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Prin

OS NÚMEROS DA JUSTIÇA
2016

Principais Indicadores das Estatísticas da Justiça


Edição da

Av. D. João II, Lote 1.08.01-D/E, Torre H, Piso 2/3,

1990-097 Lisboa

http:// www.dgpj.mj.pt

E-mail: correio@dgpj.mj.pt

Dezembro de 2017

-2-
Índice

Apresentação……….……………………………………..…………………………………………………………………………………………………7

1. Os tribunais e o seu funcionamento……….……………....……………………………………………………………………………………7

1.1. Pessoal ao serviço, por tipo de tribunal……..………………………………………………………………………………………………..9

Gráficos

Pessoal ao serviço, por tipo de tribunal (31 de dezembro 2007-2016)

1.2. Funcionamento do Tribunal de Contas.……….……..……….…………………………………………….………………………………9

Gráficos

Processos de visto findos no Tribunal de Contas, segundo a decisão (2016)

1.3. Funcionamento dos tribunais judiciais…..…….…………………………………………………………………………………….…….10

1.3.1. Profissionais da Justiça….......………………………………………………………………………………………………………………10

Gráficos

Profissionais da Justiça (2016)

Magistrados e funcionários judiciais em funções nos tribunais judiciais (31 de dezembro de 2007-2016)

Média de processos, por magistrado e por funcionário judicial (2016)

Advogados e advogados estagiários inscritos (31 de dezembro de 2007-2016)

Solicitadores, solicitadores estagiários e agentes de execução inscritos (31 de dezembro de 2007-2016)

1.3.2. Tribunais judiciais de 1ª instância (a partir de 2010 os dados não incluem os processos de execução de
penas)…………..……………………………………….…………….…………………………………………..…………………………………..15

Gráficos

Movimento de processos nos tribunais judiciais de 1ª instância (2007-2016)

Saldo processual (entrados - findos) nos tribunais judiciais de 1ª instância (2007-2016)

Volume de cada área processual no total de processos pendentes nos tribunais judiciais de 1ª instância (2016)

Duração média (em meses) dos processos findos nos tribunais judiciais de 1ª instância, por área processual
2016)

-3-
1.3.3. A Justiça cível………….…..…………………………………………………………………………………………………………………….18

Gráficos

Processos cíveis entrados nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo o tipo de espécie (2016)

Ações executivas entradas nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo o objeto de ação (2016)

1.3.4. A Justiça penal…..…………………………………………………………………………………………………….…………………………19

1.3.4.1. Processos crime na fase de inquérito findos nos serviços do Ministério Público de 1.ª instância.……………….19

1.3.4.2. Processos crime na fase de julgamento findos nos tribunais judiciais de 1ª instância…….………………………20

Gráficos

Processos de inquérito findos (2010-2016)

Processos crime na fase de julgamento findos nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo os tipos de crime
(2016)

Arguidos em processos crime na fase de julgamento findos nos tribunais judiciais de 1ª instância, condenados e
não condenados (2007-2016)

1.3.5. A Justiça laboral………………………………………………………………………………………………………………….………………22

Gráficos

Processos laborais entrados nos tribunais judiciais de 1ª instância (2007-2016)

Processos laborais entrados nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo o tipo de objeto de ação (2016)

1.3.6. A Justiça tutelar………………………………..…………………………………………………………………………………………………23

Gráficos

Movimento de processos tutelares nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo a espécie (2016)

1.3.7. Tribunais judiciais superiores..………..……………………………………………………………………………………………………24

Gráficos

Movimento de processos nos tribunais judiciais superiores (2007-2016)

Peso de cada área processual nos processos pendentes nos tribunais judiciais superiores (2016)

Duração média (em meses) dos processos findos nos tribunais judiciais superiores, por área processual (2016)

1.4. Funcionamento dos julgados de paz.……..…………….…………………………………………………………………………………26

Gráficos

Processos entrados nos julgados de paz, segundo o objeto de ação (2016)

Processos findos nos julgados de paz, segundo o termo (2016)

1.5. Funcionamento dos centros de arbitragem…………………………….…………………………………………………………………27

Gráficos

Processos findos nos centros de arbitragem, segundo o objeto de litígio (2016)

2. Criminalidade registada..…..…………………………………………………….………………………………………………………………..28

-4-
Gráficos

Criminalidade registada pelas autoridades policiais (2007-2016)

Alguns crimes registados pelas autoridades policiais (2016)

Crimes registados por 1.000 habitantes (2016)

2.1. Evolução de alguns tipos de crimes registados ..…………………….………………………………………………………………..31

Gráficos

Crimes rodoviários registados pelas autoridades policiais (2007-2016)

Alguns crimes de furto e de roubo registados pelas autoridades policiais (2007-2016)

2.2. Intervenientes em crimes registados e tipo de crime registado ..………………………………………….……………………..32

Gráficos

Notícias de crime e agentes / suspeitos (2016)

3. Cumprimento de penas e reinserção social………….……………………………………….…………………….……………………...33

3.1. Estabelecimentos prisionais…………………………………………………………………..………….…….……………………………..33

Gráficos

Movimento de reclusos nos estabelecimentos prisionais (2007-2016)

Reclusos condenados nos estabelecimentos prisionais, segundo o tipo de crime (31 de dezembro de 2007-
2016)

Reclusos nos estabelecimentos prisionais, segundo a situação jurídica (31 de dezembro de 2007-2016)

Reclusos nos estabelecimentos prisionais, segundo o país de origem (31 de dezembro de 2007-2016)

3.2. Centros educativos…………………………………………………………………………………………………………………………………36

Gráficos

Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, por tipo de regime (2009-2016)

Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, segundo o tipo de crime (2016)

Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, segundo o sexo (2007-2016)

Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, segundo a situação jurídica (2007-2016)

3.3.Vigilância eletrónica…..……………………………………………………………………………………………………………………………38

Gráficos

Penas e medidas aplicadas com recurso à vigilância eletrónica (2007-2016)

Penas e medidas aplicadas com recurso à vigilância eletrónica, segundo a situação e respetiva variação
percentual (2015-2016)

4. Registos e Notariado….………………………………………….………………………………………………………………………………….39

Gráficos

Atos de registo praticados, segundo a área (2016)

-5-
4.1. Registo Civil………………….………………………………………………………………..……………………………………………………..40

4.1.1. Conservatórias do Registo Civil……..……………………………………………………………………………………………………..40

Gráficos

Assentos lavrados no Registo Civil, segundo o tipo de ato (2016)

4.2.Registo Predial……….……..……………………………………………………………………………………………………………………….41

Gráficos

Atos celebrados no Registo Predial ao abrigo do D.L. n.º 263-A/2007, de 23 de julho (2008-2016)

4.3. Registo Comercial….…..…………………………………………………………………………………..……………………………………..41

Gráficos

Inscrições efetuadas no Registo Comercial, segundo o tipo de ato (2016)

4.4.Registo Automóvel…….……………………………………………………………………………………………………………………………42

Gráficos

Atos praticados no Registo Automóvel, segundo o tipo de ato (2016)

4.5. Registo Nacional de Pessoas Coletivas……………..…….………………………………………………………………….………….43

Gráficos

Atos praticados no Registo Nacional de Pessoas Coletivas, segundo o tipo de ato (2016)

4.6. Notariado…….………………………………………………………………………………………………………………………….…………..44

Gráficos

Principais atos praticados por escritura pública (2016)

Principais atos praticados por escritura pública, segundo o distrito (2016)

NOTA TÉCNICA…………….…………..……………………………………………………………………………………………….……...…..….46

-6-
Apresentação

As estatísticas permitem-nos conhecer a realidade através da análise e interpretação dos dados


numéricos recolhidos.

