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FLORIANÓPOLIS, 2019
HEBREUS VINICIUS DA SILVEIRA GUIMARAES
FLORIANÓPOLIS, 2019
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RESUMO
A tarrafa é uma ferramenta basicamente constituída por uma rede de forma cônica com
chumbadas (pesos de chumbo) na extremidade inferior e uma fieira (fio longo) em sua
extremidade superior, que é utilizada para a pesca em grande parte dos rios e mares
do Brasil. Funciona como uma rede que pode ser jogada e proporciona um tipo de
pesca dinâmica e eficiente. Em Florianópolis a tarrafa é tradicionalmente utilizada por
pescadores nativos e as técnicas para o uso desta são passadas de pai para filho
geração após geração, sendo que pessoas fora desse contexto tem grande dificuldade
para usar a tarrafa por desconhecimento da técnica. Este projeto desenvolveu um
dispositivo para tarrafas de rufo, para que estas não necessitem de técnicas complexas
para seu uso, possibilitando atingir uma gama maior de pessoas que fazem da pesca
uma forma de lazer.
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ABSTRACT
The tarrafa is a tool basically constituted by a conical shaped net with sinkers (lead
weights) at the lower end and a spinneret (long yarn) at its upper end that is used for
fishing in most of the rivers and seas of Brazil. It functions as a playable net and
provides a dynamic and efficient type of fishing. In florianópolis the tarrafa is traditionally
used by native fishermen and the techniques for the use of it are passed from father to
son generation after generation. This project will develop a package that does not
require complex techniques for its use, making it possible to reach a wider range of
people who make fishing a form of leisure.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 08
1.1 OBJETIVOS................................................................................................................ 08
1.2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................... 09
1.3 METODOLOGIA......................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA……..………………..…………………….………….…... 13
2.1 Pesca e lazer.............................................................................................................. 13
2.2 A Tarrafa..................................................................................................................... 14
2.3 Ergonomia................................................................................................................... 18
2.4 Empresa Parceira: Bras Manuel Ramos (BraPesca).................................................. 20
3 PESQUISA DE CAMPO……….………………………………………………….……….... 22
3.1 Conversas Com Pescadores…………………………………………....………………... 22
3.2 Entrevistas Com Pescadores dos Ranchos da Tapera……………………………….. 25
3.3 Análise da Tarefa: Passo a Passo do Arremesso Com Tarrafa…………………..….. 27
3.3.1 Primeiro passo: Prender a fieira ao punho………………………………………... 29
3.3.2 Segundo passo: Enrolar a fieira e parte da malha……………………………….. 31
3.3.3 Terceiro passo: Dividir a tarrafa em duas partes iguais……..……………........ 34
3.3.4 Quarto passo: Dividir os chumbos………………………………………………..... 36
3.3.5 Quinto passo: Arremesso………………………………………………………....….. 39
3.4 Análise da Tarefa: Testes com pessoas com pouca experiência…………………….. 41
3.4.1 Oswaldo de Andrade…………………………………………………………….…….. 42
3.4.2 Helena da Silveira Guimarães……………………………………………….……….. 43
3.4.3 Dayan Bisognin Aranda…………………………………………………….……….... 44
3.4.4 Daniel Martins Tsuji………………………………………………………………....…. 45
3.5 Questionário…………………………………………………………………….………...... 47
3.6 Similares de mercado………………………………………………………………........... 55
3.6.1 Tarrafas industriais………..……………………………………………………..…..... 55
3.6.2 Tarrafas artesanais……..………………………………………………...……………. 57
6
3.6.3 Lawaia……………………………………………………………………….................... 58
3.7 Público alvo…………………………………………………………………………..……... 60
3.7.1 Perfil do público alvo………………………………………………………….……….. 60
3.8 Análise estética…………………………………………………………………….………. 61
3.8.1 Saint Plus………………………………………………………………….……………... 61
3.8.2 Marine Sports……………………………………………………………….…………... 61
3.8.3 Shimano………………………………………………………………….………………. 62
4 DEFINIÇÕES DE PROJETO E ELABORAÇÃO DE REQUISITOS……………….…... 64
4.1 Requisitos……………………………………………………………………………….….. 64
5 CRIAÇÃO………………………………………………..……………………………………. 67
5.1 Painéis……………………………………..……………………………………..……….... 67
5.2 Geração de alternativas…………………………………..…………………………...….. 70
6 EXECUÇÃO…………………………….………………………………………………......... 74
6.1 Memorial descritivo……………………………………..………………………………….. 83
6.2 Materiais……………………………………..…………………………………………….... 87
6.3 Processo produtivo……………………………………………………………………….... 87
6.3.1 Montagem……………………………………..…………………………………………. 88
6.4 Ambientação……………………………………..…………………………………………. 91
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………..………………………….. 93
Referências…………………………………………………………………………………….. 94
Apêndice………………………………………………………………………………………... 96
7
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
8
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1.2 JUSTIFICATIVA
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1.3 METODOLOGIA
Figura 1 - GODP
O método pode ser dividido em três macro etapas sendo elas Inspiração
(oportunidade, prospecção/solicitação, levantamento de dados), Ideação (organização
e análise de dados e criação) e Implementação (execução, viabilidade e criação).
INSPIRAÇÃO
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0 Prospecção/Solicitação: Prospectar o público e a demanda deste em relação a
proposta do projeto, qual a relação do público com a tarrafa, seu contato com
esta, suas dificuldades, e reclamações através de questionários, entrevistas e
análises da tarefa.
IDEAÇÃO
IMPLEMENTAÇÃO
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5 Viabilidade: Definição da proposta que melhor atende os requisitos de projeto,
seguido por testes em situações reais do produto junto ao usuário, juntamente à
análises ergonômicas, da tarefa e de usabilidade. Nesta etapa também são
pensadas as formas como o produto será disposto no ponto e se será
necessário o uso de embalagem.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A pesca praticada como lazer e para consumo próprio serve como forma de
compensação do estresse diário e ainda contribui para uma dieta saudável.
