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DEPARTAMENTO DE ARTES
BACHARELADO EM DESIGN
NATAL/ RN
2018
MARCELA COSTA GRUSKA
NATAL/ RN
2018
MARCELA COSTA GRUSKA
BANCA EXAMINADORA
NATAL/RN
2018
AGRADECIMENTOS
À Fatinha, minha segunda mãe, que com sua dedicação e compaixão sempre
me apoiou e torceu pelo meu sucesso.
Aos meus queridos irmãos, tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais a mim.
Obrigada por serem vocês, nas alegrias e nas brigas.
This project proposes the development of patterns using the technique of natural
printing, eco-print, in the manufacture of cloth napkins for weddings. The design
methodology of this work is based on the four phases of the model proposed by the
Design Council, the Double Diamond, and allows the understanding of the steps
involving botanical printing to prove the effectiveness of the method and the possibility
of its reproduction in scale. For this purpose, bibliographical researches and interviews
with professionals were carried out in order to determine the target public and to define
the plants, the fabrics and which method of dye extraction is more suitable. Using
discarded flowers of events, it was possible to perform printing tests in order to verify
the dyeing and printing characteristics of the selected species. The project resulted in
the production of three patterns and their respective datasheets with all the information
about the tested method.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
1.1 MOTIVAÇÃO .......................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 14
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 15
3.1 O DESIGN DE SUPERFÍCIE TÊXTIL .................................................................... 15
3.2 IMPRESSÃO BOTÂNICA ...................................................................................... 18
3.2.1 Referências no design têxtil brasileiro ............................................................ 24
3.3 EXTRAINDO CORES DA NATUREZA .................................................................. 26
3.3.1 Breve histórico acerca dos corantes sintéticos e naturais .............................. 26
3.3.2 A importância do uso de fontes botânicas para o design têxtil ....................... 29
3.4 MERCADO DE CASAMENTOS NO BRASIL ........................................................ 32
4 METODOLOGIA ................................................................................................ 35
4.1 DIAMANTE DUPLO (DESIGN COUNCIL) ............................................................. 36
4.2 PROCESSO DE IMPRESSÃO BOTÂNICA ........................................................... 37
4.3 ETAPAS PROJETUAIS ......................................................................................... 39
4.3.1 Descobrir......................................................................................................... 40
4.3.2 Definir.............................................................................................................. 40
4.3.3 Desenvolver .................................................................................................... 40
4.3.4 Deliverar.......................................................................................................... 41
5 RESULTADOS................................................................................................... 42
5.1 FASE 1- DESCOBRIR ........................................................................................... 42
5.1.1 Pesquisa Bibliográfica..................................................................................... 42
5.1.2 Entrevistas com profissionais da área de eventos.......................................... 43
5.1.3 Público-Alvo .................................................................................................... 44
5.2 FASE 2- DEFINIR ................................................................................................... 46
5.2.1 Seleção de plantas ......................................................................................... 46
5.2.2 Definição do tecido ......................................................................................... 48
5.2.3 Método de extração ........................................................................................ 52
5.3 FASE 3- DESENVOLVER ...................................................................................... 53
5.3.1 Preparação do tecido ...................................................................................... 53
5.3.2 Verificação do caráter tintorial de cada planta: Teste com amostras ............. 55
5.3.3 Determinação das plantas viáveis .................................................................. 59
5.3.4 Criação do módulo .......................................................................................... 62
5.3.5 Processamento ............................................................................................... 67
5.3.6 Observação dos resultados ............................................................................ 69
5.3.7 Finalização da peça ........................................................................................ 71
5.4 FASE 4- DELIVERAR ............................................................................................ 73
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 79
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 81
APÊNDICES.............................................................................................................. 86
LISTA DE FIGURAS
A natureza sempre foi uma rica e vasta fonte de matéria prima para a obtenção
de cores, sendo ela de origem orgânica (fúngica, vegetal e animal) ou inorgânica
(mineral), na qual cada categoria possui uma maneira específica para se extrair o
máximo de tons possíveis (LILES, 1990).
11
Devido a sua relação direta com o meio natural, a impressão botânica promove
uma situação na qual o designer é estimulado, aproximando-o cada vez mais da
matéria prima e de todas as etapas envolvidas na confecção de uma peça têxtil. O
vínculo criado a partir da manipulação botânica é responsável por uma melhoria no
desempenho das atividades cognitivas, elevando o nível de concentração,
melhorando a procura por informações a partir da utilização da memória e
aperfeiçoando o desenvolvimento do processo criativo (FEDRIZZI, 2011).
1.1 MOTIVAÇÃO
12
naturais na coloração de tecidos, mas agora, com um novo objetivo e contexto
ecológico e social (DUERR, 2011).
Esse projeto, portanto, não tem como intenção criticar o uso de corantes
sintéticos, mas sim validar uma técnica de estamparia pouco utilizada no mercado
têxtil brasileiro.
2 OBJETIVOS
14
3 REFERENCIAL TEÓRICO
15
O design de estamparia têxtil por sua vez, é um ramo específico do design de
superfície no qual os projetistas criam imagens, estampas e cores que podem afetar
diretamente a aparência, a aplicação e o sucesso de vendas de um determinado
produto. Trata-se de uma composição gráfica, aplicada à um tecido ou nãotecido1, na
qual são definidos aspectos visuais provenientes de pesquisas e processos criativos
(BRIGGS-GOODE, 2014).
