estrangeiro gozam de total independência a) (…)
funcional em relação aos postos consulares e às
embaixadas ou representações diplomáticas de b) (…)
Cabo Verde, acreditados na respectiva unidade
geográfica. c) (…)

2. Sem prejuízo do número anterior, as 2. A publicitação das assembleias de voto no


comissões de recenseamento no estrangeiro estrangeiro será feita pelos modos referidos nas
funcionam junto dos postos consulares, alíneas a), c) e d) do número 1 e ainda pela

5
afixação em locais de concentração das 8. O corpo do artigo 265º do Código Eleitoral
comunidades cabo-verdianas, nos consulados, passa a constituir o número 1 e é aditado um
nas embaixadas e representações diplomáticas, e número 2 com a redacção seguinte:
nos sites da Comissão Nacional de Eleições e do
serviço central de apoio ao processo eleitoral e Artigo 265º
ainda no exterior dos locais onde irão funcionar
as assembleias de voto, bem como nas sedes das (Direito de constituição de assistente)
associações comunitárias que a autorizem. 1. (…)

4. É aditado, a seguir ao artigo 151º do Código 2. Qualquer candidato presidencial ou membro


Eleitoral, um novo artigo, com a epígrafe e de lista apresentada por grupo de cidadãos pode
redacção seguintes: constituir-se assistente em processo penal
relativo aos crimes previstos neste Código e
praticados em eleição na qual tenha concorrido.
Artigo 151º-A

(Estatuto dos membros das assembleias de voto no Artigo 3º


estrangeiro)
O disposto nos artigos 149º e 151º não se aplica (Revogação)
a membros das assembleias de voto no
estrangeiro que prestem serviço a entidades não São revogadas todas as disposições que
nacionais ou que estejam sob a jurisdição contrariem o disposto na presente Lei,
criminal dos respectivos Estados de residência. designadamente o número 2 do artigo 40º, o
número 4 do artigo 130º e o artigo 425º-B do
5. O corpo do artigo 172º do Código Eleitoral Código Eleitoral.
passa a constituir o número 1 e é aditado um
número 2 com a redacção seguinte: Artigo 4º

Artigo 172º (Referências ao Supremo Tribunal de Justiça:


actualização)
(Remissão)
1. (…) Com excepção do disposto no número 2 do
2. O disposto no número 1 não se aplica aos artigo 20º, consideram-se como feitas ao Tribunal
delegados que prestem serviço a entidades não Constitucional todas as referências do Código
nacionais ou que estejam sob a jurisdição Eleitoral ao Supremo Tribunal de Justiça,
criminal dos respectivos Estados de residência. designadamente a dos artigos 329º, 332º,
333º,342º, 346º, 350º, 365º, 369º, 370º, 373º, 374º,
6. É criada, imediatamente a seguir ao artigo 386º, 401º e 413º.
175º do Código Eleitoral, uma Secção VIII sob a
epígrafe “Assembleias de voto no estrangeiro”. Artigo 5º

7. É aditado, a seguir ao artigo 200º do Código (Renumeração e republicação)


Eleitoral, um novo artigo, com a epígrafe e
redacção seguintes: 1. As modificações resultantes da presente lei
serão consideradas como fazendo parte do Código
Artigo 200º-A Eleitoral, e nele serão inseridas por meio de
substituição, supressão e aditamento,
(Exclusões para assembleias de voto no
estrangeiro) respectivamente das alíneas, números e artigos
No estrangeiro, não são aplicáveis as normas alterados.
relativas aos poderes e prerrogativas das 2. O Código Eleitoral e a Lei n.º92/V/99, de 8
assembleias de voto às respectivas mesas e ao de Fevereiro, que o aprova, no seu novo texto,
voto antecipado, quando elas se mostrem serão publicados conjuntamente com a presente
compatíveis apenas com a realização das eleições Lei.
no território nacional, sem prejuízo da
observância dos princípios fundamentais do Artigo 6º
processo eleitoral consignados na Constituição e
neste Código.
(Recenseamento eleitoral geral no estrangeiro)

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1. Durante o recenseamento eleitoral geral no Publique-se.
estrangeiro, previsto no nº 3 do artigo 425º-A, a
entidade recenseadora de cada unidade O Presidente da República, PEDRO VERONA
geográfica é a comissão de recenseamento RODRIGUES PIRES
designada nos termos do artigo 73.º do Código Assinada em 3 de Março de 2010
Eleitoral.
O Presidente da Assembleia Nacional,
2. Os membros das comissões de Aristides Raimundo Lima
recenseamento têm direito a uma gratificação
mensal fixa durante a realização do CÓDIGO ELEITORAL
recenseamento eleitoral geral, a estabelecer por
despacho conjunto dos membros do governo TÍTULO I
responsáveis pelos Negócios Estrangeiros e pelas
Finanças, sob proposta do chefe do Posto DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Consular, Embaixador ou Chefe da Missão
Diplomática sedeada na unidade geográfica de Artigo 1º
recenseamento.
(Objecto)
3. O Posto Consular, Embaixada ou
representação diplomática, durante a realização
O presente Código Eleitoral regula as eleições
do recenseamento eleitoral geral, garantem o
dos titulares dos órgãos electivos do poder
apoio administrativo e técnico às comissões de
político.
recenseamento.
Artigo 2º
Artigo 7º

(Princípio geral)
(Documento de identificação para as eleições de 2011)
Os titulares dos órgãos electivos do poder
1. Para as eleições legislativas e presidenciais
político são eleitos por sufrágio universal, igual,
de 2011, cada eleitor, apresentando-se à mesa,
directo, secreto e periódico.
identifica-se perante o presidente, entregando-
lhe o bilhete de identidade ou passaporte, ainda Artigo 3º
que caducados.

2. Se, no entanto, o bilhete de identidade vier (Proibição de realização de eleições durante a


vigência do estado de sítio ou de emergência)
a ser substituído, por lei, por outro documento de
identificação, a identificação do eleitor é feita
Durante a vigência do estado de sítio ou de
exclusivamente através desse novo documento.
emergência e até ao trigésimo dia posterior à sua
3. Sem prejuízo do disposto nos números cessação, não é permitida a realização de
antecedentes, nos círculos eleitorais do qualquer acto eleitoral.
estrangeiro, os eleitores podem ainda identificar-
se perante a mesa com o passaporte válido do Artigo 4º
Estado de acolhimento de que também sejam
nacionais. (Prorrogação dos mandatos electivos durante a
vigência do estado de sítio ou de emergência)
Artigo 8º
1. Declarado o estado de sítio, ficam
automáticamente prorrogados os mandatos dos
Entrada em vigor
titulares eleitos dos órgãos do poder político que
A presente lei entra em vigor no dia seguinte devam findar durante a sua vigência.
ao da sua publicação. 2. Declarado o estado de emergência restrito a
Aprovada em 1 de Fevereiro de 2010. uma parte do território nacional, aplica-se o
disposto no número anterior aos órgãos eleitos da
O Presidente da Assembleia Nacional, respectiva área.
Aristides Raimundo Lima
TÍTULO II
Promulgada em 2 de Março de 2010

7
DISPOSIÇÕES COMUNS APLICÁVEIS À Artigo 9º
ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, DOS DEPUTADOS À (Inelegibilidades gerais)
ASSEMBLEIA NACIONAL E DOS
TITULARES DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS 1. São, porém, inelegíveis, quando estejam em
efectividade de funções:
CAPÍTULO I
a) Os magistrados judiciais e do Ministério
Público, os juízes do Tribunal de
Capacidade eleitoral activa
Contas e do tribunal militar de
instância e os membros dos Conselhos
Artigo 5º Superiores da Magistratura Judicial e
do Ministério Público e do Conselho de
(Capacidade eleitoral activa) Comunicação Social;
São eleitores os cidadãos cabo-verdianos, de b) Os funcionários e agentes com funções
ambos os sexos, maiores de dezoito anos. de inspecção na Administração
Pública;
Artigo 6º
c) Os diplomatas e os agentes em funções
(Plurinacionalidade) diplomáticas ou consulares;

Os cidadãos cabo-verdianos havidos também d) Os cônsules honorários;


como cidadãos de outros Estados não perdem, e) Os oficiais de justiça;
por esse facto, a capacidade eleitoral activa.
f) Os funcionários ou agentes dos serviços
Artigo 7º de segurança e dos Serviços de
Informação da República;
(Incapacidades)
g) Os Administradores e dirigentes de
Não são, porém, eleitores: entidades reguladoras independentes;

a) Os interditos por sentença com trânsito h) Os membros das comissões de


em julgado; recenseamento e da Comissão
Nacional de Eleições, os delegados
b) Os notoriamente reconhecidos como desta e os funcionários ou agentes no
doentes mentais ainda que não serviço central de apoio ao processo
interditos por sentença, quando eleitoral.
internados em serviço ou
estabelecimento psiquiátrico ou 2. São ainda inelegíveis os militares e os
quando como tais forem declarados em membros das forças policiais em efectividade de
atestado médico; funções e no activo.

c) Os que se encontrem suspensos do CAPÍTULO III


exercício dos seus direitos políticos por
sentença judicial transitada em Comissão Nacional de Eleições
julgado.
Artigo 10º
CAPÍTULO II
(Definição)
Capacidade eleitoral passiva
A Comissão Nacional de Eleições é o órgão
Artigo 8º superior da administração eleitoral, com as
competências definidas neste Código e demais
(Regra geral) legislação.

São elegíveis os cidadãos cabo-verdianos Artigo 11º


eleitores.

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(Natureza) Artigo 14º

A Comissão Nacional de Eleições é um órgão (Posse)


independente e permanente que funciona junto
da Assembleia Nacional. Os membros da Comissão Nacional de Eleições
tomam posse perante o Presidente da
Artigo 12º Assembleia Nacional nos trinta dias
subsequentes à suas eleições.
(Composição)
Artigo 15º
1. A Comissão Nacional de Eleições é composta
por: (Estatuto)

a) Um presidente, eleito pela Assembleia 1. Os membros da Comissão Nacional de


Nacional, por maioria de dois terços Eleições são independentes, inamovíveis e não
dos deputados presentes, desde que respondem pelas decisões que tomarem e votos
superior à maioria absoluta dos que exprimirem no exercício das suas funções,
deputados em efectividade de funções, nos mesmos termos que os magistrados judiciais.
de entre cidadãos nacionais de
reputado mérito, licenciados em direito 2. O Presidente da Comissão Nacional de
e no pleno gozo dos seus direitos civis e Eleições é equiparado, para efeitos de
políticos, que, à data da eleição, remuneração e regalias, a Juiz Conselheiro do
tenham exercido, pelo menos, durante Supremo Tribunal de Justiça e o tempo de
sete anos, actividade profissional na serviço prestado nessas funções é contado, para
magistratura, de preferência, ou em todos os efeitos, e quando seja magistrado, esse
qualquer outra actividade forense; tempo é ainda contado como comissão de serviço
de natureza judiciária.
b) Quatro cidadãos de reconhecida
idoneidade, competência e mérito, 3. O Secretário da Comissão Nacional de
eleitos pela Assembleia Nacional, por Eleições é equiparado, para efeitos de
maioria de dois terços dos deputados remuneração e regalias, a juiz desembargador e
presentes, desde que superior à o tempo de serviço prestado nessas funções é
maioria absoluta dos deputados em contado para todos os efeitos.
efectividade de funções.
4. Os demais membros da Comissão Nacional
2. A Comissão Nacional de Eleições elege, de de Eleições têm direito a um subsídio mensal de
entre os seus membros, o vice-presidente e o montante a aprovar por resolução da Assembleia
secretário. Nacional.

Artigo 13º 5. Todos os membros da Comissão Nacional


de Eleições têm direito a cartão de identificação
(Mandato dos membros) especial, de modelo a aprovar por resolução da
Assembleia Nacional.
1. O mandato dos membros da Comissão
Nacional de Eleições inicia-se com a sua posse, 6. O exercício das funções de membro da
tem a duração de seis anos, renovável apenas por Comissão Nacional de Eleições é incompatível
uma única vez e cessa com a posse dos novos com a condição de titular de órgão de soberania
membros para ocuparem os respectivos lugares. ou de poder local ou de altos cargos públicos e
ainda com a condição de funcionário ou agente
2. As vagas que ocorrerem por morte, da Administração Pública.
renúncia, impossibilidade física ou psíquica ou
perda de mandato, são preenchidas nos trinta Artigo 16º
dias posteriores à vacatura.
(Exercício de funções em regime de exclusividade)
3. Os membros da Comissão Nacional de
Eleições mentém-se em funções até serem 1. O Presidente e o Secretário da Comissão
legalmente substituídos, salvo motivo atendível Nacional de Eleições exercem as suas funções a
que a Comissão aprecia. tempo inteiro e em regime de exclusividade.

9
2. Os demais membros da Comissão Nacional c) Promover, organizar, dirigir e fiscalizar
de Eleições exercem as suas funções a tempo superiormente, nos termos deste
inteiro e em regime de exclusividade, a partir da Código, as operações de constituição de
publicação do diploma legal que marcar a data assembleias de voto e de apuramento,
das eleições e até ao sexagésimo dia posterior à nas eleições abrangidas no âmbito das
publicação dos resultados. suas atribuições;

3. O direito à dispensa do exercício de d) Emitir instruções genéricas aos órgãos


funções, para efeitos do disposto no número de recenseamento e às mesas das
anterior, não prejudica quaisquer direitos ou assembleias de voto, sobre a
regalias dos membros inerentes à função a que a interpretação e aplicação da lei, sem
dispensa se refere, incluindo a retribuição. prejuízo da sua independência
funcional e do disposto em matéria de
4. Tratando-se de membros que sejam impugnação;
trabalhadores por conta de outrem no sector
privado, o Estado, através do orçamento da e) Fiscalizar e controlar as operações de
Comissão Nacional de Eleições, compensa as recenseamento e de votação,
respectivas entidades empregadoras pelo adoptando providências e promovendo
cumprimento do disposto no n.º 3. diligências que assegurem a sua
conformidade com a lei;
5. Tratando-se de membros que sejam
profissionais liberais, o Estado, através do f) Promover o esclarecimento objectivo dos
orçamento da Comissão Nacional de Eleições, cidadãos acerca das operações
compensa-os pelos prejuízos profissionais eleitorais;
decorrentes do disposto no n.º 2.
g) Criar uma bolsa de membros de mesas
Artigo 17º de assembleias de voto, no país e no
estrangeiro, constituída por indivíduos
(Prioridade do exercício de funções)
idóneos, dotados de capacidade para
dirigir as operações eleitorais;
Fora do período referido no artigo anterior, os
h) Promover, apoiar e certificar a formação,
membros da Comissão Nacional de Eleições dão
em matéria eleitoral, dos seus
prioridade aos trabalhos da Comissão, para os
delegados, das entidades
quais nenhum impedimento lhes pode ser
recenseadoras e dos membros das
imposto.
mesas de voto, com o apoio do serviço
central de apoio ao processo eleitoral;
Artigo 18º
i) Dar a mais ampla publicidade aos
(Competência) diplomas legais que marcam as datas
de eleições;
1. Compete à Comissão Nacional de Eleições:
j) Resolver queixas e reclamações, que lhe
a) Assegurar a liberdade e regularidade sejam apresentadas no âmbito do
das eleições, a igualdade de processo eleitoral, salvo quando tal
oportunidades e de tratamento das resolução incumba, nos termos deste
candidaturas e o respeito pelos demais Código e demais legislação, a outros
princípios fundamentais do processo órgãos;
eleitoral, estabelecidos na
Constituição, deste Código e demais k) Instaurar, instruir e decidir processos
legislação, adoptando todas as por contra-ordenação eleitoral e
providências necessárias; aplicar as coimas correspondentes;
b) Assegurar a igualdade de tratamento l) Participar ao Ministério Público crimes
dos cidadãos e a imparcialidade, eleitorais de que tome conhecimento;
isenção e objectividade de todos os
serviços e agentes da administração m) Apreciar a regularidade das contas
eleitoral no exercício de funções; eleitorais;

10
n) Desempenhar as demais funções Eleições, o qual assiste às reuniões desta, com
atribuídas por este Código e demais direito à palavra mas sem direito de voto.
legislação.
4. Das reuniões da Comissão Nacional de
2. É da exclusiva competência da Comissão Eleições serão lavradas actas, que podem ser
Nacional de Eleições a proclamação dos consultadas por qualquer eleitor, Partido Politico
resultados eleitorais, sem prejuízo da sua ou interessado.
divulgação pelos órgãos de comunicação social,
nos termos da lei. 5. O funcionamento da Comissão Nacional de
Eleições é regulado pelo respectivo regimento.
Artigo 19º
Artigo 22º

(Calendário eleitoral)
(Colaboração institucional)
1. A Comissão Nacional de Eleições elabora e
publica o calendário eleitoral no prazo de três 1. A Comissão Nacional de Eleições tem,
dias a contar da publicação do diploma legal que relativamente aos serviços e agentes da
marcar a data das eleições. administração pública central ou local, directa,
indirecta ou autónoma, internos ou externos, os
2. A publicação referida no número anterior é poderes necessários à efectiva realização da sua
feita no Boletim Oficial e em jornais dos mais missão.
lidos do país.
2. Os serviços e agentes da administração
3. O calendário eleitoral especifica pública, central ou local, directa, indirecta ou
obrigatoriamente os actos eleitorais que devem autónoma, internos ou externos, têm o dever de
ser praticados e as respectivas datas. prestar à Comissão Nacional de Eleições a
colaboração necessária, de dar prioridade às
Artigo 20º solicitações da mesma e de com ela cooperar no
exercício das suas funções.
(Recursos)
3. A Comissão Nacional de Eleições pode
1. Das deliberações da Comissão Nacional de requisitar à Assembleia Nacional e ao Governo
Eleições em matéria de processo eleitoral, que as instalações, os equipamentos e o pessoal
não sejam tomadas como assembleia de necessários ao seu regular funcionamento.
apuramento, cabe recurso contencioso, a interpor
no prazo de três dias, para o Tribunal Artigo 23º
Constitucional, que decidirá no prazo de sete
dias. (Dever geral de colaboração)

2. Dos actos administrativos da Comissão Os cidadãos, partidos políticos, instituições e


Nacional de Eleições não abrangidos pelo entidades públicas ou privadas têm o dever de
disposto no número anterior, cabe recurso colaborar com a Comissão Nacional de Eleições.
contencioso para o Supremo Tribunal de Justiça,
nos termos da lei. Artigo 24º

Artigo 21º (Assessores permanentes)

(Funcionamento) 1. A Comissão Nacional de Eleições é


permanentemente assessorada pelo director do
1. A Comissão Nacional de Eleições funciona serviço central de apoio ao processo eleitoral, por
em plenário, com a presença da maioria absoluta um diplomata designado pelo membro do
dos seus membros. Governo responsável pela área dos negócios
estrangeiros e por um profissional de
2. A Comissão Nacional de Eleições delibera comunicação social designado pelo membro do
por maioria absoluta dos seus membros. Governo responsável pela área da comunicação
3. Cada partido político designa um social.
representante junto da Comissão Nacional de

11
2. Os assessores permanentes assistem às (Competências)
reuniões da Comissão Nacional de Eleições com
direito à palavra, mas sem direito a voto. 1. Ao serviço referido no artigo anterior
compete, em matéria de processo eleitoral:
3. Os asssessores permanentes têm direito a:
a) Colaborar e prestar o apoio técnico e
a) Um subsídio mensal, a partir da data da logístico à Comissão Nacional de
publicação do diploma que marcar a Eleições e às comissões de
data das eleições e até ao sexagésimo recenseamento;
dia posterior à realização das eleições;
b) Administrar o sistema informático do
b) Uma senha de presença fora do período recenseamento eleitoral;
referido na alínea a).
c) Receber os cadernos de recenseamento
4. O montante do subsídio e da senha de das comissões de recenseamento
presença é fixado por resolução da Assembleia eleitoral, sitas no estrangeiro;
Nacional.
d) Providenciar a emissão do cartão de
5. Os assessores permanentes têm direito a eleitor;
um cartão de identificação de modelo a aprovar
por resolução da Assembleia Nacional. e) Publicar os mapas com os resultados
globais do recenseamento;
Artigo 25º
f) Providenciar a confecção dos boletins de
(Serviço central de apoio ao processo eleitoral) voto, em conformidade com o protótipo
previamente validado pela Comissão
1. Na dependência do Governo é organizado Nacional de Eleições, nos termos da
um serviço central, encarregado especificamente lei;
de assegurar apoio técnico, administrativo e
logístico ao processo eleitoral. g) Providenciar o envio ao delegado da
Comissão Nacional de Eleições, para
2. O serviço central de apoio ao processo distribuição, do material indispensável
eleitoral funciona em estreita articulação com a ao trabalho das mesas de assembleia
Comissão Nacional de Eleições e com os órgãos de voto;
de recenseamento, nos termos deste Código.
h) O mais que lhe for cometido por lei ou
3. O responsável do serviço central de apoio por instruções genéricas da Comissão
ao processo eleitoral é nomeado pelo Governo. Nacional de Eleições.

4. O responsável do serviço central de apoio 2. As competências referidas no número


ao processo eleitoral deve ser recrutado de entre anterior são exercidas sob a supervisão e
cidadãos habilitados com licenciatura, de fiscalização da Comissão Nacional de Eleições.
reconhecida competência e idoneidade, e que
ofereça garantias de isenção e imparcialidade, Artigo 27º
compatíveis com as exigências do cargo.
(Delegados)
5. O exercício das funções de responsável do
serviço central de apoio ao processo eleitoral não 1. Para cada círculo eleitoral, a Comissão
é cumulável com qualquer outro cargo público, Nacional de Eleições designa um ou mais
seja a que título for, salvo funções de docência. delegados, em função das necessidades do
círculo.
6. Os demais funcionários e agentes são
recrutados mediante concurso público. 2. O delegado da Comissão Nacional de
Eleições deve ser recrutado de entre pessoas de
7. O pessoal do serviço central de apoio ao reconhecida competência, habilitadas com curso
processo eleitoral não deve ter participação superior, ainda que não confira grau de
político-partidária activa. licenciatura, e que ofereçam garantias de
idoneidade, isenção e imparcialidade,
Artigo 26º
compatíveis com a natureza das suas funções, e
não deve ter participação politica activa.

12
3. O delegado da Comissão Nacional de 1. A Comissão Nacional de Eleições goza de
Eleições representa esta e exerce as funções autonomia financeira e patrimonial, possuindo
estabelecidas na lei e as definidas em credencial, orçamento privativo, aprovado pela Assembleia
assinada pelo Presidente da Comissão Nacional Nacional, conjuntamente com o orçamento
de Eleições, competindo-lhe, designadamente, privativo desta.
promover, orientar e fiscalizar a organização das
assembleias de voto, das operações de voto e das 2. Os encargos com o regular funcionamento
de apuramento no respectivo círculo ou da Comissão Nacional de Eleições, e, de um modo
circunscrição e ainda fiscalizar as operações de geral, com o processo eleitoral e que relevem da
recenseamento. sua competência, constituem despesas
obrigatórias e devem ser inscritas no respectivo
4. A deliberação que designa delegado, a orçamento privativo.
identificação completa deste, a sede em que
funciona e as suas funções, definidas em 3. As despesas referidas no número anterior
credencial, são publicadas no Boletim Oficial e estão sujeitas à regra geral das deduções e ao
devem ser amplamente publicitadas, regime duodecimal, com excepção das que se
designadamente, logo após a publicação de destinem a assegurar directamente a realização
diploma legal que marca eleições. de eleições.

5. O delegado da Comissão Nacional de 4. As contas da Comissão Nacional de


Eleições deve ser portador da respectiva Eleições são enviadas ao Tribunal de Contas,
credencial sempre que actue nessa qualidade. para julgamento, até 31 de Março do ano
seguinte àquele a que respeitam.
6. O delegado da Comissão Nacional de
Eleições é obrigado ainda a especiais deveres de Artigo 29º
reserva e discrição, em ordem a garantir uma
imagem de independência do cargo. (Relatório de actividades)

7. O delegado da Comissão Nacional de 1. A Comissão Nacional de Eleições apresenta


Eleições tem direito a um cartão de identificação à Assembleia Nacional, até 31 de Março de cada
especial, assinado pelo Presidente e a um ano, um relatório circunstanciado das suas
subsídio mensal de montante a aprovar por actividades do qual constam uma avaliação sobre
deliberação da Comissão Nacional de Eleições. a sua organização e o seu funcionamento, as
actividades desenvolvidas durante o ano
8. Sob a chefia do delegado ou de um dos
anterior, a articulação com os sujeitos do
delegados, pode funcionar, nos círculos eleitorais
processo eleitoral e a sua situação financeira.
cujo universo eleitoral ou extensão territorial o
justifiquem, uma unidade técnica de apoio cuja 2. O relatório referido no número anterior,
criação, organização e funcionamento serão quando respeite a ano em que tenham ocorrido
regulados por deliberação da Comissão Nacional eleições, contém, para cada uma, os elementos de
de Eleições. apuramento geral, as queixas e reclamações
apresentadas, as irregularidades eventualmente
9. Dos actos dos delegados cabe recurso
ocorridas, a apreciação das contas eleitorais e
hierárquico necessário, a interpor no prazo de
outros elementos que julgar relevantes.
quarenta e oito horas, para a Comissão Nacional
de Eleições, que decidirá no prazo de três dias. 3. O relatório apresenta ainda os aspectos
mais relevantes da organização e
10. O exercício das funções de delegado da
desenvolvimento do processo eleitoral no
Comissão Nacional de Eleições é incompatível
estrangeiro, devendo o departamento
com a condição de titular de órgão de soberania,
governamental encarregado das relações com as
do poder local, de altos cargos públicos ou de
comunidades cabo-verdianas no exterior fornecer
cargo de direcção ou de chefia na Administração
os elementos necessários para esse efeito.
Pública.
Artigo 30º
Artigo 28º

(Regimento)
(Orçamento e contas)

13
1. A Comissão Nacional de Eleições elabora, Artigo 33º
aprova e altera o seu regimento, por deliberação
tomada por maioria absoluta dos seus membros. (Universalidade)
2. O regimento da Comissão Nacional de
Todos os cidadãos que gozem de capacidade
Eleições é publicado na I série do Boletim Oficial.
eleitoral nos termos da lei devem ser inscritos no
recenseamento eleitoral.
Artigo 31º

Artigo 34º
(Publicidade e comunicados da Comissão Nacional de
Eleições)
(Actualidade)
1. A publicidade institucional e os
comunicados dimanados da Comissão Nacional O recenseamento deve corresponder, com
de Eleições sobre matéria da sua competência actualidade, ao universo eleitoral.
são, obrigatória e gratuitamente divulgados
Artigo 35º
pelas publicações periódicas de informação geral,
assim como pelas estações de rádio e de
televisão, com o devido relevo. (Oficiosidade e obrigatoriedade)

2. O disposto no número anterior aplica-se a 1. A inscrição dos eleitores no recenseamento


todos os órgãos de comunicação social que não é feita, obrigatoriamente, pelas entidades
sejam propriedade de partidos políticos, recenseadoras competentes.
independentemente do seu âmbito ou da sua
2. As entidades recenseadoras inscrevem,
titularidade.
oficiosamente, os cidadãos eleitores nos cadernos
3. A Comissão Nacional de Eleições compensa de recenseamento, a partir dos dados recolhidos
os órgãos de comunicação social privados tendo da base de dados do sistema nacional de registos
em conta o disposto na última parte do artigo e identificação civil.
118º.
3. Sem prejuízo do disposto nos números
4. A Comissão Nacional de Eleições, tendo em anteriores, todo o cidadão tem o direito e o dever
conta o disposto nos artigos 115 e 117 , de colaborar com as entidades recenseadoras, de
compensa os órgãos de comunicação social promover a sua inscrição no recenseamento, bem
públicos, no quadro dos respectivos contratos de como de verificar se está devidamente inscrito e,
concessão de serviço público. em caso de erro ou omissão, de requerer a
respectiva inscrição, actualização ou rectificação.
5. O disposto no presente artigo aplica-se, com
as necessárias adaptações, à publicidade Artigo 36º
institucional e aos comunicados dimanados do
serviço central de apoio ao processo eleitoral. (Unicidade de inscrição)

CAPÍTULO IV Ninguém pode ser inscrito mais do que uma


vez no recenseamento eleitoral.
Recenseamento Eleitoral
Artigo 37º
Secção I
(Âmbito temporal do recenseamento)
Princípios gerais
A inscrição no recenseamento tem efeito
permanente e só pode ser eliminada, nos casos e
Artigo 32º
termos previstos neste Código.

(Regra geral) Artigo 38º

O recenseamento eleitoral é oficioso,


(Presunção da capacidade eleitoral)
obrigatório, permanente e único para todas as
eleiçöes por sufrágio universal, directo, igual e
secreto.

14
1. A inscrição de um cidadão nos cadernos de seus membros, sob proposta da câmara
recenseamento implica a presunção de que tem municipal.
capacidade eleitoral.
3. Os membros das comissões de
2. A presunção referida no número anterior só recenseamento elegem, de entre si, o presidente.
pode ser ilidida por documento comprovativo da
morte do eleitor, de alteração da sua capacidade 4. Na composição das comissões de
eleitoral ou do facto de não possuir, recenseamento procurar-se-á assegurar o seu
inequivocamente, nos termos da lei, capacidade pluralismo.
eleitoral. 5. Aos actos de constituição e eleição dos
3. O documento referido no número anterior membros das comissões de recenseamento é dada
deve ser apresentado perante a entidade a devida publicidade, sendo também publicados
recenseadora. no Boletim Oficial.