Comer peixe regularmente traz muitos benefícios à saúde, é indicado pelo
menos 3 vezes na semana incluir o pescado na dieta. Entre os benefícios estão:
fornecer proteínas, prevenir doenças cardiovasculares, aliviar os sintomas da artrite,
fornecer vitamina D, entre outros (ZANIN, 2018).
A pesca pode ser dividida basicamente em duas vertentes, a pesca que faz do
peixe uma mercadoria a ser vendida, praticada por pessoas que trabalham com isso,
sejam eles pescadores industriais ou artesanais e a pesca que é praticada como forma
de lazer e não possui a intenção de venda do peixe (CATELLA, 2003).
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Aquela realizada como forma de lazer é denominada pesca esportiva, em que
seus praticantes não fazem do pescado uma mercadoria, esta pode ser praticada de
duas maneiras distintas. Uma para consumo próprio do pescado e outra somente pelo
prazer da pesca conhecida como pesque solte, em que é levado em consideração a
conservação das espécies (CATELLA, 2003).
A pesca com tarrafa é praticada por ambos os tipos de pesca. Na pesca
esportiva é utilizada principalmente por aqueles que tem o intuito de consumo do peixe
(PACIEVITCH, 2006).
No entanto existem tarrafas utilizadas na piscicultura que pela sua forma de
produção não machucam o pescado e poderiam ser aplicadas para pesca esportiva
que visa devolver o peixe a natureza.
No litoral de Santa Catarina são praticados diferentes tipos de pesca, com
diferentes materiais, entre eles caniço, tarrafa, gererê e até mesmo redes (SARTORI;
FLOR 2015).
A pesca com tarrafa pode ser mesclada com outros tipos de pesca, podendo ser
utilizada somente para obtenção de iscas, ou então para tipos diferentes de peixes,
promovendo variações e dinâmicas. A pesca do Robalo, por exemplo, é normalmente
efetuada com camarões vivos, então seria necessária a captura dos camarões com
tarrafa, para realizar a pesca com vara (BOUÇAS, 2012).
2.2 A tarrafa
Tarrafa é um tipo de rede que pode ser arremessada e possui formato cônico,
quanto maior a altura do cone, maior será sua circunferência. É dividida em três
principais partes, fieira, malha, e chumbos (figura 2). A malha varia seu tamanho de
acordo com o que se pretende pescar, assim como o tamanho e quantidade de
chumbos das tarrafas. A fieira é um tipo de corda costurada à tarrafa que permanece
presa ao punho do pescador enquanto este a lança. O tamanho das tarrafas é medido
de acordo com o diâmetro da circunferência e os pescadores chamam a medida de
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braças, o que representa em torno de um metro e meio. Existem tarrafas que podem
chegar a ter mais de 20 braças (CARDOSO, 2017).
15
Figura 3 - Tarrafa de rufo
16
Contudo mais um tipo de tarrafa pode ser incluso. As tarrafas de camarão, que
não possuem argola ou rufo (figura 5).
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Em Florianópolis é comum a utilização dos três tipos de tarrafa, porém as mais
avistadas são as de rufo e camarão. As de argola normalmente são utilizadas com
mais frequência na época da tainha, pois é mais eficaz nesse tipo de pesca. Em
Conversa com tarrafeadores do Ribeirão da Ilha e da Tapera, além da aplicação de um
questionário informal com os mesmos, pode-se perceber que em sua maioria os
tarrafeadores sejam eles novos ou de mais idade, trazem as técnicas da tarrafa, tanto
em relação aos arremessos quanto a fabricação artesanal, de suas gerações
passadas. As famílias de pescadores passam seus conhecimentos adiante, ensinam
como o nó deve ser feito, qual linha deve ser utilizada, como manter o tamanho da
malha, entre outras várias minúcias que envolvem a produção de uma tarrafa artesanal
e assim se perpetua a pesca com essa rede. São criados, com vizinhos e amigos que
vivem da pesca e muitas vezes dependem da tarrafa para garantir o sustento. Para
esses não há tarrafas no mundo melhores do que aquelas feitas à mão.
2.3 Ergonomia
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manejo grosseiro em que os movimentos são transmitidos principalmente pelos
punhos e braços, enquanto os dedos servem para prender, possibilitando transmitir
maiores forças, com velocidade e precisão menores. (IIDA, 2003).
Alguns princípios da ergonomia que visam melhorar e potencializar o uso de
máquinas, equipamentos e ferramentas derivam de outras áreas do conhecimento
como a Biomecânica na qual são aplicadas no corpo humano as leis físicas da
mecânica, visando durante um movimento prever quais serão as tensões que ocorrem
nos músculos e articulações, fisiologia que quantifica as demandas energéticas do
coração e dos pulmões para realizar determinadas tarefas que exigem esforço
muscular e a antropometria que ocupa-se das dimensões e proporções do corpo
humano, que juntas permitem formular recomendações sobre a postura e o
movimento. ( DUL; WEERDMEESTER, 2004).
De acordo com Dul e Weerdmeester (2004) para que lesões sejam evitadas é
necessário reduzir tensões nos músculos e articulações e três dos princípios da
Biomecânica que evitam isso são:
- Conserve o peso próximo ao corpo: dessa forma evita-se tencionar os braços e
costas, quanto mais distante a carga estiver do corpo, mais será exigido de seus
músculos e articulações;
- Evite curvar-se para frente: para prevenir dores, é necessário evitar inclinar-se por
longos períodos, pois há contração dos músculos e ligamentos das costas ao
manter essa posição, promovendo dores na parte inferior do tronco onde a
tensão é maior;
- Evite inclinar a cabeça: Devido ao peso da cabeça ao incliná-la em ângulos
maiores que 30 graus os músculos do pescoço são tencionados, causando
dores na nuca e nos ombros.
