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Árvore Mais Antiga Da Terra Resiste Há 4.855 Anos Nos EUA - 14 - 10 - 2022 - Ambiente - Folha
Árvore Mais Antiga Da Terra Resiste Há 4.855 Anos Nos EUA - 14 - 10 - 2022 - Ambiente - Folha
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14.out.2022 às 4h15 notícias da folha no seu
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Soumya Karlamangla
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BISHOP | THE NEW YORK TIMES Antes de os egípcios erguerem as pirâmides, antes de Jesus Cristo nascer, Presença do pirarucu em rios de SP torna-
antes de o Império Romano ser formado ou cair, as árvores já estavam aqui. se mais frequente e preocupa cientistas
Nas White Mountains da Califórnia central, a 3.000 metros de altitude, num deserto alpino árido
Izabella Teixeira, ex-ministra, será
onde poucos outros seres conseguem viver, há bosques de pinheiros majestosos e retorcidos da conselheira da presidência da COP27
espécie Great Basin bristlecone (Pinus longaeva), alguns dos quais sobrevivem há quase 5.000 anos.
Seus troncos multicoloridos se dobram em ângulos que desafiam a gravidade e seus ramos pelados
Amianto em porta-aviões barrado na
se projetam em direção ao céu, como se tivessem saído da imaginação de Tim Burton ou J.K. Turquia não oferece riscos, diz Marinha
Rowling.
"É como pisar nas nuvens"
Esses organismos milenares, vistos geralmente como as árvores mais antigas da Terra, parecem tênis com nova tecnologia
escapar das leis restritivas da natureza. ortopédica chega ao Brasil
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PLANETA EM TRANSE
Com troncos retorcidos e ramos pelados, os pinheiros milenares são vistos geralmente como as árvores mais antigas da Terra - Adam
Perez/NYT
"Os pinheiros bristlecone parecem mágicos nesse aspecto", disse a ecologista Constance Millar, que
há mais de três décadas estuda os pinheiros que crescem unicamente na Califórnia, Nevada e Utah.
Percorrer a Floresta de Pinheiros Bristlecone Antigos, em Inyo County, onde esses coníferos
sobrevivem há milênios, "te dá uma sensação de infinidade", ela comentou.
Viajei recentemente a Bishop, cidade pequena no árido Owens Valley que foi usada no passado
como cenário de faroestes (e ainda poderia ser usada), para visitar a floresta sagrada situada nas
montanhas próximas. Minha caminhada teve um clima de peregrinação, já que nós, californianos,
sentimos mais reverência por nossas árvores que por praticamente qualquer outra coisa.
A Califórnia abriga as árvores mais altas, maiores e mais antigas do mundo. Hyperion, uma sequoia
de 115 metros de altura, é mais alta que a Estátua da Liberdade. General Sherman, a maior árvore do
planeta em termos de volume, provoca assombro em quem visita o Parque Nacional das Sequoias. E
aqui, Methuselah (Matusalém), o rei dos pinheiros bristlecone resistentes, é visto como tendo
germinado 4.855 anos atrás.
Mas essas árvores enfrentam desafios diversos decorrentes principalmente da mudança climática. A
estiagem grave no oeste dos Estados Unidos alimenta megaincêndios que têm destruído sequoias
gigantes, antigamente consideradas em grande medida resistentes ao fogo. E Constance Millar
publicou uma pesquisa recentemente revelando que escolitídeos (besouros pequenos comedores de
casca de árvores), cujas populações estão explodindo devido às temperaturas mais quentes, estão,
pela primeira vez, matando pinheiros bristlecone.
Mesmo assim, Millar se disse esperançosa quanto às chances de sobrevivência dos pinheiros. Os
escolitídeos não parecem estar prejudicando os pinheiros bristlecone na Floresta Nacional Inyo, e
os insetos são predadores nativos, de modo que representam uma ameaça menor do que pragas
importadas que as árvores não evoluíram para resistir, ela disse. Além disso, o estudo da resiliência
das árvores ao longo dos milênios parece ter dado a Millar alguma serenidade em relação ao que o
futuro pode reservar para elas.
"Não estou desesperançada", ela disse. "Vejo este sonho da vida perdurando ao longo do tempo."
Nas profundezas da Floresta Nacional Inyo, seguindo por uma trilha desolada acessível apenas para
quem vai a pé, árvores retorcidas se agarram a uma encosta rochosa. Este é o bosque Methuselah,
no qual vários pinheiros já foram confirmados como tendo mais de 4.000 anos de idade. Qual deles
é o Matusalém de fato é uma informação mantida em segredo pelo Serviço Florestal americano para
proteger o espécime milenar de vandalismo, embora os visitantes sempre tentem adivinhar.
