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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS


PROGRAMA MESTRADO NACIONAL PROFISSIONAL EM
ENSINO DE FÍSICA  POLO UFABC

Construção de um website sobre a física de


partículas

Felipe Ponciano de Novaes

Dissertação apresentada ao programa Mestrado Naci-


onal Prossional em Ensino de Física  MNPEF, Polo
Universidade Federal do ABC, como parte dos requi-
sitos para a obtenção do título de Mestre em Ensino
de Física.

Orientador: Prof. Dr. José Kenichi Mizukoshi

Santo André, julho de 2017


Resumo

Construção de um website sobre a física de partículas

Felipe Ponciano de Novaes

Orientador: Prof. Dr. José Kenichi Mizukoshi

Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação Mestrado Nacio-

nal Prossional em Ensino de Física  MNPEF, Polo Universidade Federal do ABC, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física.

Os documentos ociais que regulamentam o ensino no Brasil contemplam a presença de

física moderna e contemporânea como parte integrante do ensino médio. No entanto, nas

salas de aula os temas relacionados a esta área de conhecimento são muito raros, limitando

o ensino de física a teorias clássicas. No intuito de contribuir com a mudança desse

cenário educacional, foi construído um website sobre a física de partículas elementares.

O produto educacional desenvolvido tem o objetivo de constituir uma fonte de pesquisa

sobre o tema e uma base de dados com acesso a diversos recursos multimídia. O formato

de website naturalmente atrai a atenção dos estudantes do ensino médio, por fazer parte

de seu cotidiano e por ter o potencial de atingir um grande público por todo o território

nacional, não somente formado por estudantes, mas também de curiosos. O tema sobre

a física de partículas tem atraído a atenção de um amplo público, visto que atualmente é

tema de pesquisa com forte presença na grande mídia e obras de cção cientíca. Além

disto, o entendimento dos fenômenos que ocorrem, como por exemplo no grande colisor

de hádrons  responsável pela descoberta do bóson de Higgs , contempla muitos aspectos

das teorias clássicas, sendo muito dos seus princípios sendo explorados no ensino médio.

Sendo assim, o tema é motivador também para o estudo da física clássica. A partir de uma

pesquisa de satisfação com mais de duas centenas de visitantes do website, foi possível

concluir que uma grande parcela dos visitantes aprova a forma e o conteúdo do produto

educacional.

Palavras-chave: Ensino de Física; Física de Partículas; Website.

i
Abstract

Creating a website about the particle physics

Felipe Ponciano de Novaes

Supervisor: Prof. Dr. José Kenichi Mizukoshi

Abstract of master's dissertation submitted to Programa de Pós-Graduação Mestrado

Nacional Prossional em Ensino de Física  MNPEF, Polo Universidade Federal do ABC,

in partial fulllment of the requirements for the degree of Master in Physics Teaching.

The ocial documents that regulate the educational system in Brazil contemplate the

modern and contemporary physics in the high school curriculum. However, the themes

related to this area are rarely seen in the classrooms, where the physics teaching is limited

mostly to classical theories. In order to contribute with the change in this scenario, we

constructed a website about elementary particle physics. This educational product was

developed aiming to constitute a research source and a data basis with a great variety of

multimedia resources. The format naturally attracts the high school student's attention,

because websites are incorporated in their daily routine and this format has also a potential

to reach a huge public in all national territory, not only students but also curious people.

The theme particle physics has attracted the attention of a wide public, since it is currently

a research subject with a large presence in the media and in the science ction products.

Moreover, the understanding of the phenomena ocurring for instance in the Large Hadrons

Collider  responsible for the discovery of the Higgs Boson  contemplates many aspects

of the classical theories, where their principles are explored in the high school curriculum.

Therefore, the theme is also a motivator for classical physics studies. From a satisfaction

survey with more than two hundreds of website's visitors, it was possible to conclude that

most of them approves the form and content of our educational product.

Keywords: Physics Teaching; Particle Physics; Website.

ii
À Caroline, minha maior inspiração.

iii
Agradecimentos

Ao meu orientador, Prof. José Kenichi Mizukoshi, pela dedicação e apoio durante o

desenvolvimento do produto e da escrita desta dissertação.

Ao Prof. Nelson Studart, pela dica acerca das analogias criadas para explicar o que é

o Bóson de Higgs.

A todos os grandes Mestres que contribuíram durante minha formação acadêmica

desde a graduação.

Aos colegas da turma de 2014 do MNPEF do polo da UFABC, mesmo aqueles que

seguiram por outros caminhos ao longo do curso, que tornaram mais prazerosas as reso-

luções de listas de exercícios e as longas discussões de como aplicar as teorias em nosso

trabalho na sala de aula.

Aos meus pais, Ubaldo e Ivanete, e minha esposa Caroline, pela compreensão e paci-

ência durante o desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço à CAPES pelo apoio nanceiro por meio da bolsa concedida.

iv
Índice

1 Introdução 7

2 A física de partículas no ensino médio 9


2.1 Física moderna e contemporânea no ensino médio . . . . . . . . . . . . . . 9

2.2 Por que ensinar a física de partículas no ensino médio . . . . . . . . . . . . 11

2.3 Exemplos de iniciativas de ensino de Física de Partículas no Ensino Básico 12

2.3.1 Projeto do Perimeter Institute para a física de partículas . . . . . . 12

2.3.2 Iniciativa da Lancaster University em física de partículas . . . . . . 12

3 Referenciais teóricos 14
3.1 Behaviorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3.2 Conectivismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3.3 Aprendizagem signicativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

4 Estrututa e conteúdo do website 19


4.1 Estrutura geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.1.1 Página inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.1.2 Menus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.1.3 Conteúdo externo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

4.1.4 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

4.1.5 Área do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

4.1.6 Avalie sua experiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

4.2 Páginas de conteúdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

4.2.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

4.2.2 Modelo padrão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

4.2.3 Aceleradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4.2.4 Colisões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

4.2.5 Conservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.2.6 Dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4.2.7 Higgs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

v
5 Avaliação da Satisfação dos visitantes 30
5.1 Identicação do público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

5.2 Análise das respostas ao questionário de satisfação . . . . . . . . . . . . . . 32

5.3 Análise das respostas de livre digitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

5.3.1 Aspectos positivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

5.3.2 Aspectos negativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

5.3.3 Sugestões e comentários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

6 Considerações Finais 41
A Questionário de Avaliação do Site 43
B Transcrição da Avaliação dos Visitantes do website 47
C Proposta de UEPS para o Ensino de Física de Partículas 50

vi
Capítulo 1
Introdução
No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e
havia trevas sobre a face do abismo
 Gênesis 1: 1-2
Primeiro havia o Caos, uma matéria completamente crua, indiferenciada, in-
denível, indescritível que existia desde toda a eternidade e que era o princípio
de todas as coisas.
 Salvador Nogueira, Maurício Horta,
José Francisco Botelho. Superinteressante coleções: mitologia: deuses, lendas,
heróis, São Paulo: Ed. Abril, p. 15, 2012.

Chegando ao começo, simplesmente não havia espaço (...) o bigbang é justa-


mente a irrupção do espaço comprimido, cujo desdobramento, como a onda de
um maremoto, arrasta consigo a matéria e a energia até os dias de hoje. 
Brian Greene, O Universo Elegante, Companhia das Letras, 2001.

Esta dissertação tem o objetivo de descrever o processo de construção de um website

sobre física de partículas, com foco principal nos estudantes de nível médio. O website é

um produto educacional gerado dentro do programa Mestrado Nacional Prossional em

Ensino de Física (MNPEF) da Sociedade Brasileira de Física (SBF) no polo da Universi-

dade Federal do ABC (UFABC).

Apesar de tópicos de física moderna e contemporânea estarem contemplados nos do-

cumentos ociais [1], ainda existe um número muito pequeno de iniciativas que buscam

produzir e avaliar materiais, técnicas e processos de ensino e aprendizagem deste tema,

conforme aponta a Ref. [2]. Alguns artigos ainda discutem formas de se trabalhar o tema

em sala de aula, como a Ref. [3] e é possível encontrar material sobre física de partícu-

las de forma introdutória, mais como uma classicação e histórico da identicação das

partículas, como os textos de M. C. Abdalla [4, 5], apresentada de forma lúdica para ser

acessível a leigos no assunto e que segue essa linha. No entanto, em língua portuguesa,

7
ainda faltam materiais com linguagem e profundidade adequadas ao estudante de nível

médio que busca um conhecimento acerca da fronteira do tema, em especial as descober-

tas recentes realizadas por grandes experimentos internacionais, como o LHC (o grande

colisor de hádrons, da sigla em inglês) [6]. É preciso deixar claro para esse público que o

modelo padrão não apresenta somente as partículas fundamentais, mas a dinâmica entre

elas, estabelecendo as maneiras as quais elas interagem entre si, e que há experimentos

que podem testar essas previsões.

O produto educacional, objeto de estudo desta dissertação, tem o objetivo de contribuir

para a melhora deste cenário, constituindo uma opção de material de qualidade e de fácil

acesso, além de um acervo de recursos multimídia previamente avaliados.

A escolha pelo formato de website se justica pela facilidade de acesso não somente a

estudantes, mas a um amplo público por todo o Brasil.

O tema tratado, a física de partículas elementares está em desenvolvimento nos labo-

ratórios de pesquisa e frequentemente é tema de notícias e de obras de cção cientíca,

mas raramente é tópico de estudos nas salas de aula. Assim, o formato e o tema esco-

lhidos buscam atrair os jovens que naturalmente são curiosos, mas frequentemente cam

desinteressados pelos estudos em ciências, devido ao tipo de material que lhes é ofere-

cido (tradicionalmente impresso) e aos assuntos (geralmente física clássica com o m em

si mesma) que não fazem parte das descobertas cientícas atuais que tanto atraem a

atenção deste público.

Esta Dissertação está organizada como segue: o capítulo 2 contém uma apresentação

das justicativas para inserção de física de partículas no ensino médio, baseadas nos

documentos ociais e na forma como o currículo é organizado atualmente, além de uma

busca por um maior interesse por parte do estudante desse nível de ensino. Este capítulo

também contém uma descrição de dois materiais interessantes para o ensino de física de

partículass, disponíveis na Internet, mas que não estão em língua portuguesa.

Alguns elementos do behaviorismo, conectivismo e aprendizagem signicativa, teo-

rias de aprendizagem utilizadas como referênciais teóricos na elaboração dos textos e na

organização dos elementos do website, são descritos no capítulo 3.

A seguir, no capítulo 4, é apresentada uma descrição do processo de construção do

website, sua estrutura e uma breve descrição da organização das páginas de conteúdo.

Foi realizada uma pesquisa com os visitantes do website relacionada à sua satisfação

quanto à forma e o conteúdo apresentado. Os resultados desta pesquisa e uma possível

interpretação dos dados estão contidos no capítulo 5.

Finalmente, o capítulo 6 expõem as considerações nais sobre a construção e aplicação

do produto educacional e o seu potencial para contribuir com uma mudança no cenário

atual do ensino de física no país.

8
Capítulo 2

A física de partículas no ensino médio

Este capítulo apresenta justicativas para a inserção da Física Moderna e Contempo-

rânea e especicamente da Física de Partículas no Ensino Médio.

2.1 Física moderna e contemporânea no ensino médio


A física moderna foi desenvolvida no início do Séc. XX e compreende os estudos

relacionados à relatividade restrita e a mecânica quântica. A relatividade busca descrever

os fenômenos que envolvem velocidades bastante elevadas e a física quântica os fenômenos

que envolvem tamanhos muito pequenos, nas escalas atômica e subatômica.

