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2022
FORMAÇÃO
Processamento de salários:
enquadramento fiscal e segurança
social da remuneração
dos trabalhadores dependentes
Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
FICHA TÉCNICA
Título: Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
Certificados, entidade que detém os direitos de autor.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
INDICE
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O presente curso pretende-se abordar a temática das Retenções na Fonte e das Contribuições para
Segurança Social, relativamente aos Rendimentos de Trabalho Dependente pelo que importa de
sobremaneira conhecer entre outras as normas de Incidência em termos fiscais, assim:
Nos termos do n.º 2 do art.º 2º do CIRS, todas as remunerações provenientes das situações
descritas como prestação de trabalho por conta de outrem, estão sujeitas a tributação no âmbito da
categoria A, independentemente da sua designação, nela se compreendendo não só os salários,
ordenados ou vencimentos, mas também quaisquer outras manifestações retributivas, tais como
percentagens, comissões, gratificações, emolumentos e outras, fixas ou variáveis, em dinheiro ou
em espécie.
SEGURANÇA SOCIAL
São também abrangidos pelo regime geral dos trabalhadores por conta de outrem para efeitos
contributivos os membros das igrejas, associações e confissões religiosas nos termos do artigo
122.º do CRC, bem como os trabalhadores independentes que acumulem trabalho dependente
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
para a mesma empresa ou empresa do mesmo grupo empresarial para o qual prestem os seus
serviços (artigos 129.º a 131.º do CRC).
O artigo 25.º determina ainda que estão abrangidos pelo regime geral dos TCO os seguintes
trabalhadores, nos termos do artigo 25.º:
a) Os trabalhadores destacados, sem prejuízo do previsto em legislação própria e em
instrumentos internacionais a que Portugal se encontre vinculado;
b) Os trabalhadores que exerçam a respetiva atividade em estabelecimento rural, turismo
de habitação e agroturismo;
c) Os trabalhadores que prestem serviço de limpeza em prédios em regime de propriedade
horizontal.
No artigo 26.º prevê-se a exclusão do âmbito de aplicação do regime dos trabalhadores por conta
de outrem, dos trabalhadores afetos à Administração Pública que se encontrem vinculados à
Caixa Geral de Aposentações (CGA), bem como os advogados e solicitadores inscritos no CPAS.
Esta exclusão só diz respeito à atividade profissional que determina a inscrição nos regimes de
proteção social de inscrição obrigatória. Se, por exemplo, um advogado exercer outra atividade,
está obrigatoriamente inscrito no regime geral da Segurança Social.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A lei (cf. art.º 12.º do citado diploma) presume que as partes celebraram um contrato de trabalho
sempre que, cumulativamente:
a) O prestador de trabalho esteja inserido na estrutura organizativa do beneficiário da atividade
e realize a sua prestação sob as orientações deste;
b) O trabalho seja realizado na empresa beneficiária da atividade ou em local por esta
controlado, respeitando um horário previamente definido;
c) O prestador de trabalho seja retribuído em função do tempo despendido na execução da
atividade ou se encontre numa situação de dependência económica face ao beneficiário da
atividade;
d) Os instrumentos de trabalho sejam essencialmente fornecidos pelo beneficiário da
atividade;
e) A prestação de trabalho tenha sido executada por um período, ininterrupto, superior a 90
dias.
O contrato de trabalho, em regra, não está sujeito a qualquer formalidade é, portanto, um contrato
consensual e não formal, bastando para a sua perfeição que se verifique a disponibilidade do
trabalho perante a autoridade e a direção da entidade empregadora, confirmando-se assim, a um
tempo, a dependência económica e a subordinação jurídica do trabalhador face ao empregador.
Sendo que, dos contratos em que é exigida forma escrita, deve constar a identificação e a
assinatura das partes.
Verifica-se, por vezes, que as empresas contratam trabalhadores através da figura de contratos de
prestação de serviços, de forma a evitar um vínculo contratual no âmbito do regime aplicável aos
contratos de trabalho. No entanto, não será o título do contrato que regulará o regime aplicável.
Na verdade, a partir do momento que o trabalhador desenvolve a sua atividade sob autoridade e
direção da empresa contratante, nos mesmos moldes que os funcionários contratados através de
contrato de trabalho, não deverá ser entendido como um prestador de serviços, uma vez que da
alínea b) do n.º 1 do artigo 2º do Código do IRS (CIRS), resulta claramente não ser indispensável
à incidência do IRS sobre os rendimentos de trabalho dependente, que os rendimentos do trabalho
sejam auferidos no âmbito de contrato de trabalho subordinado ou outro equiparado, podendo sê-
lo igualmente no âmbito de contrato de prestação de serviços, desde que sob a autoridade ou a
direção da pessoa ou entidade que ocupa a posição de sujeito ativo na relação dela resultante.
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A inclusão destes rendimentos no âmbito da categoria A vem evitar uma tributação diferenciada
com base no contrato assinado, quando na prática se verifica tratar-se de verdadeiros trabalhadores
dependentes .
SEGURANÇA SOCIAL
Esta inclusão não abrange os revisores oficiais de contas que, nessa qualidade, integrem is órgãos
estatutários, uma vez que se trata de profissionais independentes.
SEGURANÇA SOCIAL
Os membros dos órgãos estatutários estão abrangidos pelo regime geral dos trabalhadores por
conta de outrem, com as especificidades previstas nos artigos 61.º a 70.º do CRC. Vide infra.
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Ficam sujeitos a tributação no ano em que as importâncias foram despendidas pela entidade
patronal, podendo, no entanto, ficar isentas nos termos do art.º 18.º do EBF:
Seguros e operações do ramo “vida”;
Contribuições para fundos de pensões e fundos de poupança reforma;
Contribuições para outros regimes complementares de segurança social.
A sujeição a imposto não ocorre no ano em que as importâncias são despendidas pela entidade
patronal. A tributação desloca-se para o momento do recebimento do benefício pelo trabalhador
quando aquelas operações forem objeto de:
Resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação, beneficiando de
isenção de 1/3, com o limite de € 11 704,70;
Recebimento em capital, de contribuições não anteriormente sujeitas a tributação ainda que
se tenha verificado a passagem à reforma ou estejam reunidos os requisitos para que esta
se possa concretizar.
TRIBUTAÇÃO À ENTRADA
Opera em sede de Categoria A, na esfera do beneficiário (trabalhador), aquando do dispêndio
das importâncias e contribuições por parte da entidade patronal, mas apenas quando aquelas
constituam direitos adquiridos e individualizados (subalínea i) n.º 3 da al. b) do n.º 3 do art.º 2.º)
*
São direitos adquiridos aqueles, cujo exercício, não depende da manutenção do vínculo laboral do
beneficiário com a respetiva entidade patronal.
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Há que ter em atenção o disposto no art. 18.º do EBF que contempla uma isenção desde que
reunidos os condicionalismos nele previstos.
TRIBUTAÇÃO NO RESGATE OU QUALQUER OUTRA FORMA DE ANTECIPAÇÃO
1. Tendo havido tributação à entrada só a componente
rendimento é tributada na esfera da Categoria E
Recebimento em capital evitando-se assim a dupla tributação da componente
ou capital (n.º 3 artigo 5.º);
sob forma de renda 2. Não tendo havido tributação a entrada, a componente
capital é tributada na Cat. A e a componente
rendimento será tributada na Cat. E, com aplicação do
nº 3 do art. 5.º.
TRIBUTAÇÃO Á SAIDA
1. No caso de haver tributação à entrada (Cat. A), que se
verifica quando estamos perante “direitos adquiridos” e
não se mostrem reunidos os requisitos para a isenção (
art. 18.º do EBF) só se tributa a componente rendimento
na Cat. E (n.º 3 do art. 5.º, com as exclusões nele
previstas. Evitando-se assim a dupla tributação da
componente capital.
RECEBIMENTO EM CAPITAL 2. No caso de não ter havido tributação a entrada, quer por
serem “meras expectativas”, quer tratando-se de “direitos
adquiridos” abrangidos pela isenção do art. 18.º do EBF,
a componente capital é tributada na Cat. A(n.º 3 al. b)
do n.º 3 do art. 2º) com isenção de 1/3 das importâncias
pagas até ao limite de € 11 704,70 ( n.º 3 do art. 18º do
EBF) e a componente rendimento será tributada na Cat.
E, (nº 3 do art. 5.º)
1. Se houver tributação à entrada (só em caso de direitos
adquiridos não abrangidos pelo art.18.º do EBF) ter-se-á
que discriminar a componente capital da componente
rendimento sujeitando apenas a tributação esta ultima,
RECEBIMENTO SOB FORMA DE na Cat. H (nºs 1 e 3 do art. 54.º) para evitar a dupla
RENDA – TRIBUTAÇÃO NA tributação jurídica da componente capital.
CATEGORIA H 2. Se houver não tributação à entrada ( tratando-se de
direitos adquiridos não abrangidos pela isenção do art.
18.º do EBF ou de meras expectativas) as prestações
beneficiarão do regime previsto para as pensões (Cat.
H), não havendo para o efeito distinção entre capital e
renda ( nºs 3 e 4 do art. 54.º)
Deste modo:
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SEGURANÇA SOCIAL
Nos termos da al. x) do n.º 2 do artigo 46.º, integram a base de incidência contributiva os valores
despendidos obrigatória ou facultativamente pela entidade empregadora com aplicações
financeiras, a favor dos trabalhadores, designadamente seguros do ramo «Vida», fundos de
pensões e planos de poupança reforma ou quaisquer regimes complementares de segurança
social, quando sejam objeto de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de
antecipação de correspondente disponibilidade ou em qualquer caso de recebimento de capital
antes da data da passagem à situação de pensionista, ou fora dos condicionalismos legalmente
definidos.
Nos termos dos artigos 4.º e 6.º da Lei n.º 110/2009, de 16 de setembro, na redação dada
pela Lei n.º 93/2019, de 4 de setembro, esta alínea só́ entra em vigor quando for
regulamentada, após apreciação em sede de concertação social.
No caso dos subsídios em dinheiro, destinados a subsidiar despesas de residência, a Lei não
estabelece qualquer exceção, ou seja, o subsídio é sujeito a tributação na sua plenitude.
Neste caso, e nos termos do art. 24º n.º 2, a quantificação do benefício (valor tributável) será dada
da seguinte forma:
Rendimento sujeito = valor de uso - valor pago pelo beneficiário a esse título (se a utilização
for gratuita, o valor da vantagem acessória será o valor do uso)
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SEGURANÇA SOCIAL
A contrario, não serão tributados os subsídios de renda que tenham caráter esporádico ou
eventual quando atribuídos a um trabalhador que se encontra deslocado temporariamente, por
exemplo.
Será objeto de tributação o valor correspondente à parte dos juros suportados pela entidade
patronal no caso de empréstimos concedidos ao trabalhador por outras entidades.
SEGURANÇA SOCIAL
Não consta no artigo 46.º qualquer norma de incidência que determine a tributação destas
vantagens. Não podemos aplicar a regra prevista no n.º 1 porque carece de previsão legal a
definição da vantagem económica efetiva.
SEGURANÇA SOCIAL
Não consta no artigo 46.º qualquer norma de incidência que determine a tributação destas
vantagens. Não podemos aplicar a regra prevista no n.º 1 porque não consiste numa
contraprestação do trabalho prestado pelo trabalhador.
A taxa de juro de referência será publicada anualmente por portaria do Ministro das Finanças, ou na sua
falta, 70% da taxa mínima aplicável ás operações de refinanciamento pelo BCE.
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FICHA DOUTRINÁRIA
Incentivos aos trabalhadores - Atribuição de ações
Processo: 1375/2018, sancionado por despacho da Subdiretora-Geral do IR, de 2019-04-18
Conteúdo: A questão colocada respeita ao enquadramento tributário de uma atribuição de ações a
trabalhador por entidade não residente que está numa relação de domínio com a respetiva entidade
empregadora.
1. A atribuição de ações aos trabalhadores por parte das respetivas entidades patronais, constitui
um rendimento do trabalho dependente, nos termos da subalínea 8) da alínea b) do n.º 3 do artigo
2.º do Código do IRS, sendo que nos termos do n.º 10 do mesmo artigo o conceito de entidade
patronal abrange toda a entidade que pague ou coloque à disposição rendimentos do trabalho
dependente, sendo a ela equiparada qualquer outra entidade que com ela esteja em relação de
grupo, domínio ou simples participação independentemente da respetiva localização geográfica.
5. Em conclusão:
a) Pela atribuição das ações a requerente aufere um rendimento do trabalho dependente nos
termos da subalínea 8) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS, conjugada com o n.º
10 do mesmo artigo;
b) Esse rendimento está, em consequência, sujeito a tributação por aplicação da tabela de taxas
gerais do artigo 68.º do Código do IRS, devendo ser declarado no Anexo A da declaração modelo
3.
