Você está na página 1de 55

UNIVERSIDADE PAULISTA

PAULO HENRIQUE DE ARAÚJO

CONTABILIDADE DE CUSTOS
Qual a sua importância para as empresas

SÃO PAULO
2019
PAULO HENRIQUE DE ARAÚJO

CONTABILIDADE DE CUSTOS
Qual a sua importância para as empresas

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de pós-graduação em
MBA Controladoria de Empresas da
Universidade Paulista – UNIP.

Docente: Prof.ª Raul Parada

SÃO PAULO
2019
PAULO HENRIQUE DE ARAÚJO

CONTABILIDADE DE CUSTOS
Qual a sua importância para as empresas

Trabalho de conclusão de curso para


obtenção do título de pós-graduação em
MBA Controladoria de Empresas
apresentado à Universidade Paulista –
UNIP.

_____________________________________________
Orientador: Professor Raul Parada

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___

Prof. Nome do Professor

Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___

Prof. Nome do Professor

Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___

Prof. Nome do Professor

Universidade Paulista UNIP


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus professores que ao longo de 1 ano se


empenharam em transmitir conhecimentos, sendo facilitadores e desenvolvedores
de pessoas, de competências e habilidades individuais de cada aluno, por todos os
ensinamentos e compartilhamentos de informações que contribuiu fortemente para
meu crescimento pessoal e profissional.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus pela preparação de ter cursado está pós-


graduação, segundo à minha mãe e meu pai que sempre me incentivaram a estudar
e alcançar todos os meus objetivos. A Danilo Carrari por me ajudar a cursar uma
faculdade e uma pós-graduação e por todos os ensinamentos que me deu ao longo
dos últimos 8 anos.
Agradeço a minha esposa Elaine Lemos que sempre me apoiou para ir em
busca de novos conhecimentos.
Agradeço aos Mestres que me ajudaram a chegar ate aqui Prof. Paulo Simas
por me ensinar a ver as pessoas e seus sentimentos, Prof. Anderson Santos que me
ensinou contabilidade, ao mestre Souza por me ensinar a ver a empresa de outra
forma ao Professor Orlando que com as suas orientações e feedbacks que ajudaram
a crescer profissionalmente.
Por fim, agradeço todos os colegas de sala que contribuíram com meu
desenvolvimento, pois sempre estavam atentos com nossas apresentações, dando
feedbacks, tendo participação constante nos trabalhos em sala, através do
compartilhando de conhecimentos e experiências de vida.
Obstáculos são aquelas coisas medonhas que
você vê quando tira os olhos dos seus
objetivos”

Henry Ford
RESUMO

Esta pesquisa explicativa e de campo propor-se há analisar a Contabilidade de


Custos como ferramenta importante dentro das organizações para auxiliar na
tomada de decisões, avaliando custos e despesas da instituição, o que pode
cooperar com a formação dos preços de vendas dos produtos, através dos métodos
de custeios. A formação do preço de venda dos produtos envolve distintas variáveis,
como, custos, despesas, tributos, preço da concorrência, público alvo, lei da oferta e
demanda, analise de mercado, dentre outros. Porém, a globalização trouxe maior
concorrência, competitividade, acarretando mudanças no comportamento de
algumas empresas, obrigando seus gestores a agir com maior rapidez e eficácia em
sua tomada de decisão. E neste novo contexto, conhecer os gastos da empresa
tornou-se cogente para o resultado financeiro da entidade, que pode ser obtido
através do departamento de custos, onde este controle dos custos e despesas,
tendem a serem apurados frequentemente trazendo informações precisas e
confiáveis visando a estabilidade da empresa.

Palavras-chave: Contabilidade de Custos, preço de venda, preço de compra,


Custos, métodos de Avaliação.
ABSTRACT

This field and explanatory research proposes to analyze Cost Accounting as an


important tool within organizations to assist in decision making, evaluating costs and
expenses of the institution, which can cooperate with the formation of sales prices of
the products, through the methods of costs The formation of the sale price of
products involves different variables, such as costs, expenses, taxes, competitive
price, target public, supply and demand law, market analysis, among others.
However, globalization has brought greater competition, competitiveness, causing
changes in the behavior of some companies, forcing their managers to act more
quickly and effectively in their decision-making. And in this new context, knowing the
expenses of the company has become cogent for the financial result of the entity,
which can be obtained through the cost department, where this control of costs and
expenses, tend to be frequently obtained by providing accurate and reliable
information aimed at stability of the company.

Keywords: Cost Accounting, sales price, purchase price, Costs, Evaluation Methods.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Comparativo entre a empresa Comercial e Industrial.................................14

Figura 2: Custeio por absorção em Empresas Prestadoras de Serviços...................22

Figura 3: Custeio por absorção em Empresas de Manufatura...................................23

Figura 4: Ilustração dos gastos..................................................................................30

Figura 5: Demonstração gráfica do Ponto de Equilíbrio.............................................37


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Demonstração de Margem de Contribuição...............................................36


Tabela 2: Evolução da relação de custos e preços no Brasil.....................................41

Tabela 3: Demonstrativo de Receitas e Despesas – Ano 2014.................................43

Tabela 4: Margem de Contribuição e Ponto de equilíbrio – Ano 2014.......................44

Tabela 5: Demonstrativo de Receitas e Despesas – Ano 2015.................................45

Tabela 6: Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio – Ano 2015......................45


LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

ABC – Actívity-Based Costing (Custeio Baseado em Atividades)

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CD – Custo Direto

CDF – Custo e Despesa Fixa

CDV – Custo Direto Variável

CF – Custo Fixo

CI – Custo Indireto

CIF – Custo Indireto Fixo

CMV – Custo da Mercadoria Vendida

CPV – Custo do Produto Vendido

CSP – Custo do Serviço Prestado

CT – Custo Total

CU – Custo Unitário

CV – Custo Variável

DF – Despesa Fixa

DV – Despesa Variável

ETC – Et cetera

EX – Exemplo

IMC – Índice Margem de Contribuição

MC – Margem de Contribuição

MCU – Margem de Contribuição Unitária

MOD – Mão de Obra Direta


MD – Material Direto

MOI – Mão de Obra Indireta

PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil

PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico

PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro

QTD – Quantidade

RKW - Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit (Conselho Administrativo do Império


para Eficiência Econômica)
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................
1. TEMA......................................................................................................................
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA................................................................................
2.1 Motivações do Autor...........................................................................................
2.2 Estados da Questão............................................................................................
2.3 Justificativa..........................................................................................................
3. OBJETO..................................................................................................................
4. EXPLICITAÇÃO DO PROBLEMA.........................................................................
5. HIPÓTESE..............................................................................................................
6. OBJETIVOS DO TRABALHO................................................................................
7. QUADRO TEÓRICO...............................................................................................

7.1 Custeios por Absorção.......................................................................................9


7.2 Custeios Direto ou Variável.............................................................................11
7.3 Custeios Baseado em Atividades....................................................................12

8. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E TÉCNICOS......................................14


9. PLANO PROVISORIO E CRONOGRAMA DO TRABALHO..............................15
10. REFERÊNCIAS...................................................................................................16
1

INTRODUÇÃO

Em meio à grande concorrência e competitividade do mundo globalizado,


geralmente sobrevivem às empresas que buscam aperfeiçoar e adaptar
continuamente sua dinâmica de gestão administrativa às mudanças necessárias
para atender as exigências do mercado.

Porém, para atingir este ponto, as corporações devem estar bem preparadas,
ou seja, bem administradas. Desta forma, pode-se abrir caminho para pesquisas e
de possíveis métodos de custeio, com a finalidade de apurar o resultado econômico
global da entidade.

Desta forma, pretende-se demonstrar a importância do departamento de


custos dentro das empresas.