A física contemporânea compreende as teorias desenvolvidas após a Segunda Guerra

Mundial [7]. Pode-se subdividir a física contemporânea em alguns grandes temas, como

a física de materiais, cosmologia e física de partículas elementares, entre outros.

Esse ramo de estudos tem despertado a curiosidade dos jovens, seja pela imediata

aplicação tecnológica, ou por estar relacionado à cção cientíca ou notícias na mídia.

Por um lado, o desenvolvimento da física de materiais tem contribuído para a miniatu-

rização dos componentes eletrônicos e descoberta de novos materiais, os quais tem sido

responsáveis por uma grande mudança no estilo de vida na virada do Séc. XX para o Séc.

XXI [8]. Por outro lado, temas como Big Bang, matéria escura, buracos negros, partícula

de Deus, etc., são nomes que aguçam o imaginário popular, principalmente devido à cção

cientíca e a descobertas recentes que são divulgadas na grande mídia, como a detecção

de ondas gravitacionais [9] e experimentos no LHC, principlamente pela descoberta do

bóson de Higgs [6].

Da forma como atualmente é organizado o currículo no ensino médio, o ensino dos

conteúdos relacionados à física moderna e contemporânea não acompanha o desenvolvi-

mento desta área de pesquisa de forma satisfatória, prejudicando a alfabetização cientí-

ca e tecnológica e consequentemente rompendo a conexão entre a física e o cotidiano do

aluno [10]. Sobre esse assunto, consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino

9
1
Médio (PCNEM) [1] o seguinte trecho:

É preciso rediscutir qual Física ensinar para possibilitar uma melhor

compreensão do mundo e uma formação para a cidadania mais ade-

quada. Sabemos todos que, para tanto, não existem soluções simples

ou únicas, nem receitas prontas que garantam o sucesso. Essa é a

questão a ser enfrentada pelos educadores de cada escola, de cada

realidade social, procurando corresponder aos desejos e esperanças

de todos os participantes do processo educativo, reunidos através de

uma proposta pedagógica clara. É sempre possível, no entanto, si-

nalizar aqueles aspectos que conduzem o desenvolvimento do ensino

na direção desejada.

Nos documentos ociais, os conteúdos de Física Moderna e Contemporânea já vêm

sendo inseridos no currículo, como por exemplo na estrutura curricular do estado de São

Paulo, como proposta em 2008 [11] e como conteúdo ocial a partir de 2010 [12].

Conforme aponta a Ref. [13], as pesquisas que envolvem o ensino de Física Moderna

e Contemporânea no Ensino Médio, que se iniciaram na década de 80 do século passado,

tem se consolidado, com um número expressivo de trabalhos, de forma que já podem se

consideradas uma linha de pesquisa dentro do Ensino de Física. Ao analisar as pesquisas

que avaliam a inserção desse tema no Ensino Médio, realizados nos últimos dez anos no

Brasil, os autores concluem que grande parte dos trabalhos discutem a transposição dos

conteúdos em uma linguagem acessível a esse nível de ensino.

Os autores da Ref. [13] também analisaram as principais justicativas para inserção da

Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio, classicando-as em quatro grupos,

a saber, (i) ela é importante para a compreensão das tecnologias da atualidade; (ii) é

necessária para a atualização curricular do Ensino Médio; (iii) representou uma mudança

de paradigma da Física e essa noção de desenvolvimento das ciências se faz necessária no

Ensino Médio e (iv) ela serve como subsídio à compreensão e crítica das questões atuais

que envolvem ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.

Além de consolidar as justicativas, outros aspectos ainda precisam ser investigados

para que se possa ter um diagnóstico preciso de sua aplicação em sala de aula, como a

formação dos professores para a prática deste tópico em sala de aula e a disponibilização

de materiais didáticos adequados para o ensino deste tópico [14].

1 Os PCNEM foram utilizados como referência, já que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
ainda não está em vigor.
10
2.2 Por que ensinar a física de partículas no ensino mé-
dio
O modelo padrão das interações eletrofraca e forte é uma teoria que descreve as partícu-

las elementares constituintes da matéria, suas características e as interações fundamentais

entre elas. O modelo é capaz de descrever três das quatro interações fundamentais co-

nhecidas na Natureza. Ele descreve com precisão as interações eletromagnética, fraca e

forte, mas não é capaz de descrever a interação gravitacional. Além de não ser completo

por conta disto, o modelo é capaz de descrever somente menos de 5% da composição do

Universo. Ele é incapaz de fornecer candidatos para a já conrmada matéria escura, que

contribui com 23% e não fornece bases teóricas para a explicação da energia escura, uma

componente misteriosa e dominante do Universo. Para um texto mais acessível tecnica-

mente, sugerimos a Ref. [15], de G. Kane, um importante especialista no assunto. Nesse

texto, ele discute o sucesso atual do modelo, mas questiona o seu futuro, sugerindo que

há uma física além do modelo padrão. De qualquer forma, se nos restringirmos nas expli-

cações de fenômenos eletromagnéticos, fracos e fortes, o modelo padrão é paradigma na

física de partículas.

Ao se inserir a física de particulas no ensino médio, o estudo do seu conteúdo não

precisa ocorrer de forma isolada, em relação aos conteúdos tradicionais de física clássica.

Assim, ao realizar estudos nesta área o aluno terá uma visão atualizada das aplicações

das teorias clássicas em fenômenos relevantes no contexto cientíco atual. Também pode

perceber, de forma mais ampla, como o conhecimento cientíco evolui e sempre está

baseado em estudos anteriores.

Como exemplo, para descrever os experimentos do LHC e em particular, a descoberta

do bóson de Higgs, é preciso ensinar a relatividade restrita, visto que nesse caso as par-

tículas são extremamente energéticas e portanto estão com velocidades muito próximas

à da luz (caso dos prótons do LHC que vão participar da colisão). Antes de discutir as

colisões, que são relativísticas, o estudante deverá relembrar o estudo de colisões clássica,

entre objetos macroscópicos - quais as grandezas se conservam, p. ex., numa colisão entre

duas bolas de bilhar? Antes mesmo da ocorrência da colisão, pode-se perguntar: como

os prótons são acelerados e como fazem uma trajetória circular? Em princípio, os alunos

deveriam conseguir responder a essas questões, pois colisões (clássicas) e força eletromag-

nética são temas contemplados no currículo do Ensino Médio e bastante explorados em

exames de ingressos para o Ensino Superior.

Dessa forma, a inserção de temas relacionados aos estudos em física de partículas é

necessária no ensino médio como forma de atrair o interesse dos estudantes, por tratar

de temas, atualmente objeto de pesquisa, e como uma aplicação e aprofundamento dos

conteúdos apresentados em física clássica.

11
2.3 Exemplos de iniciativas de ensino de Física de Par-
tículas no Ensino Básico
A seguir são descritas duas iniciativas, que exploram a dinâmica entre as partículas

elementares proposta pelo modelo padrão. A primeira do Perimeter Institute, no Canadá,

e a segunda da Universidade de Lancaster, na Inglaterra. Esses projetos apresentam uma

possível introdução e aprofundamento, respectivamente, ao estudo de física de partículas

em nível médio.

2.3.1 Projeto do Perimeter Institute para a física de partículas

De acordo com o seu website [16], o Perimeter Institute é um instituto de pesquisa in-

dependente com o objetivo de buscar inovações acerca do nosso entendimento do Universo

e das forças que o governam. Além da produção do conhecimento, o instituto desenvolve

um programa de extensão (outreach ) [17], que tem como objetivos aumentar a alfabeti-

zação cientíca através de recursos para sala de aula, palestras públicas e ocinas para

professores. Um dos recursos desenvolvidos para sala de aula, disponível no link [18] trata

de física de partículas.

A atividade 05 desse material, intitulado Finding the Top Quark é bastante interes-

sante como forma de introduzir o aluno à Física de Partículas. Inicialmente, apresenta-se

o diagrama de um detector com as indicações dos vetores momento linear das partículas

incidentes. A partir da medida das componentes dos vetores marcados é possível traba-

lhar com conceitos como conservação da energia e momento e o fato do neutrino não ser

detectado pelo detector. Esta atividade tem o objetivo de calcular o valor da massa do

quark top, simulando um dos eventos que levou à sua identicação no Fermilab em 1995

pelos experimentos CDF e Dzero [19].

Embora já faz mais de 20 anos que o quark top tenha sido descoberto, o destaque

desta atividade é que o aluno é exposto a um ambiente real de trabalho dos cientistas,

indo muito além da classicação das partículas. É evidente que o aluno precisa estar

familiarizado com a nomenclatura e as principais propriedades das partículas elementares,

mas é necessário, se possível, levá-lo à fronteira do conhecimento.

2.3.2 Iniciativa da Lancaster University em física de partículas

Desenvolvido pela Universidade de Lancaster, o Lancaster University Particle Physics

Package (LPPP), tem como objetivo proporcionar uma sensação da física e das técnicas

experimentais envolvidas na pesquisa de física de partículas [20]. O pacote possui muitas

animações que simulam a física real dos eventos que estão sendo modelados e apresenta

os aspectos técnicos em nível gradual de diculdade. Um dos destaques do pacote é a

simulação da identicação do bóson de Higgs [21]. Como se trata de um tema bastante

12
atual e que recentemente ganhou a atenção da grande mídia, inserimos o link que dá

acesso a esse material no nosso website.

13
Capítulo 3
Referenciais teóricos
Se vi mais longe é porque estava sobre ombros de gigantes
 Isaac Newton
A construção do produto educacional, objeto desta dissertação, está pautada em al-

gumas teorias de aprendizagem. Uma breve descrição e a forma como as teorias foram

aplicadas será apresentada nesta seção.

3.1 Behaviorismo
Baseado nas ideias behavioristas, ou seja, focado nas mudanças de comportamento

de B. F. Skinner [22], é possível identicar uma redução do papel e da importância do

professor. No entanto, uma redução apenas no papel de detentor do saber, passando a ter

maior importância como mediador do processo e organizador do objeto de aprendizagem

em questão, sugerindo, então, uma mudança do tipo de comunicação umparaum para

umparamuitos. Mas neste momento, o papel do professor não é o de prover os re-

forços necessários à obtenção do comportamento desejado, como na teoria originalmente

proposta.

De acordo com a Ref. [23], a aprendizagem não está mais localizada nas mentes dos

indivíduos, mas em contextos, relações e interações. Os professores não se limitam a

transmitir informações que serão consumidas pelos alunos, mas os orientam no processo

de integração e construção do conhecimento, indicando assim uma comunicação do tipo

muitosparamuitos.

Dessa forma, ca estabelecido o papel do professor durante o projeto e construção

do website e o papel de demais professores que sugerem o acesso a seus alunos, com o

objetivo de que eles vivenciem situações que os levam ao aprendizado de determinado

tema. Também insere o aluno no papel de protagonista de seu processo de aprendizagem,

já que depende dele o ritmo de estudo e exploração do website, e também de mediador do

processo por meio de discussão com os colegas.

14
Este tipo de papel dado ao estudante é bastante parecido com uma técnica denominada

instrução programada, apresentada por E. J. Green na Ref. [24], que tem suas bases na

teoria behaviorista de Skinner. Entre outras características, indica que o processo de

aprendizagem, utilizando esta técnica, deve acontecer em um grande número de pequenas

e fáceis etapas. Dessa forma, reduz-se a possibilidade de erro e aumenta a possibilidade

de acerto em cada uma das etapas. Assim, o número de erros será minimizado e o de

acertos maximizado, pois, de acordo com o behaviorismo, o comportamento mais repetido

é aprendido.