1
Segundo a ABNT NBR13370/ 2002, nãotecido é toda estrutura plana, flexível e porosa, constituída
de véu ou manta de fibras, ou filamentos, orientados em sentido único ou ao acaso, consolidada por
processo mecânico (por fricção), químico (por adesão) ou térmico (por coesão), ou combinações
destes.
16
Figura 2 – Modelos de estampas localizadas no trabalho da estilista Holly Fulton.
Fonte: VOGUE (2016).
A estampa corrida por sua vez, segundo Rüthschilling (2002), tem como
principal característica a existência de um elemento em repetição:
17
• Sistema de repetição: Também conhecido pelo termo em inglês - repeat e do
francês - rapport, que significam a forma na qual o módulo irá se repetir. A
variação do sistema desencadeia estampas, muitas vezes, completamente
distintas.
• Encaixe: Trata-se do estudo feito acerca dos pontos de encontro das formas
entre um módulo e outro para que se forme um desenho contínuo.
18
O processo de impressão natural poderá ser obtido por meio de duas formas
de extração: o método com aplicação de calor (extração quente) ou o método à frio
(extração fria). Em ambas as situações, a obtenção de cores pode ser modificada com
a aplicação de mordentes2 antes, durante ou após o processamento.
2
Mordentes são substâncias químicas responsáveis por fixar os corantes naturais na fibra (LILES,
1990).
19
Figura 5 - Aplicação de mordentes sobre o bundle pronto.
Fonte: Acervo pessoal (2015).
Tempo é o fator decisivo para o sucesso desse método, que apesar de mais
lento, dispensa a aplicação de calor, e dessa forma, não demanda gasto energético
pelo aquecimento da água.
Outro método de extração a frio nomeado por India Flint é o Hapa-Zome (ver
fig. 6), termo elaborado a partir de uma técnica japonesa na qual impressões são
criadas pressionado partes de plantas sobre o tecido (DUERR, 2011). Esses materiais
20
podem ser comprimidos em alguma superfície, ou podem literalmente ser golpeados
sobre o tecido. Essa técnica pode atuar junto com outros processos de tingimento
natural e impressão botânica, ou ser feito de forma isolada.
21
Figura 7 - Impressão botânica desenvolvida com folhas.
Fonte: FLINT (2017).
22
A impressão botânica poderá ser utilizada tanto em uma peça isolada de roupa,
quanto em metragens de tecido e pode ser empregada na criação de estampas
localizadas ou simular uma padronagem por repetição, mesmo que não seja possível
desenvolver um módulo gráfico preciso. Ainda que essas estampas não possam ser
reproduzidas com perfeita exatidão, é possível desenvolver uma linguagem visual,
através de uma unidade estética, na composição de linhas de produtos.
A estética utilizada por Flint é bastante rústica, com estampagens que fazem
referência à natureza e cujos elementos apresentam formas fiéis à matéria prima
utilizada (ver fig. 9). Predominam as cores quentes, terrosas e neutras que variam
desde tonalidades de amarelo, laranja e vermelho, até o marrom, são possíveis
também, tons nude e gradações de esverdeados aos cinzas, que fazem parte do seu
universo territorial.
23
3.2.1 Referências no design têxtil brasileiro
• Mattricaria
24
a necessidade de repensarmos a forma como produzimos e consumimos itens de
moda, assim como a medição de seu impacto no ambiente.
Figura 10 - Oficinas realizadas pela Mattricaria utilizando a técnica da impressão botânica com a
extração à calor.
Fonte: MATTRICARIA (2018).
• Flávia Aranha
O ateliê utiliza tecidos com fibras naturais e mão de obra artesanal, além de
usar corantes naturais com origem renovável para tingir suas peças (ver fig. 11).
Através de um laboratório localizado na parte superior da loja, cascas de árvores,
25
frutos, folhas e raízes tornam-se matérias primas para tons que segundo a estilista
não se encontram na tabela da Pantone (VASONE, 2016).
26
impraticável, tendo em vista que as fibras naturais são perecíveis e por isso não
existem muitos artefatos têxteis pré-históricos (VEJAR, 2015).
Segundo Vejar (2015), sabe-se que por volta de 100 d.C. plantas como rúbia,
nogueira, índigo, carvalho e açafrão foram utilizados para tingimento. Não existem
relatos escritos sobre como essa técnica era realizada, supõe-se que o processo de
cozinhar alimentos tenha ensinado aos povos antigos como extrair corantes naturais.
O aperfeiçoamento do metal também contribuiu para o desenvolvimento do tingimento
natural, uma vez que o ferro existente nas panelas utilizadas, serviam como
mordentes, criando cores mais duradouras.
27
Figura 12 - Infográfico sobre a origem das cores.
Fonte: Adaptado de HUSSEIN (2017).
28
sintéticos eram mais fáceis de serem usados e tinham uma maior disponibilidade
(LILES, 1990).
3
A ABNT NBR 9800/ 1987 caracteriza efluente líquido industrial como: “Despejo líquido proveniente
do estabelecimento industrial, compreendendo efluentes de processo industrial, águas de refrigeração
poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico”.
29
fixação. A aplicação de cor ao tecido exige alguns produtos químicos e
processos para fixar permanentemente a cor, o que é, em geral, realizado com
a aplicação de vapor ao tecido (BRIGGS-GOODE, 2014, p. 131).
