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Eletricidade II

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ELETRICIDADE II
( AULA 01)
1 – INTRODUÇÃO

1_ CONCEITOS INICIAIS

Há séculos, os seres humanos observavam que determinadas pedras atraiam o


ferro ou outras perdas semelhntes. Essas pedras receberam o nome de ímãs, e as
propriedades que se manifestam espontaneamente na natureza foram denominadas
fenomenos magnéticos.
Hoje sabemos que essas pedras contem óxido de ferro (Fe3 O4), a magnetita, que é um
ímã natural. Atualmente são mais utilizados ímãs artificais que são obtidos a partir de
determinados processos (imantação).

Os principais fenomenos magnéticos são os seguintes:

I – quando se coloca um ímã em contato com fragmentos de ferro (limalha), nota-se


que estes não aderem a ele em toda a sua extenção, mas em determinadas regiões. No caso
de um ímã em forma de barra, essas regiões, próximas das extremidades, são denominadas
pólos. Qualquer ímã possui dois polos.

II – suspendendo-se um ímã de modo que ele possa girar livremente, ele assume,
aproximadamente, a direção norte-sul geografica do local. Denomina-se pólo Norte (N) do ímã
a região que se volta para o norte geografico, e polo Sul (s), a região que se volta para o sul
geografico. Para que as indicações dos polos sejam mais fácil, costuma-se pintar os polos com
cores diferentes. Essa propriedade dos ímãs propiciou aos chineses a invenção da bússola.

VERIFICA-SE QUE:

PÓLOS DE MESMO NOME SE REPELEM E DE NOMES DIFERENTES SE ATRAEM

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2_ A ORIGEM DAS PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS MATERIAIS

Para forma-se uma teoria das propriedades magnéticas da matéria lancemos mão do
modelo atômico clássico, que considera o átomo como sendo uma minúscula partícula
formada por um núcleo central dotado de carga positiva e, em torno do núcleo, uma região
denominada eletrosfera composta de elétron(s) que gira(m), carga negativa, em torno do
núcleo.

Um elétron girando em torno do núcleo gera um campo magnético, ou seja, um “ímã


elementar”, e seus pólos podem ser determinados pela regra da mão direita. Apêndice 1

Cada elétron em órbita circular comporta-se como se fosse um ímã.


Além do movimento orbital, o elétron apresenta também um movimento de rotação,
denominado Spin. Esses dois movimentos podem ser comparados aos movimentos da Terra.
Ela gira em torno do Sol (movimento orbital) e em torno de si mesma (rotação, comparado ao
spin do elétron).

Esse movimento de rotação também confere pólos magnéticos ao elétron.

Os orbitais são regiões da eletrosfera de diversas formas geométricas, em que há


maior chance de se encontrar elétrons. Cada orbital pode conter no máximo dois elétrons e,
quando já tem dois elétrons, dizemos que o orbital está completo.

Os elétrons de um orbital sempre possuem Spin oposto. Por isso, num orbital
completo, não há contribuição para o campo magnético.

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CONCLUSÃO:

O CAMPO MAGNÉTICO DE UM ÁTOMO É GERADO PELO MOVIMENTO


ORBITAL DOS ELÉTRONS E, PRINCIPALMENTE, PELOS SPINS DOS ELÉTRONS NOS
ORBITAIS INCOMPLETOS.

2.1_ MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS

São materiais que se imantam consideravelmente quando submetidos a um campo


magnético. Além disso, esses materiais são fortemente atraídos por ímãs.

EX: ferro, cobalto, aço, ligas metálicas, níquel e etc.

Nos materiais ferromagnéticos, cada átomo apresenta um campo magnético


relativamente forte causado pelos seus elétrons não emparelhados em seus orbitais
incompletos.
Existem forças interatômicas que obrigam os átomos a ficarem emparelhados e
concordantes formando os chamados domínios.

Nos materiais ferromagnéticos virgens, isto é, que nunca foram imantados, esses
domínios estão desorganizados de tal forma que o campo magnético resultante é desprezível.
Mas, quando submetidos a um campo magnético, eles entram em concordância
apresentando-se imantados.

