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Atualidades 2022:

Capítulo 1:
Notícias Mundo.

Morre Rincón, o ex-jogador de Palmeiras e Corinthians:

Ex-jogador de Corinthians, Palmeiras, Santos e Cruzeiro não resiste aos


ferimentos causados por acidente de automóvel ocorrido em 11 de abril, e falece
no dia 13 do mesmo mês.

Freddy Eusébio Gustavo Rincón Valencia nasceu na cidade de Buenaventura,


Colômbia, em 14 de agosto de 1966. Começou a jogar futebol no Atlético Buenaventura,
clube pequeno de sua cidade natal. De lá, rumou para o Deportes Tolima e depois
ganhou o mundo. Quando ainda atuava no país, marcou gol inesquecível contra a
Alemanha na Copa de 1990 e fez dois gols na histórica goleada da Colômbia sobre a
Argentina por 5 a 0, no Monumental de Núñez, nas Eliminatórias da Copa de 1994.
Sua primeira experiência fora da Colômbia foi no Palmeiras, ao qual chegou no
início de 1994, já como uma estrela da seleção de seu país. Destacou-se no
título paulista daquele ano ao lado de nomes como Roberto Carlos, César
Sampaio, Zinho, Edílson, Edmundo e Evair. Seis meses depois da chegada,
durante a parada para a Copa do Mundo, transferiu-se para o Napoli.

Um ano depois, chegou ao todo-poderoso Real Madrid, mas não obteve o


mesmo sucesso na Espanha e voltou ao Palmeiras no meio de 1996. Ao todo,
fez 76 jogos e 22 gols pelo Verdão.
Em 1997, o Corinthians colocou a mão no bolso e investiu na compra do
colombiano por cerca de US$ 1,3 milhão. Rincón, que era meia, virou volante e
se tornou um dos maiores da história do clube.

Ao lado de Vampeta, formou dupla inesquecível. O quarteto de meio-campo, que


contava ainda com Ricardinho e Marcelinho Carioca, se eternizou. Eles foram
bicampeões brasileiros (1998/99), venceram o Paulistão de 99 e o Mundial de
Clubes de 2000. Ríncon, capitão da equipe, ergueu a taça do mundo.

Pouco depois, recebeu uma ótima oferta salarial do Santos e trocou o


Corinthians pelo Peixe, num período sem títulos. Atuaria ainda pelo Cruzeiro, em
2001, antes de voltar ao Timão em 2004, aos 37, para uma passagem apagada.
Fez 158 jogos no Corinthians e 11 gols.

Na seleção colombiana, marcou 17 gols em 84 partidas. Disputou três Copas do


Mundo: 90, 94 e 98. Com personalidade forte, Rincón ficou marcado pelo perfil
de liderança e foi capitão em diversos times durante a carreira. Ele deixa dois
filhos, Sebástian Rincón, de 28 anos, que também é jogador de futebol
profissional (atua pelo Barracas Central, da Argentina), e Freddy Stiven.

Elon Musk faz oferta pelo Twitter de cerca de 200 bilhões (R$):

Fundador da Tesla e da SpaceX disse que vai reconsiderar sua posição


como acionista da empresa se a proposta não for aceita

Fundador da Tesla e da SpaceX e homem mais rico do mundo, Elon Musk


ofereceu nesta quinta-feira (14 de abril) comprar 100% do Twitter (TWTR34) por
US$ 54,20 por ação, em um negócio que avalia a rede social em mais de US$
43 bilhões (cerca de R$ 200 bilhões na cotação atual).

Os papéis da rede social chegaram a subir 12% nas negociações de pré-


mercado, após a divulgação da proposta, mas passaram a operar perto da
estabilidade na NYSE (New York Stock Exchange) a partir das 11h30, alternando
em leves altas e quedas.

O fundador da Tesla e da SpaceX afirmou que esta é sua “melhor e última oferta”,
mas o valor está abaixo do pico da ação, atingido em 26 de fevereiro de 2021
(US$ 77). “Se não for aceita, precisarei reconsiderar minha posição como
acionista.”

Musk revelou no dia 4 que havia comprado uma participação de 9,2% na


gigante da mídia social, se tornando o maior investidor da empresa, o que fez
com que as ações do Twitter subissem 27% em um dia (a maior alta diária já
registrada).

No dia seguinte, o Twitter anunciou nomearia Musk para o conselho de


administração da empresa e as ações subiram mais 5,89%. Mas o bilionário
recusou o convite.
A proposta do bilionário para comprar 100% do Twitter foi protocolada nesta
quinta-feira (14) na SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM
americana).

Em um comunicado, a empresa afirmou que “recebeu uma proposta não


solicitada e não vinculativa de Elon Musk para adquirir todas as ações ordinárias
em circulação da empresa” e que “analisará cuidadosamente a proposta para
determinar o curso de ação que acredita ser do melhor interesse da empresa e
de todos os acionistas do Twitter”.

Após a divulgação da proposta, Justin Sun, fundador de uma empresa de


criptoativos chamada Tron, disse também no Twitter que ia aumentar a
oferta para US$ 60 por ação para comprar a rede social. Sun disse que a
empresa “está longe de liberar todo o seu potencial”. “Adoraria ver o Twitter se
tornando cripto-nativo e amigável à Web3”.

Liberdade de expressão
Homem mais rico do mundo, Musk afirmou na carta ao presidente da rede social
que empresa precisa fechar capital porque “não pode prosperar nem servir” à
liberdade de expressão em seu estado atual. “O Twitter precisa ser transformado
como uma empresa privada”.

“Investi no Twitter porque acredito em seu potencial de ser a plataforma


para a liberdade de expressão em todo o mundo, e acredito que a liberdade
de expressão é um imperativo social para uma democracia em
funcionamento”, afirmou o bilionário.
O fundador da Tesla e da SpaceX é usuário assíduo da rede social e tem mais
de 80 milhões de seguidores. Musk é atualmente o homem mais rico do
mundo e tem uma fortuna estimada em 219 bilhões (U$$) segundo a
Forbes.

Tiroteio no metrô de Nova York:

Um ataque a tiros deixou ao menos 16 feridos — sendo 10 baleados — no metrô


de Nova York no dia 12 de abril, informam as autoridades locais. Cinco pessoas
estão internadas em estado grave, mas estável.

A polícia foi chamada por volta das 8h30 (horário local, 9h30 em Brasília) na
estação de Sunset Park, entre a rua 36 e a Quarta Avenida, na região do
Brooklyn.

Também teriam sido achadas bombas de fumaça que não explodiram. Após uma
varredura, o Departamento de Polícia informou que não há mais explosivos
ativos na estação.

Em imagens publicadas nas redes sociais, é possível ver algumas pessoas


feridas com marcas de tiro nas pernas e muita fumaça dentro das plataformas.

Testemunhas afirmam que a ação foi cometida por um homem que usava um
uniforme da Metropolitan Transportation Authority e uma máscara de gás na hora
do ataque.

A polícia ainda está à procura do suspeito, e agentes antiterrorismo estão na


área. Ainda não se sabe as motivações do crime.

Polícia prende suspeito de ataque a tiros em metrô de Nova York:

Frank James, suspeito de ser o autor do ataque a tiros no metrô de Nova


York, foi preso por policiais no bairro de East Village, em Nova York, nesta
quarta-feira (13 de abril).
A comissária do Departamento de Polícia da cidade, Keechant Swell, informou
que ele foi preso por oficiais em patrulha de rotina, que o avistaram
caminhando pela cidade. “Ele foi rendido e levado à estação de polícia”, disse,
reforçando que centenas de policiais participaram da operação de busca nas
últimas 30 horas.

Segundo o chefe dos investigadores da polícia de Nova York, James Essig, ele
foi preso nove vezes em Nova York entre os anos de 1992 e 1998, sob
acusações como posse de armas para roubo, atos sexuais criminosos e roubo.
Eles ainda informaram que foram recuperados vídeos de James gravados
antes do incidente, que o mostram entrando em uma estação de metrô.

Breon Peace, procurador do Distrito Leste de Nova York, disse que Frank
James enfrentará várias acusações na justiça, incluindo o uso de uma arma
perigosa para causar morte e ferimentos graves a passageiros e funcionários
do sistema de metrô de Nova York.

Invasão do Capitólio completa 1 ano:

Marco na história norte-americana desencadeou uma série de investigações


sobre a participação do ex-presidente Donald Trump no ato e levou à prisão e
indiciamento de centenas de pessoas.

A invasão do Capitólio dos Estados Unidos, principal símbolo do poder político


no país, na capital Washington, completou um ano no dia 6 de janeiro. Durante
a sessão conjunta do Congresso que confirmaria a vitória de Joe Biden nas
Eleições Presidenciáveis de 2020, em 6 de janeiro de 2021, centenas de
apoiadores do então presidente Donald Trump marcharam para o prédio após
meses alegando fraude nas votações, o que nunca foi comprovado e, pelo
contrário, foi desmentido pelas principais autoridades dos EUA.

No ataque, os agressores conseguiram superar momentaneamente a


segurança do local, entrando no Capitólio, destruindo diversos objetos –
muitos com significado histórico – e ameaçando de morte os
congressistas.
O vice-presidente à época, Mike Pence, que comandava a sessão, membros
do Congresso e jornalistas tiveram que se retirar às pressas, enquanto uma
multidão escalava as escadarias do prédio e invadia os salões principais. A
audiência foi retomada apenas nas primeiras horas do dia 7 de janeiro,
confirmando a vitória de Biden.

Vídeos das câmeras de segurança mostram os invasores armados com barras


de ferro e sprays químicos atacando policiais. Áudios também revelam o
desespero dos agentes de segurança com o avanço dos agressores no prédio.

Um comitê selecionado do Congresso dos EUA ainda investiga os


acontecimentos daquele dia. Diversas testemunhas afirmam que Trump
instigou seus apoiadores a atacar o Capitólio. Muitos deles reconhecem que
infringiram a lei e dizem que foram enganados pelo presidente, mas outros
alegam que apenas estavam utilizando o direito à liberdade de expressão.

Deputados norte-americanos dizem que o então presidente foi advertido por


alguns de seus principais aliados e até pelos seus filhos para que intervisse e
pedisse aos apoiadores que parassem o ataque. Horas após o início da
invasão, Trump apenas publicou um vídeo em suas redes sociais no qual ainda
alegava que as eleições foram adulteradas e pedia para que as pessoas
deixassem o Capitólio. Já era tarde.

Pelo menos dois manifestantes e três policiais morreram nos dias seguintes ao
ataque. Nos meses seguintes, outros quatro agentes de segurança que
defenderam o Capitólio se suicidaram. Outros 140 policiais ficaram feridos.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos já prendeu e indiciou mais de


725 pessoas em quase todos os 50 estados do país, mas muitos já foram soltos
ou cumpriram penas menores. Outros ainda estão presos aguardando
julgamento.

Ao menos 225 indivíduos foram indiciados por agressão ou impedimento da


aplicação da lei e 165 se confessaram culpados de crimes federais – dos quais
22 cometeram crimes graves, segundo informações oficiais do governo.
A insurreição deixou profundas marcas na democracia americana até hoje,
com mortes, prisões, um pedido de impeachment e uma investigação que
ainda não terminou.

Símbolo do Poder

O Capitólio dos Estados Unidos teve sua construção iniciada em 1793, na


capital Washington, e é conhecido como “símbolo do poder” nos EUA. Em
1800, os primeiros congressistas se mudaram para o prédio. Lá está a sede do
Congresso, onde acontece tradicionalmente a certificação dos votos dos
colégios eleitorais.

No prédio há obras de arte e esculturas de figuras emblemáticas e momentos


marcantes na história dos Estados Unidos.

O Capitólio já foi atingido por um incêndio, reconstruído e expandido, mas nada


disso se assemelha à invasão do dia 6 de janeiro de 2021. Nunca houve uma
tentativa de parar a certificação dos votos.

Na democracia americana, os congressistas são a figura política mais próxima


dos eleitores. O ataque ao Congresso e a ameaça de morte a eles –que ficaram
próximos de ser capturados –, além da destruição ou danificação das
esculturas e pinturas dentro do prédio, são também um marco simbólico.

Considerando que os Estados Unidos, junto à França e Reino Unido, são um


grande player da democracia global, invadir um dos principais símbolos do
poder político no país é um alerta para as democracias no mundo inteiro.

Mortes, prisões e impeachment

Diversos grupos de extrema-direita e ligados a teorias de conspiração


participaram do ataque ao Capitólio, como o Oath Keepers, o Proud Boys e o
QAnon.

Muitos dos invasores dizem hoje que estão arrependidos e que foram
enganados por Donald Trump sobre a fraude nas eleições, mas alguns ainda
defendem o que aconteceu em 6 de janeiro do ano passado.

Mais de 140 agentes da polícia do Capitólio e da Polícia Metropolitana ficaram


feridos e três morreram nos dias após o ataque. Outros quatro agentes de
segurança que defenderam o prédio se suicidaram nos meses seguintes.

Dois manifestantes também foram mortos. Um vídeo emblemático mostra uma


mulher levando um tiro de um policial dentro do prédio enquanto tentava
ultrapassar uma porta bloqueada.
Logo após o ataque, um processo de impeachment contra Donald Trump
foi aberto no Congresso, o acusando de “incitação à insurreição”, tendo início
em 9 de fevereiro do ano passado.

Trump teve que juntar uma equipe jurídica às pressas, visto que cinco
advogados não quiseram defender o caso do então presidente. Mesmo com
um grupo tecnicamente fraco, Trump foi absolvido em 13 de fevereiro. Se
ele fosse condenado, poderia se tornar inelegível para as eleições de 2024, por
exemplo.

Protestos dos caminhoneiros no Canadá:

Os protestos contra as restrições da covid-19 liderados por caminhoneiros


no Canadá já duratam mais de duas semanas e passaramm a causar
mudanças importantes, como a declaração nesta sexta-feira (11/02) de
estado de emergência na província de Ontário, onde fica a capital do país,
Ottawa.

Na noite de sexta, um juiz da Corte Superior de Justiça de Ontário determinou o


desbloqueio de ponte Ambassador, uma importante via para o comércio EUA-
Canadá. A liminar foi concedida em uma ação impetrada pela cidade de Windsor
e pela associação de fabricantes de peças automotivas local. As partes
argumentaram que estavam perdendo até US$ 39 milhões (R$ 205 milhões) por
dia por causa dos bloqueios.

As manifestações começaram no final de janeiro no centro da capital, onde


permaneceram parados cerca de 400 caminhões.

Apesar de cerca de 90% dos 120 mil caminhoneiros que cruzam as fronteiras do
Canadá já estarem vacinados, a manifestação dos motoristas, chamada de
"Comboio da Liberdade", cresceu e foi além do apelo para acabar com a
exigência do passaporte vacinal especificamente nas fronteiras. Muitos clamam
pelo fim da necessidade de mostrar esse documento em todo o país.

Golpe na combalida indústria automobilística:

Duas das maiores montadoras do mundo, Ford e Toyota, dizem que a produção
está sendo interrompida pelos protestos. De acordo com seus representantes,
as fábricas foram forçadas a fechar porque peças de carros estão sendo retidas
em dois pontos de fronteira dos EUA.

Do outro lado da fronteira, a General Motors disse que foi forçada a cancelar dois
turnos de produção em uma fábrica em Michigan (EUA), onde fabrica veículos
utilitários esportivos.

As paralisações são mais um golpe para a indústria automobilística, que já


enfrentava uma escassez global de chips semicondutores devido aos efeitos
econômicos da pandemia.
Como muitos países, o Canadá está lidando com o aumento da inflação e uma
cadeia de suprimentos já tensa pela pandemia, escassez de mão de obra e
condições climáticas.

Os preços estão em alta, inclusive para alimentos e gasolina. Encontrar alguns


produtos nas prateleiras dos supermercados também está ficando cada vez mais
difícil - e a economia do Canadá depende fortemente dos homens e mulheres
que conduzem a grande maioria dos alimentos e bens consumidos no país
através da fronteira.

Milhares de manifestantes se juntaram aos motoristas no centro da capital. O


movimento também recebeu o apoio de alguns políticos da ala conservadora.
De acordo com a polícia local, as autoridades iniciaram investigações após o
registro de várias ocorrências, incluindo o aparecimento de bandeiras com a
suástica e imagens de uma mulher dançando no túmulo do soldado
desconhecido, um monumento que homenageia os combatentes canadenses
que participaram de guerras no passado.

Imagens nas redes sociais e divulgadas pela imprensa mostram as longas filas
de caminhões aplaudidos por pessoas reunidas nas estradas e viadutos, muitas
vezes acenando com bandeiras canadenses e placas com críticas ao primeiro-
ministro do país, Justin Trudeau.

Os caminhoneiros pediram doações de apoiadores arrecadaram mais de US$ 8


milhões por meio da plataforma online GiveSendGo, depois de serem expulsos
do GoFundMe por supostamente violar sua política de assédio. No entanto, um
tribunal de Ontário impediu que manifestantes acessassem doações online.

Primeiro-Ministro do Canadá, Justin Trudeau. Fonte: Poder 360.

O Canadá, através de seu primeiro ministro Justin Trudeau, chegou a


decretar estado de emergência devido aos protestos e manifestações, através
da Lei de Emergências. Essa Lei dá mais poder ao governo federal para lidar
com os bloqueios e protestos, permitindo medidas temporárias para garantir a
segurança da população. “Isso é sobre manter os canadenses seguros, proteger
os empregos das pessoas e restaurar a confiança em nossas instituições”, disse
Trudeau.

Olimpiadas de Inverno Pequim 2022:

Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 foram disputados entre os dias 4 a 20


de fevereiro na cidade de Pequim na China.
Foram os primeiros Jogos Olímpicos de Inverno da história a serem realizados
em solo chinês. É a terceira edição consecutiva dos Jogos Olímpicos no território
da Ásia. Em 2018 as Olimpíadas de Inverno foram sediadas na cidade de
PyeongChang (Coréia do Sul) e em 2021 ocorreu os Jogos Olímpicos de Verão
(Tóquio 2020).

O país com mais medalhas foi a Noruega, seguido da Alemanha e da China.


Os Estados Unidos ficaram em 4º lugar no quadro de medalhas.
O Brasil não ganhou nenhuma medalha e, portanto, não obteve colocação no
ranking dos 29 países que ganharam medalha.

Os brasileiros na disputa

A delegação brasileira que está em Pequim para representar o Brasil nos Jogos
de Inverno conta 11 atletas, 2 a mais do que os 9 desportistas escalados para a
última edição de PyeongChang, em 2018.

Dentre os nomes estão: Manex Silva, Jaqueline Mourão e Bruna Moura, do Esqui
cross country; Edson Bindillati, Edson Martins, Erick Vianna, Rafael Souza e
Jefferson Sabino, do Bobsled; Nicole Silveira, do Skeleton; Michel Macedo,
do Esqui alpino, e Sabrina Cass, do Esqui estilo livre.

Boicotes e coronavírus:

Os Jogos com alguns atletas infectados pelo coronavírus, boicotes diplomáticos


e polêmicas com a Rússia.
A segunda olimpíada em meio a pandemia não será um evento aguardado por
diversos países, que acusam a China de ferir os direitos humanos. Um dos casos
com grande repercussão midiática aconteceu no ano passado com a tenista
chinesa Peng Shuai. Após acusar o vice-primeiro-ministro aposentado, Zhang
Gaoli, por abuso sexual por vários anos, a atleta desapareceu do público e teve
suas postagens nas redes sociais apagadas.

Além deste caso, outros motivos do boicote à China incluem a perseguição


do povo tibetano, dos povos uigures no extremo oeste do país e o fim das
liberdades e repressão aos manifestantes de Hong Kong.

Ainda que a China negue as acusações, Estados Unidos, Grã-Bretanha e


Austrália boicotaram os jogos, e ativistas apelidaram o evento de “Jogos do
Genocídio”.

Rússia e Bielorrússia fora das Paralimpíadas de inverno:


Quando as Paralimpíadas de inverno de Pequim iniciaram, a Guerra da Ucrânia
já havia começado. As delegações de Rússia e Bielorrússia (país que facilitou a
invasão russa em seu território) foram punidas e não participaram do evento.

Copa do Mundo 2022:

A Copa de Mundo de futebol da FIFA de 2022 será realizada pela primeira vez
no fim do ano e não na metade, por conta das altas temperaturas de meio do
ano do país sede, o Qatar.

Até o fechamento desta edição do Guia de Atualidades 2022, mais da metade


das seleções que irão participar do torneio já estão definidas. Inclusive, já é certo
que a tetracampeã Itália não participará, pois foi eliminada em casa pela
seleção da Macedônia do Norte.
Dez seleções da Europa (Alemanha, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Espanha,
França, Holanda, Inglaterra, Sérvia e Suíça), quatro da América do Sul (Brasil,
Argentina, Equador e Uruguai), quatro da Ásia (Coreia do Sul, Irã, Japão e Arábia
Saudita), um da América do Norte e Central (Canadá), além do Catar, país-sede,
são os países assegurados na disputa.

Precisam ser definidos, ainda, os cinco classificados da África, dois da América


Central e do Norte, os três da repescagem da Europa e também os vencedores
das repescagens da América do Sul contra a Ásia e da América Central e do
Norte contra a Oceania.

O Brasil ainda é o país com mais conquistas (5 no total), seguidos por Alemanha
e Itália (com 4 títulos cada uma). A Copa do Mundo FIFA 2026 será disputada
na América do Norte, de forma conjunta entre EUA, Canadá e México.

O sorteio dos grupos da Copa do Mundo Qatar 2022 foram realizados em 1º de


abril e o Brasil já conheceu seus primeiros 3 adversários: Sérvia, Suíça e
Camarões.

Guerra da Ucrânia: ameaça econômica e profundas mudanças globais à


vista.

Quase quatro décadas após o desastre nuclear de Chernobyl, a Ucrânia enfrenta


mais um episódio turbulento de sua história. Até 5 de abril, a invasão russa no
país, iniciada em 24 de fevereiro, provocou a morte de 1.563 civis, segundo
o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos
Humanos. Mais de 4,3 milhões de ucranianos já haviam emigrado para buscar
refúgio em outros países (isso até o dia 6 de abril), de acordo com a Agência da
ONU para refugiados (ACNUR).

Por que motivos a Rússia invadiu a Ucrânia?


Os motivos pelos quais a Rússia invadiu a Ucrânia ainda causam intensos
debates entre analistas políticos e pesquisadores. A invasão aconteceu no dia
24 de fevereiro de 2022, mas muitas de suas motivações podem ser identificadas
por meio de uma análise histórica da conflituosa relação entre os dois países do
Leste Europeu.
Uma das principais razões apontadas para a invasão é a maior
aproximação da Ucrânia com a Otan, organização essa que representa, na
visão russa, os países do Ocidente e alguns de seus principais oponentes
políticos no cenário internacional, dentre eles os Estados Unidos. Outras nações
do Leste Europeu e que fazem fronteira com a Rússia, inclusive, são parte dessa
aliança, como os países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) e a Polônia,
restando somente a Ucrânia e Belarus.

Além de um provável ingresso na Otan indicar a maior força do Ocidente


na região e, por conseguinte, a redução da influência russa sobre a
Ucrânia, o território ucraniano passaria a adotar a política de segurança e
proteção militar da aliança, o que acarretaria em apoio direto de outros países-
membros em caso de instabilidades na região.
Países atualmente membros da OTAN:

Confira a seguir todos os 28 membros da Otan: Albânia, Alemanha, Bélgica,


Bulgária, Canadá, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Estônia,
Eslováquia, Eslovênia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália,
Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido,
República Tcheca, Romênia e Turquia.

Nota: O Brasil e nem nenhum país da América do Sul faz parte da OTAN.

Tais ações representariam uma ameaça para a Rússia. No entanto, após um


mês do início do conflito, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky teceu
críticas à atuação da Otan com relação à falta de auxílio ao seu país.
Outra causa da invasão está diretamente associada com eventos passados, que
foram desencadeados em 2013. À época, as negociações para o ingresso da
Ucrânia na União Europeia foram suspensas pelo então presidente do país,
cujos ideais políticos se alinhavam à Rússia. Ele foi deposto do cargo no ano
seguinte, 2014, após uma intensa onda de protestos no país.
No mesmo ano, ocorreu a anexação da Crimeia ao território da Rússia, além
de que os russos declararam apoio às regiões separatistas do leste da
Ucrânia. Ambas possuem um grande contingente populacional de origem russa,
e o governo do país alega que as ações visavam proteção dos cidadãos russos
ou com raízes russas.
Alguns dias antes de efetivar a invasão, ocorreu o reconhecimento da
independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk pela Rússia, no
leste ucraniano. Isso fez com que os russos deslocassem suas tropas para
aquela área, se inserindo de fato nos limites fronteiriços da Ucrânia e se
aproximando de áreas estratégicas do país.
As causas acima são as mais conhecidas e associadas à invasão russa da
Ucrânia. Há ainda análises que apontam motivos políticos do presidente da
Rússia, Vladimir Putin, para a invasão, como a demonstração do poder de
influência russo sobre a região e a resolução de “negócios inacabados” com a
nação vizinha.
Era esperado por quase todo mundo, inclusive pelos Russos, que a Ucrânia não
resistiria à invasão ou que a mesma durasse no máximo uns 10 dias até a
rendição ou dominação de todo o país pela Rússia. Porém, até o momento de
fechamento do Guia de Atualidades 2022, a Guerra da Ucrânia já dura mais de
75 dias.
Entre as principais razões apontadas, estão: a expansão da Otan pelo Leste
Europeu, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar, a
contestação ao direito da Ucrânia à soberania independente da Rússia e o
desejo de Vladimir Putin de restabelecer a zona de influência da União
Soviética.
Por um lado, a Rússia diz querer impedir o que classifica de cerco à sua fronteira
com a possível adesão da Ucrânia à OTAN, aliança militar de 30 países, que se
expandiu pelo Leste Europeu, incluindo hoje 14 países do ex-bloco comunista.

Putin acusa ainda, sem provas, o governo ucraniano de genocídio contra


ucranianos de origem étnica russa que vivem nas regiões separatistas de
Donetsk e Luhansk. Ele alega que a invasão tenta “desmilitarizar e
desnazificar” a Ucrânia, o que pode servir de justificativa para uma eventual
deposição do atual governo ucraniano.

Por outro lado, a Ucrânia e outros observadores veem na guerra uma tentativa
da Rússia restabelecer a zona de controle e influência da antiga União Soviética,
algo visto como desrespeito à soberania da Ucrânia, que deveria ter o direito de
decidir seu destino e suas alianças.

Ucranianos rebatem também a tese de que a Ucrânia é um país artificialmente


criado pela União Soviética. O presidente russo, Vladimir Putin, costuma citar a
origem compartilhada de russos, ucranianos e bielorrussos, no Estado medieval
de Kiev Rus, fundado no século 9, como prova de que esses povos são
indissociáveis, mas ucranianos argumentam que a origem comum não se
sobrepõe aos séculos em que a identidade ucraniana se desenvolveu de forma
independente, incluindo a invasão por diferentes povos e desenvolvimento de
idioma próprio.
Possíveis consequências dos conflitos entre Rússia e Ucrânia:
Os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia atraíram a atenção de toda a comunidade
internacional, que é impactada direta e indiretamente pelos acontecimentos na
região do Leste Europeu nesse contexto de guerra. As maiores consequências,
no entanto, são sofridas pelas áreas diretamente atacadas, essencialmente
localizadas na Ucrânia.

São algumas das consequências dos conflitos entre Rússia e Ucrânia:


✓ Grande número de cidadãos ucranianos que deixam o país na
condição de refugiados, deslocando-se principalmente para nações
fronteiriças como a Polônia e a Hungria;
✓ Centenas de pessoas mortas, feridas e desaparecidas em função dos
ataques aéreos e confrontos terrestres diretos entre militares;
✓ Destruição da infraestrutura física das localidades atacadas;
✓ Crise econômica e humanitária;
✓ Perda de áreas estratégicas pela Ucrânia, agora sob domínio russo, como
é o caso de cidades portuárias ucranianas no mar Negro;
✓ Imposição de sanções econômicas à Rússia e também a membros
importantes do governo russo, até mesmo ao presidente do país e
pessoas de sua família;
✓ Interrupção no fornecimento de gás natural da Rússia para a Europa;
✓ Isolamento diplomático e econômico da Rússia.

Quem está a favor da Rússia nesta guerra?


Antes mesmo de lançar uma invasão total da Ucrânia, a Rússia já vinha
encarando reações de líderes mundiais de diversos países. Desde quando os
movimentos do presidente russo, Vladimir Putin, de intensificar a presença
de tropas na fronteira com a Ucrânia começaram, Estados Unidos e parte da
Europa têm condenado as atitudes.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança militar do


ocidente que conta com 30 membros, tem, inclusive, fornecido apoio logístico
e militar à Ucrânia. Além disso, as reuniões convocadas em caráter de
emergência do Conselho de Segurança da ONU e o posicionamento de
embaixadores de todo o mundo deixam claro que Putin parece estar um tanto
quanto isolado em termos geopolíticos.

No entanto, o líder russo conta com o apoio de alguns aliados. Países que já
dependeram ou precisaram da ajuda da Rússia em outros momentos decisivos
da história se solidarizaram com a decisão de Putin de invadir a Ucrânia.

Embora nenhuma nação tenha declarado apoio militar à Rússia com o envio de
armamentos ou contingentes, alguns líderes mundiais já declaram abertamente
que apoiam o país diante das tensões no Leste Europeu.

Belarus:

Belarus (Bielorrússia) tem uma posição estratégica muito importante no Leste


Europeu, pois faz fronteira tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Por esta
razão, Putin aproveitou os laços com o presidente bielorrusso, Aleksandr
Lukashenko, para conduzir testes militares no país.

Os exercícios das tropas russas em Belarus elevaram as tensões sobre um


possível conflito com a Ucrânia, já que o país poderia servir como caminho para
o transporte das forças ao território ucraniano. Soldados russos foram
mobilizados na fronteira bielorrussa-ucraniana e até chegaram a entrar na
Ucrânia com o apoio do governo de Belarus.

Quando Putin reconheceu a independências das regiões separatistas de


Donetsk e Luhansk, no leste ucraniano, o Ministério das Relações Exteriores
de Belaus afirmou que viu o movimento “com respeito e compreensão”.

Venezuela:

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi incisivo ao declarar apoio aos


movimentos de Putin na Ucrânia. Maduro afirmou que tem “certeza de que a
Rússia sairá dessa batalha unida e vitoriosa” e declarou “todo o apoio ao
presidente Putin e seu povo”.

Sem apresentar provas, o presidente venezuelano disse que a Otan planeja


cercar a Rússia e destruir o país.

A Venezuela é historicamente uma grande aliada geopolítica da Rússia no


mundo. O governo de Putin tem cooperação militar, econômica e estratégica
com o país latino-americano, a quem fornece equipamentos militares e mantém
laços econômicos.

Nicarágua:

Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, foi um dos primeiros líderes mundiais


a apoiar publicamente a posição da Rússia sobre a Ucrânia. Ortega disse que
Putin estava certo ao reconhecer duas regiões separatistas do leste da Ucrânia
como independentes.

“Tenho certeza de que, se eles fizerem um referendo como o realizado na


Crimeia, as pessoas votarão para anexar os territórios à Rússia”, disse Ortega,
um oponente de longa data da influência dos EUA na América Central.

Ortega disse também que a tentativa da Ucrânia de ingressar na Otan


representa uma ameaça à Rússia. “Se a Ucrânia entrar na Otan, eles dirão à
Rússia que vamos à guerra, e isso explica porque a Rússia está agindo assim.
A Rússia está simplesmente se defendendo”, afirmou.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Borisov, chegou a viajar na última


semana para a Nicarágua, Venezuela e Cuba, principais aliados russos na
América Latina. Borisov pontuou que a Rússia aprofundaria os laços bilaterais
com os três países.

Cuba:
Embora tenha defendido uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia, a
Cuba criticou fortemente os EUA por imporem “a expansão progressiva da Otan
em direção às fronteiras da Federação Russa”. Em comunicado, o Ministério
das Relações Exteriores cubano disse que os EUA aumentaram as ameaças
contra Putin e por isso agravaram a crise.

