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Apostila 3 de Português
Morfologia - Verbos
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Material Individual. NÃO É PERMITIDO COMPARTILHAMENTO E OUTRAS AÇÕES SEMELHANTES.
Elaborado para CPF: XXX.XXX.XXX-XX. FIQUE ATENTO AOS TERMOS DE ACORDO. BONS ESTUDOS
E-mail de contato: educacional@professorpreparado.com.br
Locução Verbal
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto 7A1BBB, julgue o seguinte item.
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados caso a locução verbal ―foi
questionada‖ (ℓ.16) fosse substituída por havia sido questionada.
Certo
Errado
1. resposta errado
2
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2. resposta a
―Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para
lá e para cá, restringir imensamente meu tempo de convivência com as pessoas de que eu
gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão
somente dinheiro?‖Essa é uma dúvida que provavelmente atravessou muitas pessoas no
trajeto de ida ou de volta do trabalho.
Para alguns, a resposta a esse questionamento poderia vir de pronto: ―Porque sem dinheiro
não se vive‖. Sim, sem dinheiro não se vive, mas só com dinheiro não se vive. Há uma
mudança em curso no mundo do trabalho. As pessoas estão começando a fazer uma
distinção necessária entre o que é essencial e o que é fundamental.
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Essencial é tudo aquilo que você não pode deixar de ter: felicidade, amorosidade, lealdade,
amizade, sexualidade, religiosidade. Fundamental é tudo aquilo que o ajuda a chegar ao
essencial. Fundamental é o que lhe permite conquistar algo. Por exemplo, trabalho não é
essencial, é fundamental. Você não trabalha para trabalhar, você trabalha porque o trabalho
lhe permite atingir a amizade, a felicidade, a solidariedade. Dinheiro não é essencial, é
fundamental. Sem ele, você passa dificuldade, mas ele, em si, não é essencial. O que eu
quero no meu trabalho é ter a minha obra reconhecida, me sentir importante no conjunto
daquela obra. Essa visão do conjunto da obra vem levando muitas pessoas a questionar o
que, de fato, estão fazendo ali.
Isso não é exclusivo do mundo do trabalho, mas vale para a vida em geral. Nós estamos
substituindo paulatinamente a preocupação com os ―comos‖ por uma grande demanda em
relação aos ―porquês‖. O nosso modo de vida no Ocidente está em crise e algumas
questões relevantes vêm à tona: a compreensão sobre a nossa importância, o nosso lugar
na vida, o que vale e o que não vale, qual é o próprio sentido da existência. Afinal de
contas, a ciência nos prometera há cem anos que, quanto mais tecnologia, mais tempo livre
haveria para a família, para o lazer, para a amorosidade.
Ora, durante os últimos cinquenta anos se trabalhou em busca de um lugar no mundo do
fundamental: a propriedade, o consumo. Isso não satisfaz a nossa necessidade de
reconhecimento, de valorização. Hoje temos um fosso entre o essencial e o fundamental,
que leva as pessoas a ficarem absolutamente incomodadas: ―Por que eu estou fazendo
isso?‖ E a nossa lista dos ―porquês‖ foi sendo substituída pela lista dos ―apesar de‖: ―Apesar
do salário...‖, ―Apesar das pessoas...‖, ―Apesar desse ambiente, eu faço‖. É muito diferente
de se ter razões para fazer. Quando há a razão de um lado, o senão de outro, e a balança
começa a pesar para a senão, indagamos: ―Qual a qualidade da minha vida?‖
CORTELLA, M. S. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e
ética. 11 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 63-65. [Adaptado]
Leia as afirmativas abaixo, considerando-as em relação ao texto.
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3. resposta d
Sei que deveria ir mais a Minas Gerais do que vou, umas duas, três vezes ao ano. Pra
rever meus parentes, meus amigos, pra não perder o sotaque.
Sotaque que, acho eu, fui perdendo ao longo dos anos, desde aquele 1973, quando
abandonei Belo Horizonte pra ir morar a mais de dez mil quilômetros de lá.
Senti isso quando, outro dia, pousei no aeroporto de Uberlândia e fui direto na
lanchonete comer um pão de queijo que, fora de brincadeira, é mesmo o mais gostoso do
mundo.
- Cê qué qui eu isquento um tiquinho procê?
Foi assim que a mocinha me recebeu, quase de braços abertos, como se fosse uma
amiga íntima de longo tempo.
Sei não, mas eu acho que o sotaque mineiro aumentou – e muito – desde que parti.
Quando peguei o primeiro avião com destino à felicidade, todos chamavam o centro de Belo
Horizonte de cidade. O trólebus subia a Rua da Bahia, as pessoas tomavam Guarapan,
andavam de Opala, ouviam Fagner cantando Manera Fru Fru, Manera, chamavam acidente
de trombada e a polícia de Radio Patrulha.
Como pode, meu filho mais velho, que nasceu tão longe de Beagá, e, que hoje mora lá,
me ligar e perguntar:
- E ai pai, tudo jóia, tudo massa?
A repórter Helena de Grammont, quando ainda trabalhava no Show da Vida, voltou
encantada de lá e veio logo me perguntar se o sotaque mineiro era mesmo assim ou se
estavam brincando com ela. Helena estava no carro da Globo, procurando um endereço
perto de Belo Horizonte, quando perguntou para um guarda de trânsito se ele poderia
ajudá-la. A resposta veio de imediato.
- Cê ségui essa istrada toda vida e quando acabá o piche, cê quebra pra lá e continua
siguino toda vida!
Já virou folclore esse negócio de mineiro engolir parte das palavras. Debaixo da cama é
badacama, conforme for é confórfô, quilo de carne é kidicarne, muito magro é magrilin, atrás
da porta é trádaporta, ponto de ônibus é pôndions, litro de leite é lidileiti, massa de tomate é
mastumati e tira isso daí é tirisdaí.
Isso é verdade. Um garoto que mora em São Paulo foi a Minas Gerais e voltou com
essa: Lá deve ser muito mais fácil aprender o português porque as palavras são muito mais
curtas.
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Mineiro quando para num sinal de trânsito, se está vermelho, ele pensa: Péra. Se pisca
o amarelo: Prestenção. Quando vem o verde: Podií.
Mas não é só esse sotaque delicioso que o mineiro carrega dentro dele. Carrega
também um jeitinho de ser.
A Gabi, amiga nossa mineira, que mora em São Paulo há anos, toda vez que vem, aqui
em casa, chega com um balaio de casos de Minas Gerais.
Da última vez que foi a Minas, ela viu na mesa de café da tia Teresa uma capinha de
crochê, cobrindo a embalagem do adoçante. Achou aquilo uma graça e comentou com a tia
prendada. Pra quê? Tem dias que Teresa não dorme, preocupada querendo saber qual é a
marca do adoçante que a Gabi usa, pra ela fazer uma capinha igual, já que ela gostou
tanto. Chega a ligar interurbano pra São Paulo:
- Num isquéci de mi falá a marca do seu adoçante não, preu fazê a capinha de crocrê
procê...
Coisa de mineiro.
Bastou ela contar essa história que a Catia, outra amiga mineira – e praticante – que
estava aqui em casa também, contar a história de um doce de banana divino que comeu na
casa da mãe, dona Ita, a última vez que foi lá. Depois de todos elogiarem aquele doce que
merecia ser comido de joelhos, ela revelou o segredo:
- Cês criditam que eu vi um cacho de banana madurin, bonzin ainda, no lixo do vizinho,
e pensei: Genti, num podêmo dispidiçá não!
Mais de quarenta anos depois de ter deixado minha terra querida, o jeito mineiro de ser
me encanta e cada vez mais.
Quer saber o que é ser mineiro? No final dos anos 80, quando o meu primeiro
casamento se acabou, minha mãe, que era uma mineira cem por cento, queria saber se eu
já ―tinha outra‖, como se diz lá em Minas Gerais. Um dia, cedo ainda, ela me telefonou e, ao
invés de perguntar assim, na lata, se eu já tinha um novo amor, usou seu modo bem
mineiro de ser:
- Eu tava pensâno em comprá um jogo de cama procê, mas tô aqui sem sabê. Sua
cama nova é di casal ou di soltero?
ADAPTADO. VILLAS, Alberto. Oh! Minas Gerais. In: Carta Capital. Publicado em 10 fev.
2017. Disponível em https://www.cartacapital.com. br/cultura/oh-minas-gerais.
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4. resposta d
Sei que deveria ir mais a Minas Gerais do que vou, umas duas, três vezes ao ano. Pra
rever meus parentes, meus amigos, pra não perder o sotaque.
Sotaque que, acho eu, fui perdendo ao longo dos anos, desde aquele 1973, quando
abandonei Belo Horizonte pra ir morar a mais de dez mil quilômetros de lá.
Senti isso quando, outro dia, pousei no aeroporto de Uberlândia e fui direto na
lanchonete comer um pão de queijo que, fora de brincadeira, é mesmo o mais gostoso do
mundo.
- Cê qué qui eu isquento um tiquinho procê?
Foi assim que a mocinha me recebeu, quase de braços abertos, como se fosse uma
amiga íntima de longo tempo.
Sei não, mas eu acho que o sotaque mineiro aumentou – e muito – desde que parti.
Quando peguei o primeiro avião com destino à felicidade, todos chamavam o centro de Belo
Horizonte de cidade. O trólebus subia a Rua da Bahia, as pessoas tomavam Guarapan,
andavam de Opala, ouviam Fagner cantando Manera Fru Fru, Manera, chamavam acidente
de trombada e a polícia de Radio Patrulha.
Como pode, meu filho mais velho, que nasceu tão longe de Beagá, e, que hoje mora lá,
me ligar e perguntar:
- E ai pai, tudo jóia, tudo massa?
A repórter Helena de Grammont, quando ainda trabalhava no Show da Vida, voltou
encantada de lá e veio logo me perguntar se o sotaque mineiro era mesmo assim ou se
estavam brincando com ela. Helena estava no carro da Globo, procurando um endereço
perto de Belo Horizonte, quando perguntou para um guarda de trânsito se ele poderia
ajudá-la. A resposta veio de imediato.
- Cê ségui essa istrada toda vida e quando acabá o piche, cê quebra pra lá e continua
siguino toda vida!
Já virou folclore esse negócio de mineiro engolir parte das palavras. Debaixo da cama é
badacama, conforme for é confórfô, quilo de carne é kidicarne, muito magro é magrilin, atrás
da porta é trádaporta, ponto de ônibus é pôndions, litro de leite é lidileiti, massa de tomate é
mastumati e tira isso daí é tirisdaí.
Isso é verdade. Um garoto que mora em São Paulo foi a Minas Gerais e voltou com
essa: Lá deve ser muito mais fácil aprender o português porque as palavras são muito mais
curtas.
Mineiro quando para num sinal de trânsito, se está vermelho, ele pensa: Péra. Se pisca
o amarelo: Prestenção. Quando vem o verde: Podií.
Mas não é só esse sotaque delicioso que o mineiro carrega dentro dele. Carrega
também um jeitinho de ser.
A Gabi, amiga nossa mineira, que mora em São Paulo há anos, toda vez que vem, aqui
em casa, chega com um balaio de casos de Minas Gerais.
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Da última vez que foi a Minas, ela viu na mesa de café da tia Teresa uma capinha de
crochê, cobrindo a embalagem do adoçante. Achou aquilo uma graça e comentou com a tia
prendada. Pra quê? Tem dias que Teresa não dorme, preocupada querendo saber qual é a
marca do adoçante que a Gabi usa, pra ela fazer uma capinha igual, já que ela gostou
tanto. Chega a ligar interurbano pra São Paulo:
- Num isquéci de mi falá a marca do seu adoçante não, preu fazê a capinha de crocrê
procê...
Coisa de mineiro.
Bastou ela contar essa história que a Catia, outra amiga mineira – e praticante – que
estava aqui em casa também, contar a história de um doce de banana divino que comeu na
casa da mãe, dona Ita, a última vez que foi lá. Depois de todos elogiarem aquele doce que
merecia ser comido de joelhos, ela revelou o segredo:
- Cês criditam que eu vi um cacho de banana madurin, bonzin ainda, no lixo do vizinho,
e pensei: Genti, num podêmo dispidiçá não!
Mais de quarenta anos depois de ter deixado minha terra querida, o jeito mineiro de ser
me encanta e cada vez mais.
Quer saber o que é ser mineiro? No final dos anos 80, quando o meu primeiro
casamento se acabou, minha mãe, que era uma mineira cem por cento, queria saber se eu
já ―tinha outra‖, como se diz lá em Minas Gerais. Um dia, cedo ainda, ela me telefonou e, ao
invés de perguntar assim, na lata, se eu já tinha um novo amor, usou seu modo bem
mineiro de ser:
- Eu tava pensâno em comprá um jogo de cama procê, mas tô aqui sem sabê. Sua
cama nova é di casal ou di soltero?
ADAPTADO. VILLAS, Alberto. Oh! Minas Gerais. In: Carta Capital. Publicado em 10 fev.
2017. Disponível em https://www.cartacapital.com. br/cultura/oh-minas-gerais.
Assinale a alternativa na qual o verbo dentro dos parênteses substitui a locução verbal
destacada, preservando-se o sentido e a norma gramatical.
a) ―Sotaque que, acho eu, fui perdendo ao longo dos anos [...]‖ (perderia).
b) ‗[...] ele poderia ajudá-la.‖ (ajudasse).
c) ―Mais de quarenta anos depois de ter deixado minha terra querida, [...]‖ (deixar).
d) ―[...] o sotaque mineiro era mesmo assim ou se estavam brincando com ela [...]‖
(brincaram).
e) ―Lá deve ser muito mais fácil aprender o português [...]‖ (seria).
5. resposta c
A IMAGEM NO ESPELHO
Aos 20 anos escreveu suas memórias. Daí por diante é que começou a viver.
Justificava-se:
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– Se eu deixar para escrever minhas memórias quando tiver 70 anos, vou esquecer
muita coisa e mentir demais. Redigindo-as logo de saída, serão mais fiéis e terão a graça
das coisas verdes.
O que viveu depois disto não foi propriamente o que constava do livro, embora ele se
esforçasse por viver o contado, não recuando nem diante de coisas desabonadoras. Mas os
fatos nem sempre correspondiam ao texto e, para ser franco, direi que muitas vezes o
contradiziam.
Querendo ser honesto, pensou em retificar as memórias à proporção que a vida as
contrariava. Mas isto seria falsificação do que honestamente pretendera (ou imaginara)
devesse ser a sua vida. Ele não tinha fantasiado coisa alguma. Pusera no papel o que lhe
parecia próprio de acontecer. Se não tinha acontecido, era certamente traição da vida, não
dele.
Em paz com a consciência, ignorou a versão do real, oposta ao real prefigurado. Seu
livro foi adotado nos colégios, e todos reconheceram que aquele era o único livro de
memórias totalmente verdadeiro. Os espelhos não mentem.
(ANDRADE, C. D. de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: J. Olympio,
1981, p. 23.)
6. resposta b
Fevereiro mal havia começado quando a cúpula da segurança do Espírito Santo captou
os primeiros rumores de que policiais militares do estado estavam armando paralisação. O
movimento não chegou a preocupar. Embora a PM estivesse claramente insatisfeita com
seu salário, apostava-se no máximo em atos isolados, aqui e ali, sem grande repercussão.
Num erro dramático, ninguém se mexeu para marcar uma reunião, iniciar uma negociação,
ouvir e apresentar propostas. Na sexta-feira 3, a tropa começou a evaporar das ruas. No dia
seguinte, Vitória era uma cidade à mercê de bandidos, saqueadores assaltantes e gangues
em guerra – e cidadãos de bem estavam subitamente sendo transformados em feras do
crime. (...). Os policiais continuavam nos quartéis. Poucas vezes na história do país
tamanho pandemônio tomou conta de uma região metropolitana.
(...)
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(Revista Veja. Editora Abril. Edição 2517 – ano 50 – nº 7, 15 de fevereiro de 2017. Por
Luisa Bustamante, Maria Clara Vieira e Thiago Prado, p. 62).
Assinalar a opção que apresenta uma perífrase verbal ou locução verbal que, de acordo
com a norma padrão da Língua Portuguesa, também pode ser considerado um tempo
composto.
a) ... e cidadãos de bem estavam subitamente sendo transformados em feras do crime.
b) ... a tropa começou a evaporar das ruas.
c) Fevereiro mal havia começado quando a cúpula da segurança ...
d) ... de que policiais militares do estado estavam armando paralisação.
e) O movimento não chegou a preocupar.
7. resposta c
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8. resposta b
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9. resposta c
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei
tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar,
necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes
do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que
já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança. Acham, sem
dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
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Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio sempre).
[...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de
grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem
diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bossa.
Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não
conheço chutador mais fno.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São
Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na
Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e
vontade de revolução.
10. resposta d
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei
tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar,
necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes
do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou
e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já
me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem
dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
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Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de
ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na
Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e
vontade de revolução.
11. resposta d
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.
[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei
tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar,
necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes
do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou
e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já
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12. resposta d
15
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13. resposta b
Atenção: Nesta prova, considera-se uso correto da Língua Portuguesa o que está de acordo
com a norma padrão escrita.
