Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Artigo 60º
Altera o Código Eleitoral.
(Reclamações)
––––––o§o––––––– 1.Durante o período referido no artigo 59º,
pode qualquer eleitor reclamar perante a
comissão de recenseamento das omissões ou
ASSEMBLEIA NACIONAL
inscrições indevidas no caderno de
recenseamento da respectiva área.
––––––
2. (…)
Lei nº 56/VII/2010
Artigo 68º
de 8 de Março
(Processo de inscrição)
Por mandato do povo, a Assembleia Nacional Os estrangeiros e apátridas eleitores
decreta, nos termos da alínea b) do artigo 174º da promovem a sua inscrição nos cadernos de
Constituição, o seguinte: recenseamento mediante prévia identificação
pela apresentação da autorização de residência e
Artigo 1º passaporte, aplicando-se em tudo o mais o
disposto no artigo 50º.
(Novas redacções)
Artigo 70º
Os artigos 49º, 53º, 60º, 68º, 70º, 73º, 74º, 77º,
(Cadernos de recenseamento)
79º, 126º, 129º, 173º, 177º, 178º, 225º, 235º, 236º,
243º, 255º, 258º, 266º, 309º, 328º, 366º, 367º, 381º, 1. A inscrição dos estrangeiros e apátridas
393º, 409º, 416º e 425º-A do Código Eleitoral eleitores nos cadernos de recenseamento é feita
vigente, aprovado pela Lei n.º 92/V/99, de 8 de por ordem alfabética, pelo seu nome completo,
Fevereiro, com as modificações nele operadas filiação e data de nascimento.
pela Lei n.º 118/V/2000, de 24 de Abril e pela Lei 2. Os cadernos de recenseamento referidos no
nº 12/VII/2007, de 22 de Junho, daqui em diante número antecedente devem ser organizados
designado Código Eleitoral, passam a ter a especificamente para esse fim e ser de cor
seguinte redacção: diferente dos cadernos de recenseamento dos
cidadãos nacionais.
Artigo 49º
1
4. As comissões de recenseamento tomam
Artigo 126º
posse perante o respectivo Chefe do Posto
Consular ou, fora da jurisdição deste, perante o (Âmbito das assembleias de voto)
respectivo chefe da representação diplomática. 1. Em cada concelho constituem-se tantas
assembleias de voto quantas as necessárias, para
5. Fora do período eleitoral, os postos que o número de eleitores de cada uma não seja
consulares, as embaixadas e as representações superior a quatrocentos e cinquenta.
diplomáticas efectuam a inscrição no
recenseamento eleitoral de todos os cidadãos 2. (…)
eleitores residentes nas respectivas unidades
geográficas de recenseamento que solicitem Artigo 129º
qualquer acto consular aos respectivos serviços.
(Publicidade sobre as assembleias de voto)
(…)
Artigo 74º
(Mandato)
a) (…)
1. O mandato dos membros das comissões de b) (…)
recenseamento no estrangeiro tem a duração
seguinte: c) (…)
a) No período de recenseamento geral, tem d) Inserção nos sites da Comissão Nacional
a duração fixada para o recenseamento de Eleições e do serviço central de
precedida e seguida de um período apoio ao processo eleitoral.
adicional de trinta dias;
Artigo 173º
b) Nos períodos eleitorais, tem a duração
correspondente ao período eleitoral (Recurso)
definido nos termos deste Código, Das deliberações da Comissão Nacional de
acrescido de trinta dias que antecedem Eleições relativas à organização das assembleias
esse mesmo período. de voto cabe recurso nos termos do artigo 20º.
2
2. Pode assistir, sem direito a voto, mas com
Artigo 225º
direito de reclamação, protesto e contraprotesto,
(Composição) um mandatário para cada concorrente.
1. (…)
3. Cada mandatário pode fazer-se acompanhar
2. (…) de um assistente.
3
horizontalmente, uns abaixo dos outros, pela
Artigo 328º
ordem estabelecida pelo sorteio.
(Marcação da data das eleições)
A marcação da data das eleições faz-se com 2. Em tudo o mais, aplica-se, com as
antecedência mínima de setenta dias e ouvidos necessárias adaptações, o disposto neste Código
os partidos políticos registados no Tribunal relativo aos boletins de voto.
Constitucional.
Artigo 393º
Artigo 366º (Inelegibilidades relativas)
(Requisitos formais de apresentação de
(…)
candidatura)
a) Os presidentes e vereadores das
1. A apresentação de candidatura consiste na
câmaras municipais;
entrega de uma declaração subscrita pelos
cidadãos eleitores nos termos do artigo 365º, b) Os membros das comissões instaladoras
contendo os seguintes elementos de identificação de municípios;
do candidato:
c) Os membros do pessoal técnico e
2 (…) administrativo das missões
diplomáticas e consulares;
3 (…)
d) Os ministros de qualquer culto ou
4 (...)
religião;
5 (…)
e) Os governadores civis ou equiparados.
6 (…)
Artigo 409º
7 (…)
(Inelegibilidades)
Artigo 367º (…)
4
embaixadas ou representações diplomáticas
(Novo recenseamento eleitoral geral)
correspondentes, os quais estão constituídos na
1. (…)
obrigação de lhes prestar todo o apoio logístico e
2. (…) material, e toda a colaboração solicitada.
(Fiscalização)
Artigo 49º-A As actividades dos postos consulares, das
(Bases do recenseamento)
embaixadas e das representações diplomáticas,
Os dados do recenseamento são recolhidos com em matéria de recenseamento, estão sujeitas às
base nos assentos dos registos de nascimento e regras aplicáveis às comissões de recenseamento,
dos registos de identificação civil, incluindo o salvo disposição especial da lei.
registo de nacionalidade.
Artigo 73-D
2. São aditados a seguir ao artigo 73º do Código
Eleitoral, com epígrafes e redacção seguintes, (Horário de funcionamento)
quatro novos artigos: 73º-A, 73º-B, 73º-C e 73º -D. Sempre que se mostre conveniente, as
comissões de recenseamento, os postos
consulares, as embaixadas e representações
Artigo 73º-A
diplomáticas de Cabo Verde poderão adoptar um
(Período eleitoral) horário especial para os serviços de
Para efeitos do número 1 do artigo 73º, recenseamento, podendo incluir sábados,
considera-se período eleitoral o que vai do domingos e feriados.
duocentésimo quadragésimo dia anterior à data
em que, legalmente, se completa o mandato dos 3. O corpo do artigo 129º do Código Eleitoral
titulares do órgão até à publicação dos passa a constituir o número 1 e é aditado um
correspondentes resultados eleitorais definitivos. número 2 com a redacção seguinte:
5
afixação em locais de concentração das 8. O corpo do artigo 265º do Código Eleitoral
comunidades cabo-verdianas, nos consulados, passa a constituir o número 1 e é aditado um
nas embaixadas e representações diplomáticas, e número 2 com a redacção seguinte:
nos sites da Comissão Nacional de Eleições e do
serviço central de apoio ao processo eleitoral e Artigo 265º
ainda no exterior dos locais onde irão funcionar
as assembleias de voto, bem como nas sedes das (Direito de constituição de assistente)
associações comunitárias que a autorizem. 1. (…)
6
1. Durante o recenseamento eleitoral geral no Publique-se.
estrangeiro, previsto no nº 3 do artigo 425º-A, a
entidade recenseadora de cada unidade O Presidente da República, PEDRO VERONA
geográfica é a comissão de recenseamento RODRIGUES PIRES
designada nos termos do artigo 73.º do Código Assinada em 3 de Março de 2010
Eleitoral.
O Presidente da Assembleia Nacional,
2. Os membros das comissões de Aristides Raimundo Lima
recenseamento têm direito a uma gratificação
mensal fixa durante a realização do CÓDIGO ELEITORAL
recenseamento eleitoral geral, a estabelecer por
despacho conjunto dos membros do governo TÍTULO I
responsáveis pelos Negócios Estrangeiros e pelas
Finanças, sob proposta do chefe do Posto DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Consular, Embaixador ou Chefe da Missão
Diplomática sedeada na unidade geográfica de Artigo 1º
recenseamento.
(Objecto)
3. O Posto Consular, Embaixada ou
representação diplomática, durante a realização
O presente Código Eleitoral regula as eleições
do recenseamento eleitoral geral, garantem o
dos titulares dos órgãos electivos do poder
apoio administrativo e técnico às comissões de
político.
recenseamento.
Artigo 2º
Artigo 7º
(Princípio geral)
(Documento de identificação para as eleições de 2011)
Os titulares dos órgãos electivos do poder
1. Para as eleições legislativas e presidenciais
político são eleitos por sufrágio universal, igual,
de 2011, cada eleitor, apresentando-se à mesa,
directo, secreto e periódico.
identifica-se perante o presidente, entregando-
lhe o bilhete de identidade ou passaporte, ainda Artigo 3º
que caducados.
7
DISPOSIÇÕES COMUNS APLICÁVEIS À Artigo 9º
ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, DOS DEPUTADOS À (Inelegibilidades gerais)
ASSEMBLEIA NACIONAL E DOS
TITULARES DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS 1. São, porém, inelegíveis, quando estejam em
efectividade de funções:
CAPÍTULO I
a) Os magistrados judiciais e do Ministério
Público, os juízes do Tribunal de
Capacidade eleitoral activa
Contas e do tribunal militar de
instância e os membros dos Conselhos
Artigo 5º Superiores da Magistratura Judicial e
do Ministério Público e do Conselho de
(Capacidade eleitoral activa) Comunicação Social;
São eleitores os cidadãos cabo-verdianos, de b) Os funcionários e agentes com funções
ambos os sexos, maiores de dezoito anos. de inspecção na Administração
Pública;
Artigo 6º
c) Os diplomatas e os agentes em funções
(Plurinacionalidade) diplomáticas ou consulares;
8
(Natureza) Artigo 14º
9
2. Os demais membros da Comissão Nacional c) Promover, organizar, dirigir e fiscalizar
de Eleições exercem as suas funções a tempo superiormente, nos termos deste
inteiro e em regime de exclusividade, a partir da Código, as operações de constituição de
publicação do diploma legal que marcar a data assembleias de voto e de apuramento,
das eleições e até ao sexagésimo dia posterior à nas eleições abrangidas no âmbito das
publicação dos resultados. suas atribuições;
10
n) Desempenhar as demais funções Eleições, o qual assiste às reuniões desta, com
atribuídas por este Código e demais direito à palavra mas sem direito de voto.
legislação.
4. Das reuniões da Comissão Nacional de
2. É da exclusiva competência da Comissão Eleições serão lavradas actas, que podem ser
Nacional de Eleições a proclamação dos consultadas por qualquer eleitor, Partido Politico
resultados eleitorais, sem prejuízo da sua ou interessado.
divulgação pelos órgãos de comunicação social,
nos termos da lei. 5. O funcionamento da Comissão Nacional de
Eleições é regulado pelo respectivo regimento.
Artigo 19º
Artigo 22º
(Calendário eleitoral)
(Colaboração institucional)
1. A Comissão Nacional de Eleições elabora e
publica o calendário eleitoral no prazo de três 1. A Comissão Nacional de Eleições tem,
dias a contar da publicação do diploma legal que relativamente aos serviços e agentes da
marcar a data das eleições. administração pública central ou local, directa,
indirecta ou autónoma, internos ou externos, os
2. A publicação referida no número anterior é poderes necessários à efectiva realização da sua
feita no Boletim Oficial e em jornais dos mais missão.
lidos do país.
2. Os serviços e agentes da administração
3. O calendário eleitoral especifica pública, central ou local, directa, indirecta ou
obrigatoriamente os actos eleitorais que devem autónoma, internos ou externos, têm o dever de
ser praticados e as respectivas datas. prestar à Comissão Nacional de Eleições a
colaboração necessária, de dar prioridade às
Artigo 20º solicitações da mesma e de com ela cooperar no
exercício das suas funções.
(Recursos)
3. A Comissão Nacional de Eleições pode
1. Das deliberações da Comissão Nacional de requisitar à Assembleia Nacional e ao Governo
Eleições em matéria de processo eleitoral, que as instalações, os equipamentos e o pessoal
não sejam tomadas como assembleia de necessários ao seu regular funcionamento.
apuramento, cabe recurso contencioso, a interpor
no prazo de três dias, para o Tribunal Artigo 23º
Constitucional, que decidirá no prazo de sete
dias. (Dever geral de colaboração)
11
2. Os assessores permanentes assistem às (Competências)
reuniões da Comissão Nacional de Eleições com
direito à palavra, mas sem direito a voto. 1. Ao serviço referido no artigo anterior
compete, em matéria de processo eleitoral:
3. Os asssessores permanentes têm direito a:
a) Colaborar e prestar o apoio técnico e
a) Um subsídio mensal, a partir da data da logístico à Comissão Nacional de
publicação do diploma que marcar a Eleições e às comissões de
data das eleições e até ao sexagésimo recenseamento;
dia posterior à realização das eleições;
b) Administrar o sistema informático do
b) Uma senha de presença fora do período recenseamento eleitoral;
referido na alínea a).
c) Receber os cadernos de recenseamento
4. O montante do subsídio e da senha de das comissões de recenseamento
presença é fixado por resolução da Assembleia eleitoral, sitas no estrangeiro;
Nacional.
d) Providenciar a emissão do cartão de
5. Os assessores permanentes têm direito a eleitor;
um cartão de identificação de modelo a aprovar
por resolução da Assembleia Nacional. e) Publicar os mapas com os resultados
globais do recenseamento;
Artigo 25º
f) Providenciar a confecção dos boletins de
(Serviço central de apoio ao processo eleitoral) voto, em conformidade com o protótipo
previamente validado pela Comissão
1. Na dependência do Governo é organizado Nacional de Eleições, nos termos da
um serviço central, encarregado especificamente lei;
de assegurar apoio técnico, administrativo e
logístico ao processo eleitoral. g) Providenciar o envio ao delegado da
Comissão Nacional de Eleições, para
2. O serviço central de apoio ao processo distribuição, do material indispensável
eleitoral funciona em estreita articulação com a ao trabalho das mesas de assembleia
Comissão Nacional de Eleições e com os órgãos de voto;
de recenseamento, nos termos deste Código.
h) O mais que lhe for cometido por lei ou
3. O responsável do serviço central de apoio por instruções genéricas da Comissão
ao processo eleitoral é nomeado pelo Governo. Nacional de Eleições.