A Direção-Geral da Política de Justiça, entidade responsável pela informação estatística na área da


Justiça, propõe nas páginas que se seguem, uma viagem pelos principais números da Justiça,
procurando dar a conhecer de forma sucinta esta realidade.

Nesta pequena compilação terá oportunidade de conhecer melhor:


 o funcionamento dos tribunais;
 a criminalidade registada no nosso país;
 o funcionamento das prisões, centros educativos e outras formas de cumprimento de penas;
 o funcionamento dos registos e notariado.

Se pretender obter informações mais completas e aprofundadas convidamo-lo a consultar o Sistema


de Informação das Estatísticas da Justiça (SIEJ), uma base de dados interativa disponível online
em www.dgpj.mj.pt .

1. Os tribunais e o seu funcionamento

Em Portugal, os tribunais dividem-se pelas seguintes categorias:

 Tribunal Constitucional que desempenha um papel de particular relevância, uma vez que
funciona como garante da Constituição da República Portuguesa verificando, em último
grau, se as normas jurídicas respeitam a Constituição. Para além disso, tem também
competências relacionadas com o processo eleitoral e com os partidos políticos,
nomeadamente o seu financiamento;
 Tribunal de Contas, entidade à qual cabe a fiscalização da legalidade das despesas
públicas. Este tribunal está encarregado, por exemplo, de analisar e dar parecer sobre a
Conta Geral do Estado;
 Tribunais judiciais que correspondem aos tribunais com maior número de processos no
nosso país e têm competência para julgar a maior parte dos litígios entre cidadãos e/ou
empresas.

-7-
 Das decisões dos tribunais judiciais de 1ª instância1 é possível, nalguns casos, recorrer para
um dos tribunais da Relação (que são 5 e estão localizados em Lisboa, Porto Coimbra,
Évora e Guimarães) e desses para o Supremo Tribunal de Justiça;
 Tribunais administrativos e fiscais são os tribunais competentes na maior parte dos casos
em que uma das partes é o Estado ou outra entidade pública. Das decisões dos 16 tribunais
administrativos e fiscais de 1ª instância existentes é possível, nalguns casos, recorrer para
um dos 2 tribunais Centrais Administrativos (localizados em Lisboa e Porto) e daí para o
Supremo Tribunal Administrativo;
 Julgados de Paz são entidades competentes para resolver alguns dos litígios da
competência dos tribunais judiciais, desde que o valor em causa não seja superior a €
15.000. Os Julgados de Paz têm uma filosofia que privilegia uma relação de proximidade e
informalidade com os cidadãos que a eles recorrem. Neste momento existem 25 julgados
de paz em funcionamento em Portugal.
 Tribunais arbitrais são tribunais privados. Se em causa estiver um direito a que as partes
podem renunciar, estas podem optar por escolher um ou mais árbitros para decidirem o
caso, em vez de recorrerem ao tribunal do Estado. A decisão dos árbitros produz os mesmos
efeitos que uma sentença de um tribunal do Estado.

1 Estes tribunais são, em 2016, 31 no total. O território nacional divide-se em 23 comarcas e em cada comarca existe
um tribunal judicial de 1.ª instância, designado pelo nome da comarca onde se encontra instalado. Existem, além
destes 23 tribunais de comarca, 8 tribunais de competência alargada, como por exemplo o Tribunal da Propriedade
Intelectual e o Tribunal Marítimo.

-8-
1.1. Pessoal ao serviço, por tipo de tribunal

Pessoal ao serviço, por tipo de tribunal (31 de dezembro 2007-2016)*

12.500 93 83
91 85
12.000 75
615

666
79

651
673
83

669
11.500
84

678
84 87

675
11.000

707
Tribunal Constitucional

694
11.609

712
11.554

11.435
11.402

10.500 Tribunais Administrativos e Fiscais

11.138

10.932

10.770
Tribunais Judiciais

10.449

10.294
10.283
10.000

9.500
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

* Não está disponível a informação sobre o pessoal ao serviço no Tribunal de Contas

Ao observar o pessoal ao serviço por tipo de tribunal, verifica-se que entre os anos de 2009 e
2016 se registou uma diminuição de 12,2% do pessoal ao serviço nos tribunais judiciais (o seu
número passou de 11.554 no ano de 2009 para 10.294 no ano de 2016).

1.2. Funcionamento do Tribunal de Contas

Processos de visto findos no Tribunal de Contas, segundo a decisão (2016)

93 180
63 6%
3% 22
2%
1%

Devolvidos não sujeito a visto


Recusado o visto
Visados *
Visto tácito
Cancelados

2.534
88%

* Inclui os processos com homologação de conformidade.

Do total de processos de visto findos no Tribunal de Contas, a maioria finaliza como visados (88%)
e apenas uma pequena percentagem (1%) com recusa do visto.

-9-
1.3. Funcionamento dos tribunais judiciais

1.3.1. Profissionais da Justiça

Profissionais da Justiça (2016)

Juízes 1.763

Magistrados do Ministério Público 1.397

Funcionários judiciais * 6.664

Advogados 30.475

Advogados estagiários 2.886

Solicitadores 3.559

Solicitadores estagiários 862

Agentes de execução 1.429

0 10.000 20.000 30.000 40.000

* Incluem secretário de tribunal superior/ secretário de justiça, escrivão de direito ou adjunto, técnico de justiça principal ou
adjunto e escrivão auxiliar/técnico de justiça auxiliar.

A observação da figura anterior revela que, no ano de 2016, por larga vantagem, os advogados são
os profissionais da Justiça em maior número em Portugal, seguidos dos funcionários judiciais com
um valor correspondente a menos de um quarto dos primeiros.

