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“Manual de Técnicas de Contato para a Atividade Policial Militar - PMPR”

Manual de Técnicas de
Contato para a Atividade
Policial Militar

1º edição

FRANCIS PIROG

CURITIBA - 2019

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“Manual de Técnicas de Contato para a Atividade Policial Militar - PMPR”

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me concedido força, saúde e disposição para fazer este
Manual; a minha família pelo apoio, força e amor incondicional; aos meus mestres e
professores por compartilharem sua sabedoria, tempo e experiência; aos meus amigos
pelo incentivo e aos meus alunos pelos ensinamentos que me proporcionam diariamente.
A todos aqueles que contribuíram para a realização deste Manual e aos que ombreados;
protegem com o sacrifício da própria vida o nosso Estado do Paraná.

“Para que o mal triunfe, basta apenas que os homens de bem não façam nada.”
Edmund Burque

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“Manual de Técnicas de Contato para a Atividade Policial Militar - PMPR”

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………… 5
2 SITUAÇÃO DE NORMALIDADE…………………………………………………….... 6
3 TENDÊNCIA À COOPERAÇÃO…………………….…………………………………. 7
4 RESISTÊNCIA PASSIVA……………………………………………………………….. 9
5 RESISTÊNCIA ATIVA………………………………………..………………………… 12
6 AGRESSÃO NÃO LETAL……………………………………………………………… 27
7 AGRESSÃO LETAL…………………………………………………………………….. 34
8 MATERIAIS BÁSICOS PARA A INSTRUÇÃO………………………………………. 43
9 CONCLUSÃO…………………………………………………………………………..… 44

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1 INTRODUÇÃO
A atividade policial que perfaz sua competência constitucional da preservação da
ordem pública, respeitando os direitos fundamentais e humanos, por vezes se depara
com a necessidade do uso da força para se atingir o propósito legítimo de salvar vidas e
assegurar o cumprimento das leis.
O objetivo do presente trabalho é conceber um grupo de técnicas básicas e de fácil
aprendizagem e execução para o uso do policial militar ao fazer frente às ações/
agressões de “pessoas em geral”. Desta forma procuramos compilar as técnicas que se
mostram eficazes no emprego operacional e que auxiliem a manter baixos os índices de
letalidade em ocorrências que envolvam militares estaduais de serviço.
Para tanto foram pinçadas técnicas das mais variadas artes marciais e adaptadas
ao uso policial militar de modo que permita a imobilização do suspeito para posterior
algemamento sempre preocupado em manter a integridade física do policial.
Da mesma forma as técnicas aqui descritas permitem ao policial se desvencilhar
do suspeito rapidamente em caso de ataque de múltiplos agressores permitindo então
que se dê a resposta adequada ao nível de agressão sofrida.
Para facilitar o entendimento seguimos o modelo PMPR para uso seletivo ou
diferenciado da força constante na Diretriz 004/2015, materializando em ações e técnicas
os níveis de força a serem empregados pelo policial descritos naquele documento.
Assim através do preparo técnico buscamos uma melhor resposta por parte do
policial militar diante de ações/agressões das “pessoas em geral”, atuando de maneira
legal, ética e moral no que diz respeito ao uso seletivo ou diferenciado da força pela
polícia e mantendo a legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e
conveniência no uso desta.

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2 SITUAÇÃO DE NORMALIDADE
2.1 Atitude expectante:

● O policial deverá manter os pés paralelos e abertura das pernas aproximadamente


da largura dos ombros para manter uma base estável;
● Mãos próximas a cintura para se utilizar rapidamente do armamento e/ou
equipamento se necessário;
● Estar atento ao que ocorre ao redor para não ser surpreendido;
● Manter a postura e compostura.

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2.2 Local estratégico:


Sempre que possível deve estar com as costas voltadas a parede para proteção
individual;
● Sempre postado onde possa ver e ser visto pelo público.

