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Inclui índice
1. Leitura Devocional. 2. Religião. I. Marins, Ezequias Amancio II.
Título.
CDD: 242
ISBN 978-85-68029-97-8
EDITORA KOINONIA
Rua Lindolfo de Azevedo, 1793 - Jd. América
Belo Horizonte - MG - CEP 30421-428
TEL: (31) 3657-5799
www.editorakoinonia.com.br
Boa leitura!
Introdução.....................................................................17
Conclusão......................................................................71
INTRODUÇÃO
Este livro é o resultado de mensagens que preguei
em setembro de 2013 em nossa igreja, aqui em Angra
dos Reis, RJ. Tenho pregado séries em livros inteiros
desde 2007, e tem sido um dos fatores de crescimen-
to espiritual de nosso povo nesse tempo. A Palavra
de Deus tem de retornar ao centro da nossa vida em
todas as suas abrangências. Por essa razão prezo pela
pregação expositiva.
As porções que serão tratadas nos capítulos deste
livro estão em Genesis 26.35- 28.9, e compõem um
quadro muito comum no contexto familiar. O tema
gerador é a desobediência como elemento de desagre-
gação familiar. Se eu fosse definir em uma frase essa
porção como um todo, extrairia a seguinte ideia: A sua
desobediência traz consequências terríveis para você
mesmo e para todos que estão em seu entorno.
Essa grande ideia viria em uma forma de apelo, a
fim de que houvesse um cuidado para com o seu co-
ração, que pode vir a ser seduzido pelo lado obscuro
da vida, isso por conta da rebelião e do desassossego
da sua alma.
Os personagens nessa trama familiar poderiam
ser identificados claramente: são pais com corações
divididos pelos filhos, e irmãos que competem entre
si pelas migalhas de amor de seus pais. Tudo isso em
um ambiente com elementos de casamento fora do
favor do Senhor, bênçãos trocadas e quebra de um
vinculo familiar que era necessário, mas que não pre-
cisava ser tão tumultuado.
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Toda desobediência tem uma etiqueta de preço.
Em resumo ela sempre vai custar algo para a pessoa
envolvida por ela. Quando penso no contexto fami-
liar me assusto pelo fato de que o preço a ser pago,
na maioria das vezes, está muito além da capacidade
de se mensurar! Há jovens, hoje, sofrendo horrores
por conta de decisões que foram tomadas ao calor dos
sentimentos e não com a razoabilidade da cabeça! E,
por conta disso, hoje choram!
Tenho assistido alguns episódios da série “guer-
ra nas estrelas” e me espanta ao traçar um perfil do
personagem Anakin Skywalker. Desde jovem, com
uma infância bastante sofrida, ele se deparou com um
conflito interno muito grande, de um lado ele pendia
para um aguçado senso de justiça e por outro ele in-
clinava para uma intolerância em relação ao diferen-
te. Essa relação dúbia de interesses, digamos assim,
pode ser identificada nos personagens principais da
trama que é exposta neste livro: Jacó e Esaú.
Ao mesmo tempo em que ambos desejam arden-
temente a bênção do pai, cada um, a seu jeito, rejeita o
pai da bênção. Pense comigo: Esaú não honrava a seu
pai, pois havia desprezado o direito da primogenitura
em um delírio provocado pela fome e Jacó não o hon-
rava ao enganá-lo com a roupa com o cheiro de Esaú.
De qualquer modo, ambos não amavam de verdade a
Isaque, o pai deles.
E para encerrar, a fim de que você entre imediata-
mente na trama principal, uma palavra sobre o com-
portamento dos pais que poderá ser visto nos filhos.
É claro e notório que os filhos reproduzem tendências
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dos próprios pais. Isaque e Rebeca foram protótipos
das desventuras de seus filhos. Se não, veja: Isaque
com certo distanciamento das questões familiares e
Rebeca com uma astuta manipulação dos fatos em
sua volta para privilegiar seus próprios sentimentos.
É triste, mas é verdade o que o puritano Cotton
Matten disse no passado: “Será impossível a você ins-
pirar qualquer bem em seus filhos, se você mesmo
está vazio do bem. Se um caranguejo velho anda para
trás, não faz sentido que o jovem ande para frente:
Senhores, os jovens seguirão os velhos”.