Além de apresentar aos gestores o controle gerencial capaz de fornecer um


conjunto de informações confiáveis, claras e objetivas, para subsidiar o processo de
tomada de decisões de forma eficaz.
2

CONTABILIDADE DE CUSTOS

Com industrialização e mais ainda, após a Segunda Guerra Mundial, com o


rápido crescimento da economia, surgem as empresas industriais com suas
produções em série. Este novo cenário trouxe uma nova realidade, as empresas
passaram a necessitar de um controle maior sobre seus estoques, pois passaram a
produzir em massa. Antes desse período, havia uma metodologia mais simplificada,
podemos dizer artesanalmente, ou seja, a era do mercantilismo. Conforme descreve
Martins (2010, p.19); “Até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só existia a
Contabilidade Financeira (ou Geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava
bem estruturada para servir as empresas comerciais”. A Contabilidade estava
estrutura da para atender o ramo comercial, que se limitava a comprar as
mercadorias e revendê-las. Como relata Neves, Viceconti, ( 2003, p.22);

Com o advento da Revolução industrial e a consequente proliferação das


empresas industriais, a Contabilidade viu-se às voltas com o problema de
adaptar os procedimentos de apuração do resultado em empresas
comerciais(que apenas revendiam mercadorias compradas de outrem)para
as empresas industriais, que adquiriam matéria primas e utilizavam fatores
de produção para transformá-las em produtos destinados à venda (NEVES,
VICECONTI, 2003, p. 22).

Crepaldi,2004 acrescenta, “A necessidade de controle mais preciso sobre os


estoques faz surgir nas organizações a Contabilidade de Custos, e também, pela
necessidade de tomar decisões quanto ao que, como e quanto produzir”.

Para Martins, (2010, p.19); o autor define que: “Para a apuração do resultado
de cada período, bem como para o levantamento do balanço em seu final, bastava o
levantamento dos estoques em termos físicos”. Ou seja, com o controle do estoque
físico era possível determinar os valores de estoque inicial, compras e estoque final,
com isso, uma equação simples de estoque inicial + compras – estoque final,
consegue chegar ao valor dos Custos das Mercadorias Vendidas.

Fórmula: CMV = Ei + C – Ef

Crepaldi,(2004, p. 15); apresenta um comparativo entre a empresa comercial


e industrial.
3

Figura 1: Comparativo entre a empresa Comercial e Industrial

Fonte: Crepaldi (2004, p.15).

Atualmente seu objetivo, esta direcionado na apuração dos custos dos


produtos e/ou serviços vendidos e auxiliar as funções de determinação de controle,
desempenho e planejamento das operações. Além de ser uma poderosa ferramenta
de apoio à tomada de decisão, é também utilizada para definir o preço de venda dos
produtos e serviços ofertados pela empresa. Ainda como descreve Martins,( 2010,
p.22); “a contabilidade de Custos acabou por passar, nessas últimas décadas, de
mera auxiliar na avaliação de estoque e lucros globais para importante arma de
controle e decisões gerenciais”.

Diversos autores concordam que a Contabilidade de Custos que inicialmente


era utilizada para mensuração dos estoques em empresas industriais, passou a ter
grande importância dentro das organizações, no sentido de gerar informações
relevantes para tomada de decisões por parte da administração. Dentre estes
autores pode-se destacar, Vanderbeck, Nagy, (2001, p.16); “Uma das funções mais
importantes da contabilidade de custos é de desenvolver informações que a gestão
pode usar para planejar e controlar operações”, e ainda complementa o mesmo
autor, “O valor final da contabilidade de custos repousa no uso dos dados
acumulados e relatados”.

Dentro da mesma linha de pensamento contamos com a contribuição de


Crepaldi, (2004, p. 15) quanto a concordância sobre as funções da Contabilidade de
Custos no que tange às suas atribuições, “Contabilidade de Custos é uma técnica
utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços”.
4

As informações produzidas pela Contabilidade de Custos colabora para a


decisão em diversos níveis hierárquicos da administração. Para Leone, (2000, p.
21); “A contabilidade de custos produz informações gerenciais para que os diversos
níveis hierárquicos da administração sejam capazes de planejar, controlar e decidir
com maior eficiência e eficácia”

Atualmente a Contabilidade de Custos tornou-se de suma importância dentro


da organização, devido a relevância de suas informações que contribuem para a
decisão de produzir ou não determinado produto, administrar o preço de venda dos
produtos. E na visão de Martins,( 2010, p.22);

No que tange à Decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois


consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem
respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de
introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção
de compra ou produção etc. (MARTINS, 2010, p. 22).

Ela aborda os gastos utilizados em todos os níveis da produção de bens e/ou


serviços para planejamento e melhor gerenciamento da entidade. A Contabilidade
de Custos produz informações para usuários internos da organização. Podemos
concluir que a Contabilidade de custos, coleta, classifica e registra os custos dos
produtos ou serviços, de acordo com o entendimento de Crepaldi, (2004, p.24);

A contabilidade de custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar


e informar os custos dos produtos ou serviços. Tem a função de gerar
informações precisas e rápidas para a tomada de decisões, que é voltada
para a análise de gastos da entidade no decorrer de suas operações
(CREPALDI, 2004, p.24).

Porém muitas vezes as organizações não contam com um departamento de


custos, assim, o objetivo do presente trabalho foi de apresentar à administração
ferramentas para tanto, visto que a Contabilidade de Custos, com a evolução da
Ciência da Contabilidade, não se restringiu apenas em sua evolução quanto às
indústrias, mas no campo de empresas não industriais, também nota-se sua
utilidade e necessidade, Eliseu Martins, descreve esse fato da seguinte forma:

Com o advento da nova forma de se usar Contabilidade de Custos, ocorreu


seu maior aproveitamento em outros campos que não o industrial. No caso
de instituição não tipicamente daquela natureza, tais como instituições
financeiras, empresas comerciais, firmas de prestação de serviços etc.
(MARTINS, 2010, p. 22-23).
5

2.1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE APLICADA A CUSTOS

Os Princípios da Contabilidade representam as doutrinas e teorias relativas à


Ciência da Contabilidade. São normas e conceitos fundamentais que se adaptam de
acordo com o contexto econômico. Conforme Hernandez, Oliveira, Costa, 2010;

Os princípios contábeis são normas, por convenção, adotadas e


consideradas adequadas para demonstrar o patrimônio de uma empresa e
as mutações ocorridas durante um período. Os princípios contábeis
repousam em conceitos fundamentais que se desenvolvem e se adaptam
de acordo com o contexto econômico em que são aplicados.
(HERNANDEZ,OLIVEIRA,COSTA, 2010, p.69)

2.1.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE

O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da


Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial. Um Patrimônio não pode ser
confundido com outros.

Esse postulado determina que a contabilidade deve reconhecer as


operações relativas à empresa, sem misturá-las com as de seus
proprietários ou terceiros. Assim sendo, a contabilidade de custos
reconhecerá como custo da produção apenas os gastos incorridos pela
empresa em seu processo produtivo, não reconhecendo, portanto, gastos
incorridos por outras empresas, mesmo que pertencentes ao mesmo grupo
empresarial. (HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p.69).

2.1.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em


operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes
do patrimônio levam em conta esta circunstância.

Os princípios de contabilidade são estabelecidos supondo uma empresa em


funcionamento. Por isso critérios de avaliação do patrimônio de uma
empresa em atividade produtiva são o custo de aquisição ou de produção.
Caso a empresa estivesse em um processo de liquidação, os ativos seriam
avaliados pelo valor de realização. (HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA,
2010, p. 69).
6

2.1.3 PRINCÍPIO DE REALIZAÇÃO DA RECEITA

A receita só será reconhecida por ocasião da transferência do bem ou serviço


para terceiros, enquanto não ocorre a venda, os gastos agregados utilizados no
processo de produção, permanecem no estoque. Para Martins,(2010, p.31)
“Contabilmente, já que a receita só será reconhecida futuramente, os valores
agregados de gastos, relativos a fatores utilizados no processo de produção, vão
sendo acumulados na forma de estoque”. Enquanto, Hernandez, Oliveira, Costa,
2010;

O princípio da realização determina que as receitas sejam reconhecidas


somente por ocasião da transferência de um bem ou serviço para terceiros.
Em termos de empresas industriais e comerciais, a receita é reconhecida no
momento da venda. (HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p.69).