Artigo 39º Artigo 43º

(Unidade geográfica do recenseamento) (Posse)

A unidade geográfica do recenseamento é o Os membros das comissões de recenseamento


concelho. tomam posse, em cerimónia pública, perante o
presidente da assembleia municipal.
Artigo 40º
Artigo 44º

(Local de inscrição no recenseamento)


(Estatuto)
Os cidadãos eleitores são inscritos no local de
funcionamento das entidades recenseadoras do 1. No exercício das suas funções as comissões
concelho da sua residência habitual. de recenseamento e os respectivos membros são
independentes e só devem obediência à lei e às
Secção II instruções de carácter genérico, emitidas pela
Comissão Nacional de Eleições, nos termos deste
Organização do recenseamento
Código.

2. Os membros da comissão de recenseamento


Artigo 41º têm direito:

(Entidade recenseadora) a) A dispensa de serviço para participar


nos trabalhos das respectivas
1. O recenseamento é organizado por comissões, sem perda de quaisquer
comissões de recenseamento, uma por cada direitos ou regalias, incluindo a
concelho. retribuição;
2. As comissões de recenseamento funcionam b) A uma gratificação mensal fixa, a
nas sedes dos respectivos concelhos. estabelecer por Decreto-Regulamentar,
ouvidos os partidos políticos.
Artigo 42º
Artigo 45º
(Composição e designação das comissões de
recenseamento) (Competência das comissões de recenseamento)

1. As comissões de recenseamento compõem- Compete às comissões de recenseamento:


se de cinco ou três membros efectivos, consoante
os respectivos concelhos tenham ou não mais de a) Incentivar e dinamizar o
dez mil eleitores, e de dois suplentes. recenseamento;

2. Os membros das comissões de b) Elaborar o recenseamento, através do


recenseamento são eleitos, por três anos sistema informático e da organização
renováveis, pela assembleia municipal de cadernos, de acordo com este Código
correspondente, por maioria de dois terços dos e com as instruções genéricas da

15
Comissão Nacional de Eleições, nos ausência desse prazo, num outro que se mostrar
termos do artigo 18º; razoável em função das circunstâncias.

c) Publicitar, por qualquer meio, Artigo 47º


designadamente editais e órgãos de
comunicação social, as operações de (Competência do presidente)
recenseamento, as datas relevantes do
processo, os locais e o modo de Compete ao presidente da comissão de
recenseamento; recenseamento:
d) Esclarecer os cidadãos eleitores sobre o a) Representar a comissão;
recenseamento;
b) Promover a requisição de funcionários e
e) Preencher os verbetes de inscrição, agentes dos serviços da administração
controlando a actualização, correcção e central e da administração municipal,
veracidade das menções deles sempre que se mostrar necessário para
constantes; o bom funcionamento da comissão;
f) Proceder às correcções nos cadernos c) Coordenar e dinamizar os trabalhos do
eleitorais, por iniciativa própria ou do recenseamento;
eleitor interessado ou por decisão do
tribunal; d) Distribuir tarefas aos restantes
membros da comissão;
g) Promover a transferência de inscrições,
por mudança de local de residência e) Assinar toda a documentação da
habitual do eleitor a pedido deste; comissão;

h) Eliminar inscrições; f) Responder pelo bom funcionamento da


comissão.
i) Eliminar múltiplas inscrições,
oficiosamente ou por indicação de Artigo 48º
interessado legítimo;
(Funcionamento)
j) Distribuir cartões de eleitor, sob a
supervisão do delegado da Comissão 1. As comissões de recenseamento funcionam
Nacional de Eleições; diariamente no local e com o horário especial
k) Emitir certidão de recenseamento, no indicados e devidamente publicitados pela
prazo máximo de três dias a contar da Comissão Nacional de Eleições, devendo o local
recepção do respectivo pedido; ser acessível e podendo o horário não coincidir
com o horário normal de expediente dos serviços
l) Receber, apreciar e decidir em primeira públicos e incluir fins de semana e dias feriados.
instância, reclamações, protestos e
contra-protestos relativos ao 2. Sempre que o número de eleitores ou a sua
recenseamento; dispersão geográfica o justifique, a comissão de
recenseamento pode abrir postos de
m) O mais que lhes for cometido por este recenseamento, em locais especialmente
Código e demais legislação. escolhidos, coincidentes com as freguesias,
povoados ou bairros, identificados por letras.
Artigo 46º
3. Sempre que possível, os postos de
(Direito a informação)
recenseamento coincidem com as assembleias de
voto.
As comissões de recenseamento podem
4. Os postos de recenseamento referidos no
requisitar directamente dos serviços públicos ou
número 2 são compostos por dois ou três
de entidades privadas, as informações,
membros, um dos quais coordena os trabalhos,
documentos e esclarecimentos de que careçam
designados pela comissão de recenseamento,
para o desempenho da sua missão, constituindo-
ouvidos os partidos políticos legalmente
se os serviços e entidades na obrigação de os
constituídos e procurando assegurar, na sua
fornecer no prazo que lhes for fixado, ou, na
composição, o seu pluralismo.

16
5. São ainda constituídas brigadas móveis de 2. A colaboração dos partidos políticos faz-se
recenseamento com a composição referida no através dos respectivos delegados, designados
número anterior nos lugares em que tal se revele nos termos do artigo 51º.
adequado.
Artigo 51º
6. Os postos e as brigadas móveis de
recenseamento têm por funçäo preencher e (Delegados dos partidos políticos)
receber os verbetes de inscrição, rubricá-los e
entregá-los na respectiva comissão de 1. A todo o tempo, os partidos políticos
recenseamento, bem como distribuir os cartões comunicam por escrito aos presidentes das
de eleitor desta recebidos. comissões de recenseamento a identificação
completa, o domicílio para notificações e os
7. Das decisões dos postos e brigadas móveis
contactos dos seus delegados, com conhecimento
de recenseamento cabe reclamação oral ou
dos delegados da Comissão Nacional de Eleições,
escrita perante a comissão de recenseamento,
entendendo-se que permanecem os delegados
devendo esta, no prazo máximo de cinco dias, se
anteriormente indigitados, enquanto não houver
outro mais curto não resultar da utilidade da
nova indigitação.
reclamação, pronunciar-se por escrito,
notificando imediatamente o reclamante. 2. Cada partido político é representado
apenas por um delegado efectivo e um suplente.
Artigo 49º
3. Nenhum delegado pode representar um
(Orçamento das comissões de recenseamento) partido junto de mais do que uma comissão de
recenseamento.
1. Cada comissão de recenseamento possui
um orçamento próprio, para a realização de 4. Os delegados dos partidos políticos têm
despesas de funcionamento, aprovado, sob sua poderes de fiscalização, com direito a:
proposta, pela Lei do Orçamento do Estado. a) Pedir e obter informações sobre o
2. As dotações orçamentais das comissões de recenseamento;
recenseamento são transferidas pelo b) Requisitar e obter, gratuitamente, uma
departamento governamental responsável pelas cópia dos cadernos de recenseamento
finanças, directamente para cada comissão de ou dos cadernos eleitorais, com a
recenseamento, nos termos da lei. última actualização feita;
3. Os encargos com o regular funcionamento c) Apresentar reclamações, protestos e
das comissões de recenseamento constituem contra-protestos.
despesas obrigatórias.
5. As comissões de recenseamento estão
Artigo 50º constituídas na obrigação de prestar as
informações solicitadas, fornecer a cópia dos
(Colaboração dos partidos políticos) cadernos de recenseamento ou eleitorais e
receber reclamações, protestos e contra-
1. Sem prejuízo do disposto nos artigos protestos, apresentados pelos delegados de
anteriores, os partidos políticos legalmente partidos políticos, devendo deliberar sobre as
constituídos têm o dever e o direito de colaborar pretensões formuladas no prazo de quarenta e
no recenseamento, podendo, designadamente: oito horas.
a) Incentivar e dinamizar o 6. Das deliberações das comissões de
recenseamento; recenseamento relativas aos pedidos de
informação, às requisições e às reclamações,
b) Publicitar os locais e o modo de
protestos e contra-protestos referidos nos
recenseamento, bem como as datas
números 4 e 5 anteriores, podem os partidos
relevantes do processo;
recorrer, no prazo de quarenta e oito horas, para
c) Esclarecer os cidadãos eleitores sobre o a Comissão Nacional de Eleições, devendo esta
recenseamento. deliberar sobre o recurso no prazo de três dias.

Secção III

17
Operações do recenseamento Artigo 55º

Artigo 52º (Recenseamento de cidadãos indocumentados)

(Continuidade do recenseamento) 1. A comissão de recenseamento,


oficiosamente ou a pedido do interessado,
1. O recenseamento decorre a todo o tempo, procede ao recenseamento dos cidadãos que não
sem prejuízo do disposto nos artigos 64º e 70º disponham de documento de identificação, a
deste Código. partir dos dados informáticos constantes da base
de dados dos serviços de registo e de
2. A partir do sexagésimo quinto dia que identificação civil ou das certidões que o
antecede cada eleição e até ao dia da sua interessado tenha apresentado, emitindo, acto
realização, é suspensa a inscrição de eleitores, contínuo, certidão comprovativa do
devendo, contudo, constar dos cadernos eleitorais recenseamento, que será provisório, fixando-lhe
os cidadãos que perfazem dezoito anos à data da prazo, não superior a trinta dias para apresentar
eleição em causa. documento de identificação, sob pena de ser
eliminada a inscrição provisória.
Artigo 53º
2. Sem prejuízo do disposto no número
(Bases do recenseamento) anterior, a entidade recenseadora comunica
imediatamente a situação do eleitor aos serviços
Os dados do recenseamento são recolhidos com de identificação civil competentes, para que
base nos assentos dos registos de nascimento e promovam, desde logo, o processo de emissão do
dos registos de identificação civil, incluindo o bilhete de identidade do interessado,
registo de nacionalidade. independentemente de outro documento de
identificação, que ele possa providenciar,
Artigo 54º designadamente, passaporte ou cartão de
residência de estrangeiro em Cabo Verde,
(Processo de inscrição) válidos.

1. Os postos e as brigadas móveis de Artigo 56º


recenseamento recolherão os seguintes dados do
cidadão eleitor: (Verbete individual de inscrição)

a) Identificação, para efeitos de


1. A inscrição nos cadernos de recenseamento
preenchimento do teor da inscrição,
é feita mediante o preenchimento de um verbete
previsto no artigo 57º do Código
individual digitalizado de modelo a aprovar por
Eleitoral, mediante a apresentação do
decreto-lei.
Bilhete de Identidade ou Passaporte;
2. Imediatamente após a inscrição, as
b) Dados biométricos dos dois dedos
comissões de recenseamento devem emitir duas
indicadores;
cópias do verbete referido no número 1, em
c) Fotografia actual; suporte de papel, destinando-se uma ao cidadão
recenseado, como documento comprovativo da
d) Assinatura manual digitalizada, caso sua inscrição, e outra ao ficheiro manual da
saiba assinar. comissão.
2. Na falta de qualquer dos dois dedos 3. O ficheiro manual é constituído por ordem
indicadores referidos na alínea b) do n.º 1, os sequencial dos números de inscrição e
dados biométricos serão recolhidos de qualquer organizado dentro de cada unidade geográfica
outros dedos, com menção obrigatória dos por postos de recenseamento quando existam.
utilizados.
Artigo 57º
3. Na falta de quaisquer dedos serão
dispensados os dados biométricos, sem prejuízo
(Teor da inscrição)
da utilização de outros procedimentos de
identificação, nos termos do número 11 do artigo 1. A inscrição dos cidadãos eleitores é feita
223º. pelo seu nome completo, filiação, data, local de

18
nascimento, freguesia, estado civil e residência, 2. A transferência é comunicada à comissão
com indicação do lugar e, quando existam, do de recenseamento da unidade geográfica onde o
bairro, rua, número e andar do prédio. cidadão se encontrava, até ao quinto dia
posterior à sua efectuação.
2. Da inscrição consta também o número do
bilhete de identidade ou passaporte e a Artigo 60º
respectiva entidade emitente, quando o cidadão o
exiba ou esse número possa ser apurado, ainda (Informações relativas à capacidade eleitoral activa)
que se tenha expirado o prazo de validade do
documento de identificação. 1. As conservatórias e delegações do Registo
Civil enviam, até ao último dia de cada mês, às
Artigo 58º comissões de recenseamento e ao serviço central
de apoio ao processo eleitoral:
(Cadernos de recenseamento)
a) Uma relação contendo o nome, filiação,
1. A inscrição dos cidadãos eleitores nos data, concelho e freguesia de
cadernos de recenseamento é feita por ordem nascimento dos cidadãos que
alfabética, pelo seu nome completo, filiação e completem dezoito anos no mês a que
data de nascimento. se refere a comunicação;

2. Haverá tantos cadernos quantos os b) Uma relação dos cidadãos maiores de


necessários para que em cada um deles não dezoito anos que tenham falecido no
figurem mais de quatrocentos e cinquenta mês a que se refere a comunicação,
eleitores. com os elementos referidos na alínea
anterior.
3. Os cadernos de recenseamento são
numerados e rubricados em todas as folhas, pelo 2. O Arquivo Nacional de Identificação Civil e
presidente da comissão de recenseamento e têm Criminal envia, até ao último dia de cada mês, às
termos de abertura e encerramento, subscrito comissões de recenseamento e ao serviço central
por todos os membros da comissão, declarando-se de apoio ao processo eleitoral, uma relação
no termo de encerramento o número de eleitores contendo o nome, filiação, data, concelho e
inscritos. freguesia de nascimento, o número de bilhete de
identidade e a residência dos cidadãos,
4. A numeração das folhas dos cadernos de constantes dos respectivos ficheiros, que
recenseamento é única para cada comissão ou completem dezoito anos no mês a que se refere a
posto de recenseamento. comunicação.
5. Os cadernos de recenseamento devem ser 3. A Conservatória dos Registos Centrais
recompostos de modo a mantê-los de acordo com envia, até ao último dia de cada mês, às
o disposto no número 2. comissões de recenseamento e ao serviço central
6. Os cadernos de recenseamento podem ser de apoio ao processo eleitoral, uma relação
obtidos directamente através de fotocópia de contendo o nome, filiação, data, concelho e
verbetes de inscrição ou através do seu freguesia de nascimento, o número de bilhete de
processamento por meios informáticos, identidade ou passaporte e a residência dos
adequadamente protegidos. cidadãos constantes dos respectivos livros e que
hajam perdido a nacionalidade cabo-verdiana no
Artigo 59º mês a que se refere a comunicação.

4. Os tribunais enviam, até ao último dia de


(Transferência de inscrição) cada mês, às comissões de recenseamento e ao
serviço central de apoio ao processo eleitoral uma
1. A transferência de inscrição por motivo de
relação dos interditos no mês a que se refere a
mudança de residência faz-se mediante
comunicação, com os elementos de identificação
apresentação do cartão de eleitor, caso este o
referidos no número 2.
tenha, e o pedido de alteração da residência no
verbete individual de inscrição junto da comissão 5. Os directores dos serviços psiquiátricos ou
recenseadora da nova residência. dos hospitais centrais enviam, até ao último dia
de cada mês, ao serviço central de apoio ao
processo eleitoral, uma relação, com os elementos

19
de identificação referidos nos números Devem ser oficiosamente eliminadas dos
anteriores, dos cidadãos que tenham completado cadernos de recenseamento:
dezoito anos e que, por demência notória ou em
virtude de anomalia psíquica, hajam sido a) As inscrições dos eleitores que
internados como doentes mentais, no mês a que perderam a capacidade eleitoral;
se refere a comunicação, mas não estejam b) As inscrições dos cidadãos falecidos, com
interditos por sentença com trânsito em julgado. óbito confirmado pela conservatória ou
6. O disposto nos números 3, 4 e 5 aplica-se, delegação do registo;
com as necessárias adaptações, aos cidadãos c) As inscrições dos cidadãos que perderam
referidos nesses números que tenham a nacionalidade cabo-verdiana, nos
readquirido capacidade eleitoral activa. termos da lei.
Artigo 61º
Artigo 63º

(Múltiplas inscrições)
(Actualização dos cadernos de recenseamento)

1. Em caso de múltiplas inscrições, prevalece A actualização dos cadernos é feita por


a mais recente, eliminando-se as anteriores. aditamento de nomes resultantes de novas
2. Não sendo possível apurar a inscrição mais inscrições, por alteração das inscrições ou pela
recente, prevalece a última comunicada à base eliminação dos nomes daqueles que perderam a
de dados do recenseamento eleitoral. capacidade eleitoral, dos quais se elabora
listagem específica, referenciando à margem o
3. No caso de serem detectadas, através da documento comprovativo da respectiva
base de dados do recenseamento eleitoral, eliminação.
múltiplas inscrições, o serviço central de apoio ao
processo eleitoral deve comunicar o facto às Artigo 64º
comissões de recenseamento interessadas e à
Comissão Nacional de Eleições, acompanhado da (Exposição de cópia para exame e reclamação)
documentação que se mostrar pertinente.
Durante os meses de Junho e Julho de cada
4. Se as inscrições tiverem a mesma data, a ano, as comissões de recenseamento procedem à
Comissão Nacional de Eleições deve notificar o exposição, em local visível do edifício onde
interessado para optar por uma delas no prazo funcionar a comissão ou posto de recenseamento,
de dez dias. de uma cópia fiel dos cadernos de recenseamento
e da listagem dos eleitores eliminados, para
5. Se não houver resposta, a Comissão
efeitos de consulta e reclamação dos
Nacional de Eleições decide em acto devidamente
interessados.
fundamentado, comunicando o facto ao serviço
central de apoio ao processo eleitoral, às
Artigo 65º
comissões de recenseamento interessadas e ao
eleitor.
(Exposição e reclamações em anos eleitorais)
6. As eliminações determinadas por motivo
de múltiplas inscrições são obrigatoriamente 1. Sem prejuízo do disposto no artigo 64º, até
efectuadas pelas comissões de recenseamento ao quinquagésimo quinto dia anterior à data da
nos respectivos ficheiros de eleitores logo que eleição, as comissões de recenseamento procedem
recebidas. à exposição dos cadernos de recenseamento, para
efeitos de consulta e reclamação dos
7. A Comissão Nacional de Eleições deve interessados.
comunicar as múltiplas inscrições detectadas ao
Ministério Público para os efeitos convenientes. 2. As reclamações são apresentadas pelos
interessados perante as comissões de
Artigo 62º recenseamento até ao quinquagésimo dia
anterior à data das eleições.
(Eliminação de inscrição) 3. As comissões de recenseamento decidem as
reclamações até ao quadragésimo sétimo dia
anterior à data da eleição, devendo a

20
comunicação aos interessados ser feita os elementos necessários para a apreciação do
imediatamente. recurso.

4. Da decisão das comissões de recenseamento 2. As petições de recurso são entregues na


cabe recurso para o tribunal competente no prazo comissão de recenseamento recorrida que as
de quarenta e oito horas, oferecendo-se com o envia ao tribunal, no prazo de vinte e quatro
requerimento todos os elementos necessários horas.
para a apreciação do recurso, devendo as
respectivas petições ser entregues nas comissões 3. O tribunal decide os recursos dentro do
recenseamento que as envia ao tribunal, prazo de dez dias a contar do termo do prazo
imediatamente. referido no nº 2, mandando, imediatamente e
pela via mais rápida, notificar da sua decisão à
5. O tribunal decide o recurso, em definitivo, comissão de recenseamento recorrida e, através
no prazo de três dias, a contar da data da desta, o recorrente.
entrada da petição, devendo comunicar a decisão
imediatamente ao interessado e à comissão de 4. Da decisão referida no nº 3 não é admissível
recenseamento requerida. recurso.

6. Esgotados os prazos de reclamação ou 5. A comissão de recenseamento, comunica,


recurso ou decididos estes, as comissões de no prazo de oito dias, ao serviço central de apoio
recenseamento comunicam as rectificações daí ao processo eleitoral as decisões dos tribunais
resultantes ao serviço central de apoio ao que impliquem alterações nos cadernos de
processo eleitoral até trigésimo quinto dia recenseamento, para efeitos de actualização do
anterior à data das eleições. ficheiro informático central.

7. O serviço central de apoio ao processo Artigo 68º


eleitoral, em colaboração com as comissões de
recenseamento pode promover, em condições de (Cartão de eleitor)
segurança, a possibilidade de consulta, por parte
do titular, aos dados constantes dos cadernos 1. Por processos tecnológicos avançados, que
eleitorais que lhe respeitem, através de meios garantam níveis elevados de segurança e de
informatizados. protecção contra falsificação, é emitido, pelo
serviço central de apoio ao processo eleitoral, sob
Artigo 66º a supervisão e fiscalização da Comissão Nacional
de Eleições, um cartão de eleitor, de modelo e
(Reclamações) conteúdo a serem aprovados por decreto-lei.

1. Durante o período referido no artigo 64º, 2. O cartão de eleitor referido no número


pode qualquer eleitor reclamar perante a anterior contém, obrigatoriamente, a impressão
comissão de recenseamento das omissões ou digital e a fotografia do titular e deve ser
inscrições indevidas no caderno de autenticado com a assinatura do Presidente da
recenseamento da respectiva área. Comissão Nacional de Eleições.

2. A comissão de recenseamento decide as 3. O cartão de eleitor é confeccionado por


reclamações dentro de dez dias, devendo afixar instituição, pública ou privada, que ofereça
imediatamente as suas decisões à porta do local garantias de independência, idoneidade e
em que funcionar, bem como nos postos de segurança exigidas na lei e compatíveis com
recenseamento, se existirem, dando documentos de igual natureza e importância.
conhecimento pela via mais rápida ao cidadão 4. O cartão de eleitor é entregue ao respectivo
eleitor. titular até sessenta dias após o termo do prazo
para reclamações, nos termos do artigo 66º.
Artigo 67º

Artigo 69º
(Recursos)

(Rectificação de inscrições)
1. Das decisões das comissões de
recenseamento podem os reclamantes recorrer 1. Esgotados os prazos de reclamação e
para o tribunal competente, dentro do prazo de recurso, as comissões de recenseamento
três dias, oferecendo, com o requerimento, todos

21
procedem, de imediato, às rectificações daí Os estrangeiros e apátridas eleitores
resultantes. promovem a sua inscrição nos cadernos de
recenseamento mediante prévia identificação
2. No prazo de vinte dias, o serviço central de pela apresentação da autorização de residência e
apoio ao processo eleitoral publica no Boletim passaporte, aplicando-se em tudo o mais o
Oficial e divulga nos órgãos de comunicação disposto no artigo 54º.
social os mapas com os resultados globais do
recenseamento. Artigo 74º

Artigo 70º
(Teor da inscrição)

(Período de inalterabilidade) 1. A inscrição dos estrangeiros ou apátridas


eleitores é feita pelo seu nome completo, filiação,
1. Os cadernos de recenseamento são data, local de nascimento, freguesia, estado civil
inalteráveis nos trinta dias anteriores a cada e residência com indicação do lugar e, quando
acto eleitoral. existam, do bairro, rua, número e andar do
2. As comissões de recenseamento lavram os prédio, devendo ainda constar o número da
respectivos termos de encerramento no primeiro autorização de residência ou documento
dia posterior ao termo do período referido no equivalente.
número anterior. 2. A inscrição faz-se mediante a apresentação
da autorização de residência ou equivalente e do
Artigo 71º
passaporte.

(Guarda e conservação dos cadernos de Artigo 75º


recenseamento)

1. Compete à comissão de recenseamento a (Cadernos de recenseamento)


guarda e conservação dos cadernos de
1. A inscrição dos estrangeiros e apátridas
recenseamento e do restante material eleitoral,
eleitores nos cadernos de recenseamento é feita
responsabilizando-se o presidente em caso de
por ordem alfabética, pelo seu nome completo,
extravio.
filiação e data de nascimento.
2. Quando a comissão de recenseamento
2. Os cadernos de recenseamento referidos no
considere não dispôr de condições para a guarda
número antecedente devem ser organizados
da documentação referida no número anterior,
especificamente para esse fim e ser de cor
providencia pela entrega de uma cópia fiel dos
diferente dos cadernos de recenseamento dos
cadernos de recenseamento e do restante
cidadãos nacionais.
material à câmara municipal respectiva.
Artigo 76º
Artigo 72º

(Informações relativas à capacidade eleitoral activa)


(Organização e gestão)
O responsável pela Direcção de Emigração e
O regime jurídico da organização, manutenção
Fronteiras envia, até ao último dia de cada mês,
e gestão da base de dados do recenseamento
ao serviço central de apoio ao processo eleitoral,
eleitoral será aprovado por Lei ou decreto-
uma relação com a identificação completa e o
legislativo.
número de autorização de residência de todos os
estrangeiros e apátridas, que completem três
Secção IV
anos de residência legal no país, no mês a que a
comunicação se refere.
Disposições específicas do recenseamento de
estrangeiros e apátridas
Artigo 77º

Artigo 73º
(Cartão de eleitor para estrangeiros ou apátridas)

(Processo de inscrição) É emitido ao estrangeiro ou apátrida


recenseado um cartão de eleitor com

22
características, modelo e conteúdo, a ser (Estatuto das comissões de recenseamento)
aprovado por decreto-lei, no prazo referido no n.º
4 do artigo 68º. 1. As comissões de recenseamento no
estrangeiro gozam de total independência
Secção V funcional em relação aos postos consulares e às
embaixadas ou representações diplomáticas de
Disposições específicas do recenseamento no Cabo Verde, acreditados na respectiva uniddade
estrangeiro geográfica.

Artigo 78º 2. Sem prejuízo do número anterior, as


comissões de recenseamento no estrangeiro
(Entidade recenseadora) funcionam junto dos postos consulares,
embaixadas ou representações diplomáticas
1. Nos períodos eleitorais a entidade correspondentes, os quais estão constituídos na
recenseadora de cada unidade geográfica de obrigação de lhes prestar todo o apoio logístico e
recenseamento no estrangeiro é a respectiva material, e toda a colaboração solicitada.
comissão de recenseamento, composta por um
funcionário consular de carreira, ou quando não 3. Os membros das comissões de
exista, por um funcionário diplomático, com recenseamento têm direito, enquanto durar o seu
excepção do Embaixador, que preside, e por mais mandato, a uma gratificação mensal fixa a
quatro cidadãos idóneos. estabelecer por despacho conjunto dos membros
do Governo responsáveis pelos Negócios
2. Haverá também dois suplentes por cada Estrangeiros e pelas Finanças, sob proposta do
comissão de recenseamento. chefe do Posto Consular, Embaixador ou Chefe
da representação diplomática sedeada na
3. Os cidadãos referidos na parte final do unidade geográfica de recenseamento.
número 1 e no número antecedente são eleitos
pela Assembleia Nacional, por maioria de dois 4. Sem prejuízo do disposto nos números
terços dos Deputados, sob proposta do Governo, anteriores e nos artigos seguintes da presente
precedida de audição dos partidos politicos, e secção, não se aplicam às comissões de
assegurando o pluralismo politico com expressão recenseamento as normas dos artigos 44º,
parlamentar. número 2, a) e 46º, no que se refere a serviços e a
entidades não cabo-verdianas.
4. As Comissões de Recenseamento tomam
posse perante o respectivo Chefe do Posto Artigo 81º
Consular ou, fora da jurisdição deste, perante o
respectivo chefe da representação diplomática. Fiscalização

5. Fora do período eleitoral, os postos


As actividades dos postos consulares, das
consulares, as embaixadas e as representações
embaixadas e das representações diplomáticas,
diplomáticas efectuam a inscrição no
em matéria de recenseamento, estão sujeitas às
recenseamento eleitoral de todos os cidadãos
regras aplicáveis às comissões de recenseamento,
eleitores residentes nas respectivas unidades
salvo disposição especial da lei.
geográficas de recenseamento que solicitem
qualquer acto consular aos respectivos serviços. Artigo 82º

Artigo 79º
Horário de funcionamento

(Período eleitoral) Sempre que se mostre conveniente, as


comissões de recenseamento, os postos
Para efeitos do número um do artigo 78º,
consulares, as embaixadas e representações
considera-se período eleitoral o que vai do
diplomáticas de Cabo Verde poderão adoptar um
duocentésimo quadragésimo dia anterior à data
horário especial para os serviços de
em que, legalmente, se completa o mandato dos
recenseamento, podendo incluir sábados,
titulares do órgão até à publicação dos
domingos e feriados.
correspondentes resultados eleitorais definitivos.
Artigo 83º
Artigo 80º

23
(Mandato) imediatos, o número total de eleitores nas áreas
do recenseamento abrangidas por cada círculo
1. O mandato dos membros das Comissões de eleitoral no estrangeiro.
Recenseamento no estrangeiro tem a duração
seguinte: CAPÍTULO V

a) No período de recenseamento geral tem Marcação das eleições


a duração fixada para o recenseamento
precedida e seguida de um período
Artigo 88º
adicional de trinta dias;

b) Nos períodos eleitorais que tem a (Marcação da data das eleições)


duração correspondente ao período
eleitoral definido nos termos deste A marcação da data das eleições faz-se com a
Código, acrescido de trinta dias que antecedência mínima de setenta dias, ouvidos os
antecedem esse mesmo período. partidos políticos legalmente constituídos e, nos
casos previstos na Constituição, o Conselho da
2. Quando a umas eleições se seguirem outras Republica.
dentro de um prazo não superior a nove meses, o
mandato é prorrogado até à publicação dos Artigo 89º
resultados definitivos das eleições ocorridas em
último lugar. (Dia de eleições)

Artigo 84º 1. O dia de eleições é o mesmo em todos os


círculos eleitorais, salvo nos casos
(Unidade geográfica do recensamento) excepcionalmente previstos na lei.

A unidade geográfica do recenseamento no 2. As eleições só podem ser realizada em dia


estrangeiro é o país de residência do eleitor. domingo ou em dia feriado nacional.

