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ESQUEMA PRÁTICO

1) Prazo Máximo Duração do Inquérito


2) Prazo Máximo Duração do Segredo de Justiça
3) Prazo Máximo Duração do Segredo de Justiça quando estiver
em causa a criminalidade referida nas al.ªs i) a m) do art.º 1.º
do C.P.P.
4) Prazo máximo das Medidas de Coacção de Prisão Preventiva e
Obrigação de Permanência na Habitação

APONTAMENTOS PRÁTICOS

PARA OFICIAIS DE JUSTIÇA


ESQUEMAS PRÁTICOS

NOTA INTRODUTÓRIA

Com os esquemas práticos que se disponibilizam pretendemos, apenas e tão só,

que o presente documento seja mais um contributo para a melhorar e tornar mais célere

as funções que estão adstritas aos oficiais de Justiça.

Foram tidas em consideração as alterações efectuadas ao CPP, pela Lei Lei n.º

26/2010, de 30/08.

Alexandre Silva

Alexandre Silva – Escrivão de Direito 2


ESQUEMAS PRÁTICOS

1
PRAZO MÁXIMO DA DURAÇÃO DO INQUÉRITO
ESQUEMA A QUE SE REFERE O ART.º 276.º

SEM ARGUIDOS PRESOS

Independentemente do
Tipo Crime quando o
ARTIGO ARTIGO procedimento se revelar ARTIGO
276.º n.º 276.º n.º3 de excepcional 276.º n.º3
alª a) complexidade alª c)
1 e e
215.º N.º 2 Art.º 276.º n.º3 alª b) ARTIGO
ARTIGO. 215.º n.º 3 in 215.º n.º 3
fine

SEM PRESOS

8 14 16 18
MESES MESES MESES MESES

Art. 276.º, Art. 276.º, Art. 276.º, n.º Art. 276.º,


n.º 1 n.º 3 alª a) 3 alª b) n.º 3 alª c)

o prazo conta-se a partir do momento em que1:


1) o inquérito tiver passado a correr contra pessoa determinada
ou
2) se tiver verificado a constituição de arguido.

Suspensão do Prazo2:
1) O prazo suspende-se em caso de expedição de Carta Rogatória até à respectiva
devolução.
2) O período total de suspensão não pode ser superior a metade do prazo máximo
do inquérito.

Violação do Prazo:
Artº. 276º nº. 6 “O magistrado titular do processo comunica ao superior hierárquico imediato a violação de qualquer
prazo previsto nos n.os 1 a 3 do presente artigo ou no n.º 6 do artigo 89.º, indicando as razões que explicam o atraso e o
período necessário para concluir o inquérito”
Esta comunicação efectua-se através do SIMP.

1
Art.º 276.º n.º 4 do CPP
2
Art.º 276.º n.º 5 do CPP

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ESQUEMAS PRÁTICOS

1
PRAZO MÁXIMO DA DURAÇÃO DO INQUÉRITO
ESQUEMA A QUE SE REFERE O ART.º 276.º

ARGUIDOS PRESOS
E
OBRIGAÇÃO DE PERMANÊNCIA NA HABITAÇÃO

Independentemente do
Tipo Crime quando o
ARTIGO ARTIGO procedimento se revelar ARTIGO
276.º n.º 276.º n.º2 de excepcional 276.º n.º2
alª a) complexidade alª c)
1 e e
215.º N.º 2 Art.º 276.º n.º2 alª b) ARTIGO
ARTIGO. 215.º n.º 3 in 215.º n.º 3
fine

COM PRESOS
Ou sob obrigação de
permanência na
habitação

6 8 10 12
MESES MESES MESES MESES
ART.276 Art.276, n.º2 Art.276, n.º2 Art.276, n.º2 c)
a) b) Art.º 215.º, n.º 3
n.º 1

o prazo conta-se a partir do momento em que3:


1) o inquérito tiver passado a correr contra pessoa determinada
ou
2) se tiver verificado a constituição de arguido.

Suspensão do Prazo4:
1) O prazo suspende-se em caso de expedição de Carta Rogatória até à respectiva devolução.
2) O período total de suspensão não pode ser superior a metade do prazo máximo do inquérito.

