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Materiais
Estruturas Aeroespaciais I (10362)
2017
Pedro V. Gamboa
Departamento de Ciências Aeroespaciais
Tópicos
Alguns exemplos:
30 μm
A madeira ainda é,
atualmente, um material
utilizado na construção de
estruturas de aeronaves
ligeiras.
Possui como principais
características:
• Boa resistência específica;
• Excelente resistência à
fadiga;
• Preço acessível;
• Material natural, abundante
e reciclável.
S T (3.01)
onde
xx yy zz xy xz yz T
xx yy zz xy xz yz T
x y z 0 0 0
T
e
1 / Ex yx / E y zx / E z 0 0 0
/ E 1/ Ey zy / E z 0 0 0
xy x
xz / E x yz / E y 1 / Ez 0 0 0
S
0 0 0 1 / Gxy 0 0
0 0 0 0 1 / Gxz 0
0 0 0 0 0 1 / G yx
é a matriz de flexibilidade.
Atendendo a que a matriz de flexibilidade deve ser simétrica,
então facilmente chegamos a três relações entre os módulos de
elasticidade e os coeficientes de Poisson
xy yx xz zx zy yz
; ;
Ex Ey Ex Ez Ez Ey
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3. Materiais isotrópicos e ortotrópicos
3.1. Materiais ortotrópicos
ou
S T
As equações tensão-deformação podem ser obtidas recorrendo
às constantes de Lamé e
xx e 2 xx 3 2 T ; xy G xy
yy e 2 yy 3 2 T ; xz G xz (3.04)
zz e 2 zz 3 2 T ; yz G yz
onde
e xx yy zz
E 3 2
; E
1 1 2 (3.05)
E
;
21 2
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3. Materiais isotrópicos e ortotrópicos
3.2. Materiais isotrópicos
xy 0 0
1
1 xy 0
2
decrease
Assim
xy
n x cos 2 y sin 2 sin 2 (3.09)
2
De forma idêntica
I II I II
b cos 2 (3.12)
2 2
I II I II
c cos 2 b (3.13)
2 2
Assim, se a, b e c são medidas em direções dadas, isto é
ângulos e b conhecidos, então I, II e são as únicas
incógnitas nas equações (3.11)-(3.13).
As tensões principais são depois obtidas substituindo I e II nas
equações (2.52).
Logo
I
1
I II (3.14)
E
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4. Extensometria
4.1. Medição experimental de extensões
e
II
1
II I (3.15)
E
I
E
I II (3.16)
1 2
e
II
E
II I (3.17)
1 2
Da figura 3.02
OC
1
a c
2
CN a OC
1
a c
2
QN CM b OC b
1
a c
2
O raio do círculo é
CQ CN 2 QN2
Daqui
2 2
1
CQ a c b a c
1
(3.18)
2 2
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4. Extensometria
4.1. Medição experimental de extensões
CQ
1
a b 2 c b 2 (3.18)
2
Então, I e II que são dados, respetivamente, por
I OC raio do círculo
II OC raio do círculo
ficam
I
1
a c 1
a b 2 c b 2 (3.19)
2 2
II a c a b 2 c b 2
1 1
2 2 (3.20)
RT a
Eeq E0 2.3 log ox
nF ard
onde
• Eeq: potencial de equilíbrio do metal
• E0: potencial de elétrodo padrão do metal
• R: constante dos gases perfeitos
• T: temperatura absoluta
• n: número de eletrões envolvidos
• F: constante de Faraday
• aox: atividade da espécie oxidada
• ard: atividade da espécie reduzida
Tipos de pilhas:
• galvânicas: os elétrodos são metais diferentes
• ativa/passiva: formação de película protetora passivação
• concentração diferencial: mesmo eletrólito mas em diferentes
concentrações (o ânodo é o local com menor concentração)
• aeração diferencial: o ânodo corresponde ao local menos arejado
(menos concentração de oxigénio);
• variações de temperatura: ocorre a chamada pilha termogalvânica,
onde o ânodo é o local exposto a maior temperatura (caso dos
permutadores de calor);
• concentrações de tensão/carga mecânica (inclui corrosão
intergranular)
• ....
Corrosão uniforme:
• Geralmente previsível e identificável não havendo grande risco de
falhas catastróficas;
• Degradação de toda a superfície do componente e diminuição das
suas dimensões (ex: espessura);
• Resulta da perda de efetividade dos revestimentos (pinturas, filmes,
etc.).
