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ESAMC.

Caroline Casarin Bragagnolo.

COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE VEICULAÇÃO PARA A

APLICAÇÃO DE RESVERATROL EM DERMOCOSMÉTICO.

Campinas – São Paulo.

2016.
Caroline Casarin Bragagnolo.

COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE VEICULAÇÃO PARA A

APLICAÇÃO DE RESVERATROL EM DERMOCOSMÉTICO.

Projeto de Graduação ESAMC – Projeto

de Conclusão de Curso apresentado como

exigência parcial para a obtenção do título

de Bacharel em Engenharia Química da

ESAMC Campinas.

Orientador: Msc Henrique Neves de

Lucena e co-orientadora Dra Ana Beatriz

Leme.

Campinas – São Paulo.

2016.

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BRAGAGNOLO, Caroline Casarin. Comparação entre dois métodos de veiculação para a aplicação de

resveratrol em dermocosmético/ Caroline Casarin Bragagnolo.

Campinas: ESAMC - Campinas.

77 p. Projeto de Graduação ESAMC (Bacharelado em Engenharia Química) – ESAMC Campinas,

2016. Sumário

Palavras-chave: 1. Dermocosmético 2. Nanotecnologia 3. Veiculação 4. Resveratrol 5. Creme

Hidratante 6. Envelhecimento 7. Pele.

CDD-
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Caroline Casarin Bragagnolo.

COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE VEICULAÇÃO PARA A

APLICAÇÃO DE RESVERATROL EM DERMOCOSMÉTICO.

Projeto de Graduação ESAMC – Projeto

de Conclusão de Curso apresentado como

exigência parcial para a obtenção do título

de Bacharel em Engenharia Química da

ESAMC Campinas.

Data de aprovação: ____/____/____.

Banca Examinadora:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Campinas – São Paulo.

2016.

4
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, pelo amor incondicional, carinho e incentivo durante toda a minha

vida. Por estarem comigo em todos os momentos positivos e negativos desta trajetória.

5
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me concedido força e sabedoria para a realização deste

trabalho.

Ao orientador Msc. Henrique Lucena e co-orientadora Dra. Ana Beatriz Leme, por

suas consultorias e conhecimentos que contribuíram ao desenvolvimento deste estudo.

Aos professores Francisco Benedito Teixeira Pessine, Mariana Ricken Barbosa e

Renato Carrenho, por toda a disposição e ajuda para esta pesquisa.

Aos meus pais por todo carinho e dedicação durante todos os dias desta jornada de

estudos e por não me deixar desistir em momento algum.

6
EPÍGRAFE

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer!”

(Mahatma Gandhi)

7
RESUMO

A indústria de cosméticos apresenta uma variedade de produtos, que prometem

prevenir e tratar os danos causados pelo envelhecimento de pele, devido a grande

preocupação com a vaidade da população. Para que estes produtos sejam eficazes, é

necessário que os mesmos possam ser absorvidos pela camada mais interna da pele

(hipoderme), assim, por este motivo é necessário o desenvolvimento de formulações que

atinjam tal objetivo. Sendo esses produtos denominados dermocosméticos. Para que o produto

torne o tratamento eficaz, podem-se utilizar técnicas de nanotecnologia, como a

nanoencapsulação, aumentando assim a estabilidade e penetrabilidade do composto ativo,

resveratrol, para tratamento e prevenção do envelhecimento precoce da pele.

Palavras-chave: Dermocosmético; Nanotecnologia; Veiculação; Resveratrol; Creme

Hidratante; Envelhecimento; Pele.

8
ABSTRACT

The industry of cosmetic offers a reange of products that promise to prevent and treat

that damage caused by aging skin seen great concern by the vanity of population. For these

products to be effective is necessary that they can be absorved by the inner layer of the skin

(hypodermis), for this reason it is necessary to develop formulation that achieve this gol, such

products ar called dermocosmetics. To make product the beneficial and effective treatment,

they may be used microencapsulation techiniques to solve limitation, supply and attenuate

benefits, there by increasing the stability and penetration os the active compound, resveratrol,

for the treatment and prevention of premature skin aging.

Keyword: Dermocosmetics; Nanotechnology, Placement; Resveratrol; Moisturing; Aging;

Skin.

9
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14

2 OBJETIVO ............................................................................................................................ 17

3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 18

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 21

4.1 Fundamentos da pele ....................................................................................................... 21

4.1.1 Hipoderme ................................................................................................................ 23

4.1.2 Derme........................................................................................................................ 23

4.1.3 Epiderme ................................................................................................................... 24

4.2 Cosméticos ...................................................................................................................... 27

4.3 Dermocosméticos ............................................................................................................ 29

4.4 Creme Hidratante ............................................................................................................ 30

4.4.1 Agente Antienvelhecimento e Bloqueadores de Ultravioletas ................................. 31

4.4.2 Aromatizantes e Flavorizantes .................................................................................. 32

4.4.3 Antioxidante.............................................................................................................. 33

4.4.4 Base Oleosa ............................................................................................................... 34

4.4.5 Conservadores ........................................................................................................... 34

4.4.6 Controlador de pH .................................................................................................... 36

4.4.7 Emoliente .................................................................................................................. 36

4.4.8 Pigmento ................................................................................................................... 36

4.4.9 Umectante ................................................................................................................. 37

10
4.5 Nanotecnologia................................................................................................................ 38

4.6 Nanoencapsulação ........................................................................................................... 40

4.7 Resveratrol ...................................................................................................................... 41

4.7.1 Microencapsulação ................................................................................................... 43

4.7.2 Microencapsulação em células de levedura .............................................................. 44

4.7.3 Sistema de transferência através de nanotransportadores ......................................... 45

5 METODOLOGIA .................................................................................................................. 48

6 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................ 50

6.1 Descrição das etapas de processo de fabricação de cosméticos ...................................... 51

6.1.1 Recebimento de matérias primas e material de embalagem ..................................... 51

6.1.2 Armazenamento de matérias primas e material de embalagem ................................ 51

6.1.3 Separação das matérias primas e material de embalagem ........................................ 53

6.1.4 Pesagem das matérias primas.................................................................................... 53

6.1.5 Moagem e classificação de partículas ....................................................................... 54

6.1.6 Agitação .................................................................................................................... 55

6.1.7 Controle de microrganismo ...................................................................................... 57

6.1.8 Degasagem ................................................................................................................ 59

6.1.9 Embalagem e acondicionamento .............................................................................. 59

6.2 Descrição das etapas de processo de fabricação de dermocosmético ............................. 60

6.3 Nanopartícula polimérica com propriedade mucoadesiva .............................................. 62

6.4 Lipossoma ....................................................................................................................... 64

11
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 68

8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 70

12
Lista de Figuras

Figura 1. Anatomia estrutural da pele humana (SANTOS, 2009). ......................................... 23

Figura 2. Divisão das camadas encontradas na Epiderme (BIASUTTI, 2014). ...................... 25

Figura 3. Crescimento microbiológico de Bolores (3M, Food Safety, 2016). ........................ 35

Figura 4. Crescimento microbiológico de Leveduras (3M, Food Safety, 2016). .................... 35

Figura 5. Interior da nanopartícula (Adaptado ERENO, 2011). ............................................. 41

Figura 6. Estrutura molecular do resveratrol (DAVID, 2007). ............................................... 42

Figura 7. Célula de Levedura Microencapsulada (FERREIRA, 2015). .................................. 44

Figura 8. Fluxograma A - Produção de Cosmético. ................................................................ 50

Figura 9. Recebimento de matéria prima (CAPRIND, 2016). ................................................ 51

Figura 10. Área de armazenamento de matéria prima e embalagens (BERTOLINI, 2016). .. 52

Figura 11. Descrição da formulação de um cosmético............................................................ 53

Figura 12. Balança mecânica industrial (SOLUÇÕES INDUSTRIAIS, 2016). ..................... 54

Figura 13. Balança analítica para pesagem de matéria prima (GEHAKA, 2016). .................. 54

Figura 14. Moinho pequeno industrial (SOLUÇÕES INDUSTRIAIS, 2016). ....................... 55

Figura 15. Reator industrial com hélice (EDISON, 2009). ..................................................... 56

Figura 16. Autoclave (ZIRBUS TECHNOLOGY, 2016). ...................................................... 58

Figura 17. Pasteurizador industrial (MMC TECNOLOGIA, 2016). ...................................... 58

Figura 18. Bomba vácuo para reator industrial (MULTIVÁCUO BOMBAS, 2016). ............ 59

Figura 19. Local adequado para acondicionamento de cosméticos (BEMFARMA, 2016). ... 60

Figura 20. Fluxograma B - Produção de Dermocosmético. .................................................... 61

13
1 INTRODUÇÃO

A indústria de cosméticos apresenta um grande leque de produtos que podem ser

utilizados em diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, dentes, entre

outras, com o objetivo de limpá-los, perfumá-los ou alterar sua aparência podendo corrigir

odores corporais, protegê-los ou mantê-los em bom estado de conservação. Sendo assim, o

desenvolvimento de um cosmético baseia-se na manipulação de fórmulas, buscando os

melhores insumos, busca das melhores embalagens e campanhas de marketing para a

distribuição e venda dos produtos (HIRAKUTA, 2008).

Com o alto consumo de cosméticos é necessário o desenvolvimento de novos produtos

com tecnologia avançada para agradar os mais diversos públicos. Um dos principais focos das

pesquisas para desenvolvimento e inovação, atualmente, é a nanotecnologia. Há altos

investimentos nessa área de pesquisa e estudos apontam que superam 2 bilhões de dólares por

ano e seu desenvolvimento tem sido denominado como uma revolução tecnológica, que

cresce de forma rápida e ampla, objetivando uma estratégia para as economias desenvolvidas.

Estima-se que entre os anos de 2010 e 2015 foram investidos 1 trilhão de dólares em

pesquisas na área de nanotecnologia (RAMOS, 2016).

A nanotecnologia é a parte da ciência que permite a manipulação de átomos ou

moléculas, utilizando a física, química e biologia para alterar o tamanho das partículas e sua

superfície de contato. A vantagem da aplicação de nanotecnologia em cosméticos é que esta

possibilita a integração das nanopartículas neste tipo de produto, como por exemplo, em

cremes. Com isso, consegue-se penetrar com mais profundidade na pele, ultrapassando as

barreiras alcançando a camada interna (derme) e potencializando os efeitos do hidratante,

além de promover a estabilidade dos componentes da formulação (TECNOLOGIA, 2016).

14
A produção de cosméticos com essa tecnologia está mundialmente inserida na

indústria de formulações convencionais, proporcionando uma linha de produtos diferenciados,

classificado como um setor específico da indústria química (BARIL, 2016).

