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Esta pesquisa teve como objetivo refletir sobre o papel do gestor escolar na perspectiva
do profissional que entende a qualidade da educação como a promoção da
aprendizagem dos alunos, e o uso do planejamento estratégico como instrumento
gerencial para promover melhor desempenho na gestão dos processos internos da
escola. O foco é analisar se, com o uso do planejamento estratégico, os gestores
privilegiam ações efetivas para proporcionar uma melhoria na aprendizagem dos alunos,
e se privilegiam, quais são elas, e se essa ferramenta contribuiu para melhorar o
desempenho de suas funções. Para isso analisei o processo de elaboração deste
planejamento de 30 escolas da rede estadual de São Paulo, e que tinham como produto
final a produção de um plano de ação. No processo de elaboração do planejamento as
escolas refletem sobre os critérios de qualidade, publicados no material de orientação
para elaboração do PDE/Escola (Plano de Desenvolvimento Escolar), oferecido pelo
Governo Federal, e utilização um instrumento de avaliação chamado FOFA (Força,
Oportunidade, Fraqueza e Ameaças). Concluindo que a escolha prioritária foi o critério
ensino-aprendizagem como critério de qualidade de maior necessidade de intervenção,
bem como ações que envolvem melhor desempenho da atuação do professor em sala de
aula, através de metodologias diferenciadas, gerenciamento de conflitos e da
aprendizagem dos alunos. Foi possível observar que as equipes gestoras ao utilizarem o
planejamento estratégico dedicaram um tempo para refletirem sobre a realidade em que
estão inseridas. Este estudo foi delimitado, considerando a pesquisa qualitativa como
abordagem metodológica. Apresenta, como objeto de análise, as estratégias escolhidas
para melhoria da aprendizagem dos alunos, contidas no plano de ação construído
durante o processo de elaboração do planejamento estratégico pelas escolas
participantes dessa pesquisa.
Introdução
A busca pela melhoria da educação tem sido pauta das agências educacionais no
anseio de se alcançar a excelência. Vários são os aspectos que norteiam essas questões
educacionais, nesse artigo vou apresentar minha pesquisa a qual tem como objetivo
refletir sobre o papel do gestor escolar na perspectiva do profissional que busca a
qualidade da educação com a promoção da aprendizagem dos alunos intitulada: O
planejamento estratégico: Um instrumento para o gestor escolar de escola pública.
A pesquisa apresenta como tema o papel do gestor na função de um articulador
de ações para a promoção da aprendizagem dos alunos.
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aprendizagem deve ser um local onde as crianças aprendem a estudar, aprendem a trabalhar.” Assim
sendo, o papel do gestor escolar é a articulação de todas as ações e seus atores no espaço escolar.
A necessidade de um espaço que se destine à aprendizagem, na formação do
cidadão, nos remete à origem da escola pública. No início do século XVIII, pensadores
iluministas que desejavam uma modernização da sociedade já ressaltavam a importância
do ambiente escolar como um lugar privilegiado para a formação da cidadania
proporcionando uma educação laica, gratuitamente oferecida pelo Estado para todos.
Os processos formais do que e como deveria ser ensinado passou a ser assumido
pela escola, e a forma de como deveria ocorrer seus processos para atingir a excelência,
faz parte das discussões pedagógicas, políticas e sociais, desde então.
O registro organizado por Bernadete Gatti,(2007) do Seminário Internacional:
Construindo caminhos para o sucesso escolar, realizado no período de 24 a 26 de julho
de 2007, tinha como objetivo discutir fatores associados ao sucesso escolar e discutir
alternativas. Concluiu que o sucesso escolar está intimamente associado à qualidade de
educação oferecida, que reflete o percurso dos alunos na escola como nas aquisições de
conhecimentos, habilidades, valores, atitudes e hábitos. Analisa, também nesse
documento, como as avaliações dos sistemas educacionais têm demonstrado problemas
associados ao percurso escolar, quer quanto às aquisições de conhecimentos e
habilidades.
Uma das conclusões deste Seminário, apontadas por Francisco Soares,(2006) diz
respeito à necessidade de um projeto para a escola que tenha uma abrangência nas
diversas dimensões do seu cotidiano, que se entrecruzem para a melhoria dos resultados
nas aprendizagens escolares, considerando que não há um fator único que determina
esta melhora e, sim, fatores associados, como o projeto pedagógico, recursos físicos e
pedagógicos, comunidade escolar e gestão.
