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Travessias, travessuras e atravessamentos

Autor: Clay(ton) Jean Sabino


Orientadoras: Luiza Laborda (Coordenadora) e Fernanda Gonçalves (consultora)

A leitura do que outras pessoas pensaram pode nos ser útil quando
precisamos construir nossa própria imagem do mundo e da vida.
(Gaarder, Jostein, O mundo de Sofia, 1995, p.25)

A cada ciclo que passamos somos atravessados por novos desafios, nos
mobilizando e nos transformando de alguma forma, a buscar novos caminhos. E essa
transformação parte de estímulos provocados por uma determinada ação que, em
resposta gera uma reação imediata ou tardia, que nos fazem querer expressar nossas
vontades, nossos desejos e até nossas angústias em relação a algo.
E foi assim, após a apreciação do último relatório das atividades de 2021 do Projeto
Dom Quixote pela parceira Lícia Beltrão, em que a mesma foi convidada a participar de
um de nossos encontro, ainda no formato virtual, para tecer suas considerações, a qual,
nos parabenizou pela qualidade técnica de nossas produções e apontou várias sugestões
para melhoria, e nos questionou como tornar nosso material acessível a todos aqueles
que se interessem em conhecer mais a fundo as atividades desenvolvidas pelo Projeto
Dom Quixote.
Essa provocação mexeu com os ânimos da tribo, e motivados por nossa
coordenadora Luiza Laborda, fomos incentivados através de sua ideia de criarmos o
Portfólio do Projeto Dom Quixote, organizando a coletânea de nossas atividades
desenvolvidas, o qual, se encontra em elaboração pela equipe, para lançamento no
segundo semestre de 2022.
Ainda com as ressonâncias provocadas pela passagem de Lícia Beltrão sobre o
relatório, nossos encontros do segundo semestre de 2021 foram pautados com uma série
de Oficinas de Língua Portuguesa, para ampliarmos o bom uso da comunicação escrita e
falada, ministradas por nossas orientadoras, em que Fernanda Gonçalves explanou
sobre as origens e transformações, e Luiza Laborda nos atualizou sobre as Normas da
ABNT para as referências. Nossas oficinas tiveram as contribuições dos convidados
Horestes Moura, que abordou sobre o novo acordo ortográfico, Leitura, produção textual
e Literatura, e de Graça Almeida que nos apresentou estratégias de busca e recuperação
da informação em Bases de Dados.
Nosso contato com o público, ainda por consequência dos reflexos da pandemia, se
manteve de maneira remota através de nossas publicações em nossas redes sociais. E
para que todos os integrantes pudessem contribuir com a criação de conteúdo,
realizamos a oficina de Canva, para apresentar o aplicativo disponibilizado de forma
online e gratuita, e trocarmos experiências sobre formatação e edição dentro do
programa. Tivemos também a troca de experiências com Daiane Araújo sobre
administração e gerenciamento de Redes Sociais, a qual apresentou as melhores
estratégias de engajamento e a forma de medir o nível de interação dos seguidores com
o conteúdo do perfil.
Em contramão as atividades desenvolvidas virtualmente, nossas inquietações
voltavam-se também para o retorno às atividades presenciais que ocorreriam em 2022,
visto que, a grande maioria dos integrantes são novatos e chegaram no projeto durante o
período de pandemia, não tendo a experiência do contato com o trabalho presencial
desenvolvida pelo Projeto Dom Quixote. Para isso, a estratégia adotada pela
coordenação foi a de realizar o reencontro com parceiros, convidando seus
representantes a apresentar as propostas de trabalho desenvolvido nas entidades, o
público que atende e quais seriam suas expectativas em manter a parceria com o Projeto
Dom Quixote.
E para celebrarmos e encerrarmos nossas atividades de 2021, fizemos nossa
confraternização presencial na Biblioteca Universitária Reitor Macedo Costa, no campus
de Ondina, seguindo todos os protocolos de segurança estipulados, para que o encontro
pudesse ser realizado de forma segura. Esse novo ciclo que adentramos no Projeto Dom
Quixote foi marcado com as despedidas das colegas de trabalho e amigas Michele,
Débora e Juliana, que contribuíram muito para o desenvolvimento do projeto, deixando
grandes contribuições e muitas saudades para os que ficaram. Tivemos também a
chegada dos novos integrantes Jenifer, Julius, Marcela e Gustavo, os quais foram
acolhidos por todos com muita empatia para mantermos a energia que temos como tribo.
As experiências vividas nesse último ano de projeto, são as memórias do período
remoto em consequência da pandemia, onde fomos forçados a nos afastar de tudo e de
todos, e ao mesmo tempo de ter que se fazer presente, constantemente, vinte e quatro
horas por dia, sete dias por semana, para não cairmos no esquecimento, ou
simplesmente para suprir nossas carências afetivas e emocionais em detrimento da falta
de contato físico, que consequentemente, nos fez perder a sensibilidade de apreciar o
mundo real para vivermos conectados, mesmo sem conexão alguma.
Com o retorno às atividades presenciais através da estabilização e diminuição no
número de casos e mortes, graças ao avanço da vacinação, anseio em resgatar a
essência que nos torna mais humanos, pela infinitude capacidade de comunicarmos com
o mundo, trocarmos ideias, contarmos histórias, olhar nos olhos, reagir ao espaço a
nossa volta, e através de todos os sentidos fazer tudo isso acontecer.
Posso dizer que como integrante da tribo do Projeto Dom Quixote, tenho
contribuído para manter a fluidez e andamento, mesmo com altos e baixos, acredito
muito no potencial desse projeto que me acolheu e me escolher para ser parte dele, e
assim, eu também sou como Dom Quixote, enfrentando meus moinhos, também almejo
resgatar minha nobre Dulcinéia e quero deixar minha marca no mundo e fazer a diferença
de alguma forma, seja através da minha transformação e de como ela pode se expandir e
transformar também.

Salvador, Bahia, 07 de julho de 2022.

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