12
3. O delegado da Comissão Nacional de 1. A Comissão Nacional de Eleições goza de
Eleições representa esta e exerce as funções autonomia financeira e patrimonial, possuindo
estabelecidas na lei e as definidas em credencial, orçamento privativo, aprovado pela Assembleia
assinada pelo Presidente da Comissão Nacional Nacional, conjuntamente com o orçamento
de Eleições, competindo-lhe, designadamente, privativo desta.
promover, orientar e fiscalizar a organização das
assembleias de voto, das operações de voto e das 2. Os encargos com o regular funcionamento
de apuramento no respectivo círculo ou da Comissão Nacional de Eleições, e, de um modo
circunscrição e ainda fiscalizar as operações de geral, com o processo eleitoral e que relevem da
recenseamento. sua competência, constituem despesas
obrigatórias e devem ser inscritas no respectivo
4. A deliberação que designa delegado, a orçamento privativo.
identificação completa deste, a sede em que
funciona e as suas funções, definidas em 3. As despesas referidas no número anterior
credencial, são publicadas no Boletim Oficial e estão sujeitas à regra geral das deduções e ao
devem ser amplamente publicitadas, regime duodecimal, com excepção das que se
designadamente, logo após a publicação de destinem a assegurar directamente a realização
diploma legal que marca eleições. de eleições.
(Regimento)
(Orçamento e contas)
13
1. A Comissão Nacional de Eleições elabora, Artigo 33º
aprova e altera o seu regimento, por deliberação
tomada por maioria absoluta dos seus membros. (Universalidade)
2. O regimento da Comissão Nacional de
Todos os cidadãos que gozem de capacidade
Eleições é publicado na I série do Boletim Oficial.
eleitoral nos termos da lei devem ser inscritos no
recenseamento eleitoral.
Artigo 31º
Artigo 34º
(Publicidade e comunicados da Comissão Nacional de
Eleições)
(Actualidade)
1. A publicidade institucional e os
comunicados dimanados da Comissão Nacional O recenseamento deve corresponder, com
de Eleições sobre matéria da sua competência actualidade, ao universo eleitoral.
são, obrigatória e gratuitamente divulgados
Artigo 35º
pelas publicações periódicas de informação geral,
assim como pelas estações de rádio e de
televisão, com o devido relevo. (Oficiosidade e obrigatoriedade)
14
1. A inscrição de um cidadão nos cadernos de seus membros, sob proposta da câmara
recenseamento implica a presunção de que tem municipal.
capacidade eleitoral.
3. Os membros das comissões de
2. A presunção referida no número anterior só recenseamento elegem, de entre si, o presidente.
pode ser ilidida por documento comprovativo da
morte do eleitor, de alteração da sua capacidade 4. Na composição das comissões de
eleitoral ou do facto de não possuir, recenseamento procurar-se-á assegurar o seu
inequivocamente, nos termos da lei, capacidade pluralismo.
eleitoral. 5. Aos actos de constituição e eleição dos
3. O documento referido no número anterior membros das comissões de recenseamento é dada
deve ser apresentado perante a entidade a devida publicidade, sendo também publicados
recenseadora. no Boletim Oficial.
15
Comissão Nacional de Eleições, nos ausência desse prazo, num outro que se mostrar
termos do artigo 18º; razoável em função das circunstâncias.
16
5. São ainda constituídas brigadas móveis de 2. A colaboração dos partidos políticos faz-se
recenseamento com a composição referida no através dos respectivos delegados, designados
número anterior nos lugares em que tal se revele nos termos do artigo 51º.
adequado.
Artigo 51º
6. Os postos e as brigadas móveis de
recenseamento têm por funçäo preencher e (Delegados dos partidos políticos)
receber os verbetes de inscrição, rubricá-los e
entregá-los na respectiva comissão de 1. A todo o tempo, os partidos políticos
recenseamento, bem como distribuir os cartões comunicam por escrito aos presidentes das
de eleitor desta recebidos. comissões de recenseamento a identificação
completa, o domicílio para notificações e os
7. Das decisões dos postos e brigadas móveis
contactos dos seus delegados, com conhecimento
de recenseamento cabe reclamação oral ou
dos delegados da Comissão Nacional de Eleições,
escrita perante a comissão de recenseamento,
entendendo-se que permanecem os delegados
devendo esta, no prazo máximo de cinco dias, se
anteriormente indigitados, enquanto não houver
outro mais curto não resultar da utilidade da
nova indigitação.
reclamação, pronunciar-se por escrito,
notificando imediatamente o reclamante. 2. Cada partido político é representado
apenas por um delegado efectivo e um suplente.
Artigo 49º
3. Nenhum delegado pode representar um
(Orçamento das comissões de recenseamento) partido junto de mais do que uma comissão de
recenseamento.
1. Cada comissão de recenseamento possui
um orçamento próprio, para a realização de 4. Os delegados dos partidos políticos têm
despesas de funcionamento, aprovado, sob sua poderes de fiscalização, com direito a:
proposta, pela Lei do Orçamento do Estado. a) Pedir e obter informações sobre o
2. As dotações orçamentais das comissões de recenseamento;
recenseamento são transferidas pelo b) Requisitar e obter, gratuitamente, uma
departamento governamental responsável pelas cópia dos cadernos de recenseamento
finanças, directamente para cada comissão de ou dos cadernos eleitorais, com a
recenseamento, nos termos da lei. última actualização feita;
3. Os encargos com o regular funcionamento c) Apresentar reclamações, protestos e
das comissões de recenseamento constituem contra-protestos.
despesas obrigatórias.
5. As comissões de recenseamento estão
Artigo 50º constituídas na obrigação de prestar as
informações solicitadas, fornecer a cópia dos
(Colaboração dos partidos políticos) cadernos de recenseamento ou eleitorais e
receber reclamações, protestos e contra-
1. Sem prejuízo do disposto nos artigos protestos, apresentados pelos delegados de
anteriores, os partidos políticos legalmente partidos políticos, devendo deliberar sobre as
constituídos têm o dever e o direito de colaborar pretensões formuladas no prazo de quarenta e
no recenseamento, podendo, designadamente: oito horas.
a) Incentivar e dinamizar o 6. Das deliberações das comissões de
recenseamento; recenseamento relativas aos pedidos de
informação, às requisições e às reclamações,
b) Publicitar os locais e o modo de
protestos e contra-protestos referidos nos
recenseamento, bem como as datas
números 4 e 5 anteriores, podem os partidos
relevantes do processo;
recorrer, no prazo de quarenta e oito horas, para
c) Esclarecer os cidadãos eleitores sobre o a Comissão Nacional de Eleições, devendo esta
recenseamento. deliberar sobre o recurso no prazo de três dias.
Secção III
17
Operações do recenseamento Artigo 55º
18
nascimento, freguesia, estado civil e residência, 2. A transferência é comunicada à comissão
com indicação do lugar e, quando existam, do de recenseamento da unidade geográfica onde o
bairro, rua, número e andar do prédio. cidadão se encontrava, até ao quinto dia
posterior à sua efectuação.
2. Da inscrição consta também o número do
bilhete de identidade ou passaporte e a Artigo 60º
respectiva entidade emitente, quando o cidadão o
exiba ou esse número possa ser apurado, ainda (Informações relativas à capacidade eleitoral activa)
que se tenha expirado o prazo de validade do
documento de identificação. 1. As conservatórias e delegações do Registo
Civil enviam, até ao último dia de cada mês, às
Artigo 58º comissões de recenseamento e ao serviço central
de apoio ao processo eleitoral:
(Cadernos de recenseamento)
a) Uma relação contendo o nome, filiação,
1. A inscrição dos cidadãos eleitores nos data, concelho e freguesia de
cadernos de recenseamento é feita por ordem nascimento dos cidadãos que
alfabética, pelo seu nome completo, filiação e completem dezoito anos no mês a que
data de nascimento. se refere a comunicação;
19
de identificação referidos nos números Devem ser oficiosamente eliminadas dos
anteriores, dos cidadãos que tenham completado cadernos de recenseamento:
dezoito anos e que, por demência notória ou em
virtude de anomalia psíquica, hajam sido a) As inscrições dos eleitores que
internados como doentes mentais, no mês a que perderam a capacidade eleitoral;
se refere a comunicação, mas não estejam b) As inscrições dos cidadãos falecidos, com
interditos por sentença com trânsito em julgado. óbito confirmado pela conservatória ou
6. O disposto nos números 3, 4 e 5 aplica-se, delegação do registo;
com as necessárias adaptações, aos cidadãos c) As inscrições dos cidadãos que perderam
referidos nesses números que tenham a nacionalidade cabo-verdiana, nos
readquirido capacidade eleitoral activa. termos da lei.
Artigo 61º
Artigo 63º
(Múltiplas inscrições)
(Actualização dos cadernos de recenseamento)
20
comunicação aos interessados ser feita os elementos necessários para a apreciação do
imediatamente. recurso.
Artigo 69º
(Recursos)
(Rectificação de inscrições)
1. Das decisões das comissões de
recenseamento podem os reclamantes recorrer 1. Esgotados os prazos de reclamação e
para o tribunal competente, dentro do prazo de recurso, as comissões de recenseamento
três dias, oferecendo, com o requerimento, todos
21
procedem, de imediato, às rectificações daí Os estrangeiros e apátridas eleitores
resultantes. promovem a sua inscrição nos cadernos de
recenseamento mediante prévia identificação
2. No prazo de vinte dias, o serviço central de pela apresentação da autorização de residência e
apoio ao processo eleitoral publica no Boletim passaporte, aplicando-se em tudo o mais o
Oficial e divulga nos órgãos de comunicação disposto no artigo 54º.
social os mapas com os resultados globais do
recenseamento. Artigo 74º
Artigo 70º
(Teor da inscrição)
Artigo 73º
(Cartão de eleitor para estrangeiros ou apátridas)
22
características, modelo e conteúdo, a ser (Estatuto das comissões de recenseamento)
aprovado por decreto-lei, no prazo referido no n.º
4 do artigo 68º. 1. As comissões de recenseamento no
estrangeiro gozam de total independência
Secção V funcional em relação aos postos consulares e às
embaixadas ou representações diplomáticas de
Disposições específicas do recenseamento no Cabo Verde, acreditados na respectiva uniddade
estrangeiro geográfica.
Artigo 79º
Horário de funcionamento
23
(Mandato) imediatos, o número total de eleitores nas áreas
do recenseamento abrangidas por cada círculo
1. O mandato dos membros das Comissões de eleitoral no estrangeiro.
Recenseamento no estrangeiro tem a duração
seguinte: CAPÍTULO V
Secção I
(Recursos)
24
Artigo 92º colectivas de utilidade pública administrativa,
das sociedades concessionárias dos serviços
(Proibição de propaganda eleitoral em período de
públicos, das empresas públicas, das sociedades
reflexão) de capitais públicos ou de economia mista,
devem, no exercício das suas funções, manter
E proibida toda a propaganda eleitoral, seja rigorosa neutralidade perante as diversas
qual for a forma de que se revista, a partir das candidaturas.
zero horas do dia anterior ao dia marcado para
as eleições. 2. Os titulares dos órgãos e os funcionários e
agentes referidos no número anterior não podem,
Artigo 93º nessa qualidade, intervir, directa ou
indirectamente, na campanha eleitoral, nem
(Promoção e realização da campanha eleitoral)
praticar actos que, de algum modo, favoreçam ou
prejudiquem um concorrente às eleições, em
A promoção e realização da campanha eleitoral detrimento ou vantagem de outros.
cabe às entidades proponentes de lista e aos
3. É vedada a exibição de símbolos,
candidatos, sem prejuízo da participação activa
autocolantes ou outros elementos de propaganda
dos cidadãos.
eleitoral pelos titulares dos órgãos, funcionários
e agentes referidos no número 1, durante o
Artigo 94º
exercício das suas funções.
(Âmbito da campanha eleitoral) 4. Os titulares dos órgãos, funcionários e
agentes referidos no presente artigo, que se
As entidades referidas no artigo anterior candidatem a qualquer cargo electivo,
realizam a campanha eleitoral em qualquer consideram-se, automaticamente, suspensos das
ponto do território nacional. funções que desempenham, a partir da data da
apresentação formal da candidatura, sem perda
Artigo 95º
de direitos.
25
Artigo 98º Artigo 101º
Artigo 100º
(Liberdade de expressão e de informação)
26
Artigo 105º 2. A propaganda eleitoral não deve empregar
meios publicitários que ofendam a moral pública
(Liberdade de imprensa)
ou violem direitos legalmente protegidos ou o
disposto nos números seguintes.