Artigo 85º CAPÍTULO VI

(Mudança de residência) Apresentação de candidaturas

1. Para efeitos de transferência de inscrição, a Artigo 90º


mudança de residência obriga o cidadão eleitor à
comunicação dessa mudança à entidade (Poder de apresentação)
recenseadora da residência actual.
A apresentação de candidaturas cabe às
2. Quando a mudança de residência implicar a entidades previstas neste Código para cada
mudança de unidade geográfica de espécie de eleições.
recenseamento, deve a entidade recenseadora da
residência actual comunicar o facto à entidade CAPÍTULO VII
recenseadora da residência anterior.
Campanha eleitoral
Artigo 86º

Secção I
(Recursos)

Os recursos relativos a questões de Disposições gerais


recenseamento no estrangeiro são interpostos e
apreciados no tribunal da comarca da Praia. Artigo 91º

Artigo 87º (Período da campanha eleitoral)

(Número de eleitores inscritos) O período da campanha eleitoral inicia-se nos


termos dos artigos 386º, 417º e 434º e finda às
Esgotados os recursos, o serviço central de vinte e quatro horas da antevéspera do dia
apoio ao processo eleitoral apura, nos dez dias marcado para as eleições.

24
Artigo 92º colectivas de utilidade pública administrativa,
das sociedades concessionárias dos serviços
(Proibição de propaganda eleitoral em período de
públicos, das empresas públicas, das sociedades
reflexão) de capitais públicos ou de economia mista,
devem, no exercício das suas funções, manter
E proibida toda a propaganda eleitoral, seja rigorosa neutralidade perante as diversas
qual for a forma de que se revista, a partir das candidaturas.
zero horas do dia anterior ao dia marcado para
as eleições. 2. Os titulares dos órgãos e os funcionários e
agentes referidos no número anterior não podem,
Artigo 93º nessa qualidade, intervir, directa ou
indirectamente, na campanha eleitoral, nem
(Promoção e realização da campanha eleitoral)
praticar actos que, de algum modo, favoreçam ou
prejudiquem um concorrente às eleições, em
A promoção e realização da campanha eleitoral detrimento ou vantagem de outros.
cabe às entidades proponentes de lista e aos
3. É vedada a exibição de símbolos,
candidatos, sem prejuízo da participação activa
autocolantes ou outros elementos de propaganda
dos cidadãos.
eleitoral pelos titulares dos órgãos, funcionários
e agentes referidos no número 1, durante o
Artigo 94º
exercício das suas funções.
(Âmbito da campanha eleitoral) 4. Os titulares dos órgãos, funcionários e
agentes referidos no presente artigo, que se
As entidades referidas no artigo anterior candidatem a qualquer cargo electivo,
realizam a campanha eleitoral em qualquer consideram-se, automaticamente, suspensos das
ponto do território nacional. funções que desempenham, a partir da data da
apresentação formal da candidatura, sem perda
Artigo 95º
de direitos.

(Princípio de liberdade) 5. Exceptuam-se do disposto no número 4, os


titulares dos órgãos de soberania que se
1. Os candidatos e os seus proponentes candidatem a eleições legislativas ou
desenvolvem livremente a campanha eleitoral. presidenciais e os titulares de órgãos autárquicos
que se candidatem a eleições autárquicas, salvo
2. As actividades de campanha eleitoral
se a Constituição ou lei expressa determinar a
previstas no presente Código não excluem
suspensão e nos termos em que o fizer.
quaisquer outras decorrentes do exercício dos
direitos, liberdades e garantias contempladas na 6. O disposto no presente artigo não proíbe a
Constituição e nas leis. participação em campanha eleitoral dos titulares
de cargos políticos e dos funcionários ou agentes
Artigo 96º que sejam dirigentes ou militantes partidários,
candidatos ou mandatários de lista, não podendo,
(Igualdade de oportunidade das candidaturas) porém, utilizar para o efeito as prerrogativas,
privilégios, poderes, recursos e facilidades
Os candidatos e as entidades proponentes de inerentes aos cargos que desempenhem.
listas têm direito a igual tratamento por parte
das entidades públicas e privadas, a fim de 7. Em especial, a partir do sexagésimo dia
efectuarem livremente e nas melhores condições, anterior à data marcada para as eleições, os
a sua campanha eleitoral. titulares de cargos públicos não podem:

Artigo 97º a) Aprovar ou conceder subvenções,


donativos, patrocínios e contribuições a
(Neutralidade e imparcialidade das entidades particulares;
públicas)
b) Realizar cerimónias públicas de
1. Os titulares dos órgãos e os funcionários e lançamento de primeiras pedras ou de
agentes do Estado, dos municípios e de outras inauguração.
pessoas colectivas de direito público, das pessoas

25
Artigo 98º Artigo 101º

(Gratuitidade de acesso) (Arrendamento)

1. É gratuito o acesso dos candidatos e das 1. A partir da data da publicação do diploma


entidades proponentes de listas aos espaços que marcar a data das eleições e até vinte dias
jornalísticos, tempos de emissão, suportes, após o acto eleitoral, os arrendatários de prédios
edifícios ou recintos que sejam cedidos pelo urbanos podem, por qualquer meio, incluindo a
Estado, municípios ou outras pessoas colectivas sub-locação por valor não excedente ao da renda,
públicas, para campanha eleitoral. destiná-los à preparação e realização da
campanha eleitoral, seja qual for o fim do
2. Correm, todavia, por conta dos titulares dos arrendamento e mesmo que haja disposição em
tempos de emissão televisiva as despesas contrário no respectivo contrato.
inerentes ao registo magnético dos materiais
difundidos. 2. Os arrendatários, candidatos e subscritores
das respectivas candidaturas são solidariamente
Artigo 99º responsáveis por todos os prejuízos causados pela
utilização prevista no número anterior.
(Divulgação de sondagens)
Artigo 102º
1. Desde o início da campanha eleitoral e até
à hora do fecho das mesas das assembleias de (Tarifas postais)
voto no dia marcado para as eleições, é interdita
a divulgação e o comentário dos resultados de Ouvidos os partidos políticos legalmente
quaisquer sondagens ou inquéritos de opinião constituidos, são fixadas por decreto-
atinentes à atitude dos cidadãos perante os regulamentar tarifas especiais para envio de
concorrentes. propaganda eleitoral, por via postal ou
electrónica.
2. Entre o dia da marcação das eleições e o do
ínicio da campanha eleitoral só é permitida a Secção II
divulgação de resultados das sondagens ou
inquéritos desde que entregues na Comissão Propaganda eleitoral
Nacional de Eleições, até cinco dias antes da sua
divulgação, acompanhada da indicação da
Artigo 103º
empresa responsável e da entidade que
encomendou e financiou a sondagem, da origem
(Objectivos)
dos recursos utilizados no seu financiamento, do
método usado e da identificação da amostra, A campanha eleitoral consiste na apresentação
incluindo o número e a distribuição espacial das das propostas e programas político-eleitorais e
entrevistas e de todos os demais elementos que na justificação e promoção das candidaturas, com
permitem aferir a sua representatividade e vista à captação dos votos, no respeito pelas
credibilidade, bem como da data dos trabalhos de regras do Estado de direito democrático.
recolha da informação e das percentagens de
recusas e de não respondentes e indecisos. Artigo 104º

Artigo 100º
(Liberdade de expressão e de informação)

(Instalação de telefones) 1. As entidades referidas no artigo 93º bem


como os cidadãos em geral, gozam do direito de
1. As candidaturas têm direito à instalação de livre expressão de ideias e princípios políticos,
telefones nas respectivas sedes, suportando os económicos e sociais.
correspondentes custos.
2. A manifestação de ideias ou de princípios
2. A instalação referida no número anterior referidos no número anterior não pode ser
pode ser requerida a partir da publicação do limitada no decurso das campanhas eleitorais,
diploma legal que marcar a data das eleições e sem prejuízo de eventual responsabilidade civil
deve ser efectuada no prazo máximo de quarenta ou criminal.
e oito horas a contar da apresentação do pedido.

26
Artigo 105º 2. A propaganda eleitoral não deve empregar
meios publicitários que ofendam a moral pública
(Liberdade de imprensa)
ou violem direitos legalmente protegidos ou o
disposto nos números seguintes.
1. Durante o período de campanha eleitoral os
3. Não são, ainda, permitidos em campanha
órgãos de comunicação social e os seus
eleitoral:
profissionais têm total liberdade no acesso aos
actos integrados na campanha, e na sua a) A apologia e o uso de processos violentos
cobertura, dentro da legalidade. para subverter o regime democrático;
2. A partir do sexagésimo dia anterior a data b) A apologia de preconceitos de raça, de
marcada para as eleições e até ao encerramento género, de religião ou de origem social
da votação, é vedado aos órgãos de comunicação ou regional;
social, sob qualquer forma:
c) O incitamento ao atentado contra
a) Transmitir, ainda que sob a forma de pessoas e bens;
entrevista jornalística, imagens de
realização de pesquisa ou sondagem d) A instigação à desobediência colectiva,
eleitoral em que seja possível ao incumprimento da lei e à
identificar o entrevistado ou em que perturbação da ordem pública;
haja manipulação de dados;
e) A injúria, calúnia ou difamação de
b) Usar de truncagem, montagem ou outro pessoas, bem como de órgãos ou
recurso audio ou vídeo que, de entidades que exercem autoridade.
qualquer forma, degradem ou
4. É proibido doar, oferecer ou entregar,
ridicularizem candidato, partido,
directamente ou por intermédio de terceiro,
coligação ou lista, ou produzir ou
dinheiro ou quaisquer mercadorias, bens ou
difundir programa com esse efeito;
artigos que não sejam considerados simples
c) Difundir propaganda política ou opinião enfeites ou adereços.
favorável ou desfavorável a órgãos de
5. Não são considerados simples enfeites ou
soberania ou autárquicos, ou a seus
adereços os artigos que se destinem a assegurar
membros, e a candidato, partido,
uma especial utilidade para o eleitor.
coligação ou lista;
6. É proibido o uso de materiais nocivos ao
d) Dar tratamento privilegiado a
ambiente e que estejam sujeitos a taxa ecológica.
candidato, partido, coligação ou lista;
7. Não estão incluídos na proibição referida no
e) Difundir qualquer programa com alusão
número anterior a utilização de bandeiras e
ou crítica a candidato, partido,
pendões, devendo os partidos políticos ou
coligação ou lista, mesmo que
candidatos promover a respectiva remoção findas
dissimuladamente, excepto tratando-se
as eleições.
de debates políticos ou sobre as
eleições; 8. É proibido o recurso à actuação de
agrupamentos musicais ou de artistas na
f) Transmitir programa apresentado ou
realização de comícios ou reuniões públicas de
comentado por candidato ou seu
campanha eleitoral.
mandatário, sem prejuízo das normas
sobre o direito de antena. 9. Exceptua-se do disposto no número
anterior, a actuação de artistas e agrupamentos
Artigo 106º culturais tradicionais, designadamente de
música e de dança, de carácter marcadamente
(Limites à propaganda eleitoral) local ou comunitário e de cariz amador.
1. É proibida a propaganda eleitoral nos 10. A violação do disposto nos números 4, 5 e 6
órgãos de comunicação social, fora dos espaços ou constitui contra-ordenação punível nos termos
dos tempos de antena previstos nos artigos 115 deste Código e determina a apreensão dos bens e
e 117º. artigos envolvidos e a sua perda a favor do
Estado.

27
11. É igualmente proibido fazer propaganda Artigo 108º
eleitoral na véspera e no dia das eleições.
(Propaganda sonora)
Artigo 107º
1. A propaganda sonora não carece de
(Liberdade de reunião e manifestação) autorização, nem de comunicação às autoridades
administrativas.
1. A liberdade de reunião e de manifestação
regem-se, no período de campanha eleitoral e 2. Sem prejuízo do disposto no número 7 do
para fins eleitorais, pelo disposto na lei geral, artigo anterior não é admitida propaganda
com as especialidades constantes dos números sonora antes das oito, nem depois das vinte e
seguintes. três horas, salvo na abertura oficial da
campanha.
2. A comunicação às autoridades civis e
policiais é feita, com antecedência mínima de Artigo 109º
três dias, pelos candidatos, mandatários ou
órgãos competentes dos partidos políticos ou (Propaganda gráfica)
coligações ou pelos organizadores, quando se
trate de reuniões, comícios, manifestações ou 1. A propaganda gráfica nos espaços a ela
desfiles, em lugares públicos ou abertos ao reservados não carece de autorização nem de
público. comunicação às autoridades administrativas.
3. Os cortejos e os desfiles podem realizar-se 2. Não é admitida a afixação de material de
em qualquer dia e hora, respeitando-se apenas os propaganda gráfica, nem a realização de
limites impostos pela liberdade de trabalho e de inscrições ou pinturas murais em monumentos
trânsito e pela manutenção da segurança e nacionais, em templos e edifícios religiosos, nos
ordem públicas, bem como os decorrentes do cemitérios, em quaisquer edificios públicos, do
período de descanso dos cidadãos. Estado, dos municipios ou de qualquer outra
pessoa colectiva pública, nos locais onde vão
4. Cópia do auto da decisão de interrupção da
funcionar assembleias de voto, nos sinais de
reunião ou manifestação é enviada ao presidente
trânsito ou placas de sinalização rodoviária, bem
da Comissão Nacional de Eleições e, consoante os
como em quaisquer outros locais proibidos por
casos, aos candidatos, mandatários ou órgãos
posturas municipais.
competentes dos partidos políticos ou coligações
interessados, ou aos organizadores. 3. Não é admitida a afixação de material de
propaganda gráfica, nem a realização de
5. A ordem de alteração dos trajectos ou
inscrições ou pinturas murais em edificios
desfiles é dada pela autoridade competente, por
privados, salvo autorização dos respectivos
escrito, aos candidatos, mandatários, órgãos
proprietários ou de quem, por qualquer modo,
competentes dos partidos políticos ou coligações
tenha a fruição do prédio.
interessados ou aos organizadores e comunicada
à Comissão Nacional de Eleições.
Artigo 110º
6. A presença de agentes da autoridade em
reuniões organizadas por qualquer candidatura, (Garantias de espaços especiais)
lista ou partido político ou coligação apenas pode
ser solicitada, consoante os casos, pelos 1. A câmara municipal estabelece, até ao
representantes competentes ou credenciados dos termo do décimo dia anterior ao dia marcado
mesmos, ficando a entidade organizadora para o início da campanha eleitoral, espaços
responsável pela manutenção da ordem quando especiais destinados à afixação de material de
não faça tal solicitação. propaganda gráfica política.

7. As reuniões e manifestações não podem 2. Os espaços a que se refere o número


prolongar-se para além da primeira hora do dia anterior são repartidos por todas as
seguinte, salvo se realizadas em recintos candidaturas, em termos que lhes garantam
fechados, em salas de espectáculo, em edifícios igualdade de condições e oportunidade.
sem moradores, ou, no caso de terem moradores,
Artigo 111º
se forem estes os promotores ou tiverem dado o
seu consentimento por escrito.

28
(Cedência de uso) Artigo 115º

Os dirigentes e órgãos dirigentes das entidades (Deveres das publicações periódicas)


públicas devem, na medida do possível,
assegurar a cedência do uso para fins da Sempre que incluam matéria relativa aos actos
campanha eleitoral, de edifícios e recintos eleitorais, as publicações periódicas que não
pertencentes ao Estado e outras pessoas revistam a qualidade de órgãos oficiais dos
colectivas de direito público, repartindo com partidos políticos regem-se por critérios de
igualdade a sua utilização pelos concorrentes nos absoluta isenção e rigor, evitando qualquer
círculos em que se situarem tais edifícios ou discriminação entre as diferentes candidaturas,
recintos. quer quanto ao tratamento jornalístico, quer
quanto ao volume dos espaços concedidos.
Artigo 112º
Artigo 116º
(Requisição)
(Estações de rádio e de televisão)
Em caso de comprovada carência de outros
espaços, a câmara municipal requisita, para fins Todas as estações de rádio e de televisão são
de campanha eleitoral, as salas de espectáculos obrigadas a dar igual tratamento às diversas
ou recintos que se mostrarem necessários, candidaturas.
devendo os custos ser suportados pelos
proponentes das candidaturas que as utilizarem. Artigo 117º

Artigo 113º (Tempos de antena na rádio e televisão)

(Proibição de publicidade comercial) 1. Durante os períodos de campanha eleitoral


para as eleições legislativas e presidenciais, as
1. A partir da publicação do diploma que estações de rádio e de televisão,
marcar a data das eleições, é proibida a independentemente do seu âmbito ou da sua
propaganda política feita, directa ou titularidade, facultam, gratuitamente, aos
indirectamente, através de qualquer meio de candidatos concorrentes a eleições presidenciais
publicidade comercial, paga ou gratuita, seja e aos partidos políticos ou coligações
qual for o suporte ou o meio de comunicação concorrentes a eleições legislativas que se
utilizado para o efeito. apresentam num mínimo de cinco círculos
eleitorais, os tempos de antena seguintes:
2. O disposto no número anterior não é
aplicável aos edifícios, espaços e publicações de a) Na rádio, um total de sessenta minutos
carácter jornalístico que sejam propriedade dos diários por cada estação, situados
proponentes de candidaturas. entre as doze e as vinte e duas horas,
de acordo com as exigências da
3. O disposto no nº 1 não é, também, aplicável restante programação;
à utilização de outdoors colocados em espaços
estabelecidos nos termos do artigo 110º. b) Na televisão, um total de vinte minutos
diários por cada estação, situados
Secção III entre as vinte e vinte e duas horas, de
acordo com as exigências da restante
Órgãos de comunicação social programação.

Artigo 114º
2. Dentro dos períodos indicados nas alíneas a)
e b) do número 1, os tempos de antena serão
emitidos, em todas as estações de rádio e em
(Publicações periódicas de entidades públicas)
todas as estações de televisão, simultaneamente,
As publicações periódicas que sejam no mesmo horário, estabelecido pela Comissão
propriedade de entidades públicas inserem, Nacional de Eleições, até ao quinto dia anterior
obrigatoriamente, matéria respeitante aos actos ao início da campanha eleitoral, ouvidos os
eleitorais em todos os seus números editados concorrentes e as estações.
durante o período da campanha, pautando-se
pelos princípios estabelecidos no artigo seguinte.

29
3. Os tempos de antena reservados à b) Faça publicidade comercial;
campanha eleitoral para as eleições dos
deputados à Assembleia Nacional são repartidos c) Faça propaganda a favor de outra
pelos partidos políticos ou coligações de partidos candidatura, com ela concorrente.
concorrentes em proporção do número de 2. A suspensão é de entre um e cinco dias,
candidatos por eles representados, de acordo com consoante a gravidade da falta e o seu grau de
a fórmula TxN em que T designa o tempo C frequência, e abrange o exercício do direito de
diário disponível, C o somatório dos candidatos antena em todas as estações de rádio e televisão,
apresentados por todos os partidos políticos e N o mesmo que o facto que a determinou se tenha
número dos especificamente propostos por cada verificado apenas numa delas.
partido ou coligação.
3. A suspensão do direito de antena é
4. Os tempos de antena reservados à independente da responsabilidade civil ou
campanha eleitoral para as eleições do criminal.
Presidente da República são repartidos
igualmente por todos os candidatos. Artigo 120º

5. A ordem de repartição dos tempos


preenchidos pelos diferentes candidatos, partidos (Processo de suspensão do direito de antena)
políticos ou coligações é determinada por sorteio
A suspensão do direito de antena é requerida
a realizar pela Comissão Nacional de Eleições
ao Supremo Tribunal de Justiça pelo Ministério
até ao quinto dia anterior ao início da campanha
Público, por mandatário nacional de candidatura
eleitoral, com a presença de representantes dos
ou por partido político ou coligação concorrente
concorrentes, devidamente convocados para o
às eleições.
efeito, havendo lugar a tantos sorteios quantos os
dias consagrados à campanha eleitoral.
Artigo 121º
6. Os tempos da emissão que não puderem ser
realizados por razões não imputáveis aos (Decisão)
respectivos titulares, são transferidos para o dia
imediato, e aí excepcionalmente adicionados ao 1. O mandatário da candidatura ou o órgão
espaço de campanha eleitoral, logo no seu início. competente do partido político ou da coligação
cujo direito de antena foi objecto de
Artigo 118º requerimento de suspensão é imediatamente
notificado para contestar, querendo, no prazo de
(Compensação às estações privadas)
doze horas.

2. O Supremo Tribunal de Justiça requisita às


A Comissão Nacional de Eleições estabelece,
estações de rádio ou de televisão os registos das
precedendo negociação, uma compensação
emissões que se mostrarem necessários, os quais
financeira às estações privadas de rádio e de
lhe devem ser imediatamente facultados.
televisão pelo cumprimento do disposto no artigo
anterior, tendo em conta os custos suportados e 3. O Supremo Tribunal decide, em plenário,
os lucros cessantes. no prazo de um dia a contar do termo do prazo
referido no número 1, e, no caso de ordenar a
Artigo 119º suspensão do direito de antena, notifica logo a
decisão às estações de rádio e de televisão, para
(Suspensão do direito de antena) cumprimento imediato.

1. O direito de antena pode ser suspenso Secção IV


apenas quando, em qualquer dos respectivos
tempos de emissão se: Financiamento da campanha eleitoral
a) Use expressões ou imagens que possam
constituir crime de difamação ou Artigo 122º
injúria, ofensa às instituições
democráticas, apelo à desordem ou à (Processamento separado)
insurreição ou incitamento ao ódio, à
violência ou à guerra; 1. As receitas e despesas de campanha
eleitoral são objecto de registo contabilístico

30
específico, separado de qualquer outra 3. A subvenção do Estado consiste na
contabilidade pessoal, profissional ou atribuição pela Comissão Nacional de Eleições,
institucional dos concorrentes. até trinta dias depois dos prazos do artigo 131º,
de uma verba, não inferior a setecentos e
2. As receitas e despesas de campanha cinquenta escudos, por cada voto validamente
eleitoral são arrecadadas ou realizadas mediante expresso, obtido nas eleições presidenciais e
cobranças e pagamentos feitos por via de moeda legislativas, e de quinhentos escudos nas eleições
escritural e processadas pela movimentação de autárquicas, subvenção essa que deve ser revista
uma conta bancária especial, separada de regularmente, tendo em atenção a taxa de
qualquer outra, pessoal, profissional ou inflação acumulada.
institucional, dos concorrentes.
4. As contribuições dos partidos políticos são
3. Os donativos em espécie são contabilizados comprovadas por documentos emitidos pelos
discriminando-se completamente o seu número órgãos competentes, com a identificação de quem
ou quantidade, objecto e valor. as prestou.
Artigo 123º 5. Os donativos de pessoas singulares ou
colectivas, incluindo as contribuições dos
(Administrador eleitoral) candidatos, são documentados por escrito
assinado pelo doador e pelo administrador
Cada candidato presidencial, partido político, eleitoral. Quando se trate de donativos em
coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos espécie, o respectivo documento comprovativo
designa um administrador eleitoral responsável deve discriminar completamente o seu número
pela recolha de fundos, pela contabilidade das ou quantidade, o seu objecto e o valor a ele
receitas e despesas, pela movimentação da conta atribuído, que não pode ser inferior ao seu valor
de campanha e pela apresentação das contas de mercado.
eleitorais.
6. As receitas produzidas por actividades de
Artigo 124º pré-campanha ou campanha eleitoral são
discriminadas com referência à actividade, ao
(Receitas da campanha eleitoral) local e à data ou ao período da sua realização.

1. A campanha eleitoral só pode ser 7. O produto de empréstimos é comprovado


financiada por: por documento bastante da instituição de crédito.

a) Contribuição de partidos políticos Artigo 125º


nacionais;
(Financiamentos proibidos)
b) Subvenção do Estado;
1. Os candidatos presidenciais, os partidos
c) Donativos de pessoas singulares ou
políticos, as coligações e as listas propostas por
colectivas nacionais residentes ou
grupos de cidadãos, bem como os respectivos
sediadas no país;
mandatários e administradores eleitorais não
d) Donativos de eleitores domiciliados no podem solicitar ou receber quaisquer
estrangeiro; contribuições, directas ou indirectas, seja qual
for a sua natureza ou modalidade, provenientes
e) Produto de actividades de pré-campanha de:
ou campanha eleitoral;
a) Serviços simples ou autónomos do
f) Contribuições de candidatos; Estado, fora do quadro da subvenção
referida no artigo 124º;
g) Produto de empréstimos contraídos em
instituições de crédito instaladas no b) Associações de direito público, fundações
país. públicas, institutos públicos, empresas
públicas, autarquias locais e seus
2. As receitas de campanha eleitoral só podem
organismos autónomos, bem como de
ser entregues aos respectivos beneficiários em
pessoas colectivas de utilidade pública
moeda escritural e devem ser documentalmente
administrativa;
comprovadas.

31
c) Sociedades de capitais exclusiva ou global da subvenção do Estado prevista para as
maioritáriamente públicos e empresas eleições em causa.
concessionárias de serviços públicos.
2. Cada candidato presidencial, partido,
2. Os candidatos presidenciais, os partidos coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos
políticos, as coligações e as listas propostas por não pode receber a título de subvenção do
grupos de cidadãos não podem igualmente Estado, por cada acto eleitoral, mais do que 60%
receber a qualquer título contribuições de do montante global da subvenção do Estado
natureza pecuniária ou em espécie de pessoas prevista para as eleições em causa.
singulares ou colectivas não nacionais.
3. Cada candidato presidencial, partido,
3. Os candidatos presidenciais, os partidos coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos
políticos, as coligações e as listas propostas por não pode, para despesas eleitorais em cada acto
grupos de cidadãos não podem, ainda, receber, a eleitoral, contrair empréstimos cujos capitais e
qualquer título, contribuições de natureza juros ultrapassem 50% do montante global da
pecuniária ou em espécie de pessoas singulares subvenção do Estado prevista para as eleições
ou colectivas nacionais se, atentas as em causa.
circunstâncias e no quadro do dever de diligência
exigível, for razoável a suspeita de proveniência 4. Quando uma lista concorra apenas a um ou
ilícita. a alguns dos círculos eleitorais, os limites
estabelecidos nos numeros anteriores serão
Artigo 126º calculados em relação à subvenção
correspondente aos eleitores do círculo ou
(Contabilização de receitas e despesas)
círculos para que concorra.

Cada candidato presidencial, partido político, Artigo 129º


coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos
deve proceder à contabilização discriminada de (Prestação das contas eleitorais)
todas as receitas e despesas efectuadas com a
apresentação das candidaturas e com a No prazo de noventa dias a contar da
campanha eleitoral, indicando de forma precisa a proclamação oficial dos resultados das eleições,
origem daquelas e o objecto destas, bem como os cada candidato presidencial, partido político,
documentos de suporte dos respectivos coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos
lançamentos. presta contas discriminadas da sua candidatura
e campanha eleitoral à Comissão Nacional de
Artigo 127º Eleições.

Artigo 130º
(Discriminação de despesas da campanha eleitoral)

1. As despesas da campanha eleitoral são (Responsabilidade pela apresentação das contas


discriminadas por categoria, juntando-se o eleitorais)
correspondente documento certificativo em
Pela prestação das contas eleitorais são
relação a cada acto de despesa.
responsáveis, solidariamente, o administrador
2. Todas as despesas de candidatura e eleitoral e, conforme couber, os candidatos
campanha eleitoral são satisfeitas pelas presidenciais, os órgãos competentes dos partidos
respectivas candidaturas, salvo as decorrentes da políticos ou das coligações e a lista proposta por
participação individual directa e imediata dos grupo de cidadãos.
cidadãos e satisfeitas pelos próprios.
Artigo 131º
Artigo 128º
(Fiscalização das contas eleitorais)
(Limite de despesas e de subvenção do Estado)
1. A Comissão Nacional de Eleições aprecia,
1. Cada candidato presidencial, partido, no prazo de noventa dias, a legalidade das
coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos receitas e despesas e a regularidade das contas
não pode gastar em despesas eleitorais, por cada eleitorais, podendo, para o efeito, solicitar e
acto eleitoral, mais do que 80% do montante obter, com prioridade, a assessoria da Inspecção

32
Geral de Finanças ou adquirir serviços (Determinação das assembleias de voto)
independentes de peritagem ou auditoria no
mercado. 1. Até ao vigésimo quinto dia anterior ao das
eleições, a Comissão Nacional de Eleições,
2. Se a Comissão Nacional de Eleições ouvidos o serviço central de apoio ao processo
verificar qualquer irregularidade nas contas, eleitoral, os seus delegados, os partidos políticos
notifica a candidatura para apresentar, no prazo legalmente constituídos e as câmaras
de quinze dias, novas contas regularizadas. municipais, determina o número e os locais das
3. A Comissão Nacional de Eleições assembleias de voto, bem como, por áreas
pronuncia-se sobre as novas contas no prazo de geográficas ou administrativas, os eleitores que
quinze dias. devem votar em cada uma delas.

