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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

CAMPUS APROXIMADO DE PINHALZINHO – SC


PSICOLOGIA
METODOLOGIA CIENTÍFICA
GIOVANA LAUERMANN WILDNER

RESENHA
A Alegoria da caverna

MARCONDES, Danilo. A alegoria da caverna. In: ______ Textos básicos de filosofia: dos
pré-socráticos a Wittgenstein - 2.ed. - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000. p.39–42.

Filósofo grego, viveu entre 428-348 a . C., nascido em Atenas, autor de vasta obra
filosófica, dentre as quais, destaca-se A República, um tratado político-filosófico, uma de suas
obras- primas, escrita em forma de diálogos.

Nesta história, Platão utiliza de dois personagens, Sócrates que conduz a conversa,
fazendo Glauco refletir a respeito de como o senso comum limita o desenvolvimento e
aprendizado do indivíduo impedindo o assim de continuar sua busca pela verdade e o bem.
No mito da caverna, pessoas que estiveram aprisionadas desde a infância de tal forma
que não poderiam se voltar para nada a não ser os fundos da caverna. Tudo o que conheciam
eram apenas as sombras deles mesmo e de alegorias contendo estátuas de pessoas e animais e
outros objetos que eram carregados em frente a caverna mas que não eram vistos diretamente
pelos cativos que viam apenas as sombras projetadas no fundo da caverna devido a uma luz
forte que vinha do alto, atras deles, ao longe, pela entrada do lugar em que se encontravam.
Nessa simulação, Sócrates compara essa caverna com a mentalidade gerada pela
cultura do senso comum, do meio em que você vive, e da visão de outras pessoas com o
mesmo nível de conhecimento que você.
Na sequência Sócrates questiona Glauco se na condição em que os prisioneiros viviam
havia algum motivo para que eles não acreditassem que aquilo o que viam não era real, sendo
que era tudo o que conheciam. Então Sócrates faz Glauco imaginar o que aconteceria se uma
dessas pessoas fosse liberta e obrigada a andar em direção à luz, conta como isso seria um
desconforto pois a principio não reconheceria nada e até mesmo a luminosidade o ofuscaria
fazendo com que demorasse para conseguir ter uma visão nítida sobre a verdadeira imagem
do que até então só conhecia pelas sombras e que certamente por um período ainda
pareceriam mais reais do que as que vê agora.
Com isso Sócrates, nos faz perceber que a mudança nunca é fácil mesmo quando ela
nos leva em direção a verdade, pois assim perdemos a base que sustentava os conceitos que
regem nosso pensar.
Glauco concorda que após o período de adaptação o indivíduo veria tudo com mais
clareza e poderia entender que o sol é o responsável por criar aquilo que julgava ser tudo o
que existia em seu pequeno “mundinho”, e isso certamente o faria questionar sua antiga visão
compreendendo o porquê da sua ilusão, aceitando as novas imagens como as verdadeiras.
A partir dai Sócrates ressalta as profundas diferenças que esses novos conhecimentos
trariam ao indivíduo, fazendo o recém liberto pensar em quão tolos e medíocres eram os
objetivos de vida na caverna, consequentemente chegando a conclusão que seria melhor viver
como um escravo no novo mundo do que voltar a sua antiga condição. Com isso ele expressa
que uma mentalidade expandida por novos horizontes jamais aceitaria voltar a condição
passada pois o caminho inverso não seria mais tolerável.
Em seguida Sócrates convida Glauco a refletir sobre algo que seria um tanto provável,
que esse indivíduo voltasse a caverna e tentasse expor ao seus antigos colegas as novidades
das descobertas que fez, no entanto desta vez não é mais a luz que o cega, mas sim a
escuridão, e por isso não saberia como expressar o que via, sendo, por esse motivo,
ridicularizado por falar de coisas que os demais não conseguiam compreender e também por
os fazer pensar que ter andado na claridade prejudicou a sua visão e isso fortalece a ideia de
que não querem se arriscar nesta mesma jornada. A reação dos ainda cativos é algo muito
comum quando se trata de uma ideia inovadora, pois ela sempre é trazida por alguém que não
tem mais a mesma visão que eles.
Esta metáfora nos faz refletir sobre o mundo atual, muitas vezes somos nós que
estamos em uma caverna, fechados para o mundo, satisfeitos com aquilo que nos é imposto,
não nos motivamos a conhecer coisas novas, somos submissos, deixamos de expressar nossa
opinião com medo da repressão.

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