Baseado na teoria behaviorista, todas as páginas do website foram projetadas de forma

a apresentar uma visão geral do conteúdo ali trabalhado, com um quadro explicativo, um

vídeo ou um diagrama. Depois, as páginas desenvolvem o conteúdo em um nível mais alto

de complexidade. Além do conteúdo apresentado nas páginas principais, existem links

para páginas secundárias e para ambientes externos com textos para aprofundamento,

simulações e vídeos, sugeridos com o objetivo de alcançar uma variedade de estilos de

aprendizagem.

Esta forma de organização é adotada para não sobrecarregar os estudantes com excesso

de informação ou muito conteúdo audiovisual. Assim, seguir adiante no texto ou nos links

secundários, dependendo da familiaridade no assunto, é uma opção dos alunos após a

visualização do quadro geral do tema. Com isto, os estudantes que não têm familiaridade

com o assunto não se sentem desmotivados ao primeiro contato, o que aconteceria se fosse

apresentado um texto com aspectos mais técnicos do tema. Por outro lado, aos alunos que

tem um bom domínio do assunto, fornecemos acessos a informações mais aprofundadas,

que podem ser encaradas como um desao ou motivação para estudos formais num curso

superior.

3.2 Conectivismo
As grandes teorias de aprendizagem existentes não são sucientes para contemplar o

crescimento exponencial do conhecimento, novas losoas do conhecimento e a complexi-

dade crescente, que requer um saber e uma interpretação distribuídos, conforme aponta

G. Siemens [25].

Assim, como exposto na Ref. [25], o conectivismo apresenta um modelo que reco-

nhece as mudanças tectônicas na sociedade, contemplando o fato de que o modo como

a pessoa trabalha e funciona são alterados quando se utilizam novas ferramentas. De

acordo com o autor, o campo educacional tem sido lento em reconhecer o impacto de

novas ferramentas de aprendizagem e das mudanças ambientais no processo de aprender.

Assim, o conectivismo fornece uma percepção das habilidades e tarefas de aprendizagem

necessárias para os aprendizes orescerem na era digital.

De acordo com a teoria conectivista, Siemens arma em uma entrevista [26] que:

15
a aprendizagem pode residir fora do indivíduo de modo que, em muitos

casos somos impelidos a agir sem antes ter o domínio de determinado

assunto. A ação pode ocorrer a partir da obtenção de informação externa

ao conhecimento primário do indivíduo, resultado das conexões estabele-

cidas nas redes de que eles fazem parte

De acordo com a Ref. [23], a aprendizagem não é mais uma atividade interna, está

também em conexões externas que potencializam o que pode ser aprendido. Então não

ca mais limitada à memorização ou mesmo compreensão de tudo, mas ca estabelecida

por meio de construção e manutenção de conexões em rede para que o aprendiz seja

capaz de encontrar e aplicar conhecimento quando e onde for necessário.

A partir da teoria conectivista, pode-se justicar a opção pela construção de um website

o qual, além de oferecer uma base de dados de fácil acesso, ainda apresenta uma grande

variedade de links externos aumentando a gama de conexões em rede dos estudantes que

o acessam.

Também baseado na teoria conectivista pode-se identicar uma modalidade de ensino

chamada de MOOC (Massive Open Online Course). De acordo com a Ref. [27], um

MOOC geralmente não tem custos ou pré-requisitos (aberto), exceto acesso à internet

(online ) e interesse do participante. Também não possui expectativas prédenidas para

a participação nem certicação formal; dessa forma, pode ser ofertado para um grande

número de participantes (massivo).

Na Ref. [28] é proposta uma subdivisão dos MOOC's em três categorias, de acordo com

a forma de organização do curso e seus objetivos. O primeiro tipo engloba aqueles baseados

em rede, cujo objetivo não é, necessariamente, a aprendizagem de conteúdos ou aquisição

de competências, mas uma conversa e exposição aos meios de aprendizagem abertos e

online. Alguns recursos podem ser oferecidos, mas a exploração é mais importante que

os conteúdos.

O segundo tipo trata dos cursos baseados em atividades que enfatizam habilidades,

solicitando que os alunos completem certos tipos de trabalhos [27], que os levam ao

aprendizado de determinado tema. Existe neste tipo de curso, a comunicação entre os

participantes, mas em caráter secundário.

Os cursos baseados em conteúdos são o terceiro tipo, em que o objetivo principal é

aprender o assunto. A interação e a realização completa das tarefas não é tão importante

quanto a aquisição do conteúdo.

O website desenvolvido pode ser classicado como um curso do terceiro tipo, baseado

em conteúdo, mas é possível identicar características do tipo baseado na construção de

redes e conexões. Não se trata de uma conexão direta entre os participantes do curso,

mas fazendo com que o website seja uma base de dados conável, que coloca o estudante

em contato com diversas referências para um aprofundamento em seus estudos.

16
3.3 Aprendizagem signicativa
De acordo com o psicólogo norteamericano D. Ausubel, o fator de maior inuência

na aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Assim, um processo com o objetivo de

levar à aprendizagem signicativa deve levar este fator em consideração [29]. A aprendiza-

gem signicativa acontece quando um novo conhecimento interage com um conhecimento

prévio já existente na estrutura mental do estudante, o qual foi chamado de subsunçor

por Ausubel.

De acordo com M. A. Moreira [30], um novo conhecimento não apenas interage com

o subsunçor, mas também o modica. O autor também arma na Ref. [31] que, quando

o estudante não possui os subsunçores necessários para o aprendizado, um material mais

geral pode ajudar a construir esses subsunçores a partir dos conhecimentos prévios do

estudante.

Como descrito por Ausubel na Ref. [32], um organizador avançado é um mecanismo

pedagógico que atua estabelecendo uma ligação entre aquilo que o aprendiz já sabe e

aquilo que precisa saber, caso necessite de apreender novos materiais de forma mais ativa,

para enfrentar um novo problema com o objetivo de atingir a aprendizagem signicativa.

Seguindo o modelo de subsunçores e organizadores sugerido na teoria da aprendiza-

gem signicativa, os assuntos abordados no website estão sempre baseados em situações

facilmente vivenciadas por estudantes de nível médio em seu cotidiano ou nas situações

de aprendizagem tradicionais enfrentadas na escola regular. Quando um conhecimento

especíco (mais técnico) é necessário, é apresentada uma situação simplicada ou suges-

tão de leitura de material prévio, com o objetivo de construir as bases necessárias para a

aprendizagem signicativa dos assuntos trabalhados.

É importante ressaltar ainda que, para que ocorra a aprendizagem signicativa, deve-se

considerar que o estudante é a peça fundamental no processo. Ela só ocorre se o estudante

estiver disposto a aprender  se predispor a relacionar interativamente os novos conhe-

cimentos a sua estrutura cognitiva prévia, modicando-a, enriquecendo-a, elaborando-a e

dando signicados a esses conhecimentos [33]. `Se o indivíduo quiser memorizar o con-

teúdo arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica, conforme aponta

a Ref. [34]. Por aprendizagem mecânica, pode-se entender por aquela que não segue os

princípios da aprendizagem signicativa e por isso não interage com os conhecimentos

pré-existentes do estudante. Por isso, o website não apresenta roteiro bem denido e

possibilita a exploração livre com sugestões de atividades introdutórias sempre que ne-

cessário.

Além disso, para que ocorra a aprendizagem signicativa, deve se ter como base o

que o estudante já sabe. Mesmo um conhecimento prévio não cientíco pode ser um

subsunçor para a construção de um conhecimento cientíco. Mesmo porque uma apren-

dizagem signicativa não é garantia de que o conhecimento construído é algo considerado

17
cienticamente correto [33].

Na Ref. [35], Moreira propõe as Unidades de Ensino Potencialmente Signicativas

(UEPS), que são sequências de ensino com base nas teorias de aprendizagem de Ausubel

e que buscam promover a aprendizagem signicativa. São construídas considerando os

conhecimentos prévios e a disposição do estudante em aprender e contém uma sequência

de atividade e situações problema, que buscam promover a aprendizagem signicativa.

Ainda, de acordo com Moreira, uma Unidade de Ensino só pode ser potencialmente

signicativa, e não necessariamente signicativa, já que o papel do estudante é muito

importante no processo. Só existe aprendizagem signicativa se o estudante estiver dis-

posto a isso; disposto a pensar sobre as situações problemas propostas, de modo que os

novos conhecimentos possam interagir com os subsunçores.

18
Capítulo 4
Estrututa e conteúdo do website
Do not all charms y
At the mere touch of cold philosophy?
There was an awful rainbow once in heaven:
We know her woof, her texture; she is given
In the dull catalogue of common things.
Philosophy will clip an Angel's wings,
Conquer all mysteries by rule and line,
Empty the haunted air, and gnomÃd mine 
Unweave a rainbow, as it erewhile made
The tenderperson'd Lamia melt into a shade
 John Keats
Neste capítulo será apresentada uma breve descrição da estrutura do website e o seu

conteúdo e das decisões que foram tomadas na sua construção, com o objetivo de se tornar

mais fácil a sua navegação e proporcionar um bom entendimento do conteúdo.

Um material online tem algumas vantagens sobre o material impresso. Entre elas, a

vantagem da internet já fazer parte da cultura do estudante contemporâneo, naturalmente

chamando sua atenção por permitir um momento de estudo sem sair de sua zona de con-

forto, e também de permitir o direcionamento destes estudantes para conteúdos externo

ao ambiente original, como vídeos, simulações e textos avançados. Essa fonte multimídia

promove uma maior diversidade de recursos, conquistando assim diversos pers de estu-

dantes, desde os mais ocasionais e curiosos que pretendem ter apenas uma ideia geral do

tema, até aqueles que buscam um conhecimento mais aprofundado.

O website foi construído utilizando a plataforma de desenvolvimento de websites Wix

[36], que possui a opção de criar e publicá-los gratuitamente. Provisoriamente, o website

encontra-se no endereço

http://www.felipe9aes.wix.com/particulas

de domínio empresa Wix. Contudo, após resolver as pendências técnicas, o objetivo é

hospedá-la denitivamente no domínio próprio da UFABC, a saber,

19
http://propg.ufabc.edu.br/mnpef-sites/particulas-elementares

4.1 Estrutura geral


A estrutura, que pode ser facilmente identicada no website, consiste em uma moldura

com cores escuras e textos claros nas partes superior, esquerda e direita que promovem a

localização do visitante na página da web. Os textos de conteúdo são escritos em letras

escuras em uma caixa de texto com fundo de cor o-white, já que o fundo branco poderia

causar desconforto após um tempo prolongado de leitura.

4.1.1 Página inicial

A página inicial traz uma descrição do website e das funções dos menus, além de

um breve texto sobre a importância de se estudar física de partículas no atual contexto

histórico.

Ao primeiro acesso, o estudante deve ter a impressão de que o website permite um sis-

tema de exploração livre, sem roteiro prédenido ou ordem exata de leitura das páginas.

Aqueles que preferirem um roteiro denido, podem seguir as sugestões dadas ao nal de

cada página, mas não deve ser uma obrigação a todos os navegadores.