-
Além desses outros conceitos relacionados a atributos do usuário foram citados
por Gomes Filho (2012) e podem ser utilizados para melhoria e potencialização de uso
na elaboração produtos. Entre eles podem ser citados:
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- Habilidade: em que o indivíduo ao manipular objetos demonstra facilidade e
agilidade,
- Força: É necessário que seja compatível ao objeto, para que seja melhor
manipulado.
- Precisão: Ao agir, reagir ou interagir é necessário exatidão ao realizar uma
tarefa.
- Sincronismo: em situações em que ações simultâneas são realizadas ter a
capacidade de agir, reagir ou interagir.
- Treinamento: Trabalhar ou utilizar algum produto ou sistema de produto por um
determinado tempo.
- Experiência: adquirir conhecimento ao longo do tempo, principalmente pela
frequência em relação à prática.
Quando questionadas a maioria das pessoas que utilizam tarrafas reclamam de
dores nas costas e ombros e através do estudo dos princípios de ergonomia é possível
encontrar soluções para esse problema.
2.4 Empresa Parceira: Bras Manuel Ramos (Brapesca)
20
trabalhava também do ramo pesqueiro (Siqueira Pesca) iria fechar. Com isso em mente
reuniu a família e o que tinha de dinheiro e decidiu comprar a empresa já falida, desde
então tem vivido e sobrevivido como comerciante no Centro de Florianópolis.
21
3 PESQUISA DE CAMPO
22
em Florianópolis são: a Cocoroca, o Papa-terra, a Canhanha, o Marimbal, entre
outros, além de frutos do mar como Caranguejos, Camarões e Siris.
2. Estando posicionado às margens do mar, rios, lagos e com águas turvas, sem
poder avistar os peixes ou o fundo (figura 7). Pode ser feita na beira, ou a alguns
passos dentro d’água. A tarrafa é arremessada e somente recolhida após tocar
o fundo. Assim como a primeira é uma pesca que depende de sorte e utiliza-se
principalmente tarrafas de ruffo e de camarão. Em Florianópolis a pesca com
tarrafa de camarão é feita principalmente desta forma, no Cacupé, na Tapera, no
Sambaqui, entre outras.
23
Figura 7: tarrafeada do baixo com mar turvo
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4. Estando posicionado às margens do mar, rios, lagos, entre outros e com águas
que possibilitam a visualização do fundo e dos peixes. Ao avistar o peixe a
tarrafa é lançada, então esperasse apenas o suficiente para que o peixe seja
emalhado para recolhê-la. É praticada principalmente com a tarrafa de ruffo.
Exemplo: a pesca da tainha realizada em laguna (figura 9).
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para pescar com cada uma delas. Além disso, observou-se os pescadores tarrafeando
embarcados. É importante lembrar que não foi aplicado questionário online para os
pescadores dos ranchos, pois grande parte deles é analfabeto ou possui baixa
escolaridade.
As conversas com os pescadores dos ranchos da Tapera mostraram a
familiaridade dos mesmos com a tarrafa. Foi possível perceber que em Florianópolis
existe uma técnica predominante e que é incomum ver outras técnicas sendo
utilizadas. A Técnica utilizada em Florianópolis, utiliza a boca, enquanto outras utilizam
ombro e cotovelo para armar a tarrafa para o arremesso.
O objetivo das conversas era saber como os conhecimentos de técnica de
arremesso e fabricação das tarrafas era aprendido e passado adiante. Todos os
ribeirinhos entrevistados tiveram contato com a pesca desde criança, e aprenderam
suas técnicas com seus pais e vizinhos, sejam elas de tarrafa ou rede. Vivem em uma
comunidade que se ajuda! Tem aqueles que produzem ostras, mariscos, pescam com
redes e tarrafas, e além de venderem o pescado compartilham entre eles para
consumo próprio e alimentação básica. Apesar de ainda ser abundante a quantidade
de peixes, relatam tempos melhores em que a fartura era ainda maior.
Poucos preferem as tarrafas de argola, pois dizem que os tirantes vivem
estourando, além de ser mais fácil de enredar. Preferem as de camarão pois são mais
leves e fáceis de arremessar, mas ainda há aqueles que preferem as gigantes para
peixes grandes, com mais de 30 braças.
Alguns deles fazem tarrafas, tanto para uso próprio quanto por encomenda.
Demoram em torno de 2 a 5 meses dependendo da tarrafa e o preço varia entre 1500 a
4000 reais dependendo do tamanho e tipo de tarrafa.
Não há tarrafas como as artesanais para fazer um roda perfeita, disse um dos
pescadores que mostrou a diferença entre as industriais e as artesanais. Enquanto a
tarrafa artesanal é feita “inteira”, sem costuras, as industriais são feitas com retalhos de
panagem com formato triangular costurados uns nos outros. As técnicas para produção
das tarrafas são passadas pelos familiares e pela comunidade O diferencial de uma
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tarrafa artesanal é que cada nó é revisado e testado e ainda há aqueles que reforçam
os nós para que não arrebente.
Conclui-se com as entrevistas que os ribeirinhos possuem muitas informações
referentes às técnicas de arremesso e produção das tarrafas. Suas técnica são
passadas por pessoas próximas e o aprendizado é iniciado na infância. Bons
arremessos demandam tempo e dedicação. Tarrafas de rufo e camarão são mais
indicadas para principiantes, por serem menos complexas que as de argola. As tarrafas
de argola além de complexas enredam e estragam com mais facilidade devido o seu
funcionamento. As tarrafas artesanais são mais resistentes e podem ser abertas em
sua totalidade, porém a produção é lenta e o preço é elevado. As industriais são mais
baratas e produzidas rapidamente, mas não são tão resistentes e pela forma como a
costura é feita acabam não abrindo totalmente.