3 TENDÊNCIA À COOPERAÇÃO

3.1 Técnicas de verbalização (normalmente utilizada em todos os níveis de


gradação de força):
● Empregar técnicas de verbalização que permitam transmitir ao cidadão, de forma
clara e inequívoca, a necessidade de respeito e acatamento às orientações que lhe são
transmitidas;
● A interpelação do policial ocorrerá sempre em tom de voz proporcional à situação
que está sendo enfrentada. Assim, em alguns casos o Militar Estadual se comunicará com
o cidadão por meio do diálogo, outras vezes, precisará empregar comandos de voz firmes

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e em tom elevado, principalmente em casos que digam respeito a situações envolvendo


pessoas suspeitas da prática de algum delito.
● Em alguns casos seja pela ausência de iluminação, seja pela distração, ou mesmo
pela tensão que envolve o desenrolar de algumas ocorrências, o cidadão não percebe a
presença policial e, por consequência, pode reagir inadequadamente no momento de uma
abordagem policial. Por este motivo, a necessidade da inequívoca identificação dos
agentes da lei em todas as intervenções:
“POLÍCIA MILITAR!”, “ABORDAGEM POLICIAL!”.

Técnicas de aproximação.

A equipe policial deverá se posicionar em diagonal em relação ao abordado


(triangulação) de forma que este ao se direcionar para um dos policiais da equipe
exponha o flanco ou as costas para o outro facilitando assim o uso de técnicas de
contenção se for o caso.
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4 RESISTÊNCIA PASSIVA
4.1 Postura inicial de luta:

4.1.1 base de combate retangular;


 os pés deverão estar nos vértices
de um retângulo ou quadrado
imaginário (depende da estrutura
física do mesmo) de modo que o
policial mantenha uma base
estável.

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4.1.2 corpo levemente inclinado para frente;


 Para preparar o policial para
dissipar a energia de um impacto
frontal.

4.1.3 cotovelos fechados e mãos abertas;


 Cotovelos fechados ajudam a proteger
as costelas flutuantes, o fígado e o
baço contra impactos;
 Mãos abertas auxiliam na proteção da
parte superior do corpo bem como
buscam transmitir ao abordado a ideia
de que o policial esta buscando
amenizar a situação (ao contrário dos
punhos fechados que trazem um
aspecto mais agressivo).

4.1.4 queixo baixo.


● Protege a mandíbula contra impactos bem como reduz o ângulo de ataque aos
ossos da face.
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4.2 Chave de braço para condução.

1. 2.

3. 4.

1. Inicia-se o movimento buscando o braço do suspeito;


2. As mãos se sobrepõem sobre o músculo tríceps localizado atrás do braço;
3. Manter as duas mãos sempre no braço para aumentar a alavanca do movimento
fazendo com que o suspeito adote a posição para a condução;
4. O armamento deve preferencialmente estar do lado oposto ao suspeito durante a
chave de braço bem como o policial em casos excepcionais pode conduzi-lo com uma
mão (proteger o armamento, usar uma das mãos para abrir caminho entre a multidão,
etc.).
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5 RESISTÊNCIA ATIVA

5.1 Chave de braço para imobilização (projetando ao solo);

1. 2.

3. 4.

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1. Inicia-se o movimento buscando o braço do suspeito;


2. As mãos se sobrepõem sobre o músculo tríceps localizado atrás do braço;
3. Manter as duas mãos sempre no braço para aumentar a alavanca do movimento
(não colocar acima da escápula);
4. Realizar um movimento direto ou um movimento circular em direção ao solo para
projetar o suspeito;
5. Com o suspeito já ao solo utilizar o joelho sobre o pescoço bem como a chave de
braço para mantê-lo de bruços. Importante nesse momento verbalizar para que o suspeito
se posicione da forma como convier ao policial para facilitar a imobilização.
6. Manter os dois joelhos fechados sobre o corpo do suspeito (um sobre o pescoço e
outro logo após o braço), mantendo a chave de braço e/ou punho e o peso sobre o
suspeito para manter a imobilização.