2.1.4 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros


eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento.

A realização indica o momento do reconhecimento da receita. A


competência e confrontação nos indicam o momento do reconhecimento
das despesas e custos. Assim, os gastos incorridos no processo de
aquisição ou produção permanecem em estoque até o momento da baixa
da mercadoria ou produto vendido. (HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA,
2010, p.70).

Martins, (2010, p. 22); argumenta; “Pela realização, fica definido o momento


do reconhecimento da receita. Após isso, pela competência ou confrontação temos o
reconhecimento das despesas”.
7

2.1.5 DENOMINADOR COMUM MOMENTÁRIO

Este Princípio diz que a contabilidade deve ser feita em moeda corrente do
país e que todos os itens devem ser avaliados por essa moeda.

Esse princípio determina que as demonstrações contábeis devem ser


expressas em moeda nacional. Logo, todos os custos incorridos nos
processos produtivos devem ser passíveis de avaliação na moeda nacional.
(HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p.71).

2.1.6 UNIFORMIDADE OU CONSISTÊNCIA

A Convenção da Consistência nos diz que, uma vez adotado determinado


processo, dentre os vários possíveis que podem atender a um mesmo princípio
contábil, ele não devera ser mudado para não comprometer a análise comparativa
por parte dos usuários. Para Martins, 2010; “Quando existem diversas alternativas
para o registro contábil de um mesmo evento, todas válidas dentro dos princípios
geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente.” Ainda,
segundo Hernandez, Oliveira, Costa, 2010:

Deve a empresa seguir uma uniformidade na aplicação de procedimentos


contábeis no decorrer do tempo, para não prejudicar a análise comparativa
de custos no transcorrer dos diversos exercícios. A simples mudança de
critério de rateio dos custos indiretos afeta a apuração dos custos dos
produtos fabricados no período e, consequentemente, distorce os resultados
apurados. (HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p.71).
8

2.1.7 RELEVÂNCIA OU MATERIALIDADE

Martins, 2010, define como; “Essa outra regra contábil é de extrema


importância para Custos. Ela desobriga de um tratamento mais rigoroso aqueles
itens cujo valor monetário é pequeno dentro dos gastos totais”.

Na visão de Hernandez, Oliveira, Costa;

Esse é um princípio fundamental da contabilidade de custos. Ele torna


dispensável um controle mais rigoroso de itens de pequeno valor monetário
em relação aos gastos totais, tornando possível a aplicação dos conceitos
de custos e benefícios na implantação de determinados controles.
(HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p.71).

2.1.8 OBJETIVIDADE
A convenção da Objetividade remete o contador na escolha de um método
mais objetivo entre a escolha de um método objetivo e subjetivo. O Objetivo desta
convenção é restringir e ou eliminar excessivos liberalismos nas escolhas de
critérios, objetivamente quando se trata de valores. Conforme descreve, Hernandez,
Oliveira, Costa;

Todos os valores apropriados ao custo da produção devem estar


suportados por documentos que comprovem a natureza e o valor do
registro; por critérios objetivos na determinação de rateios de custos
indiretos; por critérios geralmente aceitos pela classe contábil, como, por
exemplo, a adoção da vida útil média estimada para cálculo da depreciação.
(HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p.72).
9

2.1.9 CONSERVADORISMO

A convenção do Conservadorismo persiste na presunção por motivo de


precaução, que quando um contador se defrontar com alternativas que são
igualmente válidas para caracterizar os valores dos elementos do ativo e ou do
passivo, o mesmo deverá atribuir o menor valor ao ativo e quando se tratar de um
passivo atribuir o maior valor. Conforme Hernandez, Oliveira, Costa, 2010, “Os
estoques devem ser avaliados pelo custo de aquisição das matérias primas e
materiais de embalagens e pelos custos incorridos na produção dos produtos
acabados ou em elaboração”. Enquanto Martins, 2010, define como;

Quase uma regra comportamental, o Conservadorismo obriga a adoção de


um espírito de precaução por parte do contador. Quando tiver dúvida
fundamentada sobre tratar determinado gasto como Ativo ou Redução de
Patrimônio Líquido (básica e normalmente despesa), deve optar pela forma
de maior precaução, ou seja, pela segunda. (MARTINS, 2010, p. 36).

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS NO COMÉRCIO

Através da história da Contabilidade de Custos foi possível verificar que


inicialmente ela era usada apenas no comércio, que na ocasião contava com uma
Contabilidade simplificada. Após este período, chamado por Martins, (2010, p. 19)
de “A era Mercantilista”, foi utilizada para a mensuração de estoques nas indústrias,
e assim permaneceu por muito tempo.

Com a evolução da Ciência da Contabilidade, não se restringiu apenas na


mensuração de estoques nas indústrias, mas no campo de empresas não
industriais, também nota-se sua utilidade e necessidade, Eliseu Martins, descreve
esse fato da seguinte forma:

Com o advento da nova forma de se usar Contabilidade de Custos, ocorreu


seu maior aproveitamento em outros campos que não o industrial. No caso
de instituição não tipicamente daquela natureza, tais como instituições
financeiras, empresas comerciais, firmas de prestação de serviços etc..
(MARTINS, 2010, p. 22-23).
10

Como foi possível constatar através de diversas bibliografias, já destacadas,


hoje a Contabilidade de Custos atende não só a indústria, mas também o comércio e
serviços, contribuindo com diversas ferramentas para auxiliar a administração para
que estes possam ter informações precisas sobre a situação econômica da
entidade. Segundo Leone, (2000, p. 22); “A Contabilidade de Custos é uma
atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe
(ou obtém) dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os,
produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais”, e ainda
complementa o mesmo autor, “A contabilidade de custos produz informações
gerenciais para que os diversos níveis hierárquicos da administração sejam capazes
de planejar, controlar e decidir com maior eficiência e eficácia”

Dentro de uma agência de veículos automotores, são diversos os custos e


despesas inerentes à atividade. Como exposto acima, faz-se necessário identificar
quais são as despesas e os custos da operação.

Porém muitas vezes as organizações não contam com um departamento de


custos, assim, o objetivo do presente trabalho foi o de apresentar à administração
ferramentas para tanto.

Neste mercado cada vez mais competitivo, controlar os custos tornou-se


fundamental para obtenção da lucratividade da organização, neste contexto a
Contabilidade de Custos contribui para auxiliar no sentido de fornecer informações
para que se possa atingir este objetivo. Martins, (2010), define;

Com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na


maioria dos mercados, seja industriais, comerciais ou de serviços, os custos
tornam-se altamente relevantes quanto a tomada de decisões em uma
empresa. Isto ocorre, pois, devido à alta competição existente, as empresas
já não podem mais definir seus preços apenas de acordo com os custos
incorridos, e sim, também, com base nos preços praticados no mercado em
que atuam. (MARTINS, 2010, p.22).

Devido a grande relevância da Contabilidade de Custos para o fornecimento


de dados sobre os gastos da empresa, onde e como estão sendo utilizados os
recursos da organização, faz-se imperativo um departamento de custos para a
apuração destes gastos, principalmente quando se trata de um mercado
automobilístico que se utiliza do modelo Holístico, de inteligência competitiva, onde
por exemplo, o preço máximo de venda é determinado pelo fabricante. Há de se
11

avaliar com muita cautela os gastos da operação para que não haja prejuízo para o
agente concessionário.
12

CONTABILIDADE DE CUSTOS – SUAS FERRAMENTAS

A Contabilidade de Custos, conta com diversas ferramentas para auxiliar as


empresas nas tomadas de decisões, por exemplo, métodos de custeio, Margem de
Contribuição, Ponto de Equilíbrio, dentre outros.

Para compor o presente trabalho foi utilizado de algumas destas ferramentas


no sentido de colaborar na apresentação de informações relevantes para a empresa
em questão.