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O ferro é um bom exemplo. Na presença de um ímã ele torna-se imantado, seus


domínios, antes desorganizados, organizam-se e, então, ele passa a ser um ímã temporário.
Entretanto, quando o campo magnético é afastado, seus domínios retornam às suas posições
de origem e ele deixa de atuar como ímã, permanecendo apenas uma imantação residual
desprezível.

O aço é um outro exemplo de material que se imanta na presença de um campo


magnético, porém sua imantação residual não é desprezível. Esse fato possibilita a criação de
ímãs artificiais permanentes. Esse processo é denominado histerese magnética.

2.2_ PONTO CURIE

Um ponto de temperatura a partir do qual o material perde suas propriedades


magnéticas.

3_ CAMPO MAGNÉTICO

Qualquer região ou matéria em que são observados efeitos magnéticos é denominado


campo magnético.

Pode-se tomar conhecimento de um campo magnético com o auxílio de uma bússola


ou de um fio conduzindo corrente elétrica. Quando o campo magnético existe, age uma força
sobre a agulha magnética forçando-a a mudar de posição. No caso do fio, o campo magnético
atua sobre as cargas em movimento no mesmo, obrigando-as a mudar de direção, o que, por
sua vez, provoca o deslocamento do fio.

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3.1_ REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO CAMPO MAGNÉTICO

Na região externa de um ímã, as linhas de campo orientam-se do pólo norte para o


pólo sul.

4_ MAGNETISMO TERRESTRE

A Terra é um gigantesco (porém relativamente muito fraco) ímã. A ação do campo


magnético sobre pequenas agulhas imantadas que giram livremente sobre o eixo (as bússolas)
permite um traçado de sua forma e um conhecimento da sua direção e sentido.
Quando o campo magnético da Terra age sobre uma bússola, os extremos desta ficam
apontados aproximadamente para os pólos norte e sul geográfico, e por esse motivo são
chamados respectivamente de pólo norte e sul.
A ação do campo magnético terrestre sobre a bússola não se faz sentir apenas no
plano horizontal, fazendo-a deslocar-se para estacionar na direção norte-sul da Terra. Verifica-
se também que a bússola apresenta uma inclinação em relação à horizontal do lugar em que
está situada, dando-se ao ângulo em apreço a denominação de inclinação magnética.
A direção norte-sul verdadeira não corresponde perfeitamente à indicada por uma
bússola. O ângulo formado pelas duas direções é a declinação magnética.

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5_ GRANDEZAS MAGNÉTICAS FUNDAMENTAIS

5.1_ FORÇA MAGNEMOTRIZ (F)

Orested foi o primeiro homem a observar que uma corrente elétrica pode dar origem
ao magnetismo, mostrando que há estreita relação entre magnetismo e eletricidade. Sua
experiência foi simples: fazendo passar uma corrente elétrica por um condutor, pôde notar
que isso provocava o deslocamento de uma bússola próxima do mesmo, e que o sentido e a
intensidade do movimento da bússola estavam relacionados com o sentido e a intensidade da
corrente elétrica.
Chamamos de força magnetomotriz (f.m.m) à causa do aparecimento de um campo
magnético. No condutor percorrido por uma corrente elétrica, a força magnetomotriz é a
própria corrente elétrica.

F=I
Unidade: Ampère (A)

No caso de o condutor for uma bobina, a força magnetomotriz será a corrente vezes o
número de espiras

F = NI
Unidade: Ampère-espiras (A)

5.2_ FORÇA MAGNETIZANTE OU INTENSIDADE DO CAMPO MAGNÉTICO (H)

A força magnetizante em um ponto qualquer próximo do condutor que conduz


corrente depende diretamente da intensidade da corrente que produz o campo magnético e é
inversamente proporcional ao comprimento do caminho magnético considerado (caminho
representado por linhas de força).

Conclui-se da relação acima que:

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Unidade: Ampère/metro (A/m)

OBS: Para um condutor retilíneo cilíndrico, o campo magnético gerado ao seu redor é
circular, assim o caminho L é comprimento de uma circunferência, podendo ser escrito como: L
= 2r, onde r é o raio, ou seja, a distância do condutor a um ponto qualquer no espaço.