Processo N.º 3545/2002, com despacho do Diretor-Geral, de 17.05.04, exarado no parecer n.º
44/2004, do Centro de Estudos Fiscais
Enquadramento fiscal da atribuição de ações a condições vantajosas aos trabalhadores
A subscrição de ações, pelos trabalhadores de determinada sociedade, em condições privilegiadas
(abaixo do valor de mercado), tem subjacente a existência de um vínculo laboral, constituindo um
benefício auferido em razão da prestação do trabalho, sendo um rendimento do trabalho
dependente enquadrável no artigo 2.º n.º 3 alínea b), n.º 7 do CIRS.
Nesta situação devem ser aplicadas as regras de tributação definidas para a categoria de
rendimentos do trabalho dependente havendo, no entanto, dispensa de retenção na fonte do
imposto, ao abrigo do art.º 99.º, n.º 1 do CIRS.
De acordo com o disposto na alínea b) do n.º 4 do art.º 24.º do CIRS, o momento em que se
consideram obtidos os ganhos, resultantes da aquisição das ações, é o da subscrição.
Só assim não é, quando os planos de atribuição estão sujeitos a um conjunto de condições
cumulativas, a saber:
• Não aquisição ou registo dos valores mobiliários ou direitos adquiridos a favor do
trabalhador;
• Impossibilidade do trabalhador celebrar negócio de disposição ou oneração sobre os valores
mobiliários ou direitos equiparados;
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SEGURANÇA SOCIAL
Nos termos da al j) do artigo 48.º do CRC, não integram a base de incidência contributiva as
importâncias referentes ao desconto concedido aos trabalhadores na aquisição de ações da
própria entidade empregadora ou de sociedades de grupos empresariais da entidade
empregadora.
O valor atribuído à utilização corresponde ao produto de 0,75% pelo valor de mercado reportado a
1 de janeiro do ano em causa, multiplicado pelos meses de utilização.
Fórmula de cálculo:
Valor Tributar = Valor de mercado x 0.75% x meses de utilização
Exemplo
Considerando uma viatura cujo valor de mercado a 1 de janeiro de 2020 é € 25 000, utilizada
durante 12 meses.
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FICHA DOUTRINÁRIA
Atribuição a trabalhador do uso de viatura automóvel pela entidade patronal
Processo: 2364/2018, com despacho concordante da Subdiretora Geral do IR, de 18-09-2018
Conteúdo: Pretende a empresa requerente que lhe seja prestada informação quanto à forma de
calcular o rendimento coletável na esfera do trabalhador por atribuição do uso de viatura automóvel
pela entidade patronal. Refere que a viatura automóvel, matriculada em 2008, foi adquirida pela
empresa em 2017, em estado de uso, pelo montante de € 22.600.
Por conseguinte, na esfera do trabalhador esse rendimento de trabalho dependente, que tem a
natureza de rendimento em espécie, é apurado anualmente nos termos do disposto no n.º 5 do
artigo 24.º do Código do IRS, ou seja, o rendimento anual corresponde ao produto de 0,75 % do
valor de mercado da viatura, reportado a 1 de janeiro do ano em causa, pelo número de meses de
utilização da mesma. Na determinação do rendimento, o n.º 7 do artigo 24.º considera como valor
de mercado o que corresponder à diferença entre o valor de aquisição e o produto desse valor pelo
coeficiente de desvalorização acumulada constante de tabela aprovada pela Portaria n.º 383/2003,
de 14 de maio.
SEGURANÇA SOCIAL
Para que a atribuição do veículo seja sujeita a tributação, é necessário que haja um acordo escrito
entre empregador e trabalhador, do qual conste:
a) A afetação, em permanência, ao trabalhador, de uma viatura automóvel concreta;
b) Que os encargos com a viatura e com a sua utilização sejam integralmente suportados pela
entidade empregadora;
c) Menção expressa da possibilidade de utilização para fins pessoais ou da possibilidade de
utilização durante 24 horas por dia e o trabalhador não se encontre sob o regime de isenção de
horário de trabalho.
Considera-se ainda que a viatura é para uso pessoal sempre que no acordo escrito seja afeta ao
trabalhador, em permanência, viatura automóvel concreta, com expressa possibilidade de
utilização nos dias de descanso semanal.
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De forma a assegurar que a viatura adquirida pelo trabalhador ou membro de órgão social mantenha
um valor residual mínimo, da aplicação do coeficiente constante da tabela, nunca poderá resultar
um valor inferior a 10% do seu valor de aquisição no ano da matrícula.
Fórmula de cálculo:
Valor Mercado - (Rendimentos Anuais tributados como rendimentos da atribuição do uso + valor
pago pelo empregado pela aquisição da viatura)
Desvalorização
Idade do veículo Desvalorização anual acumulada
0 0,00 0,00
1 0,20 0,20
2 0,15 0,35
3 0,10 0,45
4 0,10 0,55
5 0,10 0,65
6 0,05 0,70
7 0,05 0,75
8 0,05 0,80
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
9 0,05 0,85
10 ou superior 0,05 0,90
A entidade patronal deverá incluir este tipo de rendimentos no registo de remunerações pagas e
nas declarações de rendimentos a entregar ao titular até 20 de janeiro do ano seguinte.
EXEMPLO
Uma empresa, em 2020, vende uma viatura a um empregado por € 10 000, a qual tinha sido
adquirida em estado novo em 2017, por € 40.000.
Presume-se que a viatura foi adquirida pelo trabalhador ou membro de órgão social, quando seja
registada no seu nome, no de qualquer pessoa que integre o seu agregado familiar ou no de outrem
por si indicada, no prazo de dois anos a contar do exercício em que a viatura deixou de originar
encargos para a entidade patronal (art.º 2º, n.º 13).
SEGURANÇA SOCIAL
Não consta no artigo 46.º qualquer norma de incidência que determine a tributação desta
vantagem.
Nos termos do n.º 4 do ar.º 2º estão sujeitas a tributação no âmbito da categoria A, as importâncias
recebidas e emergentes da cessação, por qualquer forma, dos contratos subjacentes às situações
previstas nas alíneas a), b) e c) do n.º 1 do art.º 2º, ou da cessação das funções de gestor público,
administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem como de representante de estabelecimento es-
tável de entidade não residente, sem prejuízo do disposto na alínea d) do mesmo número, quanto
às prestações que continuem a ser devidas mesmo que o contrato de trabalho não subsista.
Esta matéria foi alterada pela Lei n.º 30-G/2000, Lei 100/2009 de 7 de setembro e mais
recentemente pela Lei do OE para 2012, resultando atualmente, o respetivo regime, da conjugação
do disposto nos n.ºs 4, 5, 6 e 7 do artigo 2.º do CIRS.
Assim temos:
a) As importâncias ficam sujeitas a tributação pela totalidade, na parte que corresponda ao
exercício de funções de gestor publico, administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem
como de representante de estabelecimento estável de entidade não residente (al. a, n.º 4);
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b) Estas importâncias só estarão sujeitas, nos demais casos, na parte em que excedam o valor
correspondente ao valor médio das remunerações regulares com caráter de retribuição su-
jeitas a imposto, auferidas nos últimos 12 meses, multiplicado pelo número de anos ou
fração de antiguidade ou de exercício de funções na entidade pagadora da indemnização.
Deste modo, estará sujeita a tributação a parte recebida que exceda o seguinte cálculo (al. b, n.º
4).
R = I – 1,0 x nº anos x Trrsi
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R = rendimento tributável
I = valor da indemnização
nº anos = número de anos ou fração de antiguidade ou serviço, na entidade pagadora da
indemnização
Trrsi = Total das remunerações regulares com carácter de retribuição sujeitas a imposto dos
últimos 12 meses (incluirá a retribuição relativa ao 13.º e 14.º mês)
FICHA DOUTRINÁRIA
Compensação devida pela extinção, por mútuo acordo, de contrato de trabalho em funções
públicas, prevista no artigo 296.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
Processo: 496/2018, com despacho concordante da Subdiretora Geral do IR, de 24-04-2018
Conteúdo: O requerente solicita informação vinculativa sobre o enquadramento jurídico tributário
da compensação devida pela extinção, por acordo, do contrato de trabalho em funções públicas,
prevista no artigo 296.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.
2 – Atendendo a que o artigo 296.º da referida Lei prevê, nestes casos, uma compensação para o
trabalhador pela extinção do vínculo, o requerente pretende saber se a mesma é tributada em IRS.
3 - Nos termos do disposto na alínea e) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS são considerados
rendimentos do trabalho dependente “quaisquer indemnizações resultantes da constituição,
extinção ou modificação de relação jurídica que origine rendimentos do trabalho dependente”,
incluindo as que respeitem ao incumprimento das condições contratuais ou sejam devidas pela
mudança de local de trabalho, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do mesmo artigo e na alínea f) do
n.º 1 do artigo seguinte.
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4 – O referido n.º 4 estabelece que, nos casos de cessação do contrato de trabalho, as importâncias
auferidas a qualquer título, ficam sujeitas a tributação do seguinte modo:
a) Pela sua totalidade, na parte que corresponda ao exercício de funções de gestor público,
administrador ou gerente de pessoa coletiva, bem como de representante de estabelecimento
estável de entidade não residente; b) Na parte que exceda o valor correspondente ao valor médio
das remunerações regulares com caráter de retribuição sujeitas a imposto, auferidas nos últimos
doze meses, multiplicado pelo número de anos ou fração de antiguidade ou de exercício de funções
na entidade devedora, nos demais casos, salvo quando nos 24 meses seguintes seja criado novo
vínculo profissional ou empresarial, independentemente da sua natureza, com a mesma entidade,
caso em que as importâncias serão tributadas pela totalidade.
5 – Verifica-se, assim, que a compensação atribuída nos termos do disposto no artigo 296.º da Lei
Geral do Trabalho em Funções Públicas estará excluída de tributação se o seu montante não
ultrapassar o valor resultante do cálculo referido na alínea b) do n.º 4 do artigo 2.º do Código do
IRS.
Por exemplo, um trabalhador que tenha auferido nos últimos doze meses uma remuneração média
mensal de 1 800 € e que tenha 8 anos de antiguidade não será tributado se a compensação a
atribuir não ultrapassar o montante de 14 400 €.
6 – Porém, como refere esta disposição, a compensação atribuída será tributada pela totalidade no
caso de, nos 24 meses seguintes, ser criado novo vínculo profissional ou empresarial com a mesma
entidade ou, como dispõe o n.º 7 do artigo 2.º do Código do IRS, no caso de o sujeito passivo já ter
beneficiado, nos últimos cinco anos, da não tributação total ou parcial prevista no n.º 4.
7 – De referir, ainda, tal como dispõe o n.º 6 do artigo 2.º do Código do IRS, que o regime de
exclusão de tributação previsto no n.º 4 não é aplicável às importâncias relativas aos direitos
vencidos durante o contrato, designadamente, remunerações por trabalho prestado, férias,
subsídios de férias e de Natal.
1. O Decreto-Lei n.º 59/2015, de 21 de abril, regula o regime do Fundo de Garantia Salarial que tem
por objetivo assegurar o pagamento ao trabalhador de créditos emergentes do contrato de trabalho
ou da sua violação ou cessação, quando decorrentes das situações previstas nas alíneas a), b) e
c) do n.º 1 do artigo 1.º, designadamente quando proferida sentença de declaração de insolvência
do empregador.
2. Em conformidade com o disposto no artigo 2.º do citado diploma, estão abrangidos os créditos
do trabalhador emergentes do contrato de trabalho ou da sua violação ou cessação, deduzidos das
quotizações para a segurança social da responsabilidade do trabalhador e do imposto devido por
retenção na fonte, compreendendo a compensação devida ao trabalhador por cessação do contrato
de trabalho calculada nos termos do artigo 366.º do Código do Trabalho, sendo da responsabilidade
do empregador o cumprimento das respetivas obrigações fiscais e contributivas de segurança
social.
3. A alínea b) do n.º 4 do artigo 2.º do Código do IRS (CIRS), aplica-se às importâncias devidas
pela cessação do contrato de trabalho, não estando excluídas da sua abrangência aquelas que
sejam asseguradas pelo Fundo de Garantia Salarial, que se substitui à entidade empregadora nos
pagamentos dos créditos laborais, e que fica sub-rogado nos direitos e privilégios creditórios do
trabalhador.
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Deste modo, as compensações atribuídas pela cessação de contrato individual de trabalho por
motivo de extinção do posto de trabalho estão sujeitas a IRS, sendo enquadradas como
rendimentos da categoria A.
O n.º 4 do artigo 2.º do CIRS estabelece um regime diferenciado de tributação das indemnizações,
consoante estejam ou não em causa gestores, administradores ou gerentes de pessoas coletivas.
No caso de gestores, administradores ou gerentes de pessoas coletivas, as importâncias auferidas,
a qualquer título, por motivo de cessação das respetivas funções são tributadas em IRS pela sua
totalidade (cf. alínea a) do n.º 4 do artigo 2.º).
