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Análise Do Argumento
Análise Do Argumento
Em primeiro lugar, dois dos onze critérios apresentados são óbvios no argumento
submetido – o de “utilizar pelo menos um tipo de argumento apresentado nas aulas” e
o de “utilizar mais do que um tipo de argumento apresentado nas aulas”.
P2: Bill Clinton afirma que as empresas devem pôr os interesses dos clientes e dos seus
trabalhadores antes dos interesses dos acionistas.
C: O propósito último das empresas não é o de gerar lucro para os accionistas.
Quanto ao segundo critério, é seguro afirmar que este é cumprido, uma vez que as premissas
têm valor de verdade verdadeiro, ou seja, Bill Clinton é uma autoridade em matéria de
crescimento económico, ideia que é comprovada e desenvolvida na J1P1: “Bill Clinton presidiu
o período mais longo de expansão económica em tempos de paz da história americana. O
Escritório do Orçamento do Congresso informou um superavit orçamentário entre os anos de
1998 e 2000, durante os três últimos anos de presidência de Bill Clinton.” E, na J2P1: “Deixou o
cargo com o melhor índice de aprovação de qualquer Presidente dos EUA desde a Segunda
Guerra Mundial.”. Este critério tem uma cotação de 1,5 valores.
J1P1: Bill Clinton foi o 42º presidente dos Estados Unidos. Algumas das suas políticas, como
o Acordo de Livre Comércio Norte Americano e a reforma do bem-estar, têm sido
atribuídas a uma terceira via centrista de filosofia de governação, enquanto em outras
questões a sua posição foi de centro-esquerda. Bill Clinton presidiu o período mais longo
de expansão econômica em tempos de paz da história americana. O Escritório de
Orçamento do Congresso informou um superávit orçamentário entre os anos de 1998 e
2000, durante os últimos três anos da presidência de Bill Clinton.
J2P1: Deixou o cargo com o melhor índice de aprovação de qualquer presidente dos EUA
desde a Segunda Guerra Mundial. Desde então, ele esteve envolvido em palestras e
trabalhos humanitários. Baseado em sua visão de mundo, Bill Clinton criou o William J.
Clinton Foundation para promover e tratar as causas internacionais, tais como tratamento
e prevenção de HIV/AIDS e do aquecimento global. Em 2004, lançou sua
autobiografia Minha Vida, e esteve envolvido na campanha presidencial de 2008 de sua
esposa Hillary e, posteriormente, na do presidente Barack Obama. Em 2009, foi nomeado
pelas Nações Unidas enviado especial para Haiti. No rescaldo do terramoto do Haiti em
2010, Clinton se uniu com George W. Bush para formar o Fundo Clinton-Bush.
J1P2: https://courses.lumenlearning.com/boundless-business/chapter/what-is-a-business/
J2P2: Afirmar que as empresas devem pôr os interesses dos clientes e dos seus trabalhadores
antes dos interesses dos acionistas é o mesmo que dizer que o propósito
último das empresas não é o de gerar lucro para os accionistas.
Pode-se afirmar que estas são claras – referem-se às premissas, às ideias desenvolvidas
nestas e sustentam-nas perfeitamente – apropriadas – sustentam as ideias desenvolvidas nas
premissas e explicam o porquê de Bill Clinton 1) ser um especialista na matéria de crescimento
económico, como demonstrado acima, e 2) o porquê de a afirmação dele estar ligada à
conclusão escolhida. São também de fontes credíveis, inclusive, apresenta-se os sites de onde
foram retiradas as informações.
Os termos utilizados são consistentes, não utilizo linguagem tendenciosa e esta é precisa e
concreta. Para demostrar isto, vou sublinhar os termos consistentes e a interligação das ideias.
Utilizar linguagem precisa/específica/concreta e imparcial/neutra/não tendenciosa vale 0,5
valores e limitar-se a um sentido para cada termo, utilizando termos consistentes equivale a
mais 0,5 valores.
As ideias são apresentadas por uma ordem natural e fluída, respeitando-se a forma standard e
percebendo-se logicamente, que as premissas são ligadas e sustentam a conclusão. Desta
forma, as premissas não são de difícil leitura e a sua ordem é bastante clara – o que equivale a
mais 1 valor. A primeira justificação não está bastante fluída, contudo percebe-se a ideia geral
e não é de difícil leitura também.