Qual o melhor método de apropriação de custos? Definir um bom método de


custeio para a empresa no sentido de auxiliar na apuração e apropriação dos custos,
ou seja, como deve ser mensurado o custo do produto, distribuição do custo no
preço de venda, é essencial. Dentro da Contabilidade de Custos, podemos contar
com alguns tipos de custeio, Custeio por Absorção, Custeio Variável, ABC, RKW,
etc., podemos dizer que para cada ramo de atividade teremos um método de custeio
que melhor se enquadra. Entretanto, temos o que atende a Legislação Comercial e
Legislação Fiscal, o Custeio por Absorção. Os demais atendem os Princípios
Fundamentais da contabilidade.

3.1 CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os custos da


produção, diretos e indiretos, fixos ou variáveis. Os custos industriais indiretos ou
comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição, também chamados
de critérios de rateio.

Hernandez, Oliveira, Costa ,(2010,p.72); “Custeio por Absorção é o método


derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos e é, no Brasil,
adotado pela legislação comercial e pela Legislação fiscal”.

Neste método todos os custos são apropriados aos produtos, os diretos e os


indiretos, através do sistema de rateio definido pela administração. Na explanação
de MARTINS, (2010);
13

Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios de


Contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica
mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos
bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço
de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos. No
Brasil, o custeio por Absorção está contemplado no Pronunciamento
Técnico CPC 16, do Comitê de Pronunciamento Contábeis (CPC), que trata
da valoração de estoques (MARTINS, 2010, p.37).

No custeamento por absorção o lucro líquido é afetado pelas mudanças na


produção. A razão para esse efeito é que os custos fixos indiretos do período são
carregados para as unidades não vendidas, mas constantes ainda dos estoques.
Por outro lado, o custeio por absorção, por ser mais conservador, tende a deixar os
empresários mais tranquilos, sabendo que todos os custos foram apropriados e, com
isso, os parâmetros para formação de preços de vendas estariam mais bem
embasados.

Nas indústrias de manufatura, todos os custos de produção são alocados aos


produtos que permanecem em estoque até sua venda. Nas Empresas Prestadoras
de Serviços, apenas o custo dos serviços prestados. Apresentamos abaixo quadro
explicativo:

Figura 2 – Custeio por absorção em Empresas Prestadoras de Serviços


14

Fonte: Eliseu Martins, 2010, p.38


15

Figura 3 – Custeio por absorção em Empresas de Manufatura

Fonte: Eliseu Martins, 2010, p.37

3.2 CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL

O Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de


custeamento que consiste em considerar como Custo de Produção do período
apenas os Custos e Despesas Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de
existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como Custos de
Produção e sim como Despesas, sendo encerrados diretamente no resultado do
período. Embora o custo seja fixo, quando a relação é em função do preço unitário,
esse deixa de ser fixo, varia em função da quantidade produzida. Quanto maior a
produção, menor o custo fixo unitário.

Este sistema não é permitido pelas autoridades Fiscais, utiliza somente os


custos e despesas variáveis, que pode ser definida da seguinte forma, por
Hernandez, Oliveira, Costa, 2010;
16

O termo custos variáveis designa os custos que, em valor absoluto, são


proporcionais ao volume da produção dentro de certos limites, isto é,
oscilam na razão direta dos aumentos ou reduções das quantidades
produzidas. É um sistema muito utilizado para tomada de decisões, porém
não atende aos princípios contábeis geralmente aceitos e não é permitido
pelas autoridades fiscais. (HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p. 193).

É um sistema muito utilizado para tomada de decisão e apuração de


resultado, inclusive com relação a decisão de comprar ou produzir, Eliseu Martins,
(2010, p.38) afirma; “Nas decisões do tipo Comprar ou produzir, também o conceito
do Custeio Variável é de suprema importância, já que sempre a alternativa correta
será a que trouxer maior diferencial de Margem de Contribuição”.

De acordo com Ferreira, (2007, p.82); custeio variável: “também é conhecido


como sistema de custeio direto, em virtude de os custos variáveis serem, como
regra, diretos” Mas, em razão de nesse método ser apropriados à produção tanto os
custos variáveis diretos quanto os variáveis indiretos, parece ser mais adequado à
expressão sistema de custeio variável.

3.3 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

Custeio Baseado em Atividade ou Custeio ABC, tradução do inglês (Activity


Based Costing), é um método de custeio que está baseado nas atividades que a
empresa efetua no processo de fabricação, pode ser utilizado tanto na indústria
como serviços e comércio.

Consiste na alocação dos gastos indiretos de forma mais precisa, dividindo a


empresa por atividades, determinando o custo de cada uma e verificando se existe
alguma não agregadora de valor e que possa ser eliminada, conforme, Hernandez,
Oliveira, Costa, 2010; “identificar oportunidades de possíveis reduções de gastos,
com a descrição das atividades que agregam valor e das que não agregam valor ao
produto”.
17

Para Leone 2000; “não há consenso quanto ao surgimento do método. Duas


são as vertentes: uma delas afirma categoricamente que é um método totalmente
novo; e outra, enfatiza que o critério é antigo e semelhante a outros que vêm sendo
adotados”, afirma ainda Leone, 2000, que “os que não aceitam o ABC como
instrumento novo, afirmando, ademais, que ele se fundamenta, na verdade, em
critérios já postos em prática há algum tempo, apresentam suas teorias com
argumentos mais válidos e com histórias mais deglutíeis".

Com o surgimento da indústria os gastos indiretos passaram a representar


uma parcela significativa do custo de produção, trazendo a necessidade de um novo
método de custeio, para que não houvesse distorções na apuração dos custos de
produção, conforme Hernandez, Oliveira, Costa, (2010, p. 234) “Tais custos indiretos
não podiam mais ser apropriados com base nos antigos critérios, sob pena de
provocar graves distorções na apuração dos verdadeiros custos de produção”.
Leone, (2000), observa que o custo de mão de obra direta já não representa uma
grande parcela do custo total de fabricação;

Uma das razões para o aparecimento do novo método baseia-se na


evolução tecnológica, que alterou bastante a composição dos custos dos
fatores de produção, tornando mais significativos os custos indiretos de
fabricação e, consequentemente, menos significativos, os custos do fator
mão-de-obra direta. (LEONE, 2000, p.252).

Além da informação sobre o custo dos produtos e serviços, o sistema de


custos baseado em atividades pode fornecer informações sobre gastos incorridos
nos diversos departamentos que compõe a estrutura organizacional da empresa,
possibilitando a identificação do responsável pelo consumo dos gastos e facilitando
o controle gerencial e a elaboração de orçamentos, assim define Hansen
D.R;Mowen,M.M.,(2001);

O custeio do produto em um sistema por atividade tende a ser flexível. O


sistema de gestão de custos baseado em atividade é capaz de produzir
informações de custos para uma variedade de objetivos gerenciais,
incluindo o objetivo de relatórios financeiros. Definições mais abrangentes
de custeio do produto são enfatizadas para se ter melhor planejamento,
controle e tomada de decisão. Assim, a máxima de “custos diferentes para
propósitos diferentes” assume um significado real.
(HANSEN.D.R;MOWEN,M.M., 2001, p.72).
18

Também concorda com o autor acima, Martins, (2010, p.286) “O sistema ABC
é, na realidade, uma ferramenta de gestão de custos, muito mais do de custeio de
produtos”, e ainda complementa, “No processo de redução de custos e despesas o
uso do ABC é imbatível”.

3.4 SISTEMA RKW

O método de custeio RKW é feito sobre absorção integral, ou seja, ele aloca
todos os custos fixos e variáveis ao produto, inclusive as despesas aos produtos a
serem vendidos pela entidade. Foi desenvolvido em um sistema na Alemanha no
inicio do século 20, conhecido como RKW (Reichskuratoriun Fur Wirtschaftlichtkeit),
encontram em diversas denominações na literatura, o método RKW é a junção de
todos os desembolsos da empresa, pois este não usa somente os custos de mão de
obra ou produção, mas ele também inclui as despesas, inclusive as despesas
financeiras que se alocam ao preço final do produto. Com isso, assim como o
custeio por absorção, o RKW, também é feito varias formas de rateios para que por
fim, todos os custos e despesas sejam agregadas ao produto.