Com o passar dos anos é possível observar certas mudanças no organismo e uma das

principais transformações, são as que ocorrem na pele. A mesma torna-se mais frágil, seca,

enrugada e consequentemente pode apresentar manchas em coloração acastanhada escura. A

maior parte das transformações são naturais, inevitáveis e inofensivas, podendo ser prevenidas

e tratadas com uso de produtos que inibem ou controlam o efeito do tempo sob o corpo

humano (INTEGRADA, 2016).

De acordo com o problema apresentado, será pesquisada a aplicação de Resveratrol,

composto fenólico que contém propriedades antioxidantes, devido sua estrutura onde radicais

livres são estabilizados pela ressonância do anel aromático. Esse componente apresenta

suscetibilidade à fotodegradação a qual pode ser controlada através da nanoencapsulação

(OLIVEIRA, 2016).

Sendo assim, como objetivo deste projeto tem-se promover a comparação entre dois

métodos de veiculação para nanoencapsular o composto resveratrol em uma aplicação de

dermocosmético, fazendo comparativos entre custo benefício de se utilizar estes métodos para

a produção quando comparados com outros cremes comercializados atualmente.

A importância desse trabalho se reflete na necessidade de um dermocosmético, que

ajude na prevenção dos efeitos causados pelos envelhecimentos naturais e forçados, já que as

mulheres e homens preocupam-se com o aspecto e qualidade da pele ao longo do tempo.

Será elaborada uma pesquisa sobre nanotecnologia, a qual irá proporcionar os

conhecimentos básicos para a aplicação de um novo componente utilizando essa tecnologia

15
inovadora para solucionar o problema em questão, objetivando o uso da nanotecnologia para

encapsular o composto fenólico, Resveratrol, aplicando-o em um dermocosmético para o

combate ao envelhecimento da pele.

16
2 OBJETIVO

O objetivo do projeto é comparar dois métodos de veiculação para a aplicação do

composto ativo resveratrol em um dermocosmético. A nanotecnologia será utilizada para

promover a microencapsulação do composto fenólico resveratrol. A comparação será feita

para verificar os benefícios e vantagens de cada um dos métodos para o preparo da

formulação dermocosmética para proporcionar melhor absorção e aproveitamento do

componente aplicado.

17
3 JUSTIFICATIVA

Diante de um mercado altamente competitivo de cosméticos que apresenta

crescimento de forma rápida, a inovação no segmento será vantajosa, pois o investimento

trará benefícios tanto para a manufatura quanto para o consumidor final, sendo a

nanotecnologia a estratégia de mercado para o desenvolvimento do novo produto.

De acordo com as pesquisas realizadas foi percebida a deficiência no mercado de

cosméticos, pois existe a falta de produtos com aplicação de tecnologias avançadas que

promovem efeitos de forma rápida e com maior eficácia. Com esse trabalho é possível suprir

essa lacuna através do investimento na nanotecnologia, o que irá revolucionar o mercado atual

de cosméticos, como um nanocosmético.

As vantagens da aplicação da nanotecnologia são: liberação eficiente do ativo na pele,

maior área superficial proporcionando absorção de forma rápida, diminuição da sedimentação

dos compostos no armazenamento, maior penetrabilidade na pele conseguindo assim que

chegar a camada mais profunda da pele, os elementos contidos na formulação são mais

seguros e eficazes, além da melhor espalhabilidade do dermocosmético.

Por esse motivo, há necessidade de pesquisas nessa área continuarem sendo o foco

explorado para que novos produtos possam surgir no mercado, garantindo a qualidade,

eficácia e segurança dos cosméticos para suprir a falta desse tipo de produto no mercado

(GONÇALVES, 2016).

De acordo com os dados obtidos é possível notar que com 49% o creme hidratante é o

mais popular quando comparado com creme multifuncional apresentando 38% e de limpeza

para o rosto com 36%. Por mais que os cosméticos estejam entre os produtos de higiene

pessoal e perfumaria com 28%, o consumo no país é relevante (ABIHPEC, 2013).

18
Visto que consumidores de creme hidratante que contenha alguma função além de

hidratação são mulheres, a pesquisa revela que mulheres com até trinta anos devem ter os

cuidados básicos de limpeza de pele e uso de filtro solar. A partir dos trinta anos, é necessário

que os cuidados comecem com produtos que estimula a renovação celular e com a

propriedade clareadora. Depois do quarenta anos os cuidados devem ser redobrados com

componentes que ajudam manter a estrutura da pele, além da renovação celular. Após os

cinquenta anos, o produto deve contém compostos que previna a flacidez com função

reparadora dos danos causados pelo envelhecimento natural da pele (CARASCO, 2015).

Como a grande parte da população tem vaidade e se preocupa com a qualidade da

pele, o nanocosmético é destinado a um público alvo específico: mulheres acima de trinta

anos, podendo atingir as mulheres com idade entre vinte e trinta anos, até mesmo homens e

diabéticos.

De acordo com os dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil

apresenta 13 milhões de pessoas detectadas com diabetes, caracterizando 6,9% da população

com a doença, porém os casos crescem cada vez mais e com maior rapidez. A doença origina

impactos negativos perceptíveis na pele como a perda de espessura e elasticidade, cicatrização

lenta, frieiras e micoses, por esse motivo é necessário a utilização de produtos que apresentem

algum componente que irá regenerar e hidratar a pele, como este dermocosmético, por

exemplo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2016).

Por esses motivos, houve a escolha do resveratrol dá-se ao fato do mesmo ser um

composto fenólico com propriedade antioxidante que inibe a formação de radicais livres,

devido seu alto poder oxidativo. A aplicação da nanotecnologia a esse componente é pela sua

difícil estabilidade físico-química, sendo assim a nanoencapsulação aumenta e potencializa as

19
propriedades do composto escolhido que será aplicado em um creme hidratante, colaborando

com a minimização dos efeitos causados pelo envelhecimento da pele.

O desenvolvimento da pesquisa será importante, pois proporcionará um

dermocosmético de alta tecnologia que previne e combate os aspectos causados pelo

envelhecimento da pele, trazendo mais benefícios quando comparado com os produtos

existentes no mercado como: maior penetrabilidade e absorção do creme, menor perda das

características e propriedade dos compostos da formulação, facilidade de aplicação, além da

diminuição das manchas causadas pelo envelhecimento da pele.

20
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Fundamentos da pele

Para o melhor entendimento dos efeitos causados pelo dermocosmético, é necessário

ter um conhecimento prévio sobre a pele e suas estruturas, pois, ele será o órgão que receberá

o nanocosmético. Sendo assim o início do estudo será pelo sistema tegumentar (conjunto de

estruturas que formam o revestimento externo dos seres vivos, onde podemos obter os pelos,

unhas e glândulas), o qual a pele é o principal componente, promovendo tanto proteção

quanto isolamento necessário ao funcionamento adequado dos sistemas do corpo humano.

A pele é o maior órgão do organismo humano e, tem como principal função revestir e

modelar o corpo, funcionando como a barreira entre os meios externos e internos. Assim, a

mesma determina o aspecto e aparência, caracterizando e diferenciando raças, sexo e idade de

cada ser humano. Além disso, é um órgão que apresenta outras funções, como resistência,

flexibilidade, impermeabilidade, capacidade de auto reparação, sensorial e imunológica onde

é possível fazer a manutenção de homeostasia da temperatura corporal (SANTOS, 2009).

A pele funciona como envoltório dos tecidos e fluidos do organismo, formando uma

barreira protetora contra ações de agentes biológicos, físicos e químicos por apresentar muitas

funções. Sendo assim, é responsável pela proteção mecânica dos órgãos e músculos do corpo

humano, impedindo a ruptura dos tecidos durante a sua movimentação. Apresentam também

propriedades plásticas que dão elasticidade, flexibilidade e resistência aos seres. E, além

disso, é uma barreira térmica, protegendo os órgãos internos contra as radiações (SANTOS,

2009).

É considerada como barreira microbiológica dos seres, pois as secreções das glândulas

sebáceas e sudoríparas, glândulas responsáveis pela lubrificação e eliminação de secreção


21
respectivamente, contém substâncias que são capazes de matar os microrganismos. Além de

que as secreções apresentam o pH ácido, na faixa entre 3 e 5, inibindo o crescimento e

proliferação de várias espécies de microrganismos (AMABIS, 2006).

É o principal órgão do sistema que regula a temperatura corporal em aproximadamente

37ºC, pois recebe impulsos do sistema nervoso provocando a dilatação dos vasos sanguíneos,

fazendo com que ocorra uma circulação de sangue na pele (AMABIS, 2006).

Apresenta também a função sensorial, pois contém muitas terminações nervosas as

quais são capazes de captar diferentes estímulos como: dores, diferenças de temperaturas e

sensações. É uma barreira física e química a entrada de substâncias estranhas no organismo,

porém pode facilitar a passagem de substâncias, desde que, utilizados compostos com elevada

lipossolubilidade (SANTOS 2009).

A anatomia da pele é formada por três camadas de tecido com funções distintas,

porém, interligas chamadas de hipoderme, derme e epiderme, como pode ser observado na

Figura 1.

A Hipoderme é a camada mais profunda constituída por tecido gorduroso servindo

apenas como ligamento entre a pele e os órgãos internos do organismo. A camada

intermediária chama-se derme e é vascularizada. E a camada externa é a epiderme, a qual é

uma barreira de defesa apresentando-se em constante renovação. É possível encontrar

características anatômicas diferenciadas entre os indivíduos: lisa ou rugosa, grossa ou fina,

firme ou flácida, com ou sem pelos e com coloração sendo elas clara, intermediária ou escura

(PIRES, 2016).

22
Figura 1. Anatomia estrutural da pele humana (SANTOS, 2009).

4.1.1 Hipoderme

É a camada mais profunda da pele, composta basicamente por células de gordura. Sua

espessura é variável, de acordo com a composição mássica da pessoa, já que representa

metade da gordura apresentada no organismo. Ela proporciona o ligamento entre a derme e

epiderme com os órgãos internos do corpo humano. Entretanto esta camada mantém a

temperatura corporal e acumula energia para as funções biológicas de todo o organismo

(INTEGRADA, 2016).

4.1.2 Derme

É a camada intermediária da pele, formada por fibras de duas proteínas colágeno e

elastina as quais proporcionam elasticidade e equilíbrio para a pele. Apresenta grande

quantidade de vasos sanguíneos e terminações nervosas. É nesta camada que podem ser

encontrados os folículos pilosos, nervos sensitivos e as glândulas tanto sebáceas quanto

sudoríparas (INTEGRADA, 2016).

A derme se divide em duas camadas: derme reticular (profunda) e derme papilar

(superfície). A derme reticular é a principal camada da derme, constituída com a epiderme


23
onde há predominância de tecido denso e irregular onde há fibras elásticas e colágenas. Já a

derme papilar, é constituída por tecido conjuntivo laxo, onde apresenta menos fibras e contém

muitos vasos sanguíneos, quando comparada com a reticular, o que proporciona fornecimento

de nutrientes à derme, remoção de produtos de excreção e regulagem de temperatura do corpo

(SANTOS, 2009).