5.2 Mata leão


5.2.1 Considerações:
● Os estrangulamentos como o “mata leão” não tem por objetivo causar a perda dos
sentidos do suspeito e sim compelir aquele que não cumpre as ordens legais emanadas
pela autoridade competente a fazê-lo através do desconforto causado pelo golpe;
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● A partir do momento em que o suspeito coopera com o policial a pressão do golpe


ao redor do pescoço é aliviada;
● Caso o suspeito esteja sob efeito de álcool, entorpecentes ou esteja muito
combativo, e não siga as orientações do policial durante a aplicação do golpe e por
ventura venha a perder os sentidos, o golpe deverá ser imediatamente interrompido, o
suspeito colocado ao solo, algemado e imediatamente prestado os primeiros socorros;
● Que o cérebro humano começa a ter lesões graves por falta de oxigênio entre 3 à 5
minutos sendo que após este período pode ocorrer a morte cerebral;
● Que a perda de sentido em um estrangulamento aplicado corretamente ocorre em
aproximadamente 10 segundos, o que impede de causar lesões ao suspeito pela
aplicação correta do golpe.
● Que os estrangulamentos estão entre os golpes mais eficientes e seguros
disponíveis no repertório da Defesa Pessoal, notadamente quando ha desvantagem de
compleição física em desfavor do Policial, reduzindo a possibilidades de lesões ao
suspeito quanto aplicado seguindo as orientações acima.

1.

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1. O policial se aproxima pelas costas do suspeito e abaixo da sua linha do ombro


(para dificultar ser visualizado) enquanto o policial a frente retira sua atenção;
2. Com suas mãos desequilibra o suspeito para trás ao mesmo tempo em que chuta
atrás do joelho para reduzir a estatura do suspeito;
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3. Mantendo o desequilíbrio aplica o golpe;


4. Ao aplicar o golpe ordena ao suspeito que “erga as mão para cima”, obtendo assim
a visualizações destas, facilitando o algemamento, sendo que então ao ser obedecido
alivia a pressão inicial do golpe para evitar a perda dos sentidos e conduzi-lo sempre o
desequilibrando para trás.

5.2.2 Detalhes da aplicação do golpe:

● Braço direito envolve o pescoço do suspeito de forma que o osso rádio e o bíceps
interrompam a circulação de sangue pelas artérias que passam pela lateral do pescoço e
a articulação do braço fique na altura da garganta;
● O braço esquerdo passa por trás do PESCOÇO (e não da nuca), fazendo assim o
travamento ósseo do golpe;
● A cabeça do policial fica colada na do suspeito para dificultar qualquer tentativa de
defesa

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5.2.3 Mata leão partindo do arm drag


1 2

3 4

1. Mão esquerda segura o punho e mão direita segura atrás do tríceps sem o uso do
polegar;
2. O policial puxa o suspeito para si ao mesmo tempo em que o usa de ponto de
apoio para ir ao seu encontro;
3. A mão esquerda se prepara para encaixar o estrangulamento enquanto a direita
envolve a cintura facilitando a aplicação de outro golpe se necessário;
4. Aplica-se o golpe sempre desequilibrando o suspeito para trás e tendo as mãos
dele a vista inclusive facilitando o algemamento.
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5.3 Guilhotina;
1 2

3 4

1. Inicia-se com um clinche posicionando uma mão atrás da nuca do suspeito e a


outra sobre o topo da nuca, mantendo os cotovelos fechados e puxando a cabeça dele
para baixo;
2. Aplica-se o estrangulamento com o osso rádio na parte mais próxima ao punho;
3. A pressão se dá na altura da garganta do suspeito pelo braço e na lateral do
pescoço pelo bíceps e costela;
4. Que o policial ordena que o suspeito coloque as mãos para trás para que ele tenha
visão das mesmas e facilite o algemamento.

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5.4 Transição entre golpes;

1 2

3 4

● No exemplo acima ao realizar a chave de braço para a imobilização o suspeito


acompanha o movimento buscando aplicar a queda “baiana” no policial militar que então
aproveita o movimento e aplica o estrangulamento guilhotina.