A página inicial é a única que possui uma caixa de texto com transparência e animação

ao fundo, que é travada e se torna uma imagem estática após alguns segundos. Este tipo de

conteúdo torna o website mais atrativo, mas não foi utilizado nas páginas de conteúdo, pois

corre o risco de atrasar o carregamento da página e tornar a navegação pouco funcional.

Ainda nesta primeira página, é feita a identicação dos autores e do produto como

parte do MNPEF, ligados à UFABC, o que traz credibilidade ao conteúdo do material.

4.1.2 Menus

O menu superior é o menu principal do website.Ele identica as principais páginas

de conteúdo e ca visível em todas as páginas, permitindo que o visitante possa acessar

qualquer página a qualquer momento, além de propiciar a identicação do local em que

ele se encontra dentro do website a todo momento.

Alguns botões deste menu apresentam subpáginas de conteúdo, relacionadas ao con-

teúdo principal, que cam visíveis com o passar do mouse pelo botão correspondente no

menu principal. Estas subpáginas foram suprimidas do menu principal com o objetivo de

deixa-lo mais sucinto, ao exibir apenas os principais temas tratados no website.

O menu de âncoras ca à esquerda da página. Ele identica as subdivisões dentro das

páginas de conteúdo, ca visível durante toda a navegação  exceto na página inicial , e

permite que o estudante se localize dentro da página em que se encontra, além de levar

20
ao acesso direto a qualquer um dos tópicos contidos na página. Cada página de conteúdo

possui seu próprio menu de âncoras.

Este menu ainda permite localizar conteúdos especícos, como simulações e vídeos, e

funciona como base para um sistema de referências de uma página para outra através de

hiperlinks.

À direita da página é apresentado um menu com as referências bibliográcas utiliza-

das na construção da página de conteúdo que está sendo acessada. Quando o conteúdo

utilizado é de livre acesso, logo após a descrição da referência encontra-se um link que

leva ao local da internet com acesso ao conteúdo original.

4.1.3 Conteúdo externo

No website são utilizados recursos externos como forma de ilustrar, exemplicar ou

aprofundar o tema que está sendo discutido. Estes conteúdos podem aparecer diretamente

inseridos na estrutura da página, com as respectivas anotações quanto à sua autoria ou

com sugestões de acesso a links externos.

Quando um conteúdo externo  imagem ou simulação , é inserido diretamente na

estrutura da página, ele é seguido por uma breve referência sobre sua autoria e de um

hiperlink que leva ao local do conteúdo original.

A maioria dos vídeos é inserida diretamente do youtube e pode ser visualizada em

seus canais de origem, com as informações sobre seus autores clicando na opção ver no

youtube, localizada na barra de navegação na parte inferior direita dos vídeos.

Alguns vídeos são inseridos diretamente do website de origem, como os do CERN

(Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) e do LNLS (Laboratório Nacional de

Luz Síncroton), que oferecem esta opção para os conteúdos de divulgação cientíca. Estes

vídeos também podem ser vistos em seu ambiente original, clicando no botão que ca na

parte superior à direita dos vídeos.

Todos os conteúdos externos são provenientes de fontes conáveis, como universidades

e institutos de pesquisa e ensino conhecidos internacionalmente e possuem livre acesso na

internet.

4.1.4 Saiba mais

Ao nal de cada página de conteúdo há a seção saiba mais. Nesta seção, são apre-

sentadas sugestões de materiais que podem ser utilizados pelos estudantes que desejam

um aprofundamento ou uma visão complementar acerca do conteúdo discutido na página.

Além do hiperlink para acesso ao material sugerido, também é apresentada uma breve

descrição de seu conteúdo e a que tipo de público se direciona, por meio do ranking por

níveis de 1 a 4. Nos extremos, o nível 1 é indicado para o público em geral e o nível 4

21
é indicado para estudantes com formação especíca em física e que desejam conhecer os

aspectos mais sosticados do assunto tratado.

4.1.5 Área do professor

No canto superior direito, ca visível em todas as páginas um acesso à área reservada

ao professor. Esta página disponibiliza uma sequência de ensino e aprendizagem do tipo

UEPS.

A UEPS apresentada nesta página é um produto nal da disciplina Processos e

Sequências de Ensino e Aprendizagem em Física no Ensino Médio deste programa de

pós-graduação, ministrada pelo Prof. Nelson Studart. Esta sequência pode ser uma ori-

entação ao trabalho do professor como uma introdução ao tema física de partículas para

os estudantes do Ensino Médio.

Nesta página, também é possível o acesso a esta dissertação, para o professor que

deseja conhecer o processo de construção do website, do ponto de vista educacional.

4.1.6 Avalie sua experiência

Um ícone com acesso a esta área, na parte superior à esquerda, ca visível em todas

as páginas. Esta seção traz um questionário que permite identicar o perl do visitante e

conhecer suas opiniões sobre o site. Este questionário também permite que o visitante se

expresse acerca dos aspectos positivos e negativos que tenha identicado no website por

meio de texto de livre digitação.

O formulário foi criado com o sistema JotForm [37], que permite a criação de for-

mulários para preenchimento online gratuitamente. Também apresenta uma ferramenta

para a construção de relatórios grácos a partir das respostas dos questionários. Esta fer-

ramenta foi utilizada para analisar as respostas dos questionários, que serão apresentadas

no Capítulo 5 desta dissertação.

4.2 Páginas de conteúdo


Todas as páginas de conteúdo do website tem início com uma imagem ou animação

que ilustra o tema a ser desenvolvido. Esta ilustração tem o objetivo de chamar a atenção

do estudante e dar uma pista acerca do tema que será discutido na sequência, antes de se

aprofundar nos aspectos mais técnicos.

No caso das páginas que tratam de conteúdos mais especícos da física de partículas,

que não fazem parte do conhecimento dos estudantes regulares ou do grande público, o

texto introdutório ou o vídeo sugerido funcionam como organizador, de acordo com a

denição de [32], antes de iniciar de fato o tema da página.

22
Assim, é possível identicar uma estrutura padrão em todas as páginas de conteúdo.

Inicia-se de uma forma mais geral, mais simples e, à medida que a navegação pela página

continua, os textos vão apresentando aspectos mais sosticados, buscando atingir dife-

rentes tipos de visitantes, desde os casuais até aqueles que buscam aprofundar os seus

conhecimentos em física de partículas.

4.2.1 Histórico

Esta página traz uma introdução histórica ao estudo de física de partículas. Em ordem

cronológica, é apresentada a evolução do conhecimento cientíco acerca da estrutura da

matéria e de suas partículas elementares.

Como ressaltado no texto introdutório da página, ele é escrito de forma positivista 

a trajetória apresentada é aquela que leva ao desenvolvimento do modelo padrão, como

estabelecido atualmente  sem considerar muitos trabalhos que, mesmo não culminando

nas teorias mais recentes, tiveram sua valiosa contribuição [38]. A divisão em fases de

desenvolvimento segue àquela apresentada no capítulo 1 do livro de D. Griths [39].

A imagem inicial é uma estrada representando que a leitura desta página será como

uma viagem. O título da página A Estrada Até Aqui ... e a música de fundo Kansas 

Carry On My Wayward Son, em conjunto com a imagem da estrada, são uma referência

à série de TV Supernatural, produzida pelos estúdios Warner [40], que faz parte da

cultura do jovem contemporâneo. A música pode ser desligada facilmente por aqueles

que se sentirem incomodados durante a leitura através de um clique no botão pause, de

fácil visualização na página. Logo após o texto introdutório, a linha do tempo funciona

como um mapa indicando as fases de desenvolvimento e o período em que elas ocorreram,

a partir de 1897 até 2012.

Cada uma das fases é apresentada a partir de trabalhos que foram base para a evolução

da ciência no período em questão. É feita uma breve descrição dos trabalhos e dos

resultados, que é nalizada com uma conclusão, que resume os avanços atingidos durante

o período considerado e sua relação com o conhecimento acerca da estrutura da matéria.

Cada um dos trabalhos descritos é referenciado a partir de sua publicação original no

menu de referências à direita.

Por m, a seção saiba mais traz a indicação de duas referências sobre o tema tratado

na página; a Ref. [4], mais indicada para estudantes do ensino médio e a segunda, a

Ref. [38], indicada para quem deseja se aprofundar um pouco mais no tema e explorar a

evolução histórica do conhecimento sobre as partículas elementares.

4.2.2 Modelo padrão

Uma descrição do modelo padrão da física de partículas é feita nesta página. A

imagem inicial é uma parte do cartaz Estrutura Elementar da Matéria [41], que mostra

23
a escala das partículas elementares e sua função na estrutura da matéria, partindo de

objetos conhecidos por estudantes de qualquer nível e se aprofundando nos componentes

elementares da matéria.

Depois, é feita uma descrição das partículas elementares classicadas em férmions e

bósons, suas características e sua relação com as interações fundamentais. A necessidade

do Mecanismo de Higgs para a consistência do modelo padrão também é descrita nesta

página.

O modelo padrão é uma teoria bastante consistente na sua estrutura matemática e

que foi capaz de fazer previsões, quase todas elas já comprovadas experimentalmente,

sendo o bóson de Higgs a última partícula prevista nesse modelo que foi comprovada

experimentalmente. Apesar do seu inegável sucesso, ele possui várias limitações. Algumas

teorias além do modelo padrão que buscam englobar essas limitações são descritas ao nal

da página.

A seção saiba mais traz, entre outras sugestões, o SPRACE Game [42], um jogo que

possibilita aprender os conceitos básicos sobre a composição da matéria através da tarefa

de construir partículas subatômicas a partir de seus constituintes mais fundamentais,

pilotando uma nave miniaturizada.

Além do átomo
Esta página é escrita como uma evolução do conceito de átomo, a partir da ideia do

átomo constituído de núcleo positivo e elétrons negativos, até as partículas elementares

previstas pelo modelo padrão. A imagem inicial traz os componentes do átomo conhecidos

pelos estudantes de nível médio.

Foi utilizado como ilustração o átomo de Hélio e todas as imagens fazem referência à

fase descrita na página Histórico. As imagens apresentadas nesta página trazem símbolos

que fazem referência àqueles utilizados nos diagramas de Feynman.

4.2.3 Aceleradores

Esta página trata dos aceleradores de partículas  dos conceitos presentes em seu

funcionamento, um pouco de sua história e os impactos de seus resultados na ciência e na

sociedade.

A página é iniciada com uma justicativa da necessidade de se utilizar acelerado-

res de partículas quando se deseja estudar a estrutura da matéria. A imagem inicial é

uma representação artística das trajetórias das partículas resultantes de uma colisão nos

aceleradores.

A seção que descreve o funcionamento dos aceleradores traz uma breve descrição da

teoria eletromagnética necessária para o entendimento dos fenômenos que ocorrem nos

24
aceleradores lineares e circulares, além de uma aula em vídeo sobre a trajetória de partí-

culas carregadas eletricamente na presença de um campo magnético.

A seguir, é apresentado um vídeo institucional do Laboratório Nacional de Luz Sín-

croton (LNLS) em Campinas que é o responsável pela operação da única fonte de luz

síncroton da América Latina [43]. Junto ao LNLS está em desenvolvimento o projeto

Sirius, que arma em seu site que a nova fonte de luz síncroton brasileira, será a maior

e mais complexa infraestrutura cientíca no País (...) planejada para colocar o Brasil na

liderança mundial de produção de luz síncroton [44].

Na sequência, é apresentado um breve histórico da evolução dos grandes acelerado-

res de partículas no mundo, nalizando com um vídeo que apresenta as instalações do

CERN, que opera o Grande Colisor de Hádrons (LHC). Algumas das características de

seu funcionamento estão descritas na sequência da página.