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Depois de duas décadas ao redor de Saturno, a missão Cassini, da Nasa, começa nesta
quarta-feira uma série de mergulhos nos anéis do planeta, que encerrará a jornada da
sonda que trouxe incríveis descobertas sobre o gigante gasoso. Até 2017, Cassini utilizará o
que resta de seu combustível para orbitar ao redor dos polos do planeta e explorar as
regiões ainda desconhecidas dos anéis. Com essa experiência, os astrônomos da agência
espacial americana esperam captar ainda mais informações sobre Saturno, antes que a
sonda realize uma colisão final no planeta, em 15 de setembro, e encerre a missão.
Lançada em 1997 com o objetivo de buscar informações sobre Saturno, seus anéis e
campo magnético, a missão Cassini chegou ao planeta em 2004 e, desde então, registrou
mais de 300.000 imagens. Seus instrumentos revelaram as sete luas de Saturno,
mostraram grandes tempestades no planeta e trouxeram evidências para a existência de
lagos de metano em Titã, uma das luas de Saturno, e de um oceano (e talvez, vida), na lua
Enceladus.
Para o que a Nasa está chamando de ―Grand finale‖, a sonda vai realizar diversos
rasantes entre os anéis e os polos e, em seguida, a partir de abril de 2017, nos anéis mais
internos do planeta. Essa será a observação mais próxima e detalhada dessa região e
pretende sondar a composição dos anéis, que podem revelar como se formaram e qual sua
idade. As manobras também devem oferecer mais informações sobre as menores luas de
Saturno, como Atlas e Pandora. Pouco antes de colidir com o planeta e encerrar a missão,
Cassini será a sonda que mais chegou perto de Saturno – estará a 1.628 quilômetros das
nuvens que o formam o gigante gasoso. A pequena distância dará a oportunidade de
estudar os campos gravitacional e magnético.
Segundo a Nasa, a decisão de encerrar a missão dessa forma aconteceu para evitar o
impacto e a contaminação em algumas das luas que podem abrigar vida.
Enceladus e Titã ganharam as primeiras páginas do noticiário na última década porque
Cassini revelou o potencial de que essas luas sejam habitáveis – ou pré-bióticas. Para
evitar a improvável possibilidade de que Cassini colida, algum dia, com essas luas e as
contamine com algum micróbio terrestre que sobreviveu na sonda, a Nasa escolheu fazer o
descarte seguro da espaçonave em Saturno‖, afirma a Nasa no site da missão.
Analise as proposições a seguir sobre o terceiro parágrafo do texto.
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IV. A forma verbal ―vai realizar‖, destacada no parágrafo, é uma locução verbal que indica
tempo futuro. Dessa forma, poderia ser substituída, sem prejuízo à correção, por ―realizará‖.
14. resposta a
Depois de duas décadas ao redor de Saturno, a missão Cassini, da Nasa, começa nesta
quarta-feira uma série de mergulhos nos anéis do planeta, que encerrará a jornada da
sonda que trouxe incríveis descobertas sobre o gigante gasoso. Até 2017, Cassini utilizará o
que resta de seu combustível para orbitar ao redor dos polos do planeta e explorar as
regiões ainda desconhecidas dos anéis. Com essa experiência, os astrônomos da agência
espacial americana esperam captar ainda mais informações sobre Saturno, antes que a
sonda realize uma colisão final no planeta, em 15 de setembro, e encerre a missão.
Lançada em 1997 com o objetivo de buscar informações sobre Saturno, seus anéis e
campo magnético, a missão Cassini chegou ao planeta em 2004 e, desde então, registrou
mais de 300.000 imagens. Seus instrumentos revelaram as sete luas de Saturno,
mostraram grandes tempestades no planeta e trouxeram evidências para a existência de
lagos de metano em Titã, uma das luas de Saturno, e de um oceano (e talvez, vida), na lua
Enceladus.
Para o que a Nasa está chamando de ―Grand finale‖, a sonda vai realizar diversos rasantes
entre os anéis e os polos e, em seguida, a partir de abril de 2017, nos anéis mais internos
do planeta. Essa será a observação mais próxima e detalhada dessa região e pretende
sondar a composição dos anéis, que podem revelar como se formaram e qual sua idade. As
manobras também devem oferecer mais informações sobre as menores luas de Saturno,
como Atlas e Pandora. Pouco antes de colidir com o planeta e encerrar a missão, Cassini
será a sonda que mais chegou perto de Saturno – estará a 1.628 quilômetros das nuvens
que o formam o gigante gasoso. A pequena distância dará a oportunidade de estudar os
campos gravitacional e magnético.
Segundo a Nasa, a decisão de encerrar a missão dessa forma aconteceu para evitar o
impacto e a contaminação em algumas das luas que podem abrigar vida.
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15. resposta b
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O pior é que esse estresse todo pode não só estar causando, mas também perpetuando
a depressão. Um estudo acaba de ser publicado investigando porque os antidepressivos
funcionam, mas não para todo mundo. Sabendo desse papel da resposta inflamatória na
origem da depressão os cientistas estressaram um grupo de ratos, levando-os a ter
alterações comportamentais semelhantes às que ocorrem nos deprimidos. Passaram então
a tratá-los com placebo ou com o antidepressivo fluoxetina, mantendo metade no ambiente
estressante original e metade num ambiente tranquilo. Resultado? Não só o comportamento
desses últimos melhorou mais do que nos outros, como também os parâmetros biológicos
de atividade inflamatória diminuíram, enquanto nos pobres ratos estressados a inflamação
aumentou.
Os pesquisadores concluíram algo difícil de discordar: não adianta muito tomar remédio
se nós não atuarmos também no ambiente. O que faz todo sentido: se a origem da
depressão não é só química, apenas medicamentos dificilmente bastarão para curá-la.
E como se combate o estresse se ele vem de todos os lados? Pode ser difícil, mas não é
impossível. Cuidando bem do sono, por exemplo: a maioria das pessoas que dorme menos
do que gostaria tem falta de sono por sua própria culpa, por ficar na TV ou celular por mais
tempo do que deveria. E o sedentarismo, então? Não é preciso ter dinheiro para personal
trainer: meia hora de caminhada na rua, dia sim, dia não, já combate os sintomas do
estresse. Isso para não falar de alimentação – dietas ricas em carboidratos simples (açúcar
e farinha) contribuem para também ativar o estado inflamatório do organismo, enquanto
dietas saudáveis fazem o oposto.
Talvez você não possa mudar de chefe, de cidade ou de família. Mas com certeza
poderia mudar de vida. Só que, como sempre digo, tomar remédio é fácil. O difícil é tomar
rumo.
Texto adaptado de: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/daniel-martins-de-barros/tomar-
remedio-e-facil-dificil-e-tomar-rumo/
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integrante ligando os termos da oração, o verbo ―acaba‖ funciona como verbo de ligação e a
expressão ―de ser publicado‖ funciona como predicativo do sujeito.
16. resposta c
―A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada.‖
As aspas são um sinal de pontuação, cuja principal finalidade é destacar alguma parte de
um texto, distinguindo-a do restante, com propósitos definidos. São sinais simples que
podem expressar sentidos complexos.
Considerada a íntegra do TEXTO 5, é correto afirmar que as aspas utilizadas na expressão
―roupas provocativas‖, no início do terceiro parágrafo servem para destacar que:
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17. resposta c
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sem freios, provável portadora de algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum
estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o pensamento e determinou a
conduta.
Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só golpe, premeditado, com
ocultação de cadáver, concurso de cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o
lado do criminoso comum, que entendia o que fazia.
Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime, saber-se tudo do diagnóstico
do criminoso. Mas, por outro lado, é na maneira como o delito foi praticado que se
encontram características 100% seguras da mente de quem o praticou, a evidenciar fatos,
tal qual a imagem fotográfica revelanos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento
em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram feitas revela muito da
pessoa que as fez.
PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.
Considere-se o seguinte período:
Mas, por outro lado, é na maneira como o delito FOI PRATICADO que SE ENCONTRAM
características 100% seguras da mente de quem o praticou, A EVIDENCIAR fatos, tal qual
a imagem fotográfica REVELA-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento em
que FOI REGISTRADA.
Feitos eventuais ajustes indispensáveis, a substituição da forma verbal (em destaque) que
altera fundamentalmente o sentido do enunciado está registrada em:
a) foi registrada / se registrou.
b) se encontram / são encontradas.
c) a evidenciar / evidenciando.
d) foi praticado / praticou-se.
e) revela / tem revelado.
18. resposta e
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Registre-se que esses dados já aconteceram. Portanto, são insimuláveis, 100% objetivos.
Basta juntar essas características comportamentais que teremos algo do psiquismo de
quem o praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é explosiva, impulsiva e
sem freios, provável portadora de algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum
estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o pensamento e determinou a
conduta.
Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só golpe, premeditado, com
ocultação de cadáver, concurso de cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o
lado do criminoso comum, que entendia o que fazia.
Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime, saber-se tudo do diagnóstico
do criminoso. Mas, por outro lado, é na maneira como o delito foi praticado que se
encontram características 100% seguras da mente de quem o praticou, a evidenciar fatos,
tal qual a imagem fotográfica revelanos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento
em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram feitas revela muito da
pessoa que as fez.
PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.
Ao substituir-se ―um fato‖ por ―fatos‖, em: ―existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense
que é 100% de certeza‖, preserva-se a norma de concordância verbal com a seguinte
construção modalizadora:
a) devem haver fatos.
b) deve existir fatos.
c) deve haverem fatos.
d) devem existirem fatos.
e) deve haver fatos.
19. resposta e
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20. resposta d
21. resposta d
25
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22. resposta c
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23. resposta c
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24. resposta d
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Na frase ―Para sua surpresa, descobriu que a maioria dos sobreviventes se adaptara a suas
novas vidas com muito mais sucesso do que jamais se imaginaria.‖, o verbo em destaque
pode ser substituído, sem alteração do tempo verbal, por:
a) tinha adaptado
b) houvera adaptado
c) adaptava
d) adaptaria
25. resposta a
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Em ―... quem der uma volta na feira ou no supermercado vê que a maioria dos brasileiros
compra...‖, a forma verbal em destaque, tendo em vista a norma para a língua padrão
escrita, pode ser substituída por:
a) veria
b) terá visto
c) está vendo
d) há de ver
26. resposta d
27. resposta e
Maria da Piedade Lourenço era uma mulher miúda e nervosa, com uma cabeleira
pardacenta, malcuidada, erguida, como uma crista, no alto da cabeça. Ludo não conseguia
distinguir-lhe os pormenores do rosto. Todavia, deu pela crista. Parece uma galinha,
pensou, e logo se arrepende por ter pensado aquilo. Andara nervosíssima nos dias que
antecederam a chegada da filha. Quando esta lhe surgiu à frente, porém, veio-lhe uma
grande calma. Mandou-a entrar. A sala estava agora pintada e arranjada, soalho novo,
portas novas, tudo isso às custas do vizinho, Arnaldo Cruz, que também fizera questão de
oferecer as mobílias. Comprara o apartamento a Ludo, concedendo-lhe o usufruto vitalício
do mesmo, e comprometendo-se a pagar os estudos de Sabalu até este concluir a
universidade.
A mulher entrou. Sentou-se numa das cadeiras, tensa, agarrada à bolsa como a uma
boia de salvação. Sabalu foi buscar chá e biscoitos.
Não sei como a hei de chamar.
Pode chamar-me Ludovica, é o meu nome.
Um dia poderei chamá-la mãe?
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Ludo apertou as mãos de encontro ao ventre. Podia ver, através das janelas, os ramos
mais altos da mulemba. Nenhuma brisa os inquietava.
Sei que não tenho desculpa, murmurou: Era muito nova, e estava assustada. Isso não
justifica o que fiz.
Maria da Piedade arrastou a cadeira para junto dela. Pousou a mão direita no seu
joelho:
Não vim a Luanda para cobrar nada. Vim para a conhecer. Quero levá-la de volta para a
nossa terra.
Ludo segurou-lhe a mão:
Filha, esta é a minha terra. Já não me resta outra.
Apontou para a mulemba:
Tenho visto crescer aquela árvore. Ela viu-me envelhecer a mim.
Conversamos muito.
A senhora há de ter família em Aveiro.
Família?!
Família, amigos, eu sei lá.
Ludo sorriu para Sabalu, que assistia a tudo, muito atento, enterrado num dos sofás:
A minha família é esse menino, a mulemba lá fora, o fantasma de um cão. Vejo cada
vez pior. Um oftalmologista, amigo do meu vizinho, esteve aqui em casa, a observar-me.
Disse-me que nunca perderei a vista por completo. Resta-me a visão periférica. Hei de
sempre distinguir a luz, e a luz neste país é uma festa. Em todo o caso, não pretendo mais:
A luz, Sabalu a ler para mim, e a alegria de uma romã todos os dias.
AGUALUSA, José Eduardo.Teoria Geral do Esquecimento. Rio de Janeiro: Foz, 2012.
―Comprara o apartamento a Ludo, concedendo-lhe o usufruto vitalício do mesmo, e
comprometendo-se a pagar os estudos de Sabalu até este concluir a universidade.‖
A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise
as afirmativas a seguir.
I. A primeira oração poderia ser iniciada pela forma composta HAVIA COMPRADO, sem
perda de sentido.
II. Não há referente, no texto, que justifique o uso do pronome LHE.
III. SE, dentro da oração a que pertence, é índice de indeterminação do sujeito.
28. resposta a
32
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(Disponível em http://www.aldeiagaulesa.net/2012/10/cartum-o-fim-do-jornal-de-
papel.html#.VlYXmPmrQhc. Acesso em 24/11/2015.)
29. resposta a
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João Roberto teve esta clareza maior quando trabalhou pela ação Ribeirão Pela Paz, no
começo dos anos 2000, e tentou encontrar outras formas de combater a violência por outro
caminho, não o já sempre pensado da repressão.
Na cidade ideal do psicólogo, os filhos dos pobres e dos ricos seriam acolhidos da mesma
forma para ter as mesmas oportunidades de desenvolvimento e de compreensão do sentido
da vida.
O Ribeirão Pela Paz foi uma audaciosa ação para enfrentar a questão da violência urbana
na cidade. Quais os caminhos hoje em dia?
João Roberto de Araújo: O fenômeno da violência sempre incomodou muito a todos, as
famílias, as lideranças e, até hoje, é um tema central entre os grandes flagelos da
sociedade. No entanto, sempre houve muita desinformação sobre as causas da violência e
poucas reflexões consistentes sobre esse fenômeno. Nós vivemos, e vivíamos no passado,
e ainda vivemos hoje, uma ênfase muito grande nas respostas de repressão: pena de
morte, respostas fortes de armamentos, mecanismos de segurança pública,
aperfeiçoamento penal, agilidade da justiça, questão da maioridade, entre outras. Enfim,
esse eixo da repressão no passado sempre foi muito forte e ainda continua hoje. E é fácil
em uma análise mais criteriosa verificar que a repressão é necessária desde que legítima,
não é a violência pela violência, mas a legitimidade do estado de responder pela proteção
da sociedade usando a força legalmente. A repressão legítima é absolutamente necessária,
mas não é suficiente.
Nesse sentido, o Ribeirão Preto Pela Paz foi a primeira iniciativa que procurou despertar
nas lideranças e na comunidade a consciência sobre o fenômeno da violência, trazendo as
dimensões sociais, sociológicas, psicológicas do fenômeno da violência. Foi um marco que
se revelou pioneiro para ação da própria mídia que, antes, diante de um fato criminoso da
violência na sociedade procurava, unilateralmente, os depoimentos policiais. Após o
Ribeirão Preto Pela Paz, passou a ouvir sociólogos, historiadores, psicólogos e
antropólogos, que começaram a colocar o seu olhar maior sobre esse fenômeno. Nesse
sentido, houve um grande avanço na compreensão do fenômeno da violência a partir do
Ribeirão Pela Paz e uma melhoria também nos tipos de resposta oferecidas. Esta foi uma
das contribuições do Ribeirão Pela Paz que, depois, naturalmente, em seu processo
evolutivo, acabou por chegar a trabalhos mais profundos de desenvolvimento de Cultura de
Paz e Não Violência, até culminar em uma metodologia de educação emocional e social
que torna essa abordagem regular e permanente na escola e na sociedade.
Que tipos de políticas e ações precisariam, agora, ser implementadas numa cidade como
Ribeirão?