5.3_ FLUXO MAGNÉTICO ()

É o número de linhas usados na representação do campo magnético. A unidade de


fluxo é o WEBER (Wb). Quando um condutor é submetido a um campo magnético e este é
feito variar do valor máximo a zero, no tempo de um segundo, provocando o aparecimento de
uma d.d.p. de 1 V entre os terminais do condutor, dizemos que o fluxo máximo é de 1 WEBER.

5.4_ DENSIDADE DE FLUXO OU INDUÇÃO MAGNÉTICA (B)

Trata-se do número de linhas de força que atravessam uma seção do campo de área
(A) unitária.

Unidade: Tesla (T)

N_ reta normal à área em questão.

_ ângulo formado entre a reta normal e


o vetor indução

Da relação acima tiramos que o fluxo pode ser calculado como:  = B.S. cos 

5.5_ PERMEABILIDADE ()

A permeabilidade exprime a facilidade que um determinado meio, com dimensões


(comprimento e área de seção transversal) unitárias, oferece ao estabelecimento de um
campo magnético. Essa grandeza é expressa pela relação:

que é constante em meios não magnéticos, porém apresenta variações em meios magnéticos.
Quando um campo magnético é estabelecido no vácuo, a relação acima tem o valor:
4. x 10-7. Esse valor é conhecido como permeabilidade absoluta do vácuo, sendo designado
por 0.
As permeabilidades dos outros meios são sempre comparadas com à do vácuo, e os
números resultantes dessas comparações são denominados de permeabilidades relativas
desses meios (r).
A permeabilidade relativa é expressa por:

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A permeabilidade do vácuo e de um meio qualquer são dadas em unidades conhecidas


como Henry/metros (H/m). A permeabilidade relativa é adimensional, ou seja, não tem
unidade.

5.6_ PERMEÂNCIA (P)

Permeância é a facilidade que um meio qualquer oferece ao estabelecimento de um


campo magnético.
Esta grandeza depende:

a) Diretamente da permeabilidade do meio em que está sendo criado o campo


magnético;
b) Diretamente da área da secção transversal do corpo em que está sendo criado o
campo magnético;
c) Inversamente do comprimento do corpo (ou região) em que está sendo criado o
campo magnético.

Unidade: Weber/Ampère-espira (Wb/A)

5.7_ RELUTÂNCIA (R)

Relutância é o inverso da permeância; corresponde à dificuldade oferecida por um


meio qualquer ao estabelecimento de um campo magnético.

Unidade: Ampère-espira/Weber (A/Wb)

5.8_ “LEI DE OHM” PARA O MAGNETISMO

A permeabilidade de um material ferromagnético não é constante, mas, para materiais


paramagnéticos a permeabilidade é constante, e assim é possível determinar o fluxo que será
estabelecido nos mesmos por uma determinada força magnetomotriz desde que se conheça

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sua relutância. Nestes materiais verifica-se que o fluxo magnético produzido é diretamente
proporcional à força magnetizante e inversamente proporcional à sua relutância.

Este enunciado é conhecido como “lei de Ohm” para o magnetismo.


Como nos materiais magnéticos a relutância não é constante e depende da força
magnetomotriz, esta relação não pode ser usada para prever o fluxo que será produzido por
uma determinada f.m.m., ficando sua aplicação restrita à determinação do fluxo provocado
por uma certa f.m.m quando é conhecida a relutância correspondente.

6_ CAMPO MAGNÉTICO GERADO POR CORRENTE ELÉTRICA

Em 1820, o dinamarquês Hans Cristian Oersted (1777-1851), professor de física da


universidade de Copenhague, mostrou experimentalmente que o fenômeno elétrico não era
tão independente, como se supunha até então, dos fenômenos magnéticos. Oersted descobriu
que um fio percorrido por uma corrente elétrica, colocado próximo de uma bússola, era capaz
de provocar desvio na agulha magnética. Dessa maneira comprova-se a ligação entre
eletricidade e magnetismo.