Ao nal da página na seção saiba mais, além do acesso às páginas do LNLS e de

LHC, são indicadas a leitura de dois textos sobre o tema, publicado em um veículo nacional

direcionado ao grande público. O primeiro diz respeito às pesquisas cientícas realizadas

no LNLS [45]. Já o segundo tem um caráter mais especulativo e fala sobre um possível

acelerador pósLHC [46]. Para se ter uma ideia mais atual sobre a construção de um

acelerador sucessor do LHC, recomenda-se a Ref. [47]. Também é sugerida a leitura de um

texto sobre supercondutores no LHC produzido pelo autor da dissertação como atividade

da disciplina Física Contemporânea, ofertada pelo Polo UFABC para este programa de
a
pós-graduação, sob a orientação da Prof. Letície Mendonça Ferreira.

4.2.4 Colisões

A cinemática relativística é tratada nesta página. O texto inicial indica as caracte-

rísticas e as diferenças entre cinemática e dinâmica fazendo um paralelo com a mecânica

clássica, para que o estudante já familiarizado com este tema possa ter uma referência ao

primeiro contato com a mecânica relativística.

De forma a manter essa comparação apontando as semelhanças e diferenças na análise

de fenômenos clássicos e relativísticos, são apresentados um simulador de colisões clássicas

do PhET [48] e dois exemplos retirados da Ref. [39], que são utilizados na sequência

como analogia para compreender fenômenos relativísticos, que envolvem colisões de altas

energias e decaimentos de partículas instáveis.

A página principal traz o enunciado dos exemplos e a resolução pode ser visualizada

em uma página secundária, clicando-se um botão. Assim, o visitante pode resolvê-los

como exercício antes de vericar a solução.

A ideia de que uma colisão não envolve necessariamente o contato físico entre as

partículas participante da colisão é explorada na seção seguinte e conta com uma simulação

do espalhamento de Rutherford, que trata da interação de partículas alfa com um núcleo

25
atômico, [49]. Esta simulação leva à percepção de que as partículas são repelidas, mesmo

sem o contato com o núcleo, construindo a ideia de seção de choque, que é denida na

seção seguinte.

A interação sem contato ainda é descrita a partir de uma analogia que descreve a

coesão nuclear por meio da troca de fótons e píons virtuais. Mesmo a interação nuclear

residual não sendo fundamental, é uma ilustração válida como analogia e trata de conceitos

mais presentes nos currículos do Ensino Médio.

Ao nal da página é sugerido o acesso a dois textos sobre cinemática relativística,

Refs. [50] e [51] àquele estudante que deseja conhecer os aspectos mais técnicos do tema.

Introdução à relatividade especial


Durante a visita à página colisões, o estudante não familiarizado com a mecânica

relativística é convidado a seguir para esta seção que traz uma breve introdução sobre a

teoria da relatividade especial.

A imagem inicial é uma obra de Salvador Dali [52] e faz uma referência à relatividade

do tempo, uma das características desta teoria. Esta seção não tem o objetivo de ser

um curso de mecânica relativística, mas apenas de apresentar ao estudante os aspectos

da teoria necessários à compreensão dos exemplos de colisões relativísticas que serão

apresentados.

Ao nal da página encontra-se uma simulação que, de forma simples, descreve a re-

latividade do espaço e do tempo, como consequência da constância da velocidade da luz

em diferentes sistemas de referência [53].

4.2.5 Conservação

Esta página tem como objetivo discutir a conservação de outras grandezas físicas,

além da energia e momento apresentada na página anterior. O texto é iniciado com uma
1
descrição do Teorema de Noether , que arma que toda lei de conservação de uma gran-

deza física está relacionada a uma simetria. A animação inicial indica a conservação do

momento linear (quantidade de movimento), em um fenômeno conhecido dos estudantes

de ensino médio.

Além das leis de conservação clássicas, as reações entre partículas elementares seguem

as leis de conservação de números quânticos, por isso, os números quânticos intrínsecos às

partículas elementares, como o número leptônico e sabores dos quarks são apresentados

na sequência.

1 Vale a pena observar que o Teorema de Noether é uma ferramenta bastante poderosa e indispensável
na descrição matemática das teorias que envolvem as partículas fundamentais. No entanto, a sua com-
preensão pelo grande público é um desao, visto que em partículas, as simetrias tratadas são internas e
portanto abstratas e os objetos que as manifestam são expressões matemáticas, cuja interpretação não
é trivial. Mesmo assim, há vídeos no Youtube que tentam explicar o teorema para o público leigo, sem
uma formação sólida em matemática avançada. Na Ref. [54], separamos dois deles.
26
Além destes números quânticos, há outras simetrias internas relacionadas às partículas

e às interações, como a simetria de paridade e conjugação de carga, a chamada simetria

CP , que é apresentada em uma segunda seção. Este tipo de simetria está longe de ser

familiar aos estudantes de nível médio, mas é importante introduzi-la para a compreensão

das reações envolvendo a força fraca, principalmente com a presença de neutrinos. Por

algum motivo da Natureza, a simetria CP é violada em interações fracas.

Na seção saiba mais é sugerido o acesso a um conjunto de apresentações de um

minicurso sobre Física de Partículas no Instituto de Física Teórica (IFT) da UNESP [55]

durante a Jornada de Física Teórica de 2013, que tratam dos aspectos mais técnicos das

simetrias e suas consequências na física de partículas.

4.2.6 Dinâmica

Além de descrever o conteúdo das partículas elementares presentes, o modelo padrão

descreve com sucesso a dinâmica entre elas, ou seja, as maneiras pelas quais elas inte-

ragem. A estrutura matemática das interações depende de quais partículas participam

da interação, sobretudo do spin delas, além de simetrias que implicam em grandezas

conservadas.

Em um nível introdutório de abordagem, é possível representar possíveis vértices (que

representam a interação direta entre as particulas) e por consequência as reações, por

guras denominadas diagramas de Feynman. Embora elas não dêem todas as informações

necessárias, qualitativamente desempenham um papel importante na visualização dos

processos.

Esta página tem como objetivo levar o visitante a uma familiaridade com a técnica de

representar as reações entre partículas elementares por meio desses diagramas.

Cada uma das interações fundamentais conta com uma seção especial, mostrando os

vértices primitivos e os tipos de partículas que participam da interação.

Como forma de introduzir cada uma das seções foram utilizados vídeos do canal do

Fermilab [56] no youtube apresentados por Don Lincoln, professor da Universidade de

Notre Dame e que desenvolve pesquisas nesse laboratório norte-americano. Estes vídeos

apresentam de forma leve e com muitas animações os conceitos que serão desenvolvidos.

A página é nalizada com uma descrição do vácuo da mecânica quântica, como uma

implicação do princípio da incerteza de Heisenberg. Tanto o princípio da incerteza quanto

as características do vácuo quântico são apresentados também na forma de vídeos ilustra-

tivos e dinâmicos.

Na seção saiba mais, existem sugestões de visita ao website do International Master-

class Hands On Particles Physics [57], que trata dos diagramas de Feynman e a leitura

de um texto de apoio ao professor do Ensino Médio, desenvolvido por uma equipe de

professores da UFRGS [58] sobre as partículas elementares.

27
4.2.7 Higgs

Esta página tem início com uma animação que representa a reação ocorrida no LHC

que levou a conrmação experimental da existência do bóson de Higgs.

A teoria por trás do bóson de Higgs é tão abstrata que em 1993 o ministro britânico

da ciência, William Waldegrave, ofereceu uma garrafa de champanhe de qualidade para

quem criasse uma analogia que fosse capaz de explicar o que era o bóson de Higgs [59].

O vencedor foi David J. Miller e a analogia criada por ele junto com outras duas são

apresentadas em vídeo no início da página.

O bóson de Higgs também é conhecido como Partícula de Deus, cuja designação foi

utilizada pela primeira vez pelo físico Leon Lederman [60]:

...Este bóson é tão central para o estado da física atualmente,

tão crucial para nosso entendimento nal da estrutura da maté-

ria, ainda tão elusivo, que eu lhe dei um apelido: Partícula de

Deus. Por que Partícula de Deus? Duas razões. Uma, o editor

não nos deixou chamá-la de Goddamn Particle (partícula maldita

ou essa p*** de partícula, em linguagem mais atual, na tradução

livre nossa), que seria um título mais apropriado, dada sua natu-

ral vilania e todos as despesas que vem causando. E dois, há uma

conexão, de alguma forma, com outro livro muito mais antigo ...

Na sequência do texto da página é apresentada a origem do termo e dois textos que

discutem o signicado do nome, por envolver Deus, e o papel desempenhado por ela no

Universo, a partir de um olhar de religiosos [61, 62].

O texto tem sequência com uma descrição do papel do bóson de Higgs no modelo

padrão e dos processos que acontecem no LHC, i.e., produção, decaimento e detecção.

De acordo com o modelo padrão, se o Higgs tivesse uma massa de 125 GeV (a qual foi

medida experimentalmente), o seu decaimento em dois fótons é o canal mais promissor,

embora fosse muito raro, visto que apenas 0,2% dos Higgses produzidos decairiam dessa

forma. Sem entrar em detalhes técnicos, argumentamos que eventos com dois fótons são

mais promissores, com maior possibilidade de identicação, por se tratar de um canal

relativamente limpo de backgrounds (fundo).

O simulador sugerido na sequência [21] trata dos eventos de colisão entre dois prótons,

com possibilidade de produção do bóson de Higgs, seguida do seu decaindo em dois fótons.

O estudante tem a oportunidade de trabalhar com a identicação dos traços deixados

pelos fótons no detector de forma manual. Depois, o simulador dá a opção de análise

automática do evento. Acompanhando esta análise com acúmulo de dados de muitos

eventos, o estudante pode ter uma noção do processo estatístico por trás da comprovação

experimental da nova partícula.

28
Na seção saiba mais, são sugeridos a leitura de um artigo com os aspectos mais

sosticados acerca do tema, um curso online de física de partículas da Universidade

de Lancaster [20] e um simulador de colisões para sistema android desenvolvido pela

Universidade de Oxford [63].

29
Capítulo 5

Avaliação da Satisfação dos visitantes

Para avaliar a satisfação dos visitantes, foi utilizada a Escala Likert. É um método

desenvolvido em 1932 pelo psicólogo norte-americano Rensis Likert [64], que busca iden-

ticar um padrão de concordância sobre o tópico de estudo. De acordo com T. Duarte,

especialista em pesquisas de satisfação [65], é uma das principais ferramentas de pesquisa

atual e um dos indicadores mais antigos e tradicionais.

Na escala utilizada nesta dissertação para avaliação da opinião dos visitantes do web-

site, os participantes da pesquisa avaliam seu nível de concordância ou satisfação com a

armação proposta selecionando uma das cinco alternativas oferecidas, com notas entre 1

e 5. Os valores mais baixos indicam um nível menor de concordância ou satisfação com a

armação e os valores maiores representam maior satisfação e/ou concordância, enquanto

que uma nota três indica uma resposta neutra, sem opinião sobre a armação.

Conforme arma J. McClelland na Ref. [66], seria possível realizar a pesquisa com

itens de diversos tipos, como por exemplo, questões diretas ou a apresentação de cinco

armações que reitam as possíveis opiniões acerca do tema pesquisado. A primeira forma

tomaria muito tempo na análise das respostas e a segunda deveria ser construída de forma

muito detalhada de modo que o participante da pesquisa encontre uma alternativa que

represente sua opinião.