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Utiliza a tarrafa desde seus doze anos e tem preferência pelas de camarão, pois
são mais leves e mais fáceis de abrir. Aprendeu a tarrafear com um tio que o levava
para pescar no Ribeirão da Ilha e a 40 anos, tanto o Ribeirão quanto a Tapera, tem
sido seus principais pontos de pesca.
Para análise mais concreta dos movimentos e posições, foi aplicado através de
um aplicativo o método RULApp. O objetivo do método é avaliar através de análise
postural riscos de lesões musculoesqueléticas na atividade em questão.
O aplicativo RULA é uma ferramenta de auxílio para a aplicação do método
RULA, este gera um relatório referente a posição adotada durante a execução da tarefa
e de forma quantitativa avalia os riscos de lesões. Funciona através de pontuação,
quanto maior a pontuação maior o nível de risco e necessidade de mudanças na tarefa
(figura 10).
28
Figura 10: Níveis RULApp
29
Figura 11: Passo 1
30
Tabela 1: Relatório RULA primeiro passo
Postura Relatório:
Após fixar o laço da fieira ao punho direito o tarrafeador começa a enrolá-la com
a mão esquerda, em torno da mão direita que a segura, formando pequenas argolas
que iniciam no dedo indicador e dão a volta na mão, começando pelo lado de fora e
terminando na palma. Parte da malha também é enrolada até a tarrafa atingir a altura
desejada para realização de um arremesso. Como a malha é mais espessa que a
31
fieira, a mão direita posiciona-se praticamente paralela ao chão para que as argolas
não se desfaçam entre uma volta e outra. Conforme a tarrafa vai sendo enrolada, os
braços e tronco do tarrafeador se posicionam de maneira mais solta no início, pois
tanto a fieira quanto a malha são leves. O braço direito faz movimentos curtos no início
e longos nas últimas voltas . Ao final os movimentos ficam mais lentos e rígidos, devido
a influência do peso dos chumbos posicionados na extremidade inferior da tarrafa.
Durante a última volta o tronco é abaixado, para logo após suspender a tarrafa ao ser
levantado, também nessa volta a malha é posicionada entre o indicador e o dedo
médio. Nos 5 arremessos realizados, foram dadas entre 9 e 11 voltas para atingir o
tamanho ideal desejado pelo tarrafeador. Por necessitar de mais força e movimentos
mais simples, utiliza-se o manejo grosseiro em praticamente toda a realização do
segundo passo em que os movimentos são feitos principalmente pelos braços e a mão
serve para prender (figura 8). Com a utilização do Rula, pode se ver na tabela 2, que o
nível desta atividade é 4 e oferece alto risco de lesões posturais.
Figura 8: passo 2
32
Tabela 2: Relatorio RULA segundo passo
Postura Relatório
33
3.3.3 Terceiro passo: Dividir a tarrafa em duas partes iguais.
Com a mão direita acima da altura do ombro para manter a tarrafa suspensa, o
tarrafeador leva a mão esquerda até a parte inferior da tarrafa para pegá-la e levá-la
até a boca. Segura com os dentes da frente a corda entre os chumbos, dividindo-a em
duas partes. A mão esquerda então desce posicionando-se praticamente na
extremidade inferior e em direção a parte interna da tarrafa.
Nessa etapa cada um dos braços executa um tipo de manejo. O braço direito,
manejo grosseiro por permanecer com a mão fechada utilizando principalmente a
palma para prender a malha e o braço para sustentar o peso. Enquanto a mão direita
utiliza a ponta dos dedos para para manusear e levar a corda de chumbo até os dentes
(figura 9). Com a utilização do Rula, pode se ver na tabela 3, que o nível desta
atividade é 4 e oferece alto risco de lesões posturais.
Figura 9: passo 3
34
Tabela 3: Relatório RULA terceiro passo
Postura Relatório
35
3.3.4 Quarto passo: Dividir os chumbos
36
Figura 10: passo 4
37
Tabela 4: Relatório RULA Quarto passo
Postura Relatório
38
3.3.5 Quinto passo: Arremesso
39
Tabela 5: Relatório RULA quinto passo
Postura Relatório
É importante ressaltar que cada tarrafeador possui manias próprias que muitas
vezes se diferenciam entre eles. Sidinei utiliza com frequência o dedo médio e
indicador para separar partes da tarrafa o que para outros tarrafeadores é incomum.
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Durante vários momentos as posições adotadas por Sidnei podem provocar
lesões tanto nas costas quanto nos ombros e braços. A partir do segundo passo seu
corpo passa a ter influência do peso da tarrafa e a mesma é mantida a certa distância
do corpo, tensionando os ombros, o mesmo vale para cabeça que a partir do terceiro
passo quando segura a corda de chumbos com os dentes, permanece inclinada até
praticamente o fim do arremesso. Várias vezes durante os 5 passos Sidnei curva as
costa o que também o faz tencionar músculos e ligamentos. O indicado para cada uma
das situações seria, manter as cargas próximas ao corpo, evitar inclinar a cabeça e
evitar curvar as costas, evitando tensões e consequentemente lesões.
As análises a partir do método RULA, comprovam que a realização da tarefa do
arremesso, precisa de mudanças urgentes, podendo provocar lesões pelas posturas
adotadas. Quatro dos cinco passos possuem nível 4 no aplicativo RULApp. Apenas o
primeiro passo possui nível 2, pois não sofre influência do peso da tarrafa.
Foram realizados testes com quatro pessoas com pouca experiência no uso da
tarrafa, a fim de saber o nível intuitivo e de dificuldade no arremesso da tarrafa. Em um
primeiro momento as pessoas tentaram realizar um arremesso sem receber instruções,
Apenas que a tarrafa é arremessada e que deveriam tentar realizar um arremesso, com
o propósito de saber o quão intuitiva a tarrafa poderia ser. A análise realizada nesse
primeiro momento teve como base os 5 passos anotados anteriormente no projeto.