Todos os problemas gerados pela fabricação das roupas, entretanto, foram por
muito tempo ignorados pela indústria da moda, cujo principal objetivo sempre foi o
crescimento econômico acelerado, gerado pelo encurtamento dos prazos entre a
concepção do produto e a sua entrega ao consumidor final (FLETCHER, 2010).
30
diretamente no solo (em quantidades menores de 30 ml podem ser despejados no
esgoto); já o cromo é uma substância extremamente tóxica e não recomenda-se
utilizá-lo como mordente devido a possibilidade deste causar sérios riscos à saúde
(LILES, 1990).
31
3.4 MERCADO DE CASAMENTOS NO BRASIL
32
do Registro Civil 2012, 2013), tem ocorrido um aumento nos gastos para a realização
destas celebrações entre as camadas médias urbanas (ver gráfico 2). A tendência
existente no Brasil é a de que:
33
Gráfico 3 – Brasil- Principais serviços contratados nas festas de casamento, em %
34
4 METODOLOGIA
35
4.1 DIAMANTE DUPLO (DESIGN COUNCIL)
36
4.2 PROCESSO DE IMPRESSÃO BOTÂNICA
A pesquisa da India Flint é baseada num processo artesanal e tido por muitos
do meio, como uma forma artística de expressão. Assim, trata-se de um método
experimental cujo objetivo, muitas vezes, é apenas a exploração visual e natural.
Tendo como base o livro “Eco Colour: botanical dyes for beautiful textiles”
(2008), e analisando o trabalho de outros profissionais da impressão botânica, foi
formulado um sistema de três etapas desenvolvido em função deste trabalho de
conclusão, visando abarcar de forma didática e pontual o ciclo que envolve o projeto.
De acordo com infográfico elaborado (ver fig. 15), o processo compreende um
sistema linear no qual há possibilidade de feedbacks entre etapas. A seguir, é descrito
cada fase dos métodos, suas implicações e objetivos.
4
Matiz pode ser classificada como tom ou cor; Brilho é a “quantidade de uma cor pura”; e Saturação é
definida como “intensidade de uma cor” (BRIGGS-GOODE, 2014, pag. 49).
38
para demonstrar a viabilidade do uso da impressão botânica como uma
ferramenta para a elaboração de estampas para o Design têxtil.
4.3.2 Definir
4.3.3 Desenvolver
40
Para essa etapa também deve ser definido um padrão de composição gráfica,
atentando para a necessidade ou não da criação de um grid e da utilização de
suportes físicos.
4.3.4 Deliverar
A peça finalizada será avaliada em diferentes critérios e uma ficha técnica será
apresentada mostrando cada passo realizado para a criação do padrão gráfico e das
cores obtidas. Será debatido quais possíveis desdobramentos futuros e a viabilidade
final da técnica no contexto abordado.
41
5 RESULTADOS
Tendo em vista que o objeto de estudo deste trabalho de conclusão diz respeito
à aplicação de uma técnica específica de estamparia, é imprescindível buscar
referências que embasem os temas abordados, auxiliem o desenvolvimento do
método e aprofundem os conhecimentos acerca dos processos e materiais
necessários para a realização satisfatória da impressão botânica têxtil.
• India Flint: “Eco Colour: botanical dyes for beautiful textiles” (2008);
• Sasha Duerr: “The handbook of natural plant dyes: personalize your craft with
organic colors from acorns, blackberries, coffee, and other everyday
ingredients” (2011);
42
• J. N. Liles: “The art and craft of natural dyeing: traditional recipes for modern
use” (1990);
• Kristine Vejar: “The modern natural dyer: a comprehensive guide to dyeing Silk,
wool, Linen, and cotton at home” (2015).
Trabalha da área de casamentos desde 2015, quando fez seu primeiro evento.
Se destacou no mercado Natalense por introduzir aspectos dos casamentos no estilo
do it yourself (DIY – faça você mesmo), com arranjos com pequenas garrafas,
iluminação feita com gambiarras, características estas não encontradas com
frequência em casamentos na cidade.
5.1.3 Público-Alvo
Através das entrevistas realizadas com profissionais da área (ver fig. 17),
podemos definir algumas características e entender um pouco mais sobre o público-
alvo deste projeto.
44
Figura 17 – Recorte das entrevistas realizadas.
Fonte: Autora (2018).
PERFIL DO PÚBLICO:
45
• CARACTERÍSTICAS DA FESTA: Tamanho reduzido (preferência por mini
weddings – até 100 convidados), decoração refletindo suas personalidades,
eventos ao ar livre, contato com a natureza;
Foram selecionadas 16 plantas, sendo quatro (4) tipos de folhagens, uma (1)
suculenta e onze (11) espécies de flores (ver figuras 18 e 19).
46
Figura 18 – Seleção de plantas recolhidas na Art’s Recepções.
Fonte: Acervo pessoal (2018).
47
Figura 19 – Quadro com a identificação de cada espécie selecionada.
Fonte: Autora (2018).
Segundo Aguiar Neto (1996), as fibras podem ser classificadas em dois tipos:
fibras naturais, que podem ser vegetais, animais ou minerais, e fibras artificiais (ver
fig. 20). Já Fletcher e Grose (2011) preferem utilizar o termo “fibras manufaturadas”
ao se referirem àquelas criadas ou manipuladas pelo homem, subdividindo-as em
polímeros naturais e polímeros sintéticos.
