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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula.

São Paulo: Cortez,


2019. [16ª edição revista e ampliada; original: 2002]

Capítulo 5 – “Trabalho coletivo: a reunião pedagógica semanal como espaço de gestão do projeto e de formação contínua do professor”, pp. 173-189.

1. Da necessidade do espaço para uma reunião pedagógica semanal. (pp. 173-175)


1.1. Contexto geral: busca do resgate do valor do trabalho em nossa sociedade.
1.1.1. Reconectar a realização pessoal à realização coletiva.
1.1.2. Romper com a alienação e isolamento promovidos pela divisão social do trabalho.
1.1.3. Estabelecimento de uma práxis transformadora (reagregação do homem como sujeito histórico).
1.2. Na escola: resgate de uma prática educativa refletida coletivamente.
2. Concepção. (pp. 175-184)
2.1. Conceito: reunião pedagógica como espaço de reflexão crítica e constante sobre a gestão do PPP.
2.2.1. Reflexão sobre:
2.2.1.1. Experiências: partilha de práticas.
2.2.1.2. Sistematização das práticas.
2.2.1.3. Problemas reais: estudos de caso.
2.2.1.4. Colaboração e corresponsabilidade pelo trabalho escolar.
2.2.1.5. Formas de intervenção individuais ou coletivas.
2.2.1.6. Avaliação.
2.2.1.7. (Re)planejamento.
2.2.1.8. Celebração do trabalho desenvolvido.
2.2. Estrutura: pelo menos 2 horas semanais, reunindo todos ou pelo menos a maioria dos professores, dentro da jornada.
2.3. Intenção: trabalhar a partir dos reais problemas da escola.
2.4. A reunião pedagógica semanal é “espaço de gestão do projeto político-pedagógico”.
2.4.1. Sem tempo para refletir coletivamente, não é possível à escola criar algo transformador.
2.4.1.1. Reuniões ocasionais são desanimadoras, porque os problemas se acumulam.
2.4.1.2. A urgência de práticas inovadores exige práticas reiterativas, e não pontuais.
2.4.2. Tais reuniões favorecem a identificação de coisas que já estão acontecendo e que são emancipadoras.
2.4.3. Por fim, elas permitem uma visão processual do trabalho (acompanhamento do planejamento inicial).
2.5. Ela também é espaço de formação contínua do professor.
2.5.1. A realidade é dinâmica, o que exige qualificação das ações do professorado.
2.5.2. A reuniões permitem a prática de uma reflexão que ocorre antes, durante e após as práticas.
2.5.3. Com isso, o professor constrói sua “epistemologia da prática” (Schön): mediação entre os sabres sistematizados da
ciência, das áreas de referência e das práticas pedagógicas.
2.5.3.1. Muitas vezes essa epistemologia nasce e morre com o professor em isolamento: por que não tornar essa
elaboração uma prática interativa?
2.5.3.2. Isso significa resgatar a condição de sujeito do professor: construção de sua identidade dentro desse processo
de formação mútua.
2.5.3.2.1. Inclusive de formação cultural, e não só profissional.
2.6. Por fim, ela é espaço de construção da práxis.
2.6.1. Esse é o objetivo mais importante: processo de ação-reflexão.
2.6.1.1. Superação das elaborações acadêmicas desconectadas das hipóteses criadas no trabalho com a realidade.
2.6.1.2. Construção de uma visão crítica sobre a prática.
2.6.2. O trabalho coletivo é parte constituinte do método de trabalho numa perspectiva libertadora.
3. Possíveis equívocos. (pp. 184-186)
3.1. Risco de cair no formalismo inócuo.
3.1.1. Reuniões para dar avisos, fazer cobranças, estudar sem ter um plano de ação, professores só de corpo presente etc.

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3.2. Não usar bem a reunião: desperdiçar oportunidades para tematizar a prática.
3.2.1. Sempre usar o PPP como referência para investigar e intervir na realidade da escola.
3.2.2. Ir além dos desabafos catárticos: pensar em ações possíveis.
3.2.3. Autoavaliar a escola, sempre.
3.2.4. Articular as demandas (por níveis, por áreas, por série/ano).
3.2.5. Ter continuidade.
3.2.5.1. Essa continuidade é prejudicada quando há a prática de revezamento entre diretor, coordenador etc.

4. Formas de participação na reunião. (pp. 186-189)


4.1. Antes:
4.1.1. Construção de pauta: levantamento de necessidades do grupo.
4.1.2. Preparação: definição de tarefas.
4.2. Durante:
4.2.1. Acompanhar com atenção os relatos e discussões.
4.2.2. Assumir as dúvidas.
4.2.3. Expressar-se livremente.
4.2.4. Manter uma postura aberta ao diálogo, acolhendo as divergências.
4.2.5. Registrar as colocações e as deliberações.
4.2.6. Atuar como mediador sempre que necessário.
4.3. Após:
4.3.1. Fazer uma síntese pessoal (‘o que ficou para mim’).
4.3.2. Fazer memoriais e relatórios.
4.3.2.1. Não meras atas: registro da história do grupo e das decisões.

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