“O governo dos EUA vem ameaçando a Rússia há semanas e manipulando a


comunidade internacional sobre os perigos de uma ‘invasão maciça iminente’
da Ucrânia. Forneceu armas e tecnologia militar, enviou tropas para vários
países da região, aplicou sanções unilaterais e injustas e ameaçou outras
represálias”, diz o comunicado.

Vyacheslav Volodin, presidente da Duma da Rússia, a câmara baixa do


parlamento, disse durante uma visita a Cuba que os EUA estão tentando
reprimir os dois países com sanções injustificadas, de acordo com um
comunicado transmitido pela televisão estatal cubana.

“Eles não querem ver uma Rússia forte, eles não querem que a Rússia seja
autossuficiente, e o mesmo para Cuba, eles não querem ver um povo livre, eles
não querem ver um país independente. país”, disse Volodin a parlamentares
cubanos.

Síria:

Em pronunciamento da TV estatal, o ministro das Relações Exteriores da Síria


apoiou a decisão de sua aliada Rússia de reconhecer duas regiões separatistas
no leste da Ucrânia.

“A Síria apoia a decisão do presidente Vladimir Putin de reconhecer as


repúblicas de Luhansk e Donetsk e cooperará com elas”, disse Faisal Mekdad.

A Síria tem sido uma forte aliada de Moscou desde que a Rússia lançou uma
campanha de ataque aéreo na Síria em 2015 e ajudou a virar a maré em uma
guerra civil em favor do presidente Bashar al-Assad.

“O que o Ocidente está fazendo contra a Rússia é semelhante ao que fez contra
a Síria durante a guerra terrorista”, disse Mekdad.

Irã:

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse ao presidente russo, Vladimir Putin,


por telefone que a expansão da Otan era uma “séria ameaça” à segurança e
estabilidade da região.

“A expansão da Otan para o leste cria tensão e é uma séria ameaça à


estabilidade e segurança de Estados independentes em várias áreas”, disse
Raisi após o ataque militar da Rússia à Ucrânia. “Espero que o que está
acontecendo beneficie os povos e toda a região”, completou.

O país asiático não tem relações diplomáticas com os EUA desde a Revolução
Iraniana de 1979.

China:

O presidente Vladimir Putin tem tentado se alinhar cada vez mais à China.
Mas, neste momento, os chineses não se posicionaram concretamente ao
lado da Rússia em relação ao conflito na Ucrânia.

“A China está acompanhando de perto os últimos desenvolvimentos”, disse a


porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying. “Ainda
esperamos que as partes envolvidas não fechem a porta para a paz e se
envolvam em diálogo e consulta e impeçam que a situação se agrave ainda
mais”, afirmou.

O governo chinês, no entanto, evita classificar o movimento de Putin como


“invasão”, e chegou a culpar os EUA por “exagerar” na perspectiva de
expansão da Otan para o Leste Europeu.

“Ao expandir a Otan para o leste cinco vezes para a vizinhança da Rússia e
implantar armas estratégicas ofensivas avançadas em violação de suas
garantias à Rússia, os EUA alguma vez pensaram nas consequências de
empurrar um grande país para o muro?”, questionou Chunying pelas redes
sociais.

No entanto, o país asiático defende o diálogo entre ambas as partes e não


declarou apoio formal aos atos de Putin nem à postura da Otan. “As
preocupações legítimas de segurança de todas as partes devem ser
respeitadas e abordadas. A porta para resolver pacificamente a questão da
Ucrânia por meio do diálogo e da negociação não deve ser fechada”, diz o
governo chinês.

Declarações de Donald Trump:

O ex-presidente dos EUA Donald Trump chegou a classificar Vladimir Putin


como “gênio” depois que o presidente russo reconheceu a independência das
regiões de Donetsk e Luhansk.

“Ontem havia uma tela na televisão, e eu disse: ‘Isso é genial.’ Putin declara
uma grande parte da Ucrânia como independente. Ah, isso é maravilhoso”,
disse Trump em entrevista a um programa americano.

No entanto, após a incursão russa à Ucrânia, Trump considerou que a operação


militar da Rússia foi “uma coisa muito triste para o mundo”.
O ex-presidente também afirmou que a ação não teria acontecido durante o
governo dele. “Bem, isso é algo que nunca deveria ter acontecido. Isso não
teria acontecido durante meu governo. Isso não teria acontecido e não teria
acontecido agora”, disse Trump.

Trump voltou a criticar a incursão russa na Ucrânia. “O ataque russo à Ucrânia


é terrível. Estamos orando pelo orgulhoso povo da Ucrânia. Deus os abençoe
a todos”, afirmou o ex-presidente.

Principais sanções que já foram aplicadas à Rússia:

Data Autores Setor Sanção


Diversos
27/fev Economia, Finanças Acesso dos bancos russos ao Swift é bloqueado
países
EUA, UE,
27/fev Aviação Companhias aéreas russas são banidas do espaço aéreo
Canadá
Diversos Transações com o banco central russo, Ministério das
28/fev Economia, Finanças
países Finanças, fundo nacional de riqueza são banidas
08/mar EUA Energia Banimento das importações de petróleo e gás
Eliminação gradual das importações de petróleo e
08/mar Reino Unido Energia
derivados russos até o final de 2022
Congelamento de bens de 14 oligarcas, de ativos do
09/mar UE Riqueza privada
banco central e de credores da Rússia e de Belarus
Congelamento de bens de Roman Abramovich, dono
10/mar Reino Unido Riqueza privada do Chelsea, e de Igor Sechin, CEO da petroleira
Rosneft
Banimento das importações de aço e proibição da
11/mar UE Empresas, militar
exportação de bens de luxo
Proibições a bancos e congelamento de bens de
24/mar Reino Unido Economia, Finanças
membros da família do ministro Sergei Lavrov
Riqueza privada, Proibições a companhias de defesa, 328 membros do
24/mar EUA
Finanças, Indústria parlamento e a ban

As empresas que fugiram da Rússia:

Além das cerca de 50 sanções econômicas e financeiras impostas até agora,


Putin também tem que lidar com o efeito colateral dessas punições: a fuga de
empresas do país.

Data Setor Empresa


25/02 Automotivo Renault
27/02 Energia BP
28/02 Automotivo, Finanças Volvo, HSBC, GM
01/03 Diversos Apple, Nokia, Total, BMW, Ford, Boeing, Visa, Mastercard
02/03 Diversos Spotify, Alphabet, Exxon, Airbus, Toyota, American Express
03/03 Automotivo, consumo Volkswagen, Nike
04/03 Consumo, tecnologia Airbnb, Microsoft
06/03 Consumo, tecnologia Danone, Netflix, TikTok
08/03 Energia, consumo Shell, McDonald´s, Yum Brands, Starbucks
28/03 Consumo Heineken, Calsberg

Putin contorna as sanções:

Além de tanques e bombas, o presidente russo, Vladimir Putin, vem usando as


armas que têm para tentar contornar o tsunami de sanções que atingiu a
economia russa desde que invadiu a Ucrânia.

Inicialmente, ele recorreu aos oligarcas russos — os bilionários do país que têm
forte ligação com o governo — para manter sua fonte de recursos financeiros
ativa. Mas essa alternativa durou pouco tempo. Logo esses ricaços também
foram alvo de sanções, como já contamos aqui.

Putin também vem recorrendo às reservas internacionais que foram acumuladas


ao longo dos últimos anos — embora as sanções já tenham levado à apreensão
de cerca de dois terços delas.

O banco central diz que também vendeu algumas de suas moedas estrangeiras
para sustentar o rublo, deixando dúvidas sobre por quanto tempo ainda
conseguirá sacar de seus cofres para pagar suas dívidas.

De acordo com dados do BC russo, as reservas em moeda estrangeira e ouro


do país eram de pouco mais de US$ 642 bilhões no pico de fevereiro. Em 25 de
março caíram para US$ 604 bilhões, mas, ainda assim, o país segue colhendo
grandes somas das exportações de energia.

Projeções da Bloomberg Economics indicam que, até o final do ano, as reservas


russas devem ter um ganho de quase US$ 321 bilhões se as commodities
continuarem fluindo — e aqui ele tem o apoio de países como China e Índia, que
seguem importando energia russa, além de abrigarem bancos excluídos do
Swift.

Putin também lançou uma nova cartada no final do mês passado, ao decretar
que países não amigáveis precisarão pagar pelo gás natural russo em rublos. A
medida, que também pode ser ampliada para outros bens exportados pela
Rússia, tem como objetivo fortalecer a moeda local.
Capítulo 2:
Notícias Brasil.

Brasileiros podem reduzir compras de chocolates nesta páscoa:

Levantamento da Asserj aponta que metade dos consumidores vão comprar


menos chocolates nesta Páscoa em relação a de 2021.

Com a inflação do país acumulando alta de 11,30% em 12 meses até


março, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do
IBGE, e os ovos de Páscoa até 40% mais caros em relação a 2021, de
acordo com a Associação Paulista de Supermercados, as projeções de
vendas são cautelosas.

Três em cada quatro (75%) pretendem presentear com chocolate este ano,
resultado ligeiramente menor em relação à Páscoa de 2021 (78%).

O ajuste nas quantidades compradas é a saída para não deixar de consumir


o produto ícone da data em meio à alta da inflação. Em 12 meses até
março, o preço do chocolate em geral no IPCA-15 subiu 8,5%.

No entanto, a sondagem da Asserj revela que 70% dos consumidores se


manterão fiéis à marca de chocolate que compraram no ano passado.
Quem optou pela troca foi influenciado pelo preço e pela maior diversidade
de produtos.

Morre Olavo de Carvalho:

O escritor e influenciador Olavo de Carvalho morreu aos 74 anos no dia 24 de janeiro.


Segundo a nota divulgada pela família, ele estava em um hospital de Richmond,
no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, onde morava. Nessa nota a causa
da morte não foi revelada.

Olavo de Carvalho havia sido diagnosticado com Covid-19 oito dias antes da sua
morte. Heloísa de Carvalho, filha de Olavo que era rompida com o pai, afirmou
em uma rede social que a causa da morte foi a Covid-19.
Em nota, o governo federal lamentou a morte do escritor e prestou solidariedade aos
familiares, amigos e alunos dele. Decretou ainda luto oficial de um dia.

Perfil:

Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, Olavo Luiz Pimentel de


Carvalho se intitulava professor de filosofia e ficou conhecido por vídeos e livros
que apoiam o conservadorismo político e que recusam o discurso chamado
politicamente correto.

As ideias conservadoras de Olavo de Carvalho influenciaram o presidente Jair


Bolsonaro (PL), seus filhos e colaboradores próximos. Mas, nos últimos meses,
o escritor passou a fazer críticas ao presidente.

Problemas de saúde anteriores:

Em 8 de julho de 2021, Olavo deu entrada no Instituto do Coração do Hospital


das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo, para
fazer exames e uma avaliação cardiológica, segundo nota do hospital. Na época,
o escritor já residia na cidade de Petersburg, no estado da Virgínia, nos Estados
Unidos.

No período em que ficou internado, Carvalho teve crise de angina e foi submetido
a tratamento para compensação cardíaca.

Em 13 de julho, passou por uma cirurgia de emergência para revisão da


operação da bexiga realizada em maio do mesmo ano nos Estados Unidos. Ele
teve alta após dez dias e passou a fazer um acompanhamento em casa.

Em 9 de agosto, porém, Carvalho voltou a ser hospitalizado no InCor, com


quadro de insuficiência cardíaca e renal aguda e infecção sistêmica.
Ele era portador da Doença de Lyme, uma infecção transmitida por carrapato
que causa irritações na pele e sintomas semelhantes aos da gripe. Carvalho
também era cardiopata.

Dólar volta a fechar abaixo dos 5 Reais:

Com a ajuda das commodities (bens primários com cotação internacional) e dos
juros altos, o dólar fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho do ano
passado. A bolsa de valores recuperou-se das perdas recentes e superou os 116
mil pontos - maior nível em seis meses.

O dólar comercial fechou esta segunda-feira (21/03) vendido a R$ 4,945, com


queda de R$ 0,071 (1,42%). A cotação começou o dia próxima da estabilidade,
mas passou a cair assim que o mercado norte-americano abriu as negociações.
Na mínima do dia, por volta das 12h20, o dólar chegou a atingir R$ 4,93.

Com o desempenho apresentado, a moeda norte-americana acumula queda de


4,1% em março. Em 2022, o recuo chega a 11,3%.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela euforia. O índice Ibovespa,
da B3, fechou o dia aos 116.154 pontos, com alta de 0,73%. O indicador subiu
com a ajuda de empresas exportadoras de commodities e de bancos. A bolsa
brasileira está no maior nível desde 14 de setembro do ano passado.

A valorização das commodities por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia está
contribuindo para a entrada de divisas no Brasil. Paralelamente, os investidores
ainda estão repercutindo o aumento da taxa Selic (juros básicos da economia)
na semana passada. Juros mais altos em economias emergentes atraem
capitais externos.

O agravamento do conflito entre Rússia e Ucrânia fez as commodities voltarem


a subir. O barril do petróleo tipo Brent, que havia caído para abaixo de US$ 100
no fim da semana passada, voltou a subir desde a última sexta-feira (18) e
fechou esta segunda em torno de US$ 116.

Chuvas causam novos estragos na Bahia:

Voltou a chover forte em algumas regiões da Bahia. Menos intensas do que em


dezembro, quando causaram estragos em quase todo o estado, as chuvas que
atingiram a Bahia de ontem (24 de janeiro) para hoje (25 de janeiro) provocaram
mais transtornos e prejuízos, principalmente em áreas em que o solo já mostrava
instabilidade.

Em Senhor do Bonfim, no norte da Bahia, a chuva de ontem fez transbordarem


os canais de drenagem que cortam a cidade, causando alagamentos. Ao menos
cinco residências desabaram e 25 pessoas ficaram desalojadas e tiveram que
se abrigar em casas de parentes ou amigos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Pablo Vinicius Araújo de
Oliveira, em alguns pontos da cidade, choveu o equivalente a 90 milímetros em
pouco mais de 20 minutos. Na região central, em cerca de uma hora de chuva,
o acumulado atingiu 50 milímetros – mais que a média semanal habitual.

A quase 700 quilômetros de Senhor do Bonfim, o município de Itororó, no sul da


Bahia, também enfrentou chuva forte. Imagens gravadas por moradores e
compartilhadas nas redes sociais mostram casas invadidas pela água que tomou
algumas ruas da cidade, uma das 175 que decretaram situação de emergência
em dezembro, por causa dos temporais. Em consequência daquelas chuvas,
pelo menos 27 pessoas morreram.

“As chuvas realmente estão voltando [ao estado] nesta semana. Não com
intensidade e volume tão expressivos quanto os de dezembro, mas há riscos. O
solo ainda está muito instável e há rios muito cheios, que podem transbordar
com qualquer nova chuvinha. A população deve estar atenta”, disse Maryfrance,
que avisa sobre a possibilidade de volume considerável de chuva no sul do
estado nos próximos dias.

Chuvas de fevereiro causam o maior desastre climático de Petrópolis RJ:

Os fortes temporais que atingiram a cidade de Petrópolis, na Região Serrana


do Rio de janeiro, entre os dias 15 a 20 de fevereiro, deixaram ao menos 171
mortos, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros.
Até o momento, são 126 desaparecidos e 967 desalojados ou desabrigados.
Já houve a identificação de 28 novas vítimas.

Os conceitos de desabrigado e desalojado são diferentes. Desabrigado é


aquele que perdeu a casa e está em um abrigo público. O desalojado teve de
deixar sua casa –não necessariamente a perdeu– e não está em abrigos, mas
sim na casa de um parente, amigo ou conhecido, por exemplo.

A tragédia de fevereiro foi a maior da história de Petrópolis até então,


superando as chuvas de 1998, em que 134 pessoas morreram após
deslizamentos e enchentes. Em 2011, a região também foi atingida por fortes
temporais, que causaram 73 óbitos.

Julgamento da ex-Deputada Federal Flordelis é adiado para junho:

O júri popular da ex-deputada federal Flordelis e de mais quatro réus acusados


de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, marcado para o dia 9
de maio, foi adiado para 6 de junho, às 9 horas.

A mudança foi determinada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª
Vara Criminal de Niterói, que considerou que não havia tempo hábil para a
juntada de todos os laudos exigidos pelas defesas dos réus até a data prevista
para maio.

Além da ex-parlamentar, serão julgados sua filha biológica Simone dos Santos
Rodrigues, a neta Rayane dos Santos Oliveira e os filhos afetivos André Luiz de
Oliveira e Marzy Teixeira da Silva.

O pastor, que era marido de Flordelis, foi morto a tiros no dia 16 de junho de
2019, na residência da família, em Pendotiba, Niterói, na Região Metropolitana
do Rio.

Réus:

Na sessão de julgamento, que começou no dia 12 de abril e terminou na manhã


do dia seguinte, o Tribunal do Júri de Niterói condenou quatro réus. O filho
biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues, recebeu pena de quatro
anos, seis meses e 20 dias de reclusão, em regime inicialmente semiaberto por
uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-
PM Marcos Siqueira Costa, foi condenado a cinco anos e 20 dias de reclusão,
em regime inicialmente fechado; e sua esposa Andrea Santos
Maia recebeu pena de quatro anos, três meses e dez dias de reclusão, em
regime inicialmente semiaberto.

O filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de
associação criminosa armada a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão, em
regime inicialmente semiaberto.

Em outra sessão, realizada em novembro de 2021, o Tribunal do Júri de Niterói


condenou o filho biológico da ex-deputada federal Flordelis, Flávio dos Santos
Rodrigues, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicialmente
fechado, por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma
de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa
armada. Flávio foi denunciado como autor dos disparos de arma de fogo que
provocaram a morte do pastor Anderson.

Ainda na mesma sessão de julgamento, o filho adotivo da ex-deputada, Lucas


Cezar dos Santos de Souza, foi condenado a nove anos de prisão, em regime
inicialmente fechado, por homicídio triplamente qualificado. Lucas foi acusado
de ter sido o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.

Sérgio Cabral é transferido para prisão do Corpo de Bombeiros no Rio:

Para preservar a integridade física do ex-governador Sérgio Cabral, o


desembargador convocado Olindo Menezes, do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), determinou a sua imediata transferência do presídio Bangu 1 para o
Grupamento Especial Prisional do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, onde
deverá cumprir o isolamento cautelar imposto pelo juízo de execuções penais.

Cabral está preso desde novembro de 2016. Em setembro de 2021, foi


transferido para a unidade prisional da Polícia Militar, por determinação do juízo
da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, em cumprimento de uma decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF).

Em março e abril deste ano, foram constatadas várias irregularidades que


levaram o juízo de execuções penais a ordenar a abertura de procedimento
disciplinar e a transferência do preso para o estabelecimento de segurança
máxima Bangu 1, para cumprimento de isolamento cautelar por dez dias.

A defesa renovou no STJ o pedido de anulação da transferência do ex-


governador, alegando que ela foi proferida por autoridade sem competência legal
para determinar o isolamento preventivo. Pediu ainda o retorno do ex-
governador para o presídio em que se encontrava antes ou, subsidiariamente, a
transferência para o Corpo de Bombeiros.

Prova de tratamento diferenciado aos presos:

Para Olindo Menezes, a decisão do juízo de execuções foi devidamente


motivada, com a descrição de elementos concretos sobre a existência de
tratamento diferenciado entre os presos.

Ele destacou terem sido encontrados na posse do ex-governador e de outro


detento um caderno com anotações de pagamentos de aplicativos de entrega de
comida e grande quantidade de roupas e outros materiais não permitidos.
Também foram constatadas obras e melhorias no alojamento desses presos, o
que revelaria o seu poder no ambiente prisional.

"Tendo sido indicada a ocorrência de omissão administrativa na gestão do


estabelecimento prisional, não se verifica manifesta ilegalidade na transferência
de presos para cumprimento de isolamento cautelar, como providência para o
adequado funcionamento da unidade prisional, por decisão fundamentada e
proferida no âmbito de poder de polícia administrativa do juízo de execução",
afirmou Menezes.
Na avaliação do desembargador convocado, apesar de ter sido determinado que
os presos transferidos ficassem em galeria própria em Bangu 1, isolados dos
demais, "não parece prudente a manutenção do paciente em unidade integrante
do Complexo de Gericinó", tendo em vista a decisão proferida anteriormente pelo
STF que determinou a sua remoção daquele estabelecimento, em razão de fatos
imputados a outros detentos da mesma unidade e que estariam relacionados à
delação do ex-governador.
Capítulo 3:
Política.

Daniel Silveira recebe indulto presidencial:

O presidente Jair Bolsonaro assinou no dia 21 de abril (feriado de


Tiradentes) decreto que deu indulto ao deputado federal Daniel Silveira
(PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove
meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos
Poderes e coação no curso do processo.

O anúncio do indulto foi feito por Bolsonaro por meio de live nas redes sociais.
O decreto foi publicado logo após a transmissão, em edição extra do Diário
Oficial da União.

Ao ler o documento, o presidente cita considerações como “a prerrogativa


presidencial para concessão de indulto individual é medida fundamental à
manutenção do Estado democrático de direito” e que “a liberdade de expressão
é pilar essencial da sociedade em todas as suas manifestações”.

“Fica concedida graça constitucional a Daniel Lúcio da Silveira, deputado federal


condenado pelo Supremo Tribunal Federal em 20 de abril de 2022 no âmbito da
Ação Penal nº 1.044 a pena de oito anos e nove meses de reclusão em regime
inicial fechado”, destacou Bolsonaro, durante a leitura do texto.

“A graça de que trata este decreto é incondicionada e será concedida


independentemente do trânsito em julgado da sentença penal condenatória”.
Segundo o presidente, o indulto inclui as penas privativas de liberdade,
multa e restritivas de direitos.

Pouco depois, em sua live semanal, Bolsonaro citou que o assunto está
pacificado. "É um direito do presidente da República conceder a graça e toda a
fundamentação dessa graça está julgada em jurisprudências do próprio senhor
Ministro Alexandre de Moraes. Portanto, repito: o decreto é constitucional e será
cumprido."

Entenda:

O STF julgou a ação penal aberta em abril do ano passado contra Daniel Silveira,
que virou réu e passou a responder a processo criminal pela acusação de incitar
à invasão da Corte e sugerir agressões físicas aos ministros do Supremo. Os
fatos ocorreram em 2020 e 2021, por meio das redes sociais. O deputado
chegou a ser preso, mas foi solto posteriormente.

Com a decisão do dia 20 de abril pelo STF, Silveira também foi apenado com
a perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos após o fim dos
recursos, o que que poderia tornar o parlamentar inelegível temporariamente. A
Corte estipulou ainda multa de cerca de R$ 200 mil como parte da
condenação.

O que vem por aí?


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou que o deputado Daniel Silveira pague multa no valor total de R$ 405
mil, em razão da não observância, por 27 vezes, das medidas cautelares
impostas no âmbito da Ação Penal (AP) 1044, em que o parlamentar foi
condenado por crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação
no curso do processo. Na decisão, o relator lista as vezes e as circunstâncias
em que as medidas cautelares foram descumpridas.
Em caso de descumprimento, foi mantida a multa diária de R$ 15 mil. No
despacho, o relator autoriza o bloqueio de valores pelo Banco Central, via
sistema Sisbajud, a ser cumprido em 24h pelas pelas instituições financeiras,
bem como estabelece o bloqueio de contas bancárias, o que impede que o
parlamentar receba qualquer tipo de transferência. Também determina o
desconto de 25% dos vencimentos de Silveira na Câmara dos Deputados, até o
pagamento total da multa.
O parlamentar deverá se apresentar à Central de Operações do Centro Integrado
de Monitoração Eletrônica (Seape-DF) para devolver a tornozeleira eletrônica
que está em seu poder e receber outra em 24h. O ministro advertiu que a não
devolução do equipamento poderá caracterizar a prática do crime de apropriação
indébita (artigo 168 do Código Penal).
A pedido da Procuradora-Geral da República (PGR), o relator manteve
todas as medidas cautelares já fixadas na ação penal, entre elas o uso de
tornozeleira, a proibição de frequentar redes sociais e eventos públicos, de
conceder entrevistas e de ter contatos com demais investigados.

Constitucionalidade do indulto individual:


Em sua decisão, o ministro afirma que a questão relativa à constitucionalidade
do decreto de indulto individual concedido a Silveira pelo presidente da
República será apreciada pelo Plenário do STF nas Arguições de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 964, 965, 966 e 967, de
relatoria da ministra Rosa Weber. Enquanto não houver essa análise e a
decretação da extinção de punibilidade pelo Poder Judiciário, a ação penal
prosseguirá normalmente, inclusive no tocante à observância das medidas
cautelares impostas.

Eleições Brasil 2022:

No quadro político atual, o presidente Jair Bolsonaro segue com apoio no


Congresso Nacional e de parte da sociedade (30% de avaliação como ótimo ou
bom – de acordo com a Pesquisa Data Folha), mas enfrentará um forte desgaste
em razão do alto índice de mortes no País em decorrência da pandemia de
Covid-19. A avaliação é de Alon Feuerwerker, Diretor de Política da FSB,
convidado da live Canal Aberto CCIFB, realizada no dia 17 de março.

O especialista acredita que “a vacinação tende a ganhar tração em abril, tanto


pelo aumento da importação de vacinas quanto pelo início da fabricação própria
do Instituto Butantan e da Fiocruz”, fator que impactará a opinião pública e as
eleições 2022.

Neste contexto, três outras variantes devem ser observadas: a elegibilidade do


ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o resultado epidemiológico da vacinação
até outubro do próximo ano, e como se constituirá a via alternativa de centro-
direita que disputará as eleições.
Eleições 2022:

Para Feuerwerker, o antibolsonarismo tenderá a se acirrar até o período eleitoral.


Caso se confirme a elegibilidade de Lula e sua candidatura, mesmo não sendo
o cenário mais provável, é possível que o ex-presidente não vá para o segundo
turno das disputas.

“A tendência é o antibolsonarismo se acirrar e se tornar mais forte que o


antipetismo. O que não significa que será o PT a ganhar as eleições de 2022.
Podemos considerar ter o cenário em que o partido não irá disputar o segundo
turno. É um quadro possível, apesar de não ser o mais provável. Nesse caso,
podemos ter o PT como apoio a outro candidato em uma disputa contra
Bolsonaro”, avaliou.

O especialista descartou a perspectiva de formação de uma frente ampla para


oposição ao atual presidente. “Quando se abre a possibilidade de derrotar
Bolsonaro, isso irá aquecer a disputa do outro lado, ou seja, qual candidato
poderá disputar com ele o segundo turno. O centro se formará na perspectiva de
derrotar a esquerda e se apresentar como antibolsonarista”, analisou.

As Reformas e a economia:

De acordo com Feuerwerker, a economia mostra sinais de reação,


especialmente na indústria e no agronegócio. É necessário avaliar como
os lockdowns e outros aspectos da pandemia de Covid-19 irão impactar o
cenário econômico. Outro ponto a observar é como será a evolução a curto e
médio prazo da geração de empregos. Em alguns ramos, como construção civil,
ele avalia que este estímulo é forte, mas em outros, a exemplo do comércio e de
serviços, o crescimento expressivo é menos provável.
No âmbito das reformas, a previsão é otimista. “As reformas devem caminhar
até 2022. Os líderes do chamado ‘centrão’ perceberam que têm um espaço
político a ser ocupado por uma força que atue como garantidora das reformas
liberais e de mercado no Congresso Nacional. A perspectiva da reforma
administrativa é melhor do que a tributária, mas ambas são boas”, finalizou.

Eleições 2022: veja as principais mudanças e datas da corrida eleitoral


deste ano:

Os brasileiros irão às urnas em outubro para escolher seus próximos


deputados, senadores, governadores e presidente, mas o calendário
eleitoral já está valendo.

Aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro de 2021, o


calendário eleitoral de 2022 determina que o primeiro turno das eleições
acontecerá em 2 de outubro, e um eventual segundo turno, em 30 de outubro. A
previsão é que os resultados sejam divulgados nos mesmos dias. Neste ano,
outra novidade é que o horário de votação será uniformizado em todo o país,
deixando de haver diferenças por conta de fuso horário.

O ano já começou com algumas regras do calendário em vigor: desde 1º de


janeiro, pesquisas de opinião devem ser registradas em um sistema do TSE.
Além disso, já há limites impostos à distribuição de bens e benefícios pela
administração pública; à realização de ações sociais por entidades
nominalmente vinculadas a candidatas e candidatos; e ao gasto público com
publicidade.

Na corrida eleitoral deste ano, valerão algumas das novas regras eleitorais
definidas por leis aprovadas pelo Congresso em 2021.

Uma delas prevê que, entre 2022 e 2030, para distribuição de verbas do fundo
partidário e do fundo eleitoral, os votos dados a candidatas mulheres ou a
candidatos negros para a Câmara dos Deputados serão contados em dobro.
Para 2022, o valor total previsto para o fundo eleitoral na proposta orçamentária
de 2022 aprovada pelo Congresso é de R$ 4,9 bilhões e para o fundo partidário,
R$ 1,1 bilhão. O texto aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Uma outra mudança para este ano é a inauguração das federações partidárias.
Elas foram criadas após a extinção das coligações partidárias em eleições
proporcionais (deputados e vereadores), mas valem também para eleições
majoritárias (presidente, governadores, senadores e prefeitos).

As federações buscam solidificar mais a união de dois ou mais partidos: elas


devem permanecer juntas por pelo menos 4 anos e têm abrangência nacional.
As regras que recaem sobre elas são bem parecidas com obrigações que têm
os partidos, como um estatuto e uma direção nacional em comum. Também
recaem sobre os políticos vinculados a federações as regras de fidelidade
partidária.
As coligações partidárias seguem permitidas nas eleições majoritárias.

Polarização entre Bolsonaro e Lula ameaça domínio do PSDB em SP:

Desde 1995, o Palácio dos Bandeirantes é tucano. Mário Covas, Geraldo


Alckmin, José Serra e João Dória foram eleitos com uma fórmula parecida: ser
um espelho da era Fernando Henrique Cardoso, pregando responsabilidade
fiscal, privatizações e investimentos sociais.

E mais: até a chegada de Bolsonaro à disputa nacional, o PSDB era apontado


como a antítese do PT e surfava nessa onda em São Paulo. Hoje, a ascensão
do bolsonarismo e o renascimento do PT tornaram a disputa única.

As chances do partido manter seu reduto mais importante e a relevância no


cenário político nacional, estão hoje nas mãos de um “cristão novo” no ninho
tucano: o Governador Rodrigo Garcia, quadro histórico do antigo PFL, que
estava no DEM e se filiou há menos de um ano ao PSDB.

Garcia chegou como parte de uma estratégia que retrata bem as guerras
internas do partido. o plano era isolar Geraldo Alckmin e abrir caminho para o
projeto nacional de João Doria.

Parte disso se cumpriu, mas o eleitorado ainda não o coloca em posição de


destaque. No cenário mais provável hoje, Garcia não chega a dois dígitos.

Para reverter esse quadro, Garcia conta com a máquina do estado e busca se
afastar da imagem negativa de Doria. Também trabalha para não perder o
eleitorado tucano para o candidato de Jair Bolsonaro, o ex-ministro Tarcísio de
Freitas.
Rodrigo Garcia e Tarcísio de Freitas fazem hoje uma espécie de eleição dentro
da eleição para saber quem avançará ao segundo turno contra o candidato da
esquerda.

Disputam segmentos mais conservadores do eleitorado: agronegócio,


religiosos e policiais. O ex-ministro também mira a centro-direita não
bolsonarista para frustrar os planos do tucano.

Luta palmo a palmo com o tucano o eleitor conservador do interior paulista, que
representa metade do voto no estado. Garcia pretende se apresentar como
alguém independente, sem padrinho, um paulista-raiz contra o carioca Tarcísio,
que seria um forasteiro patrocinado por Bolsonaro.

O ex-ministro, por sua vez, vai explorar o que considera o cansaço do paulista
com trinta anos de governo PSDB. Tarcísio está rodando o estado para se
apresentar ao eleitorado.