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5.5 Algemamento e condução;


5.5.1 Algemamento em pé:
1 2

3 4

1. Após efetuar a busca pessoal e mantendo o controle dos dedos do suspeito


entrelaçados o policial busca a algema;
2. Segurando no elo ou corrente da algema efetua o algemamento em um dos braços
em um movimento de cima para baixo;

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3. Conduz o braço algemado em uma chave de braço até as costas do suspeito


buscando em seguida o outro braço mantendo a torção provocada pela aplicação do
golpe;
4. Termina o movimento mantendo sempre que possível as mãos do suspeito unidas
pelo dorso bem como as entradas da chave da algema voltadas para o cotovelo de modo
que dificulte a tentativa de fuga.

5.5.2 Algemamento deitado:


1 2

3 4

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1. O policial se aproxima pela diagonal inferior do suspeito deitado de modo a


dificultar sua visualização bem como alguma tentativa de contraataque;
2. Aplica uma chave de punho somada a uma chave na articulação do ombro;
3. Ajusta sua posição colocando um joelho sobre a nuca e outro logo após o braço do
oponente, mantendo a chave de braço e executando o algemamento naquele braço;
4. Efetua o algemamento no outro braço.

5.6 Condução de suspeito:

1 2

1. Condução padrão utilizada quando o suspeito necessita deslocar de forma rápida


bem como para entrar na viatura;
2. Variação quando o suspeito busca resistir à condução padrão erguendo o corpo.

5.7 Trabalho em dupla


1 2

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5 6

1. Os policiais se posicionam nas diagonais opostas do suspeito;


2. Após sinal combinado anteriormente (comando de voz, sinal de cabeça, etc) os
dois policiais iniciam a aplicação da chave padrão em ambos os braços;
3. Aplicam a chave unindo os cotovelos (para evitar que o oponente faça o
movimento de cambalhota para a fuga) e posicionam as pernas defronte as dele;
4. Para evitar lesão acidental na altura do ombro do suspeito, segura-se na altura do
trapézio para levá-lo ao solo;
5. Após o suspeito estar devidamente imobilizado no solo o segundo policial pode se
levantar para realizar a segurança do perímetro.

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● Quando o primeiro policial estiver com um golpe encaixado no suspeito e este


efetuando algum tipo de defesa que dificulte a finalização do golpe; o segundo policial ao
invés de iniciar outra tentativa de imobilização (seja no braço, tentativa de queda, etc),
poderá simplesmente impedir o movimento defensivo do suspeito.
● No caso acima o suspeito se utiliza das mãos para aliviar o estrangulamento e o
segundo policial ao retirá-las do local permite que o estrangulamento seja finalizado e o
suspeito imobilizado.

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5.8 Golpes de Impacto para Neutralização da Resistência

● Quando no caso de resistência ativa após a verbalização e a tentativa inicial de


imobilização que fracassou devido à habilidade do suspeito o policial pode se utilizar de
um golpe de impacto na altura do abdome (estomago, fígado, baço, costelas flutuantes),
para neutralizar a resistência e enfim aplicar a imobilização.

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5.9 Primeiros socorros

● Deverá ser utilizado os conhecimentos de prévios de primeiros socorros nos casos


de eventuais lesões no suspeito quando da sua imobilização (luxação, escoriação, etc).
● No caso acima após resistir à aplicação de um estrangulamento e ter perdido os
sentidos o suspeito foi imediatamente colocado ao solo, algemado (para que quando
recuperar os sentidos não avance contra a equipe policial, seja por dolo ou não) e teve as
pernas levantadas para auxiliar na circulação sanguínea e disponibilidade de oxigênio por
estar em ambiente aberto.
● Importante salientar que no caso da perda de sentidos pela aplicação do
estrangulamento a partir do momento que cessa a pressão do golpe o sangue com o
oxigênio retorna a circular normalmente e o suspeito volta à consciência naturalmente. O
ato de erguer as pernas e permitir a circulação de oxigênio no ambiente somente facilita
esse processo.