1. Durante o período de campanha eleitoral os
3. Não são, ainda, permitidos em campanha
órgãos de comunicação social e os seus
eleitoral:
profissionais têm total liberdade no acesso aos
actos integrados na campanha, e na sua a) A apologia e o uso de processos violentos
cobertura, dentro da legalidade. para subverter o regime democrático;
2. A partir do sexagésimo dia anterior a data b) A apologia de preconceitos de raça, de
marcada para as eleições e até ao encerramento género, de religião ou de origem social
da votação, é vedado aos órgãos de comunicação ou regional;
social, sob qualquer forma:
c) O incitamento ao atentado contra
a) Transmitir, ainda que sob a forma de pessoas e bens;
entrevista jornalística, imagens de
realização de pesquisa ou sondagem d) A instigação à desobediência colectiva,
eleitoral em que seja possível ao incumprimento da lei e à
identificar o entrevistado ou em que perturbação da ordem pública;
haja manipulação de dados;
e) A injúria, calúnia ou difamação de
b) Usar de truncagem, montagem ou outro pessoas, bem como de órgãos ou
recurso audio ou vídeo que, de entidades que exercem autoridade.
qualquer forma, degradem ou
4. É proibido doar, oferecer ou entregar,
ridicularizem candidato, partido,
directamente ou por intermédio de terceiro,
coligação ou lista, ou produzir ou
dinheiro ou quaisquer mercadorias, bens ou
difundir programa com esse efeito;
artigos que não sejam considerados simples
c) Difundir propaganda política ou opinião enfeites ou adereços.
favorável ou desfavorável a órgãos de
5. Não são considerados simples enfeites ou
soberania ou autárquicos, ou a seus
adereços os artigos que se destinem a assegurar
membros, e a candidato, partido,
uma especial utilidade para o eleitor.
coligação ou lista;
6. É proibido o uso de materiais nocivos ao
d) Dar tratamento privilegiado a
ambiente e que estejam sujeitos a taxa ecológica.
candidato, partido, coligação ou lista;
7. Não estão incluídos na proibição referida no
e) Difundir qualquer programa com alusão
número anterior a utilização de bandeiras e
ou crítica a candidato, partido,
pendões, devendo os partidos políticos ou
coligação ou lista, mesmo que
candidatos promover a respectiva remoção findas
dissimuladamente, excepto tratando-se
as eleições.
de debates políticos ou sobre as
eleições; 8. É proibido o recurso à actuação de
agrupamentos musicais ou de artistas na
f) Transmitir programa apresentado ou
realização de comícios ou reuniões públicas de
comentado por candidato ou seu
campanha eleitoral.
mandatário, sem prejuízo das normas
sobre o direito de antena. 9. Exceptua-se do disposto no número
anterior, a actuação de artistas e agrupamentos
Artigo 106º culturais tradicionais, designadamente de
música e de dança, de carácter marcadamente
(Limites à propaganda eleitoral) local ou comunitário e de cariz amador.
1. É proibida a propaganda eleitoral nos 10. A violação do disposto nos números 4, 5 e 6
órgãos de comunicação social, fora dos espaços ou constitui contra-ordenação punível nos termos
dos tempos de antena previstos nos artigos 115 deste Código e determina a apreensão dos bens e
e 117º. artigos envolvidos e a sua perda a favor do
Estado.
27
11. É igualmente proibido fazer propaganda Artigo 108º
eleitoral na véspera e no dia das eleições.
(Propaganda sonora)
Artigo 107º
1. A propaganda sonora não carece de
(Liberdade de reunião e manifestação) autorização, nem de comunicação às autoridades
administrativas.
1. A liberdade de reunião e de manifestação
regem-se, no período de campanha eleitoral e 2. Sem prejuízo do disposto no número 7 do
para fins eleitorais, pelo disposto na lei geral, artigo anterior não é admitida propaganda
com as especialidades constantes dos números sonora antes das oito, nem depois das vinte e
seguintes. três horas, salvo na abertura oficial da
campanha.
2. A comunicação às autoridades civis e
policiais é feita, com antecedência mínima de Artigo 109º
três dias, pelos candidatos, mandatários ou
órgãos competentes dos partidos políticos ou (Propaganda gráfica)
coligações ou pelos organizadores, quando se
trate de reuniões, comícios, manifestações ou 1. A propaganda gráfica nos espaços a ela
desfiles, em lugares públicos ou abertos ao reservados não carece de autorização nem de
público. comunicação às autoridades administrativas.
3. Os cortejos e os desfiles podem realizar-se 2. Não é admitida a afixação de material de
em qualquer dia e hora, respeitando-se apenas os propaganda gráfica, nem a realização de
limites impostos pela liberdade de trabalho e de inscrições ou pinturas murais em monumentos
trânsito e pela manutenção da segurança e nacionais, em templos e edifícios religiosos, nos
ordem públicas, bem como os decorrentes do cemitérios, em quaisquer edificios públicos, do
período de descanso dos cidadãos. Estado, dos municipios ou de qualquer outra
pessoa colectiva pública, nos locais onde vão
4. Cópia do auto da decisão de interrupção da
funcionar assembleias de voto, nos sinais de
reunião ou manifestação é enviada ao presidente
trânsito ou placas de sinalização rodoviária, bem
da Comissão Nacional de Eleições e, consoante os
como em quaisquer outros locais proibidos por
casos, aos candidatos, mandatários ou órgãos
posturas municipais.
competentes dos partidos políticos ou coligações
interessados, ou aos organizadores. 3. Não é admitida a afixação de material de
propaganda gráfica, nem a realização de
5. A ordem de alteração dos trajectos ou
inscrições ou pinturas murais em edificios
desfiles é dada pela autoridade competente, por
privados, salvo autorização dos respectivos
escrito, aos candidatos, mandatários, órgãos
proprietários ou de quem, por qualquer modo,
competentes dos partidos políticos ou coligações
tenha a fruição do prédio.
interessados ou aos organizadores e comunicada
à Comissão Nacional de Eleições.
Artigo 110º
6. A presença de agentes da autoridade em
reuniões organizadas por qualquer candidatura, (Garantias de espaços especiais)
lista ou partido político ou coligação apenas pode
ser solicitada, consoante os casos, pelos 1. A câmara municipal estabelece, até ao
representantes competentes ou credenciados dos termo do décimo dia anterior ao dia marcado
mesmos, ficando a entidade organizadora para o início da campanha eleitoral, espaços
responsável pela manutenção da ordem quando especiais destinados à afixação de material de
não faça tal solicitação. propaganda gráfica política.
28
(Cedência de uso) Artigo 115º
Artigo 114º
2. Dentro dos períodos indicados nas alíneas a)
e b) do número 1, os tempos de antena serão
emitidos, em todas as estações de rádio e em
(Publicações periódicas de entidades públicas)
todas as estações de televisão, simultaneamente,
As publicações periódicas que sejam no mesmo horário, estabelecido pela Comissão
propriedade de entidades públicas inserem, Nacional de Eleições, até ao quinto dia anterior
obrigatoriamente, matéria respeitante aos actos ao início da campanha eleitoral, ouvidos os
eleitorais em todos os seus números editados concorrentes e as estações.
durante o período da campanha, pautando-se
pelos princípios estabelecidos no artigo seguinte.
29
3. Os tempos de antena reservados à b) Faça publicidade comercial;
campanha eleitoral para as eleições dos
deputados à Assembleia Nacional são repartidos c) Faça propaganda a favor de outra
pelos partidos políticos ou coligações de partidos candidatura, com ela concorrente.
concorrentes em proporção do número de 2. A suspensão é de entre um e cinco dias,
candidatos por eles representados, de acordo com consoante a gravidade da falta e o seu grau de
a fórmula TxN em que T designa o tempo C frequência, e abrange o exercício do direito de
diário disponível, C o somatório dos candidatos antena em todas as estações de rádio e televisão,
apresentados por todos os partidos políticos e N o mesmo que o facto que a determinou se tenha
número dos especificamente propostos por cada verificado apenas numa delas.
partido ou coligação.
3. A suspensão do direito de antena é
4. Os tempos de antena reservados à independente da responsabilidade civil ou
campanha eleitoral para as eleições do criminal.
Presidente da República são repartidos
igualmente por todos os candidatos. Artigo 120º
30
específico, separado de qualquer outra 3. A subvenção do Estado consiste na
contabilidade pessoal, profissional ou atribuição pela Comissão Nacional de Eleições,
institucional dos concorrentes. até trinta dias depois dos prazos do artigo 131º,
de uma verba, não inferior a setecentos e
2. As receitas e despesas de campanha cinquenta escudos, por cada voto validamente
eleitoral são arrecadadas ou realizadas mediante expresso, obtido nas eleições presidenciais e
cobranças e pagamentos feitos por via de moeda legislativas, e de quinhentos escudos nas eleições
escritural e processadas pela movimentação de autárquicas, subvenção essa que deve ser revista
uma conta bancária especial, separada de regularmente, tendo em atenção a taxa de
qualquer outra, pessoal, profissional ou inflação acumulada.
institucional, dos concorrentes.
4. As contribuições dos partidos políticos são
3. Os donativos em espécie são contabilizados comprovadas por documentos emitidos pelos
discriminando-se completamente o seu número órgãos competentes, com a identificação de quem
ou quantidade, objecto e valor. as prestou.
Artigo 123º 5. Os donativos de pessoas singulares ou
colectivas, incluindo as contribuições dos
(Administrador eleitoral) candidatos, são documentados por escrito
assinado pelo doador e pelo administrador
Cada candidato presidencial, partido político, eleitoral. Quando se trate de donativos em
coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos espécie, o respectivo documento comprovativo
designa um administrador eleitoral responsável deve discriminar completamente o seu número
pela recolha de fundos, pela contabilidade das ou quantidade, o seu objecto e o valor a ele
receitas e despesas, pela movimentação da conta atribuído, que não pode ser inferior ao seu valor
de campanha e pela apresentação das contas de mercado.
eleitorais.
6. As receitas produzidas por actividades de
Artigo 124º pré-campanha ou campanha eleitoral são
discriminadas com referência à actividade, ao
(Receitas da campanha eleitoral) local e à data ou ao período da sua realização.
31
c) Sociedades de capitais exclusiva ou global da subvenção do Estado prevista para as
maioritáriamente públicos e empresas eleições em causa.
concessionárias de serviços públicos.
2. Cada candidato presidencial, partido,
2. Os candidatos presidenciais, os partidos coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos
políticos, as coligações e as listas propostas por não pode receber a título de subvenção do
grupos de cidadãos não podem igualmente Estado, por cada acto eleitoral, mais do que 60%
receber a qualquer título contribuições de do montante global da subvenção do Estado
natureza pecuniária ou em espécie de pessoas prevista para as eleições em causa.
singulares ou colectivas não nacionais.
3. Cada candidato presidencial, partido,
3. Os candidatos presidenciais, os partidos coligação ou lista proposta por grupo de cidadãos
políticos, as coligações e as listas propostas por não pode, para despesas eleitorais em cada acto
grupos de cidadãos não podem, ainda, receber, a eleitoral, contrair empréstimos cujos capitais e
qualquer título, contribuições de natureza juros ultrapassem 50% do montante global da
pecuniária ou em espécie de pessoas singulares subvenção do Estado prevista para as eleições
ou colectivas nacionais se, atentas as em causa.
circunstâncias e no quadro do dever de diligência
exigível, for razoável a suspeita de proveniência 4. Quando uma lista concorra apenas a um ou
ilícita. a alguns dos círculos eleitorais, os limites
estabelecidos nos numeros anteriores serão
Artigo 126º calculados em relação à subvenção
correspondente aos eleitores do círculo ou
(Contabilização de receitas e despesas)
círculos para que concorra.
Artigo 130º
(Discriminação de despesas da campanha eleitoral)
32
Geral de Finanças ou adquirir serviços (Determinação das assembleias de voto)
independentes de peritagem ou auditoria no
mercado. 1. Até ao vigésimo quinto dia anterior ao das
eleições, a Comissão Nacional de Eleições,
2. Se a Comissão Nacional de Eleições ouvidos o serviço central de apoio ao processo
verificar qualquer irregularidade nas contas, eleitoral, os seus delegados, os partidos políticos
notifica a candidatura para apresentar, no prazo legalmente constituídos e as câmaras
de quinze dias, novas contas regularizadas. municipais, determina o número e os locais das
3. A Comissão Nacional de Eleições assembleias de voto, bem como, por áreas
pronuncia-se sobre as novas contas no prazo de geográficas ou administrativas, os eleitores que
quinze dias. devem votar em cada uma delas.
Artigo 137º
1. Em cada concelho constituem-se tantas
assembleias de voto quantas as necessárias, para
(Publicidade sobre as assembleias de voto)
que o número de eleitores de cada uma não seja
superior a quatrocentos e cinquenta.
1. A partir do vigésimo dia anterior à data das
2. À área de cada posto de recenseamento eleições, a determinação das assembleias de voto
corresponde, pelo menos, uma assembleia de e dos eleitores que devem votar em cada uma
voto. delas são amplamente publicitadas pela
Comissão Nacional de Eleições, pelos meios
Artigo 135º adequados, para que possam ser conhecidos de
todos os eleitores, designadamente, através da:
33
a) Remessa aos partidos políticos e às destinam a eles e aos escrutinadores e
candidaturas para divulgação; mais uma de reserva, até três dias
antes da data das eleições;
b) Afixação em locais de concentração da
população, nas sedes das respectivas b) Às listas concorrentes e candidaturas, as
câmaras municipais, suas delegações e destinadas aos respectivos delegados
no exterior dos locais onde irão até ao décimo dia anterior ao das
funcionar as assembleias de voto, das eleições;
Casas do Cidadão e das Casas do
Direito; c) Aos delegados da Comissão Nacional de
Eleições, as a eles destinadas, até ao
c) Publicação em órgãos de comunicação décimo dia anterior ao das eleições.
social;
4. Para efeitos do presente artigo as comissões
d) Inserção nos sites da Comissão Nacional de recenseamento poderão requisitar serviços,
de Eleições e do serviço central de material e equipamentos a qualquer entidade
apoio ao processo eleitoral. pública.
34
As assembleias de voto reúnem-se no dia b) Os titulares dos órgãos de soberania;
marcado para as eleições, às oito horas, em todo
o território nacional. c) Os titulares dos órgãos municipais;
Artigo 146º
(Designação)
35
(Constituição) acordo da maioria dos restantes membros da
mesa e dos delegados das candidaturas.
1. A mesa da assembleia de voto não pode
constituir-se antes da hora marcada para o início 4. Substituídos os faltosos ficam sem efeito as
da reunião da assembleia, nem em lugar diverso respectivas designações.
do que tiver sido determinado, sob pena de
Artigo 152º
nulidade de todos os actos que praticar e do
respectivo acto eleitoral.