Nas demais situações, as indemnizações beneficiam de uma não tributação parcial ou total,
consoante ultrapassem ou não determinado limite, de acordo com o estatuído na alínea b) do n.º 4
do artigo 2.º, ou seja, a tributação só incide sobre valores indemnizatórios que ultrapassem
determinados limites, sem prejuízo das demais condições previstas no artigo 2.º, na parte aplicável.
Nos termos do disposto na alínea b) do n.º 4 do artigo 2.º, estas indemnizações são tributadas na
parte que exceda o valor correspondente a uma vez e meia o valor médio das remunerações
regulares com carácter de retribuição sujeitas a imposto, auferidas nos últimos 12 meses,
multiplicado pelo número de anos ou fração de antiguidade ou de exercício de funções na entidade
devedora.
Isto é, estão em causa remunerações regulares com carácter de retribuição sujeitas a imposto
auferidas nos últimos 12 meses, e nestes termos, devem entender-se como tal as remunerações
pagas ou colocadas à disposição do titular dos rendimentos.
Assim, no caso de um trabalhador que esteja numa situação de licença sem vencimento à data da
cessação do contrato individual de trabalho, para efeitos do cálculo do limite de exclusão da
tributação, a que se refere a alínea b) do n.º 4 do artigo 2.º, devem ser considerados os últimos 12
meses de remuneração efetiva.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
a que na aplicação do n.º 4 do artigo 2.º do Código do IRS à compensação auferida por cessação
do contrato do trabalho sejam considerados os anos de antiguidade em ambas as entidades.
Também essa deve ser a solução, quer por efeito da lei, quer pelo critério da substância económica,
quando esteja em causa uma situação enquadrada no artigo 285.º do novo Código do Trabalho:
Transmissão, por qualquer título, da titularidade de empresa, ou estabelecimento ou ainda
de parte de empresa ou estabelecimento que constitua uma unidade económica;
Transmissão, cessão ou reversão da exploração de empresa, estabelecimento ou unidade
económica.
E isso atendendo a que o trabalhador continuou a exercer funções na mesma “unidade económica”,
bem como a que, apesar da mudança de entidade patronal ocorrida, os contratos de trabalho, em
substância e por determinação legal, se mantiveram.
QUESTÃO
José, recebeu em 2020, € 34 915,85 de indemnização pela cessação do contrato individual de
trabalho. Exerceu funções na firma BETA, Lda. durante 11 anos e 7 meses. As remunerações
efetivas recebidas nos últimos 12 meses foram de 13 168,20. Qual a parte sujeita a imposto?
RESOLUÇÃO
As importâncias recebidas por extinção do vínculo laboral estão excluídas de tributação até ao valor
correspondente a um mês de salário multiplicado pelo número de anos de serviço na empresa.
Assim:
VALOR A TRIBUTAR:
34 915,85 – 13 168,20 = 21 747,65 (Valor sujeito a declarar na DMR da entidade pagadora e no
Quadro 4 do Anexo A da Modelo 3 do beneficiário)
SEGURANÇA SOCIAL
Nos termos da al. h) do artigo 48.º do CRC, a compensação por cessação do contrato de trabalho
no caso de despedimento coletivo, por extinção do posto de trabalho, por inadaptação, por não
concessão de aviso prévio, por caducidade e por resolução por parte do trabalhador, está
excluída de tributação em sede contributiva na sua totalidade.
2 - ATENUAÇÃO DE TRIBUTAÇÃO
Algumas prestações conexas com a prestação do trabalho dependente não estão sujeitas a
tributação na medida em que não excedam os determinados limites legais, que mais não são que
os limites legalmente estabelecidos para idênticas prestações devidas aos servidores do Estado
(art.º 2.º n.º 14).
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A alínea a) do art. 2.º do Decreto-Lei n.º 106/98, de 24 de abril, estabelece que " se considera
domicílio necessário, para efeitos de abono de ajudas de custo, a localidade onde o funcionário
aceitou o lugar ou cargo, se aí ficar a prestar serviço". Assim, só são atribuíveis ajudas de custo
quando os trabalhadores se deslocam desse domicílio necessário.
Com a alteração efetuada pela Lei do OE para 2013 ao art. 6.º do DL n.º 106/98, de 24/04, o direito
a ajudas de custo passa a existir apenas quando a distância a percorrer for superior a 20 km
(quando até aqui era de 5 km) e a atribuição de ajudas de custo em deslocações por dias sucessivos
apenas ocorre quando a distância for superior a 50 km (quando até agora era de 20 km), conforme
a seguinte figura (salvo casos especiais previsto no art. 10.º daquele DL):
Nos termos da circular 12/91, no cálculo do excesso das ajudas de custo abonadas por entidades
não públicas aos seus trabalhadores e membros dos órgãos societários, pode tomar-se como
referência o valor das ajudas de custo atribuídas a membros do Governo, sempre que as funções
exercidas e ou o nível das respetivas remunerações não sejam comparáveis ou reportáveis à das
categorias e ou remunerações dos funcionários públicos. Nos restantes casos, continua a
considerar-se que excedem os limites legais as ajudas de custo superiores ao limite mais elevado
fixado para os funcionários públicos.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Conteúdo: Pretende a requerente que lhe seja prestada informação quanto ao enquadramento
fiscal, em sede de IRS, das ajudas de custo que aufere como Juíza Social, referindo para o efeito
o seguinte:
Exerce a atividade de advogada a que corresponde o código CIRS 6010;
Foi nomeada Juíza Social, conforme nomeação da Senhora Ministra da Justiça, pelo
Despacho publicado no Diário da República;
A função de Juiz Social é regulada pelo Decreto-Lei n.º 156/78, de 30 de junho. Em sede de
IRS, o sujeito passivo está enquadrado no regime simplificado de tributação, pela prestação
de serviços da atividade de advogado, a que corresponde o código CIRS 6010.
1. Analisada a questão colocada pela requerente, informa-se que, o Decreto-Lei n.º 156/78, de 30
de junho, tem como objetivo organizar o regime de recrutamento e funções de juízes sociais, que
intervêm nas causas que tenham por objeto questões de arrendamento rural e em certas categorias
de ações da competência dos tribunais de trabalho e dos tribunais de menores, do qual se
reproduzem os artigos considerados relevantes para a apreciação da matéria em apreço:
“Artigo 4.º (Natureza do cargo)
O exercício do cargo de juiz social constitui serviço público obrigatório e é considerado, para todos
os efeitos, como prestado na profissão, atividade ou cargo do respetivo titular.
Artigo 5.º (Duração das funções)
1 - A nomeação dos juízes sociais faz-se por períodos de dois anos, com início em 1 de outubro.
2 - Os juízes sociais cessantes mantêm-se em exercício até à tomada de posse dos que os devam
substituir. Artigo 9.º (Remunerações) 1
- Os juízes sociais têm direito a ajudas de custo bem como a ser indemnizados pelas despesas de
transportes e perdas de remuneração que resultem das suas funções.
2 - O montante das ajudas de custo é fixado por despacho do Ministro da Justiça. 3 - Os encargos
previstos nos números anteriores serão suportados pelo Cofre Geral dos Tribunais.”
2. Por seu lado, o Decreto-Lei n.º 106/98, de 24 de abril, estabelece normas relativas ao abono de
ajudas de custo e de transporte pelas deslocações em serviço público, referindo expressamente o
seguinte:
“Artigo 1.º - Âmbito de aplicação pessoal
1 - Os trabalhadores que exercem funções públicas, em qualquer modalidade de relação jurídica
de emprego público dos órgãos e serviços abrangidos pelo âmbito de aplicação objetivo da Lei n.º
12- A/2008, de 27 de fevereiro, quando deslocados do seu domicílio necessário por motivo de
serviço público, têm direito ao abono de ajudas de custo e transporte, conforme as tabelas em vigor
e de acordo com o disposto no presente diploma. (…)
Artigo 14.º - Pessoal sem vínculo à função pública
1 - O montante das ajudas de custo devidas aos indivíduos que, não sendo funcionários ou agentes,
façam parte de conselhos, comissões, grupos de trabalho, grupos de projeto ou outras estruturas
de caráter não permanente de serviços do Estado, quando convocados para reuniões em que
tenham de ausentar-se do local onde exercem normalmente a sua atividade, é fixado globalmente
por estrutura, de entre as estabelecidas na tabela em vigor, mediante despacho do ministro da
tutela e prévio acordo do Ministro das Finanças, obtido por intermédio da Direcção-Geral do
Orçamento.
2 - A fixação de ajudas de custo nos termos previstos no número anterior deve ter em atenção as
funções desempenhadas e as que estão fixadas para os funcionários ou agentes abrangidos pela
tabela com cargos de conteúdo funcional equiparável.”
3. O Despacho normativo n.º 5/2014, de 27 de fevereiro, determina que as ajudas de custo a atribuir
aos juízes sociais sejam fixadas no montante correspondente ao índice mais baixo da tabela de
ajudas de custo em vigor, para os trabalhadores que exercem funções públicas.
4. Desse modo, a ajuda de custo diária, em território nacional, relativa ao índice mais baixo da
tabela de ajudas de custo em vigor, corresponde ao valor de € 39,83, de acordo com a Portaria nº
1553-D/2008, de 31 de dezembro e Decreto-Lei n.º 137/2010, de 28 de dezembro.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7. Assim, como o exercício da função de juiz social, para a qual a requerente, enquanto advogada,
detém a habilitação necessária para exercer as causas da secção de família e menores numa
comarca, constitui um serviço público obrigatório, a retribuição paga ou colocada à disposição para
o exercício da referida atividade, configura um rendimento de trabalho dependente, enquadrada na
alinea c) do n.º 1 do artigo 2.º do Código de IRS.
8. No entanto, atendendo a que a retribuição paga ou colocada à disposição da requerente para o
exercício da função de juiz social, é equiparada a ajuda de custo, e que a mesma não excede o
limite legal e observa os pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado, não está sujeita
a tributação neste imposto, por interpretação “a contrário” do disposto na alínea d) do n.º 3 do artigo
2.º do Código do IRS.
SEGURANÇA SOCIAL
Os valores pagos a título de ajudas de custo estão sujeitos a incidência contributiva quando
ultrapassem os limites legais estabelecidos para efeitos de IRS.
O subsídio de refeição dos trabalhadores em part-time, com um horário diário inferior a 5 horas, é
calculado proporcionalmente ao período de trabalho.
Até ao valor mínimo do subsídio de alimentação, pago em dinheiro, não há lugar a descontos para
a segurança social ou IRS. Se esse valor for ultrapassado, já não estará isento de IRS nem isento
de desconto para a Segurança Social.
2 As entidades emitentes dos vales de refeição deverão enviar à AT, até final do mês de maio, relação das entidades
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
SEGURANÇA SOCIAL
Os valores pagos a título de subsídio de refeição estão sujeitos a incidência contributiva quando
ultrapassem os limites legais estabelecidos para efeitos de IRS.
O valor deste subsídio destinado a compensar os colaboradores pelo uso de automóvel próprio em
serviço da empresa, não estará sujeito a IRS e a contribuições para a Segurança Social até ao
limite dos quantitativos imposto para os funcionários ou agentes de Estado.
Para este efeito, a documentação de atribuição dos subsídios de transporte deverá referir
expressamente que se tratam de montantes facultados para dar resposta a deslocações ao serviço
da entidade patronal, identificando:
Colaborador;
Data da deslocação;
Local de partida e de destino;
Motivo da deslocação;
Número de quilómetros;
Matrícula do veículo.
Um funcionário € 0,34/km
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
SEGURANÇA SOCIAL
Assim, a atribuição do abono para falhas alicerça a sua razão de ser, nas especificidades da
prestação de trabalho de quem sofre o risco de erros e perdas quando manuseia dinheiro ou outros
valores, relativamente aos quais é responsável perante o empregador.
EXEMPLO:
Rendimento: 1 250 €
Abono falhas: 80 €
1250 € X 5% = 62,50 €, logo o excedente (17,50 €) está sujeito a IRS.
FICHAS DOUTRINÁRIAS
Utilização de automóvel próprio ao serviço da entidade patronal
Processo: 2963/2018, com despacho concordante da Subdiretora Geral do IR, de 2018-11-28.
Conteúdo: A questão colocada respeita aos limites aplicáveis aos valores atribuídos a trabalhadores
do setor bancário pela utilização de automóvel próprio ao serviço da entidade patronal, uma vez
que o Acordo Coletivo de Trabalho aplicável prevê a atribuição de um valor superior ao estabelecido
para o setor público. 1. Em conformidade com o disposto no artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 106/98,
de 24/04 (redação dada pelo Decreto-Lei n.º 137/2010, de 28/12), os trabalhadores que exercem
funções públicas, em qualquer modalidade de relação jurídica de emprego público, quando
deslocados do seu domicílio necessário por motivo de serviço público, têm direito ao abono de
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
SEGURANÇA SOCIAL
Nos mesmos termos definidos para o IRS, integra a base de incidência contributiva o abono para
falhas.