Violação do Prazo:
Artº. 276º nº. 6 “O magistrado titular do processo comunica ao superior hierárquico imediato a violação de qualquer
prazo previsto nos n.os 1 a 3 do presente artigo ou no n.º 6 do artigo 89.º, indicando as razões que explicam o atraso e o
período necessário para concluir o inquérito”
Esta comunicação efectua-se através do SIMP.

3
Art.º 276.º n.º 4 do CPP
4
Art.º 276.º n.º 5 do CPP

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ESQUEMAS PRÁTICOS

2
PRAZO MÁXIMO DO SEGREDO DE JUSTIÇA

PRIMEIRA PARTE DO ARTIGO 89.º N.º 6 - ADIAMENTO

- ESQUEMA A QUE SE REFERE O ART.º 276.º

Independentemente
do Tipo Crime
ARTIGO ARTIGO quando o ARTIGO
276.º n.º 276.º n.º2 procedimento se 276.º n.º2
alª a) revelar de alª c)
1 e e
excepcional
215.º N.º 2 ARTIGO
complexidade
215.º n.º 3
ARTIGO. 215.º n.º 3 in
fine

8 14 16 18
MESES MESES MESES MESES
*
SEM PRESOS adiamento
adiamento adiamento adiamento
Art. 89.º, n.º
Art. 89.º, n.º Art. 89.º, n.º Art. 89.º, n.º
6 6 6 6

11 17 19 21
MESES MESES MESES MESES

6 8 10 12
COM MESES MESES MESES MESES
* * * *
PRESOS adiamento adiamento adiamento adiamento
Ou sob obrigação Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º
de permanência na 9 11 13 6
habitação MESES MESES MESES 15
MESES

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3
PROCESSOS QUE SE ENCONTREM EM SEGREDO DE JUSTIÇA

PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE ADIAMENTO 5

ARTIGO 89.º, N.º 6 IN FINE

 SEMPRE A REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E QUANDO ESTIVER EM


CAUSA A CRIMINALIDADE REFERIDA NAS
Al.ªs i) a m) do art.º 1.º CPP:
i) «Terrorismo» as condutas que integrarem os crimes de organização terrorista, terrorismo e terrorismo internacional;
j) «Criminalidade violenta» as condutas que dolosamente se dirigirem contra a vida, a integridade física, a liberdade pessoal, a
liberdade e autodeterminação sexual ou a autoridade pública e forem puníveis com pena de prisão de máximo igual ou superior a 5
anos;
l) «Criminalidade especialmente violenta» as condutas previstas na alínea anterior puníveis com pena de prisão de máximo igual ou
superior a 8 anos;
m) «Criminalidade altamente organizada» as condutas que integrarem crimes de associação criminosa, tráfico de pessoas, tráfico de
armas, tráfico de estupefacientes ou de substâncias psicotrópicas, corrupção, tráfico de influência, participação económica em
negócio ou branqueamento.

Independentemente
do Tipo Crime quando
ARTIGO ARTIGO o procedimento se ARTIGO
276.º N.º 276.º n.º2 revelar de excepcional 276.º n.º2
alª a) complexidade alª c)
1 e e
ARTIGO. 215.º n.º 3 in
215.º N.º 2 ARTIGO
fine
215.º n.º 3

11 17 19 21
MESES MESES MESES MESES
Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6

PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO


SEM PRAZO PRAZO PRAZO PRAZO
20
PRESOS 14
MESES 22 24
MESES
MESES MESES

9 11 13 15
MESES MESES MESES MESES
Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6 Art. 89.º, n.º 6
COM PRESOS
PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO
Ou sob obrigação PRAZO PRAZO PRAZO PRAZO
de permanência 12 14 16 18
na habitação MESES MESES MESES MESES

5
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 5/2010. D.R. n.º 94, Série I de 2010-05-14

Supremo Tribunal de Justiça


O prazo de prorrogação do adiamento do acesso aos autos a que se refere a segunda parte do artigo 89.º, n.º 6, do Código de Processo Penal, é fixado pelo juiz de instrução pelo período de tempo que
se mostrar objectivamente indispensável à conclusão da investigação, sem estar limitado pelo prazo máximo de três meses, referido na mesma norma

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4
PRAZO MÁXIMO DAS MEDIDA DE COAÇÃO