(Permanência da mesa)
2. Constituída a mesa, é afixado à porta do
edifício em que estiver reunida a assembleia de 1. A mesa, uma vez constituída, não pode ser
voto um edital assinado pelo presidente, alterada, salvo caso de força maior.
contendo os nomes e os números de inscrição no
2. Da alteração da mesa e das suas razões é
recenseamento dos cidadãos que compõem a
dada publicidade através de edital a afixar à
mesa, bem como o número de eleitores inscritos
porta do edifício em que a assembleia funcionar.
nessa assembleia.
Artigo 153º
Artigo 150º
(Quórum)
(Hora de comparência dos membros das mesas)
Para a validade das operações eleitorais é
Sem prejuízo do disposto no número 1 do
necessária a presença, em cada momento, do
artigo anterior, os membros das mesas das
presidente da mesa ou do seu suplente e de, pelo
assembleias de voto devem estar presentes no
menos, dois escrutinadores.
local do seu funcionamento uma hora antes da
marcada para o início das operações eleitorais, a Artigo 154º
fim de que estas possam começar à hora fixada.
(Competência do presidente)
Artigo 151º
Compete ao presidente da mesa,
(Substituições) designadamente:
1. Se, meia hora após a hora marcada para a a) Dirigir e orientar os trabalhos da mesa;
abertura da assembleia de voto, não estiverem
presentes os membros efectivos indispensáveis b) Manter a ordem e, em geral, regular a
ao funcionamento da mesa, o presidente chama polícia da assembleia;
os suplentes, por ordem de designação ou, na
c) Requisitar a presença de força armada
falta de suplentes, designa, mediante acordo da
nos termos deste Código;
maioria dos restantes membros e dos delegados
das candidaturas, os substitutos dos membros d) Remeter à assembleia de apuramento
ausentes, de entre cidadãos de reconhecida geral toda a documentação respeitante
idoneidade e competência, em conformidade com à mesa a que preside.
os pressupostos, requisitos e critérios
estabelecidos no artigo 145º. Artigo 155º
36
d) Cumprir as demais obrigações legais ou no dia das eleições e no dia seguinte, sem
determinadas pela mesa. prejuízo de todos os seus direitos e regalias,
incluindo o direito à retribuição, devendo, para o
Artigo 156º efeito, fazer prova da sua participação na
formação e nos trabalhos da mesa.
(Competência dos escrutinadores)
Artigo 160º
Compete aos escrutinadores, designadamente:
(Estatuto dos membros das assembleias de voto no
a) Proceder ao escrutínio; estrangeiro)
b) Auxiliar o presidente no exercício das
O disposto nos artigos 157º e 159º não se aplica
suas funções;
a membros das assembleias de voto no
c) Proceder à contra descarga dos votantes estrangeiro que prestem serviço a entidades não
nos cadernos eleitorais e à contagem nacionais ou que estejam sob a jurisdição
dos votantes e dos votos no criminal dos respectivos Estados de residência.
apuramento parcial;
Secção IV
d) Substituir o presidente nas suas faltas,
ausências e impedimentos, por ordem Elementos de trabalho das mesas das assembleias de
de designação, quando não esteja voto
presente o secretário;
Sub-Secção I
e) Cumprir as demais obrigações legais ou
determinadas pela mesa.
Boletins de voto
Secção III
Artigo 161º
37
dos titulares dos órgãos a eleger, os boletins de 1. O serviço central de apoio ao processo
voto são de cores diferentes, nos termos fixados eleitoral remete aos delegados da Comissão
por deliberação da Comissão Nacional de Nacional de Eleições, com o apoio da força
Eleições, ouvidos os partidos políticos e as pública, os boletins de voto de cada assembleia
candidaturas. de voto, em sobrescrito fechado e devidamente
lacrado, contendo um número de boletins igual
Artigo 163º ao dos eleitores inscritos na mesma assembleia
de voto, acrescido de mais quinze por cento, até
(Menção do órgão) quatro dias antes da data marcada para as
respectivas eleições, sob supervisão e controlo da
Os boletins de voto devem conter a menção Comissão Nacional de Eleições.
expressa do órgão a que as eleições respeitem.
2. Os envelopes contendo os boletins de voto
Artigo 164º serão guardados em cofre-forte de instituição
bancária ou de instituição pública, só podendo
(Elementos integrantes) ser levantados pelo delegado da Comissão
Nacional de Eleições para entrega aos
1. Em cada boletim de voto são impressos com presidentes das mesas das assembleias de voto.
tipos uniformes de letras, conforme couber, os
nomes dos candidatos presidenciais ou as 3. Até às doze horas da véspera das eleições,
denominações, símbolos e siglas dos partidos os delegados da Comissão Nacional de Eleições
políticos, coligações ou listas propostas por procedem à distribuição dos envelopes contendo
grupos de cidadãos concorrentes à eleição a que o boletins de voto aos presidentes das mesas das
boletim se refere, em tamanho igual, dispostos assembleias de voto.
horizontalmente, uns abaixo dos outros, pela 4. Para efeitos do presente artigo a Comissão
ordem resultante do sorteio efectuado nos termos Nacional de Eleições e os respectivos delegados
dos artigos 359º e 378º. podem requisitar, gratuitamente, de qualquer
2. O disposto no número anterior tem por entidade pública, serviços, equipamentos,
base os elementos constantes dos registos viaturas e instalações.
existentes no Supremo Tribunal de Justica. 5. A Comissão Nacional de Eleições remete a
3. Na linha correspondente a cada cada lista ou candidatura concorrente um fac
concorrente figura um quadrado em branco simile de cada tipo de boletim de voto, rubricado
destinado a ser assinalado com a escolha do pelo seu Presidente e autenticado com o selo
eleitor. branco em uso.
(Distribuição dos boletins de voto) (Devolução dos boletins de voto não utilizados ou
inutilizados)
38
Os presidentes das mesas das assembleias de k) Outro material julgado necessário ao
voto prestam contas ao respectivo delegado da regular funcionamento das mesas.
Comissão Nacional de Eleições, dos boletins que
tiverem recebido, devendo devolver-lhe, no dia Artigo 170º
seguinte ao das eleições, os boletins não
utilizados e os deteriorados ou inutilizados pelos (Entrega do material de trabalho das mesas)
eleitores.
O delegado da Comissão Nacional de Eleições
SUB-Secção II entrega ou envia a cada presidente de mesa de
assembleia de voto, até três dias antes do
Outros elementos de trabalho das mesas das designado para as eleições, os materiais referidos
assembleias de voto no artigo 169º, em quantidade julgada suficiente
para o bom funcionamento da mesa da
Artigo 169º assembleia de voto.
O Serviço de Apoio ao Processo Eleitoral envia (Diligências para a obtenção dos elementos de
aos delegados da Comissão Nacional de Eleições, trabalho da mesa)
até cinco dias antes das eleições e para que sejam
distribuídas por todas as mesas das assembleias 1. Os presidentes das mesas das assembleias
de voto do concelho, por indicação da Comissão de voto que não tiverem recebido, no prazo
Nacional de Eleições: estabelecido no artigo 170º os elementos de
trabalho da mesa devem rapidamente diligenciar
a) Cadernos para actas, com termo de pela sua obtenção.
abertura que deverá ser assinado pelo
delegado da Comissão Nacional de 2. O serviço central de apoio ao processo
Eleições; eleitoral e os delegados da Comissão Nacional de
Eleições devem adoptar as providências que se
b) Exemplares do Manual de Instruções mostrarem necessárias para assegurar o
aos Membros das Mesas editado pela cumprimento do disposto no artigo 170º,
Comissão Nacional de Eleições; promovendo o suprimento, no mais curto prazo,
de qualquer omissão ou deficiência.
c) Urnas vazias, não transparentes e
suficientemente grandes para evitar Secção V
que se acumulem os boletins de voto
na ordem por que foram introduzidas e Fiscalização das mesas das assembleias de voto
com a ranhura vedada com tiras de
papel, plástico ou pano fortes;
Artigo 172º
d) Câmaras de voto, indevassáveis, que
garantam, de modo absoluto, o segredo (Delegado das candidaturas ou dos partidos políticos)
de voto;
1. Em cada assembleia de voto há um
e) Material necessário para vedar a delegado designado por cada candidato
ranhura da urna, finda a votação; presidencial, partido político, coligação ou lista
proposta por grupo de cidadãos, concorrente.
f) Tinta indelével, se couber;
2. Cada concorrente designa ainda um
g) Formulários para editais, reclamações, delegado suplente.
protestos e contra-protestos;
Artigo 173º
h) Envelopes para a guarda dos boletins, a
enviar para diferentes destinos;
(Designação e credenciação)
i) Lacre;
1. Os delegados dos partidos políticos ou
j) Senhas numeradas, para efeitos do coligações são, em cada círculo eleitoral,
artigo 224º; designados e credenciados pelo órgão partidário
39
ou da coligação com jurisdição política no círculo, (Poderes dos delegados)
nos termos do respectivo estatuto.
Os delegados têm os seguintes poderes:
2. Os delegados dos candidatos presidenciais
são, em cada concelho, designados e credenciados a) Ocupar os lugares mais próximos da
pelos mandatários concelhios das respectivas mesa da assembleia de voto, por forma
candidaturas. a que possam fiscalizar plenamente
todas as operações eleitorais;
3. Os delegados das listas propostas por
grupos de cidadãos são designados e b) Consultar a todo o momento as cópias
credenciados pelos respectivos mandatários de dos cadernos de recenseamento
lista. eleitoral utilizadas pela mesa da
assembleia de voto;
Artigo 174º
c) Ser ouvido e esclarecido acerca de todas
(Credencial) as questões suscitadas durante o
funcionamento da assembleia de voto,
Da credencial constam o nome, o número de quer na fase de votação, quer na fase
inscrição no recenseamento, o número e a data de apuramento;
da emissão do documento de identificação, o
concorrente que representa e a assembleia de d) Apresentar oralmente ou por escrito
voto para que é designado. reclamações, protestos ou
contraprotestos relativos às operações
Artigo 175º
de voto e de apuramento;
40
3. A lista dos delegados de círculo é, até (Recursos)
quarenta e oito horas antes do dia das eleições,
comunicada ao delegado da Comissão Nacional Das deliberações da Comissão Nacional de
de Eleições no círculo, que, por sua vez, remeterá Eleições relativas à organização das assembleias
copias da mesma a todas as mesas das de voto cabe recurso nos termos do artigo 20º.
assembleia de voto.
Artigo 184º
4. Os delegados de círculo podem:
Artigo 188º
Artigo 183º
41
(Designação dos membros da mesa) Artigo 193º
Artigo 191º
(Abertura de serviços públicos)
Artigo 198º
1. O direito de voto só pode ser exercido
pessoalmente pelo cidadão eleitor.
(Requisitos do exercício do direito de voto)
2. Não é admitida nenhuma forma de
representação ou delegação.
42
Para que o eleitor seja admitido a votar deverá 4. Todas as deliberações da mesa são tomadas
estar inscrito no caderno eleitoral e ver por maioria dos membros presentes e
reconhecida pela mesa a sua identidade. fundamentadas, tendo o presidente voto de
qualidade.
Artigo 199º
Artigo 202º
(Local de voto)
(Continuidade das operações eleitorais)
1. O direito de voto é exercido apenas na
assembleia de voto correspondente ao local onde A assembleia de voto funciona
o eleitor esteja recenseado. ininterruptamente até serem concluídas todas as
operações de votação e apuramento parcial.
2. Exceptuam-se do disposto no nº 1 os
membros da mesa da assembleia de voto, que Artigo 203º
podem exercer o seu direito de voto na
assembleia em que desempenhem funções, desde (Não realização da votação em qualquer assembleia de
que o tenham requerido, até dez dias antes da voto)
data das eleições, ao serviço central de apoio ao
processo eleitoral que providenciará o 1. Não pode realizar-se a votação em qualquer
aditamento e supressão correspondentes do assembleia de voto se a mesa não se puder
nome do membro nos cadernos eleitorais constituir ou ocorrer qualquer anomalia que
pertinentes, com anotação do respectivo motivo. determine a interrupção das operações eleitorais
por mais de três horas ou se, na área
Artigo 200º correspondente à assembleia de que se trata, se
registar alguma calamidade ou grave
(Proibição de fornecimento de bebidas alcoólicas) perturbação da ordem pública no dia marcado
para as eleições ou nos dias anteriores.
No dia das eleições é proibido o fornecimento e
o consumo de bebidas alcoólicas num raio de 2. No caso previsto no número anterior, as
quinhentos metros das assembleias de voto. eleições é repetida no dia seguinte, considerando-
se sem efeito quaisquer actos que eventualmente
Secção II tenham sido praticados na assembleia
interrompida ou não iniciada.
Princípios gerais de funcionamento das assembleias
de voto
3. Na hipótese de, pelas mesmas razões, se
tornar impossível a repetição completa da
votação prevista no número anterior, não voltará
Artigo 201º
a mesma a repetir-se, sem que esse facto invalide
o resultado geral das eleições.
(Dúvidas, reclamações, protestos e contraprotestos)
4. O reconhecimento da impossibilidade de as
1. Qualquer eleitor inscrito na assembleia de eleições se efectuarem nos termos dos números 1
voto, mandatário ou delegado, pode apresentar, e 2 compete ao delegado da Comissão Nacional
oralmente ou por escrito, reclamação, protesto ou de Eleições.
contraprotesto sobre as operações eleitorais da
mesma assembleia, instruindo-os com os Artigo 204º
documentos convenientes.
43
embriagados, os que forem portadores de actividade, exibindo documento comprovativo da
qualquer arma, os notoriamente dementes e os sua profissão e credencial do órgão que
que, por qualquer forma, perturbarem a ordem representam.
pública ou o funcinamento da assembleia.