4.1.3 Epiderme

É a camada de tecido epitelial que é constituída por várias camadas de células

sobreposta umas as outras, com boa aderência localizada na parte superficial da pele. É

constituída por quatro tipos de camadas distintas: (1) camada germinativa ou basal a qual é

formada por células que se dividem (através da mitose) empurrando as células mais antigas

para a superfície corporal que se regeneram e reestruturam-se de maneira constante

produzindo uma proteína fibrosa e resistente, queratina, (2) camada espinhosa, localizada

acima da camada germinativa, que contém células unidas, (3) camada grânulos onde as

células se compactam através da queratina sobrepondo a camada espinhosa (4) camada

externa conhecida como córnea que é proveniente de células mortas que são substituídas a

cada três semanas. É possível observar a divisão dessas camadas na Figura 2 (OLIVEIRA,

2010).

A epiderme não é muito espessa encontrada na superfície da pele onde as células mais

comuns encontradas são de queratinócitos. É avascular, pois não apresenta vasos sanguíneos

em sua composição e é alimentada através dos nutrientes sintetizados nas células. Esta

camada apresenta três tipos de células os melanócitos, as de células de Langerhans e de

Merkel (UNICAMP, 2016).

24
Figura 2. Divisão das camadas encontradas na Epiderme (BIASUTTI, 2014).

Os queratinócitos constituem a maioria das células, que estão dispostos em cinco

camadas distintas que precisam ser renovadas de forma contínua devido ao fato de que estas

descamam com facilidade. A partir da divisão celular, há formação de novas células de

queratinócitos que vão para a superfície. Quando as mesmas estão próximas da superfície as

células já existentes morrem, ocorrendo o descamamento (UNICAMP, 2016).

Os melanócitos penetram no interior das células originárias dos pelos e entre as

camadas germinativa e espinhosa da pele. Esta substância apresenta duas funções: (1)

Protetora, pois absorve parte da radiação ultravioleta da luz solar e neutraliza os radicais

livres, compostos de caráter prejudicial que se formam quando há danificação pela radiação

ultravioleta e (2) Promove a coloração da pele através da quantidade de melanina, quanto

maior concentração de melanina mais escura é a pele (AMABIS, 2006).

Além destas há outros dois tipos de células encontradas na epiderme: células de

Langerhans e Merkel. A primeira reconhece e distingue os agentes estranho alertando o

sistema imunológico para agir contra os invasores corporais, já a segunda percebe estímulos

mecânicos e os transmite para as fibras nervosas.


25
É na epiderme que podemos observar o envelhecimento dos tecidos, pois os mesmos

passam por mudanças consequentes da atuação de forças intrínsecas e extrínsecas do

ambiente. Como o suporte que promove a estruturada derme vai se perdendo conforme o

passar dos anos, tornando-se menos elástica, mais fina e menos resistente as alterações

mecânicas já a epiderme apresenta tendência de se tornar mais seca, flácida, muito fina e com

demora na cicatrização de ferimentos. O colágeno, presente na pele, também sofre mudanças

com o avanço da idade alterando assim sua característica física e diminuição da solubilidade

da molécula de proteína essencial, contudo a rigidez do tecido se dá ao fato de que o colágeno

fica mais estável, pois aumenta as ligações covalentes e diminui a atividade metabólica da

pele provocando a perda de elasticidade do composto mencionado (COUTO, 2016).

O envelhecimento da pele é considerado como natural fisiológico da pele e alterações

decorrentes de fatores ambientais, principalmente pela irradiação da luz solar. Todos os

indivíduos estão submetidos a esse tipo de alteração que é evidenciada após a terceira década

de vida. Se manifesta através do aparecimento de rugas e linhas de expressão, ressecamento,

flacidez, hipo e hiper pigmentação e mudanças de espessura da pele (MELLO, 2008).

A partir da preocupação com a prevenção e tratamento da pele, há várias teorias que

procuram explicar o fenômeno de envelhecimento dos tecidos como o relógio biológico,

teoria genética que relaciona a capacidade de divisão com renovação celular, teoria do

acúmulo de determinado produto de metabolismo no interior das células, alteração celular

através de radicais livres ou substâncias tóxicas que são produzidas diminuindo a capacidade

elástica da pele. De todas essas, a teoria que está em evidência á o relógio biológico, pois tem

a capacidade de determinar quando se inicia o envelhecimento da pele, pois as características

são aparentemente visíveis (MELLO, 2008).

26
4.2 Cosméticos

A utilização dos cosméticos iniciou-se na pré história onde os povos usavam sementes,

cascas de árvores, folhas e orvalhos para pintar seus rostos e corpos. De acordo com a

história, tudo indica que os povos egípcios foram os primeiros a usar os cosméticos em uma

escala maior, pois usavam óleos de castor e bálsamo e tinham o costume de tomar banho com

sabão, mistura perfumada a base de cinzas ou argila que eram produzidos por eles mesmos.

Este povo é muito vaidoso por isso faziam uso de minérios (cobre e sulfeto de mercúrio) para

pintar os olhos e outras partes do corpo, originando assim as características étnicas que

conhecemos hoje. Os cosméticos tinham as principais funções de disfarçar defeitos físicos,

sujeita e mau odor dos corpos. Evoluíram muito e atualmente utilizam muita tecnologia em

sua produção (TREVISAN, 2011, GALEMBECK, 2016).

Com o passar dos anos e a evolução dos povos e culturas, a importância com a higiene

e vaidade tiveram grande crescimento, por esse motivo as indústrias começaram a evoluir e

aumentar os investimentos para suprir as necessidades de beleza, limpeza e cuidados com o

corpo dando origem ao que conhecemos como cosméticos (GALEMBECK, 2016).

A palavra cosmetologia foi citada pela primeira vez pelo doutor Aurel Voin, durante

um Congresso Internacional de Dermatologia, realizado em Budapeste no ano de 1935. Ele

afirmou que cosmetologia é o conjunto das ciências do embelezamento e suas implicações

dermatológicas, biológicas, químicas, farmacêuticas, médicas e médico-sociais (TREVISAN,

2011).

No Brasil, os cosméticos são considerados produtos para higiene e cuidados pessoais e

são controlados pela Câmara Técnica de Cosméticos da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (CATEC/ ANVIA) através da resolução da legislação RDC nº 211 de 14 de julho de

2005, que define como sendo todos os produtos de uso pessoal e perfumes, constituídos por
27
substâncias naturais ou sintéticas para uso externo nas diversas partes do corpo com o

objetivo exclusivo ou parcial de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência, corrigir odores

corporais e protegê-los ou mantê-los em bom estado (GALEMBECK, 2016).

De acordo com as Resoluções RDN nº 79/2000 e 335/1999 os cosméticos são

divididos em quatro categorias de classificação e dois grupos de riscos de acordo com

controle de qualidade. As categorias são: produtos de higiene, cosméticos, perfumes e

produtos para bebês (GALEMBECK, 2016).

O grupo de nível 1 corresponde aos produtos que apresentam o risco mínimo, ou seja,

todos aqueles que possuem propriedades básicas e que não necessitam de informações

detalhadas tanto ao seu modo uso quanto restrições. Neste grupo podem-se encontrar

maquiagens, perfumes, sabonetes, shampoos e condicionadores, cremes dental e de barbear,

creme hidratante para o corpo, talcos perfumados, sais de banho entre outros (GALEMBECK,

2016; ANVISA, 1999).

Contudo, o grupo de nível 2 consiste nos produtos de risco potencial, pois necessitam

de indicações específicas por apresentarem rigorosidade no processo de inspeção antes da

liberação para comercialização, além de informações quanto ao modo de uso e restrições.

Neste grupo estão os desodorantes, shampoos anticaspa, protetores labial e solar, cremes

depilatórios, esmaltes, óleos corporais incluindo produtos para bebês (GALEMBECK, 2016;

ANVISA, 1999).

A revista norte americana, WWD Beauty Biz, lista as maiores indústrias de cosméticos

e faz um rancking, Beauty’s Top 100, com as marcas que mais faturam no mercado. A

empresa L’Oréal faturou 24,6 bilhões de dólares em 2009 com suas vendas de cosméticos

sendo assim, fica a frente de Procter & Gamble, Unilever, Estée Lauder e Avon. A Natura é a

28
primeira indústria brasileira que foi listada aparecendo na décima quinta colocação

(TREVISAN, 2011).

4.3 Dermocosméticos

Com a procura de produtos que apresentam funções além de embelezamento e

limpeza, atualmente surgiram formulações complexas que são chamadas de cosmocêuticos,

dermocosméticos ou cosméticos funcionais que são produtos de uso pessoal que atuam

beneficamente no organismo humano, causando alterações positivas e duráveis na pele. A

diferença se dá pela adição de substâncias químicas como matéria prima na formulação do

produto como colágeno, cafeína, nanopartículas entre outros (GALEMBECK, 2016).

Este tipo de produto é formulado e desenvolvido a partir de muitas pesquisas

científicas e requer testes laboratoriais antes da liberação para comercialização. É comumente

utilizado no tratamento e prevenção dermatológico de acne, antienvelhecimento, celulite,

hidratação, manchas e rugas (GLAM MAG, 2016).

Os dermocosméticos recebem o registro de grau 2 na Agência Nacional de Vigilância

Sanitária, pois são considerados como cosméticos mas apresentam comprovações científicas

dos efeitos e segurança do produto antes da sua comercialização e uso. Portanto, são

classificados como produtos intermediários entre os cosméticos e os medicamentos (RAMOS,

2012).

Para atingir o seu objetivo e permanecer na classe de formulações funcionais, os

cosmocêuticos, como também são chamados, não apresentam compostos prejudiciais ao

organismo como aromatizantes, corantes, não obstruem os poros, são sempre testados em

peles de caráter sensível e geralmente são produzidos com água termal, ou seja, esta água

29
apresenta propriedades terapêuticas, pH neutro e não é tratada quimicamente, melhorando

assim os estágios inflamatórios e de irritação da pele (SANTOS, 2011).

4.4 Creme Hidratante

Os cremes hidratantes são emulsões que apresentam duas fases com caráter não

miscível entre si, mas com adição de um emulsionante, é possível obter um sistema

homogêneo. É necessário que apresente uma finalidade para o uso, facilidade de absorção e

não podem provocar alergia nos consumidores, de acordo com o ponto de vista químico.

Enquanto para os médicos e cosmetólogos não devem ser irritantes, ou seja, não deve agredir

a pele, provocando lesões avermelhadas. Também é necessária a estabilidade para que seus

compostos permaneçam sempre homogêneos, não podem ser facilmente degradados,

formulação deve ser compatível com compostos ativos e aditivos inseridos e apresentar

facilidade de absorção pela epiderme (MOTTA, 2007).