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A figura acima a esquerda mostra um circuito com a chave aberta, com isso não
há corrente elétrica e a bússola mantém sua direção norte-sul orientada pelo campo
magnético terrestre. Já na figura à direita, o circuito encontra-se fechado com uma
corrente (i) circulando. Essa corrente no fio, gera em torno do mesmo, um campo
magnético circular, onde o seu sentido pode ser dado pela regra da mão direita, como
mostra a figura abaixo.

6.1_ CAMPO MAGNÉTICO GERADO NUM SOLENÓIDE

Solenóide, mas conhecido como bobina, é um fio condutor enrolado em forma de


hélice cilíndrica, parecendo uma mola comum.

Ao ser percorrido por uma corrente elétrica apresenta um campo magnético em seu
interior que, dependendo das condições pode ser considerado constante.

A figura abaixo mostra a configuração do campo magnético num solenóide. O sentido


do campo magnético é dado por outra regra da mão direita, como mostra a figura.

O pólo norte apresenta-se na saída das


linhas de campo e o pólo sul na entrada.
A relação entre as grandezas presentes
no fenômeno de indução magnética e a
intensidade do campo magnético é dada por:

onde n é o número de espiras e L é o


comprimento de

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7_ INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA

A figura abaixo mostra uma espira imersa num campo magnético gerado por um ímã
natural. Sempre que houver variação do fluxo de indução através da espira, surgirá nela uma
corrente elétrica. A corrente que surge é denominada corrente induzida, e o fluxo que a
produziu, fluxo indutor.

É preciso salientar que a corrente induzida só existirá enquanto o fluxo estiver


variando.

A seguir são apresentadas algumas maneiras de se produzir corrente induza.

Veja, na figura ao lado, um ímã e uma espira


condutora, conectada a um galvanômetro.
O zero desse galvanômetro está no centro de sua
escala. Ao aproximar ou afastar o ímã da espira
condutora, o ponteiro do galvanômetro se defletirá
para um lado ou para o outro, dependendo do sentido
da corrente que passar por ele.

Fazendo a espira girar, variamos o ângulo entre B e a


reta normal a ela. Como consequência, varia o fluxo
através da espira e surge uma corrente induzida. Por
outro lado, se a espira permanecer em repouso, não
haverá variação de fluxo nem corrente induzida.

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7.1_ LEI DE LENZ

Até aqui, foi visto que a variação de fluxo num circuito fechado induz uma corrente
elétrica nesse circuito. Alguns resultados experimentais levaram o físico russo Heinrich Lenz
(1804-1865) a uma descoberta da lei que leva o seu nome. A Lei de Lenz pode ser enunciada
da seguinte maneira:

A corrente induzida surge num sentido tal que produz um fluxo induzido em oposição à
variação do fluxo indutor que lhe deu origem.

Suponha definido o fluxo de indução através de um condutor. A força eletromotriz


induzida nesse condutor, em determinado intervalo de tempo t, é dada pela seguinte
expressão que traduz a Lei de Faraday-Neumann:

Essa expressão mostra que a força eletromotriz induzida, bem como a corrente
induzida, no condutor que constitui um circuito fechado, é tanto mais intensa quanto
mais rápida for a variação do fluxo indutor.

7.2_ AUTO – INDUTÂNCIA

Indutância é a propriedade que tem um corpo condutor de fazer aparecer em si


mesmo ou noutro condutor uma força eletromotriz induzida.

Para que seja criada uma força eletromotriz induzida num condutor, é necessário,
como já foi estudado, que o mesmo esteja submetido a um campo magnético variável.
Portanto, a indutância de um corpo é uma propriedade que só se manifesta quando a corrente
que passa pelo corpo varia de valor, o que produz um campo magnético variável, ao qual está
submetido o próprio corpo ou um outro condutor.

Quando o corpo induz em si mesmo uma força eletromotriz, chamamos o fenômeno


de auto-indução e dizemos que o corpo apresenta auto-indutância. A força eletromotriz
induzida neste caso é conhecida também como força contra-eletromotriz (f.c.e.m.).

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FATORES QUE DETERMINAM A AUTO – INDUTÂNCIA

Quando uma bobina é utilizada como componente de um circuito, quase sempre está
se fazendo uso de sua indutância; é por este motivo que é chamada comumente de indutor.

