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INALISTABILIDADE

Conforme destaca José Jairo Gomes (2020), a inalistabilidade impede a constituição do


exercício da própria cidadania, de modo que, o inalistável não pode exercer direitos
políticos, pois lhe falta capacidade eleitoral ativa e passiva, ficando impedido de votar e
de ser votado.
Nesse sentido, conforme preconiza o § 2º do art. 14º da CF/88, não poderem alistar-se
como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os
conscritos. Vale salientar que, apesar da carta magna de 88 não mencionar, os apátridas
também não podem alistar-se.
Desse modo, cumpre destacar os conceitos jurídicos de estrangeiro e de conscritos.
Estrangeiro é todo aquele que não possui nacionalidade brasileira, isto é, não possui a
capacidade de exercer a cidadania.
Já os conscritos são aqueles que prestam serviço militar obrigatório, consiste esse
serviço no exercício de atividades específicas desempenhadas nas Forças Armadas –
Exército, Marinha e Aeronáutica –, compreendendo todos os encargos relacionados com
a defesa nacional.
O conscrito é inalistável. Entretanto, sendo facultado o alistamento eleitoral aos maiores
de 16 anos e menores de 18 anos (CF, art. 14, § 1º, I e II, c), muitos dos que forem
incorporados ao serviço militar já estarão gozando dos direitos políticos, encontrando-se
inscritos como eleitores; muitos até já terão votado. Diante disso, entendeu o TSE que,
ao ser incorporado para a prestação de serviço militar obrigatório, a inscrição do eleitor
deve ser mantida, ficando, porém, impedido de votar (Res. N o 15.072 – DJ 25-7-1989,
p. 1).
Dessa forma, a questão reside não no alistamento, mas, sim, no voto, de modo que
compete ao responsável pela unidade militar encaminhar a Justiça Eleitoral a relação
dos conscritos para que sejam suspensos do rol de eleitores ou impedidos que nele se
inscrevam.
Por fim, cumpre esclarecer que a regra da inalistabilidade só alcança os conscritos, não
alcançando os demais militares. Quanto a policiais militares e bombeiros militares não
há, igualmente, qualquer restrição ao alistamento eleitoral.
REFERÊNCIAS

GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. Atlas. São Paulo. 16. Ed. 2020.

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