Não só para uma cidade como Ribeirão Preto, mas para qualquer agrupamento humano,
para as vilas, para as cidades pequenas, para as cidades grandes, enfim para todo
aglomerado humano, é preciso transitar de ações de sensibilização para ações mais
regulares e permanentes junto à sociedade. De forma muito especial, em dois segmentos
fundamentais: na escola, na formação de nossas crianças e dos nossos jovens, e nas
famílias. É preciso que as famílias compreendam o fenômeno da violência, as
consequências de estilos parentais inadequados na relação com seus filhos, seus parentes,
com seu grupo familiar. E é fundamental que nas escolas não fiquemos apenas nessa
dimensão convencional, da lógica matemática, linguística, memória, mas que se recupere a
importância do ensino, das humanidades. Ensinar para a vida, educar para as relações,
criar as condições para que não se formem apenas pessoas que passem no vestibular e
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tenham sucesso socioprofissional, mas que sejam pessoas que possam aprender a
conviver em sociedade, desenvolvendo diálogo, tolerância e, principalmente,
desenvolvendo competência em relação aos seus estados emocionais. Por exemplo, ter
autonomia emocional para ficar menos vulnerável ao estado emocional do entorno,
desenvolver regulação emocional para aprender o que fazer com a sua raiva, com o seu
ciúme, com sua ansiedade, desenvolver competências sociais e, principalmente, a
competência do bem viver, a competência do bem-estar, a competência para além da
dimensão material, do status, para as pessoas aprenderem a ser feliz. Isto é um desafio do
futuro. Transitar de uma sensibilização prática e eventual para uma ação consistente regular
e permanente na escola e na família.
O que você considera uma cidade justa e sustentável, solidária e humana?
Antes de tudo, é uma cidade que educa e a que educa em um sentido de que oferece
oportunidade de desenvolvimento para todas as pessoas, das famílias ricas, das famílias da
classe média e das famílias pobres. Há muitos pobres materiais profundamente evoluídos,
como há ricos materiais e plenamente inferiores. Não é uma questão material, é uma
questão de oportunidade de desenvolvimento mental. Uma cidade justa, sustentável,
solidária e humana é uma cidade que acolhe os filhos dos pobres tanto quanto os filhos dos
ricos, para que eles possam compreender melhor o sentido de viver, o sentido da vida, para
que eles possam ter oportunidades iguais de desenvolvimento.
O que não pode faltar em um bom projeto de cidade?
As cidades já estão, convencionalmente, focadas em necessidades muito conhecidas:
asfalto, ponte, saneamento básico, trânsito, enfim, toda essa dimensão da infraestrutura,
que é, sem dúvida, importante. Mas tão importante quanto é também trabalhar num nível
mental das pessoas. Tão importante quanto fazer pontes é desenvolver competências nas
pessoas para as habilidades do bem-estar, para as habilidades das relações. Portanto, o
que não pode faltar em uma liderança política ou em uma cidade é esse olhar da educação
para a vida, educação que vai além dessa abordagem convencional, mas que também
agrega competências para conviver com o outro, para a família funcionar melhor. Enfim,
uma educação para ser cidadão, uma educação para a paz, uma educação para o
aprendizado das emoções, uma educação para a vida.
Fonte: http://www.inteligenciarelacional.com.br/noticia/14-12-2015- desenvolver-habilidades-
para-o-bem-estar-e-tao-importante-quantoconstruir-pontes
Em ―Na cidade ideal do psicólogo, os filhos dos pobres e dos ricos seriam acolhidos da
mesma forma para ter as mesmas oportunidades de desenvolvimento e de compreensão do
sentido da vida‖,
a) a expressão em destaque indica uma hipótese
b) a expressão em destaque indica dúvida.
c) o verbo destacado, pertencente ao verbo ―ir‖, se fosse conjugado no pretérito perfeito
apresentaria a seguinte forma: ―foram‖.
d) a expressão em destaque é uma locução verbal que tem como verbo principal o verbo
―acolher‖.
e) os termos da expressão em destaque se encontram no plural para concordar com
―pobres‖ e ―ricos‖.
30. resposta a
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31. resposta a
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O emprego do verbo ―dever" e o uso das expressões ―ser preciso" e ―ser necessário" ao
longo do texto servem para sinalizar ações consideradas importantes e programáticas no
desenvolvimento de uma nova política de acesso à justiça.
Certo
Errado
Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa
conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se
usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.
Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que
morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia então ter
pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que chegara a ver em sua
infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra publicada de Guimarães Rosa,
e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? Digo
mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar o que bem entenda dentro dos seus versos.
Mas você disse que era um poema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema
panfletário?
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Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era
exatamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz
de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo
completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e
escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e dos
carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e
oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema concreto
no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse no berro
imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para sempre
marcado por esse poderoso símbolo de resistência.
Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho
caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes
em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha
própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, "Boi no Asfalto", Disponível em:
www.recantodasletras.com.br. Acessado em: 29/10/2015)
Considere:
I. No segmento ... que morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi?
(2° parágrafo) os verbos sublinhados possuem o mesmo sujeito.
II. Na oração ... o que é que um boi pode fazer num poema panfletário? (2° parágrafo), o
segmento sublinhado é expletivo, de modo que pode ser suprimido sem prejuízo para a
correção.
III. No segmento ... as grandes carroças de lixo que chegara a ver em sua infância... (2°
parágrafo), a locução verbal sublinhada pode ser substituída por "tivesse chegado a ver",
por estar no pretérito-mais-que-perfeito.
33. resposta c
39
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se apropria dela e pode transformá-la. Equivale dizer, ainda, que nós somos sujeitos de
nossa história e de nossa realidade. Em síntese, o trabalho é a primeira mediação entre o
homem e a realidade material e social.
O trabalho também se constitui como prática econômica, obviamente porque nós
garantimos nossa existência, produzindo riquezas e satisfazendo necessidades. Na
sociedade moderna a relação econômica vai se tornando fundamento da profissionalização.
Mas sob a perspectiva da integração entre
trabalho, ciência e cultura, a profissionalização se opõe à simples formação para o mercado
de trabalho. Antes, ela incorpora valores ético-políticos e conteúdos históricos e científicos
que caracterizam a práxis humana.
Portanto, formar profissionalmente não é preparar exclusivamente para o exercício do
trabalho, mas é proporcionar a compreensão das dinâmicas sócio-produtivas das
sociedades modernas, com as suas conquistas e os seus reveses, e também habilitar as
pessoas para o exercício autônomo e crítico de profissões, sem nunca se esgotar a elas.
(DOCUMENTO BASE Brasília/2007. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL
MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO.
http://portal.mec.gov.br/. Acesso em 8.11.2015)
A opção em cujo trecho a forma ou locução verbal destacada agrega sentido de ações em
processo ou em andamento é
a) O trabalho também se constitui como prática econômica,...
b) ... porque nós garantimos nossa existência,...
c) ... a relação econômica vai se tornando fundamento da profissionalização.
d) ... a profissionalização se opõe à simples formação para o mercado de trabalho.
e) ... ela incorpora valores éticos-políticos...
34. resposta c
40
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a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
35. resposta e
41
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36. resposta c
42
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Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto Tecnologia gera emprego, julgue o
item subsequente.
Seriam mantidas a correção gramatical e as relações de sentido do texto caso a forma
verbal ―diminuiria‖ (l.5) fosse substituída por poderia diminuir.
Certo
Errado
43
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b) No primeiro quadrinho, a oração ―para enviar um currículo‖ expressa finalidade, tanto que
o objetivo do personagem foi alcançado depois.
c) No segundo quadrinho, o verbo ―tem‖ é utilizado como verbo de existência, e não de
posse. Por isso, poderia ser substituído por ―existe‖.
d) No terceiro quadrinho, a vírgula, após a palavra ―positivo‖, justifica-se tendo em vista o
vocativo ―amigão‖ na sequência.
e) No terceiro quadrinho, as exclamações expressam a euforia do personagem.
38. resposta a
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c) O pronome ―Eles" pode ser classificado como pronome substantivo, pois representa
(substitui) o substantivo pesquisadores no período anterior do texto.
d) No primeiro período, podemos afirmar que, de acordo com a regra da colocação
pronominal, na locução verbal ―Fiquei me coçando", se o verbo principal estiver no gerúndio
ou no infinitivo, o pronome fica antes ou depois do verbo principal.
39. resposta a
A caixinha de remédio como você conhece deve mudar em breve. A partir do final de
2016, deve começar a valer a lei de rastreabilidade dos medicamentos, que determina que
cada caixinha será rastreável a partir de um código 2D (em duas dimensões). Estima-se
que um a cada cinco medicamentos vendidos no Brasil seja falsificado, segundo a OMS.
Essa espécie de ―RG dos remédios" servirá para que as agências regulatórias como a
Anvisa possam saber o caminho que um medicamento faz, desde o momento da fabricação
até a comercialização. O consumidor também terá parte nisso: será possível verificar a
partir do código da caixa se o remédio é verdadeiro. As indústrias farmacêuticas que
operam no Brasil devem ter três lotes testes rastreáveis até dezembro de 2015 e todo o
sistema implantado até dezembro de 2016.
Porém, há uma disputa em jogo que pode levar o prazo de adequação para só depois
de 2025. As informações sobre o consumo de medicamentos de todos os brasileiros, e
portanto as informações de demanda e vendas, são muito valiosas.
Hoje, a indústria farmacêutica gasta um grande valor para obter informações sobre a
venda de remédios para poder definir estratégias de marketing e a atuação dos
representantes de laboratórios junto aos médicos (que podem até ganhar dinheiro e viagens
pelo número de prescrições). Existem empresas que pagam farmácias para obter dados de
médicos, números de vendas etc. e, então, os vendem à indústria.
Com a lei, aprovada em 2009, toda essa informação seria passada para o governo. Mas
a regulamentação feita pela Anvisa em 2013 não explicita como seriam armazenadas essas
informações e quem teria acesso a elas. Apenas fica determinado que a indústria é
responsável pela segurança da cadeia desde a saída da fábrica até chegar ao consumidor
final.
As redes de drogarias e farmácias, representadas pela Abrafarma (Associação
Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), criticam o fato das farmácias terem de
reportar cada venda às farmacêuticas. Com a lei da rastreabilidade, cada modificação de
lugar do medicamento (da fábrica para a farmácia e farmácia para o consumidor) deve ser
informada. ―Isto é um verdadeiro absurdo contra a privacidade da informação prevista na
Constituição. Com todas essas informações à mão, fabricantes poderão alijar empresas,
manipular preços e dominar a concorrência", afirmou o presidente executivo da Abrafarma,
Sérgio Mena Barreto, em nota.
45
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Além disso, as redes de farmácias pedem um prazo maior. ―Mais de 180 mil
estabelecimentos - entre farmácias, hospitais e postos de saúde – terão de se adequar
tecnologicamente. Será uma complexa operação logística", disse.
Há um projeto de lei em tramitação no Senado que pede alterações no envio de
informações sobre os medicamentos e propõe um prazo maior para adequação. No projeto,
do senador Humberto Costa (PT), é proposto que cada membro da cadeia tenha seu
próprio banco de dados, acessível pelo Sistema Nacional de Controle de Medicamentos --
para que o governo federal construa seu próprio banco de dados para armazenar e
consultar todas as movimentações dos medicamentos. Junto a essa demanda, o senador
pede mais 10 anos após a aprovação da lei para que todos se adequem, ou seja, o
rastreamento só passaria a valer a partir de 2025. O senador afirmou que o prazo de dez
anos pode não ser necessário e que o projeto de lei pode ser modificado antes de ser
colocado em votação.
A Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), que reúne 55
empresas farmacêuticas que respondem por mais de 50% dos medicamentos
comercializados no Brasil, afirma estar preparada para se adequar à lei e produzir cerca de
4 bilhões de caixinhas por ano com o código individual para o rastreamento. ―Já estamos
preparados para cumprir as diretrizes. A lei de rastreabilidade é muito importante não só
para evitar a falsificação mas também para aumentar a transparência ao longo da cadeia
farmacêutica com o recolhimento correto de tributos e o combate ao roubo de cargas",
afirmou o diretor de assuntos econômicos da Interfarma, Marcelo Liebhardt.
Segundo a Anvisa, a adaptação não deve encarecer o produto final: ―a implantação do
rastreamento de medicamentos promove um retorno significativo na redução de custos de
produção, de controles e gerenciamento de estoques, evitando perdas e impulsionando o
processo produtivo e de disponibilização de produtos".
40. resposta b
46
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( ) No trecho homens que conheciam a capoeira, o tempo do verbo conhecer indica que
essa ação se prolongava no passado, na época referenciada no texto.
( ) Para haver correlação formal entre os dois tempos verbais no trecho Se eu fosse como tu
/ Tirava a urucubaca, o verbo tirar deveria estar na forma tiraria.
( ) A expressão verbal eram usados pode ser substituída por usavam-se, ficando quando
desenhos de ―capoeiras‖ (homens que conheciam a capoeira, esporte ilegal na época)
usavam-se.
( ) Em Surgiu nas ruas do Rio de Janeiro uma marchinha, a forma verbal empregada refere-
se a um fato ocorrido no passado anterior a outro fato também no passado.
41. resposta. a
47
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GRAJEW, Oded. O que é (e o que não é) sustentabilidade. Opinião. Folha de S.Paulo. São
Paulo, 7 maio 2013.
48
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―Temos solapado a fertilidade do solo e sua capacidade de sustentar a vida: 65% da terra
cultivada foram perdidos e 15% estão em processo de desertificação." (15º parágrafo)
42. resposta. a
49
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―Quando um cortesão zombava do filósofo por ter ‗desperdiçado‘ a oferta que lhe fora feita,
o imperador retrucou (...).‖ (3º parágrafo)
43. resposta. c
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Considere o trecho:
Mas, se o jovem está disposto a cometer um crime e ainda não está mentalmente equipado
para avaliar consequências de modo eficaz, será que o medo de ―ser preso como adulto"
vai impedi-lo?
44. resposta. d
52
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Veja:
"Aposto que está sonhando com locais abertos de novo..."
45. resposta. e
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Começou com linha verde. Não sabia o que bordar, mas tinha certeza do verde, verde
brilhante.
Capim. Foi isso que apareceu depois dos primeiros pontos. Um capim alto, com as
pontas dobradas como se olhasse para alguma coisa.
Olha para as flores, pensou ela, e escolheu uma meada vermelha.
Assim, aos poucos, sem risco, um jardim foi aparecendo no bastidor. Obedecia às suas
mãos, obedecia ao seu próprio jeito, e surgia como se no orvalho da noite se fizesse a
brotação.
Toda manhã a menina corria para o bastidor, olhava, sorria, e acrescentava mais um
pássaro, uma abelha, um grilo escondido atrás de uma haste. O sol brilhava no bordado da
menina.
E era tão lindo o jardim que ela começou a gostar dele mais do que de qualquer outra
coisa.
Foi no dia da árvore. A árvore estava pronta, parecia não faltar nada. Mas a menina sabia
que tinha chegado a hora de acrescentar os frutos. Bordou uma fruta roxa, brilhante, como
ela mesma nunca tinha visto. E outra, e outra, até a árvore ficar carregada, até a árvore ficar
rica, e sua boca se encher do desejo daquela fruta nunca provada.
A menina não soube como aconteceu. Quando viu, já estava a cavalo do galho mais alto
da árvore, catando as frutas e limpando o caldo que lhe escorria da boca.
Na certa tinha sido pela linha, pensou na hora de voltar para casa. Olhou, a última fruta
ainda não estava pronta, tocou no ponto que acabava em fio. E lá estava ela, de volta na
sua casa.
Agora que já tinha aprendido o caminho, todo dia a menina descia para o bordado.
Escolhia primeiro aquilo que gostaria de ver, uma borboleta, um louva-deus. Bordava com
cuidado, depois descia pela linha para as costas do inseto, e voava com ele, e pousava nas
flores, e ria e brincava e deitava na grama.
O bordado já estava quase pronto. Pouco pano se via entre os fios coloridos. Breve,
estaria terminado.
Faltava uma garça, pensou ela. E escolheu uma meada branca matizada de rosa. Teceu
seus pontos com cuidado, sabendo, enquanto lançava a agulha, como seriam macias as
penas e doce o bico. Depois desceu ao encontro da nova amiga.
Foi assim, de pé ao lado da garça, acariciando-lhe o pescoço, que a irmã mais velha a
viu ao debruçar-se sobre o bastidor. Era só o que não estava bordado. E o risco era tão
bonito, que a irmã pegou a agulha, a cesta de linhas, e começou a bordar.
Bordou os cabelos, e o vento não mexeu mais neles. Bordou a saia, e as pregas se
fixaram. Bordou as mãos, para sempre paradas no pescoço da garça. Quis bordar os pés
mas estavam escondidos pela grama. Quis bordar o rosto mas estava escondido pela
sombra. Então bordou a fita dos cabelos, arrematou o ponto, e com muito cuidado cortou a
linha.
COLASANTI, Marina. Além do Bastidor. In: Uma ideia toda azul. 22ª ed. São Paulo: Global,
2003. p. 14-17.
O conjunto dos processos que regulam a correspondência entre a construção das formas
linguísticas e os respectivos significados constitui a gramática de uma Língua. A Gramática
é responsável, portanto, por uma parte do significado dos enunciados – aquele que resulta
54
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dos meios pelos quais as unidades portadores de significado se combinam para construir as
frases.
46. resposta. c
(Eliane Brum)
A alemã Anja Saile é agente literária de autores de língua portuguesa há mais de uma
década. Não é um trabalho muito fácil. Com vários brasileiros no catálogo, ela depara-se
com frequência com a mesma resposta de editores europeus, variando apenas na forma. O
discurso da negativa poderia ser resumido nesta frase: ―O livro é bom, mas não é
suficientemente brasileiro". O que seria ―suficientemente brasileiro"?