Corrosão galvânica:
• Verifica-se entre dois metais diferentes (com diferentes potenciais
de corrosão) em contacto; forma-se, portanto, uma pilha galvânica;
• Deve-se atender à possibilidade de corrosão entre metais mais ou
menos nobres, ocupando posições extremas na série galvânica (ver
tabela);
• Pode ser facilmente evitável se houver um cuidado especial na fase
de projeto.
Série Galvânica:
Corrosão intergranular:
• Normalmente ocorre com a presença de
precipitados nas fronteiras de grão;
• Muitas vezes, existe segregação química que
altera a composição elementar na fronteira
dos grãos tornando esta zona numa área
anódica;
• As fronteiras são fragilizadas comprometendo a
resistência mecânica do material;
• Especiais cuidados são necessários com
materias ricos em crómio (ex: soldadura de
aços inoxidáveis – fragilização da zona afetada
pelo calor);
Esfoliação de um
componente
aeronáutico em
alumínio 7075 –T6
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5. Corrosão
5.2. Tipos de corrosão
Fatores promotores:
• Ambientes agressivos (mar,
poluição atmosférica,
amplitudes térmicas);
• Solicitações mecânicas
exigentes (cargas cíclicas,
vibrações, manobras, ...);
• Idade avançada de algumas
frotas.
Caso real:
• Corrosão numa bomba de combustível;
• Corrosão severa do corpo interior de uma bomba de combustível de
motor alternativo levou a falha de alimentação e ocorrência de
acidente.
Seleção de materiais:
• uso de novas ligas de alumínio mais resistentes à corrosão (7055-
T7751);
• uso cada vez maior das ligas de titânio;
• abandono dos componentes em magnésio em estruturas primárias;
• uso crescente de compósitos (cuidado com o carbono!);
• novas técnicas de fabrico (ex: grenalhagem);
Acabamentos:
• Uso de filmes protetores (cadmiagens em aços inoxidáveis e ligas de
titânio) para evitar corrosão galvânica;
• recentemente, não aplicar selante aos painéis em alumínio
anodizado para melhorar a adesão do primário (pintura mais
resistente).
Drenagem:
• aplicar drenos a todas as cavidades;
Selagem:
• todas as juntas podem ser seladas recorrendo a um composto de
polisulfida que impede a corrosão por aeração diferencial (junções
de painéis, junta asa/fuselagem, etc);
• pode ser utilizado para evitar a corrosão galvânica em metais com
diferentes potenciais de corrosão;
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5. Corrosão
5.3. Corrosão em aeronaves
Facilidade de inspeção:
• devem ser contempladas portas e/ou outras zonas de acesso
destinadas à inspeção de áreas não visíveis da aeronave;
Aplicação de programas de controlo da corrosão
BOM
Eletrodeposição
Consiste em promover um revestimento metálico fino (ex: ouro, prata,
cobre, níquel, cádmio, crómio, zinco, ...) para garantir a proteção
adequada da peça base.
Normalmente, faz-se passar uma corrente elétrica por um banho
contendo iões dissolvidos que irão ser atraídos para o substrato
(cátodo).
Para que o depósito seja cristalino, o processo deve ser lento, o que
garante uma boa adesão.
Deposição auto-catalítica
Semelhante à eletrodeposição, mas dispensa a aplicação de uma fonte
de corrente elétrica externa.
A deposição do metal é feita por uma reação espontânea na superfície
do material dando origem a revestimentos de alta qualidade e muito
compactos.
Recomendado para peças com geometrias complexas e zonas de difícil
acesso.
Anodização
Formação de um filme de óxido passivo num metal (normalmente
alumínio) através de processos electrolíticos ou químicos.
Deve-se proceder à selagem desta camada de óxido que é porosa.
Proteção Catódica
Utilização de ânodos de sacrifício (ex. magnésio) ou aplicação de
uma corrente impressa.
Proteção Anódica
Utilização de uma corrente elétrica externa suficientemente
elevada de modo a promover a passivação do material.
Pintura eletroforética
Processo de pintura de materiais condutores por tintas
poliméricas compostas por agregados com grande carga.
Ideal para zonas de difícil acesso.