PRISÃO PREVENTIVA6
e
OBRIGAÇÃO DE PERMANÊNCIA NA HABITAÇÃO7

ARTIGO 215.º DO CPP


PRAZO CRIMES POR EXCEPCIONAL
COMPLEXIDADE – N.º DE
ARGUIDOS OU OFENDIDOS
(ART.215, N.º2) (ART.215, 3)

4 MESES 6 MESES 12 MESES


ATÉ À ACUSAÇÃO 1 Ano

C/ INSTRUÇÃO 8 MESES 10 MESES 16 MESES


ATÉ À DECISÃO 1 Ano e 4 Meses

ATÉ À CONDENAÇÃO 14 MESES 18 MESES 30 MESES


1.ª INSTANCIA 1 Ano e 2 Meses 1 Ano e 6 Meses 2 Anos e 6 Meses

ATÉ À CONDENAÇÃO 18 MESES 2 ANOS 40 MESES


COM TRÂNSITO 1 Ano e 6 Meses 3 Anos e 4 Meses

RECURSO PARA O TRIBUNAL CONSTITUCIONAL


OU
PROCESSO PENAL TIVER SIDO SUSPENSO PARA JULGAMENTO
EM OUTRO TRIBUNAL DE QUESTÃO PREJUDICIAL
Art.º 215.º n.º 5
ATÉ À CONDENAÇÃO 20 MESES 24 MESES 36 MESES
1.ª INSTANCIA 1 Ano e 8 Meses 2 Anos 3 Anos

ATÉ À CONDENAÇÃO 24 MESES 30 MESES 46 MESES


COM TRÂNSITO 2 Anos 2 Anos e 6 Meses 3 Anos e 10 Meses

6
Art.º 202.º do CPP
7
Art.º 201.º e 218.º do CPP
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ESQUEMAS PRÁTICOS

Artigo 86.º
Publicidade do processo e segredo de justiça

1 - O processo penal é, sob pena de nulidade, público, ressalvadas as excepções


previstas na lei.
2 - O juiz de instrução pode, mediante requerimento do arguido, do assistente ou do
ofendido e ouvido o Ministério Público, determinar, por despacho irrecorrível, a
sujeição do processo, durante a fase de inquérito, a segredo de justiça, quando entenda
que a publicidade prejudica os direitos daqueles sujeitos ou participantes processuais.
3 - Sempre que o Ministério Público entender que os interesses da investigação ou os
direitos dos sujeitos processuais o justifiquem, pode determinar a aplicação ao processo,
durante a fase de inquérito, do segredo de justiça, ficando essa decisão sujeita a
validação pelo juiz de instrução no prazo máximo de setenta e duas horas.
4 - No caso de o processo ter sido sujeito, nos termos do número anterior, a segredo de
justiça, o Ministério Público, oficiosamente ou mediante requerimento do arguido, do
assistente ou do ofendido, pode determinar o seu levantamento em qualquer momento
do inquérito.
5 - No caso de o arguido, o assistente ou o ofendido requererem o levantamento do
segredo de justiça, mas o Ministério Público não o determinar, os autos são remetidos
ao juiz de instrução para decisão, por despacho irrecorrível.
6 - A publicidade do processo implica, nos termos definidos pela lei e, em especial,
pelos artigos seguintes, os direitos de:
a) Assistência, pelo público em geral, à realização do debate instrutório e dos actos
processuais na fase de julgamento;
b) Narração dos actos processuais, ou reprodução dos seus termos, pelos meios de
comunicação social;
c) Consulta do auto e obtenção de cópias, extractos e certidões de quaisquer partes dele.
7 - A publicidade não abrange os dados relativos à reserva da vida privada que não
constituam meios de prova. A autoridade judiciária especifica, por despacho,
oficiosamente ou a requerimento, os elementos relativamente aos quais se mantém o
segredo de justiça, ordenando, se for caso disso, a sua destruição ou que sejam
entregues à pessoa a quem disserem respeito.
8 - O segredo de justiça vincula todos os sujeitos e participantes processuais, bem como
as pessoas que, por qualquer título, tiverem tomado contacto com o processo ou
conhecimento de elementos a ele pertencentes, e implica as proibições de:
a) Assistência à prática ou tomada de conhecimento do conteúdo de acto processual a
que não tenham o direito ou o dever de assistir;
b) Divulgação da ocorrência de acto processual ou dos seus termos, independentemente
do motivo que presidir a tal divulgação.
9 - A autoridade judiciária pode, fundamentadamente, dar ou ordenar ou permitir que
seja dado conhecimento a determinadas pessoas do conteúdo de acto ou de documento
em segredo de justiça, se tal não puser em causa a investigação e se afigurar:
a) Conveniente ao esclarecimento da verdade; ou
b) Indispensável ao exercício de direitos pelos interessados.
10 - As pessoas referidas no número anterior são identificadas no processo, com
indicação do acto ou documento de cujo conteúdo tomam conhecimento e ficam, em
todo o caso, vinculadas pelo segredo de justiça.
11 - A autoridade judiciária pode autorizar a passagem de certidão em que seja dado
conhecimento do conteúdo de acto ou de documento em segredo de justiça, desde que
necessária a processo de natureza criminal ou à instrução de processo disciplinar de
natureza pública, bem como à dedução do pedido de indemnização civil.
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ESQUEMAS PRÁTICOS
12 - Se o processo respeitar a acidente causado por veículo de circulação terrestre, a
autoridade judiciária autoriza a passagem de certidão:
a) Em que seja dado conhecimento de acto ou documento em segredo de justiça, para os
fins previstos na última parte do número anterior e perante requerimento fundamentado
no disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 72.º;
b) Do auto de notícia do acidente levantado por entidade policial, para efeitos de
composição extrajudicial de litígio em que seja interessada entidade seguradora para a
qual esteja transferida a responsabilidade civil.
13 - O segredo de justiça não impede a prestação de esclarecimentos públicos pela
autoridade judiciária, quando forem necessários ao restabelecimento da verdade e não
prejudicarem a investigação:
a) A pedido de pessoas publicamente postas em causa; ou
b) Para garantir a segurança de pessoas e bens ou a tranquilidade pública.