Prender a fieira ao punho, enrolar a fieira e parte da malha, dividir a tarrafa em duas
partes iguais, dividir os chumbos e por fim o arremesso.O nível de intuição foi definido
levando em consideração a realização de cada um dos passos.
Em um segundo momento a principal técnica utilizada pelos pescadores em
Florianópolis foi passada para que pudessem tentar realizar alguns arremessos e ter
noção do nível de dificuldade na realização dessa tarefa.
41
Para facilitar o entendimento dos dados coletados em relação a quão intuitiva é
a tarrafa, foi elaborada uma tabela mostrando quais foram os pontos cumpridos por
cada uma das pessoas analisadas.
Oswaldo tem 19 anos e tem contato com a pesca desde novo, pois nasceu em
Florianópolis e sempre gostou de pescar, porém não com a tarrafa. Apesar de ter
tentado algumas vezes, nunca teve um tutor que pudesse o ensinar a arremessar e
acabou não insistindo pela dificuldade.
Em um primeiro momento sem receber instruções, analisou a ferramenta e deu
início a preparação da mesma para realizar o arremesso, por já ter visto em diversos
momentos tarrafeadores realizando arremessos já sabia quais os passos, porém, sem
saber a ordem, nem como fazer. No primeiro passo ao prender a fieira ao punho, no
início não percebeu o laço, mas após algum tempo de verificando a tarrafa colocou no
punho. No segundo passo em que deveria enrolar a fileira e parte da malha, antes de
enrolar da maneira comum tentou algumas formas alternativas, passando pelo cotovelo
e mão para que as voltas tivessem o mesmo diâmetro, porém ao enrolar parte da
malha, não buscou um tamanho confortável. Inverteu a ordem dos dois próximos
passos, então, dividiu o peso num primeiro momento e levou a corda do chumbo até a
boca. Logo após realizou o arremesso sem sucesso. De maneira geral os passos para
realização do arremesso foram cumpridos, porém de forma diferente da técnica
apresentada pelos tarrafeadores e com ordens trocadas (figura 12).
42
Figura 12: Analise intuitiva Oswaldo
Helena tem 29 anos e tem contato com a pesca com tarrafa desde pequena, por
seu pai e irmão tarrafear, porém nunca teve interesse na prática desse tipo de pesca,
nunca parou pra observar a ordem dos movimentos, nem tentou tarrafear.
No primeiro passo não notou o laço na ponta da fieira, por isso não prendeu o
mesmo ao punho, deu início ao segundo passo e enrolou a fieira e parte da malha sem
grandes diferenças das formas que os pescadores realizam, além disso preocupou-se
em deixar de um tamanho confortável para as próximas etapas, não dividiu a tarrafa
em duas partes iguais e partiu direto para divisão dos pesos, fez o movimento de
arremesso semelhante ao dos tarrafeadores, porém com a armação da tarrafa feita de
forma “errada”, não obteve sucesso no arremesso (figura 13).
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Figura 13: Analise intuitiva Helena
Dayan tem 29 anos e não possui proximidade com a pesca apesar de achar
interessante, nunca teve oportunidade de praticar, apenas observou pescadores em
algumas praias.
No primeiro passo não prendeu a fieira ao punho e deixou sua ponta solta, no
segundo enrolou a tarrafa rente a mão e não procurou deixar de um tamanho
confortável, tendo de levantar a tarrafa com o braço esticado para cima para poder
mexer nos pesos, logo após tentou dividir a tarrafa de diversas formas, procurando
entender como abrir a rede acabou desistindo de arremessar, pois disse saber que não
conseguiria abrir a tarrafa da forma como estava fazendo (figura 14).
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Figura 14: Analise intuitiva Dayan
Daniel tem 20 anos e teve contato com a pesca desde novo, porém não com a
de tarrafa, gosta de pescar com vara e possui interesse na pesca com tarrafa, mas
nunca teve contato com pessoas que praticassem e pudessem ensiná-lo.
Primeiramente tentou analisar a fieira e mesmo percebendo o laço não o
colocou no punho, então começou a enrolar a fieira em uma das mãos, dando voltas
entre a mão e o cotovelo, para que tivessem o mesmo diâmetro, deu as voltas finais
pensando em uma altura ideal para realizar o arremesso. Não cumpriu com os
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próximos dois passos, passou a tarrafa de uma mão para outra deixando parte das
voltas em uma e parte na outra e jogou a tarrafa (figura 15).
Para realização do segundo teste foi passado o passo a passo da técnica, a qual
demonstrou dificuldade de coordenação ao dividir os pesos, além disso teve dificuldade
no arremesso ao soltar a tarrafa. Daniel realizou três arremessos não conseguindo
abrir a tarrafa em nenhum deles. Disse que não conseguiu gravar bem o passo a passo
e teria de rever mais vezes, além de treinar muito para realizar bons arremessos.
As análises foram realizadas levando em conta os passos demonstrados por
Sidnei Vargas, ná análise da técnica. No teste intuitivo, foi possível perceber que todos
sabiam que a tarrafa é um tipo de rede que deve ser jogada, além disso alguns dos
passos levados em consideração para análise foram cumpridos, não da maneira
demonstrada na técnica, mas que comprovam certo nível de intuição na utilização da
tarrafa (tabela 6). A análise de dificuldade demonstrou que sem um tutor e sem tempo
de prática o uso da tarrafa acaba sendo dificultado, principalmente por ter muitos
detalhes para que o arremesso dê certo e a tarrafa se abra.
46
Tabela 6: Analise intuitiva
Oswaldo x x x x
Helena x x x
Dayan x
Daniel x x
Fonte: Criada pelo autor
3.5 Questionário
47
Figura 16: Gráfico faixa etária
48
uma porcentagem maior para aqueles que demonstram interesse ( 59,7% em um total
de 37 pessoas interessadas) em contraponto 40,3% não demonstram interesse (figura
18).