Anja (pronuncia-se ―Ânia") aprendeu a falar a língua durante os anos em que viveu em
Portugal (e é impressionante como fala bem e escreve com correção). Quando vem ao
Brasil, acaba caminhando demais porque o tamanho de São Paulo sempre a surpreende e
ela suspira de saudades da bicicleta que a espera em Berlim. Anja assim interpreta a
demanda: ―O Brasil é interessante quando corresponde aos clichês europeus. É a Europa
que define como a cultura dos outros países deve ser para ser interessante para ela. É
muito irritante. As editoras europeias nunca teriam essas exigências em relação aos autores
americanos, nunca".
Anja refere-se ao fato de que os escritores americanos conquistaram o direito de ser
universais para a velha Europa e seu ranço colonizador― já dos brasileiros exige-se uma
espécie de selo de autenticidade que seria dado pela ―temática brasileira". Como se sabe,
não estamos sós nessa xaropada. O desabafo de Anja, que nos vê de fora e de dentro, ao
mesmo tempo, me remeteu a uma intervenção sobre a língua feita pelo escritor
moçambicano Mia Couto, na Conferência Internacional de Literatura, em Estocolmo, na
Suécia. Ele disse:
— A África tem sido sujeita a sucessivos processos de essencialização e folclorização,
e muito daquilo que se proclama como autenticamente africano resulta de invenções feitas
55
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47. resposta. c
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(Eliane Brum)
A alemã Anja Saile é agente literária de autores de língua portuguesa há mais de uma
década. Não é um trabalho muito fácil. Com vários brasileiros no catálogo, ela depara-se
com frequência com a mesma resposta de editores europeus, variando apenas na forma. O
discurso da negativa poderia ser resumido nesta frase: ―O livro é bom, mas não é
suficientemente brasileiro". O que seria ―suficientemente brasileiro"?
Anja (pronuncia-se ―Ânia") aprendeu a falar a língua durante os anos em que viveu em
Portugal (e é impressionante como fala bem e escreve com correção). Quando vem ao
Brasil, acaba caminhando demais porque o tamanho de São Paulo sempre a surpreende e
ela suspira de saudades da bicicleta que a espera em Berlim. Anja assim interpreta a
demanda: ―O Brasil é interessante quando corresponde aos clichês europeus. É a Europa
que define como a cultura dos outros países deve ser para ser interessante para ela. É
muito irritante. As editoras europeias nunca teriam essas exigências em relação aos autores
americanos, nunca".
Anja refere-se ao fato de que os escritores americanos conquistaram o direito de ser
universais para a velha Europa e seu ranço colonizador― já dos brasileiros exige-se uma
espécie de selo de autenticidade que seria dado pela ―temática brasileira". Como se sabe,
não estamos sós nessa xaropada. O desabafo de Anja, que nos vê de fora e de dentro, ao
mesmo tempo, me remeteu a uma intervenção sobre a língua feita pelo escritor
moçambicano Mia Couto, na Conferência Internacional de Literatura, em Estocolmo, na
Suécia. Ele disse:
— A África tem sido sujeita a sucessivos processos de essencialização e folclorização,
e muito daquilo que se proclama como autenticamente africano resulta de invenções feitas
fora do continente. Os escritores africanos sofreram durante décadas a chamada prova de
autenticidade: pedia-se que seus textos traduzissem aquilo que se entendia como sua
verdadeira etnicidade. Os jovens autores africanos estão se libertando da ―africanidade".
Eles são o que são sem que se necessite de proclamação. Os escritores africanos desejam
ser tão universais como qualquer outro escritor do mundo. (...) Há tantas Áfricas quanto
escritores, e todos eles estão reinventando continentes dentro de si mesmos.
[...]
— O mesmo processo que empobreceu o meu continente está, afinal, castrando a
nossa condição comum e universal de contadores de histórias. (...) O que fez a espécie
humana sobreviver não foi apenas a inteligência, mas a nossa capacidade de produzir
diversidade. Essa diversidade está sendo negada nos dias de hoje por um sistema que
escolhe apenas por razões de lucro e facilidade de sucesso. Os autores africanos que não
escrevem em inglês – e em especial os que escrevem em língua portuguesa – moram na
periferia da periferia, lá onde a palavra tem de lutar para não ser silêncio.
[...]
Talvez os indígenas sejam a melhor forma de ilustrar essa miopia, forjada às vezes por
ignorância, em outras por interesses econômicos localizados em suas terras. Parte da
população e, o que é mais chocante, dos governantes, espera que os indígenas – todos
eles – se comportem como aquilo que acredita ser um índio. Portanto, com todos os clichês
do gênero. Neste caso, para muitos os índios não seriam ―suficientemente índios" para
merecer um lugar e para serem escutados como alguém que tem algo a dizer.
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Outra parte, que também inclui gente que está no poder em todas as instâncias, do
executivo ao judiciário, finge que os indígenas não existem. Finge tanto que quase acredita.
Como não conhecem e, pior que isso, nem mesmo percebem que é preciso conhecer,
porque para isso seria necessário não só honestidade como inteligência, a extinção
progressiva só confirmaria uma ausência que já construíram dentro de si.
[...]
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/ eliane-
brum/noticia/2012/01/lingua-que-somos-lingua-que-podemos-ser.html>
48. resposta. b
Exemplo de cidadania: eleitores acima de 70 anos fazem questão de votar Eleitores com
mais de 70 anos foram, espontaneamente, às urnas para ajudar a escolher seus
representantes
Luh Coelho
58
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49. resposta. c
50. resposta. E
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Lembro-me de que ele só usava camisas brancas. Era um velho limpo e eu gostava
dele por isso. Eu conhecia outros velhos e eles não eram limpos. Além disso, eram chatos.
Meu avô não era chato. Ele não incomodava ninguém. Nem os de casa ele incomodava. Ele
quase não falava. Não pedia as coisas a ninguém. Nem uma travessa de comida na mesa
ele gostava de pedir. Seus gestos eram firmes e suaves e quando ele andava não fazia
barulho.
Ficava no quartinho dos fundos e havia sempre tanta gente e tanto movimento na casa
que às vezes até se esqueciam da existência dele. De tarde costumava sair para dar uma
volta. Ia só até a praça da matriz que era perto. Estava com setenta anos e dizia que suas
pernas estavam ficando fracas. Levava-me sempre com ele. Conversávamos mas não me
lembro sobre o que conversávamos. Não era sobre muita coisa. Não era muita coisa a
conversa. Mas isso não tinha importância. O que gostávamos era de estar juntos.
Lembro-me de que uma vez ele apontou para o céu e disse: 'olha'. Eu olhei. Era um
bando de pombos e nós ficamos muito tempo olhando. Depois ele voltou-se para mim e
sorriu. Mas não disse nada. Outra vez eu corri até o fim da praça e lá de longe olhei para
trás. Nessa hora uma faísca riscou o céu. O dia estava escuro e uma ventania agitava as
palmeiras. Ele estava sozinho no meio da praça com os braços atrás e a cabeça branca
erguida contra o céu. Então eu pensei que meu avô era maior que a tempestade.
Eu era pequeno, mas sabia que ele tinha vivido e sofrido muita coisa. Sabia que cedo
ainda a mulher o abandonara. Sabia que ele tinha visto mais de um filho morrer. Que tinha
sido pobre e depois rico e depois pobre de novo. Que durante sua vida uma porção de
gente o havia traído e ofendido e logrado. Mas ele nunca falava disso. Nenhuma vez o vi
falar disso. Nunca o vi queixar-se de qualquer coisa. Também nunca o vi falar mal de
alguém. As pessoas diziam que ele era um velho muito distinto.
Nunca pude esquecer sua morte. Eu o vi, mas na hora não entendi tudo. Eu só vi o
sangue. Tinha sangue por toda parte. O lençol estava vermelho. Tinha uma poça no chão.
Tinha sangue até na parede. Nunca tinha visto tanto sangue. Nunca pensara que, uma
pessoa se cortando, pudesse sair tanto sangue assim. Ele estava na cama e tinha uma faca
enterrada no peito. Seu rosto eu não vi. Depois soube que ele tinha cortado os pulsos e aí
cortado o pescoço e então enterrado a faca. Não sei como deu tempo dele fazer isso tudo,
mas o fato é que ele fez. Tudo isso. Como, eu não sei. Nem por quê.
No dia seguinte eu ainda tornei a ver a sua camisa perto da lavanderia e pensei que
mesmo que ela fosse lavada milhares de vezes nunca mais poderia ficar branca. Foi o único
dia em que não o vi limpo. Se bem que sangue não fosse sujeira. Não era. Era diferente.
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. 6. Ed. São Paulo: Ática, 2000.)
Em:
―O que gostávamos era de estar juntos.‖ A divisão correta dos elementos formadores da
palavra em destaque é
a) gos – ta – va – mos.
b) gost – a – va – mos.
c) gost – a – vamos.
d) gosta – va – mos.
e) gos – ta – vamos.
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1. Resposta: b
No texto, o autor faz menção ao fato do sujeito ser ―regular como um paradigma da primeira
conjugação‖. A respeito dos paradigmas de conjugação verbal, considere as afirmativas
abaixo e assinale a alternativa que NÃO corresponde corretamente às funções,
características e modos desse tópico gramatical.
a) Em Língua Portuguesa, há três tipos de paradigmas de conjugação verbal, a saber, dos
verbos que terminam em -ar; -er e -ir.
b) Entende-se por ―paradigma de conjugação‖, de uma maneira geral, as terminações
correspondentes aos tempos, pessoas e modos, que se repetem a cada vez que
conjugamos um verbo.
c) Verbos regulares e irregulares são iguais em suas formas. Dizemos que um verbo é
irregular quando seu sentido é dado de acordo com o contexto.
d) Não por acaso, os verbos que mais utilizamos têm formas irregulares, donde podemos
concluir que um verbo se torna irregular, ou seja, com características diferentes dos verbos
regulares, por serem muito usados e, portanto, terem sofrido muitas transformações ao
longo do tempo.
2. Resposta: c
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Trata-se de um pessoa tão especial, tão rara, tão fundamental que medirá os gestos e
revisará os ímpetos. Faz questão de expor publicamente o que confia em segredo, não dá
chance para mentiras e ambiguidades.
3. Resposta: b
Assinale a alternativa que mostra a separação correta dos morfemas do verbo dado.
a) LEVO = L+E+V+O
b) ENCONTREI = EN+CONTR+E+I
c) CONTRAÍSTES = CONTRA+I+STES
d) PLANEJARIAS = PLAN+EJAR+IA+S
e) AMASSÁSSEMOS = AM+A+SSA+SSE+MOS
4. Resposta: c
5. Resposta: b
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6. Resposta: e
7. Resposta: a
Uma conhecida convidou os quatro netos pré-adolescentes para lanchar. Queria passar um
tempo com eles, como fazem as avós. Sentaram-se numa lanchonete. Pediram sanduíches
e refrigerantes. Daí, os quatro sacaram os celulares. Ficaram todo o tempo trocando
mensagens com amigos, rindo e se divertindo. Com cara de mamão murcho, a avó esperou
alguma oportunidade de bater papo. Não houve. Agora, ela já prometeu:
– Desisti. Não saio mais com meus netos.
Cada vez mais as pessoas ―abandonam" os outros para viver num mundo de relações via
celular. Às vezes de maneira assustadora.
Em certos almoços, mesmo de negócios, é impossível tratar do assunto que importa. O
interlocutor escolhe o prato com a orelha no celular. Quando desliga, abre para verificar e-
mails. Responde. Pacientemente espero. Iniciamos o papo que motivou o almoço. O celular
toca novamente. Dá vontade de levantar da mesa e ir embora. Não posso, seria falta de
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educação. Mas não é pior ficar como espectador enquanto a pessoa resolve suas coisas
pelo celular, sem dar continuidade à conversa?
Faço cara de paisagem enquanto a pessoa discute algo que nada tem a ver comigo. Penso:
seria melhor, muito melhor, não ter marcado reunião nenhuma. Mais fácil seria, sim, me
impor através do celular, porque através dele entro na sala de alguém quando quero, sem
marcar hora. O aparelhinho invade até situações íntimas. Se fosse só comigo, estaria
traumatizado por me sentir pouco interessante. Mas sei de casos em que, entre um beijo e
outro, um dos parceiros atende o celular. Para tudo, sai do clima. Quando termina a ligação,
é preciso de um tempo para retomar. Mas aí, pode tocar novamente e... enfim, até nos
momentos mais eróticos, o aparelhinho atrapalha.
Ainda sou daquele tempo de ter conversas francas e profundas, de olhar nos olhos. Hoje é
quase impossível aprofundar-se nos olhos de alguém. Estão fixados na tela de seu modelo
de última geração. Conheço algumas raras pessoas que se recusam (ainda!) a ter celular.
Cada vez mais, se rendem. A vida ficou impossível sem ele. Eu descobri uma estratégia
que sempre funciona, se quero realmente falar com alguém. Convido para jantar, por
exemplo. Ela saca o celular. Pego o meu e envio uma mensagem para ela mesma, em
frente a mim. Não falha. Seja quem for, acha divertidíssimo. E assim continuamos até o
cafezinho. Sem palavras, mas trocando incríveis mensagens pelo celular. Todo mundo acha
divertidíssimo.
8. Resposta: c
Complexo de vira-latas
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Nelson Rodrigues
Texto extraído do livro ―As cem melhores crônicas brasileiras‖, editora Objetiva, Rio de
Janeiro (RJ), p. 118/119, e do livro ―À sombra das chuteiras imortais: crônicas de chutava‖,
seleção de notas de Ruy Castro – Companhia das Letras – 1993.
―... qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado
de graça, é algo de único em matéria de fantasia...‖ O verbo sublinhado apresenta seus
respectivos elementos mórficos. Assinale a alternativa que apresenta um elemento
inexistente no verbo sublinhado.
a) Desinência modo-temporal.
b) Prefixo.
c) Radical.
d) Vogal temática.
9. Resposta: a
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto
lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até
Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua
cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas,
colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para
volt ar-se para mim:
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá
em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra -
pura, perfeita e linda.
-Mas que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois
continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em
outra coisa.
-Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um―boa noite‖ e um―muito obrigado ao
senhor‖ tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
(BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2, crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar
de le
As formas verbais abaixo foram retiradas do texto e apenas uma apresenta-se no pretérito
imperfeito do subjuntivo. Assinale-a.
a) vinha
b) trouxe
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c) tivesse
d) desceu
e) havia
10. Resposta: c
Rola a pelota, o mundo roda. Suspeita-se que o sol é uma bola acesa, que durante o
dia trabalha e de noite brinca lá no céu, enquanto a lua trabalha, embora a ciência tenha
dúvidas a esse respeito. Por outro lado, está comprovado, com toda a certeza, que o mundo
gira em torno de uma bola que gira: a final do Mundial de 94 foi contemplada por mais de
dois bilhões de pessoas, o público mais numeroso de todos os que se reuniram ao longo da
história deste planeta. A paixão mais compartilhada: muitos adoradores da bola jogam com
ela nos gramados e nos campos de terra, e muitíssimos mais integram a teleplateia que
assiste, roendo as unhas, ao espetáculo proporcionado por vinte e dois senhores de calção
que perseguem a bola e, aos pontapés, demonstram seu amor
No final do Mundial de 94, todos os meninos que nasceram no Brasil se chamaram
Romário, e a grama do estádio de Los Angeles foi vendida em pedaços, como uma pizza, a
vinte dólares a porção. Uma loucura digna de melhor causa? Um negócio vulgar e comum?
Uma fábrica de truques manipulada por seus donos? Eu sou dos que acreditam que o
futebol pode ser isso, mas também é muito mais do que isso, como festa dos olhos que o
olham e como alegria do corpo que o joga. Uma jornalista perguntou à teóloga alemã
Dorothee Sölle:
– Como a senhora explicaria a um menino o que é a felicidade?
– Não explicaria – respondeu. – Daria uma bola para que jogasse.
O futebol profissional faz todo o possível para castrar essa energia de felicidade, mas
ela sobrevive apesar de todos os pesares. É talvez por isso que o futebol não pode deixar
de ser assombroso. Como diz meu amigo Ángel Ruocco, isso é o melhor que tem: sua
obstinada capacidade de surpresa. Por mais que os tecnocratas o programem até o mínimo
detalhe, por muito que os poderosos o manipulem, o futebol continua querendo ser a arte
do improviso. Onde menos se espera salta o impossível, o anão dá uma lição ao gigante, e
o negro mirrado e cambaio faz de bobo o atleta esculpido na Grécia.
[...]
(GALEANO, Eduardo. O fim da partida. In: Futebol ao sol e à sombra. Tradução de Eric
Nepomuceno e Maria do Carmo Brito. 3ª ed. PortoAlegre: L&PM, 2004. p. 203-204)
(adaptado)
No fragmento ―Suspeita-se que o sol É uma bola acesa...‖ (§ 1), a forma verbal destacada
pode, de acordo com a gramática normativa e sem prejuízo de sentido, ser substituída por:
a) era.
b) fosse.