Artigo 208º
Artigo 205º
(Deveres dos órgãos de comunicação social)
(Proibição de influenciação e pressão sobre os
eleitores junto das assembleias de voto) Os profissionais de comunicação social que, no
exercício das suas funções, se desloquem às
1. É proibida qualquer forma de propaganda assembleias de voto têm os seguintes deveres:
eleitoral, de pressão ou influenciação dos
eleitores dentro das assembleias de voto e fora a) Não colher imagens, nem realizar
delas até à distância de quinhentos metros. qualquer acto que possa, de algum
modo, comprometer o carácter secreto
2. Por propaganda entende-se também a do voto;
exibição de símbolos, siglas, sinais, distintivos ou
autocolantes de qualquer candidatura ou lista. b) Não obter outros elementos de
reportagem que possam violar o
3. As autoridades policiais, a pedido do segredo do voto, quer no interior da
presidente da mesa ou do delegado da Comissão assembleia, quer no exterior dela, até à
Nacional de Eleições, delimitarão e distância de quinhentos metros;
condicionarão o acesso ao espaço exterior às
assembleias de voto referido no n.º 1. c) De um modo geral, não perturbar o acto
eleitoral.
4. O não acatamento das determinações
referidas no número anterior fará incorrer o Artigo 209º
infractor em crime de desobediência a autoridade
pública, punível nos termos da lei, se outra (Difusão e publicação de notícias e reportagens)
sanção mais grave não resultar de outras
disposições deste Código. 1. As notícias, as imagens ou outros
elementos de reportagem colhidos nas
Artigo 206º assembleias de voto, incluindo os resultados do
apuramento parcial, só podem ser difundidos ou
(Proibição da presença de estranhos) publicados após o encerramento de todas as
assembleias de voto.
1. Somente podem entrar e permanecer no
local onde estiver reunida a assembleia de voto, 2. São proibidas, no dia das eleições, as
os seus membros, o delegado ou membros da notícias, imagens ou outros elementos de
Comissão Nacional de Eleições, os agentes dos reportagem que possam antecipar os resultados
serviços centrais de apoio ao processo eleitoral, dos apuramentos parciais, antes da conclusão
os candidatos ou seus mandatários, um delegado das respectivas operações.
de mesa e um delegado de círculo de cada uma
3. São também proibidas no dia das eleições,
das candidaturas concorrentes e, durante o
antes do encerramento de todas as assembleias
tempo necessário ao exercício do voto, um ou
de voto, as notícias, imagens ou outros elementos
mais eleitores, como organizado pela mesa.
de reportagem susceptíveis de constituir ou ser
2. O presidente da mesa deve mandar sair do interpretados, de forma directa ou indirecta,
local onde funciona a assembleia de voto todas as expressa ou subliminar, como indicação de voto.
demais pessoas.
Artigo 210º
Artigo 207º
(Proibição da presença de força armada e excepção)
(Órgãos de comunicação social)
1. Nos locais onde se reunem as assembleias
Exceptuam-se ainda do disposto no artigo de voto e num raio de cinquenta metros é
anterior os profissionais dos órgãos de proibida a presença de força armada, salvo se o
comunicação social, os quais devem identificar-se comandante desta possuir indícios seguros de
perante a mesa antes de iniciarem a sua que sobre os membros da mesa se exerce coação
44
de ordem física ou moral que impeça a requisição (Requisitos e modo de exercício)
daquela força.
1. Os eleitores invisuais e os portadores de
2. Uma vez verificado o disposto na última deficiência física notória e que por via disso
parte do número anterior, a força armada pode estejam na impossibilidade de efectuar por si
intervir por iniciativa do seu comandante, a fim próprios as diferentes operações de voto, votam
de assegurar a genuinidade do processo eleitoral, acompanhados de um cidadão eleitor da sua
devendo retirar-se assim que pelo presidente, ou escolha, não candidato ou mandatário, que
quem o substitua, seja formulado pedido nesse garanta a fidelidade de expressão do seu voto,
sentido ou quando verifique que a sua presença ficando o acompanhante obrigado a absoluto
já não se justifica. sigilo.
3. Sempre que entenda necessário, o 2. A mesa deve, fora da presença do
comandante da força armada, ou seu delegado acompanhante, averiguar junto do eleitor se
credenciado, pode visitar, desarmado, a deseja ser acompanhado e se o acompanhante foi
assembleia de voto, a fim de estabelecer contacto por ele livremente escolhido.
com o presidente da mesma ou quem o substitua.
3. Caso conclua que a escolha do
4. Quando for necessário pôr termo a algum acompanhante não foi livre, inquirirá o eleitor
tumulto ou obstar a qualquer agressão ou sobre o acompanhante que deseja e promoverá a
violência, quer dentro do edifício da assembleia, sua convocação, para que o eleitor possa votar.
quer na sua proximidade ou, ainda, em caso de
desobediência, pode o presidente da mesa 4. A mesa, quando entenda que não pode
requisitar a presença de força armada, em regra verificar a autenticidade das circunstâncias
por escrito ou, em caso de impossibilidade, com referidas no número antecedente, solicita ao
menção na acta eleitoral das razões da requisição eleitor a apresentação de certificado
e do período de presença da força armada. comprovativo, passado pelo delegado de saúde no
concelho ou ainda pelo médico responsável pelo
5. Nos casos previstos nos números 1, 2 e 4 as centro de saúde local.
operações eleitorais são suspensas até que o
presidente considere verificadas as condições Secção II
para que possam prosseguir, sob pena de
nulidade das eleições na respectiva assembleia
Voto antecipado
de voto.
Artigo 213º
Artigo 211º
(A quem é facultado)
(Exclusões para assembleias de voto no estrangeiro)
Artigo 212º
45
a) Os eleitores que por motivo de doença se eleição, diariamente, das dezoito às vinte e uma
encontrem internados em horas, perante o presidente da câmara municipal
estabelecimento hospitalar; ou o seu substituto e o delegado da Comissão
Nacional de Eleições.
b) Os eleitores que se encontrem presos.
4. No acto de voto antecipado, o eleitor
c) Os membros de mesa de assembleia de identifica-se, nos termos do artigo 223º, e o
voto inscritos em assembleia de voto presidente da câmara municipal entrega-lhe um
diferente; boletim de voto e dois envelopes, destinando-se
d) Os candidatos inscritos em círculo um dos envelopes a receber o boletim de voto e o
diferente daquele por que concorrem; outro a conter o envelope anterior, e o documento
comprovativo do impedimento a que se refere o
e) Os jornalistas deslocados para concelho número 1, tendo aposta na face a indicação “Voto
diferente ou para o estrangeiro em Antecipado”.
missão de serviço, comprovada
mediante declaração passada pelo 5. O eleitor preenche o boletim, em condições
responsável máximo do órgão. que garantam o segredo de voto, dobra-o em
quatro e introdu-lo no primeiro envelope, o qual
Artigo 214º é devidamente fechado, na presença do eleitor,
pelo presidente da Câmara Municipal, sendo
(Modo de exercício do direito de voto antecipado por
assinado no verso por ambos.
eleitores que não estejam doentes ou reclusos)
6. O envelope é, a seguir, introduzido no
1. Entre o décimo quinto e o décimo segundo segundo envelope, juntamente com o documento
dias anteriores ao designado para as eleições, o comprovativo do impedimento a que se refere o
eleitor nas condições do artigo anterior, que não número 1, sendo este último envelope
esteja internado em estabelecimento de saúde ou devidamente fechado e lacrado, na presença do
prisional, pode dirigir-se, por escrito, ao eleitor.
presidente da câmara municipal correspondente 7. O presidente da câmara municipal elabora,
ao concelho onde se encontre recenseado, em duplicado, recibo comprovativo do exercício
manifestando a sua vontade de exercer do direito de voto antecipado, do qual consta o
antecipadamente o seu direito de voto, nome do eleitor e seu domicílio, número do
identificando-se mediante fotocópia autenticada documento de identificação, número de inscrição
de qualquer dos documentos referidos no artigo no recenseamento e assembleia de voto a que
223º e, se não for do cartão de eleitor, juntando pertence, assinando-o, autenticando-o com o
certidão de inscrição nos cadernos de carimbo ou selo branco do município e
recenseamento do concelho e documento entregando o original ao eleitor.
comprovativo das situações que legitimam o voto
antecipado. 8. O presidente da Câmara Municipal entrega
ao eleitor o comprovativo do voto antecipado,
2. No décimo primeiro dia anterior às eleições, endereça o segundo envelope à mesa da
o presidente de Câmara Municipal manda assembleia de voto do eleitor e manda entregá-lo,
entregar nas sedes das candidaturas contra recibo, ao respectivo presidente, até ao
concorrentes e afixar no exterior do edifício da momento imediatamente anterior ao previsto no
câmara municipal a lista dos eleitores que nº 2 do artigo 220º.
solicitaram o voto antecipado, para reclamação,
até às dezoito horas do dia seguinte, devendo as 9. A Comissão Nacional de Eleições pode
reclamações ser decididas e notificadas aos determinar a utilização de envelopes de cores
reclamantes, no prazo máximo de dezoito horas, diferentes, visando facilitar a votação.
com recurso verbal para o juiz da comarca
competente, que, para receber e decidir Artigo 215º
definitivamente, os recursos interpostos, se
deslocará à sede da câmara municipal, das (Modo de exercício por doentes e reclusos)
catorze às dezoito horas, do oitavo dia anterior ao
das eleições. 1. Qualquer eleitor que esteja nas condições
previstas nas alíneas a) e b) do número 2 do
3. O exercício do voto antecipado terá lugar artigo 213º pode requerer ao presidente da
entre o sétimo e o quinto dias anteriores ao da câmara municipal do município em que se
46
encontre recenseado, até ao 20º dia anterior ao previstas nos artigos anteriores, por qualquer
da realização das eleições, a documentação vereador devidamente credenciado.
necessária ao exercício do direito de voto,
enviando fotocópias autenticadas do seu Artigo 217º
documento de identificação e do seu cartão de
eleitor e juntando documento comprovativo do (Votos considerados)
impedimento invocado, passado pelo médico
assistente e confirmado pelo estabelecimento Só são considerados os votos recebidos até às 8
hospitalar, ou documento emitido pelo director horas do dia da realização das eleições na mesa
do estabelecimento prisional, conforme os casos. da assembleia de voto em que o eleitor deveria
votar.
2. O presidente da câmara municipal referido
no número anterior envia, por correio registado Artigo 218º
com aviso de recepção, até ao 17º dia anterior ao
das eleições: (Actas da votação antecipada)
47
da câmara de voto e dos documentos de trabalho biométricos do eleitor, com a finalidade de
da mesa e exibe a urna perante os eleitores para assegurar o maior grau de certeza e segurança
que todos possam certificar-se de que se encontra possível, e nos termos que forem regulamentados
vazia. pela Comissão Nacional de Eleições.
48
3. A votação continuará pela ordem numérica 2. Concluída essa contagem, o presidente
das senhas, sendo os documentos de identificação manda abrir a urna, a fim de conferir o número
devolvidos aos eleitores, à medida que forem de boletins de voto entrados, voltando a
votando. introduzí-los aí no termo da contagem.
49
dos candidatos ou das listas votados, aos votos 2. No anverso do boletim de voto em branco
em branco e aos votos nulos. serão apostas a expressão “EM BRANCO” em
letra maiúscula e a rubrica do presidente da
4. Terminadas essas operações, o presidente mesa, podendo também rubricar os delegados
procede à contraprova da contagem de votos das candidaturas.
registados na folha ou quadro através da
contagem dos boletins de cada um dos lotes Artigo 230º
separados.
Consideram-se votos válidos os votos em que o Os boletins de voto nulo e aqueles sobre os
eleitor haja assinalado inequivocamente a sua quais haja reclamação ou protesto, depois de
vontade, sem prejuízo do disposto no artigo 230º. rubricados, são introduzidos em envelope lacrado
e remetido à assembleia de apuramento geral ou
Artigo 229º
intermédio, conforme couber, com os documentos
que lhes digam respeito, nos termos do artigo
(Votos em branco) 234º.
1. Considera-se voto em branco o
Artigo 232º
correspondente a boletim de voto que não
contenha qualquer sinal.
(Destino dos restantes boletins)
50
1. Os restantes boletins de voto são colocados expressa deste Código devam constar
em pacotes e confiados à guarda do juíz da da acta e quaisquer outras que a mesa
comarca. julgar dignas de menção.
51
O apuramento dos resultados das eleições em trabalhos, tomando, entretanto, as providências
cada círculo eleitoral e o anúncio dos candidatos necessárias para que a falta seja reparada.
eleitos competem a uma assembleia de
apuramento geral. Artigo 239º
3. Pode assistir, sem direito a voto, mas com (Operações de apuramento geral)
direito de reclamação, protesto e contra-protesto,
O apuramento geral consiste, conforme couber:
um mandatário para cada concorrente, podendo
fazer-se acompanhar de um assistente. a) Na decisão sobre se devem ou não
contar-se os boletins de voto sobre os
Artigo 237º quais tenha recaído reclamação ou
protesto;
(Funcionamento)
b) Na verificação do número total de
A assembleia de apuramento geral inicia os eleitores inscritos e de votantes no
seus trabalhos às quinze horas do dia seguinte ao círculo eleitoral;
dia da realização das eleições, no edificio da
câmara municipal. c) Na verificação do número total de votos
obtidos por cada lista e do número de
Artigo 238º votos em branco e nulos;
52
2. Em caso de adiamento ou declaração de Às entidades concorrentes às eleições e aos
nulidade da votação em qualquer assembleia de respectivos mandatários, bem como, se o
voto, a assembleia de apuramento geral reúne-se requerer, a qualquer partido, ainda que não
no dia seguinte ao da votação ou ao do tenha apresentado candidatos, são passadas
reconhecimento da sua impossibilidade, nos certidões ou fotocópias da acta de apuramento
termos do artigo 203º, para completar as geral.
operações de apuramento do círculo eleitoral
respectivo. Secção III
53
estrangeiro, com base na documentação recebida e) O número, com respectiva percentagem,
nos termos do artigo anterior. de votos atribuídos a cada candidato
presidencial, partido político, coligação
2. Pode assistir, sem direito a voto, mas com ou lista proposta por grupo de
direito de reclamação, protesto e contra protesto, cidadãos, por círculos e total;
um mandatário para cada concorrente.
f) Os nomes dos deputados ou membros dos
3. Cada mandatário pode fazer-se órgãos municipais eleitos, por círculos
acompanhar de um assistente. e por partidos políticos, coligações ou
listas propostas por grupos de
Artigo 248º
cidadãos.