- 10 -
Magistrados e funcionários judiciais em funções nos tribunais
judiciais (31 de dezembro de 2007-2016)

2007
2008
2009
2010
Juízes

2011
2012
2013
2014
2015
2016
2007
Magistrados do Ministério Público

2008
2009
2010
2011 Masculino
2012
2013 Feminino

2014
2015
2016
2007
2008
Funcionários judiciais *

2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016

0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000

* Incluem secretário de tribunal superior/ secretário de justiça, escrivão de direito ou adjunto, técnico de justiça
principal ou adjunto e escrivão auxiliar/técnico de justiça auxiliar.

No que respeita aos juízes e magistrados do Ministério Público, verifica-se uma tendência
moderada, mas persistente, de aumento do seu número, entre 2007 e 2013, diminuindo no ano de
2014, seguida de um ligeiro aumento no ano de 2015, voltando a diminuir no ano de 2016. O número
de funcionários judiciais, isto é, os funcionários que trabalham nas secretarias dos tribunais e nos

- 11 -
serviços do Ministério Público, sofre um decréscimo entre 2007 e 2014, invertendo-se esta
tendência no ano de 2015, voltando a diminuir ligeiramente no ano de 2016.

Média de processos, por magistrado e por funcionário judicial (2016)

1000
900
800
700
600
500 Entrados
400
680

Findos
300
440

Pendentes a 31 de dezembro
200
339

311
308

208
181
100
135

154

0
Juízes Magistrados do Funcionários judiciais *
Ministério Público

* Incluem secretário de tribunal superior/ secretário de justiça, escrivão de direito ou adjunto, técnico de justiça
principal ou adjunto e escrivão auxiliar/técnico de justiça auxiliar.

É possível observar que tanto os juízes, como os magistrados do ministério público, como os
funcionários judiciais findaram, em média, mais processos do que aqueles que receberam2.

2Não se incluem os processos de execução de penas. Não se incluem igualmente os processos transitados e findos
no Ministério Público por remessa para outro serviço. Para a média de processos do Ministério Público apenas são
contabilizados os processos de inquérito crime e os processos de inquérito tutelar educativo.

- 12 -
Advogados e advogados estagiários inscritos (31 de dezembro de 2007-2016)

2007
2008
Advogados Estagiários

2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Masculino
2016
2007 Feminino
2008
2009
2010
Advogados

2011
2012
2013
2014
2015
2016

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000

O número de advogados estagiários3 inscritos apresenta uma tendência de decréscimo entre 2007
e 2011, seguida de um aumento entre 20124 e 2014, voltando a decrecer nos anos de 2015 e 2016.
O número de advogados inscritos apresenta uma tendência constante de aumento.

3
No ano de 2009 está em falta a informação do círculo Judicial do Funchal.

4O número de advogados estagiários inscritos em 31 de dezembro de 2012 foi alterado na atualização de dados de
6.3.2014. Esta alteração deveu-se a uma correção comunicada pela Ordem dos Advogados.

- 13 -
Solicitadores, solicitadores estagiários e agentes de execução
inscritos (31 de dezembro de 2007-2016)

2007
2008
2009
2010
Solicitadores

2011
2012
2013
2014
2015
2016
2007
2008
Solicitadores Estagiários

2009 Masculino
2010
Feminino
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2007
2008
2009
Agentes de Execução

2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000

O número de solicitadores inscritos aumenta em 2008 e decresce em 2009, volta a aumentar nos
anos de 2010 a 2015 e decresce ligeiramente no ano de 2016. O número de agentes de execução
apresenta uma tendência constante de aumento entre 2007 e 2013 registando-se um decréscimo
em 2014 e 2015 voltando a aumentar no ano de 2016.

- 14 -
1.3.2. Tribunais judiciais de 1ª instância5 6 (a partir de 2010 os dados não
incluem os processos de execução de penas)

Movimento de processos nos tribunais judiciais de 1ª instância (2007-2016)

2.200.000

2.000.000

1.800.000

1.600.000

1.400.000

2.119.365
2.043.196
1.200.000

1.698.743

1.522.892
1.000.000
1.507.600

1.446.723
1.680.828
1.650.438
1.604.184
1.547.607

1.134.450
800.000

1.311.272
892.226
864.988

857.769
838.547
829.592

820.632
795.642
787.566

600.000
767.989
747.559

742.752
737.599

734.290
713.963

681.918
653.765

607.301

557.468
400.000

200.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Entrados Findos Pendentes a 31 de dezembro

5 No ano de 2014, o número de processos entrados e findos foi invulgarmente elevado, consequência das
transferências internas decorrentes da aplicação da Lei nº 62/2013, de 28 de agosto (Lei da Organização do Sistema
Judiciário). “O número total de processos transitados em 2016 foi de 35.758 em 2015 foi de 39.199, em 2014 de
1.449.555, em 2013 de 28.410, em 2012 de 104.724, em 2011 de 50.209, em 2010 de 32.355, em 2009 de 147.730,
em 2008 de 45.517 e em 2007 de 122.862.”
6 No que respeita à ação executiva, os resultados apresentados seguem o modelo legal vigente até 1 de setembro
de 2013, data em que entrou em vigor o novo Código do Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 41/2013, de 26 de
junho. De acordo com o artigo 551.º, n.º 5, deste código, o processo de execução corre em tribunal quando seja
requerida ou decorra da lei a prática de ato da competência da secretaria ou do juiz e até à prática do mesmo.
Nestes termos, o processo de execução não deve, assim, ser considerado pendente em tribunal nas demais
circunstâncias. Contudo, não tendo sido ainda possível fazer os desenvolvimentos técnicos e os ajustes necessários
à implementação deste dispositivo legal, os resultados continuam a ser apresentados segundo o modelo anterior.

- 15 -
Saldo processual (entrados - findos) nos tribunais judiciais de 1ª instância (2007-2016)

120.000

90.000

60.000

96.584

17.915
60.198
30.000

30.390
0
-35.396

-40.007

-76.169
-30.000

-135.451
-60.000

-175.851

-176.822
-90.000

-120.000

-150.000

-180.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Como é possível observar nas figuras anteriores, o número de processos findos é superior ao
número de processos entrados durante os anos de 2007, 2008, 2013, 2014, 2015 e 2016. Por isso,
o saldo processual (processos entrados – processos findos) durante esses anos é favorável, tendo-
se traduzido numa redução do número de processos pendentes.

Volume de cada área processual no total de processos pendentes nos


tribunais judiciais de 1ª instância (2016)
1.200.000

1.000.000

800.000
1.133.280
1.008.809

600.000

400.000

200.000
56.328 31.246 36.897
0
Justiça Cível Justiça Penal Justiça Laboral Justiça Tutelar Total

- 16 -
A figura anterior 7 permitem observar que o número total de processos pendentes nos tribunais
judiciais de 1ª instância é claramente dominado pelo número de processos na área cível, área esta
que, de forma bastante simplificada, diz respeito à grande maioria dos litígios entre privados, exceto
os que respeitam às relações de trabalho (Justiça Laboral).