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c) fora.
d) seja.
e) será.
11, Resposta: d
12. Resposta: c
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a) ―Você não sabe a confusão que deu quando esta crônica foi publicada.‖
b) [...] ―pessoas que só lerão o texto quando esta for uma revista de desatualidades?‖
c) ―Enquanto isso não acontece, tratamos de buscar apoio em quem está na sala há muito
mais tempo do que nós.‖
d) ―Nesse momento, a única notícia nova que queremos ouvir é ‗Pode entrar‘ ‖ [...]
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13. Resposta: b
14. Resposta: c
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Essas são as principais conclusões da maior pesquisa já feita sobre os hábitos esportivos
dos brasileiros.
O verbo que NÃO se encontra flexionado nos mesmos tempo e modo do grifado acima é:
a) ... que a prática de esportes (...) está diretamente ligada a uma vida mais saudável.
b) A pesquisa traçou ainda um mapa da prática de esportes no Brasil.
c) Poder aquisitivo e questões culturais explicam as modalidades favoritas de cada região.
d) A saúde aparece como o principal motivo para a procura por atividades físicas.
e) ... o sedentarismo figura na quarta posição ...
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15. Resposta: b
16. Resposta: e
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17. Resposta: e
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interpreta cada assunto com base na intuição. O desafio de condensar a história de vida de
uma família inteira em um único pedaço de chiclete o anima e a intimidade do meio o
inspira.
Cada peça começa da mesma maneira. Wilson seleciona um chiclete velho, derrete-o
com um maçarico para endurecer a superfície, cobre-o com uma camada de esmalte
acrílico branco e inicia a pintura. Com joelheiras amarradas na calça manchada de tinta e
um descanso para apoiar o cotovelo, ele é capaz de passar várias horas debruçado sobre
suas obras. Quando a pintura está pronta, Wilson usa a chama de um isqueiro para secá-la,
aumentar a clareza das linhas e evitar o pó. Aí passa mais uma camada de esmalte, ou
spray automotivo, para lhe dar um acabamento resistente. O método faz com que a obra
dure seis meses ou mais.
Wilson fotografa as pinturas para ter um registro. "As fotos têm vida própria depois que
as tiro", observa. Nenhuma das obras em miniatura mede mais do que 5 centímetros de
diâmetro. As pinturas em chicletes que ele fez para si mesmo guardam uma semelhança
com seus desenhos em pastel, pinturas e obras de colagem tridimensionais, que, por sua
vez, refletem as figuras, formas e símbolos de suas esculturas e os ambientes nos quais
foram criadas.
Os padrões de círculos, listras, rabiscos e contornos fortes destacam as imagens do
fundo cinza. Padrões abstratos em forma de amebas, em cores deslumbrantes, contêm
iniciais, nomes e datas celebrando encontros, amizades e outros relacionamentos. Como
antigas placas de lojas, de cores vivas e letras claras, muitas das pinturas no chiclete
representam pequenas empresas locais ou retratam personagens familiares em seus
afazeres diários - uma escova e um pente na frente do cabeleireiro, o leiteiro fazendo
entregas, o cachorro do dono da loja de ferragens. Uma pintura pequena e delicada
relembra um pássaro que morreu lá perto. Apelidos, grafites e pedidos de torcedores de
rúgbi e futebol aparecem nas imagens de calçada de Wilson.
Enquanto trabalhava numa imagem pedida por uma policial, em memória dos que
morreram nos ataques terroristas de Londres, de julho de 2005, Wilson foi abordado por um
guarda de trânsito. Ele lhe contou uma história pessoal de morte e bravura altruísta. A seu
pedido, Wilson pintou um chiclete para homenagear os trabalhadores envolvidos no resgate
das vítimas dos atentados.
Wilson admite que, enquanto muitas pessoas estão conscientes do que ele faz, outras
podem andar sobre suas obras durante um ano e nem mesmo percebê-las. Mas ele espera
que aqueles que notam sua arte tenham uma consciência maior do efeito que as pessoas
exercem sobre o ambiente.
O artista acredita que, em vez de apenas multar e deter, as autoridades devem lidar
com as causas do comportamento antissocial, e incentivar os jovens a descobrir sua
criatividade. Em junho de 2005, ele foi preso em Trafalgar Square por pintar um retrato do
Almirante Nelson em um chiclete. Ele havia sido convidado pelo Conselho de Artes a
participar do lançamento da Semana de Arquitetura, mas mais tarde foi informado de que
não haviam conseguido obter autorização da prefeitura. "O evento procurava fazer pessoas
criativas trabalharem de forma subversiva", explica, "mas parece que não conseguem
suportar nada fora dos padrões: eles têm de saber quem, o que, quando e por quê."
Ao tentar defender sua arte no palco temporário da Trafalgar Square, Wilson foi
perseguido por policiais e levado sob custódia. Após ter suas impressões digitais colhidas,
foi fotografado e interrogado. Seu punho foi ferido quando a polícia o deteve. Precisou usar
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uma tipoia, mas foi capaz de ver o humor da situação, observando as semelhanças entre
ele e seu tema: "Fiquei parecido com Nelson, com o braço sangrando."
ELMORE, Julia. Arte com chicletes. Piauí, São Paulo, n. 59, p. 39 – 43, ago. 2011.
(adaptado)
18. Resposta: d
Assédio eletrônico
Quem já se habituou ao desgosto de receber textos não
solicitados de cem páginas aguardando sua leitura? Ou quem
não se irrita por ser destinatário de mensagens automáticas que
nem lhe dizem respeito? E, mesmo sem aludir a entes mais
sinistros como os hackers e os vírus, como aturar os abusos da
propaganda que vem pelo computador, sob pretexto da
liberdade de acesso à informação?
Entre as vantagens do correio eletrônico - indiscutíveis,
a pergunta que anda percorrendo todas as bocas visa a
apurar se a propagação do e-mail veio ressuscitar a carta. A
esta altura, o e-mail lembra mais o deus dos começos, Janus
Bifronte, a quem era consagrado o mês de janeiro. No templo
de Roma ostentava duas faces, uma voltada para a frente e
outra para trás. A divindade presidia simultaneamente à morte e
ao ressurgimento do ciclo anual, postada na posição
privilegiada de olhar nas duas direções, para o passado e para
o futuro. Analogamente, o e-mail tanto pode estar completando
a obsolescência da carta como pode dar-lhe alento novo.
Sem dúvida, o golpe certeiro na velha prática da
correspondência, de quem algumas pessoas, como eu, andam
com saudades, não foi desferido pelo e-mail nem pelo fax. O
assassino foi o telefone, cuja difusão, no começo do século XX,
quase exterminou a carta, provocando imediatamente enorme
diminuição em sua frequência. A falta foi percebida e muita
gente, à época, lamentou o fato e o registrou por escrito.
Seria conveniente pensar qual é a lacuna que se
interpõe entre a carta e o e-mail. Podem-se relevar três pontos
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19. Resposta: e
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A palavra civilizada (linha 1 8) deriva de "civil", e isso é um critério que determina sua grafia.
Assinale a alternativa em que todas as palavras, derivadas do mesmo radica] presente nas
palavras para (linha 11), árido (linha 16) e finalmente (linha 18), respectivamente,
apresentam a grafia correta.
a) paralisação — arides — finalização
b) paralisia — aridez — finalisar
c) paralisar — aridez — finalzinho
d) paralizar — arides — finalizar
e) paralisação - aridez - finalsinho
20. Resposta: c
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21. Resposta: c
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22. Resposta: b
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23. Resposta: a
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1. Resposta: a
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Com base no Texto 3, atribua verdadeiro (V) ou falso (F) às afirmativas abaixo e assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
2. Resposta: c
Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos históricos. São
Paulo: Contexto, 2006, p. 412
forma, podemos definir a violência como qualquer relação de força que um indivíduo impõe
a outro.
Consideremos o surgimento das desigualdades econômicas na história: a vida em
sociedade sempre foi violenta, porque, para sobreviver em ambientes hostis, o ser humano
precisou produzir violência em escala inédita no reino animal.
Por outro lado, nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma ferramenta de
sobrevivência e passou a ser um instrumento da organização da vida comunitária. Ou seja,
foi usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns teóricos, a
sociedade não se desenvolveria nem se complexificaria. Essa desigualdade social é o
fenômeno em que alguns indivíduos ou grupos desfrutam de bens e valores exclusivos e
negados à maioria da população de uma sociedade. Tal desigualdade aparece em
condições históricas específicas, constituindo-se em um tipo de violência fundamental para
a constituição de civilizações.
―Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns
teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se complexificaria‖.
Sobre um componente desse segmento do texto 2, é correto afirmar que:
a) o sujeito da forma verbal ―foi usada‖ está posposto;
b) a frase ―para criar uma desigualdade‖ indica uma concessão;
c) o relativo ―a qual‖ se refere a um termo seguinte;
d) o termo ―alguns teóricos‖ funciona como objeto direto;
e) a forma verbal no futuro do pretérito – desenvolveria – indica uma possibilidade.
3. Resposta: e
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4. Resposta: d
I. Ao se substituir os verbos ―chegar‖ e ―avistar‖ por ―vir‖ e ―ver‖, estes devem flexionar-se
em ―vir‖ e ―ver‖, respectivamente.
II. Ao se substituir os verbos ―chegar‖ e ―avistar‖ por ―vir‖ e ―ver‖, estes devem flexionar-se
em ―vier‖ e ―vir‖, respectivamente.
III. Ao se substituir os verbos ―chegar‖ e ―avistar‖ por ―vir‖ e ―ver‖, estes devem flexionar-se
em ―vim‖ e ―vê‖, respectivamente.
IV. O termo ―absorto‖ por ser substituído por ―extasiado‖ sem prejuízo de significação.
V. A palavra ―quando‖ exerce a função de conjunção subordinativa adverbial temporal.
a) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) Somente as afirmativas II, IV e V estão corretas.
5. Resposta: e
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I. ―mas, até onde sabemos, somos os únicos seres do universo que expressam
pensamentos de forma complexa por meio de sons, gestos, pinturas, escrita etc.‖ (linhas 03
a 05)
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II. ―Em cada idioma já foram expressas belíssimas ideias que ficaram eternizadas em
diferentes obras literárias.‖ (linhas 09 e 10)
III. ―Essas narrativas acabam se modificando ao longo do tempo, assim como as próprias
línguas, tanto pela evolução do pensamento como pelas descobertas de novos fenômenos,
que, para serem explicados, levam a grandes revoluções no modo de pensar.‖ (linhas 17 a
20)
IV. ―Ainda serão escritos muitos ‗poemas‘ e ‗narrativas‘ (teorias) na física, por meio do seu
‗idioma‘ (matemática), e eles continuarão nos encantando, assim como as grandes
produções literárias.‖ (linhas 42 a 44)
a) Em I, o verbo está conjugado na terceira pessoa do plural do modo subjuntivo.
b) Em III, o verbo está no infinitivo pessoal, flexionado na terceira pessoal do plural.
c) Em II, o verbo está conjugado na voz ativa.
d) Em IV, o verbo está conjugado no futuro do pretérito.
e) Em todas as frases, os verbos estão na forma finita.
6. Resposta: b
Com base no Texto 3, atribua verdadeiro (V) ou falso (F) às afirmativas abaixo. Assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
( ) As palavras ―séculos‖ (linha 02), ―acústica‖ (linha 04) e ―músicos‖ (linha 10) são
proparoxítonas.
( ) A palavra ―irreprodutíveis‖ (linha 03) contém um dígrafo.
( ) A palavra ―soube‖ (linha 10) está empregada na terceira pessoa do singular do futuro do
subjuntivo.
( ) A palavra ―eles‖ (linha 02) retoma ―melhores do mundo‖.
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7. Resposta: a
Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com
características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a
chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.
Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de
outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler, que anda buscando planetas como a Terra
mapeando 100 mil estrelas na nossa região cósmica.
Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de
trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando
em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.
Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição
do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial),
é possível determinar o tamanho e massa do planeta.
Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa
semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a
temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).
Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em torno de 200 bilhões, a
estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas
com dimensões semelhantes às da Terra.
Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem
mais complexa e depende das propriedades da vida e, em particular, da história geológica
do planeta.
Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante
aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres
unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.
Apenas quando a atmosfera da Terra foi ―oxigenada‖, e isso devido à ―descoberta‖ da
fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares
surgiram.
Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico
sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba por
proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria
inviável.
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Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é
como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5
graus.
Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra
relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a
temperatura variaria de forma aleatória.
Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação
solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas
tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás
carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o nosso
planeta especial.
Portanto, mesmo que existam outras ―Terras‖ pela galáxia, defendo ainda a raridade do
nosso planeta e da vida complexa que nele existe.
Analise a forma verbal destacada no trecho a seguir e assinale a alternativa que apresenta
a classificação adequada de tal forma verbal: ―Portanto, mesmo que existam outras ‗Terras‘
pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele
existe.‖
a) Presente do indicativo.
b) Presente do subjuntivo.
c) Pretérito perfeito do indicativo.
d) Pretérito imperfeito do subjuntivo.
8. Resposta: b
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Em ―Todos nós trazemos no corpo as marcas de uma profunda identidade com o planeta.‖
(1º§), o termo destacado expressa
a) presente pontual.
b) ação de duração contínua.
c) presente universal ou permansivo.
d) ação imperfectiva, não concluída e habitual.
9. Resposta: c
É isso, mas também aquilo. Não obstante o abacaxi, temos o pepino. Posto que A seja
indiscutível, deve-se levar em conta que B, somado a C, cria um cenário em que D pode se
impor de certa forma como desejável, ressalvados E e F. Só depois desse percurso, claro,
chegaremos ao ponto G.
O parágrafo anterior satiriza a ponderação de forma fácil e injusta, mas duvido que
muita gente se incomode com isso. Sinônimo de circunspecção reflexiva, equilíbrio,
prudência, a ponderação é hoje a mais desmoralizada das virtudes. Precisamos reabilitar a
ponderação, nem que seja apenas como subproduto da perplexidade, aquilo que faz o
marinheiro do samba levar o barco devagar sempre que o nevoeiro é denso.
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10. Resposta: a
11. Resposta: a
95
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Durante a velhice deveríamos estar ainda engajados em causas que nos transcendem,
que não envelhecem, e que dão significado a nossos gestos cotidianos. Talvez seja esse
um remédio contra os danos do tempo. Mas, pondera Simone de Beauvoir, se o trabalhador
aposentado se desespera com a falta de sentido da vida presente, é porque em todo o
tempo o sentido de sua vida lhe foi roubado. Esgotada a sua força de trabalho, sente-se um
pária, e é comum que o escutemos agradecendo sua aposentadoria como uma esmola.
A degradação senil começa prematuramente com a degradação da pessoa que
trabalha. Esta sociedade pragmática não desvaloriza somente o operário, mas todo
trabalhador: o médico, o professor, o esportista, o ator, o jornalista.
Como reparar a destruição sistemática que os homens sofrem desde o nascimento, na
sociedade da competição e do lucro a qualquer preço? Cuidados geriátricos não devolvem
a saúde física nem mental. A abolição dos asilos e a construção de casas decentes para a
velhice, não segregadas do mundo ativo, seria um passo à frente. Mas haveria que
sedimentar uma cultura para os velhos com interesses, trabalhos, responsabilidades que
tornem digna sua sobrevivência. Como deveria ser uma sociedade para que, na velhice, o
homem permaneça um homem? A resposta é radical para Simone de Beauvoir: ―seria
preciso que ele sempre tivesse sido tratado como homem‖.
Para que nenhuma forma de humanidade seja excluída da Humanidade é que as
minorias têm lutado, que os grupos discriminados têm reagido. A mulher, o negro,
combatem pelos seus direitos, mas o velho não tem armas. Nós é que temos de lutar por
ele.
(Adaptado de: BOSI, Ecléa. Lembranças de velhos. S. Paulo: T. A. Queiroz, 1983, p. 38-39)
Há construção na voz passiva, bem como adequada correlação entre tempos e modos
verbais, na frase:
a) Se, em nossa velhice, ainda estivéssemos engajados em causas políticas maiores, bem
mais digna será nossa condição de vida.
b) Por lhes ter sido roubado o sentido mesmo de viver, os trabalhadores aposentados
chegam a se desesperar com tamanho vazio.
c) Desde que a sociedade passou a glorificar a competição e o pragmatismo, os homens
veriam desvalorizados seus ideais mais nobres.
d) Fossem outros os valores de nossa sociedade, em lugar do atual pragmatismo vicioso,
outra cultura poderá incluir com justiça os velhos trabalhadores.
e) No caso de que viesse a encontrar quem lute por ele, o velho terá reconhecido nesse
apoio uma comprovação de nossa humanidade.
12. Resposta: b
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Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto apresentado, julgue o item a
seguir.
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Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome
você, meu caro, tem que merecê-lo,
tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade. In: Discurso de primavera e algumas sombras, 1978.