CAPÍTULO XIII
Artigo 249º
Contencioso eleitoral
(Remissão)
54
Artigo 254º processo eleitoral devam ser executados por
funcionários ou agentes da Administração
(Nulidade das eleições)
Pública fora do respectivo período normal de
trabalho, podem estes receber remuneração por
1. Sem prejuízo do estabelecido no número 1 trabalho extraordinário, sem qualquer limitação
do artigo 149º as votações em qualquer do número de horas.
assembleia de voto ou em qualquer círculo são
julgadas nulas desde que se verifiquem Artigo 258º
ilegalidades que influam no resultado das
eleições na assembleia ou no círculo eleitoral de (Atribuição de tarefas)
que se trata.
No caso de serem atribuídas tarefas a entidade
2. Declaradas nulas as eleições de uma não vinculada à Administração Pública, pode ela
assembleia de voto ou de todo um círculo perceber remuneração na medida do trabalho
eleitoral, os actos eleitorais são repetidos no prestado.
segundo domingo posterior à decisão, havendo
lugar, em qualquer caso, a um novo apuramento Artigo 259º
geral.
(Pagamento das despesas)
CAPÍTULO XIV
As despesas públicas eleitorais são satisfeitas
Despesas públicas eleitorais por verbas inscritas nos orçamentos da Comissão
Nacional de Eleições e do serviço central de apoio
ao processo eleitoral, podendo também ser
Artigo 255º
usadas verbas inscritas no orçamento do
departamento governamental responsável pelos
(Âmbito das despesas)
negócios estrangeiros para as despesas a realizar
Constituem despesas públicas eleitorais os pelas embaixadas e postos consulares e, ainda,
encargos públicos resultantes da preparação e excepcionalmente, com autorização do ministro
realização do recenseamento e dos actos do de finanças, outras verbas orçamentais
processo eleitoral, bem como da divulgação de adequadas à natureza das despesas a realizar.
elementos com estes relacionados.
Artigo 260º
Artigo 256º
(Despesas com deslocações)
(Despesas locais e centrais)
1. A compensação de encargos decorrentes de
1. As despesas públicas eleitorais são locais e deslocações realizadas por cidadãos não
centrais. vinculados à Administração Pública no exercício
de funções para que tenham sido legalmente
2. Constituem despesas locais as realizadas designados no âmbito das operações de
pelos órgãos dos municípios ou por qualquer recenseamento e do processo eleitoral obedece ao
outra entidade pública de âmbito não excedente regime jurídico aplicável, nesta matéria, aos
ao concelho. funcionários públicos.
3. Constituem despesas centrais as realizadas 2. O pagamento a realizar, a título de
pela Comissão Nacional de Eleições, pelo serviço passagens e ajudas de custo, pelas deslocações a
central de apoio ao processo eleitoral, pelas que se refere o número 1 é efectuado com base no
embaixadas e postos consulares ou outros estabelecido na tabela da função pública.
serviços da Administração Central, no exercício
das suas atribuições. Artigo 261º
55
dos trabalhos a realizar e que não sejam de Salvo o disposto no artigo 377º número 5, serão
carácter puramente contabilístico. obrigatoriamente passadas, a requerimento de
qualquer interessado, no prazo de quarenta e
2. A incompatibilidade referida no número 1 é oito horas:
verificada por despacho da entidade responsável
pela gestão do orçamento pelo qual a despesa a) As certidões necessárias para o
deve ser suportada. recenseamento eleitoral;
Artigo 267º
(Dispensa de formalidades especiais)
56
disposto no Código de Processo Civil quanto ao a) O facto de a infracção influir no
processo declarativo, com as necessárias resultado da votação;
adaptações.
b) O facto de o agente intervir
Artigo 269º especificamente na administração
eleitoral;
(Conservação de documentação eleitoral) c) O facto de a infracção ser cometida por
membro de entidade recenseadora;
Toda a documentação relativa às eleições é
conservada por um período de cinco anos e d) O facto de a infracção ser cometida por
transferida, depois desse prazo, para o Arquivo membro de mesa de assembleia de
Histórico Nacional. voto;
Sem prejuízo do disposto no artigo 263º e para f) O facto de a infracção ser cometida por
facilitação do processo eleitoral, a Comissão candidato, mandatário ou delegado de
Nacional de Eleições, sob proposta do serviço entidade concorrente.
central de apoio ao processo eleitoral, pode
Secção II
aprovar modelos de documentação e de actos
processuais eleitorais que devam ser reduzidos a
escrito, para uso facultativo dos intervenientes Ilícito penal
no processo eleitoral.
Sub-Secção I
Artigo 271º
Disposições gerais
(Publicação dos modelos)
Artigo 274º
Os modelos a que se refere o artigo anterior
são publicados na II série do Boletim Oficial. (Punição da tentativa)
Artigo 273º
(Direito de constituição de assistente)
57
2. Qualquer candidato presidencial ou Quem com violência, ameaça ou intuito
membro de lista apresentada por grupo de fraudulento induzir um eleitor a não se inscrever
cidadãos pode constituir-se assistente em no recenseamento eleitoral ou o levar a
processo penal relativo aos crimes previstos inscrever-se fora do local ou do prazo devido será
neste Código e praticados em eleição na qual punido com pena de prisão até dois anos.
tenha concorrido.
Artigo 282º
Artigo 277º
(Obstrução à detecção de duplas inscrições)
(Prescrição)
Quem obstruir a detecção de duplas inscrições
O procedimento criminal pelos crimes será punido com pena de prisão até um ano ou
eleitorais prescreve no prazo de dois anos a com pena de multa até dois anos.
contar da data da prática do facto punível.
Artigo 283º
Artigo 278º
(Violação de deveres relativos à inscrição)
(Denúncia caluniosa)
1. São punidos com pena de prisão até um ano
Quem imputar a outrem, sem fundamento, a ou com pena de multa até dois anos os membros
prática de qualquer infracçäo prevista no das comissões de recenseamento que:
presente Código será punido com a pena
aplicável à denúncia caluniosa. a) Se recusarem a inscrever no
recenseamento um eleitor que haja
Artigo 279º promovido a sua inscrição;
b) Procederem à inscrição ou à
(Não cumprimento de outras obrigações impostas por transferência indevida de um eleitor
lei)
no recenseamento;
Aquele que não cumprir nos seus precisos c) Eliminarem indevidamente a inscrição
termos quaisquer obrigações relativas às de eleitor no recenseamento;
eleições, previstas neste diploma, ou retardar
injustificadamente o seu cumprimento, será, na d) Se recusarem a efectuar as eliminações
falta de incriminação especial, punido, consoante oficiosas a que estão obrigados pelo
a gravidade da infracção, com pena de prisão até presente Código.
um ano ou com pena de multa até dois anos.
2. A negligência é punida com multa até um
SUB-Secção II ano.
Artigo 284º
Crimes relativos ao recenseamento eleitoral
(Obstrução à inscrição)
58
1. Os membros das comissões de Quem, no exercício das suas funções, infringir
recenseamento que não expuserem as cópias dos os deveres de neutralidade ou imparcialidade a
cadernos de recenseamento ou que obstarem a que esteja legalmente obrigado perante as
que o cidadão as consulte no prazo legal previsto diversas candidaturas, será punido com pena de
serão punidos com pena de prisão até seis meses prisão até dois anos.
ou com pena de multa até um ano.
Artigo 291º
2. A negligência é punida com multa até cento
e vinte dias. (Utilização indevida de nome, denominação, sigla ou
símbolo)
Artigo 286º
Quem utilizar durante a campanha eleitoral o
(Recusa de passagem ou falsificação de certidões de nome de um candidato ou a denominação, sigla
recenseamento) ou símbolo de qualquer candidatura, partido
político, coligação ou lista proposta por grupo de
Os membros das comissões de recenseamento cidadãos com o intuito de os prejudicar ou
que recusarem a passagem de certidões de injuriar, será punido com pena de prisão até um
recenseamento a eleitores que nele se encontrem ano ou com pena de multa até dois anos.
inscritos ou que passem certidões falsas serão
punidos com pena de prisão até seis meses ou Artigo 292º
com pena de multa até um ano.
(Violação da liberdade de reunião e manifestação)
Artigo 287º
1. Quem, por meio de violência ou
(Recusa de entrega de cartão de eleitor) participação em tumulto, desordem ou vozearia,
perturbar gravemente reunião, comício,
Quem se recusar a entregar o cartão de eleitor manifestação, cortejo ou desfile de propaganda
ao respectivo titular será punido com pena de eleitoral será punido com pena de prisão até um
prisão até seis meses ou com pena de multa até ano ou com pena de multa até dois anos.
um ano.
2. Quem, da mesma forma, impedir a
Artigo 288º realização ou o prosseguimento de reunião,
comício, manifestação, cortejo ou desfile será
(Falsificação do cartão de eleitor) punido com pena de prisão até dois anos.
59
1. O profissional dos correios que votar quem não tenha direito de sufrágio ou não
desencaminhar, retiver ou não entregar ao o possa exercer nessa assembleia ou que
destinatário circulares, cartazes ou outro meio de contribuirem para a exclusão de quem o tiver,
propaganda eleitoral será punido com pena de serão punidos com pena de prisão até dois anos.
prisão até dois anos.
Artigo 300º
2. O disposto no número 1 também se aplica a
quem esteja ligado aos serviços de correios por (Voto plúrimo)
contrato de prestação de serviços.
Quem votar mais de uma vez na mesmas
Artigo 295º eleições será punido com pena de prisão até dois
anos.
(Propaganda no dia das eleições)
Artigo 301º
1. Quem, no dia das eleições, fizer
propaganda eleitoral por qualquer meio, será (Coacção ou artifício fraudulento sobre o eleitor)
punido com pena de multa até cem dias.
1. Quem usar de violência ou ameaça sobre
2. Quem, no dia das eleições, fizer
qualquer eleitor, de enganos, artifícios
propaganda em assembleia de voto ou nas suas
fraudulentos, falsas notícias ou de qualquer
imediações até quinhentos metros, será punido
outro meio ilícito para o constranger ou induzir a
com pena de prisão até seis meses ou com pena
votar ou a deixar de votar em determinada
de multa até um ano.
candidatura será punido com pena de prisão até
um ano.
Artigo 296º
2. Nos casos previstos no número 1, se a
(Propaganda ilegal em órgão de comunicação social) ameaça for cometida com uso de arma ou a
violência for exercida por duas ou mais pessoas,
Quem violar o disposto no artigo 106 número a pena será a de prisão de 2 a 8 anos.
1 será punido com pena de prisão até um ano ou
com pena de multa até dois anos. Artigo 302º
Artigo 297º
(Não exibição fraudulenta da urna)
60
Os responsáveis pelos serviços e pelas pessoa colectiva pública e o ministro de qualquer
empresas em actividade no dia das eleições que culto que se sirvam abusivamente das suas
não facilitarem aos seus respectivos funcionários funções ou do cargo para constranger ou induzir
ou trabalhadores dispensa pelo tempo suficiente eleitores a votar ou a deixar de votar em
para que possam votar serão punidos com pena determinado sentido, serão punidos com pena de
de prisão até seis meses ou com pena de multa prisão até um ano.
até um ano.
Artigo 310º
Artigo 305º
(Coacção relativa a emprego)
(Impedimento do sufrágio por abuso de autoridade)
Quem aplicar ou ameaçar aplicar a um cidadão
O agente da autoridade que, no dia das qualquer sanção no emprego, nomeadamente o
eleições, sob qualquer pretexto, fizer sair do seu despedimento, ou o impedir ou ameaçar impedir
domicílio ou retiver fora dele qualquer eleitor de obter emprego a fim de que vote ou deixe de
para que não possa ir votar será punido com votar ou porque votou ou não votou em certo
pena de prisão até dois anos. sentido, ou ainda porque participou ou não
participou em campanha para as eleições, será
Artigo 306º punido com pena de prisão até dois anos, sem
prejuízo da nulidade da sanção e da automática
(Acompanhante infiel) readmissão no emprego se o despedimento tiver
chegado a efectivar-se.
Quem acompanhar o eleitor afectado por
doença ou deficiência fisica notória, ao acto de Artigo 311º
votar e, não garantir com fidelidade a expressão
ou sigilo do voto do eleitor, será punido com pena (Fraude e corrupção de eleitor)
de prisão até um ano.
1. Quem, por causa das eleições, oferecer,
Artigo 307º prometer ou conceder emprego público ou
privado ou outra coisa ou vantagem a um ou
(Atestado falso de doença ou deficiência física) mais eleitores ou, por acordo com estes, a uma
terceira pessoa, mesmo quando a coisa ou
O médico que atestar falsamente doença ou vantagem utilizadas, prometidas ou conseguidas
deficiência física, para efeitos eleitorais, será forem dissimuladas a título de indemnização
punido com pena de prisão até dois anos. pecuniária dada ao eleitor para despesas de
viagens ou de estada ou de pagamento de
Artigo 308º alimentação ou bebidas ou a pretexto de
despesas com a campanha eleitoral, será punido
(Violação de segredo de voto) com pena de prisão até um ano.
1. Quem, na assembleia de voto ou nas suas 2. A mesma pena será aplicada ao eleitor que
imediações até quinhentos metros, usar de aceitar qualquer dos benefícios previstos no
coacção ou artifício de qualquer natureza ou se número anterior.
servir do seu ascendente sobre o eleitor para
obter a revelação do voto, será punido com pena Artigo 312º
de prisão até um ano.
(Obstrução à fiscalização)
2. Quem, na assembleia de voto ou nas suas
imediações até quinhentos metros, revelar em 1. Quem, em assembleia de voto ou de
que lista votou ou vai votar, será punido com apuramento, impedir a entrada ou a saída de
pena de multa até cem dias. qualquer delegado de entidade concorrente ou,
por qualquer modo, tentar opôr-se a que ele
Artigo 309º exerça todos os poderes que lhe são conferidos
pelo presente Código, será punido com pena de
(Abuso de funções públicas ou equiparadas) prisão até dezoito meses.