Ocorre, porém, que naquela época as despesas administrativas, comerciais e


financeiras não eram relevantes, mas com o desenvolvimento da economia as
despesas passaram a representar uma grande parcela dos gastos, necessitando
assim, apropriá-las diretamente ao resultado do exercício.

Assim como o custeio por absorção, o RKW também utiliza varias formas de
rateio, a diferença é que o custeio RKW acrescenta o lucro que a empresa
determina, para que possa obter o preço final de venda. Com algumas exceções,
neste mercado competitivo determinar o preço de venda com base nos custos e
acrescido do lucro se tornou uma prática pouco utilizada. Conforme descreve
Martins (2010);
19

Ocorre que se essa fórmula pode até ser usada numa economia de decisão
totalmente centralizada, ou em situação de monopólio ou oligopólio,
dificilmente consegue ter sucesso numa economia de mercado, mesmo que
parcialmente controlada pelo governo. Afinal de contas, dentro do que se
conhece numa economia de mercado (mesmo com restrições), os preços
são muito mais decorrência dos mecanismos e forças da oferta e da
procura. O mercado é o grande responsável pela fixação dos preços, e não
os custos de obtenção dos produtos. É muito mais provável que uma
empresa analise seus custos e suas despesas para verificar se é viável
trabalhar com um produto, cujo preço o mercado influencia marcantemente
ou mesmo fixa, do que ela determinar o preço em função daqueles custos
ou despesas. (MARTINS, 2010, p. 220).

3.5 Gasto

Consiste em todo sacrifício (dispêndio) financeiro, presente ou futuro, na


produção de um bem ou serviço. Para Leone ,2000, gasto é entendido como:

O compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens


e serviços [...] podendo o gasto ser definido como gasto de investimento,
quando o bem ou serviço for utilizado em vários processos produtivos, e
como gastos de consumo, quando o bem ou serviço que a empresa realizar.
Dependendo da destinação do gasto de consumo, ele poderá converter-se
em custo ou despesa. (LEONE, 2000, p. 53).

Os gastos podem ser classificados da seguinte forma:

Investimentos – Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios


atribuíveis a futuros períodos. Compreendem basicamente os gastos com a
aquisição dos bens de uso e dos bens que serão inicialmente mantidos em estoque
para que futuramente sejam negociados, integrados ao processo de produção ou
consumidos. Definição segundo Martins, (2010);

Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos)


que são estocados nos ativos da empresa para baixa ou amortização
quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua
desvalorização são especificamente chamados de investimentos.
(MARTINS, 2010, p. 25).
20

Custos – Compreende os gastos com bens e serviços aplicados ou


consumidos na fabricação de outros bens; Custo é o valor do gasto incorrido
indispensável à obtenção do bem ou serviço gerador da receita.

De acordo com Ferreira, (2007);

custo existe durante o processo de produção do bem ou serviço.” O autor


ainda frisa que “Enquanto o produto está em fase de fabricação os valores
agregados na sua produção são tratados como custos. Os gastos
posteriores à produção, necessários à administração e comercialização do
produto, não são custos e sim despesas. (FERREIRA, 2007, p.15).

Despesas – Gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de


serviços das áreas administrativas, comercial e financeira, que direta ou
indiretamente visam obtenção de receitas; A despesa não está vinculada
diretamente ao objeto da receita.

Perdas – Gasto anormal ou involuntário. Perdas são gastos imprevistos que


ocorrem de forma anormal e inesperada e em sua essência não trarão retorno
financeiro. Martins, (2010), define da seguinte maneira:

Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente


por sua característica de anormalidade e involuntariedade: não é um
sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Exemplos comuns:
perdas com incêndios, obsoletismo de estoques etc.. (MARTINS, 2010, p.
26).

Desperdício – Gastos incorridos nos processos produtivos ou de geração de


receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos
bens, serviços ou receitas geradas. Exemplo ; retrabalho, relatórios sem utilidade.

3.5.1 Custos

Consistem no recurso consumido para obtenção de bens e serviços, ou seja,


são gastos necessários para a produção de bens ou serviços. Os custos apropriados
serão alocados aos estoques de produtos. Os custos têm a característica de ser
direto ou indireto e fixo e variável.
21
22

3.5.2 Custos Diretos

São os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou


serviço e valorizados com relativa facilidade, são apropriados diretamente ao
produto.

3.5.3 Custos Indiretos

São os custos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos
ou serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades
específicas. Necessitam da utilização de algum tipo de rateio definido pela
administração devido a impossibilidade de definição sobre a sua alocação.

3.5.4 Custos Variáveis

Está ligado diretamente ao volume produzido, quanto maior a produção, maior


o custo.

3.5.5 Custos semifixos ou semivariáveis

São custos que inicialmente são fixos, mas em um determinado momento,


varia em função da produção. Exemplo: Conta de água e energia elétrica, existe um
consumo mínimo que é um custo fixo, porém, dependendo da produção terá um
aumento no consumo.
23

3.5.6 Custos Fixos

Não varia em função da quantidade produzida, o valor será o mesmo


independente da quantidade produzida, no entanto, quanto maior for a produção,
menor será esse custo por unidade produzida.

3.5.7 Despesas

Valor gasto com bens e serviços relativos à manutenção da atividade da


empresa, bem como aos esforços para a obtenção de receitas através da venda dos
produtos. Exemplos: Materiais de escritório, Salários da administração.

3.5.8 Despesas Diretas

É possível identificar o gasto incorrido em cada bem vendido.

3.5.9 Despesas Indiretas

São gastos que não podem ser identificados com precisão com as receitas
geradas.

É fundamental a distinção entre o que é custo e despesas, pois, pela própria


definição de custos, existem algumas despesas da instituição que não estão ligadas
diretamente ao custo de produção, assim para uma perfeita apuração dos custos,
faz-se necessário tal distinção.

Abaixo apresentamos tabela ilustrativa para melhor entendimento:


24

Figura 4 – Ilustração dos gastos

GASTOS
 

Consumo de bens e serviços


   

Custos Despesas

   

Gastos incorridos na Gastos incorridos no

produção de novos processo de geração

bens e serviços de receitas

       

Fixos Variáveis Fixos Variáveis

       

Total constante em Total varia em Total constante em Total varia em

relação ao relação ao volume relação ao volume relação ao volume

volume produzido produzido de receitas de receitas

       

Aluguel depreciação Material direto Despesas Comissões sobre

    Administrativas vendas

       

Indiretos Diretos Indiretas Diretas

       

Apropriação de Apropriados de Apropriadas de Apropriação de

forma subjetiva por forma objetiva por forma subjetiva por forma objetiva por

critérios de rateio meio de controles critério de rateio meio de controles

Fonte: Hernandez, Oliveira, Costa, Gestão estratégica de Custos, 2010,p. 192


25

3.6 CUSTO PADRÃO

Custo Padrão é o custo ideal a ser alcançado, serve de padrão de


comportamento para os custos.

Martins, 2010, define como sendo “o custo ideal de produção de um


determinando bem ou serviço”. Diz ainda, o mesmo autor, “A mais eficaz forma de
se planejar e controlar custos é a partir do Custo padrão, que tanto pode ser usado
com o Custeio por Absorção como com o Variável”.

É um custo possível de ser alcançado, serve de avaliação de desempenho


quando comparado ao custo real. Como instrumento de controle da administração
servindo de base para determinar a eficiência máxima da produção, conforme
descreve Hernandez, Oliveira, Costa, 2010;

A finalidade básica do custo padrão é proporcionar um instrumento de


controle aos gestores da organização. Conceitua-se custo padrão como
aquele determinado, a priori, como sendo o custo normal de um produto. É
elaborado considerando um cenário de bom desempenho operacional,
porém levando em conta eventuais deficiências existentes nos materiais e
insumos da produção, na mão de obra, etc. De qualquer forma é um custo
possível de ser alcançado. (HERNANDEZ,OLIVEIRA,COSTA, 2010, p.163).