14. Resposta: c
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tamanho, impunha-se. Além disto, sabia palavras difíceis, inclusive xingamentos, que nos
deixavam de boca aberta, ao explodirem na discussão, e que decorávamos para aplicar na
primeira oportunidade, em nossas brigas particulares com os meninos da rua. Realmente,
Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade. E pensávamos com ânsia no seu regresso, um pouco para gozar de sua
companhia, outro pouco para aprender nomes feios, e bastante para descontar os socos
que ele nos dera, o miserável.
15. Resposta: c
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava
um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos
dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia
pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente
feliz. Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um
barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava?
Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que
mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era
mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.
(CECÍLIAMEIRELES. Boa companhia - Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
(Fragmento))
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16. Resposta: c
Muito presente na esfera jornalística, a charge busca despertar nos leitores a reflexão sobre
problemas que afetam a sociedade. A moradia, tema da charge abaixo, é um deles. Sob o
aspecto linguístico, normalmente, esse gênero de texto apresenta estruturas simples, com
vocabulário e linguagem acessíveis; mas é preciso atentar para o fato de que a
compreensão de um texto depende também da recuperação de informações implícitas.
Analise o que se afirma a seguir, em torno do enunciado proferido por um dos personagens.
II- O pretérito imperfeito representa ação contínua no passado; logo a flexão verbal
empregada pelo autor, associado ao uso do advérbio ―sempre‖, reforça a ideia de que a
falta de moradia é uma condição permanente.
III- Dada a intenção de interagir com o leitor, o chargista opta pelo uso do pronome ―a
gente‖, pois o uso de ―nós‖ conduziria a marcar o plural no verbo ―nós ficávamos...‖,
causando certa artificialidade no modo de falar do personagem, enquanto o ―a gente
sempre ficava‖ representa melhor a linguagem coloquial, adequada ao cenário apresentado.
100
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c) II e III.
d) III.
e) I e III.
17. Resposta: c
101
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São empregados como substantivos no texto a expressão ―pôr do sol‖ (linha 8) e o vocábulo
―reta‖ (linha 8); a palavra ―alegre‖ (linha 36) é empregada como verbo.
Certo
Errado
Segundo o GeMob, se todas as pessoas que vêm para a universidade sozinhas aderissem
a essa ideia, teríamos uma redução de aproximadamente 23% no número de veículos que
trafegam nas faixas que dão acesso ao campus (1.23-25).
( ) Empregar o verbo ter no futuro do pretérito possibilita exprimir a certeza de que ocorrerá
a redução de veículos calculada pelo GeMob.
A sequência correta é
a) V - F - V.
b) V - V - V.
c) F - F - V.
d) F - V - F.
e) V - V - F.
19. Resposta: e
O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos,
bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto molhado com as
mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.
Ele... Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-
lhe:
- E se me desculpe, senhorinha, posso convidara passear?
- Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.
- E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
-Macabéa.
-Maca - o quê?
- Béa, foi ela obrigada a completar.
- Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.
- Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora
da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha
nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem
mas parece que deu certo - parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou
desanimada e com pudor - pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
- Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da
vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas,
parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma
ruptura, disse ao recém-namorado:
- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos.
Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa
parecia lágrimas escorrendo.
Da terceira vez que se encontraram - pois não é que estava chovendo? - o rapaz, irritado
e perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:
-Você também só sabe é mesmo chover!
-Desculpe.
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Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero
de amor.
Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.
- Olímpico de Jesus Moreira Chaves - mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o
de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o
modo fino de tratar pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher.
- Eu não entendo o seu nome - disse ela. - Olímpico?
Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito
bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com
a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido:
- Eu sei mas não quero dizer!
- Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.
[...] Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele
não se chamava ―operário" e sim ―metalúrgico‖. Macabéa ficava contente com a posição
social dele porque tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário
mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. ―Metalúrgico e datilógrafa‖ formavam
um casal de classe.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 30jan. p. 43-45.
(Fragmento)
Com base no sentido das classes gramaticais ou de suas funções sintáticas, empregadas
no período ―Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam
diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos,
latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse
uma ruptura.", é correto afirmar que:
a) a forma verbal ESTAVAM EXPOSTOS é de uso corrente na voz passiva sintética.
b) preposição COM poderia ser substituída, sem perda do sentido original, por A FIM DE.
c) todos os substantivos do trecho designam uma essência ou qualidade separada de seu
sujeito.
d) a oração ―DE QUE O SILÊNCIO JÁ SIGNIFICASSE UMA RUPTURA.‖ age como
complemento nominal.
e)emprego de ESTAVAM no futuro do presente não provocaria qualquer mudança de
sentido.
20. Resposta: d
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vinham deste país, abasteciam em Natal e ficavam prontos para fazer a travessia do
Atlântico.
(Adaptado de: HOLDER, Caroline. Disponível em:
g1.globo.com)
Os aviões vinham deste país, abasteciam em Natal e ficavam prontos para fazer a travessia
do Atlântico.
21. Resposta: b
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Segundo o GeMob, se todas as pessoas que vêm para a universidade sozinhas aderissem
a essa ideia, teríamos uma redução de aproximadamente 23% no número de veículos que
trafegam nas faixas que dão acesso ao campus (1.23-25).
A sequência correta é
a) V - F - V.
b) V - V - V.
c) F - F - V.
d) F - V - F.
e) V - V - F.
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22. Resposta: e
O rapaz e ela se olharam por entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos,
bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxugando o rosto molhado com as
mãos. E a moça, bastou-lhe vê-lo para torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.
Ele... Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-
lhe:
- E se me desculpe, senhorinha, posso convidara passear?
- Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.
- E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
-Macabéa.
-Maca - o quê?
- Béa, foi ela obrigada a completar.
- Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.
- Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora
da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha
nome, eu preferia continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem
mas parece que deu certo - parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou
desanimada e com pudor - pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
- Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da
vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas,
parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma
ruptura, disse ao recém-namorado:
- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos.
Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa
parecia lágrimas escorrendo.
Da terceira vez que se encontraram - pois não é que estava chovendo? - o rapaz, irritado
e perdendo o leve verniz de finura que o padrasto a custo lhe ensinara, disse-lhe:
-Você também só sabe é mesmo chover!
-Desculpe.
Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero
de amor.
Numa das vezes em que se encontraram ela afinal perguntou-lhe o nome.
- Olímpico de Jesus Moreira Chaves - mentiu ele porque tinha como sobrenome apenas o
de Jesus, sobrenome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que lhe ensinara o
modo fino de tratar pessoas para se aproveitar delas e lhe ensinara como pegar mulher.
- Eu não entendo o seu nome - disse ela. - Olímpico?
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Macabéa fingia enorme curiosidade escondendo dele que ela nunca entendia tudo muito
bem e que isso era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era, arrepiou-se todo com
a pergunta tola e que ele não sabia responder. Disse aborrecido:
- Eu sei mas não quero dizer!
- Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente não precisa entender o nome.
[...] Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele
não se chamava ―operário" e sim ―metalúrgico‖. Macabéa ficava contente com a posição
social dele porque tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário
mínimo. Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. ―Metalúrgico e datilógrafa‖ formavam
um casal de classe.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 30jan. p. 43-45.
(Fragmento)
Com base no sentido das classes gramaticais ou de suas funções sintáticas, empregadas
no período ―Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam
diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos,
latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse
uma ruptura.", é correto afirmar que:
a) a forma verbal ESTAVAM EXPOSTOS é de uso corrente na voz passiva sintética.
b) preposição COM poderia ser substituída, sem perda do sentido original, por A FIM DE.
c) todos os substantivos do trecho designam uma essência ou qualidade separada de seu
sujeito.
d) a oração ―DE QUE O SILÊNCIO JÁ SIGNIFICASSE UMA RUPTURA.‖ age como
complemento nominal.
e) emprego de ESTAVAM no futuro do presente não provocaria qualquer mudança de
sentido.
23. Resposta: d
Um juízo de valor tem como origem uma percepção individual: alguém julga algo ou
outra pessoa tomando por base o que considera um critério ético ou moral. Isso significa
que diversos indivíduos podem emitir diversos juízos de valor para uma mesma situação, ou
julgar de diversos modos uma mesma pessoa. Tais controvérsias são perfeitamente
naturais; o difícil é aceitá-las com naturalidade para, em seguida, discuti-las. Tendemos a
fazer do nosso juízo de valor um atestado de realidade: o que dissermos que é, será o que
dissermos. Em vez da naturalidade da controvérsia a ser ponderada, optamos pela
prepotência de um juízo de valor dado como exclusivo.
Com o fenômeno da expansão das redes sociais, abertas a todas as manifestações,
juízos de valor digladiam-se o tempo todo, na maior parte dos casos sem proveito algum.
Sendo imperativa, a opinião pessoal esquiva-se da controvérsia, pula a etapa da mediação
reflexiva e instala-se no posto da convicção inabalável. À falta de argumentos, contrapõem-
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24. Resposta: e
http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4821/n/dialogo_de_surdos
Acesso em 30 out 2017.
A expressão corrente trata de situações em que dois lados (ou mais) falam e ninguém
se entende. Na verdade, esta é uma visão um pouco simplificada das coisas. De fato,
quando dois lados polemizam, dificilmente olham para as mesmas coisas (ou para as
mesmas palavras). Cada lado interpreta o outro de uma forma que este acha estranha e
vice-versa.
109
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Dominique Maingueneau (em Gênese dos discursos, São Paulo, Parábola) deu
tratamento teórico à questão (um tratamento empírico pode ser encontrado em muitos
espaços, quase diariamente). [...]
Suponhamos dois discursos, A e B. Se polemizam, B nunca diz que A diz A, mas que
diz ―nãoB‖. E vice-versa. O interessante é que nunca se encontra ―nãoB‖ no discurso de A,
sempre se encontra A; mas B não ―pode‖ ver isso, porque trairia sua identidade doutrinária,
ideológica.
Um bom exemplo é o que acontece frequentemente no debate sobre variedades do
português. Se um linguista diz que não há ―erro‖ em uma fala popular, como em ―as elite‖
(que a elite escreve burramente ―a zelite‖, quando deveria escrever ―as elite‖), seus
opositores não dirão que os linguistas descrevem o fato como uma variante, mostrando que
segue uma regra, mas que ―aceitam tudo‖, que ―aceitam o erro‖. O simulacro consiste no
fato de que as palavras dos oponentes não são as dos linguistas (não cabe discutir quem
tem razão, mas verificar que os dois não se entendem).
Uma variante da incompreensão é que cada lado fala de coisas diferentes.
Atualmente, há uma polêmica sobre se há golpe ou não há golpe. Simplificando um
pouco, os que dizem que há golpe se apegam ao fato de que os dois crimes atribuídos à
presidenta não seriam crimes. Os que acham que não há golpe dizem que o processo está
seguindo as regras definidas pelo Supremo.
Um bom sintoma é a pergunta recorrente feita aos ministros do Supremo pelos
repórteres: a pergunta não é ―a pedalada é um crime?‖ (uma questão mérito), mas
―impeachment é golpe?‖. Esta pergunta permite que o ministro responda que não, pois o
impedimento está previsto na Constituição.
Juca Kfouri fez uma boa comparação com futebol: a expulsão de um jogador, ou o
pênalti, está prevista(o), o que não significa que qualquer expulsão é justa ou que toda falta
é pênalti...
A teoria de Maingueneau joga água na fervura dos que acreditam que a humanidade
pode se entender (o que faltaria é adotar uma língua comum, quem sabe o esperanto).
Ledo engano: as pessoas não se entendem é falando a mesma língua.
Até hoje, ninguém venceu uma disputa intelectual (ideológica) no debate. Quando
venceu, foi com o exército, com a maioria dos eleitores ou dos... deputados.
Sírio Possenti
Departamento de Linguística Universidade Estadual de
Campinas
25. Resposta: a
110
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No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 7A3AAA, julgue o item a
seguir.
Na linha 6, o emprego do pretérito imperfeito nas formas verbais ―dava‖ e ―entendia‖ tem
efeitos distintos: no primeiro caso denota iteratividade e, no segundo, duração.
Certo
Errado
DIÁLOGO DE SURDOS
111
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A expressão corrente trata de situações em que dois lados (ou mais) falam e ninguém
se entende. Na verdade, esta é uma visão um pouco simplificada das coisas. De fato,
quando dois lados polemizam, dificilmente olham para as mesmas coisas (ou para as
mesmas palavras). Cada lado interpreta o outro de uma forma que este acha estranha e
vice-versa.
Dominique Maingueneau (em Gênese dos discursos, São Paulo, Parábola) deu
tratamento teórico à questão (um tratamento empírico pode ser encontrado em muitos
espaços, quase diariamente). [...]
Suponhamos dois discursos, A e B. Se polemizam, B nunca diz que A diz A, mas que
diz ―nãoB‖. E vice-versa. O interessante é que nunca se encontra ―nãoB‖ no discurso de A,
sempre se encontra A; mas B não ―pode‖ ver isso, porque trairia sua identidade doutrinária,
ideológica.
Um bom exemplo é o que acontece frequentemente no debate sobre variedades do
português. Se um linguista diz que não há ―erro‖ em uma fala popular, como em ―as elite‖
(que a elite escreve burramente ―a zelite‖, quando deveria escrever ―as elite‖), seus
opositores não dirão que os linguistas descrevem o fato como uma variante, mostrando que
segue uma regra, mas que ―aceitam tudo‖, que ―aceitam o erro‖. O simulacro consiste no
fato de que as palavras dos oponentes não são as dos linguistas (não cabe discutir quem
tem razão, mas verificar que os dois não se entendem).
Uma variante da incompreensão é que cada lado fala de coisas diferentes.
Atualmente, há uma polêmica sobre se há golpe ou não há golpe. Simplificando um
pouco, os que dizem que há golpe se apegam ao fato de que os dois crimes atribuídos à
presidenta não seriam crimes. Os que acham que não há golpe dizem que o processo está
seguindo as regras definidas pelo Supremo.
Um bom sintoma é a pergunta recorrente feita aos ministros do Supremo pelos
repórteres: a pergunta não é ―a pedalada é um crime?‖ (uma questão mérito), mas
―impeachment é golpe?‖. Esta pergunta permite que o ministro responda que não, pois o
impedimento está previsto na Constituição.
Juca Kfouri fez uma boa comparação com futebol: a expulsão de um jogador, ou o
pênalti, está prevista(o), o que não significa que qualquer expulsão é justa ou que toda falta
é pênalti...
A teoria de Maingueneau joga água na fervura dos que acreditam que a humanidade
pode se entender (o que faltaria é adotar uma língua comum, quem sabe o esperanto).
Ledo engano: as pessoas não se entendem é falando a mesma língua.
Até hoje, ninguém venceu uma disputa intelectual (ideológica) no debate. Quando
venceu, foi com o exército, com a maioria dos eleitores ou dos... deputados.
112
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27. Resposta: a
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o próximo item.
A substituição das formas verbais ―é‖ (ℓ.14) e ―deve‖ (ℓ.16) por seja e deva, respectivamente,
não alteraria a correção gramatical do texto.
Certo
Errado
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http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4821/n/dialogo_de_surdos
Acesso em 30 out 2017.
A expressão corrente trata de situações em que dois lados (ou mais) falam e ninguém
se entende. Na verdade, esta é uma visão um pouco simplificada das coisas. De fato,
quando dois lados polemizam, dificilmente olham para as mesmas coisas (ou para as
mesmas palavras). Cada lado interpreta o outro de uma forma que este acha estranha e
vice-versa.
Dominique Maingueneau (em Gênese dos discursos, São Paulo, Parábola) deu
tratamento teórico à questão (um tratamento empírico pode ser encontrado em muitos
espaços, quase diariamente). [...]
Suponhamos dois discursos, A e B. Se polemizam, B nunca diz que A diz A, mas que
diz ―nãoB‖. E vice-versa. O interessante é que nunca se encontra ―nãoB‖ no discurso de A,
sempre se encontra A; mas B não ―pode‖ ver isso, porque trairia sua identidade doutrinária,
ideológica.
Um bom exemplo é o que acontece frequentemente no debate sobre variedades do
português. Se um linguista diz que não há ―erro‖ em uma fala popular, como em ―as elite‖
(que a elite escreve burramente ―a zelite‖, quando deveria escrever ―as elite‖), seus
opositores não dirão que os linguistas descrevem o fato como uma variante, mostrando que
segue uma regra, mas que ―aceitam tudo‖, que ―aceitam o erro‖. O simulacro consiste no
fato de que as palavras dos oponentes não são as dos linguistas (não cabe discutir quem
tem razão, mas verificar que os dois não se entendem).
Uma variante da incompreensão é que cada lado fala de coisas diferentes.
Atualmente, há uma polêmica sobre se há golpe ou não há golpe. Simplificando um
pouco, os que dizem que há golpe se apegam ao fato de que os dois crimes atribuídos à
presidenta não seriam crimes. Os que acham que não há golpe dizem que o processo está
seguindo as regras definidas pelo Supremo.
Um bom sintoma é a pergunta recorrente feita aos ministros do Supremo pelos
repórteres: a pergunta não é ―a pedalada é um crime?‖ (uma questão mérito), mas
―impeachment é golpe?‖. Esta pergunta permite que o ministro responda que não, pois o
impedimento está previsto na Constituição.