A escala Likert foi escolhida porque é mais fácil de construir e analisar os dados e é

uma boa alternativa quando se experimenta novos métodos de ensino, ainda de acordo

com McClelland.

O mesmo autor também arma que se deve tomar certo cuidado na avaliação das

respostas, já que uma média 3 dos valores aferidos pode indicar que o público não tem

uma opinião, ou uma opinião neutra, sobre a armação. Mas se o público apresentar uma

grande polarização quanto às opiniões positivas e negativas, a média também seria 3, o

que não representa a opinião deste grupo. Por esse motivo, a análise de cada armação

foi feita a partir de uma análise da quantidade de respostas que cada uma das alternativas

obteve para cada questão, representada de forma gráca para melhor visualização.

30
5.1 Identicação do público
Durante o segundo semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2017, o website recebeu

mais de mil visitas e o questionário de avaliação disponível recebeu 209 submissões, dentre

elas 207 estudantes e dois visitantes que se identicaram como curiosos (Fig. 5.1 (a)).

Entre eles, 53% armaram possuir interesse em física fora do ambiente escolar (Fig. 5.1

(b)).

Figura 5.1: (a) Identicação do perl dos visitantes do website que responderam o ques-
tionário. (b) Porcentagem de visitantes que responderam ter ou não interesse em física
fora do ambiente escolar.

A análise quanto ao interesse em física fora do ambiente escolar é interessante, de

forma que é possível avaliar se o website está atingindo todos os tipos de público, desde

os visitantes mais casuais ou curiosos até aqueles que possuem maior interesse em física e

desejam conhecer mais profundamente o assunto.

A maioria dos estudantes que zeram parte da pesquisa frequenta a terceira série do

ensino médio da E. E. Dr. Américo Brasiliense (85%), uma escola estadual localizada na

região central de Santo André e 15% dos estudantes que responderam o questionário estão

matriculados em uma das três séries do ensino médio do Instituto Sagrada Família, uma

escola privada da mesma cidade (Fig. 5.2). Entre os alunos participantes da pesquisa, a

grande maioria tem como professor de Física o autor da Dissertação.

Figura 5.2: Identicação do número de estudantes de cada escola participante da pesquisa.

31
As escolas avaliadas possuem muitas diferenças estruturais e de público alvo. Enquanto

os alunos do Instituto Sagrada Família têm, em média, quatro aulas de física semanais em

classes de até 25 alunos, os estudantes da E. E. Dr. Américo Brasiliense tem duas aulas

de física semanais, em classes que podem chegar a ter 50 alunos.

Os estudantes do Instituto Sagrada Família frequentam as aulas regulares no período

da manhã e tem a oferta de atividades pedagógicas diferenciadas no período da tarde e

tem dedicação exclusiva aos estudos. Os alunos da E. E. Dr. Américo Brasiliense que

participaram da pesquisa frequentam a escola, com aulas regulares, no período da manhã

ou da noite, e grande parte dos estudantes tem um trabalho remunerado fora do período

escolar.

Esta diferença quanto às condições estruturais oferecidas e o tempo de dedicação aos

estudos pode ser um fator de diferenciação quanto à satisfação e concordância com as

armações propostas no questionário de satisfação.

5.2 Análise das respostas ao questionário de satisfação


As respostas ao questionário de avaliação do website serão analisadas comparando-se

três critérios, expressos em três grácos para cada questão. O primeiro gráco representa

o resultado geral de todos os visitantes do website, o segundo uma diferenciação entre

os visitantes que responderam ter interesse em física fora do ambiente e àqueles que

responderam não ter este interesse. O terceiro gráco conta com uma diferenciação entre

os alunos da E. E. Dr. Américo Brasiliense e os estudantes do Instituto Sagrada Família.

A seguir, será feita uma discussão das respostas obtidas pelos diferentes pers de

visitantes (Fig. 5.3) para cada uma das nove armações propostas.

Figura 5.3: Padrão de cores que serão utilizados nesta seção para identicação dos dife-
rentes pers de visitantes.

Quanto ao design e estrutura do website, pode-se perceber pela Fig. 5.4 que os visi-

32
tantes em geral tiveram uma resposta positiva, cando grande parte dos resultados com

avaliação entre 4 e 5. As avaliações quanto a esse quesito não apresentaram diferenças

entre os pers de visitantes.

Figura 5.4: Avaliação dos visitantes quanto à armação: O design do website é amigável,
permitindo o entendimento das funções dos botões de acesso e navegação.

Quanto ao estímulo a continuar os estudos e a consulta de novas referências, os vi-

sitantes em geral apresentaram uma resposta positiva, com grande parte das avaliações

entre 4 e 5, como indica a Fig. 5.5.

Figura 5.5: Avaliação dos visitantes quanto à armação estimula a continuar estudando
e a consultar novas referências.

Entre os visitantes com interesse em física fora do ambiente escolar, as avaliações

caram mais concentradas na nota 5, enquanto que entre os visitantes que responderam

não ter esse interesse, as notas caram mais dispersas, entre 3 e 5. Este resultado indica

que os estudantes que já possuem interesse em física se sentem ainda mais estimulados

a estudar o assunto e pesquisar novas referências. Dentro do grupo que indicou não

possuir este interesse, perto de 25% dos estudantes mantiveram sua opinião, indicado

pela resposta neutra, mas uma grande parcela deste grupo também se sentiu estimulado

a continuar estudando, mas com um nível menor de concordância com a armação.

Entre os estudantes das duas escolas, a diferença que pode ser percebida é que quase

todos os estudantes do Instituto Sagrada Família expressaram concordância com a ar-

mação, enquanto que entre os estudantes da E. E. Dr. Américo Brasiliense alguns tiveram

uma resposta neutra.

33
Relacionado à clareza da apresentação de conteúdos e atividades, os visitantes em

geral apresentaram um bom nível de satisfação, com as avaliações se concentrando prin-

cipalmente nas notas 4 e 5 (Fig. 5.6). Nesta armação também não houve divergência

entre os diferentes pers de visitantes.

Figura 5.6: Avaliação dos visitantes quanto à armação apresenta os conteúdos e ativi-
dades com clareza.

Dentro do público em geral, grande parte indicou satisfação com o nível de complexi-

dade dos textos, apenas uma parcela, cerca de 20%, selecionou a resposta neutra. Uma

quantidade muito pequena indicou insatisfação, como indicado na Fig. 5.7.

Figura 5.7: Avaliação dos visitantes quanto à armação Nível de complexidade dos tex-
tos.

Entre os estudantes que possuem interesse em física fora do ambiente escolar, algumas

respostas neutras também foram obtidas, mas grande parte se mostrou satisfeita com o

nível de complexidade dos textos. Entre aqueles que indicaram não possuir esse interesse

em física, a porcentagem com avaliações positivas foi muito maior, indicando uma maior

aprovação por parte deste grupo.

Entre os estudantes do Instituto Sagrada Família, uma grande parcela  próximo de

40% , escolheu a alternativa neutra, enquanto que o os outros alunos com este perl

responderam estar satisfeitos com o nível de complexidade dos textos. No grupo que

frequenta a E. E. Dr. Américo Brasiliense, o nível de satisfação foi maior, com apenas

20% dos questionários com respostas neutras e quase todo o restante indicando avaliações

positivas.

34
A partir de uma análise dos grácos das Figs. 5.8 e 5.9 pode-se perceber um nível

grande de satisfação quanto à forma como os conteúdos são apresentados e a duração dos

vídeos. Vale ressaltar que, mesmo com a maioria indicando estar satisfeita, uma parcela

considerável dos estudantes indicou a alternativa neutra quanto à duração dos vídeos,

principalmente entre àqueles que não possuíam interesse em física fora do ambiente escolar

(próximo a 30%).

Figura 5.8: Avaliação dos visitantes quanto à armação Apresenta os conteúdos de forma
interessante.

Figura 5.9: Avaliação dos visitantes quanto à armação Duração dos vídeos..

Uma avaliação do gráco contendo o público em geral indica um grande número de

respostas indiferentes, quanto ao aumento no interesse por física após a visita ao website

(Fig. 5.10).

Analisando as respostas separadas quanto ao interesse inicial em física, pode-se obser-

var que entre aqueles que já possuíam interesse o nível de concordância com a armação é

maior, indicando um aumento de interesse. Entre os que não possuíam um interesse inicial

a maior parte das respostas é neutra (próximo de 40%), mas uma parcela considerável

deste grupo indicou um aumento no interesse após o acesso ao website.

Entre as escolas avaliadas, pode-se perceber um nível maior de concordância entre os

alunos do Instituto Sagrada Família e um número maior de respostas neutras dos alunos

da E. E. Dr. Américo Brasiliense, com uma tendência maior à conrmação do que à

refutação da armação.

35
Figura 5.10: Avaliação dos visitantes quanto à armação Após visitar o site, o meu
interesse por física aumentou.

Em geral, as respostas obtidas (Fig. 5.11) indicam concordância com a armação após

a leitura sobre física de partículas, a física que aprendi durante o Ensino Médio faz mais

sentido. Por outro lado, pouco mais de 20% dos visitantes indicaram não ter opinião

sobre o assunto.

Entre os que indicaram neutralidade, não há grandes diferenças percentuais entre

aqueles que já possuíam interesse inicial em física e os que indicaram não possuir este

interesse. No entanto, é possível identicar uma parcela maior entre os estudantes da

E. E. Dr. Américo Brasiliense com respostas neutras a esta armação. Talvez o número

reduzido de aulas de física durante o Ensino Médio seja uma possível causa desta avaliação

indiferente dos estudantes.

Vale ressaltar que, mesmo dentro do grupo com menor quantidade de aulas de física

semanais, o nível de concordância com a armação foi muito maior do que as respostas

neutras ou negativas.

Figura 5.11: Avaliação dos visitantes quanto à armação Após a leitura sobre física de
partículas, a física que aprendi durante o Ensino Médio faz mais sentido.

Finalmente, quanto à última questão, sobre a satisfação do visitante no acesso ao

website, a Fig. 5.12 indica um grande número de avaliações positivas, a grande maioria das

avaliações se concentrando nas alternativas 4 e 5, muito poucas avaliações neutras e raras

avaliações negativas, sem grandes diferenças entre os pers de visitantes identicados.

36
Figura 5.12: Avaliação dos visitantes quanto à armação Avaliação geral do site.

5.3 Análise das respostas de livre digitação


Além dos campos de avaliação de satisfação com respostas objetivas, ao m do ques-

tionário foram colocados três campos para que o visitante pudesse expressar livremente

suas ideias. Dois deles quanto aos aspectos positivos e negativos percebidos durante sua

visita ao website e um deles para comentários gerais e sugestões.

A seguir, são elencadas algumas ideias principais que apareceram nos questionários de

avaliação nos campos destinados à livre digitação.

5.3.1 Aspectos positivos

Os aspectos positivos listados na sequência traduzem as ideias que apareceram com

bastante frequência neste campo de livre digitação, demonstrando as tendências de opinião

do grupo pesquisado quanto a este critério.

• O website tem uma boa organização.

• Os textos são claros, objetivos e de fácil compreensão.

• Os vídeos e as imagens facilitam o entendimento dos temas.

• As simulações interativas aumentam o interesse do visitante.

• Possui sugestão de acesso a outros sites.

• Tem uma apresentação descontraída, diferente de outros materiais didáticos.