Adapta o discurso ao que cada região quer ouvir e aposta na transferência de


votos de Bolsonaro para chegar ao segundo turno. Na esquerda, o PT avalia
que a chance de vencer nunca foi tão alta.

Desempenho estagnado de Doria e Tebet em pesquisa atrasa possível


acerto de PSDB com MDB:

Alguns dirigentes do PSDB e do MDB não veem em um horizonte próximo uma


definição de eventual aliança entre os dois partidos para a eleição presidencial
deste ano.

Sem o avanço de nenhum dos dois pré-candidatos, alguns dirigentes dos


partidos consideram que não há como avançar nas articulações. Segundo
assessores de ambos, o mais provável é que o cenário mude a partir do dia 16,
quando novas pesquisas de intenção de voto já terão sido divulgadas. Antes
desta data, não há chance de acerto sobre eventual chapa única, dizem
interlocutores dos dois.

Dentro do PSDB, cresce a possibilidade de uma chapa formada apenas por


Doria e um vice do Cidadania, partido com o qual os tucanos firmaram
federação.

Entre integrantes do PSDB, a avaliação é de que tem sido difícil o diálogo com
Tebet sobre a chapa única, já que a senadora não desiste de ser a candidata
à presidência em eventual coligação com os tucanos.

Pesquisa Ipespe: Lula tem 44%; Bolsonaro, 31%; Ciro, 8%; Doria, 3%;
Janones, 2%; Tebet e d’Avila, 1%

Pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira (6 de maio) mostra o ex-presidente


Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 44% das intenções de voto na corrida pelo
Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 31%. As eleições
estão marcadas para 2 de outubro.

Lula oscilou um ponto para menos dentro da margem de erro em relação à


pesquisa anterior do Ipespe, divulgada em 22 de abril. Já Bolsonaro manteve
a mesma pontuação. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

A seguir aparecem o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 8%, e o ex-


governador de São Paulo, João Dória (PSDB), com 3%. O deputado federal
André Janones (Avante) registrou 2%

A senadora Simone Tebet (MDB) e Felipe d`Avila (Novo) tiveram 1%. Vera
Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e Luciano Bivar (União Brasil) não pontuaram.

Brancos, nulos ou que não votariam em nenhum dos candidatos somam 8%.
Indecisos representam 2% dos entrevistados.

Foram ouvidas 1.000 pessoas por telefone entre 2 e 4 de maio. A pesquisa,


encomendada pela XP Investimentos, foi registrada na Justiça Eleitoral com o
número BR-03473/2022.

A margem de erro máximo estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou


para menos, com um intervalo de confiança de 95,5%. Os percentuais que não
totalizam 100% são decorrentes de arredondamento ou de múltiplas
alternativas de resposta.

O impasse sobre a segurança das urnas brasileiras:

Com a aproximação do ano eleitoral no Brasil, iniciam-se as especulações sobre


um dos principais temas relacionados à segurança digital: a veracidade dos
resultados de urnas eletrônicas utilizadas nas votações do nosso país.
Por mais que o voto eletrônico seja uma realidade no Brasil há 25 anos,
podemos nos deparar com candidatos e eleitores que colocam a segurança e a
credibilidade desse método em xeque.

E o que pode ser feito para tentar restabelecer a confiança das pessoas no
sistema eleitoral eletrônico?

O 1° passo ocorreu na última semana de novembro de 2021, quando o Tribunal


Superior Eleitoral (TSE) abriu a 6ª fase de testes de segurança das urnas
eletrônicas. O processo envolveu 26 investigadores, conhecidos como "hackers
do bem", que vão colocar em prática 29 planos e simulações de ataque aos
equipamentos para tentar encontrar possíveis fragilidades.

Estar 100% protegidos de ataques é um desafio quase impossível de cumprir


com o avanço da tecnologia e das técnicas de crimes virtuais, porém é
indispensável tentarmos estar o mais próximo do ideal. Para atingir esse objetivo,
o TSE disponibilizou os códigos-fonte das urnas e do sistema eletrônico de
votação aos investigadores parceiros para que, assim, eles pudessem examiná-
los e planejar estratégias para tentar quebrar possíveis barreiras de segurança
das urnas — o que torna o processo ainda mais seguro e pode ajudar a evitar
golpes reais.

Outro fator importante para a fase de testes foi o "desmanche" da urna eletrônica,
para que os "hackers do bem" compreendessem toda a arquitetura, interface e
tecnologia desses dispositivos — além dos componentes de hardware e software
que eles têm.

Mediante os ataques recentes a sistemas de órgãos governamentais, Ministério


da Saúde e Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, por exemplo, é essencial
que o TSE realize esse tipo de simulação para garantir a segurança das eleições
presidenciais de 2022. Afinal, o que não faltam são estudos apontando que os
ataques, especialmente os de ransomware, continuarão a ser uma tendência nos
próximos anos.

Um ponto destacado pelo ministro do TSE, Luís Roberto Barroso, é de que a


urna eletrônica não tem conexão com qualquer rede. Isso é fundamental, do
ponto de vista da segurança cibernética, para inviabilizar ataques externos. Além
disso, depois que os códigos-fonte foram inspecionados pelos investigadores,
todo o conteúdo foi lacrado e trancado em uma sala-cofre do TSE — afinal, não
se pode brincar com a sorte.

Porém, o foco quanto ao controle e auditoria desse processo não deve ser
somente nas urnas em si, mas também nos bancos de dados nas quais essas
informações são armazenadas e como, posteriormente, os resultados são
divulgados. Um processo rigoroso de segurança e auditoria nessa parte do
sistema eleitoral deve ser sempre realizado, pois, pensando como um hacker,
esse “coração” do sistema é o ponto mais interessante a ser atingido.

TSE divulga resultado do teste de segurança da urna eletrônica:

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou o resultado do Teste Público de


Segurança (TPS) do sistema eletrônico das eleições de 2022. Na semana
passada, investigadores de diversas instituições foram convidados a executar 29
planos de ataques aos equipamentos da urna eletrônica. O teste é um
procedimento de praxe realizado desde 2009.

De acordo com o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, os


investigadores encontraram cinco pontos vulneráveis, chamados de “achados”,
no sistema. Contudo, não houve ataque bem-sucedido ao software responsável
pelo funcionamento da urna e ao aplicativo responsável pelo armazenamento do
nome dos eleitores e dos candidatos.

“Nenhum deles verdadeiramente grave, considerado qualquer coisa que tenha a


potencialidade de afetar o resultado da eleição. Ninguém conseguiu invadir o
sistema e oferecer risco para o resultado das eleições”, afirmou.

As tentativas de burlar o sistema de segurança ocorrem por meio da


disponibilização do código-fonte, procedimento no qual o tribunal entrega aos
participantes a chave da programação das máquinas que compõem a urna,
como os componentes que realizam o recebimento, transmissão e apuração dos
votos.

Durante os testes, investigadores da Policia Federal (PF) entraram na rede de


dados do TSE, mas não conseguiram alterar dados do sistema.

Outras equipes de investigadores consideraram que seria possível introduzir um


painel falso na frente da urna com objetivo de quebrar o sigilo do voto. Além
disso, o sigilo do voto de pessoas com deficiência visual também poderia ser
quebrado no caso de acoplamento de um dispositivo bluetooth na saída para
fones de ouvido.
Em um dos ataques foi possível desembaralhar o boletim de urna, um
documento impresso ao final da votação. Na avaliação do TSE, apesar da
vulnerabilidade, o eventual ataque não traria problemas, porque os dados do
boletim são públicos e distribuídos aos fiscais de partidos.

Investigadores também conseguiram pular uma barreira de segurança na


transmissão de dados, mas foram barrados por outra porta de segurança da rede
do tribunal.

De acordo com o presidente do TSE, a partir de agora, as vulnerabilidades


encontradas serão corrigidas e, em maio de 2022, as investigações que
encontraram os problemas vão retornar para testar as correções.

Governo Federal aumenta em 5% os salários do funcionalismo público:

O governo de Jair Bolsonaro decidiu dar aumento de 5% a todos os


servidores federais a partir de julho.
A medida teria um impacto de cerca de R$ 6 bilhões neste ano, acima do
R$ 1,7 bilhão previsto para reajustes salariais no orçamento deste ano. Por
isso, a equipe econômica ainda avalia como poderia viabilizar o montante
transferindo para reajuste salarial verbas previstas de outras áreas do
governo federal.

Segundo assessores do governo, o presidente já teria sinalizado apoio à


medida. Como o percentual corrige defasagem inflacionária, a concessão
do benefício não esbarra na Lei Eleitoral, que proíbe o benefício no período
de seis meses antes do primeiro turno da disputa presidencial.
Categorias em greve:

O presidente decidiu aumentar o número de segmentos contemplados por


um reajuste salarial, que antes era focado apenas nos servidores da área
de segurança, já que Bolsonaro chegou a prometer reajuste aos policiais
federais neste ano, mas depois decidiu suspender o aumento após
reivindicações de outras categorias.

O governo enfrenta uma série de paralisações no funcionalismo público.


Os servidores do Banco Central, por exemplo, estão em greve desde 28 de
março, reivindicando reajuste salarial.

Os auditores da Receita Federal aprovaram paralisação em dezembro do


ano passado e estão em operação padrão. Funcionários do INSS pararam
as atividades em março reivindicando, entre outros pontos, uma
recomposição salarial.

O que dizem os servidores:

A proposta foi considerada insuficiente por várias categorias, como


auditores da Receita Federal e funcionários do Banco Central. Apesar de o
número ser menor que as reivindicações desses grupos, algumas
categorias sinalizam que o aumento poderá abrir uma porta de ne gociação
com o governo federal.

Rússia pede ajuda ao Brasil para evitar expulsão do FMI e do Banco


Mundial:

A Rússia encaminhou um pedido de apoio do governo brasileiro no Fundo


Monetário Internacional (FMI), no Banco Mundial e no G20 após sofrer
sanções por nações ocidentais diante da invasão à Ucrânia, segundo carta
obtida pela Reuters.

O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, escreveu ao ministro da


Economia, Paulo Guedes, pedindo o “apoio do Brasil para evitar acusações
políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais
e fóruns multilaterais”.

“Nos bastidores, há um trabalho em andamento no FMI e no Banco Mundial


para limitar ou até expulsar a Rússia do processo de tomada de decisão”,
escreveu Siluanov.

A carta, que não faz menção à guerra na Ucrânia, é datada de 30 de março e


foi transmitida a Guedes pelo embaixador da Rússia em Brasília na quarta-feira
(14 de abril).

“Como você sabe, a Rússia está passando por um período desafiador de


turbulência econômica e financeira causada por sanções impostas pelos
Estados Unidos e seus aliados”, disse o ministro russo.

Questionado sobre a carta, Erivaldo Gomes, secretário de Assuntos


Econômicos Internacionais do Ministério da Economia brasileiro, indicou que o
governo brasileiro gostaria que a Rússia continuasse nas discussões em
organismos multilaterais.
“Do ponto de vista do Brasil… manter o diálogo aberto é essencial”, disse.
“Nossas pontes são os órgãos internacionais e nossa avaliação é que essas
pontes precisam ser preservadas”.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse na semana


passada, que os EUA não participariam de nenhuma reunião do G20 se a
Rússia estivesse presente, citando a invasão.

Quase metade das reservas internacionais da Rússia foram congeladas e


as transações de comércio exterior estão sendo bloqueadas, incluindo
aquelas com parceiros econômicos de mercados emergentes, afirmou
Siluanov.

“Os Estados Unidos e seus aliados estão promovendo uma política de


isolamento da Rússia da comunidade internacional”, acrescentou.

Siluanov disse ainda que as sanções violam os princípios do acordo de Bretton-


Woods, que criou o FMI e o Banco Mundial.

“Consideramos que a atual crise causada por sanções econômicas sem


precedentes adotadas pelos países do G7 pode ter consequências duradouras,
a menos que tomemos uma ação conjunta para resolvê-la”, escreveu ele a
Guedes.

O presidente Jair Bolsonaro, que visitou Moscou poucos dias antes da invasão
da Ucrânia, manteve o Brasil neutro na crise e não condenou a invasão,
gerando críticas do governo dos Estados Unidos.

Bolsonaro expressou solidariedade à Rússia ao visitar o presidente Vladimir


Putin no Kremlin em 16 de fevereiro, cerca de uma semana antes do início da
invasão.

O chanceler brasileiro, Carlos França, disse em março que o Brasil se opõe à


expulsão da Rússia do G20, conforme solicitado pelos Estados Unidos.

“O mais importante seria, neste momento, que todos esses fóruns –o G20,
a OMC, a FAO– possam ter o funcionamento pleno. E para ter o
funcionamento pleno, seria preciso que tivesse todos os países, inclusive
a Rússia”, disse França em audiência no Senado em 25 de março.

Lula critica motociata de Bolsonaro:

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pré-candidato à


presidência da República usou as redes sociais nesta sexta-feira (15/4) para
criticar Jair Bolsonaro (PL) pela motociata realizada em São Paulo, citando o
preço da gasolina e a inflação no Brasil.
"A gasolina cara leva a inflação nas alturas. Mas a prioridade para alguns
é fazer motociata sem destino usando combustível caro e comprado com
dinheiro público enquanto o povo sofre", escreveu Lula no Twitter.
Na postagem, Lula incluiu o recorte da entrevista de uma mulher ao Jornal
Nacional, da TV Globo. "Quem comia carne moída, agora tem que comer ovo.
Ovo vai ficando caro e vamos para sardinha em lata. E assim só a gente vai
sentindo no prato o empobrecimento", afirmou a mulher, identificada como Aline
Lima.

Mandato de Arthur do Val é cassado na ALESP:

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São


Paulo (ALESP) decidiu, por unanimidade, nesta terça-feira (12 de abril), pela
cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil).

Todos os nove parlamentares do grupo concordaram com o parecer


apresentado pelo relator Delegado Olim (PP), que considerou que o
deputado, também conhecido como “Mamãe Falei”, quebrou o decoro
parlamentar quando, ao visitar a Ucrânia, enviou mensagens de voz fazendo
comentários sexistas sobre ucranianas que tentavam deixar o país.

Agora para que o Deputado perca o mandato, a Mesa Diretora da Alesp deverá
aprovar o processo para que ele siga tramitando e, em seguida, a punição deve
ser votada pelo plenário da Assembleia, que tem a palavra final sobre a
decisão.

Caso a maioria simples, de 48 entre 94 deputados, concorde com a


cassação, Arthur do Val irá perder o cargo de deputado estadual por São
Paulo. A data da votação em plenário ainda não foi marcada.
Nas mensagens de áudio atribuídas ao parlamentar, é dito que as refugiadas
ucranianas “são fáceis porque são pobres”. “É inacreditável a facilidade. Essas
‘minas’ em São Paulo se você dá bom dia elas ‘iam’ cuspir na tua cara. E aqui
elas são supersimpáticas, super gente boa. É inacreditável”, teria dito o pré-
candidato.

Do Val foi eleito deputado estadual em 2018 pelo DEM. Em 2020, foi candidato
a prefeito de São Paulo pelo Patriota. Integrante do MBL (Movimento Brasil
Livre), o político se filiou ao Podemos em janeiro para ser pré-candidato ao
governo de São Paulo.

Após crise, integrantes do MBL trocam o partido Podemos pelo União


Brasil:

A saída de membros do Movimento Brasil Livre (MBL) foi anunciada nesta


segunda-feira (28), após escalada da crise com o Podemos. Em nota, o MBL
justifica que a mudança ocorre pela resistência de filiados e nega desavença
com direção do partido. No entanto, o pano de fundo seria o escândalo
envolvendo vazamento de áudios sexistas do Deputado Estadual Arthur do
Val, abertamente criticado pelo Podemos e pelo presidenciável do partido,
Sérgio Moro.

Ao deixar o partido, Arthur do Val deixou também a vaga para a disputa eleitoral
ao Palácio dos Bandeirantes. O partido reivindicou o espaço para si, discutindo
internamente a possibilidade de alçar a presidente nacional da sigla, Renata
Abreu, à disputa. Ela, inclusive, já pontua nas pesquisas

Artur do Val renuncia mandato de Deputado Estadual por São Paulo:

O deputado estadual Arthur do Val (União Brasil) anunciou, nesta quarta-feira


(20 de abril), a sua renúncia ao mandato na Assembleia Legislativa de São
Paulo (ALESP). O político era alvo de um processo de cassação e poderia
perder o cargo após a análise dos demais parlamentares da casa legislativa.

A renúncia ao mandato, no entanto, não faz com que o processo que corre na
Alesp seja paralisado. Agora, os deputados estaduais irão decidir sobre os
direitos políticos de Arthur, que pode ficar inelegível por oito anos.

O caso segue para a Mesa Diretora da Casa, que deverá validar o processo
para que ele siga tramitando e, em seguida, a punição que será aplica ao
político deve ser votada pelo plenário da Assembleia, que tem a palavra final
sobre a decisão.

CPI do Novo Coronavírus termina sem culpados:

A CPI:
A Constituição Federal possui diversos mecanismos para que haja essa
possibilidade de fiscalização; um desses mecanismos é a CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito), prerrogativa do Poder Legislativo. Essa
Comissão pode ser criada pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado, de
forma independente ou conjunta (neste caso, será chamada de CPMI –
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito).
A CPI é tida, dentre outras características, como sendo um instrumento
da minoria parlamentar para questionar determinadas situações que
estejam ocorrendo no governo. Diz-se que é instrumento da minoria pois,
para ser instalada, precisa do requerimento de apenas 1/3 dos membros
da Câmara e/ou do Senado. Assim, permite-se que uma oposição ao
governo formado, desde que com embasamento jurídico e factual, busque
o início da Comissão.

Como a CPI da Covid-19 foi aberta?


Em março de 2021, os Senadores Alessandro Vieira e Jorge Kajuru
impetraram um Mandado de Segurança (uma ação judicial em que
o autor – tecnicamente chamado impetrante – busca tutelar um direito seu)
no Supremo Tribunal Federal para que o Presidente do Senado (Rodrigo
Pacheco) adotasse as medidas para instalação da CPI.
O Ministro do STF Luís Roberto Barroso, responsável pela análise inicial
do Mandado de Segurança, concluiu que o requerimento de instauração da
CPI cumpria todos os requisitos para que o procedimento fosse
instaurado. O Ministro reconheceu que o Senado define suas prioridades e
sua agenda de trabalho, mas isso não poderia ser um obstáculo para o
início da CPI (como dito no início deste texto, a Comissão Parlamentar de
Inquérito é um direito das minorias, que deve ser considerado pela
Presidência do Senado).
Assim, por ter verificado a presença dos requisitos para instauração e
condução da CPI – agora chamada de CPI da Covid-19 -, o Ministro
Barroso concedeu decisão liminar (ou seja, uma decisão em caráter de
urgência), para que o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, procedesse
ao início dos trabalhos da Comissão. A decisão do Ministro foi dada no dia
8 de abril e, logo em seguida, ele enviou o Mandado de Segurança para o
Plenário do STF debater o tema (isso significa que como o Ministro Barroso
decidiu sozinho, em caráter de urgência, ele solicitou que os outros
Ministros também se manifestassem, pois só assim a decisão será
considerada definitiva).

E qual o motivo de abertura da CPI da Covid-19?


Conforme dito no início do texto, a CPI é um instrumento que é usado
para apurar determinadas situações que estejam ocorrendo e, em certas
circunstâncias, buscar a responsabilidade de quem tenha praticado atos
ilícitos (e quando aqui se diz ato ilícito, não necessariamente se está
falando de crimes; há também possibilidade de ilícito civil
e administrativo).

O Mandado de Segurança, que buscou a instauração da CPI da Covid,


possui como objetivo apurar eventuais falhas pelo Governo Federal no
enfrentamento à pandemia, em especial a situação de falta de
oxigênio pelo qual passou o estado do Amazonas.
Assim, o procedimento apurará se há falhas no enfrentamento à pandemia
e, caso a resposta seja positiva, quem é (são) o (s) responsável (eis) por
tais falhas. Importante frisar que a CPI não aplica sanção em
decorrência da conclusão de seus trabalhos. Dessa forma, ainda que se
entenda que houve ilegalidades, não será a CPI a responsável por aplicar
as punições.

As conclusões:
Durante a CPI, empresários conhecidos como Luciano Hang da Havan e Carlos
Wizard do Grupo Sforza foram convidados a comparecer para serem
interrogados, sendo acusados de práticas de curandeirismo e de ligação com as
ideias do Presidente Bolsonaro, de liberdade de opção na tomada da vacina.
Tais empresários foram a favor do fim do isolamento social em suas redes
sociais, o que causou repulsa por parte dos parlamentares envolvidos na
Comissão Parlamentar.

Enquanto Hang respondeu a maioria das perguntas, Carlos Wizard não


respondeu nenhuma.
Assim como em outras CPIs anteriores de outros casos, o relatório final da CPI
da pandemia não indicou culpados nem irregularidades, pelo menos a nível de
Governo Federal.
“A CPI deveria ter sido mais ampla e abrangido os Governadores dos estados e
suas Secretarias de Saúde, porém os mesmos também não foram investigados
a fundo”, disseram alguns cientistas políticos.

2º Parte: Notícias Política pelo Mundo.

Eleições França 2022:

A décima-segunda eleição presidencial da Quinta República Francesa foi


realizada em 10 e 24 de abril de 2022. O Presidente da França, Emmanuel
Macron, do La République em Marche (LREM), que venceu as eleições
presidenciais de 2017 e cujo primeiro mandato dura até 13 de maio de 2022,
anunciou em 3 de março de 2022 que estava lançando sua candidatura à
reeleição para um segundo mandato de cinco anos para o qual é elegível de
acordo com a Constituição da França. Sua principal concorrente era Marine Le
Pen, do partido Reagrupamento Nacional.
O atual presidente da França, Emmanuel Macron, e a principal rival, Marine Le
Pen, foram os mais votados e foram ao 2º turno das eleições 2022 na França. O
resultado repetiu a disputa de quatro anos atrás, quando os mesmos nomes
seguiram para a disputa final pelo cargo mais alto no país.

De acordo com informações do Le Monde, o Ministério do Interior divulgou os


seguintes resultados, com base em 95% dos eleitores registrados: Emmanuel
Macron vem em primeiro lugar com 27,41%. Marine Le Pen obteve 24,03% dos
votos, bem à frente de Jean-Luc Mélenchon, com 21,57%.

A maioria dos candidatos derrotados declarou apoio a Macron na disputa, com


a exceção de Éric Zemmour, também de extrema-direita, que aparece com
6,94% nessa apuração parcial.

As eleições foram, de fato, marcadas por uma alta abstenção, como já era
esperado. Ao contrário do Brasil, na França, não é obrigatória a votação de
todos os cidadãos maiores de idade. Até às 17h, horário local,
aproximadamente 65% dos franceses inscritos para votarem haviam
comparecido, um índice menor do que o das últimas eleições, em 2017 -- para o
mesmo horário, era de 69,4%.

Com 67 milhões de pessoas, a França tem o sétimo maior produto interno bruto
do mundo (o segundo maior da União Europeia, atrás da Alemanha), e o
resultado francês será observado com atenção por seus impactos na economia
mundial.

O vencedor influenciará nas decisões sobre questões geopolíticas e econômicas


centrais, como o pós-coronavírus, a guerra na Ucrânia e, para o Brasil, temas
como o acordo Mercosul-União Europeia e pressões ambientais.
Os franceses reelegeram Emmanuel Macron (A República em Marcha!) para
um novo mandato neste domingo (24.abr.2022). O político de centro superou a
candidata da direita, Marine Le Pen (Agrupamento Nacional), e deve governar a
França até 2027. Com 100% das urnas apuradas, Macron recebeu 58,54% dos
votos, contra 41,46% de Le Pen, segundo o Ministério do Interior francês.

A vitória rompe com uma tradição desfavorável ao candidato incumbente nos


últimos 20 anos. Será a 1ª vez desde Jacques Chirac (1995-2007), em 2002, que
um presidente é reeleito no país. Na ocasião, Chirac venceu Jean-Marie Le Pen,
pai da candidata do Agrupamento Nacional, por 82,2% a 18,8%. A posse deve
acontecer até 13 de maio.

A geopolítica mundial com a Guerra da Ucrânia:

A Geopolítica refere-se às relações territoriais envolvendo os Estados


Nacionais no plano internacional. Geopolítica pode ser definida como o
conjunto de ações e práticas realizadas no âmbito do poder, geralmente
envolvendo os Estados Nacionais no sentido de promover o gerenciamento e o
controle de seus territórios.
Geopolítica é um ramo de estudo da Geografia que busca interpretar os fatos
atuais e o desenvolvimento dos países, através das relações e estratégias
entre o poder político e os espaços geográficos destas nações.

A geopolítica é importante para entender até que ponto as estratégias adotadas


pelos Estados podem interferir (ou não) na situação geográfica do local. Ela
também orienta a atuação dos governos no cenário mundial.
Por ser uma área de conhecimento multidisciplinar, além da Geografia, a
Geopolítica utiliza práticas e teorias de áreas da História, Geologia, Ciências
Humanas e Teoria Política, por exemplo.

Ela costuma abordar temas importantes como a Globalização, os conflitos


mundiais motivados por questões religiosas, a Nova Ordem Mundial e a
utilização dos recursos energéticos no mundo.

A invasão da Ucrânia pela Rússia provoca mudanças na geopolítica,


economia, cultura e nos esportes em todo o mundo, principalmente no
Leste Europeu.

A professora de Relações Internacionais Elena Lazarou, que atualmente vive


em Bruxelas, falou sobre o clima na Europa desde o início do conflito. A
especialista destaca o sentimento de “mudança de época”, onde antes se vivia
em paz e agora a predominância é de insegurança.

“Existe uma verdadeira sensação de mudança de época, em Bruxelas a


sensação é de que uma época fechou e uma nova época se abre, uma geração
de europeus que nasceu, cresceu e vive em uma expectativa de paz, tudo isso
agora entra em questão e podemos sentir isso no ar. Também existe uma
sensação de grande conflito entre o mundo liberal e o mundo autoritário, um
mundo que não conhece a democracia, a liberdade de expressão”, afirmou.

“Na Europa inteira existe uma sensação de insegurança, mas também de


grande solidariedade pelo povo da Ucrânia”, acrescentou Lazarou.

A questão geopolítica entre os vizinhos é complexa e evidencia atritos que


existem há séculos.

Breve panorama dos conflitos


Em 1991, líderes da Federação Russa, Ucrânia e Bielorrússia assinaram uma
declaração extinguindo a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Em seguida, o presidente Mikhail Gorbatchov, em cerimônia para o mundo
inteiro, declarou oficialmente o fim da URSS e renúncia ao governo. Com isso,
diversos países tornaram-se independentes, como a Geórgia, Armênia,
Bielorrússia, Estônia, Azerbaijão e a própria Ucrânia.

Desde então, a Ucrânia oscila entre o Ocidente e a Rússia. Além da fronteira


com os russos, a Ucrânia tornou-se vizinha da União Europeia (UE) em 2014,
com isso existem diversas possibilidades de aproximação entre o país ucraniano
com instituições europeias e com a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN). Esses fatores criaram tensões com a Rússia, que tem manifestado, nos
últimos anos, sua oposição à aproximação da ex-república soviética com
potências europeias.

Para os russos, um vizinho tão próximo, geograficamente e culturalmente,


curvando-se aos interesses ocidentais acarretaria uma perda de força global. O
líder russo considera que o Ocidente se aproveitou de um momento de fraqueza
pós-União Soviética para dominar nações vizinhas.

Além destes acontecimentos, no dia 21 de fevereiro de 2022, estados


ucranianos, como Donetsk e Luhansk, foram reconhecidas pelo Putin como
independentes, desrespeitando um acordo de paz com a Ucrânia, assinado em
2015.

OTAN
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma aliança militar entre
diversos países, baseada no Tratado do Atlântico Norte, que foi assinado em 4
de abril de 1949. A organização constituiu um sistema de defesa coletiva através
do qual os seus Estados-membros concordam com a defesa mútua em resposta
a um ataque por qualquer entidade externa à organização.

A coordenadora do curso de Relações Internacionais e pesquisadora da Escola


de Humanidades, Teresa Cristina Marques, conta que a expansão da OTAN, nos
últimos 15 anos, abala a segurança e os interesses do Putin. No passado, a
OTAN assumiu compromissos para manter distância em relação aos antigos
países que envolviam a União Soviética (URSS). Porém, atualmente a
organização incorporou países como a Estônia, a Lituânia, entre outros.

Estados Unidos
O professor e pesquisador da Escola de Humanidades Norman Madarasz possui
longa trajetória de pesquisas em diversas linhas como Letras, Filosofia e História
da França, Canadá e Estados Unidos. O docente apresenta fatores que fazem
com que Joe Biden, presidente dos EUA, não declare guerra contra a Rússia na
invasão da Ucrânia.

Além do peso econômico e nuclear que a Rússia apresenta a nível global,


existem questões políticas internas nos Estados Unidos, que impedem Biden de
reagir militarmente contra o país russo. Madarasz pontua a rendição na Guerra
no Afeganistão, com a retirada de suas tropas em agosto de 2021. Para o
pesquisador, a rendição foi humilhante pelo histórico de ocupação, contra-
insurgência, corrupção, milhares de vidas perdidas e centenas de bilhões de
dólares desperdiçados.

A mudança na matriz energética dos países da Europa e do mundo certamente


irá ocorrer devido a este conflito.

Os Estados Unidos, em um futuro próximo irá servir gás aos europeus, e em


alguns países do velho continente já se fala abertamente em reativação de minas
e usinas de carvão mineral e gás natural, combustíveis que tiveram sua produção
reduzida nos últimos anos devido aos efeitos nocivos ao meio ambiente.

Isso sem falar na mudança e alteração de rotas no transporte logístico


internacional, e na exclusão da Rússia do G-20 e de outros organismos
internacionais.

Seja como for, o certo é que as consequências da Guerra da Ucrânia irão afetar
o mundo por um longo tempo, numa sucessão de acontecimentos históricos que
levarão a ocorrência de outros: estamos diante de uma nova ordem mundial.
Capítulo 4:
Economia.

Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresce em 2021:

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país,


estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB
nas suas respectivas moedas.
O PIB é, contudo, apenas um indicador síntese de uma economia. Ele
ajuda a compreender um país, mas não expressa importantes fatores,
como distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde. Um país
tanto pode ter um PIB pequeno e ostentar um altíssimo padrão de vida,
como registrar um PIB alto e apresentar um padrão de vida relativamente
baixo.
O PIB do Brasil em 2021, por exemplo, foi de R$ 8,7 trilhões. No último
trimestre divulgado (4º trimestre de 2021), o valor foi de R$ 2 257,7 bilhões, um
crescimento acumulado de 4,6% nos últimos 4 semestres.
Com esse resultado, foram superadas as perdas de 2020, quando os efeitos da
Covid-19 fizeram com que a economia encolhesse 3,9%.

PIB do Brasil e do mundo em 2021:


Apesar de recuperar as perdas com a pandemia, o desempenho brasileiro
ficou abaixo da média mundial, de crescimento de 5,5%.

Um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating aponta


que, entre as 15 maiores economias do mundo, o Brasil tem perdido
posições desde o ano de 2017, quando estava em 8º lugar. De 2019 para
2021, foram quatro posições perdidas, passando da 9ª para a 13ª maior
economia.

Comparando 2020 e 2021, o crescimento da economia não foi o suficiente


para fazer o Brasil ganhar posições, pelo contrário. O país passou do 12º
lugar para o 13º, sendo superado pela Austrália. No fim de 2020, foi
ultrapassado por Canadá, Coréia do Sul e Rússia.

O valor nominal do PIB em bilhões dólares segue inferior ao de 2019, pré -


pandemia, estimado em US$ 1.608 trilhão ante US$ 1.877 trilhão.

Em dólares, o PIB do país fechou 2021 em $ 1,608 trilhão, o que representa


1,7% do PIB mundial. Considerando o resultado do 4º trimestre, o Brasil
cai ainda mais, para 15ª posição. O cálculo da Austin Ratings considera o
desempenho da atividade e também a variação cambial do ano. Em 2021,
o dólar subiu 7,47% sobre o real.
O PIB per capita:

O crescimento de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 superou


expectativas do mercado, mas não foi o suficiente para retornar o PIB per
capita ao valor anterior à pandemia, segundo levantamento do Instituto
Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

O PIB per capita é obtido a partir da divisão do resultado nominal do


ano pelo total da população do país, servindo como uma forma de
medir o nível de renda da população.