O coeficiente de auto-indutância de uma bobina depende do quadrado do


número de espiras e da relutância do meio em que é criado o campo magnético da mesma.
Assim temos:

7.3_ INDUTÂNCIA MÚTUA

Sempre que dois condutores são colocados um próximo do outro, mas sem ligação
entre eles, há o aparecimento de uma tensão induzida num deles, quando a corrente que
passa pelo outro é variada.

O número que exprime a possibilidade


que um condutor tem de induzir uma
força eletromotriz em outro é o
coeficiente de indutância mútua (M)

7.3_ COEFICIENTE DE ACOPLAMENTO

Chamamos de coeficiente de acoplamento(K) à percentagem do fluxo produzido por


uma das bobinas que é aproveitada pela Outra, isto é, que vai influir na produção de uma força
eletromotriz induzida na outra.

O acoplamento magnético (ligação entre dois circuitos por meio de um campo


magnético) depende da distância entre as duas bobinas e da posição de uma em relação à
outra. O coeficiente de acoplamento é sempre menor que 1 (100%) e pode ser nulo (se uma
bobina não estiver submetida ao campo magnético da outra ou se o enrolamento estiver

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colocado em ângulo reto com a direção do campo na bobina indutora — a que produz o
campo).

Calculamos o valor de K pela seguinte relação:

A indutância é uma propriedade de todos os condutores, podendo ser útil ou


prejudicial; no segundo caso e necessário eliminar (ou pelo menos reduzir) os seus efeitos. Tal
é o caso dos resistores de fio, cuja função é limitar a corrente no circuito pela ação somente de
sua resistência, mas que, quando é percorrido por correntes variáveis, limita ainda mais a
corrente, em conseqüência de sua indutância (auto-indutância).

Um corpo pode apresentar pequena ou grande indutância, conforme suas


características físicas.

Como unidade de indutância foi escolhido o HENRY (H).

Um corpo condutor tem uma auto-indutância de 1 HENRY, quando é capaz de produzir


em si mesmo uma força eletromotriz induzida 1 volt, sempre que é percorrido por uma
corrente que varia na razão de 1 Ampère por segundo.

Dois condutores apresentam uma indutância mútua de 1 Henry, quando uma força
eletromotriz de 1 VOLT é induzida em um deles, em conseqüência da variação de corrente no
outro, na razão de 1 Ampère por segundo.

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Exemplos de dispositivos à base de eletromagnetismo:

Relés

Solenóides:

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Contactoras:

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Geração de Eletricidade a Partir de Magnetismo


A eletricidade e o magnetismo são efeitos recíprocos, uma vez que podemos gerar um
campo magnético a partir de eletricidade (um condutor percorrido por uma corrente elétrica
gera ao seu redor um campo magnético) e podemos gerar eletricidade a partir de um campo
magnético, como veremos a seguir.

Gerador Elementar de Corrente Alternada


Em 1831, tanto Michael Faraday, no Reino Unido, como Joseph Henry, nos
Estados Unidos, demonstraram cada um a seu modo, mas ao mesmo tempo, a
possibilidade de transformar energia mecânica em energia elétrica.

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Figura – Gerador Elementar de Corrente Alternada

1. As duas extremidades da armadura de um gerador de corrente alternada ligam-se a anéis


condutores, a que se apóiam escovas de carbono.
2. A armadura gira e a corrente flui no sentido anti-horário. A escova do anel A conduz a
corrente para fora da armadura, permitindo que uma lâmpada se acenda; o anel B devolve a
corrente à armadura.
3. Quando a armadura gira paralelamente ao campo magnético, não há geração de corrente.
4. Uma fração de segundos depois, a armadura volta a girar paralelamente ao campo
magnético, e a corrente inverte seu sentido: a escova do anel coletor B a conduz para fora da
armadura e a do anel A a devolve à armadura.