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1
A DESOBEDIÊNCIA
CUSTA CARO
A desobediência impõe um rito macabro: Toda
desobediência tem uma etiqueta de preço.
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Além disso tudo, o filho primogênito recebia uma
bênção superior de seu pai, o que, segundo se conce-
bia, tinha o poder de moldar os eventos futuros em
favor desse filho.
Não se sabe se Isaque soube dessa troca! E saber que
tudo isso aconteceu por um prato de carne moída! Pelas
leis da época se podia trocar ou vender o direito de pri-
mogenitura. Mas Esaú vendeu por muito pouco! Ele era
o tipo de sujeito que só pensava no seu estômago!
E, por incrível que pareça, seu pai Isaque era as-
sim também! Em Genesis 27, o texto bíblico nos fala
de que Isaque estava velho e cego e pede então um
guisado ao seu filho. Ele também só pensava em seu
estômago! Alguém sugeriu que Isaque é cego em mais
de uma maneira. Ele devia ter visto que o casamento
de Esaú com as hititas comprometia o plano de Deus
de que Abraão e sua semente formem uma nação
separada. Ele devia ter percebido que Esaú não era
digno de representar o povo especial de Deus. Mas
Isaque leva a sua cegueira adiante. Ele, assim como
Esaú, é controlado pelos próprios apetites. Em Gêne-
sis 27, o narrador repete a palavra “caça” oito vezes, e
“comida saborosa” seis vezes.
Depois de saborear o guisado, Isaque estaria aben-
çoando a Esaú em seu “direito de primogenitura”.
Antes é preciso deixar bem claro que Deus já havia
definido acerca da superioridade de Jacó em relação a
Esaú (isto porque Deus já sabia de antemão do caráter
profano de Esaú):
E Isaque orou insistentemente ao SENHOR por sua
mulher, porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as
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suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu. E os filhos
lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que
sou eu assim? E foi perguntar ao SENHOR. E o SE-
NHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois
povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será
mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao
menor. (Gênesis 25:21-23)
Isaque, que já sabia do fato de que Jacó seria o her-
deiro da bênção da primogenitura, resolve aqui fazer
uma “pressão” ao Senhor, pois preferia Esaú, e não a
Jacó! Nessa direção, Ron Crisp fez um comentário
muito pertinente dizendo que atualmente muitas pes-
soas sentem que, porquanto tentam fazer a vontade
de Deus, todos os meios são válidos. Mas devemos
aprender que a obra de Deus deve ser feita da Sua ma-
neira. O propósito de Deus poderia ser realizado sem
o comportamento pecaminoso de Rebeca e Jacó. Eles
feriram a eles mesmos e a outros inutilmente.
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ver perto de “quebrar a cara”, a sua decisão deve ser a
de estar do lado dele para apoiá-lo; não tem que dar
“jeitinho”. A atitude de Rebeca foi de maldade, falta
de caráter. Não se fica escutando conversa, intercep-
tando e-mails ou coisa desse tipo. Não se preste a esse
papel. Se desconfiar de seu marido, não vá à casa da
“outra” fazer confusão. Deus sabe o seu endereço! Ele
vai mostrar a você! E, quando mostrar, aí sim, tome a
decisão que deve ser tomada! Não se rebaixe! Não seja
prostituta de seu próprio marido! A mulher precisa
aprender a se valorizar, e isso acontece quando fica
no seu lugar. Rebeca foi terrível, e pagou um preço
alto por isso: seu nome foi silenciado nas Escrituras e
só aparece quando é relatado o seu sepultamento na
cova de Macpela (Genesis 49.31). Por conta desse ato
aqui, Rebeca nunca mais viu ao seu filho Jacó! Foram
vinte anos que ela ficou longe de seu filho, ela morreu
e não viu o seu filho de volta. A Bíblia não registra
detalhes de sua morte.
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para deixar clara a divisão das bênçãos, sem deixar
que esse processo de engano se estabelecesse? Mas
Isaque era do tipo que não estava disposto a conver-
sar, ele tinha seu filho predileto e ponto. Rebeca por
sua vez, ignorava a Esaú.