Em 2021, o indicador foi de R$ 40.688, registrando uma alta de 3 ,9% em


relação a 2020, quando os efeitos da pandemia geraram um recuo de 4,6%.

Com o resultado, o PIB per capita superou os anos de 2017 e 2018, mas
não o de 2019, imediatamente anterior à pandemia.

Silvia Matos, autora do levantamento e coordenadora do Boletim de


Macroeconomia do Ibre/FGV, projeta um crescimento do PIB em 2022 de
0,6%, e em 2023, de 1,1%.

Caso as projeções se confirmem, o PIB per capita não apenas não


cresceria, como corre o risco de recuar 0,1% neste ano. Já em 2023, o
resultado levaria a uma leve alta de 0,4%.

Os 15 países mais ricos do mundo em 2022, de acordo com o


critério do PIB per capita:

1. Luxemburgo

PIB per capita: US$ 118.001


Continente: Europa

Luxemburgo é um dos menores países da Europa e do mundo. Contudo, sua


economia é muito forte. O país é conhecido por seus bancos e por ser um paraíso
fiscal. Luxemburgo é também um dos lugares favoritos dos portugueses para
emigrar.

2. Cingapura

PIB per capita: US$ 97.057


Continente: Ásia

Cingapura é o país com a maior porcentagem de milionários no mundo! Apesar


disso, a desigualdade de salários entre os mais ricos e os mais pobres é muito
grande. A economia dessa cidade-estado se baseia no comércio internacional,
no turismo e nas refinarias de petróleo.
3. Irlanda

PIB per capita: US$ 94.392


Continente: Europa

Conhecida como a ilha esmeralda, a Irlanda continua a atrair muitos investidores,


apesar da crise de 2007. Grande parte da riqueza vem dos serviços que o país
oferece e do investimento estrangeiro. Não é à toa que se diz que os irlandeses
têm sorte!

4. Qatar

PIB per capita: US$ 93.508


Continente: Ásia

A riqueza do Qatar vem do petróleo e do gás natural, que tornou algumas


pessoas muito ricas. Mas a grande maioria das pessoas que moram no país são
imigrantes muito mal pagos e que vivem em condições péssimas.

5. Suíça

PIB per capita: US$ 72.874


Continente: Europa

Protegida pelos Alpes, a Suíça se encontra no coração da Europa. O país é


famoso por ser um paraíso fiscal, com serviços bancários muito discretos. Mas
a economia não depende só disso. A Suíça produz muitos artigos de alto valor,
como relógios e instrumentos musicais.

6. Noruega

PIB per capita: US$ 65.800


Continente: Europa

Além de ter um alto rendimento médio por pessoa, a Noruega também tem níveis
baixos de desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres. O país tem pouca
população, muitos recursos naturais e uma economia diversificada e apoiada
pelo governo. Para quem gosta de temperaturas muito frias no inverno e não
sente falta do sol, a Noruega é um ótimo país para viver.

7. Estados Unidos

PIB per capita: US$ 63.416


Continente: América do Norte

A economia dos Estados Unidos é a maior do mundo. E essa economia continua


a crescer, trazendo mais riqueza ao país. Os Estados Unidos dominam o
mercado internacional, ditando o rumo da economia mundial, e atraem grande
parte dos maiores investidores.

8. Brunei

PIB per capita: US$ 62,371


Continente: Ásia

O Estado de Brunei Darussalam, também conhecido apenas como Brunei, tem


como principal fonte de riqueza o petróleo. Ele fica localizado no Sudeste
Asiático, mais especificamente no norte da ilha de Bornéu. Este pequeno país
que conta com cerca de 500.000 habitantes faz parte da APEC (Cooperação
Econômica Ásia-Pacífico), que possui tratados econômicos com diversos países
da Ásia, das Américas e da Oceania.

9. Hong Kong

PIB per capita: US$ 59,520


Continente: Ásia

Hong Kong é uma das duas regiões administrativas da China que desfruta de
um alto grau de autonomia em diversas esferas, com exceção das relações
exteriores e da defesa militar. Este pequeno território que conta com cerca de 6
milhões de habitantes se tornou um dos maiores centros financeiros de todo o
mundo e, atualmente, está entre os países com maior PIB per capita.

10. Dinamarca

PIB per capita: US$ 58.932


Continente: Europa

1/3 do PIB da Dinamarca vem do comércio com outros países, principalmente a


Alemanha (seu maior parceiro comercial). Embora mais da metade do território
dinamarquês seja destinado à agricultura, a exportação de produtos
manufaturados é mais relevante em termos financeiros, além de empregar bem
mais pessoas. O setor que mais gera empregos é o de serviços.

11. Emirados Árabes Unidos

PIB per capita: US$ 58,753


Continente: Ásia

Localizado no Golfo Pérsico, os Emirados Árabes Unidos é composto por


monarquias do qual fazem parte sete emirados. Os Emirados possuem um dos
maiores PIB per capita atualmente; e nas últimas décadas, passou por uma
enorme transformação que fez da região uma das mais modernas e com um dos
maiores padrões de vida em todo o mundo.

12. San Marino


PIB per capita: US$ 58.427
Continente: Europa

Conhecido também como Sereníssima República de San Marino, este pequeno


país europeu conta com uma população de cerca de 30.000 habitantes. San
Marino é também considerado o Estado mais antigo do mundo, tendo sido
fundado no ano de 301 d.C. Sua economia é baseada especialmente no turismo,
nos bancos, nas cerâmicas, nos produtos eletrônicos e na cultivação de vinhos
e cereais.

13. Holanda

PIB per capita: US$ 57.534


Continente: Europa

Shell, Philips e Heinekein são apenas algumas das muitas multinacionais que se
encontram nos Países Baixos. Um dos principais centros econômicos da Europa,
a Holanda também apresenta um dos maiores PIB per capita atualmente e
possui uma atividade industrial diversificada que inclui o refinamento de petróleo.

14. Macau

PIB per capita: US$ 56.078


Continente: Ásia

Também conhecida como Região Administrativa Especial de Macau, esta


pequena economia é aberta e liberal e, juntamente com Hong Kong, é uma das
regiões administrativas da República Popular da China. O setor terciário é um
dos mais importantes para a região, com destaque para o turismo e o jogo.
Macau também possui uma forte indústria têxtil e de desenvolvimento de
produtos eletrônicos.

15. Taiwan

PIB per capita: US$ 55.724


Continente: Ásia

Taiwan é um Estado insular da Ásia que possui importantes relações


internacionais com outros países, apesar da China não ter renunciado a sua
reivindicação como único governo. No que diz respeito ao comércio exterior, o
país é um dos maiores exportadores do mundo. Além disso, possui como
destaque a produção de veículos, a metalurgia, a indústria têxtil e o turismo.

Impactos da Guerra da Ucrânia sobre o Brasil:


Como consequência das incertezas econômicas, somadas ao confronto
entre Rússia e Ucrânia, o Brasil deve registrar uma estagnação no mercado
de trabalho, com uma fraca recuperação do emprego em 2022.

E a deterioração dos indicadores pode ser intensificada, dependendo da


duração da guerra no leste europeu.

Esse é o cenário econômico brasileiro prospectado por um levantamento


da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e também por uma projeção da
consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).

O relatório do IDados destaca que a taxa de desemprego deve se manter


estável durante todo o ano, com uma queda de 0,1 ponto percentual em
relação ao observado em dezembro de 2021.

“A atividade econômica no país está sendo muito impactada pela alta da


inflação, que por sua vez obrigou o governo federal a elevar as taxas de
juros. Isso tudo atrapalha muito os empresários brasileiros, já que eles não
podem pegar empréstimos com custo baixo, por exemplo, e fomentar a
economia”, disse o pesquisador do IDados, Tiago Cabral.

À CNN, o economista Tiago Cabral sinalizou que a produção de riquezas


do país só deve crescer 0,3% em 2022.

Já o Indicador Antecedente de Emprego da FGV, divulgado esta semana,


aponta que a expectativa de contratação no Brasil recuou 1,4 ponto em
fevereiro, mantendo a tendência de queda dos últimos quatro meses —
impactada pela variante Ômicron da Covid-19.

Dessa forma, o índice apresenta o pior nível desde agosto de 2 020, auge
da primeira onda de contaminações pelo vírus.
Além disso, a expectativa de contratação dos empresários brasileiros pode
cair ainda mais nos próximos meses, segundo o economista do Instituto
Brasileiro de Economia da FGV (FGV Ibre) Rodolpho Tobler.

O especialista ressalta que a guerra no leste europeu causa incertezas


econômicas em todos os países.

“O indicador voltou a cair em fevereiro, seguindo a tendência negativa dos


últimos meses. Os últimos resultados sugerem que a recuperação do
mercado de trabalho deve ser mais lenta do que a ocorrida em 2021. O
ambiente macroeconômico difícil e potenciais riscos de aumento da
incerteza global não permitem vislumbrar uma mudança na trajetória do
indicador no curto prazo”, declarou Tobler.

O economista também detalhou os setores econômicos brasileiros que


mais serão afetados por conta da guerra na Ucrânia.

“O impacto será visto em diversos setores, como comércio e serviços.


Mas a indústria, por dificuldades na obtenção de insumo, alta de
preços impactados pela alta do combustível, pode ser o destaque
negativo”, disse.

O Brasil terminou 2021 com 12 milhões de pessoas desempregadas, de


acordo com o IBGE. Percentualmente, a taxa de desocupação no país é de
11,1%.

Energia:

A Rússia é o maior produtor global de gás natural, e o terceiro maior produtor de


petróleo, detendo 11% da oferta global desta commodity. Após o início da guerra,
já tivemos forte elevação no preço desses energéticos no mercado mundial.

No Brasil, espera-se efeitos na mesma direção. Contudo, para o setor de energia


elétrica, mesmo que haja elevação nos custos das usinas térmicas movidas a
gás natural e derivados de petróleo, a forte recuperação nos níveis dos principais
reservatórios deve contribuir para compensar tais efeitos.
Ademais, importante ressaltar que é esperada uma recuperação da safra de
cana de açúcar, o que deverá contribuir para minimizar, também, a pressão
altista nos preços da gasolina. Lembrando que, por lei, o percentual obrigatório
de etanol na composição da gasolina comum é de 27%, e de 25% da gasolina
premium.

O maior impacto é esperado para o diesel, o qual não tem adição de etanol. Com
isso, podemos esperar elevação dos preços dos fretes ao longo do território
nacional.

Alimentos:

Rússia e Ucrânia possuem uma participação de 28% da produção mundial de


trigo e 20% da oferta de milho, sendo o primeiro responsável, também, por 13%
do mercado mundial de fertilizantes.

No caso do Brasil, sua balança comercial com a Rússia contempla poucos


produtos, sendo a importação de fertilizantes a mais representativa. Importante
destacar que cerca de 60% desta importação é feita, historicamente, no segundo
semestre, o que pode contribuir para, se não mitigar, ao menos dar um maior
tempo para que as repercussões e impactos do conflito possam ser mais bem
compreendidas e assimiladas.

Além disso, os países em guerra respondem por 80% das exportações globais
de óleo de girassol. O temor pela queda oferta deve elevar a demanda por outros
óleos vegetais, o que favorece a cadeia a soja do Brasil.

Câmbio e juros:

O dólar começou 2022 em queda no Brasil. Contudo, já se nota uma pressão


altista no valor da moeda norte-americana. Caso o conflito se prolongue,
podemos ter a baixa da divisa anulada, e até mesmo uma apreciação desta em
relação ao Real.

Dólar subindo, juntamente com elevação de custos de frete e pressão na


demanda de diversas commodities, devem contribuir para manutenção ou até
mesmo aumento da inflação. Neste caso, o Banco Central pode ser obrigado a
elevar a taxa SELIC, como medida de contenção inflacionária.

Dessa forma, vemos que a guerra entre Rússia e Ucrânia deve trazer impactos
na economia brasileira, os quais serão mais ou menos intensos a depender do
prolongamento ou não da crise. No setor de energia elétrica, a elevação dos
custos de combustível nas usinas termelétricas é um fator de pressão altista no
PLD. Contudo, uma pressão inflacionária pode impactar negativamente o
crescimento do país e, com isso, arrefecer o consumo de energia, gerando uma
pressão de sentido inverso nos preços. Adicionalmente, é bom lembrar que
tivemos, até o momento, forte recuperação nos níveis de armazenamento, o que
tem contribuído para manutenção do PLD em seu valor mínimo regulatório, a
despeito da estiagem persistente no Sul do Brasil.
Preços dos Combustíveis:

O conflito que parece ser localizado na fronteira ucraniana já tem impactos na


geopolítica global e, consequentemente, na economia brasileira.

De imediato o que pode esperar-se é o aumento do preço dos


combustíveis, considerando que a nova política de preços da Petrobras
segue as variações do mercado internacional. O valor do barril de petróleo já
vinha em alta nas últimas semanas, mas com a invasão da Ucrânia, o preço do
barril do Brent subiu cerca de 8% e chegou a US$ 105 (cerca de R$
550) — maior valor desde 2014. O preço de outros minerais e metais preciosos
também subiu, a onça-troy de ouro se aproxima dos US$ 2 mil.

Por outro lado, as bolsas de valores da Rússia, Europa, Estados Unidos e do


Brasil registram quedas acentuadas.

Reunião 2022 do G-20:

O Grupo dos 20 (G20), também chamado de G20 Financeiro, foi criado em 1999
em resposta às sucessivas crises financeiras por que passavam algumas
potências econômicas, sobretudo na Ásia, no final da década de 90. O objetivo
do grupo é fortalecer as negociações internacionais entre os países-membros e
proporcionar uma estabilidade econômica global.

O G20 é formado pelas 19 maiores economias do mundo, representadas pelos


ministros de finanças e chefes dos bancos centrais, mais a União Europeia,
representada pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa do
Conselho Europeu.

Fazem parte do G20 os oito países mais ricos e influentes do mundo, o G8, e 11
países emergentes:
G8: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e
Rússia.

Países emergentes: África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil,


China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia.

Reunião 2022:
A reunião do G-20 em 2022 será realizada na cidade de Bali, na Indonésia.

Brasil vai ser sede da reunião do G20 em 2024:

O anúncio foi feito no fim da edição de 2020, sediada na Arábia Saudita, mas
realizada virtualmente

Ser sede do G20 gera muita visibilidade, já que as cidades atraem a atenção de
todo o mundo por alguns dias. Isso pode ser bom para a economia do país. Em
2016, por exemplo, a China investiu para aumentar o potencial turístico de
Hangzhou, metrópole que recebeu a reunião de cúpula daquele ano. O mesmo
aconteceu na edição de 2015, quando o governo turco fez grande publicidade
do balneário de Antália, local que recebeu líderes de todo o mundo.

Ao mesmo tempo, ter 20 chefes de estado ao mesmo tempo, como o presidente


dos Estados Unidos, da China e da Rússia, gera necessidade de um esquema
sem precedentes de segurança. A vizinha Argentina, por exemplo, teve de
providenciar até caças supersônicos para a proteção dos chefes de Estado que
estiveram em Buenos Aires. Na ocasião, diplomatas argentinos diziam que a
conta da organização do evento somava “várias centenas de milhões de
dólares”.

Rússia pode ser expulsa do G-20:


O Kremlin acusou nesta quarta-feira (23 de março) os Estados Unidos de
pressionarem outros países para que a Rússia seja removida do fórum do G20,
grupo que reúne 19 países e a União Europeia, mas disse que alguns membros
do bloco estão resistindo.

Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais estão avaliando se a Rússia deve


permanecer no G-20, segundo fontes relataram à Reuters.

Uma fonte do G7, no entanto, disse que é improvável que a Indonésia –


atualmente liderando o G20 – ou membros como Índia, Brasil, África do Sul e
China concordem em remover a Rússia do grupo.

“É bem sabido que os Estados Unidos exercem pressão aberta e pouco


diplomática sobre todos os países em termos de oposição geral ao nosso país”,
disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres em uma
teleconferência.

Crise econômica mundial: causas e consequências

Desde a crise do subprime americano, em 2008, que o mundo entrou em


crise e até o momento não saiu.
Em setembro de 2007 foi desencadeada uma crise que viria a ser a maior desde
a grande depressão de 1929, quando os EUA amargaram um colapso em sua
economia. A crise do subprime chegou de surpresa e atingiu em cheio a bolsa
de valores.

O auge da crise do subprime foi deflagrado com a quebra de um dos bancos


de investimentos mais tradicional dos EUA, o Lehman Brothers,
desencadeando uma crise nas bolsas do mundo todo.

A crise do subprime, chamada por muitos de “bolha imobiliária americana”, teve


seu início a partir da forte queda do índice Dow Jones em julho de 2007, motivada
pela hipótese do colapso hipotecário, que arrastou várias instituições financeiras
americanas para a situação de insolvência.
Nessa época os chamados empréstimos hipotecários podres, ou subprime
mortage, eram concedidos de forma irresponsável, culminando em uma crise de
crédito através da transferência desenfreada de CDSs (Credit Defaut Swaps) e
CDOs (Collateralized Debt Obligation) para terceiros, repassando assim os
riscos para outras contrapartes.

Por consequência, o dia 15 de setembro de 2008 foi considerado o marco da


crise, conhecido como segunda-feira negra, quando um dos maiores bancos dos
EUA declarou falência. Dessa forma, no dia 29 de setembro de 2008, a bolsa de
valores de São Paulo chegou a cair mais de 10% em um só dia, e teve suas
operações interrompidas.

Abaixo podemos destacar quais fatores levaram à crise do subprime:

• Concessão de empréstimos hipotecários de alto risco;


• Transferência de créditos desenfreada (CDS, CDO, etc.) em série;
• Manutenção de juros reduzidos pelo FED (Banco Central dos EUA);
• Recém-saída da crise da bolha da internet (2000-2006), desencadeando
incentivos do governo ao mercado.

Após isso, em 2010, muitos líderes africanos e árabes foram depostos do poder,
alguns até mortos, como o presidente ditador egípcio Muamar Khadafi. Esse
movimento ficou conhecido como a primavera árabe, e causou instabilidade ao
mercado devido a problemas de logística e desabastecimento.

Crise brasileira de 2015:


O Brasil, em particular, apresentou recessão, com redução do PIB nos anos
de 2015 (-3,5%) e 2016 (-3,3%).

Quando a crise mundial se instalou em 2008, o governo Lula aplicou medidas


que garantissem que o mercado interno, agora maior, continuasse a sustentar a
demanda brasileira.
Assim, aplicou uma série de isenções de impostos a produtos eletrodomésticos,
automóveis e construção. O Brasil chegou a registrar uma taxa de crescimento
do PIB de 7,6% em 2010.

Entretanto, segundo o economista Ricardo Amorim, todas essas medidas


estimulavam o consumo e não a produção.

No entanto, em 2010, o governo Lula termina e sua sucessora Dilma Rousseff


não teve a mesma habilidade para unir o governo em torno do seu projeto.

Ela repetiu a mesmas políticas de Lula: continuaram os juros subsidiados, crédito


barato para os empresários aliados do governo, acrescidas de taxas de
exoneração, isenção fiscal e desvalorização cambial.

Esta simbiose entre os empresários favoritos do governo acabou gerando


corrupção e ineficiência.

Do mesmo modo, houve o congelamento de tarifas públicas para evitar o


aumento da inflação. Entretanto, ocorreu a quebra de contrato com as empresas
de eletricidade que acabaram repassando os custos para a população.
Com essas medidas, o país entrou em recessão técnica em meados de 2014
com queda da produção industrial, dos salários reais e do PIB em 3,8% em 2015.

Em 2015, a presidente Dilma Roussef anunciou uma série de aumentos de


impostos como o IPI dos produtos industrializados e o IOF sobre as transações
financeiras.

Charge de Amarildo publicada na Folha de São Paulo

Com todas essas resoluções, várias empresas brasileiras do setor têxtil e


plástico mudaram-se para o vizinho Paraguai a fim de escapar dos altos
impostos brasileiros.
Desta maneira, a popularidade da presidente Dilma caía, na mesma proporção
que ela não era capaz de articular alianças entre seu partido e seus aliados.
Segue-se, então, o processo que culmina com o impeachment da presidente.

Vem a pandemia:
O Brasil, muitos países da Europa, como Espanha, Portugal e Grécia, dentre
outros países ao redor do mundo, vinham se recuperando a passos lentos, mas
estavam crescendo, quando a pandemia de COVID-19 chega no início de 2020
pegando a todos de surpresa. Resultado: o mundo entra num abismo
econômico e de incertezas.
Muitas consequências e mudanças globais e econômicas causadas pela
pandemia já foram explicadas nos Guias de Atualidades 2020 e 2021, de modo
que não serão mais explanados neste novo Guia de Atualidades 2022.

Em suma, o que de fato aconteceu de 2020 para cá foi a quebra de inúmeras


empresas, que foram obrigadas a permanecerem fechadas durante mais de 3
meses durante a fase inicial e mais aguda da doença, o aumento do desemprego
após ondas de demissões e falências, a recessão econômica e o aumento da
inflação causada pela oferta adicional de dinheiro em forma de auxílio dada pelos
governos ao redor do mundo.
Na Argentina, a carne aumentou em média 78% somente em 2021, houve
congelamento de preços por parte do governo, o que só causou escassez e mais
aumento de preços. No Brasil, a inflação atingiu o setor de alimentos e da
construção civil, principalmente.
O único país que registrou crescimento no PIB em 2020 foi a China (cerca
de 0,2%).
Veio o início da vacinação em 2021 e aos poucos a situação foi se estabilizando
em termos de crescimento, não em termos de estabilidade de preços (houve
aumento na energia, nas contas de água, no preço dos combustíveis e dos
alimentos). O Brasil registrou crescimento em 2021, tendo um aumento no PIB
em cerca de 4,6%, segundo o IBGE.

Guerra da Ucrânia:
A expectativa para 2022 estava bastante animadora em relação aos últimos 2
anos. Grande parte da população mundial, principalmente a dos países mais
desenvolvidos já estavam completamente vacinadas, os casos de COVID-19 já
haviam diminuído, bem como a gravidade da doença, quando em fevereiro o
Presidente da Rússia Vladmir Putin ordena às tropas Russas que invadam a
Ucrânia.
Pedimos que o leitor retorne mais acima neste Guia para reler a matéria intitulada
“Impactos da Guerra da Ucrânia sobre o Brasil” para rever as consequências
presentes e futuras desse evento militar na economia e crescimento do Brasil.

A maioria dos países do mundo também sofrerão economicamente devido a esta


guerra, e a causa principal é o desabastecimento de produtos estratégicos,
como o petróleo, a produção de alimentos também poderá ser prejudicada pela
falta de fertilizantes que vêm daquela região, dentre outros, causando inflação
devido à demanda alta e oferta baixa.

OMC e o Foro Econômico de Davos, na Suíça:

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização criada com o


objetivo de supervisionar e liberalizar o comércio internacional. A OMC surgiu
oficialmente em 1 de janeiro de 1995, com o Acordo de Marraquexe, em
substituição ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que começara em
1947.
A organização lida com a regulamentação do comércio entre os seus países-
membros; fornece uma estrutura para negociação e formalização de acordos
comerciais e um processo de resolução de conflitos que visa reforçar a adesão
dos participantes aos acordos da OMC, que são assinados pelos representantes
dos governos dos Estados-membros e ratificados pelos parlamentos nacionais.
A maior parte das questões em que a OMC se concentra são provenientes de
negociações comerciais anteriores, especialmente a partir da Rodada
Uruguai (1986-1994). A rodada de negociações atualmente em curso - a primeira
da OMC (as anteriores eram rodadas do GATT) - é a Rodada Doha.
O Fórum Econômico Mundial ou FEM é uma organização sem fins lucrativos
baseada em Genebra é mais conhecido por suas reuniões anuais em Davos,
Suíça, nas quais reúne os principais líderes empresariais e políticos, assim como
intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes
enfrentadas mundialmente, incluindo saúde e meio-ambiente.

O Fórum Econômico de 2022:


A próxima edição do Fórum Econômico Mundial, programada inicialmente para
o período de 17 a 21 de janeiro de 2022, em Davos, na Suíça, foi adiada em
razão da variante Ômicron.

A edição de 2021 do Fórum Econômico Mundial foi cancelada em virtude


da pandemia de covid-19.

Segundo o comunicado que informou o adiamento, a data será remarcada para


o período do verão que, no Hemisfério Norte, compreende os meses de junho,
julho e agosto.
Globalização:

A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para


descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no
mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as
diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada
pelos sistemas de comunicação e transporte.

Mas o que é globalização exatamente?

O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais


diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História
que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos dizer
que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade das
relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão
entre as diferentes partes do globo terrestre.

Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma
ocasião ou acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a
principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante
evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é
cada vez maior ao longo do tempo.

Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes partes


do planeta até existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente que a dos
dias atuais, que, por sua vez, poderá ser considerada menos eficiente em
comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão nas próximas
décadas. Podemos dizer, então, que o mundo encontra-se cada dia mais
globalizado.

O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte, responsável pelo


avanço e consolidação da globalização atual, propiciou uma integração que
aconteceu de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia global”. O termo
“aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas as coisas estão próximas
umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mundial no meio
técnico-informacional tornou o planeta metaforicamente menor.
A origem da Globalização

Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de globalização.


O termo em si só veio a ser elaborado a partir da década de 1980, tendo uma
maior difusão após a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. No
entanto, são muitos os autores que defendem que a globalização tenha se
iniciado a partir da expansão marítimo-comercial europeia, no final do século XV
e início do século XVI, momento no qual o sistema capitalista iniciou sua
expansão pelo mundo.

De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente apresentando


evoluções, recebendo incrementos substanciais com as transformações
tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções industriais. Nesse caso, cabe
um destaque especial para a última delas, também chamada de Revolução
Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e
que ainda se encontra em fase de ocorrência. Nesse processo, intensificaram-
se os avanços técnicos no contexto dos sistemas de informação, com destaque
para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet, além de uma maior
evolução nos meios de transporte.

Portanto, a título de síntese, podemos considerar que, se a globalização iniciou-


se há cerca de cinco séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma mais
elaborada e desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, a partir da segunda
metade do século XX em diante.

Características da globalização / aspectos positivos e negativos

Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais


diversos campos que sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço
geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a
economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos
Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no
Brasil, temos a evidência de como as sociedades integram suas culturas,
influenciando-se mutuamente.

Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos


da globalização, embora existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne
desse debate. De toda forma, considera-se que o principal entre os problemas
da globalização é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em
que o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de
uma minoria, o que atrela a questão às contradições do capitalismo.

Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de


comunicação entre os diferentes territórios, em que culturas, valores morais,
princípios educacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma ideologia
dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemonia
em que os principais centros de poder exercem um controle ou uma maior
influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas, obliterando,
assim, suas matrizes tradicionais.

Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços


proporcionados pela evolução dos meios tecnológicos, bem como a maior
difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para uma doença grave
é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto
social e econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros pontos
considerados vantajosos da globalização é a maior difusão comercial e também
de investimentos, entre diversos outros fatores.

É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da


globalização depende da abordagem realizada e também, de certa forma, da
ideologia empregada em sua análise. Não é objetivo, portanto, deste texto entrar
no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico ou prejudicial para
a sociedade e para o planeta.

Efeitos da Globalização

Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da


globalização no mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a
configuração do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas de
transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais
especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais
preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes
pontos.

Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas


multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais.
Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente, expandem
suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior
mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e
de angariar um menor custo com mão de obra e matérias-primas. O processo de
expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou no avanço da
industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e
emergentes, incluindo o Brasil.

Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos


acordos regionais ou dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser
inicialmente considerada como um entrave à globalização, pois acordos
regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental
no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e
também propiciar ações conjunturais em grupos.

Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na


expansão e consolidação do sistema capitalista, além de permitir sua rápida
transformação. Assim, com a maior integração mundial, o sistema liberal – ou
neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas
econômicas nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar
uma mínima intervenção na economia.

A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontáveis aspectos e


características. Sua manifestação não pode ser considerada linear, de forma a
ser mais ou menos intensa a depender da região onde ela se estabelece,
ganhando novos contornos e características. Podemos dizer, assim, que o
mundo vive uma ampla e caótica inter-relação entre o local e o global.

A nova crise da globalização:


A crise no livre comércio, a perda de postos de trabalho nos países
desenvolvidos causados pela crise e pelo avanço da tecnologia e a manutenção
da desigualdade social levaram o mundo a levantar uma série de
questionamentos acerca da globalização.

Prova disso foram a eleição do ultradireitista Donald Trump à Casa Branca e a


saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). Trump galgou sua campanha
em alguns atos nacionalistas, como o endurecimento da política de comércio
exterior, a expulsão de imigrantes árabes e latino-americanos dos Estados
Unidos e a construção de um muro na fronteira com o México.
Movimentos nacionalistas e manifestações xenófobas crescem nos países
desenvolvidos como resposta à crise econômica e ao aumento da imigração
causada pelo terrorismo e pela crise social vivenciada por alguns países. O fato
é que a questão do livre trânsito de pessoas pelo mundo sempre foi um aspecto
frágil da globalização.
A resposta de muitos governos a problemas como esses são a implantação de
políticas nacionalistas, baseadas na exploração do sentimento de identidade
nacional para se posicionar na disputa global com outros países. Nesse contexto,
partidos de extrema direita podem ganhar força em eleições futuras mundo afora.
A plataforma desses partidos privilegia a soberania sobre a economia e as
fronteiras e um discurso anti-imigratório.

Causas da crise:
✓ Crise econômica;
✓ Redução de empregos, causados pela fragilidade econômica e pelo
avanço tecnológico;
✓ Movimentos migratórios causados pela crise econômica ou pelo
terrorismo;
✓ Aumento da pobreza e disparidade entre os que têm mais e os que têm
menos;
✓ Governos corruptos;
✓ Financiamentos não honrados;
✓ Conflitos bélicos.
Capítulo 5:
Questões Sociais.

Crise migratória da Europa causada pela Guerra da Ucrânia:

Refugiados da Ucrânia encontram dificuldade para saírem de Mariupol.

Mais de 2,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia por causa da invasão


russa. O dado contabiliza pessoas que saíram do país desde 24 de fevereiro,
quando o conflito bélico começou, até o final de março. Os dados são da Acnur
(Agência da ONU para Refugiados), que estima que o total de refugiados deve
chegar a 4 milhões. A agência da ONU fala na maior crise de refugiados da
Europa no século 21.

Segundo a Acnur, os ataques a áreas civis danificaram a infraestrutura e fizeram


com que as pessoas tivessem que fugir da violência. Além disso, mortes de civis
também estão sendo registradas. Segundo a ONU (Organização das Nações
Unidas), ao menos 364 civis morreram na Ucrânia. Autoridades ucranianas falam
em até 2.000 civis mortos.

Os refugiados incluem ucranianos e pessoas de outras nacionalidades que


viviam na Ucrânia no momento em que a guerra começou. A Acnur pede que os
governos continuem a recebê-los independentemente do país de origem.
Ucrânia: um país destruído
O Prefeito da cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, Vadim
Boichenko, afirmou nesta segunda-feira (4 de abril) que 90% da cidade atacada
pelas tropas russas está destruída e 40% de suas infraestruturas são
"irrecuperáveis".

Essa é apenas uma das muitas cidades bombardeadas pelo exército Russo que
está com sua infraestrutura comprometida. Estima-se no momento que seja
necessário mais de 100 bilhões (R$) para a recuperação das cidades atingidas.

O presidente Volodymyr Zelensky realizou um pronunciamento nesta quinta-


feira, 10 de março, e informou que o governo ucraniano irá lançar um
programa estatal de reconstrução das cidades bombardeadas pelo
Exército da Rússia. O mandatário utilizou o município de Kharkiv como exemplo
que, nas palavras do chefe do Executivo, “agora está passando pelo pior
sofrimento desde a Segunda Guerra Mundial”, e precisará ser reerguida. “Depois
da guerra, depois da nossa vitória, vamos reconstruir tudo o que foi destruído,
um programa estadual especial de reconstrução será criado para cada cidade
afetada”, disse Zelensky.