2. Para efeitos de publicidade, a Comissão


Artigo 132º
Nacional de Eleições remete ao serviço central de
apoio ao processo eleitoral e à Câmara
(Sanção para a não prestação de contas eleitorais)
Municipal, no prazo de quarenta e oito horas, a
determinação do número e dos locais das
Se, nos prazos legais, as contas não forem
assembleias de voto e, por áreas geográficas ou
apresentadas para apreciação da Comissão
administrativas, dos eleitores que devem votar
Nacional de Eleições ou, tendo-o sido, não forem
em cada uma delas.
consideradas regulares, fica suspenso o
pagamento da subvenção do Estado até que a
Artigo 136º
situação seja regularizada, sem prejuízo da
aplicação de coima, nos termos do presente
(Critérios de determinação)
Código.
1. As assembleias de voto devem funcionar em
Artigo 133º
local acessível a todos os eleitores, o mais perto
possível da residência dos mesmos, de modo a
(Publicação das contas)
facilitar o exercício do direito de voto, sem
prejuízo do disposto no artigo 134º.
Apreciadas as contas, a Comissão Nacional de
Eleições ordena a sua publicação no Boletim 2. Sempre que possível, será evitada a
Oficial e em jornais dos mais lidos do país, no concentração de mais de duas assembleias de
prazo de 30 dias. voto num mesmo edifício ou a existência de
assembleias de voto em edifícios que distem
CAPÍTULO VIII entre si menos de duzentos metros, em ordem a
prevenir a aglomeração excessiva de eleitores e a
Assembleias de voto possibilitar um ambiente de serenidade e
tranquilidade junto das assembleias de voto.
Secção I
3. As assembleias de voto serão instaladas
preferencialmente em locais que permitam o
Organização
condicionamento da circulação de pessoas que
não sejam eleitores, com barreiras naturais ou
Artigo 134º
artificiais, num perímetro de pelo menos cem
metros.
(Âmbito das assembleias de voto)

Artigo 137º
1. Em cada concelho constituem-se tantas
assembleias de voto quantas as necessárias, para
(Publicidade sobre as assembleias de voto)
que o número de eleitores de cada uma não seja
superior a quatrocentos e cinquenta.
1. A partir do vigésimo dia anterior à data das
2. À área de cada posto de recenseamento eleições, a determinação das assembleias de voto
corresponde, pelo menos, uma assembleia de e dos eleitores que devem votar em cada uma
voto. delas são amplamente publicitadas pela
Comissão Nacional de Eleições, pelos meios
Artigo 135º adequados, para que possam ser conhecidos de
todos os eleitores, designadamente, através da:

33
a) Remessa aos partidos políticos e às destinam a eles e aos escrutinadores e
candidaturas para divulgação; mais uma de reserva, até três dias
antes da data das eleições;
b) Afixação em locais de concentração da
população, nas sedes das respectivas b) Às listas concorrentes e candidaturas, as
câmaras municipais, suas delegações e destinadas aos respectivos delegados
no exterior dos locais onde irão até ao décimo dia anterior ao das
funcionar as assembleias de voto, das eleições;
Casas do Cidadão e das Casas do
Direito; c) Aos delegados da Comissão Nacional de
Eleições, as a eles destinadas, até ao
c) Publicação em órgãos de comunicação décimo dia anterior ao das eleições.
social;
4. Para efeitos do presente artigo as comissões
d) Inserção nos sites da Comissão Nacional de recenseamento poderão requisitar serviços,
de Eleições e do serviço central de material e equipamentos a qualquer entidade
apoio ao processo eleitoral. pública.

2. A publicitação das assembleias de voto no Artigo 139º


estrangeiro será feita pelos modos referidos nas
alíneas a), c) e d) do número 1 e ainda pela (Local de funcionamento)
afixação em locais de concentração das
comunidades cabo-verdianas, nos consulados, 1. As assembleias de voto reúnem-se em
nas embaixadas e representações diplomáticas, e edifícios públicos, de preferência escolas, ou
nos sites da CNE e do serviço central de apoio ao sedes de câmaras municipais que ofereçam as
processo eleitoral e ainda no exterior dos locais indispensáveis condições de espaço, segurança e
onde irão funcionar as assembleias de voto, bem acesso.
como nas sedes das associações comunitárias que
a autorizem. 2. Na falta de edifício público adequado
recorre-se a um edifício particular, requisitado
Artigo 138º ou arrendado para o efeito.

3. Em caso algum será requisitado ou


(Cadernos eleitorais)
arrendado edifício que seja propriedade de ou
1. Até ao vigésimo dia anterior ao das esteja a ser ocupado por instituições partidárias,
eleições, as comissões de recenseamento, com o religiosas, candidatos, mandatários, membros
apoio dos delegados da Comissão Nacional de das assembleias de voto, dirigentes ou delegados
Eleições e do serviço central de apoio ao processo de partidos ou candidaturas, autoridades
eleitoral, providenciam no sentido de serem administrativas, agentes policiais ou militares ou
extraídas cópias dos cadernos eleitorais, em ainda pessoa ou entidade que seja notoriamente
número suficiente, para serem entregues a cada conotada com qualquer das candidaturas.
um dos presidentes e escrutinadores das mesas
Artigo 140º
das assembleias de voto e a cada um dos
delegados das listas concorrentes.
(Fiscalização)
2. Cada cópia abrange apenas as folhas dos
cadernos de recenseamento correspondentes aos A Comissão Nacional de Eleições e os seus
eleitores, que hajam de votar na assembleia de delegados, bem como os partidos políticos e as
voto a que respeita, e deve ter todas as folhas candidaturas fiscalizam o cumprimento do
rubricadas pelo presidente da comissão de disposto no artigo 138º, promovendo o
recenseamento e termo de encerramento, suprimento, no mais curto prazo, de eventuais
subscrito em conformidade com o disposto no nº 3 omissões das entidades recenseadoras.
do artigo 58º.
Artigo 141º
3. As cópias referidas nos números anteriores
são entregues, sob pena de contra-ordenação: (Dia e hora)

a) Aos presidentes das mesas das


assembleias de voto, as que se

34
As assembleias de voto reúnem-se no dia b) Os titulares dos órgãos de soberania;
marcado para as eleições, às oito horas, em todo
o território nacional. c) Os titulares dos órgãos municipais;

d) As autoridades e os agentes policiais ou


Secção II
militares;

Mesas das assembleias de voto e) Os funcionários e agentes da


administração eleitoral.
Artigo 142º
Artigo 145º
(Função e composição)
(Pressupostos e requisitos de designação)
1. Em cada assembleia de voto há uma mesa
que promove e dirige as operações eleitorais. 1. Os membros da mesa de voto são designados
de entre os eleitores inscritos nos cadernos
2. A mesa é composta por um presidente, um eleitorais do círculo eleitoral, não sendo
secretário e dois escrutinadores, como efectivos, e obrigatório que o sejam na assembleia de voto a
por dois suplentes. cuja mesa pertecem.
3. Os suplentes, por ordem de designação, 2. Os membros de mesa da assembleia de voto
substituem os efectivos nas suas faltas e devem saber ler e escrever português e conhecer
impedimentos. o essencial do modo como se desenrolam as
operações eleitorais, só devendo, em regra,
4. O exercício da função de membro de
exercer as funções de presidente e secretário,
assembleia de voto é obrigatório.
pessoas que possuam, pelo menos, o décimo ano
de escolaridade.
Artigo 143º

Artigo 146º
(Designação)

1. Os membros das mesas das assembleias de (Publicidade)


voto são designados pela Comissão Nacional de
À designação dos membros de mesa das
Eleições, ouvidos os partidos políticos e as
assembleias de voto é dada a devida publicidade,
candidaturas, até ao vigésimo dia anterior ao das
nos termos do artigo 137º.
eleições.

2. Na composição das mesas das assembleias Artigo 147º


de voto procurará a Comissão Nacional de
Eleições assegurar o seu pluralismo, velando (Alvará)
para que em cada mesa participem pessoas
propostas por diferentes candidaturas e no Com base na deliberação da Comissão
conjunto das mesas de cada concelho ou país, Nacional de Eleições, os delegados desta lavram
haja uma participação equitativa de pessoas alvarás de designação dos membros das mesas
propostas por todas as candidaturas. das assembleias de voto nos respectivos
concelhos ou países.
3. A designação dos membros das mesas deve
ser-lhes notificada pessoalmente e com razoável Artigo 148º
antecedência.
(Formação obrigatória)
Artigo 144º
1. A Comissão Nacional de Eleições
(Exclusão) organizará, com a necessária antecedência, a
formação dos membros das mesas das
Não podem ser designados membros das mesas assembleias de voto.
das assembleias de voto:
2. A frequência da formação a que se refere o
a) Os candidatos, os mandatários e os número anterior é obrigatória.
delegados das candidaturas;
Artigo 149º

35
(Constituição) acordo da maioria dos restantes membros da
mesa e dos delegados das candidaturas.
1. A mesa da assembleia de voto não pode
constituir-se antes da hora marcada para o início 4. Substituídos os faltosos ficam sem efeito as
da reunião da assembleia, nem em lugar diverso respectivas designações.
do que tiver sido determinado, sob pena de
Artigo 152º
nulidade de todos os actos que praticar e do
respectivo acto eleitoral.
(Permanência da mesa)
2. Constituída a mesa, é afixado à porta do
edifício em que estiver reunida a assembleia de 1. A mesa, uma vez constituída, não pode ser
voto um edital assinado pelo presidente, alterada, salvo caso de força maior.
contendo os nomes e os números de inscrição no
2. Da alteração da mesa e das suas razões é
recenseamento dos cidadãos que compõem a
dada publicidade através de edital a afixar à
mesa, bem como o número de eleitores inscritos
porta do edifício em que a assembleia funcionar.
nessa assembleia.
Artigo 153º
Artigo 150º

(Quórum)
(Hora de comparência dos membros das mesas)
Para a validade das operações eleitorais é
Sem prejuízo do disposto no número 1 do
necessária a presença, em cada momento, do
artigo anterior, os membros das mesas das
presidente da mesa ou do seu suplente e de, pelo
assembleias de voto devem estar presentes no
menos, dois escrutinadores.
local do seu funcionamento uma hora antes da
marcada para o início das operações eleitorais, a Artigo 154º
fim de que estas possam começar à hora fixada.
(Competência do presidente)
Artigo 151º
Compete ao presidente da mesa,
(Substituições) designadamente:
1. Se, meia hora após a hora marcada para a a) Dirigir e orientar os trabalhos da mesa;
abertura da assembleia de voto, não estiverem
presentes os membros efectivos indispensáveis b) Manter a ordem e, em geral, regular a
ao funcionamento da mesa, o presidente chama polícia da assembleia;
os suplentes, por ordem de designação ou, na
c) Requisitar a presença de força armada
falta de suplentes, designa, mediante acordo da
nos termos deste Código;
maioria dos restantes membros e dos delegados
das candidaturas, os substitutos dos membros d) Remeter à assembleia de apuramento
ausentes, de entre cidadãos de reconhecida geral toda a documentação respeitante
idoneidade e competência, em conformidade com à mesa a que preside.
os pressupostos, requisitos e critérios
estabelecidos no artigo 145º. Artigo 155º

2. Se, à hora referida no número anterior, o


(Competências do secretário)
presidente da mesa não estiver presente, será
substituído pelo secretário e, supletivamente, Compete ao secretário, designadamente:
pelos escrutinadores, por ordem de designação,
ou pelos suplentes, também por ordem de a) Elaborar as actas das operações
designação, desde que preencham os requisitos e eleitorais;
critérios estabelecidos no artigo 145º.
b) Elaborar os editais previstos neste
3. Se, apesar de constituída a mesa, se código;
verificar a falta de um dos seus membros, o
presidente substitui-o por qualquer eleitor c) Substituir o presidente, nas suas faltas,
pertencente à assembleia de voto, mediante ausências ou impedimentos;

36
d) Cumprir as demais obrigações legais ou no dia das eleições e no dia seguinte, sem
determinadas pela mesa. prejuízo de todos os seus direitos e regalias,
incluindo o direito à retribuição, devendo, para o
Artigo 156º efeito, fazer prova da sua participação na
formação e nos trabalhos da mesa.
(Competência dos escrutinadores)
Artigo 160º
Compete aos escrutinadores, designadamente:
(Estatuto dos membros das assembleias de voto no
a) Proceder ao escrutínio; estrangeiro)
b) Auxiliar o presidente no exercício das
O disposto nos artigos 157º e 159º não se aplica
suas funções;
a membros das assembleias de voto no
c) Proceder à contra descarga dos votantes estrangeiro que prestem serviço a entidades não
nos cadernos eleitorais e à contagem nacionais ou que estejam sob a jurisdição
dos votantes e dos votos no criminal dos respectivos Estados de residência.
apuramento parcial;
Secção IV
d) Substituir o presidente nas suas faltas,
ausências e impedimentos, por ordem Elementos de trabalho das mesas das assembleias de
de designação, quando não esteja voto
presente o secretário;
Sub-Secção I
e) Cumprir as demais obrigações legais ou
determinadas pela mesa.
Boletins de voto

Secção III
Artigo 161º

Estatuto dos membros das mesas das assembleias de


voto (Características fundamentais dos boletins de voto)

1. Os boletins de voto são impressos em papel


Artigo 157º
liso, opaco e pouco absorvente, em ordem a
assegurarem, de modo absoluto, o segredo do
(Imunidades)
voto.
Os membros das mesas das assembleias de 2. Os boletins de voto são de forma
voto gozam de imunidades, nos mesmos termos rectangular, com as dimensões apropriadas para
que os candidatos e os mandatários. nele caberem, em condições de absoluta
igualdade, a indicação de todas as listas ou
Artigo 158º
candidaturas submetidas à votação em cada
círculo e todas as menções e demais elementos
(Remunerações) deles integrantes.
Os membros das mesas das assembleias de 3. Os boletins de voto são confeccionados de
voto têm direito a remuneração pelo exercício de maneira que, dobrados, resguardem, de modo
funções exercidas no dia das eleições, nos termos absoluto, o segredo de voto.
que forem fixados pelo Governo, por decreto-
regulamentar. Artigo 162º

Artigo 159º (Cor)

(Dispensa do exercício de funções) 1. Os boletins de voto são confeccionados em


papel de cor branca, impressos em tinta preta,
Os membros das mesas das assembleias de podendo os símbolos das diversas listas
voto são dispensados do dever de comparência candidatas ser de outra cor.
aos respectivos empregos ou serviços, nos dias de
formação específica para que tenham sido 2. Quando, nas mesmas eleições, deva existir
convocados pela Comissão Nacional de Eleições, mais de um tipo de boletins de voto, em função

37
dos titulares dos órgãos a eleger, os boletins de 1. O serviço central de apoio ao processo
voto são de cores diferentes, nos termos fixados eleitoral remete aos delegados da Comissão
por deliberação da Comissão Nacional de Nacional de Eleições, com o apoio da força
Eleições, ouvidos os partidos políticos e as pública, os boletins de voto de cada assembleia
candidaturas. de voto, em sobrescrito fechado e devidamente
lacrado, contendo um número de boletins igual
Artigo 163º ao dos eleitores inscritos na mesma assembleia
de voto, acrescido de mais quinze por cento, até
(Menção do órgão) quatro dias antes da data marcada para as
respectivas eleições, sob supervisão e controlo da
Os boletins de voto devem conter a menção Comissão Nacional de Eleições.
expressa do órgão a que as eleições respeitem.
2. Os envelopes contendo os boletins de voto
Artigo 164º serão guardados em cofre-forte de instituição
bancária ou de instituição pública, só podendo
(Elementos integrantes) ser levantados pelo delegado da Comissão
Nacional de Eleições para entrega aos
1. Em cada boletim de voto são impressos com presidentes das mesas das assembleias de voto.
tipos uniformes de letras, conforme couber, os
nomes dos candidatos presidenciais ou as 3. Até às doze horas da véspera das eleições,
denominações, símbolos e siglas dos partidos os delegados da Comissão Nacional de Eleições
políticos, coligações ou listas propostas por procedem à distribuição dos envelopes contendo
grupos de cidadãos concorrentes à eleição a que o boletins de voto aos presidentes das mesas das
boletim se refere, em tamanho igual, dispostos assembleias de voto.
horizontalmente, uns abaixo dos outros, pela 4. Para efeitos do presente artigo a Comissão
ordem resultante do sorteio efectuado nos termos Nacional de Eleições e os respectivos delegados
dos artigos 359º e 378º. podem requisitar, gratuitamente, de qualquer
2. O disposto no número anterior tem por entidade pública, serviços, equipamentos,
base os elementos constantes dos registos viaturas e instalações.
existentes no Supremo Tribunal de Justica. 5. A Comissão Nacional de Eleições remete a
3. Na linha correspondente a cada cada lista ou candidatura concorrente um fac
concorrente figura um quadrado em branco simile de cada tipo de boletim de voto, rubricado
destinado a ser assinalado com a escolha do pelo seu Presidente e autenticado com o selo
eleitor. branco em uso.

Artigo 165º Artigo 167º

(Confecção) (Comissão ad hoc)

1. Compete à Comissão Nacional de Eleições 1. A confecção e a distribuição dos boletins de


aprovar e validar os protótipos dos boletins de voto são fiscalizadas por uma comissão ad hoc,
voto, incumbindo ao serviço central de apoio ao composta por um representante da Comissão
processo eleitoral, providenciar a sua confecção, Nacional de Eleições e de cada um dos
sob a supervisão e controlo daquela. candidatos presidenciais, partidos, coligações ou
grupos de cidadãos concorrentes.
2. O exercício da competência referida no
número anterior é precedido de audição das 2. O funcionamento da comissão referida no
candidaturas presidenciais, dos partidos número anterior será regulado por deliberação
políticos, coligações ou grupos de cidadãos, da Comissão Nacional de Eleições, ouvidos os
conforme couber. partidos políticos e as candidaturas.

Artigo 166º Artigo 168º

(Distribuição dos boletins de voto) (Devolução dos boletins de voto não utilizados ou
inutilizados)

38
Os presidentes das mesas das assembleias de k) Outro material julgado necessário ao
voto prestam contas ao respectivo delegado da regular funcionamento das mesas.
Comissão Nacional de Eleições, dos boletins que
tiverem recebido, devendo devolver-lhe, no dia Artigo 170º
seguinte ao das eleições, os boletins não
utilizados e os deteriorados ou inutilizados pelos (Entrega do material de trabalho das mesas)
eleitores.
O delegado da Comissão Nacional de Eleições
SUB-Secção II entrega ou envia a cada presidente de mesa de
assembleia de voto, até três dias antes do
Outros elementos de trabalho das mesas das designado para as eleições, os materiais referidos
assembleias de voto no artigo 169º, em quantidade julgada suficiente
para o bom funcionamento da mesa da
Artigo 169º assembleia de voto.

(Material indispensável ao funcionamento das mesas) Artigo 171º

O Serviço de Apoio ao Processo Eleitoral envia (Diligências para a obtenção dos elementos de
aos delegados da Comissão Nacional de Eleições, trabalho da mesa)
até cinco dias antes das eleições e para que sejam
distribuídas por todas as mesas das assembleias 1. Os presidentes das mesas das assembleias
de voto do concelho, por indicação da Comissão de voto que não tiverem recebido, no prazo
Nacional de Eleições: estabelecido no artigo 170º os elementos de
trabalho da mesa devem rapidamente diligenciar
a) Cadernos para actas, com termo de pela sua obtenção.
abertura que deverá ser assinado pelo
delegado da Comissão Nacional de 2. O serviço central de apoio ao processo
Eleições; eleitoral e os delegados da Comissão Nacional de
Eleições devem adoptar as providências que se
b) Exemplares do Manual de Instruções mostrarem necessárias para assegurar o
aos Membros das Mesas editado pela cumprimento do disposto no artigo 170º,
Comissão Nacional de Eleições; promovendo o suprimento, no mais curto prazo,
de qualquer omissão ou deficiência.
c) Urnas vazias, não transparentes e
suficientemente grandes para evitar Secção V
que se acumulem os boletins de voto
na ordem por que foram introduzidas e Fiscalização das mesas das assembleias de voto
com a ranhura vedada com tiras de
papel, plástico ou pano fortes;
Artigo 172º
d) Câmaras de voto, indevassáveis, que
garantam, de modo absoluto, o segredo (Delegado das candidaturas ou dos partidos políticos)
de voto;
1. Em cada assembleia de voto há um
e) Material necessário para vedar a delegado designado por cada candidato
ranhura da urna, finda a votação; presidencial, partido político, coligação ou lista
proposta por grupo de cidadãos, concorrente.
f) Tinta indelével, se couber;
2. Cada concorrente designa ainda um
g) Formulários para editais, reclamações, delegado suplente.
protestos e contra-protestos;
Artigo 173º
h) Envelopes para a guarda dos boletins, a
enviar para diferentes destinos;
(Designação e credenciação)
i) Lacre;
1. Os delegados dos partidos políticos ou
j) Senhas numeradas, para efeitos do coligações são, em cada círculo eleitoral,
artigo 224º; designados e credenciados pelo órgão partidário

39
ou da coligação com jurisdição política no círculo, (Poderes dos delegados)
nos termos do respectivo estatuto.
Os delegados têm os seguintes poderes:
2. Os delegados dos candidatos presidenciais
são, em cada concelho, designados e credenciados a) Ocupar os lugares mais próximos da
pelos mandatários concelhios das respectivas mesa da assembleia de voto, por forma
candidaturas. a que possam fiscalizar plenamente
todas as operações eleitorais;
3. Os delegados das listas propostas por
grupos de cidadãos são designados e b) Consultar a todo o momento as cópias
credenciados pelos respectivos mandatários de dos cadernos de recenseamento
lista. eleitoral utilizadas pela mesa da
assembleia de voto;
Artigo 174º
c) Ser ouvido e esclarecido acerca de todas
(Credencial) as questões suscitadas durante o
funcionamento da assembleia de voto,
Da credencial constam o nome, o número de quer na fase de votação, quer na fase
inscrição no recenseamento, o número e a data de apuramento;
da emissão do documento de identificação, o
concorrente que representa e a assembleia de d) Apresentar oralmente ou por escrito
voto para que é designado. reclamações, protestos ou
contraprotestos relativos às operações
Artigo 175º
de voto e de apuramento;

e) Assinar a acta e rubricar todos os


(Requisitos de designação) documentos respeitantes às operações
eleitorais;
1. Os delegados devem estar inscritos nos
cadernos eleitorais, saber ler e escrever f) Obter todas as certidões que requerer
português. sobre as operações de votação e
apuramento.
2. Os delegados podem ser designados para
uma assembleia de voto diferente daquela em Artigo 180º
que estiverem inscritos como eleitores.
(Substituição)
Artigo 176º
1. O delegado pode ser substituído pelo
(Proibição de acumulação) respectivo suplente no decurso das operações de
voto ou de apuramento.
O delegado não pode ser designado para mais
do que uma assembleia de voto. 2. O delegado não pode ser designado para
substituir membros da mesa faltosos.
Artigo 177º
Artigo 181º
(Falta de delegado)
(Delegados de círculo)
A falta de designação ou de comparência de
qualquer delegado não pode ser invocada contra 1. Os candidatos presidenciais, os partidos
a plena validade do resultado do escrutínio. políticos, as coligações e as listas propostas por
grupos de cidadãos concorrentes poderão
Artigo 178º também designar e credenciar, de entre cidadãos
nacionais recenseados, os respectivos delegados
(Comunicação ao presidente da mesa) encarregados de acompanhar o acto eleitoral no
âmbito de todo o círculo eleitoral.
A designação do delegado é comunicada ao
presidente da mesa da assembleia de voto. 2. À designação e credenciação dos delegados
de círculo é aplicável o disposto no artigo 173º.
Artigo 179º

40
3. A lista dos delegados de círculo é, até (Recursos)
quarenta e oito horas antes do dia das eleições,
comunicada ao delegado da Comissão Nacional Das deliberações da Comissão Nacional de
de Eleições no círculo, que, por sua vez, remeterá Eleições relativas à organização das assembleias
copias da mesma a todas as mesas das de voto cabe recurso nos termos do artigo 20º.
assembleia de voto.
Artigo 184º
4. Os delegados de círculo podem:

a) Entrar e estar presente em todas as (Legitimidade)


assembleias de voto e assistir às
Têm legitimidade para interpor recurso os
operações eleitorais;
candidatos presidenciais, os partidos políticos e
b) Conferenciar com os delegados do as coligações concorrentes às eleições no círculo
mesmo concorrente presentes nas eleitoral, bem como os respectivos mandatários
assembleias de voto; nacionais ou concelhios e ainda os mandatários
das listas propostas por grupos de cidadãos.
c) Apresentar, oralmente ou por escrito
reclamações, protestos e Artigo 185º
contraprotestos relativos às operações
de voto e de apuramento. (Decisão)

5. Em cada momento, apenas um delegado de O tribunal de comarca decide definitivamente,


círculo por cada candidatura poderá entrar e no prazo de 48 horas, sem possibilidade de
estar presente numa mesma assembleia de voto recurso.
e assistir às respectivas operações eleitorais.

6. O número de delegados de círculo de cada Secção VIII


candidatura, partido ou força politica
concorrente, não pode ser superior a um terço do Assembleias de voto no estrangeiro
número de assembleias de voto do respectivo
círculo eleitoral. Artigo 186º

Secção VI (Âmbito das assembleias de voto)

Estatuto dos delegados Em cada círculo eleitoral do estrangeiro


constituem-se tantas assembleias de voto
Artigo 182º
quantas as necessárias para que o número de
eleitores de cada assembleia não seja superior a
quatrocentos e cinquenta.
(Remissão)

1. Aos delegados aplica-se integralmente o Artigo 187º


disposto na secção relativa ao estatuto dos
candidatos e mandatários, excepto quanto à (Determinação das assembleias de voto)
dispensa do dever de comparência ao posto de
1. A Comissão Nacional de Eleições
emprego ou serviço, concedendo-se-lhe, no
determina, sob proposta do responsável dos
entanto, a dispensa para a véspera, o dia das
serviços consulares e até ao vigésimo dia anterior
eleições e o dia seguinte.
ao dia das eleições, o número e os locais das
2. O disposto no número 1 não se aplica aos assembleias de voto e, por áreas geográficas ou
delegados que prestem serviço a entidades não administrativas, os eleitores que devem votar em
nacionais ou que estejam sob a jurisdição cada uma delas.
criminal dos respectivos Estados de residência.
2. A proposta referida no número anterior é
Secção VII
apresentada mediante prévia audição dos
partidos políticos e das candidaturas
presidenciais.
Contencioso

Artigo 188º
Artigo 183º

41
(Designação dos membros da mesa) Artigo 193º

1. Os membros das mesas das assembleias de (Presencialidade)


voto são designados pela Comissão Nacional de
Eleições, sob proposta do responsável dos O direito de voto é exercido presencialmente
serviços consulares, ouvidos os partidos políticos em assembleia de voto pelo cidadão eleitor, salvo
e as candidaturas presidenciais e procurando-se o disposto nos artigos 213º, 214º e 215º.
assegurar o seu pluralismo.
Artigo 194º
2. Da decisão referida no número anterior
cabe recurso para o Tribunal da Comarca da
(Facilidades para o exercício do direito de voto)
Praia.
Os responsáveis pelas empresas ou serviços em
Artigo 189º actividade no dia das eleições devem facilitar aos
respectivos trabalhadores licença pelo tempo
(Local, dia e hora de funcionamento) suficiente para o exercício do direito de voto.
As assembleias de voto reunem-se no dia Artigo 195º
marcado para as eleições às oito horas em local
apropriado para o exercício do direito de voto.
(Unicidade de voto)

Artigo 190º A cada eleitor é permitido votar só uma vez.

(Encerramento) Artigo 196º

1. A admissão de eleitores na assembleia de


(Segredo de voto)
voto faz-se até às dezoito horas.
1. O voto é secreto e ninguém pode ser, sob
2. O presidente declara encerrada a votação
qualquer pretexto, obrigado a revelar o sentido
logo que tiverem votado todos os eleitores
do seu voto.
inscritos ou presentes na assembleia de voto até
às dezoito horas do país no qual decorreu a 2. Dentro da assembleia de voto e fora dela,
votação. até à distância de quinhentos metros, ninguém
pode revelar em que sentido vai votar ou votou.
CAPÍTULO IX
3. Salvo para o efeito de recolha de dados
Sufrágio estatísticos confidenciais e não identificáveis e
sempre sem prejuízo do disposto no número 1,
Secção I
ninguém pode ser perguntado sobre o seu voto
por qualquer entidade.
Exercício do direito de voto
Artigo 197º

Artigo 191º
(Abertura de serviços públicos)

(Natureza) No dia das eleições, durante o período de


funcionamento das mesas das assembleias de
O voto não é obrigatório, mas constitui um
voto, os serviços públicos necessários ao apoio às
dever cívico.
eleições podem ser abertos, por despacho
conjunto dos membros de Governo responsáveis
Artigo 192º
pela área da administração pública e pelo serviço
central de apoio ao processo eleitoral.
(Pessoalidade)

Artigo 198º
1. O direito de voto só pode ser exercido
pessoalmente pelo cidadão eleitor.
(Requisitos do exercício do direito de voto)
2. Não é admitida nenhuma forma de
representação ou delegação.

42
Para que o eleitor seja admitido a votar deverá 4. Todas as deliberações da mesa são tomadas
estar inscrito no caderno eleitoral e ver por maioria dos membros presentes e
reconhecida pela mesa a sua identidade. fundamentadas, tendo o presidente voto de
qualidade.
Artigo 199º
Artigo 202º
(Local de voto)
(Continuidade das operações eleitorais)
1. O direito de voto é exercido apenas na
assembleia de voto correspondente ao local onde A assembleia de voto funciona
o eleitor esteja recenseado. ininterruptamente até serem concluídas todas as
operações de votação e apuramento parcial.
2. Exceptuam-se do disposto no nº 1 os
membros da mesa da assembleia de voto, que Artigo 203º
podem exercer o seu direito de voto na
assembleia em que desempenhem funções, desde (Não realização da votação em qualquer assembleia de
que o tenham requerido, até dez dias antes da voto)
data das eleições, ao serviço central de apoio ao
processo eleitoral que providenciará o 1. Não pode realizar-se a votação em qualquer
aditamento e supressão correspondentes do assembleia de voto se a mesa não se puder
nome do membro nos cadernos eleitorais constituir ou ocorrer qualquer anomalia que
pertinentes, com anotação do respectivo motivo. determine a interrupção das operações eleitorais
por mais de três horas ou se, na área
Artigo 200º correspondente à assembleia de que se trata, se
registar alguma calamidade ou grave
(Proibição de fornecimento de bebidas alcoólicas) perturbação da ordem pública no dia marcado
para as eleições ou nos dias anteriores.
No dia das eleições é proibido o fornecimento e
o consumo de bebidas alcoólicas num raio de 2. No caso previsto no número anterior, as
quinhentos metros das assembleias de voto. eleições é repetida no dia seguinte, considerando-
se sem efeito quaisquer actos que eventualmente
Secção II tenham sido praticados na assembleia
interrompida ou não iniciada.
Princípios gerais de funcionamento das assembleias
de voto
3. Na hipótese de, pelas mesmas razões, se
tornar impossível a repetição completa da
votação prevista no número anterior, não voltará
Artigo 201º
a mesma a repetir-se, sem que esse facto invalide
o resultado geral das eleições.
(Dúvidas, reclamações, protestos e contraprotestos)
4. O reconhecimento da impossibilidade de as
1. Qualquer eleitor inscrito na assembleia de eleições se efectuarem nos termos dos números 1
voto, mandatário ou delegado, pode apresentar, e 2 compete ao delegado da Comissão Nacional
oralmente ou por escrito, reclamação, protesto ou de Eleições.
contraprotesto sobre as operações eleitorais da
mesma assembleia, instruindo-os com os Artigo 204º
documentos convenientes.