48
Figura 20 – infográfico dos tipos de fibras têxteis.
Fonte: AGUIAR NETO (1996).
• Custo financeiro: A seda natural foi descartada também devido ao valor por
metro ser muito elevado, inviabilizando seu uso neste projeto, importante
ressaltar também que guardanapos em seda para casamentos, são muito
pouco usados no mercado local, o que representaria um risco a mais para o
49
projeto. Assim foram selecionadas as fibras: algodão, viscose e poliéster,
como descrito no quadro abaixo.
50
Figura 22 – Tecidos escolhidos para testes.
Fonte: Acervo pessoal (2018).
• Algodão
• Raiom Viscose
51
• Poliéster
É uma fibra versátil que pode ser misturada com algodão, viscose, náilon ou lã.
É mais leve que o algodão e apresenta alta resistência à umidade e aos agentes
químicos, é não-alergênica e não desbota (ROMERO, 2017). A produção anual chega
a quase 9 milhões de toneladas e os principais produtores mundiais são China,
Taiwan, América do Norte e Europa Ocidental. Entre as fibras sintéticas, o poliéster é
a mais consumida no mundo, representando mais de 50% da demanda total
(OLIVEIRA, 2017).
Métodos de extração à frio, utilizando o bundle, podem levar entre uma semana
a um mês, ou mais, e possuem algumas adversidades que devem ser levadas em
consideração, como o cuidado com a matéria em decomposição ou em processo de
fermentação (FLINT, 2008). Já a técnica do Hapa-Zome, apesar de apresentar
resultados mais imediatos, demanda mais tempo na criação dos padrões, uma vez
que deve aplicar-se força em cada espécie da composição.
Como esse projeto possui restrições de tempo e como a intenção aqui é propor
a aplicação de uma técnica usando matérias recolhidas após casamentos (levando
em consideração que essas plantas já se encontram no início do processo de
decomposição) foi adotado a técnica de extração à calor.
52
5.3 FASE 3- DESENVOLVER
• Purga
53
da utilização de álcalis para saponificar óleos naturais e surfactantes para emulsionar
e suspender impurezas não saponificáveis.
Para esse projeto, utilizou-se as indicações de purga dadas por Vejar (2015),
que utiliza o carbonato de sódio em seu processo (ver fig. 24). A receita e instruções
podem ser vistas no apêndice E.
55
Figura 26 – Disposição das plantas para teste.
Fonte: Acervo pessoal (2018).
57
Figura 30 – Tricoline processado.
Fonte: Acervo pessoal (2018).
58
Figura 32 – Oxford processado.
Fonte: Acervo pessoal (2018).
59
Figura 33 – Quadro de avaliação da Viscose.
Fonte: Acervo pessoal (2018).
60
Figura 35 - Quadro de avaliação do Poliéster.
Fonte: Acervo pessoal (2018).
61
5.3.4 Criação do módulo
De maneira lúdica, dispôs-se algumas das plantas viáveis sobre o tecido (ver
fig. 39) com o intuito de criar uma composição visual levando em consideração os tons
por elas apresentados, a dispersão do pigmento no tecido, a forma impressa e a
facilidade de reprodução dessa composição. Assim, ao preencher o quadrante 5 (ver
fig. 37) e encontrar um arranjo visualmente satisfatório, a disposição foi reproduzida
nos quadrantes seguintes, 6, 7 e 8. A parte superior do tecido (quadrantes 1, 2, 3 e 4)
não recebeu nenhuma matéria e foi dobrada sobre a região inferior (ver fig. 40). Dessa
63
maneira, obteve-se uma repetição por reflexão, na qual ocorreu um espelhamento do
módulo sobre o eixo horizontal (BRIGGS-GOODE, 2014).
Figura 40 – Tecido de viscose dobrado para criar espelhamento no padrão (ficha técnica 3).
Fonte: Acervo pessoal (2018).
64
Para esse projeto, trabalhou-se com um módulo para cada guardanapo.
Contudo, caso deseje-se a criação de uma estampa com múltiplos módulos, é
recomendado a inserção de mais linhas de apoio na estrutura, para assim, possuir um
grid mais adequado ao que se deseja.
Como forma de facilitar a repetição dos módulos, foi criado um esboço à mão
da disposição das plantas (ver figuras 41 e 42) e feito fotografias para auxiliar na
verificação e reprodução do padrão.
65
Para o tricoline utilizou-se três pétalas de alpinia, três flores de boca-de-leão,
três galhos maiores de mosquitinho (em média 10 cm cada) e dois galhos menores
(de 6cm cada), oito pétalas de rosas vermelhas, cinco folhas de eucalipto (sendo 3
compridas e duas arredondadas) e duas flores de gladíolo (ver fig. 43).
66
Figura 44 - Módulo replicado no tecido de viscose (ficha técnica 3).
Fonte: Acervo pessoal (2018).
5.3.5 Processamento
A viscose, ainda que não seja o foco desse trabalho, passou pelo
procedimento, recebendo mordente de alume logo antes do processamento. Também
67
foi submetida ao método de extração a vapor por duas horas e foi aberta 5 horas
depois do fim do processamento.
68
5.3.6 Observação dos resultados
69
Figura 48 – Impressão em algodão sem adição de mordente (ficha técnica 1).