A destruição de escolas e hospitais, principalmente, trará uma degradação social


muito grande ao país ucraniano, sem falar no risco de o país mergulhar em uma
guerra civil após o fim do conflito, o que geraria uma degradação ainda maior do
estado de bem-estar social no país.

IDH e a situação brasileira em 2021:

Medido anualmente, o IDH vai de 0 a 1 – quanto maior, mais desenvolvido o país


– e tem como base indicadores de saúde, educação e renda. Neste ano (2021),
o Brasil alcançou o IDH de 0,765, com uma pequena melhora de 0,004 em
relação ao ano passado.
De acordo com relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para
Desenvolvimento (Pnud), da Organização das Nações Unidas, o Brasil perdeu
cinco posições no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) e passou do 79º para o 84º lugar entre 189 países, se compararmos 2020
com 2021

Os países que lideram o ranking

Os três países que lideram o ranking de Desenvolvimento Humano são


europeus: em primeiro lugar a Noruega, com Irlanda e Suíça empatadas em
segundo.

Veja abaixo a lista dos 17 países com os melhores índices em 2021:

• Noruega (1) – 0,957

• Suíça (2) – 0,955

• Irlanda (2) – 0,955

• Hong Kong (território semiautônomo da China) (4) – 0,949

• Islândia (4) – 0,949

• Alemanha (6) – 0,947

• Suécia (7) – 0,945

• Austrália (8) – 0,944

• Holanda (8) – 0,944

• Dinamarca (10) – 0,940

• Singapura (11) – 0,938


• Finlândia (11) – 0,938

• Reino Unido (13) – 0,932

• Nova Zelândia (14) – 0,931

• Bélgica (14) – 0,931

• Canadá (16) – 0,929

• EUA (17) – 0,926

• Brasil (84) – 0,765

• China (85) – 0,761

Candidaturas negras enfrentam barreiras para reduzir desigualdade nas


eleições:

Novas regras definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelecem


que, a partir das eleições deste ano, é obrigatória a distribuição
proporcional dos recursos eleitorais, incluindo verba e tempo de
propaganda, entre candidatos brancos e negros. Mas os avanços na busca
por maior representatividade no processo eleitoral ainda esbarram em uma
série de dificuldades.
Apesar de pretos ou pardos representarem cerca de 56% da população
brasileira, apenas 44% dos vereadores, 32% dos prefeitos, 26% dos
governadores e 23% dos deputados e senadores no país são negros.

Participação de mulheres no mercado de trabalho é 20% inferior à dos


homens:

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação


Getúlio Vargas (FGV-IBRE) apontou que, desde 2012, a taxa de
desemprego das mulheres é superior à dos homens.

De acordo com o levantamento, o índice de desempregadas era de 16,45%


em 2021, o equivalente a mais de 7,5 milhões de mulheres. No total, o
índice médio anual de desemprego na economia foi de 13,20% em 2021,
de acordo com o levantamento.

O estudo foi feito com base em análise de dados da PNAD de 2021, do


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV,
entre os anos de 2014 e 2019, a taxa de participação feminina no
mercado de trabalho cresceu continuamente e atingiu 54,34% em 2019.
Em 2020, com a pandemia, o índice recuou para 49,45% e ficou inferior ao
início da série histórica, em 2012, que registrou 51,58%. Em 2021, houve
uma leve melhora para 51,56%. Os números são, ao menos, 20% inferiores
aos dos homens.

Em 2012, eles tinham 74,51% de participação. Em 2020, esse índice era


de 69,78% e aumentou para 71,64% em 2021.

O estudo mostra que a taxa de desemprego por nível educacional é ainda


mais alarmante. Em 2012, para as mulheres que tem o ensino médio
completo, o número era de 10,97% e, dos homens, 6,34%. Em 2021, esse
número saltou para 19,04% e 11,63%, respectivamente.

A pesquisa também fez um ranking das profissões que têm salários mais
altos e a porcentagem de homens e mulheres inseridos em cada uma delas.
As mulheres se destacam apenas no primeiro lugar no ranking.

Entre os médicos, elas representam 51,1% e o salário médio é de R$


16.341. Em segundo lugar, vêm os diretores e gerentes gerais. Apenas
23% são mulheres. A média de salário é de R$ 15.968.

Entre os oficiais das Forças Armadas, terceiro lugar no ranking, apenas


18,3% são do sexo feminino. A média de salário é de R$ 12.657. Entre os
técnicos e controladores da navegação marítima e aeronáutica, décimo
lugar no ranking, apenas 1,2% são mulheres. O salário médio é de R$ 9
mil.

Tendência é que desigualdade entre países pobres e ricos aumente, diz


Economista:

O primeiro relatório do Banco Mundial deste ano projetou uma recuperação


econômica menor para os próximos dois anos. O economista Leonardo
Trevisan avalia que o declínio será “muito mais grave nos países
pobres.”

“Serão duas velocidades, a recuperação econômica dos ricos, que


será boa, e dos pobres, que será deficiente”, afirmou o professor da
ESPM, em entrevista à CNN Rádio.

Em 2021, ele explica, o mundo cresceu, em termos médios, 5,5%. Para


2022, a tendência é de que o número caia para 4,1%, enquanto em 2023
deve ser de 3,2%.

“Com certeza a desigualdade vai aumentar, o grande efeito da pandemia


foi acelerar e aumentar as duas velocidades, de pobres e ri cos, alguns
motivos aceleraram essa desigualdade, e o processo de vacinação
desigual no mundo é um deles”, avaliou.

Da mesma forma, Trevisan lembra que os países ricos também estão


enfrentando problemas de inflação e crescimento.

O economista ressaltou que o auxílio emergencial foi necessário em todo


o mundo, devido à pandemia e interrupção do setor de serviços.

“Isso implicou aumento de preços, já que a demanda por produtos


aumentou, e também houve desorganização da cadeia global de
produção.”

90 anos de voto feminino no Brasil:

O dia 24 de fevereiro de 1932 foi bastante comemorado no Rio Grande do


Norte. Não de maneira apoteótica, como o carnaval de rua sugere ou a Festa
de São João induz, mas sim de forma contida: com pequenas reuniões em
jardins, regadas a chás e quitutes.

As celebrações marcavam a sanção do primeiro Código Eleitoral (Decreto nº


21.076), que garantiu oficialmente às mulheres acima de 21 anos os
direitos de votar e serem votadas no Brasil. A conquista foi celebrada em
todo o país, mas como o estado nordestino foi pioneiro na conquista o chá
estava mais doce por lá.

Tanto a primeira eleitora brasileira (a professora Celina Guimarães votou pela


primeira em 1927), como a primeira política eleita (a prefeita de Lajes, Alzira
Soriano, que assumiu o cargo em 1929) são naturais do Rio Grande do Norte.

Também pudera: Celina e Alzira entraram para a história graças à Lei Estadual
nº 660, de 25 de outubro de 1927, que tornava o Rio Grande do Norte o primeiro
estado a estabelecer a não distinção de sexo para o exercício do voto.
As potiguares estamparam jornais do mundo todo por serem pioneiras no Brasil
e estarem entre as pioneiras da América Latina. Até hoje a presença das
mulheres na política brasileira ganha espaço na mídia internacional, mas, 90
anos depois, os destaques são bastante diferentes.

Os índices ruins do Brasil:

De acordo com dados do Inter-Parliamentary Union, organização que reúne os


parlamentos dos países ligados à ONU, o Brasil está na 142ª posição no
ranking de participação de mulheres no congresso nacional. De todas as
Américas (38 países e 18 dependências), o Brasil supera apenas o Paraguai
(144ª), Bahamas (151ª) e Belize (154ª).

Trocando em miúdos, o Brasil perde para países economicamente mais pobres


(como Honduras, Colômbia e Equador, segundo índice do Banco Central), com
índices educacionais mais baixos (como Argentina e Peru, segundo o PISA) e
até para uma democracia mais fragilizada, como é o caso da Venezuela.

Dados do Atenea, estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a ONU Mulheres, divulgados em
2020, ilustram a fala da professora.

Além de considerar a presença de mulheres na cena política, o levantamento


analisou oito tópicos como “grau de participação das mulheres no sufrágio”,
“existência de estruturas voltadas à igualdade de gênero nos partidos e sua
atuação como instância decisória” e “poder legislativo” em 11 países da
América Latina.

A métrica utilizada foi o Índice de Paridade Política (IPP) que conta com uma
escala de 0 a 100 pontos. A maior nota dada para o Brasil foi 80 no quesito
“exercício do direito ao sufrágio”, e a menor nota foi 13,3 pontos no item “cotas
e paridades”. O Brasil amarga a nona posição.

A chance de escrever o futuro:

Enquanto aqui a discussão de cotas e a representação mínima de mulheres na


política engatinha, no Chile o tema ensaia dar saltos.

Em outubro do ano passado, 78% dos chilenos foram às urnas votar “sim” no
plebiscito que perguntava sobre a necessidade de uma nova Constituição que
substituiria a Carta Constitucional escrita por militares em 1980 durante a
ditadura de Augusto Pinochet.

Dentre as mudanças propostas, estavam também alterações no processo de


escrita. A convenção, caso o “sim” ganhasse, teria de assegurar paridade de
gênero dentre as 155 pessoas eleitas pela sociedade para redigir o documento.

A pessoa eleita para presidir a convenção foi a líder mapuche Elisa Loncon,
seguida pelo ex-deputado Harry Jürgensen e, em terceiro, Patricia Politzer.
Embora o Chile tenha passado por uma efervescência social e política nos
últimos anos, a ativista defende que ainda há muitos outros campos na política
que precisam de paridade de gênero. Atualmente, dos 155 deputados, apenas
35 são mulheres. No Senado, as mulheres ocupam somente dez das 43
cadeiras.

Inflação em janeiro afetou principalmente os mais pobres, aponta IPEA:

A inflação desacelerou em janeiro, de forma sutil, para todas as classes


econômicas no Brasil, segundo os dados divulgados pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

No entanto, de acordo com o estudo, o indicador ainda afeta


principalmente os mais pobres do país.

A população com poder aquisitivo “muito baixo”, grupo que tem a renda
familiar mensal menor que R$ 1.808,79, apresentou a maior taxa
inflacionária em janeiro, com o índice marcando 0,63%. No mês anterior, o
indicador era de 0,74%.

No compilado dos últimos 12 meses, a inflação para essas famílias registra


um acumulado de 10,5%.

O estudo mostra que os alimentos são os maiores responsáveis pela


dificuldade financeira entre os mais pobres do país. A pesquisa destaca os
preços da batata e da carne bovina, que registraram alta de 11,7% e 1,3%,
respectivamente, como os maiores vilões para esses consumidores.
As frutas também apresentaram um aumento nos custos no último mês.

“Os expressivos aumentos dos produtos in natura – cenoura (27,6%),


laranja (14,9%), banana (11,7%) e batata (9,7%) –, além das carnes (1,3%),
do café (4,8%) e do óleo de soja (1,4%), fizeram com que a alta do grupo
de alimentos e bebidas fosse responsável por quase metade da inflação
apurada nesse segmento de renda, em janeiro”, aponta o Ipea.

Com menor intensidade, o setor de habitação, que engloba itens como


higiene pessoal e eletrodomésticos, também impactou a população de
renda “muito baixa” em janeiro, segundo o Ipea. O segmento registrou um
reajuste de 2,4% para o período.

Entre os produtos desse setor que mais afetam o grupo, aparece o botijão
de gás, que registra uma alta no preço de quase 50% em dois anos.

Em contrapartida, a população com maior poder financeiro no Brasil teve


um alívio da inflação no mês passado, após um tombo no índice, segundo
o Ipea.

O Indicador Ipea de Inflação mostra que a população de renda “alta” foi de


0,34% em janeiro, quando comparado com dezembro de 2021. Em
dezembro, a inflação sentida pelo grupo era de 0,82%. A variação
acumulada nos últimos 12 meses para esses consumidores foi de 9,6%.

Os bons resultados para as famílias de renda “alta”, que recebem


mensalmente mais de R$ 9 mil, estão ligados ao arrefecimento da inflação
na energia, em função da melhora no cenário hídrico, do transporte por
aplicativo e nas passagens aéreas, por conta do barateamento da gasolina.

Brasil teve o Natal mais desigual dos últimos 14 anos, apontou FGV:
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia apontou que o
Natal de 2021 foi mais desigual da série histórica, iniciada em 2007.

Essa desigualdade refere-se à diferença do poder de compra entre as


famílias de menor e maior poder aquisitivo. A diferença de intenção de
compra dos que ganham até R$ 4,8 mil e os que têm rendimentos acima
desse valor chegou a 44,4 pontos, a maior dos últimos 14 anos.

Em outro parâmetro analisado pela pesquisa, a FGV constatou que, apesar


da maior diferença entre os dois públicos, o consumo para o Natal de 2021
foi melhor que o de 2020. No entanto, as compras para o período estão em
patamares inferiores aos registrados nos últimos três anos pré -pandemia.

O Natal de 2021 registrou a quarta menor intenção de compra dos últimos


14 anos, mesmo subindo de 40,7 em 2020, o pior da série, para 60,1. Na
outra ponta, o melhor resultado foi aferido em 2011: 81,5 pontos.
Coordenadora das Sondagens do FGV IBRE, Viviane Seda, explica a s
razões do aumento da desigualdade em um ano em que houve crescimento
da intenção de compras de presentes.

Porém, em 2021, houve uma melhora das condições para as famílias


de maior poder aquisitivo, enquanto as famílias de baixa renda tiveram
uma piora. Isso faz com que haja essa desigualdade observada agora. A
queda também reflete nos indicadores de confiança dos mais pobres.
Essas famílias estão muito mais endividadas, retomando os níveis de 2014,
e, portanto, sem poder de compra”, explicou a coordenadora.

Segundo a FGV, o indicador de 2021 foi puxado pelo crescimento da


proporção de consumidores que pretendem aumentar o gasto com
presentes. A projeção saltou de 5,5% em 2020 para 15,4%, este ano. Além
disso, o preço médio das lembranças passou de R$ 104 para R$ 106, o
que foi considerado pela pesquisa como um movimento de estabilidade.

A maior variação da intenção de aumento de gastos com presentes foi


observada entre os consumidores com renda de R$ 2,1 mil a R$ 4,8 mil,
cujo preço médio subiu de R$ 70 (2020) para R$ 85 (2021). Já o valor médio
dos presentes comprados pelos consumidores de renda mais baixa passou
de R$ 61 em 2020 para R$ 59 esse ano.
Capítulo 6:
Saúde.

Zika Vírus pode estar a um passo de novo surto global:

Um novo surto de vírus zika é bem possível, alertam os pesquisadores, e


uma única mutação poderia ser suficiente para desencadear uma
disseminação explosiva.

A doença causou uma emergência médica global em 2016, com milhares de


bebês nascidos com danos cerebrais depois que suas mães foram infectadas
durante a gravidez.

Cientistas americanos dizem que o mundo deveria estar atento a novas


mutações.

O trabalho de laboratório, descrito no periódico científico Cell Reports, aponta


que o vírus pode mudar facilmente, criando novas variantes.

Estudos recentes de infecção indicam que essas variantes podem ser eficazes
na transmissão do vírus, mesmo em países que acumularam imunidade de
surtos anteriores de zika, diz a equipe do Instituto La Jolla de Imunologia.

Especialistas disseram que as descobertas, embora teóricas, são interessantes


- e um lembrete de que outros vírus além do causador da covid podem
representar uma ameaça.

Vírus mudando de forma:


O zika é transmitido por picadas de mosquitos Aedes infectados. Os insetos são
encontrados em todas as Américas - exceto no Canadá e no Chile, onde é muito
frio para eles sobreviverem - e em toda a Ásia.

Embora para a maioria das pessoas o zika seja uma doença leve, sem efeitos
duradouros, pode ter consequências catastróficas para bebês que ainda estão
no útero.

Se uma mãe contrair o vírus durante a gravidez, pode prejudicar o feto em


desenvolvimento, causando microcefalia e danos ao tecido cerebral.

O vírus zika:

• Embora o vírus seja transmitido principalmente por mosquitos, também


pode ser transmitido sexualmente;
• Poucas pessoas morrem de zika e acredita-se que apenas uma em cada
cinco pessoas infectadas desenvolva sintomas. Estes podem incluir febre,
erupção cutânea e dor nas articulações;
• Como não há tratamento, a única opção é reduzir o risco de ser picado
pelo inseto;
• Cientistas começaram a trabalhar em uma vacina contra o zika para
ajudar a proteger mulheres grávidas.

Os pesquisadores recriaram o que acontece quando o zika passa entre


mosquitos e humanos, usando células e camundongos vivos em seus
experimentos. Quando o zika passou entre células de mosquito e camundongos
em laboratório, ocorreram pequenas mudanças genéticas.

Isso significa que foi relativamente fácil para o zika sofrer mutações de uma
maneira que permitia que o vírus prosperasse e se espalhasse, mesmo em
animais que tinham alguma imunidade anterior de uma infecção transmitida pelo
mesmo mosquito: a dengue.

Chances de viver até os 90 anos varia entre diferentes sexos e tamanhos


de corpo:

Viver até pelo menos 90 anos pode depender do tamanho do seu corpo
— altura e peso — bem como do seu nível de atividade física, e parece
influenciar a expectativa de vida de uma mulher mais do que a de um
homem. As descobertas são de um estudo publicado no periódico britânico
Journal of Epidemiology & Community Health.

A pesquisa descobriu que as mulheres que viviam até os 90 anos eram, em


média, mais altas e engordavam menos desde os 20 anos, em comparação
com as mulheres que eram mais baixas e mais pesadas. A mesma associação
não foi observada para os homens. No entanto, os homens tiveram mais
benefícios da atividade física do que as mulheres.
Embora o estudo seja observacional e não possa estabelecer a causa, os
resultados “fornecem dicas interessantes de que a saúde de homens e
mulheres pode responder de maneira diferente ao IMC, altura e exercício”,
disse o epidemiologista David Carslake, pesquisador associado sênior da
Universidade de Bristol, no Reino Unido, que não participou do estudo.

O IMC, que significa Índice de Massa Corporal, é uma medida da gordura


corporal com base no cálculo da altura e do peso.

Um estudo de décadas:

Em 1986, pesquisadores perguntaram a mais de 7.000 homens e mulheres da


Holanda, que tinham entre 55 e 69 anos, sobre sua altura, peso atual e quanto
pesavam aos 20 anos. Ambos os sexos também falaram aos pesquisadores
sobre sua atividade física, que incluía passear com cães, jardinagem, melhorias
na casa, caminhar ou andar de bicicleta para o trabalho e esportes.

Os homens e mulheres foram então classificados em cotas de atividades


diárias: menos de 30 minutos, 30 a 60 minutos e 90 minutos ou mais.

Os grupos foram acompanhados até morrerem ou atingirem a idade de 90


anos; dos 7.807 participantes, 433 homens e 994 mulheres viveram até essa
idade. Questões que poderiam afetar a longevidade, como tabagismo e nível
de uso de álcool, também foram levadas em consideração.

Homens e mulheres no estudo tiveram resultados muito diferentes quando se


tratava do impacto do tamanho do corpo e do exercício.

As mulheres que pesavam menos aos 20 anos e engordavam menos à medida


que envelheciam eram mais propensas a viver mais do que as mulheres mais
pesadas. A altura desempenhou um fator importante: o estudo descobriu que
mulheres com mais de 1,50m de altura tinham 31% mais chances de viver até
os 90 anos do que mulheres com menos de 1,70m.

No entanto, nem a altura e nem o peso pareciam influenciar se os homens


atingiram os 90 anos, mas o nível de atividade física sim.

Homens que passaram 90 minutos por dia ou mais sendo ativos tiveram 39%
mais chances de viver até 90 do que homens que foram fisicamente ativos por
menos de 30 minutos. Além disso, para cada 30 minutos por dia que os homens
eram ativos, eles tinham 5% mais chances de atingir essa idade.

Já as mulheres que eram fisicamente ativas por mais de 60 minutos por dia
eram apenas 21% mais propensas a viver até 90 do que aquelas que faziam
30 minutos ou menos. De fato, o estudo descobriu que o nível ideal de atividade
para as mulheres era de 60 minutos por dia.

Diminuição da expectativa de vida:


A expectativa média de vida vem aumentando na maior parte do mundo, mas
estudos recentes mostram uma desaceleração dessa tendência em alguns
países desenvolvidos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a expectativa de vida vem diminuindo nos
últimos anos. As overdoses de drogas e os suicídios são os culpados pelo
declínio mais recente, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de
Doenças, mas as principais causas de morte permanecem as mesmas.

O ganho de peso e a falta de exercício afetam todas as três principais causas


de morte dos norte-americanos: doenças cardíacas, câncer e derrame.

“Agora está muito claro que o excesso de peso, obesidade e estilos de vida
sedentários são prejudiciais à saúde”, disse Carslake. “Estudos como este, que
examinam a forma das associações e perguntam se elas são as mesmas em
diferentes grupos serão cada vez mais importantes” concluiu o pesquisador
britânico.

Cientistas criam dieta da saúde planetária que pode salvar vidas e o


planeta:

Uma equipe internacional de cientistas desenvolveu uma dieta que, segundo


eles, pode melhorar a saúde e garantir a produção sustentável de alimentos
para reduzir ainda mais os danos ao planeta.

A “dieta de saúde planetária” baseia-se em cortar o consumo de carne


vermelha e açúcar pela metade e aumentar a ingestão de frutas, legumes
e nozes.

O relatório do estudo, publicado na revista científica The Lancet, mostra que o


regime pode prevenir até 11,6 milhões de mortes prematuras sem prejudicar o
planeta.
Os autores alertam que é necessária uma mudança global na dieta e na
produção de alimentos, já que 3 bilhões de pessoas em todo o mundo estão
desnutridas — o que inclui aqueles que estão sub e supernutridos — enquanto
a produção de alimentos está ultrapassando as metas ambientais, causando
mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição.

A população mundial deverá atingir 10 bilhões de pessoas em 2050, e o


crescimento, somado a nossa dieta atual e hábitos de produção de alimentos,
“exacerbarão os riscos para as pessoas e o planeta”, dizem os autores.

“Os riscos são muito altos”, avalia o Dr. Richard Horton, editor-chefe do The
Lancet, sobre as descobertas do relatório, observando que um bilhão de
pessoas vivem com fome e outras duas bilhões comem muito dos alimentos
errados.

O relatório sugere cinco estratégias para garantir que as pessoas possam


mudar suas dietas e não prejudicar o planeta ao fazê-lo: incentivar as pessoas
a comer de forma mais saudável, mudar a produção global para culturas
variadas, intensificar a agricultura de forma sustentável, regras mais rígidas
sobre as políticas dos oceanos e terras e reduzir desperdício de comida.

A “dieta da saúde planetária”

Para possibilitar uma população global saudável, a equipe de cientistas criou


uma dieta de referência global, que eles chamam de “dieta de saúde
planetária”, que é um plano alimentar diário ideal para pessoas com mais de
dois anos, que eles acreditam que ajudará a reduzir doenças crônicas como
doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral e diabetes, bem como a
degradação ambiental.

A dieta divide a ingestão diária ideal de grãos integrais, vegetais ricos em


amido, frutas, laticínios, proteínas, gorduras e açúcares, representando uma
ingestão diária total de 2.500 calorias.

Eles reconhecem a dificuldade da tarefa, que exigirá mudanças “substanciais”


na dieta em nível global, necessitando que o consumo de alimentos como carne
vermelha e açúcar diminua em mais de 50%. Por sua vez, o consumo de nozes,
frutas, verduras e legumes deve aumentar mais de duas vezes, diz o relatório.

As diferenças regionais também são importantes. Por exemplo, os países da


América do Norte comem quase 6,5 vezes a quantidade recomendada de
carne vermelha, enquanto os países do sul da Ásia comem 1,5 vezes a
quantidade necessária de vegetais ricos em amido.

Se a nova dieta fosse adotada globalmente, 10,9 a 11,6 milhões de mortes


prematuras poderiam ser evitadas todos os anos — o que equivale de 19% a
23,6% das mortes de adultos. A redução do sódio e o aumento de grãos
integrais, nozes, vegetais e frutas foram os que mais contribuíram para a
prevenção de mortes, segundo um dos modelos do relatório.
Fazendo acontecer:

Alguns cientistas são céticos quanto à possibilidade de mudar a população


global para essa dieta.

A dieta recomendada “é um choque”, em termos de quão viável é e como deve


ser implementada, disse Alan Dangour, professor de alimentação e nutrição
para a saúde global da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

O que “imediatamente torna a implementação bastante difícil” é o fato de que


departamentos intergovernamentais precisam trabalhar juntos, disse ele.
Dangour não estava envolvido na produção do relatório.

No nível atual de produção de alimentos, a “dieta da saúde planetária” não é


alcançável, disse Modi Mwatsama, líder científico sênior de sistemas
alimentares, nutrição e saúde do Instituto Wellcome Trust.

Alguns países não são capazes de cultivar alimentos suficientes porque


podem, por exemplo, carecer de culturas resistentes, enquanto em outros
países, alimentos não saudáveis são fortemente promovidos, disse ela.

Mwatsama acrescentou que, a menos que haja mudanças estruturais, como


subsídios que se afastem da produção de carne e mudanças ambientais, além
de limites de quanto fertilizante pode ser usado, “não veremos as pessoas
atingindo essa meta”.

Brasil ocupa penúltima posição no ranking de gastos públicos e saúde,


diz IBGE:

Os gastos do governo com a saúde no Brasil, em comparação ao percentual


do Produto Interno Bruto (PIB), correspondem à metade da média dos países
integrantes da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento
Econômico (OCDE), analisados pelo IBGE. A Conta-Satélite de Saúde,
pesquisa divulgada pelo órgão, mostra que, dos 13 países analisados, o
Brasil ocupa a penúltima posição, atrás apenas do México.

Segundo o IBGE, as despesas do governo brasileiro com saúde em 2019


corresponderam a 3,8% do PIB do mesmo ano. A média dos países da OCDE
é de 6,5%. A Alemanha é a que mais teve gastos na área, tendo despendido
9,9% de seu PIB para o setor no ano da pesquisa. Depois, aparecem França e
Japão (9,3%), Reino Unido (8%), Canadá (7,6%), Suíça (7,5%), Austrália
(6,5%), Colômbia (6%), Portugal (5,8%), Chile (5,7%) e Grécia (4,7%). Por
último, estão o Brasil (3,8%) e o México (2,7%).

Em contrapartida, ao comparar as despesas com a saúde das famílias (em


porcentagem do PIB) a de outros países, o Brasil fica na frente. Enquanto aqui
estes gastos correspondem a 5,8% do PIB, a média dos gastos dos membros
da OCDE foi de 2,3% do Produto Interno Bruto.
A Alemanha, por exemplo, ficou em último lugar na lista dos gastos privados
com a saúde; 1,8% de despesas em relação ao seu PIB.

Em nota, o Ministério da Saúde destaca que a série histórica de 2010 a 2019


apresenta um “comportamento contínuo do gasto público com saúde em
relação ao PIB, e que uma mudança de patamar carece de um ambiente
favorável para ampliação dessa proporção”.

A pasta diz ainda que “embora o dado publicado demonstre que a participação
das despesas de famílias e instituições sem fins lucrativos com saúde no
período é crescente, há fatores que precisam ser ponderados como a
contribuição dos subsídios fiscais do governo para o esquema de
financiamento de planos de saúde contratados pelas famílias”.

Além disso, acrescenta a Saúde, “o espaço fiscal disponível para ampliação do


gasto público com saúde vem sendo utilizado, aumentando de 12,4% da receita
corrente líquida em 2010 e chegando a 13,5% em 2019, após alta de 15,8%
em 2017. A ampliação do financiamento público da saúde para proteção
financeira das famílias continua sendo uma meta do SUS e precisa ser
construída no ambiente do planejamento das políticas públicas”.

Consumo de bens e serviços de saúde no Brasil

Em 2019, as despesas com o consumo final de bens e serviços de saúde no


Brasil foram de R$ 711,4 bilhões. Isso corresponde a 9,6% do PIB do mesmo
ano. Do montante final, R$ 427,8 bilhões (5,8% do PIB) foram despesas de
consumo de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias, e
R$ 283,6 bilhões (3,8% do PIB) foram gastos pelo Governo Federal.

Na análise da despesa per capita em 2019, o custo para as famílias e


instituições sem fins de lucro a serviço das famílias foi de R$ 2.035,60 e o do
governo foi de R$ 1.349,60. Ainda segundo o IBGE, os serviços de saúde
privada corresponderam ao principal gasto das famílias, compreendendo
67,5% do total das despesas de consumo final de saúde. Essas despesas
incluem, majoritariamente, médicos e planos de saúde, além de serviços
hospitalares e ambulatoriais.
Postos de trabalho

Outro dado analisado pelo IBGE foi a participação das atividades relacionadas
à saúde no total de postos de trabalho no Brasil. Na comparação entre 2010 e
2019, houve um crescimento de 2,1 ponto percentual. Enquanto em 2010 os
postos de trabalhos em saúde eram de 5,3% do total das ocupações, em 2019
passou para 5,7%.

Também nesse período foi observado que enquanto houve um crescimento de


pessoal ocupado nas atividades em saúde de 49,2% entre 2010 e 2019, o
aumento das atividades não relacionadas à saúde cresceram apenas 5,7%.
Novamente, a saúde privada apresentou os maiores números, representando
um crescimento em número de ocupações de 62,9%.

Uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes põe colégios em alerta:

O uso de cigarros eletrônicos pelos adolescentes tem colocado colégios


brasileiros em alerta. A preocupação cresceu neste ano, com a retomada das
aulas presenciais. O consumo é comum em ambientes reservados, como nos
banheiros, e há casos até de venda dos dispositivos, que são proibidos no
Brasil, nas escolas.

Colégios privados fazem comunicados aos pais e abordam em aulas os riscos


da substância, vista muitas vezes como inofensiva. O desafio do cerco ao
cigarro eletrônico, no entanto, é grande: como são discretos (alguns se
parecem com pendrives), podem passar despercebidos pelos professores.

Os dispositivos funcionam por meio de uma bateria que esquenta um líquido


interno (uma mistura de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol
e glicerina vegetal). Também chamado de vape ou pod, o dispositivo é tragado
pela boca e cria uma fumaça branca e sem cheiro ou com um cheiro que se
dissipa rapidamente no ar.

Os jovens enviam mensagens de celular uns aos outros para marcar encontros
em áreas mais reservadas das escolas, onde fumam juntos. O uso também
ocorre fora do colégio, na saída da aula ou no intervalo entre os turnos.

Os estudantes fazem ainda vaquinhas para comprar cigarros eletrônicos. Como


são caros – um vape pode custar de R$ 60 a R$ 680 -, o hábito é mais comum
em escolas particulares. Apesar de proibidos no Brasil, cigarros eletrônicos
são facilmente encontrados em tabacarias, lojas de conveniência e redes
sociais. Na escola, são passados de mão em mão ou dentro dos estojos,
contam os estudantes.

Em alguns casos, os jovens já conhecem os riscos da substância, mas usam


como forma de pertencer ao grupo ou como válvula de escape para questões
emocionais. Em outros, se surpreendem com a informação de que pode ser
cancerígeno, viciante e causar danos aos pulmões.
“Moda”

Diretora de um colégio particular na zona sul de São Paulo, Ana Paula de


Oliveira diz que o auditório da escola, formado por alunos do ensino médio e
fundamental, “foi abaixo”, surpreso, durante uma palestra sobre os riscos do
cigarro eletrônico na semana passada. “Eles não entendem que tem nicotina,
o mal que faz para a saúde. Apenas cumprem uma moda”, diz.

