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Legislação Aplicada ao

Turismo
Profª. Estela Lara Engels
Profª. Sonia Adriana Weege

2012
Copyright © UNIASSELVI 2012

Elaboração:
Profª. Estela Lara Engels
Profª. Sonia Adriana Weege

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

338.479107
E575l Engels, Estela Laura
Legislação aplicada ao turismo / Estela Laura Engels e Sonia
Adriana Weege. Indaial : Uniasselvi, 2012.

326. p.: il

Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830- 546-8

1. Turismo – legislação.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título

Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico!

A partir da última década do Século XX, uma demanda crescente


de indivíduos vem buscando atividades turísticas alternativas que incluem
a visitação de lugares históricos, pontos qualificados como paradisíacos,
movidos não só pela busca do novo, mas, também, pela necessidade daqueles
em dispor de uma ligação emocional com o seu passado, ou com o desejo
de estabelecer um link em seu futuro. Muito deste fenômeno é originário
dos processos de mundialização, internacionalização ou globalização,
que possuem entre si similitudes e permeiam esta troca de informações,
conhecimentos e essências que compõem os destinos turísticos.

O turismo vem avançando de forma avassaladora, impulsionado


pelas facilidades de comunicação e transporte. Sendo atividade considerada
complexa pelo seu vulto, movimentando centenas de pessoas e bilhões de
dólares a cada ano, por óbvio, o traço legislativo não poderia estar ausente.
Pelo contrário, a ciência jurídica deve estar presente com o intuito de regular,
regulamentar e descrever em textos legais os formatos condicionados para a
“prestação de serviços”, ensejando a garantia de direitos e deveres daqueles
que oportunizam a instrumentalização do turismo e daqueles que dele
usufruem, evitando transtornos e litígios.

A Unidade 1 traz a concepção de conceitos implícitos às relações


estabelecidas para a concretização das atividades turísticas, enquanto
agentes passivos e ativos envoltos no significado do turismo de forma ampla
e multidimensional. Descreve de forma sucinta os pressupostos do Direito do
Turismo contidos no bojo da Constituição de 1988, em pleno vigor. Termina
relatando nuances que envolvem a cadeia turística internacional, em um
formato descritivo das principais garantias estabelecidas para aqueles que
usufruem de sua prerrogativa da liberdade de ir e vir.

O território brasileiro dispõe de leis infraconstitucionais que regulam


as atividades turísticas no país que serão demonstradas na Unidade 2, da
mesma forma que serão relacionados os órgãos ou institutos responsáveis pela
ordenação do sistema turístico no Brasil e, por conseguinte, o papel de cada
qual em obediência à hierarquia existente, assim como faz menção à política
nacional existente para o tema abordado. Encerra a unidade demonstrando a
importância do Direito no processo de globalização do turismo que está em
franca construção.

O Direito do Consumidor permeia as relações estabelecidas


na concretização das atividades turísticas. Na Unidade 3 esta relação
consumerista será detalhada, assim como a previsão de sanções será
estabelecida.

III
Finalizando o conteúdo desta unidade e do caderno, encontram-se
dispostas as premissas legais que regulam o turismo rodoviário, aéreo e
marítimo, inclusa matéria que diz respeito à entrada e saída de turistas nos
territórios nacionais e internacionais.

O Livro de Estudos foi construído com um conteúdo que podemos


qualificar como “de base” para instigá-lo (a) na busca de novas informações
e conceitos, pois estamos cientes do status de mutação em que estamos
envolvidos, e outros relatos precisam ser acrescidos a estes e assimilados
para que um novo saber seja construído de forma contínua e ininterrupta.

As descrições são iniciais, elas não são, de forma alguma, conclusivas.


Apenas demos início a um trabalho onde você é o instrumento indissociável
deste processo. Sejamos parceiros (as), o mundo do conhecimento nos espera.

É um grande prazer tê-lo (a) conosco!


Bons estudos!

Profª. Estela Mara Engels


Profª. Sonia Adriana Weege

NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto


para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO............... 1

TÓPICO 1 – EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO.............................................. 3


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 REFLEXÕES SOBRE O TURISMO.................................................................................................... 3
2.1 AS TERMINOLOGIAS..................................................................................................................... 9
3 TURISTAS - QUEM SÃO ELES.......................................................................................................... 12
4 PRESTADORES DE SERVIÇOS......................................................................................................... 15
5 A FUNÇÃO DO DIREITO NA HISTÓRIA DO TURISMO, DA PRÉ-HISTÓRIA AO
MUNDO CONTEMPORÂNEO.......................................................................................................... 18
5.1 DO SÉCULO II A XV d.C. – PRÉ-HISTÓRIA............................................................................... 18
5.2 DO SÉCULO XVI A XVIII d.C........................................................................................................ 20
5.3 DO SÉCULO XIX AO XX................................................................................................................. 20
6 SÉCULO XXI E DIAS ATUAIS............................................................................................................ 22
6.1 DIREITO DO TURISMO.................................................................................................................. 22
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 25
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 26

TÓPICO 2 – PREMISSAS LEGAIS PARA O TURISMO BRASILEIRO........................................ 29


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 29
2 DIREITO E TURISMO: UMA UNIÃO DESEJÁVEL..................................................................... 29
3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO APLICADO AO TURISMO.................... 33
3.1 PRINCÍPIO DA PROMOÇÃO DO TURISMO............................................................................. 34
3.2 PRINCÍPIO DO INCENTIVO AO TURISMO.............................................................................. 34
3.3 PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO............................................................. 35
3.4 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO
TURISMO........................................................................................................................................... 36
3.5 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE POR DANOS A BENS E DIREITOS DO
VALOR TURÍSTICO......................................................................................................................... 37
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 40

TÓPICO 3 – O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO


INTERNACIONAL........................................................................................................... 41
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 41
2 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DO TURISMO.............................................................. 42
2.1 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO.......................................................................... 42
2.2 O CÓDIGO MUNDIAL DE ÉTICA DO TURISMO..................................................................... 46
2.2.1 IATA........................................................................................................................................... 49
2.2.2 WTTC........................................................................................................................................ 51
2.2.3 Organização Internacional da Aviação Civil....................................................................... 54
3 O TURISMO E SUAS PREMISSAS NA UNIÃO EUROPEIA...................................................... 56
3.1 ESTRUTURAS DO TURISMO EUROPEU.................................................................................... 57
LEITURA COMPLEMENTAR 1............................................................................................................. 59

VII
4 NORMAS DO TURISMO NO MERCOSUL.................................................................................... 60
LEITURA COMPLEMENTAR 2............................................................................................................. 63
5 O TURISMO VERSUS DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO E PÚBLICO........................ 66
LEITURA COMPLEMENTAR 3............................................................................................................. 67
5.1 A CONVENÇÃO DE VIENA E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS..................................... 72
5.2 AS RELAÇÕES ENTRE PAÍSES...................................................................................................... 73
LEITURA COMPLEMENTAR 4............................................................................................................. 77
5.3 VISTO PARA OS EUA- COMO FAZER O VISTO PARA OS ESTADOS UNIDOS
DA AMÉRICA................................................................................................................................... 81
LEITURA COMPLEMENTAR 5............................................................................................................. 85
5.4 DEPORTAÇÃO, EXPULSÃO E EXTRADIÇÃO......................................................................... 91
6 OS CONFLITOS INTERNACIONAIS E O TURISMO................................................................. 93
7 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E O TURISMO............................................ 94
LEITURA COMPLEMENTAR 6............................................................................................................. 97
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 99
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 100

UNIDADE 2 – O TURISMO NO BRASIL.........................................................................................101

TÓPICO 1 – ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO........................103


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................103
2 POLÍTICA NACIONAL DO TURISMO.........................................................................................104
2.1 A FUNÇÃO DO GOVERNO NO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NO PAÍS...........104
2.2 MINISTÉRIO DO TURISMO........................................................................................................106
3 EMBRATUR..........................................................................................................................................114
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................116
3.1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA.......................................................................................120
3.2 CONSELHO NACIONAL DO TURISMO.................................................................................122
3.3 OBJETIVOS SETORIAIS PARA O TURISMO.............................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................129
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................130

TÓPICO 2 – APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO............. 131


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 131
2 AGÊNCIAS DE TURISMO............................................................................................................... 132
2.1 OBRIGAÇÕES DAS AGÊNCIAS DE TURISMO....................................................................... 135
2.1.1 Fiscalização, penalidades e recursos................................................................................... 137
3 TURISMO E SUA ORGANIZAÇÃO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS................................. 142
3.1 PROFISSIONAIS DO TURISMO.................................................................................................. 143
3.2 ORGANIZADORAS DE EVENTOS............................................................................................. 150
3.3 MEIOS DE HOSPEDAGEM.......................................................................................................... 150
3.4 OFERTA DE SERVIÇOS TURÍSTICOS....................................................................................... 154
3.5 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA PROGRAMAS E ROTEIROS DE VIAGENS................ 155
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 157
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 158

TÓPICO 3 – O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL..... 159


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 159
2 ORDENAMENTOS LEGAIS............................................................................................................. 159
2.1 DECRETO-LEI Nº 406, DE 04/05/1938........................................................................................ 160
2.2 DECRETO – LEI Nº 55/66............................................................................................................. 164

VIII
3 LEI Nº 6.505/77: IDENTIFICAÇÃO DOS PRESTADORES DE SERVIÇO............................... 165
4 OS MENORES E O RESPALDO LEGAL PARA A PRÁTICA DO TURISMO........................ 166
4.1 PROGRAMA TURISMO SUSTENTÁVEL E INFÂNCIA (TSI).............................................. 170
5 LEGISLAÇÃO APLICADA A VIAGENS À POPULAÇÃO COM IDADE SUPERIOR
A 60 ANOS............................................................................................................................................ 171
6 TEXTOS LEGAIS APLICADOS AOS PRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS........ 176
7 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VINCULADA AO TURISMO.............................................. 181
7.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.................................................................................................... 182
7.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE......................................................................................... 182
7.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE................................................................................................. 183
7.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE.................................................................................................. 183
7.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA...................................................................................................... 183
8 DIREITO AMBIENTAL E O TURISMO BRASILEIRO............................................................... 184
LEITURA COMPLEMENTAR 1........................................................................................................... 187
LEITURA COMPLEMENTAR 2........................................................................................................... 189
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 190
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 191

UNIDADE 3 – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO...... 193

TÓPICO 1 – TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA..................................................... 195


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 195
2 O TURISMO E A RELAÇÃO DE CONSUMO.............................................................................. 195
3 DIREITOS DO CONSUMIDOR E DO TURISTA........................................................................ 197
3.1 DIREITOS BÁSICOS DO TURISTA............................................................................................. 198
3.1.1 Direito à segurança................................................................................................................ 199
3.1.2 Direito à saúde....................................................................................................................... 199
3.1.3 Direito a informações............................................................................................................ 200
3.1.4 Movimentação das pessoas.................................................................................................. 200
3.2 DIREITOS DO CONTRATANTE E DO CONSUMIDOR.......................................................... 201
3.2.1 Liberdade de escolher e igualdade para contratar........................................................... 201
3.2.2 Proteção contra publicidade enganosa e abusiva e métodos comerciais abusivos...... 201
3.2.3 Modificação e revisão de cláusulas desproporcionais..................................................... 201
3.2.4 Facilitação de defesa.............................................................................................................. 202
3.2.5 Inversão do ônus da prova................................................................................................... 202
4 RESPONSABILIDADE CIVIL DOS FORNECEDORES TURÍSTICOS................................... 203
4.1 RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA..................................................................... 203
4.2 RESPONSABILIDADE PELO FATO DE OUTREM.................................................................. 205
4.3 RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO.................................. 206
4.4 RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO................................... 207
4.5 DEFEITOS E VÍCIOS ESPECÍFICOS............................................................................................ 208
4.6 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO.................................................................................................. 208
4.7 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA................................................... 209
5 PRÁTICAS COMERCIAIS DO MERCADO TURÍSTICO......................................................... 210
5.1 REGULAMENTAÇÃO DO FORNECIMENTO........................................................................ 210
5.2 DISTRIBUIÇÃO E OFERTA NO TURISMO............................................................................... 211
5.3 PUBLICIDADE E PROMOÇÃO................................................................................................... 212
5.4 PRÁTICA ABUSIVA...................................................................................................................... 212
5.5 COBRANÇA DE DÍVIDAS.......................................................................................................... 214
6 PROBLEMAS USUAIS DOS TURISTAS....................................................................................... 215
6.1 PERDA, EXTRAVIO OU AVARIA DA BAGAGEM.................................................................. 215

IX
6.2 ATRASO NO EMBARQUE OU OVERBOOKING.................................................................... 216
6.3 ACIDENTES PESSOAIS................................................................................................................ 219
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 221
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 222

TÓPICO 2 – SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO


TURISTA......................................................................................................................... 223
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 223
2 PROCESSO ADMINISTRATIVO, PENAL E CÍVEL................................................................... 224
2.1 PROTEÇÃO ADMINISTRATIVA AO CONSUMIDOR.......................................................... 224
2.2 A FISCALIZAÇÃO........................................................................................................................ 227
2.3 SANÇÕES ADMINISTRATIVAS................................................................................................ 228
2.4 INFRAÇÕES PENAIS DE CONSUMO...................................................................................... 231
2.5 DEFESA JUDICIAL CÍVEL.......................................................................................................... 235
2.6 AÇÕES COLETIVAS...................................................................................................................... 236
2.7 AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE BENS E DE SERVIÇOS........ 237
3 SITUAÇÕES DIVERSAS EM MEIOS DE HOSPEDAGEM...................................................... 237
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 242
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 243

TÓPICO 3 – CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL


DO TURISMO NACIONAL......................................................................................... 245
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 245
2 TRATAMENTO LEGAL DESTINADO AO TURISMO............................................................. 245
3 MINISTÉRIO DO TURISMO.......................................................................................................... 248
4 PATRIMÔNIO TURÍSTICO NACIONAL..................................................................................... 251
4.1 IPHAN............................................................................................................................................. 255
5 FINANCIAMENTOS OFICIAIS...................................................................................................... 260
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 273
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 274

TÓPICO 4 – CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO


E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR.............................................. 275
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 275
2 TRANSPORTADORAS TURÍSTICAS........................................................................................... 275
3 DIREITO AÉREO INTERNACIONAL........................................................................................... 277
4 BASES DO DIREITO AÉREO BRASILEIRO................................................................................ 281
4.1 RESOLUÇÕES ANAC PARA O TRANSPORTE AÉREO........................................................ 284
5 TRANSPORTE MARÍTIMO E TURISMO.................................................................................... 290
6 TRANSPORTE RODOVIÁRIO APLICADO AO TURISMO.................................................... 297
7 VAI VIAJAR? SAIBA ADEQUAR AS SUAS ROUPAS AO LOCAL VISITADO................. 300
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 305
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 311
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 312
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 313

X
UNIDADE 1

CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A
APLICAÇÃO DO DIREITO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você estará apto (a) a:

• reconhecer as tendências, classificações encontradas no turismo e a função


do Direito na história do turismo, da antiguidade ao momento contempo-
râneo;

• aferir os princípios constitucionais provisionados para o turismo e conhe-


cer alguns dos órgãos e instituições que auxiliam na regulação das ativi-
dades em turismo;

• compreender as relações estabelecidas para o turismo no contexto mun-


dial, as organizações internacionais vinculadas e os textos legais atribuí-
dos à temática;

• abarcar alguns conceitos e regulamentos que envolvem o direito público e


privado nas ações que têm por objeto o turismo no âmbito internacional.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos e em cada um deles você
encontrará atividades que facilitarão a compreensão e apropriação dos
conteúdos.

TÓPICO 1 - EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

TÓPICO 2 - PREMISSAS LEGAIS PARA O TURISMO BRASILEIRO

TÓPICO 3 - O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO


INTERNACIONAL

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

1 INTRODUÇÃO
Será que podemos acreditar que o turismo nasceu quando o homem
percebeu que tinha para si um imenso espaço e que nele poderia movimentar-se?

Viajar tornou-se então inerente ao ser humano, fazendo dele um nômade.


Mas o significado de turismo não é o mesmo de migração, mas foi a migração que
pode ter desencadeado o turismo.

A seguir veremos que turismo é, segundo Oscar de La Torre Padilla,


(1992, p. 21), um “[...] fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário
e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por
motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência
habitual para outro [...]”.

Neste contexto abordaremos conceitos, tipos, terminologias, classificações


de turismo e, para fechamento, abordaremos a importância e função do direito na
história do turismo, da pré-história ao mundo contemporâneo.

Prezado(a) acadêmico(a), queremos lhe fazer um convite! Venha fazer


parte deste universo de conhecimento e informações. Embarque aqui! Neste
momento!

2 REFLEXÕES SOBRE O TURISMO


No Brasil e outros países há a confirmação, por parte da Organização
Mundial de Turismo (OMT), de que a tendência do turismo é muito positiva.

3
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

UNI

Veja no site da Organização Mundial do Turismo – WTO o que a entidade diz a


este respeito. Encontram-se disponíveis os dados sobre o rendimento e despesas por turistas
internacionais em 2011, que estão em linha com a tendência positiva das chegadas.

Entre os dez principais destinos turísticos, a receita cresceu


significativamente:

 Estados Unidos (+12%).


 Espanha (9%).
 Hong Kong (China) (+25%).
 Reino Unido (7%).

Na cabeça dos dez países com a maior despesa do turismo ficou fonte
de mercados emergentes:

 China (+38%).

 Rússia (+21%).

 Brasil (+32%).

 Índia (+32%) - seguido por mercados tradicionais, embora o aumento nos


gastos de turistas da:

 Alemanha (4%).

 EUA (5%) superou os níveis de anos anteriores.

O Turismo Internacional no caminho certo para chegar a um bilhão


de turistas em 2012

A OMT espera que o turismo internacional continue crescendo em 2012,


embora a um ritmo mais lento. Os recém-chegados vão aumentar entre 3% e
4%, atingindo o marco de um bilhão até o final do ano. Economias emergentes
irão recuperar a liderança, com mais forte crescimento na Ásia-Pacífico e África
(de 4% para 6%), seguida pelas Américas e Europa (de 2% a 4%). Oriente Médio
(de 0% a 5%) pode começar a recuperar algumas das suas perdas a partir de
2011.

4
TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

As perspectivas são confirmadas pelo índice de confiança da OMT. O


grupo de peritos da OMT, composto por 400 especialistas de todo o mundo,
afiança que o setor do turismo deverá ter resultados positivos em 2012, embora
ligeiramente inferior ao do ano passado.

Governos alertados a tornar a viagem mais fácil:

Enquanto o destino do mundo está à procura de formas para estimular


a demanda para viajar em condições econômicas, a OMT alerta os governos a
considerarem a possibilidade de promover a facilitação da viagem, uma área em
que, apesar do grande progresso já registrado, ainda há muito a ser feito. A OMT
aconselha os países a utilizarem tecnologias de informação e comunicação para
melhorar a aplicação e processamento de vistos, agilizar o tempo de emissão e
explorar o impacto potencial de facilitação de viagens de suas áreas turísticas.

A facilitação de viagens está intimamente relacionada ao desenvolvimento


do turismo e pode ser a chave para a condução da demanda. A questão é
particularmente importante num momento em que os governos procuram
formas de incentivar o crescimento econômico, mas têm pouco espaço para a
utilização de incentivos fiscais ou investimentos públicos.

FONTE: <http://media.unwto.org/es/press-release/2012-01-16/el-turismo-internacional-
alcanzara-la-cifra-de-los-mil-millones-en-2012>. Acesso em: 22 jan. 2012.

Ainda para a OMT: de acordo com a previsão de longo prazo


recentemente publicada pela OMT, as chegadas de turistas internacionais
alcançarão 1,8 bilhão em 2030. O relatório apresentado na XIX Reunião da
Assembleia Geral da OMT confima que o turismo internacional continuará a
crescer continuamente nas próximas duas décadas [...]

FONTE: <http://media.unwto.org/es/press-release/2011-10-11/los-turistas-internacionales-
llegaran-1800-millones-en-2030>. Acesso em: 22 jan. 2012.

A partir deste momento, para um melhor entendimento ou apenas para


relembrar, abordaremos rapidamente alguns conceitos que autores, universidades,
associações definem como turismo.

De acordo com Schattenhofen (1911, p. 76), a Universidade de Berlim


iniciou os estudos em 1911 na área da economia, e define que turismo é:
[...] o conceito que compreende todos os processos, especialmente
os econômicos, que se manifestam na chegada, na permanência e na
saída do turista de um determinado município, estado ou país.

5
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Em meados de 1940, na Suíça, Walter Hunziker e Kurt Krapf (1942 p. 16)


lançaram o conceito que até os dias atuais é bastante considerado, inclusive pela
Associação Internacional de Especialistas na Ciência do Turismo: é o conjunto
das relações e dos fenômenos produzidos pelo deslocamento e permanência
de pessoas fora do seu local de domicílio, sempre que os ditos deslocamentos e
permanências não estejam motivados por uma atividade lucrativa.

O turismo é um fenômeno social, cultural e econômico que implica o


movimento de pessoas para países ou lugares fora do seu ambiente habitual
para fins pessoais ou de negócios/profissional.

FONTE: <http://www.unwto.org/pdf/Understanding_Tourism-BasicGlossary_EN.pdf>.
Acesso em: 21 jan. 2012.

Por fim, não podemos deixar de citar a definição de Oscar de La Torre


Padilla (1992, p. 43), que define turismo como um:

[...] fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e


temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente
por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu
local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma
atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações
de importância social, cultural e econômica.

Cabe ressaltar que durante muito tempo a atividade turística ficou


relegada às agências, hotéis e companhias de transporte, mas que atualmente
nem todos os empreendimentos estão ligados ao turismo especificamente, visto
que, com o passar dos anos, o hotel, por exemplo, não necessariamente precisa
estar ligado ao turismo para consolidar sua existência. O mesmo acontece com as
companhias de transporte turísticas e com as agências.

Então, para que uma pessoa possa viajar, independentemente dela querer
utilizar um pacote turístico ou não, haverá necessidade de uma preparação, um
planejamento de recepção e de prestação de serviços, vias de acesso, saneamento
básico, alojamento, alimentação e recreação. Para tanto, há a necessidade de uma
estrutura de atendimento no local de origem do turista, composta das agências ou
operadoras, guias ou programas digitais que preparam a partida deste usuário
do sistema, companhias de transporte que viabilizarão o deslocamento e, por
último, o equipamento receptor no local do destino, serviços que serão prestados
ao turista juntamente das relações com os residentes no sítio turístico.

A partir dos anos 1960, após a Segunda Guerra Mundial, muitos países
viram o turismo como um potencial econômico a ser consolidado, oportunizando a
compensação dos anos de crise vividos durante a guerra. Assim, em 1970 os turistas
eram vistos como devoradores de paisagens, por causa do desenvolvimento
desenfreado do setor. Já em 1990 iniciou-se o reconhecimento do turismo não

6
TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

planejado e suas consequências, o que poderia ser evitado se houvesse estudos


das implicações psicológicas, sociológicas e jurídicas do turismo. Hoje, muitos
estados têm implementado uma política para o turismo, dando uma dimensão
a seus objetivos, tendo como apoio a OMT – Organização Mundial do Turismo.
Atualmente se discute os reais custos e benefícios do turismo para a sociedade,
para a política, o meio ambiente, a cultura, e não somente para a economia,
assim permite uma mudança de atitude em relação ao setor. A OMT deseja cada
vez mais a implantação do Código Mundial de Ética do Turismo e as diversas
diretivas da União Europeia.

ATENCAO

A Organização Mundial do Turismo (OMT) é uma agência especializada das


Nações Unidas e a principal organização internacional no domínio do turismo. É um fórum
global para questões de política de turismo e uma fonte prática de conhecimentos neste
campo. Sua sede é em Madri, na Espanha. A OMT (WTO) conta com 155 países, sete territórios.

Convido você, caro acadêmico, a acessar o site a seguir para conhecer um pouco mais
da origem e outras peculiaridades. Disponível em:<http://unwto.org/es/content/acerca-de-
la-omt>.

Sabe-se que no cenário atual existem vantagens e inconvenientes que


resultam em um desenvolvimento favorável ou desfavorável a uma comunidade.
Dessa forma, o turismo sadio pode ser contemplado por meio de algumas
condutas que ajudam neste processo. Algumas situações favoráveis podem ser
apreciadas a seguir:

 Benefício da população autóctone.

 Não alteração da paisagem, de modo a não descaracterizá-la.

 Elaboração de projetos de médio e longo prazo, de preferência a soluções


paliativas, de curto prazo, para conflitos oriundos do turismo.

 Garantia do desenvolvimento da comunidade autóctone.

 Não especulação sobre a terra.

 Garantia da autodeterminação e proibição do confisco estrangeiro, ou seja,


direito da população local de ser consultada sobre novos projetos turísticos
e de participar do planejamento e da realização destes.

FONTE: <books.google.com.br/books?isbn=8573593075>. Acesso em: 4 fev. 2012.

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UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Estas condutas formam gradualmente diretrizes que hão de colaborar


para um desenvolvimento eficaz e harmonioso dentro do setor.

O fenômeno turístico é complexo e diversificado, no que tange à parte


social, política, cultural e econômica. A tipologia adotada neste caderno será de
turismo geral, ou seja, tanto social, político, cultural e econômico, assim também
será abordado no direito.

O turismo possui a característica emissiva e receptiva e pode ser


classificado como nacional e estrangeiro. Relembrando que turismo emissivo é
aquele que envia turistas para fora de sua região, e o receptivo o que recebe os
turistas advindos de outras regiões.

Conforme Padilla (1992, p. 54), “o turismo nacional é desenvolvido por


turistas do próprio país e que o praticam dentro das fronteiras do mesmo”.
Para Fuster (1999, p. 28), “o estrangeiro é composto pelo contingente de pessoas
estrangeiras que entram em um determinado país”.

Em termos de volume, o turismo é classificado como o de minorias ou de


massas. O autor Acerenza (1999, p. 82) cita que “o turismo de minorias ou seletivo
envolve destinos turísticos que por si só possuem baixa procura em termos de
volume. No turismo de massa, os destinos turísticos são bastante procurados
pelas pessoas”.

No que tange à autonomia, o turismo pode ser livre ou dirigido. No livre,


o turista escolhe a temporada e o destino. O dirigido se difere, visto que o turista
precisa respeitar um calendário anual.

Quanto à duração, o turismo pode ser de excursionista, de fim de semana,


de férias ou de tempo indeterminado, ou seja, sem uma data predefinida de
retorno. No entanto, é necessário atentar-se que o período que caracteriza a
atividade turística é menor que um ano.

Em relação à frequência, pode ser esporádico ou regular, e em relação ao


alojamento pode ser hoteleiro ou extra-hoteleiro.

Quanto ao objetivo ou motivação, o turismo pode receber algumas


classificações, podendo ser visado pelo descanso, lazer, cura, desporte,
gastronomia, cultivo de religião, cultural ou finalidade profissional.

Na questão do modo de viajar, pode ser coletivo ou particular.

Quanto ao transporte utilizado, pode ser rodoviário, aéreo, ferroviário,


aquático ou combinações, conforme a necessidade.

Pela permanência, pode ser estável quando o turista se fixa no destino, ou


itinerante, quando passa viajando mais tempo do que estando no destino.

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TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

Em relação à geografia, pode ser de litoral, rural, de montanha, urbano,


ou fazer uma combinação entre os citados.

Já por faixa etária, pode ser infantojuvenil, adulto, de terceira idade ou


familiar.

Quanto ao ponto de vista do financiamento, pode ser autofinanciado, social


ou gratuito. No turismo autofinanciado, o próprio turista arca com as despesas.
No social, existe a subvenção do Estado. E no gratuito, pode ser realizado por
meio de algum prêmio recebido através de empresas.

Normalmente, o turismo externo é caracterizado pela utilização da


classe média, que geralmente opta pelo turismo de massa, de férias e aproveita
oportunidades profissionais para incluir atividades turísticas em congressos e
outros eventos. Estes normalmente utilizam transporte coletivo de todos os tipos,
e pode ser autofinanciado, social ou até mesmo gratuito.

A classe baixa só opta por turismo de massa e pratica o turismo religioso.


Viaja de forma coletiva, geralmente por excursão ou turismo de fim de semana,
necessitando muito de subvenções por meio do turismo gratuito.

2.1 AS TERMINOLOGIAS
Dando sequência ao conteúdo, não poderíamos deixar de abordar as
terminologias relacionadas ao turismo. Neste momento, traremos a elaboração
conforme Boullón, contemplada no final da década de 1980 e bastante utilizada
atualmente:

Área
 turística: é dito que uma área deve contemplar um centro
turístico, no mínimo dez atrativos turísticos e infraestrutura de
transporte e comunicação. A área corresponde a cada uma das partes
de uma zona, sendo subdivididas em subsistemas.
 Atrativos turísticos: é o que atrai a visita do turista.
 Centro Turístico: deve estabelecer um raio de influência em duas
horas de distância-tempo. Deve ter alojamentos, alimentação, lazer,
agências de viagens com serviço receptivo, informação turística
local, comércio de artigos de turismo, serviços públicos essenciais
e sistema de transporte conectado com outros centros urbanos em
âmbito nacional ou internacional. Cabe ressaltar que os centros
turísticos de distribuição podem ser divididos em quatro tipos:
 De distribuição: servem como base para a saída de excursões diurnas
que retornam para dormir.
 De estadia: os turistas permanecem por longas temporadas,
retornando todos os anos.
 De excursão: recebem turistas que vêm do centro de distribuição por
um período inferior a 24 horas.
 De escala: serve para conexões de transportes entre mercado receptor
e emissor.
 Complexos turísticos: em geral, compreendem o porte de dois ou
três centros turísticos, mas menores que uma zona ou área. São

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UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

centros de distribuição que atingem um nível superior de hierarquia,


que na média permanecem três dias ou mais.
Conjunto turístico: este passa a ter serviços essenciais, como

estacionamento, informação, guias, sanitários e outros. Relaciona-se
com o restante do território.
Corredor turístico: são vias de conexão entre zonas, áreas, complexos,

centros, conjuntos, atrativos, portões de entrada e núcleos emissores.
Núcleos turísticos: neste encontramos de dois a nove atrativos

turísticos, isolados entre si e sem comunicação eficaz. Desenvolvem um
turismo rudimentar.
Polo turístico: é um núcleo que emite turistas.

Unidade turística: é menor que um centro de estada, por possuir

apenas um atrativo específico e um turista específico. (BOULLÓN,
1987, p. 19).

O autor Badaró (2003, p. 41), bem como Boullón, (2002, p. 278), trazem
em suas bibliografias que a “União Europeia também possui terminologias,
relativas ao recolhimento de informações estatísticas no setor do turismo, tendo
padronizado os diversos termos utilizados pelos países membros no campo do
turismo”.

Trata-se dos seguintes termos:

• Alojamento turístico: estabelecimento que forneça regularmente ou


ocasionalmente pernoite a turistas.

Os tipos de alojamentos turísticos são:

- alojamento turístico coletivo;


- estabelecimentos hoteleiros e similares;
- somente hoteleiros;
- somente similares;
- outros estabelecimentos de alojamento coletivo e especializado;
- residências turísticas;
- parques de campismo;
- marinas.

• Outros tipos de alojamento turístico não especificado: pousadas da


juventude, dormitórios turísticos, alojamento de grupos, residências de
férias para idosos, alojamento de férias e pousada para trabalhadores, lares
para estudantes e dormitórios escolares ou outras instalações similares
geridas por uma gestão comum, com interesse social, e que são subsidiadas
geralmente por:

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TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

- estabelecimentos de saúde;
- campos de férias e de trabalho;
- transportes públicos de passageiros;
- centros de conferências; alojamento privados (casa de férias, alojamento
fornecido gratuitamente por familiares e amigos, alojamento privado não
especificado – tendas ou locais sem estrutura organizada);
- alojamento arrendado;
- habitações arrendadas.

• País de residência: quando uma pessoa é considerada residente num local/


país.

• Turismo: conceitos e suas formas, como turismo interno; receptor; emissor.


E ainda três categorias, como:

- turismo interior (turismo interno e receptor);


- turismo nacional (turismo interno e turismo emissor); e
- ainda o turismo internacional (turismo receptor e emissor).

• Viajante: indivíduo que se desloca entre dois ou mais países distintos ou


entre dois ou mais lugares no interior de seu país de residência habitual,
independentemente do motivo.

• Visitante: turistas, excursionistas. O que os difere:

- Ambiente habitual.
- Motivo da viagem.
- Local e/ou país de origem.
- Número de estadias de turismo.
- Duração da estadia.
- Organização da estadia.
- Viagens organizadas.

• Classificação dos meios de transporte: aéreo, marítimo, terrestre, veículos


privados e alugados e outros tipos.

• Despesas para turismo: trata-se do total gasto por um visitante e/ou por
alguém em seu benefício durante sua viagem ou estadia no lugar de destino.

• Viagens, férias e viagens organizadas: incluem hospedagem, transporte,


seguros, taxas, programas recreativos e outros.

11
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

UNI

Caro acadêmico:
Visite o site do jornal oficial da União Europeia:
<http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2011:192:0017:0032:PT:PDF>, e
ainda acesse o site: <http://eurlex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CONSLEG:1995L
0057:20041221:pt:pdfref>, para conhecer um documento que constitui um instrumento de
documentação. O documento se refere à Diretiva nº 95/57/CE, que trata do recolhimento das
informações estatísticas no turismo. Informe-se, é esclarecedor!

3 TURISTAS - QUEM SÃO ELES


Para um melhor entendimento e reflexão, vamos verificar a seguir a
definição de turista.

Um visitante (receptor interno ou transmissor) é classificado como turista


(ou visitante durante a noite) se a sua viagem inclui pernoite (WTO, 2012).

NOTA

WTO A Organização Mundial do Turismo (The WTO World Tourism Organization).

Segundo a OMT (2012), um visitante é uma pessoa que viaja para um


destino diferente do seu ambiente habitual, não por mais de um ano, com
finalidade de lazer, negócios ou outros motivos pessoais, além de ser contratado
por uma entidade residente no país ou local visitado. Um visitante (receptor
interno ou transmissor) é classificado como um turista (ou visitante durante
a noite), se a sua viagem inclui um pernoite, ou como um visitante do dia (ou
andarilho) de outra forma. E visitante de negócios se caracteriza pelo visitante/
profissional ser de alguma empresa.

A classificação dos tipos de turistas, segundo Murphy (2000, p. 153), por


meio do sistema cognitivo-normativo pode ser:

12
TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

• Turistas alocêntricos: são exploradores e aventureiros; em busca de lugares


novos e convivência com a população autóctone.

• Turistas mesocêntricos: de forma individual, viajam para os sítios turísticos já


conhecidos e sua relação com a população local é comercial.

• Turistas psicocêntricos: viajam em grupos e frequentam somente sítios


turísticos que lhes sejam familiares, que representem o seu próprio local de
origem.

Na maioria das vezes, o turista é tratado de maneira grosseira pela


sociedade. Os turistas chegam a ser comparados com nuvens de gafanhotos, que
surgem rapidamente, devoram tudo por onde passam e desaparecem. Muitas
vezes, são alvo de chacota. O autor Krippendorf (2001, p. 67) diz que não importa
o que os turistas façam, muitas vezes são tipificados como:

• Turista ridículo: notado pela aparência, visto como identificação universal,


pois leva com ele uma câmera fotográfica pendurada no pescoço e veste roupas
engraçadas.

• Turista ingênuo: nunca viajou, não fala nenhuma língua estrangeira, faz
perguntas idiotas e se deixa enganar com facilidade.

• Turista em grupo: é dependente do grupo e guia. Sem eles estaria perdido.

• Turista detestável: acha que o mundo inteiro lhe pertence e pratica tudo o que
não faria em seu local de origem.

• Turista inculto: não tem interesse pelo sítio turístico e população local.

• Turista rico: é exibicionista, quer mostrar que pode e quer comprar tudo.

• Turista explorador: tira proveito das pessoas do local que está visitando.

• Turista poluidor: desconfigura a paisagem, poluindo de várias formas o local


que está visitando.

• Turista alternativo: prefere explorar recantos não visitados e prepara a via para
o turismo de massa.

Diante do apresentado, muitos turistas falam outros idiomas, têm


experiências de outras viagens, e mesmo assim acham que seu comportamento
equivocado é um caso isolado e que não prejudicará em nada o processo no sistema
turístico. Mesmo estando em um grupo. No entanto, este tipo de comportamento

13
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

acarreta um desconforto grande, visto que seu caso não é fato isolado e é preciso
ressaltar que a soma de todos os atos individuais resulta em um todo. Este perfil
acaba inibindo o desenvolvimento sustentável, expansão econômica e menos
ainda pela proteção à paisagem. É egocêntrico, não tem consciência de seus atos
e de sua responsabilidade em relação ao turismo.

Por outro lado, não podemos deixar de destacar o turista responsável, que
revela uma atitude crítica, que vai desde a escolha do seu destino até o momento
de desfrutar da vida cotidiana. Se atenta muito a detalhes e características do
sítio turístico, valorizando todo e qualquer detalhe, respeitando as populações
e culturas locais que visita. Procura permanecer mais tempo no local para que
consiga aprender algo com a população autóctone. Neste caso, Krippendorf
(2001, p. 67) afirma que:

[...] o turista responsável se rebela contra o mercantilismo irrefletido e


o nivelamento praticado pela maioria dos métodos de turismo. A essa
enorme maquinaria montada ele opõe a própria atitude, visando não
a exploração, mas a ação responsável.

Com este comportamento comprometido, enquanto turista, vale destacar


deveres e responsabilidades que podem despertar o interesse e a reflexão no
processo de participar como autor direto. Ron O’Grady (1980, p. 60) destaca
formas de conduta e desenvolvimento sadio e harmonioso do turismo. De forma
traduzida:

• Compreender em vez de apossar-se.


• Olhar em vez de pegar.
• Alcançar em vez de conquistar.
• Respeitar em vez de desprezar.
• Ir ao encontro de algo em vez de ir contra algo.
• Provar em vez de reprovar.
• Rir em vez de recriminar alguém.
• Escutar em vez de ouvir.
• Perguntar em vez de responder.
• Procurar em vez de achar.

Diante do exposto, podemos apreciar um perfil de turista que se


sensibilizará e ao mesmo tempo será crítico e responsável.

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TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

4 PRESTADORES DE SERVIÇOS

O fortalecimento da cultura da qualidade na prestação de serviços no


turismo visa ampliar o acesso às normas brasileiras publicadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Assegura a participação brasileira nos
fóruns de debates internacionais.

FONTE: <http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=931http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_
pagina=1001>. Acesso em: 23 jan. 2012.

FIGURA 1 – ABNT

FONTE: ABNT. <http://www.google. com.br/


imgres?q=abnt&um=1&hl=pt- BR&client=firefoxa&sa=N&rls=org.
mozilla:ptBR:official&channel=s&biw=1440&bih=736&tbm=isch&tbnid=5hA0QzHcm
Yd7CM:&imgrefurl=http://www.dm2.ind.br/dados.html&docid=odAHOrySQcpasM&imgurl=
http://www.dm2.ind.br/images/LOGO-ABNT>. Acesso em: 15 fev 2012.

No intuito de atender às ações do macroprograma de Certificação do


Turismo, o Ministério do Turismo firmou contrato com a ABNT, reconhecido como
foro nacional de normalização para a disponibilização das normas publicadas e
as que vierem a ser desenvolvidas.

Busca um setor de turismo plenamente informado sobre o processo de


normalização no turismo em âmbito nacional e internacional.

ATENCAO

O público pode ter acesso às normas pelo site:< www.abnt.org.br>. No entanto,


é necessário um cadastro prévio que demanda, dentre outras informações, cadastro de
pessoa física, área de atuação, endereço eletrônico etc. Cabe ainda observar que as normas
não poderão ser salvas, mas tão somente visualizadas e impressas. Convido você, caro(a)
acadêmico(a), a acessar o site citado para aprofundar seus conhecimentos.
Acesse: <http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=936>.

15
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Nesta questão da qualidade certificada que abordamos há pouco,


podemos vislumbrar a prestação de serviços turísticos. Na bibliografia de
Badaró (2003, p. 41):

serviços turísticos são prestados exclusivamente para o turista e para


quem vive do turismo. Hotelaria, agenciamento e transporte também
são considerados serviços turísticos. Também são serviços turísticos
os oferecidos no interior de um equipamento turístico, tais como os de
hotelaria, agenciamento e transporte.

DICAS

Caro (a) acadêmico (a), agregando valor às informações recebidas, acesse a


íntegra da Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977, que trata das atividades e dos serviços
turísticos e estabelece condições para seu funcionamento e fiscalização. Altera a redação
do artigo 18 do Decreto-Lei nº 1.439, de 30 de dezembro de 1975, e dá outras providências.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6505.htm>.

O turismo é um complexo de serviços e produtos que são fornecidos


para satisfazer a procura dos consumidores, das empresas e do setor público,
referenciando viagens dentro e fora do país.

Para Badaró, (2002, p. 154):

A atividade está amplamente descentralizada e interligada com a


economia devido à mobilidade e à variedade das necessidades dos
turistas, bem como ao fato de os produtos e serviços relacionados a ele
serem comprados antes, durante e até após a viagem. No turismo, toda
uma estrutura precisa estar a postos visando um bom atendimento,
uma boa prestação de serviços [...].

Antes de 2003, o Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur criou diretrizes


para a prática do turismo, que tinham por finalidade propor, executar e fazer
executar a Política Nacional do Turismo. Porém, Badaró (2003, p. 172) diz que a
Lei nº 10.683/03, de 2003, do Ministério do Turismo, criou competências as quais
podemos citar:

a) política nacional de desenvolvimento do turismo;


b) promoção e divulgação do turismo nacional, no país e no exterior;
c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às atividades
turísticas;
d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos planos e
programas de incentivo ao turismo;
e) gestão do Fundo Geral de Turismo;
f) desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Certificação e Classificação
das atividades, empreendimentos e equipamentos dos prestadores de
serviços turísticos.

16
TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

O Plano Nacional do Turismo de 2003, ao definir a estrutura do


Ministério do Turismo, aponta que em 2003 a Embratur passa a ser uma
autarquia que tem como área de competência a promoção, a divulgação e o
apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/embratur/>.
Acesso em: 23 jan. 2012.

É importante ressaltar que a Política Nacional do Turismo tem uma linha


reguladora à prática do turismo, como forma de promover a valorização e a
preservação do patrimônio natural e cultural do país. Além da valorização do
homem como destinatário final do desenvolvimento turístico, tem por finalidade
o desenvolvimento do turismo e o seu equacionamento como fonte de renda
nacional.

Na Política Nacional do Turismo existem objetivos setoriais, e no que


tange à prestação de serviços pode-se citar:

Baseia-se na Lei nº 11.771.

Criar ambiente para a geração de empregos, a redução das


desigualdades regionais e a inclusão social dos excluídos.

Garantir direitos e qualidade na prestação de serviços turísticos ao


consumidor.

Promover a utilização sustentável do patrimônio histórico, artístico,


etnográfico e ambiental do Brasil, privilegiando os critérios universais
de conservação e ensejando empreendimentos geradores de emprego
e renda. (BRASIL, 2012).

Para Badaró (2004, p. 248):

o direito das relações de consumo precisa ser pensado como legislação


voltada para a elevação da qualidade das relações de fornecimento e
consumo, preservando a relação jurídica e não a pessoa do consumidor.

Para alcançar metas externas e internas, a Política Nacional do Turismo


continuará galgando o aprofundamento da municipalização do turismo, pela
capacitação da força de trabalho, focando principalmente na melhoria da qualidade
de serviços, bem como investindo em infraestrutura básica e modernização das
leis em relação ao setor.

17
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

5 A FUNÇÃO DO DIREITO NA HISTÓRIA DO TURISMO,


DA PRÉ-HISTÓRIA AO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Diante de todo o conteúdo abordado até o momento, adentraremos em
uma parte da história bastante interessante e vislumbraremos os acontecimentos
que marcaram desde a pré-história até os dias atuais.

“No início de toda a história sabemos que o homem primitivo migrava


de um lugar para outro na busca de sua subsistência” (BADARÓ, 2003, p. 59).
Neste caso, percebemos que ele saía de um lugar sem a intenção do retorno.
Diante disso, o nomadismo não é considerado turismo.

5.1 DO SÉCULO II A XV d.C. – PRÉ-HISTÓRIA


“Na Grécia Antiga pode ter surgido entre os fenícios da Roma Antiga a pré-
história do turismo, ou até mesmo antes da escrita milhões de anos” (BADARÓ,
2003, p. 59).

Badaró (2003, p. 60) cita que autores como “La Torre, MacIntire e Lévy
mencionam que o surgimento do turismo na Grécia no séc. VIII a.C. foi em virtude
das pessoas viajarem quilômetros e quilômetros com o intuito de verem os jogos
olímpicos a cada quatro anos”.

Já McIntosh (1999, p. 27) e Leakey (1999, p. 138) acreditam que os fenícios


foram os autores, “por terem inventado a moeda, assim estimulando o comércio
e a expansão marítima comercial”.

Muitas são as possibilidades do surgimento do turismo, seja por meio dos


romanos, fenícios, gregos. O que se ressalta é que seja em processo migratório
– viagem definitiva, ou por processo de retorno – viagem temporária. Pode-se
encontrar muitas possibilidades de turismo em outras culturas e povos além das
civilizações já citadas.

“Os serviços prestados naquela época eram realizados por escravos e,


assim, não caracterizava o turismo; com isso não havia uma relação capitalista, a
exemplo da sociedade industrial”. (BADARÓ, 2003, p. 60).

Entre os séculos II a.C e II d.C., após 456 d.C., muitas estradas foram
construídas pelo Império Romano, possibilitando as viagens com
maior frequência. Os romanos foram os primeiros considerados
a viajar por prazer, pois por meio de materiais e pesquisas pode-se
constatar que o romano buscava divertimento e relaxamento (MAIOR,
1990, p. 138).

Houve também a peregrinação até Jerusalém e ao Santo Sepulcro, entre os


séculos II e III. Foi então que, nos séculos VII a XI, as viagens expandiram-se de

18
TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

forma expressiva, devido a comemorações festivas da primavera, colheita, entre


outros eventos (MAIOR, 1990, p. 140).

Outro acontecimento que marcou o turismo na época foi a descoberta


da tumba de Santiago de Compostela, originando-se as primeiras
excursões pagas. Havia equipes que conheciam o caminho e os
pontos. Diante disso, organizavam e estipulavam as regras do horário,
alimentação e orações (DUCHET, 1999, p. 32).

“No início do século XI, Jerusalém fora dominada pelos turcos, assim os
peregrinos passaram a visitar Santiago de Compostela, na Espanha. Durante este
tempo, do século XI ao XIII, muitas expedições militares religiosas, conhecidas
como Cruzadas, foram organizadas para libertar o Santo Sepulcro do domínio
turco” (DUCHET, 1999, p. 35).

Entre os séculos XI e XIII, as Cruzadas foram vistas como oportunidade


para as cidades italianas. Sendo assim, a Cruzada mais conhecida como “dos
Reis” se deu quando Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, firmou um
tratado com Saladino, sultão do Egito, onde ficou reconhecido pelos cristãos
que havia domínio de uma estreita faixa de terra na Síria e o livre acesso dos
peregrinos a Jerusalém. Vale ressaltar que este tratado durou até o final do século
XIII (DUCHET, 1999).

Segundo Duchet (1999, p. 41):

este acontecimento propiciou o reaquecimento do mercado de


transporte marítimo e guias de peregrinação. Esta ampla abertura
levou à transformação de égides da caridade a virarem pousadas.
Com este evento, surgiu a associação dos proprietários de pousadas.
Estes influenciaram o sistema de hospedagem italiano, criando-se
uma padronização e classificação destas pousadas.

“Na Idade Média (séculos XIII e XIV), as feiras foram muito significativas,
pois pareciam representar uma espécie de comércio internacional. Com o contato
realizado entre europeus e o Oriente, os hábitos e indumentárias se destacavam,
dando margem a esta troca de culturas” (BOYER, 2001, p. 9).

De acordo com Duchet (1999, p. 10), “houve então a Liga Hanseática, grande
união de comerciantes do norte europeu que estabeleceu um código de comércio,
seguido por mais de 90 cidades. Esta Liga organizava viagens com o intuito de
mostrar a sua organização e diversidade de mercadorias”. “Estes visitantes eram
tratados de forma diferenciada por meio de pousadas selecionadas, massagens,
vinhos e peculiaridades da região”. (DUCHET, 1999, p. 41).

“Em 1492, na Alemanha, na região de Baden-Baden, nobres do sul da


Europa viajavam para participar de orgias que aconteciam nos banhos. Os nobres
do norte desfrutavam do verão no Mediterrâneo” (BOYER, 2001, p. 9).

19
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Por fim, ainda no século XV, com a expansão marítima e comercial,


juntamente com o uso da bússola, as viagens mercantilistas passaram a ter
grande importância em toda a Europa. (LOZATO; GIOTAR, 2000).

5.2 DO SÉCULO XVI A XVIII d.C.


“Entre metade do século XV e todo o século XVI, as viagens particulares
foram o destaque. Visavam suprir a falta de comunicação, levando em consideração
que os livros ainda não tinham circulação maciça, bem como o acúmulo de
conhecimento, cultura, línguas e aventuras” (LOZATO; GIOTAR, 2000, p. 89).

Conforme Lozato; Giotar (2000, p. 12), “no período renascentista, a Itália


foi considerada o grande destino cultural”.

Nesta época aconteceram muitas viagens realizadas por jovens


(homens) acompanhados de seus professores, pois eles acompanhavam
o aluno nos locais visitados, passando todo o conhecimento e
informações. Esta viagem tinha duração aproximada de três anos e era
estabelecida por meio de um contrato com o pai. O professor ou tutor
estabelecia metas nesta viagem, também determinada na época como
Tours - viagens de ida e volta, empreendidas pela nobreza e pelo clero
(BOULANGER, 2001, p. 178).

“Neste mesmo período, no Egito, surgiu o primeiro hotel do mundo,


para atender mercadores. Também foi registrado o surgimento de 12 spas. No
século XVII houve uma melhora nos transportes terrestres. O primeiro pedágio
foi instalado na Inglaterra em 1663” (BOYER, 2001, p. 9).

Para o autor Badaró (2003, p. 69), “no século XVIII houve a “révolution
thérmale” – estudo das propriedades da água no tratamento de doentes e utilização
como meio lúdico para lazer e recreação. Este evento acabou por se expandir ao
final deste século, e sua finalidade era propiciar o acesso aos prazeres mundanos”.

5.3 DO SÉCULO XIX AO XX


A sociedade, a política e a economia foram marcadas por diversas e intensas
mudanças no século XIX. Estabeleceu-se o conceito de turista, que foi selado pelo
autor Stendhal em 1838, livros foram lançados, clubes foram formados. Estados
Unidos e América do Sul começaram a ser focados.

Com a Revolução Industrial advindo da criação da máquina a vapor,


houve o êxodo rural, havendo o aumento da população nas cidades,
aumento também na produção fabril e na produção alimentícia, com
isso desencadeou o capitalismo industrial. A Europa se viu necessitada
de melhorar suas estradas (BADARÓ, 2003, p. 70).

De acordo com Boyer (2001, p. 13):

20
TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

Pierre Mérimé, jurista e escritor, em 1835, preconizou a criação


de normas que viessem a proteger, conservar e restaurar todo o
patrimônio francês que tivesse importância histórica ou turística.
[...] Thomas Cook, em 1841, organizou a primeira excursão coletiva
(filantrópica) na Inglaterra. Iniciou como operador e depois somente
como agente de viagens, com o pacote único de viagens.

“Em 1867, Cook criou o voucher hoteleiro. Ao longo do século, europeus


passaram a visitar África e os Estados Unidos, representando uma leve
massificação do turismo” (BADARÓ, 2003, p. 72).

Os trens representavam rapidez e facilidade na atividade turística. Navios


eram o centro da atração para a população. A classe média passou a ganhar
melhor, possibilitando frequentar jogos de futebol, corridas de cavalo. Iniciou-se
também o turismo para a América, contemplada pelo sol tropical (BOYER, 2001).

Então veio a Primeira Guerra Mundial, em 1914, onde o turismo foi


seriamente prejudicado. Em 1909, a França criou a primeira lei orgânica do
turismo no mundo, e um ano mais tarde instituiu a Office National du Tourisme
que, anos mais tarde, em 1940, passou por uma reformulação, objetivando o
progresso da sociedade e o desenvolvimento e a divulgação do turismo francês
(BADARÓ, 2003).

Em 1917, a França criou a primeira Câmara de Hotelaria, com o objetivo


de solucionar controvérsias surgidas entre empresas hoteleiras
francesas. [...]. Logo após, em 1925, o governo italiano incorporou o
“dopolavoro”, que foi um programa de lazer e turismo, viabilizando
férias pagas aos trabalhadores, incentivando assim as atividades no
esqui, passeios de bicicleta e balneários (BADARÓ, 2003, p. 73).

Em 1933, Hitler visava incutir nos trabalhadores alemães a ideia de que


sem lazer e diversão o trabalho não seria dignificado. Colônias de férias foram
criadas, onde os trabalhadores receberam um convite direto a não deixar seu
país. Então a maioria dos alemães preferiu ficar na Alemanha (BOYER, 2001).

Após este período de mudanças e, porque não dizer, de conquistas,


surgiu a Segunda Guerra Mundial, que causou novamente a estagnação no setor.
O Plano Marshall e outros, segundo Badaró (2003, p. 75), “visaram à reconstrução
da Europa, tendo como investidores o Ocidente através dos Estados Unidos”.
Entre tantas ações, esta foi uma delas que ajudou a Europa a se reerguer, inclusive
com o incremento no turismo (HARVEY, 1989).

Em 1945 foi aprovada a Carta das Nações Unidas, ligada à ONU, sendo
visto como intercâmbio cultural. Estava a cargo da Unesco o estudo
deste campo e mais tarde transferida para a OMT, que foi criada em 1975
(BADARÓ, 2003, p. 76).

“O primeiro congresso internacional do turismo social foi realizado em


1956” (PY, 2000, p. 39). Em 1960 surgiram as primeiras operadoras turísticas. Já em
1970 iniciou-se uma preocupação com o meio ambiente, ressaltando o cuidado e a

21
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

preservação dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, sendo discutida a poluição


causada pelo turismo (THOMPSON, 1978).

Em 1980 foi editada a revista de jurisprudência sobre turismo, bem


como diversas obras jurídicas sobre o assunto, escritas na França.
[...]. Ao final do ano de 1990, o turismo estava representando 8% das
exportações mundiais e 180 milhões de empregos (BADARÓ, 2003, p.
77-78).

6 SÉCULO XXI E DIAS ATUAIS


Temos um número expressivo de 52 setores diferentes da economia que
o turismo movimenta. No ano de 2002, a ONU declarou o Ano do Ecoturismo,
almejando auxiliar na busca pela preservação do meio ambiente e da paz mundial
(BADARÓ, 2003).

Em 2001, na 22ª edição do Dia Mundial do Turismo, o tema foi: “Turismo:


um instrumento a serviço da paz e do diálogo entre as civilizações”. Inclusive
houve o pronunciamento de sua Santidade, o Papa João Paulo II.

DICAS

Caro(a) acadêmico(a), agregando valor às informações recebidas, acesse o


site: <http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/messages/tourism/documents/hf_jp-
ii_mes_20010619_giornata-mondiale-turismo_po.html> para ver na íntegra a Carta do Papa
João Paulo II manifestando os sentimentos a respeito deste evento.

Diante dessa nova realidade mundial, emerge a necessidade de se


assegurar o devido cumprimento das relações advindas do turismo. Para tanto, o
direito precisa se evidenciar, organizando as legislações.

6.1 DIREITO DO TURISMO


Baseia-se no exercício da liberdade e não pode se desenvolver sem
ela. O direito de ir e vir no turismo parte do pressuposto de que esta liberdade
poderá ser bem aproveitada e exercida por meio de comportamento que remeta
responsabilidade, conforme relatamos em textos anteriores. Porém, o Estado,
exercendo sua soberania, pode limitar as possibilidades de acesso a certas áreas de
seu território, inibindo ou freando o desenvolvimento do turismo nas regiões.

22
TÓPICO 1 | EXPOSIÇÕES CONTEXTUAIS SOBRE O TURISMO

O desenvolvimento do turismo se relaciona a outras liberdades,


como a de associação, comércio e indústria. A exclusão do turismo do campo
do intervencionismo deve ser analisada empiricamente, pois é objeto de
preocupação singular por parte do Estado, por meio dos poderes públicos e
órgãos especializados na atividade turística.

Pode-se destacar que na França, desde o início do século XX, os poderes


públicos têm desempenhado importante papel, ora com medidas de contenção,
ora deixando fluir toda a energia no setor. A exemplo da França, se pode dizer que
o período administrativo reflete pela intervenção crescente dos poderes públicos
e pela proliferação de regras jurídicas exercidas sobre o turismo (BADARÓ, 2003).

O Estado, os poderes públicos e, consequentemente, o direito exercem


dois papéis fundamentais em relação ao turismo:

• Proteção contra conflitos e abusos que podem originar-se no âmbito do turismo.


• De outro, o desenvolvimento do turismo.

A atividade pode representar uma ameaça à ordem pública, por isso o


direito se esforça para remediar, contornar, evitar qualquer tipo de desordem.

E neste caso, o turismo possui uma abertura de fácil acesso no que


tange a aspectos de segurança, da tranquilidade e da salubridade
públicas que entram na área da polícia administrativa geral, onde
se tem por objetivo ditar as regras gerais e as medidas individuais
necessárias a esta manutenção. [...] É necessário lembrarmos que o
turismo é uma atividade consumidora de espaços raros e frágeis. Cabe
a todos os atores sociais, como comunidade, iniciativa privada e os
próprios turistas. zelar por esses espaços, bem como a administração
pública impor limites por intermédio de leis, segurança e outras
formas de frear a utilização inadequada. Sendo que o homem-turista
dificilmente é consciente de sua responsabilidade no processo, bem
como salvaguardando e estabelecendo garantias para ele próprio, a
coletividade, ou seja, a sociedade (BADARÓ, 2003, p. 86-87).

É preciso evitar a proliferação de falsos profissionais na área. É importante


lembrar também das questões trabalhistas e empresariais que podem estar
ameaçadas por profissionais de má índole e que não têm a menor preocupação
com a honestidade, competência e absolvência dos prestadores de serviços e
empresas.

Os poderes públicos franceses foram os primeiros a regulamentar a


profissão de agente de viagens, em 1937. Os franceses se esforçaram
nesta questão, pois viram no turismo uma fonte de riqueza e de bem-
estar social, reconhecendo ali uma fonte de divisas. A França então
teve posição de destaque naquele momento, visionando uma posição
favorável na competição turística nascente (BADARÓ, 2003, p. 88).

23
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

UNI

SIGNIFICADO DE AGENTES DE VIAGENS: são responsáveis pela realização de


todas as atividades da agência de viagens e de turismo, planejando, organizando e difundindo
os produtos turísticos, tanto em território nacional, quanto no exterior.

“A França criou em 1909, por intermédio de A. Millerand, a primeira lei


orgânica do turismo no mundo, instituindo, em seguida, o Office National du
Tourisme por meio da lei de 8 de abril de 1910” (BADARÓ, 2003, p. 73).

Após a Segunda Guerra Mundial foram fundados institutos jurídicos


destinados a favorecer o desenvolvimento do turismo social. Esses institutos
tratavam de conciliar pessoas e bancos, fornecendo crédito àqueles que
desejavam viajar.

FONTE: <www.turismo.gov.br/.../turismo/.../TURISMO_ANOTAxES_JURxDI>.
Acesso em: 7 fev. 2012.

De acordo com Badaró (2003, p. 90), “estas práticas necessitaram dar


origem ao direito do turismo. A autonomia dos ramos do direito é imprecisa,
e repousa principalmente sobre um corpo de regras próprias e uma jurisdição
especializada”.

Deste modo foi elaborada uma definição pelo autor Py (2000, p. 42) para
o direito do turismo:
O conjunto de instituições e regras jurídicas para as quais o móvel
turístico é determinante, seja porque trata de desenvolver a atividade
turística, seja porque essas regras têm por objetivo a proteção
específica do consumidor turístico ou a profissão turística, seja porque
elas tenham por finalidade conciliar turismo e ordem pública.·.

O direito do turismo deve ser visto como um ramo transcendental do


direito, uma vez que se estende por diversos ramos do direito sem se ligar a
nenhum deles em particular, demonstrando a heterogeneidade por meio de suas
peculiaridades.

24
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você:

• Conheceu alguns conceitos de turismo, bem como órgãos, instituições que


ajudam no desenvolvimento do setor.

• Conheceu algumas terminologias abordadas no turismo.

• Reconheceu os fatores positivos e negativos que o turismo pode trazer e fazer


a uma localidade.

• Compreendeu a história do turismo e sua evolução no mundo.

• Identificou as classificações de turismo, como o de Interior, Nacional e


Internacional.

• Relacionou a prática do direito junto ao turismo, bem como leis e


regulamentações.

25
AUTOATIVIDADE

Prezado acadêmico, convido você a exercitar e aprofundar os


conhecimentos adquiridos neste tópico. Responda as questões a seguir.

1 Em relação às tendências do turismo, falamos um pouco a respeito de


conceitos e relembramos um pouco de como iniciou o estudo no turismo.
Diante disso, responda: De acordo com a OMT, qual a expectativa para 2030?

2 De acordo com o autor Schattenhofen (1911), quando e qual a universidade


que iniciou os estudos no turismo e qual foi o conceito definido por ela?

3 Avançando mais um pouco nos estudos, percebemos que uma pessoa, para
viajar, pode utilizar um pacote turístico ou não, que necessitará de um
planejamento. Que ela irá usufruir de uma estrutura de atendimento no
destino. Este destino poderá ter vantagens e inconvenientes. Diante disto,
pode desencadear um turismo favorável e desfavorável. Será beneficiado de
algumas formas. Desta forma, o turismo sadio pode ser contemplado com
situações favoráveis. Cite quais são estas situações favoráveis.

4 Complete as lacunas das sentenças a seguir.

a. Quanto à característica do turismo, temos o emissivo e o ________.

b. Quanto à classificação, o turismo pode ser nacional e ___________.

c. Em termos de volume, o turismo pode ser de minorias ou de ________.

d. Em relação à autonomia, o turismo pode ser livre ou _________.

e. Quanto à duração, o turismo pode ser excursionista, de fim de semana ou


____________.

f. Em relação à frequência, o turismo pode ser esporádico ou __________.

g. Em relação ao alojamento, o turismo pode ser hoteleiro ou ____________.

h. Quanto ao objetivo ou motivação, o turismo pode receber algumas


classificações, podendo ser visado pelo descanso, lazer, cura, desporte,
gastronomia, cultivo de religião, cultural ou ______________.

i. No modo de viajar, o turismo pode ser coletivo ou _____________.

26
j. Quanto ao transporte utilizado, o turismo pode ser rodoviário, aéreo,
ferroviário, aquático, ou _________________________________________.

k. Pela permanência, pode ser estável, quando o turista se fixa no destino, ou


____________________________________________________.

l. Em relação à geografia, pode ser de litoral, rural, de montanha, urbano ou


___________________________________________________.

m. E por faixa etária, o turismo pode ser infantojuvenil, de terceira idade ou


________.

5 Quanto às terminologias, verifique as opções e associe os itens, utilizando os


códigos a seguir:

( ) É dito que uma área deve contemplar um centro


turístico, no mínimo dez atrativos turísticos e
I- Centro turístico. infraestrutura de transporte e comunicação. A área
corresponde a cada uma das partes de uma zona,
sendo subdivididas em subsistemas.
( ) Este passa a ter serviços essenciais, como
II- Atrativos turísticos. estacionamento, informação, guias, sanitários e
outros. Relaciona-se com o restante do território.
( ) Este passa a ter serviços essenciais, como
III- Complexos turísticos. estacionamento, informação, guias, sanitários e
outros. Relaciona-se com o restante do território.
( ) Em geral, compreendem o porte de dois ou três
centros turísticos, mas menores que uma zona ou área.
IV- Área turística. São centros de distribuição que atingem um nível
superior de hierarquia, que na média permanecem três
dias ou mais.
V- Corredor turístico. ( ) É um núcleo que emite turistas.
( ) Deve estabelecer um raio de influência em duas
horas de distância-tempo. Devem ter alojamentos,
alimentação, lazer, agências de viagens com serviço
VI- Polo turístico. receptivo, informação turística local, comércio de
artigos de turismo, serviços públicos essenciais e
sistema de transporte conectado com outros centros
urbanos em âmbito nacional ou internacional.
VII- Conjunto turístico. ( ) É o que atrai a visita do turista.
VIII- Núcleos turísticos. ( ) É menor que um centro de estada, visto possuir
apenas um atrativo específico e um turista específico.
( ) Neste encontramos de dois a nove atrativos
IX- Unidade turística.
turísticos, isolados entre si e sem comunicação eficaz.
Desenvolvem um turismo rudimentar.

27
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) IV – VII – VIII – VI – I – II – V- III- IX.


b) ( ) IV – I – II – III – VIII – V – VI – VII- IX.
c) ( ) IV – V –VII – III – VI – I –II –IX- VIII.
d) ( ) V – VI – VII – VIII – I – II – IX – III – IV.
e) ( ) VIII – I –II – III – V – VI – VII – IX – IV.

6 Estudamos a classificação por meio do sistema cognitivo-normativo, segundo


o autor Murphy (2000). Associe os itens, utilizando o código a seguir:

( ) Viajam em grupos e frequentam somente


I- Turistas alocêntricos. sítios turísticos que lhe sejam familiares, que
representem o seu próprio local de origem.
( ) São exploradores e aventureiros, em busca
II- Turistas mesocêntricos. de lugares novos e convivência com a população
autóctone.
( ) De forma individual, viajam para os sítios
III-Turistas psicocêntricos. turísticos já conhecidos e sua relação com a
população local é comercial.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) III- I – II.

7 Diferencie turismo autofinaciado de social e gratuito.

8 No período do século XIX ao XX, o Direito do Turismo foi preconizado por


Pierre Mérrimé, através de algumas normas. Quais foram essas?

28
UNIDADE 1
TÓPICO 2

PREMISSAS LEGAIS PARA O TURISMO BRASILEIRO

1 INTRODUÇÃO
No âmbito de nossas observações, o Direito do Turismo está inserido
entre o direito público e o direito privado.

Esta dupla inserção se justifica pela ordenação e organização, além do


fomento, assim como a regulação das empresas e das atividades turísticas no
território brasileiro, executado normativamente por instituições e órgãos públicos.

Por outro lado, as relações e condutas estabelecidas entre as empresas


prestadoras de serviços em turismo e os usuários destes serviços movimentam as
questões de direito privado, principalmente as consumeristas.

As premissas do Direito do Turismo são encontradas no texto de nossa Carta


Magna de 1988, orientada em sua construção por aqueles que representavam o povo,
em um movimento histórico da Constituinte, que hoje é base inafastável do contexto
que permeia o meio jurídico no país.

Prezado acadêmico, convidamos você a empreender esta viagem de


informações conosco!

Seja bem-vindo! Vamos colocar o pé na estrada. Boa caminhada!

2 DIREITO E TURISMO: UMA UNIÃO DESEJÁVEL


A Constituição de 1988 previu, em seu arcabouço, a promoção e o
incentivo ao turismo, como afirmado em seu artigo 180: a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como
fator de desenvolvimento social e econômico.

Nas palavras do ilustre jurista Alexandre de Moraes (2007), em sua obra


Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, a norma
pretendeu constitucionalizar uma realidade social e um potencial econômico
nacional, incentivando a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios a
promoverem e incentivarem o turismo como fator de desenvolvimento social e
econômico.

29
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Igualmente, outra menção ao turismo é feita no art. 24 do texto da


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que dispõe:

Art. 24º Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

[...]

VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e


direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

[...]

FONTE: <www.ufsm.br/direito/artigos/administrativo/tombamento.htm>.
Acesso em: 7 fev. 2012.

E
IMPORTANT

SIGNIFICADO DA COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR (ELABORAR LEIS) DE


FORMA CONCORRENTE DOS ENTES FEDERADOS: UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E
MUNICÍPIOS.

Competência que se exerce simultaneamente sobre a mesma matéria por mais de uma
autoridade ou órgão. 2) No âmbito da competência concorrente entre leis, deve-se observar
o princípio da hierarquia das normas, onde a legislação federal tem primazia sobre a estadual
e municipal e, a estadual, sobre a municipal. (Fonte: SABER JURÍDICO. Competência
Concorrente.<http://www.jusbrasil.com.br/topicos/292379/competencia-concorrente>.
Acesso em: 2 jan. 2012.

Reitera Badaró (2005, p. 4) em leitura do texto constitucional que:

1. o turismo foi levado ao status de fator de desenvolvimento social e econômico;


2. a obrigação da promoção do turismo pelo Estado, e;
3. a obrigatoriedade do incentivo do Estado para o turismo.

FONTE: <http://www.evocati.com.br>. Acesso em: 2 jan. 2012.

30
TÓPICO 2 | PREMISSAS LEGAIS PARA O TURISMO BRASILEIRO

NOTA

Etimologicamente, a palavra Estado provém do grego pólis (cidade-estado). De


pólis advém o conceito de política, que é a ciência de governar a cidade. Para os romanos,
a civitas ou res publica é chamada de status, que significa situação ou condição. Na
modernidade, o Estado surgirá com o conceito que conhecemos atualmente: para o francês,
Estado será État, Staat para o alemão, Stato para o italiano, e Estado para o espanhol e para
o português.

Na era contemporânea, como um dos conceitos de Estado temos: "Estado é a organização


político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público, com governo próprio e
território determinado". (grifo nosso)

FONTE: CREMONESE, Dejalma. Conceitos gerais sobre o Estado. <http://br.monografias.


com/trabalhos915/conceitos-gerais-estado/conceitos-gerais-estado2.shtml>. Acesso em:
2 jan. 2012.