Fonte: Acervo pessoal (2018).
Após a impressão botânica, os tecidos foram lavados com sabão neutro vinte
e quatro horas após suas aberturas. Após a lavagem, foi possível perceber que houve
um desbotamento das cores dos tecidos que não receberam mordente de ferro,
principalmente nas áreas tingidas pelas pétalas de rosas vermelhas, tendo o tecido
de algodão apresentado uma maior perda de coloração do que o de viscose (ver
figuras 51 e 52). Dessa forma, percebemos que a fibra têxtil influencia diretamente na
fixação do tom impresso, assim como o mordente aplicado antes do processamento,
responsável não apenas por modificar a coloração, mas principalmente por fixar a
impressão botânica.
Figura 52 - Viscose antes (A) e após (B) a lavagem com sabão neutro (ficha técnica 3).
Fonte: Acervo pessoal (2018).
72
5.4 FASE 4- DELIVERAR
73
Figura 54 – Ficha técnica para impressão botânica.
Fonte: Autora (2018).
74
Figura 55 - Ficha Técnica 1: Tricoline sem adição de mordente.
Fonte: Autora (2018).
75
Figura 56 – Ficha Técnica 2: Tricoline com adição de mordente de ferro.
Fonte: Autora (2018).
76
Figura 57 – Ficha técnica 3: Viscose.
Fonte: Autora (2018).
77
Avaliando as tonalidades apresentadas, foi gerada uma paleta de cores,
através da ferramenta online da Adobe, Adobe Color CC, tomando como base a
imagem da impressão de cada tecido (ver fig. 58). Essa ferramenta identifica as cores
mais marcantes e exporta para que seja utilizada em softwares gráficos.
Dessa forma, com a finalização do projeto, foi possível descobrir quais as cores
botânicas do casamento realizado no Art’s Recepções no dia 05 de junho de 2018.
Identificou-se tons inesperados que mostram como o tom observado da planta nem
sempre é semelhante ao pigmento extraído dela. Assim, percebeu-se, que a paleta
natural pode muitas vezes, se diferenciar daquela visível aos olhos.
79
Os principais desafios encontrados nesse projeto foram principalmente
materiais. O uso de mordentes ficou restrito, uma vez que não se encontrou algumas
substâncias necessárias, tornando pequena a variação de tons entre os tecidos
processados. Além disso, as cores e formas obtidas foram limitadas pelo rol de
plantas fornecidas. Algumas plantas surpreenderam nas tonalidades apresentadas,
como a rosa vermelha, cujo pigmento predominante foi o roxo e o azul (com adição
do mordente de ferro), e as folhas secas de eucalipto com tons em amarelo vibrante
e marrom (quando submetidas ao mordente de ferro). Outras espécies simplesmente
não apresentaram impressão botânica mesmo possuindo cores fortes, como os lírios,
as astromélias e os crisântemos pompons.
80
REFERÊNCIAS
AGUIAR NETO, Pedro Pita. Fibras Têxteis. Rio de Janeiro: SENAI-CETIQT, 1996.
Volume 1.
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IBGE, 2013. Disponível em:
<https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000015864312
19201343361992738.pdf>. Acesso em: 15 maio de 2018.
BRASIL. IBGE. Registro Civil. Estatísticas do Registro Civil 2016. Rio de Janeiro:
IBGE, 2016. Disponível em:
<https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/135/rc_2016_v43_informativo.
pdf>. Acesso em: 15 maio de 2018.
BROWN, Tim. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 3ª reimpressão.
81
<https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/35541/1/Dissertação Carla
Correia.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
DESIGN COUNCIL (Ed.). The Design Process: What is the Double Diamond?.
Disponível em: <https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-process-
what-double-diamond>. Acesso em: 15 maio 2018.
DUERR, Sasha. The handbook of natural plant dyes: Personalize your craft with
organic colors from acorns, blackberries, coffee, and other everyday ingredients.
Portland: Timber Press, 2011. 171 p.
FLETCHER, Kate. In the hands of the User: The local Wisdom Project and the
search for an alternative fashion system. Disponível em:
<http://sds.parsons.edu/designdialogues/?post_type=article&p=630>. Acesso em: 24
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FLINT, India. Eco Colour: botanical dyes for beautiful textiles. Fort Collins:
Interweave, 2008. 238 p.
HUSSEIN, Haisam. Local Colors: Shades of history, from black to white. Disponível
em: <http://laphamsquarterly.org/fashion/maps/local-colors>. Acesso em: 05 jun.
2017.
82
LEITE, Laércio L.; CORADIN, Lidio. Introdução. In: CORADIN, Lidio; SIMINSKI,
Alexandre; REIS, Ademir (Ed.) Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor
Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro - Região Sul. Brasília: MMA,
2011. p. 19-24.
LILES, J. N. The Art and Craft of Natural Dyeing: Tradicional Recipes for Modern
Use. Knoxville: The University Of Tennessee Press, 1990. 222 p.
83
Elementos Naturais. 2012. 159 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Design,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
PINHO, Érika Bezerra de Menezes de. "Um sonho não tem preço": Uma
etnografia do mercado de casamentos no Brasil. 2017. 403 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Instituto de Filosofia
e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS,
2017.
RECH, Sandra Regina. Moda: por um fio de qualidade. Florianópolis: UDESC, 2002.
131 p.