O cigarro eletrônico é um problema crônico em outros países, como os Estados


Unidos. No Brasil, ganhou força mais recentemente. “Vai todo o mundo para a
cabine de cadeirante (no banheiro), mais espaçosa, e ficam todos lá”, conta
um adolescente de 17 anos, aluno de uma escola particular em Brasília. Outra
estudante, da rede estadual paulista, de 14 anos, diz ter começado a usar há
um mês, na escola, e compartilha o vape de sabor de uva com três colegas. O
consumo, diz, é para aliviar tensões. “Nunca tive relação boa com minha mãe
e, desde o início da pandemia, só tem piorad”

Autoafirmação:

Outro problema é a dificuldade de identificar o dispositivo. “Pelo fato de (o


cigarro eletrônico) ter a carinha pequena, camuflada, moderna, para passar
batido é muito fácil, a menos que você esteja procurando por ele”, conta Edgar
Crispino, professor de Biologia da Escola Carandá Educação, na zona sul de
São Paulo. Ele afirma ter flagrado um grupo com o vape certa vez na porta do
banheiro e, a partir disso, começou um trabalho de trazer informação para
dentro da sala de aula.

O assunto entrou em pauta, nas perguntas dos próprios estudantes, em aulas


sobre fisiologia e poluição. “Se eles estão usando é por um motivo, precisamos
entender qual é e conversar sobre o assunto. Muitas vezes, usam porque é a
coisa legal do momento, por pressão social”, diz o professor, que também vê
impacto do distanciamento causado pela pandemia na necessidade de
autoafirmação dos adolescentes. “Queremos que procurem ajuda sem se
sentirem acuados ou demonizados, o que pode fazer com que se afastem da
gente e continuem usando”.

Saúde Pública: Pandemia e variante Ômicron

A variante ômicron do vírus SARS-CoV-2 (B.1.1.529) foi detectada na África do


Sul e considerada uma variante de preocupação pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) em 26/11/2021. Desde então, se espalhou pelo mundo: em
meados de janeiro, já era a cepa predominante no planeta, tendo provocado um
aumento no número de casos de Covid-19 por onde passou. No Brasil, ela
causou um recrudescimento na pandemia, interrompendo um movimento de
queda no número de casos e mortes causadas pelo SARS-CoV-2.

De acordo com a Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, na 3ª semana


epidemiológica de 2022 (16 a 22/1) a ômicron já respondia por 99,7% das
amostras positivas sequenciadas no estado de São Paulo.

Entenda seis fatos sobre a variante que preocupa o mundo e o que você pode
fazer para se proteger dela.

1) A ômicron é muito mais transmissível que as outras variantes do


SARS-CoV-2

A ômicron possui mais de 30 mutações na proteína Spike, que tem o papel de


levar o vírus do SARS-CoV-2 para dentro do organismo humano. Algumas
dessas mutações estão associadas ao potencial de escape imune humoral e
maior transmissibilidade. Além disso, ela infecta mais rapidamente os tecidos do
trato respiratório superior em vez dos pulmões, o que também contribui para que
se dissemine com mais facilidade. Como em muitos casos a ômicron causa
doença leve, isso pode resultar em uma menor taxa de detecção e, portanto,
contribuir ainda mais para a transmissão. A subvariante BA.2 é ainda mais
contagiosa, porém demonstra ter a mesma severidade da ômicron original,
afirmou recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS).

2) As vacinas funcionam contra a ômicron

Segundo dados do Painel Cononavírus, do Ministério da Saúde, entre


26/12/2021 e 1/1/2022 foram registrados 22.283 novos casos de Covid-19 no
Brasil e 670 óbitos. Um mês depois, entre 23 e 29/1, já sob o efeito da
disseminação da ômicron, foram 1.305.447 novos casos e 3.723 mortes. Ou
seja: o número de casos aumentou 58 vezes, enquanto o crescimento na
quantidade de mortes foi de cinco vezes. Especialistas são unânimes em atribuir
essa diferença à vacinação: 70% da população brasileira já completou o
esquema vacinal inicial contra a Covid-19. De acordo com pesquisadores da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), quase todas as mutações
encontradas na ômicron, exceto uma, haviam sido identificadas anteriormente
em outras cepas, o que explica por que as vacinas têm sido eficazes contra ela.
3) Quem não está vacinado corre mais risco contra a ômicron

De acordo com a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido e o Conselho


de Pesquisa Médica (MRC) da Unidade de Bioestatística da Universidade de
Cambridge, o risco de reinfecção por Covid-19 pela ômicron é seis vezes maior
entre os não vacinados e cinco vezes menor entre vacinados. De acordo com a
OMS, a maior parte das novas hospitalizações devido à variante são de pessoas
que não se vacinaram. A organização alerta que em locais onde há muita
transmissão de Covid-19, a ômicron se dissemina com velocidade sem
precedentes, e que os não vacinados são os mais atingidos. Também enfrentam
mais risco pessoas idosas e que tenham comorbidades.

4) Já ter tido Covid-19 não é suficiente para se proteger contra ômicron

Um estudo feito por pesquisadores chineses da Universidade Médica Hebei, em


Shijiazhuang, e do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim, na
China, mostrou que pessoas que completaram o esquema vacinal de duas doses
com CoronaVac, vacina do Butantan e da Sinovac, e depois foram infectados
pela variante delta do vírus SARS-CoV-2 estão protegidas contra a ômicron – o
que não acontece com quem teve a doença mas não tomou a vacina. De acordo
com os cientistas, os níveis de anticorpos contra a cepa original de Wuhan e
contra a nova variante no grupo vacinado foi significativamente maior do que o
observado no grupo não imunizado.

5) A CoronaVac funciona contra a ômicron

Diversos estudos têm mostrado evidências de que a vacina do Butantan e da


Sinovac funciona contra a nova variante. Uma pesquisa realizada no Chile
observou que indivíduos que tomaram a terceira dose da CoronaVac possuem
células T que reconhecem a proteína Spike da ômicron de maneira equivalente
à cepa original do SARS-CoV-2 e às variantes gama e delta, o que indica que o
imunizante pode conferir proteção contra a ômicron, assim como contra as
demais variantes de preocupação.
6) As medidas de proteção são eficazes para diminuir a transmissão da
ômicron

Segundo a OMS, as evidências mostram que as medidas de proteção que já


conhecemos muito bem – uso de máscara, distanciamento social, higienização
constante das mãos com água e sabão ou álcool em gel – continuam
extremamente importantes para combater a disseminação da ômicron. Além
disso, é importante evitar espaços confinados ou aglomerações, tossir ou
espirrar na dobra do cotovelo e ventilar os ambientes sempre que possível.

Mortes:

Para acessar informações sempre atualizadas e diárias sobre o número de


casos, de curas e de mortes no Brasil e no mundo, acesse:
https://especiais.gazetadopovo.com.br/coronavirus/numeros/

No final da tarde desta quinta-feira (07/04/2021), o país possuía pouco mais de


30,1 milhões de casos confirmados e mais de 661.000 mortes pela Covid-19.

No Guia de Atualidades 2021, no momento em que havíamos fechado a edição,


o Brasil tinha pouco mais de 430 mil mortes.

Até abril de 2022, em todo mundo já haviam sido registrados cerca de 495
milhões de casos confirmados de COVID-19, com cerca de 6,17 milhões de
mortos.

ATENÇÃO!!!

Morreram de COVID 19: Morreram de outras causas:


✓ Senador Major Olímpio; ✓ Ator Flávio Miglliaccio (suicídio);
✓ Ator Flávio Galvão; ✓ MC Kevin (acidente);
✓ Atriz Nicette Bruno;
✓ Ator Paulo Gustavo; ✓ Cantor Morais Moreira (problemas
✓ Prefeito de Goiania Maguito Vilela; cardíacos;
✓ Agnaldo Timóteo (cantor); ✓ Bruno Covas Prefeito SP (câncer no
✓ Izael Caldeira (banda Demônios da sistema digestivo);
Garoa); ✓ Atriz Eva Vilma (câncer de ovário);
✓ Paulinho (Banda Roupa Nova); ✓ Diego Maradona (problemas
✓ Genival Lacerda (cantor de forró); cardíacos);
✓ Olavo de Carvalho (suspeita) ✓ Kobe Bryant (Acidente aéreo);
✓ Tom Veiga – Louro José (Acidente
Vascular Cerebral – AVC);
✓ Cantora Vanusa (problemas
cardíacos).

Nova variante XE do Coronavírus:

O Instituto Butantan confirmou, na quinta-feira (7 de abril), o primeiro caso no


país de Covid-19 causado pela variante XE da Ômicron, fruto de um evento
recombinante que mistura as sublinhagens virais BA.1 e BA.2.

A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde, que afirmou realizar o


constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19. Em nota, a
pasta reforçou a importância do esquema vacinal completo para garantir a
máxima proteção contra o vírus e evitar o avanço de novas variantes no país.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza o monitoramento contínuo das


variantes recombinantes do coronavírus.

Como acontece a recombinação:

Uma pessoa pode ser infectada ao mesmo tempo por duas linhagens (ou
sublinhagens) diferentes do novo coronavírus. Episódios de coinfecção são
raros, mas a alta circulação viral em uma região de uma variante com grande
capacidade de transmissão, como a Ômicron, aumenta a probabilidade de
ocorrência de casos desse tipo.
Uma vez dentro do organismo humano, o vírus invade as células com o objetivo
de produzir inúmeras cópias de si mesmo. O virologista Fernando Spilki,
pesquisador da Universidade Feevale, do Rio Grande do Sul, explica que em
um caso de coinfecção é possível que duas linhagens virais penetrem a mesma
célula humana.

Nesse momento, as enzimas utilizadas na replicação podem absorver


informações genéticas das duas cepas envolvidas, gerando uma cópia viral
mista, como no caso da Deltacron, que combina Delta e Ômicron, ou da
variante XE, que une BA.1 e BA.2, da Ômicron.

A recombinação acontece quando dois genomas se encontram na mesma


célula. Durante o processo de replicação, as enzimas que fazem a síntese de
moléculas de RNA derivadas utilizam parte do genoma de BA.1 e parte do
genoma de BA.2, gerando um RNA misto.

Características da variante XE:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a recombinação é comum


entre os coronavírus, sendo considerada um evento esperado no contexto das
mutações. A OMS destaca que é provável que outras variantes, incluindo
recombinantes, continuem a surgir devido ao alto nível de transmissão do
coronavírus em todo o mundo.

O pesquisador José Eduardo Levi, da Universidade de São Paulo (USP),


explica que o genoma final, formado a partir da combinação das duas
sublinhagens de Ômicron se mostrou capaz de se multiplicar e de ser
transmitido a outras pessoas.

As variantes e recombinantes do coronavírus são rastreados pela OMS de


maneira contínua. Além da mistura de BA.1 e BA.2, estão sendo analisados
derivados de Delta (AY.4) e Ômicron (BA.1), chamada variante XD.

Os dois recombinantes estão sendo rastreados como “variantes sob


monitoramento”, classificação da OMS para linhagens do vírus que exigem
atenção, mas não representam uma preocupação até o momento.

Segundo a OMS, as estimativas iniciais sugerem que o recombinante XE tem


uma vantagem na taxa de crescimento comunitária de 1,1 (o que
representa uma vantagem de transmissão de 10%) em comparação à BA.2.
No entanto, segundo a OMS são necessários estudos complementares para
confirmar a informação.

O recombinante entre as duas sublinhagens BA.1 e BA.2 está sendo rastreado


pela OMS como parte da variante Ômicron. O recombinante foi detectado pela
primeira vez no Reino Unido em 19 de janeiro e aproximadamente 600
sequências foram relatadas e confirmadas até o dia 29 de março.
Já o recombinante XD tem apresentado uma disseminação mais limitada,
uma vez que estão disponíveis apenas 26 sequências da variante no Gisaid.
Segundo a OMS, as evidências atualmente disponíveis não sugerem que ela
seja mais transmissível do que outras variantes circulantes.

Possíveis impactos ao cenário epidemiológico

Diante da identificação de uma nova variante do coronavírus, cientistas em todo


o mundo se mobilizam para identificar possíveis impactos da linhagem para as
vacinas em uso e para os testes de diagnóstico, além das características
clínicas como transmissibilidade e gravidade da doença.

Segundo a OMS, os estudos sobre a variante XE ainda estão em


desenvolvimento. Para o pesquisador da USP, José Eduardo Levi, embora o
recombinante tenha apresentado capacidade de transmissão aumentada, não
há motivo para alarme.

“A palavra ‘recombinante’ assusta, mas os recombinantes de influenza (vírus


da gripe comum) que em geral tendem a ser muito mais perigosos. Quando
acontece a recombinação de influenza, normalmente é de um vírus de porco
com vírus humano e às vezes de aves também. Então é muito maior a taxa de
diferença genética que é colocada junto em um recombinante de influenza do
que esses de coronavírus”, explica Levi.

O pesquisador da USP, que também atua nas áreas de pesquisa e


desenvolvimento dos Laboratórios Dasa, afirmou que o grupo de trabalho
identificou um caso de coinfecção em um paciente brasileiro, de Volta
Redonda, no Rio de Janeiro, pelas sublinhagens BA.1 e BA.2.

Segundo Levi, embora este seja o evento que antecede a recombinação, ela
não chegou a ser detectada durante a análise dos dados genéticos das
amostras.
Contexto das variantes no mundo:

A variante Ômicron continua a ser a linhagem dominante que circula


globalmente, respondendo por quase todas as sequências relatadas
recentemente ao Gisaid. Entre as 417.147 sequências publicadas no banco de
dados, com amostras coletadas recentemente, 416.175 (99,8%) eram Ômicron,
141 eram Delta e 562 sequências não foram atribuídas a uma linhagem. As
informações foram disponibilizadas pela OMS no mais recente boletim
epidemiológico, divulgado no dia 5 de abril.

De acordo com o documento, o número total de sequências de Ômicron


submetidas por pesquisadores de todo o mundo continua a diminuir, uma
tendência observada para cada uma das variantes descendentes de Ômicron.
Entre as linhagens descendentes dela, a proporção relativa de BA.2
aumentou para 93,6%, enquanto BA.1.1 representa 4,8% e BA.1 e BA.3
representam <0,1% de todas as linhagens Ômicron circulantes.

BA.2 tornou-se dominante em todas as regiões do mundo e em 68 países


para os quais estão disponíveis dados de sequenciamento. No entanto,
houve diferenças no aumento de BA.2 entre as regiões. Na América do Sul, por
exemplo, a BA.2 começou a aumentar mais tarde e em um ritmo mais lento em
comparação com outras localidades, representando 28% das linhagens
Ômicron na semana de 14 a 20 de março.

De acordo com a OMS, essas tendências devem ser interpretadas levando em


consideração as limitações dos sistemas de vigilância, incluindo diferenças na
capacidade de sequenciamento e estratégias de amostragem entre os países,
bem como os tempos de resposta dos laboratórios para sequenciamento e
atrasos na notificação.

As vacinas desenvolvidas e em uso contra a Covid-19 no mundo têm como


objetivo central a prevenção de doenças graves e mortes. De acordo com a
OMS, os imunizantes atuais conferem altos níveis de proteção diante da
infecção pela Ômicron.

Uso de máscara deixa de ser obrigatório em todo o território brasileiro:

Depois de cinco meses desde a primeira liberação do uso de máscara em


locais abertos, ainda em novembro de 2021 pelos estados do Maranhão, Santa
Catarina e Mato Grosso do Sul, a Paraíba tornou-se nesta sexta-feira (8 de
abril) o último estado brasileiro a facultar o uso do equipamento. Por lá,
a utilização da proteção facial em locais fechados será liberada apenas nos
municípios onde mais de 70% da população estiver imunizada com duas doses
da vacina contra a Covid-19.

A Prefeitura de João Pessoa, capital da Paraíba, se antecipou em um dia e


decidiu liberar as máscaras na quinta-feira (7 de abril) tornando-se a 26° e
última capital a flexibilizar o uso.
A maioria dos estados passou a facultar o uso (em locais abertos, em um
primeiro momento) no mês de março, começando pelo Rio de Janeiro e São
Paulo, ainda na primeira semana, e terminando com o Pará, no último dia do
mês.

A flexibilização inclui lugares abertos e fechados em outros 14 estados: Rio de


Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia, Alagoas, Maranhão, São
Paulo, Amazonas, Sergipe, Paraná, Roraima, Rio Grande do Norte, Espírito
Santo e Paraíba, e no Distrito Federal.

O tempo médio de liberação entre o decreto que facultava o uso em locais


abertos e depois em locais fechados foi de 15 a 30 dias. Alguns municípios e
capitais desobrigaram o uso ainda antes do decreto estadual. Atualmente,
todas as capitais, com exceção de Belém (PA), facultaram a medida em locais
abertos em fechados, sendo que 20 capitais dispensam em qualquer ambiente,
e seis apenas em locais abertos.

Em todas as liberações há exceções. Apesar da não obrigatoriedade em


ambientes fechados, há estados que ainda solicitam o uso em locais
específicos, como transporte público e ambiente hospitalar, além de
recomendar a continuidade da medida de proteção para pessoas
imunossuprimidas, além daqueles que apresentarem sintomas respiratórios.

Cientistas sequenciam o genoma humano completo pela 1º vez:

Em 2003, o Projeto Genoma Humano fez história ao sequenciar 92% do


genoma humano. Mas por quase duas décadas desde então, cientistas lutam
para decifrar os 8% restantes.

Agora, uma equipe de quase 100 cientistas do Consórcio Tlomere-to-Telomere


(T2T) revelou o genoma humano completo – a primeira vez que foi sequenciado
em sua totalidade, dizem os pesquisadores.

“Ter essas informações completas nos permitirá entender melhor como nos
formamos como um organismo individual e como variamos não apenas entre
outros humanos, mas entre outras espécies”, falou Evan Eichler, pesquisador
do Howard Hughes Medical Institute da Universidade de Washington e líder da
pesquisa,

O genoma completo permitirá aos cientistas analisar como o DNA difere entre
as pessoas e se essas variações genéticas desempenham um papel na
doença.

Até agora, não estava claro o que esses genes desconhecidos codificavam.

“Acontece que esses genes são incrivelmente importantes para a adaptação”,


disse Eichner.
“Eles contêm genes de resposta imune que nos ajudam a nos adaptar e
sobreviver a infecções, pragas e vírus. Esses genes são muito importantes em
termos de previsão de resposta a medicamentos”.

Eichner também disse que alguns dos genes recentemente descobertos são
responsáveis por tornar os cérebros humanos maiores do que os de outros
primatas, fornecendo informações sobre o que torna os humanos únicos.

Esses 8% restantes do genoma humano deixaram os cientistas perplexos por


anos por causa de suas complexidades. Por um lado, continha regiões de DNA
com várias repetições, o que tornava difícil juntar o DNA na ordem correta
usando métodos de sequenciamento anteriores.

Os pesquisadores se basearam em duas tecnologias de sequenciamento de


DNA que surgiram na última década para concretizar este projeto: o método de
sequenciamento de DNA Oxford Nanopore, que pode sequenciar até um milhão
de letras de DNA de uma só vez, mas com alguns erros, e o sequenciamento
de DNA PacBio HiF, método que pode ler 20 mil letras com 99,9% de precisão.

Sequenciar o DNA é como resolver um quebra-cabeça, disse Eichner. Os


cientistas devem primeiro quebrar o DNA em partes menores e depois usar
máquinas de sequenciamento para juntá-lo na ordem correta.

Ferramentas de sequenciamento anteriores podiam sequenciar apenas


pequenas seções de DNA de uma só vez.

Com um quebra-cabeça de 10 mil peças, é difícil organizar corretamente


pequenas peças de quebra-cabeça quando elas são parecidas, assim como
sequenciar pequenas seções de DNA repetitivo.

Mas com um quebra-cabeça de 500 peças, é muito mais fácil organizar peças
maiores – ou, neste caso, segmentos mais longos de DNA.

Um segundo desafio foi encontrar células que continham apenas um genoma.


As células humanas padrão contêm dois conjuntos de DNA, uma cópia materna
e uma cópia paterna, mas essa equipe usou DNA de um grupo de células
chamado mola hidatiforme completa, que contém uma duplicata do conjunto
paterno de DNA.

Uma mola hidatiforme completa é uma complicação rara de uma gravidez


causada pelo crescimento anormal de células que se originam da placenta.
Essa abordagem simplifica o genoma para que os cientistas precisem
sequenciar apenas um conjunto em vez de dois conjuntos de DNA.

Como a equipe de pesquisa usou um conjunto duplicado de DNA, os cientistas


não conseguiram sequenciar o cromossomo Y originalmente. De acordo com o
principal autor do estudo, Adam Phillippy, a equipe conseguiu sequenciar o
cromossomo Y usando um conjunto diferente de células.

Por enquanto, ainda é muito caro e demorado para todos sequenciar seu
próprio genoma. Mas está em andamento uma pesquisa que usa esse
genoma para identificar se certas diferenças genéticas estão ligadas a
cânceres específicos.

Conhecer as variações genéticas também pode permitir que os médicos


personalizem melhor os tratamentos, disse Michael Schatz, outro pesquisador
da equipe e professor de ciência da computação e biologia na Universidade
Johns Hopkins.

Phillippy disse que espera que, nos próximos 10 anos, o sequenciamento dos
genomas dos indivíduos possa se tornar um exame médico de rotina que custa
menos de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 4755). Sua equipe continua
trabalhando para esse objetivo.

Pesquisadores avançam na busca de um anticoncepcional para homens:

Historicamente, as opções de métodos contraceptivos são maiores para as


mulheres em relação aos homens. Enquanto elas contam com controles de
natalidade que vão de pílulas orais a adesivos e dispositivos intrauterinos, as
principais opções para eles são a camisinha e a vasectomia.

Como resultado, também pende com peso desigual sobre as mulheres a


responsabilidade de prevenir a gravidez, além do desconforto e efeitos
colaterais dos contraceptivos femininos disponíveis.

Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos,


apresentaram resultados do estudo de um contraceptivo masculino não
hormonal que foi capaz de prevenir a gravidez em camundongos, sem
apresentar efeitos colaterais. Os achados foram apresentados em reunião da
American Chemical Society (ACS).

Atualmente, os homens contam com duas opções eficazes de controle de


natalidade: preservativos masculinos e vasectomia, sendo o
procedimento cirúrgico considerado uma forma permanente de
esterilização masculina. Embora as vasectomias às vezes possam ser
revertidas, a cirurgia de reversão é cara e nem sempre bem-sucedida.

A necessidade de um contraceptivo eficaz e duradouro, semelhante à pílula


anticoncepcional para mulheres tem mobilizado a comunidade científica.

Entre os compostos avaliados atualmente em ensaios clínicos, estão aqueles


que têm como alvo o hormônio sexual masculino, testosterona. No entanto,
alterações hormonais podem levar a efeitos colaterais como ganho de peso,
depressão e aumento dos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa
densidade (conhecida como LDL).

Como foi desenvolvido o anticoncepcional:

Para desenvolver o contraceptivo masculino não hormonal, os pesquisadores


visaram uma proteína chamada receptor alfa do ácido retinóico (RAR-α). Esta
proteína faz parte de uma família de três receptores nucleares que se ligam ao
ácido retinóico, uma forma de vitamina A que desempenha papéis importantes
no crescimento celular, diferenciação (incluindo formação de espermatozoides)
e desenvolvimento embrionário.

A eliminação do gene RAR-α em camundongos machos os torna estéreis,


sem efeitos colaterais imediatos. Embora outros cientistas tenham
desenvolvido compostos orais que inibem todos os três membros da família
RAR (RAR-α, -β e -γ), causando esterilidade reversível em camundongos
machos, a equipe de Minnesota buscou encontrar uma droga que fosse
específica para RAR-α e, portanto, menos provável de causar efeitos colaterais.

Assim, os cientistas examinaram de perto as estruturas de RAR-α, -β e -γ


ligadas ao ácido retinóico, identificando diferenças estruturais nas formas de
ligação dos três receptores se ligam. Com essas informações, eles projetaram
e sintetizaram aproximadamente 100 compostos e avaliaram sua capacidade
de inibir seletivamente o RAR-α nas células.
Eles identificaram um composto, que foi nomeado YCT529, que inibiu RAR-α
quase 500 vezes mais potente do que RAR-β e -γ. Quando administrado
oralmente a camundongos machos por quatro semanas, o YCT529 reduziu
drasticamente a contagem de espermatozoides e foi 99% eficaz na
prevenção da gravidez, sem efeitos colaterais observáveis. Os camundongos
poderiam gerar filhotes novamente de 4 a 6 semanas após o recebimento do
composto.

Pesquisa brasileira:

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) descobriram, a


partir do estudo de uma proteína existente no espermatozoide, dois novos alvos
que, combinados, podem ser utilizados para o desenvolvimento de
anticoncepcionais para homens.

O foco da pesquisa é a EPPIN, sigla em inglês para inibidor de protease


epididimária, cuja função principal é modular capacidade dos espermatozoides
de nadar até o óvulo, chamada de motilidade. Cientistas procuram desenvolver
anticoncepcionais que atuem na motilidade do espermatozoide, uma vez que é
mais difícil chegar a um fármaco capaz de impedir a produção do gameta
masculino.

Na pesquisa conduzida na Unesp, camundongos receberam três tipos de


anticorpos para verificar se eles se ligavam à EPPIN e bloqueavam a motilidade
dos espermatozoides. Ao se ligarem à molécula-alvo, os anticorpos mostraram
em quais domínios da proteína deveria haver uma intervenção para reduzir ou
impedir a motilidade do espermatozoide.

IBGE vai divulgar dados sobre orientação sexual da população:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que irá


divulgar em maio indicadores referentes à orientação sexual
autodeclarada na Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019 em
parceria com o Ministério da Saúde. De forma inédita, os indicadores foram
levantados no módulo sobre atividade sexual do inquérito nacional.

A PNS, que inclui temas relacionados à saúde da população, assim como os


impactos nos serviços de saúde brasileiros, será divulgada no dia 25 de maio.
A segunda edição atualiza os dados da primeira pesquisa realizada em 2013 e
inclui novos temas, como a pergunta sobre orientação sexual voltada a pessoas
com 18 anos ou mais.

Promoção à saúde LGBTQIA+

De acordo com o IBGE, a coleta dessa informação na PNS faz parte do escopo
da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis
e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBT), instituída em 2011.
A política tem como objetivo geral promover a saúde integral dessa população,
eliminando a discriminação e o preconceito institucionais e contribuindo para a
redução das desigualdades.

A inclusão do tema na PNS contribui para a elaboração de políticas públicas


voltadas para essa população e para o monitoramento de potenciais
desigualdades de aspectos sociais e de saúde, segundo as diferentes
orientações sexuais. Além de fomentar a construção do conhecimento científico
relacionado ao tema.

MPF pediu inclusão do tema no censo:

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação civil pública na Justiça
Federal no Acre, para que o IBGE incluísse campos para identificação de
identidade de gênero e de orientação sexual nos questionários do Censo 2022,
assim como nos próximos censos demográficos.

A ação foi ajuizada pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão Lucas
Costa Almeida Dias, após representação do Centro de Atendimento à Vítima
(CAV) do Ministério Público do Estado do Acre. Para o MPF, a informação
estatística cumpre um papel significativo na efetivação de políticas públicas por
evidenciar questões sociais ainda latentes.

No entanto, o IBGE argumenta que o Censo Demográfico, realizado de 10 em


10 anos, não é a pesquisa adequada para sondagem ou investigação de
identidade de gênero e de orientação sexual, uma vez que a metodologia de
coleta das informações do censo permite que um morador responda por ele e
pelos demais residentes de um domicílio. O instituto afirma que devido ao
caráter sensível e privado da informação, as perguntas sobre a orientação
sexual só podem ser respondidas pelo próprio indivíduo.

O IBGE também informou que a Defensoria Pública da União solicitou a


contagem da população transexual através do Censo 2020, adiado para 2022
devido à pandemia de Covid-19 e escassez de recursos, e que o pedido foi
considerado “improcedente” na Justiça, que acatou aos argumentos do
instituto.

O retrato atual da saúde no Brasil:

A saúde pública é aquela voltada para as ações de manutenção da saúde da


população, garantindo um tratamento adequado e a prevenção de doenças.

No Brasil, a saúde pública é regulamentada pela ação do Estado, através do


Ministério da Saúde e demais secretarias estaduais e municipais.

O objetivo básico da saúde pública é garantir que toda a população tenha acesso
ao atendimento médico de qualidade.

Criação do Sistema Único de Saúde (SUS):

O Ministério da Saúde foi criado em 1953, foi quando também iniciaram-se as


primeiras conferências sobre saúde pública no Brasil. Daí, surgiu a ideia de
criação de um sistema único de saúde, que pudesse atender toda a população.

Porém, com a ditadura militar, a saúde sofreu cortes orçamentários e muitas


doenças voltaram a se intensificar.

Em 1970, apenas 1% do orçamento da União era destinado para a saúde. Ao


mesmo tempo, surgia o Movimento Sanitarista, formado por profissionais da
saúde, intelectuais e partidos políticos. Eles discutiam as mudanças necessárias
para a saúde pública no Brasil.

Uma das conquistas do grupo foi a realização da 8ª Conferência Nacional da


Saúde, em 1986. O documento criado ao final do evento era um esboço para a
criação do Sistema Nacional de Saúde - SUS.

A Constituição Federal de 1988 traz a saúde como um direito do cidadão e um


dever do Estado. Outra importante conquista foi que o sistema de saúde público
deve ser gratuito, de qualidade e acessível a todos os brasileiros e/ou residentes
no Brasil.

A Lei Federal 8.080 de 1990 regulamenta o Sistema Único de Saúde. De acordo


com a legislação, os objetivos do SUS são:

✓ Identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da saúde;


✓ Formular a política de saúde para promover os campos econômico e
social, para diminuir o risco de agravos à saúde;
✓ Fazer ações de saúde de promoção, proteção e recuperação integrando
ações assistenciais e preventivas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi uma grande conquista da população
brasileira, sendo reconhecido como um dos maiores do mundo e usado como
modelo em muitos outros países.

Entretanto, a saúde pública no Brasil sofre desafios do mau gerenciamento e de


falta de investimentos financeiros. Como resultado, temos um sistema em
colapso, na maioria das vezes insuficiente e com pouca qualidade para atender
à população.

Os principais desafios da saúde pública no Brasil são:

✓ Falta de médicos: O Conselho Federal de Medicina estima que exista 1


médico para cada 470 pessoas.
✓ Falta de leitos: Em muitos hospitais faltam leitos para os pacientes. A
situação é ainda mais complicada quando trata-se de UTI (Unidade de
Terapia Intensiva).
✓ Falta de investimentos financeiros: Em 2018, apenas 3,6% do
orçamento do governo federal foi destinado à saúde. A média mundial é
de 11,7%.
✓ Grande espera para atendimento: Agendar consultas com médicos
especialistas pode demorar até meses, mesmo para os pacientes de
precisam de atendimento imediato. O mesmo acontece com a marcação
de exames.

A falta de leitos é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil

As pessoas que precisam de atendimento médico muitas vezes sofrem com a


demora ou desistem do atendimento e voltam para casa. Em muitos hospitais, é
comum ver pessoas sendo atendidas em corredores, longas filas de espera e/ou
precárias condições de estrutura e higiene.

Aliado a isso, muitos hospitais e centros de pesquisas estão ameaçados de


encerrar suas atividades por conta da falta de investimentos e mão de obra.
Como forma de ter acesso ao atendimento médico, muitas pessoas recorrem a
saúde suplementar, ou seja, aos planos de saúde privados. Porém, os preços
praticados são altos, o que faz com que 75% da população dependa apenas do
SUS.

Uma pesquisa realizada e divulgada em 2021, pelo Conselho Federal de


Medicina (CFM), demonstrou que 90% da população brasileira classifica a saúde
pública ou privada como péssima, ruim ou regular.

Saúde pública e doenças:

Atualmente, os principais problemas de saúde pública no Brasil são a


hipertensão, diabetes e obesidade.

Essas doenças atingem grande parte da população e necessitam de uma


estrutura adequada dentro do SUS para garantir um atendimento de qualidade
para todos.

O resultado da falta de investimentos na saúde reflete no retorno de doenças


consideradas erradicadas ou controladas há muito tempo. Por exemplo, em
2018, o Brasil viveu um surto de casos de sarampo. O mesmo também
aconteceu com a febre amarela, em 2017.

A saúde pública também envolve a divulgação de campanhas de vacinação e


divulgação sobre formas de prevenção de doenças.
Capítulo 7:
Educação.