O cidadão investido de poder público, o
funcionário ou agente do Estado ou de outra
61
2. Se se tratar do presidente da mesa, a pena com pena de prisão até um ano ou com pena de
não será, em qualquer caso, inferior a um ano de multa até dois anos.
prisão.
Artigo 317º
Artigo 313º
(Não cumprimento do dever de participação no
(Obstrução a candidato ou mandatário) processo eleitoral)
1. Quem, em assembleia de voto, impedir a Quem for designado para fazer parte da mesa
entrada ou a saída de qualquer candidato ou da assembleia de voto ou como membro da
mandatário de lista concorrente ou, por qualquer assembleia de apuramento parcial ou geral e,
modo, tentar opôr-se a que ele exerça todos os sem causa justificativa, não assumir, não exercer
poderes que lhe são conferidos pelo presente ou abandonar essas funções, será punido com
Código, será punido com pena de prisão até pena de prisão até um ano ou com pena de multa
dezoito meses. até dois anos.
SUB-Secção I
(Perturbação ou impedimento de assembleia de voto
ou de apuramento)
Disposições gerais
1. Quem, por meio de violência ou
participando em tumulto, desordem ou vozearia, Artigo 320º
impedir ou perturbar gravemente a realização, o
funcionamento ou o apuramento de resultados de (Órgãos competentes)
assembleia de voto ou de apuramento, será
punido com pena de prisão até três anos. Compete à Comissão Nacional de Eleições, com
recurso para o Tribunal Constitucional,
2. Quem entrar armado em assembleia de instaurar os processos e aplicar as coimas
voto ou apuramento, não pertencendo à força correspondentes a contra-ordenações
pública devidamente autorizada, será punido relacionadas com matéria eleitoral
62
SUB-Secção II casos e dos termos constantes no presente
Código, serão punidas com coima de duzentos e
Contra-ordenações relativas ao recenseamento
cinquenta mil a dois milhões e quinhentos mil
eleitoral escudos.
63
(Não cumprimento de deveres pelo proprietário de Artigo 335º
sala de espectáculo)
(Não abertura de serviço público)
O proprietário de sala de espectáculo que não
cumprir os seus deveres relativos à campanha O responsável pelos serviços cuja abertura é
será punido com coima de cinquenta mil a obrigatória nos dias das eleições e que mantiver
duzentos e cinquenta mil escudos. tais serviços encerrados, será punido com uma
coima de vinte mil a duzentos e cinquenta mil
Artigo 331º escudos.
64
ASSEMBLEIA NACIONAL E DOS pactos de coligação aprovados pelos órgãos
TITULARES DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS estatutários competentes.
65
Artigo 345º candidatos suplentes não inferior a três, nem
superior ao dos efectivos.
(Proibição de apresentação de mais de uma lista) 3. Da declaração de candidatura deve constar
que o candidato:
1. Os partidos políticos e as coligações de
partidos não podem apresentar em cada círculo a) Não se encontra abrangido por qualquer
eleitoral mais do que uma lista de candidatos. inelegibilidade;
2. Os partidos coligados não podem b) Não se candidata por qualquer outro
apresentar candidaturas próprias no círculo círculo eleitoral, nem figura em mais
eleitoral em que concorram, para idênticas nenhuma lista de candidatura;
eleições, candidatos das coligações a que
pertençam. c) Aceita a candidatura pelo proponente da
lista;
Artigo 346º
d) Concorda com o mandatário indicado na
lista.
(Lugar de apresentação de candidatura)
4. A lista apresentada por coligação deve,
1. As listas de candidatos são apresentadas ainda, conter a indicação do partido que propõe
nos respectivos círculos eleitorais, pelos seus cada um dos candidatos.
proponentes ou pelos mandatários das listas,
perante o magistrado judicial da comarca. 5. Cada lista é instruída com documentos que
façam prova bastante da capacidade eleitoral dos
2. As listas de candidatos pelos círculos candidatos, nomeadamente fotócopia do cartão
eleitorais do estrangeiro são apresentadas de eleitor ou certidão de recenseamento e
perante o magistrado judicial da comarca da certidão de registo criminal.
Praia.
6. Cada lista é ainda instruída com cópia
3. Havendo mais do que uma comarca no autenticada da acta da reunião do órgão
círculo eleitoral, as listas são apresentadas partidário competente que aprovou a lista dos
perante o magistrado judicial da comarca a que candidatos, nos termos do respectivo estatuto.
corresponde o maior número de eleitores.
7. A apresentação de candidatura poderá ser
4. Havendo na comarca mais do que um feita via fax ou correio electrónico, desde que o
magistrado judicial, a apresentação das listas de tribunal competente possua os equipamentos
candidatos far-se-á perante aquele a quem adequados de recepção e que os originais do
incumba a jurisdição cível. processo sejam apresentados no tribunal
competente até ao termo do prazo referido no
Artigo 347º
artigo 350º.
66
(Recepção de candidaturas) partidos políticos ou coligações concorrentes à
eleição no círculo eleitoral.
Findo o prazo para apresentação das listas, o
magistrado judicial competente verifica dentro Artigo 355º
dos três dias subsequentes a regularidade do
processo, a autenticidade dos documentos que o (Interposição e notificação do recurso)
integram e a elegibilidade dos candidatos.
1. O requerimento de interposição de recurso,
Artigo 351º do qual devem constar os seus fundamentos, é
entregue no tribunal que proferiu a decisão
(Irregularidades processuais) recorrida, acompanhado de todos os elementos de
prova.
Verificando-se irregularidades processuais, o
magistrado judicial competente manda notificar 2. Tratando-se de recurso contra a admissão
imediatamente o mandatário da lista ferida de de qualquer candidatura, o tribunal recorrido
irregularidade para a suprir no prazo de manda notificar imediatamente o mandatário da
quarenta e oito horas. respectiva lista para este, os candidatos, ou os
partidos políticos ou coligações proponentes
Artigo 352º
responderem, querendo, no prazo de vinte e
quatro horas.
(Rejeição de candidaturas) 3. Tratando-se de recurso contra a não
admissão de qualquer candidatura, o tribunal
1. São rejeitados os candidatos inelegíveis e a
recorrido manda notificar imediatamente a
lista que não contenha o número de candidatos
entidade que tiver impugnado a sua admissão, se
efectivos e suplentes estabelecidos.
a houver, para responder, querendo, no prazo de
2. Verificado o disposto no número anterior o vinte e quatro horas.
mandatário da lista é imediatamente notificado
para o efeito de se proceder à sua correcta e Artigo 356º
definitiva substituição, no prazo de quarenta e
oito horas, sob pena de rejeição de toda a lista. (Subida do recurso)
Artigo 358º
Artigo 353º
Das decisões finais do Tribunal de Comarca Quando não haja recursos ou decididos os que
relativas à apresentação de candidaturas cabe tenham sido apresentados, as listas
recurso para o Tribunal Constitucional no prazo definitivamente admitidas são imediatamente
de quarenta e oito horas a contar da notificação publicadas por editais afixados à porta do
da decisão. tribunal.
Artigo 359º
Artigo 354º
Têm legitimidade para interpor recurso os No décimo dia subsequente ao fim do prazo de
candidatos, os mandatários das listas e os apresentação das listas, na presença dos
67
candidatos ou dos seus mandatários, o Artigo 364º
magistrado judicial competente para a
apresentação de candidaturas procede ao sorteio (Nova publicação da lista)
das listas para o efeito de lhes atribuir uma
ordem nos boletins de voto, lavrando-se auto do Procede-se a nova publicação da lista em caso
sorteio em duas cópias. de substituição de candidatos ou anulação da
decisão de rejeição de qualquer lista.
Artigo 360º
Artigo 365º
(Envio de uma cópia do auto)
(Desistência)
Uma cópia do auto é enviada, no prazo de
quarenta e oito horas, ao serviço central de apoio 1. É lícita a desistência da lista até dois dias
ao processo eleitoral que providencia no sentido antes do dia das eleições.
de os boletins de voto serem elaborados de acordo
com a ordem do sorteio e com as demais 2. A desistência é comunicada pelo
prescrições legais. mandatário ou pelos proponentes ao magistrado
judicial competente para a apresentação de
Artigo 361º candidatura, que providencia no sentido de
evitar a votação na lista de que se desiste.
(Comunicações sobre partidos e coligações)
3. É também lícita a desistência de qualquer
Até ao sexagésimo dia anterior ao das eleições, candidato mediante declaração por ele subscrita
o Tribunal Constitucional envia ao serviço com a assinatura reconhecida perante o notário
central de apoio ao processo eleitoral uma mantendo-se, porém, válida a lista apresentada.
relação das denominações, siglas e símbolos dos
partidos políticos e coligações para fins eleitorais CAPÍTULO III
legalmente registados.
Estatuto dos candidatos e dos mandatários
Artigo 362º
Artigo 366º
(Publicação de todas as listas concorrentes)
(Dispensa de funções)
A Comissão Nacional de Eleições manda
publicar todas as listas concorrentes no Boletim Os candidatos às eleições têm direito à
Oficial e em jornais dos mais lidos do país. dispensa do exercício de funções públicas ou
privadas no trigésimo dia que antecede a data
Secção III das eleições, sem prejuízo da contagem desse
tempo para todos os efeitos, incluindo a
Substituição e desistência de candidatos retribuição, como tempo efectivo de serviço.
1. Só pode haver lugar à substituição de 1. Nenhum candidato pode ser preso, sujeito à
candidatos até dez dias antes do designado para prisão preventiva ou perseguido criminal ou
as eleições e nos seguintes casos: disciplinarmente, salvo em caso de flagrante
delito por crime punível com pena de prisão cujo
a) Doença que determine incapacidade limite máximo seja superior a dois anos.
física ou anomalia psíquica;
2. Fora de flagrante delito, nenhum candidato
b) Falecimento. pode ser preso, sujeito à prisão preventiva ou
perseguido criminal ou disciplinarmente, salvo
2. Nos demais casos, ou na falta de
por crime punível com pena de prisão cujo limite
substituição, é reduzido o número dos
máximo seja superior a oito anos.
candidatos.
68
3. Movido procedimento criminal contra b) Os que não sejam maiores de trinta e
qualquer candidato ou indiciado este por cinco anos;
despacho de pronúncia ou equivalente, o
processo só poderá prosseguir os seus termos c) Os cidadãos eleitores cabo - verdianos
após a proclamação dos resultados das eleições. que nos últimos três anos
imediatamente anteriores à
Artigo 368º apresentação da candidatura não
tenham tido residência permanente no
(Mandatários)
território nacional.
69
Regime de eleição 1. Considera-se eleito Presidente da
República o candidato que obtiver a maioria
Artigo 373º absoluta dos votos validamente expressos, não se
contando como tais os votos em branco.
(Modo de eleição) 2. Se nenhum candidato obtiver aquela
maioria de votos, procede-se a segundo sufrágio
1. O Presidente da República é eleito por
até ao décimo quinto dia seguinte ao do primeiro,
sufrágio universal, directo e secreto, em lista
ao qual podem concorrer os dois candidatos que
uninominal apresentada nos termos dos artigos
tenham obtido o maior número de votos no
376º e 377º.
primeiro escrutínio.
2. Para efeitos de eleição do Presidente da
República, cada cidadão eleitor recenseado no CAPÍTULO VI
estrangeiro dispõe de um voto, equivalendo o
total destes votos, no máximo, a um quinto dos Organização do processo eleitoral
votos apurados no território nacional
Artigo 375º
3. Se a soma dos votos dos eleitores
recenseados no estrangeiro ultrapassar o limite
(Marcação da data das eleições)
referido na última parte do número antecedente,
será convertido em número igual a esse limite e o 1. O Presidente da República, ouvidos o
conjunto de votos obtidos por cada candidato será Conselho da República e os partidos políticos
convertido na respectiva proporção. registados no Supremo Tribunal de Justiça
4. Para a aplicação do disposto no número 3, marca a data do primeiro escrutínio, por decreto
procede-se como se segue: presidencial publicado com a antecedência
mínima de setenta dias.
a) A cada candidato é atribuído um
coeficiente (i), sendo 2. Tanto o primeiro como o eventual segundo
sufrágio realizam-se entre o quadragésimo e o
Número de votos do candidato obtido no estrangeiro vigésimo quinto dias anteriores ao termo do
mandato do Presidente da República.
i = _________________________________________________________
3. No caso de vacatura do cargo, o novo
Soma dos votos obtidos no estrangeiro para todos os candidatos;
Presidente da República é eleito nos noventa
b) A soma dos coeficientes anteriormente dias posteriores à vacatura.
obtidos deve ser igual à unidade;
CAPÍTULO VII
c) Determina-se a quinta parte dos votos
apurados no território nacional, que Apresentação de candidaturas
será a base de cálculo a utilizar na
alínea seguinte; Secção I
(Sistema eleitoral)
70
2. Cada cidadão eleitor só pode ser do candidato proposto, devendo o duplicado ser
proponente de uma única candidatura ao cargo arquivado.
de Presidente da República.
7. Em caso de extravio da certidão
3. Entre os proponentes referidos no nº 1 devidamente comprovada, pode ser passada
deste artigo devem figurar pelo menos cinco segunda via, onde se faz expressamente menção
residentes em cada um de pelo menos dez desse facto.
concelhos do país.
Artigo 378º
Artigo 377º
(Recepção e sorteio)
(Requisitos formais de apresentação de candidatura)
1. As candidaturas são recebidas pelo
1. A apresentação de candidatura consiste na Presidente do Tribunal Constitucional.
entrega de uma declaração subscrita pelos
cidadãos eleitores nos termos do artigo 376º, 2. No dia seguinte ao termo do prazo para a
contendo os seguintes elementos de identificação apresentação das candidaturas, o Presidente do
do candidato: Tribunal Constitucional, procede, na presença
dos candidatos ou seus mandatários, ao sorteio
- Nome completo da ordem a atribuir às candidaturas nos boletins
de voto.