2. A mesa não pode negar-se a admitir as (Polícia da assembleia de voto)


reclamações, os protestos e os contraprotestos
1. Compete ao presidente da mesa,
devendo rubricá-los e apensá-los às actas.
coadjuvado pelos demais membros desta,
3. As reclamações, os protestos e os assegurar a liberdade dos eleitores, manter a
contraprotestos têm de ser obrigatoriamente ordem e, em geral, regular a polícia da
objecto de deliberação da mesa, que pode deixar assembleia, adoptando para esse efeito as
para final se entender que isso não afecta o providências necessárias.
andamento normal da votação.
2. Não são admitidos na assembleia de voto e
são mandados retirar pelo presidente os cidadãos
que se apresentem manifestamente

43
embriagados, os que forem portadores de actividade, exibindo documento comprovativo da
qualquer arma, os notoriamente dementes e os sua profissão e credencial do órgão que
que, por qualquer forma, perturbarem a ordem representam.
pública ou o funcinamento da assembleia.
Artigo 208º
Artigo 205º
(Deveres dos órgãos de comunicação social)
(Proibição de influenciação e pressão sobre os
eleitores junto das assembleias de voto) Os profissionais de comunicação social que, no
exercício das suas funções, se desloquem às
1. É proibida qualquer forma de propaganda assembleias de voto têm os seguintes deveres:
eleitoral, de pressão ou influenciação dos
eleitores dentro das assembleias de voto e fora a) Não colher imagens, nem realizar
delas até à distância de quinhentos metros. qualquer acto que possa, de algum
modo, comprometer o carácter secreto
2. Por propaganda entende-se também a do voto;
exibição de símbolos, siglas, sinais, distintivos ou
autocolantes de qualquer candidatura ou lista. b) Não obter outros elementos de
reportagem que possam violar o
3. As autoridades policiais, a pedido do segredo do voto, quer no interior da
presidente da mesa ou do delegado da Comissão assembleia, quer no exterior dela, até à
Nacional de Eleições, delimitarão e distância de quinhentos metros;
condicionarão o acesso ao espaço exterior às
assembleias de voto referido no n.º 1. c) De um modo geral, não perturbar o acto
eleitoral.
4. O não acatamento das determinações
referidas no número anterior fará incorrer o Artigo 209º
infractor em crime de desobediência a autoridade
pública, punível nos termos da lei, se outra (Difusão e publicação de notícias e reportagens)
sanção mais grave não resultar de outras
disposições deste Código. 1. As notícias, as imagens ou outros
elementos de reportagem colhidos nas
Artigo 206º assembleias de voto, incluindo os resultados do
apuramento parcial, só podem ser difundidos ou
(Proibição da presença de estranhos) publicados após o encerramento de todas as
assembleias de voto.
1. Somente podem entrar e permanecer no
local onde estiver reunida a assembleia de voto, 2. São proibidas, no dia das eleições, as
os seus membros, o delegado ou membros da notícias, imagens ou outros elementos de
Comissão Nacional de Eleições, os agentes dos reportagem que possam antecipar os resultados
serviços centrais de apoio ao processo eleitoral, dos apuramentos parciais, antes da conclusão
os candidatos ou seus mandatários, um delegado das respectivas operações.
de mesa e um delegado de círculo de cada uma
3. São também proibidas no dia das eleições,
das candidaturas concorrentes e, durante o
antes do encerramento de todas as assembleias
tempo necessário ao exercício do voto, um ou
de voto, as notícias, imagens ou outros elementos
mais eleitores, como organizado pela mesa.
de reportagem susceptíveis de constituir ou ser
2. O presidente da mesa deve mandar sair do interpretados, de forma directa ou indirecta,
local onde funciona a assembleia de voto todas as expressa ou subliminar, como indicação de voto.
demais pessoas.
Artigo 210º
Artigo 207º
(Proibição da presença de força armada e excepção)
(Órgãos de comunicação social)
1. Nos locais onde se reunem as assembleias
Exceptuam-se ainda do disposto no artigo de voto e num raio de cinquenta metros é
anterior os profissionais dos órgãos de proibida a presença de força armada, salvo se o
comunicação social, os quais devem identificar-se comandante desta possuir indícios seguros de
perante a mesa antes de iniciarem a sua que sobre os membros da mesa se exerce coação

44
de ordem física ou moral que impeça a requisição (Requisitos e modo de exercício)
daquela força.
1. Os eleitores invisuais e os portadores de
2. Uma vez verificado o disposto na última deficiência física notória e que por via disso
parte do número anterior, a força armada pode estejam na impossibilidade de efectuar por si
intervir por iniciativa do seu comandante, a fim próprios as diferentes operações de voto, votam
de assegurar a genuinidade do processo eleitoral, acompanhados de um cidadão eleitor da sua
devendo retirar-se assim que pelo presidente, ou escolha, não candidato ou mandatário, que
quem o substitua, seja formulado pedido nesse garanta a fidelidade de expressão do seu voto,
sentido ou quando verifique que a sua presença ficando o acompanhante obrigado a absoluto
já não se justifica. sigilo.
3. Sempre que entenda necessário, o 2. A mesa deve, fora da presença do
comandante da força armada, ou seu delegado acompanhante, averiguar junto do eleitor se
credenciado, pode visitar, desarmado, a deseja ser acompanhado e se o acompanhante foi
assembleia de voto, a fim de estabelecer contacto por ele livremente escolhido.
com o presidente da mesma ou quem o substitua.
3. Caso conclua que a escolha do
4. Quando for necessário pôr termo a algum acompanhante não foi livre, inquirirá o eleitor
tumulto ou obstar a qualquer agressão ou sobre o acompanhante que deseja e promoverá a
violência, quer dentro do edifício da assembleia, sua convocação, para que o eleitor possa votar.
quer na sua proximidade ou, ainda, em caso de
desobediência, pode o presidente da mesa 4. A mesa, quando entenda que não pode
requisitar a presença de força armada, em regra verificar a autenticidade das circunstâncias
por escrito ou, em caso de impossibilidade, com referidas no número antecedente, solicita ao
menção na acta eleitoral das razões da requisição eleitor a apresentação de certificado
e do período de presença da força armada. comprovativo, passado pelo delegado de saúde no
concelho ou ainda pelo médico responsável pelo
5. Nos casos previstos nos números 1, 2 e 4 as centro de saúde local.
operações eleitorais são suspensas até que o
presidente considere verificadas as condições Secção II
para que possam prosseguir, sob pena de
nulidade das eleições na respectiva assembleia
Voto antecipado
de voto.
Artigo 213º
Artigo 211º

(A quem é facultado)
(Exclusões para assembleias de voto no estrangeiro)

1. Podem votar antecipadamente:


No estrangeiro, não são aplicáveis as normas
relativas aos poderes e prerrogativas das a) Os militares, os agentes das forças
assembleias de voto, às respectivas mesas e ao policiais ou dos serviços de segurança,
voto antecipado, quando elas se mostrem os trabalhadores dos serviços de saúde
compatíveis apenas com a realização das eleições ou da protecção civil, que no dia da
no território nacional, sem prejuízo da realização das eleições estejam
observância dos princípios fundamentais do impedidos de se deslocar à assembleia
processo eleitoral consignados na Constituição e de voto por imperativo inadiável de
neste Código. exercício das suas funções;

CAPÍTULO X b) Os trabalhadores marítimos e


aeronáuticos, que por força da sua
Modos especiais de votação actividade profissional se encontrem
presumivelmente embarcados no dia
Secção I
da realização das eleições.

2. Podem ainda votar antecipadamente:


Voto dos invisuais e dos portadores de deficiência

Artigo 212º

45
a) Os eleitores que por motivo de doença se eleição, diariamente, das dezoito às vinte e uma
encontrem internados em horas, perante o presidente da câmara municipal
estabelecimento hospitalar; ou o seu substituto e o delegado da Comissão
Nacional de Eleições.
b) Os eleitores que se encontrem presos.
4. No acto de voto antecipado, o eleitor
c) Os membros de mesa de assembleia de identifica-se, nos termos do artigo 223º, e o
voto inscritos em assembleia de voto presidente da câmara municipal entrega-lhe um
diferente; boletim de voto e dois envelopes, destinando-se
d) Os candidatos inscritos em círculo um dos envelopes a receber o boletim de voto e o
diferente daquele por que concorrem; outro a conter o envelope anterior, e o documento
comprovativo do impedimento a que se refere o
e) Os jornalistas deslocados para concelho número 1, tendo aposta na face a indicação “Voto
diferente ou para o estrangeiro em Antecipado”.
missão de serviço, comprovada
mediante declaração passada pelo 5. O eleitor preenche o boletim, em condições
responsável máximo do órgão. que garantam o segredo de voto, dobra-o em
quatro e introdu-lo no primeiro envelope, o qual
Artigo 214º é devidamente fechado, na presença do eleitor,
pelo presidente da Câmara Municipal, sendo
(Modo de exercício do direito de voto antecipado por
assinado no verso por ambos.
eleitores que não estejam doentes ou reclusos)
6. O envelope é, a seguir, introduzido no
1. Entre o décimo quinto e o décimo segundo segundo envelope, juntamente com o documento
dias anteriores ao designado para as eleições, o comprovativo do impedimento a que se refere o
eleitor nas condições do artigo anterior, que não número 1, sendo este último envelope
esteja internado em estabelecimento de saúde ou devidamente fechado e lacrado, na presença do
prisional, pode dirigir-se, por escrito, ao eleitor.
presidente da câmara municipal correspondente 7. O presidente da câmara municipal elabora,
ao concelho onde se encontre recenseado, em duplicado, recibo comprovativo do exercício
manifestando a sua vontade de exercer do direito de voto antecipado, do qual consta o
antecipadamente o seu direito de voto, nome do eleitor e seu domicílio, número do
identificando-se mediante fotocópia autenticada documento de identificação, número de inscrição
de qualquer dos documentos referidos no artigo no recenseamento e assembleia de voto a que
223º e, se não for do cartão de eleitor, juntando pertence, assinando-o, autenticando-o com o
certidão de inscrição nos cadernos de carimbo ou selo branco do município e
recenseamento do concelho e documento entregando o original ao eleitor.
comprovativo das situações que legitimam o voto
antecipado. 8. O presidente da Câmara Municipal entrega
ao eleitor o comprovativo do voto antecipado,
2. No décimo primeiro dia anterior às eleições, endereça o segundo envelope à mesa da
o presidente de Câmara Municipal manda assembleia de voto do eleitor e manda entregá-lo,
entregar nas sedes das candidaturas contra recibo, ao respectivo presidente, até ao
concorrentes e afixar no exterior do edifício da momento imediatamente anterior ao previsto no
câmara municipal a lista dos eleitores que nº 2 do artigo 220º.
solicitaram o voto antecipado, para reclamação,
até às dezoito horas do dia seguinte, devendo as 9. A Comissão Nacional de Eleições pode
reclamações ser decididas e notificadas aos determinar a utilização de envelopes de cores
reclamantes, no prazo máximo de dezoito horas, diferentes, visando facilitar a votação.
com recurso verbal para o juiz da comarca
competente, que, para receber e decidir Artigo 215º
definitivamente, os recursos interpostos, se
deslocará à sede da câmara municipal, das (Modo de exercício por doentes e reclusos)
catorze às dezoito horas, do oitavo dia anterior ao
das eleições. 1. Qualquer eleitor que esteja nas condições
previstas nas alíneas a) e b) do número 2 do
3. O exercício do voto antecipado terá lugar artigo 213º pode requerer ao presidente da
entre o sétimo e o quinto dias anteriores ao da câmara municipal do município em que se

46
encontre recenseado, até ao 20º dia anterior ao previstas nos artigos anteriores, por qualquer
da realização das eleições, a documentação vereador devidamente credenciado.
necessária ao exercício do direito de voto,
enviando fotocópias autenticadas do seu Artigo 217º
documento de identificação e do seu cartão de
eleitor e juntando documento comprovativo do (Votos considerados)
impedimento invocado, passado pelo médico
assistente e confirmado pelo estabelecimento Só são considerados os votos recebidos até às 8
hospitalar, ou documento emitido pelo director horas do dia da realização das eleições na mesa
do estabelecimento prisional, conforme os casos. da assembleia de voto em que o eleitor deveria
votar.
2. O presidente da câmara municipal referido
no número anterior envia, por correio registado Artigo 218º
com aviso de recepção, até ao 17º dia anterior ao
das eleições: (Actas da votação antecipada)

a) Ao eleitor, a documentação necessária 1. O presidente da câmara municipal elabora


ao exercício do direito de voto, uma acta das operações eleitorais efectuadas nos
acompanhada dos documentos períodos referidos no nº 1 do artigo 214º e no n
remetidos pelo eleitor; 4 do artigo 215 .
b) Ao presidente da câmara do município 2. A acta referida no número anterior
onde se encontrem eleitores nas menciona expressamente a identificação do
condições definidas no número 1, a eleitor, o número de inscrição nos cadernos
relação nominal dos referidos eleitores eleitorais, o dia e a hora em que o eleitor se
e a indicação dos estabelecimentos apresentou para exercer o seu direito de voto.
hospitalares ou prisionais abrangidos.
3. A acta é remetida ao presidente da mesa da
3. O presidente da câmara municipal do assembleia de voto em que o eleitor deveria
município onde se situe o estabelecimento votar.
hospitalar ou prisional em que o eleitor se
encontre internado, notifica as candidaturas e ao Artigo 219º
delegado da Comissão Nacional de Eleições, até o
16º dia anterior ao das eleições, para (Fiscalização da votação antecipada)
cumprimento dos fins previstos nos números 3 a
8 do artigo anterior, dando conhecimento de Os candidatos presidenciais, os partidos
quais os estabelecimentos onde se realiza o voto políticos, as coligações e as listas propostas por
antecipado. grupos de cidadãos, concorrentes às eleições,
podem nomear, nos termos gerais, delegados
4. Entre o 13º e o 10º dia anteriores ao dia das
para fiscalizar o exercício do direito de voto
eleicões o presidente da câmara municipal em
antecipado, podendo essa fiscalização também
cuja área se encontre situado o estabelecimento
ser feita pelo delegado da Comissão Nacional de
hospitalar ou prisional com eleitores nas
Eleições.
condições do nº1, em dia e hora previamente
anunciado ao respectivo director desloca-se ao
CAPÍTULO XI
mesmo estabelecimento a fim de ser dado
cumprimento, com as necessárias adaptações
ditadas pelos constrangimentos dos regimes Processo de votação
hospitalares ou prisionais, ao disposto nos
números 3 a 8 do artigo 214º. Artigo 220º

Artigo 216º (Abertura da votação)

1. Constituída a mesa, e não havendo


(Substituição do presidente da câmara)
nenhuma irregularidade, o presidente declara
O presidente da câmara municipal pode fazer- iniciada as operações eleitorais, manda afixar o
se substituir-se, para o efeito das diligências edital a que se refere o número 2 do artigo 149º,
procede com os restantes membros da mesa e os
delegados das entidades concorrentes à revista

47
da câmara de voto e dos documentos de trabalho biométricos do eleitor, com a finalidade de
da mesa e exibe a urna perante os eleitores para assegurar o maior grau de certeza e segurança
que todos possam certificar-se de que se encontra possível, e nos termos que forem regulamentados
vazia. pela Comissão Nacional de Eleições.

2. Não havendo nenhuma irregularidade 4. Feita a verificação, o presidente da mesa


imediatamente votam o presidente e demais pronuncia o nome do eleitor em voz alta e
membros da mesa e os delegados das entidades entrega-lhe um boletim de voto.
concorrentes, desde que se encontrem inscritos
no caderno de recenseamento correspondente a 5. De seguida, o eleitor entra na câmara de
essa assembleia. voto e, nesse local, sozinho, marca uma cruz no
quadrado respectivo da lista ou candidato em
Artigo 221º que vota ou deixa o boletim em branco e, em
qualquer dos casos, dobra-o em quatro.
(Votos antecipados) 6. Após essa operação o eleitor dirige-se à
mesa e introduz o boletim na urna que se
1. Após terem votado os elementos da mesa e
encontra visível à frente do presidente da mesa.
os delegados das entidades concorrentes, o
presidente procede à abertura e lançamento na 7. Se no decurso da operação prevista no
urna dos votos antecipados, no caso de existirem, número 5, o eleitor deteriorar o boletim, deve
de acordo com o disposto nos números seguintes. pedir outro ao presidente, devolvendo-lhe o
primeiro.
2. O presidente entrega os envelopes aos
escrutinadores, que os abrirão, verificando se o 8. O presidente escreve no boletim devolvido a
cidadão se encontra devidamente inscrito e nota de “inutilizado”, rubrica-o e conserva-o,
simultaneamente se foi recebido pela mesa o para efeitos de prestação de contas ao delegado
duplicado do recibo referido no número 8 do da Comissão Nacional de Eleições, nos termos do
artigo 214º. artigo 168º.
3. Feita a descarga no caderno eleitoral, o 9. Em caso de necessidade, o presidente da
presidente abre o outro envelope e introduz o mesa pode esclarecer o eleitor sobre a forma de
boletim de voto na urna. exercício do direito de voto sem influir, de modo
algum, na sua escolha.
Artigo 222º
10. Uma vez exercido direito de voto, o eleitor
(Ordem de votação) retira-se do local da votação.

Os eleitores votam pela ordem de chegada à 11. Quando, excepcionalmente, se mostrar


assembleia de voto, dispondo-se para o efeito em objectivamente impossível a verificação da
fila. identidade do eleitor, nos termos estabelecidos
no n.º 3, a verificação efectuar-se-á nos termos
Artigo 223º que forem regulamentados pela Comissão
Nacional de Eleições, podendo esta ainda
(Modo como vota cada eleitor)
autorizar o uso de tinta indelével.

1. Cada eleitor, apresentando-se à mesa, Artigo 224º


identifica-se perante o presidente com o cartão
de eleitor. (Encerramento da votação)

2. O presidente da mesa procederá à 1. A admissão de eleitores na assembleia de


identificação do cidadão eleitor para se certificar voto faz-se até às dezoito horas.
de que se trata da própria pessoa e da sua
inscrição nos cadernos eleitorais. 2. À hora referida no número anterior, o
presidente da mesa faz entregar senhas
3. A verificação da identidade do cidadão numeradas e rubricadas a todos os eleitores
eleitor, bem como a conformidade dos seus dados presentes e, em seguida, convida-os a entregar à
com a inscrição no recenseamento, é efectuada mesa, através de um dos membros que destaque
com recurso a soluções tecnológicas avançadas, para o efeito, os respectivos documentos de
designadamente, a comparação de elementos identificação, para que sejam admitidos a votar.

48
3. A votação continuará pela ordem numérica 2. Concluída essa contagem, o presidente
das senhas, sendo os documentos de identificação manda abrir a urna, a fim de conferir o número
devolvidos aos eleitores, à medida que forem de boletins de voto entrados, voltando a
votando. introduzí-los aí no termo da contagem.

4. O presidente da mesa declara encerrada a 3. Se a divergência entre o número de


votação, logo que tiverem votado todos os votantes apurados nos termos do n.º1 e o dos
portadores de senhas numeradas e cujos boletins de voto for superior a dois, será o
documentos de identificação se encontravam em apuramento suspenso, fazendo-se constar da acta
poder da mesa. o incidente e remetendo-se a urna, devidamente
vedada e lacrada, os cadernos eleitorais usados e
5. Encerrada a votação, o presidente da mesa: a acta ao juiz da comarca, para decisão sobre a
a) Vedará a ranhura da urna, com papel, validade ou não das eleições, no prazo de vinte e
pano, plástico ou outro material forte, quatro horas, na presença dos delegados das
rubricado por ele e pelos demais candidaturas, que serão notificados para
membros da mesa, podendo também comparecerem sob pena de lei.
fazê-lo os delegados dos concorrentes; 4. Se o juiz entender que a divergência
b) Encerrará os cadernos eleitorais usados resultou de fraude, anulará a eleição,
pelos membros da mesa, podendo comunicando a sua decisão aos mandatários dos
também fazê-lo os delegados dos concorrentes, ao presidente da mesa da
concorrentes. assembleia de voto e à Comissão Nacional de
Eleições, a quem, também, remeterá os materiais
6. Encerrada a votação, só poderão referidos no número 3.
permanecer na assembleia de voto os membros
da mesa, os candidatos, os mandatários das 5. Se o juiz entender que a divergência não
listas ou candidaturas e um delegado de mesa e resultou de fraude, validará a eleição,
de círculo por cada concorrente. comunicando a sua decisão aos mandatários dos
concorrentes, ao presidente da mesa da
CAPÍTULO XII assembleia de voto e à Comissão Nacional de
Eleições, devolvendo o material referido no
número 3 à mesa da assembleia de voto, para
Apuramento
que proceda ao apuramento parcial dos
resultados na assembleia de voto em causa.
Secção I
6. Na hipótese do número anterior e em caso
Apuramento parcial da divergência referida no n.º 3 não ser superior
a dois votos, prevalece, para efeitos de
Artigo 225º apuramento, o número dos boletins de voto
contados.
(Operação preliminar)
Artigo 227º
Encerrada a votação, o presidente da mesa da
assembleia de voto procede à contagem dos (Contagem dos votos)
boletins que não foram utilizados e, bem assim
dos que foram inutilizados pelos eleitores e 1. Um dos escrutinadores retira os boletins da
encerra-os num sobrescrito próprio, que fecha e urna, desdobra-os um a um e anuncia em voz
lacra para o efeito do artigo 168º. alta qual o candidato ou lista votada.

2. O outro escrutinador regista numa folha


Artigo 226º
branca ou, de preferência, num quadro bem
visível, e separadamente, os votos atribuídos a
(Contagem dos votantes e dos boletins de voto)
cada candidato ou lista, bem como os votos em
1. Encerrada a operação preliminar prevista branco e os votos nulos.
no artigo 225º, o presidente da mesa da 3. Simultaneamente, os boletins de voto são
assembleia de voto manda contar os votantes examinados e exibidos pelo presidente, que os
pelas descargas efectuadas nos cadernos agrupa, com a ajuda de um dos escrutinadores,
eleitorais. em lotes separados correspondentes a cada um

49
dos candidatos ou das listas votados, aos votos 2. No anverso do boletim de voto em branco
em branco e aos votos nulos. serão apostas a expressão “EM BRANCO” em
letra maiúscula e a rubrica do presidente da
4. Terminadas essas operações, o presidente mesa, podendo também rubricar os delegados
procede à contraprova da contagem de votos das candidaturas.
registados na folha ou quadro através da
contagem dos boletins de cada um dos lotes Artigo 230º
separados.

5. Os delegados das entidades concorrentes (Votos nulos)


têm o direito de examinar, depois, os lotes dos
1. Considera-se voto nulo o correspondente ao
boletins de voto separados, sem alterar a sua
boletim:
composição e se entenderem dever suscitar
dúvidas ou deduzir reclamações quanto à a) No qual tenha sido assinalado mais de
contagem ou quanto à qualificação dada ao voto um quadrado;
de qualquer boletim, têm o direito de solicitar
esclarecimentos ou apresentar reclamações, b) No qual haja fundadas dúvidas quanto
protestos ou contraprotestos perante o ao quadrado assinalado;
presidente.
c) No qual tenha sido feito qualquer corte,
6. Se a reclamação ou protesto não forem desenho ou rasura;
atendidos pela mesa, os boletins de voto
d) No qual tenha sido feito qualquer corte,
reclamados ou protestados são separados,
desenho, rasura ou sinal diverso do
anotados no verso, com a indicação da
destinado a assinalar a intenção de
qualificação dada pela mesa e do objecto da
voto e que possa identificar o voto;
reclamação ou do protesto e rubricados pelo
presidente e, se o desejar, pelo delegado da e) No qual tenha sido escrita qualquer
entidade concorrente. palavra ou colocado qualquer objecto.
7. A reclamação ou protesto não atendidos 2. Considera-se ainda como voto nulo o voto
não impedem a contagem do boletim de voto para antecipado, quando o sobrescrito com o boletim
efeitos de apuramento parcial. de voto não chegue ao seu destino, nas condições
previstas no artigo 214º ou seja recebido em
8. Não contam, porém, para o apuramento
sobrescrito que não esteja adequadamente
parcial, os votos em branco.
fechado.
9. O apuramento assim efectuado é
3. Não se considera nulo o voto em boletim no
imediatamente publicado por edital afixado à
qual o sinal da intenção de voto revele,
porta principal do edifício da assembleia, em que
inequivocamente, a vontade do eleitor, embora
se discriminam o número de votos de cada
não seja perfeito, exceda os limites do quadrado a
candidato ou lista e o número de votos em branco
ele destinado ou esteja mesmo fora dele.
e nulos.
Artigo 231º
Artigo 228º

(Destino dos boletins de voto nulos ou objecto de


(Votos válidos) reclamação ou de protesto)

Consideram-se votos válidos os votos em que o Os boletins de voto nulo e aqueles sobre os
eleitor haja assinalado inequivocamente a sua quais haja reclamação ou protesto, depois de
vontade, sem prejuízo do disposto no artigo 230º. rubricados, são introduzidos em envelope lacrado
e remetido à assembleia de apuramento geral ou
Artigo 229º
intermédio, conforme couber, com os documentos
que lhes digam respeito, nos termos do artigo
(Votos em branco) 234º.
1. Considera-se voto em branco o
Artigo 232º
correspondente a boletim de voto que não
contenha qualquer sinal.
(Destino dos restantes boletins)

50
1. Os restantes boletins de voto são colocados expressa deste Código devam constar
em pacotes e confiados à guarda do juíz da da acta e quaisquer outras que a mesa
comarca. julgar dignas de menção.

2. Esgotado o prazo para a interposição de 3. As actas são assinadas por todos os


recursos ou decididos estes, o juíz promove a membros da mesa da assembleia de voto e os
destruição dos boletins. delegados das entidades concorrentes que
comparecerem.
Artigo 233º
4. Não sendo a acta assinada ou havendo
(Acta das operações eleitorais)
recusa de assinatura, deve dela constar a razão
determinante de tal facto, podendo a justificação
1. Compete ao secretário da mesa proceder à ser exarada pelo recusante ou pelo presidente da
elaboração da acta das operações de votação e mesa na própria acta ou fazer-se por documento
apuramento parcial. escrito separado, imediatamente apresentado
pelo recusante e que será também anexo à acta.
2. Da acta devem constar:
Artigo 234º
a) Os nomes e os números de inscrição no
recenseamento dos membros da mesa e
(Entrega de documentação à assembleia de
dos delegados das entidades apuramento geral ou intermédio)
concorrentes;
1. Imediatamente após as operações referidas
b) A hora de abertura e de encerramento
nos artigos anteriores, o presidente da mesa da
da votação e o local da assembleia de
assembleia de voto entrega ao delegado da
voto;
Comissão Nacional de Eleições, mediante recibo
c) As deliberações tomadas pela mesa de entrega, as actas, os cadernos eleitorais
durante as operações; usados pelos membros da mesa, os envelopes e
pacotes referidos nos artigos 231º e 232º e demais
d) O número total de eleitores inscritos e documentos respeitantes à eleição, para os
de votantes; encaminhar à assembleia de apuramento geral
ou intermédio ou lhes dar o destino legal.
e) O número de inscrição no
recenseamento dos eleitores que 2. Não sendo possível a entrega imediata, o
votaram antecipadamente; presidente da mesa fá-la-á até às doze horas do
dia seguinte ao das eleições, justificando, por
f) O número de votos obtidos por cada
escrito, a falta de entrega imediata, nos termos
candidato ou lista e o de votos em
do número anterior.
branco ou nulos;
3. O delegado da Comissão Nacional de
g) O número de boletins de voto sobre os
Eleições providencia para que a entrega a que se
quais haja incidido reclamação ou
refere o presente artigo seja feita, com a urgência
protesto;
e segurança devidas, e para que a documentação
h) As divergências de contagem, se as entregue seja guardada em local seguro,
houver, a que se refere o número 3 do podendo, para o efeito, requisitar viaturas,
artigo 226º, com a indicação precisa instalações, serviços e agentes da administração
das diferenças notadas; pública, bem como apoio da força policial ou das
Forças Armadas sedeadas ou presentes no
i) As reclamações, protestos e contra concelho.
protestos orais, o número dos
deduzidos por escrito apensos à acta e Secção II
as deliberações tomadas sobre uns e
outros; Apuramento geral

j) As razões do atraso, se houver, no início


Artigo 235º
da votação, as substituições e
nomeações feitas de membros da mesa
e delegados das candidaturas, as (Apuramento geral do círculo)
ocorrências que por disposição

51
O apuramento dos resultados das eleições em trabalhos, tomando, entretanto, as providências
cada círculo eleitoral e o anúncio dos candidatos necessárias para que a falta seja reparada.
eleitos competem a uma assembleia de
apuramento geral. Artigo 239º

Artigo 236º (Operação preliminar)

(Composição) 1. No início dos seus trabalhos, a assembleia


de apuramento geral decide sobre os boletins de
1. A assembleia de apuramento geral tem a voto em relação aos quais tenha havido
seguinte composição: reclamação ou protesto, corrigindo, se for caso
disso, o apuramento da respectiva assembleia de
a) O Procurador da República na comarca, voto.
que preside;
2. A assembleia de apuramento geral verifica
b) O Conservador ou Delegado dos Registos os boletins de voto considerados nulos , e,
no concelho; reapreciados estes segundo um critério uniforme,
c) O Delegado da Comissão Nacional de corrige, se for caso disso, o apuramento em cada
Eleições, que secretaria; uma das assembleias de voto.

d) O Secretário da Assembleia Municipal; 3. Se existirem fundadas dúvidas sobre a


contagem feita por uma mesa da assembleia de
e) O Secretário do Tribunal da Comarca. voto, a assembleia de apuramento geral pode
proceder a nova contagem dos votos, não
2. Havendo mais do que uma comarca ou podendo em caso algum alterar a qualificacão
concelho no circulo eleitoral, as entidades dos mesmos.
referidas nas alíneas a), b), d) e e) são as
correspondentes ao concelho ou comarca com o Artigo 240º
maior número de eleitores.