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6. AGRESSÃO NÃO LETAL


6.1.Regiões sensíveis do corpo humano

1.Parietal
2.Frontal
3.Temporal
4.Base do nariz
5.Nariz
6.Orbicular das pálpebras
7.Maxilares
8.Elevador do lábio superior
9.Queixo
10.Pescoço
11.Trapézio
12.Garganta
13.Arco esternal
14.Clavícula
15.Esterno
16.Peitoral
17.Coração
18. Grande dentado
19. Bíceps
20. Costelas
21. Fígado
22. Rádio
23. Abdômen
24. Falanges
25. Abdutor longo do polegar
26. Testículos
27. Virilhas
28. Tensor da fáscia lata
29. Quadríceps
30. Adbutor
31.Tendão quadríceps femoral
32.Patela / Rótula
33.Tíbia
34.Tíbia anterior
35.Púbis

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1. Occipital
2. Região mastóidea, esplénio do pescoço
3. Região cervical
4. Sétima cervical
5. Apófise da omoplata
6. Pequeno redondo
7.Infra-espinhoso
8.Coluna vertebral
9. Grande dorsal
10.Cotovelo
11.Glúteo maior
12.Rádio
13. Ânus
14. Glúteo menor
15. Semitendinoso
16. Região poplítea
17. Tendão de Aquiles
18. Calcâneo

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6.2 Uso do bastão.

● Em caso de agressão não letal o uso do equipamento deve ser SEMPRE preferido
ao combate corpo a corpo;
● No uso do bastão (retrátil e PR-24) deve ser alvejado como alvo primário a
musculatura do agressor: lateral do braço, lateral da perna, lateral das costelas, região do
estômago.

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6.3 Combate corpo a corpo:


6.3.1 Posição de combate.

● Base de pernas retangular;


● Corpo levemente inclinado para frente;
● Cotovelos fechados;
● Queixo baixo,
● Ombros erguidos,
● Punho cerrado.

6.3.2 Golpes com a mão;


1 2

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1. Jab: soco de trajetória reta desferido com a mão que está a frente;
2. Direto: soco de trajetória reta desferido com a mão que está atrás;
3. Cruzado: soco de trajetória circular;
4. Uppercut: soco com trajetória ascendente normalmente buscando a região do
estômago;

6.3.3 Golpes com os joelhos;


1 2

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1. Inicia-se com um clinche posicionando uma mão atrás da nuca do suspeito e a


outra sobre o topo da nuca, mantendo os cotovelos fechados e puxando a cabeça dele
para baixo;
2. Aplica-se uma joelhada frontal na altura do estômago.

6.3.4 Golpes com as pernas;


1. Chute Circular

● Após girar o pé de apoio aplica-se um chute com a parte final da tíbia na lateral da
perna do suspeito, reduzindo sua mobilidade e facilitando a imobilização.

2. Chute Frontal

● Chute aplicado com o intuito de gerar espaço entre o policial e o suspeito,


possibilitando o policial se utilizar do seu equipamento ou armamento conforme o caso.
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3. Mae Geri

● Chute aplicado com potência visando a região do estômago com o intuito de


neutralizar a resistência do suspeito propiciando sua imobilização.

6.3.5 Golpes com os cotovelos e cabeça.

 Golpes não ortodoxos que devem ser utilizados pelos policiais em caso de
necessidade quando sua integridade física ou de terceiros estiver em risco.
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6.3.6 Golpes em pontos sensíveis.

● Exemplos de aplicação de golpes em pontos vitais para afastar o suspeito.

6.3.7 Defesas.

● As defesas contra os golpes direcionados a cabeça devem ser executadas com o


policial protegendo-se com o uso dos antebraços;
● Em caso de golpes no abdômen ou pernas deve curvar-se para que os antebraços
ofereçam a maior proteção possível, preparando-se para absorver o impacto da melhor
forma e realizar o contra-ataque imediato.