Documento Despacho nº 79/10 de 15-03-2010 - Ver documento no formato original


Emissor PGD de Lisboa Procurador-Geral Distrital
Autor Francisca Eugénia da Silva Dias Van Dunem - Procurador-Geral Adjunto

Sumário Segredo de Justiça Requerimento do ofendido

“Assim e em execução dessa deliberação, recomenda-se aos senhores magistrados que, sempre que em inquérito lhes seja apresentado pedido de submissão a segredo de
Justiça com o qual não concordem, informem os peticionantes para, querendo, representarem a pretensão ao Juiz de Instrução, ao abrigo da disposição do nº 2 do art. 86º do
Código de Processo Penal.”
Circule Via SIMP
Comunique ao Conselho Superior do Ministério Público.
Lisboa, 15 de Março de 2010
A Procuradora-Geral Distrital
Francisca Van Dunem
https://simp.pgr.pt/intranet/circulares/cir_ficha.php?nid_circular=1520&nid_especie_selected=3&lista_resultados=1696,1595,1520,1464,1382&stringbusca=

Artigo 89.º
Consulta de auto e obtenção de certidão e informação por sujeitos processuais
1 - Durante o inquérito, o arguido, o assistente, o ofendido, o lesado e o responsável
civil podem consultar, mediante requerimento, o processo ou elementos dele constantes,
bem como obter os correspondentes extractos, cópias ou certidões, salvo quando,
tratando-se de processo que se encontre em segredo de justiça, o Ministério Público a
isso se opuser por considerar, fundamentadamente, que pode prejudicar a investigação
ou os direitos dos participantes processuais ou das vítimas.
2 - Se o Ministério Público se opuser à consulta ou à obtenção dos elementos previstos
no número anterior, o requerimento é presente ao juiz, que decide por despacho
irrecorrível.
3 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, os autos ou as partes dos autos a
que o arguido, o assistente, o ofendido, o lesado e o responsável civil devam ter acesso
são depositados na secretaria, por fotocópia e em avulso, sem prejuízo do andamento do
processo, e persistindo para todos o dever de guardar segredo de justiça.
4 - Quando, nos termos dos n.os 1, 4 e 5 do artigo 86.º, o processo se tornar público, as
pessoas mencionadas no n.º 1 podem requerer à autoridade judiciária competente o
exame gratuito dos autos fora da secretaria, devendo o despacho que o autorizar fixar o
prazo para o efeito.
5 - São correspondentemente aplicáveis à hipótese prevista no número anterior as
disposições da lei do processo civil respeitantes à falta de restituição do processo dentro
do prazo; sendo a falta da responsabilidade do Ministério Público, a ocorrência é
comunicada ao superior hierárquico.
6 - Findos os prazos previstos no artigo 276.º, o arguido, o assistente e o ofendido
podem consultar todos os elementos de processo que se encontre em segredo de justiça,
salvo se o juiz de instrução determinar, a requerimento do Ministério Público, que o