Cresce 300% o uso de nome social nas escolas públicas na última


década:

Na última década, pelo menos 12 estados brasileiros registraram um aumento


de 300% no uso de nome social – designação pela qual uma pessoa travesti
ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida– em documentos e
registros escolares. Entre 2012 e 2021, mais de 15 mil alunos da rede pública
de ensino preencheram, em suas fichas de matrícula, os nomes pelos quais
gostariam de ser reconhecidos nas escolas.
Dos estados consultados, São Paulo lidera o ranking com cerca de 7.000
registros nos documentos escolares nos últimos dez anos. A rede estadual
paulista regulamentou o direito do uso de nome social no Cadastro de Alunos
por meio do Decreto 55.588, implementado em 2010 pelo então governador
José Serra (PSDB).

Amazonas, Ceará e Paraíba informaram que, apesar da disponibilidade do


campo de “nome social” no sistema, verificou-se que ele era preenchido
incorretamente – alguns com nome dos pais ou até mesmo apelidos dos
alunos. Assim, não há como precisar a quantidade de pessoas que solicitaram
o uso de seus verdadeiros nomes sociais.

Já Maranhão, Minas Gerais, Roraima e Sergipe, comunicaram que não


possuem essas informações no sistema.

De acordo com a professora e pesquisadora em educação Luma Andrade, “a


questão do nome social é uma reivindicação da população LGBTQIA+, em
especial das pessoas travestis e transexuais, que faz parte de uma luta
coletiva”.

Luma é a primeira travesti a conquistar o título de doutora no Brasil. Para ela,


a aceitação no ambiente acadêmico é importante, mas o cenário ainda é
complexo. “Nós temos situações que nos documentos constam [nome social],
mas na prática do ato de professores, colegas e funcionários, ao se
direcionarem a pessoas travestis e transexuais, tentam impor a questão do
nome que essas pessoas não se identificam”, conta a professora.

Câmara aprova PEC que desobriga gasto mínimo com educação por 2
anos:
O plenário da Câmara aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC)
que desobriga estados e municípios de cumprirem o investimento mínimo
constitucional com educação em 2020 e 2021. O texto irá à promulgação.

Segundo a proposta, agentes públicos não poderão ser responsabilizados


administrativa, civil ou criminalmente pelo descumprimento da aplicação, na
manutenção e desenvolvimento do ensino do mínimo de 25% da receita
resultante de impostos.

No primeiro turno, 455 deputados votaram favoravelmente ao texto. Na


segunda etapa, o texto-base foi aprovado por 451 votos a 14. Para que os dois
turnos fossem votados na mesma noite, deputados aprovaram um
requerimento de quebra de interstício.

Para os entes federados que não cumprirem o mínimo constitucional nesses


dois anos, os recursos faltantes deverão ser aplicados até o exercício financeiro
de 2023.

Parlamentares favoráveis ao texto defendem que a proposta dá flexibilidade


aos prefeitos e governadores que, durante a pandemia da covid-19, aumentou
os gastos com saúde enquanto as escolas estavam fechadas.

“Enfrentamos, em 2020 e em 2021, uma pandemia que trouxe lockdown,


isolamento social, e as escolas, de forma muito óbvia, não puderam funcionar.
Afinal, nós estávamos ali defendendo a vida, protegendo a vida”, disse Valtenir
Pereira (MDB-MT).

Deputados contrários à medida afirmam que os investimentos em educação


podem ser reduzidos. “Dá, sim, para investir aquilo que é o mínimo
constitucional, se houver valorização e garantia de direitos para os profissionais
de educação”, rebateu Glauber Braga (PSol-RJ).

Talibã adia retorno à escola para meninas afegãs acima da 6º série:

Poucas horas depois que as escolas para meninas deveriam abrir, o Talibã
ordenou que elas fechassem novamente.

As adolescentes no Afeganistão já foram negadas o direito à educação por 187


dias.

Sob crescente pressão internacional, o Talibã havia dito originalmente que as


escolas abririam para todos os alunos — incluindo meninas — após o ano novo
afegão, que é comemorado em 21 de março, com a condição de que meninos
e meninas fossem separados em diferentes escolas ou por diferentes horas de
aprendizado.
Mas nesta hoje, meninas acima da sexta série foram instruídas a ficar em casa
até que um uniforme escolar apropriado aos costumes e cultura da Sharia e
afegã pudesse ser projetado, informou a Agência de Notícias Bakhtar,
administrada pelo Talibã.

É provável que a decisão provoque uma condenação internacional


generalizada. Diplomatas dos EUA disseram que o movimento do Talibã foi
“decepcionante”.

O ministério da Educação disse em um comunicado que “assegura mais uma


vez ao povo de nossa nação que está totalmente comprometido em garantir os
direitos de nossos compatriotas à educação”.

A missão da ONU no Afeganistão respondeu na quarta-feira, publicando no


Twitter que “deplora” a decisão do Talibã de estender sua “proibição indefinida
de que estudantes do sexo feminino acima da sexta série possam retornar à
escola”.

Em fevereiro deste ano, o Afeganistão reabriu algumas de suas universidades


para estudantes do sexo masculino e feminino após seu fechamento em agosto
passado, durante a conquista do Talibã.

O Talibã disse na época que precisava estabelecer um sistema de transporte


seguro para estudantes do sexo feminino antes de permitir que elas voltassem
para a sala de aula.

O Talibã anteriormente proibiu mulheres e meninas de obter educação e do


trabalho quando estavam no poder entre 1996 e 2001.

Em setembro de 2021, o porta-voz do Talibã, Zabiulah Mujahid, disse


à CNN que as mulheres seriam autorizadas a estudar, mas um chamado
“decreto sobre os direitos das mulheres”, publicado em dezembro daquele ano,
não mencionou o acesso à educação ou ao trabalho.

Exclusão escolar no Brasil atinge mais as meninas, diz pesquisa do


Fundo Malala:

Um estudo do Fundo Malala apontou que a taxa de exclusão escolar no Brasil


aumentou de forma drástica desde o início da pandemia de Covid-19.

Entre elas, por exemplo, estão as atividades domésticas e mesmo fora de casa.
“Aliado a isso, problemas de acesso à internet fizeram com que elas perdessem
muitas aulas e acabaram desistindo da escola”.

A especialista analisou que não há um plano de ação do Ministério da


Educação “para busca ativa de quem não retornou às aulas”: “Temos uma
realidade complicada e difícil de ser mapeada porque soubemos agora nos
últimos dias que há falta de acesso aos dados do censo escolar”.

Durante pandemia, cresce o número de crianças que não sabem ler nem
escrever:

O número de crianças de seis e sete anos no Brasil que não sabem ler e
escrever cresceu 66,3% de 2019 para 2021 – explicitando um dos efeitos da
pandemia de Covid-19 no ensino brasileiro.

A análise foi divulgada pela organização Todos pela Educação, com base nos
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua), feita pelo IBGE.

Ao todo, 2,4 milhões de crianças brasileiras não estão alfabetizadas nesta


faixa etária. O número corresponde a quase metade (40,8%) do grupo inteiro.

As desigualdades sociais e étnicas do país se refletem nos dados.

Ao todo, 47,4% das crianças pretas não estão plenamente alfabetizadas; entre
as pardas o índice é 44,5%.

Já entre crianças brancas, o número atual é de 35,1%.

Quando avaliados os domicílios ricos do país, o índice é de 16,6%. Já entre os


pobres, o número salta para 51%.
Fonte: IBGE/Pnad Contínua. Elaboração: Todos Pela Educação.

A nota técnica conclui que ações presentes e futuras do Poder Público, em


todas as esferas, são fundamentais para mitigar os efeitos negativos vistos.

A Todos Pela Educação ainda lembra que a não-alfabetização das crianças em


idade adequada traz prejuízos para aprendizagens futuras e aumenta os riscos
de reprovação, abandono e/ou evasão escolar.

Por isso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece a


alfabetização como foco principal da ação pedagógica nos dois primeiros anos
do Ensino Fundamental.

Governo oficializa reajuste de 33,24% em salário de professores:

O governo oficializou o aumento do piso salarial de professores da rede pública


de educação básica de R$ 2.886 para R$ 3.845. O reajuste é de 33,24%.
A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto, onde o presidente Jair Bolsonaro
(PL) e o Ministro da Educação Milton Ribeiro assinaram a portaria que
determina o aumento.
A medida se aplica a profissionais vinculados às redes municipal, estadual e
federal que lecionam no ensino infantil, fundamental ou médio e tenham carga
horária de 40 horas semanais.

Segundo o Ministério da Educação, mais de 1,7 milhões de profissionais serão


impactados pelo reajuste.
Em tese, o aumento já deveria constar no salário referente a janeiro, que será
pago em fevereiro. No entanto, os municípios alegam dificuldade financeira
para arcar com o reajuste.

Manifestações contrárias:

Por meio de nota, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) discordou


da portaria assinada.

“O anúncio reforça a falta de planejamento e comunicação dentro do próprio


governo, bem como demonstra que a União não respeita a gestão pública no
país”, publicou.

E completou: “a Confederação Nacional de Municípios (CNM) entende que a


Portaria não muda o entendimento anterior de que é necessária
regulamentação da matéria por intermédio de uma lei específica, conforme
reforçado em Nota de Esclarecimento do Ministério da Educação, de 14 de
janeiro, com base em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU)”.

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também se manifestou de forma


contrária à portaria.

Em publicação nas redes sociais, a FNP comunicou “como diz a máxima: “no
setor privado pode-se fazer tudo o que não é proibido, mas no público apenas
o que é explicitamente permitido”. Portanto, é uma temeridade aplicar o
reajuste do piso do magistério fundamentado em uma portaria, como anunciado
pelo @govbr.”
ENEM 2021:

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi instituído em 1998, com o


objetivo de avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da
educação básica. Em 2009, o exame aperfeiçoou sua metodologia e passou a
ser utilizado como mecanismo de acesso à educação superior. Desde 2020, o
participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital,
com provas aplicadas em computadores, em locais de prova definidos pelo Inep.

As notas do Enem podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção


Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni). Elas também
são aceitas em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas. Além
disso, os participantes do Enem podem pleitear financiamento estudantil
em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil
(Fies). Os resultados do Enem possibilitam, ainda, o desenvolvimento de
estudos e indicadores educacionais.

Qualquer pessoa que já concluiu o ensino médio ou está concluindo a etapa


pode fazer o Enem para acesso à educação superior. Os participantes que ainda
não concluíram o ensino médio podem participar como “treineiros” e seus
resultados no exame servem somente para auto avaliação de conhecimentos.

A aplicação do Enem ocorre em dois dias. A Política de Acessibilidade e


Inclusão do Inep garante atendimento especializado e tratamento pelo nome
social, além de diversos recursos de acessibilidade. Há também uma aplicação
para pessoas privadas de liberdade.

Os participantes fazem provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens,


códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da
natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias, que ao todo
somam 180 questões objetivas. Os participantes também são avaliados por meio
de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-
argumentativo a partir de uma situação-problema.
O ENEM 2021:
As provas do Enem 2021 foram realizadas nos dias 21 e 28 de novembro. Os
cadernos de provas e os gabaritos já foram divulgados. O resultado do ENEM 2021
foi liberado no dia 9 de fevereiro de 2022.
No dia 21 de novembro, foram realizadas as provas de Redação, Linguagens e
Códigos e Ciências Humanas. No dia 28, foi a vez das questões de Ciências da
Natureza e Matemática.

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), edição de 2021, teve o menor


número de participantes desde 2005. Segundo o Inep, entre os 3,1 milhões de
inscritos nas provas impressas e digitais, apenas 2,1 milhões compareceram aos
locais de provas.

Novidades do Enem 2021


• As provas impressas e digitais foram aplicadas no mesmo dia. As questões
foram as mesmas em todas as provas, inclusive o tema da redação.
• Foi possível solicitar atendimento especializado no Enem Digital.
• Procedimentos específicos para aplicação das provas para diminuir chance
de contágio por coronavírus.
• Otimização e o encurtamento de processos, como o transporte e o
armazenamento das provas.

Enem Digital 2021:

Pela segunda vez, o Enem teve uma versão digital das provas. O Enem Digital
2021 foi opcional para estudantes que estão no terceiro ano do ensino médio ou
que já concluíram os estudos.

O Inep disponibilizou 101.100 vagas para o Enem Digital 2021, mesma quantidade
do ano passado, mas apenas 66 mil confirmaram participação. Existia uma
expectativa de aumento de vagas este ano, o que não ocorreu. Até 2026, o Enem
será totalmente digital.

No seu primeiro ano, o ENEM Digital não permitiu a solicitação de atendimento


especial. Em 2021, isso foi permitido. Os recursos disponíveis são prova ampliada,
prova superampliada, prova com contraste e locais de prova com acessibilidade
para pessoas com deficiência.

E o ENEM 2022?
As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio 2022 já estão abertas
desde o dia 4 de abril.
Todos os estudantes que estão no ensino médio ou já concluíram os estudos
poderão se inscrever no Enem 2022.
As provas do ENEM 2022 serão realizadas nos dias 13 e 20 de novembro, dois
domingos, e seguirão o mesmo formato dos últimos anos. O edital com as demais
datas e regras do exame será publicado em março ou abril.
As provas impressas e digitais do Enem são formadas por 180 questões objetivas
e uma redação. No caso da redação, ela é manuscrita nas duas versões.
1º dia - 13/11: Redação; 45 questões de Linguagens e Códigos; 45 questões
Ciências Humanas
2º dia - 20/11: 45 questões de Ciências da Natureza; 45 questões Matemática

Escândalo dos pastores no MEC:

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que seja feita uma inspeção
imediata para apurar as irregularidades que vieram à tona com o escândalo dos
pastores evangélicos, que teriam interferido em repasses de verbas do Ministério
da Educação (MEC).

O caso ocorreu na gestão de Milton Ribeiro, que deixou o comando da pasta


no último dia 28 de março, após o surgimento das denúncias. O esquema foi
revelado a partir de reportagem do jornal Estado de S. Paulo.

Segundo o veículo, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura estariam atuando


como lobistas para intermediar o repasse de valores do MEC e do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras. O esquema
operava como um gabinete paralelo que envolvia propinas para liberação de
recursos.
Depois, surgiu outra denúncia, desta vez veiculada pela Folha de S. Paulo, que
divulgou um áudio em que o então ministro Milton Ribeiro dizia encaminhar
valores para prefeituras a partir de indicação feita pelos dois pastores. O gestor
afirmava, na gravação, que o fluxo ocorria a pedido do presidente Jair Bolsonaro
(PL).

MEC teria tentado superfaturar ônibus escolares em mais de R$ 700


milhões:

O Ministério da Educação teria tentado superfaturar em mais de R$ 700 milhões


a compra de ônibus escolares. A denúncia foi revelada em documentos obtidos
pelo jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a reportagem, o governo do
presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu um processo de licitação para pagar R$ 480
mil por ônibus escolar destinado ao transporte de estudantes em áreas rurais.

No entanto, Técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação


(FNDE) apontaram que cada veículo deveria custar no máximo R$ 270 mil. "A
discrepância das cotações apresentadas pelos fornecedores em relação ao
preço homologado do último pregão, do ano passado, implica em aumento não
justificado do preço, sem correspondente vinculação com as projeções
econômicas do cenário atual", diz um relatório da área técnica do órgão.

Ao todo, o MEC pretende adquirir 3.850 ônibus, que pelo valor estabelecido
no processo de licitação custariam R$ 2,045 bilhões. Esse valor
representa R$ 732 milhões a mais do que o custo real dos veículos - uma
diferença de 55%.

O superfaturamento na compra dos ônibus também foi apontado em parecer da


Controladoria Geral da União (CGU). O processo de licitação foi autorizado e
assinado por Garigham Amarante, diretor de Ações Educacionais do MEC,
indicado por Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, legenda de Jair
Bolsonaro.
Capítulo 8:
Energia.

Energia elétrica vai ficar até 20% mais barata a partir de maio:

O Governo Federal anunciou a antecipação do fim da bandeira vermelha, que


iria até o final de 2022, para este mês. A partir do dia 16 de abril, a tarifa de
energia elétrica terá redução de 20% e a bandeira passa a ser verde para os
consumidores residenciais.

A bandeira vermelha significa escassez hídrica e índices baixos de água nos


reservatórios. No entanto, com a manutenção das chuvas nos índices atuais, a
perspectiva é que os reservatórios continuem cheios e que a bandeira verde seja
mantida até o final do ano.

Em 2021, o Brasil enfrentou a pior seca já registrada na sua história. Para


garantir a segurança no fornecimento de energia elétrica, o Governo Federal
precisou utilizar todos os recursos disponíveis e excepcionais para garantir o
fornecimento de energia para a população.
De acordo com os relatórios oficiais, o reservatório da usina de Furnas terminou
o mês de março acima de 80% do volume útil. Até a hidrovia Tietê–Paraná, que
teve suas operações interrompidas por setes meses, já foi retomada. Em 2014,
a hidrovia já havia tido suas atividades interrompidas por 20 meses.

A volta das chuvas, aliada às medidas adotadas pelo Governo, permitiu a


redução do consumo de energia das termelétricas, considerada bem mais cara.
Essa decisão e o aumento da produção das hidrelétricas e das fontes eólica e
solar, os custos serão menores durante o próximo período seco, que vai de maio
a novembro. Tudo isso se traduzirá em menores tarifas para os consumidores.

Petrobrás reduz 5,6% o preço do gás de cozinha:

A Petrobrás anunciou nesta sexta-feira, 8 de abril, a redução do preço do GLP,


conhecido como gás de cozinha. A partir de sábado, 9, o preço médio de venda
para as distribuidoras passará de R$ 4,48 para R$ 4,23 por kg —redução de
5,6% — equivalente a R$ 54,94 por 13kg, refletindo redução média de R$ 3,27
por botijão.

Em nota, a estatal afirmou que a mudança acompanha a evolução dos preços


internacionais e da taxa de câmbio. “A Petrobras reitera seu compromisso com
a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo
tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades
externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”, informou.

No dia 10 de março, a Petrobras havia anunciado a alta de 16,1% do GLP em


um mega aumento que também jogou para cima o preço da gasolina (18,8%) e
do diesel (24,9%). O movimento foi justificado pela disparada do barril de
petróleo, que desde o início da guerra no Leste Europeu, no fim de fevereiro,
enfrenta forte volatilidade. A decisão de aumento foi duramente criticada pelo
presidente Jair Bolsonaro (PL) e culminou com a demissão do presidente da
estatal, Joaquim Silva e Luna no último dia 28. O Executivo indicou nesta quarta-
feira, 6, o químico José Mauro Ferreira Coelho para o cargo. Antes, a posição
havia sido oferecida ao economista Adriano Pires, que declinou por conflito de
interesse.

Geração Distribuída: o que muda com o novo Marco Legal?

O setor energético é um dos mais poluentes do mundo, tanto que os


combustíveis fósseis representam mais de 75% da demanda energética mundial.
A sua utilização afeta diretamente o meio ambiente, pois a queima desses
combustíveis libera gases poluentes na atmosfera, como o CO2, um dos
principais causadores do aquecimento global e, consequentemente, das
mudanças climáticas.

Por isso, para mitigar esses impactos ambientais, é necessário investir em


eficiência e incentivar a transição energética mundial para uma matriz cada vez
mais sustentável.
Uma grande aliada para essa transição é a Geração Distribuída (GD). Pois,
além de sustentável, é uma solução economicamente atrativa e melhor
otimizada, que traz benefícios tanto para o consumidor, quanto para o estado.

O que é Geração Distribuída?

Geração Distribuída é a definição dada à energia elétrica gerada no local de


consumo ou próximo a ele, sendo aceitável para outras fontes de energia
renováveis, como a solar, eólica, biomassa e biogás.

Esse modelo de geração tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Para
termos uma noção desse salto, segundo um levantamento da CSME em 2021,
o aumento foi de 316% entre 2019 e 2021, chegando a 8.550 MW. Isso
caracteriza, aproximadamente, 5% de geração de energia elétrica do país.

Entretanto, mesmo tendo a sua importância ao Setor Elétrico, o Marco Legal da


Geração Distribuída traz um respaldo jurídico mais seguro para o segmento,
permitindo o seu devido crescimento de forma natural e sustentável.

No Congresso Nacional, o tema da GD foi discutido muitas vezes e sempre


obteve a participação de associações, consumidores, órgãos e entidades do
setor, para, assim, atingir uma discussão e uma proposta que pudesse fazer
sentido e conciliasse com o interesse de todos os envolvidos. Claro, que fosse
algo benéfico a sociedade brasileira.

O que muda com o Marco Legal?

O Marco Legal da Micro e Minigeração (MMGD) foi sancionado em janeiro de


2022 e está alinhado com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE),
que garante que a instituição legal seja feita gradualmente e que as mudanças
sejam colocadas em prática de forma que o mercado se adapte de forma
organizada e economicamente sustentável. A lei regulamenta as modalidades
de geração, o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) e o
Programa de Energia Renovável Social (PERS).

O texto determina que aqueles que têm a intenção de entrar no segmento da


Geração Distribuída terão que pagar pela Tarifa de Uso do Sistema de
Distribuição (TUSD) do chamado “fio B”, que remunera as distribuidoras. Então,
os créditos gerados pelos sistemas da GD deixam de ser abatidos sobre essa
parcela da conta de energia. Por outro lado, a lei traz outras duas mudanças
positivas. A primeira, refere-se à “TUSD Demanda”, tarifa cobrada das usinas
conectadas à rede de média tensão. A partir da publicação da nova lei, a TUSD
Demanda será substituída pela “TUSD Geração”, que pode ser até 3 vezes mais
barata a depender da concessionária local. A segunda mudança positiva foi em
relação à cobrança da taxa de disponibilidade, um montante mínimo de energia
cobrado pela distribuidora para remunerar a manutenção da rede elétrica à
disposição do consumidor. Antes da nova lei, este custo era arcado “duas vezes”
pelos consumidores, pois os créditos referentes ao consumo mínimo eram
abatidos do saldo da unidade e, no entanto, a distribuidora faturava os
montantes. A partir do Marco Legal, este custo passa a ser cobrado do
consumidor apenas uma vez.

Aos consumidores que já estavam dentro do sistema até a data da publicação


da lei, o texto garante a permanência sob as regras atuais até o dia 31 de
dezembro de 2045. O mesmo vale para os que solicitarem a entrada no sistema
em até 12 meses após a publicação.

Já para os novos consumidores, a lei prevê uma adaptação de seis anos, com a
proposta de que o pagamento de 15% das tarifas relativas à remuneração,
operação e manutenção dos ativos e serviços de distribuição se inicie apenas a
partir de janeiro de 2023. O percentual aumentará gradativamente a cada ano,
conforme a seguir:

· 15% a partir de 2023;

· 30% a partir de 2024;

· 45% a partir de 2025;

· 60% a partir de 2026;

· 75% a partir de 2027;

· 90% a partir de 2028.

Para as unidades de Mini Geração Distribuída acima de 500 kW, na modalidade


de autoconsumo remoto ou na modalidade de Geração Compartilhada, haverá
incidência, até 2028, das seguintes taxas:

· 100% do custo de distribuição;

· 40% do custo de transmissão;

· 100% dos encargos de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência


Energética e taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica.

A nova lei possui algum veto?

Sim, após essa mudança, a lei prevê dois vetos:

1 – Foi retirado o enquadramento da minigeração distribuída em projetos do


Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura.

2 – Foi eliminado do texto a parte que cita uma exceção aos empreendimentos,
para que usinas flutuantes pudessem ser divididas em unidades de menor porte
para entrarem nos limites de potência da Geração Distribuída.
Como era antes e como fica agora? (REN 482/2021 e a Lei 14.300/2022)

Antes de ter as alterações do Marco Legal da GD (Lei 14.300/2022) só havia a


Resolução Normativa 482/2021. Confira, abaixo, um quadro comparativo que
ilustra de uma forma simples o que mudou após o Marco Legal:

*Quadro comparativo feito por Pedro Dante, sócio da área de energia e infraestrutura do
Lefosse Advogados.

A Geração Distribuída é economicamente melhor ao país?

Atualmente, vimos os aumentos das tarifas de energia elétrica chegarem a


patamares além da inflação e isso vem causando grandes desafios para muitos
segmentos do país.

Os reajustes das contas contemplam muitos fatores e um deles é que o país


viveu a pior seca em 90 anos. Isso resultou no acionamento emergencial de
usinas térmicas para suprir a demanda de energia elétrica, o que causou um
custo maior aos bolsos dos consumidores.
A partir desse ponto, podemos considerar a Geração Distribuída como uma
alternativa mais barata para consumidores em baixa tensão que ainda não
possuem alternativa que não comprar energia no mercado cativo, além de ser
necessariamente atrelada a fontes renováveis.

Eólica demandará investimentos de 600 bi U$$ até 2028:

A cadeia global de fornecimento de turbinas eólicas possui uma estimativa de


demanda que acumula investimentos de US$ 600 bilhões até o final de 2028. O
fornecimento médio anual de turbinas eólicas deve atingir US$ 60 bilhões entre
2020 e 2028, um aumento de 8% em relação a 2019. Apesar disso, a pandemia
é vista como um obstáculo de curto prazo para a indústria.
Essa é a projeção da consultoria Wood Mackenzie, para quem os preços médios
mais altos das turbinas e um crescimento de 20% na demanda offshore refletem
um aumento de 37% no potencial da cadeia de suprimentos. Essa projeção
representa um valor acumulado de US$ 222 bilhões até 2028. Os componentes
estratégicos de capital, como pás e torres, apresentam uma oportunidade
acumulada de US$ 25 bilhões.
De acordo com a consultoria, mais de 44 GW da demanda combinada nos dois
maiores mercados, os Estados Unidos e China, devem sobrecarregar a cadeia
de suprimentos eólicos neste ano. Além disso, uma escassez de vários
componentes críticos foi ainda mais exacerbada pela crise do coronavírus.
Na análise da empresa, uma verdadeira corrida na instalação de novos projetos
causou uma escassez de lâminas e rolamentos. Além disso estima que o
coronavírus comprometeu aproximadamente 10% a 15% dos volumes de
produção na China, Espanha e Itália. No entanto, as empresas no país oriental
já retomaram a produção no início de março, resultando em um rebaixamento de
apenas 3 GW para instalações de 2020.
Fonte: Wood Mackenzie

Nas contas da consultoria pouco mais de US$ 6 bilhões em turbinas e produção


de suprimentos de componentes já estão comprometidos no primeiro trimestre
de 2020 e que o impacto do coronavírus pode piorar se as instalações
continuarem enfrentando atrasos na retomada da produção.
Essa corrida, lembra, tem relação com a eliminação gradual do programa
chamado de PTC nos EUA após 2020. Isso estimulará a demanda por quase 5
mil torres eólicas em 2020, obrigando os OEMs de turbinas a aumentar as
importações de torres por lá, apesar dos direitos antidumping. A Wood
Mackenzie aponta que as importações de torres dos EUA do Canadá, Indonésia,
Coréia do Sul e Vietnã superaram um total combinado de US$ 900 milhões nos
últimos seis anos.

Atual matriz energética do Brasil e do Mundo:

Matriz energética é o conjunto dos recursos de que um país, uma região ou um


Estado dispõe como fonte de energia e as formas como são usados.
O petróleo, o carvão mineral e o gás natural são os 3 principais combustíveis da
matriz mundial, juntos eles totalizam 80% da energia produzida e são os
principais vilões da emissão de gases do aquecimento global. A China e a Índia
são grandes consumidores de carvão mineral, a fonte mais barata e também a
que mais polui.
Nos países desenvolvidos, é grande a produção elétrica em usinas
termonucleares, opção que alguns países, como Alemanha e Itália estão
abandonando, devido aos riscos de acidentes como o que ocorreu na usina de
Fukushima, no Japão.
O Japão, aliás, e também a França, utilizam usinas térmicas e termonucleares
em larga escala para produzir eletricidade. A razão disso está no fato de que
esses países não dispõem de grandes volumes de recursos hídricos e pouco ou
nenhum petróleo.
Matriz de Energia em 2018:
Brasil: Mundo:
Petróleo 37,3% 30,8%
Gás Natural 13,7% 21,4%
Carvão Mineral 5,9% 28,4%
Nuclear 1,3% 4,9%
Biomassa (cana, milho, 29,2% 10,1%
madeira e outros)
Hidráulica 11,3% 2,6%
Energia Não-Renovável 58,2% 85,5%
Energia Renovável 40,5% 12,7%
Outras 1,3% 1,8%
Total 100% 100%
Fonte: Resenha Energética Brasileira.

Embora a participação do petróleo na matriz brasileira se assemelhe à mundial,


o balanço energético como um todo é bem diferente. Entre as grandes
economias, nossa matriz é a que tem maior equilíbrio entre as fontes renováveis
(40,5%) e não renovável (58,2%), enquanto o restante das maiores economias
é bem mais dependente de combustíveis não renováveis, como o petróleo, o
carvão mineral e o gás natural.

Energia solar supera a nuclear em capacidade instalada no Brasil:

A capacidade instalada de usinas de geração de energia solar fotovoltaica no


Brasil superou a marca de 2 mil megawatts (MW) e ultrapassou a fonte nuclear
no país. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (Absolar), a fonte solar fotovoltaica alcançou 2.056 MW de potência
instalada, o equivalente a 1,2% de todo o parque gerador brasileiro.
Com a atualização, a energia solar passou a ser a sétima maior fonte de energia
elétrica do país, logo atrás do carvão (3.252 MW) e petróleo (8.867 MW). A
principal fonte da matriz elétrica brasileira é a hidrelétrica (104.343 MW), seguida
pela biomassa (14.768 MW), eólica (14.738 MW) e gás natural (13.369 MW).
A fonte nuclear é a oitava maior do país, com 1.990 MW, a partir das usinas de
Angra 1 e 2, situadas no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, o Brasil possui
atualmente 73 usinas de geração centralizada de energia solar fotovoltaica,
contratadas por meio de leilões realizados pelo governo federal. "Desde o
primeiro leilão federal realizado em 2014, o setor solar fotovoltaico trouxe ao
Brasil mais de R$ 10 bilhões em novos investimentos privados e dezenas de
milhares de empregos locais de qualidade”.
Segundo o presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo
Koloszuk, a fonte solar possibilita a redução de perdas elétricas na rede nacional,
a postergação de investimentos em transmissão e distribuição e o alívio do
sistema elétrico em horários de alta demanda, entre outros benefícios.
Capítulo 9:
Ciências e Tecnologia.

Após 8 anos, Toyota volta ao mercado de carros elétricos com o novo


SUV:

A montadora japonesa Toyota voltou ao mercado dos carros elétricos após 8


anos. A empresa anunciou na terça (12 de abril) o seu novo modelo SUV bZ4X,
movido a bateria e que promete rodar até 406 quilômetros por carga.

Estima-se que, nos Estados Unidos, o veículo seja comercializado por US$ 42
mil (cerca de R$ 198 mil, em valores do dia). A empresa promete, entretanto,
que o lançamento se espalhará para o mundo todo.

O novo veículo da linha bZ (Beyond Zero) é rápido comparado aos equivalentes


à combustão. Um dos opcionais oferecidos pela empresa é a tração nas quatro
rodas. Nessa versão o carro pode ir de 0 km/h a 100 km/h em cerca de 6,5
segundos, informa a Toyota.

O desempenho, entretanto, não traz grandes novidades. Apesar disso, a


montadora diz que o lançamento pode impulsionar as suas vendas, porque
existem clientes que estão dispostos a experimentar um elétrico, mas não são
fiéis à marca.

“À medida que fazemos a transição para um mercado mais dominado por


veículos elétricos, a intenção é convencer os proprietários de motores de
combustão a tentar algo novo”, diz em nota Stephanie Brinley, analista principal
da Mobilidade Global S&P.

No ano passado, 2021, foram vendidos quase 4,6 milhões de elétricos no mundo
todo. Esse número já constitui 15% das vendas globais de veículos. De olho
nessa fatia do mercado, a Toyota afirma que planeja oferecer 15 modelos do
gênero até 2025, sendo sete da linha bZ.