Mamede (2001) sentencia em suas descrições que os administradores


públicos e legisladores brasileiros estão obrigados a prestigiar a via turística,
como alternativa constitucionalmente eleita para o desenvolvimento nacional,
não podendo limitar-se a uma abordagem economicista e fria, mas tendo por
fim o desenvolvimento social.

Na análise do verbo promover agregado ao incentivar temos como


sinônimos impulsionar, fazer avançar, não sendo papel do Estado executar as
atividades ligadas ao turismo, mas proporcionar (incentivo) condicionantes
que permitam que elas sejam viabilizadas.

UNI

Caro acadêmico, agregando valor às informações recebidas, acesse a íntegra da


Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, que trata da Ação Civil Pública de Responsabilidade dos
danos descritos no inciso VIII do art. 24 da CRFB/88, já descrito.

Acesse: BRASIL. Lei nº 7.347/85. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm>.


Acesso em: 2 jan. 2012.

Caro acadêmico, agregando valor às informações recebidas, acesse a


íntegra da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, que trata da Ação Civil Pública
de Responsabilidade dos danos descritos no inciso VIII do art. 24 da CRFB/88, já
descrito.

31
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Acesse: BRASIL. Lei nº 7.347/85. Disponível em: <http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/leis/L7347orig.htm>. Acesso em: 2 jan. 2012.

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010) (grifo nosso).

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/.../emc64.htm>. Acesso em:


7 fev. 20112.

Parece-nos utópica a referência de todos estes aspectos, já que nos é


suscitado que devem ser providos pelos parcos recursos do piso do salário
mínimo nacional, mas como nos falam e cantam os Titãs na música “Comida”, o
que queremos pensando em lazer e turismo:

Música: Comida
Compositor: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.

Você tem sede de que?


Você tem fome de que?

FONTE: <http://comida.titas.letrasdemusicas.com.br/>. Acesso em 2 jan. 2012.

Prezado acadêmico, esperamos que você compreenda as nuances que


envolvem o Turismo e o Direito. Em razão disso, continuamos nossa caminhada,
trazendo a partir deste momento relatos dos princípios constitucionais esboçados
na Constituição vigente aplicados às atividades turísticas.

32
TÓPICO 2 | PREMISSAS LEGAIS PARA O TURISMO BRASILEIRO

3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO APLICADO


AO TURISMO
Os princípios constitucionais estão esculpidos para diversos segmentos do
Estado e da sociedade civil organizada, da mesma forma que para as instituições,
organizações e órgãos que os representam.

Dentre aqueles que encontramos destinados à administração pública


estão descritos no artigo 37 da CRFB/88, sendo esses: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.

A Constituição é a lei maior de um país e está no topo da hierarquia dos


textos legais. Para o Direito do Turismo igualmente encontramos princípios nesta
lei maior, como norteadores das normas jurídicas aplicáveis ao turismo.

E
IMPORTANT

"Os princípios, até por definição, constituem a raiz de onde deriva a validez
intrínseca do conteúdo das normas jurídicas. Quando o legislador se apresta a normatizar
a realidade social, o faz, sempre, consciente ou inconscientemente, a partir de algum
princípio. Portanto, os princípios são as ideias básicas que servem de fundamento ao direito
positivo (conjunto de princípios e regras que regem a vida social de determinado povo em
determinada época)” (ROCHA, 1999, p. 46).

Em nossa Constituição, a expressão Turismo está descrita de forma clara, já


a descrição das atividades e suas relações afins ficou obscura, estando inserida no
capítulo que trata dos princípios gerais da atividade econômica, e também voltada
para o desenvolvimento da nação.

Faremos agora relatos que ratificam a situação conferida no texto


constitucional que determina que a prática ou execução das atividades turísticas
está voltada para as empresas privadas e o incentivo e a promoção do turismo
como papel do Estado, confirmadas pelos princípios elencados a seguir.

33
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

3.1 PRINCÍPIO DA PROMOÇÃO DO TURISMO


Na concepção de Nieto (2001), o papel do Estado na atividade do turismo
vem a ser o de criar condições de que ela cresça, prospere, acompanhando sua
evolução, detectando suas necessidades e propiciando meios para que ela se
realize dentro de um constante aprimoramento. E continua o autor, relatando que
o Estado deve ter estrutura de fiscalização para diligenciar o exercício da atividade,
assegurando o cumprimento de seu objetivo geral, qual seja, o desenvolvimento
social e econômico.

Portanto, está expressa a competência e a obrigatoriedade do Estado em


impulsionar o turismo nos entes federados do território brasileiro, possuindo
causa nobre a este atribuída, que é a redução das desigualdades sociais, pelo
incentivo econômico a ele atribuído, trazendo divisas, recursos, postos de
trabalho, sem perder a visão da preservação do patrimônio artístico, histórico,
paisagístico e do espaço natural.

3.2 PRINCÍPIO DO INCENTIVO AO TURISMO


O artigo 180 da Constituição de 1988 faz menção ao verbo incentivar, que
necessariamente não se caracteriza meramente ao estímulo, mas a uma obrigação do
Estado em buscar o desenvolvimento econômico e social por meio do turismo, sendo
encarado como estratégia viável para o alcance dessas metas pelo poder público.

Nos conceitos de Nieto (2001), o Estado deve propiciar meios para


incentivar essa atividade, como a título de exemplos: a redução da carga tributária
das empresas que exploram a atividade turística; a concessão de linhas de crédito
para facilitar os investimentos no setor; o treinamento profissional; a criação de
polos turísticos e outros.

UNI

Segundo a Organização Mundial do Turismo, as despesas dos brasileiros no


exterior quando de suas viagens a turismo superarão US$ 17 bilhões (dezessete bilhões de
dólares) em 2011.

FONTE: BOECHAT, Ricardo. Semana. ISTO É. São Paulo, v. 35, n. 2198, p. 27-28 dez. 2011.

É natural que o Estado acabe tendo prioridades maiores do que o incentivo


ao turismo, dada a escassez de recursos para atender com a mínima dignidade o
brasileiro. Os recursos que sobram para a atividade turística devem ser utilizados
para o incentivo, não para a execução da atividade turística; não se pode tolerar
que o Estado execute as atividades turísticas (NIETO, 2004).
34
TÓPICO 2 | PREMISSAS LEGAIS PARA O TURISMO BRASILEIRO

A expansão do turismo deve ser ordenada e ocorrer de forma a receber


visitantes até o limite da capacidade territorial, onde os extremos ao crescimento
do turismo devem provisionar a preservação do meio ambiente complexo, incluso
o fator social. O equilíbrio entre promoção, incentivo e preservação é fundamental
quando falamos em atividades turísticas.

3.3 PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO


O texto constitucional dispõe que o incentivo e a promoção ao turismo
devem ser efetuados pelos entes federados (art.180 da CRFB/88), mas quem não o
fizer não será penalizado de nenhuma forma, não existe sanção legal para quem
descumprir esta prerrogativa legal.

Nieto (2001) descreve que teria sido mais sábio o nosso constituinte se
dispusesse em texto legal a exigência ao Congresso Nacional para que elaborasse
ordinária disciplinando ao Congresso Nacional para a elaboração de lei ordinária
que disciplinasse a forma na qual seria promovido e incentivado o turismo,
impondo sanções ao poder público que não a cumprisse.

O turismo deve ser provisionado não para grupos privilegiados, nem


mesmo como fator único de divertimento, mas na condição de desenvolvimento.

Nieto (2001) sugere que poderíamos ter um código completo do turismo,


que regulamentasse desde política de incentivos fiscais a empresas de turismo,
passando pela previsão de criação de infraestrutura de estradas, até a prescrição
dos direitos dos turistas em suas relações jurídicas mantidas com agências, hotéis,
companhias aéreas etc., e mesmo das empresas de turismo relacionando-se entre
si. O autor prossegue dizendo que o Estado tem o poder/dever de promover e
incentivar o turismo. Poder/dever significa que o Estado tem o poder, ou seja, a
faculdade, autorização, autoridade, competência, e, ao mesmo tempo, o dever, no
sentido de estar obrigado, de ter a tarefa, de estar incumbido.

DICAS

Caro acadêmico!

A Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura – ABETA elaborou


o 11º Manual de Boas Práticas – Acessibilidade em Ecoturismo e Turismo de Aventura,
que tem como objetivo apresentar aos empresários e profissionais do Ecoturismo e do
Turismo de Aventura informações e perspectivas sobre a acessibilidade nesses segmentos,
oferecendo-lhes condições para tomar decisões sobre como preparar suas empresas e seus
produtos para acessar esse mercado. Informe-se, acessando o site: <http://turismoadaptado.
files.wordpress.com/2011/05/manual-de-boas-prc3a1ticas-acessibilidade-em-ecoturismo-e-
turismo-de-aventura.pdf>.

35
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Um turismo desenvolvido de forma adequada pode trazer vários efeitos


positivos para a população e o território envolvido no processo. De forma
específica na economia, que pode ser revertido para os aspectos sociais, alicerçado
na condição da geração de emprego e renda.

3.4 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO


E CULTURAL DO TURISMO
Os bens que interessam ao patrimônio histórico e artístico nacional
integram o conjunto de bens qualificados como bens de domínio público.

Segundo Nieto (2001), tendo critério classificatório para as características


do bem, segundo a sua representação para a sociedade, pode-se ter a seguinte
divisão:

a) Patrimônio histórico, que engloba os bens de valor histórico, dentre os quais


podemos mencionar os museus históricos públicos, os monumentos, os
pórticos e outros.

b) Patrimônio cultural, que abrange, citando apenas alguns, os teatros públicos,


os salões e museus de arte, manifestações públicas como o carnaval, a festa do
boi-bumbá etc.

c) Patrimônio artístico, onde se alocam as esculturas, estátuas, quadros, as obras


de Aleijadinho, monumentos etc.

NOTA

A preservação da memória de um povo está diretamente relacionada à


conservação de seu patrimônio cultural. O processo de tombamento, no entanto, nem
sempre é garantia de perpetuidade dessa memória, que muitas vezes se desfaz pela falta de
incentivos públicos e privados. A primeira legislação brasileira que normatiza o tombamento
do patrimônio cultural é o Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que criou o Instituto
Arqueológico, Etnográfico, Paisagístico e Histórico, catalogados nos livros de tombo do órgão
federal. Outras centenas estão, em tese, protegidas pelos institutos estaduais e municipais.

Para maiores informações, acesse o artigo virtual de perguntas e respostas sobre o patrimônio
cultural.<http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/patrimonio-historico/
patrimonio-cultural-tombamento-restauracao.shtml>.

36
TÓPICO 2 | PREMISSAS LEGAIS PARA O TURISMO BRASILEIRO

Os conceitos trazidos na Constituição e nas legislações infraconstitucionais


não contemplam o estudo do direito aplicado ao turismo, cabendo à doutrina a
missão de conceituá-lo. Por patrimônio turístico deve-se entender, no dizer de José
Cretella Júnior, “o conjunto de bens móveis (quadros, esculturas, monumentos,
mobiliário, armas, joias, documentos, livros raros, fotografias) e imóveis
(edifícios, terrenos), acidentes geográficos – rios, mares, montes, cascatas –,
fenômenos da natureza – encontro de águas, pororocas, fontes térmicas – e
paisagens da natureza”. (CRETELLA apud NIETO, 2001, p. 51, grifo no original).

Nieto (2001, p. 53) profere que “a proteção do patrimônio turístico se faz


por leis que estabeleçam as medidas necessárias a manter e realçar os aspectos mais
valiosos ou característicos desse patrimônio, consequentemente promovendo-o e
atraindo o turista”.

Na avaliação do descrito no art. 24 da CRFB/88, já mencionado, tem-se a


compreensão de que o patrimônio público está dividido entre os entes federados,
assim como o regramento viabilizando sua proteção. Faça a releitura deste para
reafirmar seu entendimento sobre o tema.

FIGURA 2 - PANTEON - PATRIMÔNIO CULTURAL DE FAMA INTERNACIONAL

FONTE: <http://www.google.com.br/imgres?q=patrim%C3%B4nio+cultural+internacional>.
Acesso em: 3 jan. 2012.

3.5 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE POR DANOS A BENS


E DIREITOS DO VALOR TURÍSTICO
Silva (2005, p. 43) relata que “o princípio da responsabilidade por danos
a bens e direitos do valor turístico pode ser entendido como um fortalecedor
do princípio da proteção do patrimônio turístico, já que estão diretamente
relacionados”.

37
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Como já identificamos, a competência para legislar sobre esta matéria


é dos entes federados, que podem fazê-lo de maneira concorrente (art. 24 da
CRFB/88).

Destacamos que poderia haver uma interpretação de forma redundante


desta norma, pois não haveria como proteger sem responsabilizar. Outros
argumentariam que este princípio estaria englobado no princípio que prevê a
proteção do patrimônio turístico, pois a proteção poderia ser alcançada criando-se
mecanismos legais que motivassem aquele que protege ou desmotivassem aquele
que causa danos, responsabilizando-o pelo prejuízo causado (NIETO, 2001).

Importante ressaltar que a União determina a regra geral que os demais


entes federados delimitam, jamais podendo feri-lo ou ultrapassá-lo, devendo
estrito respeito à norma federal, sob pena de estarem cometendo ato de
inconstitucionalidade.

Em alguns relatos encontramos ainda referência ao Princípio do Direito


do Lazer, que tem como viga mestre o art. 6º da Carta Magna de 1988, que
estabelece o lazer como direito social, igualmente já visitado neste tópico. Nesta
retórica, cabe ao Estado proporcionar, incentivar e promover o lazer encontrado
no turismo para proporcionar bem-estar a todos que habitam uma nação.

Encerrando as descrições dos princípios constitucionais aplicáveis ao


turismo, iniciaremos a explanação quanto a órgãos ou institutos que ordenam
a prática do turismo no território brasileiro, iniciando com as propostas do
Ministério do Turismo e seus traços evolutivos. Vamos a ele!

UNI

Acadêmico:
Eis uma frase que contempla e justifica a inserção da proteção do patrimônio cultural,
histórico, paisagístico e natural em todo mundo, e sua consagração nos textos legais:

“A vida só pode ser vivida olhando-se para frente, mas, só pode ser compreendida
olhando-se para trás” (KIERKEGAARD, Sören. Diário de um Sedutor; Temor e Tremor; O
Desespero Humano. Coleção: Os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1988. p. 239,
grifo nosso)

38
RESUMO DO TÓPICO 2
Nos relatos deste tópico você pôde:

• Identificar os princípios constitucionais relacionados ao Direito do Turismo.

• O Princípio da Promoção e do Incentivo ao Turismo estão dispostos na


Constituição Brasileira como função do Estado.

• O Princípio do Desenvolvimento do Turismo igualmente vincula ao Estado


na formatação de propostas inclusive financeiras que propiciem as atividades
turísticas.

• O Princípio do Lazer instituído no texto da carta magna como direito


fundamental do indivíduo.

• O Princípio da Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural e o Princípio da


Responsabilidade por Danos a Bens e Direitos do Valor Turístico determinam
que o Estado articule todas as formas que garantam a preservação e proteção
das manifestações culturais brasileiras.

39
AUTOATIVIDADE

Prezado acadêmico, para complementar seus estudos, responda às


questões a seguir.

1 O que dispõe o art. 180 da CRFB/88 em relação ao turismo?

2 Relacione os princípios constitucionais inerentes ao turismo.

40
UNIDADE 1
TÓPICO 3

O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO


INTERNACIONAL

1 INTRODUÇÃO
As vestes embaraçam levemente os movimentos, mas protegem
o corpo contra as intempéries. As leis refreiam as paixões, mas
defendem a honra, a vida e os bens.
(Antoine Rivarol) 

Certamente o fenômeno da globalização tem afetado variados segmentos


econômicos, sendo esses da indústria, do comércio e prestação de serviços,
refletindo consequentemente na esfera social. Sendo o turismo inerente ao
setor de serviços, obviamente ele também está inserido neste novo formato de
organização, que prevê os acessos aos cidadãos do mundo.

A legislação não pode ser afastada desta “leitura” dinâmica em constante


construção. Em se tratando da proteção daqueles que se deslocam na busca das
atividades turísticas ofertadas, órgãos e instituições internacionais trabalham de
forma associada na organização de estratégias que viabilizem o turismo além-
fronteiras.

Atentos às palavras de Jorge Luís Mialhe, que apresenta o trabalho de


Rui Aurélio de Lacerda Badaró (2003), diante do aumento dos fluxos turísticos,
nacionais e internacionais – importantes fontes de divisas para qualquer país,
particularmente aqueles aquinhoados com exuberante diversidade natural,
como o Brasil -, faz-se necessário o aprofundamento de estudos objetivando
a constituição e a implementação de instrumentos jurídicos eficientes que
possam garantir a proteção dos turistas (...) (grifo nosso).

Diante do exposto, pela necessidade que temos em conhecer os envolvidos


nesta lógica, traremos a você, caro(a) acadêmico(a), informes relacionados aos
órgãos e instituições envolvidos nessa prática.

Bons estudos!

41
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

2 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DO TURISMO


Vários organismos internacionais podem ser citados como relevantes para
as questões do turismo, mas neste momento inicial nos concentramos em citar
a ONU – Organização das Nações Unidas e a OEA – Organização dos Estados
Americanos.

A ONU tem como principal objetivo manter a paz e segurança, provendo


relações de amizade entre as nações com as premissas baseadas no princípio
da igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, estimulando a
cooperação internacional nas áreas econômicas, sociais, culturais e humanitárias,
incentivando o respeito aos direitos humanos.

A OEA, por meio do Conselho Interamericano Econômico e Social, tem


o papel de promover a cooperação entre os países americanos, com o objetivo
primordial de alcançar o desenvolvimento social e econômico.

O Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura, que integra


a OEA, tem a função de promover a educação dos povos americanos para a
convivência internacional e para o melhor conhecimento das fontes histórico-
culturais da América.

Observamos a convergência para elementos comuns dos órgãos citados


com relação à promoção e fomento do turismo e da cultura, e proteção dos
envolvidos, que de uma certa forma não estão dissociados, se complementam, se
somam, interagem entre si.

Neste aspecto, contornos muito significativos surgiram com a criação da


OMT (Organização Mundial do Turismo), que será objeto de nossos relatos a partir
deste momento. Permaneça conosco, continue aprimorando sua visão de mundo.

2.1 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO

A Organização Mundial do Turismo pertence ao Sistema das Nações


Unidas, foi criada em 27 de setembro de 1970, tem como objetivo primordial
promover e desenvolver o turismo, possuindo como órgãos constitutivos: a
Assembleia Geral, o Conselho Executivo, Comissões Regionais, Comitês e o
Secretariado. Sua sede está localizada em Madri – Espanha.

FONTE: OMT-WTO–BTO. <http://www.fd.uc.pt/CI/CEE/OI/OMT/Ficha.htm>.


Acesso em: 9 jan. 2012.

42
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

FIGURA 3 - BANDEIRA – LOGOTIPO DA OMT

FONTE: OMT-WTO–BTO. <http://www.fd.uc.pt/CI/CEE/OI/OMT/Ficha.htm>.


Acesso em: 9 jan. 2012.

Os membros filiados à OMT são empresas públicas e privadas, organizações,


ONGs, entidades educativas e organismos cujas atividades estão relacionadas
com o turismo e que depositam na OMT seus conhecimentos e experiências para
fomentar o desenvolvimento do turismo responsável, sustentável e acessível a
todos.

Classificam-se em:

• Avançadas: porque estão na vanguarda da inovação, desenvolvendo novas


tecnologias, realizando investigações e formando profissionais do setor
turístico do futuro.

• Diversas (diversificadas): são organizações de diversos tipos que pertencem


à OMT, enriquecendo o intercâmbio de ideias e conhecimentos. Por exemplo:
agências aéreas, agências de viagens, entidades promotoras de viagens, hotéis
e grupos hoteleiros, universidades, centros de formação especializada etc.

• Internacionais: a ligação dos membros filiados nos cinco continentes permite


que estejam inseridos e atentos às dinâmicas nacionais, regionais e locais,
desenvolvendo vínculos com seus membros localizados em áreas geográficas
de identidades diferenciadas e com organizações com as mesmas ideologias.

FONTE: OMT-WTO–BTO. <http://www.platma.org/index.php/mod.conts/mem.detalle/


idcont.1249/relmenu.53/chk.6d8b6d8ad777ab242bd7c17c43dfafac>.
Acesso em: 9 jan. 2012.

43
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Atualmente, a OMT conta com 155 países membros, sendo que o Brasil
passou a integrar a organização em 1975.

FONTE: OMT-WTO–BTO. <http://unwto.org/en/members/states>.


Acesso em 9 jan. 2012.

Nas palavras de Badaró (2003), a OMT está convencida de que os poderes


públicos desempenham papel essencial no turismo. A OMT aspira ajudar os
países de todo o mundo a maximizar os efeitos positivos do turismo, como a
criação de empregos, a colocação em prática da nova infraestrutura do turismo e
a entrada de divisas – sempre primando pela minimização dos efeitos negativos
sobre o meio ambiente e sobre a sociedade.

Somos sabedores de que turismo é setor de alta empregabilidade no


mundo todo, criando empregos em alta escala de forma rápida, acompanhando
a evolução deste segmento de prestação de serviços. Da mesma forma, o turismo
traz, para os países que o fomentam e incentivam, divisas e aumento na geração
de seu Produto Interno Bruto.

Badaró (2004), no tocante às atividades regionais, expressa que os


representantes regionais da OMT objetivam ações diretas que reforcem e apoiem
os esforços das administrações nacionais do turismo, sendo que cada uma dessas
regiões do mundo (África, Ásia, Europa e Oriente Médio) tem, na OMT, um
representante nomeado que atua em prol da região.

As contribuições dos Estados membros e dos membros associados


afiliados financiam as ações da OMT e as atividades de seus órgãos, os quais
citamos e ora apresentamos seus papéis, conforme conceitos emitidos por Badaró
(2004, p. 106-107):

Assembleia Geral: órgão supremo da OMT. Reúne-se a cada dois


anos para aprovar o orçamento, o programa de trabalho e para
discutir os temas de importância econômica para o setor turístico.
A cada quatro anos, elege o secretário-geral. A Assembleia Geral é
composta de delegados que representam os Estados membros e os
membros associados, que têm direito a voto. Os membros afiliados
e os representantes de outros organismos internacionais também
participam da reunião como observadores.

Conselho Executivo: conselho de direção da OMT, encarregado de


zelar pelo bom funcionamento da organização e por tudo o que é
colocado em prática por ela, bem como, por seu programa de trabalho
e pela rigorosa execução do orçamento. Reúne-se duas vezes por
ano e é composto por 26 membros eleitos pela assembleia geral na
razão de um conselheiro a cada cinco Estados-membros. Os membros
associados e afiliados participam como observadores.

44
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

Comissões Regionais: a OMT possui seis Comissões Regionais, para


África, América, Ásia Ocidental, Ásia Oriental, Europa e Oriente
Médio. Reúnem-se no mínimo uma vez por ano e são compostas cada
uma pela união dos Estados membros e dos membros associados de
cada região. Os membros afiliados assistem a suas reuniões como
observadores.

Comitês: fornecem os dados necessários à elaboração e execução


de projetos e programas em todas as áreas, como a orçamentária,
financeira, estatística e outras.

Secretariado: é coordenado pelo secretário-geral e tem por objetivo


colocar em prática o programa de trabalho da OMT e de responder às
necessidades dos Estados membros.

Badaró (2004) acrescenta que os representantes regionais da OMT estão


presentes nas manifestações turísticas nacionais e regionais, esforçando-se para
facilitar possíveis contatos entre as autoridades turísticas e de outras instâncias,
frequentemente ligadas ao chefe de Estado. Todas essas atividades buscam
contribuir para o crescimento da importância dos organismos públicos do turismo
em seus próprios países, melhorando, dessa forma, o setor turístico de cada nação.

E
IMPORTANT

Caro acadêmico!

Vai viajar? Ou vai orientar alguém que viajará, utilizando o transporte aéreo? Fique atento(a)!
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) editou a Resolução nº 207, em 22 de novembro
de 2011, estabelecendo os procedimentos de inspeção de segurança da aviação civil contra
interferência ilícita nos aeroportos, que igualmente proíbe os passageiros de transportar para
as áreas restritas de segurança e para a cabine da aeronave os itens descritos em seu anexo.
Relacionamos a seguir os grupos que estão detalhadamente relatados no anexo mencionado.
Acesse:<http://www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/2011/RA2011-0207.pdf> e conheça a
íntegra do documento.

Itens proibidos:

a) Pistolas, armas de fogo e outros itens que disparem projéteis.


b) Dispositivos neutralizantes.
c) Objetos pontiagudos ou cortantes.
d) Ferramentas de trabalho.
e) Instrumentos contundentes.
f) Substâncias e dispositivos explosivos ou incendiários.
g) Substâncias químicas, tóxicas e outros itens perigosos.
h) Outros.
i) Itens tolerados.
j) Itens proibidos para vôos sob elevado nível de ameaça.

FONTE: Resolução nº 207, de 22/11/2011. <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/


2011/RA2011-0207.pdf>. Acesso em: 9 jan. 2012.

45
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Consta na página oficial da OMT que esta aspira ajudar os países de


todo o mundo a maximizar os efeitos positivos do turismo, como a criação de
empregos, a colocação em prática da nova infraestrutura do turismo, sempre
primando pela minimização dos efeitos negativos sobre o meio ambiente e a
sociedade.

FONTE: OMT-WTO–BTO. <http://unwto.org/>. Acesso em: 2 jan. 2012.

Aliado à OMT, temos o Código de Ética do Turismo, do qual faremos


menção a partir de agora.

2.2 O CÓDIGO MUNDIAL DE ÉTICA DO TURISMO


Badaró (2004) dispõe que o Código Mundial de Ética do Turismo é um
marco para o desenvolvimento responsável e sustentável do turismo mundial
no início do novo milênio. Seu contexto promoveu outras declarações e códigos
profissionais similares que o precederam e aos quais foram juntadas novas ideias
que refletem a mudança de nossa sociedade no final do século XX.

A promulgação do Código Mundial de Ética do Turismo veio para


dar credibilidade ao setor e garantir a minimização dos impactos negativos
do turismo sobre o meio ambiente, o patrimônio cultural e as sociedades,
permitindo assim que sejam aumentados os benefícios para os moradores das
localidades turísticas.

FONTE: Código Mundial de Ética do Turismo. <http://www.portaleducacao.com.br/turismo-e-


hotelaria/artigos/6329/codigo-mundial-de-etica-do-turismo>.
Acesso em: 9 jan. 2012.

O Código foi originado de uma resolução abstraída de uma Assembleia


Geral da OMT em Istambul em 1997, seguida de dois anos de estudos, efetuados
por um Comitê Especial e consultas posteriores ao Conselho Empresarial, às
Comissões Regionais e ao Conselho Executivo da organização.

Badaró (2004) especifica que o Código Mundial de Ética do Turismo é, por


conseguinte, a coroação de um completo processo de consulta. Os dez artigos que
o compõem foram aprovados por unanimidade na Assembleia Geral da OMT
realizada em Santiago do Chile, em outubro de 1999. Continua acrescentando
que os nove primeiros artigos enunciam as “regras do jogo” para os destinos,
governos, operadores turísticos, promotores, agentes de viagens, empregados e
para os próprios turistas. O décimo artigo refere-se à resolução de litígios. (grifo
nosso)

46
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

O Código Mundial de Ética do Turismo [...] “trata-se de um documento


cujo propósito foi ousado ao buscar uma linha mestra a ser seguida pelos estados
que veem no turismo uma atividade social, política e cultural”, de acordo com
Badaró (2004, p. 110-111).

O referido código teve como base diversos textos legais internacionais,


que seguem enunciados:

• Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1984.

• Pacto Internacional de Direitos Econômicos e Culturais, de 16 de dezembro


de 1966.

• Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 16 de dezembro de 1966.

• Convênio de Varsóvia sobre o transporte aéreo, de 12 de outubro de 1929.

• Convênio Internacional de Chicago sobre a Aviação Civil, de 7 de dezembro


de 1944, assim como as convenções de Tóquio , Haia e Montreal adotadas em
relação aos citados convênios.

• Convenção sobre as facilidades aduaneiras para o turismo, de 4 de julho de


1954 e protocolo associado.

• Convênio relativo à proteção do patrimônio mundial e cultural, de 23 de


novembro de 1972.

• Declaração de Manila sobre o Turismo Mundial, de 10 de outubro de 1980.

• Resolução da Sexta Assembleia Geral da OMT (Sofia) onde se adaptaram a


carta do Turismo e o Código do Turista, de 26 de setembro de 1985.

• Convenção sobre os Direitos das Crianças, de 26 de janeiro de 1990.

• Resolução da nona Assembleia Geral da OMT (Buenos Aires) relativa à


facilitação das viagens e da segurança dos turistas, de 4 de outubro de 1991.

• Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,


de 13 de junho de 1992.

• Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços, de 15 de abril de 1994.

• Convênio sobre a Diversidade Biológica, de 16 de janeiro de 1995.

• Resolução da décima primeira Assembleia Geral da OMT (no Cairo) sobre a


prevenção do turismo sexual organizado, de 22 de outubro de 1995.

47
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

• Declaração de Estocolmo contra a exploração sexual comercial das crianças,


de 28 de agosto de 1996.

• Declaração de Manila sobre os Efeitos Sociais do Turismo, de 22 de maio de


1997, e

• Convênios e recomendações adotados pela Organização Internacional


do Trabalho em relação aos convênios coletivos, a proibição de trabalhos
forçados e do trabalho infantil, a defesa dos direitos dos povos autóctones, e
a igualdade de trato e a não discriminação no trabalho.

FONTE: Código Mundial de Ética do Turismo. <http://www.portaleducacao.com.br/turismo-e-


hotelaria/artigos/6329/codigo-mundial-de-etica-do-turismo>.
Acesso em: 9 jan. 2012.

UNI

O preâmbulo do Código Mundial de Ética do Turismo denuncia o


comprometimento das instâncias governamentais envolvidas:
Nós, Membros da Organização Mundial do Turismo (OMT), representantes da indústria
turística mundial, delegados dos estados, territórios, empresas, instituições e organismos
reunidos em Assembleia Geral, em Santiago do Chile, em 1º de outubro de 1999 [...],
expressamos a nossa vontade em promover uma ordem turística mundial, equitativa,
responsável e sustentável, em benefício mútuo de todos os setores da sociedade,
num contexto de uma economia internacional aberta e liberalizada e proclamamos
solenemente para este fim os princípios do Código Mundial de Ética do Turismo. [...].

FONTE: Código Mundial de Ética do Turismo.<http://www.portaleducacao.com.br/turismo-


e-hotelaria/artigos/6329/codigo-mundial-de-etica-do-turismo>. Acesso em: 9 jan. 2012.

O Código Mundial de Ética do Turismo faz referência em seus artigos aos


seguintes princípios:

1. Contribuição do turismo para o entendimento e respeito mútuo entre homens


e a sociedades.

2. Ao turismo como instrumento de desenvolvimento individual e coletivo.

3. Ao turismo, enquanto fator de desenvolvimento sustentável.

4. Ao turismo como fator de aproveitamento e enriquecimento do patrimônio


cultural da humanidade.

48
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

5. Ao turismo como atividade benéfica para os países e as comunidades de


destino.

6. Elenca as obrigações dos agentes de desenvolvimento turístico.

7. O direito ao turismo.

8. A liberdade de deslocamento turístico.

9. O direito dos trabalhadores e dos empresários do setor turístico.

10. Sendo sua incursão em último artigo na aplicação dos princípios do Código
Mundial de Ética do Turismo.

Cada um destes princípios possui subdivisões, chegando-se a um


conteúdo vasto, com aplicação em qualquer lugar do globo terrestre.

O turismo internacional cresce de maneira vertiginosa, sendo um dos


principais fenômenos políticos, culturais, econômicos e sociais desta época.
Em razão deste avanço, o Código Mundial de Ética do Turismo torna-se baliza
necessária no adequamento das questões inerentes ao sistema turístico.

2.2.1 IATA
A IATA (Internacional Air Transport Association) foi fundada em
Havana, Cuba, em 1945. É o principal veículo para a cooperação intercompanhias
aéreas na promoção de serviços aéreos seguros e confiáveis para o benefício
dos consumidores do mundo. É um órgão de comércio internacional, criado há
60 anos por um grupo de companhias aéreas. Visa promover a compreensão
da indústria aérea entre os tomadores de decisão e aumentar a consciência dos
benefícios que a aviação traz para a economia nacional e global. Hoje, integra
230 membros de 126 países em todas as partes do globo.

FONTE: IATA. <http://www.iata.org/>. Acesso em: 9 jan. 2012.

Tem igualmente como objetivo auxiliar as companhias aéreas,


simplificando processos e aumentando a comodidade dos passageiros, reduzindo
custos e melhorando a eficiência, inclusos nesta perspectiva os padrões de
segurança (IATA, 2012).

Suas estratégias permitem garantias de circulação de pessoas e


mercadorias globalmente falando, com a premissa de que todas as companhias
atuem da mesma forma, na sensação de que estivessem utilizando os serviços
de uma única companhia aérea em um único país. Sua organização consiste

49
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

no Gabinete do Diretor Geral e Diretor executivo, possuindo responsáveis:


pelo capital humano; ambiente; comunicações; economista-chefe; serviços
jurídicos. Além de cinco divisões principais: serviços corporativos, distribuição
de indústria e serviços financeiros, marketing e serviços comerciais, membros
e relações governamentais e secretário coorporativo, complementado por
segurança, operações e infraestrutura.Suas estratégias permitem garantias
de circulação de pessoas e mercadorias globalmente falando, com a premissa
de que todas as companhias atuem da mesma forma, na sensação de que
estivessem utilizando os serviços de uma única companhia aérea em um único
país. Sua organização consiste no Gabinete do Diretor Geral e Diretor executivo,
possuindo responsáveis: pelo capital humano; ambiente; comunicações;
economista-chefe; serviços jurídicos. Além de cinco divisões principais: serviços
corporativos, distribuição de indústria e serviços financeiros, marketing
e serviços comerciais, membros e relações governamentais e secretário
coorporativo, complementado por segurança, operações e infraestrutura.

FONTE: IATA. <http://www.iata.org/>. Acesso em: 9 jan. 2012.

A IATA perfila articulações entre todos os membros envolvidos buscando


trazer benefícios a todos os abraçados no processo, sendo que essas podem ser
sumariamente descritas como:

1. Para os consumidores, simplifica os processos de viagem e transporte,


mantendo os custos baixos.

2. Permite que a companhia aérea possa operar de forma segura, eficiente e


economicamente sob regras claramente definidas globalmente.

3. Serve como intermediária entre companhias aéreas e passageiros, bem como


entre os agentes de carga através de normas de agências neutras.

4. Uma grande rede de fornecedores da indústria aérea e prestadores de serviços


cadastrados na IATA fornecem conhecimentos sólidos para companhias
aéreas em uma variedade de soluções para o setor.

5. Para os governos a IATA procura garantir que estejam bem informados


sobre as complexidades da indústria de aviação, para garantir as melhores
decisões em longo prazo.

FONTE: IATA. <http://www.iata.org/>. Acesso em: 9 jan. 2012.

50
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

UNI

Prezado acadêmico, o portal da IATA (<http://www.iata.org/>) está disponível


na língua inglesa. Se tiver dificuldades, utilize o tradutor, disponível na própria internet, para
facilitar a compreensão do conteúdo.

Descrevemos os requisitos que identificam a IATA. O site dessa organização


internacional traz esclarecimentos quanto à forma de filiação, grupos de trabalho
específicos para cada área de atuação, soluções já aprimoradas para alguns dos
eventos que acometem o transporte aéreo de passageiros ou de carga, treinamento,
além de regulamentos que ordenam esta atividade e perspectivas da instituição
até o ano de 2050. Acesse-o e contribua para sua formação.

2.2.2 WTTC
A WTTC (World Travel & Tourism Council) foi criada em 1990 com
membros que representam os maiores líderes do mundo da indústria de viagens
e turismo. Tem por objetivo promover o turismo como um gerador de crescimento
econômico, incentivar parcerias público-privadas e encorajar os governos a
adotar políticas que permitam ao turismo para prosperar. A cúpula anual do
WTTC Global reúne mais de mil delegados para discutir questões-chave, bem
como oportunidades e desafios enfrentados pelo turismo (WTTC, 2012).

O World Travel & Tourism Council (WTTC) é o fórum para líderes de


negócios na área de viagens e turismo, com presidentes de cerca de uma centena
de empresas líderes mundiais de viagem e turismo como seus membros. O
WTTC tem um mandato único e visão geral sobre todos os assuntos relacionados
com viagens e turismo. Trabalha para aumentar a consciência de viagens e
turismo como uma das maiores potências do mundo, suportando 260 milhões de
empregos e geração de 9% do PIB mundial (WTTC, 2012).

O WTTC defende a parceria entre os setores público e privado, oferecendo


resultados que correspondem às necessidades das economias, as autoridades
locais e regionais e das comunidades locais, aliados às expectativas de negócios. O
sucesso do WTTC em gerar um clima de compreensão da importância de viagens
e turismo é com base na sua:

51
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

1. Pesquisa dos fatos sobre viagens e turismo e sobre as questões que afetam o
setor.

2. Capacidade de aproveitar o conhecimento e a experiência dos membros do


Conselho, que tem inserido elevado número de executivos com destaque no
setor.

3. Vontade de colaborar com outros organismos líderes no mercado do turismo


em busca de objetivos mútuos.

4. Oportunizar programa com visibilidade, oportuno e interessante para


comunicação, informando as discussões entre o setor de viagens e turismo,
governos e comunidade em geral.

FONTE: WTTC. <http://www.wttc.org/>. Acesso em: 9 jan. 2011.

A classificação dos membros do WTTC está posta em seu site como:


Presidente, vice-presidente, membros honorários, comitê executivo e membros
globais. O ingresso de novos membros está condicionado ao cumprimento de
premissas elencadas pela própria WTTC.

FIGURA 4 – LOGOTIPO WTTC

FONTE: WTTC. <http://www.wttc.org/>. Acesso em: 9 jan. 2011.

Como reconhecer, promover e disseminar as melhores práticas aplicadas


no desenvolvimento do turismo sustentável em todo o mundo? Esse foi o
desafio feito pelo CEO do World Travel & Tourism Council (Conselho Mundial
para Turismo e Viagens), Jean-Claude Baumgarten, durante a cerimônia de
encerramento da 9ª Conferência Global sobre Viagens e Turismo, em maio de
2009, em Florianópolis. O evento que acontece anualmente é considerado um
dos mais importantes da indústria em nível global, principalmente devido à
influência do World Travel & Tourism Council, formado por mais de 100 dos
principais empresários de todo o mundo. (REVISTA HOST, 2012).

52
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

A 9ª edição do Congresso Mundial de Viagem e Turismo (WTTC) foi


realizada no Costão do Santinho, em Florianópolis, em maio de 2009. O evento
teve a participação de 1,3 mil inscritos de 59 países e de 110 jornalistas, sendo 70
brasileiros e 40 estrangeiros. Em três dias, empresários e governos discutiram os
rumos da indústria do turismo no mundo. Uma série de estudos e pesquisas sobre
o assunto foram apresentados e os participantes puderam fazer uma avaliação
do setor frente à crise financeira e também à possível epidemia de gripe suína
(PORTAL DE TURISMO E NEGÓCIOS DE SANTA CATARINA, 2012)

Foi a primeira vez que o WTTC, em parceria com a Oxford Economics,


mensurou a contribuição econômica do turismo para um único estado do Brasil
ou da América Latina. Esta mensuração aconteceu durante a divulgação do
relatório para os integrantes do WTTC e para a Assembleia Anual do Conselho.
[...]. O turismo é um setor muito importante para o Estado catarinense, sendo
responsável por, aproximadamente, 12.5% do PIB local, o equivalente a R$ 14,8
bilhões (US$ 6,4 bilhões) e gerando aproximadamente 500 mil empregos (11,9%
de todos os postos de trabalho). E até 2019, estes números podem ser ainda
melhores. O PIB deve crescer 4,5% ao ano e os empregos devem subir 3,2%, para
um PIB de R$ 33,8 bilhões (US$ 12,8 bilhões) e 696 mil postos de trabalho. No
relatório, o WTTC destaca o fato de que o Estado de Santa Catarina é conhecido
principalmente por suas praias, entre as melhores do mundo (POR SEMPRE
FLORIPA, 2012).

Um centro de excelência em ciência e tecnologia, um bairro inteiramente


sustentável e único no país, marinas em algumas das mais belas praias brasileiras,
empreendimentos imobiliários de alto padrão, no litoral e na serra. Estes foram
alguns dos projetos que Santa Catarina mostrou no encontro anual do Conselho
Mundial do Turismo (WTTC), em Florianópolis, no ano de 2009 (CRECI, 2012).

No final de outubro do ano de 2009, o presidente do Conselho Mundial


de Viagens e Turismo (WTTC), Jean-Claude Baumgarten, apresentou em
Florianópolis um relatório elaborado pela entidade, que confirmava o enorme
potencial turístico de Santa Catarina. Além disso, apontava para diversos entraves
que deveriam ser removidos para que a atividade pudesse alcançar um novo
patamar de desenvolvimento. As deficiências em infraestrutura, principalmente,
as referentes ao estado precário da malha viária, em geral, e a dos acessos aos
principais sítios turísticos do Estado, em especial, foram apontadas, no estudo,
como os maiores pontos de estrangulamento do setor (TUDO IGUAL NO
TURISMO, 2012).

Entre debates e mesas-redondas, os participantes concordaram que


investimentos na indústria verde são a solução para reaquecer a economia
mundial, por gerar bem-estar social, novos empregos e assegurar o
desenvolvimento sustentável. Passando da teoria à realidade, a conferência
apresentou propostas para a efetivação de práticas sustentáveis locais e
ressaltou a importância do investimento em pequenos projetos. Foi consenso
que os governos devem focar suas energias na criação de ambientes positivos e
seguros para novos investimentos. (REVISTA HOST, 2012, grifo nosso).

53
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

A WTTC torna-se, portanto, importante aliada para a organização de


atividades e eventos turísticos internacionalmente, primando pela busca da
qualidade do que é ofertado para aqueles que consomem os serviços turísticos.

2.2.3 Organização Internacional da Aviação Civil


A ICAO (Internacional Civil Aviation Organization) é o fórum global
para a aviação civil; trabalha para alcançar sua visão de desenvolvimento da
segurança e sustentabilidade da aviação civil, através da cooperação dos Estados
membros (ICAO, 2012).

A International Civil Aviation Organization (ICAO) é uma


agência especializada das Nações Unidas, criada em 1944 para promover o
desenvolvimento seguro e ordenado da aviação civil internacional em todo o
mundo. Estabelece normas e regulamentos necessários à segurança da aviação,
eficiência e regularidade, bem como para a aviação de proteção ambiental. A
organização serve como fórum para a cooperação em todos os campos de aviação
civil entre seus 191 Estados membros, sendo o Brasil um dos que compõem a lista
dos agregados. Está organizada com a Assembleia, o Conselho e uma Secretaria.
(ICAO, 2012).

• A Assembleia é composta por representantes de todos os Estados contratantes,


é o órgão soberano da ICAO, reúne-se a cada três anos, revendo em detalhes o
trabalho da organização e a definição da política de trabalho para os próximos
anos, votando também um orçamento trienal. (ICAO, 2012).

• O Conselho, o órgão que é eleito pela Assembleia para um mandato de três


anos, é composto por 36 Estados. A Assembleia define o Conselho dos Estados-
Membros em três categorias: os estados de maior importância no transporte
aéreo, os estados que fazem a maior contribuição para o fornecimento de
instalações para a navegação aérea e os Estados cuja designação vai garantir
que todas as principais áreas do mundo estão representadas. É no Conselho
que normas e práticas recomendadas são adotadas e incorporadas como
anexos à Convenção sobre Aviação Civil Internacional. O Conselho é assistido
pela Comissão de Navegação Aérea (assuntos técnicos), os Transportes Aéreos
(assuntos econômicos), a Comissão de apoio conjunto de serviços de navegação
aérea e do Comitê de Finanças. (ICAO, 2012).

• A Secretaria é dirigida por um secretário-geral, dividida em cinco divisões


principais:

54
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

- A Navegação Aérea Bureau.


- A Air Transport Bureau.
- A Secretaria de Cooperação Técnica.
- O Bureau Jurídico, e
- O Escritório de Administração e Serviços. Para que o trabalho do Secretariado
reflita uma abordagem verdadeiramente internacional, os profissionais são
recrutados numa base geográfica ampla. (ICAO, 2012).

FIGURA 5 – LOGOTIPO ICAO

FONTE: ICAO. <http://www.icao.int/Pages/default.aspx>. Acesso em: 9 jan. 2012.

A ICAO trabalha em estreita cooperação com os outros membros da


família das Nações Unidas, como a Organização Meteorológica Mundial, a União
Internacional de Telecomunicações, a União Postal Universal, a Organização
Mundial da Saúde e a Organização Marítima Internacional. As organizações
não governamentais que também participam no trabalho da ICAO incluem
a International Air Transport Association, o Airports Council International, a
Federação Internacional de Associações de Pilotos de Linha Aérea e o Conselho
Internacional de proprietários de aeronave e associações de pilotos (ICAO, 2012).

A ICAO é um dos instrumentos utilizados no ordenamento turístico


mundial. O turismo está ligado aos eventos que buscam internacionalmente
estruturar avanços econômicos, sociais, políticos, culturais, e é utilizado como
mecanismo auxiliar destas metas. Não foi diferente com a União Europeia.

Caro acadêmico, para que possamos conhecer um pouco desta “verdade


explícita”, o convidamos a percorrer um pouco desta história.

55
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

3 O TURISMO E SUAS PREMISSAS NA UNIÃO EUROPEIA


De acordo com Badaró (2004), o turismo é uma das principais áreas de
crescimento na Europa e no mundo em geral. Importante para o progresso do
setor de serviços da União Europeia. Serão gerados mais postos de trabalho como
resultado do impacto do turismo do que nas demais atividades econômicas.

O turismo é um complexo de serviços e produtos fornecidos para


satisfazer a procura dos consumidores, das empresas e do setor público no
que diz respeito a viagens dentro e fora do país. A atividade do turismo está
amplamente descentralizada e interligada com a economia devido à mobilidade
e à variedade das necessidades dos turistas, bem como ao fato de os produtos e
serviços relacionados a ele serem comprados antes, durante e até após a viagem.
(BADARÓ, 2004).

NOTA

Brasil e União Europeia assinam acordo que facilitará intercâmbio de turistas

O Plano de Ação Conjunta 2012-2014 para a Parceria Estratégica Brasil-União Europeia tem
o turismo como uma de suas vertentes. Representantes do Brasil e do bloco econômico
europeu assinaram em 04/10/2011 instrumento com o objetivo de fortalecer o fluxo de
turismo entre a América do Sul e a Europa.

A ação se dará com a formatação de um projeto-piloto, envolvendo cinco países do


Continente Europeu (Espanha, Itália, França, Portugal e Alemanha) e três da América do Sul
(Argentina, Brasil e Chile).

O projeto tem como objetivo facilitar a viagem de 50 mil turistas, 25 mil em cada direção, para
o uso da capacidade de equipamentos turísticos disponíveis durante as baixas temporadas da
Europa e da América do Sul.

A operação se dará por meio da articulação com empresas aéreas, agências de viagens e
operadoras de turismo. E os elementos técnicos, segundo o Ministério do Turismo, serão
discutidos futuramente para a definição das responsabilidades das partes no projeto.

FONTE:<http://www.abeoc.org.br/2011/10/brasil-e-uniao-europeia-assinam-acordo-que-
facilitara-intercambio-de-turistas/>. Acesso em: 9 jan. 2012.

O fortalecimento da União Europeia, atrelado ao seu desenvolvimento


e progresso, está intimamente ligado ao evento do turismo, pois viabiliza uma
interlocução entre países com diferentes tradições, linguagens, culturas, criando
um aspecto favorável para as atividades turísticas, evidentemente não sem
dificuldades.

56
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

3.1 ESTRUTURAS DO TURISMO EUROPEU


Nos escritos de Badaró (2004), a União Europeia objetiva organizar, de
forma coerente e solidária, as relações entre os Estados membros e seus povos.
Os objetivos a atingir, em sentido estrito, são muito importantes para o sucesso
dessa ousada empreitada, como se pode notar pela seguinte relação:

1. Promoção do progresso econômico e social.


2. Afirmação da identidade europeia no cenário internacional.
3. Instituição de uma cidadania europeia.
4. Criação de um espaço de liberdade, de segurança e de justiça.
5. Manutenção e desenvolvimento do acervo comunitário.

O autor prossegue enfatizando que o funcionamento da União Europeia


é assentado em cinco instituições: o Parlamento Europeu (eleito pelos povos
dos Estados membros), o Conselho (que representa os governos dos Estados
membros), a Comissão (órgão executivo que detém o direito de iniciativa em
matéria legislativa), o Tribunal de Justiça (que garante o respeito à legislação) e o
Tribunal de Contas (que assegura o controle das contas) (BADARÓ, 2004).

De acordo com Badaró (2004), o Tratado de Roma, de 1957, não previu


expressamente a atribuição de competência específica para que a Comunidade
Econômica Europeia (CEE) atuasse no setor turístico. Todavia, o Tratado de
Maastricht, assinado em 7 de fevereiro de 1992, reconheceu pela primeira vez que,
pelo cumprimento das missões que foram assinadas, a ação da União Europeia
comporta, nas condições e conforme os ritmos previstos pelo tratado, medidas no
domínio do turismo.

NOTA

LEIA E INFORME-SE!

O TRATADO DA UNIÃO EUROPEIA

O Tratado da União Europeia (TUE), conhecido também como Tratado de Maastricht, por
ter sido assinado nessa localidade holandesa, constitui uma pedra angular no processo de
integração europeia, pois, ao modificar e completar o Tratado de Paris de 1951 que criou
a CECA, os Tratados de Roma de 1957 que constituem a CEE e o EURATOM,  e ainda a
ACTA Única Europeia de 1986, ultrapassa pela primeira vez o objetivo econômico inicial da
Comunidade (constituir um mercado comum), dando-lhe uma vocação de unidade política.
O Tratado de Maastricht consagra oficialmente  o nome de “União Europeia”, que a partir daí
substituirá o de Comunidade Europeia.
O termo União usa-se desde o início do Tratado para representar o avanço num projeto
histórico. Assim, o articulado no art. 2°  do Tratado da União Europeia diz o seguinte:

“O presente Tratado constitui uma nova etapa no processo criador de uma União cada vez
mais estreita entre os povos da Europa […]”

57
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

O Tratado vai ter uma estrutura baseada em “três pilares”, segundo o ponto de vista jurídico
dos que o idealizaram e redigiram. A metáfora utilizada é de que o TUE tem a forma de um
“templo grego” que se sustenta em três pilares:
O central é o que se denominou o “pilar comunitário”, o que quer dizer o recolhido nos
Tratados comunitários nas suas diversas formas, com suas instituicões, com competências
supranacionais. Neste pilar estão representados o Mercado Único, a União Europeia, a União
Econômica e Monetária, a PAC, os fundos estruturais e de coesão…
Os novos pilares, os laterais, estariam baseados não nos poderes supranacionais, mas na
cooperação entre os governos:
- Política Exterior e Segurança Comum (PESC).
- Justiça e Assuntos de Interior (JAI).

FONTE. Tratado de Maastritch. <http://www.historiasiglo20.org/europortug/maastricht.htm>.


Acesso em: 10 jan. 2012.

FIGURA 6 – SÍMBOLO DA UNIÃO EUROPEIA

FONTE: União Europeia. <http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=1296>.


Acesso em: 10 jan. 2012.

As medidas destinadas a favorecer um desenvolvimento sadio e


harmonioso do turismo foram, num primeiro momento, de caráter econômico,
seguindo-se, depois, iniciativas privadas das áreas política e comunitária para a
consecução desse objetivo. Os instrumentos financeiros da Comunidade Europeia,
acentuadamente os fundos estruturais e o Banco Europeu de Investimento,
proporcionam suporte, sob a forma de subvenções ou de empréstimos vantajosos,
a numerosas atividades turísticas, considerando que esta comunidade se esforça
para desenvolver o turismo no espaço e no tempo, além de atuarem protetivamente
com relação ao meio ambiente (BADARÓ, 2004).

Badaró (2004) enfatiza que o direito do turismo evidencia-se, nesse


contexto de desenvolvimento político e econômico da União Europeia, como
instrumento legal da atividade turística, buscando fornecer suporte e soluções
para conflitos, além de auxiliar no desenvolvimento harmonioso do turismo em
todos os países membros.

58
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

LEITURA COMPLEMENTAR 1

CONSELHOS PARA QUEM VIAJA À EUROPA

Os Estados são soberanos para estabelecer políticas de admissão de


estrangeiros em seus territórios. As normas internacionais garantem a todos o
direito de partir do próprio país e a ele regressar sem constrangimentos, mas
não de ingressar livremente em outros. Há limites, portanto, para a atuação do
Ministério das Relações Exteriores quanto à entrada de brasileiros em outros
países. Mesmo os vistos não constituem uma garantia, mas sim uma expectativa
de direito. As autoridades migratórias possuem a prerrogativa, caso julguem
pertinente, de impedir o ingresso de terceiros em seu território.

2. O governo brasileiro tem mantido contatos sistemáticos com as autoridades


europeias, no sentido de sensibilizá-las sobre a necessidade da adoção de
critérios claros na política de controle migratório, de maneira a serem evitados
comportamentos que possam ser interpretados como discriminatórios ou que
atentem contra a dignidade e a moral dos indivíduos.

3. A seguir, problemas que podem ocorrer nos aeroportos ou postos de fronteira:

• Alguns países que não exigem “visto de turista” têm impedido o ingresso
de brasileiros por suspeitarem que se trate de migração irregular, ou seja, de
pessoas que buscam residir ou trabalhar no país sem visto apropriado.

• A pessoa não admitida poderá ter de aguardar horas, às vezes dias, em salas
especiais dos aeroportos ou em centros de detenção provisória, antes de
embarcar de volta para o Brasil. Nesses casos, o interessado deve procurar
contatar o Consulado ou Embaixada do Brasil, que poderão transmitir
informações a seus familiares e zelar para que tenha um tratamento digno.
No entanto, as representações e autoridades brasileiras não poderão intervir
no sentido de modificar a decisão das autoridades migratórias locais sobre a
denegação de entrada no país.

• Para reduzir os riscos de inadmissão é conveniente que o turista tenha consigo


vouchers de hotel, dinheiro (60 euros por dia por pessoa, mínimo de 550 euros)
por qualquer tempo de permanência, passagem de volta e cartão de crédito
internacional. Pode ser exigida carta-convite da pessoa ou família que hospedará
o viajante ou da instituição organizadora do evento de que participará. Alguns
países podem exigir a comprovação do porte de valores determinados como
uma das condições para autorizar a entrada. É muito importante consultar a
Embaixada ou o Consulado do país de destino antes de viajar, para receber
informações completas e atualizadas.

59
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

• Ao chegar ao destino final, as autoridades sanitárias poderão também exigir


informações sobre o itinerário da viagem e examinar os documentos de saúde
do viajante. Poderão ainda colocá-lo em observação, isolamento ou quarentena
e até mesmo negar sua entrada por considerá-lo suspeito de portar doenças
com potencial de disseminação internacional ou por não apresentar prova
documental de vacinação requerida pelo país.

• É aconselhável que o viajante esteja vestido de acordo com os padrões locais


e a época do ano em que a viagem ocorrerá: roupas leves ou muito sumárias
em períodos de inverno intenso poderão, por exemplo, chamar a atenção das
autoridades migratórias estrangeiras.

• No caso de não ser admitido, o turista corre sério risco de perder o investimento
que realizou com passagens e outras despesas de viagem.

FONTE: Conselhos para quem viaja à Europa. <http://www.portalconsular.mre.gov.br/antes/


criterios-de-ingresso-para-viajantes-brasileiros>. Acesso em: 10 jan. 2012.

A consolidação do direito se dá pela busca constante, dos países membros


da União Europeia, de sua adaptação ao meio social, econômico e político em
cada momento histórico, fortalecendo igualmente, desta forma, os textos legais
que amparam as atividades turísticas, que terão êxito com a observância do lema
da União Europeia: “In varietate concordia”, que tem o significado de UNIDOS
NA DIVERSIDADE.

Mundializados ou globalizados, permanecemos tecendo comentários


ao contexto turístico, e abarcamos agora tratativas mais próximas, em nosso
continente, com nossos vizinhos, no Mercosul.

4 NORMAS DO TURISMO NO MERCOSUL


O clima, as diversidades culturais, as dimensões geográficas, as paisagens
pitorescas, certamente atraem turistas de vários pontos do globo terrestre para se
aventurarem nas terras do Mercosul.

Segundo Badaró (2004), a situação do Mercosul no que tange ao Direito


do Turismo é frágil. A maioria das normas estipuladas pelos Estados membros
são apenas atos administrativos, disponibilizados em grande quantidade, mas
com eficácia reduzida no campo prático e dinâmico do turismo.

60
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

UNI

Caro acadêmico!
Os países do Mercosul, com o intuito de fortalecer e organizar a entrada e saída dos turistas
em seu território, entabularam acordo no que diz respeito à portabilidade de documentos
necessários para uma viagem segura. Acesse o site: <http://www.portalconsular.mre.gov.
br/antes/acordo-sobre-documentos-de-viagem-mercosul>, atualize-se e mantenha-se
informado(a)!

A RET (Programa de Trabalho da Recomendación Del Turismo) é o


mecanismo pelo qual se definem ações comuns para desenvolver o Mercosul
como destino turístico internacional. A reunião tem dois eixos fundamentais: a
consolidação desse mercado como bloco no âmbito do turismo e o incremento
da entrada de turistas nos países que o formam. Nessa reunião são priorizados
assuntos voltados às dificuldades do trânsito nas fronteiras e as propostas para
a resolução dos problemas nas Áreas de Controle Integrado (ACIs), bem como
a atuação do Escritório de Promoção Turística do Mercosul no Japão (JPMO) e
a participação do Mercosul em feiras internacionais de turismo (BRASIL, 2012).

A RMTur (Reunião dos Ministros do Turismo) foi criada em 2003, também


por iniciativa brasileira, e juntamente com a RET é foro estratégico para um
plano de ação bem estruturado no Mercosul, pois dá legitimidade e força política
às decisões e iniciativas na área do turismo. A RET e a RMTur representam a
integração das políticas no campo turístico dos estados membros e associados
e, consequentemente, um dos fatores que auxiliam a integração do Mercado
Comum do Sul como um todo (BRASIL, 2012).

Nas palavras de Badaró (apud MIALHE, 2004, p. 148):

[...] o direito europeu tem servido como inspiração ao Mercosul,


principalmente no tocante a seus propósitos no Tratado de Assunção
de 1991, de uma área de livre circulação de bens, serviços e fatores
produtivos entre países.

Algumas recomendações para a harmonia nas relações turísticas do


Mercosul surgiram da XXXIII Reunión Especializada Del Turismo Del Mercosur,
em San Bernardino, no Paraguai, com a participação de representantes dos países
membros da organização. Recomendações estas aprovadas pela Organização
Mundial do Turismo e que tratam dos temas: Circuitos turísticos regionais
integrados, Promercotur, Lista de Agentes de Financiamento, Programa de
Trabalho da Recomendación Del Turismo (RET). (BADARÓ, 2004).

61
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

A consolidação do Mercosul como bloco no âmbito do turismo e o


incremento da entrada de turistas nos países membros do Mercosul estão entre
os objetivos principais do Departamento de Relações Internacionais, organizados
pela Coordenação-Geral de Relações Sul-Americanas. As ações desenvolvem-
se com vistas a ampliar o relacionamento entre os países sul-americanos e,
assim, contribuir para tornar o turismo assunto estratégico que permita o
desenvolvimento socioeconômico do continente, além de ampliar o prestígio
internacional por aprimorar o posicionamento da própria imagem no mercado
turístico internacional (BRASIL, 2012).

62
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

LEITURA COMPLEMENTAR 2

NORMAS PARA A CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS DE TURISTAS


PARTICULARES E DE ALUGUEL NOS ESTADOS PARTES DO
MERCOSUL

Para os efeitos da presente norma, entende-se por: 


Veículos comunitários do Mercosul: automóveis, motocicletas,
bicicletas  motorizadas, “motor homes” e reboques registrados e/ou
matriculados em qualquer um dos Estados Partes.

• Turista comunitário: pessoa física que ingresse em um Estado Parte distinto


daquele no qual tem sua residência habitual e ali permaneça nessa qualidade,
sem exceder o  prazo máximo estabelecido pela autoridade migratória desse
Estado Parte, comprovado  mediante documentação que para esse fim seja
expedida.
 
• Proprietário: pessoa física ou jurídica, residente ou estabelecida no Estado
Parte de  matrícula do veículo a cujo nome se encontre registrado o mesmo
perante o organismo competente.
 
• Pessoa autorizada: turista com poder suficiente para conduzir o veículo,
comprovado mediante instrumento público.
 
• Residente: toda pessoa física que comprove sua residência habitual e
permanente em um Estado Parte.

• Comprovante de seguro: certificado da apólice de seguro de responsabilidade


civil  por danos causados a pessoas e objetos não transportados no veículo,
a favor do  proprietário ou condutor do veículo, com cobertura nos Estados
Partes em que circule  nas condições estabelecidas nas respectivas normas
comunitárias.

• Prazo de permanência do veículo: período durante o qual o veículo pode


permanecer em um Estado Parte diferente daquele onde esteja registrado ou
matriculado, nos termos da presente Norma.
 
• Empresa locadora de veículos (ELV): aquela que tem como atividade a locação
de  veículos terrestres, para circularem no território do Mercosul, de acordo
com a legislação do Estado Parte onde esteja radicada.
 
• Autorização para circulação no Mercosul (ACM): é o documento emitido pela
ELV  que inclui a indicação dos dados principais do contrato de locação do
veículo, assim como os referentes à sua identificação e seguro.

63
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Para circular em um Estado Parte diferente daquele de registro ou


matrícula do veículo, o condutor deverá contar com a seguinte documentação:
 
a) Documento de identidade válido para circular no Mercosul.
 
b) Licença para dirigir.
 
c) Documento que o qualifica como turista emitido pela autoridade migratória.
 
d) Autorização para conduzir o veículo nos casos exigidos por esta Norma.
 
e) Título ou outro documento oficial que comprove a propriedade do veículo.
 
f) Comprovante de seguro vigente.

Constituirá requisito indispensável para a circulação de veículos de


aluguel nos  Estados Parte a Autorização para Circulação no Mercosul (ACM),
que, com caráter de declaração juramentada, será emitida pela Empresa Locadora
de Veículos (ELV), conforme modelo anexo.
 
A Empresa Locadora de Veículos (ELV) emitirá, em todos os casos, a
Autorização  para Circulação no Mercosul (ACM), devendo conservar cópia de
cada uma delas  por um prazo de cinco (5) anos, para os fins estabelecidos no
artigo 10 da presente Norma.
 
A Autorização para Circulação no Mercosul (ACM) será confeccionada
em um formulário de numeração contínua individualizado por empresa.
 
A vigência da Autorização para Circulação no Mercosul (ACM) não
poderá, em nenhum caso, superar os noventa (90) dias contados a partir de sua
emissão.
FONTE: Portal do Ministério das Relações Exteriores. <www.mercosur.int/.../Res_035_002_
Circul_Veículos%20Turistas%2>. Acesso em: 22 jan. 2012.

64
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

DICAS

Busque mais informações a respeito dos fundamentos legais vistos na leitura


complementar no site:
<http://www.portalconsular.mre.gov.br/mundo/america-do-sul/republica-oriental-do-
uruguai/chui/informacoes/normas-para-a-circulacao-de-veiculos-de-turistas-particulares-
e-de-aluguel-nos-estados-partes-do-mercosul>.

Uma convenção internacional, importante para a convergência entre o


turismo e o direito internacional firmada no Mercosul, onde o Brasil é signatário,
e da qual pouco se tem estudado, faz referência ao Tratado da Bacia do Prata,
celebrado entre a Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, cujo artigo 1º,
explicita a necessidade de os países membros do tratado conjugarem esforços
objetivando a promoção do “desenvolvimento harmônico” e da “integração
física da Bacia do Prata”, identificando áreas de interesse comum e a realização
de estudos, programas e obras, bem como a formulação de entendimentos
necessários e que propendam:

1. À complementação regional mediante a promoção e estabelecimento de


indústrias de interesse para o desenvolvimento da bacia;

2. À promoção de outros projetos de interesse comum e em especial daqueles


que se relacionam com o inventário, avaliação e o aproveitamento dos recursos
naturais da área. (BADARÓ, 2004)

Badaró (2004, p. 77) reitera que “desta descrição se infere a vontade de os


Estados membros do tratado de realizarem projetos de ecoturismo sustentável,
claramente adequados à realidade geográfica e à rica diversidade biológica da
região da Bacia do Prata”.

O Tratado de Assunção que constituiu o Mercosul tinha por objetivo criar


um Mercado Comum, também buscou adotar medidas de livre circulação de
pessoas nestes países, propiciando igualmente as atividades turísticas como meio
de desenvolvimento social e econômico pregado em todas as organizações que
têm o turismo como viga mestre.

A ONU – Organização das Nações Unidas, em seu art. 13, dispõe sobre
o princípio do livre exercício de ir e vir, sendo o turismo um dos elementos que
mais se identificam com esta premissa.

Caro acadêmico, baseados nestas circunstâncias, adentrando ainda mais


ao complexo sistema jurídico turístico, iniciamos nossos relatos que enunciam
este patamar internacional público e privado. Analise as perspectivas delineadas!

65
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

5 O TURISMO VERSUS DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO E


PÚBLICO
Com a globalização, o turismo internacional se tornou uma realidade
inconteste, originando por sua vez a expansão do Direito Internacional do
Turismo, que tem como parâmetros as organizações internacionais, dentre
elas a ONU e a OMT.

A função do direito internacional no setor de serviços deve visar


estabelecer as responsabilidades dos investidores, para que não causem danos
ao meio ambiente, nem desrespeitem direitos humanos, e para impedir as
práticas restritivas de negócios (BADARÓ, 2004).

Nas considerações de Boiteux (2003), o Direito Internacional Público


cuidará das relações interestatais e dos conflitos entre soberanias, tendo como
principal fonte os tratados e convenções internacionais, enquanto o direito
privado vai determinar o regime jurídico a ser aplicado em determinado
conflito.

O direito turístico ocupa um meio-termo entre direito público


e privado.  Com efeito, o referencial normativo deste ramo do direito
pode ser dividido em dois campos principais. Por um lado, a organização
administrativa de fomento ao turismo, bem como a ordenação administrativa
das empresas turísticas e regime disciplinar das atividades turísticas. Por
outro,  a regulamentação do estatuto turístico dos sujeitos particulares  que
participam do tráfico turístico (aqui abrangidas tanto as empresas quanto os
usuários)  e as relações estabelecidas entre eles (MARTINEZ, 2005). O Brasil é
signatário das Cartas da ONU e da OEA, dos Tratados da Bacia do Prata e de
Cooperação Amazônica, nos quais a questão relativa ao turismo é tangenciada
(EVOCATI, 2012).

O direito turístico é feixe de estudos jurídicos que se situa entre o direito


público e o privado, contendo disposições normativas que ora se extraem do
direito administrativo e internacional e ora têm sua fonte normativa principal
no direito civil e direito do consumidor (EVOCATI, 2012).

DICAS

No texto a seguir você encontrará dicas para viajantes que saem do Brasil.

66
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

LEITURA COMPLEMENTAR 3

CONCEITO DE BAGAGEM

Para fins de tributação aduaneira, entende-se como bens de viajante os bens,


novos ou usados, que um viajante porta consigo, no mesmo meio de transporte
em que viaje, não acobertado por conhecimento de transporte, ou ainda aquele
que, em função de sua viagem, chegue ao país ou dele saia, por meio de uma
empresa transportadora, como remessa postal, encomenda expressa, encomenda
aérea ou qualquer outro meio de transporte, amparado por conhecimento de
carga ou documento equivalente.

Os bens de viajante, para que se enquadrem no conceito de bagagem,


devem ser, necessariamente, destinados a uso ou consumo pessoal do viajante,
em compatibilidade com as circunstâncias de sua viagem, inclusive aqueles para
presentear, ou destinados a sua atividade profissional, e não podem permitir
a presunção de importação ou exportação para fins comerciais ou industriais,
devido à sua quantidade, natureza ou variedade.

Alguns bens, embora não incluídos no conceito acima, recebem o mesmo


tratamento tributário dispensado à bagagem quando pertencentes a viajantes em
situações especiais. Assim, por exemplo, atendidas determinadas condições, seria
considerada como bagagem a mobília da residência de um viajante que esteja se
transferindo definitivamente para o Brasil.

São considerados como bagagem, por exemplo:

• roupas e outros artigos de vestuário; artigos de higiene, beleza ou maquiagem;


calçados; livros, folhetos e periódicos; ferramentas, máquinas, aparelhos
e instrumentos necessários ao exercício de sua profissão, arte ou ofício,
individualmente.
 
Não estão incluídos no conceito de bagagem, independentemente do motivo
da viagem:

• bens cuja quantidade, natureza ou variedade configure importação ou


exportação com fim comercial ou industrial;

• automóveis, motocicletas, motonetas, bicicletas com motor, casas rodantes e


demais veículos automotores terrestres;

• aeronaves;

• embarcações de todo o tipo, motos aquáticas e similares, e motores para


embarcações; cigarros e bebidas de fabricação brasileira, destinados à venda
exclusivamente no exterior; bens adquiridos pelo viajante em loja franca, por
ocasião de sua chegada ao país.