ROMERO, Luiz Lauro et al. Fibras Artificiais e Sintéticas. Produção Bndes, Rio de
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RUBIM, Renata. Desenhando a superfície. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Rosari,
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SOUTHAN, Mandy Shibori: Design & Techniques. Tunbridge Wells: Search Press,
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VEJAR, Kristine. The Modern Natural Dyer: A Comprehensive Guide to Dyeing Silk,
Wool, Linen, and Cotton at Home. New York: Abrams, 2015. 192 p.
85
APÊNDICES
86
APÊNDICE B – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA COM GEOVANNA REIS -
YELLOW PARTY
Vamos lá! Eu sempre me confundo quando ao tempo. A empresa tem mais tempo
do que o tempo que realmente eu comecei a trabalhar. Meu 1º casamento foi em
2015, mas a empresa está aberta desde 2014, então temos 4 anos de empresa.
Eu sou arquiteta e eu sempre fui muito metida em tudo. Morei um tempinho fora e
quando voltei eu estava meio no limbo sem saber o que fazer da minha vida e
estava casando muita gente e comecei a me meter dizendo "Vamos fazer isso,
vamos fazer aquilo..." e na época, Natal era muito restrita às coisas que o pessoal
fazia era só aquele casamento, era uma mesa dos arranjos e eu sempre fui hacker
do Pinterest por causa de arquitetura e eu via aquelas coisas e eu não via
teoricamente que não tinha nenhuma dificuldade, nem nada demais em se fazer
aquilo e que quando eu mostrava para minhas amigas "Olhe que lindo!", ela diziam
pra mim "É mas a decoradora não faz!". Eu não entendia porque a decoradora não
faz, qual a dificuldade em se fazer um negócio desses? "Porque não dá certo,
porque ninguém usa, porque vão ficar falando mal. Garrafinha na mesa de
convidados na época ninguém usava, porque era brega. Eu fui atrás de saber
porque no EUA utilizavam as garrafinhas. É uma coisa muito interessante. Nos
EUA quando você não tem dinheiro para decorar você mesmo decora e todo
mundo acha que flor lá é barato, mas não, é caríssimo e a garrafinha é justamente
porque é uma coisa bonitinha, fofinha, e você usa pouco material, você não precisa
de arranjos grandes, é utilizado para baratear o orçamento. A questão das luzinhas
é exatamente a mesma cor, baratear o custo com canhões de luzes de jardim, de
natal e fazia o casamento e que hoje é moda no Brasil, mas lá fazem desde os
anos 50.
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O que aconteceu foi justamente isso, eu acabei me metendo e vendo o quanto o
pessoal era travado, o quanto o pessoal não queria fazer esse tipo de coisa e eu
disse porque? Como eu estava no limbo da minha vida, então eu resolvi fazer isso,
mesmo com comentários. O arquiteto é um ser estranho, porque você como
arquiteto, você não quer trabalhar numa empresa de móvel planejado, porque aqui
em natal pagam muito mal. Eu não queria voltar para cá para trabalhar em lojas
de mobiliário para ganhar um salário mínimo.
Foi quando uma amiga minha ia casar e eu cheguei para ela e disse: deixe eu
fazer o seu casamento. Ela me disse como queria, quando os decoradores
cobravam, eu fiz pelo mesmo orçamento, mas avisei que seria um casamento
diferente. E quando fiz o casamento dela já tinha fechado mais 4 casamentos sem
ter feito nenhum, só com a confiança dos amigos. Nos primeiros casamentos eu
não sabia nem cobrar e pedi ajuda a amigas para fazer pesquisa de mercado.
Natal ainda tem muita coisa do clássico, mas está mudando. Recentemente entrou
muita gente no mercado de festas. E tem pessoas que eu considero o trabalho OK
e estão cobrando muito barato, e até pergunto a eles como eles estão conseguindo
fazer por esse valor. Mas infelizmente o cliente procura preço, tanto que muita
gente chega para mim e diz que o concorrente está fazendo a mesma coisa muito
mais barato. Eu não faço porque sei quanto custa, o trabalho que dá, mas o que
importa é mesmo o valor.
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tendências e que é uma coisa que sou até um pouco contra questão de cores da
estação, eu sou contra porque o casamento tem que ser a cor do casal e
atemporal.
Um cálculo que faço da média dos meus noivos é um total de 350 reais por cabeça.
Entre 300 e 350 para o ano de 2017.
Hoje em dia o mais utilizado sempre é o mais barato que é o Oxford. Tem outro
tecido intermediário que é tipo um algodão que custa uns R$ 11 que dá para fazer
algumas coisas muito interessantes, mas que em um casamento de 200 pessoas
pesa no orçamento. Os guardanapos servem mais pelo visual e que muitas vezes
entram na decoração só para compor, só pela mesa posta.
6. Como você acha que é o perfil dos noivos que escolhem a recepções ao ar
livre para se casarem? Na sua opinião qual o estilo de casamento que mais
predomina e mais combina com o local? Por quê?