Atendendo a que algumas convenções coletivas de trabalho estipulam um valor de abono para
falhas superior ao limite de isenção para IRS, o n.º 4 do artigo 46.º permite que este limite possa
ser acrescido até 50% sem que haja, neste caso, tributação em sede de SS. Ou seja, o abono
para falhas pode ir até 7,5%, nos termos de CCT aplicável.
Prémios
São tributados os prémios, qualquer que seja a sua natureza, de rendimentos ou de
produtividade, de assiduidade, de prevenção ou de outra natureza que tenham caráter de
regularidade.
Nos termos do artigo 47.º, considera-se que uma prestação reveste carater de regularidade
quando constitui direito do trabalhador, por se encontrar preestabelecida segundo critérios
objetivos e gerais, ainda que condicionais, por forma que este possa contar com o seu
recebimento e a sua concessão tenha lugar com uma frequência igual ou inferior a cinco
anos.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No entanto, nos termos do n.º 3 do art.º 2ºA, cada sujeito passivo apenas pode aproveitar esta
exclusão, uma vez em cada período de três anos.
Os rendimentos provenientes do exercício da atividade de profissionais de espetáculos ou
desportistas quando esses rendimentos sejam tributados em IRC nos termos da alínea d)
do n.º 3 do art.º 4º do Código do IRC (art.º 12.º n.º 3);
As bolsas atribuídas aos praticantes de alto rendimento desportivo pelo Comité Olímpico de
Portugal ou pelo Comité Paralímpico de Portugal, no âmbito do contrato-programa de
preparação para os Jogos Olímpicos, paralímpicos ou Surdolímpicos pela respetiva
federação titular do estatuto de utilidade pública desportiva, nos termos do artigo 30.º do
Decreto-Lei n.º 272/2009, de 1 de outubro (alínea a) n.º 5 art.º 12.º);
As bolsas de formação desportiva, como tal reconhecidas por despacho dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do desporto, atribuídas pela respetiva
federação titular do estatuto de utilidade pública desportiva aos agentes desportivos não
profissionais, nomeadamente praticantes, juízes e árbitros, até ao montante máximo anual
correspondente a € 2 375 (alínea b) n.º 5 art.º 12.º);
Os prémios em reconhecimento do valor e mérito de êxitos desportivos, nos termos do
Decreto-Lei n.º 272/2009, de 1 de outubro, e da Portaria n.º 103/2014, de 15 de maio (alínea
c) n.º 5 art.º 12.º);
O IRS não incide sobre as compensações e subsídios, referentes à atividade voluntária,
postos à disposição dos bombeiros pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e pagos
pelas respetivas entidades detentoras de corpos de bombeiros, no âmbito do dispositivo
3
DL que estabelece as condições de emissão e atribuição com caracter geral dos denominados “vales sociais” (“vales-infância”).
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
FICHA DOUTRINÁRIA
Aquisição e atribuição de passe social a colaborador
Processo: 4469/2017, com despacho concordante da Subdiretora Geral do IR, de 23-05-2018
Conteúdo: Pretende o requerente que lhe seja prestada informação quanto ao enquadramento
tributário de passe social que a empresa adquire para um colaborador, nomeadamente, se por essa
aquisição deve pagar taxa social e IRS.
1. Em sede de IRS, a aquisição e atribuição, por parte da empresa, do passe social a colaborador
para o exercício das funções que lhe foram atribuídas pela mesma, configura uma remuneração
acessória na esfera do colaborador, e, desse modo, sujeito a tributação.
2. Como na situação acima referida, se verifica a aquisição e atribuição de passe social por parte
da empresa, apenas a um colaborador, não se aplica a delimitação negativa de rendimentos de
categoria A prevista na alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º- A do Código do IRS, porquanto a mencionada
aquisição de passes sociais, por parte da empresa, não assume um caráter geral, ou seja, não são
atribuídos passes sociais a todos os trabalhadores da mesma.
3. Todavia, embora o montante despendido, por parte da empresa, na aquisição de passe social a
um único colaborador configure remuneração acessória, poderá não ser objeto de tributação na
esfera do colaborador, caso este necessite do passe para o exercício de funções que lhe estão
atribuídas, o que carece da devida comprovação.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos termos do art. 48.º, não integram a base de incidência contributiva designadamente:
a) Os valores compensatórios pela não concessão de férias ou de dias de folga;
b) As importâncias atribuídas a título de complemento de prestações do regime geral de
segurança social;
c) Os subsídios concedidos a trabalhadores para compensação de encargos familiares,
nomeadamente os relativos à frequência de creches, jardins de infância, estabelecimentos de
educação, lares de idosos e outros serviços ou estabelecimentos de apoio social;
d) Os subsídios eventuais destinados ao pagamento de despesas com assistência médica
e medicamentosa do trabalhador e seus familiares;
e) Os valores correspondentes a subsídios de férias, de Natal e outros análogos relativos a
bases de incidência convencionais;
f) Os valores das refeições tomadas pelos trabalhadores em refeitórios das respectivas
entidades empregadoras;
g) As importâncias atribuídas ao trabalhador a título de indemnização, por força de
declaração judicial da ilicitude do despedimento;
h) A compensação por cessação do contrato de trabalho no caso de despedimento colectivo,
por extinção do posto de trabalho, por inadaptação, por não concessão de aviso prévio, por
caducidade e por resolução por parte do trabalhador;
i) A indemnização paga ao trabalhador pela cessação, antes de findo o prazo convencional,
do contrato de trabalho a prazo;
j) As importâncias referentes ao desconto concedido aos trabalhadores na aquisição de
ações da própria entidade empregadora ou de sociedades dos grupos empresariais da entidade
empregadora.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4- BENEFÍCIOS FISCAIS
Os rendimentos do trabalho dependente podem usufruir dos seguintes benefícios fiscais:
4
Ver Ofício-Circulado n.º 20 107 – DSIRS de 2005-Ago-30
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
anterior, excluindo qualquer compensação que haja sido paga, durante esse período, em
virtude dessa ou outras deslocações ao abrigo deste regime, e não pode, em qualquer caso,
exceder o valor de € 10 000.
Podem optar pela tributação prevista nos parágrafos supra, ou seja, nos termos aplicáveis
aos sujeitos passivos residentes em território português, os sujeitos passivos que, tendo
sido deslocados para o estrangeiro nos termos estabelecidos no n.º 1, não sejam
considerados residentes em território português, com o limite de três anos apos a data do
deslocamento. Exercida a opção, é aplicável aos rendimentos abrangidos pelo n.º 1 o
disposto nos n.ºs 3 e seguintes do artigo 17.º-A do CIRS, com as devidas adaptações.
Esta isenção não é cumulável com quaisquer outros benefícios fiscais aplicáveis aos
rendimentos da categoria A, automáticos ou de reconhecimento prévio, previstos neste ou
noutros diplomas legais e com o regime previsto para os residentes não habituais. (art.º
39.ºA do EBF).
Ficam isentos de IRS, até ao limite de € 40 000, os ganhos previstos no n.º 7 da alínea b)
do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS auferidos por trabalhadores de entidades
empregadoras relativamente às quais se verifiquem, cumulativamente, as seguintes
condições:
o Sejam qualificadas como micro ou pequena empresa, de acordo com os critérios
previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, na sua redação
atual;
o Tenham sido constituídas há menos de seis anos;
o Desenvolvam a sua atividade no âmbito do setor da tecnologia, nos termos a definir
por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da
economia e, bem assim, mediante certificação pela Agência Nacional de Inovação,
S. A.
A isenção depende da manutenção, na esfera do trabalhador, dos direitos subjacentes aos
títulos geradores dos ganhos isentos por um período mínimo de dois anos. A isenção não
é aplicável aos membros dos órgãos sociais e aos titulares de participações sociais
superiores a 5 % ( art.º 43.º C do EBF).
A tributação far-se-á, com o consequente cumprimentos das obrigações declarativas por parte da
entidade pagadora, no momento/período em que as remunerações forem efetivamente pagas ao
trabalhador.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este mecanismo foi um dos meios instituídos pelo legislador para antecipar o pagamento do
imposto por parte do contribuinte.
A antecipação na obtenção da receita é precisamente uma das vantagens que este instituto
apresenta para o Estado. Não é, no entanto, a única.
Destacam-se ainda como vantagens da retenção na fonte, para além da referida, a diminuição do
risco de incumprimento, o aumento do controlo por parte do Estado, já que os obrigados fiscais se
apresentam em menor número, a simplificação da intervenção da administração fiscal, para além
do comummente designado “efeito anestesia”.
Sobre o conceito de retenção na fonte, dispõe o artigo 34.º da Lei Geral Tributária que constituem
retenção na fonte as entregas pecuniárias efetuadas por dedução nos rendimentos pagos ou postos
à disposição do titular pelo substituto tributário.
A retenção de imposto na fonte pode assumir natureza liberatória ou natureza de pagamento por
conta.
A retenção na fonte a título de pagamento por conta não determina a liberação do titular do
rendimento das obrigações fiscais, designadamente as de natureza declarativa. Neste caso, as
retenções efetuadas funcionam apenas como um adiantamento do imposto devido a final sendo,
naturalmente, tidas em conta na liquidação do mesmo, a título de deduções à coleta.
A retenção na fonte com carácter definitivo, libera o titular dos rendimentos do cumprimento de
qualquer obrigação fiscal. Nesta situação, os montantes retidos não são uma mera antecipação do
imposto devido a final. mas sim o imposto devido pelo rendimento auferido sendo, portanto, função
apenas deste.
Admitamos que a entidade devedora dos rendimentos, apesar de se encontrar legalmente obrigada,
não efetua qualquer retenção de imposto na fonte ou realiza essa retenção por um montante inferior
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos casos em que a retenção na fonte tem natureza definitiva, a entidade devedora dos
rendimentos, ou melhor o substituto, utilizando a expressão legal, é o responsável originário pelo
imposto que se mostre devido.
Nas retenções com natureza de pagamento por conta, embora a responsabilidade originária
caiba ao titular do rendimento (substituído), cabe ao substituto a responsabilidade subsidiária
ficando, ainda, responsável pelo pagamento de juros compensatórios.
Situação distinta das anteriores e que com elas não se confunde é a que resulta de não serem
entregues nos cofres do Estado os valores retidos. Como é óbvio, neste caso, relativamente às
importâncias retidas e não entregues nos cofres do Estado a responsabilidade cabe apenas à
entidade que efetuou a retenção.
Em sede de retenção na fonte, para efeitos de enquadramento legal releva a natureza da entidade
que recebe o rendimento e não da entidade devedora.
A distinção entre, por um lado, pessoas coletivas e pessoas singulares e, por outro, entre residentes
e não residentes, deve ser efetuada, obviamente, na ótica de quem vai ser tributado, da pessoa
que vai sofrer a retenção. Ou seja, a retenção de imposto na fonte mais não é do que o pagamento
do imposto devido por alguém ou uma antecipação do imposto que a final será devido por essa
pessoa.
Nesta medida, se está a ser paga uma importância a uma pessoa singular estará a ser pago um
rendimento sujeito a IRS, porquanto é a esse imposto que a entidade que o aufere se encontra
sujeita. Consequentemente, será no Código do IRS que encontraremos as regras que definem,
designadamente, a sujeição a retenção na fonte, o momento em que deve ser retido o imposto e a
taxa aplicável.
Conhecida a natureza jurídica da entidade que aufere o rendimento, torna-se necessário avaliar se,
face às disposições legais internas, a entidade em causa é considerada residente em território
nacional ou se, pelo contrário, é qualificada como não residente, já que é diferente o enquadramento
tributário e são distintas as regras a cumprir.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para efeitos do disposto nos Códigos do IRS e do IRC, o território português compreende também
as zonas onde, em conformidade com a legislação portuguesa e o direito internacional, a República
Portuguesa tem direitos soberanos relativamente à prospeção, pesquisa e exploração de recursos
naturais do leito do mar, do seu subsolo e das águas sobrejacentes5.
As retenções na fonte incidentes sobre rendimentos auferidos por sujeitos passivos residentes
têm, por regra, natureza de pagamento por conta. Quando incida sobre rendimentos auferidos
por sujeitos passivos não residentes a regra é terem natureza liberatória.
Conjugando o antes exposto, distinção entre pessoas singulares, residentes e não residentes,
prosseguiremos em função de dois tipos de entidades:
Pessoas singulares residentes em território português;
Pessoas singulares não residentes em território português.
Esta técnica aproxima, no tempo, o pagamento do imposto do facto tributário que lhe serve de base,
permitindo, entre outras vantagens:
Regularidade de arrecadação de receitas para o Estado;
Redução do número de obrigações fiscais e consequente simplificação na atuação dos
serviços;
Comodidade do contribuinte, uma vez que a dedução do imposto fica a cargo de uma única
entidade, em vez dos titulares dos rendimentos.
Nos termos da alínea a) n.º 1 do art.º 99, as entidades devedoras de rendimentos de trabalho
dependente, independentemente de possuírem ou não contabilidade organizada ou inclusive de
desenvolverem algum tipo de atividade, são obrigadas a reter o imposto no momento do seu
pagamento ou na efetiva colocação á disposição do titular, mediante a dedução das importâncias
correspondentes à aplicação das taxas de retenção legalmente previstas.