• O website estimula o interesse por física.

• Os temas tratados são atuais.

• Possui música em uma das páginas.

37
A partir destas informações, pode-se concluir que os visitantes do website tiveram

uma opinião positiva quanto à sua organização e a objetividade e clareza do texto. Os

objetos multimídia como imagens, vídeos e simulações aumentam o interesse do visitante e

facilitam a compreensão dos temas. Além disso, o material estimula o interesse pela física,

já que possui uma apresentação descontraída, trata de temas atuais e oferece a indicação

de acesso a outros materiais. Muitos dos visitantes que responderam ao questionário de

livre digitação avaliaram a música em uma das páginas como um dos aspectos positivos.

5.3.2 Aspectos negativos

Entre as respostas dos visitantes do website a este critério, os seguintes aspectos ne-

gativos foram indicados frequentemente:

• Não funciona bem em smartphones.

• Os textos são muito longos e de difícil compreensão.

• Os vídeos são muito curtos.

• O design do website é ultrapassado.

• O formulário de avaliação é confuso.

• O website não é localizado pelo Google.

• A música atrapalha a concentração.

• Tem muita informação na página promovendo a dispersão da atenção.

Pode-se perceber uma insatisfação dos visitantes quanto à funcionalidade do website

nos smartphones e quanto à forma como o conteúdo é apresentado, em especíco os textos,

considerados muito longos e de difícil compreensão, além de vídeos muito curtos.

Os estudantes que encontraram diculdade na compreensão dos textos muito longos

e gostariam de mais informações em vídeo podem ser incluídos dentro de um grupo que

percebe a forma de ensino tradicional, com o professor detentor do saber e os estudantes

passivos, como a forma correta de se ensinar e aprender e apresentam certa resistência a

métodos de ensino mais ativos e participativos, defendidos pelas teorias de aprendizagem

na qual o produto se baseia.

Um aspecto bastante comum nas respostas ao questionário avalia como pontos negati-

vos o design ultrapassado do website e o formulário de avaliação confuso, além do fato de

o website não ser encontrado pelo Google. Também foram notados comentários frequentes

quanto à organização das informações na tela e música de fundo em uma das páginas, que

atrapalham a concentração.

38
É interessante observar que, para alguns visitantes, a música foi considerada um as-

pecto positivo, conforme destacamos acima, na avaliação positiva. Não realizamos uma

análise mais profunda entre esses dois grupos, mas certamente é bastante compreensível

que a música de fato atrapalha a concentração. Não cou claro se esse público percebeu

que existe um botão bastante visível para parar a reprodução da música.

5.3.3 Sugestões e comentários

A seguir estão listadas algumas ideias principais de sugestões e comentários frequen-

temente apontados pelos visitantes que responderam o questionário de livre digitação:

• O website poderia tratar de temas diferentes.

• Acrescentar lista de exercícios e questionários ao nal de cada tema.

• Poderia conter temas relacionados à preparação para Enem e Vestibulares.

• Modernizar o design.

• Colocar mais jogos.

• Adaptação para crianças menores, em fase escolar inicial.

• Deveria tirar a música, pois atrapalha a concentração.

• Poderia colocar música em todas as páginas, pois torna a navegação mais descon-

traída.

• Adaptação para uso nos smartphones.

• Deveria conter uma aba de notícias sobre o tema.

• Permitir comentários dos visitantes.

Muitos visitantes sugeriram que o website poderia também tratar de outros assuntos

dentro da física ou até de outras disciplinas, com questionários, exercícios e testes ao nal

de cada tema, além de indicações de temas relacionados à preparação para o ENEM e

para exames vestibulares.

Apesar de ser uma preocupação constante dos estudantes, a preparação para exames

como ENEM e vestibulares não é um dos focos deste material, já que os temas relacio-

nados à física moderna e contemporânea, apesar de constarem nos documentos ociais,

raramente são exigidos nestes exames.

Entre as respostas avaliadas, é muito frequente a sugestão de modernizar o design do

website  que apareceu com frequência como aspecto negativo , colocar mais jogos e

elementos interativos e adequar os textos para outros níveis de ensino.

39
Quanto a música que foi colocada em uma das páginas, muitos comentários demons-

traram aprovação e tinham a sugestão de que elas fossem colocadas todas as páginas, mas

também foram frequentes as sugestões de que a música deveria ser retirada, pois atrapalha

a concentração. Muitas sugestões pediram a adaptação para uso em smartphones, uma

área especíca para notícias sobre o tema e um local de comentários dos visitantes, talvez

do tipo fórum.

Algumas das respostas que expressam as opiniões principais dos visitantes do website

são transcritas na íntegra no Apêndice B. Não realizamos todas as transcrições disponíveis,

já que conforme apontado, o conteúdo acaba sendo bastante repetitivo.

40
Capítulo 6
Considerações Finais

Como parte do programa de Mestrado Prossional em Ensino de Física, o produto

educacional produzido tem o objetivo de contribuir para uma melhora no Ensino de Física

no Brasil.

Os temas relacionados à física moderna e contemporânea atualmente são objetos de

estudo nos institutos de pesquisa mais renomados do mundo, mas raramente estão pre-

sentes nos temas tratados em sala de aula de nível médio. Por esse motivo, o website

desenvolvido tem o objetivo de colocar o estudante deste nível de ensino em contato

com os desenvolvimentos mais recentes na fronteira da física, em particular em física de

partículas.

Durante o desenvolvimento do website, foi necessário muita dedicação no aprendizado

das ferramentas necessárias à sua construção e operação, além da busca por conteúdos

externos de livre acesso na internet para não correr o risco de violação dos direitos autorais.

Para a produção dos textos e conteúdos originais do website, foram necessárias muitas

horas de estudo, uma vez que o tema tratado possui poucas referências em língua portu-

guesa e, em geral, são raros os materiais sobre física de partículas para o ensino médio.

Assim, o trabalho começa com uma compreensão do tema, que não faz parte da formação

tradicional dos professores de física. Passa pela etapa de tradução dos materiais necessá-

rios e é nalizado com a produção de textos e recursos que pudessem ser compreendidos

pelo público em geral e estudantes de nível médio, a partir de textos técnicos e cientícos

sobre o tema.

Os resultados da avaliação de satisfação proposta em uma das páginas do website in-

dicam um grande nível de satisfação dos visitantes quanto à forma como ele é apresentado

e organizado e quanto ao seu conteúdo. Isto indica, a princípio, que o uso de referenciais

teóricos como base para sua construção teve impacto bastante positivo.

Mesmo entre aqueles estudantes que indicaram não possuir interesse em física fora do

ambiente escolar, a avaliação geral do site teve mais de 90% de aprovação. Vale a pena

ressaltar que entre esses estudantes, mais de 60% indicaram ter percebido maior sentido

na física do ensino médio após a leitura sobre física de partículas e aproximadamente 30%

41
indicaram um aumento de interesse por física, o que representa um resultado bastante

positivo.

Alguns dos comentários e sugestões dos visitantes recebidos ao longo do processo

de avaliação foram levados em consideração durante a nalização do produto e tiveram

grande contribuição na forma como o website se apresenta hoje. No entanto, por se tratar

de um produto dinâmico, não está de fato concluído e provavelmente sofrerá alterações

de modo a se adequar melhor e ter maior aceitação entre o público alvo, como atualização

do design e adaptação para o uso em smartphones, sugestões bastante frequentes entre os

visitantes. Vale lembrar que estas atualizações quanto à forma não devem comprometer

a funcionalidade do website nem a qualidade de seu conteúdo.

Uma continuidade do trabalho após a nalização da primeira fase de construção e

aplicação do produto consiste em uma reconstrução do website em outra plataforma que

permite mais opções de design e um editor diferenciado para o acesso a partir de smartpho-

nes, além de um melhor sistema de rastreamento a partir do Google.

O produto desenvolvido constitui um material de estudo conável sobre física de partí-

culas e contém uma vasta quantidade de sugestões de acesso a conteúdos externos verica-

dos, para diferentes níveis de instrução, nas seções saiba mais e nos menus de referências.

Assim, acreditamos que se constitui como uma boa fonte de pesquisa para curiosos, es-

tudantes de nível médio e até professores, colocando o grande público em contato com a

física feita nos grandes laboratórios do mundo na atualidade. Gostaríamos de acreditar

que essa curiosidade e fascínio despertado pela física contemporânea possa contribuir para

a melhoria no ensino de física básica no país.

42
Apêndice A
Questionário de Avaliação do Site

43
44
45
46
Apêndice B

Transcrição da Avaliação dos Visitantes


do website

Esta seção é dedicada à transcrição de algumas respostas às questões que permitiam

livre digitação no questionário de avaliação do website, classicadas em aspectos posi-

tivos, respostas negativas e sugestões e comentários. As respostas foram transcritas na

íntegra, apenas com algumas correções para se adequar à norma padrão da língua portu-

guesa. Apesar de mais de uma centena de visitantes que zeram a avaliação,as respostas

se tornam bastante repetitivas. Com isto, foram selecionadas um conjunto de dez respos-

tas que reetem uma tendência entre os avaliadores ou apresentam aspectos que foram

considerados dignos de nota pelo autor da dissertação.

Aspectos positivos:

• O site é bem detalhado sem exageros, assim fazendo com que a leitura seja in-

teressante e leve. Além disso, a aparência amigável, textos de fácil entendimento,

a interação com os exemplos deixando o leitor fazer sua própria análise antes da

resolução e uma boa música de introdução, faz com que seja um ótimo site para

aprender um assunto tão complexo de uma forma tranquila.

• O site apresenta seu conteúdo de forma clara, as imagens e vídeos ajudam na

assimilação de informações e seu aprendizado, facilitando a compreensão; além de

deixar todo o processo mais divertido, sem entediar o aluno e incentivando a busca

por mais conhecimentos.

• A proposta de fazer com que os alunos do noturno acessassem uma plataforma

online para as aulas de física foi diferente e ousada. Nunca tinha me deparado com

essa situação antes em uma escola pública. O site proporciona o conteúdo de uma

forma simples e objetiva, prendendo a atenção do leitor até o nal da página.

47
• O site é bem explicativo, abrange assuntos interessantes e ajuda a entender de uma

maneira melhor a física, é mais interativo e mais estimulante a aprender física do

que escrever no caderno.

• Uma nova maneira de se entender e estudar física, que antes para mim era muito

difícil de entender. Assim acho que terá mais gente interessada nessa matéria.

• O site é bem explicado e bem ilustrado, com um design bom, que o torna mais

chamativo aos que não possuem tanto interesse.

• Explicações boas e fáceis de entender, até mesmo pra um aluno que não se dá

bem em exatas, como eu. Modelo dinâmico, cheio de imagens e até gifs e vídeos

que ajudam na explicação. Vídeos bons, com uma boa duração, o que não deixa o

estudo cansativo.

• Layout atrativo e simples, informações densas, explicadas de forma interessante e

que vão se completando e se simplicando ao longo da leitura.

• O site em si tem bons aspectos, as leituras, não são complexas a ponto de uma

pessoa que não entenda física tentar ler e só se irritar com isso, tornando algo que

deveria ser prazeroso como aprender em algo irritante, por não entender.

• O site ajuda a despertar a curiosidade sobre a física, como o jogo da Relatividade

Especial.

Aspectos negativos:
• O site não funciona bem para celular.

• A física é uma disciplina muito interessante e atrativa, porém o nível de comple-

xidade dos textos dicultou um pouco o aprendizado e deixou a leitura um pouco

cansativa.