Duração média (em meses) dos processos findos nos tribunais


judiciais de 1ª instância, por área processual (2016)

Justiça Cível 33

Justiça Penal 8

Justiça Laboral 11

Justiça Tutelar * 11

0 5 10 15 20 25 30 35

* Não se incluem as durações dos processos de promoção e proteção e dos tutelares educativos.

De igual modo a duração média dos processos findos8 é dominada pelo contributo da área cível.
Estes processos duraram, em média, mais do dobro do que os processos em qualquer uma das
restantes áreas processuais.

7Os dados apresentados na figura não incluem a Justiça Laboral Penal (1.117 processos) e a Justiça Militar (53
processos).
8Os dados apresentados na figura não incluem a Justiça Laboral Penal (6 meses) e a Justiça Militar (6 meses). Não
são contabilizados os processos transitados, apensados, incorporados ou integrados, remetidos a outra entidade,
os processos com termo "N.E." e modalidade do termo "N.E.".

- 17 -
1.3.3. A Justiça cível 9

Processos cíveis entrados nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo o


tipo de espécie (2016)

15%

Ações declarativas
41%
Execuções

Outros *
44%

* Os outros processos correspondem a ações especiais, a procedimentos cautelares e a outros.

Ações executivas entradas nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo o


objeto de ação (2016)

9%
3%
2% Dívida civil/comercial

Letras, livranças e cheques


11%
Falta pagamento multas/coimas

Dívida prestação de serviços

7% Falta de pagamento de custas

68% Outros

Relativamente aos processos cíveis entrados em 2016, é importante constatar que 44%
correspondem a ações executivas, ou seja, ações destinadas a obter de forma coerciva o
pagamento de dívidas, a entrega de bens ou determinada atuação. Dessas ações executivas 68%
corresponde à cobrança de dívidas civis e comerciais.

9 Nos processos entrados não estão incluídos os processos transitados entre unidades orgânicas.

- 18 -
1.3.4. A Justiça penal

1.3.4.1. Processos crime na fase de inquérito findos nos serviços do Ministério


Público10

Processos de inquérito findos (2010-2016)


700.000
199.982

600.000 18.510 17.275 21.735


14.997
500.000 13.169
21.965

400.000
555.865

546.649
545.537

300.000

520.922

474.327
445.400

426.673
200.000

70.799
76.695
75.085

77.426

56.766
54.416

50.440
100.000

0
Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos Findos
com com com com com com com
dedução dedução dedução dedução dedução dedução dedução
de de de de de de de
acusação acusação acusação acusação acusação acusação acusação
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Sem transferidos Por remessa/ transferidos

Relativamente ao número de inquéritos findos11 nos anos de 2010 e 2011, verifica-se uma tendência
moderada para o seu aumento, invertendo-se essa situação nos anos de 2012 a 2014. Em 2015 o
número de inquéritos findos volta a aumentar, seguindo-se uma descida no ano de 2016.
Nos processos de inquérito findos com dedução de acusação, verifica-se uma subida entre os anos
de 2010 e 2012, tendo este valor diminuído nos anos de 2013 e 2014, voltando a crescer
ligeiramente em 2015 e diminuindo novamente no ano de 2016.

10
Serviços do Ministério Público junto dos tribunais judiciais de 1.ª instância.
11 No ano de 2014, o número de processos findos foi invulgarmente elevado, consequência das transferências
internas decorrentes da aplicação da Lei nº 62/2013, de 28 de agosto (Lei da Organização do Sistema Judiciário).

- 19 -
1.3.4.2. Processos crime na fase de julgamento findos12 nos tribunais judiciais
de 1ª instância

Processos crime na fase de julgamento findos nos tribunais judiciais


de 1ª instância, segundo os tipos de crime (2016)

Furto

Burla
13. 039 Crimes rodoviários
2. 972 4. 690
2. 259 3. 116 Ofensa à integridade física

Tráfico/cultivo estupefacientes
8. 004
3. 752
Outros
9. 280
556 Contra a autoridade pública

Emissão de cheque sem provisão e


5. 925 1. 856 crimes tributários comuns e fiscais
Roubo ou violência depois da
19. 303 1. 888 subtração
Violência doméstica e maus tratos

Contra liberdade pessoal e de cariz


sexual
Para cada processo é caracterizado o crime mais grave. Homicídio/ Homicídio tentado

Os tipos de crime apresentados são os mais frequentes entre os processos crime em fase de
julgamento findos nos tribunais judiciais de 1ª instância.

Os crimes com maior peso no total de processos crime na fase de julgamento findos em 2016 são
os crimes rodoviários, isto é, os crimes de condução com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l,
de condução sem habilitação legal, de condução perigosa de veículo rodoviário e os outros crimes
contra a segurança das comunicações, seguidos dos crimes de ofensa à integridade física.

12Nos processos crime na fase de julgamento não estão incluídos os processos transitados,
apensados incorporados ou integrados, remetidos a outra entidade e os processos com termo "N.E." e
modalidade do termo "N.E.".

- 20 -
Arguidos em processos crime na fase de julgamento findos nos tribunais judiciais de 1ª
instância, condenados e não condenados (2007-2016)

160.000

140.000

120.000

100.000 143.505

80.000
136.881

127.932

127.126

124.971
124.230

115.491
60.000

93.796

89.359
87.629

84.425
83.040

79.371
77.663
77.468

77.007

71.140
40.000

59.021
55.876

55.658
53.841

52.844
50.464

50.119

46.567

45.600

44.351

34.775

33.701
31.581
20.000

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Arguidos Condenados Não condenados

O ano de 2014 quando comparado com os demais, revela-se aquele em que se verifica o menor
número de arguidos julgados em processos crime na fase de julgamento findos nos tribunais
judiciais de 1ª instância. Verifica-se igualmente que, em todos os anos, o número de condenados é
superior ao número de não condenados, variando entre uma proporção máxima de 63%
condenados (2011, 2014 e 2015) e uma proporção mínima de 61% (2007, 2008, 2009 e 2010). O
número de não condenados varia entre uma proporção máxima de 39% (2007, 2008, 2009 e 2010)
e uma proporção mínima de 36% no ano de 2012.

- 21 -
1.3.5. A Justiça laboral 13

Processos laborais entrados nos tribunais judiciais de 1ª instância (2007-2016)

100.000 39.784
90.000
80.000
70.000 6.613
9.231 3.254 3.623 3.669 3.714
60.000
3.353 3.311
50.000 3.455
40.000 58.071
55.115

54.869

54.845
54.769

54.625
51.526

30.000

47.459
46.494

40.764
20.000
10.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Remetido outro serviço/ transferidos

É possível observar, na figura anterior, uma tendência de estabilização do número de processos de


trabalho entrados nos tribunais judiciais de 1ª instância, variando entre um valor máximo de 58.071
processos entrados em 2009 e um valor mínimo de 40.764 processos entrados em 2015.