5Conforme artigo 4.º, n.º 5, do Código do IRC, aplicável também no caso de sujeitos passivos de IRS por força da remissão do artigo
18.º, n.º 4 do respetivo Código.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos termos do n.º 1 do art.º 226.º do Código do Trabalho, considera-se trabalho suplementar aquele
que é prestado fora do horário normal de trabalho, fundamentando-se, essencialmente, na
necessidade de fazer face a situações em que o empregador tenha de fazer face a um acréscimo
transitório de trabalho, ou seja, as vulgarmente designadas de horas extraordinárias.
O objetivo desta medida é evitar que, no mês em que sejam pagas remunerações de anos
anteriores, seja aplicada uma retenção na fonte mais elevada aos trabalhadores.
Assim, no caso de remunerações de anos anteriores, para determinar a taxa de retenção na fonte
que lhes é aplicável, o respetivo valor é dividido pelo número de meses a que respeitam essas
remunerações, aplicando-se a taxa que for apurada à totalidade dessas remunerações. Verifica-se,
pois, a preocupação do legislador ao editar o n.º 9 ao art.º 99.º C, em possibilitar um
desagravamento da taxa a aplicar a este tipo de rendimentos.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
As Tabelas de retenção subdividem-se entre os valores que são aplicados ao Continente e os que
se referem às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores individualmente.
As tabelas de retenção são progressivas, tendo em conta o valor da remuneração mensal auferida
e a situação pessoal e familiar do titular de rendimento, ou seja, os sujeitos passivos são agrupados
de acordo com o estado civil e o número de dependentes a cargo (art.º 99.º B).
6.3.5 OBRIGAÇÕES
De forma a disporem dos elementos necessários à correta realização da retenção na fonte, as
entidades devedoras de rendimentos de trabalho dependente são obrigadas, antes de efetuarem o
primeiro pagamento, a solicitar ao sujeito passivo os dados relativos á sua situação pessoal e
familiar.
Por seu turno, os titulares dos rendimentos de trabalho são obrigados a facultar essa informação
aos devedores de rendimentos. Posteriormente ficam obrigados a declarar, do mesmo modo,
quaisquer alterações relevantes que possam influenciar o montante da retenção a efetuar (alínea
a) e b) do n.º 2 do art.º 99).
As tabelas de retenção aplicáveis aos sujeitos passivos casados, aplicam-se igualmente aos
sujeitos passivos unidos de facto que reúnam as condições previstas na Lei 7/2001.
Qualquer sujeito passivo, pode optar por retenção a taxa superior à que lhe é aplicável, segundo a
tabela, desde que o solicite por escrito á entidade pagadora dos rendimentos.
Sempre que, se verifiquem incorreções nos montantes retidos, devidas a erros imputáveis à
entidade devedora dos rendimentos, deve a sua retificação ser feita na primeira retenção a que
deva proceder-se após a deteção do erro, sem, porém, ultrapassar o último período de retenção
anual (n.º 4 do art.º 98.º).
Não haverá lugar a retenção sobre as seguintes remunerações acessórias, sem prejuízo da
obrigação da sua inclusão no registo das remunerações pagas e nas declarações a entregar ao
titular e à AT (DMR):
Subsídios de residência;
Empréstimos sem juros ou a taxa de juro inferior, concedidos pela entidade patronal;
Ganhos derivados de planos de opções sobre valores mobiliários;
Utilização pessoal de viatura automóvel;
Aquisição de viatura que originou encargos para a empresa por preço inferior, ao valor médio
do mercado;
Gratificações não atribuídas pela entidade patronal
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Para usufruição deste regime devem estar preenchidos cumulativamente todos os pressupostos e
condições previstos nos n.ºs 1 e 2 do artigo 12.º-A do Código do IRS, a saber, têm direito ao regime
de benefício fiscal os sujeitos passivos de IRS que, cumulativamente:
i. Tenham sido residentes em território português antes de 31.12.2015;
ii. Não tenham sido considerados residentes em território português em qualquer um dos três
anos anteriores a 2019 ou a 2020;
iii. Voltem a ser fiscalmente residentes em território português em 2019 ou em 2020, nos termos
dos n.ºs 1 e 2 do artigo 16.º do Código do IRS;
iv. Não tenham solicitado a sua inscrição como residente não habitual;
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
v. Tenham a sua situação tributária regularizada em cada um dos anos em que seja aplicável
o regime de benefício fiscal.
De acordo com o n.º 8 do art.º 16º do CIRS, consideram-se residentes não habituais as pessoas
singulares que, tendo-se tornado residentes em Portugal de acordo com as regras previstas no n.º
1 do referido artigo, nomeadamente por aplicação da alínea b), não tenham em qualquer dos cinco
anos anteriores sido tributados como tal, em sede de IRS.
A inscrição como residente não habitual tem de ser solicitada por via eletrónica, posteriormente á
inscrição como residente fiscal ou, posteriormente, até 31 de março, inclusive, do ano seguinte
aquele em que se tornou residente em Portugal (n.º 10 art.º 16.º).
Obtido este estatuto, o sujeito passivo adquire o direito a ser tributado em IRS como residente não
habitual, pelo período de 10 anos consecutivo a partir do ano, inclusive, em que se tornou residente
fiscal em PT. (n.º 9 do art.º 16º).
O regime de tributação aplicável aos sujeitos passivos residentes não habituais, relativamente aos
rendimentos obtidos em território nacional, caracteriza-se pelo não englobamento, para efeitos da
sua tributação, salvo opção dos respetivos titulares, dos rendimentos líquidos das categorias A e B
de atividades de elevado valor acrescentado, com caráter científico, artístico ou técnico, contantes
da Portaria 12/2010, de 7 janeiro.
Tais rendimentos serão sujeitos a tributação através de uma taxa especial de 20% (n.º 10 do art.º
72º).
Assim, de forma a adaptar as Retenções na Fonte incidentes sobre os rendimentos auferidos por
residentes não habituais em território provenientes de atividades de elevado valor acrescentado,
prevê o CIRS:
No caso de remunerações mensalmente pagas ou postas à disposição de residentes não
habituais em território português, tratando-se de rendimentos de categoria A auferidos em
atividades de elevado valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico,
aplica-se a taxa de 20 % (n.º 8 art.º 99 do CIRS);
42
Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os restantes rendimentos da Categoria A auferidos em atividades que não sejam de elevado valor
acrescentado, por não constarem na Portaria 12/20106, serão tributados e sujeitos a Retenção na
Fonte nos termos gerais.
A Lei n.º 2/2020, de 31 de março (Lei de Orçamento do Estado para o ano de 2020) aditou ao
Código do IRS o artigo 2.º·B, o qual estabelece uma isenção parcial de tributação relativamente a
rendimentos da categoria A, auferidos por sujeitos passivos entre os 18 e os 26 anos, desde que
preenchidas determinadas condições previstas no referido preceito, sendo ainda aplicável a norma
transitória constante do n.º 1 do artigo 329.º da supra identificada Lei n.º 2/2020
A isenção parcial é aplicável a sujeitos passivos que tenham um rendimento coletável, incluindo os
rendimentos isentos, igual ou inferior ao limite superior do quarto escalão do n.º 1 do artigo 68.º (
25 075€) , sendo de 30 % no primeiro ano, de 20 % no segundo ano e de 10 % no terceiro ano,
com os limites de 7,5 vezes o valor do IAS7, 5 vezes o valor do IAS e 2,5 vezes o valor do IAS,
respetivamente.
O n.º 1 do artigo 329.º da Lei n.º 2/2020, de 31 de março, prevê que o disposto no artigo 2.º-B do
Código do IRS apenas se aplica aos sujeitos passivos cujo primeiro ano de obtenção de
rendimentos após a conclusão de um ciclo de estudos seja o ano de 2020 ou posterior (aplicação
do regime para futuro). Por sua vez, no que se refere ao primeiro ano de obtenção de rendimentos
relevante para aplicação da isenção, foi intenção do legislador, manifestada de forma expressa no
texto da lei, que o sujeito passivo apenas beneficie desta isenção "nos três primeiros anos de
obtenção de rendimentos do trabalho após o ano da conclusão de ciclo de estudos", ou seja, a
mesma não é aplicável no ano em que o sujeito passivo conclui o ciclo de estudos.
No que se refere à contagem dos três primeiros anos de obtenção dos rendimentos do trabalho,
relevam os três primeiros anos de obtenção dos rendimentos do trabalho (considerando-se como
tal os rendimentos das categorias A e/ou B), após o ano da conclusão do ciclo de estudos elegível,
6
A Portaria 230/2019 alterou com produção de efeitos a 1-1-2020 a Portaria 12/2010.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
não sendo relevante para esta contagem o ano da conclusão do ciclo de estudos elegível como
supra se indicou. Quanto ao modo de contagem destes três anos e face à redação da norma:
(i) Os anos em causa podem ser seguidos ou interpolados, nomeadamente, neste último
caso, por motivo de desemprego ou inatividade;
(ii) A isenção apenas é aplicável a partir do momento em que o sujeito passivo comece a
obter rendimentos, independentemente, da conclusão do ciclo de estudos já ter ocorrido
há mais de um ano, desde que estejam preenchidos os restantes requisitos,
nomeadamente o da idade;
(iii) A não obtenção de rendimentos da categoria A num ano em que sejam obtidos
rendimentos da categoria B, não obsta a que esse ano seja considerado como um ano
de obtenção de rendimentos para efeitos de contagem do período temporário da
aplicação da isenção, uma vez que a norma se refere aos “três primeiros anos de
obtenção de rendimentos do trabalho”
A comunicação da conclusão dos ciclos de estudos à AT prevista no n.º 5 do artigo 2.º-B do Código
do IRS, ainda a regulamentar por portaria conjunta dos membros do governo responsáveis pelas
áreas das finanças, do ensino superior e da educação, destina-se a permitir à AT efetuar a validação
da opção efetuada pelo contribuinte na declaração de rendimentos, e, assim, o controlo da
liquidação e da legalidade da usufruição do benefício fiscal.
O regime do artigo 2.º-B do Código do IRS não é cumulativo com o regime dos Residentes Não
Habituais (RNH), nem com o regime fiscal relativo ao Programa Regressar (artigo 12. º - A do
Código do IRS), sob pena de violação do princípio da igualdade, na aceção de não discriminação.
Quando o sujeito passivo trabalha para várias entidades, cada uma delas deve efetuar a retenção
na fonte nos termos previstos no artigo 99°-F do Código do IRS sobre o montante total por si pago,
ou em montante superior por indicação do contribuinte, sendo o acerto efetuado a final aquando da
liquidação de IRS, nos termos gerais.
Contudo, para que se encontre sujeito a tal condição, é exigido que o titular dos rendimentos emita
uma declaração à entidade devedora dos mesmos, comunicando que não auferiu o mesmo tipo de
rendimento de outras entidades residentes em território português ou de estabelecimentos estáveis
de entidades não residentes em Portugal.
No sistema atual, este tipo de rendimentos auferido por não residentes encontra-se sujeito à taxa
liberatória de 25%, independentemente da entidade devedora bem como do seu montante.
Assim sendo, é determinado que apenas serão sujeitos a retenção na fonte, à taxa liberatória de
25%, na parte que exceda o valor da retribuição mínima mensal garantida.
44
Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos termos do n.º 3 do mesmo artigo, o imposto retido deve ser pago mensalmente, até ao dia 20
do mês seguinte àquele em que as retenções tiverem sido efetuadas. Se o dia 20 ocorrer em dia
não útil (sábado, domingo ou feriado) o termo do prazo passa para o primeiro dia útil imediato.
De salientar que a identificação fiscal das pessoas singulares inclui, obrigatoriamente, o número de
identificação fiscal.
Tendo sido efetuadas retenções a não residentes, não importa sobre que tipo de rendimentos,
será apresentada, autonomamente, a declaração modelo 30, via Internet, até ao fim do 2.º mês
seguinte àquele em que ocorre o ato do pagamento.
Subsiste a obrigação de entrega, mesmo quando a retenção não tenha sido efetuada por resultado
da existência de convenção de dupla tributação internacional que a tenha impedido, o que em
relação aos rendimentos de trabalho dependente é uma situação muitíssimo rara.
Nos deveres acessórios de natureza declarativa, resta referir, os impostos às entidades devedoras
dos rendimentos para com os credores desses mesmos rendimentos, a eles se reporta a alínea b)
do n.º 1 do art.º 119. ° e consistem na emissão até 20 de janeiro de cada ano, de documento
comprovativo das importâncias devidas no ano anterior, do imposto retido na fonte e das deduções
a que eventualmente houver lugar.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os rendimentos auferidos por sujeitos passivos deficientes com grau de incapacidade permanente
devidamente comprovado igual ou superior a 60% devem ser indicados pela totalidade.