49
Figura 19: Gráfico sobre utilização
50
Figura 20: Gráfico dificuldade
51
Figura 21: Gráfico Frequencia de pesca
52
Sobre as duas principais técnicas para tarrafear, a maioria (62%) utiliza a técnica
em que a corda entre os chumbos é segurada com os dentes, enquanto 37,5 % utiliza
a técnica do ombro, ainda na oitava questão uma pessoa disse utilizar somente as
mãos (figura 23)
Entre os três principais tipos de tarrafa as mais comuns são as de ruffo, além disso
segundo a nona questão também são as mais utilizadas com 60,5%, seguida da tarrafa
de argola com 34,2% e as de camarão com 18,4%. Em conversa com os pescadores
da Tapera a grande maioria deles gosta da eficiência da tarrafa com argola, porém ela
é muito fácil de estragar e também de enredar, por isso muitas vezes mesmo com a
experiência que possuem, preferem optar pela tarrafa de rufo. Ainda na nona questão
foram questionados de qual destas era de preferência do usuário e a maioria confirma
ser a de ruffo, porém algumas pessoas destacaram que as tarrafas de camarão são
mais leves e fáceis arremessar (figura 24).
53
Figura 24: Gráfico tipos de tarrafa
Décima questão: Poderia citar algum problema que identifica ao tarrafear?
exemplo: Sempre acabo cortando a boca ao arremessar, Já quebrei um dente, Já mordi
uma água viva, Sinto dor nas costas por ficar muito tempo esperando o peixe passar,
Já cortei os dedos na malha, etc. Para esta foram 31 as pessoas que responderam de
formas variadas. Cinco pessoas relatam possuir dor nas costas, pelo tempo de espera
com a tarrafa suspensa ou pelo número de repetições de arremessos. A maioria das
respostas relata machucados na boca e nos dentes, seja pela técnica utilizada,
mordendo o chumbo, cortando o lábio e até mesmo problemas de saneamento nas
praias. Por fim algumas pessoas relatam cortes nos dedos e problemas com água-viva.
Décima primeira questão: Muito obrigado pela contribuição e se estiver a vontade
poderia contar um pouco sobre sua relação com a pesca e o que sabe sobre a pesca
com tarrafa? Se utiliza ou não, se gostaria de utilizar e quais suas dificuldades?
Por ser uma questão mais aberta, as respostas puderam dar um panorama mais
concreto do estilo de vida e contar um pouco da história dos entrevistados com a
pesca. Foram 21 respostas e a maioria relatou de onde surgiu sua relação com a
mesma. Todos que falaram sobre isso tiveram influência de alguém da família, sejam
primos, pais, avós ou irmãos. Mesmo aqueles que não praticam a pesca, tiveram
contato com esta quando mais novos a partir da familiares e amigos. Alguns daqueles
54
que utilizam tarrafas aproveitaram para falar sobre a vontade em dar tarrafadas
melhores e que adoram praticar esse tipo de pesca como lazer, instigando melhorias
na ferramenta.
Monofilamento x x x x
Multifilamento x x
Fonte: Acervo pessoal
Podem ser encontradas com facilidade em lojas de pesca, entre elas Brapesca,
Engepesca, Casa Âncora, entre outras (figura 27)(figura 28). (tabela 8).
55
Figura 27: Tarrafa industrial multifilamento
56
3.6.2 Tarrafas artesanais
São resistentes devido a forma como são Possuem preço elevado entre 1500 a
produzidas; 3000 reais;
57
5.6.3 Lawaia
Além das tarrafas citadas anteriormente foi encontrada uma tarrafa vendida em
sites estrangeiros como Aliexpress e Amazon, chamada lawaia (figura 30)(tabela 10).
Figura 30: Lawaia
Possui sistema facilitador de arremessos; Não está disponível para venda no brasil;
Tarrafa de argola que usa dos tirantes para promover sua abertura . As tarrafas
de argola possuem fios que saem da fieira e são conectados aos chumbos, esses fios
que passam por dentro da argola ao recolher a tarrafa fazem com que os chumbos se
unam transformando a tarrafa em uma grande “bolsa”. A Lawaia, possui uma segunda
argola, de maior diâmetro em seu interior, a qual os fios que se conectam ao chumbo e
passam em pequenos orifícios presentes nela. Ao levantá-la do chão a argola maior
58
desliza até os chumbos posicionados na extremidade inferior (HERNDON, 2011). Para
arremessá-la é necessário somente três passos:
1) Prender o laço presente na fieira ao punho: Como nas tarrafas comuns deve-se
prender o laço da fieira ao punho para que a tarrafa permaneça presa ao
usuário.
2) Enrolar a fileira e parte da malha: assim como as tarrafas comuns é necessário
um número considerável de voltas dependendo dos tamanhos da fieira e da
tarrafa, ao fazer isso a tarrafa será suspensa do chão fazendo com que a argola
desça e fique posicionada próxima aos chumbos
3) Segurar a argola de maior diâmetro e arremessar: com a argola posicionada
próxima aos chumbos segura-se a argola e efetua-se o arremesso fazendo com
a mesma rotacione. Ao rotacionar libera-se os chumbos fazendo com que a
argola suba e a tarrafa se abra (figura 31).
Com essa tarrafa não são necessários os aprendizados das técnicas de arremessos
das tarrafas tradicionais para abri-las. Porém são tarrafas de argola, que possuem
mecanismo que dificultam a execução dos arremessos, pois enredam e estragam com
facilidade, assim como foi relatado na pesquisa de campo pelos tarrafeadores de
tarrafas de argola. As encontradas nos sites de vendas são industriais e produzidas
com fios monofilamento, o que as torna menos resistentes.
59
3.7 Público alvo
60
3.8 Análise estética
Marca brasileira que possui mais de 10 anos no mercado e fornece todo tipo de
material de pesca.