Com certeza são casais bem mais modernos, são casais que querem realmente
fazer um casamento, que muita gente chega para mim e fala que é um casamento
rústico, mas é porque não sabe o que fala, mas as vezes o casamento não é rústico
"Porque eu vou casar num lugar externo e eu vou fazer um casamento rústico",
não é! Isso não está atrelado ao rústico, nada disso. É um pessoal bem mais
jovem, na faixa entre 21 a no máximo 30. Recentemente eu casei uma de trinta e
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poucos, que foi justamente a do Glamour, que ela disse "Eu não queria casar aqui,
mas eu estou casando porque é o local que vai caber todo mundo." É um pessoal
bem mais jovem e que gosta desse despojado, gosta de um casamento mais
diferente, um desconstruído, entendeu? É o pessoal que está mudando a mente
de todo mundo. Pessoal mais velho não casa e tem outra coisa, se a família, mãe,
pai do noivo e noiva se meterem, também não casa. Se quem está pagando são
os pais, eles também não vão para esses lugares, vão para lugares fechados
porque é o que é comum.
7. O que os noivos mais buscam na decoração? Você acha que eles costumam
seguir mais tendências, ou que buscam originalidade?
Uma coisa que sempre acontece com os meus noivos é que eles sempre buscam
que o casamento seja a cara deles. Muita gente busca a parte de tendência de
moda, a moda do descontraído, do diferente, mas dentro do desconstruído tem
que ser a cara delas. Ex.: Casamento baseado na cachorra dos dois.
Eu até gostaria de abrir mais a gama de espécies de flores para as noivas, só que
a gente não tem produção de flores, o que torna difícil a disponibilidade das flores
no evento. Para mim eu fico muito mais presa as cores do que as espécies. Dentro
das cores eu escolho as espécies. Quando falam que querem um casamento
100% colorido é a minha festa porque dá para escolher tudo e tudo que está bonito
e quando faço o pedido ao fornecedor (Fortaleza) eu peço para enviarem uma
caixa de rosas coloridas, as mais bonitas. Quando tem uma cor tema eu peço uma
caixa daquela cor mas pode não ser as mais bonitas para o período.
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• Lírio - tem que chegar aqui 100% fechado e você não tem essa garantia na
hora de fazer o pedido ao fornecedor.
• Rosa - particularmente eu não acho bonita, mas ela é muito durável e dentro
da composição ela fica Ok.
• Cravo - sou apaixonada pelo cravo e as tonalidades dele são incríveis. Pode
ficar fora da água 3-4 dias que não murcha. Geralmente são utilizados nas
cortinas de flores.
1) Paleta de cores;
2) Época do ano;
3) Escolha de espécies
10. Além do que leva você a escolher as flores, os noivos costumam solicitar
tipos específicos?
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Minhas noivas são muito abertas e muitas não sabem nem quais são as espécies.
Quando exigem, geralmente são orquídeas e apesar de serem caras, tem
disponibilidade durante todo o ano, tirando alguns casos específicos como a
Protea, que eu acho linda, só que para Natal é difícil de chegar mesmo com pedido
específico. Como o caminhão sai de Holambra para cá e faz várias paradas, as
flores mais diferentes terminam se perdendo no meio do caminho, o que torna
muito difícil garantir a disponibilidade do evento.
Dó no coração, mas tudo vai para o lixo. Existem alguns projetos de doação, mas
ninguém bota para a frente, não tem uma logística. Nós como decoradores e
fornecedores do casamento, temos um tempo de montagem e desmontagem para
entregar o salão. Para as flores eu não disponho de um veículo para transporte e
local adequado para armazenamento. O que faço é sempre perguntar nos meus
grupos de WhatsApp quem tem interesse em buscar as flores restantes. Existe o
projeto Florindo que leva as flores para asilos, mas quando vamos atrás não tem
nenhum responsável para coleta. Eu sempre ligo para floristas, cerimonialistas e
outros conhecidos que tenham interesse em ir buscar.
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APÊNDICE C – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA COM LYANNA BEZERRA –
NOIVA DE EVASÊ
O site tem 6 anos, nasceu em 2012 quando eu decidi me casar. O início dele foi
com intenção de uma experiência pessoa, depois como ele já nasceu com a
proposta de não só falar sobre mim, mas também mostrar referência de outros
estilos de casamento, então ele prosseguiu falando de casamentos de uma forma
mais geral, todos os estilos, todos os tamanhos.
2. O que fez você continuar com o site mesmo depois de ter casado?
(Adicionada apenas para essa entrevista)
A minha paixão pelo casamento. Eu acho muito bonito a questão de você organizar
seu casamento, o amor dos noivos, em contar a história do casal e a diversidade
de tipos de casamentos. O site não tem um estilo único, eu posto todas as formas
de casamento, pois as pessoas são diversas e os estilos de casamento são
diversos e que essa variedade deve ser mostrada.
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wedding ganhou mais espaço e varia desde 15 a 100 pessoas. O casal que
determina o tamanho. Eu já vi mini wedding em restaurante, que é outra opção nos
casamentos hoje em dia e não só as recepções fazem as festas de casamento.
Os restaurantes entraram nesse mercado. O mini wedding não deixou de ser
realizado, mas aumentou a participação no mercado.
"Você fazer um casamento, seja ele pequeno ou grande ele vai ser um luxo."
Para as noivas leitoras do site, pela crise, elas estão procurando muito preço. Hoje
tem muitas feiras que fornecem descontos, rodadas de negócio porque de fato os
casais estão procurando preço. Mas eles podem utilizar o útil ao agradável,
participar das feiras e já buscar os fornecedores que tinha escolhido e ganhar um
desconto.