V = b.L .v.sen ω t onde: V = tensão induzida , em Volts (V)

b = densidade de fluxo magnético , em Tesla(T)

L = comprimento do condutor, em metros (m)

v = velocidade do movimento relativo ao campo de indução (m/s)

Considerando que: ω = 2πf e que π = 180 º , 2π = 360º , sendo ω = velocidade


angular , f = freqüência da C. A. (Hz) t o tempo (s) então obtemos: V = VMáx . sem
2.π.f.t e considerando que a maior valor do seno (em módulo) é 1, concluímos que o
produto b. L . v é próprio valor máximo da C. A. .A equação geral completa da C. A. é
a que vemos a seguir:

V = VMáx . sem[ (2.π.f.t) + θ ] onde θ é o ângulo inicial do gerador.

Embora diversas formas de energia (mecânica, térmica, química etc.) possam ser
convertidas em eletricidade, o termo "gerador elétrico" se reserva, na indústria, apenas
para as máquinas que convertem energia mecânica em elétrica. Conforme as
características da corrente elétrica que produzem, os geradores podem ser de corrente
contínua (dínamos) e alternada (alternadores).

Histórico: Os geradores usados na indústria são baseados no mesmo princípio


empregado por Faraday e Henry: a indução magnética. O gerador de Faraday consistia
num disco de cobre que girava no campo magnético formado pelos pólos de um ímã de
ferradura e produzia corrente contínua. Um ano depois, outro pesquisador obteve
corrente alternada valendo-se de um gerador com ímãs e enrolamento de fio numa
armadura de ferro. As máquinas elétricas foram desenvolvidas em ritmo acelerado,
devido principalmente aos trabalhos de Antonio Pacinotti, Zénobe Gramme, que
introduziu o enrolamento em anel, e de Werner Siemens, que inventou o enrolamento
em tambor até hoje empregado. Somente cerca de cinqüenta anos depois das
experiências de Faraday e Henry foram obtidos geradores comercialmente
aproveitáveis. Devem-se tais conquistas às contribuições de Thomas Edison, Edward
Weston, Nikola Tesla, John Hopkinson e Charles Francis Brush. No fim do século XIX,
a invenção da lâmpada elétrica e a instalação de um sistema prático de produção e

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distribuição de corrente elétrica contribuíram para a rápida evolução dos geradores e


motores elétricos. A partir de pequenos geradores, simples aparelhos de pesquisa em
laboratório, foram construídos alternadores e dínamos de pequena potência e,
finalmente, gigantescos geradores.

Princípio de funcionamento: O gerador elétrico mais simples é formado por uma


espira plana com liberdade suficiente para se mover sob a ação de um campo magnético
uniforme. Essa espira gira em torno de um eixo perpendicular à direção das linhas de
força do campo magnético aplicado. A variação do valor do fluxo que atravessa a espira
móvel induz nela uma força eletromotriz. Assim, a força eletromotriz resulta do
movimento relativo que há entre a espira e o campo magnético. A corrente produzida
desse modo é alternada. Para se obter corrente contínua, é preciso dotar o gerador de um
dispositivo que faça a retificação da corrente, denominado coletor dos dínamos. Pela
descrição do princípio de funcionamento dos geradores, vê-se que possuem dois
circuitos distintos: o do induzido e o do indutor. No caso do gerador elementar descrito,
o induzido seria a bobina móvel e o indutor o campo magnético.

Tipos de geradores: Os geradores podem ser divididos numa enorme quantidade


de tipos, de acordo com o aspecto que se leve em conta. Além dos dois grupos mais
gerais -- geradores de corrente contínua e de corrente alternada --, os dínamos
podem ser, quanto ao número de pólos, dipolares e multipolares; quanto ao tipo de
enrolamento do induzido, podem ser em anel e em tambor; quanto ao tipo de excitação,
auto-excitados e de excitação independente.

O enrolamento em anel adotado por Gramme está praticamente em desuso. O


enrolamento induzido consiste num cilindro oco em torno do qual se enrola
continuamente o fio isolado que constitui a bobina. O enrolamento em tambor,
inventado por Siemens, consiste num cilindro em cuja superfície externa estão dispostas
as bobinas do induzido. Essas bobinas são colocadas em ranhuras existentes na
superfície do tambor, sendo suas duas pontas soldadas às teclas do coletor. Conforme a
maneira como é feita essa ligação, os enrolamentos são classificados em imbricados e
ondulados e podem ser regressivos ou progressivos.