3. Pode assistir, sem direito a voto, mas com (Operações de apuramento geral)
direito de reclamação, protesto e contra-protesto,
O apuramento geral consiste, conforme couber:
um mandatário para cada concorrente, podendo
fazer-se acompanhar de um assistente. a) Na decisão sobre se devem ou não
contar-se os boletins de voto sobre os
Artigo 237º quais tenha recaído reclamação ou
protesto;
(Funcionamento)
b) Na verificação do número total de
A assembleia de apuramento geral inicia os eleitores inscritos e de votantes no
seus trabalhos às quinze horas do dia seguinte ao círculo eleitoral;
dia da realização das eleições, no edificio da
câmara municipal. c) Na verificação do número total de votos
obtidos por cada lista e do número de
Artigo 238º votos em branco e nulos;

d) Na distribuição dos mandatos pelas


(Elementos do apuramento geral) diversas listas;
1. O apuramento geral é feito com base nas e) Na determinação dos candidatos eleitos
actas do apuramento parcial elaboradas pelas por cada lista.
mesas das assembleias de voto, nos cadernos
eleitorais e demais documentos que os Artigo 241º
acompanharem.
(Termo do apuramento geral)
2. Se faltarem os elementos de alguma das
assembleias de voto, o apuramento inicia-se com 1. O apuramento geral fica concluído até ao
base nos elementos já recebidos, designando o terceiro dia posterior às eleições, sem prejuízo do
presidente nova reunião, dentro das vinte e disposto no número seguinte.
quatro horas seguintes, para se concluirem os

52
2. Em caso de adiamento ou declaração de Às entidades concorrentes às eleições e aos
nulidade da votação em qualquer assembleia de respectivos mandatários, bem como, se o
voto, a assembleia de apuramento geral reúne-se requerer, a qualquer partido, ainda que não
no dia seguinte ao da votação ou ao do tenha apresentado candidatos, são passadas
reconhecimento da sua impossibilidade, nos certidões ou fotocópias da acta de apuramento
termos do artigo 203º, para completar as geral.
operações de apuramento do círculo eleitoral
respectivo. Secção III

Artigo 242º Disposições especificas sobre o apuramento no


estrangeiro
(Publicação dos resultados)
Artigo 246º
Os resultados do apuramento geral são
anunciados pelo presidente, publicados por meio (Remessa de documentação eleitoral)
de edital afixado à porta da câmara municipal,
divulgados através dos órgãos de comunicação 1. Feito o apuramento parcial nos termos do
social e imediatamente enviados à Comissão presente Código, o presidente da mesa da
Nacional de Eleições. assembleia de voto remete ao posto consular,
embaixada ou representação diplomática, em
Artigo 243º articulação com o delegado da Comissão
Nacional de Eleições, e até ao dia imediato ao
(Acta de apuramento geral) das eleições, as actas, os cadernos eleitorais
usados pelos membros da mesa, os envelopes e
1. Do apuramento geral é imediatamente pacotes referidos nos artigos 231º e 232º, os
lavrada acta, donde constam o dia e a hora em boletins de voto nulos e aqueles sobre os quais
que a assembleia se constituiu, a identificação haja reclamação ou protesto, bem como os
dos seus membros, os resultados das respectivas demais documentos respeitantes à eleição, para
operações, as reclamações, protestos e que sejam reencaminhados à Comissão Nacional
contraprotestos apresentados de harmonia com o de Eleições, como assembleia de apuramento
disposto no número 5 do artigo 227º e as decisões geral ou lhes dar o destino legal.
que sobre eles tenham recaído.
2. A documentação referenciada no número
2. Das deliberações da assembleia de antecedente, até ao envio à Comissão Nacional
apuramento geral cabe recurso para o Supremo de Eleições, fica sob a responsabilidade do
Tribunal de Justiça a interpor no prazo de vinte Delegado desta.
e quatro horas a contar do termo do apuramento
geral. 3. Os responsáveis dos serviços consulares
enviam à Comissão Nacional de Eleições:
3. Até 48 horas a seguir àquela em que se
concluir o apuramento geral, o presidente envia, a) Imediatamente, toda a documentação
contra recibo, dois exemplares da acta à referida no número 1 por transmissão
Comissão Nacional de Eleições informando-a se electrónica de dados ou através de
houve ou não recurso das suas deliberações. telecópia;

b) No prazo de quarenta e oito horas, toda


Artigo 244º
a documentação referida no número
anterior por correio ou outra via
(Destino da documentação)
considerada adequada.
Os cadernos eleitorais e demais documentação
Artigo 247º
presente à assembleia de apuramento geral são
enviados à Comissão Nacional de Eleições no
prazo de quarenta e oito horas a contar da (Apuramento geral)
conclusão dos trabalhos.
1. A Comissão Nacional de Eleições, no
terceiro dia posterior ao dia das eleições, reúne-
Artigo 245º
se como assembleia de apuramento geral dos
resultados eleitorais de cada círculo no
(Certidão ou fotocópia de apuramento)

53
estrangeiro, com base na documentação recebida e) O número, com respectiva percentagem,
nos termos do artigo anterior. de votos atribuídos a cada candidato
presidencial, partido político, coligação
2. Pode assistir, sem direito a voto, mas com ou lista proposta por grupo de
direito de reclamação, protesto e contra protesto, cidadãos, por círculos e total;
um mandatário para cada concorrente.
f) Os nomes dos deputados ou membros dos
3. Cada mandatário pode fazer-se órgãos municipais eleitos, por círculos
acompanhar de um assistente. e por partidos políticos, coligações ou
listas propostas por grupos de
Artigo 248º
cidadãos.

(Delegados dos partidos políticos) Artigo 251º

Os partidos políticos nomeiam delegados, nos


(Consulta da documentação)
termos do presente Código.
Toda a documentação respeitante às eleições
Secção IV
pode ser consultada por qualquer eleitor, nos
termos que forem deliberados pela Comissão
Estatuto dos membros da assembleia de apuramento Nacional de Eleições.
geral

CAPÍTULO XIII
Artigo 249º

Contencioso eleitoral
(Remissão)

É aplicável aos membros da assembleia de Artigo 252º


apuramento geral o estatuto dos membros das
mesas das assembleias de voto. (Recursos contenciosos)

Secção V 1. As irregularidades ocorridas no decurso da


votação e apuramento, em cada assembleia de
Mapa nacional da eleiçâo e documentação eleitoral
voto, podem ser objecto de reclamação, protesto
ou contraprotesto para a mesa respectiva nos
termos do artigo 201º e da decisão desta cabe
Artigo 250º
recurso para o Supremo Tribunal de Justiça.
(Mapa nacional das eleições) 2. Da decisão sobre a reclamação ou protesto
podem recorrer, além do apresentante da
A Comissão Nacional de Eleições, entre o reclamação ou protesto, os candidatos
décimo e décimo quarto dias posteriores á presidenciais e os candidatos à eleição pelo
realizacão das eleicões, elabora e faz publicar na respectivo círculo, bem como os respectivos
primeira série do Boletim Oficial um mapa com o mandatários.
resultado total das eleições e sua repartição por
círculos, se couber, de que conste, conforme os 3. A petição específica os fundamentos de
casos: facto e de direito do recurso e é acompanhada de
todos os elementos de prova.
a) O número dos eleitores inscritos, por
círculos e total; Artigo 253º

b) O número de votantes, por círculos e


total; (Prazos)

c) O número de votos em branco, por 1. O recurso é interposto no prazo de dois dias


círculos e total; a contar do dia da prática do acto objecto de
reclamação, protesto ou contraprotesto e deve ser
d) O número de votos nulos, por círculos e decidido no prazo de três dias.
total;
2. A decisão deve ser notificada, pela via mais
rápida, ao recorrente ou recorrentes.

54
Artigo 254º processo eleitoral devam ser executados por
funcionários ou agentes da Administração
(Nulidade das eleições)
Pública fora do respectivo período normal de
trabalho, podem estes receber remuneração por
1. Sem prejuízo do estabelecido no número 1 trabalho extraordinário, sem qualquer limitação
do artigo 149º as votações em qualquer do número de horas.
assembleia de voto ou em qualquer círculo são
julgadas nulas desde que se verifiquem Artigo 258º
ilegalidades que influam no resultado das
eleições na assembleia ou no círculo eleitoral de (Atribuição de tarefas)
que se trata.
No caso de serem atribuídas tarefas a entidade
2. Declaradas nulas as eleições de uma não vinculada à Administração Pública, pode ela
assembleia de voto ou de todo um círculo perceber remuneração na medida do trabalho
eleitoral, os actos eleitorais são repetidos no prestado.
segundo domingo posterior à decisão, havendo
lugar, em qualquer caso, a um novo apuramento Artigo 259º
geral.
(Pagamento das despesas)
CAPÍTULO XIV
As despesas públicas eleitorais são satisfeitas
Despesas públicas eleitorais por verbas inscritas nos orçamentos da Comissão
Nacional de Eleições e do serviço central de apoio
ao processo eleitoral, podendo também ser
Artigo 255º
usadas verbas inscritas no orçamento do
departamento governamental responsável pelos
(Âmbito das despesas)
negócios estrangeiros para as despesas a realizar
Constituem despesas públicas eleitorais os pelas embaixadas e postos consulares e, ainda,
encargos públicos resultantes da preparação e excepcionalmente, com autorização do ministro
realização do recenseamento e dos actos do de finanças, outras verbas orçamentais
processo eleitoral, bem como da divulgação de adequadas à natureza das despesas a realizar.
elementos com estes relacionados.
Artigo 260º
Artigo 256º
(Despesas com deslocações)
(Despesas locais e centrais)
1. A compensação de encargos decorrentes de
1. As despesas públicas eleitorais são locais e deslocações realizadas por cidadãos não
centrais. vinculados à Administração Pública no exercício
de funções para que tenham sido legalmente
2. Constituem despesas locais as realizadas designados no âmbito das operações de
pelos órgãos dos municípios ou por qualquer recenseamento e do processo eleitoral obedece ao
outra entidade pública de âmbito não excedente regime jurídico aplicável, nesta matéria, aos
ao concelho. funcionários públicos.
3. Constituem despesas centrais as realizadas 2. O pagamento a realizar, a título de
pela Comissão Nacional de Eleições, pelo serviço passagens e ajudas de custo, pelas deslocações a
central de apoio ao processo eleitoral, pelas que se refere o número 1 é efectuado com base no
embaixadas e postos consulares ou outros estabelecido na tabela da função pública.
serviços da Administração Central, no exercício
das suas atribuições. Artigo 261º

Artigo 257º (Dispensa de formalismos legais)

(Trabalho extraordinário) 1. Na realização de despesas eleitorais é


dispensada a precedência de formalidades que se
Quando os trabalhos relativos à preparação e mostrem incompatíveis com os prazos e natureza
realização do recenseamento e dos actos do

55
dos trabalhos a realizar e que não sejam de Salvo o disposto no artigo 377º número 5, serão
carácter puramente contabilístico. obrigatoriamente passadas, a requerimento de
qualquer interessado, no prazo de quarenta e
2. A incompatibilidade referida no número 1 é oito horas:
verificada por despacho da entidade responsável
pela gestão do orçamento pelo qual a despesa a) As certidões necessárias para o
deve ser suportada. recenseamento eleitoral;

Artigo 262º b) As certidões necessárias para a


instrução do processo de apresentação
(Regime duodecimal)
de candidaturas;

c) Os documentos destinados à instrução


A realização de despesas por conta de dotações
de quaisquer reclamações, protestos,
destinadas a suportar encargos públicos com o
contraprotestos ou recursos em
recenseamento e os processos eleitorais não está
matéria eleitoral;
sujeita ao regime duodecimal.
d) As certidões de apuramento parcial e
CAPÍTULO XV geral;

Actos processuais eleitorais e) Quaisquer outros documentos


necessários para a prática de actos
eleitorais.
Artigo 263º

Artigo 267º
(Dispensa de formalidades especiais)

As declarações, reclamações, recursos, (Isenções)


protestos e contraprotestos e outras diligências
São isentos de quaisquer taxas, emolumentos e
eleitorais que devam revestir a forma escrita,
imposto de selo, conforme os casos:
podem ser feitas em papel comum, sem
quaisquer outras exigências, salvo disposição a) As certidões e os documentos a que se
especial deste Código. refere o artigo anterior, bem como
quaisquer declarações, requerimentos
Artigo 264º ou certidões necessários à instrução de
qualquer procedimento eleitoral;
(Improrrogabilidade dos prazos)
b) Todos os documentos destinados a
Os prazos previstos neste Código são instruir quaisquer reclamações,
improrrogáveis e correm em dias de tolerância de protestos ou contraprotestos nas
ponto, domingos e feriados. assembleias de voto ou de apuramento
geral, bem como quaisquer
Artigo 265º reclamações ou recursos previstos na
lei, salvo ocorrência de má fé;
(Abertura dos serviços públicos)
c) Os reconhecimentos notariais em
1. Os serviços públicos da administração documentos para fins eleitorais;
central e da administração municipal e as
d) As procurações forenses a utilizar em
secretarias dos tribunais, mantêm-se abertos nos
reclamações e recursos previstos na
dias referidos no artigo anterior, se for
presente lei, devendo as mesmas
necessário para a prática de actos eleitorais.
especificar o fim a que se destinam.
2. Compete ao Governo assegurar o
cumprimento do disposto no número anterior, Artigo 268º
tomando as medidas necessárias para o efeito.
(Direito subsidiário)
Artigo 266º
Em tudo o que não estiver regulado no
(Obrigatoriedade e prazo para passagem de presente Código aplica-se aos actos que
documentos) impliquem intervenção de qualquer tribunal o

56
disposto no Código de Processo Civil quanto ao a) O facto de a infracção influir no
processo declarativo, com as necessárias resultado da votação;
adaptações.
b) O facto de o agente intervir
Artigo 269º especificamente na administração
eleitoral;
(Conservação de documentação eleitoral) c) O facto de a infracção ser cometida por
membro de entidade recenseadora;
Toda a documentação relativa às eleições é
conservada por um período de cinco anos e d) O facto de a infracção ser cometida por
transferida, depois desse prazo, para o Arquivo membro de mesa de assembleia de
Histórico Nacional. voto;

Artigo 270º e) O facto de a infracção ser cometida por


membro de assembleia de apuramento
(Modelos de documentação eleitoral) geral;

Sem prejuízo do disposto no artigo 263º e para f) O facto de a infracção ser cometida por
facilitação do processo eleitoral, a Comissão candidato, mandatário ou delegado de
Nacional de Eleições, sob proposta do serviço entidade concorrente.
central de apoio ao processo eleitoral, pode
Secção II
aprovar modelos de documentação e de actos
processuais eleitorais que devam ser reduzidos a
escrito, para uso facultativo dos intervenientes Ilícito penal
no processo eleitoral.
Sub-Secção I
Artigo 271º
Disposições gerais
(Publicação dos modelos)
Artigo 274º
Os modelos a que se refere o artigo anterior
são publicados na II série do Boletim Oficial. (Punição da tentativa)

CAPÍTULO XVI A tentativa de crime eleitoral é sempre punida.

Ilícito eleitoral Artigo 275º

Secção I (Pena acessória de demissão)

À prática de crimes eleitorais por parte de


Princípios gerais
funcionários públicos no exercício das suas
funções pode corresponder, independentemente
Artigo 272º
da medida da pena principal, a pena acessória de
demissão, sempre que o crime tiver sido
(Concorrência com infracções mais graves) praticado com flagrante e grave abuso das
funções ou com manifesta e grave violação dos
As sanções cominadas no presente Código não
deveres que lhe são inerentes, atenta a concreta
excluem a aplicação de outras mais graves,
gravidade do facto.
decorrentes da prática de quaisquer infracções
previstas noutras leis.
Artigo 276º

Artigo 273º
(Direito de constituição de assistente)

(Circunstâncias agravantes gerais) 1. Qualquer partido político pode constituir-se


assistente em processo penal relativo aos crimes
Para além das previstas na lei penal comum,
previstos neste Código.
constituem circunstâncias agravantes gerais:

57
2. Qualquer candidato presidencial ou Quem com violência, ameaça ou intuito
membro de lista apresentada por grupo de fraudulento induzir um eleitor a não se inscrever
cidadãos pode constituir-se assistente em no recenseamento eleitoral ou o levar a
processo penal relativo aos crimes previstos inscrever-se fora do local ou do prazo devido será
neste Código e praticados em eleição na qual punido com pena de prisão até dois anos.
tenha concorrido.
Artigo 282º
Artigo 277º
(Obstrução à detecção de duplas inscrições)
(Prescrição)
Quem obstruir a detecção de duplas inscrições
O procedimento criminal pelos crimes será punido com pena de prisão até um ano ou
eleitorais prescreve no prazo de dois anos a com pena de multa até dois anos.
contar da data da prática do facto punível.
Artigo 283º
Artigo 278º
(Violação de deveres relativos à inscrição)
(Denúncia caluniosa)
1. São punidos com pena de prisão até um ano
Quem imputar a outrem, sem fundamento, a ou com pena de multa até dois anos os membros
prática de qualquer infracçäo prevista no das comissões de recenseamento que:
presente Código será punido com a pena
aplicável à denúncia caluniosa. a) Se recusarem a inscrever no
recenseamento um eleitor que haja
Artigo 279º promovido a sua inscrição;

b) Procederem à inscrição ou à
(Não cumprimento de outras obrigações impostas por transferência indevida de um eleitor
lei)
no recenseamento;
Aquele que não cumprir nos seus precisos c) Eliminarem indevidamente a inscrição
termos quaisquer obrigações relativas às de eleitor no recenseamento;
eleições, previstas neste diploma, ou retardar
injustificadamente o seu cumprimento, será, na d) Se recusarem a efectuar as eliminações
falta de incriminação especial, punido, consoante oficiosas a que estão obrigados pelo
a gravidade da infracção, com pena de prisão até presente Código.
um ano ou com pena de multa até dois anos.
2. A negligência é punida com multa até um
SUB-Secção II ano.

Artigo 284º
Crimes relativos ao recenseamento eleitoral

(Violação de deveres relativos aos cadernos de


Artigo 280º
recenseamento)

(Inscrição dolosa) Os membros das comissões de recenseamento


que não procederem, pela forma prescrita no
1. Quem promover a sua inscrição no presente Código, à elaboração, organização,
recenseamento sem ter capacidade eleitoral será rectificação, actualização ou à reformulação dos
punido com pena de prisão até seis meses ou com cadernos de recenseamento serão punidos com
pena de multa até um ano. pena de prisão até seis meses ou com pena de
2. Quem promover a sua inscrição mais de multa até um ano.
uma vez será punido com pena de prisão até um
Artigo 285º
ano ou com pena de multa até dois anos.

Artigo 281º (Impedimento à verificação de inscrição no


recenseamento)

(Obstrução à inscrição)

58
1. Os membros das comissões de Quem, no exercício das suas funções, infringir
recenseamento que não expuserem as cópias dos os deveres de neutralidade ou imparcialidade a
cadernos de recenseamento ou que obstarem a que esteja legalmente obrigado perante as
que o cidadão as consulte no prazo legal previsto diversas candidaturas, será punido com pena de
serão punidos com pena de prisão até seis meses prisão até dois anos.
ou com pena de multa até um ano.
Artigo 291º
2. A negligência é punida com multa até cento
e vinte dias. (Utilização indevida de nome, denominação, sigla ou
símbolo)
Artigo 286º
Quem utilizar durante a campanha eleitoral o
(Recusa de passagem ou falsificação de certidões de nome de um candidato ou a denominação, sigla
recenseamento) ou símbolo de qualquer candidatura, partido
político, coligação ou lista proposta por grupo de
Os membros das comissões de recenseamento cidadãos com o intuito de os prejudicar ou
que recusarem a passagem de certidões de injuriar, será punido com pena de prisão até um
recenseamento a eleitores que nele se encontrem ano ou com pena de multa até dois anos.
inscritos ou que passem certidões falsas serão
punidos com pena de prisão até seis meses ou Artigo 292º
com pena de multa até um ano.
(Violação da liberdade de reunião e manifestação)
Artigo 287º
1. Quem, por meio de violência ou
(Recusa de entrega de cartão de eleitor) participação em tumulto, desordem ou vozearia,
perturbar gravemente reunião, comício,
Quem se recusar a entregar o cartão de eleitor manifestação, cortejo ou desfile de propaganda
ao respectivo titular será punido com pena de eleitoral será punido com pena de prisão até um
prisão até seis meses ou com pena de multa até ano ou com pena de multa até dois anos.
um ano.
2. Quem, da mesma forma, impedir a
Artigo 288º realização ou o prosseguimento de reunião,
comício, manifestação, cortejo ou desfile será
(Falsificação do cartão de eleitor) punido com pena de prisão até dois anos.

Quem com intuito fraudulento, modificar ou Artigo 293º


susbstituir o cartão de eleitor será punido com
pena de prisão até dois anos. (Dano em material de propaganda eleitoral)

Artigo 289º 1. Quem roubar, furtar, destruir, rasgar,


desfigurar ou, por qualquer forma, inutilizar ou
(Falsificação de cadernos de recenseamento) tornar ilegível, no todo ou em parte, o material
de propaganda eleitoral ou colocar por cima dele
Quem por qualquer modo alterar, viciar, qualquer outro material será punido com pena de
substituir, suprimir, destruir ou compuser prisão até um ano ou com pena de multa até dois
falsamente os cadernos de recenseamento será anos.
punido com pena de prisão até três anos.
2. Não são punidos os factos previstos no
Sub-Secção III número anterior se o material de propaganda
tiver sido afixado em lugar proibido ou em casa
Crimes relativos à campanha eleitoral ou estabelecimento do agente, sem
consentimento deste.
Artigo 290º
Artigo 294º

(Violação dos deveres de neutralidade e


imparcialidade) (Desvio de correspondência)

59
1. O profissional dos correios que votar quem não tenha direito de sufrágio ou não
desencaminhar, retiver ou não entregar ao o possa exercer nessa assembleia ou que
destinatário circulares, cartazes ou outro meio de contribuirem para a exclusão de quem o tiver,
propaganda eleitoral será punido com pena de serão punidos com pena de prisão até dois anos.
prisão até dois anos.
Artigo 300º
2. O disposto no número 1 também se aplica a
quem esteja ligado aos serviços de correios por (Voto plúrimo)
contrato de prestação de serviços.
Quem votar mais de uma vez na mesmas
Artigo 295º eleições será punido com pena de prisão até dois
anos.
(Propaganda no dia das eleições)
Artigo 301º
1. Quem, no dia das eleições, fizer
propaganda eleitoral por qualquer meio, será (Coacção ou artifício fraudulento sobre o eleitor)
punido com pena de multa até cem dias.
1. Quem usar de violência ou ameaça sobre
2. Quem, no dia das eleições, fizer
qualquer eleitor, de enganos, artifícios
propaganda em assembleia de voto ou nas suas
fraudulentos, falsas notícias ou de qualquer
imediações até quinhentos metros, será punido
outro meio ilícito para o constranger ou induzir a
com pena de prisão até seis meses ou com pena
votar ou a deixar de votar em determinada
de multa até um ano.
candidatura será punido com pena de prisão até
um ano.
Artigo 296º
2. Nos casos previstos no número 1, se a
(Propaganda ilegal em órgão de comunicação social) ameaça for cometida com uso de arma ou a
violência for exercida por duas ou mais pessoas,
Quem violar o disposto no artigo 106 número a pena será a de prisão de 2 a 8 anos.
1 será punido com pena de prisão até um ano ou
com pena de multa até dois anos. Artigo 302º

Artigo 297º
(Não exibição fraudulenta da urna)

(Financiamento proibido) O presidente de mesa da assembleia de voto


que não exibir a urna perante os eleitores, para
A pessoa singular que realizar ou aceitar ocultar boletins de voto nela anteriormente
financiamento proibido será punido com a pena introduzidos, será punido com pena de prisão até
correspondente ao crime de corrupção. dois anos.
SUB-Secção IV Artigo 303º

Crimes relativos ao voto e ao apuramento (Introdução fraudulenta do boletim na urna e desvio


desta ou de boletins de voto)
Artigo 298º
Quem, fraudulentamente introduzir boletim de
(Voto fraudulento) voto na urna antes ou depois do início da
votação, se apoderar da urna com os boletins de
Quem se apresentar fraudulentamente a voto nela recolhidos, mas ainda não apurados, ou
votar, tomando a identidade de eleitor inscrito, se apoderar de um ou mais boletins de voto em
será punido com pena de prisão até um ano. qualquer momento, desde a abertura da
assembleia de voto até ao apuramento geral das
Artigo 299º eleições, será punido com pena de prisão até três
anos.
(Admissão ou exclusão abusiva de voto)
Artigo 304º
Os membros das mesas das assembleias de
voto que contribuirem para que seja admitido a (Não facilitação do exercício do direito de voto)

60
Os responsáveis pelos serviços e pelas pessoa colectiva pública e o ministro de qualquer
empresas em actividade no dia das eleições que culto que se sirvam abusivamente das suas
não facilitarem aos seus respectivos funcionários funções ou do cargo para constranger ou induzir
ou trabalhadores dispensa pelo tempo suficiente eleitores a votar ou a deixar de votar em
para que possam votar serão punidos com pena determinado sentido, serão punidos com pena de
de prisão até seis meses ou com pena de multa prisão até um ano.
até um ano.
Artigo 310º
Artigo 305º
(Coacção relativa a emprego)
(Impedimento do sufrágio por abuso de autoridade)
Quem aplicar ou ameaçar aplicar a um cidadão
O agente da autoridade que, no dia das qualquer sanção no emprego, nomeadamente o
eleições, sob qualquer pretexto, fizer sair do seu despedimento, ou o impedir ou ameaçar impedir
domicílio ou retiver fora dele qualquer eleitor de obter emprego a fim de que vote ou deixe de
para que não possa ir votar será punido com votar ou porque votou ou não votou em certo
pena de prisão até dois anos. sentido, ou ainda porque participou ou não
participou em campanha para as eleições, será
Artigo 306º punido com pena de prisão até dois anos, sem
prejuízo da nulidade da sanção e da automática
(Acompanhante infiel) readmissão no emprego se o despedimento tiver
chegado a efectivar-se.
Quem acompanhar o eleitor afectado por
doença ou deficiência fisica notória, ao acto de Artigo 311º
votar e, não garantir com fidelidade a expressão
ou sigilo do voto do eleitor, será punido com pena (Fraude e corrupção de eleitor)
de prisão até um ano.
1. Quem, por causa das eleições, oferecer,
Artigo 307º prometer ou conceder emprego público ou
privado ou outra coisa ou vantagem a um ou
(Atestado falso de doença ou deficiência física) mais eleitores ou, por acordo com estes, a uma
terceira pessoa, mesmo quando a coisa ou
O médico que atestar falsamente doença ou vantagem utilizadas, prometidas ou conseguidas
deficiência física, para efeitos eleitorais, será forem dissimuladas a título de indemnização
punido com pena de prisão até dois anos. pecuniária dada ao eleitor para despesas de
viagens ou de estada ou de pagamento de
Artigo 308º alimentação ou bebidas ou a pretexto de
despesas com a campanha eleitoral, será punido
(Violação de segredo de voto) com pena de prisão até um ano.

1. Quem, na assembleia de voto ou nas suas 2. A mesma pena será aplicada ao eleitor que
imediações até quinhentos metros, usar de aceitar qualquer dos benefícios previstos no
coacção ou artifício de qualquer natureza ou se número anterior.
servir do seu ascendente sobre o eleitor para
obter a revelação do voto, será punido com pena Artigo 312º
de prisão até um ano.
(Obstrução à fiscalização)
2. Quem, na assembleia de voto ou nas suas
imediações até quinhentos metros, revelar em 1. Quem, em assembleia de voto ou de
que lista votou ou vai votar, será punido com apuramento, impedir a entrada ou a saída de
pena de multa até cem dias. qualquer delegado de entidade concorrente ou,
por qualquer modo, tentar opôr-se a que ele
Artigo 309º exerça todos os poderes que lhe são conferidos
pelo presente Código, será punido com pena de
(Abuso de funções públicas ou equiparadas) prisão até dezoito meses.
O cidadão investido de poder público, o
funcionário ou agente do Estado ou de outra

61
2. Se se tratar do presidente da mesa, a pena com pena de prisão até um ano ou com pena de
não será, em qualquer caso, inferior a um ano de multa até dois anos.
prisão.
Artigo 317º
Artigo 313º
(Não cumprimento do dever de participação no
(Obstrução a candidato ou mandatário) processo eleitoral)

1. Quem, em assembleia de voto, impedir a Quem for designado para fazer parte da mesa
entrada ou a saída de qualquer candidato ou da assembleia de voto ou como membro da
mandatário de lista concorrente ou, por qualquer assembleia de apuramento parcial ou geral e,
modo, tentar opôr-se a que ele exerça todos os sem causa justificativa, não assumir, não exercer
poderes que lhe são conferidos pelo presente ou abandonar essas funções, será punido com
Código, será punido com pena de prisão até pena de prisão até um ano ou com pena de multa
dezoito meses. até dois anos.