Como a noiva nunca organizou um casamento, não tem experiência, se não tiver
uma assessoria, ela pode ser enganada com orçamentos milagrosos. Se ela for
esperta, e já tiver pego orçamentos em outros fornecedores similares ela pode se
ligar quando está muito bom para ser verdade. Muitas vezes ela está vivendo tanto
o sonho, com tanta emoção que não se atenta que o barato vai sair caro.
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Champanhe ao invés de um espumante nacional ele vai sair mais caro. Algumas
pessoas optam por fazer um mini wedding para um número reduzido de pessoas,
mas com uma qualidade dos fornecedores maior. O casamento pode ir de 30 mil
a 1 milhão.
A maioria das noivas daqui gastam entre 30 a 60 mil para casamentos de pequeno
porte. Um casamento grandioso custaria muito mais que isso.
8. Como você acha que é o perfil dos noivos que escolhem a recepções ao ar
livre para se casarem? Na sua opinião qual o estilo de casamento que mais
predomina e mais combina com o local? Por quê?
O casal quer a luz do dia, o contato com a natureza e ele é um casamento mais
despojado, mais colorido, com inspiração mais Boho, a noiva ousa mais no vestido,
não são noivas tradicionais, buscam referências de fora, usam buques
desconstruídos, com flores mais exóticas.
9. Os noivos ligam para pequenos detalhes? Ou isso fica por conta dos
fornecedores? (Kit banheiro, cor do guardanapo, lembrancinhas, porta
alianças). (Adicionada apenas para essa entrevista)
Principalmente a noiva. Eu escolhi até a cor da fita do bem casado. Não importa o
estilo do casamento. E hoje em dia tem muita noiva que coloca a mão na massa e
ela faz. Conta com ajuda de todos, padrinhos, sogras, pais, amigos. É muito
marcante quando os noivos conseguem colocar a identidade deles, torna-se uma
coisa única.
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10. O que os noivos mais buscam na decoração? Você acha que eles costumam
seguir mais tendências, ou que buscam originalidade?
Eu acho que é bem balançado. Muitas vezes hoje em dia você usa a tendência e
imprime o seu gosto, sua personalidade. O que eu vejo muito em casamentos ao
ar livre são casamentos com a identidade dos noivos, mas não deixando de utilizar
as tendências, as referências, são casamentos atuais. O que digo é que usem a
tendência ajustando ao gosto dela.
11. Quais as flores mais requisitadas/utilizadas? Por qual motivo? O que leva à
essa escolha?
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APÊNDICE D – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA COM LUCIANA MENDONÇA –
ART’S RECEPÇÕES
Aqui a gente trabalha, além do nosso espaço, com serviço de Buffet e decoração.
Basicamente esses valores oscilam um pouco, principalmente em relação ao
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número de convidados. Como o buffet é por pessoa, então isso acaba oscilando
muito, mas uma média de 100 pessoas gira em torno de 10 a 12 mil reais.
6. Como você acha que é o perfil dos noivos que escolhem a recepções ao ar
livre para se casarem? Na sua opinião qual o estilo de casamento que mais
predomina e mais combina com o local? Por quê?
O nosso perfil ele é, além de um espaço aberto, a nossa proposta, e acho que isso
também atrai um pouco os clientes é a proposta do campo, de casar no campo e
não somente uma área aberta. Tem algo que é bem marcante aqui, além da
vegetação que propõe bastante o campo, tem as belezas naturais, aqui a gente
tem um por do sol lindo, que é algo bem atrativo para os clientes.
7. O que os noivos mais buscam na decoração? Você acha que eles costumam
seguir mais tendências, ou que buscam originalidade?
Aqui por ser muito verde, geralmente eles procuram fazer casamentos no final de
tarde, então eles procuram cores bem vibrantes, tipo um amarelo, marsala, uma
cor rosa. É raro aparecer quem queira uns tons mais pastéis. As cores vibrantes
prevalecem.
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APÊNDICE E – INDICAÇÕES PARA A PURGA DOS TECIDOS (de acordo com
VEJAR, 2015)
MATERIAIS:
FERRAMENTAS UTILIZADAS:
• Balança de cozinha;
• Termômetro;
• Luvas;
1. Encha uma panela de inox com água suficiente para cobrir o tecido e para que ele
se mova livremente quando adicionado;
4. Depois, adicione o tecido e leve ao fogo por, pelo menos, uma hora na temperatura
de 180oF (82oC), mexendo-o a cada 10 minutos e garantindo que todo o tecido
esteja submerso na água;
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APÊNDICE F – MORDENTE DE ALUME: INDICAÇÕES PARA PREPARO DE
FIBRAS DE CELULOSE (de acordo com DUERR, 2011)
MATERIAIS:
• Sulfato de alumínio;
FERRAMENTAS UTILIZADAS:
• Balança de cozinha;
• Termômetro;
• Luvas;
1. Encha uma panela de inox com água até a metade da sua capacidade;
4. Acrescente mais água, o suficiente para cobrir o tecido, e depois incorpore o tecido
molhado;
5. Aqueça até chegar em 180oF (82oC) e deixe o tecido esfriar e descansar entre 4 a
8 horas, lembrando de mexer ocasionalmente o tecido para que toda fibra absorva
o mordente;
MATERIAIS:
• Água;
• Vinagre branco;
• Objetos enferrujados
FERRAMENTAS UTILIZADAS:
• Borrifador.
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