Windows XP tem mais usuários que o Windows 11, aponta pesquisa:

Lançado em outubro do ano passado, o Windows 11 tem uma baixa taxa de


adoção até o momento, chegando a perder em número de usuários para
o Windows XP, cuja estreia aconteceu há mais de 20 anos. É o que aponta uma
pesquisa feita pela Lansweeper divulgada na quarta-feira (13 de abril).

De acordo com a plataforma de gerenciamento de ativos de TI, a nova geração


do sistema operacional da Microsoft está presente em apenas 1,44% dos
computadores no mercado, atualmente. Por sua vez, o software lançado em
outubro de 2001 ainda é encontrado em 1,71% dos dispositivos em todo o
mundo.

Na outra ponta da tabela aparece o Windows 10, líder absoluto de instalações


no momento, sendo executado em 80,34% dos PCs globalmente. A pesquisa
mostra ainda o Windows 7 com um bom índice de presença, chegando a 4,70%,
seguido pelo Windows 8 (1,99%).

Outras versões mais antigas do Windows também aparecem no levantamento


feito com mais de 10 milhões de PCs que utilizam a solução da companhia, como
o Windows 2000 (0,15%) e o Windows Vista (0,04%). Cabe ressaltar que os
dados coletados pela empresa se referem às instalações do sistema operacional
existentes no início de abril.

Critérios rigorosos para instalação:

Os requisitos para a instalação do Windows 11 estão entre os principais motivos


para a baixa de quantidade de usuários da nova geração do software. As
restrições impostas pela Microsoft fazem com que mais da metade dos PCs
atuais fiquem impossibilitados de atualizar para a versão, segundo o
levantamento.

É importante lembrar que a pesquisa foi feita principalmente com o público


corporativo. Isso pode explicar a diferença para outro levantamento recente, feito
pela AdDuplex com um público mais abrangente, incluindo usuários comuns,
que mostra a versão mais nova do Windows em 19% das máquinas atuais.

Meta testa venda de bens virtuais no metaverso:


A Meta, empresa matriz do Facebook e Instagram, vai dar aos criadores de
conteúdo a oportunidade de vender artigos virtuais na Horizon Worlds, sua
principal plataforma no metaverso.

"Por exemplo, alguém pode fazer e vender acessórios para um mundo da moda
ou oferecer acesso pago a uma nova parte de um mundo", indicou o grupo de
tecnologia californiano em um comunicado à imprensa.

O metaverso, considerado o futuro da internet pela Meta e outras companhias,


consiste em uma série de "universos" paralelos que podem ser acessados por
meio de plataformas de realidade virtual e aumentada.

Isso já existe, ainda que mais básico, em forma de vídeo games como Minecraft,
Fortnite e Roblox, assim como plataformas sociais como Horizon Worlds e
VRChat, onde as pessoas se reúnem não só para jogar, mas também para
interagir e participar de eventos.

Meta, cuja receitas dependem inteiramente de publicidade direcionada em


grande escala, decidiu contribuir mais ativamente para o surgimento do
metaverso, e está ocupando o seu lugar na próxima batalha pela atenção do
público.

Para isso, o gigante das redes sociais está buscando atrair criadores de
conteúdos que possam, por sua vez, atrair mais usuários.

Astrônomos descobrem a galáxia mais distante já detectada:

Uma equipe de astrônomos americanos descobriu a galáxia mais distante que


se tem conhecimento, cuja luz foi emitida quando o Universo só tinha 5% de sua
idade atual de 13,8 bilhões de anos.

Batizada de z8-GND-5296, ela data de quando o Universo tinha apenas 700


milhões de anos. “O que a torna única, se comparada a outras descobertas
similares, é que sua distância pôde ser confirmada por um espectrógrafo
(equipamento que realiza um registro fotográfico de um espectro luminoso)”,
afirma o astrônomo Bahram Mobasher, da Universidade da Califórnia, um dos
membros da equipe que publicou a descoberta nesta quarta-feira (23 fevereiro)
na revista “Nature”.

A galáxia foi detectada por meio de imagens infravermelhas feitas pelo


Telescópio Espacial Hubble, e sua distância foi confirmada pelas observações
realizadas com o sofisticado espectrógrafo Mosfire operado a partir do
Observatório W. M. Keck, no Havaí.

Estudar o surgimento das primeiras galáxias é difícil porque quando sua luz
chega à Terra ela já se deslocou em direção à parte infravermelha do espectro
devido à expansão do Universo, em um fenômeno chamado “deslocamento ao
vermelho” (redshift).
Por isso, os astrônomos utilizam espectrógrafos cada vez mais sensíveis e
capazes de medir o deslocamento ao vermelho da luz da galáxia, que é
proporcional à sua distância.

Formação de estrelas – A equipe, liderada por Steven Finkelstein, da


Universidade do Texas, e Dominik Riechers, da Universidade de Cornell (Nova
York), observou também que a nova galáxia tem uma taxa de formação de
estrelas “surpreendentemente alta”, cerca de 300 vezes a massa do nosso sol
ao ano, em comparação com a Via Láctea, que forma somente duas ou três
estrelas por ano.

“Estes descobrimentos fornecem pistas sobre o nascimento do Universo e


sugerem que podem abrigar zonas com uma formação de estrelas mais intensa
do que se imaginava”, afirmou Finkelstein.

Com a construção de telescópios cada vez maiores no Havaí e no Chile e do


telescópio James Webb no espaço, ao final desta década os astrônomos
esperam descobrir mais galáxias a distâncias ainda maiores, comemorou
Mobasher.

Primeira missão tripulada apenas por civis parte em direção à estação


espacial:

Aconteceu nesta sexta-feira (8 de abril) o lançamento da primeira missão


totalmente privada para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em
inglês). A operação, que deve durar dez dias, conta quatro tripulantes.

A missão Axiom Space 1 (Ax-1), decolou às 12h17 (horário de Brasília), e


representou tanto a culminação dos esforços da Nasa para promover um
mercado comercial na órbita baixa da Terra quanto o início de uma nova era
de exploração espacial que permite que mais pessoas voem em mais tipos de
missões, segundo a Nasa.

“A Ax-1 é mais uma prova do que se tornou cada vez mais claro: esta é a era
de ouro dos voos espaciais comerciais”, disse o administrador da Nasa Bill
Nelson.

“A parceria da Nasa com a indústria por meio de programas de carga e


tripulação comercial — e agora destinos comerciais — tem sido essencial para
o desenvolvimento contínuo de um próspero setor espacial comercial”,
ressaltou.

Quem são os viajantes:

Os membros da tripulação do Ax-1 são: o ex-astronauta da Nasa Michael


López-Alegría, o empreendedor Larry Connor, o canadense Mark Pathy e
o ex-piloto de caça israelense Eytan Stibbe.
A tripulação voou para a estação espacial a bordo do SpaceX Endeavour em
um foguete Falcon 9, da SpaceX, em voo do Complexo de Lançamento 39A no
Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida.

López-Alegría, que nasceu na Espanha, cresceu na Califórnia e passou 20


anos como astronauta da Nasa, servirá como comandante da missão. Connor,
de Dayton, Ohio, servirá como piloto. Pathy, do Canadá, e Stibbe, de Israel,
serão especialistas em missões.

Primeira missão espacial privada:

Esta não foi a primeira vez que a estação espacial recebeu visitas de civis. No
entanto, a missão Ax-1 marca a primeira equipe comercial de astronautas a
usar a ISS para o propósito pretendido como um laboratório em órbita.

Os tripulantes levaram equipamentos e suprimentos para 26 estudos científicos


e tecnológicos a serem realizados antes de saírem da órbita e retornarem à
Terra dez dias após o lançamento.

O espaço de trabalho é compartilhado com sete tripulantes que já estão na ISS


— três astronautas americanos, um alemão e três russos.

Os viajantes têm outra missão: eles trarão de volta amostras e hardware de


três experimentos de biologia da Nasa na ISS, para avaliação e pesquisa
contínuas na Terra que permitirão futuras missões Artemis, da Nasa, à Lua, de
acordo com Montalbano.

A Axiom disse que contratou a SpaceX para realizar mais três missões em
órbita nos próximos dois anos.

A Nasa selecionou a Axiom em 2020 para projetar e desenvolver uma nova ala
comercial para a estação espacial, que atualmente abrange o tamanho
aproximado de um campo de futebol.
Capítulo 10:
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Pesquisa inédita pode ajudar na recuperação de florestas:

Pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV), em Belém, identificaram


marcadores moleculares capazes de quantificar genes e proteínas que
favorecem práticas de manejo e aumentam o estoque de carbono no solo.
A pesquisa inédita pode ajudar na recuperação de florestas e potencializar
a captura de carbono da atmosfera.

O estudo Genes e proteínas relacionados a ciclagem de nutrientes, fixação de


carbono e saúde do solo teve início em 2016 e se divide em três vertentes:
mapeamento dos solos naturais, acompanhamento da recuperação de áreas
degradadas e avaliação da qualidade do solo em projetos de reflorestamento e
sistemas agroflorestais. Nesta última etapa, o levantamento está associado
à meta de recuperar mais 500 mil hectares de florestas no Brasil até 2030.

Os pesquisadores recolhem amostras do solo e, no laboratório, conseguem


mapear o DNA e as proteínas existentes. Segundo o coordenador do estudo,
Rafael Valadares, já foram feitas pesquisas em solos naturais, sistemas
agroflorestais e impactados pela mineração. O estudo teve início na Floresta
Amazônica, com análise do solo na Serra de Carajás, área de atuação da Vale,
principalmente nos campos rupestres ferruginosos e na Floresta Nacional de
Carajás.
“Fizemos uma grande biblioteca de genes e proteínas dessas áreas naturais. Em
um segundo momento, conhecendo o que existe de biodiversidade microbiana,
rotas bioquímicas de funções nos sistemas naturais, avançamos para áreas de
projetos de recuperação de áreas degradadas.

O estudo é disseminado a produtores rurais para que possam compreender


melhor o solo em que atuam. “De posse das informações do que está
funcionando bem ou mal no solo, o produtor pode direcionar as técnicas de
manejo para corrigir o que está indo errado. Da mesma maneira, podemos
comparar diferentes sistemas de cultivo, diferentes plantios e indicar qual
sistema está contribuindo para melhoria geral do solo e qual está degradando”,
argumentou.

Solos:

Dados do Painel Intergovernamental para Mudanças do Clima das Nações


Unidas (IPCC) mostram que o solo responde por cerca de 70% do carbono
estocado na terra na forma de matéria orgânica. Isto representa quase três vezes
mais do que o armazenado na vegetação e cerca do dobro em comparação com
a atmosfera.

Atualmente, de acordo com Organização das Nações Unidas para a Alimentação


e a Agricultura (FAO), 33% dos solos do mundo e 52% dos solos agrícolas estão
degradados, principalmente por erosão, compactação e contaminação. Segundo
o especialista em Solos e Microbiologia da Universidade Federal de Viçosa
(UFV), Igor Assis, o solo é fundamental para a vida na Terra.

“O solo tem várias funções, como produção de alimentos, fibras e combustíveis.


Mas ainda como sequestro de carbono, purificação de água - a água que sai da
nascente geralmente é limpa porque o solo faz essa purificação; degradação de
contaminantes - muitos que acabam sendo aportados no solo, a própria
microbiota degrada esses contaminantes”, explicou.

Assis ressaltou ainda a importância do solo na regulação de enchentes. “Quando


o solo é bem manejado, estruturado, ele armazena uma quantidade gigantesca
de água das chuvas. Quando o solo está degradado, fica compactado e não
consegue armazenar essa água de chuva, que acaba indo toda para os rios e aí
acontecem as grandes enchentes que a gente vê atualmente. O solo tem a
função de ser fonte de recursos genéticos e farmacêuticos, que tem uso direto
pela população no nosso dia a dia”, disse.

Para o professor, a educação a respeito do solo é essencial para a sobrevivência


da espécie humana.

“Temos um crescimento exponencial da população mundial e vem aumentando


muito a quantidade de solos degradados. Então, estamos indo para uma conta
que não fecha: a população crescendo, precisamos produzir mais alimentos que
os solos nos fornecem e eles estão sendo degradados e num futuro não muito
distante, muitos desses serviços vão ser reduzidos drasticamente e isso afeta
diretamente a nossa vida”, afirmou.
Baixo carbono:

Outro ponto em destaque é a recente discussão sobre economia de baixo


carbono, destinada a conter as emissões de gases de efeito estufa. O assunto
tem ganhado cada vez mais espaço pelo mundo

Segundo o professor, solos bem manejados são uma forma eficaz de conservar
carbono na forma orgânica, diminuindo a emissão de gases do efeito estufa e
contribuindo para o mercado de crédito de carbono.

“A questão de mudanças climáticas, que está relacionada com a economia de


baixo carbono tinha inicialmente a ideia de diminuir a emissão de CO2 para
atmosfera e hoje a gente trabalha com duas áreas relacionadas a isso: que é
diminuir a emissão, como sequestrar, drenar o carbono que está na atmosfera.
E o único componente que a gente consegue manejar para fazer isso de forma
mais fácil é o solo”, destacou.

Nesse sentido, para precificar o mercado, países têm criado o chamado mercado
de carbono, um mecanismo que permite a venda de créditos por nações que
limitam as emissões desses gases para nações com maiores dificuldades de
cumprir as metas de redução.

No Brasil, o tema tem sido discutido na Câmara dos Deputados com o PL


528/2021, que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). A
proposta quer assegurar a diminuição da emissão de gases do efeito estufa,
freando o aquecimento global.

Conferência do Clima 2022 – COP 27:

O saldo da COP26: o que a Conferência do Clima significou para o Brasil e


o mundo:
As expectativas para a Conferência do Clima das Nações Unidas em Glasgow,
Escócia – a COP26 – eram grandes. Realizada depois de 20 meses de
pandemia, após ser adiada em 2020, a conferência era vista como a grande
oportunidade para se definir ações que levariam o mundo a conter o impacto das
mudanças climáticas a um aumento de no máximo 1,5°C na temperatura média
da Terra comparado ao período pré-industrial.
Esse objetivo não foi alcançado. A COP26 se encerrou com o Pacto de Glasgow,
um documento assinado pelos países que deixou a desejar em termos de
ambição. Contudo, apesar de não ter dado garantias ao cumprimento desse
limite, Glasgow teve o papel de manter 1,5°C vivo. Além do compromisso oficial,
foram assinados na Escócia uma série de compromissos independentes que
podem contribuir para a redução de emissões e limitar as mudanças climáticas.
Entenda abaixo o que significaram as duas semanas de negociações entre
países para o Brasil e para o mundo.

✓ O Brasil na COP26: contribuições estagnadas


Em uma tentativa de mostrar uma mudança de atitude do governo brasileiro em
relação ao combate às mudanças climáticas, o Brasil assumiu um novo
compromisso na COP26 de mitigar 50% de suas emissões de gases de efeito
estufa (GEE) até 2030, usando como linha de base o ano de 2005 e como
referência o Quarto Inventário Nacional de Emissões. Esse compromisso é igual
ao assumido pelo Brasil em 2015, mas maior do que o compromisso assumido
na NDC (a Contribuição Nacionalmente Determinada, como são chamadas as
metas e compromissos voluntários assumidos por cada país dentro do Acordo
de Paris) anunciada pelo então ministro Ricardo Salles em dezembro de 2020,
onde o Brasil literalmente reduziu seu nível de contribuição à mitigação das
mudanças climáticas. Portanto, o Brasil chegou ao fim desta COP26 com o
mesmo nível de ambição que se comprometeu em Paris há seis anos, que segue
sendo insuficiente para alcançar o objetivo de manter o aumento da temperatura
do planeta em até 1,5°C comparado a níveis pré-industriais.

Além da nova meta, o Ministério do Meio Ambiente apresentou diretrizes para a


agenda estratégica voltada à neutralidade climática. Entre as medidas, estão:

• Zerar o desmatamento ilegal até 2028: 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e
2026, e 50% em 2027, comparando com o ano de 2022;
• Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030;
• Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na
composição da matriz energética;
• Recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas;
• Incentivar a ampliação da malha ferroviária.
Ainda faltam detalhes de como essas ações serão colocadas em prática e
clareza sobre o que significa cada número. Para que essas diretrizes tenham
efeito, é importante que sejam formalizadas e detalhadas – por meio de políticas
públicas.

Crise climática marcará agenda ambiental de 2022:

Especialistas em meio ambiente acreditam que 2022 tem potencial para ser um
ano emblemático para contenção da tripla crise ambiental.

Isto porque, além do mundo já estar sofrendo com a pandemia de COVID-19 e


com a mudança do clima, perda da biodiversidade e poluição, o ano também
será marcado por uma série de eventos que chamarão atenção para estas
causas.

Entram nesta conta a celebração dos 50 anos da histórica Conferência das


Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo e a consequente
criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Em julho também acontecerá a Conferência da ONU sobre os Oceanos.

A Conferência de Estocolmo também foi o berço do Programa das Nações


Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), agência das Nações Unidas cuja
missão é monitorar o estado do meio ambiente, fomentar o desenvolvimento de
políticas com a ciência e estimular ações de preservação.
Durante as últimas cinco décadas, o PNUMA tem aproveitado seu poder de
convocação e as rigorosas pesquisas científicas desenvolvidas para coordenar
um esforço global em prol da superação de desafios ambientais.

A COP-27:

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, mais


comumente referida como COP27, será a 27ª Conferência das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas, realizada em Sharm el-Sheikh, Egito, em
novembro de 2022.

UNESCO reconhece duas regiões do Brasil como geoparques globais:

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a


Cultura) nomeou oito novos Geoparques Globais, sendo dois deles no Brasil: a
região do Seridó, no Rio Grande do Norte, e os Cânions do Sul, entre
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O selo reconhece regiões geológicas de importância internacional, e tem o


objetivo de auxiliar na conservação do meio-ambiente e da cultura local. O
desenvolvimento sustentável também é um dos focos da iniciativa, de acordo
com a organização. Após a nova atualização, atualmente são 177 Geoparques
Globais, em 46 países.

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O agora Geoparque Global de Seridó possui mais de 120 mil habitantes, e entre
eles há comunidades quilombolas. Ele tem sede em Currais Novos, no Rio
Grande do Norte, mas os seus 2.800 quilômetros quadrados de extensão
abrangem seis municípios: Parelhas, Cerro Corá, Carnaúba dos Dantas, Acari
e Lagoa Nova.
Extensão do Geoparque Global do Seridó / Geoparque do Seridó

A geodiversidade no local é grande, acompanhada de uma biodiversidade


também ampla, parte do bioma da Caatinga, que é exclusivamente brasileiro.
Lá, é possível analisar mais de 600 milhões de anos da história do planeta
Terra, segundo a Unesco: o geoparque possui “uma das maiores
mineralizações de scheelita da América do Sul, um minério de tugstênio, além
de fluxos de basalto decorrentes da atividade vulcânica durante as Eras
Mesozóica e Cenozóica”, disse a entidade em nota.

Já o Geoparque Global Caminhos dos Cânions do Sul faz parte da Mata


Atlântica, com rios e quedas d’água. Os cânions foram “formados pelos
processos geomorfológicos únicos que o continente sofreu durante a
dissolução do supercontinente Gondwana há cerca de 180 milhões de anos”,
de acordo com a Unesco.

A região abriga cerca de 74 mil habitantes, e ocupa as cidades de Cambará do


Sul, Jacinto Machado, Mampituba, Morro Grande, Praia Grande, Timbé do Sul
e Torres, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os outros parques selecionados ficam na Europa. A Ásia, a África e a região


árabe ficaram de fora da nova seleção devido às restrições da pandemia da
Covid-19, que dificultaram a avaliação da Unesco.

Amazônia Legal tem recordes de alertas de desmatamento no 1º trimestre


de 2022:
A Amazônia Legal registrou no primeiro trimestre de 2022 o maior número
acumulado de alertas de desmatamento na história do monitoramento feito pelo
Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O total chega a 941,34 km², maior
índice desde 2016.

Em 2021, por exemplo, foram registrados 573,29 km² no mesmo período. Os


dados do primeiro trimestre deste ano apresentaram crescimento de 64,19%.
Até então, os primeiros três meses com maior número de alertas de
desmatamento haviam sido registrado em 2020, com 796,95 km².

Apenas em março deste ano, foram 312,23 km². Apesar de representar


aumento em relação ao mês anterior – em fevereiro foram 198,67 km² -, março
de 2022 registrou área menor que a registrada nos anos de 2021 (368 km²),
2020 (327 km²) e 2018 (357 km²).

Em fevereiro de 2022, a Amazônia Legal registrou o maior acumulado de


alertas de desmatamento para o mês desde 2016. Foram 198,67 km² – 61,7%
mais do que os 122,8 km² registrados em 2021.

Em janeiro de 2022, a região amazônica contabilizou os piores índices para o


mês na história do monitoramento: foram 430,44 km², 419,3% mais do que os
82,88 km2 registrados no ano anterior.

Em 2022, o estado da Amazônia Legal que registrou o maior desmatamento foi


o Mato Grosso, com 32,56 km². Em seguida, estão os estados do Amazonas
(190,39 km²); Rondônia (176,27 km²), Pará (160 km²).

Os dados analisados são alertas de desmatamento com solo exposto,


desmatamento com vegetação e mineração na região da Amazônia Legal. As
informações foram extraídas da plataforma Terra Brasilis, que reúne alertas e
monitora o desmatamento na região da Amazônia desde 2015, considerando
as maiores taxas de 6,25 hectares. No entanto, os dados do primeiro semestre
começaram a ser computados apenas a partir de 2016.

OMS alerta que quase toda a população do mundo respira ar poluído:

Quase toda a população global, 99% das pessoas, respira ar que excede os
limites de qualidade definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um número recorde de mais de 6 mil cidades em 117 países monitora a


qualidade do ar. No entanto, as pessoas que vivem nesses locais ainda
respiram níveis insalubres de partículas finas e dióxido de nitrogênio. Pessoas
em países de baixa e média renda sofrem as maiores exposições.

A OMS destaca a importância de reduzir o uso de combustíveis fósseis e de


outras medidas possíveis para reduzir os níveis de poluição do ar.

Neste ano, a atualização dos dados de qualidade do ar da OMS apresenta,


pela primeira vez, medições das concentrações médias anuais de dióxido de
nitrogênio (NO2), um poluente urbano comum e precursor do material
particulado e do ozônio. O documento inclui também medições de partículas
com diâmetros iguais ou inferiores a 10 μm (PM10) ou 2,5 μm (PM2.5). Ambos
os grupos de poluentes se originam principalmente de atividades humanas
relacionadas à queima de combustíveis fósseis.

De acordo com a OMS, o novo banco de dados de qualidade do ar é o mais


extenso até agora em sua cobertura da exposição à poluição do ar a nível do
solo. Cerca de 2 mil novas cidades e assentamentos humanos passaram a
registrar dados de monitoramento para material particulado, PM10 ou PM2.5,
em comparação à última atualização. Isso marca um aumento de quase seis
vezes nos relatórios desde que o banco de dados foi lançado em 2011.
Enquanto isso, a base de evidências para os danos que a poluição do ar
causa ao organismo humano vem crescendo rapidamente e aponta para
impactos significativos causados por níveis baixos de muitos poluentes do ar.

A OMS indicou uma série de medidas que os governos podem tomar para
melhorar a qualidade do ar e a saúde da população.

A lista inclui estratégias como adotar, revisar e implementar padrões nacionais


de qualidade do ar de acordo com as últimas diretrizes da entidade; monitorar
a qualidade do ar e identificar fontes de poluição, apoiar a transição para o uso
exclusivo de energia limpa doméstica; construir sistemas de transporte público
seguros e acessíveis e redes amigáveis para pedestres e ciclistas.

As recomendações também contemplam a implementação de padrões mais


rígidos de emissões e eficiência dos veículos, a imposição de inspeção e
manutenção obrigatórias para veículos, o investimento em habitação com
eficiência energética e geração de energia, além da melhoria na gestão de
resíduos industriais e municipais.

O documento propõe a redução da incineração de resíduos agrícolas,


incêndios florestais e de algumas atividades agroflorestais (como produção de
carvão, por exemplo) e a inclusão da poluição do ar nos currículos dos
profissionais de saúde.

Impacto desigual da poluição do ar:

Países de renda mais alta têm menor poluição por partículas, mas a maioria
das cidades tem problemas com dióxido de nitrogênio, segundo a OMS. Em
17% das cidades em países de alta renda que monitoram a qualidade, o ar está
abaixo das diretrizes considerando PM2.5 ou PM10.

Em países de baixa e média renda, a qualidade do ar está em conformidade


com os limites recomendados pela OMS em menos de 1% das cidades.

Globalmente, os países de baixa e média renda ainda apresentam maior


exposição a níveis insalubres de material particulado em comparação com a
média global, mas os padrões de dióxido de nitrogênio são diferentes,
mostrando menos diferença entre os países de alta, baixa e média renda.

Cerca de 4 mil cidades ou ocupações humanas em 74 países coletam dados


de dióxido de nitrogênio ao nível do solo. Juntas, as medições mostram que
apenas 23% das pessoas nesses locais respiram concentrações médias anuais
de dióxido de nitrogênio que atendem aos níveis da versão mais recente das
diretrizes da OMS.

Monitoramento:

As pessoas que vivem em países de baixa e média renda são as mais expostas
à poluição do ar. Elas também são as menos cobertas em termos de medição
da qualidade do ar – mas a situação está melhorando segundo os novos dados
da OMS.

A Europa e, em certa medida, a América do Norte continuam a ser as regiões


com os dados mais abrangentes sobre a qualidade do ar. Em muitos países de
baixa e média renda, embora as medições de PM2.5 ainda não estejam
disponíveis, eles observaram grandes melhorias nas medições entre a última
atualização do banco de dados em 2018 e esta, com mais 1.500
assentamentos humanos nesses países monitorando a qualidade do ar.

Rio lança conferência mundial para o Desenvolvimento Sustentável:

O Museu do Amanhã, na região portuária do Rio de Janeiro, foi palco do


lançamento da Rio+30 cidades, conferência mundial sobre desenvolvimento
sustentável e inclusivo. O evento será realizado ao longo de três dias, entre 17
e 19 de outubro e vai colocar o Rio como centro das discussões sobre o futuro
das cidades.

Representantes de vários países participaram do lançamento da conferência


que acontece trinta anos depois da ECO92, a primeira conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. O foco, desta vez, será a
elaboração de metas ambiciosas para lidar com as mudanças climáticas
mundiais.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que é urgente adaptar os centros


urbanos aos eventos climáticos cada vez mais frequentes e investir nessa área
é imprescindível para o crescimento econômico. “Ninguém está dizendo aqui
que não vai ter crescimento econômico, desenvolvimento urbano. Ao contrário.
Só terá crescimento nesse país se nós tratarmos dessa agenda”.

A Rio + 30 cidades vai ser concentrada no Centro do Rio. Pontos turísticos da


cidade como o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio e a Praça Mauá
serão palco de shows culturais, debates e palestras.

Austrália alerta sobre possível extinção dos coalas por conta de


mudanças climáticas:

A Austrália incluiu os coalas que vivem ao longo de grande parte de sua costa
leste como uma espécie ameaçada de extinção depois que os habitats do
animal foram afetados por secas prolongadas, incêndios florestais e extração
de madeira.

Cientistas e acadêmicos alertam que o mamífero icônico da Austrália pode se


extinguir, a menos que o governo intervenha imediatamente para proteger os
coalas e seu habitat.

“Esta lista destaca os desafios enfrentados pela espécie”, disse a ministra


australiana do meio ambiente, Sussan Ley, em comunicado. “Juntos podemos
garantir um futuro saudável para os coalas e essa decisão desempenhará um
papel fundamental nesse processo”.

A queda acentuada do número de coalas:

A Austrália perdeu cerca de 30% de seus coalas nos últimos três anos, de
acordo com o que observou a Australian Koala Foundation no ano passado.
Estima-se que o número tenha caído de mais de 80 mil, em 2018, para menos
de 58 mil. O pior declínio foi em Nova Gales do Sul, onde os números caíram
41%.

Um estudo do World Wide Fund for Nature estimou que os incêndios florestais
no final de 2019 e início de 2020 mataram ou feriram mais de 60 mil coalas,
enquanto as chamas queimaram mais de 17 milhões de hectares, uma área
quase da metade do tamanho da Alemanha.

Mas mesmo antes dos incêndios, os habitats dos coalas estavam diminuindo
rapidamente devido ao desmatamento para agricultura, desenvolvimento
urbano, mineração e silvicultura. Os coalas habitam principalmente florestas de
eucalipto nos estados do leste e ao longo das margens costeiras.

Grupos ambientalistas aplaudiram a decisão e a declaração da ministra do Meio


Ambiente, embora tenham dito que deveria ter acontecido muito antes.

“Tapete de peixes mortos” é encontrado no Oceano Atlântico próximo à


França:

A embarcação holandesa FV Margiris, a segunda maior embarcação de


pesca do mundo, derramou mais de 100 mil peixes mortos no Oceano
Atlântico ao largo da França, formando um tapete flutuante de carcaças que
foram avistados por ativistas ambientais

O derrame ocorrido foi causado por uma ruptura na rede do arrastão, disse o
grupo da indústria pesqueira PFA, que representa o proprietário da embarcação.
Em um comunicado, o grupo chamou o vazamento de “ocorrência muito rara”.

Um grupo ambientalista contestou dizendo que era uma descarga ilegal de mais
de 100 mil peixes indesejados.

O braço francês do grupo de campanha Sea Shepherd publicou pela primeira


vez imagens do vazamento, mostrando a superfície do oceano coberta por uma
densa camada de verdinho, uma subespécie de bacalhau, usada para produzir
em massa peixe, óleo de peixe e farinha.

A Sea Shepherd France disse que não acredita que o incidente tenha sido
acidental, mas sim uma tentativa da traineira de descarregar um tipo de peixe
que não queria processar, uma prática conhecida como descarga de capturas
acessórias que é proibida pelas regras de pesca da União Europeia.
A Sea Shepherd France disse que o vazamento afetou mais de 100 mil peixes.
A ministra do Mar da França, Annick Girardin, chamou as imagens dos peixes
mortos de “chocantes” e disse que pediu à autoridade nacional de vigilância
pesqueira do país que iniciasse uma investigação sobre o acidente.

Arrastões como os Margiris usam redes de arrasto com mais de um quilômetro


de comprimento e processam o peixe em fábricas a bordo, uma prática
fortemente criticada por ambientalistas.

Após protestos de ativistas, o Margiris foi forçado a deixar as águas australianas


em 2012.

Dados de tráfego do marinetraffic.com na sexta-feira mostraram que o navio, que


é de propriedade da empresa holandesa Parlevilleet & Van der Plas e navega
sob a bandeira da Lituânia, ainda estava envolvido em atividades de pesca na
costa da França.

EDP, Renner, Telefônica, CPFL e Natura lideram ranking de


sustentabilidade da B3:

A B3 divulgou seu ranking do ISE B3 2021/22, índice de sustentabilidade da


Bolsa, com a EDP Brasil na liderança entre as participantes, com nota 90.25.
Em seguida, vêm Lojas Renner, Telefônica Brasil, CPFL Energia e Natura&Co,
com pontuações de 85.13, 84.09, 81.99 e 80.99, respectivamente.
A pontuação leva em conta características das empresas como Capital Humano,
Governança Corporativa, Modelo de Negócios e Inovação, Capital Social, Meio
Ambiente e CDP (Carbon Disclosure Program), fator que considera a
contribuição para a mudança do clima.
Nas cinco posições seguintes, aparecem as empresas Klabin, Itaú Unibanco,
Ambipar, Suzano e Engie Brasil.
Segundo a B3, as empresas participantes apresentam documentos para
subsidiar os questionários, mas não é realizado qualquer tipo de auditoria nas
empresas respondentes, que são responsáveis pelas informações prestadas e
documentos enviados.
O Score ISE B3 é a avaliação utilizada no processo de ranking e seleção para a
carteira.
Resulta da aplicação do Fator Quali sobre o Score-base, representando, assim,
um ajuste destinado a atenuar distorções na avaliação quantitativa de empresas
que porventura não tenham seguido a orientação de serem rigorosas e
conservadoras em suas respostas ao questionário.
O ranking indica, com base no Score ISE B3, a posição da empresa emissora
dentre todas as demais participantes do processo seletivo.

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