67
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Os bens trazidos do exterior importados ou exportados pelo viajante


e que estejam incluídos no conceito de bagagem classificam-se em bagagem
acompanhada e bagagem desacompanhada.

Orientações para bagagem acompanhada:

Todo viajante que ingressa no Brasil, qualquer que seja a sua via de
transporte, e que tenha bens a declarar conforme previsto no art. 6º da IN RFB
nº 1059, de 2010, obrigatoriamente deve preencher a Declaração de Bagagem
Acompanhada (DBA), que é fornecida pelas empresas de transporte, agências de
viagens ou obtida nas repartições aduaneiras.

O viajante que estiver chegando ao Brasil portando valores em montante


superior a R$10.000,00 (dez mil reais) ou o equivalente em outra moeda, em espécie,
obrigatoriamente deve preencher a Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA)
e, além de prestar essa informação na DBA, é obrigado a apresentar a Declaração
Eletrônica de Porte de Valores (e-DPV), por meio da internet, e se apresentar à
fiscalização aduaneira do local de entrada no país, para fins de conferência.

O viajante que traz outros bens, incluídos no conceito de bagagem, cujo


valor global exceda a cota de isenção, mas que não excedam os limites quantitativos
de bens para a via de transporte utilizada, deve pagar o imposto de importação
(II), calculado à base de 50% do que exceder a cota de isenção (valor total dos bens
– cota de isenção), por meio de documento próprio (Documento de Arrecadação
de Receitas Federais - DARF), na rede bancária brasileira.

O viajante que exceder os limites quantitativos de bens para a via de


transporte utilizada deverá providenciar o despacho de importação dos bens
excedentes sob o regime de tributação comum. Se não for possível o pagamento
do imposto no momento do desembarque, os bens sujeitos à tributação são
retidos pela Aduana, mediante o preenchimento e entrega, ao viajante, do Termo
de Retenção e Guarda dos Bens, contendo informações referentes ao viajante
e aos bens retidos. A liberação dos bens é efetuada posteriormente mediante
a apresentação, pelo viajante, do Termo de Retenção e do comprovante do
pagamento do imposto ou após a conclusão do despacho de importação sob o
regime de tributação comum, conforme o caso.

O viajante deve obrigatoriamente preencher a Declaração de Bagagem


Acompanhada (DBA) e dirigir-se à fiscalização aduaneira, no setor de “BENS A
DECLARAR”, quando estiver trazendo:

I. animais, vegetais ou suas partes, sementes, produtos de origem animal ou


vegetal, produtos veterinários ou agrotóxicos;

II. produtos médicos, produtos para diagnóstico in vitro, produtos para limpeza
ou materiais biológicos;

68
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

III. medicamentos, exceto os de uso pessoal, ou alimentos de qualquer tipo;

IV. armas ou munições;

V. bens sujeitos a restrições ou proibições ou ao regime comum de importação;

V. bens aos quais será dada destinação comercial ou industrial, ou outros bens
que não sejam passíveis de enquadramento como bagagem;

VI. bens que devam ser submetidos a armazenamento para posterior despacho
no regime comum de importação;

VII. bens sujeitos ao regime aduaneiro especial de admissão temporária quando


sua discriminação na DBA for obrigatória;

VIII. bens cujo valor global ultrapasse o limite de isenção para a via de transporte,

IX.bens que excederem limite quantitativo para fruição da isenção;

X. valores em espécie em montante superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) ou seu


equivalente em outra moeda.

Nos demais casos, a partir de 1º de janeiro de 2012, o viajante não necessita


preencher a DBA e pode dirigir-se ao setor “NADA A DECLARAR”.

Bagagem desacompanhada:

As limitações indicadas para a bagagem acompanhada, relativas aos


bens que não podem ser trazidos como bagagem e bens de importação proibida,
aplicam-se também à bagagem desacompanhada.

A bagagem desacompanhada deve provir do país ou dos países de


procedência do viajante. A bagagem desacompanhada deve chegar ao Brasil
dentro do período de três meses anteriores ou até seis meses posteriores ao
desembarque do viajante. Fora desse prazo, os bens não são considerados como
bagagem, sujeitando-se ao regime de importação comum para bagagens.

A data do desembarque do viajante no Brasil é comprovada mediante a


apresentação do bilhete da passagem, de declaração da empresa transportadora,
ou do passaporte.

O despacho aduaneiro de bagagem desacompanhada somente pode ser


processado após a chegada do viajante e deve ser iniciado no prazo de até 90
dias contado da descarga dos bens, sob pena de ser considerada abandonada. O
viajante pode providenciar o despacho pessoalmente ou por meio de despachante
aduaneiro por ele nomeado.

69
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

O viajante deve providenciar o despacho aduaneiro da sua bagagem por


meio da Declaração Simplificada de Importação (DSI) eletrônica, registrada no
Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), podendo, nesse caso, ser
dispensado o procedimento de habilitação para utilizar o Siscomex se a declaração
for transmitida para registro por um funcionário da Aduana ou elaborada por
um despachante aduaneiro nomeado pelo viajante. O pagamento do imposto de
importação, se for o caso, é feito no momento do registro da DSI.

Os bens que compõem a bagagem devem ser relacionados na DSI. Para


facilitar a conferência aduaneira, recomenda-se que os bens sejam distribuídos
em caixas numeradas, agrupando-se, quando possível, os bens afins, que se
relacione o conteúdo de caixa por caixa, por exemplo, conteúdo da caixa nº 1
(discriminando todos os bens ali contidos), conteúdo da caixa nº 2 e assim por
diante.

A liberação dos bens é efetuada após a conferência aduaneira da bagagem.

Situações dos viajantes em condições especiais, e são esses considerados:

• Brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil que permaneceu no exterior por


mais de um ano.

• Migrantes.

• Cientistas, engenheiros e técnicos, brasileiros ou estrangeiros, radicados no


exterior.

• Integrantes de missões diplomáticas e repartições consulares de caráter


permanente no Brasil.

• Integrantes de representações de organismos internacionais, de caráter


permanente, inclusive de âmbito regional, de que o Brasil é membro.

• Funcionários brasileiros da carreira diplomática e servidores públicos em


exercício de função no exterior.

• Menores.

• Tripulantes.

• Militares.

O que o viajante NÃO pode trazer do exterior:

Não são conceituados como bagagem, no sentido aduaneiro, mesmo que


trazidos pelo viajante:

70
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

• Objetos destinados a revenda ou a uso industrial.

• Automóveis, motocicletas, motonetas, bicicletas com motor, trailers e demais


veículos automotores terrestres, suas partes e peças.

• Aeronaves e suas partes e peças; embarcações de todo tipo, motos aquáticas e


similares e motores para embarcações e suas partes e peças.

O que é PROIBIDO trazer do exterior pelo viajante:

O viajante não pode trazer para o Brasil:

• Cigarros e bebidas fabricados no Brasil, destinados à venda exclusivamente no


exterior.

• Cigarros de marca que não seja comercializada no país de origem. 

• Brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam


confundir, exceto se for para integrar coleção de usuário autorizado, nas
condições fixadas pelo Comando do Exército Brasileiro.

• Espécies animais da fauna silvestre sem um parecer técnico e licença expedida


pelo Ministério do Meio Ambiente.

• Espécies aquáticas para fins ornamentais e de agricultura, em qualquer fase do


ciclo vital, sem permissão do órgão competente.

• Produtos assinalados com marcas falsificadas, alteradas ou imitadas, ou que


apresentem falsa indicação de procedência.

• Mercadorias cuja produção tenha violado direito autoral (“pirateadas”).

• Produtos contendo organismos geneticamente modificados.

• Os agrotóxicos, seus componentes e afins.

• Mercadoria atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem pública;


substâncias entorpecentes ou drogas.

Bagagem extraviada:

Quando houver extravio de bagagem, o viajante deve solicitar o registro


da ocorrência ao transportador, no momento do desembarque, e procurar a
fiscalização aduaneira para visar esse registro, a fim de assegurar o direito de
usufruir posteriormente a sua cota de isenção.

FONTE: Receita Federal. <http://www.receita.fazenda.gov.br/aduana/viajantes/


conceitobagagem.htm>. Acesso em: 22 jan. 2012

71
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

UNI

Para mais informações, acesse o site: <http://www.receita.fazenda.gov.br/


aduana/viajantes/viajantechegbrasilsaber.htm>.

O Direito do Turismo integra um contexto que cresce significativamente


em importância, deve receber a atenção daqueles que operam o direito, buscando
sustentação em ordenamentos jurídicos que promovam sua independência dos
demais ramos do direito.

5.1 A CONVENÇÃO DE VIENA E AS RELAÇÕES


INTERNACIONAIS
A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961) e a Convenção
de Viena sobre relações consulares (1964) foram assinadas pelos Estados membros
com o respaldo da Carta das Nações Unidas, que faz referência à igualdade
soberana dos estados, à manutenção da paz e segurança internacional e ao
desenvolvimento das relações de amizade entre as nações.

Ambas as Convenções têm em seu preâmbulo menção à manutenção das


relações amistosas entre os Estados-membros, independente da diversidade de
seus regimes constitucionais e sociais, buscando, sobretudo, garantir o desempenho
eficaz das funções das missões diplomáticas e consulares (MAZZUOLI, 2007).

Segundo Boiteux (2003, p. 98), “as convenções regulam e protegem os


diplomatas e cônsules quanto às relações diplomáticas”.

Estes textos legais trazem consigo todas as prerrogativas inerentes ao


exercício da função dos diplomatas e cônsules, seus privilégios e imunidades, em
razão de sua permanência em território no qual não é nato, mas representa outro
Estado-membro.

As relações estabelecidas no ir e vir das pessoas no contexto internacional


está regulada legalmente pelos dispositivos que norteiam e identificam os “vistos”
com os quais o indivíduo será identificado em seu passaporte no momento de
seu deslocamento, e o objetivo desse. Vamos conhecer um pouco mais sobre o
assunto.

72
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

5.2 AS RELAÇÕES ENTRE PAÍSES


O visto é hoje um controle que alguns países exercem sobre a entrada de
estrangeiros em seus territórios. Tem como fundamentos: o controle de migração,
o controle ideológico ou ainda, simplesmente, é uma forma de obter recursos
para custear consulados e embaixadas. Estampado no passaporte, o visto
obedece a um princípio internacional denominado “Princípio da Bilateralidade
ou Reciprocidade”, ou seja, quando um país exige visto para um nativo de outro
Estado, a exigência torna-se automaticamente recíproca (BOITEUX, 2003).

A Lei nº 6.815/90 define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil e cria


o Conselho Nacional de Imigração, e em seu artigo 4º especifica os tipos de vistos
que podem ser concedidos àqueles que adentrarem o território brasileiro:

Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá


ser concedido visto:

I - de trânsito;
II - de turista;
III - temporário;
IV - permanente;
 V - de cortesia;
 VI - oficial; e
 VII - diplomático.
Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender-
se a dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º. (BRASIL,
2012).

Os artigos 12 ao 21 deste texto legal trazem a forma da concessão, prazo


de validade e outras informações inerentes aos variados tipos de vistos. Vejamos
a seguir:

Art. 12º O prazo de validade do visto de turista será de até cinco


anos, fixado pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de
reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no país, com estadas não
excedentes a 90 dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de
180 dias por ano. (Redação dada pela Lei nº 9.076, de 10/07/95)

Art. 13º O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que


pretenda vir ao Brasil:

I - em viagem cultural ou em missão de estudos;

II - em viagem de negócios;

III - na condição de artista ou desportista;

73
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

IV - na condição de estudante;

V - na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra categoria,


sob regime de contrato ou a serviço do governo brasileiro;

VI - na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência


noticiosa estrangeira;

VII - na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de


vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa. (Incluído pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

Art. 14º O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e III do
art. 13, será de até 90 dias; no caso do inciso VII, de até um ano; e nos demais,
salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o correspondente à duração
da missão, do contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a
autoridade consular, observado o disposto na legislação trabalhista. (Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13, o prazo será de até 1


(um) ano, prorrogável, quando for o caso, mediante prova do aproveitamento
escolar e da matrícula.

Art. 15º Ao estrangeiro referido no item III ou V do artigo 13 só se


concederá o visto se satisfizer às exigências especiais estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Imigração e for parte em contrato de trabalho, visado
pelo Ministério do Trabalho, salvo no caso de comprovada prestação de serviço
ao governo brasileiro.

Art. 16º O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que


pretenda se fixar definitivamente no Brasil.

Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente, propiciar


mão de obra especializada aos vários setores da economia nacional, visando
à Política Nacional de Desenvolvimento em todos os aspectos e, em especial,
ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de
recursos para setores específicos. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 17º Para obter visto permanente o estrangeiro deverá satisfazer,


além dos requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de caráter especial
previstas nas normas de seleção de imigrantes estabelecidas pelo Conselho
Nacional de Imigração.

74
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

Art. 18º A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada,


por prazo não superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de atividade certa e à
fixação em região determinada do território nacional.

Art. 19º O Ministério das Relações Exteriores definirá os casos de


concessão, prorrogação ou dispensa dos vistos diplomáticos, oficial e de
cortesia.

Art. 20º Pela concessão de visto cobrar-se-ão emolumentos consulares,


ressalvados:

I - os regulados por acordos que concedam gratuidade;

II - os vistos de cortesia, oficial ou diplomático;

III - os vistos de trânsito, temporário ou de turista, se concedidos a titulares de


passaporte diplomático ou de serviço.

Parágrafo único.  A validade para a utilização de qualquer dos vistos


é de 90 (noventa) dias, contados da data de sua concessão, podendo ser
prorrogada pela autoridade consular uma só vez, por igual prazo, cobrando-se
os emolumentos devidos, aplicando-se esta exigência somente a cidadãos de
países onde seja verificada a limitação recíproca. (Redação dada pela Lei nº
12.134, de 2009).

Art. 21º Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade contígua


ao território nacional, respeitados os interesses da segurança nacional, poder-
se-á permitir a entrada nos municípios fronteiriços a seu respectivo país, desde
que apresente prova de identidade.

§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exercer atividade


remunerada ou frequentar estabelecimento de ensino naqueles municípios,
será fornecido documento especial que o identifique e caracterize a sua
condição, e, ainda, Carteira de Trabalho e Previdência Social, quando for
o caso.

§ 2º Os documentos referidos no parágrafo anterior não conferem o direito de


residência no Brasil, nem autorizam o afastamento dos limites territoriais
daqueles municípios.

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D86715.htm>. Acesso em: 9 fev. 2012.

75
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

NOTA

Para saber:

Um visto (do latim carta visa, lit. "o documento foi visto”).

FONTE: FERREIRA. Aurélio Buarque de Holanda. MiniAurélio. Minidicionário da língua


portuguesa. 7. ed. Curitiba: Editora Positivo, 2008.

Adentrarmos em um território estrangeiro, sem a validade do visto, ou


executarmos atividades não previstas pelo visto concedido (como, por exemplo,
trabalharmos possuindo somente o visto de turista), deixa o indivíduo em
situação irregular, ilegal, podendo estar propenso a ser deportado para o seu
país de origem.

76
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

LEITURA COMPLEMENTAR 4

Para viajar para o exterior, muitos países exigem visto de entrada para
brasileiros. Há diversos tipos de visto, e o mais comum é o visto de turista, com
o qual normalmente você pode ficar até 90 dias no destino. Mas isso não é uma
regra. Antes de viajar, consulte seu agente de viagens, embaixadas e consulados
para saber o que é necessário para você entrar em cada país (lembrando que se o
seu voo fizer alguma escala em países que exigem visto, mesmo que seu destino
final não exija, você terá que possuir o mesmo).

Aqui está a lista de países que exigem ou não, para turismo ou negócios,
visto de brasileiros:

Necessidade de visto para


País
Turismo Negócios
Afeganistão Sim Sim
África do Sul Não Não
Albânia Sim Sim
Alemanha Não Não
Andorra Não Sim
Angola Sim Sim
Antígua e Barbuda Sim Sim
Arábia Saudita Sim Sim
Argélia Sim Sim
Argentina Não. Ingresso permitido com cédula de Identidade Civil
Armênia Sim Sim
Austrália Sim Sim
Áustria Não Não
Azerbaijão Sim Sim
Bahamas Não Sim
Bangladesh Sim Sim
Barbados Não Sim
Barein Sim Sim
Belarus Sim Sim
Bélgica Não Não
Belize Sim Sim
Benin Sim Sim
Bolívia Não. Ingresso permitido com cédula de Identidade Civil
Bósnia Sim Sim
Botsuana Sim Sim
Brunei Sim Sim
Bulgária Não Não
Burkina Faso Sim Sim
Burundi Sim Sim
Butão Sim Sim
Cabo Verde Sim Sim

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UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Camarões Sim Sim


Camboja Sim Sim
Canadá Sim Sim
Catar Sim Sim
Cazaquistão Sim Sim
Chade Sim Sim
Chile Não. Ingresso permitido com cédula de Identidade Civil
China Sim Sim
Chipre Sim Sim
Cingapura Sim Sim
Colômbia Não. Ingresso permitido com cédula de Identidade Civil
Comores, Ilhas Sim Sim
Congo Sim Sim
Congo, Rep. Democrática Sim Sim
Cook, Ilhas Sim Sim
Coreia do Norte Sim Sim
Coreia do Sul Não Não
Costa do Marfim Sim Sim
Costa Rica Não Não
Croácia Não Não
Cuba Sim Sim
Dinamarca Não Não
Djibuti Sim Sim
Dominica Sim Sim
Egito Sim Sim
El Salvador Sim Sim
Emirados Árabes Sim Sim
Equador Não Não
Eritreia Sim Sim
Eslováquia Não Não
Eslovênia Não Não
Espanha Não Não
Estados Unidos Sim Sim
Estônia Sim Sim
Etiópia Sim Sim
Fiji, Ilhas Sim Sim
Filipinas Não Não
Finlândia Não Não
França Não Não
Gabão Sim Sim
Gâmbia Sim Sim
Gana Sim Sim
Geórgia Sim Sim
Granada Sim Sim
Grécia Não Não
Guatemala Não Sim
Guiana Não Sim
Guiné Sim Sim

78
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

Guiné Bissau Sim Sim


Guiné Equatorial Sim Sim
Haiti Sim Sim
Honduras Não Não
Hong Kong Não Não
Hungria Não Não
Iêmen Sim Sim
Índia Sim Sim
Indonésia Sim Sim
Irã Sim Sim
Iraque Sim Sim
Irlanda Não Não
Islândia Não Não
Israel Não Não
Itália Não Não
Iugoslávia Sim Sim
Jamaica Sim Sim
Japão Sim Sim
Jordânia Sim Sim
Kiribati, Ilhas Sim Sim
Kuaite Sim Sim
Laos Sim Sim
Lesoto Sim Sim
Letônia Sim Sim
Líbano Sim Sim
Libéria Sim Sim
Líbia Sim Sim
Liechtenstein Não Sim
Lituânia Sim Sim
Luxemburgo Não Não
Macau Não Não
Macedônia / FYROM Sim Sim
Madagascar Sim Sim
Malásia Não Sim
Malaui Sim Sim
Maldivas, Ilhas Sim Sim
Mali Sim Sim
Malta Sim Sim
Marianas, Ilhas Sim Sim
Marrocos Não Não
Marshall, Ilhas Sim Sim
Maurício, Ilhas Sim Sim
Mauritânia Sim Sim
México Sim Sim
Micronésia Sim Sim
Moçambique Sim Sim
Moldávia Sim Sim
Mônaco Não Não

79
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Mongólia Sim Sim


Myanmar / Birmânia Sim Sim
Namíbia Não Sim
Nauru Sim Sim
Nepal Sim Sim
Nicarágua Sim Sim
Níger Sim Sim
Nigéria Sim Sim
Noruega Não Não
Nova Zelândia Não Não
Omã Sim Sim
Ordem S.M. Malta Não Não
Países Baixos / Holanda Não Não
Palestina (autoridade) Sim Sim
Panamá Não Sim
Papua/Nova Guiné Sim Sim
Paquistão Sim Sim
Não, por até 60 dias. Ingresso permitido com cédula de
Paraguai
Identidade Civil
Peru Não. Ingresso permitido com cédula de Identidade Civil
Polônia Não Não
Portugal Não Não
Quênia Sim Sim
Quirguistão Sim Sim
Reino Unido Não, por até 90 dias Não, por até 90 dias
Rep. Centro Africana Sim Sim
Rep. Dominicana Sim Sim
Rep. Tcheca Não Não
Romênia Sim Sim
Ruanda Sim Sim
Rússia Sim Sim
Salomão, Ilhas Sim Sim
Samoa Ocidental Sim Sim
Santa Lúcia Sim Sim
S. Cristóvão e Nevis Sim Sim
San Marino Não Não
S. Tomé e Príncipe Sim Sim
S. Vicente e Granadinas Sim Sim
Seychelles, Ilhas Sim Sim
Senegal Sim Sim
Serra Leoa Sim Sim
Sérvia e Montenegro Sim Sim
Síria Sim Sim
Somália Sim Sim
Sri Lanka Sim Sim
Suazilândia Sim Sim
Sudão Sim Sim
Suécia Não Não

80
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

Suíça Não Não


Suriname Não Não
Tadjiquistão Sim Sim
Tailândia Não Não
Taiwan Sim Sim
Tadjiquistão Sim Sim
Tanzânia Sim Sim
Timor Leste Sim Sim
Togo Sim Sim
Tonga Sim Sim
Trinidad e Tobago Não Não
Tunísia Não Não
Turcomenistão Sim Sim
Turquia Não Não
Tuvalu, Ilhas Sim Sim
Ucrânia Sim Sim
Uganda Sim Sim
Uruguai Não. Ingresso permitido com cédula de Identidade Civil
Uzbequistão Sim Sim
Vanuatu Sim Sim
Vaticano Não Não
Venezuela Não por até 60 dias Sim
Vietnã Sim Sim
Zâmbia Sim Sim
Zimbábue Sim Sim
FONTE: Site do Ministério das Relações Exteriores. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/
turismo/preparese/visto.shtml Acesso em: 19 jan. 2012.

Caro acadêmico, em caso de viagem a um desses países é sensato consultar


seu agente de viagem ou o consulado do destino, pois pode haver mudança
quanto à obrigação do visto.

5.3 VISTO PARA OS EUA- COMO FAZER O VISTO PARA


OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Quando temos a intenção de viajar, precisamos estar antenados quanto
aos passos que precisamos executar, evitando assim que tenhamos problemas
durante nossa viagem. Um dos primeiros momentos é o de providenciarmos o
visto, que tem prerrogativas, prazos e preços diferenciados de acordo com o nosso
país de destino. Vamos tomar como parâmetro e exemplo o visto de entrada para
os Estados Unidos. Acompanhe as informações:

81
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

VISTO PARA ESTUDOS

1. Período de antecedência:

Pelo menos dois meses antes da data da viagem.

2. Documentos originais:

• Passaporte com validade de pelo menos seis meses após data prevista de
retorno.
• Foto 5 X 5 recente (máximo seis meses/fundo branco, sem óculos).
• Evidências de estudos anteriores no Brasil.
• Passagem de ida e volta. 

3. Comprovante de renda:

No caso do patrocinador não for o estudante, e sim um parente,


preencher a carta de custeio e autenticar.

• Comprovante de parentesco com o(s) patrocinador(es).


• Empregados: três últimos contracheques + carta do empregador informando
data de admissão e período de férias.
• Empresários: contrato social da empresa + três últimos pró-labores.
• Profissional liberal: decore dos três últimos meses.
• Estudantes: comprovante escolar para quem ainda estuda.
• Extratos bancários dos últimos seis meses (poupança, aplicações, demonstrar
saldo disponível).
• Imposto de renda ou declaração de isento do candidato ao visto e do
patrocinador.
• Formulário enviado pela escola (disponível apenas após pagar o curso).
• Comprovante de que fez o pagamento do formulário da escola pelo (www.
fmjfee.com).

4. Custo aproximado:

A taxa aproximada é de 140 dólares + taxa consular hoje de R$ 38,00


(trinta e oito reais).

5. Observações:

Não permite trabalhar.

VISTO PARA TURISMO

1. Período de antecedência:

Pelo menos dois meses antes da data da viagem.

82
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

2. Documentos originais:

• Passaporte com validade de pelo menos seis meses após data prevista de
retorno.
• foto 5 X 5 recente (máximo seis meses/fundo branco, sem óculos).
• Passagem de ida e volta. 

3. Comprovante de renda:

No caso de o patrocinador não for o viajante, e sim um parente,


preencher a carta de custeio e autenticar.

• Comprovante de parentesco com o(s) patrocinador(es).


• Empregados: três últimos contracheques + carta do empregador informando
data de admissão e período de férias.
• Empresários: contrato social da empresa + três últimos pró-labores.
• Profissional liberal: decore dos três últimos meses.
• Estudantes: comprovante escolar para quem ainda estuda.
• Extratos bancários dos últimos seis meses (poupança, aplicações, demonstrar
saldo disponível).
• Imposto de renda ou declaração de isento do candidato ao visto e do
patrocinador.

4. Custo aproximado em janeiro de 2012:

A taxa aproximada é de 140 dólares + taxa consular hoje de R$ 38,00


(trinta e oito reais).

5. Observações:

Não permite trabalhar.

FONTE: VISTO PARA OS EUA. <https://www.realintercambio.com/site/visto-eua>. Acesso em:


19 jan. 2012.

E
IMPORTANT

Caro acadêmico!

Conheça todos os formulários que necessitam ser


preenchidos para agendamento de liberação de vistos em
nosso território, além dos prazos atualizados para a emissão
dos vistos nas diversas capitais brasileiras.

<http://www.visto-eua.com.br/agendamento-web/home-
internet>.

83
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Em tempo:
Qual a validade do visto e qual o tempo de permanência com visto de entrada.

O visto é um selo que é colado no seu passaporte. Esse selo tem validade, atualmente,
de 10 anos. Isso não significa que você pode ficar 10 anos no país. Mas sim, que
pode ir várias vezes lá, nesses dez anos, sem precisar ir todas as vezes à embaixada.

Atualizando: os vistos solicitados até maio foram emitidos com validade de cinco anos.
Desde o dia 28/05/10 o visto americano voltou a ter validade de 10 anos.

Ao entrar nos EUA você será avaliado pela imigração e ela determinará o tempo de
permanência, carimbando seu passaporte com o tempo de permanência. Um comprovante
de saída deve ser grampeado no seu passaporte com a data de entrada e a data máxima de
permanência, esse papel deve ser devolvido na saída do país. Pelo acordo de reciprocidade
entre Brasil e EUA, o tempo máximo de permanência no país por visita para visto de turista
é de seis meses, mas se eles tiverem alguma desconfiança podem recusar sua entrada e
reduzir esse tempo de permanência. Portanto, ter o selo no seu passaporte não garante a
entrada no país. Boa sorte!

FONTE: Como fazer um visto americano.<http://jeanedalbo.blogspot.com/2010/06/como-


fazer-o-visto-americano-e-ir-emb.html>. Acesso em: 19 jan. 2012.

UNI

O site da Polícia Federal, que é o órgão responsável


pela emissão do passaporte, documento necessário
anterior à emissão do visto, para que possamos
nos deslocar em viagem para fora de nosso país,
traz todos os esclarecimentos quanto à forma de
sua obtenção.

UNI

Caro acadêmico, leia com atenção a leitura complementar a seguir. São


perguntas e respostas comuns a todos nós para a emissão deste documento.

84
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

LEITURA COMPLEMENTAR 5

DÚVIDAS FREQUENTES PARA EMISSÃO DE PASSAPORTE


 
1 Novo passaporte

O novo passaporte comum padrão ICAO, cor azul, foi implantado em


todo o território nacional. Atualmente, a taxa para confecção do novo passaporte
é de R$ 156,07.

Obs.: O titular do passaporte comum antigo, cor verde, poderá utilizá-lo


regularmente até a data de vencimento constante na caderneta.

FONTE: POLÍCIA FEDERAL. Disponível em:<http://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/duvidas-


frequentes>. Acesso em: 19 jan. 2012.
 
2 Como solicitar passaporte

O processo de solicitação de passaporte inicia com o acesso ao endereço


eletrônico: <www.dpf.gov.br>. Nessa página, clique no link “Requerer
Passaporte”.

Na próxima página, leia atentamente todas as informações e, após, clique


no link “emissão do passaporte”. Preencha o formulário com seus dados e ao
final digite o código de segurança e clique em confirmar. Na nova página serão
exibidos três botões; inicialmente clique em “gerar protocolo”, depois “gerar
GRU” (guia para pagamento da taxa) e finalmente em “fechar”.

É obrigatória a presença do requerente na unidade do DPF, inclusive


menor de 18 anos.

Obs.: Para impressão do PROTOCOLO e da GRU é necessário que o


programa Adobe Acrobat Reader esteja instalado no computador. Caso não
tenha instalado, na própria página tem link para a instalação do produto. Retorne
à página “Siga os seguintes passos para retirar seu Passaporte Comum - Padrão
ICAO” e clique em “Clique aqui para obter informações sobre os postos de
atendimento da Polícia Federal”.

As coletas de fotografia, digitais e assinatura serão realizadas nas


dependências do DPF, por meios eletrônicos.

3 Prazo de entrega

A unidade da Polícia Federal verificará os documentos e coletará os dados


eletrônicos e será impresso protocolo onde constará a data provável da entrega
do passaporte, que será de no máximo seis dias úteis.

85
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

4 Validade do passaporte

A validade dos passaportes é de até cinco anos. Expirado o prazo de


validade, deverá ser solicitado novo passaporte.

O passaporte para menor de quatro anos terá validade definida de acordo


com sua idade, observe no quadro a seguir:

Idade\Validade 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos


 0 a 1    X        
 1 a 2       x      
 2 a 3         x    
 3 a 4           x  
 +4              X

5 Passaporte com data de validade vencida

Ao identificar que a validade de seu passaporte tenha expirado e você


deseja solicitar novo, leia o item 2 acima. Você não precisa esperar até o vencimento
do seu atual passaporte para solicitar outro.

6 Renovação do passaporte

O passaporte não poderá ser renovado. Caso seja de interesse do cidadão,


deverá ser solicitado novo.
 
7 Procuração - Menores de 18 anos

Nos seguintes casos:

Quando se tratar de menor de 18 anos, será exigida autorização de ambos


os genitores ou do responsável legal, Formulário de Autorização para Obtenção
de Passaporte para Menor, salvo nos casos de cessação de incapacidade previstos
em lei.

Em caso de menor sob guarda judicial de um dos genitores, não sendo


possível o comparecimento do outro, ou sua autorização no Formulário de
Autorização para Obtenção de Passaporte para Menor, será indispensável
autorização judicial.

A autorização dos genitores, no formulário de autorização, poderá


efetivar-se:
 
I - pela assinatura de ambos no formulário, na presença do servidor responsável
pela conferência dos documentos;

86
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

II - comparecendo apenas um dos genitores, pela assinatura deste no formulário


de autorização e:

a) pela apresentação de certidão de óbito do outro genitor;


b) pelo reconhecimento, por autenticidade, da firma do outro genitor no
formulário de autorização;
c) pela assinatura do outro genitor no formulário de autorização, transmitido via
fac-símile, ou mensagem eletrônica, de outra unidade do DPF ou repartição
consular brasileira no exterior, conferida por servidor da unidade transmissora
devidamente identificado no documento;
d) pela apresentação de procuração pública específica, autorizando a emissão
de passaporte para o menor, outorgada por um genitor ao outro, lavrada em
repartição notarial no país ou repartição consular brasileira no exterior, com
prazo de validade não superior a um ano.

-  Não sendo possível o comparecimento de nenhum dos genitores em unidade


do DPF, o formulário de autorização deverá ser substituído por:

I -  procuração pública específica, autorizando a emissão de passaporte para o


menor, outorgada por ambos os genitores a pessoa maior, lavrada em repartição
notarial no país ou repartição consular brasileira no exterior, com prazo de
validade não superior a um ano;
II - procuração pública específica, autorizando a emissão de passaporte para o
menor, outorgada por ambos os genitores a pessoa maior, lavrada em repartição
notarial estrangeira, acompanhada de tradução por tradutor juramentado e
devidamente consularizada, com prazo de validade não superior a um ano.

-  No caso do item anterior, o menor será representado pelo procurador que


deverá comparecer à unidade da PF, juntamente com o menor.

- Os genitores, o responsável legal ou o procurador deverão comprovar a


identidade mediante apresentação, em original, de quaisquer dos documentos
enumerados no link “documentação necessária”.

8 Extravio / Furto / Roubo / Conservação

O Decreto nº 1.983, de 14 de agosto de 1996, determina:

Art. 2º Passaporte é o documento de identificação, de propriedade da


União, exigível de todos os que pretendam realizar viagem internacional, salvo
nos casos previstos em tratados, acordos e outros atos internacionais.

Art. 33º É dever do titular comunicar imediatamente, à autoridade


expedidora mais próxima, a ocorrência de perda, extravio, furto, roubo,
adulteração, inutilização, destruição total ou parcial do documento de viagem,
bem como sua recuperação, quando for o caso. (BRASIL, 2012).

87
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Nas situações acima elencadas o titular do passaporte deverá comparecer


à unidade do DPF munido de documento de identidade e preencher o formulário
“Comunicação de Ocorrência com Documento de Viagem”.
 
9 Renovação de Visto

A Polícia Federal trata apenas de assuntos pertinentes ao passaporte


comum brasileiro. Para renovação do visto, dirija-se à embaixada ou consulado do país
que você deseja obter o visto. (grifo nosso)

10 Passaporte com mínimo de seis meses de validade

Alguns países exigem que o passaporte tenha no mínimo seis meses de


validade. Dessa forma, requeira novo passaporte antes do atual expirar, a fim de
que sejam evitados problemas na Fiscalização Imigratória do país de destino.

11 Nacionalidade

11.1 - O requerente nascido no estrangeiro, filho de brasileiro(a) que estava a


serviço do país, tem nacionalidade brasileira e deverá apresentar, além dos
documentos enumerados no link “documentação necessária”, Certidão
de Nascimento lavrada no Livro “E” do Cartório de Registro Civil do 1º.
Ofício.

11.2 - O indivíduo nascido no estrangeiro, filho de brasileiro(a) que não estava


a serviço do país, é considerado brasileiro se foi registrado em consulado
brasileiro no exterior. O requerente deverá apresentar, além dos documentos
enumerados no link “documentação necessária”, Certidão de Nascimento
lavrada no Livro “E” do Cartório de Registro Civil do 1º Ofício.

11.3 - O indivíduo nascido no estrangeiro, filho de brasileiro(a) que não estava a


serviço do país, que não foi registrado em consulado brasileiro no exterior,
poderá adquirir a nacionalidade brasileira se vier a residir no Brasil e
exercer o direito de opção em processo judicial, após os 18 anos de idade.
Neste caso, além dos documentos enumerados no link “documentação
necessária”, deverá apresentar certidão de nascimento lavrada no Livro
“E” do Cartório de Registro Civil do 1º Ofício e cópia autenticada da
sentença da Justiça Federal de opção pela nacionalidade brasileira:

• Caso ainda não tenha atingido a maioridade, o requerente deverá apresentar


apenas o registro de nascimento lavrado no Livro “E” do Cartório de Registro
Civil do 1º Ofício, ficando dispensado da apresentação de sentença de opção
até atingir a maioridade.
• A validade do passaporte, limitada ao prazo de cinco anos, será equivalente ao
tempo restante para o requerente atingir a maioridade.

88
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

• Atingida a maioridade, o requerente somente poderá obter passaporte comum


brasileiro se vier a residir no Brasil e optar pela nacionalidade brasileira,
devendo apresentar os documentos enumerados no link “documentação
necessária”.
• Para o nascido no exterior antes de 04/10/1988 que não tenha optado pela
nacionalidade brasileira até os 25 anos de idade, a expedição de passaporte fica
condicionada à opção, que poderá ser requerida a qualquer tempo.
• A opção de nacionalidade deverá ser pleiteada perante a Justiça Federal.

12 Período eleitoral

A apresentação de título de eleitor e comprovantes de votação será exigida


do requerente que seja obrigado a se alistar e votar, e poderá ser substituída
por apresentação de declaração da justiça eleitoral que ateste a quitação com as
obrigações eleitorais.

A apresentação de comprovante(s) de votação ou justificativa da última


eleição não supre a necessidade de apresentação de título de eleitor ou declaração
da justiça eleitoral, em razão da necessidade de comprovação da Unidade da
Federação de expedição.

O requerente que não tenha votado por inexistência de pleito entre a


data do seu alistamento eleitoral e a data do requerimento do passaporte fica
dispensado de apresentar comprovante de votação, podendo apresentar apenas
o título de eleitor ou declaração da justiça eleitoral que ateste o seu alistamento.

Dispensa-se a apresentação de título de eleitor e comprovante de votação


para requerentes maiores de 70 anos.

13 Regulamentação

A emissão de passaporte está regulamentada pelo Decreto nº 1983/96,


com redação dada pelo Decreto nº 5978/06.
 
14 Menor de idade

O menor de idade deverá possuir passaporte próprio.

A validade do passaporte do menor de idade é de acordo com sua idade,


conforme item 4 deste manual.

Preencher o campo CPF do Responsável no formulário do requerimento.


Os campos Profissão e Carteira de Identidade do menor poderão ficar em branco.
Caso seja estudante, preencha a profissão como “Estudante”. É obrigatória a
presença do menor no momento do requerimento do passaporte. Para maiores
informações, acesse o endereço eletrônico: <http://www7.dpf.gov.br/web/
servicos/passaporte_menores_novo.htm>

89
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

15 Preenchimento do requerimento

O preenchimento da solicitação de passaporte é feito eletronicamente na


página da Polícia Federal – PF, com respectiva impressão do protocolo e da guia
de pagamento da taxa – GRU.

O requerente precisa ter instalado no microcomputador pessoal o


programa Adobe Acrobat Reader e, caso não tenha, na própria página tem link
para a instalação do produto.

FONTE: POLÍCIA FEDERAL. <http://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/duvidas-frequentes>.


Acesso em: 19 jan. 2012.

ATENCAO

Acessando o site da Polícia Federal: <http://www.dpf.gov.br/servicos/


passaporte>, você encontrará outros links que o(a) auxiliarão a dirimir dúvidas em relação à
emissão do passaporte. Boa viagem!

1 - Requerer Passaporte (para brasileiros).


2 - Consultar Andamento.
3 - Verificar documentação necessária.
4 - Passaporte de Emergência.
5 - Passaporte para Estrangeiro (para não brasileiros).
6 - Laissez-Passer.
7 - Agendar Atendimento.
8 - Reagendar, Consultar e Cancelar.
9 - Reemitir GRU.
10 - Comunicação de Ocorrência com Documento de Viagem.
11 - Devolução de taxa GRU.
12 - Tabela de Vistos.
13 - Novo Passaporte Eletrônico.
14 - Requisitos Constitucionais da Nacionalidade Brasileira.

Fazendo referência ao conteúdo acima, vamos estudar os conceitos e os


pressupostos da deportação, expulsão e extradição a que estão sujeitos aqueles
que se encontram em território estrangeiro.

90
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

5.4 DEPORTAÇÃO, EXPULSÃO E EXTRADIÇÃO


O texto legal que trata da Deportação, Expulsão e Extradição é a Lei nº
6.815/90, em seus artigos 65 a 94.

A deportação é a exclusão do estrangeiro do âmbito do território nacional,


pelo fato de ali ter adentrado de forma irregular ou mesmo tendo entrado de
forma regular, mas cuja estada tenha se tornado irregular, por exceder o prazo de
validade do visto ou ainda pelo exercício de atividade remunerada. A competência
da deportação é da Polícia Federal, que acompanha a pessoa até o embarque, não
havendo envolvimento da cúpula do governo. O deportado poderá retornar se
cumprir os requisitos básicos, como a obtenção de novo visto (BOITEUX, 2003).

Os artigos 57º a 64º da Lei nº 6.815/90 descrevem as situações vinculadas


à deportação, onde o art. 57 e seus parágrafos enunciam as situações que a
caracterizam:
       
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este
não se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado
em Regulamento, será promovida sua deportação. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
       
§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o disposto
nos artigos 21, § 2º, 24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104 ou
artigo 105.
       
§ 2º Desde que conveniente aos interesses nacionais, a deportação far-
se-á independentemente da fixação do prazo de que trata o caput deste
artigo. (BRASIL, 2012).

Os quesitos que identificam as condutas para a expulsão do indivíduo do


território brasileiro estão descritos no artigo 65 deste arcabouço legal:

Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma,


atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a
tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81).

Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:

a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no


Brasil;

b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não


se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo
aconselhável a deportação;

c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou

d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para


estrangeiro (BRASIL, 2012).

91
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Nos ensinamentos de Boiteux (2003, p. 100), este relata que a expulsão “é


a exclusão do estrangeiro, por iniciativa do Estado onde se encontra”.

É de competência do Presidente da República a decisão da expulsão ou


sua revogação, que será expressa em um decreto.

A extradição está contemplada nos artigos 76 a 94 da Lei nº 6.815/90, onde


o art. 75 esclarece a hipótese de concessão.

Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo


requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao
Brasil a reciprocidade. (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81). (BRAIL, 2012).

Declara Boiteux (2003, p. 100) que “a extradição é o ato pelo qual um


indivíduo é entregue por um Estado a outro que deva processá-lo ou julgá-lo.
É um instrumento processual de cooperação internacional. Fundamenta-se
basicamente em tratados de extradição”.

O art. 77º e seus incisos deste texto jurídico elencam as situações em que o
Brasil não concederá extradição (Lei nº 6.815/90):

Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (Renumerado pela Lei


nº 6.964, de 09/12/81).

I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade


verificar-se após o fato que motivar o pedido;

II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou


no Estado requerente;

III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime
imputado ao extraditando;

IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior


a 1 (um) ano;
       
V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido
condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar
o pedido;
       
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei
brasileira ou a do Estado requerente;
       
VII - o fato constituir crime político; e
       
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente,
perante Tribunal ou Juízo de exceção.
       
§ 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato
constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando
o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal.

92
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a


apreciação do caráter da infração.
       
§ 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes
políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades,
bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, sequestro
de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos
violentos para subverter a ordem política ou social (BRASIL, 2012).

DICAS

Os artigos 78 e seguintes enunciados até ao 94 especificam as formas e outras


situações relevantes que insurgem na extradição; acesse o site: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6815.htm> e leia o texto legal na íntegra.

UNI

Tivemos, na história recente de nosso país, situação de EXTRADIÇÃO no


território brasileiro, com um contexto muito polêmico: Extraditar ou não CESARE BATTISTI. O
Supremo Tribunal Federal julgou e... ele NÃO foi extraditado. A Itália solicitou sua extradição,
porque queria julgá-lo em seu país de origem, em razão de assassinatos atribuídos a Cesare
Battisti e cometidos naquele país.

Acesse o site: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=181559>


e conheça o conteúdo dos votos dos ministros a favor e contra a extradição, bem como a
redação do alvará de soltura concedido ao italiano.

O mundo vem sendo sacudido ao longo do tempo por situações


conflituosas, em espaços de guerra e contradição, aonde o turismo por certo vem
sendo afetado. Relataremos alguns aspectos com relação a este quase cotidiano.

6 OS CONFLITOS INTERNACIONAIS E O TURISMO


Boiteux (2003, p.102) relata que “o mundo vive, cada vez mais, grande
tensão globalizada. São movimentos separatistas, étnicos, religiosos e derrubadas
de governos que alarmam a sociedade”.

93
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

O turismo parece acompanhar tais situações, agravadas pelo atentado


terrorista de setembro, no World Trade Center. Houve um decréscimo no turismo
mundial em 2001. Houve um decréscimo nas chegadas mundiais, afetando
as Américas, a Europa e o Oriente Médio. A crise argentina teve reflexos no
movimento turístico brasileiro. O mundo violento que, diariamente, vive conflitos,
criou um novo perfil de consumidor, que deixou os destinos longínquos e passou
a viajar perto de seu domicílio habitual. As pessoas temem as longas viagens
de avião e as áreas de conflito. A falta de segurança deixou de ser localizada,
tornando-se mundial (BOITEUX, 2003).

Na dissertação de Boiteux (2003), o terrorismo tem inibido fluxos turísticos


e danificado a imagem de vários países: a bomba num ônibus de turistas no
Egito, ou ainda o conflito entre judeus e árabes, na Palestina. São exemplos
concretos de que nossa atividade se sujeita a um devir contínuo que só poderá ser
superado se tivermos em mente que, para vencer uma crise, é preciso humildade,
empreendedorismo e, sobretudo, esclarecer a opinião pública.

Em todo momento em que algo acontece pelo mundo afora o turismo é


afetado de alguma forma: cancelam-se vôos, reservas de hotéis, alguns centros
turísticos fecham, atividades turísticas não se ofertam, causando prejuízos
irreparáveis. Faz-se necessário movimento de consciência e interrupção deste
ciclo, minimizando os prejuízos da humanidade.

7 A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E O TURISMO


A OMC (Organização Mundial do Comércio) é uma instituição
internacional que atua na fiscalização e regulamentação do comércio mundial.
Com sede em Genebra (Suíça), foi fundada em 1994, durante a Conferência de
Marrakech. Suas funções são:

• Regulamentar e fiscalizar o comércio mundial.

• Resolver conflitos comerciais entre os países membros.

• Gerenciar acordos comerciais tendo como parâmetro a globalização da


economia.

• Criar situações e momentos (rodadas) para que sejam firmados acordos


comerciais internacionais.

• Supervisionar o cumprimento de acordos comerciais entre os países


membros.

Fonte: Organização Mundial do Comércio. <http://www.suapesquisa.com/economia/omc.


htm>. Acesso em: 11 jan. 2012.

94
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

Para Strenger (1998, p. 82), “o turismo guarda estreita relação com o


comércio. O comércio internacional é o conjunto de operações internacionais
de finalidade lucrativa, realizado por meio de intercâmbio de bens visíveis
(mercadorias) ou de negócios invisíveis (referidos a serviços e transações)”.

O comércio internacional é dinâmico, o turismo está inserido na categoria


de prestação de serviços e é, portanto, um ator de destaque neste cenário, e tem
levado o desenvolvimento econômico e social às populações inseridas em sua
organização, aproximando culturas e gerando divisas.

A história que antecede as negociações do turismo na OMC sugere a


existência de três fases distintas:

(1) Intuitiva - iniciada antes da formação da OMC em 1990, até 1998, fase
marcada pela falta de informação sobre o turismo, dificuldade quanto à
classificação do setor de serviços em geral e, finalmente, pela entrada de
novos parceiros, como a Organização Mundial do Turismo (OMT) e a
UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento) como
orientadores das discussões sobre turismo.
(2) Informativa, entre 1998 e 2002 - ainda marcada pela discussão sobre a
classificação dos setores, a fase introduz o tema sustentabilidade no discurso
sobre a importância da realização de diagnósticos econômicos setoriais
nacionais (Assessments), os quais teriam o papel de nortear as negociações.
(3) Negocial - concentra-se no esforço dos países em preparar suas ofertas,
iniciando assim o processo de negociação.

A classificação do turismo na OMC ficou definida em quatro subitens:

(a) Hotéis.
(b) Agências de Viagens.
(c) Serviços de Guias Turísticos.
(d) Outros.

No escopo da OMC, de maneira geral, as negociações de turismo têm


por objetivo:

(1) A expansão dos fluxos dos turistas.


(2) A expansão da presença comercial das empresas nacionais no exterior.
(3) A abertura do mercado mundial à mão de obra estrangeira.

FONTE: Turismo na Organização Mundial do Comércio. <http://www.turismo.gov.br/export/


sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/A_DISCUSSxO_DE_
TURISMO_NA_ORGANIZAxO_MUNDIAL_DO_COMxRCIO.pdf.>.
Acesso em: 11 jan. 2012.

95
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

No Foro Empresarial das Américas em março de 1988, em San José da


Costa Rica, houve discussões sobre o turismo no mundo, onde foram elencados
alguns princípios para o setor, como o de que os serviços turísticos devem ser
acessíveis ao maior número de pessoas do hemisfério; que, para isso, devem ser
eliminadas todas as barreiras e gravames que afetem a prestação de serviços
turísticos; finalmente, que o turismo é uma atividade econômica setorial
promotora do bem-estar social de nossos povos [...] ( BADARÓ, 2004).

Segundo Badaró (2004, p. 69), “a Organização Mundial do Turismo não


concorda com as definições dadas aos termos do turismo em geral pela OMC”.

O turismo é uma atividade econômica, que envolve vários segmentos


do território nacional ou de territórios globalizados, gera desenvolvimento e é
campo de vastas possibilidades. Campo igualmente de controvérsias, diferente
não o seria no palco das discussões da Organização Mundial do Comércio, onde
o consenso nem sempre é a rotina.

Atos, ações, instituições, organizações internacionais refletem com


destacada evidência no mundo do turismo, situação ratificada por todo o descrito
até este momento.

Caro acadêmico, encerramos nesse momento o conteúdo do Tópico 3 e,


por conseguinte, a Unidade 1. Foi muito bom estar com vocês.

Aproveite este momento, faça a leitura do texto complementar e resolva


as autoatividades, elas são indispensáveis para a fixação do conteúdo.

96
TÓPICO 3 | O DIREITO COMO GARANTIA DO TURISMO NO ÂMBITO INTERNACIONAL

LEITURA COMPLEMENTAR 6

O TURISMO NA DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE
Sábado, 24 de Setembro de 2011

O Brasil vem priorizando, há mais de duas décadas, a proteção de suas


crianças e adolescentes contra a exploração sexual. Além de possuir uma legislação
específica e moderna - o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990),
dezenas de campanhas de esclarecimento vêm sendo realizadas pelo país.

Muitos são os fatores que levam à exploração sexual de crianças e


adolescentes. Por isso, é imprescindível que os profissionais e empresários do
setor de turismo firmem o compromisso de não permitir a utilização de seus
equipamentos para essa prática. Sobre o assunto, o Código Ético Mundial para o
Turismo, da Organização Mundial de Turismo, diz o seguinte:

Artigo 23 “A exploração dos seres humanos sob todas as suas formas,


principalmente sexual, e especialmente no caso das crianças, vai contra os
objetivos fundamentais do turismo e constitui a sua própria negação”.

O mundo contra a exploração sexual

O Código Ético Mundial da OMT destaca os princípios para guiar o


desenvolvimento do turismo no mundo, servindo como referência para o setor. Seu
objetivo é minimizar o impacto negativo do turismo no ambiente e na cultura e, ao
mesmo tempo, maximizar os benefícios do turismo ao promover o desenvolvimento
sustentável, aliviar a pobreza e facilitar o entendimento pacífico entre as nações.

Em seus artigos, merece destaque especial o de número 10 - Aplicação dos


princípios do Código de Ética Mundial para o Turismo:

1. Os agentes públicos e privados do desenvolvimento turístico cooperarão na


aplicação dos presentes princípios e controlarão sua prática efetiva.

2. Os agentes de desenvolvimento turístico reconhecerão o papel das organizações


internacionais, em primeiro lugar a Organização Mundial do Turismo e as
organizações não governamentais competentes nos campos da promoção e
do desenvolvimento do turismo, da proteção dos direitos humanos, do meio
ambiente e da saúde, segundo os princípios gerais do direito internacional.

3. Os mesmos agentes manifestam sua intenção de submeter os litígios relativos à


aplicação ou a interpretação do Código Ético Mundial para o Turismo a um terceiro
órgão imparcial, denominado Comitê de Ética do Turismo para fins de conciliação.

Para orientar a participação no movimento de enfrentamento à exploração


sexual de crianças e adolescentes, uma das principais ferramentas ao alcance
do “trade” turístico é o Código de Conduta para a Proteção da Criança contra a
Exploração Sexual em Viagens e Turismo (The Code).
97
UNIDADE 1 | CONSIDERAÇÕES AO TURISMO E A APLICAÇÃO DO DIREITO

Este instrumento de sensibilização para o enfrentamento do problema


indica como as empresas de turismo podem atuar nesse contexto, assumindo sua
responsabilidade como agente social.

O Código foi elaborado pela ONG internacional ECPAT- Articulação


Internacional contra a Prostituição, Pornografia e Tráfico de Crianças e
Adolescentes, em parceria com a Organização Mundial de Turismo. O Código
dispõe de uma organização própria, sediada em Nova York – EUA (www.
thecode.org), financiada por diversas instituições, entre elas o UNICEF. Criado
em 1998 e já assinado por empresas de 32 países ao redor do mundo, o Código
tem seis ações a serem implementadas pelos signatários:

1. Estabelecer uma política ética da empresa contra a exploração sexual


infantojuvenil.

2. Capacitar seus funcionários e os das suas empresas nos países de origem e


destino em que operam.

3. Inserir cláusula específica nos contratos com fornecedores, declarando repúdio


de ambas as partes a toda e qualquer exploração sexual infantojuvenil.

4. Informar os turistas através de catálogos, folhetos, vídeos de bordo, cartazes,


bilhetes de passagens, “sites” na internet, ou qualquer outro meio informativo
que lhes parecer oportuno.

5. Fornecer informação aos atores-chave locais em cada um dos destinos operados.

6. Apresentar um relatório anual sobre a realização e a aplicação dessas diretrizes.

Signatários do Código

São signatários do Código de Conduta no mundo: agências de viagens,


operadoras, agências de eventos, associações, sindicatos, cooperativas, casas
noturnas, restaurantes e meios de hospedagem. No entanto, ainda não é um
número expressivo, diante da quantidade de estabelecimentos existentes no setor
em esfera global.

Portanto, diante das questões apresentadas, são de suma importância o


comprometimento, o engajamento e a adesão de todos os atores da cena turística
a esse Código de Conduta.

Os empresários têm de assumir um papel proativo, porque a sociedade


não aceita mais conviver com empresas indiferentes aos problemas sociais.

Não se omita, nem permita a violação dos direitos da criança e do


adolescente: participe!

FONTE: The Code Brasil: <www.childhood.org.br>. <www.acilaguna.com.br/.../o-turismo-na-


defesa-dos-direitos-da-crianc...>. Acesso em: 22 jan. 2012.

98
RESUMO DO TÓPICO 3
Caro acadêmico, após o estudo deste tópico você estará capacitado para:

• Reconhecer a missão da Organização Mundial do Turismo, a classificação de


seus membros afiliados, seus órgãos e funções desses.

• Identificar os fundamentos estruturantes do Código Mundial de Ética do


Turismo e seus princípios.

• Conhecer a missão e os objetivos da IATA, WTTC e ICAO.

• Destacar as inferências do turismo na União Europeia, as estruturas do turismo


europeu e os instrumentos utilizados na Comunidade Europeia que preveem o
desenvolvimento do setor turístico.

• Estabelecer conexões com os segmentos e dispositivos legais que articulam as


atividades em turismo no Mercosul, ressaltando os Tratados de Assunção e do
Rio da Prata.

• Evidenciar as diferenças contidas no Direito Público Internacional e no Direito


Privado Internacional, as Convenções de Viena Diplomática e Consular, além
de identificar os pressupostos legais da expulsão, deportação e extradição.

• Relacionar os conflitos internacionais com os eventos turísticos e seus efeitos.

• Equacionar a importância da OMC enquanto organização de desenvolvimento


econômico atrelado ao turismo.

99
AUTOATIVIDADE

Caro acadêmico, o exercício é parte do aprendizado. Responda às


questões a seguir:

1 Qual o objetivo da Organização Mundial do Turismo?

2 Como foi originado o Código Mundial de Ética do Turismo?

3 O que é a ICAO e para que trabalha?

4 Relacione as estruturas encontradas na União Europeia.

5 O que é a RET no Mercosul?

6 Associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Expulsão.
II- Extradição.
III-Deportação.

( ) Exclusão do estrangeiro do âmbito do território nacional, pelo fato de


ali ter adentrado de forma irregular ou mesmo tendo entrado de forma
regular mas cuja estada tenha se tornado irregular, por exceder o prazo de
validade do visto ou ainda pelo exercício de atividade remunerada.
( ) É a exclusão do estrangeiro, por iniciativa do Estado onde se encontra.
( ) Ato pelo qual um indivíduo é entregue por um Estado a outro que deva
processá-lo ou julgá-lo.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – III – I.
c) ( ) III – I – II.
d) ( ) I – III – II.

7 Cite as funções da Organização Mundial do Comércio.

100
UNIDADE 2

O TURISMO NO BRASIL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você estará apto (a) a:

• perceber a função do governo e qual seu papel em relação ao desenvol-


vimento do turismo no país;

• conhecer os objetivos e a importância dos órgãos, das instituições existentes


no país que auxiliam no avanço do turismo;

• aferir metas e objetivos setoriais e qual o grau de significância para o


turismo no país;

• identificar os tipos de empresas turísticas, bem como diferenciar direitos e


obrigações das mesmas;

• compreender as relações estabelecidas entre prestadores de serviços e


clientes.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades que facilitarão a compreensão e apropriação dos conteúdos.

TÓPICO 1 – ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

TÓPICO 2 – APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO


TURISMO

TÓPICO 3 – O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL


NO BRASIL

101
102
UNIDADE 2
TÓPICO 1

ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

1 INTRODUÇÃO
Terra esplendorosa e vasta, já era, antes mesmo de ser Brasil, grande
promessa para uma estada inesquecível. E assim, muito antes de ser possível
a constituição de uma estrutura para acolher visitantes, recebemo-los aos
montes. Não me refiro aos que para cá se mudaram, para colonizarem o novo
mundo, mas a muitos que por aqui passearam, conhecendo-nos e retornando
à sua terra natal. (MAMEDE, 2001, p. 11).

FONTE: <www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/estudos_de_direito_do_turismo.pdf>. Acesso em:


28 fev. 2012.

Como diz o autor, muitas pessoas por aqui passaram e retornaram, tão
logo percebemos que muitos são os motivos para que tivessem retornado. Para
tanto, o país precisa estar preparado para receber bem estas pessoas.

Convido você, acadêmico (a), a fazer um passeio por todo este contexto
que o turismo pode proporcionar.

Vamos conhecer alguns aspectos de ordenação do turismo brasileiro?


Apresentaremos a você a Política Nacional do Turismo, as funções do governo e o
desenvolvimento do turismo, o Ministério do Turismo, a Embratur, as empresas
turísticas e a prestação de serviços.

Venha desfrutar deste conhecimento conosco!

103
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

2 POLÍTICA NACIONAL DO TURISMO


“Cabe ao Ministério do Turismo estabelecer a Política Nacional de Turismo,
planejar, fomentar, regulamentar, coordenar e fiscalizar a atividade turística, bem
como promover e divulgar, institucionalmente, o turismo em âmbito nacional e
internacional”. (BRASIL, 2012a).

A Política Nacional de Turismo conta com a Secretaria Nacional de


Políticas de Turismo. Esta Secretaria auxilia na formulação e elaboração e no
monitoramento da Política Nacional do Turismo, de acordo com as diretrizes
propostas e os subsídios fornecidos pelo Conselho Nacional de Turismo. Na
sequência, você, caro(a) acadêmico(a), poderá aprofundar um pouco mais a
respeito do papel que a Secretaria desempenha.

A Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre a Política Nacional


de Turismo e define as atribuições do Governo Federal no planejamento, no
desenvolvimento e no estímulo ao setor turístico; revoga a Lei nº 6.505, de 13
de dezembro de 1977, sobre atividades e serviços turísticos, e condições para o
seu funcionamento e fiscalização; o Decreto-Lei nº 2.294, de 21 de novembro de
1986, relacionado ao exercício e à exploração de atividades e serviços turísticos; e
dispositivos da Lei nº 8.181, de 28 de março de 1991, que renomeia a Embratur e dá
outras providências. A lei estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo,
define as atribuições do Governo Federal no planejamento, no desenvolvimento
e no estímulo ao setor turístico e disciplina a prestação de serviços turísticos, o
cadastro, a classificação e a fiscalização dos prestadores de serviços turísticos.
(BRASIL, 2012b).

No art. 2º consta que, para fins desta lei, considera-se turismo as atividades
realizadas por pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares diferentes do
seu entorno habitual, por um período inferior a um ano, com finalidade de lazer,
negócios ou outras. O poder público atuará, mediante apoio técnico, logístico e
financeiro, na consolidação do turismo como importante fator de desenvolvimento
sustentável, de distribuição de renda, de geração de emprego e de conservação
do patrimônio natural, cultural e turístico brasileiro. (BRASIL, 2012b).

2.1 A FUNÇÃO DO GOVERNO NO DESENVOLVIMENTO


DO TURISMO NO PAÍS

O governo tem se preocupado em estimular o turismo, por causa de


sua imensa capacidade de gerar empregos e renda. Além disso, o turismo
estimula o crescimen­to e desenvolvimento de pequenas e médias em­presas.

104
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Cada vez mais investidores estrangeiros acre­ditam na capacidade de


afirmação do Brasil como um dos principais roteiros de turismo do mundo,
por causa de suas grandes possibilidades. (BRASIL, 2012b).

FONTE: <http://www.geranegocio.com.br/download/Apostila_Turismo.pdf>. Acesso em:


28 fev. 2012.

O governo tem adotado um macroprograma de planejamento e gestão


que articula os diversos setores, públicos e privados, relacionados à atividade, no
sentido de compartilhar e agilizar soluções, eliminar entraves burocráticos e facilitar
a participação de todos os envolvidos no processo de crescimento do setor. O
desenvolvimento do turismo impõe uma permanente articulação entre os diversos
setores, públicos e privados, relacionados à atividade, no sentido de proporcionar
compartilhamento, cooperação e integração das atividades da produção turística
nas diferentes esferas de planejamento e gestão do turismo no país.

Com isso, há também a implementação de descentralização da


Política Nacional de Turismo que abrange as atividades relacionadas
à formulação da Política Nacional de Turismo e à sistematização no
Plano Nacional de Turismo. Há também a implementação, por meio de
ações de apoio, do encaminhamento das recomendações do Conselho
Nacional de Turismo e do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes
Estaduais de Turismo (BRASIL, 2012c).

Este posicionamento fortalece a avaliação e monitoramento do PNT


(Plano Nacional de Turismo) que cruza as ações para acompanhar os resultados
e as sugestões que visam atingir as metas, tendo a possibilidade de adequação
de planejamento e implementação do PNT, buscando sinergia entre as partes
envolvidas, inclusive de seus parceiros, objetivando os indicadores do turismo.

Por meio das Relações Internacionais (RI), o turismo tem um


incremento significativo nas ações e relações de desenvolvimento com outros
países e organizações e uma participação significativa, inclusive no que tange
à Organização Mundial do Turismo (OMT) e ao Mercado Comum do Sul
(Mercosul). Não poderíamos deixar de mencionar também o Departamento de
Relações Internacionais (DRELT) do Ministério do Turismo, que visa fomentar as
relações com outros países e simultaneamente o fortalecimento destas relações
com organismos internacionais no setor turístico. (BRASIL, 2012c).

Ainda, o Ministério do Turismo possui programas para o fomento


do turismo interno, dos quais se destacam os “Programas Regionais de
Desenvolvimento do Turismo”, que buscam organizar as intervenções públicas
para o desenvolvimento da atividade turística, através de prévios processos
de planejamento das regiões turísticas. A partir do planejamento das áreas
turísticas prioritárias, são propostas intervenções públicas a serem implantadas
de forma que o turismo venha a constituir uma verdadeira alternativa econômica
geradora de emprego e de renda.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/regionalizacao_turismo/
prodetur.html>. Acesso em: 28 fev. 2012.
105
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

O programa recebe investimentos e é operacionalizado pelo Ministério


do Turismo, que orienta tecnicamente propostas regionais, municipais e
estaduais que contam com a parceria internacional do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e da Corporação Andina de Fomento. (BRASIL, 2012d).

O Prodetur é um destes programas, que tem o objetivo de fortalecer a


Política Nacional de Turismo de forma democrática e sustentável, buscando a
geração de emprego e renda principalmente para a população local, apresentando
um modelo de gestão turística consolidado, refletindo um desenvolvimento
nacional no turismo (BRASIL, 2012d).

2.2 MINISTÉRIO DO TURISMO


O MTur – Ministério do Turismo tem como missão desenvolver o
turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel
relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão
social. O Ministério do Turismo inova na condução de políticas
públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo
pensamento estratégico (BRASIL, 2012e).

A estrutura organizacional do MTur compreende a Secretaria Nacional de
Políticas do Turismo. O MTur é responsável pela promoção interna do turismo,
bem como primar pela qualidade dos serviços prestados. A Secretaria Nacional
de Políticas do Turismo tem o papel de executar a política nacional para o turismo,
levando em consideração as diretrizes do Conselho Nacional do Turismo.

Já a Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do
Turismo está voltada para a formulação dos planos, programas e ações que
visam fortalecer o turismo nacional. Há a Secretaria Nacional de Programas
de Desenvolvimento do Turismo, que promove o desenvolvimento da
infraestrutura e a melhoria da qualidade dos serviços prestados.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/missao/index.html>. Acesso em:


28 fev. 2012.

Em épocas passadas, mais precisamente em 18 de novembro de 1966,


foi criada a Empresa Brasileira de Turismo, que objetivava a fomentação da
atividade para a geração de emprego, renda e desenvolvimento em todo o país.
Desde janeiro de 2003, com a instituição do Ministério do Turismo, a atuação da
Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo foca a promoção e a comercialização
dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior. (BRASIL,
2012e).

Convido você, acadêmico(a), a fazer um “tour” pela estrutura institucional


do Ministério do Turismo, conhecendo cada ponto turístico deste destino,
iniciando pelo:

106
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

• Gabinete do Ministro: entre várias competências, tem como função atender ao


Ministro de Estado na parte política e social, relações públicas e no despacho
do seu expediente pessoal, promovendo a articulação entre o Ministério e os
órgãos da Presidência da República. (BRASIL, 2012f).

O Gabinete do Ministro possui os seguintes departamentos:

QUADRO 1 – DEPARTAMENTOS DO GABINETE DO MINISTRO DO TURISMO

Departamentos Função
• planeja, orienta, controla e supervisiona a execução
das atividades de comunicação do Ministério;
• acompanha a opinião pública referente ao
Assessoria de Comunicação
Ministério e respectivos órgãos;
Social do Ministério do Turismo
• colabora nas estratégias de divulgação das ações
(ASCOM)
e serviços;
• coordena a execução das ações de publicidade
institucional e legal, bem como a editoração e a
publicação técnica e institucional. (BRASIL, 2012g).

• planeja e coordena a execução de ações e programas


internacionais;
Assessoria Internacional do
• controla todo o acervo documental;
Ministério do Turismo
• representa o Ministério em eventos nacionais e
internacionais. (BRASIL, 2012h).

Assessoria Parlamentar do • acompanha matérias legislativas e assuntos


Ministério do Turismo correlatos.

• verifica as sugestões e solicitações da sociedade,


tentando viabilizar a ampliação da melhoria dos
Ouvidoria serviços no turismo;
• quando necessário, encaminha solicitações a
outros órgãos do Ministério para responder às
demandas. (BRASIL, 2012i).

• assessora o ministro de Estado nos assuntos


internos;
• orienta os administradores de bens e recursos
públicos no que tange à prestação de contas,
submetendo à apreciação do Ministro, bem como
Assessoria Especial de Controle anualmente ao Presidente da República;
Interno • acompanha a implementação do Controle Interno
e do Tribunal de Contas da União realizados pelos
órgãos e unidades da federação;
• coleta informações para inclusão de ações de
controle nos planos e programas do órgão central
em relação a outros órgãos da jurisdição, atendendo
assim o Ministério. (BRASIL, 2012j).

107
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

• tem como objetivo coordenar ações que


contemplem a sensibilização dos agentes que
Coordenação-Geral de Turismo
compõem a cadeia produtiva, visando à proteção
Sustentável e Infância
de crianças e adolescentes no combate à exploração
sexual. Este órgão está ligado diretamente ao
Gabinete do Ministro (BRASIL, 2012k).

FONTE: Adaptado de: <www.cgu.gov.br/Publicacoes/BGU/2003/.../V1%20-%20PR.pdf>.


Acesso em: 28 fev. 2012.

A seguir temos a:

• Secretaria Executiva: tanto no que diz respeito às diretrizes quanto às políticas


da Política Nacional de Turismo e principalmente às diretrizes propostas
pelo Conselho Nacional do Turismo, esta secretaria auxilia o ministro de
Estado em suas definições. Auxilia também na supervisão e coordenação das
demais secretarias da estrutura do MTur e da Embratur.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/secretaria_executiva/>. Acesso em:


28 jan. 2012.

A Secretaria Executiva possui os seguintes departamentos:

QUADRO 2 – DEPARTAMENTOS DA SECRETARIA EXECUTIVA

Departamentos Função
• supervisiona, coordena e promove atividades
relacionadas ao planejamento;
• estabelece e implementa o plano plurianual,
Diretoria de Gestão Estratégica
acompanhando, elaborando, avaliando e revisando o
plano do MTur e Embratur.

• assuntos relacionados à gestão de pessoas, convênios,


logística, TI, finanças e documentação no âmbito do
Diretoria de Gestão Interna Ministério estão sob supervisão desta diretoria;
• dá suporte a todos os processos decisórios e de
supervisão ministerial.

•assessora o Ministro de Estado na parte da legalidade


interna dos atos;
Consultoria Jurídica • supervisiona o órgão jurídico da entidade vinculada;
• auxilia na interpretação da Constituição;
• elabora estudos, prepara informações, examina
instrumentos a serem publicados/formalizados.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/secretaria_executiva/cj/>. Acesso


em: 28 jan. 2012.

108
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Temos também a:

• Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo:


planos, programas e ações destinados ao desenvolvimento e fortalecimento
do turismo nacional são formulados, estabelecidos, acompanhados por esta
secretaria. Dá suporte e apoio técnico, institucional e financeiro na parte dos
programas regionais.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/secretaria_programas/>.
Acesso em: 28 jan. 2012.

A Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo


possui os seguintes departamentos:

QUADRO 3 – DEPARTAMENTOS DA SECRETARIA NACIONAL DE PROGRAMAS DE


DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
Departamento Função

este departamento é responsável pela execução de planos,


programas e ações do MTur relacionados à infraestrutura;
o mesmo departamento conta com a Coordenação-
Geral de Análise de Projetos, cujo objetivo é identificar
Departamento de e quantificar as necessidades de infraestrutura em
Infraestrutura Turística municípios turísticos, bem como com a Coordenação-
Geral de Acompanhamento e Fiscalização, que coordena
atividades fiscais que inspecionam as obras em andamento
por meio de convênios ou contratos de repasse de recursos
financeiros.

• coordena e estabelece diretrizes e prioriza recursos


do Fundo Geral de Turismo – Fungetur, que possui
uma coordenação geral que estabelece diretrizes para a
aplicação dos recursos do fundo e fiscaliza a execução do
plano de aplicação de investimentos;
• impulsiona ações para as iniciativas nacionais e
internacionais juntamente com a Política Nacional de
Turismo pela Embratur;
Departamento de •conta com a Coordenação Geral de Financiamento que
Financiamento e Promoção de capta recursos financeiros, bem como os viabiliza;
Investimentos no Turismo •há também a Coordenação de Financiamento, que
acompanha as ações de investimento e controla o
lançamento de produtos turísticos;
• Já a Coordenação Geral de Promoção de Investimento
acompanha projetos estratégicos, bem como planos
e projetos que captam investimentos nacionais e
internacionais e divulga indicadores de investimento;
• Coordenação Geral de Apoio à Promoção de
Investimento dá apoio à coordenação geral de promoção
de investimento.

109
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

• coordena, apoia e acompanha a formulação dos


programas regionais dando apoio técnico, institucional
e financeiro, beneficiando as populações locais e
promovendo o incremento de renda;
• o departamento conta com a Coordenação-Geral
de Programas Regionais I, que apoia a execução de
programas regionais no que tange à parte técnica nos
estados e municípios, orientando-os no cumprimento
destes requisitos técnicos. Esta coordenação conta com
o auxílio da Coordenação de Suporte Operacional aos
Programas Regionais I;
• já a Coordenação-Geral de Programas Regionais II
auxilia tecnicamente a interface de assuntos diversos,
Departamento de Programas
como negociações de crédito para o financiamento. Esta
Regionais de Desenvolvimento
conta com o apoio e auxílio da Coordenação de Suporte
do Turismo
aos Programas Regionais II;
• a Coordenação-Geral de Suporte Técnico elabora
relatórios, pareceres ou notas técnicas. Auxilia as
coordenações gerais na parte socioambiental e conta com
a Coordenação de Apoio Operacional da Coordenação-
Geral de Suporte na parte operacional;
• a Coordenação-Geral de Uso de Recursos Federais apoia
na parte do PPP - Planejamento do Plano Plurianual e
propostas orçamentárias anuais. Esta também se articula
com toda a parte de formalização de convênios que visem
à contribuição de contrapartida federal que conta com
o apoio da Coordenação de Atividades Auxiliares da
Coordenação-Geral de Uso dos Recursos Federais.

• este departamento organiza, implementa e apoia os


planos e atividades relacionados à produção artesanal
e demais produtos, visando qualificar e certificar o
profissional, bem como os serviços prestados ao turista,
conforme PNT;
• a Coordenação-Geral de Projetos de Estruturação do
Turismo em Áreas Priorizadas subsidia planos e ações
com alternativas novas de desenvolvimento e articula
o apoio técnico e financeiro, principalmente em área de
baixa renda;
Departamento de Qualificação
• quanto à Coordenação-Geral de Qualificação e
e Certificação e de Produção
Certificação, apoia projetos que visam qualificação
Associada ao Turismo
profissional e empresarial, proporcionando excelência
no atendimento e competitividade entre os destinos,
trazendo consigo uma maior qualidade e segurança.
Apoia a elaboração das Normas Técnicas – NBR’s para
produtos e serviços da área, normatizando procedimentos
e certificando profissionais e empreendimentos;
• por fim, a Coordenação-Geral de Produtos Associados
ao Turismo por meio dos produtos artesanais associados,
desenvolve a produção e apoia sua comercialização
através de matrizes e desenvolve fornecedores locais.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/secretaria_programas/dqcpat/>.
Acesso: em 28 jan. 2012.

110
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

É importante citar a Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, que


junto ao Conselho Nacional do Turismo, elabora, formula e monitora a Política
Nacional do Turismo, que visa alinhar as ações entre Ministério do Turismo,
Conselho Nacional de Turismo (CNT), Fórum Nacional dos Secretários e
Dirigentes Estaduais de Turismo (FORNATUR) e os 27 Fóruns/Conselhos
Estaduais de Turismo.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/secretaria_politicas/>. Acesso em:


28 jan. 2012.

A Secretaria Nacional de Políticas de Turismo possui os seguintes


departamentos:

QUADRO 4 – DEPARTAMENTOS DA SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS DE TURISMO

Departamento Função

• Realiza, coordena e supervisiona os estudos e pesquisas, bem


como análises que se fazem necessários para a formulação,
Departamento implementação e avaliação da PNT.
de Estudos e • Acompanha o mercado turístico tanto nacional quanto
Pesquisas internacional, com o objetivo de subsidiar a formulação e avaliação
da PNT.
• Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/
secretaria_politicas/dep/>. Acesso em: 28 jan. 2012.

• Objetiva o planejamento que contempla a elaboração, coordenação


e avaliação da PNT. Promove avaliação técnica dos pareceres sobre
projetos de lei concernentes.
• Acompanha o mercado turístico tanto nacional quanto
internacional objetivando atualização e viabilização da PNT.
Departamento
• Conta com a Coordenação-Geral de Gestão e Planejamento que
de Planejamento
auxilia na implementação do modelo de gestão descentralizada e
e Avaliação do
apoia a Secretaria Executiva do CNT nesta questão.
Turismo
• Este departamento possui a Coordenação-Geral de
Monitoramento e Avaliação, que apoia a elaboração e a execução
do Plano Plurianual do MTur, conforme diretrizes e prazos
estabelecidos pelo órgão central.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/
secretaria_programas/dpat/>. Acesso em: 28 jan. 2012.

111
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

•Articula as políticas, projetos e iniciativas que subsidiarão a


diversificação da oferta turística, bem como cria e gerencia formas
de comunicação que ajudam na implantação do PNT.
• Existe um cadastro das atividades regulamentadas na legislação
em vigor que é realizado pela Coordenação-Geral de Qualificação
de Serviços Turísticos.
• O cumprimento das normas legais por parte dos prestadores
de serviços turísticos e a execução delegada aos órgãos oficiais do
setor nos Estados e no Distrito Federal é realizado pela Divisão de
Fiscalização e Atendimento ao Consumidor.
• Coordenação-Geral de Informação supervisiona as formas de
comunicação objetivando redes de informação e relacionamentos
na implantação do PNT, e tão logo identificado, é realizado o
cadastro dos grupos de interesse no Departamento de Estruturação.
• A Coordenação de Informação e Operacionalização acompanha e
auxilia na promoção da integração das ações de comunicação entre
Departamento
departamentos e MTur.
de Estruturação,
• Coordenação-Geral de Regionalização - por meio de diretrizes,
Articulação e
assessora o planejamento, observando sempre o princípio da
Ordenamento
sustentabilidade e descentralização, e a gestão do turismo de forma
Turístico
integrada, em âmbitos nacional, estadual, regional e municipal.
• Coordenação de Ordenamento Turístico promove eventos
institucionais para o compartilhamento dos conhecimentos
da região e da sustentabilidade; normatiza procedimentos de
ordenamento da oferta turística, aperfeiçoando todos os envolvidos.
• Coordenação-Geral de Segmentação - procura promover a
integração e sistematização das políticas públicas que vão da
nacional até a municipal, promovendo estudos e pesquisas de
oferta e demanda, segmentando-os.
• Coordenação de Desenvolvimento de Segmentos Turísticos
- um de seus destaques é que esta coordenação identifica
oportunidades, bem como problemas ligados ao fortalecimento e à
consolidação dos segmentos turísticos.
• Todos estes itens apreciados neste parágrafo podem ser
encontrados.
Disponível em: <://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/
secretaria_politicas/deaot/>. Acesso em: 28 jan. 2012.

112
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

• Nas questões internacionais, este departamento apoia, planeja,


coordena atividades do MTur e acompanha as negociações de
acordos comerciais, cooperação técnica internacional, objetivando
o fortalecimento do turismo nacional nos mercados internacionais.
• Coordenação-Geral de Relações Multilaterais -contempla
principalmente relações internacionais e também com países fora
da América do Sul. A principal característica se dá pela cooperação
técnica bilateral ou multilateral.
Departamento
• Cooperação Técnica Multilateral - pode-se exemplificar com
de Relações
a Organização Mundial do Turismo (OMT). Na questão da
Internacionais do
cooperação técnica bilateral é firmada entre dois países visando
Turismo
troca de experiências.
• Coordenação Geral de Relações Sul-Americanas (CGRS) -
concentra-se na América do Sul e mais intensamente pelo Mercado
Comum do Sul (Mercosul) e visa desencadear ações ampliando
os relacionamentos entre os países envolvidos, viabilizando
amplitude na estratégia de desenvolvimento socioeconômico
deste continente, conquistando uma melhor imagem no mercado
internacional. Todos estes itens apreciados neste parágrafo podem
ser encontrados: Acesso em: 28 jan. 2012.

•está ligado diretamente no planejamento e coordenação de ações


e projetos de marketing, divulgando de variadas formas os produtos
e o turismo brasileiro.
Departamento •Coordenação-Geral de Marketing e Publicidade - desenvolve
de Promoção ações publicitárias, coordena e controla o material promocional.
de Marketing • pareceres técnicos de ações promocionais do turismo brasileiro - a
Nacional Coordenação-Geral de Eventos é a responsável, bem como oferece
suporte técnico aos demais departamentos para a participação em
eventos nacionais.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/
secretaria_politicas/dpmn/> . Acesso em: 28 jan. 2012.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/secretaria_politicas>. Acesso em:


29 fev. 2012.

Para um melhor entendimento, podemos apreciar esta estrutura do


Ministério do Turismo por meio do organograma que segue:

113
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

FIGURA 7 – ORGANOGRAMA

Ministério
do Turismo

Entidade vinculada
Órgãos Colegiado
EMBRATUR Gabinete do Consultoria Secretaria
Conselho Nacional
Instituto Brasileiro Ministro Jurídica Executiva
de Turismo
de Turismo

Secretaria Nacional Secretaria Nacional Diretoria


de Políticas de de Programas de de Gestão
Turismo Desenv. do Turismo Estratégica

Diretoria
Depart. de Depart. de Programas de Gestão
Planejamento Regionais de Interna
e Avaliação do Desenvolvimento
Turismo do Turismo

Depart. de Depart. de
Estudos e Infra-estrutura
Pesquisas Turística

Depart. de
Depart. de
Financiamento e
Estruturação, Promoção de
Articulação e Investimento no
Ordenamento Turístico Turismo

Depart. de
Depart. de Relações Qualificação.
Internacionais Certificação e de
do Turismo Produção Associada
ao Turismo

Depart. de Promoção
e Marketing Nacional

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/organograma/>.
Acesso em: 29 jan. 2012.

Após apreciarmos o Ministério do Turismo, esta estrutura significativa


para o turismo, por meio das informações e do organograma apresentado,
convido você, acadêmico, a conhecer melhor a autarquia que apoia todas as
questões relacionadas ao turismo, neste caso, a Embratur.

114
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

3 EMBRATUR
O Instituto Brasileiro de Turismo - Embratur, autarquia vinculada ao
Ministério do Esporte e Turismo, tem por finalidade promover o turismo brasileiro
no exterior.

Para que toda esta “engrenagem” funcione de forma positiva, atingindo


os objetivos propostos, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 6.916, de 29
de julho de 2009, aprovou a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos
Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas da Embratur.

UNI

Caro acadêmico! Visite o site do Governo Federal. Disponível em: <http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6916.htm#art6> e conheça o
Decreto no 6.916, de 29 de julho de 2009 em sua íntegra, que aprova a Estrutura Regimental
e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas da Embratur
– Instituto Brasileiro do Turismo, e dá outras providências.
Acesso em: 27 jan. 2012.
Informe-se, é esclarecedor!

Leia a seguir, na Leitura Complementar, pontos importantes do Decreto


nº 6.916, de 29 de julho de 2009:

115
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

LEITURA COMPLEMENTAR

DA NATUREZA E COMPETÊNCIA:

Art. 1º - A Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo, autarquia especial


regida pela Lei no 8.181, de 28 de março de 1991, vinculada ao Ministério do
Turismo, tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e jurisdição em todo o
território nacional. 

Art.  2º - A Embratur tem por finalidade apoiar a formulação e coordenar a


implementação da Política Nacional de Turismo, como fator de desenvolvimento social
e econômico, competindo-lhe:

I - promover, fazer o marketing e apoiar a comercialização dos destinos,


produtos e serviços turísticos do Brasil no mercado internacional;

II - incrementar o fluxo de turistas internacionais em suas várias modalidades;

III - estimular as iniciativas públicas e privadas, tendentes a desenvolver o turismo


do exterior para o Brasil;

IV - promover e divulgar o turismo nacional no exterior, de modo a ampliar o


ingresso e a circulação de fluxos turísticos no território brasileiro;

V - implementar, controlar e supervisionar ações para o incremento da qualidade


e competitividade do turismo nacional. 

Parágrafo  único.   Compete, ainda, à Embratur propor ao Ministério do


Turismo a elaboração de normas e medidas necessárias à execução da Política
Nacional de Turismo, no que diz respeito à promoção do turismo brasileiro no
exterior, e executar as decisões que, para esse fim, lhe sejam recomendadas. 

DA DIREÇÃO E NOMEAÇÃO 

Art.  4º - A Embratur é dirigida por um presidente e quatro diretores,


indicados pelo Ministro de Estado do Turismo e nomeados na forma da legislação
em vigor. 

§ 1º - A nomeação do Procurador-Chefe deverá ser precedida da anuência do


Advogado-Geral da União. 

§ 2º - A nomeação do Auditor-Chefe será submetida pelo Presidente da Embratur


à aprovação da Controladoria-Geral da União. 

§ 3º - Os demais cargos em comissão e funções gratificadas serão providos na


forma da legislação vigente. 

116
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

DAS COMPETÊNCIAS 

Dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Presidente 

Art. 5º  - Ao Gabinete compete:

I - assistir ao Presidente da EMBRATUR em sua representação política e social


e incumbir-se do preparo e despacho do seu expediente pessoal;

II - coordenar as relações entre a Embratur, entidades e instituições públicas e


privadas;

III - articular com o Congresso Nacional, sob a coordenação do Ministério do


Turismo, nos assuntos relacionados à Embratur; e

IV - exercer outras competências que lhe forem cometidas pelo Presidente da


Embratur. 

Art.  6º -  À Assessoria de Comunicação Social compete assessorar o


presidente nos assuntos pertinentes à imprensa. 

Art. 7º - À Assessoria de Governança Corporativa compete assessorar o


presidente nos assuntos de monitoramento e avaliação da gestão da autarquia. 

Dos Órgãos Seccionais 

Art.  8º - À Procuradoria Federal, na qualidade de órgão executor da


Procuradoria-Geral Federal, compete:

I - representar judicial e extrajudicialmente a Embratur;

II - exercer atividades de consultoria e assessoramento jurídicos aos órgãos da


Embratur, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 11 da Lei Complementar
no 73, de 10 de fevereiro de 1993;

III - fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e dos demais atos
normativos a ser uniformemente seguida em suas áreas de atuação e coordenação,
quando não houver orientação normativa do Advogado-Geral da União;

IV - a apuração da liquidez e certeza dos créditos, de qualquer natureza, inerentes


às atividades da Embratur, inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de cobrança
amigável ou judicial;

V - examinar, prévia e conclusivamente, no âmbito da Embratur:

117
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

a)  os textos de editais de licitação, bem como os dos respectivos contratos ou


instrumentos congêneres, a serem publicados e celebrados;

b) os atos pelos quais se vá reconhecer a inexigibilidade ou decidir a dispensa de


licitação;

c)  propostas, estudos, projetos, anteprojetos e minutas de atos normativos de


interesse da Embratur;

d) os processos e documentos que envolvam matérias referentes a assuntos de


cunho administrativo ou judicial. 

Art.  9º - À Auditoria Interna compete examinar a conformidade legal


dos atos de gestão orçamentário-financeira, patrimonial, de pessoal, dos demais
sistemas administrativos e operacionais, e especificamente:

I - verificar a regularidade dos controles internos e externos, especialmente


daqueles referentes à realização da receita e da despesa, bem como da execução
financeira de contratos, convênios, acordos e ajustes firmados pela Embratur;

II - promover inspeções regulares para verificar a execução física e financeira


dos programas, projetos e atividades e executar auditorias extraordinárias
determinadas pelo presidente;

III - examinar e emitir parecer sobre a prestação de contas anuais da entidade e


tomadas de contas especiais; e

IV - propor ações de forma a garantir a legalidade dos atos e o alcance dos


resultados, contribuindo para a melhoria da gestão.

Art. 10º - À Diretoria de Administração e Finanças compete coordenar e


controlar a execução das atividades relacionadas aos Sistemas de Pessoal Civil da
Administração Federal - SIPEC, de Administração dos Recursos de Informação
e Informática - SISP, de Serviços Gerais - SISG, de Planejamento e de Orçamento
Federal, de Contabilidade Federal e de Administração Financeira Federal. 

Dos Órgãos Específicos Singulares 

Art. 11º -  À Diretoria de Produtos e Destinos compete:

I - identificar e analisar as condições de competitividade dos produtos e destinos


turísticos brasileiros;

II - estabelecer parâmetros que possibilitem a identificação de segmentos de produtos


turísticos;

III - coordenar as ações para incrementar e desenvolver a participação do segmento


de negócios, eventos e incentivos no turismo brasileiro;
118
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

IV - coordenar a participação dos segmentos turísticos brasileiros de negócios,


eventos, incentivo e lazer em eventos e atividades promocionais voltadas ao
incremento do fluxo turístico no território brasileiro e no mercado internacional;
e

V - coordenar, supervisionar e controlar a execução da política de promoção do


turismo brasileiro no exterior. 

Art. 12º  À Diretoria de Marketing compete:

I  -  propor, coordenar, supervisionar e controlar a execução da política de


publicidade e propaganda do turismo brasileiro no exterior;

II  -  coordenar, supervisionar e controlar a execução da política de relações


públicas nos mercados internacionais prioritários; e

III - conceder prêmios e outros incentivos ao turismo. 

Art. 13º À Diretoria de Mercados Internacionais compete:

I - identificar os mercados existentes e potenciais, bem como formas possíveis


de comercialização dos produtos turísticos brasileiros;

II - desenvolver estratégias para a distribuição dos produtos, serviços e destinos


turísticos nos canais de comercialização;

III - identificar as estratégias de comercialização dos concorrentes brasileiros nos


mercados prioritários; e

IV - ampliar a participação do Brasil no mercado internacional do turismo. 

DAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES 

Art. 14º -  Ao presidente incumbe:

I - planejar, dirigir, coordenar e controlar a execução das atividades da


Embratur;

II - orientar e coordenar o funcionamento geral da Embratur em todos os setores


de suas atividades, assim como da política geral e dos planos, programas e
projetos formulados pelo Ministério do Turismo, afetos às suas finalidades;

III - firmar, em nome da Embratur, contratos, convênios, acordos, ajustes e outros


instrumentos similares; e

IV - praticar os atos necessários à gestão técnica, administrativa, orçamentária e


financeira da Embratur. 

119
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

Art. 15º -  Aos diretores, ao procurador-chefe, ao auditor-chefe, ao chefe


de gabinete, aos chefes de assessoria e aos demais dirigentes incumbe planejar,
dirigir e coordenar a execução das atividades afetas às suas respectivas unidades
organizacionais, bem como exercer outras atribuições que lhes forem cometidas
pelo presidente da Embratur. 

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art.  16º - O regimento interno definirá o detalhamento das unidades


integrantes da Estrutura Regimental da Embratur, as competências das respectivas
unidades e as atribuições de seus dirigentes. 

Art.  17º - Na execução de suas atividades, a Embratur poderá firmar


contratos ou celebrar convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos
congêneres com entidades, instituições ou organismos nacionais e internacionais
para a realização de seus objetivos em assuntos relacionados com sua área de
atuação.
FONTE: <http://www2.camara.gov.br/legin/fed/decret/2009/decreto-6916-29-julho-2009-
589970-publicacaooriginal-114892-pe.html>. Acesso em: 14 fev. 2012.

3.1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA


Conforme Decreto nº 6.545, de 25 de agosto de 2008, revogado pelo
Decreto nº 6.916, de 29 de agosto de 2009, art. 3º, a estrutura organizacional da
Embratur fica da seguinte forma:

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 

Art. 3º  A Embratur tem a seguinte estrutura organizacional:

I - órgãos de assistência direta e imediata ao presidente:


a) Gabinete.
b) Assessoria de Comunicação Social.
c) Assessoria de Governança Corporativa.
II - órgãos seccionais:
a) Procuradoria Federal.
b) Auditoria Interna.
c) Diretoria de Administração e Finanças.
III - órgãos específicos singulares:
a) Diretoria de Produtos e Destinos.
b) Diretoria de Marketing.
c) Diretoria de Mercados Internacionais.

FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6916.
htm#art6>. Acesso em: 28 jan. 2012.

120
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Para dar um maior respaldo nos diversos assuntos e execuções, o Instituto


Brasileiro de Turismo – Embratur conta também com departamentos. Vamos
conhecer alguns destes departamentos:

QUADRO 5 – DEPARTAMENTOS DA EMBRATUR

Departamento Função
• Coordenar e controlar a execução das atividades
Diretoria de Administração e concernentes à Administração e Finanças.
Finanças Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/
turismo/o_ministerio/embratur/daf/ >.
• Identificar mercados existentes e potenciais, e
Diretoria de Mercados também comercialização e distribuição de produtos
Internacionais turísticos brasileiros no mercado internacional.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/
turismo/o_ministerio/embratur/dmi/>.

• Identificar, analisar e coordenar ações para


melhorar sua competitividade no mercado turístico,
Diretoria de Produtos e por meio de participação em eventos, negócios para
Destinos incrementar sua ascensão tanto no âmbito nacional
quanto internacional.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/
turismo/o_ministerio/embratur/dpd/>.

• Promove a política da publicidade e propaganda


do turismo brasileiro no exterior, bem como é
responsável pela política de relações públicas nos
Diretoria de Marketing mercados prioritários internacionais contemplando
com prêmios e outros incentivos.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/
turismo/o_ministerio/embratur/dmri/>.

• Está ligada diretamente à presidência e cabe a esta


assessoria divulgar todo um aparato de promoção
Assessoria de Comunicação – de divulgação e interlocução turística do Brasil no
ASCOM exterior, amparado por conteúdos de divulgação
nos canais institucionais de comunicação do MTur e
Embratur.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/embratur/> . Acesso em: 27 jan. 2012.

121
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

3.2 CONSELHO NACIONAL DO TURISMO

O Conselho Nacional de Turismo é um órgão colegiado formado por


representantes do Governo Federal e do segmento turístico. Este auxilia
na formulação e aplicação da PNT, bem como planos, programas, projetos
e atividades correlatas, atualmente integrado por 71 conselheiros. Cada
entidade possui um titular e um suplente.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/conselho_nacional/index.html>.
Acesso em: 28 jan. 2012.

A seguir, relação atual das entidades participantes:

QUADRO 6 – ENTIDADES PARTICIPANTES DO CONSELHO NACIONAL DE TURISMO

• ABAV – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGÊNCIAS DE VIAGENS


• ABETAR - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE
AÉREO REGIONAL
• ABBTUR - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BACHARÉIS EM TURISMO
• ABCMI - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLUBES DA MELHOR IDADE
• ABEOC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE EVENTOS
• ABETA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE ECOTURISMO E
TURISMO DE AVENTURA
• ABETAR - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE
• AÉREO REGIONAL
• ABIH - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HOTÉIS
• ABLA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS
• ABOTTC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS OPERADORAS DE TRENS
• TURÍSTICOS CULTURAIS
• ABR - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RESORTS
• ABRACAMPING - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CAMPISMO
• ABRACCEF - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CENTROS DE CONVENÇÕES
E FEIRAS
• ABRAJET - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JORNALISTAS DE TURISMO
• ABRARJ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REVISTAS E JORNAIS
• ABRASEL - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES
• ABRASTUR - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TURISMO SOCIAL
• ABRATURR – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TURISMO RURAL
• ABRAT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE
TERRESTRE DE PASSAGEIROS
• ABREMAR – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRUZEIROS MARÍTIMOS
• ABRESI – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GASTRONOMIA,
HOSPITALIDADE E TURISMO
• AMPRO - ASSOCIAÇÃO DE MARKETING PROMOCIONAL
• ANAC – AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL

122
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

• ANSEDITUR - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SECRETÁRIOS E


DIRIGENTES DE TURISMO DAS CAPITAIS E DESTINOS INDUTORES
• ANTTUR – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTADORES DE
TURISMO, FRETAMENTO E AGÊNCIAS DE VIAGENS QUE OPERAM COM
VEÍCULOS PRÓPRIOS
• BANCO DA AMAZÔNIA S.A
• BANCO DO BRASIL S.A.
• BITO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TURISMO RECEPTIVO
INTERNACIONAL
• BNB – BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.
• BNDES – BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
SOCIAL
• BAZTOA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS OPERADORAS DE TURISMO
• CAIXA – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
• CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
• CBC&VB – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CONVENTIONS & VISITORS
BUREAUX
• CNC – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS
E TURISMO
• CNM – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS
• CNTUR – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TURISMO
• CONTRATUH – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES
EM TURISMO E HOSPITALIDADE
• EMBRATUR – INSTITUTO BRASILEIRO DE TURISMO
• FBAJ – FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE
• FENACTUR – FEDERAÇÃO NACIONAL DE TURISMO
• FENAGTUR – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS GUIAS DE TURISMO
• FBHA – FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO
• FOHB – FÓRUM DE OPERADORES HOTELEIROS DO BRASIL
• FORNATUR – FORUM NACIONAL DOS SECRETÁRIOS E DIRIGENTES
ESTADUAIS DE TURISMO
• FÓRUM NACIONAL DOS CURSOS SUPERIORES DE TURISMO E
HOTELARIA
• INDICAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
• INFRAERO – EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA
AEROPORTUÁRIA
• MC – MINISTÉRIO DAS CIDADES
• MD – MINISTÉRIO DA DEFESA
• MDA – MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
• MDIC – MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO
• ME – MINISTÉRIO DO ESPORTE
• MF – MINISTÉRIO DA FAZENDA
• MI – MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
• MinC – MINISTÉRIO DA CULTURA
• MJ – MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
• MMA – MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

123
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

• MP – MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO


• MRE – MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
• MT – MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
• MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
• MTur – MINISTÉRIO DO TURISMO
• SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
• SENAC – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL
• SEP – SECRETARIA ESPECIAL DE PORTOS
• SINDEPAT – SINDICATO NACIONAL DE PARQUES E ATRAÇÕES
TURÍSTICAS
• SNEA – SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS AEROVIÁRIAS
• SUFRAMA – SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS
• UBRAFE – UNIÃO BRASILEIRA DOS PROMOTORES DE FEIRAS

(Lista atualizada em 29.11.2011) (Grifo nosso)

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/conselhos/conselho_
nacional/documentos_conselho/Lista_das_entidades_CNT_-__para_divulgaxo_no_site_do_
MTur__29_11_2011.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2012.

Existem também as Câmaras Temáticas, compostas por entidades,


coordenação geral e temática, responsáveis por assuntos específicos, conforme
poderá ser apreciado a seguir.

Conheceremos a seguir mais objetivos que cada câmara temática possui.

QUADRO 7 - CÂMARAS TEMÁTICAS COMPOSTAS POR ENTIDADES

Câmera Temática Função

• Identificar dificuldades e estimular os


empreendedores brasileiros e estrangeiros na execução
Câmara de Financiamento e
dos seus projetos de investimento.
Investimento
• Identificar, elaborar e cadastrar projetos para
captação de investimento e grupos de consumo no
Brasil e no exterior.

• Promover articulações, viabilizar investimento


Câmara de Infraestrutura privados e melhorar a qualidade dos destinos,
criando condições de disponibilizar as facilidades de
infraestrutura pública.

• Promover o ordenamento e normatização das


Câmara de Legislação
atividades turísticas.

124
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

• Facilitar a oferta de serviços turísticos do Brasil na


Câmara de Negociações
rodada do Mercosul.
Internacionais de Serviços
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/
Turísticos
conselhos/conselho_nacional/camaras_tematicas/
camara_negociacoes.html>.
• Coordenar e integrar a participação, a promoção e o
Câmara de Promoção e Apoio apoio à comercialização dos produtos turísticos.
à Comercialização Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/
conselhos/conselho_nacional/camaras_tematicas/
camara_promocoes.html>.

• Primar com segmentos responsáveis no que tange


à qualificação profissional no turismo, desencadeando
Câmara de Qualificação
melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Promocional
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/
conselhos/conselho_nacional/camaras_tematicas/
camara_qualificacao.html>.

Câmara de Regionalização • Regionalmente, promover a organização, a


qualificação e a diversificação da oferta turística.

• Estimular ações de fortalecimento dos diversos


segmentos turísticos brasileiros, contribuindo para
aumentar o número de produtos de qualidade para a
Câmara de Segmentação
comercialização.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/
conselhos/conselho_nacional/camaras_tematicas/
camara_segmentacao.html>.

• Foca principalmente a prevenção para evitar a


exploração sexual comercial de crianças e adolescentes
Câmara de Turismo contemplados no programa Turismo Sustentável &
Sustentável e Infância Infância.
Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/turismo/
conselhos/conselho_nacional/camaras_tematicas/
camara_turismo_sustentável.html>.

FONTE: <http://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/conselho_nacional/>. Acesso em:


28 jan.2012.

3.3 OBJETIVOS SETORIAIS PARA O TURISMO


A Política Nacional de Turismo foi reorientada e alinhada às Orientações
Estratégicas da Presidência da República, elaborando-se os objetivos setoriais do
turismo e, em decorrência, os programas e ações da Embratur para o período de
2008 a 2011, tendo como Exercício 2009 e o Ano Base 2008, de acordo com o Plano
Plurianual do Governo.

125
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

UNI

Caro acadêmico!
Visite o site do Governo Federal. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/export/sites/
default/turismo/o_ministerio/relatorios/downloads_relatorios/Caderno_Setorial_-_Versxo_
Editada.pdf> e conheça o Relatório de Avaliação 2008 – 2011 – Exercício 2009 – Ano Base
2008 que contém os objetivos setoriais e seus respectivos resultados.
Acesso em: 1 fev. 2012.

A contínua melhoria da qualidade das políticas públicas e sua efetividade


junto à sociedade é um princípio que eleva os desafios para a gestão pública e
ressalta a importância da avaliação da ação governamental.

A fim de cumprir o disposto no art. 19º da Lei nº 11.653, de 07 de abril


de 2008 e o Decreto nº 6601, de 10 de outubro de 2008, que trata do
modelo de gestão do Plano Plurianual 2008-2011, coube aos órgãos
do Governo Federal elaborarem a avaliação dos Objetivos Setoriais
e dos Programas sob sua responsabilidade (grifo nosso). O produto
do trabalho é resultado das atividades realizadas em conjunto com
gerentes dos programas e equipes técnicas no âmbito dos órgãos
responsáveis por programas de governo, que são integrantes das
Subsecretarias de Planejamento, Orçamento e Gestão (SPOA), das
Unidades de Monitoramento e Avaliação (UMAs) e das Secretarias
Executivas (BRASIL, 2009, p. 4).

As avaliações apresentam demonstrativos físicos e financeiros, verificando


os resultados da implementação do programa. Este relatório reflete a proposta
de transparência em relação aos resultados da aplicação dos recursos públicos
federais, além de facilitar a compreensão e entendimento sobre a prestação de
contas à sociedade, possibilitando debates.

No item 5 do Relatório da Avaliação do Plano Nacional de Turismo - PNT


2007-2010 e o PPA 2008-2011, podemos apreciar que o Plano Nacional do Turismo
2007-2010 apresenta três objetivos gerais, que são os Objetivos Setoriais no PPA
2008-2011 (BRASIL, 2009):

1. Promover o turismo como um fator de inclusão social, por meio da geração de


trabalho e renda e pela inclusão da atividade na pauta de consumo de todos os
brasileiros.

2. Desenvolver o produto turístico brasileiro com qualidade, contemplando


nossas diversidades regionais, culturais e naturais.

3. Fomentar a competitividade do produto turístico brasileiro nos mercados


nacional e internacional e atrair divisas para o país.

126
TÓPICO 1 | ORDENAÇÃO DO TURISMO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Esses Objetivos Setoriais apoiam, mais especificamente, dois Objetivos de


Governo previstos na Orientação Estratégica de Governo (OEG) para o Plano
Plurianual 2008-2011 (BRASIL, 2009):

1. Promover a inclusão social e a redução das desigualdades.

2. Promover o crescimento com sustentabilidade, geração de empregos e


distribuição de renda.

Para implementar esses objetivos foram concebidos três programas


operacionais (BRASIL, 2009):

1. Programa - Turismo Social no Brasil: Uma Viagem de Inclusão.


2. Programa - Gestão da Política do Turismo.
3. Programa – Brasil: Destino Turístico Internacional.

A estruturação desse planejamento teve dois momentos distintos:


no primeiro foram elencados os três programas com o respectivo
conjunto de ações que passaram a compor o PPA 2008-2011; num
segundo momento, posterior e fora do tempo para integrar o PPA,
houve uma revisão de planejamento dos programas e ações. Essa
revisão de planejamento, ocorrida em outubro de 2008, contou com
técnicos do MTur, do MPOG e com consultoria especializada oferecida
pela SPI/MPOG, que resultou na reorganização e criação de novos
programas e ações, entretanto até esta presente avaliação essa revisão
não pode integrar o PPA. Os Indicadores formulados inicialmente não
estavam formatados em consonância com as metas estruturadas no
Plano Nacional de Turismo, que ora, nesta avaliação, são corrigidos
(BRASIL, 2009, p. 9).

As metas previstas pelo Plano Nacional de Turismo - PNT para serem


atingidas até o ano de 2010:

• Meta 1 – Promover a realização de 217 milhões de viagens no mercado interno.


• Meta 2 – Criar 1,7 milhão de novos empregos e ocupações (entre 2007 a 2010).
• Meta 3 – Estruturar 65 destinos turísticos com padrão de qualidade internacional.
• Meta 4 – Gerar 7,7 bilhões de dólares em divisas.

E ainda:

No documento suplementar ao PNT – Orientações Estratégicas para o


Ministério de Turismo para o PPA 2008/2011 – foram estendidas as metas para o
ano de 2011, assim ficando:

• Meta 1 – Promover a realização de 240 milhões de viagens no mercado


interno em 2011 (179 milhões para 2008; 197 milhões para 2009; e 217 milhões
para 2010).

127
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

• Meta 2 – Criar 1,9 milhões de novos empregos e ocupações no período 2008 a


2011 (ou seja, gerar 400 mil empregos e ocupações em 2008; 449 mil em 2009;
516 mil em 2010; e 550 mil em 2011).
• Meta 3 – Estruturar 85 destinos turísticos com padrão de qualidade
internacional no período 2008 a 2011 (estruturar 15 destinos em 2008; 20 em
2009; 30 em 2010; e 20 destinos turísticos em 2011).
• Meta 4 – Gerar US$ 8,8 bilhões em divisa em 2011 (gerar US$ 5,8 bilhões
em 2008; US$ 6,7 bilhões em 2009; e US$ 7,7 bilhões em 2010). Foi agregada,
ainda, a meta de 8,9 milhões de entradas de turistas estrangeiros para 2011,
com 7,9 milhões de entradas de turistas estrangeiros para 2010.

FONTE: <www.turismo.gov.br/.../turismo/...ministerio/.../Caderno_Setorial_-_...>. Acesso em:


29 fev. 2012.

Destaca-se ainda que o PNT está estruturado em oito macroprogramas,


subdivididos em 23 programas para serem executados no quadriênio
2007-2010. Os macroprogramas são: Informação e Estudos Turísticos;
Planejamento e Gestão; Logística de Transporte; Regionalização
do Turismo; Fomento à Iniciativa Privada; Infraestrutura Pública;
Qualificação dos Equipamentos e Serviços Turísticos; e Promoção e
Apoio à Comercialização (BRASIL, 2009, p. 9).

Segundo a Avaliação dos Objetivos Setoriais e Metas - Ano base 2008,


pode ser constatado, conforme as metas, os objetivos setoriais foram alcançados,
com pequenas variações.

Pelo lado da execução financeira, dos recursos dispostos para o


turismo em 2008, foram executados 99,91 pontos percentuais dos
limites aportados. Houve eficiência, eficácia e efetividade por parte das
políticas públicas para o turismo em 2008 na execução dos objetivos
setoriais, Programas e Metas (BRASIL, 2009, p. 10).

ATENCAO

Os resultados em detalhes podem ser verificados nos itens 7.1 a 7.6 no Relatório
de Avaliação dos Objetivos Setoriais e Metas – Ano Base 2008.
Fonte: Ministério do Turismo – Relatório de Avaliação 2009 – Ano Base 2008. Disponível em:
<http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/relatorios/downloads_
relatorios/Caderno_Setorial_-_Versxo_Editada.pdf>.
Acesso em: 2 fev. 2012.

128
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você:

• Conheceu a função do governo e seu papel enquanto responsável no


desencadeamento do desenvolvimento do turismo no país.

• Compreendeu melhor os objetivos e os órgãos, instituições existentes no país


que dão suporte ao avanço do turismo.

• Conheceu as metas e objetivos setoriais no turismo brasileiro.

129
AUTOATIVIDADE

1 Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.

( ) O Ministério do Turismo tem como missão desenvolver o turismo como


uma atividade econômica sustentável, com papel relevante somente na
geração de empregos.
( ) Ainda sobre o Ministério do Turismo, o Gabinete do Ministro possui os
seguintes departamentos: Assessoria de Comunicação Social do Ministério
do Turismo (Ascom), Assessoria Internacional; Assessoria Parlamentar;
Ouvidoria; Assessoria Especial de Controle Interno e a Coordenação-
Geral de Turismo Sustentável e Infância.
( ) Secretaria Nacional de Políticas de Turismo: auxilia na formulação, na
elaboração e no monitoramento da Política Nacional do Turismo, de
acordo com as diretrizes propostas e os subsídios fornecidos pelo Conselho
Nacional de Turismo.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

( ) V – F – V.
( ) F – V – V.
( ) V – V – F.
( ) V – F – F.

130
UNIDADE 2 TÓPICO 2

APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO


TURISMO

1 INTRODUÇÃO

Na perspectiva do novo Código Civil (2002), empresa é uma atividade


econômica organizada (natureza, trabalho, capital) para a produção ou
circulação de bens ou serviços, exercida profissionalmente pelo empresário,
por meio de um estabelecimento empresarial.

FONTE: <brunosilva.adv.br/empresarial/direitodeempresa-2.htm>. Acesso em: 28 fev. 2012.

Deste conceito deduzimos que as empresas turísticas possuem todos


estes segmentos elencados, ou seja, empresário, estabelecimento, empregados e a
atividade, podendo ser classificadas como empresas comerciais.

Torna-se importante identificarmos a diferença entre conceitos que, por


vezes, são utilizados como se sinônimos fossem: empresas de turismo, que são
instituições que oferecem bens, produtos e serviços turísticos objetivando o lucro,
e o setor turístico, que tem conexão com o contexto abrangente do sistema do
turismo, com todos os atores envolvidos, sua formação e transformação.

Dumazedier (1976, p. 35) fundamenta a finalidade do “setor turístico”


com a apresentação do conceito de lazer:

[...] um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se


de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e
entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação
desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre
capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações
profissionais, familiares e sociais.

Iniciaremos uma viagem buscando desvendar as perspectivas encontradas


na organização das empresas de turismo, com seus aspectos internos, suas
peculiaridades e a necessidade da observação de seus papéis enquanto prestadores
de serviços para aqueles que os consomem em uma perspectiva de prazer e lazer.

Vamos dar início à nossa trajetória agora, ajuste sua imaginação e vamos lá!

131
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

2 AGÊNCIAS DE TURISMO
A Lei nº 11.771/08 estabeleceu conceitos relacionados à agência de turismo,
que estão estabelecidos em seu artigo 27:

Art. 27. Compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que


exerce a atividade econômica de intermediação remunerada entre
fornecedores e consumidores de serviços turísticos ou os fornece
diretamente.

§ 1º São considerados serviços de operação de viagens, excursões


e passeios turísticos, a organização, contratação e execução de
programas, roteiros, itinerários, bem como recepção, transferência e a
assistência ao turista.

§ 2º O preço do serviço de intermediação é a comissão recebida


dos fornecedores ou o valor que agregar ao preço de custo desses
fornecedores, facultando-se à agência de turismo cobrar taxa de
serviço do consumidor pelos serviços prestados. (BRASIL, 2008).

O artigo acima referenciado da Lei nº 11.771/08, em seu parágrafo terceiro


descrito a seguir, define o que pode ser contido enquanto objeto de atividades de
intermediação de agências de turismo:
§ 3º As atividades de intermediação de agências de turismo
compreendem a oferta, a reserva e a venda a consumidores de um ou
mais dos seguintes serviços turísticos fornecidos por terceiros:

I - passagens;
II - acomodações e outros serviços em meios de hospedagem; e
III - programas educacionais e de aprimoramento profissional.
(BRASIL, 2008).

O parágrafo 4º do mencionado dispositivo retrata as possibilidades de


execução de atividades complementares das agências de turismo:

§ 4º As atividades complementares das agências de turismo compreendem a


intermediação ou execução dos seguintes serviços:

I - obtenção de passaportes, vistos ou qualquer outro documento necessário à


realização de viagens;

II - transporte turístico;

III - desembaraço de bagagens em viagens e excursões;

IV - locação de veículos;

V - obtenção ou venda de ingressos para espetáculos públicos, artísticos,


esportivos, culturais e outras manifestações públicas;

132
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

VI - representação de empresas transportadoras, de meios de hospedagem e


de outras fornecedoras de serviços turísticos;

VII - apoio a feiras, exposições de negócios, congressos, convenções e


congêneres;

VIII - venda ou intermediação remunerada de seguros vinculados a viagens,


passeios e excursões e de cartões de assistência ao viajante;

IX - venda de livros, revistas e outros artigos destinados a viajantes; e

X - acolhimento turístico, consistente na organização de visitas a museus,


monumentos históricos e outros locais de interesse turístico.

E ainda os parágrafos 5º e 7º descrevem normativas que ordenam as


atividades já relatadas no conteúdo legal do artigo 27 da Lei nº 11.771/08:

§ 5º A intermediação prevista no § 2o deste artigo não impede a oferta, reserva


e venda direta ao público pelos fornecedores dos serviços nele elencados.

§ 6º (VETADO)

§ 7º As agências de turismo que operam diretamente com frota própria deverão


atender aos requisitos específicos exigidos para o transporte de superfície.

FONTE: <http://comunidades.rj.sebrae.com.br/forum/viewtopic.php?f=6&t=2268&view=next>.
Acesso em: 29 fev. 2012.

ATENCAO

Nas palavras de NIETO (2001): as pessoas que se dizem freelancers, e que


intermedeiam reservas em hotéis, na prática estão agindo em desacordo com a ordem
jurídica, pois nem são representantes exclusivos do hotel e tampouco da agência de turismo
como empresa constituída. A elas a lei reserva uma série de sanções, pois se comportam em
desacordo com o ordenamento jurídico. Desde sanções civis, no caso de causarem prejuízo
a turistas pela má prestação de serviços, até também tributárias, pelo fato de geralmente não
terem cadastro na prefeitura local sequer como prestadores de serviços autônomos.

Quando da abertura de uma empresa turística, o empreendedor deve ter


definida sua opção em relação às atividades a serem desenvolvidas, que deve
estar clara no contrato de constituição da mesma. A diferença mais significativa
está na taxa cobrada para registro do empreendimento na Embratur, que não
é obrigatória, e de sua opção ou não pela filiação da agência à Associação
Brasileira de Agências de Viagens (ABAV).

133
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

NOTA

Significado de ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens)


Sua missão está pelos objetivos:
• Representar os interesses das agências de viagens.
• Promover o bem-estar social e o congraçamento da classe em todo o território nacional.
• Defender os legítimos interesses da indústria do turismo como um todo, colaborando com
os poderes públicos no estudo e solução dos problemas do setor.
• Fomentar o desenvolvimento do turismo nacional em todas as suas manifestações.
• Promover a divulgação e publicidade das matérias de interesse da entidade, que permitam
levar ao conhecimento dos associados todos os acontecimentos referentes ao turismo
nacional.
• Promover congressos, exposições de turismo e conferências que contribuam para o
desenvolvimento técnico do setor.
• Promover, através do ICCABAV, a valorização e o treinamento de recursos humanos.
Fonte: SOBRE A ABAV. Disponível em:<http://www.abav.com.br/texto.aspx?id=1&id_area=1>.
Acesso em: 29 jan. 2012.
Visite o site da associação, busque pelo link: <http://www.abav.com.br/> e conheça melhor
as atividades desenvolvidas por esta associação de vital importância para o setor turístico.

Aspecto importante que merece atenção, segundo Nieto (2001), é o


disposto no artigo 15 do referido texto legal, que obriga sociedades civis e
comerciais de qualquer finalidade a contratar agência de turismo, no caso de
oferecerem a seus membros associados, empregados ou terceiros interessados,
excursões ou roteiros turísticos, excetuando apenas os casos de fretamento de
veículo, para uso de associados, mediante simples ressarcimento das despesas
realizadas. Vejamos:

Art. 15º - As sociedades civis ou comerciais de qualquer finalidade


somente poderão oferecer a seus membros, associados, empregados ou
quaisquer terceiros interessados, excursões e roteiros turísticos que forem
organizados por agência de turismo habilitada.

§ 1º - Aplicam-se aos materiais para distribuição ou circulação, no âmbito


da sociedade interessada, as disposições do presente decreto, quanto à
promoção e divulgação de serviços turísticos.

§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica aos casos de fretamento de veículo,


para uso dos associados, mediante simples ressarcimento das despesas
realizadas.

FONTE: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=126100>. Acesso


em: 29 fev. 2012.

134
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

De forma idêntica a maneira de divulgação das Agências de Turismo se


encontra regulamentada no referido arcabouço legal, ratificando as obrigações
estabelecidas entre os usuários e a prestadora de serviços, ou entre uma prestadora
de serviços turísticos relacionada à outra (NIETO, 2001).

Art. 16º - Qualquer oferta ou divulgação de serviços turísticos pelas


agências de turismo expressará, fielmente, as qualidades e as condições em que
serão efetivamente prestados, especificando, com clareza:

I - os serviços oferecidos;

II - o preço total e as condições de pagamento e, quando houver, as de


financiamento;

III - as empresas e empreendimentos participantes do roteiro ou excursão, com


os respectivos números de registro e classificação na Embratur.

Parágrafo único - As informações previstas neste artigo obrigarão as


agências de turismo e os prestadores de serviços turísticos constantes da oferta
ou divulgação, entre si e perante os usuários. (grifo nosso).

FONTE: <http://www.dji.com.br/decretos/1980-084934/1980-084934-14-21.htm>. Acesso em:


29 fev. 2012.

Fizemos menção às premissas iniciais das agências de viagens quanto aos


seus conceitos, classificação, atividades que podem ser exercidas. Passaremos
a conversar um pouco mais sobre os aspectos obrigatórios vinculados à sua
prestação de serviços.

2.1 OBRIGAÇÕES DAS AGÊNCIAS DE TURISMO


O Decreto nº 84.934/80 traz em seu conteúdo obrigações das agências de
turismo. Estas obrigações estão vinculadas à Embratur e ao Código Consumerista.
Vejamos o art. 17:.
Art. 17 - São obrigações das agências de turismo:
I - cumprir, rigorosamente, os contratos e acordos de prestação de
serviços turísticos com os usuários ou outras entidades turísticas;
II - exercer a atividade de acordo com as diretrizes estabelecidas na
Política Nacional de Turismo;
III - conservar suas instalações em adequadas condições de
atendimento ao usuário, assim como os padrões de conforto, serviços
e preços estabelecidos neste decreto e nos atos dele decorrentes;
IV - mencionar, em qualquer forma impressa de promoção ou
divulgação de viagens e excursões:
a - quando destinadas ao exterior, o nome e número de registro da
agência de viagens e turismo responsável pela operação (artigo 2º,
inciso IV);

135
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

b - em qualquer caso, os nomes e números de registros das agências


autorizadas a vendê-las ao público;
c - a categoria em que estiverem classificados os equipamentos e
serviços utilizados;
V - prestar ou apresentar, no prazo e na forma estabelecidos pela
Embratur, as informações e documentos referentes ao exercício de sua
atividade;
VI - manter em suas instalações cópia da legislação turística pertinente
e, em local visível, cópia do certificado de registro;
VII - comunicar previamente à Embratur eventuais mudanças de
endereço e paralisações temporárias ou definitivas da atividade;
VIII - apresentar à Embratur cópias dos instrumentos que alterarem os
atos constitutivos das sociedades, no prazo de quinze (15) dias após
seu arquivamento no Registro de Comércio;
IX - entrar em funcionamento no prazo de noventa (90) dias a contar
da data de concessão do registro. (BRASIL, 2012).

Os incisos II, III, V, VI, VIII e IX do art. 17, acima descrito, dizem respeito
às obrigações institucionais-contratuais que surgem pelo contrato firmado entre a
instituição estatal Embratur e a agência de turismo. Opção esta feita, é claro, pela
agência de turismo e passa a fazer lei entre as partes após a celebração do acordo,
obriga a agência sob pena de sanções impostas pela Embratur (NIETO, 2001, grifo
nosso).

As agências têm obrigações na relação que estabelecem com o turista


consumidor final de seus serviços. Tais relações ocorrem pela relação de acordo
disposto no Código de Defesa do Consumidor, que será tratado em tópico específico.
Estas são obrigações legais que alcançam toda e qualquer agência de turismo,
independentemente de estar ou não certificada pela Embratur, não cabendo o
descumprimento da lei (NIETO, 2001, grifo nosso).

Na avaliação dos incisos do art. 17 do Decreto nº 84.934/80, seriam parte


integrante deste contexto os incisos I, IV com suas alíneas, o art. 16, anteriormente
elencado e os arts. 18, 19 e 20, como segue:

Art. 18 - Ressalvados os casos de comprovada força maior e a


expressa responsabilidade concorrente de outras entidades, a
agência organizadora e promotora do serviço turístico será sempre a
principal responsável pela sua prestação efetiva, pela sua liquidação
junto aos prestadores de serviços e pelo reembolso aos usuários
pelos serviços não prestados na forma e na extensão contratadas.
(grifo nosso).
Parágrafo único - As obrigações assumidas para execução de serviços
turísticos que se realizarem, total ou parcialmente, no exterior serão de
exclusiva responsabilidade da agência de viagens e turismo e, no caso
previsto no § 2º, do artigo 4º, deste decreto, da agência de viagens e
turismo ou da agência de viagens, conforme o caso.
Art. 19 - As agências de turismo são diretamente responsáveis pelos
atos de seus prepostos, inclusive os praticados por terceiros por elas
contratados ou autorizados ainda que na condição de autônomos,
assim entendidas as pessoas físicas por elas credenciadas, tácita ou
expressamente. (grifo nosso).

136
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

Parágrafo único - Nas relações com os usuários ou em qualquer forma


de promoção de serviços turísticos, os autônomos indicarão, sempre,
e somente, o nome e o endereço comercial da agência de turismo que
os tiver credenciado.
Art. 20 - As agências de turismo só poderão receber de seus usuários,
a título de pagamento antecipado, até vinte por cento (20%) do valor
dos serviços ajustados. (grifo nosso).
§ 1º - O recebimento antecipado de mais de vinte por cento (20%) do
valor dos serviços ajustados dependerá de autorização especial da
Embratur.
§ 2º - Considera-se pagamento antecipado, para fins deste artigo, todo
aquele efetuado com antecedência superior a sessenta (60) dias do
início da prestação dos serviços ajustados. (BRASIL, 2012).

UNI

SIGNIFICADO DE PREPOSTO: aquele que, por nomeação, delegação ou


incumbência recebida de outro, dirige negócio ou presta serviço ao proponente, em caráter
permanente, como o administrador, o gerente, etc. (GUIMARÃES, 2004).

Reiterando palavras de Mamede (2001), boa parte das linhas dispostas


no Decreto nº 84.934/80 devem ser compreendidas como sugestões para a
constituição e operação de uma agência de turismo dentro do sistema coordenado
pela Embratur, cuja adesão por parte dos agentes econômicos é voluntária,
mas que lhe outorga o direito de beneficiar-se dos esforços oficiais para o
desenvolvimento da atividade turística. (grifo nosso).

2.1.1 Fiscalização, penalidades e recursos


As agências de turismo, assim como todos os envolvidos em relações
jurídicas, submetem-se aos ditames da lei e, por conseguinte, às sanções aplicáveis
quando decorrentes de atos ilícitos no exercício de suas atividades ou prestação
de serviços.

As sanções previstas pela Embratur só podem ser aplicadas àqueles que


nela estão registrados, não cabendo às demais quaisquer restrições.

As sanções e penalidades podem ter o âmbito civil, penal e administrativo,


de acordo com o objeto tutelado. Nos ensinamento de NIETO (2001) encontramos:
se o objeto protegido vem a ser um instituto do direito civil, o ato violador da norma
será um ilícito civil; se, por outro lado, agredir valores do direito público, poderá
ser ilícito penal e/ou administrativo. Será ilícito penal se definido na legislação
penal que engloba o Código Penal e leis extravagantes; será ilícito administrativo
se a infração for contra preceito do direito administrativo. Continua o autor: as
sanções civis e penais só podem ser aplicadas pelo Poder Judiciário.

137
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

ATENCAO

A Deliberação Normativa 382/97 incluiu, entre os serviços permissíveis e


não privativos das agências de turismo, a corretagem de seguros destinados à cobertura
de riscos em viagens de turistas através de agências de turismo, serviço esse que deve
ser prestado em conformidade com a legislação específica que trata de corretagem de
seguros, de responsabilidade da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.
FONTE: SERVIÇOS DE TURISMO NO BRASIL.<http://www.turismo.gov.br/export/sites/
default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/SERVIxOS_DE_TURISMO_
NO_BRASIL_AGxNCIAS_E_OPERADORAS.pdf>.
Acesso em: 29 jan. 2012.

Nos arts. 22 a 29 do Decreto nº 84.934/80 estão dispostas a forma de


fiscalização, as sanções administrativas que podem ser impostas pela Embratur,
que servem de orientação às empresas e de proteção aos usuários dos serviços de
turismo das agências vinculadas à autarquia, sendo esses:

Art. 22º - É punível pela Embratur com aplicação de penalidade


pecuniária prevista no inciso II do art. 27, sem prejuízo da interdição do
estabelecimento, prevista no inciso IV do mesmo artigo, e das sanções penais
cabíveis, o exercício, por qualquer pessoa física ou jurídica, das atividades e
serviços turísticos, sem observância do disposto neste decreto.

Parágrafo único - A punibilidade prevista neste artigo abrange


a utilização, por extenso ou abreviadamente, das expressões "turismo",
"viagens", "excursões" ou outras a elas equivalentes, delas derivadas ou com
elas compostas.

Art. 23º - A Embratur exercerá a fiscalização das atividades e serviços


das agências de turismo objetivando:

I - proteção ao usuário, exercida prioritariamente pelo atendimento e


averiguação de reclamações;

II - orientação às empresas, para o perfeito atendimento das normas que regem


suas atividades;

III - verificação do cumprimento da legislação em vigor.

Parágrafo único - Na conformidade do disposto no Código Brasileiro


do Ar e normas complementares, a fiscalização, no que concerne à legislação
aeronáutica, será feita, em colaboração com a Embratur, pelo Ministério da
Aeronáutica.

138
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

Art. 24º - A apuração de infrações será iniciada mediante:

I - denúncia que relate os fatos a apurar, e que contenha a qualificação e a


assinatura do denunciante;

II - despacho do responsável pela fiscalização, determinando a apuração de


fato punível previsto na legislação em vigor;

III - relatório de agente de fiscalização, dando conhecimento de irregularidade


verificada.

Art. 25º - Para fins de controle e acompanhamento da atividade, os


agentes de fiscalização terão livre acesso a todas as dependências das empresas
ou entidades, estabelecimentos e equipamentos sujeitos à fiscalização da
Embratur.

Parágrafo único - As empresas ou entidades a que se refere este artigo


ficam obrigadas a prestar aos agentes da Embratur todos os esclarecimentos
necessários ao desempenho de suas funções e a exibir-lhes quaisquer
documentos que digam respeito ao cumprimento das normas legais referentes
aos serviços objeto de fiscalização e acompanhamento.

Art. 26º - O auto de infração será lavrado pelo agente de fiscalização


sempre que ocorrer:

I - violação de dispositivos legais;


II - não cumprimento das notificações expedidas;
III - resistência ou embaraço à fiscalização.

§ 1º - Quando o responsável pela empresa se negar a assiná-lo, o auto de


infração consignará o fato.

§ 2º - Serão garantidos às pessoas ou entidades interessadas o conhecimento


de todas as peças do processo e o direito à apresentação da defesa, por
escrito, e dos documentos julgados pertinentes, no prazo de 15 (quinze)
dias da data da autuação.

Art. 27º - As infrações à Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977, a


este decreto e aos atos dele decorrentes, bem assim à legislação correlata em
vigor, sujeitarão o infrator às seguintes penalidades, impostas pelo presidente
da Embratur:

I - advertência por escrito;

II - multa de valor equivalente ao de até quinhentas (500) Obrigações


Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNs);

139
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

III - suspensão ou cancelamento do registro;

IV - interdição de instalação, estabelecimento, empreendimento ou equipamento.

§ 1º - O presidente da Embratur poderá delegar ao diretor de Operações da


Embratur a competência para a aplicação das penalidades previstas
neste artigo.

§ 2º - As penalidades previstas nos incisos II a IV deste artigo poderão ser


aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 3º - O valor das multas aplicadas será recolhido ao Tesouro Nacional,


mediante guia.

§ 4º - Aplicadas as penalidades referidas nos incisos III e IV deste artigo, a


Embratur oficiará às autoridades competentes, requisitando destas a
adoção das medidas necessárias.

Art. 28º - O CNTur estabelecerá os critérios para gradação das penalidades


previstas no artigo 27, tendo em vista os seguintes fatores:

I - a natureza da infração;

II - as circunstâncias atenuantes ou agravantes;

III - os antecedentes do infrator;

IV - o prejuízo que a infração acarretar aos usuários, ao turismo, à imagem do


país, aos símbolos e à moeda nacionais.

Art. 29º - Uma vez aplicada a pena de cancelamento de registro e


apuradas as responsabilidades respectivas, os titulares ou prepostos da
empresa, responsáveis pelo cometimento da falta, poderão ser impedidos, pelo
prazo de cinco (05) anos, de exercer qualquer atividade ligada ao turismo em
território nacional. (BRASIL, 2012, grifo nosso).

FONTE: <www.dji.com.br/decretos/1980-084934/1980-084934-22-30.htm>. Acesso em:


29 fev. 2012.

140
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

UNI

Prezado acadêmico, no texto a seguir traremos a descrição de caso prático


discorrido no texto de Nieto (2001), para identificarmos os ilícitos e os enquadramentos legais
possíveis, não excluindo outros.

Caso: a Embratur recebe uma série de reclamações de determinada


agência, já autuada anteriormente, feitas por clientes que alegam ter a agência
vendido pacote turístico que previa alocação dos turistas em hotel do tipo cinco
estrelas, mas que efetivamente os alocou em hotel de categoria inferior.

1. Ilícito penal: poderá vir a ser caracterizado, naturalmente dependendo das


provas, o crime previsto no artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor,
que prescreve a pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa a
quem fizer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre
a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços. Assim, se ficar
comprovado, até por conta da reincidência, que a agência agiu dolosamente,
com má-fé, os responsáveis estarão sujeitos às penas acima mencionadas.

2. Ilícito civil: o cliente poderá requerer, com base no artigo 20, Inciso III, do
Código de Defesa do Consumidor, o abatimento proporcional do preço
pago, além de eventual indenização por danos morais. Prescreve o referido
artigo: “O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os
tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como, por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta
ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente
e à sua escolha: III – o abatimento proporcional do preço”.

3. Administrativo: a empresa de turismo poderia ser autuada por violação


de dispositivos legais, haja vista ter infringido dois artigos do Código de
Defesa do Consumidor acima explicados, incorrendo, dessa forma, no ilícito
administrativo disposto no artigo 26 do Decreto nº 84.934/90, que estabelece
a lavratura do auto de infração pelo agente fiscal sempre que ocorrer violação
dos dispositivos legais. Estará sujeita, então, às sanções administrativas
enumeradas no artigo 27, que vão desde uma nova advertência por escrito,
o que provavelmente não corresponderia à melhor aplicação sancionatória,
até a interdição do estabelecimento, o que também, nesse caso, talvez fosse
desproporcional, passando pela multa, pela suspensão do registro por
determinado tempo e por seu cancelamento.

141
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

Para possibilidade de revisão dos atos processuais ou administrativos


utilizamos o termo recursos. Na situação das agências do turismo, o recurso
também está previsto no corpo do Decreto nº 84.934/80, provisionado em seu
artigo 30, conforme segue:

Art. 30 - Da decisão que impuser penalidade caberá:

I - pedido de reconsideração à Diretoria da Embratur, no prazo de


trinta (30) dias contados da data em que o interessado tomar ciência
da penalidade;

II - recurso ao CNTur, no prazo de quinze (15) dias contados da data


em que o interessado tiver tido ciência do indeferimento do pedido de
reconsideração.

Parágrafo único - Os recursos ao CNTur serão:

I - "ex offício", no caso de multa de valor superior a cem (100)


Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNs);

II - voluntário, com efeito suspensivo, nos demais casos. (BRASIL,


2012).

Até o presente momento, pudemos evidenciar que a ordem jurídica vigente


regulamenta todos os atos pertinentes às atividades turísticas desenvolvidas pelas
agências de turismo, enquanto prestadoras de serviço. Agora vamos adentrar nas
informações que fazem referências a outros “sítios” de estudo, ou seja, outros
prestadores de serviço.

3 TURISMO E SUA ORGANIZAÇÃO NA PRESTAÇÃO DE


SERVIÇOS
Como organização que visa lucro, obviamente o turismo congrega
empresas que atuam se utilizando de relações com diversos segmentos que
compõem seus contatos comerciais, desde empregados com formação específica,
locais de hospedagem, formas de translado de seu cliente, dentre outros aspectos
relevantes para que a máquina empreendedora não cesse suas atividades e, de
forma contrária, continue em um crescente evolutivo.

Objetivamos trazer aspectos pontuais relacionados ao desempenho destas


atividades por vezes de cunho pessoal e de instituições ou organizações afins,
que contribuem na construção da atividade turística no território brasileiro.

142
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

3.1 PROFISSIONAIS DO TURISMO


O texto legislativo que inicia esta discussão está pautado pela Lei nº 8.623,
de 28 de janeiro de 1993, que regulamenta a profissão de guia de turismo e dá
outras providências, trazendo em seus art. 1º e 2º, que é o guia de turismo e a
possibilidade do exercício profissional no território brasileiro:
Art. 1º O exercício da profissão de guia de turismo, no território
nacional, é regulado pela presente Lei.
Art. 2º Para os efeitos desta lei, é considerado guia de turismo o
profissional que, devidamente cadastrado no Instituto Brasileiro de
Turismo (Embratur), exerça atividades de acompanhar, orientar e
transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões
urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou
especializadas.(BRASIL, 2012, grifo nosso).

Neste mesmo contexto legal encontramos relatadas no art. 5º as atribuições


do guia de turismo:

a) acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas,


excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas
dentro do território nacional;

b) acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;

c) promover e orientar despachos e liberação de passageiros e respectivas


bagagens, em terminais de embarque e desembarque aéreos, marítimos,
fluviais, rodoviários e ferroviários;

d) ter acesso a todos os veículos de transporte, durante o embarque ou


desembarque, para orientar as pessoas ou grupos sob sua responsabilidade,
observadas as normas específicas do respectivo terminal;

e) ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas


e pontos de interesse turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas
ou grupos, observadas as normas de cada estabelecimento, desde que
devidamente credenciado como Guia de Turismo;

f) portar, privativamente, o crachá de guia de turismo emitido pela Embratur.


(BRASIL, 2012).

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D0946.htm>. Acesso em: 29 fev. 2012.

143
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

Este mesmo texto legal traz algumas obrigações para o guia de turismo
que devem ser seguidas quando de sua atuação profissional:

Art. 9º. No exercício da profissão, o guia de turismo deverá conduzir-se


com dedicação, decoro e responsabilidade, zelando pelo bom nome do
turismo no Brasil e da empresa à qual presta serviços, devendo ainda
respeitar e cumprir leis e regulamentos que disciplinem a atividade
turística, podendo, por desempenho irregular de suas funções, vir a ser
punido pelo seu órgão de classe. (BRASIL, 2012).

O Poder Executivo regulamentou a Lei nº 8.623/93, originando o Decreto
nº 946/93, classificando os guias de turismo, de acordo com sua formação
profissional e atividades desempenhadas, a saber:

Art. 4º. Conforme a especialidade de sua formação profissional e das


atividades desempenhadas, comprovadas perante a Embratur, os
guias de turismo serão cadastrados em uma ou mais das seguintes
classes:
I - guia regional - quando suas atividades compreenderem a recepção, o
traslado, o acompanhamento, a prestação de informações e assistência
a turistas, em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais de
uma determinada unidade da federação para visita a seus atrativos
turísticos;
II - guia de excursão nacional - quando suas atividades compreenderem
o acompanhamento e a assistência a grupos de turistas, durante todo
o percurso da excursão de âmbito nacional ou realizada na América
do Sul, adotando, em nome da agência de turismo responsável pelo
roteiro, todas as atribuições de natureza técnica e administrativa
necessárias à fiel execução do programa.
III - guia de excursão internacional - quando realizarem as atividades
referidas no inciso II, deste artigo, para os demais países do mundo;
IV - guia especializado em atrativo turístico - quando suas atividades
compreenderem a prestação de informações técnico-especializadas
sobre determinado tipo de atrativo natural ou cultural de interesse
turístico, na unidade da federação para a qual o mesmo se submeteu à
formação profissional específica. (BRASIL, 2012).

Este mesmo dispositivo legal estabelece os pré-requisitos para o


cadastramento na Embratur como guia de turismo, que estão enumerados e seu
art. 5º:

Art. 5º. O cadastramento e a classificação do guia de turismo em uma


ou mais das classes previstas neste decreto estará condicionada à comprovação
do atendimento aos seguintes requisitos:

I - ser brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil, habilitado para o exercício


de atividade profissional no país;

II - ser maior de 18 anos, no caso de guia de turismo regional, ou maior de 21


anos para atuar como guia de excursão nacional ou internacional;

144
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

III - ser eleitor e estar em dia com as obrigações eleitorais;

IV - ser reservista e estar em dia com as obrigações militares, no caso de


requerente do sexo masculino menor de 45 anos;

V - ter concluído o 2º grau.

VI - ter concluído Curso de Formação Profissional de Guia de Turismo na classe


para a qual estiver solicitando o cadastramento.

1º As entidades responsáveis pelos cursos referidos no inciso VI, deste artigo,


deverão encaminhar, previamente no início de sua realização, os respectivos
planejamentos curriculares e planos de curso, para apreciação da Embratur.

2º Os certificados conferidos aos concluintes dos cursos mencionados no


parágrafo anterior especificarão o conteúdo programático e a carga horária
de cada módulo, a classe em que o guia de turismo está sendo formado e a
especialização em determinada área geográfica ou tipo de atrativo.

3º Admitir-se-á, para fins de comprovação do atendimento ao requisito referido


no inciso VI deste artigo, que o requerente:

a) tenha se formado em curso superior de Turismo e cursado cadeira


especializada na formação de guia de turismo; ou

b) tenha concluído o curso de formação profissional à distância e sido aprovado


em Exame de Suplência Profissionalizante ministrado pelo Serviço Nacional
de Aprendizagem Comercial (Senac); ou

c) comprove, no prazo de 180 dias de vigência deste decreto, o efetivo exercício


da profissão por, no mínimo, dois anos, bem como aprovação em exame de
suplência nos termos da alínea anterior. (BRASIL, 2012).

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D0946.htm>. Acesso em:


29 fev. 2012.

Estão contempladas igualmente no Decreto nº 946/93 as infrações


que podem ser cometidas pelo guia turístico, sendo consideradas infrações
disciplinares. Vamos a elas:
Art. 7º Constituem infrações disciplinares:
I - induzir o usuário a erro, pela utilização indevida de símbolos e
informações privativos de guias de turismo cadastrados;
II - descumprir total ou parcialmente os acordos e contratos de
prestação de serviço, nos termos e na qualidade em que forem
ajustados com os usuários;

145
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

III - deixar de portar, em local visível, o crachá de identificação;


IV - utilizar a identificação funcional de guia cadastrado fora dos
estritos limites de suas atribuições ou facilitar, por qualquer meio, o
seu exercício aos não cadastrados;
V - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que contrarie as
disposições do Código de Defesa do Consumidor ou que a lei defina
como crime ou contravenção;
VI - faltar a qualquer dever profissional imposto no presente decreto;
VII - manter conduta e apresentação incompatível com o exercício da
profissão.
Parágrafo único. Considera-se conduta incompatível com o exercício
da profissão, entre outras:
a) prática reiterada de jogo de azar, como tal definido em lei;
b) a incontinência pública escandalosa;
c) a embriaguez habitual. (BRASIL, 2012).