Possui três páginas de carretilhas, divididas em duas linhas e 4 colunas (nem
todas completas, sendo um total de 22 carretilhas, das quais 14 são pretas, em sua
maioria foscas com detalhes em outras cores, principalmente vermelho, seguido de
prateado, azul e dourado, além de dois modelos femininos utilizando roxo. É importante
ressaltar que além das carretilhas pretas a maioria das restantes são prateadas
também alternando detalhes das mesmas cores e texturas citadas anteriormente.
61
internos. Dentre elas 45 são pretas, com detalhes que variam entre vermelho, cinza,
azul e dourado. Em seguida prateadas, com detalhes em preto, vermelho, azul e
dourado, além de poucas predominantemente azuis com detalhes pretos. A grande
maioria possui textura soft fosca.
3.8.3 Shimano
62
Tabela 11: Comparação de cores
Saint Plus 14 8 6 3 1 3
Marine 45 27 24 15 28 7
Sport
Shimano 10 10 4 0 4 1
Total: 69 45 34 18 33 11
Fonte: Acervo pessoal
63
4 DEFINIÇÕES DE PROJETO E ELABORAÇÃO DE REQUISITOS.
4.1 Requisitos
64
número de passos. Para resolução destes problemas, mecanismos foram
projetados, com objetivo de simplificar as técnicas de arremesso e abertura da
tarrafa, mantendo-os semelhantes aos das tarrafas tradicionais. O mecanismo
foi pensado para as tarrafas de rufo, pois foi identificado nas tarrafas de argola,
dificuldade maior no seu uso. Com tais definições foram apontados os seguintes
requisitos:
65
- Requisitos de materiais e produção: As tarrafas são produzidas com dois
tipos diferentes de fios de nylon, fios mono e multifilamento, artesanal ou
industrialmente. O preço das tarrafas artesanais é elevado em comparação às
industriais e sua produção é mais lenta. Aquelas feitas com fios monofilamento,
são produzidas somente com nós. As tarrafas industriais monofilamento, são
menos resistentes, pois os nós das máquinas, diferente dos feitos a mão, não
são tão firmes. As tarrafas multifilamento podem ser produzida com ou sem nós.
As que não possuem nós possibilitam capturar os peixes sem machucá-los o
que permite a pesca conhecida como, pesque e solte. Os fios de nylon
multifilamento também são mais resistentes e difíceis de estragar. Levando
estes dados em consideração os seguintes requisitos de produção e materiais
foram elaborados:
66
5 CRIAÇÃO
5.1 PAINÉIS
67
Figura 33: Painel de expressão do produto
68
Figura 34: Painel de inspiração
69
contraste entre as duas cores torna os produtos mais atrativos. A utilização de cores
fora do padrão do mercado de tarrafas visa agregar diferencial ao produto, tornando a
nova tarrafa mais atrativa se colocada lado a lado com as já presentes nas lojas.
70
A primeira alternativa (figura 36) traz a abertura por meio de um mecanismo de
dobradiça, abrindo-a conforme seu eixo. Os dois arcos que formam a circunferência,
além de serem o mecanismo de abertura, ainda servem de chumbo para a tarrafa. Para
realização de um arremesso são necessários pelo menos três passos: prender a fieira
ao punho, enrolar a fieira e parte da malha até atingir uma altura confortável e por fim
com uma das mãos posicionada na parte central de um dos arcos, realizar o arremesso
de forma que a tarrafa rotacione e se abra. A captura dos peixes ocorrem assim como
nas tarrafas de rufo comuns.
A segunda (figura 37) alternativa tem seu foco em uma abertura como a de um
guarda-chuva, nele há diversas hastes que se iniciam na fieira e decorrem toda a
tarrafa até chegar aos chumbos. Para abri-la são necessários pelo menos quatro
passos: pender a fieira ao punho, puxar a fieira para que o mecanismo com hastes seja
ativado e a tarrafa se abra como um guarda-chuva invertido, segurar com uma das mão
71
a fieira para que o mecanismo não se desarme, segurar a borda da tarrafa e realizar o
arremesso em movimento circular. Quando a tarrafa é puxada fecha normalmente
como uma tarrafa de rufo comum.
A terceira (figura 38) alternativa traz como solução um mecanismo que utiliza
tirantes e uma argola para promover abertura da tarrafa. A argola que fica posicionada
na parte externa da tarrafa possui oito orifícios passantes divididos igualmente em
torno de sua superfície, nestes os tirantes são passados. Quando a tarrafa é erguida a
argola desce pelos tirantes chegando até os chumbos. O arremesso é realizado em
pelo menos três passos, prender a fieira ao punho, enrolar a fieira e parte da malha, até
uma altura confortável e por último, segurando a argola com uma das mãos arremessar
a tarrafa com movimento circular. Os fios irão deslizar pelos orifícios, fazendo com que
a argola suba e a tarrafa se abra. O fechamento da tarrafa ocorre normalmente como
nas tarrafas de rufo.
72
O mecanismo em questão assemelha-se a um dos similares presente na análise
de similares, a tarrafa conhecida como Lawaia. Porém neste caso o mecanismo foi
projetado para que fique posicionado na parte externa da tarrafa, além disso, não
possui o funcionamento das tarrafas de argola, que até mesmo para os tarrafeadores
experientes, têm uso dificultado, devido seu mecanismo, também diminui o número de
tirante, utilizando tirantes mais grossos. Contudo ainda se diferencia na forma da argola
e liberação do chumbo.
73
6 EXECUÇÃO
74
Figura 39: Matriz de seleção
75
Para testar o mecanismo e sua funcionalidade, foi feito um mockup da
alternativa escolhida (figura 40). O mockup em questão foi feito em
compensado. Neste percebeu-se algumas falhas no funcionamento do produto,
não ocorrendo a abertura da tarrafa adequadamente. Para tentar entender
melhor o problema e encontrar soluções, foram realizados diversos arremessos.
76
Figura 41 : Mockup 2
77
pelo mecanismo da Lawaia estar posicionado na parte interna da tarrafa a argola serve
somente como auxílio para a rotação dos chumbos. Sendo assim, apenas direciona os
chumbos para que a tarrafa se abra, através da rotação.
