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1997)
Capítulo 2 – “Participação da comunidade na gestão democrática da escola pública”, pp. 21-36. (Orig. 1992)
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2.(3). Existem condicionantes político-institucionais do autoritarismo na escola.
2.3.1. A literatura sobre o assunto é vasta: as relações escolares tendem ao verticalismo do
mando/subordinação.
2.3.2. Manifestação disso é a forma de definição do cargo de diretor de escola: hipertrofia do tecnicismo.
2.3.2.1. Cargo efetivo, concursado, o diretor escolhe a escola; mas a escola não escolhe o diretor.
2.3.2.2. Afere-se a competência administrativa do candidato, que deve ser habilitado em “administração
escolar”, escamoteando qualquer interesse da comunidade local.
2.3.2.3. No final, a autoridade do diretor é concedida pelo Estado, a quem ele prestará contas, e não à
população.
2.3.2.3.1. O que é um presente de grego: dadas as condições reais da escola pública, a pessoa do
diretor vira alvo da insatisfação generalizada.
2.3.2.3.2. Isso, mais as manifestações físicas do estresse todo, deveriam levar o diretor a se
rebelar em prol de um efetivo poder para a escola, distribuído entre todos os seus agentes.
2.(4). Existem condicionantes ideológicos do autoritarismo na escola.
2.4.1. Necessidade de refletirmos constantemente sobre a razão de ser das nossas práticas e comportamentos.
2.4.1.1. Os valores democráticos devem envolver a inteira personalidade dos indivíduos.
2.4.2. Principalmente na sala de aula: como pode haver escola democrática sem uma sala de aula dialógica?
2.4.2.1. Apesar de todo avanço da Pedagogia em colocar o aluno como sujeito de sua aprendizagem, o
cotidiano das escolas ainda está permeado pelas relações de dominação e passividade.
2.4.2.2. Parte dos determinantes disso está na própria forma como os educadores veem os alunos, em
relação à sua realidade social (a falta de “interesse” pela escola).
2.(5). A transformação é um processo dialético, não cronológico.
2.5.1. Para superar esses condicionantes do autoritarismo, é preciso um esforço coletivo de todos na escola; mas
esse esforço é resultado da superação dos condicionantes.
2.5.2. É um falso problema: a luta pela superação dos condicionantes e pela participação é uma só, processual.