Constatadas as infrações, também temos estabelecidas as penalidades,


levando em consideração, obviamente, que o envolvido terá assegurada a ampla
defesa em processo administrativo.

Art. 8º. Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o guia de


turismo, conforme a gravidade da falta e seus antecedentes, ficará
sujeito às seguintes penalidades, aplicadas pela Embratur:
I - advertência;
II - cancelamento do cadastro.
1º As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após processo
administrativo, no qual se assegurará ao acusado ampla defesa.
2º O guia de turismo poderá, independente do processo administrativo
a que se refere o parágrafo anterior, pelo desempenho irregular de
suas funções, vir a ser punido pelo seu órgão de classe. (BRASIL, 2012).

Nieto (2001) esclarece que toda vez que a regra jurídica esclarece com
clareza e pormenorizadamente as condutas consideradas ilícitas, faz com que
as infrações se tornem objetivas e não subjetivas. Isso traz segurança a todos
os guias de turismo, que passam a saber quais são as condutas que não podem
praticar, fazendo-os criarem o hábito de praticar condutas permitidas; ao turista
que usufrui desse conhecimento do agente ou, de outra forma, tem conhecimento
e poderes para exigir as corretas condutas; e, enfim, para o turismo em geral, que
só se beneficia do regramento.

Em momento recente foi sancionada lei que institui e regulamenta a


profissão de turismólogo, um avanço e um incentivo para aqueles que se dedicam
à prestação de serviços em turismo e se empenham em sua formação profissional.

Caro acadêmico, veja a seguir, no UNI, a íntegra deste dispositivo legal.

146
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

UNI

LEI Nº 12.591, DE 18 DE JANEIRO DE 2012



Reconhece a profissão de Turismólogo
e disciplina o seu exercício.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1º (VETADO). 

Art. 2º  Consideram-se atividades do Turismólogo: 

I - planejar, organizar, dirigir, controlar, gerir e operacionalizar instituições e estabelecimentos


ligados ao turismo; 

II - coordenar e orientar trabalhos de seleção e classificação de locais e áreas de interesse


turístico, visando ao adequado aproveitamento dos recursos naturais e culturais, de acordo
com sua natureza geográfica, histórica, artística e cultural, bem como realizar estudos de
viabilidade econômica ou técnica; 

III - atuar como responsável técnico em empreendimentos que tenham o turismo e o lazer
como seu objetivo social ou estatutário; 

IV - diagnosticar as potencialidades e as deficiências para o desenvolvimento do turismo nos


Municípios, regiões e Estados da Federação; 

V - formular e implantar prognósticos e proposições para o desenvolvimento do turismo nos


Municípios, regiões e Estados da Federação; 

VI - criar e implantar roteiros e rotas turísticas; 

VII - desenvolver e comercializar novos produtos turísticos; 

VIII - analisar estudos relativos a levantamentos socioeconômicos e culturais, na área de


turismo ou em outras áreas que tenham influência sobre as atividades e serviços de turismo; 

IX - pesquisar, sistematizar, atualizar e divulgar informações sobre a demanda turística; 

X - coordenar, orientar e elaborar planos e projetos de marketing turístico; 

XI - identificar, desenvolver e operacionalizar formas de divulgação dos produtos turísticos


existentes; 

XII - formular programas e projetos que viabilizem a permanência de turistas nos centros
receptivos; 

XIII - organizar eventos de âmbito público e privado, em diferentes escalas e tipologias; 

XIV - planejar, organizar, controlar, implantar, gerir e operacionalizar empresas turísticas de


todas as esferas, em conjunto com outros profissionais afins, como agências de viagens

147
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

e turismo, transportadoras e terminais turísticos, organizadoras de eventos, serviços de


animação, parques temáticos, hotelaria e demais empreendimentos do setor;  

XV - planejar, organizar e aplicar programas de qualidade dos produtos e empreendimentos


turísticos, conforme normas estabelecidas pelos órgãos competentes; 

XVI - emitir laudos e pareceres técnicos referentes à capacitação ou não de locais e


estabelecimentos voltados ao atendimento do turismo receptivo, conforme normas
estabelecidas pelos órgãos competentes; 

XVII - lecionar em estabelecimentos de ensino técnico ou superior; 

XVIII - coordenar e orientar levantamentos, estudos e pesquisas relativamente a instituições,


empresas e estabelecimentos privados que atendam ao setor turístico. 

Art. 3º (VETADO). 

Art. 4º  (VETADO). 

Art. 5º  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília,  18  de janeiro de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Paulo Roberto dos Santos Pinto
Gastão Vieira
Luís Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.1.2012 e retificado em 20.1.2012.

FONTE: BRASIL. Lei nº 12.591/12. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/


Lei/L12591.htm>. Acesso em: 29 jan. 2012.

O passo empreendido para a regulamentação da profissão reflete a


importância do setor turístico para a organização econômica deste país, que
estimula obviamente o desenvolvimento dos povos e do território, modificando
realidades sociais.

UNI

A DELIBERAÇÃO NORMATIVA EMBRATUR Nº 421, DE 24 DE MAIO DE 2001


– IGUALA PARECER EMITIDO POR BACHAREL EM TURISMO A PLEITO APROVADO PELO
CONSELHO MUNICIPAL DE TURISMO, QUANDO DA EXISTÊNCIA DO MESMO.

A DELIBERAÇÃO NORMATIVA EMBRATUR Nº 431, DE 12 DE AGOSTO DE 2002 – INSTITUI O


SISTEMA DE CADASTRAMENTO DE BACHARÉIS EM TURISMO JUNTO À EMBRATUR.’

148
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

A Deliberação Normativa nº 326/94 oportuniza uma certa regulamentação


de pessoas que exercem atividades no mundo turístico, e recomenda que os
órgãos de turismo das unidades da federação estabeleçam formas de classificação,
cadastramento e controle dos prestadores de serviços turísticos não abrangidos
pela legislação. A Embratur coloca as pessoas físicas que, em virtude de sua
experiência prática, tenham condição de conduzir turistas e dar-lhes informações
sobre determinadas áreas de interesse turístico, notadamente:

1. Na selva amazônica, Pantanal, parques nacionais e outros locais em equilíbrio


ambiental.

2. Nas dunas, cavernas ou outros atrativos ecológicos específicos.

3. Em locais de atrativos náuticos.

4. Em empreendimentos considerados de valor histórico e artístico. (DORTA;


POMILIO, 2003).

Dorta e Pomilio (2003) esclarecem que tais pessoas não podem exercer
funções ou atribuições inerentes às empresas, empreendimentos e profissionais
sujeitos à habilitação e à fiscalização específica pela Embratur, na forma da
legislação federal de turismo.

A Embratur editou a Deliberação Normativa nº 431/02, que estabelece o


sistema de cadastro dos bacharéis em Turismo, para produzir melhores informações
sobre estas pessoas.

DICAS

Caro acadêmico, mantenha-se atualizado acessando o site: <http://www.


turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/legislacao/downloads_legislacao/Delib._
Norm._431-2002.pdf>.

Na continuidade dos aspectos estudados até este momento, passamos a


dirimir dúvidas relacionadas às organizadoras de eventos que compartilham as
atividades turísticas e que ao seu final objetivam o lucro.

149
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

3.2 ORGANIZADORAS DE EVENTOS


As regras estabelecidas sobre as empresas prestadoras de serviços para
organização de congressos, convenções, seminários e eventos congêneres estão
descritas no caput do artigo 30 da Lei nº 11.771/08, conforme segue:

Art. 30. Compreendem-se por organizadoras de eventos as empresas que


têm por objeto social a prestação de serviços de gestão, planejamento,
organização, promoção, coordenação, operacionalização, produção e
assessoria de eventos.

§ 1º As empresas organizadoras de eventos distinguem-se em 2


(duas) categorias: as organizadoras de congressos, convenções
e congêneres de caráter comercial, técnico-científico, esportivo,
cultural, promocional e social, de interesse profissional, associativo
e institucional, e as organizadoras de feiras de negócios, exposições
e congêneres. (grifo nosso).

§ 2o O preço do serviço das empresas organizadoras de eventos é o


valor cobrado pelos serviços de organização, a comissão recebida pela
intermediação na captação de recursos financeiros para a realização
do evento e a taxa de administração referente à contratação de serviços
de terceiros. (grifo nosso) (BRASIL, 2012).

Relevante é a descrição contida no parágrafo 1º, que distingue as


organizadoras de eventos em duas categorias, conforme grifado.

3.3 MEIOS DE HOSPEDAGEM


Segundo Mamede (2001), chamam-se genericamente de meios de
hospedagem todos os empreendimentos que exploram comercialmente os
serviços de hospedagem, ou seja, aqueles que, nas palavras de Mauro Catharino
Vieira da Luz, alojam e abrigam os que estão em trânsito ou temporariamente
longe de seus domicílios [...]

A Lei nº 11.771/08 traz consigo em seu artigo 23 o conceito dos meios de


hospedagem, da forma descrita a seguir:

Art. 23. Consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos


ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de
constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário,
ofertados em unidades de frequência individual e de uso exclusivo
do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários,
denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de
instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária.
(grifo nosso).

§ 1o Os empreendimentos ou estabelecimentos de hospedagem que


explorem ou administrem, em condomínios residenciais, a prestação
de serviços de hospedagem em unidades mobiliadas e equipadas, bem
como outros serviços oferecidos a hóspedes, estão sujeitos ao cadastro
de que trata esta lei e ao seu regulamento.

150
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

§ 2o Considera-se prestação de serviços de hospedagem em tempo


compartilhado a administração de intercâmbio, entendida como
organização e permuta de períodos de ocupação entre cessionários de
unidades habitacionais de distintos meios de hospedagem.

§ 3o Não descaracteriza a prestação de serviços de hospedagem a


divisão do empreendimento em unidades hoteleiras, assim entendida
a atribuição de natureza jurídica autônoma às unidades habitacionais
que o compõem, sob titularidade de diversas pessoas, desde que
sua destinação funcional seja apenas e exclusivamente a de meio de
hospedagem.

§ 4o Entende-se por diária o preço de hospedagem correspondente à


utilização da unidade habitacional e dos serviços incluídos, no período
de 24 (vinte e quatro) horas, compreendido nos horários fixados para
entrada e saída de hóspedes. (grifo nosso).( BRASIL, 2012).

Encontramos igualmente descritos os critérios para cadastro dos meios de


hospedagem no Ministério do Turismo:

Art. 24º - Os meios de hospedagem, para obter o cadastramento, devem


preencher pelo menos um dos seguintes requisitos:

I - possuir licença de funcionamento, expedida pela autoridade competente,


para prestar serviços de hospedagem, podendo tal licença objetivar somente
partes da edificação; e

II - no caso dos empreendimentos ou estabelecimentos conhecidos como


condomínio hoteleiro, flat, flat-hotel, hotel-residence, loft, apart-hotel,
apart-service condominial, condohotel e similares, possuir licença edilícia
de construção ou certificado de conclusão de construção, expedidos pela
autoridade competente, acompanhados dos seguintes documentos:

a) convenção de condomínio ou memorial de incorporação ou, ainda,


instrumento de instituição condominial, com previsão de prestação de
serviços hoteleiros aos seus usuários, condôminos ou não, com oferta de
alojamento temporário para hóspedes mediante contrato de hospedagem
no sistema associativo, também conhecido como pool de locação;

b) documento ou contrato de formalização de constituição do pool de


locação, como sociedade em conta de participação, ou outra forma legal
de constituição, com a adesão dos proprietários de pelo menos 60%
(sessenta por cento) das unidades habitacionais à exploração hoteleira do
empreendimento;

c) contrato em que esteja formalizada a administração ou exploração,


em regime solidário, do empreendimento imobiliário como meio de
hospedagem de responsabilidade de prestador de serviço hoteleiro
cadastrado no Ministério do Turismo;

151
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

d) certidão de cumprimento às regras de segurança contra riscos aplicáveis aos


estabelecimentos comerciais; e

e) documento comprobatório de enquadramento sindical da categoria na atividade


de hotéis, exigível a contar da data de eficácia do segundo dissídio coletivo
celebrado na vigência desta lei.

§ 1º Para a obtenção do cadastro no Ministério do Turismo, os empreendimentos


de que trata o inciso II do caput deste artigo, caso a licença edilícia de
construção tenha sido emitida após a vigência desta lei, deverão apresentar,
necessariamente, a licença de funcionamento.

§ 2º O disposto nesta lei não se aplica aos empreendimentos imobiliários,


organizados sob forma de condomínio, que contem com instalações e serviços
de hotelaria à disposição dos moradores, cujos proprietários disponibilizem
suas unidades exclusivamente para uso residencial ou para serem utilizadas
por terceiros, com esta finalidade, por períodos superiores a 90 (noventa)
dias, conforme legislação específica.

Continua a Lei nº 11.771/08:

Art. 25º - O Poder Executivo estabelecerá em regulamento:

I - as definições dos tipos e categorias de classificação e qualificação de


empreendimentos e estabelecimentos de hospedagem, que poderão ser revistos
a qualquer tempo;

II - os padrões, critérios de qualidade, segurança, conforto e serviços previstos


para cada tipo de categoria definido; e

III - os requisitos mínimos relativos a serviços, aspectos construtivos,


equipamentos e instalações indispensáveis ao deferimento do cadastro dos
meios de hospedagem.

Parágrafo único.A obtenção da classificação conferirá ao empreendimento


chancela oficial representada por selos, certificados, placas e demais símbolos,
o que será objeto de publicidade específica em página eletrônica do Ministério
do Turismo, disponibilizada na rede mundial de computadores.

O artigo 26 do contexto legal (Lei nº 11.771/08) prevê a obrigatoriedade


dos meios de hospedagem oferecerem informações ao Ministério do Turismo.

Art. 26º - Os meios de hospedagem deverão fornecer ao Ministério do


Turismo, em periodicidade por ele determinada, as seguintes informações:

152
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

I - perfil dos hóspedes recebidos, distinguindo-os por nacionalidade; e

II - registro quantitativo de hóspedes, taxas de ocupação, permanência média e


número de hóspedes por unidade habitacional.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, os meios de hospedagem


utilizarão as informações previstas nos impressos Ficha Nacional de Registro
de Hóspedes - FNRH e Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH, na forma em
que dispuser o regulamento.

FONTE: <www.gcvb.com.br/_arquivo/download/591_2a.pdf>.Acesso em: 24 fev. 2012.

Em 2011, o Ministério do Turismo lançou Portaria de nº 100, de 16 de


junho de 2011, que regulamenta o novo Sistema Brasileiro de Classificação de
Meios de Hospedagem (SBClass). O sistema regulará o processo e os critérios
para o uso da simbologia das “estrelas” por hotéis urbanos, resorts, pousadas,
hotéis históricos, cama & cafés, hotéis-fazenda e apart hotel/flats de todo o país.
O sistema vai padronizar e controlar a qualidade dos meios de hospedagem
brasileiros, garantindo maior segurança ao consumidor e criando um referencial
de mercado para o empresariado. A adesão ao sistema é voluntária. (MINISTÉRIO
DO TURISMO, 2012).

Com a nova portaria, o uso das estrelas como símbolo de classificação


hoteleira passou a ser de uso exclusivo do MTur. Os meios de hospedagem
foram divididos em sete categorias, que podem receber de uma a cinco estrelas,
conforme as novas regras:

MEIOS DE HOSPEDAGEM ESTRELAS

Hotel Urbano De 1 a 5 estrelas


Resort 4 ou 5 estrelas
Hotel-fazenda De 1 a 5 estrelas
Cama & Café De 1 a 4 estrelas
Hotel histórico De 3 a 5 estrelas
Pousada De 1 a 5 estrelas
Flat/apart hotel De 3 a 5 estrelas

FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO. <http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-


classificacao/mtur-site/detalheNoticia.action?id=25>. Acesso em: 29 jan. 2012.

153
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

DICAS

Os meios de hospedagem são classificados pelo Ministério do Turismo, em um


padrão que conhecemos como “estrela”, onde aqueles são identificados com 1 (uma) a 5 (cinco)
estrelas dentro de cada categoria. Acesse o link: <http://www.classificacao.turismo.gov.br/
MTUR-classificacao/mtur-site/PerguntasFrequentes.action>, onde você encontrará perguntas
e respostas frequentes relacionadas ao tema. Vale a pena conferir e entender a sistemática.

O meio de hospedagem é um dos elementos que interfere de forma


incisiva quando avaliamos o resultado de uma prestação de serviços turísticos.
Normalmente, quando o turista decide para onde vai, ele igualmente define onde
vai ficar. A qualidade da hospedagem é atributo do conjunto de processos que
envolvem profissionais e turistas e que devem redundar em satisfação para ambos.

3.4 OFERTA DE SERVIÇOS TURÍSTICOS


As ofertas de serviços no mercado de consumo turístico estão contidas,
enquanto regramento legal, na Deliberação Normativa nº 136/84 da Embratur,
que disciplina conteúdo e forma de inserção das informações que deverão constar
de anúncios na imprensa ou de material promocional e peças de propaganda,
divulgados pelas agências de turismo ou com sua anuência.

Mamede (2001) informa que a Deliberação Normativa nº 136/85 determina:

• Qualquer anúncio ou divulgação deve expressar as condições e a qualidade


dos produtos e serviços a serem efetivamente prestados aos usuários.

• Em qualquer divulgação a agência de turismo anunciante mencionará sua


denominação social ou nome fantasia, e a sigla da Embratur.

• Os anúncios: os materiais são de exclusiva responsabilidade da agência de


turismo anunciante, salvo quando comprovadamente concebidos ou utilizados
por terceiros, sem seu conhecimento prévio.

• Se divulgado e mencionado um serviço específico de turismo, bem como seu


preço, deverão ser divulgadas em seu acréscimo as seguintes informações:
duração do programa, tipo e categoria de classificação na Embratur dos meios
de hospedagem de turismo a serem utilizados; modalidade de ocupação dos
aposentos em meios de hospedagem correspondentes ao preço divulgado,
regime de alimentação previsto, demais serviços incluídos, preços em separado,
da parte terrestre e da parte aérea.

• Não se admitem no anúncio abreviaturas da sigla Embratur ou de quaisquer


outras que não sejam de conhecimento geral.
154
TÓPICO 2 | APONTAMENTOS SOBRE A INICIATIVA PRIVADA DO TURISMO

• Tratando-se de divulgação de produto específico sem menção de seu preço,


deve haver indicação que defina ou sintetize o produto turístico divulgado,
especificando o serviço, o programa, o destino mais distante de seu ponto de
origem, menção de que as condições específicas se acham à disposição dos
interessados na sede da agência anunciante.

Podemos perceber que a referida norma permite institucionalizar a


proteção do consumidor que almeja adquirir pacotes ou serviços turísticos de
uma possível propaganda enganosa, ilícita, falsa.

Nesta mesma perspectiva, enumeramos a seguir aspectos relacionados às


determinações legais daqueles que empreendem as “excursões”, hábitos comuns
e corriqueiros do universo turístico.

3.5 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA PROGRAMAS E


ROTEIROS DE VIAGENS
A Embratur elaborou a Deliberação Normativa de nº 161/85, que dispõe
sobre o regulamento comercial entre as agências de turismo e seus usuários para
a operação de excursões.

Mamede (2001) comenta que no conteúdo da normativa está posto que os


contratos deverão trazer a identificação da agência de turismo, da operadora, e
havendo, da vendedora, incluindo denominação social ou nome fantasia; número
de registro na Embratur da agência operadora da viagem ou excursão. Igualmente,
especificação da programação diária completa que tenha sido contratada, com
expressão detalhada das seguintes informações:

• Translados, passeios locais e visitas, bem como deslocamentos principais.

• Previsão do período em que serão realizados.

• Meios de transporte previstos que deverão ser utilizados e descrição sucinta


do itinerário a ser percorrido.

• Locais ou atrativos turísticos a serem visitados.

• Tempos livres (especificar se manhã, tarde ou noite).

• Meio de hospedagem de turismo previsto que deverá ser utilizado, podendo


o operador nomeá-lo, apenas, na tabela de preços.

FONTE: <www.nascentetour.com.br/.../embratur_deliberacao_normativa_161....>. Acesso em:


1 mar. 2012.

O texto legal prevê que devem ser especificados os serviços que estão no
programa de viagem ou excursão, como incluídos no preço da excursão. Quando
não o forem, devem estar especificados na tabela de preços.
155
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

Uma vez mais de acordo com a Deliberação Normativa nº 161/85, o turista


deve receber informações quanto à bagagem e seu transporte, no que diz respeito a:

• No caso de transporte rodoviário:

a) uma mala de 70 cm de largura, 50 cm de comprimento e 20 cm de altura com


20 kg de peso por passageiro;

b) uma valise de mão.

• No caso de transporte aéreo:

Número de malas, dimensões e peso que estejam estabelecidos pela


companhia aérea escolhida. (MAMEDE, 2001).

Mamede (2001) define outras situações que precisam ser observadas, as


quais elencamos sequencialmente:

• O roteiro deve esclarecer quais serão os guias cadastrados na Embratur em


todos os deslocamentos, passeios, visitas.

• Se previstas visitas a museus e outros atrativos turísticos, os valores das taxas


e dos ingressos, quando não incluídos no valor da excursão, deverão estar
expressos, assim como taxas de embarque nos aeroportos e portos, quando
existirem deslocamentos aéreos e hidroviários constantes dos roteiros.

• Devem estar descritos os serviços que não estejam incluídos no preço do


programa de viagem ou de excursão, os que deverão ser pagos pelo usuário,
seja diretamente, seja diretamente, seja por intermédio do agente ou do
operador (passaporte, taxas de embarque, refeições a la carte, excesso de
bagagem, passeios locais opcionais, serviço médico-hospitalar, bebidas em
geral, pernoites etc.).

• Devem estar especificadas as datas previstas para o início dos programas de


viagem ou excursão, a modalidade de hospedagem e o preço correspondente.

• É preciso especificar o preço da parte aérea e da parte terrestre, a categoria de


transporte e condições de financiamento se houver.

DICAS

Caro(a) acadêmico(a)!
Acessando o site <http://www.nascentetour.com.br/arq/embratur_deliberacao_normativa_
161.pdf>, você poderá observar o conteúdo da Deliberação Normativa nº 161/85, da
qual trouxemos até o momento algumas considerações relevantes, mas que devem ser
complementadas, com a sua leitura atenta do contexto em sua integralidade.

156
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você:

• Conheceu as especificidades atribuídas às agências de turismo, suas obrigações,


fiscalização, penalidades, dentre outros aspectos.

• Estudou os dispositivos que norteiam os profissionais do turismo, sejam eles


agentes de turismo, turismólogo, e outros informais.

• Conheceu as características das organizadoras de eventos e dos meios de


hospedagem e da classificação desses.

• Identificou quais os pressupostos exigidos para promover anúncios


promocionais das agências de turismo.

• Identificou as condições especificadas em lei para programas e roteiros de


viagem.

157
AUTOATIVIDADE

1 Para efeitos de lei, quem é considerado guia de turismo?

2 A que penalidade ficará sujeito o guia de turismo, de acordo com a gravidade


de suas faltas?

3 Que dispositivo legal regulamentou o exercício da profissão de turismólogo?

158
UNIDADE 2 TÓPICO 3

O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO


BRASIL

1 INTRODUÇÃO
Conjugando as palavras de Nieto (2001, p. 55), “há o entendimento de
que o turismo é um fenômeno social, de deslocamento de pessoas, e como tal
apresenta aspectos econômicos, mas estes não fazem parte de sua natureza”.

Trazendo uma interpretação da escrita, podemos entender que, sendo


natural na prática do turismo o elemento econômico, se fez necessária a criação
de textos de lei, regulamentos, deliberações e portarias que normatizassem o
turismo diante desta nova perspectiva.

Diante desta nova possibilidade e das que surgiram durante a evolução
do Direito e do turismo, foram construídos alguns ordenamentos jurídicos, que
tomam por parâmetro o texto constitucional em obediência à hierarquia das leis.

Faremos uma trajetória revendo alguns fundamentos jurídicos já expostos


e trazendo outros ainda não vistos. Iniciamos agora com textos infraconstitucionais!

2 ORDENAMENTOS LEGAIS
Nieto (2001) relata que sempre que o Estado procura regular uma
determinada atividade, cria uma política para o setor, com objetivos amplos,
estabelece um órgão diretivo cuja meta é fixar essa política e um órgão de execução
com a função de implementar a política do setor e fiscalizar a atuação dos entes
que compõem aquela atividade.

Na observação desta condicionante, alguns textos legais foram


regulamentados, como: prestações de serviço, profissões, processos e
procedimentos vinculados ao universo do turismo.

Na sequência, veremos alguns marcos históricos da legislação turística.

159
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

2.1 DECRETO-LEI Nº 406, DE 04/05/1938


Este decreto é o primeiro texto legal que menciona a atividade turística no
território brasileiro. Datado de 1938, já foram percorridos mais de 70 anos, com
outros ordenamentos jurídicos agregados ao tema. Dispõe sobre a entrada de
estrangeiros no território nacional.

Este dispositivo, em seus artigos 1º a 18, faz referência explícita à figura


do “estrangeiro”, da sua entrada, classificação e quotas de entrada, com situações
que hoje poderiam ser consideradas atípicas ou até discriminatórias. Vejamos
alguns artigos:

Art. 1º – Não será permitida a entrada de estrangeiros, de um ou outro


sexo:

l – aleijados ou mutilados, inválidos, cegos, surdos-mudos;

II – indigentes, vagabundos, ciganos e congêneres;

III – que apresentem afecção nervosa ou mental de qualquer natureza, verificada


na forma do regulamento, alcoolistas ou toxicômanos;

IV – doentes de moléstias infectocontagiosas graves, especialmente tuberculose,


tracoma, infecção venérea, lepra e outras referidas nos regulamentos de saúde
pública;

V – que apresentem lesões orgânicas com insuficiência funcional;

VI – menores de 18 anos e maiores de 60, que viajarem sós, salvo as exceções


previstas no regulamento;

VII – que não provem o exercício de profissão lícita ou a posse de bens suficientes
para manter-se e às pessoas que os acompanhem na sua dependência;

VIII – de conduta manifestamente nociva à ordem pública, à segurança nacional


ou à estrutura das instituições;

IX – já anteriormente expulsos do país, salvo se o ato de expulsão tiver sido


revogado;

X – condenados em outro país por crime de natureza que determine sua


extradição, segundo a lei brasileira;

XI – que se entreguem à prostituição ou a explorem, ou tenham costumes


manifestamente imorais.

160
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

Parágrafo único – A enumeração acima não exclui o reconhecimento


de outras circunstâncias impeditivas, não se aplicando aos estrangeiros que
vierem em caráter temporário conforme o disposto nos incisos I, V e VI.

[...]

Art. 10º - Os estrangeiros que desejarem entrar no território nacional


serão classificados em duas categorias, conforme pretendam vir em caráter
permanente ou temporário.

Art. 11º - São considerados como vindos em caráter permanente os que


tencionem permanecer no território nacional por prazo superior  a seis meses.

Art. 12º - Os estrangeiros vindos para o Brasil em caráter temporário


compreendem as seguintes categorias:

a) turistas e visitantes em geral e estrangeiros em trânsito;

b) representantes de firmas comerciais estrangeiras e os que vierem em viagem de


negócios;

c) artistas, conferencistas, desportistas e congêneres.

Parágrafo único – Os estrangeiros classificados neste artigo poderão


tornar permanente sua estada no território nacional, satisfeitas as exigências
que forem estabelecidas no regulamento da presente lei.

Art. 13º - O desembarque dos estrangeiros em trânsito que tenham


de demorar no país mais de uma semana só será permitido se apresentarem
à autoridade consular brasileira, para o visto, o passaporte já legalizado pela
autoridade consular do país a que se destinam.

Quando a demora for inferior a esse prazo, o visto será dispensado.


(grifo nosso)

FONTE: <www.nacaomestica.org/VargasMFP.htm>. Acesso em: 1 mar. 2012.

ATENCAO

Percebam que os conceitos estão aquém do que poderíamos identificar hoje


como um deslocamento livre, que intencionava desenvolvimento social e econômico.

161
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

As quotas estabelecidas nos parecem elementos peculiares:

Art. 14º - O número de estrangeiros de uma nacionalidade admitidos


no país em caráter permanente não excederá o limite anual de 2 por cento (2%)
do número de estrangeiros da mesma nacionalidade entrados no Brasil nesse
caráter no período de 1º de janeiro de 1884 a 31 de dezembro de 1933.

§ 1º – Quando se tratar de nacionais de Estado constituído depois de 1º de


janeiro de 1914, o cálculo da quota terá por base o número dos entrados
em caráter permanente daquela data até 31 de dezembro de 1933,
admitido o acréscimo de vinte por cento (20%) por período decenal ou
fração, anterior à existência do Estado.

§ 2º – Ao domínio, possessão ou colônia não caberá quota própria.

§ 3º – Os brasileiros naturalizados em outros países estão sujeitos à quota.

§ 4º – Quando um dos cônjuges tiver nacionalidade diferente da do outro,


prevalecerá a nacionalidade daquele, cuja quota não estiver esgotada.

§ 5º – Quando a quota de uma nacionalidade não alcançar três mil (3.000)


pessoas, o Conselho de Imigração e Colonização poderá elevá-la até esse
limite.

Art. 15º - Ficam excluídos da quota:

a) os estrangeiros vindos para o Brasil em caráter temporário;

b) a estrangeira casada com brasileiro ou viúva de brasileiro, ainda que apátrida,


e o estrangeiro casado com brasileira, quando esta vier com passaporte
brasileiro, e respectivos filhos menores;

c) os menores de um ano;

d) os estrangeiros domiciliados no território nacional, que dele se ausentarem


por prazo não superior a dois (2) anos, contados da data do visto de retorno
na forma do art. 43.

Art. 16º - Oitenta por cento (80 %) de cada quota serão destinados a
estrangeiros agricultores ou técnicos de indústrias rurais.

Art. 17º - O agricultor ou técnico de indústria rural não poderá


abandonar a profissão durante o período de quatro (4) anos consecutivos,
contados da data do seu desembarque, salvo autorização do Conselho.

162
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

Art. 18º - Quando entender conveniente às necessidades econômicas


do país, o Conselho de Imigração e Colonização poderá permitir que o saldo
das quotas seja aproveitado na introdução de agricultores de nacionalidade
cuja quota já se tenha esgotado. (grifo nosso).

Parágrafo único. A disposição contida neste artigo aplica-se aos tratados


bilaterais celebrados com os países de imigração.

FONTE: <www6.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?...406...>. Acesso em:


1 mar. 2012.

Na leitura destes dispositivos aparece de forma contundente a figura


do agricultor, que tinha um tratamento diferenciado, pois se buscava, ao que
aparenta o relatado, “mão de obra” para as atividades agrícolas que necessitavam
de apoio para que essas fossem desenvolvidas; os agricultores e técnicos da área,
estes poderiam ser a exceção das regras.

Como elemento histórico, as embarcações eram as possibilidades tangíveis


de que os estrangeiros chegassem ao território brasileiro e neste ordenamento
jurídico estavam instituídas as condutas daquelas, sua fiscalização e as normas
de transporte de passageiros. Vejamos:

Art. 48. Só as empresas de navegação registradas no Departamento


de Imigração poderão transportar estrangeiros para os portos
nacionais e pontos de fronteiras e desembarque a que se refere o art.
9 desta lei.

§ 1º O registro será renovado anualmente, constando do pedido


respectivo:

a) número e nome das embarcações;


b) pontos habituais da escala;
c) lotação, discriminada por classes.

Art. 49. As mesmas empresas ficam obrigadas a:

a) estabelecer classificação uniforme dos passageiros;


b) avisar, com a necessária antecedência, ao Departamento de
imigração e às autoridades policiais, e de saúde, a data de chegada
das embarcações;
c) entregar às autoridades da Imigração e da Polícia:

1) a lista nominal, visada pela autoridade consular brasileira, dos


estrangeiros destinados a cada um dos portos nacionais;

2) a lista dos passageiros embarcados nos portos nacionais com destino


ao exterior;

3) a lista nominal da equipagem, visada pelo Cônsul brasileiro, dela


não podendo constar pessoas estranhas.

163
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

Art. 50. Nenhuma empresa venderá passagens a estrangeiros


destinados ao Brasil sem que estes apresentem, visados pela autoridade
consular brasileira, os passaportes e fichas consulares de qualificação
exigidos por esta lei e seu regulamento.

Art. 51 Às embarcações que aportarem ao Brasil é vedada a superlotação


da terceira classe ou semelhante. (BRASIL, 2012, grifo nosso).

O Decreto-Lei nº 406, de 04/05/1938, possui a previsão das penalidades


impostas aos que não cumprirem o descrito em seus dispositivos, cria um selo de
imigração e o Conselho de Imigração e Colonização, além de conter uma tabela
de cobrança do selo de imigração. Pelo lapso temporal e o transcorrer de nossa
própria história este decreto encontra-se revogado, mas se torna instrumento
relevante para traçarmos perfis do passado com o momento atual.

ATENCAO

Caro(a) acadêmico(a)! Conheça a história legislativa do turismo, como


o foi descrita. Acesse o link: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.
action?numero=406&tipo_norma=DEL&data=19380504&link=s> e conheça o Decreto-Lei nº
406, de 04/05/1938, em todo seu conteúdo, observando as mudanças e a evolução histórica.

Continuando o resgate histórico do Direito no Turismo, conheceremos


agora o Decreto-Lei nº 55, vamos a ele.

2.2 DECRETO – LEI Nº 55/66


O Decreto-Lei nº 55, de 18 de novembro de 1966, definiu inicialmente
a política nacional de turismo, criando o Conselho Nacional de Turismo e a
Empresa Brasileira de Turismo, e dá outras providências. Foi revogado pela Lei
nº 8.181, de 01/04/1991.

Consta do Decreto-Lei nº 55, em seu artigo 2º, parágrafo 1º:

O governo orientará a política nacional do turismo, coordenando as


iniciativas que se propuserem a dinamizá-lo, para adaptá-la às reais necessidades
de desenvolvimento econômico e cultural, e o parágrafo 2º discorre sobre o que o
Governo Federal se propõe, pelos órgãos próprios, a coordenar todos os programas
oficiais com os da iniciativa privada, garantindo um desenvolvimento uniforme
e orgânico à atividade turística nacional. (grifo nosso).

FONTE: ÓRGÃOS INTEGRANTES DO SISTEMA TURÍSTICO: Função e atuações dos órgãos


oficiais de turismo. <http://www.ivanpinho.com.br/downloads/fundamentos_turismo/17417_
Fundamentos_de_Turismo_Aula_17_Vol_1.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2012.

164
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

O decreto mencionado cria, pela primeira vez no Brasil, uma estrutura


federal sistematizada de administração turística, a Embratur, na época denominada
de Empresa Brasileira de Turismo, que passa a ser executiva, já que também cria o
CNTUR (Conselho Nacional do Turismo), conceitua política nacional de turismo,
estabelecendo atribuições e objetivos de forma genérica. (BOITEUX, 2003).

ATENCAO

O Decreto-Lei nº 55/66 foi regulamentado pelo Decreto-Lei nº 60.224, de 16


de fevereiro de 1967. Acesse o link:
<http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?numero=60224&tipo_
norma=DEC&data=19670216&link=se>, leia, pois neste conteúdo da regulamentação
inicia-se um processo que provoca a criação do Ministério do Turismo, sendo as primeiras
experiências de ordenamento jurídico no turismo.

3 LEI Nº 6.505/77: IDENTIFICAÇÃO DOS PRESTADORES DE


SERVIÇO
A Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977, revogada pela Lei nº
11.771/2008, trazia em seu arcabouço legal, mais especificamente no artigo 2º, o
conceito de serviço turístico. Além desta situação, trazia a obrigatoriedade destas
se cadastrarem na Embratur e, portanto, estarem vinculadas aos dispositivos
legais impostos por essa lei.

DICAS

Em razão da revogação, torna-se mais produtivo, enquanto campo de estudo


recente, apenas mencioná-la e sugerir que você, acadêmico(a), acesse a lei que está em vigor
para que se mantenha atualizado(a). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2007-2010/2008/Lei/L11771.htm#art49>.

Fato idêntico acontece com o Decreto-Lei nº 2.294/86, igualmente


revogado pela Lei nº 11771/2008 e, portanto, de menor relevância neste momento
conceitual. Vale ressaltar que este decreto determinava a liberdade do exercício
e da exploração de atividades turísticas no território brasileiro, não excluindo
pagamento de tributos e a fiscalização dos empreendimentos.

165
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

4 OS MENORES E O RESPALDO LEGAL PARA A PRÁTICA DO


TURISMO
A legislação, pelo tratamento dispensado a todos os turistas, demonstra
um cuidado especial destinado aos menores, previstos, dentre outros textos
legais, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que dispõe:

Art. 83º - Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde
reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização
judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma


unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;

b) a criança estiver acompanhada:

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado


documentalmente o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder


autorização válida por dois anos. (grifo nosso)
 
Art. 84º - Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é
dispensável, se a criança ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro


através de documento com firma reconhecida.

Art. 85º - Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma


criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do país em
companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. (BRASIL, 2012,
grifo nosso).

FONTE: <www.tjsc.jus.br/infjuv/autorizacao_viagens.html>. Acesso em: 1 mar. 2012.

166
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

ATENCAO

Caro acadêmico!

O PORTAL CONSULAR REAFIRMA ALGUMAS ORIENTAÇÕES

Autorização para viagem é o documento pelo qual pai e mãe, em conjunto, ou o responsável
legal, permitem que seu filho menor viaje em companhia de um deles, de uma terceira
pessoa ou sob os cuidados de uma companhia de transporte.
 
Atenção: para a elaboração do documento é necessário fornecer duas fotografias 3x4 cm
por cada menor a ter a viagem autorizada.
 
I – DO BRASIL PARA O EXTERIOR
 
a) Acompanhado de ambos os pais ou responsável (quem detém a guarda provisória ou
definitiva; ou ainda acostada em documento oficial de responsabilidade; ou ainda no
exercício de sua atividade).

DISPENSADA a autorização judicial (art. 84 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente).


 
b) Acompanhado de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento
com firma reconhecida.

DISPENSADA a autorização judicial (art. 84 do ECA).


 
c) Acompanhado de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

EXIGIDA prévia autorização judicial, válida por até dois anos.


 
d)  Desacompanhado

EXIGIDA autorização judicial:

e)  Regressando do Brasil ao exterior, desacompanhado, com pais residindo no exterior: os pais


ou responsável deverão nomear procurador para, no Brasil, requisitar a devida autorização
judicial (procuração por instrumento particular, com firma reconhecida).
FONTE: PORTAL CONSULAR.

<http://www.portalconsular.mre.gov.br/mundo/europa/republica-portuguesa/lisboa/servicos/
autorizacao-para-viagem-de-menor>. Acesso em: 30 jan. 2012.

Observa-se o tratamento diferenciado aplicado às situações que


envolvem as viagens onde se encontram envolvidos menores, seja dentro do
território nacional, seja para o exterior, o que identifica uma legislação adaptada
à modernidade.

167
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

Ratifica o descrito no contexto legal Jurisprudência do Supremo Tribunal


Federal, caso em concreto que foi impedido embarque de menor, acompanhado
de um dos genitores, que possuía somente um formulário da Polícia Federal
assinado por um dos pais, quando a lei determina que deve ter expressa
autorização do outro genitor com assinatura reconhecida em cartório:

Ementa: Civil. Recurso especial. Viagem internacional de menor


acompanhado de um dos pais. Autorização expressa do outro com firma
reconhecida. Negativa de embarque. Ato ilícito. Não ocorrência. - Para que
um menor possa empreender viagem internacional na companhia de um
dos pais, é necessário que o acompanhante apresente, em substituição
à autorização judicial, autorização expressa do outro genitor com firma
reconhecida, não suprindo a formalidade a simples assinatura de autorização
perante autoridade da Polícia Federal. - Porquanto a negativa de embarque do
menor se deu no estrito cumprimento da lei, porque a autorização parental
apresentada  despiu-se da formalidade legalmente exigida, não há que se falar
na prática de ato ilícito indenizável pela companhia aérea. Recurso especial
conhecido e provido. Pedido julgado improcedente. Inversão dos ônus de
sucumbência. (grifo nosso).

FONTE: Portal da Infância e da Juventude. <http://www.tjsc.jus.br/infjuv/jurisprudencia.html>.


Acesso em: 1 mar. 2012.

Tem-se expressa em lei, igualmente no Estatuto da Criança e do Adolescente,


a proibição dos meios de hospedagem de admitir menores sem autorização, ou
presença de pais ou responsáveis. Conforme o art. 82, é proibida a hospedagem
de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,
salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsáveis.

Esta infração acima delineada está caracterizada como administrativa


e pode ser objeto de multa. Referendamos dispositivo do ECA – Estatuto da
Criança e Adolescente:

Art. 250 - Hospedar criança ou adolescente, desacompanhados dos pais


ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária em
hotel, pensão, motel ou congênere: Pena – multa. (ECA, 1990).

O transporte também está alocado como passível de infração para as


empresas ou indivíduos que o empreenderem sem a observância do texto legal:

Art. 251 - Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com


inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta lei:

Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro


em caso de reincidência. (ECA, 1990).

168
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

NOTA

Caro acadêmico!

O Portal da Criança e Adolescente traz informações importantes, faça uma leitura deste
conteúdo. Acesse o site e terá novas contextualizações que o(a) auxiliarão a aprofundar
seus conhecimentos. ESTUDE AS RESOLUÇÕES MENCIONADAS e auxilie a OUTREM para
que façam uma viagem tranquila. Amplie seus conhecimentos!

VIAGEM NACIONAL
Art. 2° - Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoitos anos de idade incompletos (Lei
nº 8.069/90).

Antes de ingressar com requerimento judicial, os pais ou responsáveis devem atentar para o
descrito no artigo 83 da Lei nº 8.069/90 – ECA, pois, dependendo do caso, não há necessidade
de autorização judicial, mas uma autorização assinada pelos próprios pais ou responsáveis.

Comentários:

• A autorização judicial somente será exigida quando a criança viajar desacompanhada


de pessoa maior de idade. Nesse caso, os pais ou responsáveis deverão comparecer no
fórum da comarca onde residem ou onde se encontre a criança, munidos de documento
de identidade pessoal e da criança, ou termo de guarda e responsabilidade, quando for o
caso, para obtenção de autorização judicial.

• O Estatuto, referindo-se à criança, permite que o adolescente com mais de doze anos
possa viajar sem a devida autorização judicial, o que simplifica a questão, principalmente
para estudantes que precisam locomover-se da cidade onde moram para outra vizinha,
onde estudam.

Para os casos acima, quando não houver necessidade de autorização judicial, basta 
autorização dos pais ou responsáveis legais.

AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA REQUERER PASSAPORTE

Em caso de criança/adolescente sob guarda judicial de um dos genitores, não sendo


possível o comparecimento do outro, ou sua autorização no Formulário de Autorização para
Obtenção de Passaporte para Criança/Adolescente, será indispensável autorização judicial.
Nesse caso, um dos genitores deverá comparecer no fórum da comarca onde residem ou
onde se encontre a criança/adolescente, munidos de documentos de identidade (originais).

Modelo de requerimento para requerer autorização para emissão de passaporte, no Juizado


da Infância e da Juventude (Fórum).

FONTE: Portal da infância e da juventude: <http://www.tjsc.jus.br/infjuv/autorizacao_viagens.


html>. Acesso em: 30 jan. 2012.

169
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

4.1 PROGRAMA TURISMO SUSTENTÁVEL E INFÂNCIA (TSI)


Em 2004, como ação prioritária de governo, alguns ministérios passaram
a trabalhar em favor da proteção e no enfrentamento da exploração sexual contra
crianças e adolescentes. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2012b).

Atendendo a esta solicitação, o Ministério do Turismo lançou, no final do


mesmo ano, o Programa Turismo Sustentável e Infância (TSI), que tem como
objetivos a prevenção e o enfrentamento da exploração sexual de crianças e
adolescentes nos equipamentos de turismo, e como princípios o desenvolvimento
sustentável, a responsabilidade social corporativa e os direitos da criança.
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2012b).

NOTA

Informações importantes do Programa de Turismo Sustentável e Infância

Quem são os parceiros?


Conselho Nacional de Turismo, Secretarias Municipais e Estaduais de Turismo, Câmara
Temática do Turismo Sustentável e Infância, empresas representativas do setor turístico,
universidades e sociedade civil.

Quem participa das ações realizadas pelo programa?


Agentes públicos federais, estaduais e municipais, empresários, profissionais do turismo e
segmentos da sociedade civil.

O TSI está estruturado em quatro eixos de ação:

• Projetos de inclusão social com capacitação profissional: desde 2008, oferece cursos
profissionalizantes ligados ao turismo para jovens em situação de vulnerabilidade social.
Já formou 850 alunos no Ceará, Pernambuco, Paraíba e São Paulo. Desses, 45% já estão
trabalhando formalmente. Atualmente, 950 jovens estão em processo de formação.

• Projetos de formação de multiplicadores: em parceria com a Universidade de Brasília e


a Secretaria de Turismo de Pernambuco, prevê a formação de 140 multiplicadores, que
disseminarão o conhecimento na temática em 26 estados e no Distrito Federal. Também
serão desenvolvidos, no âmbito do projeto, um plano de ação nas 12 cidades-sede da Copa
de 2014 e uma campanha nacional.

Seminários de sensibilização: o programa já realizou 163 seminários para



sensibilizar os empresários do setor e as instituições que trabalham com
a temática. Todos os estados brasileiros já receberam os eventos. No total,
mais de 100 mil pessoas que trabalham com turismo já foram sensibilizadas.

• Campanhas: todos os anos, o TSI promove campanhas de incentivo às denúncias dos casos
de exploração sexual, em eventos com grande fluxo de turistas - como o carnaval, as festas de
São João e paradas gays. Desde 2006 já foram distribuídos mais de quatro milhões de peças
de comunicação (como fôlderes e viseiras) com versões, inclusive, em inglês e espanhol.

FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE. <http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/


programa_sustentavel_infancia/atuacao.html>. Acesso em: 7 fev. 2012b.

170
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

As regras estão postas e claras para que a viagem de férias ou de estudos


seja realizada com tranquilidade, onde pais e filhos devem estar atentos ao que
podem e o que devem fazer quando empreenderem esta atividade.

Da mesma forma, relataremos algumas circunstâncias para as viagens


para a população com idade superior a 60 anos.

5 LEGISLAÇÃO APLICADA A VIAGENS À POPULAÇÃO COM


IDADE SUPERIOR A 60 ANOS
A Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, dispõe sobre o Estatuto do
Idoso, e em seu artigo 1º o identifica:

Art. 1º - É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Em artigos subsequentes faz referência ao direito do idoso na prática da


cultura, lazer e outros:

Art. 20º - O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

[...]

Art. 23º - A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer


será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por
cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer,
bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. (ESTATUTO DO IDOSO,
2003, grifo nosso).

Evidencia-se a afirmação dos descontos que devem ser ofertados aos


idosos quando da disponibilidade a estes de atividades de lazer, instituída como
atividade turística. Estão previstas algumas especificidades destinadas ao idoso
quando norteamos o transporte coletivo, que seguem relatadas:

Art. 39º - Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a


gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto
nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços
regulares.

§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer


documento pessoal que faça prova de sua idade.

171
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo serão reservados
10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados
com a placa de reservado preferencialmente para idosos.

§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65


(sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as
condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos
no caput deste artigo.

Art. 4º - No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,


nos termos da legislação específica:

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;

II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das passagens,


para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a
2 (dois) salários-mínimos.

Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos


e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.

Art. 41º - É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as
quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao
idoso.

Art. 42º - É assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema


de transporte coletivo.

FONTE: < www.crde-unati.uerj.br/pdf/estatuto.pdf>. Acesso em: 1 mar. 2012.

O Decreto-Lei nº 5.934, de 2006, regulamenta o transporte destinado


ao idoso, garantido pelo Estatuto do Idoso, e traz inicialmente a definição dos
mecanismos e os critérios de exercício do benefício estabelecido no artigo 40 da
Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.

Art. 2º Para fins do disposto neste decreto, considera-se:

I  - idoso: pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos;

II - serviço de transporte interestadual de passageiros: o que transpõe


o limite do Estado, do Distrito Federal ou de Território;

III - linha: serviço de transporte coletivo de passageiros executado em


uma ligação de dois pontos terminais, nela incluída os seccionamentos
e as alterações operacionais efetivadas, aberto ao público em geral, de
natureza regular e permanente, com itinerário definido no ato de sua
delegação ou outorga;
172
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

IV - seção: serviço realizado em trecho do itinerário de linha do serviço


de transporte, com fracionamento do preço de passagem; e

V - bilhete de viagem do idoso: documento que comprove a concessão


do transporte gratuito ao idoso, fornecido pela empresa prestadora do
serviço de transporte, para possibilitar o ingresso do idoso no veículo.
(ESTATUTO DO IDOSO, 2003).

O texto legal aponta uma “reserva” GRATUITA para idosos, desde que
atendidas algumas premissas, dentre elas o valor dos proventos:

Art. 3º Na forma definida no art. 40 da Lei nº 10.741, de 2003, ao idoso


com renda igual ou inferior a dois salários-mínimos serão reservadas duas
vagas gratuitas em cada veículo, comboio ferroviário ou embarcação do serviço
convencional de transporte interestadual de passageiros.

§ 1º Para fins do disposto no caput, incluem-se na condição de serviço


convencional:

I  -  os serviços de transporte rodoviário interestadual convencional de


passageiros, prestados com veículo de características básicas, com ou sem
sanitários, em linhas regulares;

II -  os serviços de transporte ferroviário interestadual de passageiros, em linhas


regulares;

III  -  os serviços de transporte aquaviário interestadual, abertos ao público,


realizados nos rios, lagos, lagoas e baías, que operam linhas regulares, inclusive
travessias.

§ 2º   O idoso, para fazer uso da reserva prevista no caput deste artigo, deverá
solicitar um único “Bilhete de Viagem do Idoso”, nos pontos de venda
próprios da transportadora, com antecedência de, pelo menos, três horas em
relação ao horário de partida do ponto inicial da linha do serviço de transporte,
podendo solicitar a emissão do bilhete de viagem de retorno, respeitados os
procedimentos da venda de bilhete de passagem, no que couber.

§ 3o  Na existência de seções, nos pontos de seção devidamente autorizados


para embarque de passageiros, a reserva de assentos também deverá estar
disponível até o horário definido para o ponto inicial da linha, consoante
previsto no § 2º.

§ 4º  Após o prazo estipulado no § 2º, caso os assentos reservados não tenham
sido objeto de concessão do benefício de que trata este decreto, as empresas
prestadoras dos serviços poderão colocar à venda os bilhetes desses
assentos, que, enquanto não comercializados, continuarão disponíveis
para o exercício do benefício da gratuidade.

173
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

§ 5º  No dia marcado para a viagem, o idoso deverá comparecer ao terminal


de embarque até trinta minutos antes da hora marcada para o início da
viagem, sob pena de perda do benefício.

§ 6º  O “Bilhete de Viagem do Idoso” e o bilhete com desconto do valor da


passagem são intransferíveis. (grifo nosso)

FONTE: Estatuto do Idoso. <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm>. Acesso em:


1 mar. 2012.

Importante ratificar que o bilhete não pode ser transferido para outra
pessoa, somente o idoso pode usufruir dele. Esgotadas as possibilidades da
gratuidade, o regulamento descreve outra alternativa, que faz referência à redução
de custos para esta parcela da população:

Art. 4º  Além das vagas previstas no art. 3º, o idoso com renda igual
ou inferior a dois salários-mínimos terá direito ao desconto mínimo de
cinquenta por cento do valor da passagem para os demais assentos do
veículo, comboio ferroviário ou embarcação do serviço convencional
de transporte interestadual de passageiros.

Parágrafo único.  Para fazer jus ao desconto previsto no caput deste


artigo, o idoso deverá adquirir o bilhete de passagem obedecendo
aos seguintes prazos:

I - para viagens com distância até 500 km, com, no máximo, seis horas
de antecedência; e

II - para viagens com distância acima de 500 km, com, no máximo,


doze horas de antecedência.

Art.  5º   O “Bilhete de Viagem do Idoso” será emitido pela empresa


prestadora do serviço, em pelo menos duas vias, sendo que uma
via será destinada ao passageiro e não poderá ser recolhida pela
transportadora. (ESTATUTO DO IDOSO, 2003, grifo nosso).

Obviamente, o regulamento prevê a forma de comprovação da renda do


idoso e da sua condição de se encontrar nesta faixa etária:

Art.  6º No ato da solicitação do “Bilhete de Viagem do Idoso” ou


do desconto do valor da passagem, o interessado deverá apresentar
documento pessoal que faça prova de sua idade e da renda igual ou
inferior a dois salários-mínimos.

§  1º  A prova de idade do idoso far-se-á mediante apresentação do


original de qualquer documento pessoal de identidade, com fé pública,
que contenha foto.

§ 2º  A comprovação de renda será feita mediante a apresentação de


um dos seguintes documentos:

174
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

I - Carteira de Trabalho e Previdência Social com anotações atualizadas;

II  -  contracheque de pagamento ou documento expedido pelo


empregador;

III - carnê de contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social


- INSS;

IV - extrato de pagamento de benefício ou declaração fornecida pelo


INSS ou outro regime de previdência social público ou privado; e

V  -  documento ou carteira emitida pelas Secretarias Estaduais ou


Municipais de Assistência Social ou congêneres. (ESTATUTO DO
IDOSO, 2003).

NOTA

O Ministério do Turismo proporciona um segmento de atenção especial ao


turismo na “melhor idade”. Saiba um pouco mais sobre ele:

Viaja Mais Melhor Idade

O que é?

O Viaja Mais Melhor Idade é uma iniciativa do


Ministério do Turismo cujo objetivo é facilitar e
estimular os brasileiros com 60 anos ou mais a viajar
pelo país.

O programa oferece pacotes para viagens em grupos com origens e destinos específicos e
serviços diferenciados, além de ofertas de meios de hospedagem em todo o Brasil.

Vale dizer que, além de promover a inclusão social dos idosos, o Viaja Mais Melhor Idade
fortalece o turismo interno e gera benefícios por todo o país.

FONTE: Ministério do Turismo.

<http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/promocao_comercializacao/
viajamais_melhoridade.html>. Acesso em: 30 jan. 2012c.

Pela importância dos prestadores de serviços, o Estado enquanto órgão


regulador das atividades turísticas editou algumas leis, que já foram revogadas e/
ou substituídas por outras, que organizam estas atividades, trazendo-lhes direitos
e obrigações, como veremos a seguir.

175
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

6 TEXTOS LEGAIS APLICADOS AOS PRESTADORES DE


SERVIÇOS TURÍSTICOS
A Lei nº 11.771/2008, que trata da Política Nacional de Turismo, trouxe
em seus dispositivos enunciados específicos destinados ao regulamento das
atividades das prestadoras de serviços turísticos, iniciando com seu artigo 21,
definindo quem são os prestadores de serviços.

Art. 21.  Consideram-se prestadores de serviços turísticos, para os


fins desta lei, as sociedades empresárias, sociedades simples, os
empresários individuais e os serviços sociais autônomos que prestem
serviços turísticos remunerados e que exerçam as seguintes atividades
econômicas relacionadas à cadeia produtiva do turismo:

I - meios de hospedagem;

II - agências de turismo;

III - transportadoras turísticas;

IV - organizadoras de eventos;

V - parques temáticos; e

VI - acampamentos turísticos.

Parágrafo único.  Poderão ser cadastradas no Ministério do Turismo,


atendidas as condições próprias, as sociedades empresárias que
prestem os seguintes serviços:

I - restaurantes, cafeterias, bares e similares;

II - centros ou locais destinados a convenções e/ou a feiras e a


exposições e similares;

III - parques temáticos aquáticos e empreendimentos dotados de


equipamentos de entretenimento e lazer;

IV - marinas e empreendimentos de apoio ao turismo náutico ou à


pesca desportiva;

V - casas de espetáculos e equipamentos de animação turística;

VI - organizadores, promotores e prestadores de serviços de


infraestrutura, locação de equipamentos e montadoras de feiras de
negócios, exposições e eventos;

VII - locadoras de veículos para turistas; e

VIII - prestadores de serviços especializados na realização e promoção


das diversas modalidades dos segmentos turísticos, inclusive atrações
turísticas e empresas de planejamento, bem como a prática de suas
atividades. (BRASIL, 2012).

176
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

Identificadas como prestadoras de serviço, os artigos 31 e 32 da mencionada


lei estabelecem o que são parques aquáticos e acampamentos turísticos:

Art. 31.  Consideram-se parques temáticos os empreendimentos ou


estabelecimentos que tenham por objeto social a prestação de serviços
e atividades, implantados em local fixo e de forma permanente,
ambientados tematicamente, considerados de interesse turístico pelo
Ministério do Turismo.

Art. 32.  Consideram-se acampamentos turísticos as áreas especialmente


preparadas para a montagem de barracas e o estacionamento de reboques
habitáveis, ou equipamento similar, dispondo, ainda, de instalações,
equipamentos e serviços específicos para facilitar a permanência dos
usuários ao ar livre.

Parágrafo único.  O Poder Executivo discriminará, mediante


regulamentação, os equipamentos mínimos necessários para o
enquadramento do prestador de serviço na atividade de que trata o caput
deste artigo.(BRASIL, 2012, grifo nosso).

Importante destacar que a Lei nº 11.771/08 reforça e traz as formas


de financiamento das atividades turísticas relatadas na unidade anterior,
identificadas no texto de lei como suporte financeiro, como podemos observar:

Art. 16.  O suporte financeiro ao setor turístico será viabilizado por


meio dos seguintes mecanismos  operacionais de canalização de
recursos:

I  -  da lei orçamentária anual, alocado ao Ministério do Turismo e à


Embratur;

II - do Fundo Geral de Turismo - Fungetur;

III - de linhas de crédito de bancos e instituições federais;

IV - de agências de fomento ao desenvolvimento regional;

V - alocados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;

VI - de organismos e entidades nacionais e internacionais; e

VII  -  da securitização de recebíveis originários de operações de


prestação de serviços turísticos, por intermédio da utilização de
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC e de Fundos
de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios - FICFIDC, observadas as normas do Conselho Monetário
Nacional - CMN e da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.
Parágrafo único.  O poder público federal poderá viabilizar, ainda, a
criação de mecanismos de investimentos privados no setor turístico.
(BRASIL, 2012, grifo nosso).

Foram igualmente estabelecidos, em seus artigos 33 e 34, os “direitos” e


“deveres” dos prestadores de serviço, a saber:

177
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

Art. 33º - São direitos dos prestadores de serviços turísticos cadastrados


no Ministério do Turismo, resguardadas as diretrizes da Política Nacional de
Turismo, na forma desta lei:

I  - o acesso a programas de apoio, financiamentos ou outros benefícios


constantes da legislação de fomento ao turismo;

II  - a menção de seus empreendimentos ou estabelecimentos empresariais,


bem como dos serviços que exploram ou administram, em campanhas
promocionais do Ministério do Turismo e da Embratur, para as quais
contribuam financeiramente;

III - a utilização de siglas, palavras, marcas, logomarcas, número de cadastro


e selos de qualidade, quando for o caso, em promoção ou divulgação oficial
para as quais o Ministério do Turismo e a Embratur contribuam técnica ou
financeiramente.

Art. 34º - São deveres dos prestadores de serviços turísticos:

I - mencionar e utilizar, em qualquer forma de divulgação e promoção, o número de


cadastro, os símbolos, expressões e demais formas de identificação determinadas
pelo Ministério do Turismo;

II - apresentar, na forma e no prazo estabelecido pelo Ministério do Turismo,


informações e documentos referentes ao exercício de suas atividades,
empreendimentos, equipamentos e serviços, bem como ao perfil de atuação,
qualidades e padrões dos serviços por eles oferecidos;

III - manter, em suas instalações, livro de reclamações e, em local visível, cópia


do certificado de cadastro; e

IV - manter, no exercício de suas atividades, estrita obediência aos direitos do


consumidor e à legislação ambiental. (grifo nosso)

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/.../l11771.htm>. Acesso em:


1 mar. 2012.

De forma ordenada, a fiscalização das atividades turísticas está


determinada no dispositivo legal constante no artigo 35 e as infrações e penalidade
no artigo 36, para as empresas turísticas que não cumprirem com o demandado
no artigo 34 do documento legal referenciado, qual seja, Lei nº 11.771/08:

Art.  35.  O Ministério do Turismo, no âmbito de sua competência,


fiscalizará o cumprimento desta lei por toda e qualquer pessoa, física
ou jurídica, que exerça a atividade de prestação de serviços turísticos,
cadastrada ou não, inclusive as que adotem, por extenso ou de forma
abreviada, expressões ou termos que possam induzir em erro quanto
ao real objeto de suas atividades.
178
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

Art. 36.  A não observância do disposto nesta lei sujeitará os prestadores


de serviços turísticos, observado o contraditório e a ampla defesa, às
seguintes penalidades:
I - advertência por escrito;
II - multa;
III - cancelamento da classificação;
IV - interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial,
empreendimento ou equipamento; e
V - cancelamento do cadastro.
§ 1º  As penalidades previstas nos incisos II a V do caput deste artigo
poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
§ 2º  A aplicação da penalidade de advertência não dispensa o infrator
da obrigação de fazer ou deixar de fazer, interromper, cessar, reparar
ou sustar de imediato o ato ou a omissão caracterizada como infração,
sob pena de incidência de multa ou aplicação de penalidade mais
grave.
§ 3º  A penalidade de multa será em montante não inferior a R$ 350,00
(trezentos e cinquenta reais) e não superior a R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais).
§ 4º  Regulamento disporá sobre critérios para gradação dos valores
das multas.
§  5º  A penalidade de interdição será mantida até a completa
regularização da situação, ensejando a reincidência de tal ocorrência
aplicação de penalidade mais grave.
§ 6º A penalidade de cancelamento da classificação ensejará a retirada
do nome do prestador de serviços turísticos da página eletrônica
do Ministério do Turismo, na qual consta o rol daqueles que foram
contemplados com a chancela oficial de que trata o parágrafo único
do art. 25 desta lei.
§ 7º A penalidade de cancelamento de cadastro implicará a paralisação
dos serviços e a apreensão do certificado de cadastro, sendo deferido
prazo de até 30 (trinta) dias, contados da ciência do infrator, para
regularização de compromissos assumidos com os usuários, não
podendo, no período, assumir novas obrigações.
§ 8º As penalidades referidas nos incisos III a V do caput deste artigo
acarretarão a perda, no todo, ou em parte, dos benefícios, recursos
ou incentivos que estejam sendo concedidos ao prestador de serviços
turísticos.( BRASIL, 2012).

Dos artigos 37 ao 43 da Lei nº 11.771/08, encontraremos a descrição da forma


de aplicação e avaliação das penalidades, e fatores que serão analisados na sua
aplicação e idêntica proposta para as multas e infrações, além das possibilidades de
reabilitação ocorrendo um cancelamento de cadastro pelo Ministério do Turismo:

Art. 37º -  Serão observados os seguintes fatores na aplicação de


penalidades:

I - natureza das infrações;

II  -  menor ou maior gravidade da infração, considerados os prejuízos dela


decorrentes para os usuários e para o turismo nacional; e

III  -  circunstâncias atenuantes ou agravantes, inclusive os antecedentes do


infrator.

179
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

§ 1º  Constituirão circunstâncias atenuantes a colaboração com a fiscalização e


a presteza no ressarcimento dos prejuízos ou reparação dos erros.

§ 2º  Constituirão circunstâncias agravantes a reiterada prática de infrações,


a sonegação de informações e documentos e os obstáculos impostos à
fiscalização.

§ 3º  O Ministério do Turismo manterá sistema cadastral de informações no


qual serão registradas as infrações e as respectivas penalidades aplicadas.

Art. 38º -  A multa a ser cominada será graduada de acordo com a gravidade


da infração, a vantagem auferida, a condição econômica do fornecedor, bem como
com a imagem do turismo nacional, devendo sua aplicação ser precedida do
devido procedimento administrativo, e ser levados em conta os seguintes fatores:

I - maior ou menor gravidade da infração; e

II - circunstâncias atenuantes ou agravantes.

§ 1º  As multas a que se refere esta lei, devidamente atualizadas na data de seu
efetivo pagamento, serão recolhidas à conta única do Tesouro Nacional.

§ 2º  Os débitos decorrentes do não pagamento, no prazo de 30 (trinta) dias, de


multas aplicadas pelo Ministério do Turismo, serão, após apuradas sua
liquidez e certeza, inscritos na Dívida Ativa da União.

Art. 39º -  Caberá pedido de reconsideração, no prazo de 10 (dez) dias,


contados a partir da efetiva ciência pelo interessado, à autoridade que houver
proferido a decisão de aplicar a penalidade, a qual decidirá no prazo de 5
(cinco) dias.

§ 1º No caso de indeferimento, o interessado poderá, no prazo de 10 (dez)


dias, contados da ciência da decisão, apresentar recurso hierárquico,
com efeito suspensivo, para uma junta de recursos, com composição
tripartite formada por 1 (um) representante dos empregadores, 1 (um)
representante dos empregados, ambos escolhidos entre as associações
de classe componentes  do Conselho Nacional de Turismo, e 1 (um)
representante do Ministério do Turismo.

§ 2º  Os critérios para composição e a forma de atuação da  junta de recursos, de


que trata o § 1o deste artigo, serão regulamentados pelo Poder Executivo.

Art. 40º -  Cumprida a penalidade e cessados os motivos de sua


aplicação, os prestadores de serviços turísticos poderão requerer reabilitação.

Parágrafo único.  Deferida a reabilitação, as penalidades anteriormente


aplicadas deixarão de constituir agravantes, no caso de novas infrações, nas
seguintes condições:

180
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

I - decorridos 180 (cento e oitenta) dias sem a ocorrência de novas infrações nos
casos de advertência;

II - decorridos 2 (dois) anos sem a ocorrência de novas infrações nos casos de


multa ou cancelamento da classificação; e

III - decorridos 5 (cinco) anos sem a ocorrência de novas infrações, nos casos


de interdição de local, atividade, instalação, estabelecimento empresarial,
empreendimento ou equipamento ou cancelamento de cadastro.

Art. 41º -  Prestar serviços de turismo sem o devido cadastro no


Ministério do Turismo ou não atualizar cadastro com prazo de validade
vencido:
Pena - multa e interdição do local e atividade, instalação, estabelecimento
empresarial, empreendimento ou equipamento.

Parágrafo  único.  A penalidade de interdição será mantida até a


completa regularização da situação, ensejando a reincidência de tal ocorrência
aplicação de penalidade mais grave.

Art. 42º - Não fornecer os dados e informações previstos no art. 26


desta lei:
Pena - advertência por escrito.

Art. 43º -  Não cumprir com os deveres insertos no art. 34 desta lei:


Pena - advertência por escrito.

Parágrafo único.  No caso de não observância dos deveres insertos no


inciso IV do caput do art. 34 desta lei, caberá aplicação de multa, conforme
dispuser regulamento. (grifo nosso).

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/.../lei/l11771.htm>. Acesso em:


1 mar. 2012.

Podemos perceber a magnitude que empreendem aqueles que operam


com as atividades turísticas e a preocupação em se fazer cumprir um regramento
legal para que possam ser protegidos os interesses daqueles que usufruem destas
atividades e daqueles que prestam os serviços.

7 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VINCULADA AO TURISMO


Nas palavras de Meirelles (2008, p. 21), Administração Pública é:

Em sentido formal, o conjunto de órgãos instituídos para a consecução


dos objetivos do governo; no sentido material, é o conjunto das funções
necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é
o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos prestadores
dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da
coletividade.
181
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

No texto constitucional de 1988 encontramos o dispositivo 37, que


elenca os princípios a serem observadas pela Administração Pública, e, de
forma óbvia, estão vinculados aos atos relacionados à gestão o turismo nas
diversas esferas dos entes federados do território brasileiro:

Art. 37º - A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.

Para que tenhamos a compreensão do significado, de forma sucinta


descrevemos entendimentos acerca dos mesmos, iniciando com o princípio da
legalidade.

FONTE: Adaptado de: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/.../emc19.htm>.


Acesso em: 1 mar. 2012.

7.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


No ensinamento de Marino Pazzaglini Filho (apud Di Pietro, 2008, p. 338): “o
princípio da legalidade é a pedra de toque do Estado de Direito e pode ser traduzido
na máxima: a Administração pública só pode atuar conforme a lei”.

O administrador público só pode executar o que estiver expressamente


autorizado em lei e nas demais espécies normativas inexiste a incidência de vontade
subjetiva, não sendo possível atuar com finalidade própria, mas em respeito adstrito
à lei, no intuito de preservar a ordem jurídica.

7.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE


Conforme afirmado por Hely Lopes Meirelles (2008. p. 58):

o princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art.


37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual
impõe ao administrador público que só pratique o ato para seu fim
legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica
expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal.
(grifo no original).

Esse princípio completa a ideia já estudada de que o administrador


público é um executor do ato, que serve de veículo de manifestação da vontade
estatal, e, portanto, as realizações administrativo-governamentais não são do
agente político, mas da entidade pública em nome da qual atuou.

FONTE: <pt.oboulo.com › Direito e contrato › Direito constitucional>. Acesso em: 1 mar. 2012.

182
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

7.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE


A moralidade constitui, a partir da Constituição de 1988, pressuposto de
validade de todo ato da administração pública.

Di Pietro ensina que (2008, p. 291):

Sempre que em matéria administrativa se verificar que o


comportamento da Administração ou do administrado que com ela se
relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a
moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios
de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará
havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.