O principal objetivo do uso de um hidratante corporal é evitar a perda de água e o

ressecamento da pele. O creme possibilita a retenção de água na pele, ou seja, mantém a pele

hidratada evitando o processo de perda excessiva de água. É necessário o uso deste tipo de

produto, pois a quantidade de água encontrada na pele é maior quando comparada com o

ambiente fazendo com que ocorra a evaporação. Além do ressecamento causado por outros

produtos de higiene, como por exemplo, os sabonetes (FOGAÇA, 2016).

Os cremes hidratantes podem ser encontrados em dois tipos de emulsões: (1) óleo em

água e (2) água em óleo definidas como:

1. Na emulsão óleo em água, a água é capaz de englobar a partícula de óleo. É utilizada

principalmente para produtos que não possibilitam o aspecto engordurante, como

cremes para o uso durante o dia. São facilmente laváveis com água e durante o

30
momento da aplicação podem aparecer manchas esbranquiçadas desaparecendo após a

absorção total. Apresentam secagem rápida e formação de película protetora na pele

(MOTTA, 2007).

2. Na emulsão água em óleo, o óleo envolve a água. É utilizada em cremes que

apresentam efeito engordurantes e deixam a pele com característica brilhante e com

maior viço, o maior uso é para produção de cremes noturnos, tratamento de estrias e

celulite e massagem. Sua característica é mais emoliente e são mais difíceis de lavar

com água. A secagem é mais demorada e forma uma película protetora mais grossa

após a utilização deste tipo de emulsão quando comparado com o anterior (MOTTA,

2007).

As formulações dos cremes hidratantes podem ser bastante complexas, sendo assim

podem estar vários componentes presentes como descritos nos tópicos que seguem.

4.4.1 Agente Antienvelhecimento e Bloqueadores de Ultravioletas

As reações de oxidação são irreversíveis, pois a pele humana é muito sensível a luz

tanto solar quanto artificial e os efeitos sobre a mesma variam em função do tempo de

exposição, sendo acumulado ao longo dos anos.

Os raios infravermelhos danificam a pele através da desidratação pelo calor, onde

acontece rapidamente a evaporação da água presente no corpo, podendo chegar a queimaduras

de segundo e terceiro grau.

Quando os raios ultravioletas (UV) atingem as células saudáveis, os mesmos podem

quebrar o DNA causando a destruição e o envelhecimento precoce da pele. A quebra do DNA

não necessariamente destrói as células, mas pode causar a mutação e mudança do código

genético originando o câncer (GALEMBECK, 2016).

31
O escurecimento da pele acontece devido a produção de melanina, pigmento escuro de

composição química que determina a cor da pele e a resistência humana a radiação

ultravioleta, que é conhecido como bronzeamento. Este processo é a reação da pele ao

envelhecimento acelerado causado pelos raios, quando associado a um processo de beleza,

porém a exposição ao sol não pode ser evitada por completo, pois o organismo humano

necessita dos raios ultravioletas para sintetizar a vitamina D que é essencial na formação dos

ossos. Por esse motivo, a exposição ao sol deve ser controlada e protegida com o uso de

filtros solares e bloqueadores antienvelhecimento, para retardar o processo de envelhecimento

da pele, tornando-a mais saudável (GALEMBECK, 2016).

Portanto, é necessário a adição de agentes antienvelhecimento e bloqueadores de raios

ultravioletas tanto em filtros solares quanto em cremes hidratantes que são utilizados

diariamente por grande parte da população, dando origem a muitas pesquisas com diversos

compostos para proteger e minimizar os efeitos causados pelos raios na pele.

As principais substâncias utilizadas em cosméticos e protetores solares são:

betacaroteno (pigmento alaranjado), retinol (vitamina A), tocofenóis (vitamina E) e óxidos de

titânio e zinco (GALEMBECK, 2016).

4.4.2 Aromatizantes e Flavorizantes

Os aromatizantes são as substâncias que conferem e intensificam o aroma de qualquer

tipo de formulação. Os flavorizantes são substâncias naturais ou sintéticas que transmitem ou

exaltam o aroma dos produtos. Aromatizantes e flavorizantes pertencem a duas categorias

distintas: naturais ou sintéticos (PINTO, 2005).

O aroma natural é aquele que foi elaborado a partir do uso exclusivo de matéria prima

aromatizante natural ou produto aromatizador natural. Enquanto o aroma sintético é aquele

32
em que para a produção foi necessário o uso de substâncias aromatizadoras artificiais, ou seja,

houve a adição de substância aromática idêntica ao natural (PINTO, 2005).

Os principais aromatizantes e flavorizantes encontrados em cosméticos são: óleo

essencial de flores, frutos, folhas e cascas de árvore, álcoois (benzílico), cetonas e aldeídos

(GALEMBECK, 2016).

4.4.3 Antioxidante

São substâncias capazes de atrasar ou inibir a oxidação das estruturas celulares como

DNA, proteínas e lipídeos encontrados no corpo humano. Estes compostos químicos são

facilmente oxidados quando comparados com as estruturas presentes nas células. Sua

principal função é proteger as células sadias do organismo contra a ação oxidante dos radicais

livres, ou seja, reagem com os radicais livres antes deles degradarem as células (SARTORI,

2010).

Uma das maiores causas do envelhecimento da pele é a desorganização do mecanismo

de defesa antioxidante dando origem as doenças na superfície cutânea, ou seja, os resultados

deste desequilíbrio são os danos nas estruturas presentes nas células. De acordo com o estudo

realizado em 2002, 80% dos sinais visíveis causados no envelhecimento da pele são

provocados pelos raios ultravioletas e pelos radicais livres que são formados a partir da

exposição ao sol, pois o raio contém as radiações ultravioletas A, B e C as quais estimulam a

formação de radicais livres (CARDOSO, et al., 2007).

A adição de um antioxidante na formulação de um cosmético reduz os danos

oxidativos induzidos principalmente pela radiação ultravioleta, porém esta proteção se torna

mais eficaz quando atinge a camada mais profunda da pele (CARDOSO, et al., 2007).

Os antioxidantes são encontrados em dermocosméticos e filtros solar, pois o agente

agressor é a radiação solar. Os principais antioxidantes encontrados nas formulações desses

33
produtos são: vitaminas C (ácido ascórbico) e vitamina E (α-tocofenol), compostos fenólicos

(resveratrol e ácido cafeico) e alguns carotenoides (licopeno e β-caroteno) (CARDOSO, et al.,

2007).

4.4.4 Base Oleosa

Muitas substâncias usadas na formulação dos hidratantes são insolúveis em água, mas

são dissolvidas por óleos. As bases oleosas encontradas de forma mais comum neste tipo de

produto são óleos vegetais como: oliva, soja e amêndoa (GALEMBECK, 2016).

A principal função da bale oleosa é a sensação de oleosidade ou hidratação da

formulação além do espalhamento e solubilidade de outras substâncias. Essas propriedades

são determinadas, pois quando os ingredientes líquidos são aquosos e apresentam solubilidade

em água, os mesmos apresentam insolubilidade em óleos, formando assim a emulsão

(GALEMBECK, 2016).

4.4.5 Conservadores

Os conservadores são substâncias que impedem ou retardam as alterações nas

formulações dos produtos por agentes físico-químicos e/ou biológicos. Essas alterações são

conhecidas como deterioração. Existem alguns fatores que devem ser levados em conta para a

escolha correta de um conservador, como: pH, composição do produto, atividade de água,

nível de contaminação do produto, tipo de microrganismo que pode ser encontrado na

formulação, impacto sensorial e custos (PINTO, 2005).

Os principais conservadores encontrados nas formulações de hidratantes são: ácido

benzóico, benzoato de sódio e sorbato de potássio (GALEMBECK, 2016).

Os conservadores citados são utilizados na forma de sais pelas relações de solubilidade

e característica sensorial, ou seja, aspecto que confere ao dermocosmético. O mecanismo de

34
ação acontece através da redução do pH acarretando o aumento de moléculas que penetram na

membrana celular a qual inibirá o crescimento microbiano. O maior bloqueio de crescimento

ocorre quando o pH apresenta inferior a 5,5 por esse motivo são utilizados principalmente

para a inibição de bolores e leveduras (PINTO, 2005).

Bolores são células cilíndricas formadas por filamentos chamados de hifas que quando

crescem se ramificam, conforme é possível observar na Figura 3. Apresentam crescimento em

condições favoráveis de temperatura entre 25 e 35ºC e pH variando entre 2,0 a 8,5 (BORGES,

1999).

Figura 3. Crescimento microbiológico de Bolores (3M, Food Safety, 2016).

Leveduras são fungos unicelulares com forma variada esférica, oval e filamentosa e

crescem de forma rápida e se reproduzem mais rápido quando comparadas com bolores,

podendo ser observadas na Figura 4. O seu crescimento acontece nas condições favoráveis de

temperatura entre 25 e 28ºC e pH entre 4 e 4,5 (BORGES, L. R., 1999).

Figura 4. Crescimento microbiológico de Leveduras (3M, Food Safety, 2016).

35
4.4.6 Controlador de pH

Toda e qualquer formulação dermocosmética confere um pH final, podendo ser ou

não apropriado para o uso tópico do produto. Portanto é necessário que ocorra a correção

desta concentração para que o uso do cosmocêutico seja adequado. Para que esta modificação

seja feita é necessário o uso de agentes que mantém ou modificam o pH do cosmético

funcional.

O ácido cítrico, ácido encontrado naturalmente em muitas plantas e frutas, é o mais

utilizado em cosmetologia para as correções de pH, podendo ser encontrado principalmente

em cremes, loções e sabonetes líquidos. É um ácido hidroxicarboxílico, ou seja, apresenta o

grupo funcional aldeído o qual transforma essa molécula em um ácido carboxílico redutor.

Como apresenta solubilidade em água, facilita a incorporação na formulação (PEDRO, 2016).

4.4.7 Emoliente

É uma mistura de gorduras denominada como ácidos graxos e seus ésteres, que são

produzidos através do processo de esterificação. Por apresentar longas cadeias com

extremidades polares que se ligam com as moléculas da água, permite que a sua atuação seja

como o hidratante nas formulações. O principal emoliente utilizado nas produções de

dermocosmético é a lanolina, um subproduto da limpeza da lã do carneiro (FOGAÇA, 2016).

4.4.8 Pigmento

Os pigmentos podem ser classificados de acordo com o ponto de vista biológico:

compostos químicos que conferem cor a quase todo tipo de células dos seres vivos. Também

pode ser descrito de acordo com o ponto de vista químico: compostos orgânicos e inorgânicos

encontrados no meio, porém os mais utilizados são os orgânicos, pois apresentam capacidade
36
de absorver comprimentos de onda de luz visível de maneira bem definida originando a

coloração (PINHEIRO, 2016).

Esta matéria prima determina a característica visual atribuindo coloração para as

formulações cosméticas. Este tipo de composto apresenta um valor elevado e é controlado

dentro das fórmulas desenvolvidas.