78
Figura 43 : Dispositivo para distribuir os tirantes
79
Figura 45 : Vinco
80
Figura 46 : Mecanismo no interior da tarrafa
81
Figura 47 : Abertura da tarrafa
82
questionamento surgiram neste quesito. O formato do orifício influencia o
arremesso? Se influência, de de que forma isso ocorre?
- Estudo da tensão dos tirantes: Com os tirantes frouxos, percebeu-se diferença
na abertura da tarrafa em relação aos arremessos realizados com os tirantes
tencionados.
Figura 48 : Argola
83
Figura 49 : Disco para tirantes
84
argola para cima em direção a extremidade superior da tarrafa ou para o centro da roda
(figura 51)
85
apontou diversos pontos a serem estudados para que haja um melhoramento ainda
maior do mecanismo. O funcionamento inicial previa a instalação do mecanismo na
parte externa da tarrafa, porém com os testes realizados com o mockup, foram
identificados alguns detalhes que impossibilitam o funcionamento do mecanismo dessa
forma. Com o mecanismo na parte interior da tarrafa, o funcionamento foi melhorado,
abrindo a tarrafa parcialmente em todos os arremessos realizados. Porém ainda foram
identificados alguns problemas físicos, que necessitam de estudos para serem
resolvidos, como peso, atrito, tensão e dinâmica. Contudo o objetivo do projeto foi
alcançado e o protótipo demonstrou-se funcional.
A proposta do projeto diferencia-se das demais tarrafa, por trazer um
mecanismo, para facilitação do arremesso e abertura em uma tarrafa de rufo. Apesar
da Lawaia (principal concorrente) apresentar um mecanismo semelhante, é uma tarrafa
de argola, que mesmo os tarrafeadores experientes possuem dificuldades em seu uso.
Como o objetivo do projeto é facilitar o uso, utilizar uma tarrafa de argola, não faria
sentido. O projeto visa tornar a tarrafa uma ferramenta da pesca esportiva e para isso,
sua estética foi modificada, para que seja condizente com esse meio. Para que
pudesse ser utilizada para a pesca conhecida como pesque solte (modalidade da
pesca esportiva), que tem como princípio a preservação das espécies, foi pensada
para ser produzida com um tipo de malha (fios multifilamento sem nós) que não
prejudica os peixes, possibilitando devolvê-los à natureza sem machucá-los. Essa
malha foi desenvolvida para ser utilizadas na piscicultura, em que os produtores
necessitavam de redes que não prejudiquem os peixes para poder fazer controle de
saúde e crescimento destes. Apesar de ser produzida industrialmente os fios
multifilamento são mais resistentes e aumentam a durabilidade da tarrafa e diminuem
as possibilidades de estragos.
Como resultado do projeto foi obtido uma tarrafa que facilita a abertura e
arremesso, tanto em nível de dificuldade quanto de intuição, com estética semelhante
aos equipamentos e ferramentas utilizados na pesca esportiva, permitindo práticas de
86
modalidades de pesca antes não praticados com a tarrafa e ainda utilizando materiais
que a tornam mais resistente.
6.2 MATERIAIS
87
será demonstrado no tópico de montagem. Com a tarrafa pronta são colocados os
chumbos em sua parte inferior. O projeto visa utilizar tarrafas prontas, fabricadas
conforme o processo de fabricação industrial descrito acima.
A argola e o mecanismo de suporte para a fieira e tirantes são produzidos
através de processo de injeção de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), ele é
concebido por meio de moldagem da peça, sendo injetado o material e retirado já no
formato do produto. Ao finalizar o processo de produção da peça o mecanismo é
inteiramente instalado na tarrafa.
6.3.1 Montagem
Figura 52 : Componentes
88
A montagem da tarrafa tem início com a fixação da fieira ao disco que divide os
tirantes. Esta é passada pelo orifício maior, posicionado no centro do disco e amarrada
para que seja fixada (figura 53).
Os 8 tirantes são fixados ao disco, estes são passados um por um pelos orifícios
e fixados com nós (figura 54)
89
Logo após a fixação da fieira e dos tirantes no disco, este será posicionado e
fixado na parte superior da tarrafa, fazendo com que os tirantes fiquem no interior da
malha, que será costurada no vinco do disco(figura 55 )
90
Figura 56 : distribuição dos tirantes na parte inferior da tarrafa e instalação da argola para arremessos
6.4 AMBIENTAÇÃO
91
Figura 57 : Ambientação da tarrafa
92
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
93
REFERÊNCIAS
C
ATELLA, Agostinho Carlos. A
Pesca no Pantanal Sul: situação atual e perspectivas.
Corumbá: Embrapa, 2003. 45 p.
DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia Prática. 2. ed. São Paulo: Editora Edgar
Blucher Ltda, 2004. 135 p. Tradução de: Itiro Iida.
HERNDON, Jonathon. Perfect Circle Cast Net Throwing Device. 2011. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Wkj5p9fogCI>. Acesso em: 12 abr. 2019.
IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher, 2003. 465 p.
GOMES FILHO, João. Ergonomia do Objeto: Sistema Técnico de Leitura Ergonômica. 2. ed.
São Paulo: Escrituras, 2012.
94
PLUSS, Saint. Carretilhas. 2019. Disponível em:
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TEIXEIRA JÚNIOR, Marco Aurélio Borges; SFERRA, Luis Francisco Bueno; BOTTCHER3,
Lara Belmudes. A IMPORTÂNCIA DO LAZER PARA A QUALIDADE DE VIDA DO
TRABALHADOR. Rio Claro: Conexão, 2012. 15 p. Disponível em:
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ZANIN, Tatiana. Comer peixe emagrece e protege o coração. 2018. Disponível em:
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95
APÊNDICES
96
97
98
Apêndice B - Desenhos técnicos
99
100