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Ensino & Linguagem da História

Org. Antonio G Magalhães Jr e Fátima Maria Leitão Araújo 1ª ed. Fortaleza, CE 2015

Tendo como foco a proposta de diálogo compreensível sobre o ensino e a linguagem da história na
construção educacional brasileira o livro Ensino & Linguagem da História. Org.: Antonio G Magalhães
Jr e Fátima Maria Leitão Araújo - 1ª ed. 2015 traz uma escrita didática e uma narrativa fluída sobre o
tema do ensino e linguagem da história no ensino nacional, a fase inicial do livro propõe apresentar a
amalgama da disciplina com a produção historiográfica nacional enfatizando que a igreja chega nesse
território pautando o ensino de história; a princípio; sobre valores regrados da fé, a ciência não
estrutura o ensino geral e nem tampouco na disciplina específica de história. Aqui também é
necessário pensar que estamos lidando com o período colonial e pós-colonial onde o foco é a
construção de uma elite nos moldes europeus e a força mantenedora do país está escravizada e
aquém do direito a educar-se. Com esse norte posto temos a seguir o desenvolvendo uma linha do
tempo com o pensamento da disciplina que afirmada pós proclamação da república tem seu sentido
elitizado e militarizado no trajeto educacional enquanto disciplina.

É interessante pensar que estamos diante de um país que avançou tecnologicamente num período
muito recente nossa característica agrária em fonte econômica e eurocentrista de visão de mundo
delegou ao ensino grandes vácuos de historiografia nacional feita sobre a diversidade da formação
nacional, ou seja, positivista por excelência. Esse ponto também é fato recente no ensino brasileiro e
sabemos o quanto fica difícil germinar desejo de conhecer a história e consequentemente produzi-la
enquanto narrativa; nossa formatação atual pressupõe o achismo negacionista de dados e
informações sobre a história que desacelera ao ganho da produção escrita e da pesquisa do campo.

Agora, sendo campo de estudo e produção dos fatos é também na história que vemos desenrolar-se
temáticas e meios temáticos para desenvolvimento da disciplina e do estudo; nos séculos anteriores
ao osso tempo presente esse meio e o tema advinham de grupos e setores que emergiam
socialmente ou estavam protagonistas no controle do corpo social do período com o passar dos
tempos a produção legou-se ao sujeito catalogador das narrativas e dos dados, historiador, que por
sua vez declina ao ensino a função de propagar o escrito em narrativas didáticas no ambiente
coletivo; esse movimento traz consigo uma peça chamada mídia que como sua origem latina afirma é
um canal de intermediação do conhecimento ou das informações para coletivos, termos no uso
cotidiano educacional da disciplina história as mídias ampliaram as formas de fatos e conhecimentos
históricos chegarem ao público. Mas, atenção! Nesse mesmo caminho nos deparamos com fatores
que nos levam as negligências temáticas, lacunas documentais que por vezes desmontam o uso das
mídias em uma plataforma jesuítica de desinformação.

Também aqui mora uma outra diferenciação da história e seu uso didático, o reflexo documental na
disseminação da disciplina, sabemos do quanto tem sido difícil a prática didática narrativa da história
e seus mecanismo pedagógicos, tomemos como exemplo o livro didático que consideramos
conceitualmente como um instrumento pedagógico valioso no processo ensino-aprendizagem, que
contém conteúdos e propostas pedagógicas que podem viabilizar, de forma considerável, a arte de
ensinar no cotidiano escolar1, este quando posto ao crivo de grupos políticos fica a mercê de perda
total ou parcial de eixos temáticos e narrativas plurais.
1
DA SILVA, 211
Pensar outros meios disseminadores do conteúdo da disciplina é fator preponderante na construção
didática da narrativa histórica no ensino atual, para isso podemos ter nas plataformas digitais um
arcabouço de apoio, não no sentido estrito de ser o único mote de fonte mais na possibilidade de
potencial apropriação de fontes quando o livro didático e a estrutura educacional pedagógica escolar
não a fizer no quesito da pluralidade da temática histórica.

Desta forma, para nós, o conceito de “apropriação” equivale ao “uso” do livro didático. Buscamos
revelar os múltiplos significados dos usos do livro didático de História durante as aulas semanais
dessa disciplina. Consideramos, com Chartier (1988), que

A apropriação, tal como a entendemos, tem por objectivo uma história social das
interpretações, remetidas para as suas determinações fundamentais (que são sociais,
institucionais, culturais) e inscritas nas práticas específicas que as produzem. (P. 26) 2.

Dando continuidade o livro expõe exemplos práticos de como funciona o processo de uso didático
das mídias e do livro didático no ensino de história nesse quesito vale ressaltar o quanto o domínio
da pesquisa facilitará o professor e o alunado no desenvolvimento do uso destas ferramentas. Por o
livro diante do documentário e este diante de documentos pode propiciar uma varredura na
pesquisa e somente a coligação apropriada das mídias dará o seu sentido.

2
DA SILVA, 212

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