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ambiente planeta em transe amazônia sob bolsonaro ciência

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Presença do pirarucu em rios de SP


torna-se mais frequente e preocupa
cientistas
Espécie amazônica de grande porte se alimenta de outros animais aquáticos e pode
causar desequilíbrios em um ecossistema já impactado por barragens
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12.out.2022 às 4h00 notícias da folha no seu


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AGÊNCIA FAPESP
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Natural da Amazônia, o pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de água doce do planeta,
podendo ultrapassar 3 metros de comprimento e pesar em torno de 200 quilos. Nos últimos anos, Izabella Teixeira, ex-
ministra, será
pescadores têm registrado a presença desse "gigante" com cada vez mais frequência no rio Grande, conselheira da

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sobre os impactos nas relações ecológicas e na população local de peixes, estimulando a criação de
Ribeirinhos do Xingu ficam sem peixe após
projetos de pesquisa que investiguem as consequências da presença desse predador amazônico em Belo Monte, e Ibama quer reparação

águas da região Sudeste.


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Os pesquisadores relatam que, até o momento, o pirarucu foi encontrado apenas em um trecho do italiano por apenas
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rio Grande. Mais precisamente, entre as barragens da usina hidrelétrica de Marimbondo e da usina
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hidrelétrica de Água Vermelha, um segmento de aproximadamente 120 quilômetros em que o rio
por taboola
Grande divide os territórios mineiro e paulista.

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Lilian Casatti, professora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, em São José
do Rio Preto, explica que as duas barragens, construídas nos anos 1970 para a produção de
eletricidade, causam a diminuição da correnteza original do rio. Forma-se assim um ecossistema
muito parecido com o habitat natural do pirarucu na Amazônia, onde costuma ser encontrado em
lagos de água formados pelo rio.

Peixes de grande porte como o pirarucu são bastante valorizados pelos produtores na aquicultura e
muitas vezes são produzidos fora da sua bacia hidrográfica original. A fuga desses animais dos
tanques de produção é a principal causa de introdução de espécies não nativas nos rios. Escapes
acidentais, como o ocorrido no rio Grande, já resultaram na introdução do pirarucu em sistemas
aquáticos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil.

ESPÉCIE INVASORA?

Casatti explica que, uma vez que a presença do pirarucu nas águas do rio Grande já foi estabelecida,
o fundamental neste momento é medir o real impacto da espécie no novo habitat. "Hoje, no rio
Grande, o pirarucu é classificado como um peixe não nativo. Para que passe a ser considerado
espécie invasora precisamos pesquisar e provar que a sua presença causa dano a alguma espécie ou
processo ecológico", diz. "Estamos falando de um trecho já bastante alterado do rio Grande, em que
existem barragens, processos de assoreamento, perda de habitat, resíduos de agrotóxicos e
presença de diversas espécies não nativas", argumenta.

A professora faz questão de frisar que o fato de o pirarucu aparentemente estar se alimentando de
espécies que também não são nativas não deve ser visto como uma licença para a sua introdução no
local. "Quando um peixe não nativo é introduzido, não vem sozinho. Chega com ele um pool de
parasitas que estão presentes nesse organismo e também podem causar impactos que devem ser
medidos. Por isso é importante o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema", aponta.

Lidiane Franceschini, pesquisadora do campus da Unesp em Ilha Solteira, é responsável por um


projeto que irá investigar os efeitos da chegada do pirarucu ao rio Grande. "O conhecimento sobre
os efeitos da invasão do pirarucu na bacia receptora ainda é incipiente, informações sobre aspectos
biológicos da espécie e fatores que possam influenciar o sucesso do seu estabelecimento na nova
área são essenciais para subsidiar medidas de manejo local da espécie", explica a pesquisadora.

Pesca de pirarucus na Amazônia

Um projeto de pós-doutorado, que terá a colaboração de pesquisadores da UEL (Universidade


Estadual de Londrina), UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Universidade de Valência, na
Espanha, foi aprovado e receberá financiamento da Fapesp.

Franceschini explica que o pirarucu é uma espécie predadora de perfil carnívoro generalista ou
onívoro, que costuma ocupar o topo da cadeia alimentar. Na ausência de predadores naturais ou
espécies concorrentes, como pode ser o caso do rio Grande, o pirarucu pode causar extinção local
de espécies de peixes e invertebrados e competir por recursos ambientais com outras espécies,
além de introduzir novos parasitas nas espécies nativas. "A presença do pirarucu pode causar a
diminuição de espécies importantes para a pesca regional", afirma.

PESCADA-AMAZÔNICA

A situação não seria inédita. Desde o ano de 2020, o doutorando Aymar Orlandi Neto vem avaliando
os impactos causados pela introdução da pescada-amazônica, também conhecida como corvina de
rio (Plagioscion squamosissimus), no reservatório do rio Jaguari. A partir do projeto, também apoiado
pela Fapesp, já foi possível constatar o sucesso na adaptação, tornando-se o predador mais
abundante e ao qual é atribuída a redução da riqueza e da diversidade de espécies nativas no local.

Franceschini explica que impactos semelhantes já foram registrados na literatura científica em


relação à introdução de tucunarés (Cichla ocellaris).

Uma vez introduzidos no ambiente aquático, reverter essa situação é quase impossível, apontam as
especialistas. "Atualmente, a principal medida de contenção dessas espécies introduzidas é a
liberação da pesca esportiva e artesanal profissional durante todo o ano, medida insuficiente para
conter tais invasões biológicas", lamenta a pesquisadora.

Diante da dificuldade de reverter a introdução, Cassatti chama a atenção para que autoridades,
moradores e pescadores se esforcem para que o pirarucu não escape novamente para outros corpos
aquáticos da região. Próximo a esse trecho do rio Grande, explica a professora, está localizado o rio
Turvo, um dos poucos do estado de São Paulo que ainda não têm em seu percurso barramentos
para represar a água. "O pouco que ainda existe de peixes nativos nesta bacia está sobrevivendo por
conta da ausência dessas barragens e pela existência de lagoas marginais no rio Turvo que servem
como verdadeiros berçários para as espécies nativas", destaca.

A professora defende também que os aquicultores cultivem apenas espécies de peixes nativas da
região onde estão localizados os tanques para criação, de forma a evitar escapes e novas
introduções indesejadas de espécies. "O Brasil é um dos países mais diversos do planeta e abrigamos
mais de 5.000 espécies de peixes. Não há necessidade de criarmos espécies que não são nativas da
própria bacia em que está localizada a produção", destaca.

*Com informações do Jornal da Unesp

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APARECIDA ALVES Ontem às 11h47

Governo Bolsonaro tem 100%culpa destes desastres ecológico.

RESPONDA 3 DENUNCIE

MARCOS A T GARCIA Ontem às 10h15

Talvez a classe média trabalhadora se identifique com o branco, haja vista que esta classe média tem vergonha de suas
origens humildes e de cores fortes. Vermelho só sapato e batom. A classe média trabalhadora tem pavor de corrupto, mas
aceitou bem as corrupções da família bolsonaro. O sitiozinho e o triplex do Lula não foram aceitos pela classe media.

RESPONDA 6 DENUNCIE

ANTONIO EMANUEL MELO DOS SANTOS Ontem às 9h41

Pirarucu é delicioso. Controlar essa espécie fora de seu habitat natural deveria ser economicamente viável.

RESPONDA 5 DENUNCIE

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