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7 AGRESSÃO LETAL
7.1

● Suspeito cooperativo: verbalização e posição inicial de luta;

● Suspeito em posição de combate: uso de equipamentos.

● Suspeito armado de faca:


1. Distância superior à 7 metros: armamento em condições de ser empregado a qualquer
momento e verbalizar para que o suspeito largue a arma e se renda: “ POLÍCIA! /
LARGUE A ARMA! / SE REAGIR, VOU DISPARAR!

2. Distância igual ou inferior a 7 metros: uso da arma de fogo.

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7.2 Retenção de arma de fogo


Pontos a serem observados:
● Situação crítica em que o arrebatamento da arma do coldre do policial pode levar a
morte deste e de terceiros; logo a resposta a ser dada deve ser a mais vigorosa e eficaz
possível;
● A melhor defesa é a prevenção, mantendo-se a atenção e a distância do potencial
agressor;
● Sempre mantenha uma das mãos sob a arma para que se evite o saque desta ou
eventualmente a retirada do coldre do cinto;
● Com a outra mão golpeie o agressor e se movimente para que este perca a
empunhadura da arma;
● Afaste o agressor o mais distante possível e verifique se há mais ameaças ao
redor.

7.2.1 Retenção Israelense


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3.

1. Agressor tenta arrebatar a arma do policial;


2. O policial recua a perna para trás e consequentemente o coldre (aumentando a
distância entre a arma e as mãos do agressor) ao mesmo tempo que empurra o agressor;
3. Com a distância gerada o policial tem tempo para dar a resposta adequada que a
situação exigir.

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7.2.2 Tentativa de arrebatamento de arma no coldre pela frente

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6.

1. O policial mantém a arma no coldre utilizando uma das mãos e desfere golpes com
a outra até que o agressor largue a arma;
2. Caso o agressor não largue o armamento após desferir os golpes, o policial
mantendo a arma no coldre busca os dedos do oponente com a outra mão;

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3. Aplica uma torção e retira-se a pegada;


4. Empurra o agressor o mais distante possível e tomam-se as medidas necessárias.

7.2.3 Tentativa de arrebatamento de arma no coldre pelas costas

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1. O policial mantém a arma no coldre utilizando uma das mãos e desfere golpes com
o cotovelo até que o agressor largue a arma;
2. Caso o agressor não largue o armamento após desferir os golpes, o policial
mantendo a arma no coldre desloca-se em movimento de giro do quadril para se
desvencilhar da pegada mantendo os golpes se necessário;
3. Empurra o agressor o mais distante possível e tomam-se as medidas necessárias.

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7.2.4 Tentativa de arrebatamento de arma empunhada


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1. Usando o peso do corpo o policial empurra o agressor;


2. Quando o agressor está sendo movido pela inércia do movimento inclina-se a arma
a 90º e puxa-se fazendo com que aquele perca a pegada do armamento e seja projetado;
3. Detalhe do movimento de inclinação de 90º da arma.

8 MATERIAIS BÁSICOS PARA A INSTRUÇÃO


a. Três pares de luvas de boxe de 16oz;
b. Três capacetes de proteção fechados por grade frontal;
c. Um aparador de chute POR DUPLA ;
d. Pistola.40 desmuniciada, bastão retrátil, algema e chave de algema individuais.

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9 CONCLUSÃO

Este trabalho não tem por objetivo encerrar o assunto nem tão pouco limitar as
técnicas de Defesa Pessoal para somente aquelas que estão aqui descritas.
Primeiramente porque este Manual tem por finalidade objetiva repassar um conjunto de
técnicas mínimas que todo Policial Militar deve dominar; não excluindo as demais. Essas
técnicas combinam-se entre si gerando uma gama de possibilidades para fazer frente às
ações/ agressões de “pessoas em geral”. Ademais, assim como a sociedade, as técnicas
mudam com o tempo e novas técnicas surgirão adequadas às novas necessidades.
Por fim temos a certeza que esse Manual ajudará sobremaneira a Polícia Militar a
manter a excelência no atendimento diuturno a sociedade paranaense.

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