3.7 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Margem de Contribuição unitária é a diferença entre o preço de venda unitário


do produto, deduzidos a soma das despesas e custos variáveis. É a sobra financeira
de cada produto para cobrir os custos fixos e para a obtenção do lucro.

Na concepção de segundo Eliseu Martins, (2010);

Margem de contribuição por unidade, que é a diferença o preço de venda e


custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente
traz à empresa de sobra entre sua receita e custo que de fato provocou e
que lhe pode ser imputado sem erro. (MARTINS, 2010, p.179).

Na sequência será apresentada uma tabela que fará a demonstração da


margem de Contribuição unitária na prática.
26

Tabela 1 : Demonstração de Margem de Contribuição Unitária


Custo Custo
Custo Preço de Margem de
PRODUTO variável indireto
variável total venda contribuição
direto variável

Produto L R$ 700,00 R$ 80,00 R$ 780,00 R$ 1.550,00 R$770,00/un.

Produto M R$1.00,00 R$ 100,00 R$ 1.100,00 R$2.00,00 R$900,00/un.

Produto N R$ 750,00 R$ 90,00 R$ 840,00 R$ 1.700,00 R$860,00/un.

FONTE: Eliseu Martins, 2010, p.178

3.8 PONTO DE EQUILÍBRIO

O Ponto de equilibro é visto como uma das mais importantes ferramentas de


administração da atualidade, significa o faturamento mínimo que a empresa deve
atingir para que não tenha prejuízo, mas que também não estará alcançando o lucro
nesse ponto. O ponto de equilíbrio se dá quando os custos e despesas totais são
iguais as receitas totais, ou seja, não há lucro, nem prejuízo. Se a empresa opera
acima do ponto de equilíbrio é porque está tendo lucro, quando está abaixo do ponto
de equilíbrio está tendo prejuízo.

O Ponto de equilíbrio é um dos indicadores contábeis que possui condições


de alertar a administração sobre o volume necessário de vendas, para cobrir todas
as despesas e custos fixos e variáveis.

Fórmula:

Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos + Despesas Fixas / Margem de


Contribuição Unitária
27

Figura 5 – Demonstração gráfica do Ponto de Equilíbrio

Fonte: Eliseu Martins, 2010, pg. 258

Além disso, segundo Leone ,2000;

o potencial do ponto de equilíbrio é para curtíssimo prazo em função das


flutuações as quais sofrem a moeda em uma economia instável: “a análise
de ponto de equilíbrio terá maior potencialidade se tomada a curtíssimo
prazo, pois para prazo mais longos perderia muito de sua utilidade diante do
fato de que, numa economia em que o valor da moeda sofre flutuações, os
custos, as receitas e as despesas não são constantes (LEONE 2000, p.
428).

O ponto de equilibro contábil (PEC) de uma empresa é obtido quando a soma


das margens de contribuição totaliza um montante suficiente para cobrir todos os
custos e despesas fixas. Esse é o ponto em que contabilmente não haverá lucro
nem prejuízo, onde são levados em conta os custos fixos contábeis referentes com o
andamento da empresa.

Segundo Padoveze:

Ponto de equilibro em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa


precisa produzir ou vender para que consiga pagar todos os custos e
despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem
necessariamente de incorrer para fabricar ou vender o produto
(PADOVEZE, 2013, p. 385).
28

A fórmula do PEC é a seguinte:

PEC (QTD) = CUSTOS FIXOS + DESPESAS FIXAS


MCU
Tal equação trata a quantidade necessária a ser vendida para chegar ao
ponto de equilíbrio, para chegar ao ponto de equilíbrio em valores pode-se usar a
seguinte fórmula:

PEC (R$) = CUSTOS FIXOS + DESPESAS FIXAS


IMC
Onde o IMC representa o percentual da margem de contribuição em relação a
receita bruta

O ponto de equilibro econômico (PEE) informa à empresa o faturamento


mínimo necessário para cobrir os custos fixos e variáveis.

O lucro da empresa é nulo, é o ponto em que com as vendas dos produtos


pagam-se todos os custos e despesas e não sobra nada para a empresa, mas a
partir deste ponto, as novas vendas com a margem de contribuição positiva passará
a gerar lucro para a empresa, nele é acrescentado aos custos fixos todos os custos
de oportunidade, contrário do ponto de equilibro contábil, o PEE visa atingir lucro
que pode ser estabelecido.

Segundo Padoveze:

Para este calculo, incluem-se as despesas e receitas financeiras, mas os


efeitos monetários que serão tratados como despesas fixas.

Obtendo-se assim um valor da receita mínima que gera lucro zero, mas que
cubra todos os gastos operacionais, financeiros e os feitos da inflação nos
ativos e passivos monetários (PADOVEZE, 2013, p. 389).

A fórmula do PEE é a seguinte:

PEE = CUSTOS FIXOS (+) DESPESAS FIXAS (+) CUSTO DE OPORTUNIDADE /


MCU
29

O Ponto de Equilíbrio Financeiro é obtido quando conseguimos encontrar a


margem de contribuição total de uma determinada importância, ele pode ser
verificado financeiramente ou em quantidades de vendas ou prestações de serviços.

Segundo Padoveze:

É uma variante do ponto de equilibro econômico, excluindo apenas a


depreciação, pois momentaneamente ela é uma despesa não
desembolsável. É importante em situações de eventuais reduções da
capacidade de pagamento da empresa (PADOVEZE, 2013, p. 389).

A fórmula do Ponto de Equilíbrio Financeiro é:

PEF (QTD) = CUSTOS FIXOS ( + ) DESPESAS FIXAS (–) DEPRECIAÇÃO,


AMORTIZAÇÃO,EXAUSTÃO / MCU
.

CONTABILIDADE DE CUSTOS APLICADA ÀS CONCESSIONÁRIAS DE


VEÍCULOS AUTOMOTIVOS.

O ramo automobilístico no Brasil, como em muitos outros ramos, sofre forte


concorrência, especialmente com abertura dos mercados internacionais, que trouxe
diversas marcas e com elas mais opções de compra. Essa nova realidade trouxe
também um novo modelo de consumidor, ou seja, mais exigentes, e as empresas
precisam se adequar a esse novo conceito.

Para Hernandez, Oliveira, Costa, 2010;

Nesse mercado, o grande prejudicado era o consumidor final, que era


obrigado a pagar caro por produtos de baixa qualidade. Principalmente nas
últimas décadas, com a “abertura dos portos”, o brasileiro passou a ter
acesso a produtos de alta qualidade a preços relativamente baixos, em
comparação aos nacionais, o que causou grande impacto na indústria
nacional, principalmente em alguns setores até então sem concorrentes
como a indústria automobilística, manufatura de brinquedos, equipamentos
de informática e tantos outros (HERNANDEZ, OLIVEIRA, COSTA, 2010, p.
288).
30

Com o agravamento da crise financeira que nosso país enfrenta, as vendas


de veículos de luxo caíram cerca 40,2% no acumulado do ano de 2016 em
comparação com 2015, segundo matéria publicada em 05/01/2017 pela ABEIFA,
Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos
Automotores.

Diante deste cenário, fica ressaltado a necessidade de as


concessionárias de veículos automotores, avaliarem melhor os seus custos e
despesas na venda de seus produtos, para que possam atingir o lucro desejado
pelos acionistas.

O futuro da continuidade da empresa depende de uma boa administração,


conhecer o que se passa dentro dela é de extrema importância e é através das
técnicas de gestão de custos pode-se ter acesso a informações e assim fazer uma
análise minuciosa e detalhada sobre o que se passa em cada setor e em cada
produto.

