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Pirarucu Fica Mais Frequente em SP e Preocupa Cientistas - 12 - 10 - 2022 - Ambiente - Folha
Pirarucu Fica Mais Frequente em SP e Preocupa Cientistas - 12 - 10 - 2022 - Ambiente - Folha
AGÊNCIA FAPESP
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Natural da Amazônia, o pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de água doce do planeta,
podendo ultrapassar 3 metros de comprimento e pesar em torno de 200 quilos. Nos últimos anos, Izabella Teixeira, ex-
ministra, será
pescadores têm registrado a presença desse "gigante" com cada vez mais frequência no rio Grande, conselheira da
corpo d’água pertencente à bacia do alto rio Paraná que banha os estados de São Paulo e Minas presidência da COP27
Gerais.
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PLANETA EM TRANSE
Lilian Casatti, professora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, em São José
do Rio Preto, explica que as duas barragens, construídas nos anos 1970 para a produção de
eletricidade, causam a diminuição da correnteza original do rio. Forma-se assim um ecossistema
muito parecido com o habitat natural do pirarucu na Amazônia, onde costuma ser encontrado em
lagos de água formados pelo rio.
Peixes de grande porte como o pirarucu são bastante valorizados pelos produtores na aquicultura e
muitas vezes são produzidos fora da sua bacia hidrográfica original. A fuga desses animais dos
tanques de produção é a principal causa de introdução de espécies não nativas nos rios. Escapes
acidentais, como o ocorrido no rio Grande, já resultaram na introdução do pirarucu em sistemas
aquáticos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil.
ESPÉCIE INVASORA?
Casatti explica que, uma vez que a presença do pirarucu nas águas do rio Grande já foi estabelecida,
o fundamental neste momento é medir o real impacto da espécie no novo habitat. "Hoje, no rio
Grande, o pirarucu é classificado como um peixe não nativo. Para que passe a ser considerado
espécie invasora precisamos pesquisar e provar que a sua presença causa dano a alguma espécie ou
processo ecológico", diz. "Estamos falando de um trecho já bastante alterado do rio Grande, em que
existem barragens, processos de assoreamento, perda de habitat, resíduos de agrotóxicos e
presença de diversas espécies não nativas", argumenta.
A professora faz questão de frisar que o fato de o pirarucu aparentemente estar se alimentando de
espécies que também não são nativas não deve ser visto como uma licença para a sua introdução no
local. "Quando um peixe não nativo é introduzido, não vem sozinho. Chega com ele um pool de
parasitas que estão presentes nesse organismo e também podem causar impactos que devem ser
medidos. Por isso é importante o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema", aponta.
Franceschini explica que o pirarucu é uma espécie predadora de perfil carnívoro generalista ou
onívoro, que costuma ocupar o topo da cadeia alimentar. Na ausência de predadores naturais ou
espécies concorrentes, como pode ser o caso do rio Grande, o pirarucu pode causar extinção local
de espécies de peixes e invertebrados e competir por recursos ambientais com outras espécies,
além de introduzir novos parasitas nas espécies nativas. "A presença do pirarucu pode causar a
diminuição de espécies importantes para a pesca regional", afirma.
PESCADA-AMAZÔNICA
A situação não seria inédita. Desde o ano de 2020, o doutorando Aymar Orlandi Neto vem avaliando
os impactos causados pela introdução da pescada-amazônica, também conhecida como corvina de
rio (Plagioscion squamosissimus), no reservatório do rio Jaguari. A partir do projeto, também apoiado
pela Fapesp, já foi possível constatar o sucesso na adaptação, tornando-se o predador mais
abundante e ao qual é atribuída a redução da riqueza e da diversidade de espécies nativas no local.
Uma vez introduzidos no ambiente aquático, reverter essa situação é quase impossível, apontam as
especialistas. "Atualmente, a principal medida de contenção dessas espécies introduzidas é a
liberação da pesca esportiva e artesanal profissional durante todo o ano, medida insuficiente para
conter tais invasões biológicas", lamenta a pesquisadora.
Diante da dificuldade de reverter a introdução, Cassatti chama a atenção para que autoridades,
moradores e pescadores se esforcem para que o pirarucu não escape novamente para outros corpos
aquáticos da região. Próximo a esse trecho do rio Grande, explica a professora, está localizado o rio
Turvo, um dos poucos do estado de São Paulo que ainda não têm em seu percurso barramentos
para represar a água. "O pouco que ainda existe de peixes nativos nesta bacia está sobrevivendo por
conta da ausência dessas barragens e pela existência de lagoas marginais no rio Turvo que servem
como verdadeiros berçários para as espécies nativas", destaca.
A professora defende também que os aquicultores cultivem apenas espécies de peixes nativas da
região onde estão localizados os tanques para criação, de forma a evitar escapes e novas
introduções indesejadas de espécies. "O Brasil é um dos países mais diversos do planeta e abrigamos
mais de 5.000 espécies de peixes. Não há necessidade de criarmos espécies que não são nativas da
própria bacia em que está localizada a produção", destaca.
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comentários
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Talvez a classe média trabalhadora se identifique com o branco, haja vista que esta classe média tem vergonha de suas
origens humildes e de cores fortes. Vermelho só sapato e batom. A classe média trabalhadora tem pavor de corrupto, mas
aceitou bem as corrupções da família bolsonaro. O sitiozinho e o triplex do Lula não foram aceitos pela classe media.
RESPONDA 6 DENUNCIE
Pirarucu é delicioso. Controlar essa espécie fora de seu habitat natural deveria ser economicamente viável.
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