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A bacia do Donets (em ucraniano: Донецький басейн, translit. Donetskyi basein), também
referida como bacia carbonífera do Donets (em ucraniano: Донецький вугільний басейн;
em russo: Донецкий каменноугольный бассейн, transl. Donetski kamennougol'ny bassein)
e, mais comumente, como Donbas ou Donbass (em ucraniano: Донбас; em russo: Донбасс),
é uma bacia hidrográfica com área de 98 900 km2 [1] e que compreende uma região histórica,
geográfica e cultural do extremo leste da Ucrânia e sudoeste da Rússia.[2]
É uma importante região mineradora e industrial, marcada pelo curso do rio Donets, que lhe
empresta o nome.[3] A industrialização se desenvolveu na área graças a presença desta
região límnica onde se depositaram, em condições anaeróbias, restos de uma exuberante
vegetação então existente.[2]
Características gerais
A depressão carbonífera une-se ao rico depósito de ferro de Krivoi Rog, onde foi instalada
uma usina de ferro em 1872, em Donetsk; em 1913 extraía 74% de toda a produção russa de
minério de ferro. Atualmente, a zona é a maior região produtora de ferro e aço da Ucrânia e
uma dos principais complexos de indústria pesada do mundo.
História
A região é habitada há séculos por várias tribos nômades, como citas, alanos, hunos,
búlgaros, pechenegues, kipchaks, turco-mongóis, tártaros e nogais. A região agora
conhecida como Donbas permaceceu em grande parte despovoada, até a segunda metade
do século XVII, quando os cossacos do Don estabeleceram os primeiros assentamentos
permanentes na região.
A primeira cidade da região foi fundada em 1676, chamada Solanoye (agora Soledar), que foi
construída para o lucrativo negócio de explorar reservas de sal-gema recém-descobertas.
Conhecido por ser "Campos Selvagens" (em em ucraniano: дике поле, poste de dique), a
área que agora é chamada de Donbas estava em grande parte sob o controle do hetmanato
cossaco ucraniano e do canato turco da Crimeia até meados do final do século XVIII, quando
o Império Russo conquistou o hetmanato e anexou o canato.[4]
Distritos na Ucrânia com a maioria de falantes nativos de russo são mostrados em vermelho (censo de 2001), muitos
concentrados na região leste (Donbas).
No final do século XVIII, muitos russos, sérvios e gregos migraram para a região.[5] A Rússia
czarista nomeou os territórios conquistados "Nova Rússia" (em em russo: Новоро́ссия,
Novorossiya). À medida que a Revolução Industrial se instalava em toda a Europa, os vastos
recursos de carvão da região, descobertos em 1721, começaram a ser explorados em
meados do século XIX.[6]
Foi neste ponto que o nome Donbas entrou em uso, como uma redução de "bacia do Donets",
onde se encontrava a maior parte das reservas de carvão. A ascensão da indústria do carvão
levou a um boom populacional na região, em grande parte impulsionado pelos colonos
russos.[7] A região era governada como os condados de Bakhmut, Slovianserbsk e Mariupol
da província de Yekaterinoslav.
Donetsk, a cidade mais importante da região, hoje, foi fundada em 1869 pelo empresário
galês John Hughes no local da antiga cidade cossaca Zaporozhian de Oleksandrivka.
Hughes construiu uma siderúrgica e estabeleceu várias minas na região. A cidade foi
chamada Yuzovka (em russo: Юзовка), em alusão ao nome do fundador. Com o
desenvolvimento de Yuzovka e cidades semelhantes, grandes levas de camponeses sem
terra das províncias periféricas do Império Russo para lá se dirigiram, à procura de
trabalho.[8]
De acordo com uma pesquisa de religião na Ucrânia de 2016, realizada pelo Centro
Razumkov, 65% da população da Donbas acredita no cristianismo (incluindo 50,6%
ortodoxos, 11,9% que se declararam "simplesmente cristãos" e 2,5% que pertenciam a igrejas
protestantes). O islamismo é a religião de 6% da população da Donbas e o hinduísmo de
0,6%, ambas as religiões com uma parcela da população maior em comparação com outras
regiões da Ucrânia. As pessoas que se declararam não crentes ou crentes em alguma outra
religião, não se identificando em uma das listadas, eram 28,3% da população.