Assim, pode se verificar a necessidade do departamento de custos, para que


esse acompanhamento seja diário, preciso e confiável e em tempo para verificar a
situação em que a empresa se encontra. Será através dos sistemas de controles e
apuração dos custos, e geração de relatórios gerenciais que as decisões serão
tomadas pela direção da organização.

Dada a grande complexidade das normas Tributárias e Contábeis do nosso


país e os diversos tipos de sistemas de custeio aliados as peculiaridades de cada
ramo de negócio, é imprescindível um Departamento de Custos dentro da empresa,
para colaborar com as informações sobre os custos dos produtos e serviços, no
sentido de dar maior segurança para tomada de decisões por parte da
administração.

Na perspectiva de Hansen, Mowen, (2001), “O contador de custos está


assumindo um novo papel, um papel com implicações mais amplas e uma definição
menos estreita”.

A Contabilidade de Custos aparece com uma das finalidades calcular o custo


dos produtos e serviços, apresentando informações úteis para definição de quanto é
necessário produzir ou vender para a obtenção do lucro.
31

4.1 PRECIFICAÇÃO

A Contabilidade de Custos pode auxiliar a administração quanto a definição


preço de venda de um produto ou serviço, utilizando-se de técnicas de custeios para
obter o custo do produto. Através das ferramentas disponíveis na Contabilidade de
custos é possível contribuir com informações relevantes para tomada de decisões
por parte da direção da empresa. Uma das ferramentas utilizadas é a Margem de
Contribuição, conforme Martins, 2010;

Do forte conhecimento, e cada vez mais sensível no Brasil moderno e bem


mais competitivo, de que o mercado é o grande definidor do preço, surge a
ideia de se utilizar a figura da Margem de Contribuição para auxiliar nas
tomadas de decisões também relativas à fixação dos preços. E, muitas
vezes, consegue esse conceito ser útil (MARTINS, 2010, p. 221).

Para Veiga 2016,“Ela contribui na determinação do lucro, processando as


informações contábeis, e possibilitando, ainda, dados sobre a rentabilidade e
desempenho de diversas atividades da entidade, auxiliando no planejamento e
controle e no desenvolvimento das operações”.

Outra importante ferramenta disponível para o controle de custos de produção


é o Custo Meta, na língua inglesa Target Cost , a partir do preço de venda que o
mercado está disposto a pagar, é feita uma análise dos custos e despesas da
empresa e a lucratividade desejada. Através desta ferramenta também é possível
identificar os custos desnecessários. Segundo Martins, 2010, “é um processo de
planejamento de lucros, preços e custos que parte do preço de venda para chegar
ao custo, razão pela qual diz-se que é o custo definido de fora para dentro.”

Tabela 2 - Evolução da relação de custos e preços no Brasil

1965 - 1990 PREÇO = CUSTO + RESULTADO


32

Característica : Preço é função do custo


(Apoio oficial)
RESULTADO = PREÇO - CUSTO
Característica : Preço é função do mercado
1990 >
(Custo: gestão c/ ABC e ABM, just-in-time,
qualidade total)
CUSTO = PREÇO - RESULTADO
Característica : custo é função do preço e
2000 > da taxa de retorno sobre o investimento
(target cost)
(Preço = função do valor percebido)

FONTE: Bertó, D.J., Beulke , 2009 , p.26

Na perspectiva dos autores Bertó, Beulke, 2009, a relação de custos e preços


passou por vários estágios nas últimas décadas;

Ano 1965, observa-se que durante praticamente 25 anos o preço foi função
exclusiva do custo. As instituições criadas pelos governos nesse período ,
com especial destaque para o Conselho Interministerial de Preços (CIP),
autorizavam a prática de um novo preço a partir da comprovação de
alteração no custo.

Durante a década de 1980, inúmeras alterações surgiram no cenário


brasileiro, tais como: aumento do numero de competidores no mercado;
abertura do mercado para produtos estrangeiros; inflação e recessão e
gradativa retirada do governo no controle dos preços (BERTÓ,BEULKE,
2009, p. 26).

Com relação a este método alerta Martins, (2010, p.219), há de se considerar


33

as condições de mercado, observando a lei de oferta e procura, antes de fixar


preços de forma arbitrária;

Esse método de calcular preços com base em custos é muito utilizado


pelas empresas, porém apresenta algumas deficiências, como: não
considerar, pelo menos inicialmente, as condições de mercado, fixar o
percentual de cobertura das despesas de forma arbitrária etc. (MARTINS,
2010, p. 219).

BERTÓ,BEULKE, 2009; “A partir do ano 2000, o preço passou a ser cada vez
menos uma função dos custos e cada vez mais uma dependência do mercado. O
consumidor passou a exigir produtos de qualidade, pelo menor preço”.

Segundo Hansen, Mowen, 2001, “A estrutura de marcado afeta o preço,


assim como os custos necessários para apoiar esse preço. Em geral, existem quatro
tipos de estrutura de mercado: concorrência perfeita, concorrência monopolística,
oligopólio e monopólio”, abaixo será apresentado conforme os autores as
denominações;

 Concorrência perfeita: tem muitos compradores e vendedores, onde


nenhum deles é suficientemente grande para influenciar o mercado.
Exemplo: Ações negociadas na Bolsa de valores, Produtos Agrícolas, etc;
 Concorrência Monopolística : tem características de monopólio e da
concorrência perfeita, mas é mais parecida com a situação competitiva.
São as principais estruturas de mercados existentes.

Exemplo: Academias de Ginástica, Salões de beleza, Bares, etc

 Oligopólio : é caracterizado por poucos vendedores que dominam o


mercado. Na economia Brasileira é uma característica dominante o
mercado Oligopolístico.
Exemplo: Indústria Automobilística, Indústria de geladeiras, fogões,
aparelhos de som, cimento e inúmeros outros.

 Monopólio: Única
34

Exemplo: Petrobrás, Empresas de Água e esgoto.

Como foi possível verificar nas literaturas apresentadas, e ainda segundo


MARTINS, 2010, “Os preços são muito mais decorrência dos mecanismos e forças
da oferta e da procura. O mercado é o grande responsável pela fixação de preços ”,
“em um mercado perfeitamente competitivo”, segundo Hansen, Mowen, 2001.

Desta forma, ficou evidenciado que num mercado competitivo o comum é o


contrario; a partir do preço de mercado, isto é, quanto o mercado está disposto a
pagar por determinado produto ou serviço, chega-se ao custo meta, que representa
o máximo de custo e despesa a se incorrer para que o produto seja rentável, e desta
forma, controlar os custos como possibilidade de aumentar os lucros.

Ainda para Martins, (2010);

Para administrar preços de vendas, sem dúvida é necessário conhecer o


custo do produto; porém essa informação, por si só, embora necessária,
não é suficiente. Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da
demanda, os preços de produtos dos concorrentes, os preços dos produtos
substitutos, a estratégia de marketing da empresa, etc.; e tudo depende
também do tipo de mercado em que a empresa atua (MARTINS,2010,p.
218).

Com relação às Concessionárias de veículos automotores, por se tratar de


um Oligopólio, os preços máximos de venda ao consumidor são fixados pelo
fabricante do veículo, transferindo para a concessionária o ônus de controlar seus
custos para assim obter o retorno desejado.

Assim, foi possível verificar a importância da Contabilidade de Custo, dentro


da relevância que o assunto requer, na função de precificar um produto,
considerando todas as variáveis do mercado.

4.2 DEMOSTRATIVO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E PONTO DE


EQUILÍBRIO
35

Tabela 3 – Demonstrativo de Receitas e Despesas – Ano 2014.