Os mais comuns na natureza, são os pigmentos carotenoides, flavonoides e porfirinas.

Os carotenoides são responsáveis pelos tons de alaranjado, amarelado e avermelhado de frutas

e gordura da carne animal. Flavonoides são corantes característicos das flores, conferindo cor

amarela, azul, laranja, rosa e vermelho. As pirofinas podem ser encontradas tanto na clorofila

quando na hemoglobina, responsáveis pelos tons de verde e vermelho respectivamente

(PINHEIRO, 2016).

4.4.9 Umectante

São substâncias higroscópicas, ou seja, contém a propriedade de reter as moléculas de

água na pele e nos cosméticos funcionais. Apresenta como principais funções: diminuição da

perda de água dos produtos fazendo com que não ocorra a formação de crostas na área

superficial da emulsão, facilidade de distribuição e ação lubrificante dos cremes na pele e

retém a umidade da prevenindo o ressecamento da epiderme (PEDRO, 2016).

Na formulação dos dermocosméticos, o umectante é adicionado para melhorar o

aspecto e a consistência do produto, além de ser utilizado para a conservação do mesmo,

evitando a cristalização de loções e sabonetes corporais. Os mais utilizados nos cosméticos

funcionais é a glicerina e o colágeno, pois sua molécula é capaz de fazer ligações de

hidrogênio tanto com suas próprias moléculas quanto com a água. Em temperatura ambiente

apresenta-se de forma bem viscosa fazendo com as moléculas fiquem bem aderidas

(FOGAÇA, 2016).

37
4.5 Nanotecnologia

A nanotecnologia é a parte da ciência que permite a manipulação de moléculas e

átomos fazendo uso de técnicas biológicas, físicas e químicas as quais proporcionam a

alteração do tamanho das partículas para o aumento da superfície de contato. Com o uso desta

metodologia muitos produtos foram modificados para melhorar sua qualidade, incluindo os

cosméticos como: dermocosméticos antienvelhecimento, protetor solar, shampoo e

maquiagens. Esta técnica é denominada como a revolução industrial na área da beleza

(TECNOLOGIA, 2016).

Esta tecnologia tem como base as estruturas coloidais com dimensões entre 0,1 e 1000

nanômetros, conhecida como nanopartículas que podem ser preparadas por diferentes

métodos e com diferentes tipos de materiais como: polímeros, macromoléculas, metais e

lipídeos. São desenvolvidos nanossistemas a partir de matérias primas distintas destacando-se:

nanoemulsões, nanopartículas, lipossomas e fulerenos podendo ser encontrados em uma

grande variedade de cosméticos (SANTOS, 2009).

O motivo da escala ser manométrica é dado pela razão entre a superfície e o volume na

interação com as biomoléculas, vetorização do composto ativo, diminuição dos efeitos

adversos e otimização do efeito nos dermocosméticos (BARRADAS, 2013).

No Brasil a nanotecnologia começou a tomar forma e reconhecimento a partir do ano

de 2001 quando o Governo Federal lançou o primeiro edital brasileiro da Nanociência e

Nanotecnologia para a formulação de redes coorporativas nesta área. As áreas de tecnologia

da informação e eletrônicos a base de nanotecnologia já apresentava utilização desde a década

de 60 e a partir de 1980 as pesquisas começaram a ser mais efetivas (REIS, 2016).

38
Trata-se de uma área que apresenta crescimento e desenvolvimento rápido, pois está

associada a muitas vantagens e havendo estudos para sua aplicação nas áreas da cosmetologia,

farmácia e medicina.

As vantagens da nanotecnologia aplicada aos dermocosméticos são: liberação eficiente

do ativo na pele, absorção de forma rápida devida maior área superficial de contato,

diminuição da sedimentação dos compostos durante o armazenamento do produto, maior

penetrabilidade na pele, pois é absorvida até a derme, maior segurança e eficiência dos

elementos contidos na formulação, melhor espalhabilidade do cosmético, maior estabilidade

físico-química da formulação, devido ao fato de ser possível integrar nanopartículas aos

dermocosméticos.

Em meio a muitas vantagens existe a preocupação com as desvantagens, que quando

comparadas são poucas, mas devem ser levadas em conta. Por ser uma tecnologia em

dermocosméticos que se apresenta em desenvolvimento, pode oferecer riscos como a

intoxicação tópica (alergia), podendo ser causada por alguns compostos devido alta

capacidade de penetração das nanopartículas na pele, além da intoxicação através da inalação

dessas partículas. Portanto, antes do consumo de qualquer produto que utilize a

nanotecnologia é necessário o conhecimento sobre os compostos contidos na formulação e

sobre a empresa que o produz (TECNOLOGIA, 2016).

Devido a deficiência de absorção, ou seja, dificuldade dos ingredientes ativos da

formulação da maioria dos cosméticos funcionais antienvelhecimento atravessarem as

camadas da pele e para garantir que os compostos não atinjam a circulação é necessário a

utilização de estratégias como nanossistemas para encapsular e vetoriar os ingredientes ativos,

para controlar esses dois problemas (SANTOS, 2009).

39
A indústria de cosméticos adquiriu esta tecnologia de sucesso aproximadamente 20

anos em que as nanocápsulas se tornaram sistemas interessantes de carreação e liberação dos

princípios ativos das formulações, pois ao invés de adicionado diretamente ao veículo do

produto a substância ativa é encapsulada nas vesículas manométricas (REIS, 2016).

O mercado mundial de nanocosméticos iniciou-se pela empresa francesa Lancôme,

divisão de luxo da empresa mundialmente conhecida L’Óreal, há 15 anos com o lançamento

de um creme hidratante para o rosto transportado por nanocápsulas de Vitamina E para

combater o envelhecimento da pele (REIS, 2016).

4.6 Nanoencapsulação

A nanoencapsulação é a técnica que permite o aprisionamento de compostos ativos a

partir da formação de nanopartículas. Os compostos aprisionados são conhecidos como

encapsulados, pois ficam dentro das nanocápsulas, podendo se estender desde ativos fármacos

até proteínas e enzimas (ERENO, 2011).

Portanto a nanoencapsulação é caracterizada pela formação de partículas carregadas

com princípio ativo, que apresenta variação de diâmetro entre 1 e 1000 nanômetros. É

baseada no envolvimento a incorporação ou dispersão de substâncias nos estados sólido,

líquido ou gasoso, que se encontram no interior de uma pequena vesícula com diâmetro

também na escala manométrica. A utilização desta técnica é vantajosa, pois protege os ativos

da degradação por agentes ambientais (temperatura, pH e oxigênio) e também permite a

solubilidade dos componentes que podem ser insolúveis em água (ERENO, 2011).

As nanocápsulas são formadas por uma estrutura que envolve e estabiliza a

nanopartícula, conhecida como membrana, que promove a interação com o meio em que se

encontra. Dentro dessa membrana é possível encontrar cápsulas de gordura que permitem a

40
retenção do principio ativo, que ficam dispersas dentro da nanocápsula, juntamente com o

principio ativo, conforme é possível observar na Figura 5.

Figura 5. Interior da nanopartícula (Adaptado ERENO, 2011).

4.7 Resveratrol

A descoberta do composto resveratrol foi a partir do isolamento das raízes do Veratum

grandiflorum (lírio heléboro-branco) e Polygonum cuspidatum, nos anos de 1940 e 1963

respectivamente. Esta última raiz é conhecida mundialmente por ser a fonte natural que

contém a maior concentração de resveratrol. No ano 1992 este composto foi denominado

como o responsável pela proteção cardiovascular do vinho. Em 1997 foi concluído que esta

molécula possuía muitas propriedades benéficas que inibem ou retardam os estágios de

câncer, efeito cardioprotetor além de ser um antioxidante natural que combate o

envelhecimento das células (ALVES, 2015).

O resveratrol está localizado no grupo das fitoalexinas, ou seja, é uma parte muito

importante em relação aos mecanismos de defesa das plantas. Fazem parte de um grupo de

metabolitos de baixo peso molecular que são produzidos para a defesa das plantas em relação

as lesões, microrganismos, radiação ultravioleta e exposição ao ozônio (ALVES, 2015).

Este composto natural é encontrado na Polygonum cuspidatum e na película do fruto

Vitis vinífera (uva), podendo ser fontes secundárias em jabuticaba, groselha vermelha e

41
amendoim, onde se apresenta em menor quantidade quando comparado com as duas primeiras

fontes. A partir de estudos realizados, a fonte mais comum é o vinho tinto onde apresenta

concentrações que variam entre 0,1 e 14,3 mg/L. É possível obter esse tipo de molécula a

partir da fermentação usando microrganismos e também pela síntese de compostos orgânicos

(ALVES, 2015).

No mercado é encontrado como suplemento nutricional por possuir muitos efeitos

benéficos para a saúde humana como: atividade antiviral, anticancerígeno, neuroprotetor,

antienvelhecimento além de possuir efeitos antinflamatórios. É possível encontrar como

suplemento tanto para indústria alimentícia quando cosmética (COSTA, 2012).

Esta molécula polifenóica aromática, resveratrol, é constituída por dois anéis fenólicos

ligados por uma dupla ligação e alguns dos carbonos presentes são encontrados ligados ao

grupo hidroxila, caracterizando assim o composto como fenólico, podendo ser observada na

Figura 6. Além disso, existem também três átomos de hidrogênio por molécula de resveratrol

os quais atribui a atividade antioxidante, pois são transportes de oxigênio interrompendo

assim a formação de uma cadeia oxidativa (CHANCHAY, 2011).

Figura 6. Estrutura molecular do resveratrol (DAVID, 2007).

A fórmula molecular do resveratrol é C14H12O3 e sua massa molar é 228,24 g/mol. Em

temperatura ambiente apresenta-se em forma de pó, com coloração branca e o intervalo de

fusão é entre 253 e 255ºC. É uma molécula lipofílica, ou seja, se dissolve com facilidade em

42
solventes orgânicos e é pouco solúvel em água. É extremamente sensível a radiações, quando

exposto a luz, instável e oxidável na presença de ar (PUBCHEM, 2016).

Existem estudos que comprovam que o resveratrol apresenta propriedades de filtro e

eficácia em altas temperaturas, podendo ser adicionado em formulações de filtro solar. Assim,

o produto pode proporcionar outros benefícios aos consumidores como prevenção de manchas

na pele, utilizando-se como um antioxidante na composição dos protetores solares,

significando que é um ótimo aliado na prevenção contra o envelhecimento precoce da pele

(REIS, 2016).

Por ser um composto orgânico natural, os produtos que apresentarem a molécula de

resveratrol em sua composição poderão custar 40% menos quando comparados com produtos

já existentes no mercado (REIS, 2016).