A pior desgraça é um filho não ser amado por sua
mãe! E tenho para mim que Esaú foi o vigarista com
muitas mazelas em sua alma porque ele sabia que não
era amado por sua mãe. Assim como eu creio que
muito da pilantragem de Jacó era porque ele sabia
que nunca foi amado por seu pai! E que, do ponto
de vista puramente humano, ele só recebeu a bênção
porque vestiu a roupa de Esaú, engrossou a voz como
Esaú, porque senão ele continuaria sendo um “nada”
para seu pai.
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que forem. Eu pergunto: “Jacó honrou a seu pai?”. De
modo algum.
Mais do que trazer presentes no “dia dos pais” e
no “dia das mães”, os pais e mães querem, com certe-
za, ter o coração dos seus filhos!
Uma menina teve uma experiência interessante.
Seu pai era um dos Puritanos inflexíveis da Nova
Inglaterra, na América do Norte; inflexível, porém,
sábio e amoroso, A família foi para o Oeste e fixou
residência perto de um lago muito belo. Julgou-se
imprudente que a criança andasse sozinha à beira
do mesmo, por isso eles a proibiram de andar pela
vizinhança do lago. Mas a beleza fascinante do
lençol d›água era demais para a alma poética da
criança. Assim, passeando pelos limites que lhe
foram circunscritos, sentiu-se tentada, e deu um belo
passeio sozinha à beira do lago. Procurou acalmar a
consciência evitando cuidadosamente o perigo, pois
julgou que se dissesse isso a seu pai ele reconheceria
ser justo seu ponto de vista. Porém, para agradá-lo,
trouxe-lhe a mão cheia de belas conchas. Quando as
colocou na mão de seu pai, ele as arremessou tão longe
quanto possível e disse-lhe laconicamente: «Minha
filha, obedecer é melhor que o sacrifício». A lição
jamais foi esquecida. Penetrou-lhe a personalidade e
conseguiu fazê-la mulher e mãe extraordinária.
Quero terminar com essa frase: nenhuma deso-
bediência pode ser compensada com um sorrisinho
nos lábios e um “eu te amo” falso. A desobediência
nada vai compensar. Eu, como pai, não quero que
meu filho me diga que me ama se ele não estiver vi-
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vendo uma vida que agrade a Deus. É a mesma coisa
que Deus espera da gente também, não adianta vir na
igreja oferecer um culto que não tenha esse princípio
em destaque: “obediência é melhor que sacrifício”.
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2
A AMARGURA CORRÓI O
CORAÇÃO
A desobediência dissolve uma bênção: A
amargura desencadeia um processo corro-
sivo no coração.
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bênção de seu pai. E você? Tem desprezado ao seu
pai? Sua mãe? Tem feito pouco caso daquilo que eles
têm ensinado? Já pensa ser “dono do seu próprio na-
riz”? Ficará como Esaú, choramingando pelos cantos,
com remorso, mas sem mudança de vida? Será um
mendigo pedindo uma bênção que já foi embora? Vi-
verá servindo aos outros, sem nunca ter nada na vida?
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Fale com ele, fale com ela, beija o seu irmão, sua irmã.
Aproveite o tempo, agora, para reconciliar-se com sua
família!
Ouvi dizer que num túmulo, na Europa Central,
há esta inscrição: “Ele morreu por causa de algumas
palavras não pronunciadas”.
Este túmulo pertence a um rapaz que havia trazi-
do vergonha e tristeza a seus pais. Ele continuou vi-
vendo miseravelmente, a despeito de suas promessas
de reconciliação e da tolerância de seus pais. Por fim,
a paciência de seu pai acabou.
Numa noite, quando o jovem chegou em casa bê-
bado, seu pai, irritado, lhe disse: “Vá embora, e não
volte nunca mais”.
Ao sair pela porta, o filho voltou-se e disse: “O se-
nhor está falando sério, papai? Não é para eu voltar
nunca mais?” “Estou”, respondeu o pai, “Não quero
mais este escândalo em casa”.
O moço foi embora, e suicidou-se.
O pai, triste, nunca perdoou a si mesmo por ter
dito aquilo. Ao invés de pronunciar as palavras que
seu filho suplicou para ouvir, o pai endureceu seu co-
ração.
Vamos fazer um pacto: nunca amaldiçoar nos-
so filho! Por pior que ele faça qualquer coisa, nunca
amaldiçoe seu filho! Vamos fazer isso em relação aos
nossos irmãos. Nunca diga a seu irmão: “eu te odeio,
eu vou te matar!” Pois Satanás, uma vez ouvindo aten-
tamente, criará uma oportunidade para isso aconte-
cer. Pode não acontecer fisicamente, mas você pode
acabar matando a alma dele.