Os rendimentos devem ser individualizados por linhas, de acordo com o ano a que respeitam
(campo 02-2), o tipo (campo 04) e o local onde foram obtidos (campo 05).
Quando no mesmo ano foram pagos rendimentos de anos anteriores e rendimentos do ano a que
respeita a declaração, devem ser utilizadas linhas diferentes para cada ano, isto é:
46
Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
a) Na mesma linha não podem ser inscritos rendimentos de anos anteriores e rendimentos do ano
a que respeita a declaração; e
b) Quando forem pagos rendimentos de anos anteriores respeitantes a mais do que um ano, deve
utilizar-se uma linha por cada ano a que os rendimentos respeitam.
Exemplo de preenchimento
No mês a que respeita a declaração foram pagos ou colocados à disposição dos sujeitos passivos,
abaixo identificados, os seguintes rendimentos obtidos no continente:
– TRABALHADOR 2- NIF 2xx xxx xxx (colaborador que reúne as condições previstas no artigo 12.º-
A, do Código do IRS (Ex – Residente))
Trabalho dependente, no valor de € 2 500,00.
Se nas tabelas de retenção na fonte, previstas no artigo 99.º-F do Código do IRS, a taxa
de retenção na fonte que corresponde a metade do rendimento pago (€ 1 250,00) for,
por exemplo, igual a 15%, o valor da respetiva retenção na fonte deve ser apurado da
seguinte forma, de acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 259.º da Lei n.º 71/2018, de
31 de dezembro:
– TRABALHADOR 3- NIF 3xx xxx xxx (colaborador jovem que reúne as condições previstas no
artigo 2.º-B, do Código do IRS (IRS-JOVEM), sendo o primeiro ano em que usufrui do benefício)
Trabalho dependente, no valor de € 700,00.
De acordo com o previsto no n.º 4 do artigo do 99.º-F do Código do IRS, se a taxa de
retenção na fonte, que resultar do despacho previsto no n.º 1 do referido artigo, para a
totalidade do rendimento pago (€ 700,00) for, por exemplo, igual a 4,2%, o valor da
respetiva retenção na fonte deve ser apurado da seguinte forma:
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Não. Para ultrapassar a situação, deve voltar a submeter DMR relativa ao mês de maio (declaração
de substituição) com a informação correta ( repondo valores pagos em maio).
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1 – Através da substituição da DMR do mês de agosto, que deve incluir a informação anteriormente
enviada, exceto no que diz respeito ao referido trabalhador;
ou
2 - Numa DMR relativa a período posterior do mesmo ano, inserir informação do trabalhador com
os valores antes declarados, com sinal de negativo. Desta forma o valor será nulo.
Deverá ser elaborada uma DMR de substituição para o mês em causa, porque, não pode ser feita
qualquer compensação em anos seguintes.
Foram entregues DMR’s do único funcionário, dos períodos de janeiro a dezembro, com rendimento
mensal de 1.000€ e correspondente RF e descontos para SS.
Solução:
Enviar DMR de substituição ao mês de dezembro, com os valores declarados em novembro com
sinal negativo (Remuneração= -1.000€ assim como os valores da RF e SS).
Esta declaração terá dupla função, “anulará” os valores declarados em novembro e dezembro.
Em janeiro de 2020 é detetado de que o NIF do empregado estava incorreto e que o NIF correto
era 124567890.
Como ultrapassar a situação?
Solução:
Enviar DMR de substituição ao mês de dezembro de 2019, em que relativamente ao NIF
INCORRETO, declara acumulado dos meses 1 a 11 ( não somar os valores desse titular do mês
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
12, pois ao substituir a DMR desse mês, esmaga os dados da 1ª declaração entregue para esse
mês), com SINAL EM NEGATIVO.
Inclui o NIF correto, com os rendimentos, retenções e contribuições obtidas no total dos meses do
ano, do mês 1 ao mês 12 (incluir subsídio de natal e ferias).
Após verificação, junto do SF, da existência do valor de € 250 em saldo, pode a entidade em
qualquer um dos períodos de 2020, utilizar esse saldo.
Exemplo : Em relação do mês de dezembro de 2020, o valor das Retenções na Fonte é de € 600,
logo, como tem um saldo confirmado de € 250, apenas paga a diferença ( 600 – 250 = € 350 – valor
a pagar)
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
11.1 Os Membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas (MOE) e entidades
equiparadas
Âmbito pessoal
São obrigatoriamente abrangidos pelo regime geral, com as especificidades previstas na subsecção
em análise, na qualidade de beneficiários, os membros dos órgãos estatutários das pessoas
coletivas e entidades equiparadas, ainda que sejam seus sócios ou membros.
Por outro lado, são excluídos do âmbito de aplicação da subsecção em análise, nos termos do
disposto no artigo 63.º do CRCSPSS:
a) Os membros de órgãos estatutários de pessoas colectivas sem fim lucrativo que não
recebam pelo exercício da respectiva atividade qualquer tipo de remuneração;
b) Os sócios que, nos termos do pacto social, detenham a qualidade de gerentes mas não
exerçam de facto essa atividade, nem aufiram a correspondente remuneração;
c) Os trabalhadores por conta de outrem eleitos, nomeados ou designados para cargos de
gestão nas entidades a cujo quadro pertencem, cujo contrato de trabalho na data em que
iniciaram as funções de gestão tenha sido celebrado há pelo menos um ano e tenha
determinado inscrição obrigatória em regime de protecção social;
d) Os sócios gerentes de sociedades constituídas exclusivamente por profissionais incluídos
na mesma rubrica da lista anexa ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Singulares e cujo fim social seja o exercício daquela profissão;
e) As pessoas que, integrando as situações referidas no artigo anterior, sejam nomeadas por
imperativo legal para funções a que corresponda inscrição em lista oficial especialmente
elaborada para esse efeito, identificativa das pessoas habilitadas para o exercício de tais
funções, designadamente as correspondentes às funções de gestores judiciais ou revisores
oficiais de contas;
f) Os membros dos órgãos estatutários das sociedades de agricultura de grupo;
g) Os liquidatários judiciais.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O artigo 38.º do Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, de 03/01 determina quais os elementos de
prova necessários para a exclusão do regime aplicável aos MOE: a entidade empregadora deve
apresentar à instituição de segurança social competente cópia do pacto social ou da ata da
assembleia geral em que constem os elementos necessários à comprovação da exclusão.Quando
se trate de enquadramento em regime obrigatório de proteção social ou de situação de pensionista
de que a instituição de segurança social não possa ter conhecimento direto, a certificação é
efetuada mediante documento comprovativo emitido pela entidade competente.
Âmbito material
A inscrição é válida desde o dia 1 do mês em que se inicia a atividade.
Os membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e entidades equiparadas têm direito à
protecção nas eventualidades de doença, parentalidade, doenças profissionais, invalidez, velhice e
morte. Em acréscimo, os membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas que exerçam
funções de gerência ou de administração têm ainda direito à protecção na eventualidade de
desemprego, nos termos de legislação própria.
Abase de incidência contributiva dos membros dos órgãos estatutários corresponde ao valor das
remunerações efetivamente auferidas em cada uma das pessoas coletivas em que exerçam
atividade, com o limite mínimo igual ao valor do IAS.
Este limite mínimo não se aplica, porém, nos casos de acumulação da atividade de membro de
órgão estatutário com outra atividade remunerada que determine a inscrição em regime obrigatório
de proteção social ou com a situação de pensionista desde que o valor da base de incidência
considerado para o outro regime de proteção social ou de pensão seja igual ou superior ao valor do
IAS.
Taxa contributiva
De acordo com o artigo 69.º do CRCSPSS, a taxa contributiva relativa aos membros dos órgãos
estatutários é de 29,6%, sendo de 20,3% para as entidades empregadoras e de 9,3% para os
trabalhadores.
Por outro lado, a taxa contributiva relativa aos membros das pessoas colectivas que exerçam
funções de gerência ou de administração é de 34,75%, sendo de 23,75% para as entidades
empregadoras e de 11% para os trabalhadores.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
MOE Entidade
empregad MOE Total
ora
Membros dos órgãos estatutários das
pessoas colectivas
20,3% 9,3% 29,6%
(com protecção na doença, parentalidade,
doenças profissionais, invalidez, velhice e
morte).
Membros dos órgãos estatutários
profissionais de seguros das pessoas 20,3% + 9,3% 30,6%
colectivas com e sem fins lucrativos. (Taxa 1%
contributiva complementar (1%), para efeitos
de fundo
especial de Segurança Social).
Membros dos órgãos estatutários que
exerçam funções de gerência ou de
administração:
23,75% 11% 34,75
Administradores, directores e gerentes das
%
sociedades e cooperativas de produção e
serviços que não optem pelo enquadramento
dos seus membros no regime dos
trabalhadores independentes (com protecção
na
eventualidade de desemprego).
Membros dos órgãos estatutários
profissionais de seguros das pessoas 24,75% 11% 35,75
colectivas, que exerçam funções de gerência %
ou de administração. (Taxa contributiva
complementar, para
efeitos de fundo especial de Segurança Social).
Membros dos órgãos estatutários de
entidades sem fins lucrativos, que exerçam 22% 11% 33%
funções de gerência, em Instituições
Particulares de Solidariedade Social (IPSS). a)
Membros dos órgãos estatutários de entidades
sem fins
22,30% 11% 33,30
lucrativos, que exerçam funções de gerência,
(instituições que não sejam IPSS). a) %
Membros dos órgãos estatutários de
entidades com ou sem fins lucrativos, que 20,30% 9,30% 29,6%
não exerçam funções de gerência.
a)
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os membros dos órgãos estatutários cessam a respetiva atividade nos termos do contrato por
destituição, renúncia ou quando se verificar o encerramento da liquidação da empresa.
Excecionalmente, os membros dos órgãos estatutários podem requerer a cessação da respetiva
atividade desde que a pessoa coletiva tenha cessado atividade para efeitos de IVA e não tenha
trabalhadores ao seu serviço.
Salienta-se que o início, cessação ou suspensão e quaisquer outras alterações têm de ser
comunicados aos serviços da Segurança Social, no prazo de 10 dias úteis, através do Modelo RV
1011/2018 – DGSS (“Comunicação de início de atividade/Alteração de elementos/suspensão/
cessação de atividade para entidade empregadora”).
11.2Trabalhadores no domicílio
Âmbito pessoal
Nos termos do disposto no artigo 71.º do CRCSPSS, são abrangidos pelo regime geral, com as
especificidades previstas na presente subsecção, os trabalhadores em regime de trabalho no
domicílio, nos termos definidos na legislação laboral.
O Regime Jurídico do Trabalho no Domicílio encontra-se estabelecido na Lei n.º 101/2009, de
08/09. Nos termos do artigo 1.º da referida Lei, esta regula a prestação de atividade, sem
subordinação jurídica, no domicílio ou em instalação do trabalhador, bem como a que ocorre para,
após comprar a matéria-prima, fornecer o produto acabado por certo preço ao vendedor dela, desde
que em qualquer caso o trabalhador esteja na dependência económica do beneficiário da atividade.
Compreende-se ainda no âmbito da identificada Lei a situação em que vários trabalhadores sem
subordinação jurídica nem dependência económica entre si, até ao limite de 4, executam a atividade
para o mesmo beneficiário, no domicílio ou instalação de um deles.
Âmbito material
Os trabalhadores no domicílio têm direito à proteção nas eventualidades de doença, parentalidade,
doenças profissionais, invalidez, velhice e morte. Estes trabalhadores não beneficiam, pois, de
proteção na eventualidade de desemprego, daí que a taxa contributiva, como veremos infra, seja
reduzida.
Taxa contributiva
Âmbito pessoal
São abrangidos pelo regime geral, com as especificidades do próprio regime, os desportistas
profissionais que, através da celebração de contrato de trabalho desportivo e após a necessária
formação técnico-profissional, praticam uma modalidade desportiva como profissão exclusiva ou
principal, auferindo por via dela uma remuneração, nos termos de legislação própria.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Âmbito material
De acordo com o estabelecido pelo artigo 75.º do CRCSPSS, os praticantes desportivos
profissionais têm direito à proteção nas eventualidades de parentalidade, desemprego, doenças
profissionais, invalidez, velhice e morte. Estes trabalhadores não beneficiam, pois, de proteção na
eventualidade de doença.
Nos termos do preceituado pelo artigo 76.º do CRCSPSS, considera-se remuneração mensal
efetiva dos praticantes desportivos profissionais as prestações pecuniárias ou em espécie
estabelecidas no contrato que os vincula à respetiva entidade empregadora, sendo ainda integradas
na mesma os montantes pagos a título de prémios de assinatura de contrato, os quais são
parcelados por cada um dos meses da sua duração, e os atribuídos por força de regulamento
interno do clube ou de contrato em vigor, vulgarmente denominados por prémios de jogo.