• Não sou fã da plataforma Wix, acho as possibilidades de templates/layout limitadas

(prero Wordpress e blogger), por isso o design não é dos melhores.

• O design é bem a moda antiga, o que pode agradar ou desagradar algumas pessoas,

além de ter uma linguagem um pouco difícil.

• Não é necessário ter música durante a leitura de um texto.

• Queria que futuramente o site tivesse questionários em relação a cada assunto.

• A partir do tópico de conservação os textos se tornaram maiores e um pouco mais

maçantes, porém o entendimento ainda continuou fácil.

48
• Design do site muito pobre em detalhes, pouco chamativo. (mas isso é o menor dos

poucos problemas que há, acho mais importante o conteúdo, mas é um detalhe a se

melhorar).

• O conteúdo não apareceu de forma que chamasse minha atenção.

• Design do site é muito ruim, parece site genérico de 2003.

Sugestões e comentários:
• Nas futuras publicações, o site deveria continuar buscando abordar os aspectos

históricos da física, juntamente com os outros aspectos; pois o lado histórico é

um conteúdo normalmente não visto nas escolas, porém muito interessante. Os

aspectos históricos já apresentados caram muito bons e ajudaram na compreensão

do restante.

• O site é bem produtivo para interessados no assunto. Seria proveitoso envolver

alguns exercícios sobre o conteúdo, que está presente em vestibulares e no ensino

médio.

• Poderia melhorar a relação de cores e o design do site, escolher cores harmoniosas

e agradáveis aos olhos do leitor é fundamental para que eles se sintam bem e vol-

tem mais vezes. Em relação ao conteúdo está muito bom, o que é apresentado é

consistente e de simples compreensão o que facilitou muito minha experiência por

aqui. No geral é um bom site, tenho certeza que até os Winchesters estacionariam

o Impala para ler.

• Poderia conter uma adaptação do trabalho para ser mostrado aos alunos da primeira

fase escolar, a m de despertar o interesse no estudo de física.

• O site foi uma ótima ideia, pois possibilita o acesso de pessoas que não tem condições

e tempo de frequentar uma instituição, assim despertando um interesse pela Física.

• Poderia tentar explicar cenas de séries de cção cientíca que possuem conceitos de

física relacionados, assim como The Flash que menciona o acelerador de partículas

como causador das habilidades do Barry Allan.

• Deveria criar uma aba apenas para as notícias para car melhor de acessá-las.

• Poderia ter música em todas as páginas.

• Gostei muito dessa nova maneira de ensinar física através de um meio que hoje em

dia é muito utilizado pelos estudantes.

• Sugiro uma melhoria no design do site, com uma simplicação dos botões e páginas

para que se adaptem a todos os computadores.

49
Apêndice C
Proposta de UEPS para o Ensino de
Física de Partículas

Objetivo
Ensino do modelo padrão da física de partículas. Quais são as partículas elementares

e compostas, as interações fundamentais, o papel do campo e do bóson de Higgs, e sua

relação com a constituição da matéria para estudantes do Ensino Médio.

Comunicação
A interação entre professor e aluno, fora de sala de aula, se dará por meio de um

grupo fechado no facebook. Também serão desenvolvidas atividades do tipo sala de aula

invertida ipped classroom.

Sequência
A sequência é dividida em quatro partes, com um total de 12 passos ou etapas. É

esperado que toda a sequência seja cumprida em 10 a 13 horasaula.

Parte I: Introdução

1. Situação Inicial
Construir com os alunos um mapa mental coletivo, a partir do estímulo inicial com

a pergunta do que as coisas são feitas?. O professor pode escrever no quadro de giz as

palavras que os alunos vão dizendo e depois colocá-las em um diagrama com algum tipo

de ligação lógica entre elas. Em seguida, pedir a cada aluno que explique por escrito,

com suas próprias palavras, o mapa construído grupalmente. Essa explicação individual

50
deverá ser entregue ao professor ao nal desta atividade inicial que ocupará a primeira

aula desta UEPS.

2. Iniciar o jogo SPRACE Game


Neste momento o professor deve, por meio do grupo no facebook, propor um desao

aos estudantes, jogar o SPRACE Game [42], com link para download na seção saiba

mais da página Modelo Padrão do website.

À medida que os estudantes forem evoluindo no jogo, devem postar no grupo seu

quadro de troféus, indicando quais missões já foram cumpridas. Um quadro de troféus

completo vale uma nota máxima nesta atividade que tem prazo nal ao m do desenvol-

vimento da UEPS.

Vale ressaltar que o cumprimento de missões indica que o estudante entendeu algum

conceito relacionado à física de partículas, como a classicação em léptons e quarks,

a formação de partículas compostas, a interação forte e a força nuclear residual entre

bárions e mésons.

Parte II: Situação-problema partículas e interações do modelo pa-


drão

3. Questões iniciais
Neste Momento os estudantes devem discutir as seguintes questões:

(a) Se o núcleo do átomo é constituído por partículas carregadas positivamente (pró-

tons), por que esse núcleo não explode?

(b) Se cargas elétricas negativas e positivas se atraem, por que os elétrons não são

absorvidos pelo núcleo?

(c) Se elétrons e prótons têm massa, qual o papel da interação gravitacional na estabi-

lidade do átomo?

(d) Qual o papel dos nêutrons na estrutura atômica?

(e) Teria sentido pensar que as partículas atômicas básicas (elétrons, prótons e nêutrons)

poderiam estar constituídas por outras ainda mais elementares?

Todas estas situações devem ser discutidas em grande grupo com mediação docente,

sem necessariamente chegar a respostas. Esta atividade deve ter a duração de uma ou

duas aulas.

4. Construção de signicados (partículas)


51
Antes da aula o professor deve postar no grupo do facebook uma mensagem convidando

os estudantes a assistirem o lme O Discreto Charme das Partículas Elementares [67],

produzido pela TV Cultura, que tem cerca de 50 min. de duração e está disponível no

youtube, com link para acesso direto na seção saiba mais da página Modelo Padrão

do website.

No início da aula o professor faz uma breve explicação do que são Mapas Conceituais

e faz a construção de alguns exemplos. Depois deve pedir aos alunos que se reúnam

em pequenos grupos (dois a quatro participantes) e construam um mapa conceitual das

partículas constituintes da matéria.

O mapa conceitual deve ser publicado no grupo do facebook e deve ser comentado e

criticado pelos componentes dos outros grupos num regime de fórum. Após uma rodada

de críticas construtivas, cada grupo poderá modicar seu mapa original e publicar a versão

denitiva no nal do tópico. Esta atividade deve ter a duração de uma ou duas aulas.

5. Construção de signicados (interações)


Antes da aula o professor deve postar no grupo do facebook um convite aos estudantes

para que leiam o artigo Partículas e Interações [68], dando uma atenção maior à parte

das interações fundamentais e leiam a página Dinâmica do website com maior atenção

aos vídeos sobre as interações fundamentais apresentados.

Durante a aula os estudantes devem trabalhar em pequenos grupos, com o objetivo de

produzir um texto, diagrama, mapa ou gura explicando sobre as interações fundamentais,

suas partículas mensageiras (bósons) e a característica das partículas que participam de

cada tipo de interação. O desenvolvimento desta etapa levará uma aula.

Parte III: Situação-problema (nível mais alto de complexidade):


campo e bóson de Higgs

6. Questões iniciais
Antes da aula o professor deve postar no grupo do facebook um convite para que

os alunos assistam aos três vídeos no início da página Higgs do website contendo as

analogias utilizadas para explicar o que é o campo e o bóson de Higgs. Estes vídeos serão

um organizador prévio para aqueles estudantes que nunca ouviram falar sobre o tema.

Durante a aula, trabalhar as seguintes questões:

(a) o que é massa?

(b) o que é campo?

(c) O que você entende sobre as analogias utilizadas para explicar o que é o campo e o

bóson de Higgs?

52
(d) Por que o bóson de Higgs é chamado de partícula de Deus?

Todas estas situações devem ser discutidas em grande grupo com mediação docente,

sem necessariamente chegar a respostas. Esta atividade deve ter a duração de uma ou

duas aulas.

7. Construção de signicados (campo e bóson de Higgs)


Antes da aula o professor deve postar no facebook um convite para que os estudantes

acessem as página Modelo Padrão (com foco no tópico mecanismo de Higgs), Dinâ-

mica (focando no tópico sobre o vácuo ao m da página) e Higgs. Também deve ser

sugerida a leitura do artigo O Modelo Padrão da Física de Partículas [69] com ênfase

nos tópicos 4. O campo e o bóson de Higgs; e 5. O que é massa anal?

Durante a aula os alunos devem discutir, em pequenos grupos, os conceitos envolvidos

no texto e produzir um texto, diagrama, mapa ou gura explicando qual a contribuição

do bóson de Higgs para o Modelo Padrão da Física de Partículas. Esta etapa deve ter

uma aula de duração.

Parte IV: Revisão e avaliação

8. Revisão
Iniciar a aula com uma revisão, ou seja, uma aula expositiva, utilizando os recursos

multimídia disponíveis no website, sobre o que foi visto até agora acerca da constituição

da matéria, abrindo espaço para perguntas dos alunos. A seguir, pedir que os estudantes

se organizem em pequenos grupos e produzam um Mapa Conceitual com o título Do que

as coisas são feitas?. Este mapa deve conter as partículas constituintes da matéria, as

interações fundamentais e a contribuição do bóson de Higgs. Após a correção do professor,

uma versão nal deste mapa deve ser produzida na forma de cartaz e exposta, além de ser

publicada no grupo do facebook. O desenvolvimento desta etapa deve levar duas aulas.

9. Avaliação somativa individual


Esta atividade, que ocupará uma aula, deverá ter sido já anunciada para os alunos

 ela não deverá ser de surpresa. Devem ser propostos questões abertas nas quais os

alunos possam expressar livremente sua compreensão do Modelo Padrão. Devem-se fazer

perguntas, solicitar algum esquema ou diagrama que dê evidências de aprendizagem signi-

cativa. Não se deve apostar em instrumento de avaliação centrado no certo ou errado.

10. Aula expositiva dialogada integradora nal


Antes desta aula nal, os estudantes devem publicar no grupo do facebook seu quadro

de troféus do jogo SPRACE Game. Deve-se retomar todo o conteúdo da UEPS, rever

53
os mapas e os artigos trabalhados nas aulas anteriores. É preciso chamar atenção para o

potencial descritivo e explicativo do Modelo Padrão em relação à constituição da matéria

e da origem da massa. Deve-se destacar as diculdades superadas por essa teoria, as

previsões conrmadas, assim como as diculdades ainda existentes e que poderão levar a

mudanças ou ao seu abandono em favor de outra mais explicativa.

11. Avaliação da aprendizagem na UEPS


A avaliação deverá estar baseada nos trabalhos feitos pelos alunos, nas observações

feitas em sala de aula, na participação no grupo do facebook e no quadro de troféus do

jogo, além do desempenho na avaliação somativa individual, cujo peso não deverá ser

superior a 50%.

12. Avaliação da própria UEPS


A avaliação da própria UEPS deverá ser feita em função dos resultados de aprendiza-

gem obtidos. Deve-se reformular algumas atividades, se necessário.

54
Referências Bibliográcas

[1] Brasil. Ministério da Educação, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio.

Brasília: MEC/SEB, p.23, 2000.

[2] F. Ostermann e M. A. Moreira, Uma revisão bibliográca sobre a área de pes-

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