Processos laborais entrados nos tribunais judiciais de 1ª instância, segundo o


tipo de objeto de ação (2016)

1%
0%
1% 1%

25%
Cumprimento de contrato/outras obrigações

Contrato individual de trabalho

Acidente de trabalho e doenças profissionais

Procedimentos cautelares

Outros

72% N.E.

13 Não estão incluídos os processos de Justiça Laboral Penal. No ano de 2014, o número de processos entrados
foi invulgarmente elevado, consequência das transferências internas decorrentes da aplicação da Lei nº 62/2013, de
28 de agosto (Lei da Organização do Sistema Judiciário).

- 22 -
Fazendo incidir o foco sobre o tipo de objeto de ação dos processos entrados, é possível apurar
que a maioria corresponde a processos relacionados com acidentes de trabalho e doenças
profissionais bem como com os relativos a contrato individual de trabalho (72% e 25% do total,
respetivamente).

1.3.6. A Justiça tutelar

Movimento de processos tutelares nos tribunais judiciais de 1ª instância,


segundo a espécie (2016)
70.000
1.458
60.000
1.458
50.000

40.000

30.000 60.439
51.727
20.000
31.172
339 339
10.000
8.165 9.323 68 68
5.204 2.017 2.051 521
0
Entrados Findos Pendentes Entrados Findos Pendentes Entrados Findos Pendentes
a 31 de a 31 de a 31 de
dezembro dezembro dezembro
Tutelar cível Promoção/Proteção Tutelar educativo

Por remessa ao M.P. / transitados

No que diz respeito aos processos tutelares, isto é, os processos relacionados com menores, torna-
se evidente que a maioria dos processos entrados, findos e pendentes são processos tutelares
cíveis, isto é, que têm por objeto, por exemplo, a regulação do exercício das responsabilidades
parentais ou a fixação de alimentos.

- 23 -
1.3.7. Tribunais judiciais superiores

Movimento de processos nos tribunais judiciais superiores (2007-2016)

40.000

35.000

30.000

25.000

36.661
36.402

35.984
35.909

20.000

35.777
35.399

35.269
35.238
35.203

35.148
34.595

34.564

34.436

34.356
34.202
34.051

33.930
33.634

32.459
31.881
15.000

10.000
10.485
10.350

10.311
9.427
8.907

8.673
8.515

8.394

8.377

7.799
5.000

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Entrados Findos Pendentes a 31 de dezembro *

Peso de cada área processual nos processos pendentes nos tribunais


judiciais superiores (2016)

7%

Justiça Cível

Justiça Penal
34%
Justiça Laboral

59%

- 24 -
O número de processos entrados e findos nos tribunais judiciais superiores apresenta uma ligeira
diminuição entre 2010 e 2014, invertendo-se essa tendência nos anos de 2015 e 2016.
Já o número de processos pendentes apresenta uma tendência de diminuição com exceção de um
ligeiro aumento em 2008, 2011, 2015 e 2016. Esses processos pendentes são dominados em 59%
pelas ações cíveis, seguidas das ações penais e laborais.

Duração média (em meses) dos processos findos nos tribunais judiciais superiores,
por área processual (2016)

Justiça Penal 3

Justiça Cível 4

0 1 2 3 4

A duração média dos processos findos nos tribunais judiciais superiores apresenta um valor de 4
meses para os processos cíveis e 3 meses para os processos penais14.

14Os recursos sociais, correspondentes à Justiça Laboral, estão incluídos na Justiça Penal ou na Justiça Cível
consoante a sua matéria. Os recursos relativos à Justiça Tutelar não são estatisticamente caraterizados quanto à
sua duração.

- 25 -
1.4. Funcionamento dos julgados de paz

Processos entrados nos julgados de paz, segundo o objeto de ação (2016)

3%
14%
16% Ações destinadas a efetivar o cumprimento de obrigações

Ações resultantes de direitos e deveres de condóminos

Ações possessórias, usucapião e acessão

19% Ações relativas a arrendamento urbano

Ações relativas a responsabilidade civil contratual e extracontratual


39%
Ações relativas a incumprimento contratual
5%
4% Outros

Do total das ações entradas nos julgados de paz, 39% correspondem a ações resultantes de direitos
e deveres de condóminos.

Processos findos nos julgados de paz, segundo o termo (2016)

15%

35%
Por Mediação

Por Julgamento

Por outro motivo

50%

Nos julgados de paz, 50% dos processos findam por julgamento e 15% por mediação, isto é, numa
fase anterior ao julgamento, em que um terceiro imparcial procura facilitar o diálogo entre as partes,
de modo a que estas alcancem um acordo que põe termo ao seu litígio.

- 26 -
1.5. Funcionamento dos centros de arbitragem

Os tribunais arbitrais são tribunais privados. As partes optam por colocar a decisão na mão de
árbitros, obtendo uma sentença com o mesmo valor de uma decisão do tribunal do Estado.

Um centro de arbitragem institucionalizada é uma instituição especializada de carácter permanente,


à qual as partes se dirigem para resolver um litígio, por via de tribunal arbitral. Atendendo à
relevância social dos conflitos em matéria de consumo e de acidentes de viação, o Estado apoia
diversos centros de arbitragem voluntária que se dedicam a resolver conflitos nestas áreas
específicas. O Estado financia e apoia ainda centros de arbitragem institucionalizada nas áreas da
propriedade industrial e da justiça tributária e administrativa.

Processos findos nos centros de arbitragem, segundo o objeto de litígio (2016)

Banca
1% 1%

21% 12% Computadores e software

2%
Eletricidade, gás e água

12% Eletrodomésticos, aparelhos de rádio e televisão, instrumentos musicais e


produtos similares

Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis

Transporte, armazenamento e comunicações


28%

23% Seguros, fundos de pensões e outras atividades complementares de


Segurança Social

Outros objetos

Na figura é possível observar que 28% dos processos findos nos centros de arbitragem
correspondem a ações relacionadas com seguros, fundos de pensões e outras atividades
complementares de Segurança Social.

- 27 -
2. Criminalidade registada

A criminalidade registada tem como objetivo observar a evolução da criminalidade que chegou ao
conhecimento das autoridades policiais, consoante o tipo de crime praticado, o tipo de arma ou
outros meios utilizados, bem como caracterizar o suspeito/agente e o lesado/ofendido.

Criminalidade registada pelas autoridades policiais (2007-2016)

500.000

450.000

400.000

350.000

300.000

250.000
431.977

427.787

424.252

415.325

404.917
400.332

376.403

356.032
351.311
200.000

330.872
150.000

100.000

50.000

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Os valores contemplam dados registados pelas autoridades policiais: Polícia Judiciária (PJ), Polícia
de Segurança Pública (PSP), Guarda Nacional Republicana (GNR), Polícia Marítima (PM), Polícia
Judiciária Militar (PJM), Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Autoridade Tributária Aduaneira (ATA). Esta última, até ao ano
de 2012 corresponde e congrega os seguintes serviços: Direção-Geral dos Impostos (DGI) e
Direção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo (DGA). Até 2010 estava
também incluída a Inspeção-Geral de Jogos (IGJ).