Em meio há tantos benefícios, o resveratrol também apresenta algumas desvantagens

como: baixa solubilidade em água, instabilidade química, rápido metabolismo e elevada taxa

de eliminação. Por esses motivos, é necessário que o composto tenha um sistema de

veiculação mais complexo dos já conhecidos como cápsulas e solução orgânica. Com a

aplicação dessa técnica é possível promover os efeitos biológicos e aumentar a concentração

da molécula no alvo desejado (PUBCHEM, 2016).

Para a veiculação e carregamento do composto é necessário utilizar uma das

estratégias descritas nas próximas seções.

4.7.1 Microencapsulação

A microencapsulação é uma tecnologia que permite o revestimento de partículas

sólidas, gotas de líquidos e dispersões, formando um filme protetor bem fino. Apesar de ser

uma técnica muito recente, é muito vantajosa na indústria, pois aumenta a estabilidade
43
componentes das formulações em condições ambientais como presença de luz, oxigênio e

variância de pH (BRASIL, 2013).

Esta tecnologia baseia-se na liberação dos princípios ativos, como por exemplo, fármacos,

corantes, aromatizantes e conservadores, através da aplicação na forma de micropartículas que

são divididas em dois grupos: (1) microesferas onde é possível encontrar partículas compactas

compostas por uma rede polimérica, em que a substância ativa é distribuída nos estados sólido

ou molecular e (2) microcápsulas sendo as partículas compostas por um núcleo contendo o

material ativo que é recoberto com uma camada polimérica que pode variar a sua espessura

(BRASIL, 2013).

A encapsulação melhora as características do produto produzido, pois prolonga a

estabilidade e validade, possibilita modificações insignificantes no aroma, podendo ser

utilizada até para mascarar sabores desagradáveis de formulações alimentícias

(BRASILEIRO, 2011).

4.7.2 Microencapsulação em células de levedura

Esta técnica é denominada como um novo sistema de microencapsulação onde utiliza a

levedura para o desenvolvimento de veículos. A membrana celular atua como um lipossoma

proporcionando melhoria na estabilidade do composto, aumentando a solubilidade do

composto em água, possível a partir das interações entre a molécula de resveratrol e as

proteínas da célula da levedura, conforme Figura 7 (ALVES, 2015).

Figura 7. Célula de Levedura Microencapsulada (FERREIRA, 2015).


44
4.7.3 Sistema de transferência através de nanotransportadores

 Ciclodextrinas

As ciclodextrinas são utilizadas como agentes de complexação do resveratrol,

apresentando o principal objetivo: aumentar a concentração do composto ativo em uma

solução aquosa onde as propriedades biológicas são mantidas iguais ao seu estado original

(ANSARI, 2011).

Com esta técnica é possível promover o aumento da solubilidade e estabilidade do

resveratrol, proporcionando também atraso no processo de oxidação e fotodegradação da

molécula a partir de uma boa capacidade de encapsulação (ANSARI, 2011).

 Nanopartículas poliméricas com propriedades mucoadesivas

As nanopartículas poliméricas são utilizadas principalmente na indústria de

dermocosméticos, pois proporcionam a proteção para os princípios ativos sensíveis, para a

redução de odores indesejáveis e principalmente evitar a incompatibilidade entre as matérias

primas da formulação do produto. Assim, as partículas atuam como pequenos reservatórios

liberando a substância ativa de maneira lenta. Também estão sendo estudadas como veículos

para filtros solares, pois as mesmas formam um filme protetor na superfície da pele

(epiderme) a qual controla a penetração das substâncias que estão encapsuladas (DAUDT,

2013).

Esta técnica consiste em uma matriz de origem polimérica, proporcionando a retenção

da molécula ativa, um ponto importante é que a substância não deve conter óleo em sua

composição. As nanopartículas podem encapsular compostos ativos como aromas e

vitaminas, podendo fazer com que a fragrância permaneça por mais tempo na pele após a

45
aplicação. Além de apresentar alta eficiência no clareamento e antienvelhecimento da pele,

quando as nanopartículas contêm vitaminas A, C e E, que são essenciais para a pele

(DAUDT, 2013).

A escapsulação através de nanopartículas poliméricas apresenta teor de incorporação

de 20% do composto resveratrol e apresenta eficiência de encapsulação é de 90% (ALVES,

2015).

 Lipossomas

Os lipossomas são vesículas de geometria esférica, constituídas por uma ou mais

membranas formadas por fosfolipídios que envolvem um núcleo aquoso. O principal

componente para fazer a membrana lipossoma é a fosfatidilcolina, uma proteína derivada do

ovo ou soja (CADDEO, 2008).

A técnica lipossoma é encontrada em vários produtos onde se deseja liberar o ativo

cosmético na superfície ou em outra região mais profunda da pele. Podem ser encontrados em

formulações de filtro solar, hidratante para a pele, produtos antienvelhecimento e até

maquiagem, pois aumenta a hidratação e diminui o aspecto seco da pele (DAUDT, 2013).

As vantagens da encapsulação de resveratrol por lipossoma é a proteção e aumento da

eficiência e transporte do ativo no organismo, beneficiando assim o consumidor.

Os lipossomas são incorporados em 70%, ou seja, há boa capacidade de encapsulção.

De acordo com pesquisas realizadas, a conservação do resveratrol encapsulado por essa

técnica é de 60 dias armazenado em 4ºC (CADDEO, 2008).

46
 Nanopartícula lipídica sólida

As nanopartículas lipídicas sólidas são obtidas a partir da aplicação de agitação com

alta intensidade para dispersar uma fase lipídica que será fundida em um dispersante quente,

com a adição da substância ativa, e após isso, receberá um resfriamento que irá originar os

núcleos sólidos (GOHLA, 2000).

Este processo se assemelha a uma emulsão, porém existe uma diferença básica entre

eles, pois o núcleo é formado por lipídeos (partículas de gordura) sólidos quando se

apresentam em temperatura ambiente enquanto a emulsão é formada por uma fase oleosa

líquida (GOHLA, 2000).

A técnica de veiculação por nanopartícula lipídica sólida apresenta muitas vantagens

onde é possível controlar a liberação do composto ativo no alvo desejado, aumento da

estabilidade e concentração do fármaco aplicado na formulação, não apresenta toxidade e

possibilita a esterilização de produtos após a adição das nanopartículas (MEYAGUSKU,

2014).

47
5 METODOLOGIA

É necessário definir a metodologia que será utilizada conforme o objetivo do projeto:

comparação entre dois métodos de veiculação para aplicação do composto ativo resveratrol

em um dermocosmético que previne e combate os efeitos causados pelo envelhecimento da

pele, para que o mesmo seja atingido.

A veiculação de um composto é uma técnica que permite a entrega das moléculas do

componente ativo diretamente no alvo escolhido, ou seja, a veiculação do resveratrol será

realizada para que o mesmo chegue com maior facilidade e eficiência na camada mais interna

da pele (hipoderme), proporcionando a prevenção e o combate do envelhecimento da pele.

Visto na literatura, é possível encontrar dentro da nanotecnologia quatro técnicas

diferentes de veiculação: (1) Ciclodextrina, (2) Nanopartícula polimérica com propriedade

mucoadesiva, (3) Lipossoma e (4) Nanopartícula lipídica sólida, portanto, a partir do objetivo

apresentado, serão comparados dois métodos diferentes de veiculação para adicionar o

composto ativo na formulação do dermocosmético.

A comparação será feita entre os dois métodos que são encontrados de forma mais

frequente nos cremes hidratantes e dermocosméticos, sendo eles: nanopartícula polimérica

com propriedade mucoadesiva e lipossoma.

O confronto será feito a partir da revisão bibliográfica e será dividido em cinco etapas:

coleta de informação, definição dos métodos que serão comparados, comparação entre as

técnicas, análise dos benefícios e vantagens e conclusão, conforme descritas abaixo.

 Coleta das informações: serão realizadas pesquisas com o intuito de reunir o máximo

de informações referente as metodologias que serão comparadas entre si.

48
 Definição dos métodos que serão comparados: após as pesquisas serão definidos os

dois métodos que serão comparados, de acordo com os mais utilizados para a

produção de cosméticos e dermocosméticos.

 Comparação entre as técnicas: nesta etapa será comparada toda a metodologia para a

realização das técnicas de aplicação do resveratrol na formulação.

 Análise dos benefícios: serão analisados benefícios, possibilidades e vantagens para a

escolha da técnica que mais se adequa para microencapsular o composto para a

formulação.

 Conclusão: Finalização do projeto abordando quais os resultados que foram


significativos, assim como as possíveis possibilidades em relação ao conteúdo

apresentado.

49
6 DESENVOLVIMENTO

A produção de um cosmético necessita de escolhas corretas tanto das matérias primas

que compõem a formulação do produto quanto o processamento, pelos quais os ingredientes

serão submetidos ao longo do seu preparo. Portanto, é necessário o entendimento das etapas,

conforme apresentadas no Fluxograma A, ilustrado na Figura 8.

Figura 8. Fluxograma A - Produção de Cosmético.

50
6.1 Descrição das etapas de processo de fabricação de cosméticos

6.1.1 Recebimento de matérias primas e material de embalagem

Esta é a primeira etapa da produção de cosméticos, pois é nesta em que as matérias

primas e as embalagens são recebidas dentro da empresa e são separadas para a fabricação dos

produtos.

No momento do recebimento, os funcionários devem assegurar que os ingredientes e

materiais estejam identificados, não violados e que foram transportados em locais apropriados

e seguros a fim de evitar a contaminação e manter a integridade destes elementos.

Os procedimentos operacionais de recebimento devem ser previamente estabelecidos

para que os colaboradores do setor consigam fazer a verificação e o recebimento correto dos

insumos como aprovação ou rejeição de cada lote que possa dar continuidade ao processo,

conforme é possível observar na Figura 9.

Figura 9. Recebimento de matéria prima (CAPRIND, 2016).

6.1.2 Armazenamento de matérias primas e material de embalagem

É necessário que o local de armazenamento apresente capacidade suficiente para o

estoque de maneira correta, para atender as exigências de cada material sendo matéria prima

51
ou embalagem. Os insumos devem ser protegidos para garantir a segurança e qualidade e

devem ser armazenados em condições ideias para cada tipo de material, conforme a Figura

10.

Figura 10. Área de armazenamento de matéria prima e embalagens (BERTOLINI, 2016).

O local deve ser limpo e seco, isento de roedores, insetos e todos os animais que

possam ser atraídos, além de estarem sob condições compatíveis com os materiais mantidos

nele. É necessário que o controle de qualidade faça o monitoramento de temperatura e

umidade, objetivando a melhor conservação dos materiais acondicionados (VIGILÂNCIA

SANITÁRIA, 2013).

As balanças do almoxarifado devem ser controladas com o sistema de calibração de

equipamentos, de acordo com a garantia de qualidade. Caso algum insumo se apresente fora

da especificação e/ ou foram reprovados, os mesmos devem ficar em local separado e

identificado como segregado ou quarentena para que possam ser devolvidos ou descartados

posteriormente.