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ESQUEMAS PRÁTICOS
acesso aos autos seja adiado por um período máximo de três meses, o qual pode ser
prorrogado, por uma só vez, quando estiver em causa a criminalidade a que se referem
as alíneas i) a m) do artigo 1.º, e por um prazo objectivamente indispensável à
conclusão da investigação.
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 5/2010. D.R. n.º 94, Série I de 2010-05-14
Supremo Tribunal de Justiça
O prazo de prorrogação do adiamento do acesso aos autos a que se refere a segunda parte do artigo 89.º, n.º 6, do Código de
Processo Penal, é fixado pelo juiz de instrução pelo período de tempo que se mostrar objectivamente indispensável à conclusão da
investigação, sem estar limitado pelo prazo máximo de três meses, referido na mesma norma

Art.º 215.º, n.º 6 – No caso de o arguido ter sido condenado a pena de prisão em 1ª
instância e a sentença condenatória ter sido confirmada em sede de recurso ordinário, o
prazo máximo de prisão preventiva eleva-se para metade da pena que tiver sido fixada.

Art.º 215.º, n.º 8 – Na contagem dos prazos de duração máxima da prisão preventiva são
incluídos os períodos em que o arguido tiver estado sujeito a obrigação de permanência
na habitação.

Art.º 216.º - O decurso dos prazos previstos no artigo 215.º suspende-se em caso de
doença do arguido que imponha internamento hospitalar, se a sua presença for
indispensável à continuação das investigações.

Artigo 276.º
Prazos de duração máxima do inquérito

1 - O Ministério Público encerra o inquérito, arquivando-o ou deduzindo acusação, nos


prazos máximos de seis meses, se houver arguidos presos ou sob obrigação de
permanência na habitação, ou de oito meses, se os não houver.
2 - O prazo de seis meses referido no número anterior é elevado:
a) Para 8 meses, quando o inquérito tiver por objecto um dos crimes referidos no n.º 2
do artigo 215.º;
b) Para 10 meses, quando, independentemente do tipo de crime, o procedimento se
revelar de excepcional complexidade, nos termos da parte final do n.º 3 do artigo 215.º;
c) Para 12 meses, nos casos referidos no n.º 3 do artigo 215.º
3 - O prazo de oito meses referido no n.º 1 é elevado:
a) Para 14 meses, quando o inquérito tiver por objecto um dos crimes referidos no n.º 2
do artigo 215.º;
b) Para 16 meses, quando, independentemente do tipo de crime, o procedimento se
revelar de excepcional complexidade, nos termos da parte final do n.º 3 do artigo 215.º;
c) Para 18 meses, nos casos referidos no n.º 3 do artigo 215.º
4 - Para efeito do disposto nos números anteriores, o prazo conta-se a partir do
momento em que o inquérito tiver passado a correr contra pessoa determinada ou em
que se tiver verificado a constituição de arguido.
5 - Em caso de expedição de carta rogatória, o decurso dos prazos previstos nos n.os 1 a
3 suspende-se até à respectiva devolução, não podendo o período total de suspensão, em
cada processo, ser superior a metade do prazo máximo que corresponder ao inquérito.
6 - O magistrado titular do processo comunica ao superior hierárquico imediato a
violação de qualquer prazo previsto nos n.os 1 a 3 do presente artigo ou no n.º 6 do
artigo 89.º, indicando as razões que explicam o atraso e o período necessário para
concluir o inquérito.

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ESQUEMAS PRÁTICOS
7 - Nos casos referidos no número anterior, o superior hierárquico pode avocar o
processo e dá sempre conhecimento ao Procurador-Geral da República, ao arguido e ao
assistente da violação do prazo e do período necessário para concluir o inquérito.
8 - Recebida a comunicação prevista no número anterior, o Procurador-Geral da
República pode determinar, oficiosamente ou a requerimento do arguido ou do
assistente, a aceleração processual nos termos do artigo 109.º

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