Assim, por entender que não há um fator único na promoção da eficácia, mas,
sim uma articulação em todas as dimensões: social, histórica, política, educacional do
cotidiano escolar, há necessidade de um projeto articulador de ações que leve a escola
ao sucesso.
Neste sentido, este trabalho delimita a função do gestor escolar como um
importante agente na busca da melhoria da qualidade, enquanto articulador do projeto
político pedagógico, por meio do uso do planejamento estratégico, considerando-o
como um elemento que gerencia processos internos e externos.
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É esta desigualdade social refletida e mantida pelo fracasso escolar que necessita
de uma análise minuciosa para conseguirmos chegar a uma educação pública de
qualidade.
O documento do Governo Federal citado acima, diz que construir capacidade e
gerenciar mudanças para obter melhores resultados é competência que a maioria dos
administradores escolares somente agora começam a desenvolver de maneira mais
profissional, e então propõe que estes gestores comecem a pensar em formas
organizacionais apropriadas para obterem mudanças positivas.
Para tal, a proposta dos gestores escolares trabalharem com o planejamento
estratégico, tema de estudo desta pesquisa, pretende colaborar com uma possibilidade
de instrumentalizar os gestores com uma estratégia gerencial, para colaborar no bom
andamento da escola proporcionando a melhora da aprendizagem dos alunos e
principalmente analisar se o uso do planejamento estratégico, colaborou com as 30
escolas estaduais, sujeitos da pesquisa, para proporcionar ações factíveis para melhora
da aprendizagem dos seus alunos.
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Conclusão
Os Planos de Ação analisados foram resultados do processo de elaboração do
Planejamento Estratégico, as escolas envolvidas tinham como tarefa a elaboração do
Planejamento Estratégico, seguindo as etapas de:
identificar o perfil da sua comunidade escolar,
avaliar os critérios de eficácia escolar, envolvendo os seguintes critérios:
Ensino e aprendizagem, Clima escolar, Pais e comunidade, Gestão de pessoas, Gestão
de processos, Infraestrutura e Resultados,
realizar avaliação estratégica com o uso da ferramenta FOFA (força,
fraqueza, oportunidades e ameaças,
finalizar com a elaboração de um plano de ação, baseado nos critérios de
eficácia escolar.
Além do Plano de Ação, em cada etapa da elaboração do planejamento
estratégico, foi propiciado, em um ambiente de aprendizagem a distância, discussões
entre os supervisores sobre suas facilidades e dificuldades no acompanhamento de cada
etapa por meio de fóruns de discussões.
Entre todos os planos recebidos foram escolhidos os 30 primeiros planos
entregues, essa seleção foi feita por serem os primeiros planos dos diretores e seus
respectivos supervisores, entregues nas datas estabelecidas e que não sofreram nenhum
tipo de feedback por parte da coordenação do curso, sendo assim o conteúdo destes
planos é, na sua essência, a discussão realizada pela comunidade escolar de cada escola
participante.
Para responder a primeira questão do problema de pesquisa (Se, os gestores
escolares, ao utilizarem o planejamento estratégico como um instrumento de
gerenciamento das ações do cotidiano escolar privilegiaram ações efetivas para
proporcionar uma melhora na aprendizagem dos alunos.). Fiz a tabulação dos critérios
escolhidos pelos gestores na elaboração dos planos de ação e o resultado foi o seguinte:
Entre todos os critérios que poderiam ser escolhidos, ensino-aprendizagem foi o
mais aceito, com 25 escolas, seguido dos critérios resultados e pais e comunidade com
15 escolas igualmente para cada critério. Gestão de pessoas teve a escolha de 10
escolas, infraestrutura com 08 escolas e gestão de processos com 6 escolas. Vale
ressaltar que a soma dos resultados não é 31, pois cada escola poderia ter escolhido mais
que um critério.
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Referências bibliográficas
APPLE, Michael. Ideologia e Currículo. Tradução Vinicius Figueira – 3ª Ed. – Porto
Alegre: Artmed, 2006.
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