Os materiais que apresentam riscos como contaminação, explosão e incêndio devem

ser estocados em áreas separadas e identificadas de acordo com as exigências e risco que

oferece (VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2013).

52
6.1.3 Separação das matérias primas e material de embalagem

Com a formulação em mãos, os funcionários recolhem as matérias primas no estoque

para dar início na separação dos insumos que serão utilizados.

A separação é feita através da descrição da fórmula que contém lote, data de validade,

fornecedor e quantidade de cada matéria prima. Essas informações são muito importantes para

o processo de rastreabilidade do produto, conforme é possível observar na Figura 11.

Figura 11. Descrição da formulação de um cosmético.

Após este processo, os insumos são levados para a sala de pesagem onde é possível

dar continuidade ao processo.

Os materiais de embalagem também são separados de acordo com capacidade

volumétrica e identificação do produto, porém são destinados a área da produção, onde

acontece o envase do produto.

6.1.4 Pesagem das matérias primas

Etapa em que os funcionários recebem todos os ingredientes e começam a manipular

para que sejam fracionadas de acordo com a formulação do creme hidratante corporal.

53
A pesagem é feita com balanças tanto mecânica quanto analítica dependendo da

quantidade que será utilizada para o preparo do cosmético, que podem ser observadas nas

Figuras 12 e 13 respectivamente.

Figura 12. Balança mecânica industrial (SOLUÇÕES INDUSTRIAIS, 2016).

Figura 13. Balança analítica para pesagem de matéria prima (GEHAKA, 2016).

6.1.5 Moagem e classificação de partículas

Esta é uma etapa muito importante para o processo de produção dos cosméticos, onde

as matérias primas sólidas são transformadas em pós muito finos através de um moinho

industrial, podendo ser observado na Figura 14, sendo caracterizadas como sólidos

higroscópicos, ou seja, absorvem água com facilidade, formando aglomerados muito difíceis

de serem quebrados, proporcionando assim fluidez e capacidade de misturar todos os

ingredientes da formulação (GALEMBECK, 2016).

54
Figura 14. Moinho pequeno industrial (SOLUÇÕES INDUSTRIAIS, 2016).

O tamanho das partículas pode variar de milímetros a nanômetros, dependendo do tipo

de ingrediente que a formulação receberá, entre eles estão presentes os agentes ativos, ceras,

corantes, pigmento e resinas. Como resultado, os sólidos que passaram por este processo

apresentam-se em forma de pós muito fino, otimizando o processo de homogeneização do

produto (GALEMBECK, 2016).

6.1.6 Agitação

Após a pesagem das matérias primas, as mesmas são transferidas para a sala de

manipulação, onde se inicia o processo de produção do creme hidratante. Nesta etapa todos os

insumos são misturados com a finalidade de incorporar um ou mais ingredientes em uma

base, proporcionando o surgimento de propriedades ou funções específicas para o creme

hidratante corporal (BARROS, 2015; GALEMBECK, 2016).

O processo de agitação é responsável por misturar todas as matérias primas, podendo

ser feita com matérias primas líquidas, sólidas ou as duas simultaneamente. As bases usadas

podem apresentar caráter aquoso ou oleoso. O preparo resulta em dispersões, emulsões,

pastas, pós, soluções e suspensões (GALEMBECK, 2016).

55
Este processo é realizado em recipientes fechados encontrados nas indústrias de

cosméticos, chamados reatores. O tamanho destes equipamentos dependente do volume e

demanda da produção. No interior dos reatores são encontradas hélices que proporcionam a

homogeneização dos insumos, representado pela Figura 15, apresentando finalidade de

quebrar as partículas sólidas dos produtos onde a especificação exige partículas menores,

modificando assim a densidade e concentração entre a base e os outros ingredientes do

preparo (GALEMBECK, 2016).

Figura 15. Reator industrial com hélice (EDISON, 2009).

É na agitação que podem ocorrer perdas significativas dos componentes da

formulação, principalmente do ativo resveratrol, pois este composto apresenta muita

sensibilidade na presença de radiações, exposição a luminosidade e se oxida na presença de

oxigênio. Entretanto pode apresentar baixa eficiência no produto final, pois há grande perda

das suas características físico químicas devido sua instabilidade. Para minimizar este

problema de processo é necessário aplicar alguma estratégia para que aumente a estabilidade

do resveratrol dentro da formulação do creme hidratante corporal, sendo assim, as

propriedades do mesmo irão ser preservadas, garantindo ainda mais benefícios.

56
6.1.7 Controle de microrganismo

Objetivando a qualidade total dos cosméticos, os mesmos devem ser isentos de todo e

qualquer tipo de contaminantes microbiológicos, tanto para que os consumidores não sejam

contaminados após o uso quanto para que a degradação precoce seja evitada.

Os cremes hidratantes são produtos que apresentam facilidade de contaminação

microbiológica, pois em suas formulações existem ingredientes que contém nutrientes

necessários que favorecem o crescimento de microrganismos, além da atividade de água

elevada (GALEMBECK, 2016).

Quando há contaminação neste tipo de produto os microrganismos apresentam duas

ações: (1) Transformação, onde os microrganismos oxidam uma das matérias primas, e (2)

Degradação, quando a carga microbiana decompõe um ou mais ingredientes da formulação

(GALEMBECK, 2016).

Para que a contaminação seja evitada, existem alguns processos de tratamento que são

eficientes para a minimização da carga microbiana em cosméticos, que são responsáveis por

proporcionar a comercialização e utilização dos produtos de forma segura. A preservação é

feita através do calor (esterilização e pasteurização), adição de agentes químicos e controle de

pH, que serão descritos abaixo (GALEMBECK, 2016).

Na esterilização, o produto é submetido a uma temperatura usual de 121ºC por um

período de tempo determinado, que na maioria das vezes são 20 minutos, objetivando a morte

ou inativação dos microrganismos que nele estão presentes. O principal equipamento utilizado

para esta técnica é a autoclave, observada na Figura 16 (FERNANDES, et al., 2012).

57
Figura 16. Autoclave (ZIRBUS TECHNOLOGY, 2016).

A conservação através da pasteurização, o produto é aquecido a uma temperatura

específica, aproximadamente 70ºC, onde permanece durante um tempo determinado. O tempo

de permanência é variável de acordo com o microrganismo que possa estar presente na

formulação. Logo após a passagem pela alta temperatura, o produto é submetido a um

resfriamento rápido, para que ocorra a inativação dos microrganismos. O equipamento

utilizado para este processo é chamado de pasteurizador, que pode ser observado na Figura 17

(MARQUES, 2006).

Figura 17. Pasteurizador industrial (MMC TECNOLOGIA, 2016).

Na preservação por agentes químicos, os mesmos são adicionados na formulação

durante o processo de produção. O principal aditivo químico é chamado de biocida que atua

como preservativo (GALEMBECK, 2016).

58
É necessário o controle de pH, pois em meios ácidos há dificuldade da maioria dos

microrganismos se proliferarem, melhorando assim a qualidade do cosmético. Os principais

aditivos são orgânicos fracos como ácidos ascórbico e cítrico (GALEMBECK, 2016).

6.1.8 Degasagem

Etapa conhecida como remoção de ar que é realizada quando o cosmético necessita

ser produzido na ausência de oxigênio. O oxigênio é o principal componente responsável pela

degradação e oxidação dos ingredientes da formulação. Este processo evita que a formulação

apresente bolhas ou espumas durante a produção. As principais matérias primas que devem

ficar ausentes da exposição do oxigênio são agente ativos e corante. A degasagem é realizada

através de bomba de vácuo acoplada nos reatores do processo, como é possível observar na

Figura 18 (CRUZ, 2016; GALEMBECK, 2016).

Figura 18. Bomba vácuo para reator industrial (MULTIVÁCUO BOMBAS, 2016).

6.1.9 Embalagem e acondicionamento

Após a fabricação é necessário que a indústria apresente cuidados na hora de embalar

e acondicionar os cosméticos, pois são formulações delicadas que serão absorvidas pelo corpo

humano. A embalagem dos produtos representa de 15 a 30% do custo final. A embalagem

deve ser resistente tanto a corrosão quanto a deformidade, pois há grande manipulação por

transporte e consumidores (GALEMBECK, 2016).


59
O acondicionamento necessita ser ideal para evitar a degradação precoce dos

cosméticos, devem ser armazenados em local arejado e livre de umidade, conforme Figura 19.

Figura 19. Local adequado para acondicionamento de cosméticos (BEMFARMA, 2016).

6.2 Descrição das etapas de processo de fabricação de dermocosmético

Para a produção de dermocosméticos, a única etapa que se difere é a

microencapsulação que vem logo após a moagem e classificação das partículas, conforme

apresentadas no Fluxograma B, ilustrado na Figura 20.

Nesta etapa o resveratrol é revestido através de técnicas onde é o mesmo recebe uma

camada protetora, melhorando assim a estabilidade no processo de fabricação. É necessário

que o resveratrol receba esta proteção para bloquear e minimizar a perda das suas

características, aumentando a eficiência do produto já que há perdas significantes deste ativo

no processo convencional de cosméticos.

Para dar continuidade ao processo de dermocosmético, as etapas são as mesmas da

fabicação de um cosmético convencional que foram descritas. Os ingredientes passam pela

agitação, controle de microrganismos, degasagem, embalagem e assim, são acondicionados

para a sua comercialização.

60
A utilização do dermocosmético segue o mesmo procedimento que um cosmético

convencional, ou seja, tem sua aplicação tópica na pele no local que se deseja receber o

benefício do produto.

Figura 20. Fluxograma B - Produção de Dermocosmético.

61
6.3 Nanopartícula polimérica com propriedade mucoadesiva

Existem muitos tipos de transporte e entrega de substâncias para tratar alguma

anomalia existente no corpo humano de modo que a liberação do ativo seja controlada, por

esse motivo a nanopartícula mucoadesiva pode ser adaptada para a aderência tanto na pele

quanto nas mucosas, onde é originalmente aplicada e estudada. Neste caso, o composto ativo

resveratrol é liberado somente no alvo desejado, camada interna da pele (hipoderme),

aumentando assim sua biodisponibilidade e seus efeitos (CHAUHAN, et al., 2013).

Com esta técnica o resveratrol é revestido e incorporado ao dermocosmético,

aderindo-se ao organismo, ou seja, ocorre a fixação através do sistema de veiculação do ativo

ao alvo específico que pode ser tanto a pele quanto o revestimento mucoso de um tecido

(membrana umidificada por secreção que recebe de cavidades e tem contato com os meios

externa e interno). O nome mucoadesão é dado quando acontece a aderência na mucosa,

estudo primário no tratamento de doenças da mucosa (CHAUHAN, et al., 2013).