A corrente para a excitação do campo magnético pode ser fornecida pelo próprio
gerador. Nesse caso, diz-se que o gerador é auto-excitado. Quando a corrente para a
excitação é fornecida por uma fonte exterior, o gerador é de excitação independente. De
acordo com a forma de ligação entre as bobinas do indutor e do induzido nos geradores
auto-excitados, diz-se que estes têm excitação dos tipos série (quando as bobinas

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excitadoras são constituídas por poucas espiras de fio e ligadas em série com o
induzido); shunt ou paralelo (quando o indutor e o induzido são ligados em derivação);
ou compound (quando existem bobinas excitadoras ligadas em série e em paralelo com
o induzido). Este é o tipo de excitação mais comumente usado nos dínamos.

Analogamente aos dínamos, os alternadores podem ter enrolamento imbricado ou


ondulado. Podem ainda ter enrolamento em espiral e em cadeia. Naquele, as bobinas de
um mesmo grupo são ligadas de tal maneira que o bobinamento final tem forma de
espiral. Quanto ao número de fases, os alternadores podem ser monofásicos, bifásicos e
trifásicos. Os geradores monofásicos são atualmente muito raros, já que a corrente
monofásica pode ser obtida a partir de geradores trifásicos.

Ainda se podem citar alguns tipos especiais de dínamos de uso relativamente reduzido:
o unipolar ou homopolar, o gerador de três escovas e o de pólo diversor. Em linhas
gerais, a construção de dínamos é semelhante à dos alternadores. A principal diferença
está no coletor segmentado para retificação da corrente gerada no induzido. Esse
dispositivo é inexistente nos alternadores, já que, nesse caso, não há necessidade de se
ter uma retificação da corrente gerada. A outra diferença marcante está no campo
indutor. O dínamo emprega o sistema de campo estacionário, enquanto o alternador é
quase sempre de campo giratório -- o que torna possível a obtenção de maior potência
elétrica, reduz a necessidade de manutenção para assegurar o bom contato entre escovas
e anéis coletores e requer meios mais simples para fazer a ligação com o circuito
externo. O dínamo é formado das seguintes partes principais: carcaça, núcleo e peças
polares, núcleo do induzido ou armadura, induzido, coletor, escovas, porta-escovas, eixo
e mancais. A carcaça é o suporte mecânico da máquina e serve também como cobertura
externa. É normalmente construída de aço ou ferro fundido. Os pólos são feitos de aço-
silício laminado, para reduzir ao máximo as perdas por corrente de Foucault, e as
bobinas de campo são de fios de cobre. A armadura, peça que aloja as bobinas do
induzido, é de aço laminado e possui condutores internos por onde se faz o resfriamento
da máquina. O coletor consiste numa série de segmentos de cobre ou bronze fosforoso,
isolados entre si por finíssimas lâminas de mica, que têm a forma externa perfeitamente
cilíndrica. Ao coletor são soldados os terminais das bobinas do induzido. As escovas,
órgãos que coletam a corrente retificada no coletor, são de carvão e grafita ou metal e
grafita. O porta-escovas é a armação metálica que mantém ajustadas as escovas de
encontro ao coletor. Os mancais mais usados são os do tipo de luva, lubrificados por
óleo, ou então do tipo de esferas ou rolamentos lubrificados a graxa. No alternador,
não existe o coletor. Quando o induzido é giratório, as escovas fazem contato com anéis
coletores, a partir das quais a corrente alternada gerada é transferida para o circuito
externo. Quando, ao contrário, o induzido é estacionário (caso mais freqüente), o papel
dos anéis coletores e escovas é conduzir a corrente contínua necessária para a excitação
do campo girante. Nos alternadores de grande porte é comum a instalação, no mesmo
eixo do rotor das máquinas, de um gerador de corrente contínua de menores proporções
(denominado excitatriz) para o fornecimento dessa corrente.

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Aplicações Comuns em Corrente Alternada


A linha de alimentação
Antes de fazer experimentos é importante que o/a aluno/a tenha conhecimentos básicos do
que há por trás de uma tomada de alimentação elétrica. Vou discutir aqui a linha de
alimentação dos laboratórios de ensino do Instituto de Física da Unicamp, que é uma linha de
127 V. O professor de outra região deve adaptar esta discussão para o caso da sua sala de aula.