A Constituição Federal, ao consagrar o princípio da moralidade


administrativa como parâmetro da atuação da administração pública, igualmente
consagrou a necessidade de proteção à moralidade e responsabilização
do administrador imoral, que podem ser enquadrados pela sua conduta
desrespeitosa a este princípio nos atos denominados de improbidade, previstos
no art. 37, parágrafo 4º, da Carta Magna, igualmente com base na Lei nº 8.429/92.

7.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE


A publicidade para a Administração, conforme corrobora Meirelles em
sua obra “Direito Administrativo Brasileiro” (2008, p. 95), “é a divulgação
oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos”.
(grifo nosso).

Somente a publicidade evita os dissabores existentes em processos


arbitrariamente sigilosos, permitindo-se os competentes recursos administrativos
e as ações judiciais próprias.

A Administração jamais deve manejar interesses, poderes ou direitos


pessoais seus, surge o dever de absoluta transparência de tudo aquilo que
executa que é de caráter público.

7.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


É um princípio, parafraseando Moraes em sua obra “Constituição Federal
Interpretada” (2007, p. 7 79), composto das seguintes características básicas:

- direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem


comum;
- imparcialidade;
- neutralidade e transparência;

183
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

- participação e aproximação dos serviços públicos da população;


- eficácia, desburocratização e busca de qualidade.

Cumpre destacar verbo de Di Pietro (2008, p. 295):

O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode


ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do
qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para
lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar,
estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o
mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do
serviço público. (grifo no original).

É o mais moderno princípio da função administrativa, onde a coletividade


já não mais se contenta com o fato desta ser desempenhada com legalidade, mas
exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento às
suas necessidades.

Há que se entender, sendo princípios da ciência do administrar em razão


do bem-estar de uma totalidade, que estes são alicerces para a Administração
Pública; naqueles, essa deve estar vinculada quando exarar quaisquer atos que
determinem planejamento, ou execução que redundem e reflitam na coletividade,
inclusas as atividades turísticas.

Continuando nosso trajeto de aprendizado, passaremos a referenciar


as questões ambientes que estão suscitando discussões acirradas em todos os
segmentos econômicos e sociais, com a menção de alguns ordenamentos legais,
em constante avaliação e reavaliação de sua funcionalidade, aliada à importância
da manutenção do ambiente em razão das gerações futuras.

8 DIREITO AMBIENTAL E O TURISMO BRASILEIRO


Dorta e Pomilio (2003) relatam, independente de quaisquer conceitos
ou nomenclaturas, que o turismo sustentável prevê a integração do turista com
a biodiversidade e as múltiplas culturas, de modo a promover a qualidade de
vida de todos os envolvidos, fomentando a conservação dos recursos naturais,
culturais ou históricos para que as gerações futuras possam também usufruí-las.

Nossa Carta Magna traz a previsão da preservação do Meio Ambiente:

Art. 225º - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações. (BRASIL, 2012).

184
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

A Constituição Federal estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente


e os bens ambientais como princípios da ordem econômica, vejam:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho


humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:

[...]

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento


diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços
e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).

Os insights que acontecem com o ecoturismo, o turismo rural e outros


segmentos turísticos que vêm alavancando o turismo brasileiro necessitam de
um olhar crítico em relação ao custo-benefício destas práticas, no intuito maior
da preservação de um patrimônio de todos e, por conseguinte, responsabilidade
de todos.

NOTA

Caro acadêmico, conheça o conceito de Ecoturismo, adotado pelo Ministério


do Turismo em sua página oficial:

Ecoturismo
“Ecoturismo é o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o
patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma
consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar
das populações”. (MARCOS CONCEITUAIS – MTur).

Este segmento é caracterizado pelo contato com ambientes naturais, pela realização
de atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da natureza e pela
proteção das áreas onde ocorre. Ou seja, assenta-se sobre o tripé: interpretação, conservação
e sustentabilidade. Assim, o ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas
baseadas na relação sustentável com a natureza, comprometidas com a conservação e a
educação ambiental.

Deste modo, o Ecoturismo está diretamente relacionado com o conceito de turismo


sustentável, que relaciona as necessidades dos turistas e das regiões receptoras, protegendo
e fortalecendo oportunidades para o futuro. Contempla a gestão dos recursos econômicos
e sociais e necessidades estéticas, mantendo a integridade cultural, os processos ecológicos
essenciais, a diversidade biológica e os sistemas de suporte à vida.

FONTE. Ministério do Turismo.

<http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/regionalizacao_turismo/
estruturacao_segmentos/ecoturismo.html>. Acesso em: 30 jan. 2012d.

185
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

É muito importante que tenhamos ciência da conjuntura legal de proteção


do meio ambiente. Em muitas das áreas delimitadas pelos arcabouços legais são
desenvolvidas práticas turísticas. É de suma importância o conhecimento deste
conteúdo programático para que possamos contribuir com o que se determina
como justo direito de cada um de nós.

DICAS

Diversas condutas ilícitas estão contempladas neste texto de lei. Acesse o link:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>, leia na íntegra. Juntos podemos
fazer o melhor para todos. Façamos nós, caro(a) acadêmico(a), a parte que nos cabe na
preservação do meio ambiente.

NOTA

Outras legislações sobre Meio Ambiente


Código Florestal (Lei nº 4.771/65) – Texto de lei em discussão.
Código das Águas (Lei nº 9.433/97)
Lei da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99)
Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (Lei nº 9.985/00)
Lei da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca (Lei nº
11.959/09)
.
Fonte: DORTA; POMILIO. As Leis e o Turismo. Uma Visão panorâmica. São Paulo: Texto novo,
2003, p. 64.

Caro acadêmico, a legislação ambiental incorpora diversas leis, decretos,


resoluções, principalmente do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)
e portarias. A que tem destaque é a Política Nacional do Meio Ambiente, de nº
6.938/81. Na Leitura Complementar a seguir, conheça alguns conceitos importantes
e instrumentos de proteção ambiental e de Política do Meio Ambiente:

186
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

LEITURA COMPLEMENTAR 1

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 - Dispõe sobre a Política Nacional do


Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências.
Art 3º - Para os fins previstos nesta lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de


ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características


do meio ambiente;

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades


que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;


       
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
       
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
       
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação
ambiental;
       
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna e a flora.  (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989). (grifo nosso)

Esta mesma lei instituiu um importantíssimo instrumento de proteção


ambiental e de Política do Meio Ambiente:

Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:

I. o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

II. o zoneamento ambiental; (Regulamento)

187
UNIDADE 2 | O TURISMO NO BRASIL

III. a avaliação de impactos ambientais;

IV. o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente


poluidoras;

V. os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou


absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

VI. a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo poder público


federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante
interesse ecológico e reservas extrativistas;  (Redação dada pela Lei nº 7.804, de
1989)

VII. o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;


       
VIII. o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental;

IX. as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das


medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.

X. a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado


anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA;  (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

XI. a garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando-


se o poder público a produzi-las, quando inexistentes;  (Incluído pela Lei nº 7.804,
de 1989)

XII. o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou


utilizadoras dos recursos ambientais;  (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

XIII. instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental,


seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006).

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938org.htm> . Acesso em: 1 mar. 2012.

UNI

Outro texto legislativo que pode ser qualificado como importante contribuição
para a proteção do meio ambiente e, por consequência, dos meios utilizados para o turismo,
é a Lei de Crimes Ambientais – Lei nº 9.605/98.

188
TÓPICO 3 | O TURISMO E A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL NO BRASIL

LEITURA COMPLEMENTAR 2

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS – LEI Nº 9.605/98

A lei em referência prevê sanções: penais, administrativas e civis,


advertências, enquanto penalidades para aqueles que cometerem atos ilícitos
contra o meio ambiente. Podemos perceber sua relevância em alguns dos artigos
relatados sequencialmente:

Dos crimes contra a fauna:

Art. 29º - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna


silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida [...].

[...]

Dos crimes contra a flora:

Art. 38º - Destruir ou danificar floresta considerada de preservação


permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas
de proteção.

[...]

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54º - Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem
ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade
de animais ou a destruição significativa da flora (...)

[...]

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62º - Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;

II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar


protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial (...)

[...]

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66º - Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir


a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos
de autorização ou de licenciamento ambiental [...] (BRASIL, 2012).

FONTE: <www.mma.gov.br/port/gab/asin/lei.html>. Acesso em: 22 jan. 2012.

189
RESUMO DO TÓPICO 3
Após o estudo desta unidade, prezado(a) acadêmico(a), você poderá:

• Reconhecer instrumentos legais do turismo enquanto contexto histórico.

• Identificar prestadores de serviços turísticos, seus direitos, deveres e as


penalidades imputadas se houver problemas decorrentes de suas atividades.

• Compreender os aspectos legais que envolvem o menor e a prática do turismo.

• Conhecer alguns dispositivos de lei que viabilizem o turismo para os maiores


de 60 anos.

• Observar os princípios constitucionais aplicados à Administração Pública,


enquanto responsável pela política de turismo, enquanto Estado de dever/
poder.

• Distinguir as determinações legais instituídas para a proteção do meio ambiente


e sua importância alicerçada para a prática do turismo.

190
AUTOATIVIDADE

1 Quais os princípios constitucionais que balizam a administração pública?

2 Identifique os crimes dispostos na Lei de Crime Ambiental, enquanto ilícitos


cometidos contra o meio ambiente.

3 Conceitue meio ambiente e poluidor de acordo com a Lei nº 9.605/98.

4 Para viagem ao exterior levando consigo menor com a presença de um dos


genitores, o que se faz necessário?

191
192
UNIDADE 3

CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR APLICADO AO
TURISMO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você estará apto (o)a:

• reconhecer as aplicações da legislação consumerista aos eventos e contratos


estabelecidos pelos prestadores de serviços e produtores de bens turísticos;

• distinguir as características da responsabilidade civil atribuída aos presta-


dores de serviços turísticos;

• conhecer as sanções aplicáveis aos prestadores de serviço quando do


descumprimento do contratado com o turista;

• identificar os pressupostos admitidos para o turismo, nas questões dos


transportes rodoviário, aéreo e marítimo.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades que facilitarão a compreensão e apropriação dos conteúdos.

TÓPICO 1 – TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

TÓPICO 2 – CONTRATO DE FORNECIMENTO DE BENS E SERVIÇOS


TURÍSTICOS

TÓPICO 3 – SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO


DO TURISTA

TÓPICO 4 – CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E


RODOVIÁRIO E CARACTERÍSTICAS DO VESTUÁRIO
INTERNACIONAL

193
194
UNIDADE 3
TÓPICO 1

TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

1 INTRODUÇÃO
O consumidor e a legislação estão interligados pela lógica da proteção
dos seus direitos nos momentos em que estes forem usurpados. O pressuposto
é que as intervenções originem o aperfeiçoamento da prestação de serviços
disponibilizados no mercado.

O usuário da prestação de serviços turísticos deve manter-se bem


informado a respeito de seus direitos, fazendo com que se sinta seguro de suas
escolhas. Deverá comparar preços, qualidade dos produtos, a existência de
certificados, buscando a melhor qualidade e segurança possíveis.

O parâmetro legal criado na expectativa da defesa do consumidor e


aplicável à prestação de serviços turísticos é o Código de Defesa do Consumidor
(CDC), organizado pela Lei nº 8.078, de 11/09/1990.

Integraremos, neste momento, algumas nuances do referido código,


analisando sua interação com a prestação de serviços turísticos, na lógica do
consumidor, fornecedor e prestador de bens e serviços.

Vamos iniciar os estudos!

2 O TURISMO E A RELAÇÃO DE CONSUMO


A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo
5º, Inciso XXXII, prevê:

(...)

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.

Fruto deste pressuposto, esculpido na Constituição, encontrou escopo


no Código de Defesa do Consumidor, que elenca, dentre outros artigos, os que
identificam os sujeitos da relação de consumo, como: consumidor, fornecedor e
prestador de bens e serviços:

195
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,


ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
(grifo nosso)

Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados,
que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante


remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (grifo
nosso).

FONTE: Adaptado de: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_


artigos_leitura&artigo_id=8084>. Acesso em: 8 mar. 2012.

A proteção estabelecida pelo Código de Defesa do Consumidor é a relação


de consumo, sendo uma das partes o fornecedor e a outra parte o consumidor
final.

ATENCAO

O Ministério do Turismo disponibiliza no site: <http://www.viajelegal.turismo.


gov.br/> informações para que você realize sua viagem sem problemas. Acesse o link e saiba
os procedimentos necessários para que possa empreender férias e passeios tranquilos.

Os fornecedores de serviços turísticos têm responsabilidades e obrigações


para com os usuários desta modalidade de serviços, que são decorrentes da
legislação turística e acrescidos dos dispositivos do Código de Defesa do
Consumidor.

196
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

3 DIREITOS DO CONSUMIDOR E DO TURISTA


Nas palavras de FEUZ (2003), em se tratando do sistema turismo, sendo
este uma atividade da livre iniciativa, a sua relação com o consumidor é regida
pela Lei nº 8.078/1990- Código de Defesa do Consumidor.

E continua sua narrativa: percebe-se que estar diante de uma relação de


consumo é estar diante de um sistema próprio que possui desde uma política
nacional, princípios, regras próprias, inclusive com imputação, com objetivo de
equilibrar os dois pólos da relação, atendendo ao princípio da isonomia previsto
no texto constitucional, base do Estado Democrático de Direito. (FEUZ, 2003).

As leis, regras, tratados são aplicados de forma subsidiária ao Código do


Consumidor, quando fazemos referência à relação de consumo, nas situações em que
esse não tenha definido.

FEUZ (2003), igualmente, relaciona as distinções estabelecidas pelo


Código de Defesa do Consumidor que têm por objetivo equilibrar as situações
diante da fragilidade do consumidor diante do fornecedor. Vejamos:

a) Política Nacional das Relações de Consumo, com a exposição dos princípios


da ordem consumerista.

b) Proteção administrativa, com intervenção estatal quando necessário.

c) Responsabilidade solidária e objetiva para todas as cadeias de consumo, com a


efetiva reparação de dano material, moral, difusos e coletivos, com a vedação
expressa de denunciação da lide.

d) Preservação à vida e à saúde.

e) Acesso a todas as informações necessárias para satisfazer sua expectativa.

f) Possibilidade de revisão de cláusula contratual com a proteção contra cláusulas


contratuais abusivas.

g) Proteção contra práticas comerciais desleais, contra a publicidade enganosa e


abusiva.

h) A desconsideração da personalidade jurídica do fornecedor toda vez


que ocorrer fraude contra a relação de consumo, com a possibilidade de
responsabilizar as empresas através do grupo econômico.

i) A possibilidade de inversão do ônus da prova no processo civil.

j) Possibilidade de defesa coletiva e difusa, bem como, para a proteção de


direitos individuais homogêneos, elos legitimados.

197
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

k) A possibilidade de antecipação da tutela no processo civil, bem como com a


concessão de tutela específica para obrigar o fornecedor a fazer suas obrigações.

l) A imputação penal contra atos tipificados como crime pelo Código de Defesa do
Consumidor.

Diante destas premissas, continuaremos a mencionar os dispositivos


aplicados às condicionantes dos turistas e dos prestadores de serviços em turismo,
vinculados à relação de consumo.

3.1 DIREITOS BÁSICOS DO TURISTA


Dorta e Pomilio (2003) elencam alguns conceitos genéricos do CDC como
direitos básicos do consumidor, colocados ao longo do código:

1. Reconhecimento de sua vulnerabilidade diante do fornecedor (art. 4º, I).

2. Garantia obrigatória da qualidade, segurança, durabilidade e desempenho dos


produtos e serviços (art. 4º, II, d).

3. Acesso à informação adequada e clara sobre os produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade,
preço e eventuais riscos que apresentem (art. 6º, III).

4. Proteção contra publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais


coercitivos ou desleais, práticas e cláusulas contratuais abusivas ou impostas
(art. 5º, IV).

5. Proibição de modificação de cláusulas contratuais que tornem o preço


excessivamente oneroso (Art. 6º, V).

6. Efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais (Art. 6º, VI).

7. Facilitação da defesa dos direitos do consumidor, como antes visto, com a


inversão do ônus da prova se a alegação for considerada verossímil (art. 6º,
VIII).

8. Maiores prazos para reclamação do que os previstos na legislação comum (arts.


26 e 27).

9. Possibilidades de defesa coletiva, por meio do Ministério Público, dos órgãos


da administração pública e de associações (art. 82).

198
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

10. Opção entre exigir o cumprimento da obrigação ou convertê-la em perdas e


danos (art. 84, parágrafo 1º).

11. Possibilidade de o consumidor/autor propor a ação em seu domicílio e não do


fornecedor/réu, como é regra geral em processo civil (art. 10, I).

Por direitos básicos do turista, seja o contratante (consumidor), seja mero


beneficiário da contratação de outrem, ambos devem receber uma proteção mínima
à pessoa; recebendo ou fruindo um serviço, não podem sofrer danos, até em função
da proteção geral ao patrimônio moral e econômico. É o caso, para principiar, da
garantia de proteção à vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por
práticas no fornecimento de produtos ou serviços considerados perigosos ou nocivos.
São direitos, vê-se, que atingem todos os turistas (MAMEDE, 2004, grifo nosso).

3.1.1 Direito à segurança


Quaisquer empreendimentos turísticos, antes de iniciar suas atividades,
precisam cumprir requisitos legais inerentes à situação, com os devidos registros,
alvarás, “habite-se”, documentos que autorizem a localização e funcionamento,
sejam eles federais, estaduais ou municipais. Estes documentos devem ter sido
expedidos pelos órgãos competentes e se encontrarem dentro do prazo de
validade.

Mamede (2004) afirma que a segurança preventiva é indispensável para


garantir a integridade física dos consumidores. Todo empreendimento hoteleiro,
esteja ou não cadastrado no Ministério do Turismo, deverá ter equipamentos e
instalações contra incêndio (funcionando corretamente e no prazo de validade),
rotas de fuga, iluminação de emergência e providências em situações de pânico.

3.1.2 Direito à saúde


Os artigos 4º, 6º inciso I, 9º e 55 do Código de Defesa do Consumidor
afirmam em seu conteúdo a importância e a obrigatoriedade do fornecedor
em garantir a segurança e saúde dos consumidores, o que deve orientar os
empreendedores dos serviços turísticos a manterem em suas unidades material
mínimo de atendimento a pequenas situações de saúde, com material para
atendimento básico e pessoas com treinamento para utilizá-los, ou, ainda, acordos
ou convênios com clínicas e/ou profissionais de saúde e unidades hospitalares,
para que, em qualquer eventualidade, o atendimento de emergência possa ser
prestado.

199
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

3.1.3 Direito a informações


Para que seja respeitado o Direito das Relações de Consumo, é obrigação
deixar explicitado, de forma visível e clara, quais são os compromissos do
estabelecimento e quais são os direitos e deveres do hóspede. Para tanto, é
indispensável que seja disponibilizado o regulamento interno, no qual estejam
relacionados os direitos e deveres do usuário/hóspede, de forma clara e de fácil
compreensão (MAMEDE, 2004).

UNI

IMPORTANTE SABER!

HOTELARIA: os preços das diárias com a indicação do início e do término de 24 horas,


correspondentes a cada diária, deverão estar afixados nas portarias ou recepções dos hotéis,
pousadas ou estabelecimentos similares (CDC, art. 6º, III e art. 31).

Os estabelecimentos de hospedagem devem manter nos apartamentos, quartos, suítes, a


relação de preços dos produtos comercializados e dos serviços oferecidos, inclusive os de
frigobar (CDC, art. 6º, III e art. 31).

CANCELAMENTO DE RESERVA

Se o comparecimento ao hotel for no dia marcado, tendo feito a reserva, a reserva com
antecedência, e as condições negociadas não forem atendidas, ou se as instalações forem
inadequadas, poderá se exigir o cumprimento da oferta, aceitar outro serviço ou produto
equivalente ou cancelar a reserva com direito à restituição monetária e as perdas e danos
(CDC, arts. 18 e 30, I, II e III).

EXTRAVIO E DANO DA BAGAGEM

Neste caso, o hotel responde pelo prejuízo. Mas se deve provar o bem que estava no local,
com testemunhas ou algum comprovante por escrito. Dinheiro, joias e outros objetos de
valor devem ser guardados no cofre do hotel, com os documentos a respeito devidamente
preenchidos. Se o estabelecimento for roubado e os pertences acabarem incluídos na “coleta”,
deve-se prestar queixa na delegacia de polícia (CDC, art. 14).

FONTE: Dorta; Pomilio (2003)

3.1.4 Movimentação das pessoas


Segundo Mamede (2004), de todo meio de hospedagem exige-se rígido controle
de veículos e pessoas no estabelecimento, sem que sejam criados constrangimentos
aos hóspedes. Não se pode esquecer que a segurança dos hóspedes e de seus bens é
obrigação do hospedeiro, razão pela qual a ausência de controle da movimentação de
pessoas pode conduzir, havendo incidentes que criem danos aos consumidores ou a
seus dependentes e visitantes, o dever de indenizar.

200
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

3.2 DIREITOS DO CONTRATANTE E DO CONSUMIDOR


De forma ordenada serão suscitadas informações que tratam da relação
contratual, aplicada igualmente às relações de consumo.

3.2.1 Liberdade de escolher e igualdade para contratar


Este princípio está disposto no art. 6º, II do CDC, é uma norma que tem
por objetivo ordenar o ajuste das obrigações estabelecidas entre as partes em um
contrato.

A previsão de uma liberdade de escolha e igualmente na contratação é


norma tipicamente consumerista, partindo do pressuposto de que o consumidor
está em condição de desvantagem e, assim, dando margem para a intervenção
judiciária em todas as situações em que se conclua: que a contratação revela qualquer
forma de receio da liberdade de aderir à obrigação e/ou definir particularidade
e que a contratação revele um desequilíbrio entre as partes, em prejuízo daquele
contratante que está na situação de consumidor (MAMEDE, 2004).

3.2.2 Proteção contra publicidade enganosa e abusiva


e métodos comerciais abusivos
Estas garantias estão previstas no Código de Defesa do Consumidor e são
tratadas nos artigos 29 e seguintes, 36 e seguintes, 39 e seguintes, 42 e seguintes,
que tratam, sequencialmente, das ofertas, da publicidade, das práticas abusivas,
da cobrança de dívidas, assuntos que serão tratados de forma específica no item
5 deste tópico.

3.2.3 Modificação e revisão de cláusulas desproporcionais


Mamede (2004), em seus escritos, relata que a garantia do contratante/
consumidor está escrita no artigo 6º, inciso V, do Código de Defesa do Consumidor,
que prevê a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas.

Reitera o autor que toda e qualquer estipulação contratual que apresente


vantagem excessiva para o fornecedor é passível de modificação, por expressa
previsão legal; deve o fornecedor multiplicar os esforços para impedir que
o consumidor engane-se; se, ainda assim, tal engano se verificar, não sendo
provado que a vantagem excessiva é resultado inequívoco de uma liberalidade, a
modificação da cláusula contratual é juridicamente possível e devida.

201
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

3.2.4 Facilitação de defesa


Necessitamos, neste aspecto, observar um desnível do mercado onde
o fornecedor atua com profissionalismo, com uma estratégia mercadológica
desenvolvida e executada; há igualmente um desnível técnico onde o
fornecedor conhece seu negócio. Nos aspectos relacionados ao consumidor não
são situações perceptíveis, e em muitas ocasiões sem aspectos favoráveis para
demonstração fática, levando à situação de hipossuficiência do consumidor,
onde o texto legal ampara a fragilidade desse, sendo um dos instrumentos a
inversão do ônus da prova.

3.2.5 Inversão do ônus da prova


É uma das nuances da facilitação da defesa, onde, em um processo civil, a
lei possibilita a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, que Mamede
(2004, p. 55) “identifica como obrigação jurídica de demonstrar a veracidade do
que se argumenta”.

Na questão em voga, tem-se que o parâmetro utilizado para esta percepção


é o pressuposto da hipossuficiência técnica do consumidor perante o fornecedor,
já que o negócio está no poder do fornecedor e esse sabe de suas particularidades.

A inversão do ônus da prova não é uma regra, deve ser determinada


pelo juiz, a partir do caso posto ao seu exame, sendo duas as situações referidas
pelo legislador: a verossimilhança, que significa: probabilidade pelos elementos
de prova já juntados aos autos ou por fatos de conhecimento público, de que a
alegação seja verdadeira e hipossuficiência que determina a excessiva fraqueza
do consumidor em relação ao fornecedor (MAMEDE, 2004).

Exemplificam Dorta e Pomilio (2003, p. 71): “quem alega alguma coisa


sobre algo ou alguém, deve provar o que alegou. Então, o ônus, a obrigação de
provar, é de quem alega.” (grifo nosso).

Permanecem ratificando os autores: no caso do direito do consumidor,


essa obrigação fica invertida. Se o turista alega que sofreu um dano, ele não
tem que provar a culpa do causador. Este último é que deve provar que não
é o culpado. O ônus passou de quem alega para quem foi alegado. O ônus da
prova passou de quem alega para quem foi alegado (DORTA; POMILIO, 2003,
grifo nosso).

202
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

ATENCAO

Caro acadêmico:

A inversão do ônus da prova é um importante momento processual na defesa do DIREITO


DO CONSUMIDOR. Acesse o link <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2214> e leia o artigo: ANÁLISE DO ÔNUS DA PROVA E
SUA INVERSÃO COMO DIREITO BÁSICO DO CONSUMIDOR: APLICABILIDADE; REQUISITOS
E MOMENTO PROCESSUAL ADEQUADO PARA A EFETIVAÇÃO DA INVERSÃO PREVISTA
NO INCISO VIII DO ART. 6º DO CDC, que traz de forma detalhada esta prerrogativa do
consumidor. Aproprie-se desta informação.

Na seara do direito permeada pela prestação de serviços, encontramos


que a responsabilidade pelos fatos e serviços seja objetiva, subjetiva, dos vícios
encontrados, dos quais faremos uma narrativa sequencialmente.

4 RESPONSABILIDADE CIVIL DOS FORNECEDORES


TURÍSTICOS
Nas palavras de Dorta e Pomilio (2003, p. 69), “responsabilidade (do
latim respondere, implica a ideia de responder ou ser o responsável por algo) é a
obrigação de reparar um dano causado a outrem”.

A responsabilidade é vinculada ao Direito. São definidas inúmeras regras


jurídicas, mas sua previsão não garante que as pessoas se comportem no limite
da legalidade. Parece-nos mais comum que as pessoas atentem contra a lei ou
simplesmente se omitam diante de um “dever de agir”.

A responsabilidade civil, profere Mamede (2004), pode ser definida


como o dever de responder pela violação de normas próprias do que outrora se
denominou de direito privado. Inclui o direito civil, empresarial (comercial), do
consumidor, dentre outros.

4.1 RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA


Para a caracterização da responsabilidade subjetiva se faz necessário
analisar se aquele que causou o dano foi culpado do ato (foi imperito, negligente
ou imprudente) ou agiu com dolo (de livre vontade, sabendo que resultado
poderia produzir). (grifo nosso)

203
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

UNI

BREVES CONCEITOS:

IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA

Negligência, também conhecida como desatenção ou falta de cuidado ao exercer certo


ato (necessidade de todo o indivíduo ser prudente), consiste na ausência de necessária
diligência, implicando em omissão ou inobservância de dever, ou seja, aquele de agir
de forma diligente, prudente, agir com o devido cuidado exigido pela situação em
tese. Ex.: um hoteleiro que não escolhe corretamente seus empregados, nem os vigia
adequadamente, age de forma negligente.

Já a imprudência, ou melhor, imprevidência, tem a ver com algo mais que mera falta
de atenção, mas ato que pode revelar-se de má-fé, ou seja, com conhecimento do mal
e a intenção de praticá-lo. A ação imprudente é aquela revestida de dolo – a má-fé
concretizada –, e, portanto, embora não querida pelo agente, também não revestida de
absoluta ausência de intenção.

Melhor explicando, age de forma imprudente aquele que, sabedor do grau de risco envolvido,
mesmo assim acredita que seja possível a realização do ato sem prejuízo para qualquer um;
age, assim, além da justa medida de prudência que o momento requer, excede os limites do
bom senso e da justeza dos seus próprios atos. Ex.: é a situação daquele que não sabe dirigir
e pilota um veículo ou, ainda, mesmo sabendo dirigir, o faz com velocidade excessiva.

Com relação à imperícia, requer-se do agente a falta de técnica ou de conhecimento (erro ou


engano na execução, ou mesmo consecução do ato). De outra forma, tem-se uma omissão
daquilo que o agente não deveria desprezar, pois consiste em sua função, seu ofício, exigindo
dele perícia – uso de técnica que lhe é própria ou exigível até mesmo pelo seu mister. Refere-
se, por fim, a uma falta involuntária, mas também eivada de certa dose de má-fé, com pleno
conhecimento de que seus atos poderão vir a resultar em dano para outrem.

FONTE: Extraído do livro: TROVÃO, Antônio de Jesus. Uma breve análise acerca da sintaxe
do Título III do Livro III, do Código Civil Vigente: do Dano. <http://www.boletimjuridico.
com.br/doutrina/texto.asp?id=639>. Acesso em: 15 fev. 2012.

Dorta e Pomilio (2003) descrevem que o turista é o usuário final de serviços


turísticos. A responsabilidade principal em relação ao consumidor será sempre
do fornecedor direto – aquele com quem o turista mantém a relação comercial,
que fornece o produto ou o serviço, ainda que não seja o produtor dos bens ou
serviços colocados no mercado.

204
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

Exemplo:

AGÊNCIA DE TURISMO X CONSUMIDOR

RESPONSABILIDADE OBJETIVA: AGÊNCIA

FONTE: Dorta; Pomilio ( 2003, p. 70)

Os autores coadunam que se a venda foi feita pela agência de turismo, ela
é responsável perante seu cliente por eventuais falhas que ocorram na prestação
de serviços, por exemplo, de hospedagem. Para o turista não interessa se a falha é
do hotel, da empresa aérea ou de quem quer que seja. Ele estabeleceu um contrato
com a agência e dela cobrará o prejuízo. (DORTA; POMILIO, 2003).

Não é levada em consideração a possibilidade da “vontade” ou não da


agência de turismo em causar o dano, mas o que efetivamente aconteceu. A
agência deverá reparar o dano causado sob qualquer aspecto, sendo chamada
esta de responsabilidade objetiva (grifo nosso).

4.2 RESPONSABILIDADE PELO FATO DE OUTREM


Mamede (2004) ensina que uma das situações que se afere responsabilidade
objetiva é o dever de o empregador, ou do empresário que atua com pessoal
contratado, responder pelos danos causados por seus empregados, serviçais
ou prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. O
preposto é aquele que se põe à frente na execução das atividades empresariais; o
termo é amplo em seu alcance, referindo-se tanto a gerentes quanto a empregados
desqualificados, ou trabalhadores autônomos que sejam contratados para prestar
serviço para a empresa.

A obrigação do empreendedor de responder pelos atos de seus prepostos


decorre do próprio funcionamento do empreendimento. As empresas são
organizações de seres humanos, auferindo lucro e cumprindo suas funções
a partir da atuação dessas pessoas. O porteiro é tanto parte dessa organização
quanto a camareira ou o gerente, cada qual ocupando a sua função específica, em
benefício do empreendimento. (MAMEDE, 2004).

205
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

4.3 RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO


SERVIÇO

Prevê o art. 12º - da Lei nº 8.78/90, o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 12º - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro,


e o importador, respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes
de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

Ratifica o art. 14º - do mesmo texto legal:

Art. 14º - O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor


dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes,
entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

FONTE: <www.nucleodoconsumidor.uff.br/index.php?option...article...>. Acesso em: 9 mar. 2012.

A responsabilidade pelo fato do serviço ou produto é uma das formas que


encontramos de responsabilidade objetiva.

Exemplificando: um hóspede percebeu um defeito no telefone do


quarto; como esperava uma importante ligação de seu escritório, e diante da
impossibilidade do conserto, aceitou ser transferido de quarto. Não recebeu,
porém, a ligação, descobrindo, mais tarde, que a recepção informara que ele havia
simplesmente abandonado o hotel. Houve um defeito na prestação de serviço e,
havendo prova do dano, a condenação será inevitável. (MAMEDE, 2004).

Outro exemplo é nas excursões. Por mais elementar que seja a obrigação,
tanto do motorista quanto do guia, devem conhecer o caminho que devem seguir,

206
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

pois se multiplicam os casos em que grupos inteiros de turistas perambulam


pela desinformação desses profissionais. É contratual a obrigação de fornecer
motorista e, sendo o caso, guia que tenha conhecimento satisfatório dos trajetos
a serem percorridos e, no caso dos guias, das informações de interesse histórico,
arquitetônico, cultural, entre outras que justificam o passeio. O turista paga
pelo serviço. Sua prestação defeituosa, portanto, caracteriza inadimplência
(não cumprimento) contratual, permitindo a rescisão do contrato pelo turista,
eximindo-se do pagamento ainda não feito, ou exigindo reembolso do pagamento
já feito. (MAMEDE, 2004).

4.4 RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO


SERVIÇO
Os fornecedores dos serviços turísticos são responsáveis pelos vícios na
qualidade e na prestação dos mesmos.

Segundo Mamede (2004), em se tratando de serviços, parte mais relevante


dos produtos turísticos, seu fornecedor é igualmente responsável pelos vícios de
qualidade que os tornem impróprios para o consumo ou que lhes diminuam o
valor. A responsabilidade do fornecedor ainda alcança eventuais disparidades
existentes entre o serviço efetivamente prestado e aquilo que fora ofertado ao
consumidor, contratante ou beneficiário da contratação (o turista), o que será
aferido por todos os termos da oferta, incluindo material publicitário, as conversas
mantidas com os vendedores, entre outros.

Aferido o vício, dispõe o art. 20 do CDC:

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade


que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor,
assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações
constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;


 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
       
III - o abatimento proporcional do preço.
       
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
       
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os
fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não
atendam às normas regulamentares de prestabilidade. (CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR, 2012).

207
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

4.5 DEFEITOS E VÍCIOS ESPECÍFICOS


O Código de Defesa do Consumidor não estabelece proteção específica.
Ele está construído em bases que propagam a proteção geral das relações de
consumo.

Os serviços prestados e a responsabilidade dos fornecedores turísticos


pelos mesmos variam de acordo com a contratação realizada, que tem efeitos
diferentes em uma viagem organizada (pacote turístico) de uma combinação de
serviços e bens para um turismo independente (fly and drive) (MAMEDE, 2004).

Reitera Mamede (2004) que a responsabilidade contratual do fornecedor


do pacote turístico é mais ampla, alcançando todos os particulares do transporte
até o destino, traslados, roteiros, etc. Já na contratação de determinados serviços
para a realização de turismo independente, a responsabilidade fica limitada à
prestação ajustada: transporte, meio de hospedagem ou o que for. O produto
turístico (bem ou serviço) insere-se dentro do rol de expectativas e proposições
mercantis.

Continua afirmando mais: que ter um produto ou um serviço que se


coloca à disposição do mercado, para o Direito é fundamental que esse produto
ou serviço atenda aos consumidores que o contratam nos limites do negócio que
foi celebrado entre as partes. Se as partes (consumidor e fornecedor) contratam
luxo, o fornecedor tem o dever de provê-lo; se contratam qualidade, o fornecedor
deve garanti-la, e assim sucessivamente.

4.6 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO


Nos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor encontramos:

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil


constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
duráveis. (CDC, 2012).

A decadência é o prazo certo para o exercício do direito correspondente.


Verificada a decadência, perde-se o direito em face de vício de qualidade ou
quantidade no bem, exigir abatimento proporcional ao preço, complementação
do peso ou medida, substituição do produto por outro da mesma espécie, marca
ou modelo; o mesmo ocorrerá em se tratando de vício de qualidade de serviços,
perdendo o consumidor o direito de exigir a reexecução dos serviços,sem custo
adicional e quando cabível, a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos ou abatimento proporcional
do preço (MAMEDE, 2004).

208
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

Provisiona o art. 27 do CDC:

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos


causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste
Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria. (CDC, 2012).

A seção II trata de defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,


montagem, etc., defeitos relativos à prestação de serviços, informações
inadequadas para seu uso, que preveem prazo prescricional e não decadencial.

4.7 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


O Código de Defesa do Consumidor dispõe:

Art. 28º - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da


sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito,
excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos
ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.

§ 1° (Vetado).
       
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas
são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
código.
       
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
       
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
       
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores.

FONTE: <www.procon.mt.gov.br/pdf/codigodefesa.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2012.

A desconsideração é, pois, a forma de adequar a pessoa jurídica aos fins


para os quais a mesma foi criada, é a forma de limitar e coibir o uso indevido
deste privilégio que é a pessoa jurídica. Vale dizer, é uma forma de reconhecer a
relatividade da personalidade jurídica das sociedades. Este privilégio só se justifica
quando a pessoa jurídica é usada adequadamente, o desvio da função faz com que
deixe de existir razão para a separação patrimonial. O conceito será sustentado

209
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

apenas enquanto seja invocado e empregado para propósitos legítimos. A perversão


do conceito para usos impróprios e fins desonestos (e. g., para perpetuar fraudes,
burlar a lei, para escapar de obrigações), por outro lado, não será tolerada. Entre
esses, são várias as situações onde as cortes podem desconsiderar a pessoa jurídica
para atingir um justo resultado. (TOMAZETTE, 2012).

O pressuposto fundamental da desconsideração é o desvio da função


da pessoa jurídica, que se constata na fraude e no abuso de direito relativos à
autonomia patrimonial, pois a desconsideração nada mais é do que uma forma
de limitar o uso da pessoa jurídica aos fins para os quais ela é destinada.

FONTE: <http://jus.com.br/revista/texto/3104/a-desconsideracao-da-personalidade-juridica/2>.
Acesso em: 9 mar. 2012.

A desconsideração da personalidade jurídica é exceção, avaliada em


juízo, onde o magistrado, verificando o caso em concreto, constatando o prejuízo
do consumidor que não pode ser suportado pelo patrimônio da pessoa jurídica,
podendo frustrar a indenização a ser aplicada, observada a violação das regras
do contrato social, determina a desconsideração da personalidade jurídica para
ter atingido o justo direito do consumidor.

5 PRÁTICAS COMERCIAIS DO MERCADO TURÍSTICO

5.1 REGULAMENTAÇÃO DO FORNECIMENTO


Na atuação dos empreendedores turísticos, compreendidos como
fornecedores de bens e serviços, o Código de Defesa do Consumidor estabelece
diversas regras, não no sentido de inviabilizar a prática, mas de regulamentá-
la, evitando as situações de ma-fé que constituam abuso contra o consumidor.
(MAMEDE, 2004).

O fornecedor de produtos turísticos pode utilizar de estratégias diversas


para a concretização de seu negócio, com folders, fotos, filmes, cartazes, no intuito
de divulgar as qualidades do local considerado como atrativo turístico.

Entretanto, não será permitido que o fornecedor dos serviços ou bens


turísticos se utilize de subterfúgios ou propaganda enganosa, omita informações,
ofereça algo inexistente ou que não possa ser ofertado e cumprido.

210
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

5.2 DISTRIBUIÇÃO E OFERTA NO TURISMO


Relata Mamede (2004) que, antes mesmo de anunciar ao mercado que
se tem um produto para negociar, é fundamental garantir que, feito o anúncio,
os interessados encontrarão o produto para adquiri-lo. A seleção dos melhores
canais para a distribuição do produto, para fazê-lo chegar ao mercado, e o passo
seguinte à elaboração do produto, o desafio é conseguir que o produto (bem ou
serviço) esteja ao alcance do consumidor, no momento em que toma a decisão de
contratá-lo.

Existe a necessidade de uma logística adequada a cada produto e ao seu


mercado.

Segundo Mamede (2004), de nada adiantará ter um hotel maravilhoso em


lugar paradisíaco, com pessoal bem treinado e apto a servir e dispondo de preços
excelentes, se o consumidor interessado não encontra o caminho pelo qual pode
conhecer os detalhes do negócio que lhe é proposto e, enfim, formas para fechar
o negócio.

Todos os elementos mercadológicos utilizados para a apresentação do


bem ou serviço ao mercado consumidor, a um grupo específico ou a uma única
pessoa, caracterizam a oferta e devem ser cumpridos. (MAMEDE, 2004).

Esta preocupação e a forma de cumprimento da oferta estão dispostas no


Código de Defesa do Consumidor:

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento


à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,


apresentação ou publicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia


eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos. (CDC, 2012).

Mamede (2004) alerta que é essencial definir as informações necessárias


para caracterizar objetivamente um produto, tendo em mente que o maior inimigo
da comunicação é o excesso de informações.

As informações devem ser objetivas, claras, em uma linguagem


convincente, para que não suscitem dúvidas quanto à oferta e ao produto ofertado.

211
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

5.3 PUBLICIDADE E PROMOÇÃO


Promover é dar a conhecer, é enaltecer, é persuadir, é convencer, e sob o
rótulo da promoção alinham-se várias estratégias para dar a conhecer o produto.
(MAMEDE, 2004).

Mamede (2004) afirma que a propaganda é, sem dúvida, um dos mais


importantes meios de influenciar a demanda turística e aumentar as vendas de
produtos turísticos. O desafio é grande, pois propaga estímulos para o consumo
de serviços distantes no tempo e no espaço, intangíveis e indemonstráveis, isso
porque o cliente compra o produto turístico sem conhecê-lo, e somente poderá
comprovar a veracidade das informações recebidas no momento do consumo,
na destinação turística, não é possível dar amostras grátis dos serviços turísticos.

O Código de Defesa do Consumidor exige que toda publicidade deve


deixar ao consumidor, através de sua veiculação, que seja identificada como sendo
objeto da publicidade, sem qualquer dificuldade, sem quaisquer perspectivas
enganosas.

5.4 PRÁTICA ABUSIVA


É expressamente proibido utilizar de propaganda enganosa ou abusiva.
Considera-se enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário que seja inteira ou parcialmente falsa. É essa falsidade, total
ou parcial, que caracteriza o ato de enganar, que não se exige voluntário, ou seja,
que não precisa ter sido querido pelo fornecedor ou pelo responsável pela criação
da matéria. O requisito é a falsidade em montante suficiente para induzir a erro
o consumidor, que se equivoca quanto à natureza, às características, qualidade,
quantidade, propriedades, origem, preço ou quaisquer outros dados sobre
produtos ou serviços. (MAMEDE, 2004, grifo nosso).

Mamede (204) exemplifica que uma situação de informação enganosa é a


utilização de estrelas para afirmar a classificação do meio de hospedagem ou de
um veículo de transporte, sem que tenha havido a outorga oficial.

A publicidade pode ser considerada abusiva se atentar contra qualquer


grupo social, qualificada como discriminatória. Igualmente será abusiva a
publicidade que contenha informações ou comunicações publicitárias de qualquer
natureza que incitem à violência, explorem medo, superstição, desrespeitem
valores ambientais.

O CDC também elenca exemplificativamente algumas situações


caracterizadas como práticas abusivas. Vejamos:

212
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras


práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de


outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
       
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de
suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e
costumes;
       
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
       
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista
sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços;
       
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
       
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
entre as partes;
       
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
       
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou,
se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem


se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de
11.6.1994)
       
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços; (Incluído pela Lei
nº 8.884, de 11.6.1994)
       
XI -  Dispositivo  incluído pela MPV  nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado
em inciso  XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999;
       
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar
a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; (Incluído pela Lei nº
9.008, de 21.3.1995)

213
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

 XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente


estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
       
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou
entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2181.htm>. Acesso em: 9 mar. 2012.

É considerada enganosa a publicidade por omitir informações, de forma


simplificada deixar de informar algo essencial, como: um hotel-fazenda que deixa
de informar que não possui rede de energia elétrica em suas instalações.

Resta evidente a responsabilidade no ato da propaganda e publicidade


dos bens e serviços do turismo para que as demandas não inviabilizem a atividade
e não tragam constrangimentos aos envolvidos, já que o turismo está vinculado a
lazer, prazer, descanso e paz.

5.5 COBRANÇA DE DÍVIDAS


Mamede (2004) informa que, assim como o fornecedor de bens e serviços
assume a obrigação de entregar o bem ou de prestar o serviço que foi ajustado,
o contratante, esteja ou não na condição de consumidor, assume a obrigação de
remunerá-lo, transferindo-lhe o dinheiro ou crédito correspondente ao preço
cobrado e/ou ajustado para o bem ou serviço. (grifo nosso).

As partes acordam a maneira como irão efetuar o pagamento: à vista, a


prazo, com cheque, cartão de crédito, dinheiro. O não cumprimento deste acordo
faz surgir a inadimplência (o atraso ou falta de pagamento), que pode sugerir
medidas necessárias para sua satisfação.

Essas medidas podem ser judiciais e extrajudiciais, autorizando igualmente


a inscrição nos órgãos de proteção ao crédito conhecidos como SPC – Serviço
de Proteção ao Crédito ou Serasa, sendo este último um serviço de informações
bancárias.

Mamede (2004) alerta que a inscrição do devedor inadimplente deve ser


precedida de comunicação por escrito ao consumidor, pois ele pode, sempre que
encontrar inexatidão em seus cadastros, opor-se no todo ou exigir alteração na
parte que seja incorreta. Essa comunicação é um direito do devedor, a permitir-
lhe inclusive a pagar o que deve. (grifo nosso).

214
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

6 PROBLEMAS USUAIS DOS TURISTAS


Faremos uma análise simplificada dos direitos decorrentes em razão dos
problemas relacionados que podem afetar o “turista”, ou seus beneficiários ou,
ainda, os contratantes dos bens e serviços turísticos.

6.1 PERDA, EXTRAVIO OU AVARIA DA BAGAGEM


Nos conceitos de Nieto (2001), a perda é o desaparecimento, o extravio é o
desaparecimento no caminho. Se estivermos falando da perda de bagagem durante
a realização do transporte, o termo correto será extravio, porém se o caso for de
desaparecimento em unidade de habitação de meio de hospedagem, é caso de perda.

O Código Brasileiro de Aeronáutica, que tutela os voos nacionais, prevê


que o passageiro tem 30 dias após a constatação da perda ou extravio para
habilitar-se ao recebimento da respectiva indenização. Tratando-se de perda ou
extravio de bagagem, convém que a reclamação seja feita após o desembarque,
ocasião em que o passageiro se encontra no próprio ambiente do fato e próximo
das instalações da companhia aérea. A empresa responsável também terá 30
dias contados da data da reclamação para efetuar o pagamento; não ocorrendo
o efetivo pagamento, caberá medida judicial de reparação de danos no prazo de
dois anos da data do evento danoso (NIETO, 2001).

O Decreto nº 952/93, que dispõe sobre a outorga de permissão e


autorização para a exploração de serviços de transporte rodoviário interestadual
e internacional de passageiros e dá outras providências, prevê em seu artigo 65,
incisos I e II:

Art. 65º - O preço da passagem abrange, a título de franquia, o


transporte obrigatório e gratuito de volumes no bagageiro e no porta-
embrulhos, observados os seguintes limites máximos de peso e dimensão:

I - no bagageiro, 30 (trinta) quilos de peso total e volume máximo de 300 dm3


(trezentos decímetros cúbicos), limitada a maior dimensão de qualquer volume
a 1 (um) metro;

II - no porta-embrulho, cinco quilos de peso total, com dimensões que se


adaptem a porta-embrulhos, desde que não sejam comprometidos o conforto e
a segurança dos passageiros.

Parágrafo único - Excedida a franquia nos incisos I e II deste artigo,


o passageiro pagará até 0,5% (meio por cento) do preço da passagem
correspondente ao serviço convencional pelo transporte de cada quilograma
de excesso.

FONTE: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/129175/decreto-952-93>. Acesso em: 9 mar. 2012.

215
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Em caso de perda, o passageiro deverá comunicar à empresa, ao término


da viagem. A empresa terá 30 dias para efetuar o pagamento, o passageiro terá que
provar a perda ou extravio mediante apresentação de comprovante de bagagem,
assim como o prejuízo material sofrido.

6.2 ATRASO NO EMBARQUE OU OVERBOOKING


O overbooking é a prática adotada pela companhia aérea de marcar assentos
em quantidade superior à capacidade da aeronave. Tal costume origina-se do
fato de alguns passageiros, mesmo tendo feito reserva, não comparecerem ao
embarque. A transportadora aérea aloca os passageiros excedentes, aumentando
a locação da aeronave e conseguindo produtividade. É uma prática refutada
do ponto de vista jurídico, já que o passageiro corre o risco de não embarcar.
(NIETO, 2001).

Nieto (2011) profere que não há diferença quanto aos efeitos do atraso de
voo e do overbooking, todos acarretam o adiamento do voo, sendo consequente
a responsabilidade da transportadora pelos prejuízos causados. Não poderá
ser aplicada esta retórica nas situações de caso fortuito ou força maior, como
uma forte tempestade, ou um acidente na pista envolvendo outra aeronave,
inviabilizando a decolagem com segurança.

Nos voos nacionais regulados pelo Código Brasileiro de Aeronáutica


– Lei nº 7.565/86, a empresa aérea pode atrasar o embarque até quatro horas,
senão vejamos:

Art. 230º - Em caso de atraso da partida por mais de quatro horas, o


transportador providenciará o embarque do passageiro, em voo que ofereça
serviço equivalente para o mesmo destino, se houver, ou restituirá, de
imediato, se o passageiro o preferir, o valor do bilhete de passagem.

FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7565.htm>. Acesso em: 9 mar. 2012.

Ao pé da lei, isso significaria que o passageiro não poderia alegar que,


por atraso de seu voo nacional em prazo inferior a quatro horas, sofreu prejuízo,
sendo direito da companhia aérea o referido prazo, cabendo ao passageiro atentar
para este período no planejamento de sua viagem.

A discussão é acalorada nos tribunais, já que o Código de Defesa do


Consumidor estabelece que haverá indenização por qualquer atraso, não há
qualquer tolerância a qualquer atraso. A tendência do Judiciário tem sido aplicar
o Código de Defesa do Consumidor.

216
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

Ultrapassado o limite de quatro horas, a empresa aérea terá que assumir


todas as despesas com alimentação, hospedagem, transporte e comunicação;
igualmente está assegurado ao passageiro o direito ao cancelamento da viagem e
imediato reembolso do valor pago pela passagem, além da reparação pelos danos
sofridos, que devem ser provados (NIETO, 2001).

Os voos internacionais são orientados pela Convenção de Varsóvia, que


prevê em seus dispositivos as penalidades imputadas às empresas aéreas.

UNI

Caro (a) acadêmico(a): Acesse o link: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/


decreto/1930-1949/D20704.htm> e conheça o teor do DECRETO Nº 20.704, DE 24 DE
NOVEMBRO DE 1931, que promulga a Convenção de Varsóvia para a unificação de certas
regras relativas ao transporte aéreo internacional, e conheça os dispositivos que regulam os
voos internacionais. Conheça o ordenamento jurídico que permeia esta prestação de serviços.

O transporte rodoviário prevê no Decreto nº 952/93, em seu art. 64:

Art. 64 - O usuário poderá desistir da viagem, com obrigatória


devolução da importância paga, ou reavaliar a passagem para outro
dia e horário, desde que se manifeste com antecedência mínima de seis
horas em relação ao horário de partida. (BRASIL, 2012).

O dispositivo condiciona a situação da devolução do dinheiro quando


da desistência da viagem, mas não faz referência a indenização por atraso ou
superlotação do ônibus, cabendo ao passageiro, nestas situações, buscar o Código
de Defesa do Consumidor, requerendo reparação de danos materiais e morais,
provando os danos materiais.

E
IMPORTANT

Caro acadêmico:

O site: <http://www.abeta.com.br/pt-br/noticias.asp> da Associação Brasileira das Empresas


de Ecoturismo e de Turismo de Aventura traz orientações e cuidados que devem ser tomados
quando participarmos de uma “aventura no turismo”. Segundo informações do site, são mais
de 25 catalogadas. Acesse e aproprie-se das informações e tenha uma boa AVENTURA!

“Atividade de turismo de aventura que tem como elemento


principal a caminhada.” (ABNT).

217
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

De longo curso: “Caminhada em ambientes naturais,


que envolva pernoite.” (ABNT).

FONTE: Rafael Marques

Principais riscos:

Os principais riscos são escoriações, quedas de desnível, fraturas e luxações.


A atividade é pouco indicada para pessoas sedentárias ou sem condicionamento físico
adequado.

Normas técnicas referentes

ABNT NBR 15398 – Turismo de aventura – Condutores de caminhada de longo curso –


Competências de pessoal
ABNT NBR 15505-1 – Turismo com atividades de caminhada
Parte 1: Requisitos para produto
ABNT NBR 15505-2 – Turismo com atividades de caminhada
Parte 2: Classificação de percursos

Dicas de segurança

Informe-se sempre sobre as condições da caminhada: distância, tempo da caminhada e tipo


de terreno e clima da região.
Alongue-se antes de caminhar.
Use sempre roupas e calçados confortáveis e adequados às condições climáticas do local.
Use protetor solar e proteja a cabeça com bonés ou chapéus.
Beba água sempre (mesmo antes de sentir sede).

FONTE: ABETA. <http://www.abeta.com.br/pt-br/default.asp>. Acesso em: 22 fev 2012.

218
TÓPICO 1 | TURISMO, UMA RELAÇÃO CONSUMERISTA

6.3 ACIDENTES PESSOAIS


Os acidentes pessoais, como diz o próprio nome, são aqueles ocorridos
com as próprias pessoas de maneira involuntária e súbita. No turismo, podem ser
acidentes de trajeto, queda de avião, problemas em embarcações, problemas no
turismo de aventura com os equipamentos, envolve os próprios riscos condizentes
com as questões das atividades turísticas a serem desenvolvidas.

Trazemos um conceito utilizado pelas companhias seguradoras, que
normalmente formatam a indenização dos mesmos:

A cobertura de acidentes pessoais, como o próprio nome indica,


indeniza os danos consequentes de acidentes pessoais, que, para efeito de
seguros privados, têm uma caracterização precisa, qual seja, é o dano decorrente
de acidente de origem externa, súbita e imprevista, para o qual não houve a
participação intencional do segurado. (SINDESEGSP, 2012).

FONTE: <www.sindsegsp.org.br/areas/sala_imprensa/colunistas_texto.asp?id...>. Acesso em:


10 mar. 2012.

Relembramos que a responsabilidade do prestador de serviços em turismo


é OBJETIVA (tema já estudado em item anterior), e que cada situação deve ser
avaliada de acordo com as circunstâncias em que ocorreram, não se podendo
precisar as regras como gerais e únicas.

UNI

Acidente com cadeirante em embarque aéreo gera indenização.


30/Setembro/2011

O Juizado Especial Central da Comarca de Macapá condenou a TAM Linhas Aéreas S/A a
indenizar, em R$ 18 mil, uma cadeirante que sofreu acidente quando tentava embarcar em
uma aeronave da empresa, no aeroporto internacional de Belém.

A autora ajuizou a ação no Juizado Especial Central requerendo a indenização por danos
morais por não haver recebido atendimento adequado da companhia aérea, no dia da
ocorrência do fato, apesar de ser portadora de tetraplegia que a obriga a utilizar cadeira de
rodas específica de sua patologia.

A cadeirante informou que, por falta de empregados da TAM que pudessem conduzi-la
adequadamente até o avião, pediu ao marido que a levasse, não sendo autorizada pelos
funcionários na hora do embarque. Entretanto, segundo informou, durante o trajeto até o
avião foi derrubada e teve sua cadeira de rodas quebrada.

219
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

A solução imediata seria a substituição da cadeira por outra adequada a fim de atender às
debilidades físicas da passageira. Contudo, pela falta do equipamento, teve que ficar em
Belém até o dia seguinte, sem assistência devida, somente retornando a Macapá no dia
seguinte, em avião de outra companhia aérea.

Ao analisar, os julgadores entenderam que os funcionários da TAM, mesmo sabendo


das limitações da mulher, agiram com intransigência em não permitir que o marido a
acompanhasse na locomoção até a aeronave. Na formulação do juízo, foram destacados
dois fatores fundamentais para a falha da empresa: “a falta de experiência na condução da
cadeira de rodas pelo funcionário da companhia, tendo em vista as sérias limitações autorais,
e a pressa para o embarque, considerando que se tratava da última passageira, pelo que
deveria ser a primeira”, afirmou na sentença.

Na decisão, ficou destacado que a falha na prestação dos serviços causou constrangimento
à cadeirante perante os demais passageiros, sem contar com os demais riscos provenientes
da situação. Dessa forma, foi acolhido o pedido de indenização e decidiu que a empresa
aérea deve ressarcir financeiramente pelos danos que causou à sua cliente.

FONTE: Correaneto. <http://www.correaneto.com.br/site/?p=14959>. Acesso em: 22 fev


2012.

220
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico você pôde:

• Reconhecer as principais características estabelecidas na relação de consumo


entre fornecedores e consumidores.

• Conhecer as diretrizes que envolvem o direito do turista e o Código de Defesa


do Consumidor, enquanto texto legal que ampara as relações de consumo.

• Identificar os direitos básicos do turista, dentre eles a saúde, segurança,


informação etc.

• Distinguir os direitos do consumidor para a contração de bens e serviços


turísticos, destacando a liberdade de escolher e de contratar.

• Observar o contexto da responsabilidade civil dos prestadores de bens e


serviços turísticos que é objetiva, em relação à prestação de serviços ofertada
nas atividades turísticas.

• Conhecer as práticas comerciais do mercado turístico, inclusa a regulamentação


do serviço do fornecimento, distribuição e oferta do turismo, publicidade e
promoção, prática abusiva e cobrança de dívidas.

• Identificar os problemas usuais do turista referentes a bagagens, passagens e


acidentes pessoais.

221
AUTOATIVIDADE

1 Descreva, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o conceito de


consumidor.

2 Identifique os direitos básicos do consumidor de turismo.

3 O que caracteriza a responsabilidade subjetiva?

4 Qual o significado de responsabilidade objetiva no turismo?

5 Descreva o conceito de fornecedor esculpido no Código de Defesa do


Consumidor.

222
UNIDADE 3
TÓPICO 2

SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO


DO TURISTA

1 INTRODUÇÃO
A legislação consumerista norteia os segmentos de prestação de serviços e
oferta de bens turísticos destinados aos CONSUMIDORES DO TURISMO, sejam
eles nacionais ou estrangeiros.

A prestação desses serviços está correlacionada com o cumprimento


daquilo que foi acordado quando de sua disposição ao público, não podendo ser
aceita a prática de conduta enganosa.

Para aqueles que não cumprem com o proposto estão impostas sanções,
que podem ser administrativas, cíveis ou penais, de acordo com a infração
cometida.

Estudamos, no tópico anterior, a responsabilidade civil objetiva e


subjetiva, confirmamos a responsabilidade dos prestadores de serviços turísticos.
Portanto, não cabe discussão quanto à exclusão desses prestadores em relação à
responsabilidade pelos danos que vierem a causar aos consumidores inerentes a
estas relações de consumo.

Trataremos objetivamente, neste tópico, sobre sanções previstas às


relações de consumo aplicáveis à área de turismo, não de forma específica, pois
estas também se fazem possíveis em outras relações de consumo.

Bons estudos!

223
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

2 PROCESSO ADMINISTRATIVO, PENAL E CÍVEL


Os dispositivos legais têm como objetivo ordenar e organizar a vida em
sociedade, coibindo atos e ações que possam trazer lesão à integridade física e
patrimonial dos cidadãos.

O direito do turismo não destoa desse regramento. Institui elementos


que normatizam a conduta de prestadores de serviços e consumidores na lógica
apresentada da hipossuficiência do consumidor e do fornecedor, que é a retórica
utilizada pela legislação consumerista.

UNI

Prezado(a) acadêmico(a), a hipossuficiência é característica clássica do


consumidor, reiteradamente destacada nos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor.
Leia com atenção este texto legal, ele lhe será de grande valia na sua condição de consumidor
ou de fornecedor. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>.

2.1 PROTEÇÃO ADMINISTRATIVA AO CONSUMIDOR


O artigo 5º, inciso XXXII, da Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988, ratificado pelo art. 170, inciso V, demonstra a condução do Estado
para a proteção dos consumidores, no intuito da administração pública atuar nas
condicionantes da proteção da sociedade que é consumidora, vejamos:

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Art. 170º - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho


humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

(...)

V - defesa do consumidor;
FONTE: <http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=51>.
Acesso em: 10 mar. 2012.

224
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

Mamede (2004) afirma que nesse sentido se compreende o artigo 55 do


Código de Defesa do Consumidor, quando estabelece que a União, os Estados e o
Distrito Federal baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição
e consumo de produtos e serviços.

Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.


Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente
e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão
normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo
de produtos e serviços.

§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição,
a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo,
no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que
se fizerem necessárias.
       
§ 2° (Vetado).
       
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com
atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão
comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização
das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação dos
consumidores e fornecedores.
       
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores
para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre
questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo
industrial. (CDC, 1990, grifo nosso).

A referência feita no parágrafo 4º deste dispositivo legal que faz menção


ao segredo está vinculada a segredos industriais, situações contábeis etc.

O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 105 define quais são


os órgãos que integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC):

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) os


órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas
de defesa do consumidor.

Segundo Mamede (2004), ganha destaque a atuação do Departamento


Nacional de Defesa do Consumidor (DNPC), pertencente à Secretaria Nacional
de Direito Econômico (Ministério da Justiça), organismo de coordenação da
política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, a quem cabe, conforme
art. 106 do CDC:

225
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da


Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha
substituí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de
Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
       
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de
proteção ao consumidor;
       
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões
apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito
público ou privado;
       
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e
garantias;
       
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes
meios de comunicação;
       
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a
apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;
       
VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de
medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
       
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem
administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais
dos consumidores;
       
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito
Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento,
quantidade e segurança de bens e serviços;
       
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais,
a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e pelos
órgãos públicos estaduais e municipais;
       
X - (Vetado).
       
XI - (Vetado).
       
XII - (Vetado)
       
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.
       
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento
Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e
entidades de notória especialização técnico-científica.
FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2181.htm>. Acesso em:
20 fev. 2012.
226
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

UNI

Decreto nº 2.181/97 sobre as competências dos órgãos distritais, estaduais e


municipais de proteção e defesa do consumidor.
Consulte o site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2181.htm> e conheça estes
dispositivos que contemplam o papel destes entes federados na proteção ao consumidor.

DICAS

FIQUE ATENTO!

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) instituiu a NBR: 9050:1994, que


determina as formas das estruturas em aeroportos e rodoviárias, no intuito de viabilizar o
deslocamento dos usuários, buscando igualmente a proteção dos portadores de necessidades
especiais.

Esta NBR é conhecida como “Norma de Acessibilidade” e está disponível em: <http://www.
mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf>.

Acesse também o link: <http://www.cepam.sp.gov.br/arquivos/acessibilidade/Acessibilidade_


nos_municipios.pdf>, que traz a norma atualizada com dicas para implantação nos municípios.

A NBR 15599/2008 trata da acessibilidade na comunicação. Acesse: <http://portal.mj.gov.br/


corde/arquivos/ABNT/NBR15599.pdf>.

Caro acadêmico, busque o conteúdo, aproprie-se dele. É indispensável para sua prática diária
nas atividades de turismo.

A fiscalização é ato necessário e salutar, buscando prevenir situações


futuras que possam ensejar desconforto para o consumidor e rusgas nas relações
consumeristas, quando estas são plenamente ajustáveis.

2.2 A FISCALIZAÇÃO
A fiscalização do ente estatal é possível dentro dos pressupostos definidos
em lei, e esta poderá ser tributária, sanitária, de órgão de proteção à criança e ao
adolescente, dentre outros que justifiquem a atuação na relação estabelecida com
a prestação de serviços e venda de bens turísticos.

O sujeito de direitos e deveres permanece com suas garantias


constitucionais: a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,

227
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

à segurança e à propriedade; à liberdade de crença, à inviolabilidade de sua


intimidade, vida privada, honra e imagem, bem como de seu domicílio, inclusive
profissional, de sua correspondência, a reuniões pacíficas, dentre outros, e
preserva o seu direito constitucional à indenização por danos que tenha sofrido
em seu patrimônio material e extramaterial (moral), ainda que provenientes da
atuação abusiva da fiscalização. (MAMEDE, 2004).

Deve-se destacar que a atuação do Estado na fiscalização está vinculada


à sua responsabilidade civil por danos morais e econômicos que sejam resultado
de abusos ou ilegalidades executadas pela ação fiscalizadora que lhe é inerente
por seus órgãos específicos.

NOTA

FEUZ (2003) traz exemplos de aplicação das responsabilidades dos


prestadores de serviços turísticos, os quais elencamos a seguir:

Responsabilidade pelo Fato do Serviço

Os defeitos previstos no art. 14 do CDC para o turismo podem ser exemplificados como a
queda de um avião, um acidente de trânsito com um transporte turístico, uma intoxicação
alimentar no restaurante do hotel.

Responsabilidade por Vício do Serviço

Exemplificado como o sumiço de uma mala em avião, ônibus, hotel, atrasos em aeroportos,
hospedagem em hotéis de categoria inferior à contratada.

Responsabilidade em Face do Descumprimento da Oferta

Podemos exemplificar como o fornecedor que anuncia um pacote turístico por um valor fixo
e, no momento da contratação, expõe serviços mais caros.

Estudaremos a seguir as sanções administrativas impostas por aqueles


fornecedores de serviços turísticos que cometerem infrações quando do
fornecimento de seu produto/serviço ao mercado.

2.3 SANÇÕES ADMINISTRATIVAS


Dorta e Pomilio (2003) referem que, além da previsão na legislação
civil, podem haver sanções administrativas impostas por meio de normas
administrativas (deliberações, resoluções, portarias etc.), desde que o órgão
tenha competência para regular o assunto. Sua aplicação advém da fiscalização
exercida por órgãos de defesa do consumidor, como Procons, Sunab, Inmetro,
IPEM, Decon, Vigilância Sanitária etc.

Os arts. 55 a 60 do CDC elencam as possibilidades de sanção administrativa:


228
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

Art. 55º - A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente


e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas
relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e
serviços.

§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e


controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de
produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação
da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do
consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.

§ 2° (Vetado).

§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com


atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão
comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas
referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores e
fornecedores.

§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para


que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de
interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.

Art. 56º - As infrações das normas de defesa do consumidor ficam


sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

I - multa;

II - apreensão do produto;

III - inutilização do produto;

IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;


       
V - proibição de fabricação do produto;
       
VI - suspensão de fornecimento de produto ou serviço;
       
VII - suspensão temporária de atividade;
       
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
       
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
       
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;

229
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

  XI - intervenção administrativa;


       
XII - imposição de contrapropaganda.
       
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas
cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de
procedimento administrativo.
       
Art. 57º - A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da
infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será
aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de
que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União,
ou para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos
demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
       
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e
não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência
(Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescentado
pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
       
Art. 58º - As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição
de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço,
de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão de
uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo,
assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de
qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.
       
Art. 59º - As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de
suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa,
serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla
defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior
gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.
       
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço
público, quando violar obrigação legal ou contratual.
       
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as
circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição
ou suspensão da atividade.
       
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade
administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da
sentença.
       
Art. 60º - A imposição de contrapropaganda será cominada quando o
fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos
do art. 36 e seus parágrafos, sempre a expensas do infrator.

230
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma,


frequência e dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local,
espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade
enganosa ou abusiva.
       
§ 2° (Vetado)
       
§ 3° (Vetado). (grifo nosso)

FONTE: <www.defendendooconsumidor.com.br/int/cdc/cdc_cap7.htm>. Acesso em: 10 mar. 2012.

Ressaltando que se encontram elencadas as possibilidades de defesa ao


infracionado, não havendo qualquer participação, neste momento, do Poder
Judiciário.

Não havendo o cumprimento da infração, está caracterizado o crime de


desobediência, autorizando o Estado a iniciar um processo penal.

Podem ser suscitados, em algumas situações, o Código Civil e o Código


Penal, além do CDC, para que se busquem os ressarcimentos aplicados a cada
caso, além de ser possível a acumulação das sanções e de sua aplicação em
momentos diversos, de acordo com a situação verificada no caso em concreto.

Mamede (2004) explica que se pode iniciar o processo administrativo


determinando a suspensão temporária da atividade e concluí-lo com a aplicação
de multa, ou mesmo, com a cassação de licença do estabelecimento ou atividade.

A intenção do Estado está na proteção do consumidor e não na aplicação


de penas e sanções em razão de infrações cometidas pelo descumprimento dos
dispositivos legais.

2.4 INFRAÇÕES PENAIS DE CONSUMO


O Código de Defesa do Consumidor estabelece, além das sanções
administrativas, ações que instituem caráter criminoso quando do fornecimento
de bens ou serviços, incluído aqui o segmento de prestação de serviços turísticos:

Art. 61º - Constituem crimes contra as relações de consumo previstas


neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as
condutas tipificadas nos artigos seguintes.

Art. 62º - (Vetado).

231
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Art. 63º - Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou


periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou
publicidade:
       
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
       
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante
recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
       
§ 2° Se o crime é culposo:
       
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
       
Art. 64º - Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento
seja posterior à sua colocação no mercado:
       
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
       
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do
mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os
produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
       
Art. 65º - Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando
determinação de autoridade competente:
       
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
       
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à lesão corporal e à morte.
       
Art. 66º - Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação
relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança,
desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
       
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
       
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
       
§ 2º Se o crime é culposo;
       
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
       
Art. 67º - Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber
ser enganosa ou abusiva:
       
232
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.


       
Parágrafo único. (Vetado).
       
Art. 68º - Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber
ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança:
       
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
       
Parágrafo único. (Vetado).
       