Entre os anos de 2008 e 2014 observa-se um decréscimo de 23% na criminalidade registada,


verificando-se um ligeiro aumento no ano de 2015, seguido de uma ligeira decida em 2016.

- 28 -
Alguns crimes registados pelas autoridades policiais (2016)

Ofensa à integridade física voluntária simples 23.173

Violência doméstica contra cônjuge ou análogos 22.773

Furto em veículo motorizado 21.424


Condução de veículo com taxa de álcool
20.849
igual/superior a 1,2g/l
Furto em residência com arrombamento,
14.369
escalamento ou chaves falsas
Ameaça e coação 14.246

Furto por carteirista 13.879

Furto de oportunidade/de objetos não guardados 12.451

Furto de veículo motorizado 11.531

Condução sem habilitação legal 9.301


Incêndio/fogo posto em floresta, mata, arvoredo ou
8.779
seara
Furto em edifício comercial ou industrial com
8.476
arrombamento, escalamento ou chaves falsas
Burla informática e nas comunicações 8.448
Furto em edifício comercial ou industrial sem
6.777
arrombamento, escalamento ou chaves falsas
Roubo na via pública (exceto por esticão) 6.492

Tráfico de estupefacientes 5.592

Difamação, calúnia e injúria 5.431


Furto em residência sem arrombamento,
4.472
escalamento ou chaves falsas
Roubo por esticão 4.311

0 10.000 20.000 30.000

A figura anterior põe em destaque as categorias de crimes mais frequentes entre os crimes
registados. Em 2016, verifica-se que o crime com maior número de registos por parte das
autoridades policiais foi o de ”Ofensa à integridade física voluntária simples”, seguido do crime de
"Violência doméstica contra cônjuge ou análogos”.

- 29 -
Crimes registados por 1.000 habitantes (2016)

18 17
16

14

12

10
8
8

6
4
4 3
2 1
0 0
0
(CP) Contra as (CP) Contra o (CP) Contra a (CP) Contra (CP) Contra o (CP) Contra Legislação
pessoas património identidade vida em Estado animais de Avulsa
cultural e sociedade companhia
integridade
pessoal

Fazendo incidir o foco sobre os crimes registados em 2016 por cada 1.000 habitantes, constata-se
que os crimes contra o património (por exemplo, o furto e o roubo) apresentam o valor mais elevado,
seguidos dos crimes contra as pessoas (por exemplo, a ofensa à integridade física). Por seu turno,
o valor mais baixo reporta-se a crimes contra a identidade cultural e integridade pessoal, seguidos
dos crimes contra animais de companhia e dos crimes contra o Estado (por exemplo, a
desobediência e a resistência e coação sobre funcionário).

- 30 -
2.1. Evolução de alguns tipos de crimes registados

Pela sua relevância social, nomeadamente por serem comuns e dizerem diretamente respeito aos
cidadãos, apresenta-se a evolução dos crimes rodoviários e de alguns crimes de furto e de roubo,
ao longo dos últimos anos.

Crimes rodoviários registados pelas autoridades policiais (2007-2016)

30.000
25.000
20.000 Condução de veículo com
15.000 taxa de álcool igual/superior
a 1,2g/l
10.000
5.000 Condução sem habilitação
legal
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Alguns crimes de furto e de roubo registados pelas autoridades policiais (2007-2016)

50.000 Furto em veículo motorizado


45.000
40.000 Furto de veículo motorizado

35.000
30.000 Furto em residência com arrombamento,
escalamento ou chaves falsas
25.000
Furto em edifício comercial ou industrial
20.000 com arrombamento, escalamento ou
15.000 chaves falsas
Furto por carteirista
10.000
5.000 Roubo na via pública (sem esticão)
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Não obstante as flutuações anuais registadas, a evolução dos crimes rodoviários, entre 2007 a
2012, apresenta uma tendência relativamente estável. Já nos anos de 2013 e 2014 verifica-se uma
descida neste tipo de crimes, observando-se em 2015 uma ligeira subida seguida de novo
decréscimo em 2016. Os crimes de furto e roubo a partir de 2008 registam uma tendência

- 31 -
decrescente, à exceção do “furto por carteirista” que registou um aumento em 2014 e 2015, voltando
a diminuir no ano de 2016.

2.2. Intervenientes em crimes registados e tipo de crime registado

Notícias de crime e agentes / suspeitos (2016)

(CP) Contra as pessoas

(CP) Contra o património

(CP) Contra identidade cultural,


integridade pessoal
Notícias de crime

(CP) Contra vida em sociedade Agente/ Suspeito identificado

Agente/Suspeito detido
(CP) Contra o Estado
Notícias de crime com Agente/
Suspeito desconhecido
(CP) Contra animais companhia

Legislação Avulsa

50. 000 100. 000 150. 000 200. 000

Verifica-se que nas notícias de crime contra o património, a maioria é com agente/suspeito 15
desconhecido, enquanto nos crimes contra as pessoas, o agente/suspeito é identificado.

15Considera-se agente/suspeito o indivíduo sobre quem recaem fortes indícios de ser o autor do crime, mesmo que
menor de 16 anos ou incapaz. Considera-se o suspeito identificado sempre que a vítima o viu ou entreviu na altura
do crime, sendo capaz de referir o seu sexo e/ou, aproximadamente, a sua idade ou pertença aos escalões etários .

- 32 -
3. Cumprimento de penas e reinserção social

3.1. Estabelecimentos prisionais

Movimento de reclusos nos estabelecimentos prisionais (2007-2016)

16.000

14.000

12.000

10.000

8.000

14.294

14.239
14.021

13.798
13.623
12.690
11.618
11.599

11.105
10.813

6.000

4.000
6.610
6.477

6.294

6.157
5.898
5.856

5.761
5.756

5.699
5.677

5.574
5.486
5.464

5.426
5.385

5.356

5.320
5.435

5.222
5.070

2.000

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Entrados Saídos Existentes em 31 de dezembro

No que respeita ao movimento de reclusos nos estabelecimentos prisionais16 verifica-se, entre os


anos de 2008 e 2013, um aumento do número de reclusos existentes a 31 de dezembro, devido ao
número de reclusos entrados ser superior ao número de reclusos saídos. No ano de 2014 esta
tendência inverte-se, uma vez que o número de reclusos saídos superou o número de reclusos
entrados. No ano de 2015 a tendência é novamente de aumento do número de reclusos existentes
a 31 de dezembro, uma vez que o número de reclusos entrados superou o número de reclusos
saídos. No ano de 2016 volta a inverter-se a situação, verificando-se uma diminuição no número de
reclusos existentes a 31 de dezembro.

