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1997)
Capítulo 4 – “Gestão da escola pública - a participação da comunidade”, pp. 49-86. (Orig. 1994 – resumo da tese livre docência)
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2.(4). Condicionantes ideológicos: três dimensões.
2.4.1. Na dimensão da visão sobre a comunidade escolar:
2.4.1.1. Ideia: concepções sedimentadas podem incentivar ou impedir a participação popular.
2.4.1.2. Na escola estudada: equipe escolar tem uma visão bastante negativa da comunidade ao redor.
2.4.1.2.1. Isso leva uma postura paternalista e impositiva: a escola “atura” a sua comunidade.
2.4.1.2.2. Na sala de aula, inclusive: a criança é obstáculo, e não sujeito da educação.
2.4.2. Na dimensão da visão sobre a própria participação popular na escola.
2.4.2.1. Ideia: aceita-se a participação nas decisões ou só na execução das coisas?
2.4.2.1.1. Inclusive na polêmica questão da legitimidade da participação dos usuários na gestão
do pedagógico.
2.4.2.2. Na escola estudada: a diretora acha ótima a participação dos pais para fazer eventos...
2.4.2.2.1. Para outras questões, é “intromissão” dos pais em assuntos que não dominam.
2.4.2.3. Proposta: a alegada falta de conhecimento técnico da comunidade escolar não pode servir de
desculpa para afastá-la da tomada de decisões.
2.4.2.3.1. Essa tomada de decisão é mecanismo de controle democrático, para fiscalização e
contribuição para o cotidiano da escola e pressão do Estado.
2.4.3. Na dimensão da descrença em relação à participação.
2.4.3.1. Ideia: jogam-se para fora da escola as dificuldades para a efetivação da participação.
2.4.3.2. Na escola estudada: alegação de que os pais não têm tempo nem interesse (álibi).
2.4.3.3. Proposta: criar mecanismos – previsão de rotinas e eventos participativos.
2.4.3.3.1. A inexistência de até mesmo a previsão desses meios fecha mais ainda a porta.
“Numa sociedade em que o autoritarismo se faz presente, das mais variadas formas, em todas as
instâncias do corpo social, é de se esperar que haja dificuldade em levar as pessoas a perceber os
espaços que podem ocupar com sua participação”. (p. 74)
3.2.2.2. Na escola: necessidade de estimular muito a reflexão de pais para perceberem que podem ser
organizar para cobra o diretor, o poder público etc., para além de fazer abaixo-assinado.
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3.2.2.3. Proposta: avançar na compreensão de que a comunidade escolar não é consumidora de
educação.
3.2.2.3.1. Cf. cap. 3 – na educação transformadora, não há independência entre a “produção” e o
“consumo”, visto que o aluno é coprodutor do processo todo.
3.2.2.3.1.1. Por isso, é preciso estar dentro do processo para poder avaliá-lo.
3.2.2.3.2. E lembrar, como diversos estudos mostram, que não existe essa história de que os pais
tem uma inclinação “natural” para não participar.
3.2.2.3.2.1. Ex.: Marília Sposito, O povo vai à escola, 1984; Maria Malta Campos, Escola e
participação popular, 1983 etc.
3.2.3. Dimensão do medo.
3.2.3.1. Ideia: a escola assusta aos pais, por causa do seu fechamento em si mesma; receito de lidar com
pessoas com escolaridade, nível econômico e status social mais elevado; medo do desconhecido; temor
de represálias.
3.2.3.2. Na escola: medo filho ser reprovado por causa de atritos com o pessoal escolar.
3.2.3.3. Proposta: ???
3.(3). Condicionantes institucionais da comunidade.
3.3.1. Ideia: heterogeneidade de movimentos sociais, com interesses e afiliações diversas.
3.3.1.1. Os mais militantes acabam taxando as pessoas menos envolvidas como alienadas e egoístas.
3.3.1.2. Os alheios à militância, consideram esses movimentos como partidários.
3.3.2. No bairro estudado: grupos ligados ao PT, outro inativo, mais outro ligado à classe média; fraca ligação da
escola a qualquer um deles.
3.3.3. Proposta: articular os interesses mais imediatos com interesses estratégicos de transformação.
3.3.3.1. Não se pode atar os movimentos e reivindicações populares à “Grande Revolução”, sob o risco de
perder a vinculação à prática política cotidiana.
3.3.3.2. Mas, ao mesmo tempo, não se pode deixar de articular essa prática a lutas reivindicativas mais
amplas.