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Aos casais digo que nunca citem a palavra “divór-
cio” dentro de casa! Vamos resolver as nossas pendên-
cias em amor e espírito perdoador! Apelo especifica-
mente para você que tem algum problema familiar,
iremos orar e você suplicará a bênção do Senhor, para
que você não vá para o inferno levando junto o seu ir-
mão. Quem carrega ódio no coração, vai para o infer-
no. Tome uma decisão em sua vida pela reconciliação
com seu parente, antes de ficar com o coração embru-
tecido pelo ódio. Diga: “eu não quero ser Esaú”! Você
não nasceu para carregar amargura em seu coração!
Senhor, dá-me um coração igual ao teu!
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3
O REFORÇO DA
IDENTIDADE HISTÓRICA
PELO VÍNCULO FAMILIAR
A desobediência leva ao rompimento de
vínculos: O vinculo familiar reforça nossa
identidade histórica.
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CONCLUSÃO
Terminei o último capítulo falando sobre o drama
da consciência. Agora chegando ao final do livro, en-
tendo ainda mais contundentemente que nossa cons-
ciência diante de Deus precisa ser levada em conside-
ração antes de tomarmos as decisões relacionadas à
nossa vida pessoal e familiar.
Tenho ouvido ultimamente com uma triste repe-
tição a frase: “eu sei que é errado, mas eu vou pagar
pra ver”. Tudo porque as pessoas querem ouvir os des-
varios do coração. A Bíblia adverte sobre o engano do
coração: “Enganoso é o coração, mais do que todas as
coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)
E ainda, temos a orientação de Paulo para que a
paz de Deus seja o mediador entre o nosso coração e
a nossa razão: “E a paz de Deus, para a qual também
fostes chamados em um corpo, domine em vossos co-
rações; e sede agradecidos.” (Colossenses 3:15).
Quando as decisões são tomadas tendo como foco
apenas a satisfação imediata de nossas necessidades e
não os valores que recebemos da Palavra de Deus o
resultado é sempre o mesmo: desgosto e morte.
Ed Cole, em seu livro Homem ao máximo, fala
algo interessante: “Deus conhece nosso coração e
tornou possível termos um coração novo, de onde
fluem o amor, a consagração, a graça, a misericórdia,
a compaixão e toda boa obra. A questão é sempre no
coração em primeiro lugar”.
Por isso, a pergunta que não quer calar é: “onde
está o seu coração?”.
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O de Jacó estava na bênção que ele havia compra-
do! Esaú tinha a predileção de seu pai como trunfo
para ser bem sucedido! Isaque tinha o coração na sua
satisfação de morrer tendo cumprido o que desejava.
Rebeca tinha no seu desejo insaciável de burlar as re-
gras para ser saciada em sua sede pessoal de justiça!
E você? Tudo isso me faz lembrar uma história, e
com ela eu encerro este livro, desejando que o mesmo
tenha sido uma bênção e um estímulo para a sua vida
em família.
Um menino negro de oito anos estava em um
parque de diversões, olhando um homem que vendia
balões com gás hélio. O menino percebeu que havia
balões de todas as cores.
Existiam balões vermelhos, verdes, azuis, laranjas,
brancos, amarelos e outras cores mais.
Por ser negro, uma pergunta surgiu na cabeça
desse pequeno menino, Ele foi ao encontro do ho-
mem que vendia os balões e perguntou: “Moço, você
não tem balão preto. Balões pretos também voam?”
O rapaz que vendia os balões abaixou-se para ficar
na altura do jovenzinho e respondeu: “Não importa a
cor do balão, é o que está dentro dele que o faz voar.”
Atente para o que Jesus disse: “O homem bom, do
bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem
mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, por-
que da abundância do seu coração fala a boca.” (Lucas
6:45).
Que assim seja na sua família, para que a despei-
to das aflições externas, dos ventos contrários e das
inquietações das circunstâncias que assolam nossas
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vidas, você possa ter certeza que quem controla a sua
história é um Deus que não se cansa de investir em
seu coração. Não se esqueça: o problema do coração
do homem é o coração do seu problema!
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