Universidade do Estado da Bahia Campus IV - Jacobina
Docente: Cândido Domingues
Disciplina: Brasil Colônia Discentes: Aislan Pedroza e Deivison Alves (Adel)
Atividade avaliativa em DUPLA
I - O Antigo Sistema Colonial
Texto 1 – PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo:
Ed. Brasiliense, 942, “Sentido da Colonização”, pp. 19-32.
Texto 2 – NOVAIS, Fernando. “A crise do Antigo Sistema Colonial”, in
Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808), 6ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995, pp. 57-117.
QUESTÃO 01 – Caio Prado Jr. inicia sua análise da formação do Brasil
com a sua famosa frase: “todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo sentido” (Caio Prado Jr. p. 19). A partir da leitura dos capítulos “O sentido da Colonização” deste autor e “A crise do Antigo Sistema Colonial” de Fernando Novais analise a importância da obra de Caio Prado Jr. na interpretação de Novais sobre o Brasil Colônia. Em seguida explique o conceito de Antigo Sistema Colonial. RESPOSTA:
A obra de Caio Prado Jr desenvolve-se por meio de um modelo econômico de
exploração colonial escravista, onde detém apontamentos minuciosos referente as atividades que ocorreram na Europa que demarcavam: a crise econômica que levou a expansão das navegações europeias, as relações entre colônia e metrópole, e a estrutura exportadora direcionada nas transferências de excedentes para a metrópole. Isso tudo foi importante para Novais em um sentido que, por meio do sistema colonial descrito por Caio Prado Jr, permitiu ele avançar e esclarecer a relevância em diferenciar os meios de funcionamento do sistema colonizador a fim de levar a compreensão aprofundada das relações dos mecanismos políticos e econômicos na crise do Sistema Colonial e do Antigo Regime. Resultando na formação do sentido da colonização europeia nas américas baseada no sistema colonial do mercantilismo, em que foi chamado por Novais como ‘’Antigo Sistema Colonial’’. Logo, mesmo Caio Prado Jr não ter tido muitos acessos a fontes para a formação de sua tese, a sua existência deu-se caminhos para que Novais se debruçasse, pesquisasse e analisasse a crise do ASC, aprofundasse e reforçasse também a ideia do autor em relação a uma economia colonial dominadora e limitadora (com o foco de desenvolvimento apenas na plantation) e a inexistência de um mercado interno capaz de acumular capital e de estimular uma elite mercantil. Assim, a influência do autor fez com que o Fernando Novais trouxesse a sua narrativa de forma que transmitisse as variedades das circunstâncias históricas envolvendo os quadros do sistema colonial e suas complexidades, instigando Novais a busca da essencialidade das expansões marítimas europeias, a pesquisa das circulações comerciais que ocorriam entre as potências colonizadoras, entre várias outras situações históricas nos tempos, como os sistemas econômicos nos Tempos Modernos, a colonização europeia no Antigo Regime, etc. Sendo assim, a obra de Novais, que foi baseada nos modelos de Caio Prado Jr, foi fundamental também para as outras narrativas e estudos, como: Celso Furtado, Ciro Cardoso, Jacob Gorender, entre outros. O antigo sistema colonial é um sistema escravista-colonial extrativista que tem um enfoque na economia de exportação, em que se produzia para o mercado externo, enquanto internamente, na colônia, o desenvolvimento da economia fica subjugado à mercê da metrópole. Tendo assim a construção de uma "economia que alimenta a metrópole" com a tomada de parte do sobretrabalho colonial pelo capital mercantil metropolitano. Não apenas controlando o ritmo de produção, mas também limitando politicamente e economicamente a colônia, impossibilitando a formação de uma indústria interna através do controle do ritmo de produção. Tudo isso permite que a unidade de produção colonial se reproduza à margem do mercado, estando desprovida de flutuações econômicas próprias, estas estando submetidas às determinações do mercado internacional, ou seja, o mercado europeu. Esse vínculo de produção apenas é possível quando ele se alicerça na mão-de- obra escrava, o que resultada nos tráfico negreiro do Atlântico para o trabalho compulsório dentro de uma estrutura senhorial dominante onde a metrópole detinha a centralização do capital e o controle de todo o funcionamento dos ritmos das reproduções feitas. O sentido da colonização permanece na produção de um sistema em total serviço e julgo dos dominantes, baseadas nas regras do Antigo Regime português que tentam impedir o desenvolvimento de indústrias internas, como forma de manter a colônia em posição de submissão, utilizando cortes de investimentos internos e de liberdades políticas.