2. Se se tratar do presidente da mesa, a pena Artigo 318º


não será, em qualquer caso, inferior a um ano de
prisão. (Não comparência da força de segurança)

Artigo 314º O comandante de força de segurança que


injustificadamente deixar de cumprir os deveres
(Recusa a receber reclamações, protestos ou decorrentes do artigo 210º, é punido com pena de
contraprotestos) prisão até um ano ou com pena de multa até dois
anos.
O presidente de mesa da assembleia de voto ou
de apuramento que, ilegitimamente se recusar a Artigo 319º
receber reclamação, protesto, contraprotesto ou
recurso, é punido com pena de prisão até seis (Falsificação de cadernos, boletins, actas ou
meses ou com pena de multa até um ano. documentos relativos às eleições)

Artigo 315º Aquele que, por qualquer modo, viciar,


substituir, suprimir, destruir ou compuser
(Obstrução dos candidatos, mandatários e delegados falsamente os cadernos eleitorais, os boletins de
de candidaturas) voto, as actas de assembleias de voto ou de
apuramento ou quaisquer dos documentos
O candidato, mandatário ou delegado de respeitantes às eleições, será punido com pena de
entidade concorrente que perturbar gravemente prisão até três anos.
o funcionamento regular das operações
eleitorais, será punido com pena de prisão até Secção III
um ano ou com pena de multa até dois anos.
Ilícito de mera ordenação social
Artigo 316º

SUB-Secção I
(Perturbação ou impedimento de assembleia de voto
ou de apuramento)
Disposições gerais
1. Quem, por meio de violência ou
participando em tumulto, desordem ou vozearia, Artigo 320º
impedir ou perturbar gravemente a realização, o
funcionamento ou o apuramento de resultados de (Órgãos competentes)
assembleia de voto ou de apuramento, será
punido com pena de prisão até três anos. Compete à Comissão Nacional de Eleições, com
recurso para o Tribunal Constitucional,
2. Quem entrar armado em assembleia de instaurar os processos e aplicar as coimas
voto ou apuramento, não pertencendo à força correspondentes a contra-ordenações
pública devidamente autorizada, será punido relacionadas com matéria eleitoral

62
SUB-Secção II casos e dos termos constantes no presente
Código, serão punidas com coima de duzentos e
Contra-ordenações relativas ao recenseamento
cinquenta mil a dois milhões e quinhentos mil
eleitoral escudos.

Artigo 321º Artigo 326º

(Recusa de inscrição) (Violação de regras sobre propaganda sonora ou


gráfica)
Quem, no intuito de impedir a sua inscrição no
Quem fizer propaganda sonora ou gráfica com
recenseamento, recusar o preenchimento ou a
violação do disposto no presente Código será
assinatura do verbete ou a aposição nele de
punido com coima de cinquenta mil a quinhentos
impressão digital, será punido com coima de
mil escudos.
vinte mil a cem mil escudos.
Artigo 327º
Artigo 322º

(Violação de deveres por publicação informativa)


(Incumprimento negligente dos membros das
comissões de recenseamento)
Os proprietários de publicação informativa que
Os membros das comissões de recenseamento não procederem às comunicações relativas à
que, por negligência, não procedam, pela forma campanha eleitoral previstas neste Código ou
prescrita no presente Código, à elaboração, que não dêem tratamento igualitário aos
organização, rectificação ou reformulação dos concorrentes, serão punidos com coima de
cadernos de recenseamento, serão punidos com cinquenta mil a quinhentos mil escudos.
coima de cinco mil a cem mil escudos.
Artigo 328º
Sub-Secção III
(Não registo de emissão correspondente ao exercício
de direitos de antena)
Contra-ordenações relativas à campanha eleitoral
A estação de rádio ou de televisão que não
Artigo 323º registar ou não arquivar o registo de emissão
correspondente ao exercício do direito de antena,
(Reuniões, comícios, manifestações ou desfiles ilegais) será punida com coima de cinquenta mil a
duzentos e cinquenta mil escudos.
Quem promover reuniões, comícios,
manifestações ou desfiles em contravenção do Artigo 329º
disposto no presente Código, será punido com
coima de cinquenta mil a quinhentos mil (Não cumprimento de deveres por estação de rádio ou
escudos. televisão)

Artigo 324º 1. A empresa proprietária de estação de rádio


ou televisão que não der tratamento igual aos
(Publicidade comercial ilícita) diversos partidos intervenientes na campanha
eleitoral será punida com coima de duzentos e
Quem realizar propaganda política através de cinquenta mil a um milhão e quinhentos mil
meios de publicidade comercial em violação do escudos.
disposto neste Código será punido com coima de
cem mil a quinhentos mil escudos. 2. A empresa proprietária de estação de rádio
ou televisão que não cumprir os deveres impostos
Artigo 325º pelo artigo 117º do presente Código será punida
com coima de duzentos e cinquenta mil a um
(Divulgação de resultados de sondagens) milhão e quinhentos mil escudos.

As empresas de comunicação social, de Artigo 330º


publicidade ou de sondagens que divulgarem ou
promoverem a divulgação de sondagens fora dos

63
(Não cumprimento de deveres pelo proprietário de Artigo 335º
sala de espectáculo)
(Não abertura de serviço público)
O proprietário de sala de espectáculo que não
cumprir os seus deveres relativos à campanha O responsável pelos serviços cuja abertura é
será punido com coima de cinquenta mil a obrigatória nos dias das eleições e que mantiver
duzentos e cinquenta mil escudos. tais serviços encerrados, será punido com uma
coima de vinte mil a duzentos e cinquenta mil
Artigo 331º escudos.

(Propaganda na véspera das eleições) Artigo 336º

Quem, no dia anterior ao das eleições fizer


(Não apresentação de membro de mesa de assembleia
propaganda, por qualquer modo, será punido de voto à hora legalmente fixada)
com coima de duzentos e cinquenta mil a um
milhão e quinhentos mil escudos. 1. O membro da mesa de assembleia de voto
que, sem motivo justificado, não se apresentar no
Artigo 332º local do seu funcionamento até uma hora antes
da hora marcada para o início das operações,
(Contabilização irregular) será punido com coima de cinco mil a vinte mil
escudos.
Os administradores eleitorais que não
contabilizarem, não discriminarem ou não 2. Se a não apresentação do membro da mesa
comprovarem as receitas e despesas de inviabilizar ou prejudicar o funcionamento da
candidatura e campanha eleitoral nos termos dos assembleia de voto e o desenrolar das operações
artigos 126º e 127º serão punidos com coima de eleitorais, a coima será de vinte e cinco mil a cem
duzentos mil a dois milhões e quinhentos mil mil escudos.
escudos.
Artigo 337º
Artigo 333º
(Não cumprimento de formalidades por membro de
(Financiamentos proibidos) mesa de assembleia de voto ou de assembleia de
apuramento)
As pessoas colectivas que realizarem ou
O membro da mesa de assembleia de voto ou
receberem financiamentos proibidos nos termos
de apuramento que não cumprir ou deixar de
do presente Código serão punidas com coima
cumprir, sem intenção fraudulenta, formalidade
correspondente ao dobro do montante do
legalmente prevista no presente Código será
financiamento ilícito, mas nunca inferior a cinco
punido com coima de cinco mil a cinquenta mil
milhões de escudos.
escudos.
Artigo 334º
CAPÍTULO XVII
(Não prestação de contas)
Ilícito disciplinar
Os administradores eleitorais e as entidades
concorrentes responsáveis pela prestação das Artigo 338º
contas eleitorais que as não prestarem nos
termos do presente Código serão, sem prejuízo de (Responsabilidade disciplinar)
outras sanções previstas na lei, punidos,
solidariamente, com coima de um milhão a cinco Todas as infracções previstas neste diploma
milhões de escudos. constituirão também falta disciplinar quando
cometidas por funcionário ou agente sujeito a
Sub-Secção IV responsabilidade disciplinar.

Contra-ordenações relativas ao sufrágio e ao TÍTULO III


apuramento
DISPOSIÇÕES COMUNS APLICÁVEIS À
ELEIÇÃO DOS DEPUTADOS À

64
ASSEMBLEIA NACIONAL E DOS pactos de coligação aprovados pelos órgãos
TITULARES DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS estatutários competentes.

2. Os partidos que tenham estabelecido pacto


CAPÍTULO I
de coligação nos termos do número anterior
devem proceder ao seu registo no Tribunal
Organização do processo eleitoral Constitucional até ao início do prazo de
apresentação de candidaturas.
Artigo 339º
3. Os pedidos de inscrição devem especificar:
(Marcação da data das eleições)
a) A definição precisa do âmbito da
A marcação da data das eleições faz-se com coligação;
antecedência mínima de setenta dias e ouvidos
b) As normas por que se rege a coligação;
os partidos políticos registados no Tribunal
Constitucional. c) A indicação de denominação, sigla e
símbolo da coligação;
CAPÍTULO II
d) A designação dos titulares dos órgãos de
Apresentação de candidaturas direcção ou de coordenação da
coligação;
Secção I e) O documento comprovativo da
aprovação do pacto de coligação.
Propositura e proclamação dos candidatos
4. As coligações de partidos são anunciadas
Artigo 340º pela Comissão Nacional de Eleições em jornais
dos mais lidos do país.
(Poder de apresentação) 5. As coligações deixam de existir logo que for
tornado público o resultado definitivo das
A apresentação das candidaturas cabe aos
eleições.
órgãos competentes dos partidos políticos ou das
coligações de partidos políticos, desde que
Artigo 344º
registados no Tribunal Constitucional à data da
apresentação de candidaturas.
(Apreciação da legalidade das denominações, siglas e
símbolos)
Artigo 341º
1. No dia seguinte à apresentação para
(Independentes) registo da coligação, o Tribunal Constitucional,
em sessão, aprecia a legalidade da denominação,
As listas de candidaturas podem integrar sigla e símbolo, bem como a sua identidade ou
cidadãos não inscritos em partidos políticos, semelhança com as de outros partidos ou
desde que como tal declarados. coligações partidárias já registadas.
Artigo 342º 2. A decisão consequente à apreciação
prevista no número anterior é imediatamente
(Proibição de candidatura plúrima) publicitada por edital mandado afixar pelo
Presidente do Tribunal Constitucional à porta do
Ninguém pode ser candidato por mais de um Tribunal.
círculo eleitoral ou figurar em mais de uma lista,
sob pena de inelegibilidade. 3. No dia seguinte ao da afixação do edital
podem os mandatários de qualquer lista
Artigo 343º apresentada em qualquer círculo por qualquer
coligação ou partido, recorrer da decisão para o
(Coligações para fins eleitorais) plenário do Tribunal Constitucional.

1. Os partidos políticos podem concorrer 4. O Tribunal Constitucional decide em


conjuntamente a umas eleições, nos termos dos plenário dos recursos referidos no número
anterior, no prazo de quarenta e oito horas.

65
Artigo 345º candidatos suplentes não inferior a três, nem
superior ao dos efectivos.
(Proibição de apresentação de mais de uma lista) 3. Da declaração de candidatura deve constar
que o candidato:
1. Os partidos políticos e as coligações de
partidos não podem apresentar em cada círculo a) Não se encontra abrangido por qualquer
eleitoral mais do que uma lista de candidatos. inelegibilidade;
2. Os partidos coligados não podem b) Não se candidata por qualquer outro
apresentar candidaturas próprias no círculo círculo eleitoral, nem figura em mais
eleitoral em que concorram, para idênticas nenhuma lista de candidatura;
eleições, candidatos das coligações a que
pertençam. c) Aceita a candidatura pelo proponente da
lista;
Artigo 346º
d) Concorda com o mandatário indicado na
lista.
(Lugar de apresentação de candidatura)
4. A lista apresentada por coligação deve,
1. As listas de candidatos são apresentadas ainda, conter a indicação do partido que propõe
nos respectivos círculos eleitorais, pelos seus cada um dos candidatos.
proponentes ou pelos mandatários das listas,
perante o magistrado judicial da comarca. 5. Cada lista é instruída com documentos que
façam prova bastante da capacidade eleitoral dos
2. As listas de candidatos pelos círculos candidatos, nomeadamente fotócopia do cartão
eleitorais do estrangeiro são apresentadas de eleitor ou certidão de recenseamento e
perante o magistrado judicial da comarca da certidão de registo criminal.
Praia.
6. Cada lista é ainda instruída com cópia
3. Havendo mais do que uma comarca no autenticada da acta da reunião do órgão
círculo eleitoral, as listas são apresentadas partidário competente que aprovou a lista dos
perante o magistrado judicial da comarca a que candidatos, nos termos do respectivo estatuto.
corresponde o maior número de eleitores.
7. A apresentação de candidatura poderá ser
4. Havendo na comarca mais do que um feita via fax ou correio electrónico, desde que o
magistrado judicial, a apresentação das listas de tribunal competente possua os equipamentos
candidatos far-se-á perante aquele a quem adequados de recepção e que os originais do
incumba a jurisdição cível. processo sejam apresentados no tribunal
competente até ao termo do prazo referido no
Artigo 347º
artigo 350º.

(Prazo para apresentação) Artigo 349º

A apresentação deve efectuar-se entre o


(Mandatário da lista)
quinquagésimo e o quadragésimo dias que
antecedem a data prevista para as eleições. 1. Os candidatos de cada lista designam de
entre eles ou de entre os eleitores inscritos no
Artigo 348º
respectivo círculo eleitoral um mandatário para
os representar em todas as operações eleitorais,
(Requisitos formais da apresentação de candidaturas) dando disso conhecimento aos respectivos
Tribunal da Comarca e Câmara Municipal.
1. A apresentação consiste na entrega da
lista, contendo o nome completo, a idade, filiação, 2. A morada do mandatário é sempre indicada
naturalidade, profissão e residência dos no processo de candidatura e quando ele não
candidatos e do mandatário da lista, bem como a residir na sede do círculo eleitoral escolhe aí
declaração de candidaturas. domicílio para efeito de poder ser notificado.
2. A lista deve ser ordenada e conter um
Artigo 350º
número de candidatos efectivos igual ao número
de mandatos correspondente ao círculo e de

66
(Recepção de candidaturas) partidos políticos ou coligações concorrentes à
eleição no círculo eleitoral.
Findo o prazo para apresentação das listas, o
magistrado judicial competente verifica dentro Artigo 355º
dos três dias subsequentes a regularidade do
processo, a autenticidade dos documentos que o (Interposição e notificação do recurso)
integram e a elegibilidade dos candidatos.
1. O requerimento de interposição de recurso,
Artigo 351º do qual devem constar os seus fundamentos, é
entregue no tribunal que proferiu a decisão
(Irregularidades processuais) recorrida, acompanhado de todos os elementos de
prova.
Verificando-se irregularidades processuais, o
magistrado judicial competente manda notificar 2. Tratando-se de recurso contra a admissão
imediatamente o mandatário da lista ferida de de qualquer candidatura, o tribunal recorrido
irregularidade para a suprir no prazo de manda notificar imediatamente o mandatário da
quarenta e oito horas. respectiva lista para este, os candidatos, ou os
partidos políticos ou coligações proponentes
Artigo 352º
responderem, querendo, no prazo de vinte e
quatro horas.
(Rejeição de candidaturas) 3. Tratando-se de recurso contra a não
admissão de qualquer candidatura, o tribunal
1. São rejeitados os candidatos inelegíveis e a
recorrido manda notificar imediatamente a
lista que não contenha o número de candidatos
entidade que tiver impugnado a sua admissão, se
efectivos e suplentes estabelecidos.
a houver, para responder, querendo, no prazo de
2. Verificado o disposto no número anterior o vinte e quatro horas.
mandatário da lista é imediatamente notificado
para o efeito de se proceder à sua correcta e Artigo 356º
definitiva substituição, no prazo de quarenta e
oito horas, sob pena de rejeição de toda a lista. (Subida do recurso)

3. Findo o prazo previsto no número anterior, O recurso sobe ao Supremo Tribunal de


o magistrado judicial, em quarenta e oito horas, Justiça nos próprios autos.
faz operar nas listas as rectificações requeridas
pelos respectivos mandatários e manda dar Artigo 357º
publicidade às listas rectificadas.
(Decisão do Tribunal Constitucional)
Secção II
O Tribunal Constitucional decide em definitivo
Contencioso da apresentação das candidaturas no prazo de setenta e duas horas.

Artigo 358º
Artigo 353º

(Proclamação dos candidatos)


(Recursos)

Das decisões finais do Tribunal de Comarca Quando não haja recursos ou decididos os que
relativas à apresentação de candidaturas cabe tenham sido apresentados, as listas
recurso para o Tribunal Constitucional no prazo definitivamente admitidas são imediatamente
de quarenta e oito horas a contar da notificação publicadas por editais afixados à porta do
da decisão. tribunal.

Artigo 359º
Artigo 354º

(Sorteio das listas)


(Legitimidade para recorrer)

Têm legitimidade para interpor recurso os No décimo dia subsequente ao fim do prazo de
candidatos, os mandatários das listas e os apresentação das listas, na presença dos

67
candidatos ou dos seus mandatários, o Artigo 364º
magistrado judicial competente para a
apresentação de candidaturas procede ao sorteio (Nova publicação da lista)
das listas para o efeito de lhes atribuir uma
ordem nos boletins de voto, lavrando-se auto do Procede-se a nova publicação da lista em caso
sorteio em duas cópias. de substituição de candidatos ou anulação da
decisão de rejeição de qualquer lista.
Artigo 360º
Artigo 365º
(Envio de uma cópia do auto)
(Desistência)
Uma cópia do auto é enviada, no prazo de
quarenta e oito horas, ao serviço central de apoio 1. É lícita a desistência da lista até dois dias
ao processo eleitoral que providencia no sentido antes do dia das eleições.
de os boletins de voto serem elaborados de acordo
com a ordem do sorteio e com as demais 2. A desistência é comunicada pelo
prescrições legais. mandatário ou pelos proponentes ao magistrado
judicial competente para a apresentação de
Artigo 361º candidatura, que providencia no sentido de
evitar a votação na lista de que se desiste.
(Comunicações sobre partidos e coligações)
3. É também lícita a desistência de qualquer
Até ao sexagésimo dia anterior ao das eleições, candidato mediante declaração por ele subscrita
o Tribunal Constitucional envia ao serviço com a assinatura reconhecida perante o notário
central de apoio ao processo eleitoral uma mantendo-se, porém, válida a lista apresentada.
relação das denominações, siglas e símbolos dos
partidos políticos e coligações para fins eleitorais CAPÍTULO III
legalmente registados.
Estatuto dos candidatos e dos mandatários
Artigo 362º
Artigo 366º
(Publicação de todas as listas concorrentes)
(Dispensa de funções)
A Comissão Nacional de Eleições manda
publicar todas as listas concorrentes no Boletim Os candidatos às eleições têm direito à
Oficial e em jornais dos mais lidos do país. dispensa do exercício de funções públicas ou
privadas no trigésimo dia que antecede a data
Secção III das eleições, sem prejuízo da contagem desse
tempo para todos os efeitos, incluindo a
Substituição e desistência de candidatos retribuição, como tempo efectivo de serviço.

Artigo 363º Artigo 367º

(Substituição de candidatos) (Imunidade dos candidatos)

1. Só pode haver lugar à substituição de 1. Nenhum candidato pode ser preso, sujeito à
candidatos até dez dias antes do designado para prisão preventiva ou perseguido criminal ou
as eleições e nos seguintes casos: disciplinarmente, salvo em caso de flagrante
delito por crime punível com pena de prisão cujo
a) Doença que determine incapacidade limite máximo seja superior a dois anos.
física ou anomalia psíquica;
2. Fora de flagrante delito, nenhum candidato
b) Falecimento. pode ser preso, sujeito à prisão preventiva ou
perseguido criminal ou disciplinarmente, salvo
2. Nos demais casos, ou na falta de
por crime punível com pena de prisão cujo limite
substituição, é reduzido o número dos
máximo seja superior a oito anos.
candidatos.

68
3. Movido procedimento criminal contra b) Os que não sejam maiores de trinta e
qualquer candidato ou indiciado este por cinco anos;
despacho de pronúncia ou equivalente, o
processo só poderá prosseguir os seus termos c) Os cidadãos eleitores cabo - verdianos
após a proclamação dos resultados das eleições. que nos últimos três anos
imediatamente anteriores à
Artigo 368º apresentação da candidatura não
tenham tido residência permanente no
(Mandatários)
território nacional.

d) Os cidadãos eleitores cabo-verdianos que


O disposto nos artigos anteriores é aplicável
também sejam cidadãos de outro
aos mandatários.
Estado;
TÍTULO IV e) Os que, tendo exercido dois mandatos
consecutivos ou estando a exercer o
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS À segundo mandato consecutivo, não
ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA possam, nos termos constitucionais,
REPÚBLICA
recandidatar-se a um terceiro
mandato;
CAPÍTULO I
f) Os que, tendo renunciado ao cargo de
Capacidade eleitoral activa Presidente da República, se encontrem
dentro do prazo constitucional de
Artigo 369º
proibição de nova candidatura;

g) Os que tenham abandonado o cargo de


(Capacidade eleitoral activa) Presidente da República ou, nesse
cargo, se tenham ausentado do país
São eleitores do Presidente da República os
sem observância das formalidades
cidadãos cabo-verdianos de ambos os sexos,
constitucionais;
maiores de dezoito anos, recenseados no
território nacional e no estrangeiro. h) Os que tenham sido condenados
definitivamente por crime praticado no
CAPÍTULO II exercício de funções de Presidente da
República.
Capacidade eleitoral passiva
CAPÍTULO III
Artigo 370º
Organização do colégio eleitoral
(Capacidade eleitoral passiva)
Artigo 372º
São elegíveis ao cargo de Presidente da
República os cidadãos eleitores cabo-verdianos (Círculo eleitoral)
de origem, maiores de trinta e cinco anos à data
da candidatura. 1. Para efeitos da eleição do Presidente da
República, o território da República de Cabo
Artigo 371º Verde constitui o círculo eleitoral nacional.

(Inelegibilidade) 2. O conjunto dos países nos quais residem


eleitores cabo-verdianos constitui o círculo
Para além das inelegibilidades gerais, são eleitoral do estrangeiro.
inelegíveis para o cargo de Presidente da
República: 3. A cada círculo eleitoral referido nos
números anteriores corresponde um colégio
a) Os que não sejam cidadãos cabo- eleitoral.
verdianos de origem;
CAPÍTULO IV

69
Regime de eleição 1. Considera-se eleito Presidente da
República o candidato que obtiver a maioria
Artigo 373º absoluta dos votos validamente expressos, não se
contando como tais os votos em branco.
(Modo de eleição) 2. Se nenhum candidato obtiver aquela
maioria de votos, procede-se a segundo sufrágio
1. O Presidente da República é eleito por
até ao décimo quinto dia seguinte ao do primeiro,
sufrágio universal, directo e secreto, em lista
ao qual podem concorrer os dois candidatos que
uninominal apresentada nos termos dos artigos
tenham obtido o maior número de votos no
376º e 377º.
primeiro escrutínio.
2. Para efeitos de eleição do Presidente da
República, cada cidadão eleitor recenseado no CAPÍTULO VI
estrangeiro dispõe de um voto, equivalendo o
total destes votos, no máximo, a um quinto dos Organização do processo eleitoral
votos apurados no território nacional
Artigo 375º
3. Se a soma dos votos dos eleitores
recenseados no estrangeiro ultrapassar o limite
(Marcação da data das eleições)
referido na última parte do número antecedente,
será convertido em número igual a esse limite e o 1. O Presidente da República, ouvidos o
conjunto de votos obtidos por cada candidato será Conselho da República e os partidos políticos
convertido na respectiva proporção. registados no Supremo Tribunal de Justiça
4. Para a aplicação do disposto no número 3, marca a data do primeiro escrutínio, por decreto
procede-se como se segue: presidencial publicado com a antecedência
mínima de setenta dias.
a) A cada candidato é atribuído um
coeficiente (i), sendo 2. Tanto o primeiro como o eventual segundo
sufrágio realizam-se entre o quadragésimo e o
Número de votos do candidato obtido no estrangeiro vigésimo quinto dias anteriores ao termo do
mandato do Presidente da República.
i = _________________________________________________________
3. No caso de vacatura do cargo, o novo
Soma dos votos obtidos no estrangeiro para todos os candidatos;
Presidente da República é eleito nos noventa
b) A soma dos coeficientes anteriormente dias posteriores à vacatura.
obtidos deve ser igual à unidade;
CAPÍTULO VII
c) Determina-se a quinta parte dos votos
apurados no território nacional, que Apresentação de candidaturas
será a base de cálculo a utilizar na
alínea seguinte; Secção I

d) O coeficiente atribuído a cada candidato,


Propositura
conforme a alínea a), é multiplicado
pela base de cálculo obtida na alínea
c), sendo o resultado o número de votos Artigo 376º
válidos para apuramento final dos
resultados obtidos no estrangeiro; (Poder de apresentação)

e) Os arredondamentos fazem-se pela 1. As candidaturas para Presidente da


unidade imediatamente superior nos República são propostas por um mínimo de mil e
casos em que as casas decimais sejam um máximo de quatro mil cidadãos eleitores e
superiores a 0,5. devem ser apresentadas no Tribunal
Constitucional até sessenta dias antes da data
Artigo 374º marcada para as eleições.

(Sistema eleitoral)

70
2. Cada cidadão eleitor só pode ser do candidato proposto, devendo o duplicado ser
proponente de uma única candidatura ao cargo arquivado.
de Presidente da República.
7. Em caso de extravio da certidão
3. Entre os proponentes referidos no nº 1 devidamente comprovada, pode ser passada
deste artigo devem figurar pelo menos cinco segunda via, onde se faz expressamente menção
residentes em cada um de pelo menos dez desse facto.
concelhos do país.
Artigo 378º
Artigo 377º
(Recepção e sorteio)
(Requisitos formais de apresentação de candidatura)
1. As candidaturas são recebidas pelo
1. A apresentação de candidatura consiste na Presidente do Tribunal Constitucional.
entrega de uma declaração subscrita pelos
cidadãos eleitores nos termos do artigo 376º, 2. No dia seguinte ao termo do prazo para a
contendo os seguintes elementos de identificação apresentação das candidaturas, o Presidente do
do candidato: Tribunal Constitucional, procede, na presença
dos candidatos ou seus mandatários, ao sorteio
- Nome completo da ordem a atribuir às candidaturas nos boletins
de voto.
- Idade
3. O Presidente do Tribunal Constitucional
- Número, entidade emitente e data de manda imediatamente afixar por edital, à porta
emissão do bilhete de identidade do tribunal, uma relação, com os nomes dos
- Filiação candidatos ordenados em conformidade com o
sorteio.
- Profissão
4. Do sorteio é lavrado auto, do qual são
- Naturalidade enviadas cópias à Comissão Nacional de Eleições,
ao Primeiro Ministro, ao responsável
- Residência. governamental pelos negócios estrangeiros para
2. Cada candidatura será ainda instruída com comunicação às embaixadas e postos consulares,
documentos que façam prova bastante de que o ao serviço central de apoio ao processo eleitoral e
candidato é cabo-verdiano de origem e maior de aos Presidentes das Câmaras municipais.
trinta e cinco anos, está no gozo de todos os seus 5. O servico central de apoio ao processo
direitos civis e políticos, encontra-se inscrito no eleitoral providencia no sentido de os boletins de
recenseamento eleitoral e reside no país há mais voto serem confeccionados de acordo com as
de trinta e seis meses. prescrições legais.
3. Deve ainda constar do processo de
Artigo 379º
candidatura uma declaração do candidato de que
aceita a candidatura e de que não é titular de
outra nacionalidade. (Mandatários nacionais e concelhios)

4. Os proponentes devem fazer prova de 1. Cada candidato designa um mandatário


inscrição no recenseamento. nacional para o representar nas operações
referentes ao julgamento da elegibilidade e nas
5. Para efeitos do disposto nos números 2 e 4, operações subsequentes.
a prova de inscrição no recenseamento eleitoral é
feita por certidão passada pela comissão de 2. O mandatário nacional deve residir na
recenseamento no prazo de cinco dias a contar da cidade da Praia ou nela ter domicílio para efeito
recepção do respectivo requerimento ou por de notificação, devendo a sua morada ou
apresentação do cartão de eleitor ou ainda de domicílio ser sempre indicada no processo de
fotocópia do mesmo devidamente autenticada. candidatura.

6. Os proponentes apresentam o 3. Cada candidato pode ainda nomear um


requerimento da certidão referida no número.5, mandatário seu em cada concelho para a prática
em duplicado, indicando expressamente o nome

71
de quaisquer actos a efectuar na respectiva área Artigo 382º
relacionados com a candidatura.
(Comunicação das candidaturas)
Artigo 380º
A relação das candidaturas definitivamente
(Admissão) admitidas é enviada às entidades referidas no
número 4 do artigo 378º para efeitos de
1. Findo o prazo para a apresentação das publicidade.
candidaturas, o Presidente do Tribunal
Constitucional, sem prejuízo do disposto no CAPÍTULO VIII
número 2 do artigo 378º, verifica a regularidade
dos processos, a autenticidade dos documentos e
Estatuto dos candidatos
a elegibilidade dos candidatos.