P4: Uma visão de gerar lucro a curto prazo em vez de investimento leva a uma estagnação
económica no longo-prazo.
C: O propósito último das empresas não é o de gerar lucro para os accionistas.
Neste caso o primeiro tópico da correção é respeitado, uma vez que se respeita a conclusão
escolhida, utiliza-se sempre proposições e apenas uma ideia (nova) por premissa.
J1P3 “A empresa que se preocupa com gerar lucro para os acionistas irá distribuir o lucro
gerado para os acionistas em vez de utilizar esse lucro para outros fins como a aquisição de
novos terrenos, melhoria dos processos produtivos, estudos de impacto ambiental ou aumento
dos salários dos trabalhadores.”
J1P4: É com o investimento que as empresas crescem e vêem o seu capital social aumentar,
gerando assim novo lucro e podendo investi-lo novamente.
J2P4: Não existindo este investimento constante, as empresas não crescem, não diferenciam
os seus produtos e não se tornam mais competitivas, quer a nível dos processos, dos produtos
ou do próprio preço.
J2P5: Uma empresa estagnada perde a confiança e apreço dos clientes, é ultrapassada por
novas empresas e acaba por diminuir as suas receitas.
Existe um erro de numeração, que devia ler-se J3P4 em vez de J2P4 novamente.
Neste argumento, as ideias são apresentadas por uma ordem natural e fluída, citando as
consequências de o propósito último das empresas dever ser o de gerar lucro para os
acionistas e, chegando à conclusão de que esta visão leva a uma estagnação económica que é
prejudicial para a empresa.
Não incorro em falácias, nomeadamente na do declive escorregadio, pois não existe nenhum
“terrível resultado final”, apenas uma consequência lógica de ações em que o foco único no de
gerar lucro para os acionistas prejudica o investimento e causa estagnação na empresa, todas
os passos devidamente fundamentados e assentados numa sequência lógica de ordenação de
ideias.
As premissas utilizadas são mais plausíveis do que a conclusão, partindo de uma ideia
geralmente aceite (“se o propósito último das empresas for o de gerar lucro para os acionistas,
então a empresa preocupa-se mais com gerar lucro a curto-prazo do que com investir.”) para a
ideia que se pretende defender, interligando as ideias e apresentando boas justificações, ou
seja, justificações claras, onde explico a sequência das ideias apresentadas e as suas
implicações e são apropriadas para as premissas usadas.
Neste argumento, respeito a forma standard, na medida em que refiro os casos particulares
(Apple, Google e Amazon), que a partilham uma propriedade (o seu propósito último não ser o
de gerar lucro para os acionistas). Assim sendo, o facto de o propósito último das grandes
empresas não ser o de gerar lucro para os acionistas, implica, indutivamente que este não é o
propósito último das empresas. Utilizo sempre proposições e uma ideia por premissa.
As premissas são fidedignas, o que pode ser comprovado pelos sites apresentados nas
justificações.
J1P6: https://www.forbes.com/sites/stevedenning/2011/04/01/is-delighting-the-customer-
profitable/?sh=3bc5f234e8
J1P7: https://courses.lumenlearning.com/boundless-business/chapter/what-is-a-business/
J2P7: O propósito último da Google é o de inovar, de ser criativo e criar novos produtos que
melhorem a vida das pessoas.
J1P8: https://www.aboutamazon.co.uk/uk-investment/our-mission
J2P8: O lema da Amazon é: “ O nosso objetivo é ser a empresa mais centrada no cliente da
As justificações são boas, ou seja, são claras – explico perfeitamente o porquê de fazer uma
afirmação na premissa, esclarecendo-a – são apropriadas- sendo condizentes com o tema e
com as premissas apresentadas – são de fontes credíveis – recorro a fontes conhecidas e
prestigiadas como a Forbes, sites oficiais, e especialistas na matéria.
As ideias são apresentadas por uma ordem natural e fluída, sendo de fácil leitura e
compreensão. Trata-se de um argumento convergente, em que as premissas não estão
ligadas, logo elas não têm uma lógica sequencial, contudo a leitura das três premissas aponta
e sustenta a mesma conclusão.