Por outro lado, já não integram o conceito de remuneração mensal efetiva as importâncias
despendidas pela entidade empregadora, a favor do trabalhador, na constituição de seguros de
doença, de acidentes pessoais e de seguros de vida que garantam exclusivamente o risco de morte,
invalidez ou reforma por velhice, no último caso desde que o benefício seja garantido após os 55
anos de idade, desde que não garantam o pagamento e este se não verifique nomeadamente por
resgate ou adiantamento de qualquer capital em vida durante os primeiros 5 anos.
Base de incidência contributiva (Artigo 77.º do CRCSPSS) e base de incidência facultativa (Artigo
78.º do CRCSPSS)
Constitui base de incidência contributiva dos praticantes desportivos profissionais 1/5 do valor da
sua remuneração efetiva, com o limite mínimo de 1 IAS.
Todavia, mediante acordo entre o trabalhador e a entidade empregadora, celebrado por escrito no
início do contrato de trabalho, para durar por toda a sua vigência, pode ser considerada como base
de incidência contributiva a remuneração mensal efetiva do trabalhador desde que seja superior a
1 IAS.
Taxa contributiva
Nos termos do disposto no artigo 79.º do CRCSPSS, a taxa contributiva relativa aos praticantes
desportivos profissionais é de 33,3%, sendo, respectivamente, de 22,3% para as entidades
empregadoras e de 11% para os trabalhadores.
Âmbito pessoal
São abrangidos pelo regime geral, muito embora com algumas especificidades, os trabalhadores
em regime de contrato de trabalho de muito curta duração, nos termos do disposto na legislação
laboral.
Este tipo de contrato de trabalho encontra a sua previsão no artigo 142.º do Código de Trabalho.
De acordo com o n.º 1 da referida norma legal, “O contrato de trabalho para fazer face a acréscimo
excecional e substancial da atividade da empresa cujo ciclo anual apresente irregularidades
decorrentes do respetivo mercado ou de natureza estrutural que não seja passível de assegurar
pela sua estrutura permanente, nomeadamente em atividade sazonal do sector agrícola ou do
turismo, de duração não superior a 35 dias, não está sujeito a forma escrita, devendo o empregador
comunicar a sua celebração e o local de trabalho ao serviço competente da segurança social,
mediante formulário eletrónico que contém os elementos referidos nas alíneas a), b) e c) do n.º 1
do artigo anterior”.
55
Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A duração global deste tipo de contratos de trabalho celebrados entre o mesmo empregador e
trabalhador não pode exceder 70 dias de trabalho por cada ano civil.
Em caso de qualquer incumprimento relativo ao contrato de trabalho de muito curta duração, este
considera-se celebrado a termo certo pelo prazo de seis meses, nos termos do artigo 142.º, nº 3 do
Código do Trabalho.
Âmbito material
Os trabalhadores em regime de contrato de trabalho de muito curta duração têm direito, de acordo
com o artigo 81.º do CRCSPSS, à proteção nas eventualidades de invalidez, velhice e morte. Estes
trabalhadores não beneficiam, pois, de protecção na eventualidade de parentalidade, doença,
doença profissional e desemprego.
Taxa contributiva
No caso dos trabalhadores com contrato de trabalho de muito curta duração, a taxa contributiva é
de 26,1%, a cargo das entidades empregadoras.
Âmbito pessoal
São abrangidos pelo regime geral, com as especificidades previstas nos artigos 83.º-A a 83.º-D do
CRCSPSS, os jovens a frequentar estabelecimento de ensino oficial ou autorizado que prestem
trabalho, nos termos do disposto na legislação laboral, durante o período de férias escolares.
O enquadramento de jovens ao abrigo do artigo 83.º-A do CRCSPSS não pode exceder o período
de férias escolares estabelecido para o respectivo nível de ensino. Por sua vez, a comunicação de
admissão de jovens no período de férias escolares é efetuada no sítio da internet da segurança
social através de formulário próprio.119 O enquadramento de jovens ao abrigo do artigo em análise
cessa no último dia do período de férias escolares.
Âmbito material
Os jovens em férias escolares apenas têm direito, face ao disposto no artigo 83.º-B do CRCSPSS,
à proteção nas eventualidades de invalidez, velhice e morte. Estes trabalhadores não beneficiam,
pois, de proteção na eventualidade de parentalidade, doença, doença profissional e desemprego.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos termos do disposto no artigo 83º-C do CRCSPSS, constitui base de incidência contributiva a
remuneração convencional calculada com base no número de horas de trabalho prestado e na
remuneração horária determinada de acordo com a seguinte fórmula:
Rh = (IAS x 12) / (52 x 40)120
Taxa contributiva
A taxa contributiva relativa aos jovens em férias escolares corresponde a 26,1% da
responsabilidade das entidades empregadoras - Artigo 83.º-D do CRCSPSS.
Âmbito pessoal
Estão ainda abrangidos pelo regime geral, com as especificidades previstas nos artigos 84.º a 88.º
do CRCSPSS, os trabalhadores por conta de outrem que tenham 55 ou mais anos de idade que,
nos termos estabelecidos na legislação laboral, tenham celebrado com as respetivas entidades
empregadoras um acordo de pré-reforma.
O regime jurídico dos trabalhadores em situação de pré-reforma encontra-se previsto nos arts. 318.º
a 322.º do Código do Trabalho.
De acordo com o estatuído pelo artigo 318.º do Código do Trabalho, considera-se pré- reforma a
situação de redução ou suspensão da prestação de trabalho por acordo entre empregador e
trabalhador com idade igual ou superior a 55 anos, durante a qual este tem direito a receber daquele
uma prestação pecuniária mensal, denominada de pré-reforma.
O acordo de pré-reforma, de acordo com o previsto no artigo 319.º do Código do Trabalho, está
sujeito a forma escrita e deve conter:
a) Identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes;
b) Data do início da pré-reforma;
c) Montante da prestação de pré-reforma;
d) Organização do tempo de trabalho, no caso de redução da prestação de trabalho.
De acordo com o estabelecido pelo artigo 320.º do Código do Trabalho, o montante inicial da
prestação de pré-reforma não pode ser superior à retribuição do trabalhador na data do acordo,
nem inferior a 25% desta ou à retribuição do trabalho, caso a pré-reforma consista na redução da
prestação de trabalho.
O regime em análise aplica-se aos trabalhadores acima referidos até ao momento em que
completem a idade normal de acesso à pensão por velhice acrescida do número de meses
necessários à compensação do factor de sustentabilidade nos termos previstos no Decreto-Lei n.º
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
187/2007, de 10/05, alterado pela Lei n.º 64-A/2008, de 31/12, salvo se até essa data ocorrer a
extinção do acordo, excepto se até essa data vier a cessar o acordo de pré-reforma.
Nos termos do disposto no artigo 85.º do CRCSPSS, são excluídos do regime da pré-reforma os
trabalhadores cujo âmbito de protecção não integre as eventualidades de invalidez, velhice e morte.
De acordo com o disposto no artigo 43.º do Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, de 03/01, a
entidade empregadora deve remeter o acordo de pré-reforma à instituição de segurança social
competente no prazo de 5 dias após a sua entrada em vigor, sendo certo que, recebido o aludido
acordo, a mesma procede às devidas alterações de enquadramento.
Âmbito material
Nos termos do artigo 86.º do CRCSPSS, os trabalhadores em regime de pré-reforma mantêm o
direito à proteção nas eventualidades garantidas no âmbito do regime geral, com as exceções infra.
Taxa contributiva
De acordo com o artigo 88.º do CRCSPSS, a taxa contributiva aplicável aos trabalhadores que se
encontrem em situação de pré-reforma sem suspensão da prestação de trabalho é coincidente com
a que lhes era aplicada no momento da transição à situação de pré-reforma.
A taxa contributiva aplicável aos trabalhadores que se encontrem em situação de pré-reforma com
suspensão da prestação de trabalho, é reduzida para 26,9%, sendo de 18,3% para as entidades
empregadoras e de 8,6% para os trabalhadores.
Âmbito pessoal
São abrangidos pelo regime geral, com as especificidades na subsecção do CRCSPSS em análise,
os pensionistas de invalidez e velhice de qualquer regime de proteção social que cumulativamente
exerçam atividade profissional.
Nos termos do estabelecido no artigo 44.º do Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, de 03/01, para
efeitos do disposto no artigo 89.º do CRCSPSS, a instituição de segurança social procede ao
enquadramento, com efeitos no mês seguinte ao da verificação da situação, nos seguintes termos:
a) Tratando-se de pensionistas de invalidez ou velhice do sistema previdencial, de forma
oficiosa;
b) Tratando-se de pensionistas de invalidez e velhice de regime de protecção social de que a
entidade de segurança social competente não tenha conhecimento direto, mediante receção de
cópia do documento emitido pela entidade que atribuiu a respetiva pensão ou do cartão de
pensionista, do qual conste a natureza da pensão, remetido pela entidade empregadora.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Âmbito material
Nos termos do disposto no artigo 90.º do CRCSPSS, os pensionistas de invalidez têm direito à
protecção nas eventualidades de parentalidade, doenças profissionais, invalidez, velhice e morte.
Taxa contributiva
De acordo com o artigo 91.º do CRCSPSS, a taxa contributiva relativa aos pensionistas de invalidez
é de 28,2%, sendo, de 19,3% para as entidades empregadoras e de 8,9% para os trabalhadores.
Por sua vez, a taxa contributiva relativa aos pensionistas de velhice é de 23,9%, sendo de 16,4%
para as entidades empregadoras e de 7,5% para os trabalhadores.
Âmbito pessoal
São abrangidos pelo regime geral com as especificidades previstas nos arts. 91.º-A a 91.º- C do
CRCSPSS:
a) Os trabalhadores titulares de relação jurídica de emprego público constituída a partir de
01/01/2006, independentemente da modalidade de vinculação;
b) Os demais trabalhadores titulares de relação jurídica de emprego constituída até 31/12/2005 que
à data se encontravam enquadrados no regime geral de segurança social.
Âmbito material
A estes trabalhadores é garantida a proteção nas eventualidades previstas para o regime geral, ou
seja, a doença, parentalidade, desemprego, doenças profissionais, invalidez, velhice e morte.
Taxa contributiva
A taxa contributiva relativa aos trabalhadores que exercem funções públicas é de 34,75%, sendo
de 23,75% para as entidades empregadoras e de 11% para os trabalhadores.
Em acréscimo, a taxa contributiva relativa aos trabalhadores abrangidos por situações especiais129
é de 29,6%, sendo de 18,6% para as entidades empregadoras de 11% para os trabalhadores.
Âmbito pessoal
São abrangidos pelo regime geral, com as especificidades previstas na subsecção do CRCSPSS
em análise, os trabalhadores com contrato de trabalho intermitente ou em exercício intermitente da
prestação de trabalho, nos termos do disposto na legislação laboral aplicável.
O regime jurídico do contrato de intermitente encontra-se regulado nos arts. 157.º a 160.º do Código
do Trabalho.
O trabalho intermitente é uma modalidade de contrato de trabalho por tempo indeterminado no
âmbito da qual se verifica uma descontinuidade da prestação de trabalho, ou seja, em que existem
períodos de atividade do trabalhador seguidos de períodos de inatividade.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Âmbito pessoal
São abrangidos pelo regime geral, sem prejuízo das especificidades previstas nos artigos em
análise, os trabalhadores que exercem atividades agrícolas ou equiparadas, sob a autoridade de
uma entidade empregadora, prestadas em explorações que tenham por objeto principal a produção
agrícola, sem prejuízo do estabelecido para os contratos de trabalho de muito curta duração
abordados no item 5.4.
São ainda abrangidos os trabalhadores que exerçam a respetiva atividade em explorações de
silvicultura, pecuniária, hortofruticultura, floricultura, avicultura e apicultura, e ainda em atividades
agrícolas, ainda que a terra assuma uma função de mero suporte de instalações.
Por outro lado, encontra-se expressamente excluídos deste regime, através do disposto no artigo
95.º, n.º 3, do CRCSPSS, não sendo considerados como trabalhadores de atividades agrícolas, os
trabalhadores que exerçam a respetiva atividade em explorações que se destinem essencialmente
à produção de matérias-primas para indústrias transformadoras que constituam, em si mesmas,
objetivos dessas empresas.
Taxa contributiva
A taxa contributiva aplicável aos trabalhadores de atividades agrícolas é de 33,3%, sendo 22,3% a
cargo das entidades empregadoras e 11% a cargo dos trabalhadores.
Âmbito pessoal
Face ao disposto no artigo 97.º do CRCSPSS, incluem-se aqui os trabalhadores que exercem
atividade profissional na pesca local e costeira, sob autoridade de um armador de pesca ou do seu
representante legal, bem como os proprietários de embarcações de pesca local e costeira, que
integrem o rol de tripulação e exerçam efectiva atividade profissional nestas embarcações, e ainda
os apanhadores de espécies marinhas e os pescadores apeados.