Juca Kfouri fez uma boa comparação com futebol: a expulsão de um jogador, ou o
pênalti, está prevista(o), o que não significa que qualquer expulsão é justa ou que toda falta
é pênalti...
A teoria de Maingueneau joga água na fervura dos que acreditam que a humanidade
pode se entender (o que faltaria é adotar uma língua comum, quem sabe o esperanto).
Ledo engano: as pessoas não se entendem é falando a mesma língua.
Até hoje, ninguém venceu uma disputa intelectual (ideológica) no debate. Quando
venceu, foi com o exército, com a maioria dos eleitores ou dos... deputados.
115
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30. Resposta: b
31. Resposta: d
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das Luzes, caracterizada pela confiança no poder emancipatório da ciência, em seu triunfo
contra as trevas da ignorância e da superstição. Não por acaso, portanto, a obra tem como
subtítulo Um livro para espíritos livres.
Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade
metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio.
Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer,
dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles. ―Que
lugar ainda resta à arte? Antes de tudo, ela ensinou, através de milênios, a olhar com
interesse e prazer a vida, em todas as suas formas. Essa doutrina foi implantada em nós;
ela vem à luz novamente agora como irresistível necessidade de conhecer. O homem
científico é o desenvolvimento do homem artístico‖.
Se, para o jovem Nietzsche, o aprofundamento do conhecimento científico conduzia à
proliferação de um saber erudito e estéril, que sufocava a vida, para o Nietzsche do período
intermediário o conhecimento científico torna livre o espírito.
Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da
ciência e à oposição entre esta e a arte. Contrapondo-se àqueles que valorizam apenas a
imaginação e as obras-primas do disfarce estético, o filósofo afirma: ―eles pensam que a
realidade é horrível; contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível
realidade é belo, do mesmo modo que aquele que conhece bastante e amiúde está, por fim,
muito longe de considerar horrível o grande todo da realidade, cuja descoberta lhe
proporciona sempre felicidade. A felicidade do homem do conhecimento aumenta a beleza
do mundo‖.
(Adaptado de: GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Nietzsche. São Paulo, Publifolha, 2000, p. 42-
46)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do da frase acima está em:
a) que sufocava a vida
b) aprofundaria seu novo entendimento
c) que valorizam apenas a imaginação
d) dos quais partilhara
e) ela é destituída desse privilégio
32. Resposta: a
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Mantendo-se o sentido e a correção, a forma verbal havia passado (3° parágrafo) pode ser
alterada para
a) passara.
b) iria passar.
c) teria passado.
d) passaria.
e) passando.
33. Resposta: a
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e) Ainda que venhamos a nos esforçar, o sentido de todas essas mensagens não poderá
ser captado por nós.
34. Resposta: e
Uma nova redação da frase acima considera a adequada articulação entre tempos e modos
verbais substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por:
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35. Resposta: d
36. Resposta: e
Existe uma grande diferença entre oportunidade e oportunismo. Uma é aquela em que
as pessoas querem levar vantagem em tudo, serem espertas, ganhar a qualquer custo,
sendo que a outra vai na contramão deste movimento cada vez mais presente e enraizado
na cultura brasileira. [...]
A cultura do Brasil é riquíssima, linda e super diversificada. Porém, esse vício maldito
acaba com a beleza. A necessidade de levar vantagem deixa as pessoas cegas e a feira de
Acari, no Rio de Janeiro, é um belo exemplo deste contraste. O mercadão de produtos
roubados é promovido às custas de inúmeras mortes e assaltos por conta de um comércio
que não tem fim. [...]
Não há pagamento de impostos referente à mercadoria e recolhimento de tributos. Só
por isso esse produto chegou até o seu consumidor final. Vidas acabam porque alguém tem
a necessidade porca de comprar algo ―baratinho‖. E não é exagero.
Tenho um amigo que hoje reside nos Estados Unidos. A família dele, quando morava no
Brasil, possuía uma transportadora com cinco caminhões. Sempre que se tratava de uma
carga valiosa, quem fazia o transporte era o pai, o dono da empresa. Ele tinha esse cuidado
para zelar pelo material do cliente e garantir que o produto caro chegaria ao seu destino
conforme o esperado, sem danos. Até que um dia ele foi roubado e sequestrado. A
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quadrilha pediu R$50 mil reais, e a carga era de televisões. Ele ficou quatro dias em
cativeiro e não havia possibilidade de pagar pelo valor exigido. Não avisaram a polícia e as
negociações chegaram a R$10 mil. A quantia foi paga, mas o pai foi encontrado morto,
sendo que ele havia falecido muito antes da entrega do dinheiro.
Ainda me questiono como que as pessoas têm coragem de comprar esses produtos. O
detergente mais barato, o salame, sabão em pó que são vendidos na feira de Acari
custaram a vida de alguém. Além disso, deixou o seguro para todo mundo mais caro,
impactando na economia como um todo. Quantas vezes subiu o seguro do seu carro? Mas
na hora de comprar uma peça, muitos não abrem a mão de ir até um desmanche. É essa
consciência que precisa mudar. Quando isso acontecer, o país muda de patamar. [...]
Em ―A quadrilha pediu R$50 mil reais, e a carga era de televisões [...]‖, os verbos estão
conjugados no pretérito perfeito do modo indicativo.
Certo
Errado
Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha
admiração pelos chineses só tem feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como
notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque, que passou recentemente
por aqui.
Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país. E mais o seguinte: uma
noção completamente diferente do tempo. Trata-se de uma civilização milenar, com
mentalidade correspondente. Os temas são sempre tratados com uma noção de estratégia
e visão de longo prazo. E paciência. A paciência que, como disse Franz Kafka, é uma
segunda coragem.
Nada de curto praxismo, do imediatismo típico do Ocidente, que têm sido tão destrutivos e
desagregadores.
Esse traço do chinês é até muito conhecido no resto do mundo. Há uma famosa observação
do primeiro-ministro Chou En-Lai, muito citada, que traduz essa noção singular do tempo.
Em certa ocasião, no início dos anos 1970, um jornalista estrangeiro lançou a pergunta:
―Qual é afinal, primeiro-ministro, a sua avaliação da Revolução Francesa?‖ Chou En-Lai
respondeu: ―É cedo para dizer‖.
Recentemente, li aqui na China que essa célebre resposta foi um simples mal-entendido.
Com os percalços da interpretação, Chou En-Lai entendeu, na verdade, que a pergunta se
referia à revolta estudantil francesa de 1968! Pronto. Criou-se a lenda.
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Pena que tenha sido um mal-entendido. Seja como for, é indubitável que para os chineses o
tempo tem outra dimensão. Para uma civilização de quatro mil anos ou mais, uma década
tem sabor de 15 minutos. (O Globo, 15/9/2017)
―Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha
admiração pelos chineses só tem feito crescer‖(texto 1).
O emprego da forma verbal ―tem feito‖ é perfeitamente adequada ao contexto, já que esse
tempo verbal expressa ações:
a) completamente passadas;
b) que se repetiram no passado;
c) que se iniciaram no presente;
d) iniciadas no passado que continuam no presente;
e) iniciadas no presente e de duração indeterminada.
38. Resposta: d
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e escreveram
nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são tão
diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor, obediente
ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor do revisor, não li
o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-flores, só falou de
camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A estória
não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava sem
lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A resposta
que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso é
uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí, ao ler o
mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete nos olhos
dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
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A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖. Não
quero confundir camelos e beija-flores...
―A resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖(5º§)
39. Resposta: e
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(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176,
out. 2001)
A análise do emprego dos tempos verbais em ―Há algum tempo, venho estudando as
piadas‖(1º§) revela que, semanticamente, as duas formas em destaque indicam, nessa
ordem, as noções de:
a) passado e continuidade.
b) presente e projeto futuro.
c) simultaneidade e presente.
d) ordem e suposição.
e) futuro e constatação.
40. Resposta: a
O poder de poder
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ano. ―A autoestima da nossa comunidade está aumentando a cada ano‖, diz a professora
Jacileide. ―Se eu tivesse tido essa formação, minha vida teria sido tão diferente...‖.
41. Resposta: a
Sobre a forma verbal "olha", que abre o primeiro quadrinho, analise as afirmativas.
III. Não indica, semanticamente, no contexto em que aparece, o simples ato de "olhar para
algo".
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IV. Mostra que o paciente também é da área da radiologia, tanto que o médico pretende
confirmar o diagnóstico com ele.
42. Resposta: c
―Infelizmente propaga-se por aí uma falácia‖. Esse foi o início de um e-mail recebido de
uma leitora indignada com o post ―Mitos sobre o Suicídio‖, criticando o artigo por
―simplesmente reproduzir dados transmitidos por uma indústria farmacêutica apenas
interessada em vender mais remédios‖, como ela colocou.
Essa linha de raciocínio parte do pressuposto de que doenças podem ser ―inventadas‖ e
que os manuais de categorização de doenças mentais, como o DSM (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais) e o CID (Classificação Internacional de Doenças, uma
publicação da própria OMS – Organização Mundial da Saúde) são definidos por psicólogos
e psiquiatras ligados financeiramente a empresas farmacêuticas (que financiam suas
pesquisas, por exemplo).
Para o psicanalista Eduardo Rozenthal, isso é possível, sim, porque vivemos numa
sociedade contemporânea monista, baseada em apenas um valor, que é o valor capitalista
de mercado. Ela substitui a sociedade moderna, que era dualista, oscilando entre o bem e o
mal. ―Todas as práticas humanas se mobilizam em direção ao maior valor da cultura, que é
o valor de mercado. Isso é automático. Não se trata de nenhuma ‛teoria da conspiração‟.
Somos seres moldados pela cultura em que vivemos‖, Rozenthal diz.
Para o psicólogo Thiago Sarkis, psicanalista de Belo Horizonte, ―doenças inventadas‖
podem ocorrer como fruto de erros e não de más intenções. Ele também diz ser perigoso
falarmos de maneira tão categórica sobre a relação entre estudos psiquiátricos de
transtornos mentais e o objetivo de se ofertar algo para aquecer o mercado farmacêutico.
Haveria equívocos em estudos e classificações, assim como a hipermedicalização da vida,
mas isso diria muito mais sobre quem recebe os resultados dos estudos e medica seus
pacientes a partir deles, do que sobre quem os produziu.
Sarkis diz estar certo de que boa parte dos estudiosos sobre os transtornos mentais
estão efetivamente acreditando – talvez mais piamente do que devessem – naquilo que
estão fazendo, dedicando-se e confiando em suas descobertas. ―O que guia a ciência, hoje
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I. No trecho: ―Esse foi o início de um e-mail (...) criticando o artigo (...)‖ (1º parágrafo), a
forma verbal destacada poderia ser substituída pela estrutura de valor adjetivo ―que
criticava‖, sem alteração relevante dos sentidos pretendidos.
II. No trecho: ―Ela substitui a sociedade moderna, que era dualista, oscilando (3º parágrafo)
entre o bem e o mal.‖, a forma verbal destacada indica tratar-se de uma ação ainda em
andamento.
III. No trecho: ―doenças inventadas‟ podem ocorrer como fruto de erros e não de más
intenções.‖ (4º parágrafo), a forma verbal destacada foi empregada para indicar que a ação
expressa no verbo ―ocorrer‖ é um acontecimento inevitável.
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43. Resposta: c
O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia
parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?
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44. Resposta: c
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No que concerne aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto CB2A1AAA, julgue o
item seguinte.
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Sem prejuízo da correção gramatical do texto e das informações nele veiculadas, a forma
verbal ―seja‖ (l.7) poderia ser substituída por seria.
Certo
Errado
46. Resposta: c
47. Resposta: e
48. Resposta: c
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Dois indivíduos têm uma contenda e estão enraivecidos. Um deles diz ao outro, furioso:
− Vou te quebrar a cara! Ao que o outro, igualmente indignado, responde com energia: −
Pois eu vou te processar!
São, não há dúvida, dois modos de disputar a razão de quem viu ofendido um suposto
direito seu. O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a jurisprudência das
cavernas: a pancada corretiva, o direito da força, o recurso dos instintos primários; o
segundo preferiu confiar numa instituição, numa instância social, na mediação das leis, na
força do direito. O que não significa que, em outra situação, os mesmos indivíduos não
pudessem reagir de modo oposto: somos criaturas difíceis, sujeitas ao temperamento, ao
sentimento de ocasião.
―Vou te processar‖ é o modo civilizado, que confia no equilíbrio de um rito jurídico,
devidamente conduzido e arbitrado por profissionais do ramo: advogados, juízes,
promotores. O processo tem sua mecânica balizada por prazos, recursos, ações de
embargo etc. O propósito está em que, ao fim e ao cabo do processo, todos os
componentes de uma disputa tenham sido devidamente apreciados e julgados, a partir do
que se exare a sentença final. Como todo rito complexo e minucioso, pode demorar muito
até o bater do martelo.
A instituição justa do processo conta com o fato de que ambas as partes sigam
exatamente os mesmos passos garantidos pela lei. Mas não há como evitar certas
condicionantes, que fazem diferença: a habilidade maior de um advogado, os recursos para
custear um processo longo, a intimidação que pode representar o fato de uma das partes
ser um litigante de grande poder político ou notoriedade social. As diferenças sociais e
econômicas entre os homens podem marcar o destino de um processo. Nesse caso,
voltamos um pouquinho no tempo e, de um modo aparentemente mais civilizado,
reproduzimos algo parecido com o direito da força.
(Júlio Castro de Ribeiro, inédito)
49. Resposta: c
Texto 01:
50. Resposta: b
(...) Não andamos muito elegantes, nestes tempos estranhos. Não andamos muito éticos,
nestes tempos loucos. Não que as coisas tenham sido muito melhores no tempo dos
gregos, quando na filosófica Atenas a mulher era pouco mais do que um animal sem alma,
era normal ter escravos e a guerra era o pão nosso. Ou na Idade Média, quando eu seria no
133
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mínimo candidata à fogueira, não a da inveja, mas a concreta mesmo; nossos filhos teriam
morrido nas Cruzadas matando alguém no Oriente (nada de novo na face da Terra). (...)
Luft, Lya. O menino que me olha. Veja, São Paulo, Abril, 30 jun. 2004. Coluna Ponto de
Vista, p.20
No fragmento ―Ou na Idade Média, quando eu seria no mínimo candidata à fogueira (...). O
verbo destacado está flexionado em qual tempo e modo?
a) Futuro do presente do indicativo.
b) Futuro do subjuntivo.
c) Pretérito perfeito do indicativo.
d) Futuro do pretérito do indicativo.
e) Presente do indicativo.
51. Resposta: d
No que concerne aos aspectos linguísticos do texto 6A4CCC, julgue o item a seguir.
No período ―É um orgulho poder contar com você‖, a terceira pessoa do singular empregada
na forma verbal ―É‖ justifica-se por tratar-se de um verbo impessoal, como em É tarde.
Certo
134
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Errado
1. Resposta: errado
135
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2. Resposta: d
137
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Julgue o item subsequente, a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto
7A3BBB.
No contexto em que foi empregada, a forma verbal ―buscaram‖ (ℓ.16) poderia ter sido
flexionada no singular, buscou, sem que houvesse prejuízo para a correção gramatical do
texto.
Certo
Errado
3. Resposta: errado
138
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Tais dicotomias podem operar não apenas como um horizonte normativo pressuposto,
mas também como base para a consolidação de certas modalidades de pensamento crítico.
No entanto, há momentos em que percebemos a necessidade de questionar as próprias
estratégias críticas e suas dicotomias. Pois, ao menos para alguns, elas parecem nos
paralisar em vez de nos permitir avançar em direção às transformações que desejamos.
Um exemplo de dicotomia que tem força evidente no pensamento crítico atual é aquela,
herdada de Spinoza, entre paixões tristes e paixões alegres. Paixões tristes diminuem
nossa potência de agir, paixões alegres aumentam nossa potência de agir e nossa força
para existir. A liberdade estaria ligada à força afirmativa das paixões alegres, assim como a
servidão seria a perpetuação do caráter reativo das paixões tristes. Haveria pois aquilo que
nos afeta de forma tal que permitiria a nossos corpos desenvolver ou não uma potência de
agir e existir que é o exercício mesmo da vida em sua atividade soberana.
Sem querer aqui fazer o exercício infame e sem sentido de discutir a teoria spinozista
dos afetos e sua bela complexidade em uma coluna de jornal, gostaria apenas de sublinhar
inicialmente a importância desse entendimento de que a capacidade crítica está ligada
diretamente a uma compreensão dos afetos e de seus circuitos. Nada de nossas
estratégias contemporâneas de crítica seria possível sem esse passo essencial de Spinoza,
recuperado depois por vários outros filósofos que o seguiram.
No entanto, valeria a pena nos perguntarmos o que aconteceria se insistíssemos que
talvez não existam paixões tristes e paixões alegres, que talvez essa dicotomia possa e
deva ser abandonada (independentemente do que pensemos ou não de Spinoza).