Um pai e um filho pararam recentemente para admirar um dos pinheiros maiores, com raízes
especialmente longas e emaranhadas. "Só pode ser esta árvore aqui", declarou o pai, examinando o
bosque para tentar descobrir outras candidatas possíveis.
Millar é uma das poucas pessoas —em sua maioria pesquisadores e funcionários do Serviço
Florestal—que têm conhecimento da localização exata de Methuselah. Segundo ela, a árvore não
tem aparência especialmente notável. Outros que a conhecem confirmaram que ela não é nem a
maior nem a mais bela. Todos destacaram que apenas algumas poucas árvores seletas foram
datadas, de modo que é possível que existam pinheiros ainda mais antigos na floresta.
O bosque dos pinheiros milenares fica na região de Bishop, no deserto da Califórnia (EUA) - NYT
Jamie Seguerra, uma guarda florestal, disse que algumas dezenas de vezes por dia visitantes lhe
pedem para revelar a localização de Methuselah (ela guarda silêncio). Mas, segundo ela, a maioria
das pessoas aprecia o esforço para conservar a árvore saudável e em segurança. Para chegar a esta
encosta de montanha solitária, pontilhada de árvores, é preciso viajar meio dia de carro saindo de
Los Angeles em direção norte, mais uma hora serpenteando entre cânions e ascendendo milhares
de metros, até o ar ficar perceptivelmente rarefeito.
"As pessoas que vêm para cá não vêm por acaso", disse Seguerra, com a voz amplificada no silêncio
da floresta remota. "A maioria das pessoas diz algo como ‘eu sempre quis vir para cá, este sempre foi
meu sonho’."
Pensou-se durante décadas que as sequoias gigantes fossem as árvores mais antigas do mundo; seu
tamanho seria a prova de há quanto tempo elas estão crescendo. Mas em 1953 o climatologista
Edmund Schulman, da Universidade do Arizona, viajou à Floresta Nacional Inyo depois de ouvir que
ali havia árvores possivelmente ainda mais antigas escondidas em plena vista.
"Muitas vezes rumores como esses se revelavam infundados. Mas não foi o caso deste!", ele escreveu
na National Geographic em 1958.
Schulman, que vinha procurando árvores antigas para estudar as secas passadas, foi a primeira
pessoa a encontrar espécimes com mais de 4.000 anos de idade, entre eles Methuselah. Para
determinar a idade de uma árvore, cientistas extraem uma amostra cilíndrica de seu tronco, para
permitir a contagem de seus anéis. A espessura desses anéis, cada um dos quais representa um ano
na vida da árvore, também pode revelar informações sobre os níveis de precipitação anual da
região, a temperatura e até mesmo erupções vulcânicas.
Mary Matlick
Guarda florestal
Não está inteiramente claro por que os pinheiros bristlecone têm vida tão longa, mas uma chave
parece ser seu crescimento muito lento —eles se expandem apenas uma polegada a cada cem anos
—, o que torna sua madeira especialmente compacta e lhes confere proteção adicional contra
insetos e decomposição. E o ar na Floresta Nacional Inyo é tão seco, o clima é tão frio e o solo
rochoso de dolomita —cuja cor dá nome às White Mountains— é tão árido que os pinheiros
enfrentam pouca concorrência de outras plantas, animais ou pragas.
Pesquisadores no Chile revelaram recentemente que podem ter descoberto uma árvore ainda mais
antiga, mas sua idade ainda não foi verificada oficialmente.
Usando um boné de beisebol sobre seu rabo de cavalo branco, Mary Matlick, outra guarda florestal,
apontou para uma encosta íngreme perto do centro de visitantes na qual se ergue um pinheiro
bristlecone de 2.800 anos de idade, com galhos lisos, parecendo pináculos, projetando-se da copa
verde.
A árvore deixou alguns de seus galhos morrerem para conservar energia —outra das estratégias de
sobrevivência usada pela espécie. Ela pode continuar a viver e reproduzir-se com apenas uma tira de
casca e um ramo de agulhas, explicou Matlick. E, devido ao clima seco, os galhos mortos não se
decompõem, mas em vez disso podem continuar ligados ao tronco por outros milhares de anos,
conferindo às árvores sua aparência fantasmagórica clássica.
"Quando as pessoas me perguntam: ‘Ela está viva ou morta?’, às vezes respondo ‘sim’", disse
Matlick.
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O relato diluviano existe na Bíblia e outros povos antigos também relatam gigantescas inundações que ocorreram em
diversas regiões geográficas em épocas diferentes.
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As árvores mais antigas do mundo têm uma idade que coincide com a data que a Bíblia dá para um dilúvio universal. Esse
fato pode indicar uma grande extinção em massa pouco antes dos primeiros registros da história humana, que também são
de menos de cinco mil anos.
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