16 Inclui o movimento de reclusos civis e militares

- 33 -
Reclusos condenados nos estabelecimentos prisionais, segundo o tipo de
crime (31 de dezembro de 2007-2016)

12000

2.206 2.183 2.240 2.167


10000 2.092
504 1.962
798 1.569 2.290 2.217 2.294 2.208
8000 1.320 2.252
2.524
2.026 2.075
1.849 1.950
6000 3.150
3.398 3.212 3.236
2.910 2.737 2.888 3.113
2.475 2.573
4000
894 1.161 1.184 1.158
868 759 726 751 806
684
2000
2.454 2.638 2.488 2.535 2.690 2.904 2.900 3.051 2.893
2.371
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Crimes contra as pessoas Crimes contra a vida em sociedade


Crimes contra o património Crimes relativos a estupefacientes
Outros

Não obstante as variações observadas no número absoluto de reclusos condenados, nos


estabelecimentos prisionais a 31 de dezembro de cada ano, por cada tipo de crime, a sua proporção
mantem-se relativamente estável.

Reclusos nos estabelecimentos prisionais, segundo a situação jurídica


(31 de dezembro de 2007-2016)

16.000
251 139 274
14.000 231 266
232
12.000 250 237
256 250
10.000 Medidas de
segurança
8.000 10.722 11.441 11.534 11.645 11.396
9.979
9.010 8.708 9.069 Condenados
6.000 8.443

4.000 Preventivos

2.000
2.327 2.108 2.141 2.307 2.470 2.661 2.592 2.330 2.303 2.117
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

- 34 -
A figura relativa ao número de reclusos segundo a situação jurídica permite observar uma
diminuição do número de reclusos, tanto em prisão preventiva como condenados em 2008. Entre
2009 e 2015 esta tendência é invertida, observando-se um aumento. Nos quatro últimos anos o
número de reclusos condenados aumenta, com exceção do ano de 2016, mas o número de reclusos
preventivos diminui.

Reclusos nos estabelecimentos prisionais, segundo o país de origem


(31 de dezembro de 2007-2016)

100%
90%
80%
70%
60% 9.216 8.617 8.836 9.223 10.133 11.012 11.637 11.534 11.727 11.484
50%
40%
30%
20%
10% 2.371 2.190 2.263 2.390 2.548 2.602 2.647 2.469 2.495 2.295
0%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Outros Portugal

A proporção de reclusos com origem em Portugal e de reclusos com origem em outros países
manteve-se essencialmente constante ao longo do período em análise, com cerca de 81% e 19%,
respetivamente.

- 35 -
3.2. Centros educativos17
Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, por tipo de regime
(2009-2016)

2009 27 130 47

2010 23 155 48

2011 32 207 35
Aberto

2012 37 191 33 Semiaberto

Fechado
2013 36 168 47

2014 27 128 40

2015 27 99 25

2016 26 93 19

0 50 100 150 200 250 300

A grande maioria dos menores internados em centro educativo, entre 2009 e 2016, encontra-se em
regime semiaberto.

Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, segundo o tipo de crime


(2016)*

0% 5%
1%
4% Crimes contra as pessoas

Crimes contra o património

Crimes contra a vida em sociedade

Crimes contra o Estado


52% Crimes em legislação avulsa

38% Dado omisso ou não preenchido

* Cada jovem pode ter praticado mais que um crime.

17A partir de 2008 não se incluem os jovens em internamento em regime de fim de semana (art.º 145º LTE) pela
curta duração (um a quatro fins de semana – art.º 138º LTE).

- 36 -
Em 2016, o peso dos menores internados nos centros educativos por crimes contra as pessoas
atingiu 52% do total.

Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, segundo o sexo


(2007-2016)

100%
19 20 23 23 32 29 22 25 19 15
90%
80%
70% Feminino
60% Masculino
50%
184 161 181 203 242 232 229 170 132 123
40%
30%
20%
10%
0%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

No que diz respeito ao sexo dos menores internados em centros educativos, facilmente se conclui
que a vasta maioria dos mesmos é do sexo masculino, em qualquer dos anos considerados na
figura.

Menores internados nos centros educativos a 31 de dezembro, segundo a situação


jurídica (2007-2016)

100%
90% 25
80%
70%
Internamento em fim de semana
60% 148 170 194
50% 142 254 245 235 189 140 133 Medida de internamento
40% Medida cautelar de guarda
30%
Internamento para perícia
20%
10% 36 31 33 29
0% 3 18 16 14 5 11 4
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

- 37 -
A figura anterior permite verificar que a maioria dos menores internados em centros educativos,
entre 2007 e 2016, se encontra ao abrigo de uma medida de internamento.

3.3. Vigilância eletrónica

O sistema de vigilância eletrónica, mais conhecido como “pulseira eletrónica”, pode ser utilizado
para fiscalizar o cumprimento da medida de coação de obrigação de permanência na habitação, o
cumprimento da pena de prisão em regime de permanência na habitação e na adaptação à
liberdade condicional. Pode, ainda, ser utilizado na fiscalização da proibição de contactos entre
vítima e agressor, no âmbito do crime de violência doméstica.

Penas e medidas aplicadas com recurso à vigilância eletrónica (2007-2016)

1.300 1.205
1.157
1.200
1.100
1.000 932
884 892
900 796 812
800 746 738
700 578 Penas e medidas
600 aplicadas durante
o ano
500
400
300
200
100
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Considerando as penas e medidas de vigilância eletrónica aplicadas, observa-se uma tendência de


aumento entre os anos de 2007 e 2008, seguida de uma diminuição entre 2008 e 2010. Nos anos
de 2011 a 2016 a aplicação destas penas e medidas aumenta.

- 38 -
Penas e medidas aplicadas com recurso à vigilância eletrónica, segundo a situação e
respetiva variação percentual (2015-2016)
0%
600 13%
500 577 578
400 485
428
300
2015
200 -10% 2016
10%
100 -57%
114 103
0 31 34
Medida de coação Pena de prisão na Adaptação à Violência Modificação da
de obrigação de habitação liberdade doméstica- execução da Pena
permanência na condicional fiscalização da de Prisão
habitação proibição de
contatos

Entre 2015 e 2016, verifica-se um aumento do número de medidas de coação aplicadas com recurso
à vigilância eletrónica no caso da obrigação de permanência na habitação, da adaptação à liberdade
condicional e em contexto de violência doméstica - fiscalização da proibição de contatos. Observa-
se uma diminuição do número nos casos da pena de prisão na habitação e da modificação da
execução da pena de prisão.