Art. 69º - Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que
dão base à publicidade:
       
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
       
Art. 70º - Empregar, na reparação de produtos, peça ou componentes
de reposição usados, sem autorização do consumidor:
       
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
       
Art. 71º - Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, incorretas ou
enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor,
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
       
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
       
Art. 72º - Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações
que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
       
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.
       
Art. 73º - Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que
sabe ou deveria saber ser inexata:
       
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
       
Art. 74º - Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia
adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo:
       
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
       
Art. 75º - Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na medida

233
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da


pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar
o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
       
Art. 76º - São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste
código:
       
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de
calamidade;
       
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
       
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
       
IV - quando cometidos:
       
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
       
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de
sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não;
       
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou
quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.
       
Art. 77º - A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-
multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa,
o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.
       
Art. 78º - Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem
ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts.
44 a 47, do Código Penal:
       
I - a interdição temporária de direitos;
       
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência,
a expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
       
III - a prestação de serviços à comunidade.
       
Art. 79º - O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será
fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e
duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice
equivalente que venha a substituí-lo.

234
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

        Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado


ou réu, a fiança poderá ser:
       
a) reduzida até à metade do seu valor mínimo;
       
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
       
Art. 80º - No processo penal atinente aos crimes previstos neste
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações
de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os
legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado
propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.
(grifo nosso).

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>. Acesso em: 10 mar. 2012.

Nos dispositivos acima elencados estão em destaque os delitos cometidos


e as penas imputadas. Reiteramos que os dispositivos penais contidos no Código
de Defesa do Consumidor buscam a proteção do consumidor, inibindo práticas
lesivas, que provoquem danos à pessoa física ou jurídica e à integridade de ambos.

2.5 DEFESA JUDICIAL CÍVEL


Segundo Mamede (2004), a defesa em juízo tem previsão especial no artigo
81 do Código de Defesa do Consumidor, podendo ser exercida pelo indivíduo
sozinho ou em grupo (de forma coletiva):

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das


vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título
coletivo.
       
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
       
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
       
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a
parte contrária por uma relação jurídica base;
       
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos
os decorrentes de origem comum. (CDC, 2012).

Nos artigos 83º e 84º do CDC, encontramos ainda a possibilidade


de utilizarmos todas as formas e ações possíveis para garantir o direito do
consumidor.

235
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

2.6 AÇÕES COLETIVAS


As associações de Consumidores e o Ministério Público, além dos órgãos
de defesa do consumidor, podem ajuizar ações civis públicas em nome das
mesmas (em nome próprio) no interesse daqueles que foram lesados (vítimas),
desde que estejam diante de direitos e interesses difusos ou homogêneos.

UNI

PARA SABER:

DIREITOS DIFUSOS

O Código de Defesa do Consumidor traz, no artigo 81, I, a ideia do que sejam direitos difusos
como sendo os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato.

Portanto, uma primeira nota do conceito de direitos difusos é a de que eles não dizem
respeito a uma só pessoa, senão que atinam com mais de uma (número indeterminado), daí
porque se dizem transindividuais, pertencendo a um grupo ou comunidade composta por
pessoas indeterminadas e indetermináveis.

As pessoas, titulares desses direitos, estarão ligadas por circunstâncias de fato, o que não quer
dizer que estejam submetidas às mesmas circunstâncias, senão que hão de estar sujeitas a
circunstâncias equivalentes.

Exemplo de violação a direito difuso consiste, v.g., na veiculação de propaganda enganosa


via televisão ou jornal. Atinge-se um número indeterminado de pessoas, ligadas por
circunstâncias de fato (estarem assistindo à propaganda via televisão ou lendo o mesmo
jornal). O bem jurídico tutelado, doutra parte, é indivisível: basta uma única veiculação
da propaganda para que todos os consumidores sintam-se ofendidos. E, ademais, a
retirada da propaganda da televisão ou do jornal, por ser enganosa, acaba por beneficiar
todos os consumidores.

O direito a respirar ar puro é outro exemplo tradicional de direito difuso. Veja-se que
subjetivamente não é possível individualizar o titular do direito. A característica primordial
dos assim ditos direitos difusos é a de que os mesmos não são fruíveis individualmente, vale
dizer, a fruição por um dos possíveis titulares implica, necessariamente, a fruição de todos.
(grifo nosso).

FONTE: ALVIM, Eduardo Arruda. Noção geral sobre o processo das ações coletivas. <http://
www.cjf.jus.br/revista/numero4/artigo4.htm>. Acesso em: 28 fev 2012.

Feuz (2003) traz como exemplo para interesses difusos: se um grupo


de fornecedores de turismo resolve explorar uma área virgem e, na atividade
turística, não se preocupa em preservar as riquezas naturais, acarretando-lhe
danos, deve ser responsabilizado.

236
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

Continua exemplificando, para os mesmos interesses: a atividade turística


que explore patrimônio cultural e não se preocupa em zelar pela área, deixando
seus diversos consumidores destruírem o local, também será responsabilizada.

O interesse coletivo estaria exemplificado como um grupo determinado


de consumidores que participaram de um pacote turístico malsucedido, isto é,
realizaram uma viagem e, chegando ao local, o hotel não estava reservado, ficando
todos à deriva, tendo que voltar imediatamente ao local de origem; os fornecedores
do pacote turístico seriam condenados a reparar o dano. (FEUZ, 2003).

Feuz (2003) reitera que a defesa do interesse individual homogêneo seria


uma via onde grupos de consumidores que fossem lesados, em vez de cada qual
mover sua ação, podem esses ser representados em um único processo buscando
a satisfação de todos.

Uma vez lesado o patrimônio coletivo, cabe ação pelos órgãos mencionados
na perspectiva da proteção dos consumidores dos serviços de turismo e dos bens
comuns a todos os cidadãos.

2.7 AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE


BENS E DE SERVIÇOS
A afirmativa feita neste item faz referência ao fórum de ajuizamento da
ação, que é o do domicílio do consumidor, necessitando o fornecedor realizar sua
defesa não na sua localidade, mas na do consumidor.

Podemos dar como exemplo o furto de um veículo em um parque


turístico. Sendo o consumidor do serviço de outra cidade ou estado, a ação será
impetrada na cidade de residência do turista “consumidor” e não na sede do
parque turístico.

3 SITUAÇÕES DIVERSAS EM MEIOS DE HOSPEDAGEM


Algumas situações envolvendo os turistas felizmente não são rotineiras,
mas eventualmente podem ocorrer, dentre elas podemos elencar a morte de
algum hóspede durante sua estadia em algum meio de hospedagem.

Na iminência de um acontecimento desta natureza, os profissionais que


atuam no meio de hospedagem devem ser orientados a informar o superior
hierárquico (chefe) daquele estabelecimento, para que sejam tomadas as
providências necessárias.

Mamede (2004) em seus dizeres alerta: antes de qualquer coisa, não tocar
em nada, conservando o ambiente intacto para a perícia. Se o corpo foi achado

237
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

numa das áreas sociais (jardim, área da piscina etc.), deve-se isolá-la para evitar
intervenção de terceiros. Imediatamente a polícia deve ser informada, cabendo a
ela vistorias no local e remover o corpo.

Nas situações de acidentes graves e males súbitos de saúde, o primeiro


ato a ser ensejado por quem esteja próximo ou ainda seja responsável pelo
estabelecimento turístico, ou ainda empregado desse, deve ser o de auxiliar o
indivíduo que apresenta qualquer problema de saúde, como: desmaia, reclama
de dores fortes, sofre grave acidente caindo de altura elevada ou afogando-se, é
de prestar ajuda, restringindo-se até o limite de seus conhecimentos, devendo
na sequência imediata ser acionado serviço capacitado para a continuidade do
atendimento. O intuito é resguardar a vida da pessoa.

O artigo 135 do Código Penal Brasileiro prevê e caracteriza como omissão


de socorro:

Art. 135º - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública:

Pena - Detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade se da omissão resulta lesão


corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. (grifo nosso)

FONTE: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103275/codigo-penal-decreto-lei-2848-40>.
Acesso em: 12 mar. 2012.

Caro acadêmico, diante deste dispositivo pode-se visualizar claramente


que a legislação brasileira criou a obrigação geral de prestar auxílio a todos
aqueles que necessitam, por aqueles que podem fazê-lo em segurança.

Reitera-se a necessidade de que todos aqueles que ofertam serviços


turísticos possuírem equipamentos para atendimentos emergenciais, além de
possuir equipe treinada a prestá-los.

Parafraseando Mamede (2004), nos acidentes sem gravidade, onde


não existe risco de vida, o hotel está obrigado, contratualmente, a dar abrigo e
segurança ao hóspede, além de socorrê-lo. Pequenos curativos podem ser feitos
no próprio estabelecimento; não sendo possível resolver o problema no próprio
meio de hospedagem, a gerência do local deve providenciar a remoção do
acidentado para o hospital, clínica ou consultório médico para atendimento.

238
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

Para as situações de pagamento das despesas médicas existem


entendimentos: se as despesas forem decorrentes de atuação ou omissão
do meio de hospedagem e este acarretou doença ou acidente ao hóspede, a
responsabilidade para o pagamento das despesas médicas e hospitalares é do
meio de hospedagem. Exemplificando: situação de intoxicação alimentar de
comida ofertada pelo estabelecimento; queda em piso escorregadio ensaboado no
hall de entrada etc.; se a doença ou o acidente não foram ocasionados pelo meio
de hospedagem, as despesas podem ser cobradas do hóspede que se acidentou
ou ficou adoentado, já que não estão inclusas no preço da hospedagem, devendo
ser cobrados os preços praticados no mercado.

Mamede (2004) nos diz que esta responsabilização deve ser afirmada em
determinação judicial, não basta que o hóspede afirme o mal (acidente ou doença),
será necessário o hóspede acionar o Judiciário para que receba o que acredita ser
seu direito. Aconselha ainda, julgando possível que a doença ou acidente sejam de
responsabilidade do estabelecimento, este preste toda a assessoria que o enfermo
ou acidentado necessita e assuma as despesas correspondentes, preservado a
imagem do meio de hospedagem junto ao mercado.

UNI

ACADÊMICO!
A NORMA BRASILEIRA - ABNT NBR 15320:2005 PREVÊ ACESSIBILIDADE À PESSOA COM
DEFICIÊNCIA NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO.

Acesse o link: <http://www.mj.gov.br/corde/arquivos/ABNT/NBR15320.pdf> e saiba o que a


referida norma determina para as empresas de transporte rodoviário no cumprimento do
acesso às pessoas com deficiência.

No sistema aéreo deve ser obedecida a Resolução nº 9, de 2007 da Agência Nacional


de Aviação Civil (Anac). Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/
resolucao09.pdf>, que trata do acesso aos passageiros com necessidade de assistência especial.

Outra circunstância bastante corriqueira está no fato dos hóspedes


esquecerem/deixarem objetos ou valores nas unidades habitacionais ou em
quaisquer outros lugares do meio de hospedagem, ou local onde pratica sua
atividade turística.

A orientação é que se procure, na ficha cadastral do hóspede, meios de


contato com o mesmo, objetivando informá-lo do ocorrido e viabilizando forma
de envio ou devolução dos pertences.

Não podendo se precisar de quem são os pertences, ou ainda, por


deficiência no preenchimento da ficha cadastral se tornar inviável a devolução
dos pertences, os bens, nas palavras de Mamede (2004), devem ser tratados como
coisas vagas, segundo o Código de Processo Civil Brasileiro:
239
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

CAPÍTULO VII

DAS COISAS VAGAS


       
Art. 1.170.  Aquele que achar coisa alheia perdida, não Ihe conhecendo o
dono ou legítimo possuidor, a entregará à autoridade judiciária ou policial, que a
arrecadará, mandando lavrar o respectivo auto, dele constando a sua descrição e
as declarações do inventor.
       
Parágrafo único.  A coisa, com o auto, será logo remetida ao juiz competente,
quando a entrega tiver sido feita à autoridade policial ou a outro juiz.
       
Art. 1.171.  Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital, por duas
vezes, no órgão oficial, com intervalo de 10 (dez) dias, para que o dono ou
legítimo possuidor a reclame.
       
§ 1o O edital conterá a descrição da coisa e as circunstâncias em que foi
encontrada.
       
§ 2o  Tratando-se de coisa de pequeno valor, o edital será apenas afixado no
átrio do edifício do fórum.
       
Art. 1.172.  Comparecendo o dono ou o legítimo possuidor dentro do
prazo do edital e provando o seu direito, o juiz, ouvido o órgão do Ministério
Público e o representante da Fazenda Pública, mandará entregar-lhe a coisa.
       
Art. 1.173.  Se não for reclamada, será a coisa avaliada e alienada em
hasta pública e, deduzidas do preço as despesas e a recompensa do inventor,
o saldo pertencerá, na forma da lei, à União, ao Estado ou ao Distrito Federal.
       
Art.  1.174.   Se o dono preferir abandonar a coisa, poderá o inventor
requerer que lhe seja adjudicada.
       
Art. 1.175.  O procedimento estabelecido neste Capítulo aplica-se aos
objetos deixados nos hotéis, oficinas e outros estabelecimentos, não sendo
reclamados dentro de 1 (um) mês.
       
Art. 1.176.  Havendo fundada suspeita de que a coisa foi criminosamente
subtraída, a autoridade policial converterá a arrecadação em inquérito; caso em
que competirá ao juiz criminal mandar entregar a coisa a quem provar que é o
dono ou legítimo possuidor. (grifo nosso).

FONTE: <www.dji.com.br/codigos/1973_lei_005869.../cpc1170a1176.htm>. Acesso em:


12 mar. 2012.

Está descrito no artigo 1.170 do CPC o procedimento a ser tomado, que é a


entrega à autoridade judiciária e policial. Os artigos seguintes definem o que será
feito com os objetos em sua destinação final.
240
TÓPICO 2 | SANÇÕES APLICADAS NO DESCUMPRIMENTO DO DIREITO DO TURISTA

Situação constrangedora que ocorre, às vezes, no cotidiano dos meios de


hospedagem ocasionada pelo comportamento inadequado do hóspede, que,
por vezes, considerando-se senhor da situação e aquém das penalidades que lhe
podem ser imputadas, deve ser advertido de sua conduta.

O que causa desconforto é a situação esculpida no Código Civil brasileiro,


que coloca que os donos de hotéis, ou por analogia estabelecimentos similares, são
responsáveis pela reparação civil de atos praticados por seus hóspedes. Vejamos:

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

(...)

IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se


albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos; (grifo nosso).

FONTE: <www.dji.com.br/codigos/.../010406_2002_cc_0927_a_0943.htm>. Acesso em:


12 mar. 2012.

Situações que podem ser encontradas estão relacionadas ao assédio


aos profissionais que atuam no meio de hospedagem, a eventual depredação
das unidades habitacionais, ou outras áreas afins do estabelecimento,
intencionalmente. Esse crime está previsto no Código Penal:

Art. 163º - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

É preciso cuidar do comportamento público dos hóspedes, no mínimo, em


razão da estipulação da responsabilidade por fato de outrem (art. 932, IV do Código
Civil). Não se pode permitir que um hóspede lese o outro, que prejudique sua
estada, que o agrida etc. Se situações conflituosas surgem, como bate-boca ou brigas,
é necessário pronta intervenção; se necessário, por troca de quartos ou quaisquer
outras atitudes, para impedir que a situação se perpetue. (MAMEDE, 2004).

UNI

Caro acadêmico, podemos perceber a complexidade e a responsabilidade que


envolve trabalhar ou ser proprietário de serviços turísticos, e toda a gama de situações que
envolvem este cotidiano. Alertem-se estejam preparados para os desafios diários.

Procurem participar do Ambiente Virtual de Aprendizagem, do fórum e enquete da disciplina.


Leiam os materiais de apoio postados, assimilem os conteúdos e sejam os profissionais que
integram o mercado SABENDO FAZER.

241
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico você pôde:

• Reconhecer as formas de imposições de penalidades passíveis de vinculação


à prestação de serviços turísticos, diante da relação consumerista estabelecida
entre o turista e o prestador de serviço turístico.

• Distinguir a legalidade da fiscalização atribuída aos órgãos estatais e a


possibilidade destes da imposição de infrações administrativas, devendo ser
respeitado ao acusado o direito ao contraditório e ampla defesa.

• Conhecer as infrações penais aplicáveis às situações consumeristas e as


aplicáveis igualmente à prestação de serviços turísticos.

• Aferir as possibilidades de defesa judicial cível e a impetração de ações


coletivas.

• Identificar as situações diversas a que estão sujeitos os envolvidos nas relações


consumeristas, em especial os empreendedores da área turista, como: a morte
de algum hóspede; as situações de acidentes graves; a má conduta de um
hóspede, o esquecimento de pertences pelo hóspede no local de hospedagem,
dentre outros.

242
AUTOATIVIDADE

1 O artigo 55 do CDC define quais são os entes responsáveis pelas normas


relativas à produção, industrialização e distribuição de produtos e serviços,
identifique-os.

2 O Estado é responsável, civilmente, pela atuação fiscalizadora de seus


órgãos. De que tipo de responsabilidade estamos falando?

3 Descreva a prática criminosa descrita no artigo 66 do CDC aplicável à


prestação de serviços turísticos. Exemplifique.

4 Qual a atitude que deve ser tomada se encontrado hóspede morto em meio
de hospedagem ou em local de prática turística?

243
244
UNIDADE 3
TÓPICO 3

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E


LEGAL DO TURISMO NACIONAL

1 INTRODUÇÃO
Neste momento você terá contato com o conteúdo voltado a demonstrar
a forma de organização dos textos legais destinados à ordenação do turismo no
território brasileiro. Para isso, será abordado o tratamento legal destinado ao
turismo que indica as leis, decretos e outras normas legais aplicadas às atividades
turísticas.

Estudaremos as prerrogativas do Ministério do Turismo e sua atuação


perante a política nacional do turismo, além de lançar um olhar sobre o
posicionamento do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) em relação à manutenção e valorização do patrimônio histórico-
cultural brasileiro.

Ao final, mencionaremos as formas de financiamento disponíveis para


aqueles que desejam empreender no segmento turístico. Fique atento(a), talvez
você possa ser um deles.

2 TRATAMENTO LEGAL DESTINADO AO TURISMO


Mamede (2004, p. 23) destaca que “nos meados do século XX o Estado
brasileiro percebeu a necessidade de atuar no turismo, não apenas estimulando-o,
mas controlando seu desenvolvimento”.

A partir deste momento surgiram os primeiros instrumentos legais


voltados para a regulação e ordenamento do turismo no espaço territorial
brasileiro, em um processo evolutivo, acompanhando as mudanças do território
e de sua população em relação a este evento.

Relacionamos sequencialmente alguns dos dispositivos legais formatados:

245
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

QUADRO 8 – DISPOSITIVOS LEGAIS APLICADOS AO TURISMO

ANO DISPOSITIVO LEGAL REGULAÇÃO INSTITUÍDA

Previu a autorização governamental para a


1938 Decreto-Lei nº 406 atividade de venda de passagens aéreas, marítimas
ou rodoviárias.

Tratou de forma exclusiva das empresas e agências


de viagens e turismo, como estabelecimentos
de assistências remuneradas aos viajantes,
1940 Decreto-Lei nº 2.440 classificando-as em três categorias, impondo a todas
o registro prévio junto a órgãos do governo como
condição prévia para seu funcionamento, e prévia
autorização para as viagens coletivas de excursão.

Instituiu a Comissão Brasileira de Turismo –


1958 Decreto-Lei nº 44.863 Combratur, com atribuições de planejamento
turístico.

Implantados o Sistema Nacional de Turismo, o


Conselho Nacional do Turismo – Cntur e a Empresa
1966 Decreto-Lei nº 55
Brasileira de Turismo – Embratur, vinculada ao
Ministério de Indústria e Comércio.

1971 Decreto-Lei nº 1.191 Criação do Fundo Geral do Turismo – Fungetur.

Criação do fundo de Investimento Setorial de


1974 -
Turismo – FISET.

Dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais e


1975 Decreto-Lei nº 1.439
outros estímulos à atividade turística nacional.

Define como turísticas certas atividades que, sob


1977 Lei nº 6.505 condições especiais que o Poder Executivo deve
definir, sejam prestadas por agentes econômicos.

Dispõe sobre as áreas especiais e locais de interesse


1977 Lei nº 6.513 turístico, assim considerados e instituídos na
forma da lei.

Dispõe sobre o exercício e a exploração das


1986 Decreto-Lei nº 2.284
atividades turísticas e dá outras providências.

Dá nova denominação à Empresa Brasileira de


Turismo. Transformou a Empresa Brasileira de
1991 Lei nº 8.181
Turismo – Embratur em Instituto Brasileiro do
Turismo.
246
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

Dispõe sobre a profissão de guia de turismo e dá


1993 Lei nº 8.623
outras providências.

Dispõe sobre a organização da Presidência da


2003 Lei nº 10.683 República e Ministérios; Cria as competências do
Ministério do Turismo.

Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro


Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das
2003 Decreto nº 4.653
Funções Gratificadas do Ministério do Turismo, e
dá outras providências.

2003 Decreto nº 4.686 Regulamenta o Conselho do Turismo.

Transfere competências da Embratur - Instituto


2003 Decreto nº 4.898 Brasileiro de Turismo para o Ministério do Turismo,
e dá outras providências.

Regulamenta o cadastro obrigatório daqueles que


2005 Decreto nº 5.406
prestam serviços turísticos remunerados.

Dispõe sobre o programa de qualificação dos


2007 Lei nº 11.637 serviços turísticos e do Selo de Qualidade Nacional
de Turismo.

Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define


as atribuições do Governo Federal no planejamento,
desenvolvimento e estímulo ao setor turístico;
2008 Lei nº 11.771 revoga a Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977, o
Decreto-Lei nº 2.294, de 21 de novembro de 1986, e
dispositivos da Lei nº 8.181, de 28 de março de 1991;
e dá outras providências.

Regulamenta a Lei nº 11.771, de 17 de setembro


de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de
2010 Decreto nº 7.381 Turismo, define as atribuições do Governo Federal
no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao
setor turístico, e dá outras providências. 

Altera o Decreto nº 7.381, de 2 de dezembro de 2010,


2011 Decreto nº 7.500 que regulamenta a Lei nº 11.771, de 17 de setembro
de 2008. 
FONTE: Elaborado pelas autoras

247
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Todos estes textos legais oriundos da articulação do Estado tiveram


(alguns foram revogados) e têm por prerrogativa organizar e fiscalizar todas
as atividades que envolvem a atividade turística. Por óbvio, a listagem não está
esgotada e sua tendência é a evolução na observância dos aspectos relacionados
à realidade vivenciada. Relembramos que o texto base está na Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, de forma mais enfática em seus artigos
24 e 180.

Como destacado no quadro acima, o Ministério do Turismo é órgão


da esfera federal de suma importância para o desenvolvimento das políticas
nacionais voltadas ao meio turístico. Em razão de seu significado expressivo,
passamos a enfatizar aspectos relevantes de sua organização.

3 MINISTÉRIO DO TURISMO
O turismo incorporava, em momento anterior à edição da Lei nº 10.683/83,
o Ministério de Indústria e Comércio, assim com o Ministério do Turismo.

No momento atual o Ministério do Turismo encontra-se regulamentado


sob a forma legal descrita no quadro à sua disposição no item 4, onde a legislação
pertinente determina sua atuação jurídica, suas competências e formas de atuação.

O art. 25º da mencionada Lei nº 10.683/03 destaca os ministérios que


integram a estrutura da Presidência da República, com destaque para o Ministério
do Turismo. Vejamos a seguir.

Art. 25. Os ministérios são os seguintes:

[...]

XXIII - do Turismo; e (Redação dada pela Lei nº 11.958, de 2009)

XXIV - da Pesca e Aquicultura. (Incluído pela Lei nº 11.958, de 2009)

[...]

(BRASIL, 2012).

De forma complementar, no artigo 27 deste texto legal temos as


competências atribuídas aos ministérios, incluso o Ministério do Turismo:

Art. 27º os assuntos que constituem áreas de competência de cada


ministério são os seguintes:

[...]

XXIII - Ministério do Turismo:

248
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

a) política nacional de desenvolvimento do turismo;

b) promoção e divulgação do turismo nacional, no país e no exterior;

c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às atividades


turísticas;

d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos planos e programas


de incentivo ao turismo;

e) gestão do Fundo Geral de Turismo.

[...]

FONTE: <www.evocati.com.br/evocati/interna.wsp?tmp_page>. Acesso em:


8 fev. 2012.

A mesma lei institui para os ministérios, incluso novamente o Ministério


do Turismo, os órgãos específicos que integram a sua estrutura básica.
Art. 29. Integram a estrutura básica:
[...]
XXIII - do Ministério do Turismo, o Conselho Nacional de Turismo e
até duas Secretarias.
[...]
(BRASIL, 2012).

O artigo 30º da Lei nº 10.683/03 confirma a criação do Ministério do


Turismo:
Art. 30. São criados:
[...]
X - o Ministério do Turismo;
[...]
(BRASIL, 2012).

Respaldado no artigo 29, inciso XXIII, o Ministério do Turismo tem para a


consecução de suas atividades as diretrizes elencadas pela Secretaria de Políticas
de Turismo e Secretaria de Programas de Desenvolvimento do Turismo, além do
Conselho Nacional do Turismo.

Nos conceitos de Mamede (2004), as prerrogativas das Secretarias e do


Conselho são:

249
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

1. Secretaria de Políticas de Turismo:

a) Executar a política nacional para o setor, seguindo as diretrizes do Conselho


Nacional do Turismo.

b) Cuidar da estruturação e diversificação da oferta turística, procurando


regionalizar e segmentar os produtos turísticos para promover a
universalização do acesso ao lazer e ao desenvolvimento social e econômico.

c) Promover e zelar pela qualidade da prestação do serviço turístico brasileiro,


sendo responsável pela normatização da qualidade da prestação do serviço
turístico.

2. Secretaria de Programas de Desenvolvimento do Turismo:

a) Promover o desenvolvimento da infraestrutura e a melhoria da qualidade


dos serviços prestados ao turismo, o que implica fomentar o investimento
no setor.

b) Financiar empresas e empreendimentos, incluindo aqueles voltados


especificamente para a infraestrutura física e para qualificação profissional
dos trabalhadores.

c) Desenvolver a produção associada ao turismo.

d) Implantar programas regionais de desenvolvimento do turismo.

3. Conselho Nacional do Turismo: é um órgão colegiado de assessoramento


diretamente vinculado ao Ministério do Estado do Turismo.

FONTE: Adaptado de Estudos da Competitividade do Turismo Brasileiro. <www.turismo.gov.


br/.../turismo/.../TURISMO_ANOTAxES_JURxDI...>. Acesso em: 8 fev. 2012.

DICAS

Prezado acadêmico!
Acesse o site: <http://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/conselho_nacional/> e
informe-se quanto às funções, composição e atividades-fins atribuídas ao Conselho Nacional
do Turismo, para uma melhor compreensão de seus atos decisórios.

O Ministério do Turismo tem competência jurídica estabelecida nas


alíneas “a” até “e” do artigo 25 da Lei nº 10.683/03, já referidas, utilizando para
sua consecução várias premissas, dentre elas a Política Nacional de Turismo, que
veremos adiante. Releia o artigo e internalize os pressupostos elencados.

250
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

DICAS

Visite o portal do Ministério do Turismo.


Disponível em:<http://www.turismo.gov.br/turismo/home.html> e conheça os vários
segmentos a ele vinculados, sendo esses: notícias, estatísticas, formas de convênios, incentivos
e promoções ao desenvolvimento do turismo. Quem sabe você, caro(a) acadêmico (a),
encontre a oportunidade para alavancar a sua proposta para o turismo local!

Na continuidade de nossos estudos faremos referências ao Patrimônio


Turístico Nacional.

4 PATRIMÔNIO TURÍSTICO NACIONAL


O texto legal que disciplina o formato do Patrimônio Turístico Nacional é
a Lei nº 6.513/77.

O artigo 1º da referida lei identifica os locais que podem ser inclusos no


Patrimônio Turístico Nacional:

Art. 1º - Consideram-se de interesse turístico as áreas especiais e os


locais instituídos na forma da presente lei, assim como os bens de valor cultural
e natural, protegidos por legislação específica, e especialmente:

I - os bens de valor histórico, artístico, arqueológico ou pré-histórico;

Il - as reservas e estações ecológicas;

III - as áreas destinadas à proteção dos recursos naturais renováveis;

IV - as manifestações culturais ou etnológicas e os locais onde ocorram;

V - as paisagens notáveis;

VI - as localidades e os acidentes naturais adequados ao repouso e à prática de


atividades recreativas, desportivas ou de lazer;

VII - as fontes hidrominerais aproveitáveis;

VIII - as localidades que apresentem condições climáticas especiais;

IX - outros que venham a ser definidos, na forma desta lei.

251
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Referendando os artigos 2º e 3º da Lei nº 6.153/77, temos a classificação


e definição das áreas especiais e de interesse turístico:

Art. 3º - Áreas Especiais de Interesse Turístico são trechos contínuos


do território nacional, inclusive suas águas territoriais, a serem preservados e
valorizados no sentido cultural e natural, e destinados à realização de planos e
projetos de desenvolvimento turístico.

Art. 4º - Locais de Interesse Turístico são trechos do território nacional,


compreendidos ou não em áreas especiais, destinados por sua adequação ao
desenvolvimento de atividades turísticas e à realização de projetos específicos,
e que compreendam:

I - bens não sujeitos a regime específico de proteção;

Il - os respectivos entornos de proteção e ambientação.

§ 1º - Entorno de proteção é o espaço físico necessário ao acesso do público ao


Local de Interesse Turístico e à sua conservação, manutenção e valorização.

§ 2º - Entorno de ambientação é o espaço físico necessário à harmonização do


local de Interesse Turístico com a paisagem em que se situar.

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6513.htm>. Acesso em: 8 fev. 2012.

Reiterando palavras de Mamede (2004, p. 28), “estes lugares considerados


áreas especiais e locais de interesse histórico devem estar arrolados em inventário
mantido pelo Ministério do Turismo”.

Art. 7º - Compete à Embratur realizar, ad referendum do Conselho


Nacional de Turismo - CNTur -, as pesquisas, estudos e levantamentos
necessários à declaração de Área Especial ou Local de Interesse Turístico:

I - de ofício;

II - por solicitação de órgãos da administração direta ou indireta, federal,


estadual, metropolitana ou municipal; ou

III - por solicitação de qualquer interessado.

§ 1º - Em qualquer caso, compete à Embratur determinar o espaço físico a


analisar.

§ 2º - Nos casos em que o espaço físico a analisar contenha, no todo ou em


parte, bens ou áreas sujeitos a regime específico de proteção, os órgãos ou

252
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

entidades nele diretamente interessados participarão obrigatoriamente


das pesquisas, estudos e levantamentos a que se refere este artigo.

§ 3º - Serão ouvidos previamente o Serviço de Patrimônio da União (SPU),


do Ministério da Fazenda, e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal (IBDF), do Ministério da Agricultura, sempre que o espaço físico
a analisar contenha imóvel sob suas respectivas áreas de competência,
constituindo-se, para o caso de bens do IBDF, o projeto de manejo dos
parques e reservas a pré-condição à sua utilização para fins turísticos.

§ 4º - Quando o espaço físico a analisar estiver situado em área de fronteira,


a Embratur notificará previamente o Ministério das Relações Exteriores,
para os fins cabíveis; no caso de áreas fronteiriças de potencial interesse
turístico comum, a Embratur, se julgar conveniente, poderá também
sugerir ao Ministério das Relações Exteriores a realização de gestões
junto ao governo do país limítrofe, com vistas a uma possível ação
coordenada deste em relação à parte situada em seu território. (grifo no
original)

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6513.htm>. Acesso em: 8 fev. 2012.

NOTA

Significado de ad referendum para o mundo jurídico (locução latina que


significa ¨para aprovação¨. Diz-se de algo que depende da aprovação de alguém para ser
válido.

UNI

NA DEPENDÊNCIA DE APROVAÇÃO DE AUTORIDADE COMPETENTE

Na análise do artigo 7º, a Embratur executa a pesquisa, o estudo e os levantamentos


necessários para a declaração de área especial ou local de interesse público a ser designado
Patrimônio Turístico Nacional, que dependerá da APROVAÇÃO OU HOMOLOGAÇÃO do
Conselho Nacional do Turismo, que é a autoridade competente nesse caso, para que assim
seja considerada.

Este mesmo dispositivo legal faz referências às áreas especiais, que têm
sua classificação em áreas prioritárias e áreas de reserva e são assim instituídas

253
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

por decreto do Poder Executivo mediante proposta do Conselho Nacional do


Turismo (art. 11 da Lei nº 6.513/77), e faz menção aos locais de interesse público,
que são constituídos por resolução do Conselho Nacional do Turismo (CNTur).

Da mesma forma, descreve a lei que organiza as situações do Patrimônio


Turístico Nacional, as penalidades aplicadas quando do descumprimento da base
legal e a ação que deve ser empreendida pelos estados e municípios, além das
formas de celebração de convênios que viabilizem a prática protetiva estabelecida.

DICAS

Visite o site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6513.htm> e conheça


a íntegra da Lei nº 6.513/77, que é a baliza dos conceitos que regulam juridicamente o
Patrimônio Turístico Nacional. Informe-se!

FIGURA 8 - PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA

FONTE: <vpy=143&dur=14368&hovh=183&hovw=275&tx=133&ty=122&sig=111462
216382219893217&page=2&tbnh=113&tbnw=151&start=21&ndsp=24&ved=1t:429,r:5,s:21>.
Acesso em: 3 jan. 2012.

Não podemos falar em Patrimônio Turístico Nacional sem fazermos


menção ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, vamos a ele.

254
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

4.1 IPHAN
O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) foi
criado no governo de Getúlio Vargas pela Lei nº 378 e regulamentado pelo Decreto
nº 25, ambos em 1937, e ora encontra-se vinculado ao Ministério da Cultura.

O IPHAN segue a norma esculpida no texto constitucional da Carta Magna


de 1988, descrita em seu art. 216, e, portanto, os textos legais que o sucedem lhe
devem estrita obediência. Vejamos:

Art. 216º - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza


material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às


manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,


arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º - O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e


protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários,
registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas
de acautelamento e preservação.

§ 2º - Cabe à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação


governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos
dela necessitem.

§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e


valores culturais.

§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da


lei.

§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de


reminiscências históricas dos antigos quilombos.

255
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

§ 6º - É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual


de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada
a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos


investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)

FONTE: <www.dji.com.br/constituicao_federal/cf215a216.htm>. Acesso em: 8 fev. 2012.

Nos ensinamentos de Moraes (2007) encontramos o art. 216, definindo


que o patrimônio material brasileiro está estabelecido como os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, e determina a obrigação do poder público, com a colaboração
da comunidade, de promover e proteger o patrimônio cultural brasileiro, por
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de
outras formas de acautelamento e preservação.

Retomando a lei de criação do IPHAN, veremos que esta tem como


objetivo maior dar nova organização ao Ministério da Educação e Saúde Pública.
Nas descrições sobre as instituições de educação extraescolar encontramos a
referência ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e outros
voltados à cultura.

UNI

Observem que a grafia segue os parâmetros da época.

256
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

Art. 46º - Fica creado o Serviço do Patrimonio Historico e Artístico


Nacional, com a finalidade de promover, em todo o Paiz e de modo permanente,
o tombamento, a conservação, o enriquecimento e o conhecimento do
patrimonio historico e artístico nacional.

§ 1º O Serviço do Patrimonio Historico e Artístico Nacional terá, além de outros


orgãos que se tornarem necessarios ao seu funccionamento, o Conselho
Consultivo.

§ 2º O Conselho Consultivo se constituirá do director do Serviço do Patrimonio


Historico e Artistico Nacional, dos directores dos museus nacionaes de
coisas historicas ou artísticas, e de mais dez membros, nomeados pelo
Presidente da Republica.

§ 3º O Museu Historico Nacional, o Museu Nacional de Bellas Artes e outros


museus nacionaes de coisas historicas ou artísticas, que forem creados,
cooperarão nas actividades do Serviço do Patrimonio Historico e Artistico
Nacional, pela fórma que fôr estabelecida em regulamento.

FONTE: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=102716>. Acesso


em: 8 fev. 2012.

O Decreto nº 25, de 30 de novembro de 1937, tem por prerrogativa


organizar a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, identificando
em seu artigo 1º do que esse é constituído.

Art. 1º - Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto


dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse
público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil,
quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico.

§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte


integrante do patrimônio histórico e artístico nacional depois de inscritos
separada ou agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que
trata o art. 4º desta lei.

§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também


sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e
paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que
tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana.

FONTE: <www.ufsm.br/direito/artigos/administrativo/tombamento.htm>. Acesso em:


8 fev. 2012.

257
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Permanece o decreto no restante de seu teor fazendo menção ao


tombamento, às formas de efetuá-lo, assim como aos bens materiais e imateriais
que estão excluídos da possibilidade de se tornarem patrimônio cultural e
histórico nacional, além de dispositivos gerais.

Para elucidação, trazemos para você, acadêmico(a), os conceitos


encontrados no site do IPHAN para bens materiais e imateriais que podem ser
considerados patrimônio histórico e cultural nacional.

O patrimônio material protegido pelo IPHAN, com base em legislações


específicas, é composto por um conjunto de bens culturais classificados
segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e
etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em
bens imóveis, como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e
bens individuais; e móveis, como coleções arqueológicas, acervos museológicos,
documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e
cinematográficos. (grifo nosso).

A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas,


representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os
instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados -
que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem
como parte integrante de seu patrimônio cultural”.

O Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e


constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu
ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um
sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o
respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. (grifo nosso)

O patrimônio cultural não se restringe apenas a imóveis oficiais


isolados, igrejas ou palácios, mas na sua concepção contemporânea se estende
a imóveis particulares, trechos urbanos e até ambientes naturais de importância
paisagística, passando por imagens, mobiliário, utensílios e outros bens móveis.
(grifo nosso)

FONTE: <portal.iphan.gov.br/montarPaginaSecao.do?...PatrimonioCultural...>. Acesso em:


8 fev. 2012.

Retomamos a discussão do patrimônio cultural brasileiro igualmente


reafirmado pelo art. 215 da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, que segue:

258
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos


culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas


e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo
civilizatório nacional.

§ 2º - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação


para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

§ 3º - A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,


visando ao desenvolvimento cultural do país e à integração das ações do
poder público que conduzem à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
48, de 2005)

I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

II - produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 48, de 2005)

III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas


dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

IV - democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 48, de 2005)

V- valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 48, de 2005)

FONTE: <www.jusbrasil.com.br/.../art-215-da-constituicao-federal-de-88>. Acesso em:


8 fev. 2012.

Nos ensinamentos de Moraes (2007) se faz importante observar que a


EC nº 45 determinou ao Congresso Nacional a elaboração de lei ordinária que
estabelecerá o Plano Nacional de Cultura que, obrigatoriamente, deverá observar
os seguintes preceitos:

Duração plurianual, finalidade o desenvolvimento cultural do país


e meta a integração das ações do poder público que conduzam à defesa e
valorização do patrimônio cultural brasileiro; produção e difusão de bens
culturais; formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em
suas múltiplas dimensões; democratização do acesso aos bens de cultura e
valorização da diversidade étnica e regional. (grifo nosso).

FONTE: <www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/cpc/n4/a05n4.pdf>. Acesso em: 8 nfev. 2012.

259
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

O Plano Nacional de Cultura foi instituído pelo Presidente Luiz Inácio da


Silva pela Lei nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010, será implementado até o ano
de 2020 e dele fazem parte 53 metas. A ministra da Cultura, Ana de Hollanda,
assinou na data de 13 de dezembro de 2011 as portarias que estabelecem estas
metas.

DICAS

Caro(a) acadêmico(a), acesse o site:<http://pnc.culturadigital.br/wp-content/


uploads/2011/12/METAS_DO_PNC.pdf> e conheça as metas estabelecidas pelo Governo
Federal para a cultura nos próximos 10 anos.

NOTA

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse o site:<http://portal.iphan.gov.


br/portal/montarPaginaSecao.do?id=15304&sigla=Legislacao&retorno=paginaLegislacao>
e tenha acesso aos textos legais que orientam as ações do IPHAN no território nacional,
como a proibição da saída de obras de arte do país, a lei da arqueologia. Encontrará as leis
específicas, decretos, portarias, convênios que formatam a base de outras legislações afins,
bem como as de vários estados e municípios, orientadas para algumas situações que fazem
referência ao patrimônio histórico e cultural.

Para que todo este processo aludido para o turismo seja possível, a
questão financeira se torna impreterível, eis que relatamos as fontes oficiais de
financiamento para o turismo. Acompanhe-nos!

5 FINANCIAMENTOS OFICIAIS
A competência para incentivar e fomentar o turismo está posta nos
dispositivos legais para o Ministério do Turismo, além de outras formas, também
por meio da Embratur, como descreve a Lei nº 8.181, de 29 de março de 1991:

Art. 3º Compete à Embratur:

[...]

260
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

V - fomentar e financiar, direta ou indiretamente, as iniciativas, planos,


programas e projetos que visem ao desenvolvimento da indústria
de turismo, controlando e coordenando a execução de projetos
considerados como de interesse para a indústria do turismo;

[...]

VII - definir critérios, analisar, aprovar e acompanhar os projetos de


empreendimentos turísticos que sejam financiados ou incentivados
pelo Estado;

[...]
(BRASIL, 2012).

A Lei nº 11.771/03 prevê apoio com linhas de crédito oficiais a programas


e projetos turísticos:

Art. 15.  As pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,


com ou sem fins lucrativos, que desenvolverem programas e projetos
turísticos poderão receber apoio financeiro do poder público,
mediante:

I  -  cadastro efetuado no Ministério do Turismo, no caso de pessoas de


direito privado; e

II - participação no Sistema Nacional de Turismo, no caso de pessoas


de direito público.
(BRASIL, 2012).

Da mesma forma que prevê aporte financeiro nas atividades turísticas:

Art.  16º  - O suporte financeiro ao setor turístico será viabilizado por


meio dos seguintes mecanismos  operacionais de canalização de recursos:

I - da lei orçamentária anual, alocado ao Ministério do Turismo e à Embratur;

II - do Fundo Geral de Turismo - Fungetur;

III - de linhas de crédito de bancos e instituições federais;

IV - de agências de fomento ao desenvolvimento regional;

V - alocados pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;

VI - de organismos e entidades nacionais e internacionais; e

VII - da securitização de recebíveis originários de operações de prestação de


serviços turísticos, por intermédio da utilização de Fundos de Investimento em
Direitos Creditórios - FIDC e de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos

261
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

de Investimento em Direitos Creditórios - FICFIDC, observadas as normas do


Conselho Monetário Nacional - CMN e da Comissão de Valores Mobiliários -
CVM.

Parágrafo  único.  O poder público federal poderá viabilizar, ainda, a


criação de mecanismos de investimentos privados no setor turístico.

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/.../l11771.htm>.Acesso em:


8 fev. 2012.

Entre as estratégias para financiamento de empreendimentos turísticos


destaca-se o FUNDO GERAL DO TURISMO – FUNGETUR, criado pelo artigo 11
do Decreto nº 1.191, de 27 de outubro de 1991 e regido pelo Decreto-Lei nº 1.439,
de 30 de dezembro de 1975, inserido igualmente no texto da Lei nº 11.771/03,
sendo que seu objetivo está descrito no art. 19 da referida lei:

Art. 18º -  O Fundo Geral de Turismo - Fungetur, criado pelo Decreto-


Lei n 1.191, de 27 de outubro de 1971, alterado pelo Decreto-Lei no 1.439, de 30
o

de dezembro de 1975, ratificado pela Lei no 8.181, de 28 de março de 1991, terá


seu funcionamento e condições operacionais regulados em ato do Ministro de
Estado do Turismo.

Art. 19º -  O Fungetur tem por objeto o financiamento, o apoio ou a participação


financeira em planos, projetos, ações e empreendimentos reconhecidos pelo Ministério
do Turismo como de interesse turístico, os quais deverão estar abrangidos nos objetivos
da Política Nacional de Turismo, bem como consoantes com as metas traçadas no PNT,
explicitados nesta lei.

Parágrafo único.  As aplicações dos recursos do Fungetur, para fins do


disposto neste artigo, serão objeto de normas, definições e condições a serem
fixadas pelo Ministério do Turismo, em observância à legislação em vigor.

Art. 20º -  Constituem recursos do Fungetur:

I - recursos do orçamento geral da União;

II  -  contribuições, doações, subvenções e auxílios de entidades de qualquer


natureza, inclusive de organismos internacionais;

III – (VETADO);

IV - devolução de recursos de projetos não  iniciados ou interrompidos, com


ou sem justa causa;

262
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL

V  -  reembolso das operações de crédito realizadas a título de financiamento


reembolsável;

VI - recebimento de dividendos ou da alienação das participações acionárias


do próprio Fundo e da Embratur em empreendimentos turísticos;

VII - resultado das aplicações em títulos públicos federais;

VIII - quaisquer outros depósitos de pessoas físicas ou jurídicas realizados a


seu crédito;

IX - receitas eventuais e recursos de outras fontes que vierem a ser definidas; e

X - superávit financeiro de cada exercício.

Parágrafo único.  A operacionalização do Fungetur poderá ser feita por


intermédio de agentes financeiros.  (grifo nosso)

FONTE: <www.mp.pe.gov.br/uploads/.../lei_geral_turismo.doc>. Acesso em: 8 fev. 2012.

Mamede (2004) ressalta que nos empreendimentos turísticos financiados,


a participação do Fungetur limita-se a 80% do valor do investimento fixo total do
projeto, correspondendo a parcela restante, 20%, a recursos próprios da empresa
ou órgãos da administração pública direta ou indireta, sendo que na existência
de qualquer outro financiamento, o valor será deduzido da parcela do Fungetur.

Prossegue o autor que, em se tratando de convênio, o Ministério do


Turismo poderá estabelecer a obrigatoriedade de participação do agente financeiro
credenciado com até 10% do valor financiado. Os recursos serão liberados em
parcelas, seu prazo de reembolso está estimado em 120 meses a contar da data da
assinatura do contrato. Os recursos liberados devem manter a qualquer tempo a
proporcionalidade das fontes estabelecidas no projeto aprovado, de acordo com
o cronograma físico-financeiro (MAMEDE, 2004).

Prezado(a) acadêmico(a), reporte-se à Política Nacional de Turismo,


da qual faremos tratativas em momento posterior. Esta instrumentalizará os
caminhos para a aplicação dos ordenamentos necessários à organização das
atividades turísticas no Brasil.

263
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

E
IMPORTANT

A Deliberação Normativa da Embratur de nº 390/98 provisiona, em seu artigo


1º, que os projetos de empreendimentos turísticos encaminhados ao Ministério do Turismo
sejam acompanhados de parecer técnico, emitido por profissional egresso de cursos
superiores de Bacharelado em Turismo.

A mesma deliberação recomenda que cargos de comissão nas áreas de Turismo nas
prefeituras sejam exercidos por profissional egresso de cursos superiores de Bacharelado em
Turismo.

Dispõe que os pedidos de apoio institucional ou financeiro oriundos de estados e municípios


turísticos ou de potencial turístico terão prioridade de atendimento quando tiverem, como
seu interlocutor, profissional egresso de cursos superiores de Bacharelado em Turismo.

Financiamentos oficiais constam da página do Ministério do Turismo e


estão dispostos a seguir. Visite o site para que possa reconhecer todos os segmentos
de forma específica.

264
QUADRO 9 - FINANCIAMENTOS DISPONIBILIZADOS PARA O SETOR DO TURISMO PELO MINISTÉRIO DO TURISMO

FONTES DE MINISTÉRIO
FINANCIANTO DO TURISMO

UNIDADE
ENCARGOS TETO PRAZO DE
FINANCIADORA FINALIDADE PÚBLICO ALVO
FINANCEIROS FINANCIÁVEL AMORTIZAÇÃO
E OBJETIVO

•FUNGETUR - Aquisição de
Fomentar e prover máquinas e
recursos para o equipamentos novos e - Pós-fixados, R$ 400.000,00
financiamento de - Pessoas jurídicas que
serviços de finalidade estabelecidos de (mínimo);
atividades turísticas, atuam no segmento de - Até 240 meses.
ou de interesse do acordo com o prazo da R$ 10.000.000,00
tais como: obras turismo.
para modernização, turismo nacional, operação. (máximo).
reforma e ampliação de assim definidos pelo
Ministério do Turismo.

265
empreendimentos.

- Investimento fixo
e investimento
- Micro e pequenas
com capital de giro •Até R$ 300 mil
associado. empresas, com
para empresas com -Conforme o objeto do
faturamento bruto
faturamento bruto anual financiamento, até 120
• PROGER - Turismo Bancos operadores anual de até R$ 5
de até R$ 3 milhões. meses, incluídos até 30
Investimento milhões, da cadeia
meses de carência.
Financiamento a projetos •Banco do Brasil (www. produtiva do setor de
•Até R$ 400 mil -Taxa de juros
do setor turístico que bb.com.br) turismo.
para empresas com pós-fixada. Garantias
proporcionem geração ou
•Caixa Econômica faturamento bruto anual
manutenção de emprego
Federal (www.caixa. entre R$ 3 milhões -Vinculação dos bens
e renda. Área de atuação
gov.br) e R$ 5 milhões, já financiados, aval dos
incluído capital de giro sócios e fundo de aval.
Todo o território
•Banco da Amazônia associado.
brasileiro.
(www.bancoamazonia.
com.br)
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL
Pessoas jurídicas, Máximo de 12 anos,  já
inclusive empresários incluídos até quatro
registrados na Junta anos de carência. O
•FNE – Programa de prazo de cada operação
Comercial, cadastrados
Apoio ao Turismo será determinado em
pelo Ministério do função da capacidade
Regional (PROATUR)
Turismo, cujo objetivo de pagamento do
econômico principal Taxas de juros projeto, observados os
Financiamento para
seja a atividade prefixadas estabelecidas limites já mencionados.
implantação, ampliação,
Investimentos e capital turística. de acordo com o porte Garantias
modernização e reforma
de giro associado para da empresa, com bônus
de empreendimentos do
empreendimen-tos Área de atuação de adimplência de As garantias serão
setor turístico na região cumulativas ou
turísticos. 15% ou 25%, conforme
Nordeste. alternativamente
Região Nordeste e a localização do
municípios dos Estados empreendimento. compostas por
Banco operador garantias reais e
de Minas Gerais e do
Espírito Santo incluídos fidejussórias, em
Banco do Nordeste função do prazo, do
na área de atuação da
(www.bnb.gov.br). valor e da pontuação
Superintendência de

266
obtida na avaliação de
Desenvolvimento do risco do cliente e do
Nordeste (Sudene). projeto.
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

•FNO – Programa
de Financiamento -Investimento fixo
do Desenvolvimento ou misto: até 12
Sustentável da Amazônia anos, incluída a
-Investimento fixo,
(Turismo) -Pessoas jurídicas -Taxas de juros carência de até quatro
investimento misto
de direito privado, prefixadas estabelecidas anos. Os prazos de
(investimento fixo
Financiamento para inclusive empresas de acordo com o porte financiamento serão
e capital de giro
implantação, ampliação, individuais, associações da empresa, com bônus dimensionados
associado) e aquisição
modernização, reforma e cooperativa. de adimplência de 15%. de acordo com
de insumos.
ou relocalização de a capacidade de
empreendimentos pagamento do
turísticos na região beneficiário.
Norte.
Banco operador Área de atuação Garantias
Banco da Amazônia
(www.bancoamazonia. Empreen-dimentos Hipoteca, penhor,
com.br). turísticos localizados na alienação fiduciária e
região Norte. aval.

-Investimento: até
12 anos, incluído o
período de carência
de até três anos e,
no caso de meios
de hospedagem, até
•FCO Empresarial – 15 anos, incluído o
Linha de Crédito de período de carência de
-Financiar todos até cinco anos;
Desenvolvimento do
os bens e serviços -Pessoas jurídicas de -Capital de giro
Turismo Regional
necessários à direito privado, desde associado: até três

267
implantação, ampliação que se dediquem à anos, incluído o
Financiamento
e modernização de atividade turística, período de carência de
a projetos de -Taxas de juros até um ano;
empreendimentos tais como meios
implantação, ampliação prefixadas estabelecidas -Aquisição de insumos:
turísticos, capital de giro de hospedagem,
e modernização de de acordo com o porte até 24 meses, incluído
associado e aquisição de acampamento
empreendimentos da empresa, com bônus o período de carência
insumos. turístico, restaurante, de até seis meses;
turísticos, com ou sem de adimplência de 15%.
agência de turismo -Caminhões: até
capital de giro associado,
Área de atuação e organizadoras seis anos, incluído o
na região Centro-Oeste.
de congressos, período de carência de
Empreendimentos convenções, seminários até dois anos.
Banco operador
turísticos localizados na e eventos congêneres.
região Centro-Oeste. Garantias
Banco do Brasil (www.
bb.com.br). Pessoais (aval ou
fiança), Fundo de Aval
às Microempresas e
Empresas de Pequeno
Porte (FAMPE), bens
financiados e/ou outras
garantias reais.
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL
•BNDES Automático

Financiamento,
por intermédio de -Crédito de longo
instituições financeiras prazo para realização
credenciadas, de investimentos
para realização de Prazos
para implantação,
investimentos de até R$ ampliação, recuperação
10 milhões. Os prazos de carência e
e modernização de
total são definidos pela
empreendimentos
Bancos operadores instituição financeira
turísticos, incluindo
credenciada em
obras civis, montagens
Rede de instituições função da capacidade
e instalações, aquisição
financeiras credenciadas, -Custos financeiros pós- -Até R$ 10 de pagamento do
de equipamentos
entre as quais: fixados. milhões. empreendimento.
novos de fabricação
nacional e capital
Banco do Brasil (www. Garantias
bb.com.br), de giro associado ao
projeto.
Reais e pessoais,

268
Banco da Amazônia negociadas entre a
(www.bancoamazonia. Área de atuação
instituição financeira
com.br) Empreendimentos
credenciada e o cliente.
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

turísticos localizados
Banco do Nordeste em todo território
(www.bnb.gov.br) e nacional.

Caixa Econômica Federal


(www.cef.gov.br).
•BNDES FINEM
– Financiamento a
Empreendimentos

Financiamento, direto
- Crédito de longo
no BNDES ou por
meio de instituições prazo para realização
financeiras credenciadas, de investimentos Prazos
para realização de para implantação,
investimentos superiores expansão da Determinados em
a R$ 3 milhões. capacidade produtiva função da capacidade
e modernização de de pagamento do
Bancos operadores empresas, incluída a empreendimento, da
aquisição de máquinas empresa ou do grupo
• Apoio direto: BNDES e equipamentos econômico.
(www.bndes.gov.br) novos, de fabricação
-Investimentos
nacional, credenciados -Custos financeiros pós-
• Apoio indireto: rede de a partir de R$ 3

269
pelo BNDES, bem fixados.
instituições financeiras milhões.
credenciadas, entre as como a importação de Garantias
quais: maquinários novos,
sem similar nacional Reais e pessoais,
Banco do Brasil (www. e capital de giro negociadas com o
bb.com.br); associado. BNDES (operação
direta) ou com a
Banco da Amazônia Área de atuação instituição financeira
(www.bancoamazonia. Empreendimentos credenciada (operação
com.br); turísticos localizados indireta).
em todo o território
Banco do Nordeste nacional.
(www.bnb.gov.br);

e a Caixa Econômica
Federal (www.caixa.gov.
br).
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL
•BNDES FINAME
– Máquinas e
Equipamentos

Financiamento para
aquisição isolada
de máquinas e
equipamentos novos,
de fabricação nacional, Prazos
credenciados pelo -Prazos de carência
-Aquisição isolada
BNDES, e capital e de amortização
de máquinas e
de giro associado, definidos em função
equipamentos novos,
por intermédio de da capacidade
de fabricação nacional,
instituições financeiras de pagamento da
credenciados pelo
credenciadas. empresa, respeitado o
BNDES, e capital de
prazo total máximo de
giro associado.
Bancos operadores -Taxa de juros pós- 60 meses.
fixada.
Área de atuação
Rede de instituições

270
financeiras credenciadas,
Empreendimentos
entre as quais:
turísticos localizados
Garantias
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

em todo o território
o Banco do Brasil (www.
nacional.
bb.com.br); Negociadas entre a
instituição financeira
o Banco da Amazônia credenciada e o cliente.
(www.bancoamazonia.
com.br),;

o Banco do Nordeste
(www.bnb.gov.br);

e a Caixa Econômica
Federal (www.caixa.gov.
br).
•Cartão BNDES

Crédito rotativo, pré-


Prazos
aprovado, de até R$ 500 -Aquisição de
mil, para compra de bens produtos credenciados
Amortização: de 3 a
pela internet. no BNDES por meio do
48 prestações mensais,
Portal de Operações do
fixas e iguais (sujeito a
Bancos emissores Cartão BNDES. -Definido pelo
consulta junto ao banco
banco emissor
emissor).
Instituições financeiras Fornecedor do Cartão
autorizadas pelo Bacen Empresas -Taxa de juro variável BNDES, até R$
Garantias
a operar cartão de fabricantes informada pelo BNDES. 500 mil, por
crédito, aprovadas pelo de máquinas, cliente e por
Negociadas entre
BNDES e responsáveis equipamentos e outros emissor.
o banco emissor e o

271
pela emissão do Cartão bens de produção que
cliente na análise de
BNDES e pelo risco da tenham fabricação total
crédito para concessão
operação, entre as quais: ou parcial no Brasil.
do cartão.
o Banco do Brasil (www.
bb.com.br) e a Caixa
Econômica Federal
(www.caixa.gov.br).

FONTE: MINISTÉRIO DO TURISMO. <http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/fomento_iniciativa_privada/linhas_credito.html>. Acesso em:


5 jan. 2012.
TÓPICO 3 | CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E LEGAL DO TURISMO NACIONAL
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Dentre as expectativas oficiais de financiamento, estas são as que podemos


destacar. Será de muita importância se você, acadêmico(a), buscar a totalidade
dos conteúdos legais explicitados para que possa auxiliá-lo(a) no entendimento
global dos procedimentos elencados de forma sucinta para a liberação de
recursos financeiros, como investimentos nas atividades turísticas no território
brasileiro, onde observamos ser o Ministério do Turismo a instituição máxima e
de referência, estando os demais órgãos integrados a ele.

DICAS

Caro acadêmico, saiba em que pé anda a tramitação do projeto mencionado


no artigo acima:
Tipo: N. 036 PL 5120/01

Ementa: Dispõe sobre as atividades das Agências de Viagens e Turismo. NOVA EMENTA DA


REDAÇÃO FINAL: Dispõe sobre as atividades das agências de turismo.

Autor: Dep. Alex Canziani PSDB/PR

01/11/2011

• Matéria não apreciada por falta de "quorum" (obstrução).

Mantenha-se atualizado(a), acesse o link:


<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=32215>.

272
RESUMO DO TÓPICO 3

Nos relatos deste tópico você pôde:

• Reconhecer alguns dos textos legais que permeiam a regulação do turismo


no território brasileiro, os textos em vigor e os revogados, numa perspectiva
jurídica evolutiva.

• Identificar no dispositivo legal o formato de criação do Ministério do Turismo,


seus órgãos auxiliares, bem como suas competências delineadas pelo Poder
Executivo Nacional.

• Aferir as formas de identificação do Patrimônio Turístico Nacional e as


tratativas que lhe são inerentes.

• Conhecer as premissas de criação e prestação de serviços do IPHAN, enquanto


instituto reconhecidamente responsável pela proteção do patrimônio cultural
brasileiro.

• Distinguir as lógicas de investimentos e financiamentos oficiais destinados ao


desenvolvimento do turismo no território brasileiro.

273
AUTOATIVIDADE

1 Quais as secretarias e conselho que integram o Ministério do Turismo?

2 Do que é constituído o patrimônio cultural brasileiro, de acordo com o art.


216 da CRFB/88?

3 Identifique as formas de custeio do turismo de acordo com as disponibilidades


elencadas pelo Ministério do Turismo.

274
UNIDADE 3
TÓPICO 4

CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E


RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA
VIAJAR

1 INTRODUÇÃO
O turismo é feito de idas e vindas de pessoas que buscam pelo bonito,
interessante, desconhecido. Na procura por essas novidades, os indivíduos se
utilizam de mecanismos ou instrumentos que viabilizem seu acesso aos locais que
são seus “objetos de consumo”.

As empresas rodoviárias, aéreas e marítimas estão em franco


desenvolvimento, em razão das possibilidades que lhes são ofertadas pelo
crescimento das atividades turísticas e, por certo, estas também se tornam
prestadoras de serviço no ramo do turismo.

Evidentemente, relações de consumo são estabelecidas pela venda de


passagens ou pacotes de turismo e nasce uma responsabilidade da prestadora de
serviços para com seu usuário.

Por óbvio, as organizações que realizam o transporte dos turistas devem


obediência ao regramento legal disponível, no intuito da garantia da proteção e
segurança daqueles que fazem uso de seus serviços.

Caro(a) acadêmico(a), algumas dessas condicionantes nós estudaremos


neste tópico, vamos a elas!

2 TRANSPORTADORAS TURÍSTICAS
A Lei nº 11.771, de 2008, que institui a Política Nacional do Turismo, faz
referência às transportadoras turísticas. Vejamos:

275
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Art.  28.  Consideram-se transportadoras turísticas as empresas que


tenham por objeto social a prestação de serviços de transporte turístico
de superfície, caracterizado pelo deslocamento de pessoas em veículos
e embarcações por vias terrestres e aquáticas, compreendendo as
seguintes modalidades:

I  -  pacote de viagem: itinerário realizado em âmbito municipal,


intermunicipal, interestadual ou  internacional que inclua, além do
transporte, outros serviços turísticos, como hospedagem, visita a
locais turísticos, alimentação e outros;

II - passeio local: itinerário realizado para visitação a locais de interesse


turístico do município ou vizinhança, sem incluir pernoite;

III  -  traslado: percurso realizado entre as estações terminais de


embarque e desembarque de passageiros, meios de hospedagem e
locais onde se realizem congressos, convenções, feiras, exposições de
negócios e respectivas programações sociais; e

IV - especial: ajustado diretamente por entidades civis associativas,


sindicais, de classe, desportivas, educacionais, culturais, religiosas,
recreativas e grupo de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, sem
objetivo de lucro, com  transportadoras turísticas,  em âmbito
municipal, intermunicipal, interestadual e internacional.

Art.  29.  O Ministério do Turismo, ouvidos os demais órgãos


competentes sobre a matéria, fixará:

I - as condições e padrões para a classificação em categorias de conforto


e serviços dos veículos terrestres e embarcações para o turismo; e

II - os padrões para a identificação oficial a ser usada na parte externa


dos veículos terrestres e embarcações referidas no inciso I do caput
deste artigo. (BRASIL, 2012a).

Você pode observar, acadêmico(a), que estão inclusos na categoria de


transportadoras turísticas o transporte rodoviário e aquático, não se faz menção
ao transporte aéreo. Razão disso?

Não conhecemos no momento nenhuma empresa aérea que se dedique


somente ao transporte turístico. Em um avião você encontrará pessoas viajando
a negócios, viajando para resolver problemas pessoais, para visitar amigos
e também para fazer turismo, mas não encontramos avião fretado de forma
exclusiva para isso, exceção feita por algum particular que o empreenda.

Do contrário, alguns ônibus e embarcações (barcos, navios etc.) estão


executando a prestação de serviços de forma exclusiva para o setor do turismo,
levando a lei a fazer uma referência especial a estes...

Entretanto, pela importância do setor aéreo para o turismo, faremos


algumas considerações em relação ao tema.

276
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

3 DIREITO AÉREO INTERNACIONAL


Boiteux (2003) ensina que para nortear o tráfego aéreo internacional
surgiram duas grandes instituições: a IATA e a ICAO (ambas estudas em unidade
anterior). A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) foi criada
com o objetivo de fazer com que todas as empresas aéreas tivessem as mesmas
condições de competitividade.

Essa mesma organização IATA tornou como formato padrão utilizado


praticamente em todo território global o conceito das bagagens: PC (Piece
Concep), em que o passageiro tem direito a duas malas de 32 quilos cada, e o
sistema quilo.

A IATA igualmente padronizou os formulários e o valor a ser gasto a


bordo, nas diversas classes tarifárias, além de exigir que todas as companhias que
se filiarem à IATA pratiquem os mesmos preços, o que na prática só acontece na
publicação das tarifas em manuais aéreos. (BOITEUX, 2003).

Houve igualmente uma divisão realizada pela IATA em nível mundial que
são as áreas de tráfego: A1, A2 e A3, onde algumas das companhias aéreas utilizam a
nomenclatura para estas áreas de TC – Traffic Conference. Esta divisão ter por objetivo
a implantação de tarifas especiais.

1) A área 1 congrega as Américas e ilhas adjacentes.


2) A 2, a Europa, a África e o Oriente Médio.
3) A TC 3, a Ásia e ilhas vizinhas, a Austrália, a Nova Zelândia e ilhas do Pacífico.
(BOITEUX, 2003).

Nos ensinamentos de Boiteux (2003) encontramos que a ICAO


(Organização Internacional de Aviação Civil) padronizou todos os processos de
capacitação dos pilotos, fez do inglês o idioma oficial, além de criar as famosas
cinco liberdades do ar:

1) Direito de sobrevoar território estrangeiro.


2) Direito de pouso técnico.
3) Direito de embarque de passageiros.
4) Direito de desembarque de passageiros.
5) Direito de embarque e desembarque de passageiros.

O autor ainda alerta que alguns autores agregam uma sexta liberdade
PROIBIDA NO TERRITÓRIO BRASILEIRO, que é quando uma companhia aérea
estrangeira faz voos domésticos. (BOITEUX, 2003)

Outrossim, o formato internacional do voo aéreo é determinado pelas


condicionantes contidas na Convenção de Varsóvia de 1929.

277
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

UNI

Apenas para exemplificar, trazemos o artigo primeiro deste Tratado, em sua


tradução oficial:

(1) Applica-se a presente Convenção a todo transporte internacional de


pessôas, bagagem ou mercadorias, effectuado por aeronave, mediante
remuneração. Applica-se igualmente aos transportes por aeronave
effectuados gratuitamente por empreza de transportes aereos.
        
(2) Denomina-se "transporte internacional", nos termos da presente Convenção,
todo transporte em que, de accôrdo com o estipulado pelas partes, o ponto
de partida e o ponto do destino, haja ou não interrupção de transporte, ou
baldeação, estejam situados no territorio de duas Altas Partes Contractantes,
ou mesmo no de uma só, havendo escala prevista em territorio sujeito á
soberania, suzerania, mandato ou autoridade de outro Estado, seja ou não
Contractante. O transporte, que, sem tal escala, se effectuar entre territorios
sujeitos a soberania, suzerania, mandato ou autoridade da mesma Alta Parte
Contratante, não se considera internacional, nos terrnos desta Convenção.
        
(3) Para os effeitos da presente Convenção, considera-se um só transporte,
ainda quando o executem, successivamente, varios transportadores, o que
as partes ajustarem como uma operação sómente, seja num só contracto, seja
numa serie delles; e não perderá esse transporte o caracter de internacional
por isso que um só contracto, ou uma serie delles, se tenha de executar,
integralmente, em territorio sujeito á soberania, suzerania, mandato ou
autoridade da mesma Alta Parte Contractante.

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D20704.htm>.
Acesso em: 16 mar. 2012.

UNI

Acadêmico!

Acesse o link: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D20704.htm> e leia


na íntegra o conteúdo do Tratado de Varsóvia, disponível na língua originária de sua escrita
e com a tradução oficial.

278
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

Os textos legais que ora ordenam o voo internacional, aceitos no Brasil,


certamente por tratados e convenções, seguem os trâmites determinados pela sua
ratificação no território brasileiro.

Moura (1992) demonstra que quando a IATA estabeleceu as chamadas


Condições de Transporte, estipulou nos mínimos detalhes os requisitos do
bilhete de passagem no transporte de passageiros, da nota de bagagem que o
passageiro conserva sob sua guarda e do conhecimento aéreo no transporte de
carga, criando padrões de indenização aplicáveis nas legislações internacionais
ou nacionais. (grifo no original)

Os documentos legais brasileiros relacionados a seguir são o resultado da


condição da ratificação das convenções e tratados condicionados para o voo aéreo
internacional, que teve início no Tratado de Varsóvia em 1929.

QUADRO 10 - NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS AO TRANSPORTE AÉREO

TEXTO LEGAL TEOR

Promulga a convenção para a unificação


de certas regras relativas ao sequestro
Decreto nº 3.931, de 11/04/1939.
preventivo de aeronaves, firmada em Roma
a 29 de maio de 1933.

Promulga a Convenção sobre os danos


Decreto nº 52.019, de 20/05/1963 causados a terceiros, na superfície, por
aeronaves estrangeiras, firmada em Roma, a
7 de outubro de 1952.

Promulga o Convênio complementar ao


Convênio de Varsóvia para unificação de
Decreto nº 60.967, de 7/07/1967 certas regras relativas ao transporte aéreo
internacional realizado por quem não seja
transportador contratual.

Promulga a Convenção relativa às infrações


Decreto nº 66.520, de 30/04/1970
e a certos outros atos cometidos a bordo de
aeronaves.

Decreto nº 70.201, de 24/02/1972 Promulga a Convenção para a Repressão ao


Apoderamento Ilícito de Aeronaves.
Promulga a Convenção para a Repressão aos
Decreto nº 72.383, de 20/06/1973
Atos ilícitos Contra a Segurança da Aviação
Civil.

279
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Promulga o estatuto da Comissão Latino-


Decreto nº 77.076, de 23/01/1976
Americana de Aviação Civil (CLAC).