A energia elétrica é produzida em alguma usina hidroelétrica, nuclear o de outro tipo,


geralmente muito remota. A energia é transportada através de linhas de transmissão de muito
alta voltagem (centenas de quilovolts, podendo chegar até megavolts). A razão disto é obvia: a
perda nos cabos é proporcional ao quadrado da corrente e à resistência do cabo e, para uma
dada potência de consumo, diminuir a corrente significa aumentar a voltagem. Estas linhas
terminam em alguma estação distribuidora, onde a voltagem é reduzida para algo entorno de
algumas dezenas de quilovolts e alimenta redes locais, do tamanho de uma cidade.
Subestações distribuidoras reduzem a voltagem ainda mais (3 a 11 kV) e alimentam redes
menores, do tamanho de bairros ou de um campus universitário. Transformadores espalhados
no bairro reduzem a alta voltagem para alimentar com a tensão de linha (entre 110 e 220 V
eficazes) prédios individuais ou um conjunto de poucas casas. Destes transformadores saem
geralmente dois ou três fios

“vivos” e um fio de retorno ou “neutro” que é geralmente aterrado perto do transformador.

“Aterrado” significa exatamente isto: o fio neutro é ligado a uma lança condutora que está
enterrada alguns metros de profundidade na terra, onde a condutividade é alta. Os fios “vivos”
são também chamados “fases”. Em alguns casos (Estados Unidos, por exemplo) há duas fases
de 110 V eficazes e diferença de potencial entre elas é de 220 V. Assim, uma casa pode ter 110
V para as tomadas e 220 V para alguns eletrodomésticos que consomem muito, tais como
chuveiro elétrico, fogão elétrico, lavadoras,

etc. (lembre sempre que a corrente deve ser baixa, menor que 40 A; caso contrário haverá que
instalar fios

mais grossos). Em outros casos (Campinas, por exemplo) há duas ou três fases de 127 V, com
uma diferença de fase entre elas de 120º. A diferença de potencial entre dois fios vivos
quaisquer é novamente 220 V.

Na Europa e alguns países Latino-americanos (Argentina, por exemplo) o vivo é de 220 V e a


diferença entre dois vivos (que estão defasados em 120º) é de 381 V. Isto barateia o custo das
instalações

das redes elétricas, pois os fios são mais finos do que em países com linhas de 110 V, mas
encarece as instalações dentro das casas pois é necessário um melhor isolamento e mais
cuidados com a segurança.

Outra diferença é que a freqüência de linha nos países com 220 V é de 50 Hz e nos países
com 110 V é de 60 Hz.

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Eletricidade II

No Brasil a voltagem de linha depende da cidade e até da casa! Por exemplo, em Brasília
uma casa pode estar ligada em 220 V e outra em 110 V (independentemente da ideologia
política do proprietário, não tem lógica mesmo!). Em Campinas é 127 V/ 60 Hz. Note que a
voltagem pico-a-pico de uma linha de

127 V é de 359 V.

Nas viagens é bom perguntar qual é a tensão de linha local antes de ligar o seu secador de
cabelos ou o barbeador elétrico. E antes de comprar um aparelho motorizado na Europa,
verifique se este não tem um motor síncrono, que funciona em sincronismo com a freqüência
da linha (50 Hz na Europa, mas 60 Hz no

Brasil).

Nos laboratórios existe outra lança aterrada, bem perto do prédio, ligada a um fio
chamado “terra” ou “terra de segurança”. A voltagem do “neutro” em relação ao “terra”
depende da corrente (ou seja, do consumo) e da resistência do fio neutro até o ponto onde ele
está aterrado, e não deve ser maior que uns 5 a 10 V (mesmo assim, o fio neutro não deve ser
tocado!). Normalmente não passa corrente pelo fio terra. Na tomada do laboratório temos
então (Figura 1.2) um vivo, um neutro e um terra. O gabinete metálico de

todo instrumento, eletrodoméstico ou computador deve estar conectado a terra, de modo


que possa ser

tocado com segurança.

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