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O RECONHECIMENTO DOS NOSSOS

PRIMEIROS PAIS E A CURA DO VÍCIO


O que escrevi na primeira parte desta mensagem é o
resultado de algumas compilações que fiz da aula
ministrada pela professora da Hellinger Schule / Faculdade
Innovare, Isabella Oliveira, no 2º módulo do Curso de
Introdução ao Direito Sistêmico, ocorrido nos dias 24 e 25
de novembro, na capital paulista. Amilton Plácido da Rosa

Nossos pais devem ser reconhecidos e internalizados.


E os primeiros pais que devemos reconhecer são os nativos,
os índios.
Entretanto, que ideias temos deles?
Índios são imprestáveis, pobres, fracos, preguiçosos,
lançamos neles a ideia do Ideal selvagem. Eles não são
reconhecidos. São esquecidos (vejam o livro Macunaíma).
Entretanto, há outro lado adequado para olharmos para eles:
Eles têm uma profunda resistência, são cuidadosos com a
natureza, têm profunda sabedoria no uso das plantas
medicinais, usam os psicoativos de uma forma controlada,
sem vício.

O VÍCIO
Ao falar dos índios, nossos primeiros pais, vem-nos o tema
vício, pois a cura desta questão, por mais paradoxal e
contraditória que pareça, começa com eles.
Ademais, como já dito, eles sabem usar os psicoativos de
uma forma controlada. Eles não se viciam.
A dinâmica do vício é a falta do pai.
No livro “A Cura”, Bert Hellinger ensina como sair do
tabagismo e do vício da bebida: fumar e beber com prazer,
tragando o pai ao fumar e brindando com o pai ao beber. O
pai deve, aos poucos, sendo colocado para dentro, no
coração.
Vamos combater às drogas!
Esse é um caminho sem solução. Quando digo isso, não estou
olhando para o essencial, para a necessidade básica, para a
necessidade real.
Quando combatemos algo, quando resistimos a algo, aquilo
persiste, cresce e cria força. Nós fortalecemos aquilo.
Ao curarmos um vício em nós, curamos também na
sociedade. O que ocorre no micro ocorre no macro.
E como fazemos isso? Integrando o pai. Começamos essa
integração pelos nossos pais indígenas.
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Agora, para coroar esta mensagem, transcrevemos aqui
o artigo “O vício”, do livro: A Cura - Tornar-se
saudável, permanecer saudável, de Bert Hellinger, p.
94-96.
“Torna-se viciado aquele a quem falta algo. Para ele, o
vício é um substituto.
Como curamos um vício em nós? Reencontrando aquilo
que nos falta.
Quem ou o que falta no caso de um vício? Geralmente é
o pai. Ninguém é capaz de sentir-se inteiro e completo
sem seu pai. Sendo assim, o vício é a ânsia de
reencontrar o que foi perdido e, com a sua ajuda, sentir-
se são e restabelecido. Contudo, por ser apenas um
substituto, o vício não é capaz de satisfazer essa
necessidade. Por isso prossegue. Prossegue sem o pai.
Como podemos ajudar um viciado? Como ele pode
ajudar a si próprio?
Ele leva aquilo que foi perdido para dentro de seu vício,
dessa forma tornando-o supérfluo.
O vício mais difundido em nosso tempo é, em muitos
países, o fumo. Nem mesmo o fato de estar escrito
“Fumar mata” nos maços de cigarro assusta a maioria
das pessoas. Para elas ainda mais mortal é o sentimento
de que algo lhes falta em seu mais profundo interior.
Como é possível para um fumante levar o pai que lhe
falta para dentro de seu vício?
Primeiramente, o que o ajuda é fumar com prazer, pois
seu ato de fumar o conscientiza do quanto sente falta de
algo. Quando deseja ou precisa fumar, sente o quanto
lhe faz falta, por exemplo, seu pai. Assim que se prepara
para tragar o cigarro, imagina seu pai. Então traga a
fumaça profundamente em seus pulmões, olhando para
seu pai, dizendo-lhe internamente: “Tomo você em
minha vida e em meu coração”. E fuma até sentir seu
pai dentro de si.
Algo similar vale para o álcool. Aquele que se tornou
doente devido a esse vício brinda com o pai antes de
beber. Então bebe, lenta e profundamente, sorvendo seu
pai, a cada gole até sentir- se preenchido por ele e
vivenciá-lo completamente.
E as mães? Como elas ajudam seus filhos viciados? Elas
reconhecem que, para seus filhos, são apenas uma
metade, e nunca a totalidade. Ao invés de manter seus
filhos longe do pai, os guiam com amor até ele.
Esse movimento começa quando verem e amarem, em
seus filhos, também o pai deles, recordando o tempo
feliz em que se sentiam em unidade com ele em todos os
aspectos. Dessa forma, reconhecem seu anseio por ele e
se tornam um com ele novamente - e saudáveis.”

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