2. São rejeitados os candidatos inelegíveis. Artigo 383º

3. Verificando-se irregularidades processuais, (Suspensão de funções e direito de dispensa de


é notificado imediatamente o mandatário serviço)
nacional do candidato para as suprir no prazo de
quarenta e oito horas. 1. Os candidatos à eleição ao cargo de
Presidente da República têm direito à dispensa
4. A decisão a que se referem os números 1 e 2 do exercício das respectivas funções, sejam
deste artigo é proferida no prazo de cinco dias a públicas ou privadas, a partir da data da
contar do termo do prazo para apresentação de apresentação das respectivas candidaturas até
candidaturas, abrange todas as candidaturas e é ao dia seguinte ao das eleições.
imediatamente notificada aos mandatários.
2. Nenhum candidato pode exercer qualquer
Artigo 381º cargo nos órgãos de soberania, ou os cargos de
Procurador-Geral da República, de Chefe ou
(Recurso) Vice-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas,
a partir do anúncio público da sua candidatura
1. Das decisões relativas à apresentação das até à data da sua desistência ou da proclamação
candidaturas cabe recurso para o plenário do oficial dos resultados eleitorais.
Tribunal Constitucional, no prazo de vinte e
quatro horas. 3. No caso referido no número anterior o
candidato fica automaticamente suspenso do
2. O requerimento de interposição, exercício das suas funções, que são
devidamente fundamentado, deve ser interinamente assumidas pelo seu substituto,
acompanhado de todos os elementos de prova. havendo-o, e reassumi-las-à, sem qualquer
formalidade, a partir da data da sua desistência
3. Tratando-se de recurso contra a admissão
ou se não vier a ser eleito.
de qualquer candidatura é notificado
imediatamente o respectivo mandatário 4. Suspendem também obrigatoriamente o
nacional, para ele ou o candidato responder, exercício das respectivas funções, a partir da
querendo, no prazo de vinte e quatro horas. data da apresentação das candidaturas até ao
dia das eleições, os magistrados judiciais ou do
4. Tratando-se de recurso contra a não
Ministério Público em efectividade de serviço, os
admissão de qualquer candidatura são
militares em funções de comando e os diplomatas
notificados imediatamente os mandatários
chefes de missão, quando candidatos.
nacionais das outras candidaturas, ainda que
não admitidas, para eles ou os candidatos 5. Durante o período de suspensão de funções,
responderem, querendo, no prazo de vinte e o candidato continua a receber o seu vencimento
quatro horas. e não lhe será descontado tempo de serviço para
aposentação, reforma ou para quaisquer outros
5. O recurso será decidido no prazo de vinte e
efeitos.
quatro horas após o termo do prazo referido nos
números 3 e 4 anteriores.
CAPÍTULO IX
6. Têm legitimidade para interpor recurso os
candidatos ou seus mandatários. Desistência ou morte de candidato

72
Artigo 384º ao recebimento da decisão do Tribunal
Constitucional sobre a morte ou incapacidade do
(Desistência de candidatura)
candidato.

4. Na repetição do acto de apresentação de


1. Qualquer candidato que pretenda desistir
candidaturas é facultada aos subscritores a
da candidatura deve fazê-lo até quarenta e oito
dispensa de apresentação de certidões
horas antes do dia das eleições, mediante
anteriormente apresentadas.
declaração por ele escrita, com a assinatura
reconhecida por notário, apresentada ao 5. Cabe ao Procurador-Geral da República
Presidente do Tribunal Constitucional. promover a verificação da morte ou a declaração
de incapacidade de qualquer candidato a
2. Verificada a regularidade da declaração de
Presidente da República.
desistência, o Presidente do Tribunal
Constitucional manda imediatamente afixar 6. O Procurador-Geral da República deve
cópia à porta do edifício do tribunal e notifica as apresentar prova do óbito e requerer a
entidades referidas no número 4 do artigo 378º. designação de peritos médicos para verificarem a
incapacidade do candidato, fornecendo, neste
3. Após a realização do primeiro sufrágio, a
caso, ao Tribunal Constitucional todos os
eventual desistência de qualquer dos dois
elementos de prova de que disponha.
candidatos mais votados só pode ocorrer até às
dezoito horas do segundo dia posterior à 7. Os peritos devem apresentar o seu relatório
primeira votação. no mais curto prazo, a fixar pelo Tribunal
Constitucional.
4. Em caso de desistência nos termos do
número anterior são sucessivamente chamados 8. No caso de reabertura do processo eleitoral
os restantes candidatos, pela ordem de votação, do segundo sufrágio em virtude do disposto nas
para que, até às doze horas e trinta minutos do alíneas a) e b) do número 1, é chamado a
terceiro dia posterior à primeira votação, concorrer o candidato que, mantendo a sua
comuniquem a eventual desistência. candidatura, ocupa o lugar imediatamente a
seguir, de acordo com os resultados eleitorais.
Artigo 385º
9. No segundo sufrágio, a desistência de
(Morte ou incapacidade) qualquer candidato implica a reabertura do
processo eleitoral, se for declarada nas quarenta
1. Concorrendo às eleições apenas dois e oito horas seguintes à proclamação dos
candidatos, em caso de morte ou incapacidade de resultados do primeiro sufrágio.
qualquer deles para o exercício da função
presidencial, no decurso do primeiro ou do 10. Não havendo outros candidatos que, nos
segundo sufrágio, observar-se-à o seguinte: termos do número 4, possam ser admitidos ao
segundo sufrágio, ou no caso de desistência de
a) Se a morte ou incapacidade acima um dos candidatos ser declarada depois de
referida ocorrer até ao encerramento decorrido o prazo referido no número 5,
das mesas de voto, o processo eleitoral considera-se imediatamente eleito o outro
é reaberto; candidato.
b) Se a morte ou incapacidade ocorrer CAPÍTULO X
depois de encerradas as mesas de voto,
o processo eleitoral só é reaberto se,
Campanha eleitoral
apurados os votos, o outro candidato
não obtiver a maioria absoluta dos
Secção I
votos validamente expressos.

2. Verificado o óbito ou declarada a Disposições gerais


incapacidade, o Presidente do Tribunal
Constitucional, dá imediatamente publicidade do Artigo 386º
facto por publicação no Boletim Oficial.
(Início e termo da campanha)
3. O Presidente da República marca a data
das eleições nas quarenta e oito horas seguintes

73
1. O período da campanha eleitoral inicia-se O Orçamento do Estado inscreve um montante
no décimo sétimo dia anterior ao dia designado destinado a comparticipar nas despesas da
para as eleições e finda às vinte e quatro horas campanha dos candidatos que tenham obtido
da antevéspera do dia marcado para as eleições. pelo menos 10% dos votos expressos.

2. A campanha eleitoral para o segundo Artigo 391º


sufrágio decorre desde o dia seguinte ao da
afixação do edital a que se refere o número 2 do (Limite de despesas)
artigo 397º até às vinte e quatro horas da
antevéspera do dia marcado para as eleições. Em caso de segundo sufrágio, o limite de
despesas previsto neste Código é acrescido de
Artigo 387º metade.

(Promoção e realização da campanha) Secção IV

1. A promoção e realização da campanha em Elementos de trabalho das mesas das assembleias de


todo o território eleitoral cabe sempre aos voto
candidatos, seus proponentes ou partidos
políticos que apoiem a candidatura, sem prejuízo Artigo 392º
da participação activa dos cidadãos na
campanha. (Boletins de voto)
2. O apoio dos partidos políticos deve ser
1. Em cada boletim de voto são impressos os
objecto de uma declaração formal dos órgãos
nomes completos dos candidatos e as respectivas
dirigentes competentes nos termos estatutários.
fotografias, tipo passe reduzidas, com as mesmas
dimensões e em fundo neutro, dispostos
Secção II
horizontalmente, uns abaixo dos outros, pela
ordem estabelecida pelo sorteio.
Propaganda eleitoral
2. Em tudo o mais, aplica-se, com as
Artigo 388º necessárias adaptações, o disposto neste Código
relativo aos boletins de voto.
(Tempo de antena)
CAPÍTULO XI
Os tempos de emissão são reduzidos de um
terço no decurso da campanha para o segundo Apuramento
sufrágio.
Secção I
Artigo 389º

Apuramento parcial e intermédio


(Tempo de antena no último dia de campanha)

No último dia da campanha, cada um dos Artigo 393º


candidatos tem acesso à rádio e à televisão entre
as vinte e as vinte e duas horas para uma (Apuramento parcial)
intervenção pessoal de até dez minutos, sendo a
ordem de emissão sorteada em especial para este Ao apuramento parcial aplica-se, com as
caso. necessárias adaptações, o estatuído na secção I
do capítulo XII, do título II.
Secção III
Artigo 394º

Financiamento da campanha eleitoral


(Apuramento intermédio)

Artigo 390º
O estatuído nos artigos 235º a 245º aplica-se
às eleições presidenciais e a assembleia de
(Subvenção de campanha) apuramento geral do círculo eleitoral passa a

74
designar-se assembleia de apuramento 3. No mesmo dia e após a publicação do edital
intermédio. referido no número anterior, o Presidente do
Tribunal Constitucional procede ao sorteio das
Secção II candidaturas provisoriamente admitidas para o
efeito de lhes ser atribuída uma ordem nos
Apuramento geral boletins de voto.

Artigo 395º Artigo 398º

(Apuramento geral) (Assembleia de voto e delegados)

1. O apuramento geral das eleições e a 1. Para o segundo sufrágio mantém-se a


proclamação do candidato eleito ou a designação constituição e locais de reunião das assembleias
dos dois candidatos que concorrem ao segundo de voto, bem como a composição das respectivas
sufrágio, compete à Comissão Nacional de mesas.
Eleições, funcionando como assembleia de
2. Até ao quinto dia anterior ao da realização
apuramento geral, a qual inicia os seus trabalhos
do segundo sufrágio os candidatos ou os
às oito horas do dia posterior ao das eleições, na
respectivos mandatários podem designar
respectiva sede.
delegados das candidaturas, entendendo-se, se o
2. Os candidatos e os mandatários dos não fizerem, que confirmam os designados para o
candidatos podem assistir sem direito a voto mas primeiro sufrágio, nomeadamente no que se
com direito de reclamação, protesto e refere à assinatura e autenticação das
contraprotesto, aos trabalhos da Comissão credenciais.
Nacional de Eleições, funcionando como
assembleia de apuramento geral. CAPÍTULO XIII

CAPÍTULO XII Contencioso eleitoral

Segundo sufrágio Artigo 399º

Artigo 396º (Recurso)

(Disposições aplicáveis)
1. As irregularidades ocorridas no decurso da
votação e no apuramento parcial podem ser
Ao segundo sufrágio, além das disposições apreciadas em recurso contencioso, desde que
específicas, aplicam-se as disposições comuns hajam sido objecto de reclamação, protesto ou
previstas neste Código e as respeitantes ao contraprotesto apresentado no acto em que se
primeiro sufrágio das eleições presidencias, com verificam.
as necessárias adaptações.
2. Da decisão sobre a reclamação ou protesto
podem recorrer, além do apresentante da
Artigo 397º
reclamação, protesto ou contraprotesto, os
candidatos e os seus mandatários.
(Candidatos admitidos ao segundo sufrágio)
3. A petição especifica o fundamento de facto
1. A Comissão Nacional de Eleições fornece ao e de direito de recurso e será acompanhada de
Presidente do Tribunal Constitucional, nos dois todos os elementos de prova, incluindo fotocópia
dias seguintes à realização do primeiro sufrágio, da acta da assembleia em que a irregularidade
os resultados do escrutínio provisório. tiver ocorrido.
2. O Presidente do Tribunal Constitucional, 4. Cabe ao Supremo Tribunal de Justiça, em
tendo por base os resultados referidos no número plenário, apreciar os recursos interpostos pelas
anterior, indica por edital, até às dezoito horas entidades referidas no nº 2, referentes a
do terceiro dia seguinte ao da votação, os irregularidades ocorridas no decurso da votação
candidatos provisoriamente admitidos ao e no apuramento parcial.
segundo sufrágio.
Artigo 400º

75
(Tribunal competente, processo e prazo) Capacidade eleitoral activa

1. O recurso é interposto no dia seguinte ao Artigo 403º


da afixação dos editais que tornem públicos os
resultados dos apuramentos parcial e geral, (Capacidade eleitoral activa)
perante o Supremo Tribunal de Justiça.
São eleitores dos deputados à Assembleia
2. O Presidente do Supremo Tribunal de Nacional os cidadãos cabo-verdianos de ambos os
Justiça manda notificar imediatamente os sexos, maiores de dezoito anos, recenseados no
mandatários dos candidatos definitivamente território nacional ou no estrangeiro
admitidos para que eles ou os candidatos
respondam, querendo, no prazo de um dia. CAPÍTULO III
3. Nos dois dias seguintes ao termo do prazo
previsto no número anterior, o Supremo Capacidade eleitoral passiva
Tribunal de Justiça, em plenário, decide o
recurso, comunicando imediatamente a decisão à Artigo 404º
Comissão Nacional de Eleições, ao Presidente da
Assembleia Nacional e ao Primeiro Ministro. (Inelegibilidades relativas)

Artigo 401º Para além das inelegibilidades gerais previstas


neste Código, são ainda inelegíveis no círculo
(Nulidade das eleições) eleitoral onde exercem a sua actividade:

1. A votação em qualquer assembleia de voto a) Os Presidentes e Vereadores das


só será julgada nula quando se verifiquem Câmaras Municipais;
ilegalidades que possam influir no resultado b) Os membros das Comissões Instaladoras
geral das eleições. de Municípios;
2. Declaradas nulas as eleições de uma c) Os membros do pessoal técnico e
assembleia de voto, os actos eleitorais administrativo das missões
correspondentes são repetidos no oitavo dia diplomáticas e consulares;
posterior à decisão, havendo lugar, em qualquer
caso, a um novo apuramento geral. d) Os ministros de qualquer culto ou
religião;
TÍTULO V
e) Os Governadores Civis ou equiparados;
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS À
ELEIÇÃO DOS DEPUTADOS À Artigo 405º
ASSEMBLEIA NACIONAL
(Inelegibilidades temporais)
CAPÍTULO I
Não podem ser eleitos deputados à Assembleia
Nacional por um período de dez anos os titulares
Disposições gerais
de cargos políticos que tenham sido condenados
por crimes de responsabilidade.
Artigo 402º
CAPÍTULO III
(Composição)

A Assembleia Nacional é composta por setenta Organização do colégio eleitoral


e dois deputados distribuídos proporcionalmente
pelos círculos eleitorais do território nacional e Artigo 406º
do estrangeiro, de harmonia com o estabelecido
no artigo 408º. (Círculos eleitorais)

CAPITULO II 1. O território nacional divide-se, para efeitos


de eleições dos deputados à Assembleia Nacional,
em círculos eleitorais.

76
2. Os círculos eleitorais no território nacional (Cálculo do número de deputados por cada círculo
correspondem às ilhas, designadas pelos eleitoral do território nacional)
respectivos nomes, salvo quanto à ilha de
Santiago que se divide em dois. Para apuramento do número de deputados a
eleger por cada círculo eleitoral do território
3. O círculo eleitoral que integra os actuais nacional procede-se da seguinte forma:
concelhos de Tarrafal, S. Miguel, Santa Catarina,
São Salvador do Mundo, São Lourenço dos 1. Apura-se o número total de eleitores
Órgãos e Santa Cruz, designa-se por Círculo recenseados no território nacional.
Eleitoral de Santiago Norte; e o círculo eleitoral
2. Apura-se o número total de eleitores
que integra os actuais concelhos de S. Domingos,
recenseados por cada círculo eleitoral no
Praia e Ribeira Grande de Santiago designa-se
território nacional.
por Círculo Eleitoral de Santiago Sul.
3. Divide-se o número total de eleitores
4. Os eleitores residentes fora do território
recenseados no território nacional por sessenta e
nacional são agrupados em três círculos
seis, obtendo-se assim o quociente (q3)
eleitorais, todos com sede na Cidade da Praia,
correspondente à média nacional de eleitores
abarcando um os países africanos, outro os
para cada deputado a eleger.
americanos e o terceiro os europeus e o resto do
mundo. 4. São atribuídos dois deputados a qualquer
círculo eleitoral cujo número de eleitores seja
Artigo 407º menor que ou igual a duas vezes o quociente (q3)
obtido nos termos do número 3.
(Colégio eleitoral)
5. Apura-se o número de deputados (D) do
A cada círculo eleitoral corresponde um colégio território nacional não atribuídos segundo a
eleitoral, constituído pelo conjunto dos eleitores regra do número 4, o respectivo número total de
nele inscritos. eleitores (E) que representam bem como os
círculos eleitorais em causa.
Artigo 408º
6. Divide-se este número de eleitores (E) pelo
(Distribuição de deputados) número de deputados (D) apurados nos termos
do número 5, obtendo-se uma média (m6) de
Dos setenta e dois deputados que compõem a eleitores por deputado do conjunto de círculos
Assembleia Nacional, sessenta e seis são eleitorais indicados no número anterior.
distribuídos proporcionalmente pelos círculos
eleitorais do território nacional e seis pelos 7. O número de eleitores de cada um dos
círculos eleitorais da emigração, dois por cada círculos eleitorais apurados nos termos do
um destes círculos. número 5 é dividido pela média (m6), obtendo-se
um quociente que representa o número mínimo
Artigo 409º
de deputados a atribuir ao respectivo círculo
eleitoral, sem prejuízo do disposto no número
seguinte.
(Número de deputados a eleger por cada colégio
eleitoral)
8. Finalmente, e até se completar o número
1. Cada círculo eleitoral no território nacional total de setenta e dois deputados pretendido, vai-
elege o número de deputados que lhe couber em se atribuindo um deputado a círculos eleitorais
resultado dos cálculos efectuados nos termos do apurados em cinco, de acordo com as seguintes
estabelecido no artigo 410º, em qualquer caso prioridades:
nunca inferior a dois deputados. a) Círculos cujo quociente obtido segundo o
2. Cada círculo eleitoral no estrangeiro, número 7 seja igual ou menor que um,
previsto no número 4 do artigo 406º, elege dois e até completar dois deputados nesse
deputados. círculo;

b) Círculos de maior resto da divisão feita


Artigo 410º segundo o número 7 deste artigo.

Artigo 411º

77
(Publicidade dos mandatos por cada círculo eleitoral) indicada na respectiva declaração de candidatura
e os mandatos são atribuídos pela referida ordem
1. A Comissão Nacional de Eleições publica no de precedência.
Boletim Oficial e em jornais dos mais lidos do
país, entre os sessenta e cinco e setenta dias Artigo 415º
anteriores à data marcada para a realização das
eleições, um mapa com o número de deputados e (Representação de ambos os sexos)
a sua distribuição por círculos.
1. As listas propostas às eleições devem conter
2. O mapa referido no número anterior é uma representação equilibrada de ambos os
elaborado com base no número de eleitores sexos.
segundo a última actualização do recenseamento.
2. Por subvenção eleitoral do Estado serão
CAPÍTULO IV premiados, nos termos da lei, os partidos
políticos ou coligações de partidos políticos em
Organização do processo eleitoral cujas listas, se façam eleger, no plano nacional,
pelo menos vinte e cinco por cento de candidatos
do sexo feminino.
Artigo 412º

Artigo 416º
(Marcação da data das eleições)

(Critério de eleição)
A marcação da data das eleições faz-se por
decreto-presidencial, com a antecedência mínima
Em cada círculo eleitoral do território nacional
de setenta dias, ouvidos o Conselho da República
e do estrangeiro a conversão dos votos em
e os partidos políticos registados no Tribunal
mandatos faz-se de acordo com o método de
Constitucional.
representação proporcional de Hondt,
procedendo-se da seguinte forma:
CAPÍTULO V
a) Apura-se, em separado, o número de
Regime de eleição votos recebidos por cada lista no
círculo eleitoral respectivo;
Artigo 413º
b) O número de votos apurados por cada
lista é dividido, sucessivamente, por 1,
(Modo de eleição)
2, 3, 4, 5, etc., sendo os quocientes
1. Os deputados à Assembleia Nacional são alinhados pela ordem decrescente da
eleitos em listas plurinominais de candidatos por sua grandeza numa série de tantos
cada colégio eleitoral. termos quantos os mandatos
atribuídos ao círculo eleitoral
2. Cada eleitor recenseado dispõe de um voto respectivo;
singular de lista.
c) Os mandatos pertencem às listas a que
Artigo 414º correspondem os termos da série
estabelecida pela regra anterior,
(Organização das listas)
recebendo cada uma das listas tantos
mandatos quantos os seus termos na
1. As listas propostas às eleições devem conter série;
a indicação de candidatos efectivos em número
d) No caso de restar um só mandato para
igual ao dos mandatos atribuídos ao respectivo
distribuir e de os termos seguintes da
colégio eleitoral, devendo o número de
série serem iguais e de listas
candidatos suplentes ser, no máximo, igual ao
diferentes, o mandato cabe à lista que
número dos mandatos atribuídos ao respectivo
tiver obtido menor número de votos.
colégio eleitoral, não podendo nunca ser inferior
a três.
CAPÍTULO VI
2. Em cada lista os candidatos consideram-se
ordenados segundo a ordem de precedência Campanha eleitoral

78
Secção I 2. São ainda elegíveis para os órgãos dos
municípios os cidadão lusófonos legalmente
Princípios gerais
estabelecidos, nas mesmas condições que os
cidadãos nacionais.
Artigo 417º
CAPÍTULO III
(Período de campanha)
Inelegibilidades
O período da campanha eleitoral inicia-se no
décimo sétimo dia anterior e termina às vinte e Artigo 420º
quatro horas da antevéspera do dia designado
para as eleições. (Inelegibilidades)

TÍTULO VI Para além das inelegibilidades gerais previstas


neste Código, são ainda inelegíveis para os
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS À órgãos municipais:
ELEIÇÃO DOS TITULARES DOS ÓRGÃOS
MUNICIPAIS a) Os devedores em mora do município e
respectivos garantes;
CAPÍTULO I b) Os que tenham contrato administrativo,
que não seja de provimento em cargo
Capacidade eleitoral activa público ou de prestação inominada de
serviços, com o município, ainda que
Artigo 418º irregularmente celebrado;

c) Os concessionários ou peticionários de
(Capacidade eleitoral activa)
concessão de serviços do município
1. São eleitores dos titulares dos órgãos respectivo;
electivos dos municipios os cidadãos cabo-
d) Os governadores civis e equiparados nos
verdianos de ambos os sexos, maiores de dezoito
municípios cujos territórios estejam
anos, recenseados no território nacional.
sob a sua jurisdição.
2. São ainda eleitores dos titulares dos órgãos
electivos dos municípios os estrangeiros e Artigo 421º
apátridas de ambos os sexos, maiores de dezoito
anos, recenseados no território nacional e com (Inelegibilidades temporais decorrentes da renúncia)
residência legal e habitual em Cabo Verde há
Os titulares dos órgãos municipais que
mais de três anos.
renunciarem ao respectivo mandato ou o
3. São também eleitores dos titulares dos perderem, não podem concorrer às eleições
órgãos electivos dos municípios os cidadãos subsequentes que se destinam a completar o
lusófonos legalmente estabelecidos, nas mesmas mandato dos anteriores eleitos nem nas eleições
condições que os cidadãos nacionais. que iniciem novo mandato.

CAPÍTULO II Artigo 422º

Capacidade eleitoral passiva (Inelegibilidade temporária decorrente de perda de


mandato)

Artigo 419º A inelegibilidade por perda de mandato a que


se refere o artigo anterior é por sete anos e tem
(Capacidade eleitoral passiva) por fundamento a prática de ilegalidades graves.
1. São também elegíveis para os órgãos dos Artigo 423º
municípios os eleitores estrangeiros e apátridas
com residência legal e habitual em Cabo Verde
(Inelegibilidades temporais decorrentes da
há mais de cinco anos. dissolução)

79
1. Os membros dos órgãos municipais objecto Da declaração de candidatura dos integrantes
de dissolução, não podem ser candidatos aos de listas propostas por grupos de cidadãos nos
actos eleitorais destinados a completar o termos do artigo 425º deve constar ainda que o
mandato interrompido, nem aos subsequentes candidato não se encontra inscrito em qualquer
que venham a ter lugar no período de tempo partido político.
correspondente a novo mandato completo, em
qualquer órgão municipal. CAPÍTULO VI

2. Exceptuam-se do disposto no número


Estatuto dos candidatos
anterior os membros que demonstrarem não
terem cometido a ilegalidade que provocou a
Artigo 427º
dissolução.

CAPÍTULO IV (Suspensão de funções)

Os Presidentes das Câmaras Municipais que


Marcação da data das eleições se candidatarem às eleições, suspendem as suas
funções a partir da data da apresentação formal
Artigo 424º da sua candidatura nos termos deste Código,
continuando a receber a retribuição do cargo e a
(Marcação da data das eleições) habitar casa de função, contando-se-lhes,
igualmente, o tempo de serviço, para
1. A marcação da data das eleições faz-se por aposentação ou reforma ou para quaisquer
decreto regulamentar publicado com a outros efeitos.
antecedência mínima de setenta dias, ouvidos os
partidos políticos registados no Tribunal CAPÍTULO VII
Constitucional.

2. O decreto-regulamentar que marcar a data Organização do colégio eleitoral


das eleições indica se se trata de eleições gerais
dos titulares dos órgãos municipais ou de eleições Artigo 428º
de titulares de órgãos municipais relativas a um
ou mais municípios. (Círculos eleitorais)

CAPÍTULO V 1. Para efeitos de eleições dos titulares dos


órgãos municipais, o círculo eleitoral corresponde
Apresentação de candidaturas ao território do município respectivo.

2. A cada círculo eleitoral corresponde um


Artigo 425º colégio eleitoral constituído pelo conjunto dos
eleitores nele inscritos.
(Apresentação de candidaturas por grupos de
cidadãos) CAPÍTULO VIII
Para além dos partidos políticos e das
coligações de partidos políticos nos termos do Regime de eleição
presente Código, as listas para as eleições dos
titulares dos órgãos municipais podem ser Artigo 429º
apresentadas por grupos de cidadãos
recenseados na área do município e não filiados (Modo de eleição)
em partidos políticos, correspondentes a 5% do
número de cidadãos eleitores, não podendo ser 1. As eleições dos membros dos órgãos
em caso algum superior a 500. municipais colegiais faz-se por lista
plurinominal, dispondo o eleitor de um voto
Artigo 426º singular de lista.

2. As listas apresentadas por grupos de


(Requisito formal da apresentação de candidaturas) cidadãos, nos termos dos artigos 425º e 426 , não
podem conter eleitores filiados em partidos

80
políticos, sob pena de inelegibilidade ou perda de obediência ao método de representação
mandato. proporcional correspondente à média mais alta
de Hondt, nos termos aplicáveis á eleição dos
Artigo 430º deputados.

(Organização das listas)


2. A conversão dos votos em mandatos para o
órgão executivo colegial municipal, faz-se nos
1. As listas propostas às eleições devem conter termos do nº1, salvo se uma das listas
a indicação de candidatos efectivos em número concorrentes obtiver a maioria absoluta dos votos
igual ao dos mandatos atribuídos ao respectivo validamente expressos, caso em que lhe será
colégio eleitoral, e de candidatos suplentes em conferida a totalidade dos mandatos.
número não inferior a três nem superior ao dos
efectivos. CAPÍTULO IX

2. Os candidatos de cada lista consideram-se Campanha eleitoral


ordenados segundo a sequência constante da
respectiva declaração de candidatura e os
Secção I
mandatos são atribuídos pela referida ordem de
precedência.
Princípios gerais

Artigo 431º
Artigo 434º

(Representação de ambos os sexos)


(Período de campanha)
1. As listas propostas às eleições devem conter
uma representação equilibrada de ambos os O período de campanha eleitoral inícia-se no
sexos. décimo sétimo dia anterior ao dia designado para
as eleições e finda às vinte e quatro horas da
2. Por subvenção eleitoral do Estado serão antevéspera do dia marcado para as eleições.
premiados, nos termos da lei, os partidos
políticos ou coligações de partidos políticos e as Secção II
candidaturas apresentadas por grupos de
cidadãos em cujas listas se façam eleger, a nível Propaganda eleitoral
municipal, pelo menos, vinte e cinco por cento de
candidatos do sexo feminino. Artigo 435º

Artigo 432º (Tempo de antena)

(Listas apresentadas por grupo de cidadãos) O disposto neste Código relativamente aos
tempos de antena não se aplica às eleições
1. As listas apresentadas por grupos de municipais.
cidadãos são identificadas por uma denominação,
por uma sigla constituida por não mais de cinco TÍTULO VII
letras e por um símbolo, que não se confundam
com os dos partidos políticos. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

2. Cada denominação, sigla e simbolo de lista Artigo 436º


apresentada por grupo de cidadãos só pode ser
usada numa únicas eleições, não podendo ser
(Vigência de regulamentos)
repetida nas eleições subsequentes, no mesmo ou
noutro círculo eleitoral. Os regulamentos aprovados na vigência das
leis eleitorais anteriores ao presente Código
Artigo 433º mantêm-se em vigor até à aprovação e entrada
em vigor dos regulamentos nele previstos.
(Critério de eleição)
Artigo 437º
1. A conversão dos votos em mandatos para o
órgão deliberativo municipal faz-se em
(Novo recenseamento eleitoral geral)

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No estrangeiro, o novo recenseamento, nos
termos referidos no número 1 será realizado,
numa segunda fase, no período compreendido
entre os dias 1 de Março e 1 de Setembro de
2010.

O Presidente da Assembleia Nacional, António


Espirito Santo Fonseca.

82

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