A produção das nanopartículas mocoadesivas é feita através de polímeros que se ligam

ao receptor específico, ou seja, aquando aplicado ao dermocosmético o resveratrol se adere

com facilidade a pele. Alguns dos polímeros utilizados são: alginato de sódio, carragena,

celulose, goma guar, goma xantana e quitosana (CHAUHAN, et al., 2013).

Há vários métodos para a preparação de nanopartículas mucoadesivas feita através do

microencapsulamento e a melhor estratégia para a aplicação para o dermocosmético é a

polimerização em emulsão múltipla. Esta técnica envolve a emulsão primária composta pela

substância ativa não aquosa com a solução polimérica. Logo após é adicionado a esta emulsão

uma fase oleosa, seguida da adição do agente de reticulação glutaraldeído (responsável pela

estrutura rígida da molécula) e assim é evaporado o solvente orgânico resultante

(CHAUHAN, et al., 2013).


62
Este é o melhor método de preparação para incorporação de compostos que não

apresentam afinidade com a água, pois aumentam sua biodisponibilidade. Sendo assim, as

nanopartículas tornam o resveratrol solúvel em água, solucionando um dos seus principais

problemas, a insolubilidade (CHAUHAN, et al., 2013).

Como um sistema muito benéfico para a produção de dermocosméticos, as

nanopartículas mucoadesivas apresentam várias aplicações interessantes:

 Os reservatórios que contém pequenas quantidades de fármaco quando entram

no organismo, só liberam o composto no alvo específico, a pele;

 Os envoltórios das nanopartículas formam proteção contra elementos

ambientais degradativos para os compostos ativos, como calor, luz, oxigênio e umidade;

 Homogeneização de meios onde as substâncias apresentavam

incompatibilidade, por exemplo, adição de resveratrol em um cosmético convencional;

 As nanopartículas podem ser utilizadas para diminuir a volatilidade de

substâncias que evaporam com muita facilidade, podendo ser armazenadas por longos

períodos;

 As nanopartículas podem ser utilizadas para minimizar o potencial de risco de

manipulação de substâncias tóxicas e nocivas. Os pesticidas são exemplos de produtos que

tiveram seu risco de toxicidade reduzido através da microencapsulação;

 As propriedades higroscópicas de diversos materiais podem ser reduzidas

através da microencasulação, ou seja, os núcleos que absorvem umidade do ar podem ser

minimizados através desta técnica (CHAUHAN, et al., 2013).

63
O sistema de nanopartículas com propriedades mucoadesivas apresenta muitas

vantagens para a aplicação em dermocosméticos como: (1) Liberação prolongada e controlada

do composto ativo no alvo, (2) Melhor adesão do usuário, ou seja, o dermocosmético se adere

com maior facilidade a pele, (3) Ampla e uniforme distribuição da substância ativa, o que

melhora sua absorção no organismo humano, (4) Melhoria na capacidade de processo como

solubilidade, dispersibilidade e fluidez, (5) Maior margem de segurança do fármaco utilizado

na composição do dermocosmético e (6) Redução da intensidade dos efeitos colaterais

causados pelo componente que receberá a microencapsulação por esta técnica (CHAUHAN,

et al., 2013).

As nanopartículas poliméricas com propriedades mucoadesivas estão ganhando

popularidade na indústria química e farmacêutica e seus estudos estão cada vez mais

desenvolvidos e investigados, pois há necessidade de obter o máximo dos benefícios de

substâncias ativas, como neste caso o resveratrol, com a finalidade de conseguir a liberação

controlada, biodisponibilidade e duração dos efeitos no alvo desejado. É uma técnica

promissora sistêmica de compostos ativos tanto via oral quanto via tópica, ou seja, esta

técnica permite que o elemento seja totalmente absorvido pelo organismo de forma

organizada tanto pela ingestão quanto pela aplicação. Exemplificando, quando o consumidor

aplicar o dermocosmético com nanopartículas de resveratrol, o mesmo será absorvido

totalmente pela pele, o que não acontece quando comparado com os cosméticos

convencionais (CHAUHAN, et al., 2013).

6.4 Lipossoma

Nanopartícula lipídica também chamada de lipossoma é o primeiro sistema de entrega

de fármacos para os ensaios clínicos em diversas áreas da medicina que podem ser utilizados

contra o câncer, ação de fungos e como antibióticos no tratamento de diversas doenças. A

64
aplicação desta estratégia está sendo direcionada aos cosméticos, dermocosméticos,

diagnósticos por imagens e vacinas. Houve uma aceitação clínica considerável e existe grande

expectativa por novos produtos que carreguem esta tecnologia para benefícios futuros dos

consumidores (ALLEN, 2013).

Os lipossomas são muito utilizados como veículos nas formulações dermocosméticas,

pois suas estruturas promovem a encapsulação de substâncias ativas tanto hidrofílicas quanto

lipofílicas (resveratrol), ou seja, compostos que apresentam afinidade com a água e com

solventes orgânicos respectivamente, por serem compostos por moléculas anfifílicas. Estas

estruturas são caracterizadas por possuírem uma região polar e uma região apolar, as quais

podem ser representadas por uma ou mais cadeiras hidrocarbônicas com mais de oito grupos

metilênicos. Existem várias moléculas com estas características incluindo desde fosfolipídios

até compostos totalmente sintéticos (CHORELLI, 2004).

Quando estes compostos são encontrados em concentração acima da menor

concentração onde é possível ocorrer a formação de micelas, chamada concentração milecar

crítica (mudanças bruscas de comportamentos de propriedades físicas como luz, viscosidade,

pressão osmótica e solubilidade) e com excesso de água, os mesmos formam diferentes tipos

de moléculas como micelas, monocamadas, multicamadas, microemulsões e lipossomas

(CHORELLI, 2004).

As nanopartículas lipídicas são constituídas de uma ou mais bicamadas concêntricas,

ou seja, que correspondem ao mesmo núcleo, que são separadas por uma fase aquosa e

engloba um compartimento interno com característica também aquosa. Este sistema é

organizado na presença de água e a orientação da bicamada é determinada pela natureza dos

grupos polares das cadeias carbônicas (CHORELLI, 2004).

65
Existem vários métodos de preparação dos lipossomas que podem ser por simples

dispersão de um filme anfifílico com agitação mecânica, sonicação, evaporação em fase

reversa e extração (CHORELLI, 2004).

Como a maior parte dos lipossomas é formada por fosfolipídios e os mesmos não são

capazes de formar estruturas espontaneamente é necessário o fornecimento de energia

ultrassônica, caracterizando a sonicação, fazendo com que este método seja o mais

aconselhável para a formação dos lipossomas para aplicação em dermocosméticos. A energia

é cedida até que ocorra o equilíbrio entre a interação da parte hidrofóbica. Quando há o

equilíbrio, ocorre a estruturação dos lipossomas de menor tamanho possível (CHORELLI,

2004).

A quantidade máxima da substância que será incorporada é dependente da

solubilidade total e da estrutura do lipossoma que irá se formar (CHORELLI, 2004).

Nas formulações dermocosmética, os lipossomas são utilizados tanto para aumentar a

incorporação de substâncias ativas dentro células quanto como veículo para a liberação

controlada de princípios ativos. Apresentam papel fundamental na prevenção da queda de

cabelo, aumento do crescimento capilar, desaceleração do processo de envelhecimento

precoce da pele, clareamento da pigmentação da pele além da prevenção do tratamento da

lipodistrofia ginóide, mais conhecida como celulite (CHORELLI, 2004).

Os dermocosméticos compostos de lipossomas apresentam efeitos especiais, visto que

as nanopartículas alteram as propriedades perdidas como elasticidade e rigidez, além de

aumentar a concentração dos compostos ativos na epiderme e derme, proporcionar efeitos

positivos na aparência além de aumentar a hidratação da pele (CHORELLI, 2004).

66
Esta técnica apresenta muitas vantagens como: (1) Transporte de substâncias

hidrossolúveis e lipossolúveis como o resveratrol, (2) Alta afinidade com o organismo pela

membrana lipossomal ser semelhante a membrana biológica, atingindo profundamente as

células do organismo humano, (3) Acentuação da hidratação da pele e cabelo, (4) Lipossomas

são atóxicos, não apresentando riscos a saúde, (5) Biodegradáveis, ou seja, pode ser destruído

por um agente biológico e (6) Podem ser produzidos em larga escala (CHORELLI, 2004).

Os lipossomas estão sendo foco de aplicação na indústria química e farmacêutica e

seus estudos estão cada vez mais desenvolvidos, pois há necessidade de integrar substâncias

incompatíveis em produtos futuros, como neste caso o resveratrol utiliza os lipossomas com a

finalidade de conseguir a solubilidade em água, liberação controlada, biodisponibilidade e

duração dos efeitos no alvo desejado. É uma estratégia promissora no ramo industrial. Neste

caso, quando o consumidor aplicar o dermocosmético com lipossomas com núcleo de

resveratrol, o produto será absorvido totalmente, hidratando de forma mais profunda a pele o

que não acontece quando comparado com os cosméticos convencionais existentes no

mercado.

67
7 CONCLUSÃO

Com este projeto é possível concluir que os dois métodos de veiculação para a

aplicação de resveratrol em dermocosmético que foram comparados, podem ser utilizados

para esta finalidade de forma eficaz, cada um com sua particularidade estratégica.

As nanopartículas com propriedade mucoadesivas proporcionam maior aderência do

dermocosmético na pele, tornam o resveratrol solúvel em água melhorando assim sua

biodisponibilidade, são reservatórios contra efeitos degradantes do ambiente aumentando a

segurança tanto dos componentes da formulação quanto aos usuários além de apresentar

liberação controlada do composto ativo no alvo desejado.

Os lipossomas apresentam liberação controlada do composto ativo no alvo desejado

alterando as propriedades que foram perdidas ao longo do tempo, por apresentarem afinidade

com o organismo os reservatórios contendo resveratrol conseguem atingir as camadas

profundas da pele acentuando a hidratação. Além disso, promove a segurança tanto dos

componentes da formulação quanto para os usuários do produto.

Ambas estratégias podem ser utilizadas para atingir o objetivo deste projeto, porém a

primeira técnica apresentada, nanopartículas com propriedade mucoadesivas, pode ser

superior a segunda em virtude da maior aderência do dermocosmético ao organismo, embora

como se trata de uma técnica inovadora não há referências suficientes que comprovam

cientificamente a eficácia deste método. Por este motivo não é a melhor opção para este

estudo em questão. Enquanto a segunda técnica apresentada, lipossomas, por se tratar de uma

estratégia mais usual dentro das indústrias de dermocosméticos é possível encontrar estudos e

referências mais concretas que comprovam cientificamente a aplicação e eficácia desta

técnica. Por ser utilizada no transporte de substâncias lipossolúveis, apresentar alto poder de

68
hidratação no organismo e a facilidade de implantação do projeto, esta é a melhor opção para

a estabilidade e veiculação do composto ativo resveratrol proposto neste projeto.

69
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