4. Registos e Notariado

Atos de registo praticados, segundo a área (2016)

4%
22% Registo Comercial
18%
Registo Civil

Notariado

Registo Predial
6%
Registo Automóvel
14%
Identificação Criminal
12%
Identificação Civil

24%

- 39 -
No que respeita aos atos de registo praticados em 2016, destaca-se o registo automóvel com 24%
do peso total de atos, seguido da identificação civil com 22%. Já o registo comercial apresenta o
peso mais reduzido com 4%.

4.1. Registo Civil

4.1.1. Conservatórias do Registo Civil

Assentos lavrados no Registo Civil, segundo o tipo de ato (2016)

112.529
46% 36
0% 762
0% 15.473
Assentos - Nascimento
6%
Assentos - Óbito
43.463
Assento/declaração maternidade
18%
Perfilhação

Assentos - Casamento civil

27.990 Assentos - Casamento católico


88.771 12%
36%

Em 2016 o número de assentos lavrados no registo civil é dominado pelo número de assentos de
óbito e de assentos de nascimento, que perfazem um total de cerca de 82%.

- 40 -
4.2. Registo Predial

Atos celebrados no Registo Predial ao abrigo do D.L. n.º 263-A/2007, de 23 de julho


(2008-2016) *
80.000
70.000
60.000
50.000

76.075
40.000

66.391
58.571

52.903
30.000

46.876
43.970
42.105
10.718

40.986

38.015
37.781
35.135
20.000
7.612

24.920
21.191
15.551

15.664
14.521
10.000
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Mútuo com hipoteca voluntária Compra e venda de prédios

* Apenas estão incluídos os atos de compra e venda e de mútuo com hipoteca voluntária celebrados ao
abrigo do D.L.n.º 263-A/2007, de 23 de Julho, não se incluindo atos da mesma natureza celebrados por
escritura pública ou por documento particular autenticado .

É possível observar um crescimento do número de atos entre 2008 e 2010, seguido de uma redução
entre 2010 e 2013 e de um ligeiro aumento em 2014, 2015 e 2016.

4.3. Registo Comercial

Inscrições efetuadas no Registo Comercial, segundo o tipo de ato (2016)

35.243
46.873 22%
29% Constituição pessoa coletiva/ entidade equiparada

Alteração do pacto social/ estatutos de pessoa coletiva ou entidade


equiparada

Dissolução de pessoa coletiva/ entidade equiparada

7
0% Inscrições extratadas
43.037
26% Outras
36.847
23%

- 41 -
No registo comercial, constata-se que 26% das inscrições respeitam a alteração ao pacto social ou
aos estatutos de pessoa coletiva ou entidade equiparada, enquanto 23% se referem a dissolução
de pessoa coletiva ou entidade equiparada e 22% a constituição de pessoa coletiva ou entidade
equiparada.

4.4. Registo Automóvel

Atos praticados no Registo Automóvel, segundo o tipo de ato (2016)

3.051.475 Inscrições diversas


55%
Inscrições de cancelamento de registo

1.509.613 Inscrições de alteração de nome ou de residência


28%
Outros
1.868.587 295.519
34% 5% Inscrições de propriedade - transferências

63.455
1% Inscrições de propriedade - Registo inicial ligeiros
123.696 255.891
2% 207.079 5%
Inscrições de propriedade - Registo inicial de
4% outros veículos

Não considerando a categoria “outros”, que inclui as certidões e fotocópias, o tipo de ato mais
comum no âmbito do registo automóvel em 2016 é o de inscrição de propriedade com 34% do
peso total dos atos.

- 42 -
4.5. Registo Nacional de Pessoas Coletivas

Atos praticados no Registo Nacional de Pessoas Coletivas, segundo o tipo de atos (2016)

252 1.335
332 0% 2%
54
1% 0%
8.136 Certificados de admissibilidade de firma/ denominação emitidos
15% Inscrição de entidades não sujeitas a registo

Inscrição de pessoas coletivas religiosas

Aceitação de registo de nomes comerciais

Certidões emitidas

Informações escritas prestadas a tribunais e outras entidades

44.460
82%

No Registo Nacional de Pessoas Coletivas, o tipo de ato mais praticado em 2016 corresponde à
emissão de certificados de admissibilidade de firma ou denominação emitidos, com um peso de
82% no total de atos.

- 43 -
4.6. Notariado

Principais atos praticados por escritura pública (2016)

37.377 18.865 11.368


17% 9% 5%
4.240
1.704 2%
21.625
1%
10%
657
17.316 0%
9%
134
8.251 0%
4% 12.280
100.107 6%
46%

Constituição/alteração/dissolução sociedades comerciais/civis ou equiparadas


Compra e venda de imóveis
Mútuo com hipoteca voluntária
Habilitação
Doação
Justificação
Constituição propriedade horizontal
Partilha
Hipoteca
Mútuo com abertura de crédito e outros
Outros

O principal ato de notariado praticado por escritura pública é o de compra e venda de imóveis cujo
número ascende em 2016 a 100.107, seguido do ato de habilitação com o valor de 37.377.

- 44 -
Principais atos praticados por escritura pública, segundo o distrito (2016)

A observação da distribuição geográfica dos principais atos por escritura pública permite concluir
que existe uma tendência para maiores volumes nos distritos mais populosos.

- 45 -
NOTA TÉCNICA

Processos pendentes:
Os processos pendentes correspondem a processos que, tendo entrado, ainda não findaram, ou
seja, não tiveram decisão final. Os processos pendentes são assim processos que aguardam a
prática de atos ou de diligências pelo tribunal, pelas partes ou por outras entidades, podendo ainda
em certos tipos de processos aguardar a ocorrência de determinados factos ou o decurso de um
prazo. Um processo suspenso é, por exemplo, um processo pendente, qualquer que seja a causa
da suspensão.

Processos findos:
Entende-se por processo findo o processo em que é proferida decisão final, na forma de acórdão,
sentença ou despacho na respetiva instância, independentemente, do trânsito em julgado. São
ainda considerados findos, numa determinada unidade orgânica, os processos transferidos ou
remetidos a outra unidade orgânica, na qual são dados como entrados.

Duração média dos processos findos:


A duração média dos processos findos corresponde ao tempo que medeia, entre a data da entrada
do processo e a data da decisão final (acórdão, sentença ou despacho) na instância respetiva,
independentemente do trânsito em julgado. Na área da Justiça Penal é considerada apenas a
duração da fase de julgamento. Na área da Justiça Tutelar está apenas a ser contabilizada a
duração dos processos tutelares cíveis, não se incluindo as durações dos processos de promoção
e proteção e dos processos tutelares educativos. Não são contabilizados os processos transitados,
apensados, incorporados ou integrados, remetidos a outra entidade, os processos com termo "N.E."
e modalidade do termo "N.E.".

Saldo processual:
O saldo processual corresponde à diferença entre o número de processos entrados e o número de
processos findos.

- 46 -

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