Taxa contributiva
A taxa para efeitos de cálculo de remuneração dos sujeitos abrangidos pelo artigo 97.º e regulados
pelo artigo 98.º, ambos do CRCSPSS, corresponde a 29%, sendo de 21% para as entidades
empregadoras e de 8% para os trabalhadores.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os artigos 29.º a 36.º do CRCSPSS e 5.º e 12.º do DR n.º 1-A/2011, de 3 de Janeiro, disciplinam a
relação jurídica de vinculação, a qual, como referido no artigo 6.º do CRCSPSS, se efetiva através
da inscrição na instituição de Segurança Social competente, a qual é obrigatória e vitalícia para os
beneficiários, e obrigatória, única e definitiva, para a entidade empregadora.
Assim, o trabalhador começou a trabalhar na empresa no dia 1 de Março às 9:00h, neste caso, a
entidade empregadora ou equiparada tem até às 8:59h daquele dia 1 de Março para efetuar a
comunicação.
b) Nas vinte e quatro horas seguintes ao início da atividade sempre que, por razões
excecionais e devidamente fundamentadas, ligadas à celebração de contratos de trabalho
de muito curta duração ou à prestação de trabalho por turnos, a comunicação não possa
ser efetuada no prazo previsto na alínea anterior.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
b) Aos contratos de trabalho de muito curta duração celebrados nos termos do disposto na
legislação laboral.
c)
d) No caso em que o contrato é obrigatoriamente celebrado a termo resolutivo por imposição
legal, ou em virtude dos condicionalismos inerentes ao tipo de trabalho ou à situação do
trabalhador, ou seja, nas situações em que pelo tipo de trabalho ou pela situação do
trabalhador o contrato tenha de ser celebrado a termo resolutivo.
e)
A entidade empregadora fica sujeita a uma contra-ordenação muito grave se prestou falsas
declarações relativas ao tipo de trabalho celebrado com o objetivo de ficar isenta da aplicação da
contribuição adicional por rotatividade excessiva, sendo notificada a ACT.
Estas presunções são ilidíveis por prova de que resulte a data em que teve, efetivamente, início a
prestação do trabalho.
A violação do disposto nos n.ºs 1 a 3 constitui contra-ordenação leve quando seja cumprida nas
vinte e quatro horas subsequentes ao termo do prazo e constitui contra- ordenação grave nas
demais situações.
Esta norma tem que ser articulada com os artigos 5.º a 7.º do Decreto-Regulamentar n.º 1- A/2011,
de 3 de Janeiro, na reda
ção atual.
Nesse sentido, dispõe o artigo 5.º que a entidade empregadora, para efeitos da comunicação da
admissão de trabalhador prevista no artigo 29.º do Código, solicita ao trabalhador e comunica à
instituição de Segurança Social competente os elementos necessários à sua inscrição e
enquadramento.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos casos em que a admissão seja efetuada no local onde os trabalhadores vão exercer a sua
atividade e o mesmo não corresponda a estabelecimento da entidade empregadora, é aceite, como
prova da data da admissão, cópia da declaração a que se refere o número anterior.
Nos termos do artigo 33.º, n.º 1 do CRCSPSS, os trabalhadores abrangidos pelo regime geral
devem declarar à instituição de segurança social competente o início de atividade profissional ou a
sua vinculação a uma nova entidade empregadora e a duração do contrato de trabalho.49
A declaração referida no n.º 1 do artigo 33.º do CRCSPSS, determina, nos termos do n.º 2, que,
para efeitos de acesso ou de cálculo das prestações de segurança social, a relevância dos períodos
de atividade profissional não declarados que sejam anteriores ao período de tempo previsto no n.º
4 do artigo 29.º quando se verifique que:
Para efeitos do disposto no n.º 2 do mesmo artigo, os períodos de atividade relevam a partir do dia
seguinte ao da apresentação da declaração pelo trabalhador, quando esta seja apresentada fora
do prazo previsto no número anterior.
Nos termos do artigo 7.º do Decreto-Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de Janeiro, na redação actual,
em caso de incumprimento, pela entidade empregadora e pelo trabalhador, do disposto,
respetivamente, nos artigos 29.º e 33.º do Código, o enquadramento pode ser promovido pela
instituição competente, por sua iniciativa ou a solicitação de qualquer familiar interessado na
concessão de prestações, nos termos dos números seguintes.
Nos termos do artigo 34.º, a inscrição das pessoas coletivas é feita oficiosamente na data da sua
constituição sempre que esta obedeça ao regime especial de constituição imediata de sociedades
e associações ou ao regime especial de constituição on-line de sociedades.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nestas situações, a inscrição produz efeitos à data do início do exercício de atividade declarada
para efeitos fiscais, de acordo com o artigo 35.º, al. a) do CRCSPSS.
A inscrição das pessoas singulares que beneficiam da atividade profissional de terceiros, prestada
em regime de contrato de trabalho, é feita na data da admissão do primeiro trabalhador.
Nesta situação, a inscrição produz efeitos à data do início do exercício da atividade do primeiro
trabalhador, de acordo com o artigo 35.º, al. b) do CRCSPSS.
O artigo 34.º do CRCSPSS tem que ser articulado com o artigo 10.º do Decreto- Regulamentar n.º
1-A/2011, de 3 de Janeiro, na sua redação atual, referente à efetivação de inscrição das entidades
empregadoras.
De acordo com este artigo, consideram-se oficiosamente inscritas na segurança social as entidades
empregadoras cuja inscrição no registo comercial ou, tratando-se de entidade não sujeita a registo
comercial obrigatório, no ficheiro central de pessoas colectivas, seja comunicada pelos serviços de
registo.
Nos termos do artigo 36.º, as entidades empregadoras devem comunicar à instituição de segurança
social competente a alteração de quaisquer dos elementos relativos à sua identificação, incluindo
os relativos aos estabelecimentos, bem como o início, suspensão ou cessação de atividade.
Sempre que os elementos referidos no n.º 1 do presente artigo não possam ser obtidos
oficiosamente ou suscitem dúvidas, são as entidades empregadoras notificadas para, no prazo de
10 dias úteis, os apresentarem à instituição de segurança social competente.
A obrigação contributiva compreende, de acordo com o artigo 38.º do CRCSPSS, a declaração dos
tempos de trabalho, das remunerações devidas aos trabalhadores e o pagamento das contribuições
e das quotizações.
O n.º 2 esclarece que a obrigação contributiva, na sua dupla vertente, vence-se no último dia de
cada mês de calendário, corrigindo uma tese defendida por alguns, embora sem fundamento legal,
de que, quando as remunerações não fossem pagas não havia lugar ao cumprimento da obrigação
contributiva.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos termos do artigo 39.º do CRCSPSS, as entidades empregadoras, para efeitos de segurança
social, são consideradas entidades contribuintes.
Ora, este artigo deve ser articulado o artigo 14.º do Decreto-Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de
Janeiro, na sua redação atual, que estipula que a declaração de remunerações inclui a identificação
dos trabalhadores ao serviço da entidade contribuinte a quem seja devida remuneração no mês de
referência, de acordo com os procedimentos previstos no artigo anterior.
Já o artigo 16.º refere no n.º 1 que os tempos de trabalho são declarados em dias,
independentemente de a atividade ser prestada a tempo completo ou a tempo parcial.
Nos casos em que a atividade corresponda a um mínimo de seis horas de trabalho diário e se
reporte a todos os dias do mês, o tempo declarado corresponde a 30 dias.
Nas situações de início, interrupção, suspensão ou cessação de contrato de trabalho a tempo
completo é declarado o número efetivo de dias de trabalho prestado a que correspondeu
remuneração.
Nas situações de trabalho a tempo parcial, de contrato de muito curta duração e de contrato
intermitente com prestação horária de trabalho, é declarado um dia de trabalho por cada conjunto
de seis horas.
A declaração prevista no número anterior deve ser efetuada até ao dia 10 do mês seguinte àquele
a que diga respeito.
A violação destas obrigações constitui contra-ordenação leve quando seja cumprida nos 30 dias
subsequentes ao termo do prazo e constitui contra-ordenação grave nas demais situações.
Este artigo tem de ser articulado com o artigo 21.º do Decreto Regulamentar nº 1-A/2011 que
estabelece no n.º 4 que quando o prazo para entrega da declaração de remunerações termine ao
sábado, domingo ou dia feriado transfere-se o seu termo para o 1.º dia útil seguinte.
Este artigo 21.º estabelece igualmente que a declaração de remunerações efetuada por
transmissão electrónica de dados considera-se entregue na data em que é considerada válida pelo
sistema de informação da segurança social.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
O suprimento oficioso das declarações previstas nos números anteriores é notificado à entidade
contribuinte nos termos do disposto no Código do Procedimento Administrativo, sendo
regulamentado nos termos do artigo 27.º do Decreto-Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de Janeiro,
na redacção actual.
O cumprimento das obrigações referidas no artigo 40.º do Código é aferido mensalmente e o seu
incumprimento determina a elaboração oficiosa da declaração de remunerações e do respetivo
registo, nos termos do artigo 29.º do Decreto-Regulamentar n.º 1-A/2011, de 3 de Janeiro, na
redação atual.
A não utilização deste suporte determina a rejeição da declaração por parte dos serviços
competentes, considerando-se a declaração como não entregue.
Ora, este artigo deve ser articulado com artigo 13.º do Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, que
estabelece que, para efeitos do disposto no artigo 41.º do Código, a declaração de remunerações
obedece a modelo próprio e é preenchida de acordo com os requisitos técnicos e procedimentos
constantes no sítio da Internet da segurança social, aprovados por despacho do membro do
Governo responsável pela área da segurança social.
Nos termos do artigo 17.º Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, a declaração de remunerações
relativa aos trabalhadores da pesca local e costeira, cujas remunerações são calculadas com base
no valor do produto bruto do pescado vendido em lota, é preenchida e entregue, pelos proprietários
das embarcações, nas entidades que asseguram os serviços de vendagem em lota.
De acordo com o artigo 20.º do Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011, a entidade empregadora deve
apresentar declarações de remunerações autónomas por mês de referência das remunerações
declaradas, estabelecimento e taxa contributiva aplicável aos trabalhadores que integram cada
estabelecimento, sem prejuízo do disposto no artigo 26.º.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Findo este sem que os erros se mostrem corrigidos, a declaração é considerada como não
entregue, sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 40.º do Código e das sanções estabelecidas
para a falta da sua apresentação, de acordo com o n.º 5 do artigo 22.º do Decreto Regulamentar
n.º 1-A/2011.
O artigo 24.º do Decreto Regulamentar n.º 1-A/2011 prevê que as instituições de segurança social
podem exigir a confirmação dos elementos constantes das declarações de remunerações que lhes
suscitem dúvidas, solicitando, para o efeito, provas adicionais das declarações prestadas, em
especial, nos casos em que, por referência a qualquer trabalhador, se verifiquem variações não
justificadas no montante das remunerações declaradas.
As entidades contribuintes são responsáveis pelo pagamento das contribuições e das quotizações
dos trabalhadores ao seu serviço, nos termos do artigo 42.º, n.º 1 do CRCSPSS.
As entidades contribuintes descontam nas remunerações dos trabalhadores ao seu serviço o valor
das quotizações por estes devidas e remetem-no, juntamente com o da sua própria contribuição, à
instituição de segurança social competente.
O pagamento das contribuições e das quotizações é mensal e é efetuado do dia 10 até ao dia 20
do mês seguinte àquele a que as contribuições e as quotizações dizem respeito, de acordo como
artigo 43.º do CRCSPSS.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A taxa contributiva do regime geral é determinada, de forma global, de harmonia com o seu âmbito
material, nos termos do artigo 49.º do CRCSPSS.
A taxa contributiva global do regime geral correspondente ao elenco das eventualidades protegidas
é de 34,75%, cabendo 23,75% à entidade empregadora e 11% ao trabalhador, sem prejuízo do
disposto no artigo seguinte.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De acordo com as instruções práticas da Segurança Social8, se o ficheiro tiver sido rejeitado e
pretender substituí-lo (tem 5 dias para o fazer), deverá seguir os seguintes passos:
Se a Declaração tiver sido rejeitada e pretender substituí-la (tem 5 dias para o fazer), deverá seguir
os seguintes passos:
1. Selecionar o separador “Emprego”.
2. Na opção “Remunerações”, selecionar “Declaração Mensal de Remunerações”.
3. Selecionar a opção “Como substituir Declarações de Remunerações rejeitadas por
formulário”.
4. Clicar em “Ações”.
5. Selecionar a opção “Substituir”.
- Se pretender apagar um trabalhador, selecionar o respetivo NISS e clicar no botão
“Apagar”.
6. Clicar em “Adicionar remuneração”.
Para incluir remunerações de trabalhadores vinculados à Entidade Empregadora, mas que não
constem na Declaração de Remunerações
- Selecionar o(s) trabalhador(es)
- Clicar em “Adicionar selecionado”.
8
Guia Prático – Entrega e Rejeição de Declaração de Remunerações, disponível no site da Segurança Social.
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Processamento de salários: enquadramento fiscal e segurança social da remuneração dos trabalhadores dependentes
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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Financiamento – do financiamento bancário
Consolidação a mecanismos
de contas e método dealternativos
equivalência patrimonial
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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