% PART. RECEITA DESPESAS DESPESAS CMV TOTAIS


 
TOTAL R$ FIXAS R$ VARIÁVEIS R$ R$

CARROS            

NOVOS 87,16% 7.738.000,00 -777.972,00 -90.039,00 -7.077.789,00 -207.800

CARROS            

USADOS 10,37% 920.800,00 -92.813,00 -19.875,00 -884.500,00 -76.388

           
PEÇAS
1,77% 157.011,00 -15.191,00 -8.203,00 -86.087,00 47.530

SERVIÇOS 0,70% 61.845,00 -6.095,00 -7.455,00 -23.453,00 24.842

TOTAIS 100% 8.877.656,00 -892.071,00 -125.572 -8.071.829,00 -211.816

Fonte: Empresa Concessionária de Veículos Automotivos

Tabela 4 – Margem de contribuição e Ponto de equilíbrio 2014.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL

Despesas Fixas Margem de

Receita Total e variáveis Contribuição Total

7.738.000,00 (7.167.827,49) 570.172,51

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA

  Preço médio Quantidade

Receita Total Unitário veículos novos

7.738.000,00 148.000,00 52

Margem de Quantidade de Veículos novos Margem de

Contribuição total vendidos no ano 2014 Contribuição unitária

570.172,51 52 10.964,85
36

PONTO DE EQUILÍBRIO

Custos Margem de Quantidade

Fixos totais Contribuição unitária Ponto equilíbrio

777.972,00 10.964,85 70

Diante dos dados apresentados, foi possível observar que no ano de 2014, a
empresa vendeu 52 veículos novos, enquanto a quantidade necessária para cobrir
todos os custos fixos e variáveis, assim como suas despesas, seria de 70 veículos
novos aproximadamente, o que representa o nível de venda em que não há lucro
nem prejuízo, ou seja, no qual os gastos totais são iguais às receitas totais.

O rateio das despesas fixas e variáveis, assim como os custos fixos e


variáveis foi realizado em função do faturamento total.

Tabela 5 – Demonstrativo de Receitas e Despesas – Ano 2015.

  % RECEITA DESPESAS DESPESAS CMV TOTAIS


PART.
37

TOTAL R$ FIXAS R$ VARIÁVEIS R$ R$

CARROS            

82,83 13.281.100,0 (812.701,00 (480.050,00 (12.171.801,00 (183.452,00


NOVOS
% 0 ) ) ) )

CARROS            

12,75 (125.099,00 ( 1.865.008,00 ( 38.947,00


USADOS 2.044.200,00
% ) ( 93.040,00) ) )

           
PEÇAS ( 33.655,00
3,43% 549.378,00 ( 35.764,00)
) ( 356.884,00) 123.075,00

SERVIÇO
0,99% 158.424,00 19.636,00
S ( 9.714,00) ( 24.953,00) ( 104.121,00)

16.033.102,0 (981.169,00 (633.807,00 (14.497.814,00


TOTAIS 100% ( 79.688,00)
0 ) ) )

Fonte: Empresa Concessionária de Veículos Automotivos

Tabela 6 - Margem de contribuição e Ponto de equilíbrio 2015.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL

Despesas Fixas Margem de

RECEITA e variáveis Contribuição Total

13.281.100,00 -12.651.851,00 629.249,00

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA

Preço venda médio Média de veículos

Receita Total Unitário novos vendidos

13.281.100,00 154.000,00 86

Margem de Média de veículos novos Margem de

Contribuição vendidos no ano 2015 Contribuição unitária

629.249,00 86 7.316,85

PONTO DE EQUILÍBRIO

Custos Margem de Quantidade


38

Fixos Contribuição unitária Ponto equilíbrio

812.701,00 7.316,85 111

Diante dos dados apresentados, a empresa no ano de 2015, vendeu 86


veículos novos, enquanto a quantidade necessária para cobrir todos os custos fixos
e variáveis, assim como suas despesas, seria de 111 veículos novos
aproximadamente, no Ponto de Equilíbrio, o que significa não obter lucro, nem
prejuízo.

O rateio das despesas fixas e variáveis, assim como os custos fixos e


variáveis foi realizado em função do faturamento total.

O país vive uma grave crise política e institucional, onde inúmeras empresas
estão encerrando as suas atividades, ter um bom planejamento contábil e financeiro,
aliada as informações relevantes que possam alicerçar as tomadas de decisões,
certamente poderão ajudar a manter a empresa lucrativa dentro deste mercado
instável, concorrido, e com uma carga tributária elevadíssima.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
39

Através deste trabalho foi possível demonstrar a importância do departamento


de custos nas empresas, devido a sua grande contribuição para as decisões da
administração. Possibilitando ainda, mediante os subsídios fornecidos pela
Contabilidade de custos, cooperar para que a empresa possa atingir suas metas,
tanto na produção ou venda de um produto ou serviço, quanto na obtenção de lucro.

Pelos números apresentados no estudo de caso, ficou demonstrado que a


empresa em questão, tem trabalhado com prejuízo. Pelo menos nos dois anos em
que os dados foram apresentados, foi possível verificar que a empresa tem se
utilizado de capital de terceiros para honrar com seus compromissos, já que a
atividade principal da empresa que é a venda de veículos novos não é suficiente
para suprir todos os gastos da entidade.

Esses dados foram apresentados nas tabelas números 04 e 06, Margem de


Contribuição e Ponto de Equilíbrio, onde é claramente observado a deficiência,
quando se trata da venda de veículos novos, para contribuir com a lucratividade para
a empresa em questão.

Utilizando de uma das ferramentas da Contabilidade de Custos, a Margem de


Contribuição, ficou evidenciado a necessidade de alavancar as vendas dos veículos
novos, ou, a redução dos custos e despesas. O cálculo de Ponto de Equilíbrio
Contábil, indicou a quantidade de vendas necessárias para cobrir todos os gastos da
organização.

Foi exequível verificar durante as pesquisas bibliográficas, que a


Contabilidade de Custos é de certa forma uma ciência relativamente nova, quando
se trata de sua utilização como apoio às decisões, com muito ainda a ser estudada e
disseminada no mercado. Em linhas gerais, pode-se dizer que falta conhecimento
por parte das empresas, com relação aos benefícios que a Contabilidade de Custos
pode gerar para a entidade.

Neste estudo de caso específico, pretendeu-se afirmar a necessidade do


departamento de custos para que a empresa tenha uma visão clara da situação
financeira, podendo verificar cada departamento, e quanto este contribui para a
lucratividade da empresa.
40

Em se tratando das concessionárias de veículos automotores, existe um


mercado instável e competitivo, onde as montadoras de veículos, após pesquisa de
mercado, determina o preço máximo de venda do veículo ao consumidor final,
ficando o agente concessionário com o ônus de administrar seus gastos, é imperioso
o controle das despesas e receitas, que é uma das funções do departamento de
custos, que fornecerá dados precisos, para que a administração possa definir suas
ações, seja na redução de custos para consequente maximização do resultado, no
sentido de assegurar um retorno financeiro positivo aos acionistas, quanto no
aumento das vendas, ou outras ações.

REFERÊNCIAS
41

ARTIGO CIENTIFICA
<http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/metodologia/Apostila/CAP02PG.pdf>Acesso em
25 de Março de 2019

VEIGA,W.E.; SANTOS, F.A.; - Contabilidade de Custos : gestão em serviços,


comércio e indústria. 1 ed. São Paulo , Atlas , 2016.

RIBEIRO, Osni Moura , Contabilidade de Custos fácil. 8 ed. São Paulo, Saraiva,
2013;

PADOVEZE, Clovis Luís. Controladoria Estratégica e Operacional. 3. ed. Ver. e


atual.,São Paulo, Cengage Learning, 2013;

MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 10 ed. São Paulo, Atlas, 2010

LEONE, G. S. G. Curso de Contabilidade de Custos. 4 ed. São Paulo, Atlas, 2010

HERNANDEZ, J.P.J.; OLIVEIRA, L.M.; COSTA, R.G. Gestão Estratégica de


Custos. 6 ed., São Paulo, Atlas, 2010;

POPPER, K.S. A lógica da pesquisa científica. 2ª Edição. São Paulo: Cultrix, 2013

HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de Custos Contabilidade e Controle. São


Paulo, Thomson, 2009;

http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm acessado
17/05/2019

http://webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0084P0449.pdf acessado 17/05/2019


42

Você também pode gostar