A mú sica gaú cha de origem tradicionalista parece ter origem na escola
literá ria do parnasianismo, por sua semelhança quando canta coisas da natureza e do ambiente como: a terra, o chã o, os costumes, o cavalo e pela musicalidade, sempre buscando a rima num arranjo muito acertado com as melodias, criando entre letra, mú sica e dramatizaçã o, uma dinâ mica que rebusca origens e paixõ es. O estilo musical gauchesco mostra também origens fortes na mú sica flamenca espanhola, e na mú sica portuguesa. Os campos harmô nicos bem arranjados, denotam ritmos bem elaborados e melodias com dois ou mais violõ es. Com uma formaçã o harmô nica/meló dica complexa, a mú sica tradicionalista torna-se difícil de ser interpretada em alguns casos, por outros grupos ou mú sicos que nã o possuem ligaçã o direta com a cultura gaú cha. Quando nos referimos à mú sica gaú cha, estaremos falando de toda mú sica produzida no Rio Grande do Sul, considerando, também os compositores gaú chos. No início do século XX, o nosso estado já tinha uma tradiçã o musical de mais de cem anos. Foi durante o século dos 1800, com o processo de ocupaçã o e colonizaçã o, que aconteceu, também, a gênese da cultura gaú cha. Pode-se dizer que, no começo dos 1900, o RS era um caldeirã o de ritmos, gêneros e estilos musicais, que vieram na bagagem de imigrantes açorianos, portugueses, espanhó is, africanos, alemã es, italianos, poloneses, turcos, entre outros Entretanto, muitos dos ritmos foram mesclados, adaptados, abrasileirados e agauchados. Assim, a partir da década de 1920, viveu-se uma efervescência cultural nas principais cidades gaú chas, em conservató rios, cafés, teatros. E novos gêneros começaram a se apresentar, como samba, choro e jazz. Nas décadas de 1930, 40 e 50, vivemos a “É poca de ouro do rá dio”, e assistimos ao nascimento do tradicionalismo gaú cho: lenço e bombacha, gaita e violã o. A primeira interpretaçã o registrada de um artista “pilchado” foi em 1941: Pedro Raimundo, cantando e tocando a mú sica Adeus Mariana, vai abrir caminho para a mú sica tradicionalista. Nã o demorou muito e o rá dio lançou nomes que se consagraram na mú sica regional do estado, como José Mendes, Gildo de Freitas e Teixeirinha. Nos anos de 1960 e 70, destacamos o nascimento do movimento nativista, contrapondo o tradicionalismo em alguns aspectos, principalmente no que diz respeito à temá tica, ao andamento e à estrutura harmô nica das composiçõ es. Nesse período, quando se instalou a ditadura militar no Brasil, chegou aos pagos, principalmente aos ouvidos dos jovens, um gênero musical que estava mexendo com convençõ es sociais no mundo inteiro. A partir de 1971 surgiu em Uruguaiana a Califó rnia da Cançã o Nativa, festival considerado a mã e de todos os festivais nativistas, dando origem a festivais de mú sica nativista nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Apó s a Califó rnia da Cançã o Nativa surgiram:
Querência do Bugio, em Sã o Francisco de Assis
Sentinela da Cançã o Nativa, em Caçapava do Sul Casereada da Cançã o Nativa, em Caçapava do Sul Á gua da Sanga de Mú sica Crioula, em Sã o Jerô nimo Escaramuça da Cançã o Gaudéria, em Triunfo Ponche Verde da cançã o Gaú cha, em Dom Pedrito Tertú lia Musical Nativista, em Santa Maria Festival da Barranca, em Sã o Borja Ronda de Sã o Pedro, em Sã o Pedro do Sul Seara da Cançã o, em 1981, em Carazinho Coxilha Nativista, em 1981 Cruz Alta E outras mais... Entre os principais ritmos de mú sica nativista estã o: a milonga, o chamamé, a chamarra, a polca, a vanera (com suas variantes vanerã o e vanerinha), o bugio, o rasguido doble e a rancheira
Entre os principais artistas estã o:
Teixeirinha Adelar e Honeide Bertussi (Irmã os Bertussi) Gildo de Freitas Baitaca Berenice Azambuja Joã o Sampaio Cenair Maicá Joca Martins César Oliveira e Rogério Melo Jorge Guedes César Passarinho José Clá udio Machado Dante Ramon Ledesma José Fighera Salgado Tchê Barbaridade José Mendes Tchê Garotos Leopoldo Rassier Garotos de ouro Luciano Maia Luiz Clá udio Luiz Marenco Elton Saldanha Neto Fagundes Gaú cho da Fronteira Nico Fagundes Leonardo Os Fagundes Jair Gonçalves Os Mirins Jairo Lambari Fernandes Os Monarcas Joã o de Almeida Neto Os Serranos
O gaú cho é o filho mestiço de colonos e fugitivos que se encontrava à
margem da precá rias sociedades que se articulavam à sombra de conflitos intermitentes e se misturava com índios nô mades, escravos fugidos, soldados desertores e seu estilo de vida nô made só era possível nas grandes extensõ es dos Pampas, uma vasta extensã o de terra sem autoridades ou limites claros. A medida que a regiã o se pacificava e modernizava, deixando para tras guerras, revoltas e conflitos entre caudilhos, modernizando a indú stria, cercando campos e estendendo estradas, o estilo de vida do gaú cho foi se tornando cada vez mais inviá vel e ele migrou para as cidades passando a engrossar as faixas mais pobres da populaçã o. Entã o, o que se chama Nativismo se constitui de um contexto histó rico determinado e perdido que se sustenta só pela busca ativa de manter traços de identidade regional resgatando aqueles elementos já desaparecidos mas evocados com nostalgia. Nas atuais manifestaçõ es do Nativismo/Regionalismo se entrecruzam elementos europeus, indígenas e negros indistintamente que se refletem no pró prio rosto dos cantores e autores mais reverenciados, em sua maioria mestiços que vivem mais do que defendem a sua cultura. Se a Cultura Brasileira é mestiça, também o é a cultura rio-grandense que com toda a sua riqueza e profundidade é mais uma face dela, identificá vel mas indissociá vel.
Grupo: Os serranos
Grupo: Os Monaracas Nome: Talia, Barbara, Isadora Turma: 304