Promulga os Protocolos Adicionais nºs 1 e 2,


assinados em Montreal, em 25 de setembro
de 1975, que modificam a Convenção para
a Unificação de Certas Regras Relativas ao
Decreto nº 2.860 de 7/12/1998 Transporte Aéreo Internacional, concluída
em Varsóvia, em 12 de outubro de 1929, e
emendada pelo Protocolo celebrado em Haia,
em 28 de setembro de 1955, com a reserva
constante do Artigo X, do Protocolo nº 2.

Promulga a Convenção para a Unificação de


Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo
Decreto nº 5.910/2006
Internacional, celebrada em Montreal, em 28
de maio de 1999.

FONTE: Moura (1992, p. 58-59)

O Direito do transporte aéreo internacional está basicamente relacionado


aos tratados e convenções internacionais estabelecidos entre os países que os
ratificam em seu território. Neste caso, o Brasil os ratifica e os publica em formato
de decreto como ato do Poder Executivo, demonstrado no quadro acima, após
a tramitação legal que deve ser efetuada em relação ao conteúdo jurídico no
território brasileiro, para que ele seja incorporado ao ordenamento jurídico
brasileiro.

UNI

SAIBA MAIS!

Segundo o Supremo Tribunal Federal, a incorporação dos tratados internacionais dá-se


através de atos formais e complexos, revestidos de caráter político-jurídico, compreendendo
as seguintes fases: a) celebração pelo Presidente da República; b) aprovação pelo Congresso
Nacional, mediante decreto legislativo; c) ratificação pelo Presidente da República, mediante
depósito do referido instrumento; e d) promulgação, mediante decreto presidencial. Sendo
estes procedimentos indispensáveis para a incorporação e vigência dos tratados internacionais
no ordenamento jurídico brasileiro.
FONTE: A Incorporação dos Tratados Internacionais ao Ordenamento Jurídico Brasileiro
na Visão do Supremo Tribunal Federal. <http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/1760/A_
INCORPORACAO_DOS_TRATADOS_INTERNACIONAIS_AO_ORDENAMENTO_JURIDICO_
BRASILEIRO_NA_VISAO_DO_SUPREMO_TRIBUNAL_FEDERAL>. Acesso em: 14 mar 2012.

280
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

Moura (1992) esclarece que a distinção entre o transportador internacional


e o doméstico é o termo de escala previsto no contrato de transporte. (grifo nosso)

Após observar alguns ordenamentos, pois a relação dos documentos


legais não é definitiva e igualmente não supre todos os regramentos disponíveis
para o transporte aéreo internacional, passamos a demonstrar algumas bases
jurídicas do transporte aéreo brasileiro.

4 BASES DO DIREITO AÉREO BRASILEIRO


O direito aéreo brasileiro tem como base a regulação do transporte aéreo,
com a Portaria nº 676/ GC5, de 13 de novembro de 2000, que traz em seu contexto
regras sobre transporte de pessoas, confirmação e cancelamento de reserva, da
apresentação do passageiro, do transporte de passageiros especiais, das alterações
contratuais, orientações quanto à bagagem, deveres do passageiro, obrigações
do transportador, entre outros itens essenciais vinculados a esta modalidade de
transporte.

Traremos a você, acadêmico (a), alguns artigos que estão dispostos nesta
portaria, como pano de fundo de suas informações:

Art. 16 - O passageiro com reserva confirmada deverá comparecer


para embarque no horário estabelecido pela empresa ou

a) até 30 (trinta) minutos antes da hora estabelecida no bilhete de


passagem, para as linhas domésticas;

b) até 60 (sessenta) minutos antes da hora estabelecida no bilhete de


passagem, para as linhas internacionais. (BRASIL, 2012, grifo nosso).

Mesmo assim, recomenda-se que os passageiros se apresentem para


embarque com, no mínimo, uma hora de antecedência em voos domésticos e
entre duas ou três horas em voos internacionais. Recomenda-se, ainda, no caso
de voos internacionais, que o passageiro verifique com a companhia aérea qual a
antecedência requerida na apresentação para embarque em cada país de destino,
pois alguns países exigem, no mínimo, três horas, em razão dos procedimentos
de segurança. (ANDEP, 2012).

Art. 17. O passageiro que não comparecer ao embarque, ou não


se apresentar no horário previsto no artigo anterior, terá sua vaga
preenchida por passageiro inscrito em lista de espera.

§ 1º Para fins do que dispõe este artigo, as empresas aéreas


manterão, no balcão do aeroporto, uma lista de espera a ser
preenchida pelo próprio passageiro, sempre que o total de
reservas atingir o limite de assentos previstos para a aeronave.

§ 2º As empresas aéreas não poderão organizar listas de espera fora


dos aeroportos. (ANDEP, 2012).

281
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Podemos observar que é dever do passageiro apresentar-se no horário


estabelecido para as providências do embarque, e este deve ser respeitado.

Artigo 61 da Portaria nº 676/ GC5, de 13 de novembro de 2000, dita os


deveres dos passageiros, que são:

a) apresentar-se para o embarque munido de documento legal de


identificação, na hora estabelecida no bilhete de passagem pelo
transportador;

b) estar convenientemente trajado e calçado;

c) obedecer aos avisos escritos a bordo ou transmitidos pela tripulação;

d) abster-se de atitude que cause incômodo, desconforto ou prejuízo


aos demais passageiros;

e) não fumar a bordo;

f) manter desligados aparelhos sonoros, eletrônicos e de


telecomunicações, que possam interferir na operação da aeronave ou
perturbar a tranquilidade dos demais passageiros;

g) não fazer uso de bebidas que não sejam aquelas propiciadas pelo
serviço de comissaria da empresa transportadora;

h) não conduzir artigos perigosos na bagagem;

i) não acomodar a bagagem de mão em local de trânsito dos passageiros


ou em locais que interfiram nas saídas de emergência;

j) manter sob sua guarda e vigilância, enquanto permanecer no terminal


de passageiros, toda a sua bagagem devidamente identificada; e

k) não transportar bagagem que não seja de sua propriedade ou que


desconheça o conteúdo. (BRASIL, 2012).

Da mesma forma que estão estabelecidos os deveres do usuário, ao


transportador também estão determinadas proibições no artigo 63 do mesmo
documento legal. Vejamos:

Art. 63 – É vedado aos transportadores, direta ou indiretamente, por si ou


por meio de prepostos, agentes gerais e agentes de viagem:

a) praticar tarifas em desacordo com o registrado junto ao DAC ou por


ele aprovadas;

b) recusar e/ou omitir-se em restituir a diferença de tarifa, no caso de


mudança de classe superior para inferior;

c) vender lote de passagem em branco, para preenchimento pelo


usuário, pessoa física ou jurídica;

282
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

d) cobrar diferença resultante de aumento tarifário ocorrido


posteriormente à emissão do bilhete e dentro de seu prazo de validade;

e) recusar-se a indenizar a bagagem do passageiro, após 30 (trinta)


dias de seu extravio;

f) reter valor a ser reembolsado decorridos 30 (trinta) dias do pedido


de reembolso feito pelo usuário, e

g) efetuar reembolso de bilhete de passagem não utilizado dentro de


seu respectivo prazo de validade, em valor inferior ao resultante da
aplicação das regras de cálculo estabelecidas nesta portaria. (BRASIL,
2012).

A ANDEP (2012) alerta que o usuário do transporte aéreo deve portar


documento de identidade hábil: carteira de identidade ou passaporte, ressalvando
que para os países do Mercosul não são aceitas carteiras profissionais como
OAB; CREA; CREMERS, e outras. Carteiras profissionais são identidades
válidas somente para voos dentro do território nacional.

Observação: carteira de motorista (CNH) que estiver vencida não é


considerada como identidade válida, nem mesmo para voos dentro do território
nacional.

UNI

INFORMES

Caso ocorra extravio ou avaria em sua bagagem, o passageiro deve adotar os seguintes
procedimentos:

• procurar a empresa aérea ainda na sala de desembarque e preencher o Registro de


Irregularidade de Bagagem RIB; é necessária a apresentação do comprovante de
despacho da bagagem, visto ser a prova do contrato de transporte da sua bagagem;

• no caso de avaria, o passageiro deve procurar a empresa aérea para relatar o fato,
preferencialmente no ato de seu desembarque, ou até sete dias após, nos termos do § 2º
do art. 244, do CBAer;

• se a empresa aérea se recusar a preencher o RIB, o passageiro deve dirigir-se aos postos
de serviços da ANAC, preferencialmente o do aeroporto onde o fato ocorreu, e registrar
sua reclamação, que poderá resultar em autuação da empresa aérea. No caso de furto de
pertences, o passageiro deve registrar também um boletim de ocorrência na Delegacia de
Polícia, preferencialmente na do aeroporto onde foi constatado o furto.

A bagagem poderá permanecer na condição de extraviada por um período máximo de 30


dias. Após esse período, a empresa deverá indenizar o passageiro. Caso seja localizada pela
companhia aérea, a bagagem deverá ser restituída ao passageiro em seu local de origem ou
de destino, de acordo com o endereço fornecido.

283
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Atenção:
Presume-se que a bagagem foi recebida em bom estado se, após sete dias do seu
recebimento, o passageiro não registrar reclamação.

Importante:
Os procedimentos ora especificados não afastam a possibilidade de serem reivindicados
outros direitos, eventualmente resguardados pela legislação de proteção e defesa do
consumidor, perante os órgãos competentes.

Cabe ao consumidor, no aeroporto, no momento em que ocorre o dano, após tentar


resolver o problema diretamente junto à companhia aérea, reclamar à ANAC e registrar a
ocorrência. Recomenda-se como medida de precaução: a) anotar o nome do funcionário
que o atendeu, tanto na companhia aérea, quanto na ANAC; b) fazer uma lista, anotar nomes,
telefones e e-mails de outros passageiros lesados e de possíveis testemunhas; d) guardar
comprovantes de despesa nas quais o consumidor incorreu em face da má prestação do
serviço (alimentação, transporte, acomodação em hotel); e) guardar cópia da passagem ou
do bilhete eletrônico, bem como do cartão de embarque e do comprovante de entrega da
bagagem (cupom de bagagem). Esses elementos servirão de prova em futura ação judicial,
caso o consumidor não consiga ter seu problema solucionado no próprio aeroporto, junto
à companhia aérea e à ANAC.
FONTE: ANDEP – ASSOCIAÇÃO NACIONAL EM DEFESA DOS DIREITOS DOS PASSAGEIROS
do transporte aéreo.
<http://www.andep.com.br/Content/DireitoseDeveresdoConsumidor.asp>. Acesso em: 15
mar. 2012.

Acadêmico, você pode perceber a importância desse texto legal. Acesse o


link: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/portarias/port676GC5.pdf> e conheça
a íntegra desse documento, complementando seus estudos.

4.1 RESOLUÇÕES ANAC PARA O TRANSPORTE AÉREO


A Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, criou a Agência Nacional de
Aviação Civil – ANAC, e estão dispostas em seu artigo terceiro suas competências:

Art. 3o  A ANAC, no exercício de suas competências, deverá observar


e implementar as orientações, diretrizes e políticas estabelecidas pelo
Governo Federal, especialmente no que se refere a: (Redação dada
pela Lei nº 12.462, de 2011)

I – a representação do Brasil em convenções, acordos, tratados e atos


de transporte aéreo internacional com outros países ou organizações
internacionais de aviação civil;

II – o estabelecimento do modelo de concessão de infraestrutura


aeroportuária, a ser submetido ao Presidente da República;

III – a outorga de serviços aéreos;

IV – a suplementação de recursos para aeroportos de interesse


estratégico, econômico ou turístico; e

284
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

V – a aplicabilidade do instituto da concessão ou da permissão na


exploração comercial de serviços aéreos. (BRASIL, 2012).

O artigo 8º deste ordenamento legal enuncia as demais responsabilidades


da ANAC, que convidamos você, acadêmico (a), a conhecer:

Art. 8º Cabe à ANAC adotar as medidas necessárias para o atendimento


do interesse público e para o desenvolvimento e fomento da aviação civil, da
infraestrutura aeronáutica e aeroportuária do país, atuando com independência,
legalidade, impessoalidade e publicidade, competindo-lhe:

I – implementar, em sua esfera de atuação, a política de aviação civil;

II – representar o país junto aos organismos internacionais de aviação civil,


exceto nos assuntos relativos ao sistema de controle do espaço aéreo e ao
sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos;

III – elaborar relatórios e emitir pareceres sobre acordos, tratados, convenções


e outros atos relativos ao transporte aéreo internacional, celebrados ou a ser
celebrados com outros países ou organizações internacionais;

IV – realizar estudos, estabelecer normas, promover a implementação das


normas e recomendações internacionais de aviação civil, observados os
acordos, tratados e convenções internacionais de que seja parte a República
Federativa do Brasil;

V – negociar o estabelecimento de acordos e tratados sobre transporte aéreo


internacional, observadas as diretrizes do CONAC;

VI – negociar, realizar intercâmbio e articular-se com autoridades aeronáuticas


estrangeiras, para validação recíproca de atividades relativas ao sistema
de segurança de voo, inclusive quando envolvam certificação de produtos
aeronáuticos, de empresas prestadoras de serviços e fabricantes de produtos
aeronáuticos, para a aviação civil;

VII – regular e fiscalizar a operação de serviços aéreos prestados, no país,


por empresas estrangeiras, observados os acordos, tratados e convenções
internacionais de que seja parte a República Federativa do Brasil;

VIII – promover, junto aos órgãos competentes, o cumprimento dos atos


internacionais sobre aviação civil ratificados pela República Federativa do
Brasil;

IX – regular as condições e a designação de empresa aérea brasileira para


operar no exterior;

285
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

X – regular e fiscalizar os serviços aéreos, os produtos e processos aeronáuticos,


a formação e o treinamento de pessoal especializado, os serviços auxiliares,
a segurança da aviação civil, a facilitação do transporte aéreo, a habilitação
de tripulantes, as emissões de poluentes e o ruído aeronáutico, os sistemas de
reservas, a movimentação de passageiros e carga e as demais atividades de
aviação civil;

XI – expedir regras sobre segurança em área aeroportuária e a bordo de


aeronaves civis, porte e transporte de cargas perigosas, inclusive o porte ou
transporte de armamento, explosivos, material bélico ou de quaisquer outros
produtos, substâncias ou objetos que possam pôr em risco os tripulantes ou
passageiros, ou a própria aeronave ou, ainda, que sejam nocivos à saúde;

XII – regular e fiscalizar as medidas a serem adotadas pelas empresas


prestadoras de serviços aéreos, e exploradoras de infraestrutura aeroportuária,
para prevenção quanto ao uso por seus tripulantes ou pessoal técnico de
manutenção e operação que tenha acesso às aeronaves, de substâncias
entorpecentes ou psicotrópicas, que possam determinar dependência física ou
psíquica, permanente ou transitória;

XIII – regular e fiscalizar a outorga de serviços aéreos;

XIV – conceder, permitir ou autorizar a exploração de serviços aéreos;

XV – promover a apreensão de bens e produtos aeronáuticos de uso civil, que


estejam em desacordo com as especificações;

XVI – fiscalizar as aeronaves civis, seus componentes, equipamentos e serviços


de manutenção, com o objetivo de assegurar o cumprimento das normas de
segurança de voo;

XVII – proceder à homologação e emitir certificados, atestados, aprovações e


autorizações, relativos às atividades de competência do sistema de segurança
de voo da aviação civil, bem como licenças de tripulantes e certificados de
habilitação técnica e de capacidade física e mental, observados os padrões e
normas por ela estabelecidos;

XVIII – administrar o Registro Aeronáutico Brasileiro;

XIX – regular as autorizações de horários de pouso e decolagem de aeronaves


civis, observadas as condicionantes do sistema de controle do espaço aéreo e da
infraestrutura aeroportuária disponível;

XX – compor, administrativamente, conflitos de interesses entre prestadoras de


serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária;

286
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

XXI – regular e fiscalizar a infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, com


exceção das atividades e procedimentos relacionados com o sistema de controle
do espaço aéreo e com o sistema de investigação e prevenção de acidentes
aeronáuticos;

XXII - aprovar os planos diretores dos aeroportos; (Redação dada pela Lei nº
12.462, de 2011)

XXIII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)

XXIV – conceder ou autorizar a exploração da infraestrutura aeroportuária, no


todo ou em parte;

XXV – estabelecer o regime tarifário da exploração da infraestrutura


aeroportuária, no todo ou em parte;

XXVI – homologar, registrar e cadastrar os aeródromos;

XXVII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)

XXVIII - fiscalizar a observância dos requisitos técnicos na construção, reforma


e ampliação de aeródromos e aprovar sua abertura ao tráfego; (Redação dada
pela Lei nº 12.462, de 2011)

XXIX – expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade, a operação


integrada e a interconexão de informações entre aeródromos;

XXX – expedir normas e estabelecer padrões mínimos de segurança de voo,


de desempenho e eficiência, a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços
aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, inclusive quanto a
equipamentos, materiais, produtos e processos que utilizarem e serviços que
prestarem;

XXXI – expedir certificados de aeronavegabilidade;

XXXII – regular, fiscalizar e autorizar os serviços aéreos prestados por


aeroclubes, escolas e cursos de aviação civil;

XXXIII – expedir, homologar ou reconhecer a certificação de produtos e


processos aeronáuticos de uso civil, observados os padrões e normas por ela
estabelecidos;

XXXIV – integrar o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes


Aeronáuticos – SIPAER;

287
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

XXXV – reprimir infrações à legislação, inclusive quanto aos direitos dos


usuários, e aplicar as sanções cabíveis;

XXXVI – arrecadar, administrar e aplicar suas receitas;

XXXVII – contratar pessoal por prazo determinado, de acordo com a legislação


aplicável;

XXXVIII – adquirir, administrar e alienar seus bens;

XXXIX - apresentar ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Aviação Civil


da Presidência da República proposta de orçamento; (Redação dada pela Lei
nº 12.462, de 2011)

XL - elaborar e enviar o relatório anual de suas atividades à Secretaria de


Aviação Civil da Presidência da República e, por intermédio da Presidência da
República, ao Congresso Nacional; (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)

XLI – aprovar o seu regimento interno;

XLII - administrar os cargos efetivos, os cargos comissionados e as gratificações


de que trata esta lei; (Redação dada pela Lei nº 11.292, de 2006)

XLIII – decidir, em último grau, sobre as matérias de sua competência;

XLIV – deliberar, na esfera administrativa, quanto à interpretação da legislação,


sobre serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, inclusive
casos omissos, quando não houver orientação normativa da Advocacia-Geral
da União;

XLV – deliberar, na esfera técnica, quanto à interpretação das normas e


recomendações internacionais relativas ao sistema de segurança de voo da
aviação civil, inclusive os casos omissos;

XLVI – editar e dar publicidade às instruções e aos regulamentos necessários à


aplicação desta lei;

XLVII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)

XLVIII – firmar convênios de cooperação técnica e administrativa com


órgãos e entidades governamentais, nacionais ou estrangeiros, tendo em
vista a descentralização e fiscalização eficiente dos setores de aviação civil e
infraestrutura aeronáutica e aeroportuária; e

288
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

XLIX – contribuir para a preservação do patrimônio histórico e da memória da


aviação civil e da infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, em cooperação
com as instituições dedicadas à cultura nacional, orientando e incentivando a
participação das empresas do setor.

FONTE: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/.../L11182.htm>. Acesso em: 16 mar. 2012.

Diante de tantas prerrogativas, fica fácil perceber a importância desta agência


reguladora para o transporte aéreo brasileiro. E foram tomadas várias resoluções,
no intuito de organizar o transporte de passageiros no país, O QUE INCLUI OS
TURISTAS. A seguir descrevemos de forma resumida algumas resoluções.

QUADRO 11 – ALGUMAS RESOLUÇÕES

NORMA LEGAL CONTEÚDO DA NORMA

Resolução n° 196, 24/08/2011 Dispõe sobre a regulamentação do serviço de


atendimento ao passageiro prestado pelas empresas
de transporte aéreo regular.

Resolução nº 141, Dispõe sobre as condições gerais de transporte


aplicáveis aos atrasos e cancelamentos de voos e às
09/03/2010 hipóteses de preterição de passageiros e dá outras
providências.

Resolução n° 130 – 08/12/2009 Aprova os procedimentos de identificação do


passageiro, para o embarque nos aeroportos
brasileiros.

Resolução n° 37, Dispõe sobre a atualização dos limites de


07/08/2008 indenização de que trata o título VII do Código
Brasileiro de Aeronáutica – CBAer.

Resolução n° 24 - 16/04/2008 Dispõe sobre a proibição de afastamento dos


tripulantes técnicos da cabine de comando para
recepção de passageiros durante a preparação da
aeronave para o voo.

Resolução n° 9 - 05/06/2007 Aprova a Norma Operacional de Aviação Civil –


NOAC que dispõe sobre o acesso ao transporte aéreo
de passageiros que necessitam de assistência especial.

Decisão n° 007/ANAC 17/01/2007 Autoriza a venda de bilhete de passagem aérea no


Brasil.
FONTE: ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/
empresasAereas.asp>. Acesso em: 14 mar. 2012.

289
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Certamente não são os únicos dispositivos legais aplicáveis ao transporte


aéreo e, por conseguinte, ao turismo e ao turista, já que, como explicitamos, não
temos conhecimento no território brasileiro de empresa aérea que se destine
exclusivamente a translado de pessoas para o turismo, agregando-se essas ao voo
doméstico normal.

Faremos menção no próximo item ao transporte marítimo e suas


delimitações.

5 TRANSPORTE MARÍTIMO E TURISMO


O turismo marítimo, nas palavras de Palhares (2002), é um dos segmentos
turísticos que mais cresce no mundo, e tem os cruzeiros como caminho deste
crescimento. Esses têm como objetivo fazer com que seus hóspedes desfrutem da
ótima infraestrutura que os navios oferecem, além de visitarem pontos turísticos
durante as viagens.

Com a preocupação ambiental desde o ano de 1990, todas as


embarcações navegando em qualquer parte do mundo passaram a ter que
atender aos padrões da MARPOL (Marine Pollution), que foram estabelecidos
pela Internacional Marine Organization (IMO), que faz parte da ONU
(Organização das Nações Unidas). O anexo V da Marpol define a disposição
dos resíduos, lixos e material poluente lançados pelos navios nos mares.

FONTE: Adaptado de: <www.proac.uff.br/turismo/sites/.../DeboraGuimaraesSobroza-tcc.pdf>.


Acesso em: 16 mar. 2012.

Este dispositivo legal determina a divisão das águas em quatro zonas


marítimas, de acordo com a proximidade do navio em relação à costa; é proibido
jogar no mar qualquer resíduo sólido a menos de três milhas náuticas da costa;
entre 3 e 12 milhas náuticas é vedado o lançamento de papel, vidro e mesmo
alimento, exceto se tiver menos do que uma polegada de diâmetro; as outras duas
áreas, de 12 e 25 milhas e superiores a 25 milhas, ficam restritas ao lançamento de
material plástico. (PALHEROS, 2002).

QUADRO 12 – CUIDADOS COM RESÍDUOS EM EMBARCAÇÕES

TIPO DE REJEITO DESCRIÇÃO PROCEDIMENTO

Água proveniente dos


chuveiros, dos ralos dos Armazenamento para descarga
Esgoto sanitário chuveiros, lavanderia, lavagem com distância superior a 12 mn-
de louça, condensação do ar milhas náuticas.
condicionado etc.

290
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

Esgoto tratado pode ser jogado


Vasos sanitários e água
ao mar a qualquer distância da
Esgoto secundário proveniente do centro médico
costa. Esgoto bruto só mais de 12
da embarcação.
mn.

Tratamento efetuado a fim de


Mistura de fluidos coletados
diminuir a concentração de óleo
Água de porão nas máquinas da embarcação
para cinco partes por milhão.
e no sistema de dreno interno.
Lançado a mais de 12 mn.

Contaminantes Não pode ser jogado no mar. É


Óleos, graxas. Lubrificantes,
filtrados da água descarregado no porto e pode
etc.
de porão ser reciclado.

Coleta seletiva de lixo e


Lixo Comida, papelão, madeira, etc. incineração. As cinzas produzidas
são retiradas no porto.

O vidro é quebrado em pedaços


Provenientes das embalagens
pequenos e as latas esmagadas
Vidros e latas de refrigerantes, cervejas, cascos
para posterior reciclagem em
de bebidas em geral.
terra.

Pilhas baterias, produtos Descarregados apenas em portos


Rejeitos especiais médicos, material de pintura, autorizados. No Brasil temos o
material fotográfico etc. Porto de Santos.

FONTE: Palhares (2002, p. 259)

O turismo náutico se diferencia dos outros segmentos, na medida em


que o seu principal elemento caracterizador é um equipamento náutico: a
embarcação que se constitui no próprio atrativo motivador do deslocamento,
ao mesmo tempo em que é utilizada como meio de transporte turístico.

Entende-se como náutica toda atividade de navegação desenvolvida


em embarcações sob ou sobre águas, paradas ou com correntes, sejam fluviais,
lacustres, marítimas, sejam oceânicas. A navegação, quando considerada como
uma prática turística, caracteriza o segmento denominado turismo náutico.
Desta forma:

Turismo náutico caracteriza-se pela utilização de embarcações


náuticas como finalidade da movimentação turística.

FONTE: <www.turismo.gov.br/.../turismo/.../Turismo_Nxutico_Versxo_Final_ ...>. Acesso em:


16 mar. 2012.

291
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Dependendo do local onde ocorre, o turismo náutico pode ser caracterizado


como:

• Turismo fluvial.
• Turismo em represas.
• Turismo lacustre.
• Turismo marítimo.

Atividades de cruzeiros envolvem, também, viagens de longo curso


e de cabotagem e passeios, excursões e outras viagens via quaisquer tipos de
embarcações náuticas para fins turísticos. (ADETURNORP, 2012).

O turismo fluvial acontece em canais navegáveis existentes em alguns


pontos do mundo; no Brasil o Estado do Amazonas oferece maiores oportunidades.
O serviço de embarcação dos ferries é utilizado para deslocamentos urbanos,
comuns ou para o turismo, de acordo com a própria realidade geográfica do local
em que se encontra disponível. (PALHEROS, 2002).

A relação estabelecida entre o turista que se utiliza da prestação de serviços


do cruzeiro marítimo é a mesma do rodoviário e aéreo, qual seja, a relação de
consumo. Da mesma forma, o Código de Defesa do Consumidor ordena estas
tratativas, que envolvem todos os trâmites anteriores ao ingresso na embarcação,
durante e posteriormente, se houver resquícios a serem resolvidos.

Os portos precisam adequar-se ao recebimento de passageiros e, portanto,


precisam dispor de, segundo Lima (1999 apud PALHEROS, 2002, p. 270-271):

• plataformas de embarque e desembarque de passageiros;

• instalações próprias para recepção e atendimento, tais como registro de entrada


e saída, alfândega etc.;

• instalações para órgãos públicos e privados de atendimento ao passageiro e


ao turista, Polícia Federal, Receita Federal, Capitania dos Portos, Ministério do
Trabalho, Vigilância Sanitária etc.);

• oferta de meios de transporte para que o turista possa visitar a região próxima
ao porto, tais como: táxis, ônibus, trem, locadora de automóveis etc.;

• local destinado aos prestadores de serviços de manutenção e reabastecimento


dos navios (fornecedores, limpeza, tratamento e disposição de resíduos, etc.).

292
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

UNI

A Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997, que está disponível no link: <http://


www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9432.htm>, dispõe sobre a ordenação do transporte
aquaviário no território brasileiro, estando inclusas as embarcações turísticas.

Encontramos ainda outros textos regulamentadores da prestação de


serviços em embarcações no Brasil:

QUADRO 13 – NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS AO TRANSPORTE MARÍTIMO

TEXTO LEGAL CONTEÚDO NORMATIVO

Estabelece diretrizes para a fiscalização em


embarcações comerciais de turismo, seus
passageiros e tripulantes. O Ministério do
Esporte e Turismo, por meio da Embratur
(Instituto Brasileiro do Turismo), definirá os
Decreto nº 4.406, de 03 de outubro de
portos turísticos internacionais para passar
2002.
por essa vistoria. Encaixam-se nesse padrão
aqueles designados mediante critérios de
interesse turístico e onde ocorra a primeira ou
a última escala de embarcações comerciais,
procedentes ou com destino ao exterior.

Disciplina a concessão de visto a marítimo


estrangeiro empregado a bordo de
embarcação de turismo estrangeira que
Resolução Normativa nº 71, de 05 de opere em águas jurisdicionais brasileiras.
setembro de 2006. Não sendo exigido visto de entrada no país
ao marítimo que seja portador da Carteira de
Identidade Internacional de Marítimo ou de
documento equivalente.

Altera os artigos 313 e 374 do Decreto nº 4.543,


de 26 de dezembro de 2002, que regulamenta
a administração das atividades aduaneiras,
a fiscalização, o controle e tributação das
Decreto nº 5.887, de 06 de setembro de operações de comércio exterior. A aplicação
2006. do regime poderá ser estendida a mercadorias
a serem empregadas em desenvolvimento
de produtos, em testes de funcionamento
e resistência e em operações de renovação,
recondicionamento, manutenção e reparo.

293
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Regulamenta a administração das atividades


aduaneiras, a fiscalização, o controle e
a tributação das operações de comércio
Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro de exterior. Determina as ações dos portos,
2006. aeroportos e pontos de fronteira em território
nacional e estipula normas para o transporte
de mercadorias de importador e exportador,
entre outras competências.

As Normas da Autoridade Marítima para


Embarcações Empregadas na Navegação
Interior classificam as embarcações e
determinam os valores para vistoria em
Normas da Autoridade Marítima - 02/
diversas situações. Determinam meios para
DPC, de 19 de dezembro de 2007.
a obtenção da Certidão de Capacitação
de Embarcações para o Registro Especial
Brasileiro e listam os requisitos mínimos
para o transporte de determinadas matérias.

As Normas da Autoridade Marítima para


Amadores, Embarcações de Esporte e/
ou Recreio e para Cadastramento e
Funcionamento das Marinas, Clubes e
Normas da Autoridade Marítima - 03/ Entidades Desportivas Náuticas estabelecem
DPC, de 30 de abril de 2008. condições para o emprego das embarcações
não comerciais, visando à segurança da
navegação e da vida humana no mar e
à prevenção contra a poluição do meio
ambiente marinho por tais embarcações.

Disciplina a concessão de visto a profissional


estrangeiro empregado a bordo de
embarcação de turismo estrangeira que
venha ao Brasil em viagem de longo curso.
Resolução Normativa nº 83, de 03 de O profissional nesta condição, que não
dezembro de 2008. seja portador da Carteira de Identidade
Internacional de Marítimo válida ou de
documento equivalente, poderá obter o
visto de trabalho diretamente em repartição
consular brasileira no exterior.

As Normas da Autoridade Marítima para


Embarcações Empregadas na Navegação
em Mar Aberto definem as classes das
embarcações e os valores a serem pagos por
Normas da Autoridade Marítima - 01/ suas arqueações em território nacional. Além
DPC, de 08 de dezembro de 2008. disso, apresentam uma lista de documentos
necessários para a navegação e informam
a necessidade de vistoria e manutenção
permanente dessas embarcações, visando à
segurança da tripulação.

294
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

As Normas da Autoridade Marítima para


Operação de Embarcações Estrangeiras em
Águas Jurisdicionais Brasileiras apresentam
procedimentos administrativos para
Normas da Autoridade Marítima-04/ operações de embarcações estrangeiras no
DPC, de 13 de maio de 2009 país. Dentre os requisitos estão a fiscalização
das condições do navio, o controle do número
de embarcações nos portos e a vistoria
especializada em transporte de petróleo e
derivados.

FONTE: BRASIL TURISMO. <http://www.brasilturismo.com/legislacao/outrosprestadores.php>.


Acesso em: 15 mar. 2012.

ATENCAO

O MINISTÉRIO DO TURISMO TEM DISPONÍVEL EM SEU SITE: a cartilha


específica com o tema: TURISMO NÁUTICO: Orientações Básicas.
Disponível em: <http://www.fbcvb.org.br/Imagens/Arquivos/Livro_Nautico.pdf>. Mantenha-
se informado!

Desta forma, a responsabilidade civil é tratada pelo Código Civil Brasileiro,


analisadas as situações em concreto, onde se entende que os prestadores de serviço
têm responsabilidade objetiva, podendo ainda ser imputadas as penalidades
previstas no Código Penal.

UNI

CONHEÇA A ANTAQ

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ, criada pela Lei nº 10.233, de 5


de junho de 2001, é entidade integrante da administração federal indireta, submetida ao
regime autárquico especial, com personalidade jurídica de direito público, independência
administrativa, autonomia financeira e funcional, mandato fixo de seus dirigentes, vinculada
ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de Portos da Presidência da República, com sede
e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades administrativas regionais.

Tem por finalidades:

I - implementar, em sua esfera de atuação, as políticas formuladas pelo Ministério dos


Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte-CONIT,
segundo os princípios e diretrizes estabelecidos na Lei nº 10.233, de 2001; e

295
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

II - regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte


aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária, exercida por terceiros,
com vistas a:
a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência,
segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas;
b) harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias,
permissionárias, autorizadas e arrendatárias, e de entidades delegadas, preservando o
interesse público; e
c) arbitrar conflitos de interesse e impedir situações que configurem competição imperfeita
ou infração contra a ordem econômica.

FONTE: ANTAQ. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS. <http://www.antaq.


gov.br/Portal/Institucional.asp>. Acesso em: 16 mar. 2012.

Devem ser observados, quando da navegação marítima:

- o Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934 – Código das Águas, que identifica


águas públicas, comuns e particulares e como podem ser aproveitadas na
navegação;

- a Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que implementa a Política Nacional de


Recursos Hídricos, que se destina a regular a utilização racional e integrada
dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, buscando o
desenvolvimento sustentável.

DICAS

Conheça a revista disponível de modo eletrônico, em: <http://www.


portosenavios.com.br/site/revista>, PORTOS E NAVIOS, que traz notícias e informações
acerca do mundo marítimo. É importante para complementação de seus estudos, além do
site da ABREMAR – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRUZEIROS MARÍTIMOS, <http://www.
abremar.com.br/>, que traz a história do início dos cruzeiros marítimos no Brasil, respostas a
muitas perguntas comuns a quem eventualmente deseja fazer um cruzeiro marítimo, além
de informações diversas pertinentes a este segmento de turismo.

Ressaltamos, igualmente, a existência de um Tribunal Marítimo com


jurisdição em todo o território nacional, órgão autônomo, auxiliar do Poder
Judiciário, vinculado ao Comando da Marinha, que tem como atribuições julgar
os acidentes e fatos da navegação marítima, fluvial e lacustre, bem como manter
o registro da propriedade marítima. (MAR MIL, 2012).

296
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

Apesar da disponibilidade do transporte aéreo e marítimo que para o


turismo vem se demonstrando mais democrático com o decorrer do tempo, o
transporte rodoviário ainda é intensamente utilizado. Em razão desta realidade
apresentada tecemos algumas considerações ao transporte rodoviário.

6 TRANSPORTE RODOVIÁRIO APLICADO AO TURISMO


Carros, ônibus, bicicletas, motos, trailers são meios de transporte,
classificados como rodoviários e utilizados para a prática do turismo.

Relembra Palhares (2002) que o ônibus oferece a possibilidade de


deslocamentos de maior número de pessoas que em serviços regulares e fretados;
as motos são utilizadas em grupos e agremiações que se reúnem para viagens em
conjunto; o carro ainda é o meio de transporte que oferece grande mobilidade
e conveniência em seus deslocamentos; os buggies e jipes são utilizados para
passeios por praias e viagens fora da estrada (off-road).

O aluguel de veículos é uma das alternativas postas à disposição dos


turistas em diversas cidades e países, utilizado tanto por aquele que faz turismo
de negócios ou para o turismo a passeio.

Algumas características estão evidenciadas para aquele que deseja locar


um veículo para turismo, que deve ser de conhecimento para aqueles que locam,
trabalham ou utilizam os veículos para o setor de turismo, segundo Palhares
(2002). Destacamos:

• Diária: corresponde a 24 horas e sua contagem começa a partir do momento em


que o veículo é retirado da locadora; após esse período há cobrança adicional
por cada hora em excesso, até a sexta hora, quando então uma nova diária é
considerada.

• Pagamento: geralmente é efetuado antes da retirada do veículo da locadora.

• Taxas e seguros adicionais: os seguros aplicados são em caso de roubo ou dano.


As taxas aplicadas são as de quilometragem; quem não optar por uma taxa
com quilometragem ilimitada pagará o adicional por quilômetro percorrido;
outra taxa é a de retorno, quando o carro é devolvido num local diferente de
onde foi retirado.

• Devolução do veículo: em alguns casos as empresas oferecem a opção do


cliente alugar o veículo em uma loja e devolvê-lo em outra da mesma rede,
mesmo que em cidades diferentes.

• Idade mínima: no exterior, a idade mínima para locação é geralmente de 25


anos; no Brasil, a maioria das locadoras só aluga veículos para maiores de 21
anos.

297
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

• Habilitação: o cliente precisa ter habilitação para dirigir a mesma categoria


do veículo que está alugando e, geralmente, ter um mínimo de dois anos de
experiência. A carteira internacional de habilitação é a única que permite que
se dirija em qualquer parte do mundo, sem quaisquer restrições.

• O táxi também é utilizado na prestação de serviços turísticos, principalmente


no deslocamento de turistas dos terminais de transporte às principais atrações
turísticas, aos hotéis, atendendo, principalmente, aquele que viaja sozinho.

Boerngen (2002, apud PALHARES, 2002, p. 206) informa que os ônibus


fretados são os comumente utilizados para o turismo, onde o fretamento fechado
se estabelece quando um ou vários ônibus são alugados por um grupo de pessoas
previamente determinado, ou em fretamento aberto, no caso de excursões
rodoviárias em que a empresa aluga o ônibus e vende pacotes turísticos para
viajantes que não necessariamente se conhecem previamente.

A finalidade turística e rodoviária do ônibus traz algumas vantagens:

1. Serviço porta a porta: um ônibus fretado pode fazer o roteiro planejado por
seus locatários, oferecendo muito mais flexibilidade que outros meios de
transporte.

2. Motorista próprio: viajantes que não saibam dirigir, ou mesmo que queiram
deixar seus carros na garagem, podem contar com a conveniência de um
motorista profissional para guiá-los.

3. Sociabilidade: muitos turistas preferem efetuar viagens de ônibus,


principalmente aquelas em excursão, como forma de se socializarem com
pessoas que fazem parte do seu círculo familiar e de amizade e com os demais
viajantes.

4. Custo: a viagem de ônibus pode custar mais barato, se relacionada a uma


viagem de automóvel, em razão das despesas com combustível, pedágios,
manutenção do veículo etc.

5. Meio ambiente: num ônibus, a emissão de poluentes per capita é bem menor do
que um veículo automotor; o espaço que ocupa na via é inferior do que aqueles
que ocupariam os automóveis transportando o mesmo número de pessoas;
causam menos engarrafamento do que o transporte individual.

O Decreto nº 2.521, de 20 de março de 1998, dispõe sobre a exploração,


mediante permissão e autorização, de serviços de transporte rodoviário
interestadual e internacional de passageiros e dá outras providências, deve ser
observado pelas empresas que pretendem explorar o translado de pessoas de
forma comercial, turística ou não, e traz conceitos para o turismo, dentre estes:

298
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

Art. 3º Para os fins deste decreto considera-se:

(...)

XI - fretamento eventual ou turístico: é o serviço prestado à pessoa


ou a um grupo de pessoas, em circuito fechado, com emissão de
nota fiscal e lista de pessoas transportadas, por viagem, com prévia
autorização ou licença do Ministério dos Transportes ou órgão com ele
conveniado. (BRASIL, 2012).

Certamente, todos que se deslocam pelas vias terrestres brasileiras devem


estar atentos ao que dispõe o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.htm>. As regras de condução
de veículos e de locomoção dos pedestres estão evidenciadas neste contexto legal.
Vale a pena lermos com atenção, e reafirmamos a conduta defensiva ao volante.

NOTA

Para aprofundar seus conhecimentos, acesse o link: <http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11705.htm> e leia o conteúdo da LEI SECA, que
continua trazendo polêmica ao território brasileiro.

Quanto às regras para compra de pacotes turísticos, fretamento ou


quaisquer outros relacionados à relação de consumo estabelecida entre o turista e
o fornecedor dos produtos e serviços turísticos, estas são reguladas pelo Código
de Defesa do Consumidor, já visto em item anterior.

Da mesma forma, em momento anterior a esse mencionamos o dispositivo


legal que permite a suspensão da passagem rodoviária, com a possível devolução
do dinheiro, quando da venda de passagem individual, e as questões das bagagens
a serem transportadas nos compartimentos dos ônibus, assim como os benefícios
concedidos aos viajantes da melhor idade.

A responsabilidade civil, igualmente, permanece regulada pelo códigos


Civil e Processual Civil Brasileiro, na lógica da responsabilidade objetiva dos
prestadores de serviços turísticos.

Caro acadêmico, faça uma releitura do conteúdo e associe ao transporte


rodoviário turístico.

299
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

7 VAI VIAJAR? SAIBA ADEQUAR AS SUAS ROUPAS AO


LOCAL VISITADO
Quando nos preparamos para viajar, sentimos aquele “frio na barriga”
ao saber que iremos encontrar os nossos entes queridos (parentes ou amigos), ou
conhecer o local que sonhamos a nossa vida inteira, que nos era apresentado por
meio de livros ou depoimentos daqueles que já tiveram a satisfação de conhecer
o local desejado.

Como toda ação de nossas vidas, uma viagem também exige planejamento.
Antes de tudo, precisamos escolher o local a ser visitado; reservar as passagens
e os meios de hospedagem; escolher os passeios e os atrativos turísticos a serem
visitados; e arrumar nossa mala para sair mundo afora.

Muitas vezes, achamos que arrumar a mala é a etapa mais simples do


planejamento da viagem. Na verdade, se deixarmos para a última hora, este
momento pode se tornar uma verdadeira preocupação. Ora, sabemos que estamos
sujeitos às condições do tempo (aqui, referenciado ao clima) e que devemos estar
atentos à estação do ano em que se encontra o local a ser visitado.

Se a viagem for para o Hemisfério Sul, teremos a estação do ano igual ao


do nosso país. É preciso estar atento às condições do tempo, pois existem lugares
mais úmidos ou secos que o Brasil. Por conta disso, nem sempre as roupas que
usamos no Brasil, durante o inverno, podem ser utilizadas, por exemplo, em
Mendoza, na Argentina, que apresenta um inverno mais rigoroso que o nosso, a
ponto de, algumas vezes, ocorrer precipitação de neve.

Você deve estar pensando: situação semelhante pode ocorrer durante


uma viagem entre cidades brasileiras. Claro que sim, basta comparar com uma
viagem entre o Sul e o Nordeste do Brasil. No inverno, podemos sair de casaco e
chegar de camiseta.

Dessa forma, ficar atento(a) com a estação e o tempo do local visitado


evitará grandes chances de não passar por um “sufoco” durante a sua viagem.

DICAS

Para saber a situação do tempo da cidade que você visitará, acesse: <http://
br.weather.com/>. Basta digitar em “Escreva o nome da cidade ou país” e pronto.

300
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

Esta preparação sobre o tempo o(a) ajudará a aperfeiçoar o uso de sua


mala, ou seja, quanto menos bagagens você levar, melhor. Lembre-se de que
antes de você se hospedar na casa de seus parentes, amigos ou num hotel, você
terá que “carregar” a sua bagagem para o seu carro, táxi etc., ou ainda terá que
caminhar por alguns metros para chegar à rodoviária ou no saguão do aeroporto.

Isso quer dizer que se você estiver com muitas bagagens, terá que se
preocupar para não perdê-las, ou machucar a sua coluna com tanto esforço.

Portanto, fica a dica: uma mala para cada viajante. E uma bagagem de
mão (pequena mala, mochila etc.), se você estiver sozinho ou com a sua família. A
ideia é essa mesma: uma bagagem de mão para toda a família. Assim, você pode
escolher uma pessoa que fica responsável por esta bagagem.

A ideia da bagagem de mão é que você leve uma muda de roupa para
cada integrante da viagem e outras coisas que desejar. No caso de extravio de
sua bagagem, para que você tenha roupas limpas por um ou dois dias, até que
a empresa transportadora entregue a sua bagagem ou forneça condições para
comprar outras roupas.

Você deve estar se perguntando: é possível levar apenas uma bagagem,


independentemente do período da viagem? Sim. Perceba que não estamos
falando de tamanho de bagagem e, sim, de quantidade. Claro que se você for
passar 30 dias na Europa, durante o inverno, necessitará de roupas que ocuparão
mais volume.

Mesmo assim, será possível levar apenas uma bagagem. Neste e em


qualquer caso, sugerimos que você enrole as suas roupas e coloque uma no lado
da outra, formando fileiras. Depois que finalizar uma fileira, passe para outra e
assim por diante.

Este método diminui o volume das roupas, evita amarrotá-las e aproveita


melhor o espaço da mala.

FIGURA 9 – DISPOSIÇÃO DAS ROUPAS NA BAGAGEM

FONTE: VIDA PERFEITA, (2012).

301
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Bonnell (2000) contribui com o que estamos falando até o momento, ao nos
apresentar dicas para evitar que desempenhamos aquele papel típico de turista.
A autora chama a atenção para não nos comportamos como aquele indivíduo que
destoa em meio à comunidade local. O objetivo não é que deixemos de parecer
turistas nos lugares visitados, mas sim “se vestir de modo a parecer um cidadão
do mundo e passar meio ‘despercebido pela multidão’ em qualquer lugar”.
(BONNELL, 2000, p.123).

Por conta disso, Bonnell (2000, p. 124) aponta “sete itens que denunciam
um turista”:

1) O visual do agasalho esportivo.

2) Boné e viseira.

3) Jeans desbotado e surrado – seja calça, jaqueta ou camiseta.

4) Bolsa a tiracolo com a alça, cruzando o peito e presa firmemente sob o braço.

5) Uma camiseta, boné ou agasalho com uma inscrição do tipo “Lembrança de


tal Lugar” escrita em letras garrafais. Ou algum suvenir que seja vendido em
algum comércio local.

6) Short cáqui tipo safári.

7) Calçados esporte, novinhos em folha, usados com qualquer um dos itens acima.

FIGURA 10 – TÍPICO TURISTA

FONTE: Macksiany (2012)

As características e a imagem acima deixam claro o que a autora nos


apresenta como um típico turista se veste.

Dessa forma, Bonnell (2000, p. 125) nos apresenta dez dicas para que a sua
roupa esteja adequada em qualquer lugar do mundo:

302
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

1) Seja simpático(a), sorria e aparente tranquilidade, autoconfiança.

2) Use roupas básicas simples. As diferenças de estilo já não são tão grandes
assim no planeta – detalhe nada mau para um turista.

3) Use calçados confortáveis, mas que não sejam de nenhuma marca esportiva
conhecida. Mocassins, sapatilhas e sapatos esportivos em geral caem bem.
Tênis discretos também.

4) Use uma bolsa a tiracolo simples, com uma alça comprida o suficiente para
você cruzar sobre o peito (não de maneira apertada!), ou uma mochila
para carregar mapas, um guia turístico, protetor solar, câmera de vídeo ou
fotográfica, água, comida, telefone, celular... Esse tipo de coisa.

5) Opte por cores neutras, baseando-se no clima e no grau de urbanismo do


lugar que você esteja visitando. Nos centros cosmopolitas: preto, azul-
marinho, cáqui, marrom-claro, cinza. Em cidades menores: todas, menos
preto. Em cidades e áreas mais abertas: verde intenso, marrom-claro, cáqui
e branco. Em áreas mais rurais: cáqui, marrom-claro, azul-marinho. Em
lugares mais descontraídos e de clima quente: cáqui e branco. Esses detalhes
também facilitam bastante a arrumação da bagagem.

6) Se usar jeans, opte por um novinho, ainda escuro, e não desbotado. Além de
azul, ele também pode ser preto ou branco, de acordo com as dicas do item 5.

7) Se usar bermuda, ela não deve ser mais curta do que uns sete centímetros
acima dos joelhos.

8) Não use bermuda nos lugares mais frequentados dos grandes centros
cosmopolitas, como Nova York, Londres, Paris, Roma, Hong Kong e Tóquio.

9) Leve na bagagem mais blusas do que calças, saias e bermudas. Uma nova
blusa dá a impressão do que todo seu visual se renovou.

10) Leve também uma capa de chuva em algum cantinho da bagagem. É


sempre bom andar prevenido (a).

As dicas apresentadas são apenas sugestões, que o(a) ajudarão a visitar


os países ocidentais. Quando nos remetemos aos países do Oriente, precisamos
estar atentos aos costumes direcionados por regimes de governo ou orientações
religiosas. Por conta disso, se você está pensando em viajar, por exemplo, para a
Índia, Israel, Emirados Árabes, fique atento(a) a algumas considerações.

303
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Nos Emirados Árabes, os moradores locais vestem-se com trajes


tradicionais e podem sentir-se ofendidos quando pessoas vestem-se de
maneira não apropriada ou em discordância com os valores islâmicos.
Além de não expor o corpo de forma indecente, as vestimentas não
devem conter figuras ou mensagens inadequadas. As mulheres
estrangeiras podem usar roupas ocidentais, não sendo obrigatório o
uso do véu (exceto nas mesquitas). É recomendável cobrir os ombros e
joelhos, evitando transparências e decotes excessivos. Para os homens,
é aconselhável o uso de calças compridas em ambientes mais formais
ou religiosos. Nas praias, parques aquáticos e piscinas, são aceitos
trajes de banho ocidentais (inclusive biquínis). O “topless” é proibido
(PORTAL CONSULAR, 2012).

Perceba que as considerações acima buscam “respeitar” o perfil ocidental


de se vestir, porque os Emirados Árabes é atualmente um dos destinos principais
de estadunidenses e europeus.

Ainda, precisamos estar atentos às considerações de Medeiros (2001)


sobre as roupas que são usadas em países islâmicos.

Em países islâmicos, principalmente nos mais ortodoxos, as mulheres


andam cobertas da cabeça aos pés, sem expor braços ou pernas. Os cabelos
também ficam escondidos sob um véu, que só pode ser retirado diante do
marido. Dos homens, espera-se que andem com camisas de mangas longas
e calças compridas. No período do Ramadan, esqueça as cores fortes,
especialmente o vermelho. Na Índia, a menos que queira ser mais fotografado
do que o Taj Mahal, não use roupas justas e decotadas. No Egito, só vista roxo
se estiver de luto.

FONTE: Adaptado de: <http://www.revistaturismo.com.br/materiasespeciais/gafes.html>.


Acesso em: 17 mar. 2012.

As recomendações aqui apresentadas estão calcadas no bom senso. Dessa


forma, muitas vezes, as pesquisas que realizamos sobre o local a ser visitado
podem nos garantir boas escolhas de adequação do nosso vestuário.

304
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

LEITURA COMPLEMENTAR

RESPONSABILIDADE DAS AGÊNCIAS E DAS OPERADORAS


DE TURISMO EM DECORRÊNCIA DOS VÍCIOS DOS SERVIÇOS
PRESTADOS

Merece reflexão o problema da responsabilidade das empresas de


turismo em face de eventuais vícios de qualidade dos serviços prestados por seus
representantes autônomos, no que se refere aos chamados pacotes turísticos.

A empresa de turismo, para os fins do art. 3º caput e § 2º, Lei Federal nº.
8.078/1990 (CDC), é fornecedora de serviços e o contrato celebrado entre ela e o
consumidor caracteriza uma relação jurídica de consumo.

Anote-se que, de regra, as operadoras de turismo, ao firmarem tais


contratos, que são de adesão, posto que os consumidores apenas aderem às
cláusulas e condições estipuladas por aquelas, que elegem hotéis, as empresas
de transporte terrestre, marítimo e aéreo, restaurantes, casas de shows e outros
estabelecimentos autônomos para a prestação dos serviços finais aos adquirentes
dos pacotes.

Os referidos estabelecimentos podem ser considerados, à luz do


pergaminho legal citado, como fornecedores e representantes autônomos das
empresas de turismo, eis que os consumidores, quando adquirem os sobreditos
pacotes, têm que utilizar os serviços e estabelecimentos indicados pelas aludidas
operadoras, e não em estabelecimento eleito livremente.

A lei prevê, expressamente, a responsabilidade solidária das operadoras de


turismo, como prestadora de serviço, por ato dos seus prepostos ou representantes
autônomos, conforme estatui o art. 34, do mencionado Codex.

De fato, as empresas e operadoras de turismo respondem objetiva e


solidariamente pelos danos causados ao consumidor final pela inadequação e pelos
vícios de qualidade dos serviços prestados pelos seus prepostos (representantes
comerciais ou estabelecimentos conveniados ou por elas escolhidos), como prevê
o artigo 14.

As empresas e operadoras, ante as redações dos artigos 34 c/c 14,


caput, 20, caput, e 25, § 1º todos do CDC, que vendem pacotes de viagens, têm
responsabilidade solidária e objetiva, independente de culpa, pelos vícios de
qualidade dos serviços ofertados ao consumidor final, ainda que a falta provenha
dos prepostos (representantes comerciais ou estabelecimentos conveniados ou
por elas escolhidos).

Nem mesmo eventual alegação de ignorância das operadoras de turismo


sobre os vícios de qualidade, ou sobre a inadequação dos serviços dos seus
prepostos (representantes comerciais ou estabelecimentos conveniados ou por

305
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

elas escolhidos), as eximem de responsabilidade, como disciplina o art. 23 do


CDC.

Ada Pellegrini Grinover (apud Antonio Carlos Alencar Carvalho,


Responsabilidade Civil das Operadoras de Turismo por vícios de qualidade
nos pacotes turísticos) explica os fundamentos da responsabilidade solidária da
operadora de turismo:

“Como a responsabilidade é objetiva, decorrente da simples colocação


no mercado de determinado produto ou prestação de dado serviço, ao
consumidor é conferido o direito de intentar as medidas contra todos os
que estiverem na cadeia de responsabilidade que propiciou a colocação
do mesmo produto no mercado ou então a prestação do serviço”. 

Cumpre às operadoras que vendem pacote turístico assumirem o risco


pela eleição e pela qualidade dos estabelecimentos e empresas prestadoras dos
serviços, até porque o risco da atividade econômica é do fornecedor, e não do
consumidor. Quem goza as vantagens também deve suportar as desvantagens. É
princípio geral de direito: Qui habet comoda, ferre debet onera.

E, ainda, segundo a Deliberação Normativa nº 161/85 (BRASIL, 2002, não


paginado) da Embratur, em seu Anexo I, itens 1.2, 1.3 e 2.2:

“1.2 A agência de turismo é diretamente responsável pelos atos de seus


prepostos, inclusive os praticados por terceiros por eles contratados ou
autorizados, ainda que na condição de autônomos, assim entendidas
as pessoas físicas por ela credenciadas, tácita ou expressamente,
limitada essa responsabilidade enquanto os autônomos ou prepostos
estejam nos estritos limites de exercício do trabalho que lhes competir,
por força da venda, contratação e execução do programa turístico
operado pela agência.

[...]

1.3 A agência de turismo é responsável: a) pelo transporte,


hospedagem, refeições, traslados, passeios locais e demais serviços
turísticos, quando incluídos no programa da viagem ou excursão; b)
pelo transporte e garantia das bagagens dos participantes [...]

2.2 Cumprir o programa de viagem ou excursão, na forma em que


foi acordado, bem como nas condições previstas em qualquer oferta
ou divulgação do programa de viagem ou excursão, especialmente as
referentes: a) aos serviços oferecidos;”
 
Cláudia Lima Marques (Contrato de transporte, turismo e viagem, RT 26-
174) preleciona que: “A relação contratual do consumidor é com a agência de viagem,
podendo exigir desta a qualidade e a adequação da prestação de todos os serviços, que
adquiriu no pacote turístico contratado, como se os outros fornecedores seus prepostos
fossem (...) tratando-se de um contrato de organização de viagens, responsabilizam a agência
de viagens pela conduta de qualquer prestador de serviços envolvido na viagem turística,
prestador este que é considerado um auxiliar da agência (...) foi o reconhecimento
pela jurisprudência de uma nova responsabilidade (própria e solidária) para as

306
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

agências de viagens, as quais comercializam os chamados “pacotes turísticos” e


passam por responsáveis pela atuação de toda uma cadeia de fornecedores por
eles escolhidos e previamente contratados”.
 
Segue daí que o direito pátrio, inovado pelas zelosas disposições do
Código de Defesa do Consumidor, avançou largamente na questão dos pacotes
turísticos e na paralela responsabilidade das operadoras, que, outrora, buscavam
eximir-se de responder pelos vícios de qualidade dos serviços de seus auxiliares
e representantes autônomos, sob o confortável manto de impunidade, somente
devassado pelo consumidor quando se conseguia, arduamente, demonstrar
culpa da operadora, o que, invariavelmente, significava prejuízo aos clientes das
empresas de turismo em ações judiciais.
         
Agora, a responsabilidade das operadoras de turismo compreende a
garantia de qualidade dos estabelecimentos hoteleiros, dos serviços de transporte
e de alimentação ofertados ao consumidor, o qual, se lesado em seus direitos e
expectativas, poderá ingressar em juízo contra a empresa que vendeu o pacote
turístico e contra toda a cadeia de fornecedores envolvida, em demanda fundada
em responsabilidade solidária e objetiva, independente de culpa, com grandes
possibilidades de êxito, de modo a reequilibrar os direitos do consumidor diante
do fornecedor no mercado. 

Conforme demonstrado, a doutrina é clara com relação à responsabilização


das agências de turismo. Confirmando tal responsabilidade, o Supremo Tribunal
de Justiça assim tem decidido:

“Agravo regimental. Recurso especial não admitido. Indenização.


Pacote turístico. Ingressos para evento esportivo. Código de Defesa
do Consumidor. Prazo decadencial. Denunciação à lide. Precedentes
da Corte.

1. O acórdão recorrido está em perfeita harmonia com o entendimento


desta Corte no sentido de que “a ação de indenização pela falta de
entrega dos ingressos para a final da Copa do Mundo, incluídos no
pacote turístico comprado pelos autores, está subordinada ao prazo de
cinco anos previsto no art. 27 do Código de Defesa do Consumidor, e
não ao do art. 26 do mesmo Código” (REsp nº 435.830-RJ, 3ª Turma, da
minha relatoria, DJ de 10-03-03)” (fl. 533).

2. Inexistindo “qualquer avença devidamente instrumentalizada entre


os denunciantes e denunciadas”, não se admite a denunciação à lide.

3. As alegações da agravante no sentido de que a responsabilidade


pela não entrega dos ingressos seria de terceira empresa deverão ser
feitas em sede própria, já que assegurado o direito de regresso. A
argumentação de que existiria prova do contrato enseja reexame de
matéria probatória, inviável em sede de recurso especial.

4. Agravo regimental desprovido (AgrR no AI nº 512.271/RJ, grifo


nosso).

Em Recurso Especial nº 435.830 – RJ, publicado no Diário Oficial da


União, em 10/03/2003, não provido por unanimidade, o Ministro Carlos Alberto
307
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

Menezes Direito salienta, em seu voto, com relação à falta de entrega de ingressos
para o final da Copa do Mundo de 1998: “Para o acórdão recorrido o contrato
estabeleceu, efetivamente, a entrega dos ingressos para a final, com ou sem o
Brasil, não havendo falar em fato de terceiro porque a empresa assim considerada
pela ré era a detentora da distribuição em nome da Confederação Brasileira de
Futebol – CBF, havendo, no caso, a responsabilidade solidária da ré, nos termos
do art. 25, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor”.
 
A Ministra Nancy Andrighi também entende que a responsabilização é das
agências de turismo e negou provimento ao Recurso Especial nº 278.893 – DF –
interposto por operadora de turismo que queria ver-se livre de responsabilidade
perante o fornecedor. E, conforme decisão já perpetrada pelo acórdão recorrido,
“Responde a operadora de turismo pelo dano moral causado ao cliente que
adquiriu pacote turístico visando assistir a abertura da Copa do Mundo, na França,
e se viu impedido de assistir ao jogo porque a ré não disponibilizou os ingressos”.

No Recurso Especial nº 291.384 – RJ, o Ministro Ruy Rosado de Aguiar


decidiu:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. Agência de viagens. Código de Defesa


do Consumidor. Incêndio em embarcação.
A operadora de viagens que organiza pacote turístico responde pelo
dano decorrente do incêndio que consumiu a embarcação por ela
contratada.
Passageiros que foram obrigados a se lançar ao mar, sem proteção de
coletes salva-vidas, inexistentes no barco. Precedente (REsp 287.849/
SP). Dano moral fixado em valor equivalente a 400 salários mínimos.
Recurso não conhecido”.

Na decisão acima, o ministro traz como precedente o Recurso Especial nº


287.849 – SP, em que também é o relator:

“CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Responsabilidade do


fornecedor. Culpa concorrente da vítima. Hotel. Piscina. Agência de
viagens.
- Responsabilidade do hotel, que não sinaliza convenientemente a
profundidade da piscina, de acesso livre aos hóspedes. Art. 14 do
CDC.
- A culpa concorrente da vítima permite a redução da condenação
imposta ao fornecedor. Art. 12, § 2º, III, do CDC.
- A agência de viagens responde pelo dano pessoal que decorreu do
mau serviço do hotel contratado por ela para a hospedagem durante
o pacote de turismo.
Recursos conhecidos e providos em parte”.
 
O Ministro do STJ Aldir Passarinho Júnior, acompanhando o relator do
REsp em questão, expôs que: “Quanto à responsabilidade da agência, em função
da explicitação de que se tratava de um pacote turístico, entendo que ela existe,
porque há a responsabilidade pela culpa in eligendo. Se o pacote da agência
compreende a prestação de serviços por terceiros, seja no transporte, seja no hotel,
restaurantes, e outros que possam acontecer, a agência tem, efetivamente, sua
coparticipação nessa prestação de serviço, ainda que o defeito dessa prestação, ...,
advenha da rede hoteleira, ...”.
308
TÓPICO 4 | CONSIDERAÇÕES AO DIREITO AÉREO, MARÍTIMO E RODOVIÁRIO E RECOMENDAÇÕES DE VESTES PARA VIAJAR

Está em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 5.120-


C/2001, de autoria do deputado federal Alex Canziani, que objetiva retirar em
parte a responsabilização das agências de turismo e de viagens, mas ressalvando
o Código de Defesa do Consumidor. Vejamos alguns artigos do referido projeto:

“Art. 11. As relações contratuais entre as agências de turismo e os


consumidores obedecem, naquilo que não conflite com esta lei, ao
disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, e na legislação
civil vigente, e serão objeto de contratos escritos, contratos de adesão,
de condições gerais ou de condições específicas para determinadas
viagens.
 
(...)
 
Art. 13. A agência de viagens vendedora de serviços turísticos de
terceiros, incluindo os comercializados pelas operadoras turísticas, é
mera intermediária desses serviços e não responde pela sua prestação
e execução.
 
Art. 14. Ressalvados os casos de comprovada força maior, razão
técnica ou expressa responsabilidade legal de outras entidades, a
agência de viagens e turismo promotora e organizadora de serviços
turísticos será a responsável pela prestação efetiva dos mencionados
serviços, por sua liquidação junto aos prestadores dos serviços e pelo
reembolso devido aos consumidores por serviços não prestados na
forma e extensão contratadas, assegurado o correspondente direito de
regresso contra seus contratados.
 
Art. 15. As agências de viagens e turismo não respondem diretamente
por atos e fatos decorrentes da participação de prestadores de serviços
específicos cujas atividades estejam sujeitas a legislação especial ou
tratados internacionais de que o Brasil seja signatário, ou dependam
de autorização, permissão ou concessão”.
 
Se verifica em tal projeto a incongruência do projeto, eis que, como pode
dispor no artigo 11 que as relações contratuais entre as agências de turismo e os
consumidores obedecem, naquilo que não conflite com esta lei, ao disposto na Lei
nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, e na legislação civil vigente, e serão objeto de
contratos escritos, na modalidade de adesão, de condições gerais ou de condições
específicas para determinadas viagens, onde nestes contratos já se encontram
as empresas contratadas para prestarem serviços, seja no setor alimentício, de
transporte, de hospedagem.

No artigo 14 o referido projeto de lei ratifica os termos do artigo antecessor,


ao dispor que a agência de viagens e turismo promotora e organizadora de
serviços turísticos será a responsável pela prestação efetiva dos mencionados
serviços, por sua liquidação junto aos prestadores dos serviços e pelo reembolso
devido aos consumidores por serviços não prestados na forma e extensão
contratadas, acompanhando a inteligência da Lei 8.078, de 1990. Esse artigo se
contradiz no que tange ao artigo 13, em que “A Agência de Viagens vendedora
de serviços turísticos de terceiros, incluindo os comercializados pelas operadoras
turísticas, é mera intermediária desses serviços e não responde pela sua prestação
e execução”, e ao artigo 15, quando de forma expressa explicita que “As Agências
309
UNIDADE 3 | CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR APLICADO AO TURISMO

de Viagens e Turismo não respondem diretamente por atos e fatos decorrentes


da participação de prestadores de serviços específicos cujas atividades estejam
sujeitas a legislação especial ou tratados internacionais de que o Brasil seja
signatário, ou dependam de autorização, permissão ou concessão”.

Referido projeto, em alguns de seus artigos, nega vigência ao artigo 5º,


inciso XXXII, que determina que o Estado promoverá a defesa do consumidor, pois
isentará de responsabilidades a agência de turismo pelo não cumprimento ou pela
má execução dos serviços intermediados por ela, tornando-se inconstitucional.

Para Luciana Rodrigues Atheniense (A responsabilidade jurídica das


agências de viagem. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p. 144-145), “O turista/
consumidor lesado não pode ficar à mercê dos interesses de determinados grupos
poderosos que, através de projetos e regulamentações internas, buscam esquivar-
se de suas responsabilidades perante produtos/serviços que oferecem e prometem
aos seus clientes. É inadmissível, portanto, deparar-se com ‘normas e projetos’
que podem frustrar a expectativa do turista/consumidor em ser ressarcido pelos
seus direitos legítimos, ocasionados pela má execução dos serviços/produtos
oferecidos e, sobretudo, prometidos pelas agências de viagem.

Esse projeto é uma tentativa de subtração da responsabilidade que o Poder


Judiciário vem reconhecendo em prol do consumidor lesado. Essas decisões são
uma conquista que devem ser preservadas. No caso de aprovação do projeto, a
agência vai se ver livre da preocupação de eleger um serviço de transporte, de
hotel etc. que possua qualidade e excelência, e, com isso, o consumidor vai ter
suas garantias suprimidas”.

Conclui-se que, diante do exposto pela doutrina e jurisprudência de


nossos tribunais apresentados, tem-se a agência e as operadoras de turismo
como responsáveis pelos vícios dos serviços que intermedeiam com a venda dos
chamados pacotes turísticos.

A tentativa de alguns congressistas de apresentar anteprojetos de lei


objetivando isentar as agências e operadoras de turismo da responsabilidade
pelos vícios do serviço em nada surtirá efeito ante a previsão constitucional da
defesa do consumidor, que o legislador da Lei nº. 8.078, de 1990, fez questão de
frisar e repisar no art. 1º., se tornando inconstitucional tanto de fato como no
plano concreto.

Portanto, o consumidor sempre se sentirá seguro e garantido em seus


direitos no que tange à exigência da qualidade do serviço que deve ser prestado e
ao que foi contratado junto àquelas, e quando violados poderá exercer seu direito
de ação, para que respondam as agências e operadoras de turismo quando não
cumprirem com o que foi convencionado.

FONTE: ALVES, Marcio Antonio. <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=1351>. Acesso


em: 28 fev. 2012.

310
RESUMO DO TÓPICO 4

Neste tópico você viu que:

• Identificar o conceito de Transportadoras Turísticas contido na Lei nº


11.771/2006, que institui a Política Nacional do Turismo no Brasil.

• Reconhecer parâmetros do direito aéreo internacional.

• Distinguir as bases do direito aéreo brasileiro e da Agência Nacional de Aviação


Civil – ANAC.

• Inferir concepções acerca do transporte marítimo e turismo.

• Destacar aspectos diferenciados do transporte rodoviário aplicado ao turismo.

• Identificar sugestões de roupas para viajar.

311
AUTOATIVIDADE

1 Qual o objetivo da criação da IATA?

2 Quais as transportadoras turísticas reguladas pela lei que institui a Política


Nacional do Turismo?

3 Dentre os deveres estabelecidos aos passageiros em voos nacionais e


internacionais, alguns estão relacionados a bebida e ao cigarro. Quais são
estes?

312
REFERÊNCIAS
ABAV – Associação Brasileira de Agência de Viagens. SOBRE A ABAV.
Disponível em: < http://www.abav.com.br/texto.aspx?id=1&id_area=1>. Acesso
em: 29 jan. 2012.

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em: <http://www.abeta.com.br/pt-br/default.asp>. Acesso em: 22 fev. 2012.

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a serem adotados na aplicação do disposto no art. 40 da Lei n° 10.741, de 1o de
outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), e dá outras providências.
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______Decreto nº 84.934, de 21 de julho de 1980. Dispõe sobre as atividades e


serviços das Agências de Turismo, regulamenta o seu registro e funcionamento
e dá outras providências. Disponível em:
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______. Decreto-Lei nº 55 de 18 de novembro de. 1966 definiu a política nacional


de turismo, criou o Conselho Nacional de Turismo e a Empresa Brasileira de
Turismo. Disponível em: < www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/
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______.Decreto-Lei nº 6.916, 29 de julho de 2009. Aprova a Estrutura Regimental


e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas
da EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/
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______. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.Código Penal.Disponível


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______. Decreto-Lei nº 406, de 04 de maio de 1938. Dispõe sobre a entrada, de


estrangeiros no território nacional. Disponível em:
<http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?numero=406&tipo_
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