- Idade
3. O Presidente do Tribunal Constitucional
- Número, entidade emitente e data de manda imediatamente afixar por edital, à porta
emissão do bilhete de identidade do tribunal, uma relação, com os nomes dos
- Filiação candidatos ordenados em conformidade com o
sorteio.
- Profissão
4. Do sorteio é lavrado auto, do qual são
- Naturalidade enviadas cópias à Comissão Nacional de Eleições,
ao Primeiro Ministro, ao responsável
- Residência. governamental pelos negócios estrangeiros para
2. Cada candidatura será ainda instruída com comunicação às embaixadas e postos consulares,
documentos que façam prova bastante de que o ao serviço central de apoio ao processo eleitoral e
candidato é cabo-verdiano de origem e maior de aos Presidentes das Câmaras municipais.
trinta e cinco anos, está no gozo de todos os seus 5. O servico central de apoio ao processo
direitos civis e políticos, encontra-se inscrito no eleitoral providencia no sentido de os boletins de
recenseamento eleitoral e reside no país há mais voto serem confeccionados de acordo com as
de trinta e seis meses. prescrições legais.
3. Deve ainda constar do processo de
Artigo 379º
candidatura uma declaração do candidato de que
aceita a candidatura e de que não é titular de
outra nacionalidade. (Mandatários nacionais e concelhios)
71
de quaisquer actos a efectuar na respectiva área Artigo 382º
relacionados com a candidatura.
(Comunicação das candidaturas)
Artigo 380º
A relação das candidaturas definitivamente
(Admissão) admitidas é enviada às entidades referidas no
número 4 do artigo 378º para efeitos de
1. Findo o prazo para a apresentação das publicidade.
candidaturas, o Presidente do Tribunal
Constitucional, sem prejuízo do disposto no CAPÍTULO VIII
número 2 do artigo 378º, verifica a regularidade
dos processos, a autenticidade dos documentos e
Estatuto dos candidatos
a elegibilidade dos candidatos.
72
Artigo 384º ao recebimento da decisão do Tribunal
Constitucional sobre a morte ou incapacidade do
(Desistência de candidatura)
candidato.
73
1. O período da campanha eleitoral inicia-se O Orçamento do Estado inscreve um montante
no décimo sétimo dia anterior ao dia designado destinado a comparticipar nas despesas da
para as eleições e finda às vinte e quatro horas campanha dos candidatos que tenham obtido
da antevéspera do dia marcado para as eleições. pelo menos 10% dos votos expressos.
Artigo 390º
O estatuído nos artigos 235º a 245º aplica-se
às eleições presidenciais e a assembleia de
(Subvenção de campanha) apuramento geral do círculo eleitoral passa a
74
designar-se assembleia de apuramento 3. No mesmo dia e após a publicação do edital
intermédio. referido no número anterior, o Presidente do
Tribunal Constitucional procede ao sorteio das
Secção II candidaturas provisoriamente admitidas para o
efeito de lhes ser atribuída uma ordem nos
Apuramento geral boletins de voto.
(Disposições aplicáveis)
1. As irregularidades ocorridas no decurso da
votação e no apuramento parcial podem ser
Ao segundo sufrágio, além das disposições apreciadas em recurso contencioso, desde que
específicas, aplicam-se as disposições comuns hajam sido objecto de reclamação, protesto ou
previstas neste Código e as respeitantes ao contraprotesto apresentado no acto em que se
primeiro sufrágio das eleições presidencias, com verificam.
as necessárias adaptações.
2. Da decisão sobre a reclamação ou protesto
podem recorrer, além do apresentante da
Artigo 397º
reclamação, protesto ou contraprotesto, os
candidatos e os seus mandatários.
(Candidatos admitidos ao segundo sufrágio)
3. A petição especifica o fundamento de facto
1. A Comissão Nacional de Eleições fornece ao e de direito de recurso e será acompanhada de
Presidente do Tribunal Constitucional, nos dois todos os elementos de prova, incluindo fotocópia
dias seguintes à realização do primeiro sufrágio, da acta da assembleia em que a irregularidade
os resultados do escrutínio provisório. tiver ocorrido.
2. O Presidente do Tribunal Constitucional, 4. Cabe ao Supremo Tribunal de Justiça, em
tendo por base os resultados referidos no número plenário, apreciar os recursos interpostos pelas
anterior, indica por edital, até às dezoito horas entidades referidas no nº 2, referentes a
do terceiro dia seguinte ao da votação, os irregularidades ocorridas no decurso da votação
candidatos provisoriamente admitidos ao e no apuramento parcial.
segundo sufrágio.
Artigo 400º
75
(Tribunal competente, processo e prazo) Capacidade eleitoral activa
76
2. Os círculos eleitorais no território nacional (Cálculo do número de deputados por cada círculo
correspondem às ilhas, designadas pelos eleitoral do território nacional)
respectivos nomes, salvo quanto à ilha de
Santiago que se divide em dois. Para apuramento do número de deputados a
eleger por cada círculo eleitoral do território
3. O círculo eleitoral que integra os actuais nacional procede-se da seguinte forma:
concelhos de Tarrafal, S. Miguel, Santa Catarina,
São Salvador do Mundo, São Lourenço dos 1. Apura-se o número total de eleitores
Órgãos e Santa Cruz, designa-se por Círculo recenseados no território nacional.
Eleitoral de Santiago Norte; e o círculo eleitoral
2. Apura-se o número total de eleitores
que integra os actuais concelhos de S. Domingos,
recenseados por cada círculo eleitoral no
Praia e Ribeira Grande de Santiago designa-se
território nacional.
por Círculo Eleitoral de Santiago Sul.
3. Divide-se o número total de eleitores
4. Os eleitores residentes fora do território
recenseados no território nacional por sessenta e
nacional são agrupados em três círculos
seis, obtendo-se assim o quociente (q3)
eleitorais, todos com sede na Cidade da Praia,
correspondente à média nacional de eleitores
abarcando um os países africanos, outro os
para cada deputado a eleger.
americanos e o terceiro os europeus e o resto do
mundo. 4. São atribuídos dois deputados a qualquer
círculo eleitoral cujo número de eleitores seja
Artigo 407º menor que ou igual a duas vezes o quociente (q3)
obtido nos termos do número 3.
(Colégio eleitoral)
5. Apura-se o número de deputados (D) do
A cada círculo eleitoral corresponde um colégio território nacional não atribuídos segundo a
eleitoral, constituído pelo conjunto dos eleitores regra do número 4, o respectivo número total de
nele inscritos. eleitores (E) que representam bem como os
círculos eleitorais em causa.
Artigo 408º
6. Divide-se este número de eleitores (E) pelo
(Distribuição de deputados) número de deputados (D) apurados nos termos
do número 5, obtendo-se uma média (m6) de
Dos setenta e dois deputados que compõem a eleitores por deputado do conjunto de círculos
Assembleia Nacional, sessenta e seis são eleitorais indicados no número anterior.
distribuídos proporcionalmente pelos círculos
eleitorais do território nacional e seis pelos 7. O número de eleitores de cada um dos
círculos eleitorais da emigração, dois por cada círculos eleitorais apurados nos termos do
um destes círculos. número 5 é dividido pela média (m6), obtendo-se
um quociente que representa o número mínimo
Artigo 409º
de deputados a atribuir ao respectivo círculo
eleitoral, sem prejuízo do disposto no número
seguinte.
(Número de deputados a eleger por cada colégio
eleitoral)
8. Finalmente, e até se completar o número
1. Cada círculo eleitoral no território nacional total de setenta e dois deputados pretendido, vai-
elege o número de deputados que lhe couber em se atribuindo um deputado a círculos eleitorais
resultado dos cálculos efectuados nos termos do apurados em cinco, de acordo com as seguintes
estabelecido no artigo 410º, em qualquer caso prioridades:
nunca inferior a dois deputados. a) Círculos cujo quociente obtido segundo o
2. Cada círculo eleitoral no estrangeiro, número 7 seja igual ou menor que um,
previsto no número 4 do artigo 406º, elege dois e até completar dois deputados nesse
deputados. círculo;
Artigo 411º
77
(Publicidade dos mandatos por cada círculo eleitoral) indicada na respectiva declaração de candidatura
e os mandatos são atribuídos pela referida ordem
1. A Comissão Nacional de Eleições publica no de precedência.
Boletim Oficial e em jornais dos mais lidos do
país, entre os sessenta e cinco e setenta dias Artigo 415º
anteriores à data marcada para a realização das
eleições, um mapa com o número de deputados e (Representação de ambos os sexos)
a sua distribuição por círculos.
1. As listas propostas às eleições devem conter
2. O mapa referido no número anterior é uma representação equilibrada de ambos os
elaborado com base no número de eleitores sexos.
segundo a última actualização do recenseamento.
2. Por subvenção eleitoral do Estado serão
CAPÍTULO IV premiados, nos termos da lei, os partidos
políticos ou coligações de partidos políticos em
Organização do processo eleitoral cujas listas, se façam eleger, no plano nacional,
pelo menos vinte e cinco por cento de candidatos
do sexo feminino.
Artigo 412º
Artigo 416º
(Marcação da data das eleições)
(Critério de eleição)
A marcação da data das eleições faz-se por
decreto-presidencial, com a antecedência mínima
Em cada círculo eleitoral do território nacional
de setenta dias, ouvidos o Conselho da República
e do estrangeiro a conversão dos votos em
e os partidos políticos registados no Tribunal
mandatos faz-se de acordo com o método de
Constitucional.
representação proporcional de Hondt,
procedendo-se da seguinte forma:
CAPÍTULO V
a) Apura-se, em separado, o número de
Regime de eleição votos recebidos por cada lista no
círculo eleitoral respectivo;
Artigo 413º
b) O número de votos apurados por cada
lista é dividido, sucessivamente, por 1,
(Modo de eleição)
2, 3, 4, 5, etc., sendo os quocientes
1. Os deputados à Assembleia Nacional são alinhados pela ordem decrescente da
eleitos em listas plurinominais de candidatos por sua grandeza numa série de tantos
cada colégio eleitoral. termos quantos os mandatos
atribuídos ao círculo eleitoral
2. Cada eleitor recenseado dispõe de um voto respectivo;
singular de lista.
c) Os mandatos pertencem às listas a que
Artigo 414º correspondem os termos da série
estabelecida pela regra anterior,
(Organização das listas)
recebendo cada uma das listas tantos
mandatos quantos os seus termos na
1. As listas propostas às eleições devem conter série;
a indicação de candidatos efectivos em número
d) No caso de restar um só mandato para
igual ao dos mandatos atribuídos ao respectivo
distribuir e de os termos seguintes da
colégio eleitoral, devendo o número de
série serem iguais e de listas
candidatos suplentes ser, no máximo, igual ao
diferentes, o mandato cabe à lista que
número dos mandatos atribuídos ao respectivo
tiver obtido menor número de votos.
colégio eleitoral, não podendo nunca ser inferior
a três.
CAPÍTULO VI
2. Em cada lista os candidatos consideram-se
ordenados segundo a ordem de precedência Campanha eleitoral
78
Secção I 2. São ainda elegíveis para os órgãos dos
municípios os cidadão lusófonos legalmente
Princípios gerais
estabelecidos, nas mesmas condições que os
cidadãos nacionais.
Artigo 417º
CAPÍTULO III
(Período de campanha)
Inelegibilidades
O período da campanha eleitoral inicia-se no
décimo sétimo dia anterior e termina às vinte e Artigo 420º
quatro horas da antevéspera do dia designado
para as eleições. (Inelegibilidades)
c) Os concessionários ou peticionários de
(Capacidade eleitoral activa)
concessão de serviços do município
1. São eleitores dos titulares dos órgãos respectivo;
electivos dos municipios os cidadãos cabo-
d) Os governadores civis e equiparados nos
verdianos de ambos os sexos, maiores de dezoito
municípios cujos territórios estejam
anos, recenseados no território nacional.
sob a sua jurisdição.
2. São ainda eleitores dos titulares dos órgãos
electivos dos municípios os estrangeiros e Artigo 421º
apátridas de ambos os sexos, maiores de dezoito
anos, recenseados no território nacional e com (Inelegibilidades temporais decorrentes da renúncia)
residência legal e habitual em Cabo Verde há
Os titulares dos órgãos municipais que
mais de três anos.
renunciarem ao respectivo mandato ou o
3. São também eleitores dos titulares dos perderem, não podem concorrer às eleições
órgãos electivos dos municípios os cidadãos subsequentes que se destinam a completar o
lusófonos legalmente estabelecidos, nas mesmas mandato dos anteriores eleitos nem nas eleições
condições que os cidadãos nacionais. que iniciem novo mandato.
79
1. Os membros dos órgãos municipais objecto Da declaração de candidatura dos integrantes
de dissolução, não podem ser candidatos aos de listas propostas por grupos de cidadãos nos
actos eleitorais destinados a completar o termos do artigo 425º deve constar ainda que o
mandato interrompido, nem aos subsequentes candidato não se encontra inscrito em qualquer
que venham a ter lugar no período de tempo partido político.
correspondente a novo mandato completo, em
qualquer órgão municipal. CAPÍTULO VI
80
políticos, sob pena de inelegibilidade ou perda de obediência ao método de representação
mandato. proporcional correspondente à média mais alta
de Hondt, nos termos aplicáveis á eleição dos
Artigo 430º deputados.
Artigo 431º
Artigo 434º
(Listas apresentadas por grupo de cidadãos) O disposto neste Código relativamente aos
tempos de antena não se aplica às eleições
1. As listas apresentadas por grupos de municipais.
cidadãos são identificadas por uma denominação,
por uma sigla constituida por não mais de cinco TÍTULO VII
letras e por um símbolo, que não se confundam
com os dos partidos políticos. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
81
No estrangeiro, o novo recenseamento, nos
termos referidos no número 1 será realizado,
numa segunda fase, no período compreendido
entre os dias 1 de Março e 1 de Setembro de
2010.
82