Cartaz de propaganda russa soviética de 1921 que diz "A Donbas é o coração da Rússia"
Desde 2014, forças de segurança do governo ucraniano têm realizado operações militares
contra os separatistas da Donbas, que se recusam a reconhecer o novo governo da Ucrânia,
instituído após um golpe de Estado seguido de mudança de regime (Revolução
Ucraniana).[13]
Em 24 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma operação especial para
proteger os civis da Donbas. Já o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de
atingir a infraestrutura militar do país. Na sequência, impôs a lei marcial em toda a Ucrânia,
cortando as relações diplomáticas com Moscou. O Ministério da Defesa russo, por sua vem,
afirmou que a Rússia não havia lançado ataques aéreos, de mísseis ou de artilharia contra
cidades ucranianas mas somente contra a infraestrutura militar.[13]
Meio ambiente
Arena Donbass
Russos da Ucrânia
Referências
2. Stephenson, Randell; Stovba, Sergiy. «A Brief Description of Crustal Images from the
Donbas Foldbelt, SE Ukraine» (https://www.earthscrust.org.au/science/donbas-foldbelt.h
tml) . Crustal Architecture and Images
3. BBC News, Gulliver Cragg. «The coal-mining racket threatening Ukraine's economy» (http://
www.bbc.co.uk/news/world-europe-22170976) . 23 de abril de 2013. Consultado em 22
de fevereiro de 2014
5. Yekelchyk, Serhy (2015). The Conflict in Ukraine: What Everyone Needs to Know (https://bo
oks.google.com/books?id=UTZICgAAQBAJ&pg=PT113) . [S.l.]: Oxford University Press.
ISBN 978-0190237301
7. Andrew Wilson (Abril de 1995). «The Donbas between Ukraine and Russia: The Use of
History in Political Disputes». Journal of Contemporary History. 30 (2). 274 páginas.
JSTOR 261051 (https://www.jstor.org/stable/261051)
10. «The First General Census of the Russian Empire of 1897 − Breakdown of population by
mother tongue and districts in 50 Governorates of the European Russia» (https://web.archi
ve.org/web/20141006074450/http://demoscope.ru/weekly/ssp/rus_lan_97_uezd_eng.p
hp) . Institute of Demography at the National Research University 'Higher School of
Economics'. Consultado em 22 de setembro de 2014. Arquivado do original (http://demos
cope.ru/weekly/ssp/rus_lan_97_uezd_eng.php) em 6 de outubro de 2014
11. Lewis H. Siegelbaum; Daniel J. Walkowitz (1995). Workers of the Donbass Speak: Survival
and Identity in the New Ukraine, 1982–1992 (https://books.google.com/books?id=zsDExU_
Oji0C) . Albany: State University of New York Press. 162 páginas. ISBN 0-7914-2485-5
15. Замглавы МИД ДНР заявил, что жители народных республик хотят мира (https://ria.r
u/20220225/donbass-1775012678.html) . RIA Novosti, 25 de feverero de 2022
16. Более 22 тыс. человек признаны потерпевшими с 2014 года в ходе событий в
Донбассе (https://tassru.turbopages.org/tass.ru/s/obschestvo/13850555) . Tass, 25 de
fevereiro de 2022.
17. Kazanskyi, Denys (16 de abril de 2018), «Disaster in the making: The "DPR government"
has announced its intention to flood the closed Young Communard mine in Yenakiyeve. 40
years ago, nuclear tests were carried out in it, and nobody knows today what the
consequences would be if groundwater erodes the radioactive rock» (http://ukrainianweek.
com/Society/212456) , The Ukrainian Week, consultado em 5 de outubro de 2018
Ligações externas
Why Donbass Votes for Yanukovych (http://www.academia.edu/3185756/Why_Donbass_V
otes_for_Yanukovych_Confronting_the_Ukrainian_Orange_Revolution) , historical overview
of the roots, culture and character of the Donbas (em inglês)
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