É claro que isso inicialmente soa como um exercício ocioso de pensamento. Afinal, a
existência da tristeza e da alegria nos parece imediatamente evidente, nós podemos sentir
tal diferença e nos esforçamos (ou ao menos deveríamos nos esforçar, se não nos
deixássemos vencer pelo ressentimento e pela resignação) para nos afastarmos da primeira
e nos aproximarmos da segunda.
Mas o que aconteceria se habitássemos um mundo no qual não faz mais sentido
distinguir entre paixões tristes e alegres? Um mundo no qual existem apenas paixões, com
a capacidade de às vezes nos fazerem tristes, às vezes alegres. Ou seja, um mundo no
qual as paixões têm uma dinâmica que inclui necessariamente o movimento da alegria à
tristeza.
Pois, se esse for o caso, então talvez sejamos obrigados a concluir que não é possível
para nós nos afastarmos do que tenderíamos a chamar de "paixões tristes", pois não há
paixão que, em vários momentos, não nos entristeça. Não há afetos que não nos contraiam,
não há vida que não se deixe paralisar, que não precise se paralisar por certo tempo, que
não se vista com sua própria impotência a fim de recompor sua velocidade. Mais, ainda.
Não há vida que não se sirva da doença para se desconstituir e reconstruir.
É claro que isso inicialmente soa como um exercício ocioso de pensamento. Afinal, a
existência da tristeza e da alegria nos parece imediatamente evidente, nós podemos sentir
tal diferença e nos esforçamos (ou ao menos deveríamos nos esforçar, se não nos
deixássemos vencer pelo ressentimento e pela resignação) para nos afastarmos da primeira
e nos aproximarmos da segunda.
139
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4. Resposta: d
5. Resposta: e
6. (Ano: 2017/Banca: CESPE)
Texto associado
140
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II- a forma verbal ―ver‖, em todas as suas ocorrências no segundo parágrafo, fosse
flexionada no plural — verem.
6. Resposta: b
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7. Resposta: c
8. Resposta: e
9. Resposta: c
(...) Não andamos muito elegantes, nestes tempos estranhos. Não andamos muito éticos,
nestes tempos loucos. Não que as coisas tenham sido muito melhores no tempo dos
gregos, quando na filosófica Atenas a mulher era pouco mais do que um animal sem alma,
era normal ter escravos e a guerra era o pão nosso. Ou na Idade Média, quando eu seria no
mínimo candidata à fogueira, não a da inveja, mas a concreta mesmo; nossos filhos teriam
morrido nas Cruzadas matando alguém no Oriente (nada de novo na face da Terra). (...)
Luft, Lya. O menino que me olha. Veja, São Paulo, Abril, 30 jun. 2004.
Coluna Ponto de Vista, p.20
O texto ―O menino que me olha‖ está escrito em qual pessoa do discurso? Em qual tempo
verbal?
142
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10. Resposta: e
143
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Em relação às formas verbais tem (I. 20) e mantém (I. 29), considere as seguintes
afirmações.
I - Ambas as formas verbais estão flexionadas no mesmo tempo, modo, número e pessoa.
II - A forma verbal tem está sendo empregada no texto como verbo auxiliar, enquanto a
forma verbal mantém está sendo empregada como verbo pleno.
Ill- As formas verbais tem e mantém apresentam, no texto, comportamento idêntico quanto
à predicação.
11. Resposta: c
144
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A sequência correta é
a) V – V – F.
b) F – F – V.
c) F – V – F.
d) V – F – F.
e) V – F – V.
12. Resposta: e
145
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13. Resposta: d
14. Resposta: c
147
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c) O verbo imaginar na sua forma "imagine" (linha 35) encontra-se conjugado na terceira
pessoa do singular, no tempo presente do modo imperativo.
d) O verbo sofrer na sua forma "sofrem" (linha 21) encontra-se conjugado na terceira
pessoa do singular, no tempo presente do modo indicativo.
e) O verbo passar na sua forma "passa" (linha 32) encontra-se conjugado na terceira
pessoa do singular, no tempo pretérito perfeito do modo indicativo.
15. Resposta: b
16. Resposta: c
Atenção: Nesta prova, considera-se uso correto da Língua Portuguesa o que está de acordo
com a norma padrão escrita.
150
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[...] A escola que realmente quiser implantar um currículo estruturado por competências
precisará exorcizar alguns velhos hábitos que inviabilizam tal proposta. O primeiro deles é o
hábito de apresentar o conteúdo na sua forma mais sistematizada. Esse hábito é difícil de
ser exorcizado porque alunos e professores concordam e usufruem de benefícios trazidos
por ele. Ao apresentar o conteúdo de forma organizada e sistematizada, com o argumento
de que o aluno ―entende melhor‖, o professor está ―poupando‖ o aluno de encarar e resolver
situações-problemas. O aluno, por sua vez, recebe de muito bom grado o conteúdo
―mastigadinho‖ e atribui todo o trabalho de compreensão do conteúdo à habilidade de
―explicar‖ do professor. Não é raro ouvirmos de alunos que ele não aprendeu porque o
professor não explicou direito.
17. Resposta: c
151
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Na oração ―Há provas consideráveis‖ (linhas 21 e 22), não há sujeito, razão por que o verbo
está conjugado na terceira pessoa do singular.
Certo
Errado
Estaria garantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal ―fazia‖ (linha 5)
estivesse flexionada no plural, em concordância com os dois núcleos do sujeito da oração,
ligados pela expressão ―aliada a‖ (linha 4).
Certo
Errado
153
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20. Resposta: c
[...] o bebê, Dexter Tyler, aparece segurando o DIU (dispositivo intrauterino) utilizado por
sua mãe – um método usado justamente para impedir uma gravidez. A mãe, a americana
Lucy Hellein, publicou a imagem no Facebook e rapidamente pessoas do mundo todo
compartilharam a foto de Dexter. De acordo com Lucy, o dispositivo foi encontrado atrás da
placenta, o que significa que Dexter não nasceu com o DIU na mão, como muitos
pensaram. Na publicação, Lucy fala que o dispositivo que usava (e que falhou) era o
Mirena, um tipo de DIU que libera hormônio – diferente do de cobre, por exemplo, que
funciona como uma barreira física.
Mas engravidar usando o DIU é comum? ―Não. O Mirena é ainda mais potente que a
pílula em termos de contracepção – e também é mais confiável que o DIU de cobre, pois o
hormônio liberado transforma o muco e impede que o espermatozoide chegue no útero.
Mas, claro, nenhum método está isento de falhas‖, afirma [...] a ginecologista Rita Dardes,
professora adjunta do departamento de ginecologia da Unifesp.
De acordo com Eduardo Zlotnik, ginecologista do Hospital Albert Einstein, os números
referentes à falha destes métodos contraceptivos são muito baixos. ―Em média, o de cobre
falha para 0,5 de cada 100 usuárias por ano, próximo a de pílulas. O de progesterona, como
o Mirena, falha para 0,1 de cada 100 mulheres – próximo à laqueadura‖.
Segundo Marianne Pinotti, ginecologista, obstetra e mastologista da Clínica Pinotti, é
possível que o DIU tenha se deslocado. ―O DIU precisa estar bem posicionado: encostado
dentro do fundo do útero, ocupando toda a cavidade endometrial, pois o efeito dele se dá a
partir disso. Se ele está deslocado, falha‖.
154
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Há alguns pontos em que o texto não obedece rigorosamente à norma padrão. A seguir
foram elencadas algumas possibilidades de ajustes para que a correção seja assegurada.
Avalie-as e, em seguida, assinale a alternativa que contenha análise correta sobre as
mesmas.
I. No trecho: ―Em média, o de cobre falha para 0,5 de cada 100 usuárias por ano, próximo a
de pílulas‖, deveria haver crase em ―próximo à de pílulas‖, pois o substantivo ―falha‖ está
subentendido.
II. Há uma vírgula sobrando em: ―‘A mulher que tem muito fluxo e cólica, pode optar por este
método‘, afirma Dardes‖, pois NÃO se separa sujeito de predicado.
III. ―Segundo o ginecologista Zlotnki, também não existem casos de malformação do bebê
decorrente do uso do dispositivo‖. Nesse trecho, há uma transgressão ortográfica, pois o
correto seria má- formação.
155
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IV. ―Segundo o ginecologista Zlotnki, também não existem casos de malformação do bebê
decorrente do uso do dispositivo‖. Nesse trecho, o verbo existir é impessoal, portanto, NÃO
deveria estar no plural.
A análise correta é:
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
b) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
c) Todas as assertivas estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
21. Resposta: a
22. Resposta: c
que fazemos da realidade e que prescinde de palavras. Mas tampouco se dá por imagens
ou outros símbolos dotados de um significante material. Tanto que cegos de nascença,
surdos-mudos e indivíduos privados da linguagem por alguma patologia são perfeitamente
capazes de pensar e compreender a realidade.
Também comprovam a existência dessa representação mental puramente abstrata,
situações como quando não recordamos uma palavra, mas mesmo assim sabemos o que
queremos dizer, ou quando alguém diz algo e, tempos depois, lembramos o que foi dito
mesmo tendo esquecido as palavras exatas. A ideia de que pensamos independentemente
da língua que falamos e mesmo de outros sistemas simbólicos (sons, gestos, desenhos,
esquemas) é bem antiga e tem inquietado muitos pensadores e cientistas ao longo do
tempo.
[...] Fazendo uma analogia, fatos do mundo real são interações entre objetos formados de
átomos ou de partículas ainda menores. Se o pensamento é a representação mental da
realidade exterior, então a mente seria povoada por ―objetos‖ (conceitos) compostos de
partículas mínimas hierarquicamente organizadas, os quais interagem por meio de relações
lógicas e abstratas. Isso explicaria por que substância, qualidade e ação são categorias
universais e por que classes como substantivo, adjetivo e verbo existem em todas as
línguas – ainda que, no plano da superfície discursiva, possam estar mascaradas em
algumas delas.
Paralelamente, os estudos de Noam Chomsky sobre a aquisição da linguagem e a
competência linguística demonstraram que, por mais pobres que sejam os estímulos vindos
do meio, toda criança aprende a falar muito cedo e é capaz de formular corretamente frases
que jamais ouviu antes.
[...] Chomsky postula que a aptidão linguística é inata e se dá por meio de módulos
cerebrais. É como se o cérebro fosse o hardware no qual já viesse de fábrica um sistema
operacional capaz de processar qualquer software linguístico (isto é, qualquer língua). A
esse sistema pré-instalado Chomsky chamou de Gramática Universal (GU). Assim, se o
cérebro é como um computador, a GU é a plataforma (como o Windows, por exemplo) na
qual roda o ―software‖ linguístico instalado (no nosso caso, algo como o programa
―português.exe‖). A fala é então o produto do processamento desse programa, como o
papel que sai da impressora.
Mas, se não pensamos só com palavras, a GU, sendo uma plataforma de processamento
linguístico, provavelmente ainda não é o sistema de base do pensamento: deve haver um
sistema ainda mais básico, que permite ―rodar‖ não só línguas mas todos os demais
códigos simbólicos já inventados ou por inventar.
[...] Eu mesmo venho realizando pesquisas sobre o assunto, algumas já publicadas. É
importante dizer que todas as teorias, apesar das diferenças, são tributárias de um mesmo
princípio, já intuído pelos gregos na Antiguidade. Como diria Mário Quintana, não há nada
que possamos pensar que algum grego já não tenha pensado.
Aldo Bizzocchi é doutor em Linguística pela USP, pós-doutor pela UERJ, pesquisador do
Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP e autor de
Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume) e Anatomia da Cultura (Palas Athena).
Releia: ―mesmo assim sabemos o que queremos dizer‖. O verbo ―querer‖ pode assumir
diferentes formas de acordo com o tempo em que estiver conjugado.
Assinale a única alternativa em que esse verbo tenha sido corretamente conjugado e
escrito.
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23. Resposta: a
24. Resposta: d
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(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-cerebral/
Acesso em: 07/02/17)
25. Resposta: b
26. Resposta: d
159
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E casos como o de ―adequa‖ (ou ―adéqua‖, ou ―adeqúa‖?), que não tem uma grafia oficial (o
dicionário Houaiss é um caso isolado) porque para os gramáticos essa palavra
simplesmente não existe? E o hífen, pomo central da discórdia ortográfica da nossa língua,
cujas normas de uso são tão herméticas quanto ilógicas? (Se antes não havia qualquer
sentido na grafia ―cartão-postal‖, agora temos de conviver também com ―conta-corrente‖).
Com respeito à gramática (ou com desrespeito, se quisermos fazer um trocadilho de mau
gosto), pululam os casos de regras incoerentes, que o falante, em sua ingenuidade, acaba
―corrigindo‖, muitas vezes sem ter consciência de que é um transgressor contumaz.
BIZZOCCHI, Aldo. Desobediência Civil. Revista Língua Portuguesa.
Editora Segmento. Ano 8, n.º 85, novembro de 2012. (adaptado)
Releia a frase extraída do texto ―Desobediência civil‖, do lexicologista Aldo Bizzocchi:
―E ortógrafos e gramáticos também erram, portanto também criam leis injustas – se não
contra os falantes, pelo menos contra a língua.‖
Modificando-se os dois verbos destacados na frase anterior, obteríamos o seguinte
resultado:
E ortógrafos e gramáticos também erramos, portanto também criamos leis injustas – se não
contra os falantes, pelo menos contra a língua.
Acerca da frase modificada, é CORRETO afirmar que:
a) Resulta em um enunciado inaceitável, de acordo com o padrão culto da língua escrita.
b) Enaltece sobremaneira o comportamento dos gramáticos em relação à língua.
c) Exemplifica um recurso estilístico de natureza exclusivamente semântica.
d) Exemplifica uma silepse de pessoa.
e) Constitui um exemplo de antítese.
27. Resposta: d
161
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28. Resposta: a
O retrato
(Ivan Angelo)
No trecho ―O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e
pôs-se a olhá- la.‖, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte palavra:
a) caderneta.
b) bolso.
c) fotografia.
d) homem.
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29. Resposta: d
163
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30. Resposta: d
O verbo que pode ser corretamente flexionado em uma forma do plural, sem que nenhuma
outra modificação seja feita na frase, está em:
a)... em que se acredita em prazeres instantâneos... (4° parágrafo)
b) Grande parte das pessoas não trabalharia... (4° parágrafo)
c)... o campo de ideais que a pessoa valoriza. (3° parágrafo)
d)... que não represente os valores... (3° parágrafo)
e)... não se referia às vontades impulsivas... (2° parágrafo)
31. Resposta: b
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Texto associado
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Quando confrontada a duas teorias – uma simples e outra complexa – para explicar um
problema, a maior parte das pessoas não hesita em favorecer a primeira, também
qualificada como elegante. ―Em muitos casos, porém, a complexa pode ser mais
interessante‖, lembra o filósofo Marco Zingano, da Universidade de São Paulo. Segundo
ele, a escolha é natural na cultura ocidental contemporânea porque o pensamento dessas
civilizações foi moldado por Aristóteles e Platão, os filósofos de maior destaque na Grécia
Antiga, para quem a metafísica da unidade tinha como paradigma a simplicidade.
Levado ao pé da letra, o resgate puramente historiográfico das contribuições da
Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhecimento atual. Mas, mesmo que oculta,
a influência de Aristóteles e de Platão está presente na forma como o pensamento governa
os hábitos intelectuais da civilização atual.
Um dos problemas que ocuparam Platão e Aristóteles foi a acrasia, que leva uma pessoa
a tomar uma atitude contrária à que sabe ser a correta. Se está claro, por exemplo, que
uma moderada dose diária de exercícios é suficiente para prevenir uma série de doenças
graves e trazer benefícios à saúde, por que alguém optaria por passar horas deitado no
sofá e se locomover apenas de carro? Para Sócrates, a resposta era simples: guiado pela
razão, o ser humano só deixa de fazer o que é melhor se lhe faltar o conhecimento.
Platão discordava, e resolveu o dilema dividindo a alma em três partes: um par de
cavalos alados conduzidos por um cocheiro que representa uma delas, a razão. Um dos
cavalos, arredio, só pode ser controlado a chicotadas e representa os apetites. O outro é a
porção irascível da alma. É o impulso, em geral obediente à razão, mas que pode levar a
decisões impetuosas em determinadas situações. ―O que determina as ações seriam fontes
distintas de motivação‖, observa Zingano. Platão pensou o conflito como interno à alma,
dando lugar à acrasia. Já Aristóteles dedicou um livro de sua Ética ao fenômeno.
Aristóteles e Platão tiveram um papel importante – e persistente – porque foram grandes
sistematizadores do conhecimento. Eles procuraram domar conceitos diversos do Universo,
do corpo e da mente, entender seu funcionamento e deixar registrado para uso futuro.
Resgatar esses textos, explica Zingano, é uma busca da compreensão de como a cultura
ocidental descreve o mundo e enxerga a si mesma ainda hoje.
Sem prejuízo da correção e sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, o verbo
flexionado no singular que também pode ser flexionado em uma forma do plural está em:
a)... o pensamento dessas civilizações foi moldado por Aristóteles Platão...
b) O que determina as ações seriam fontes distintas de motivação...
c) Em muitos casos, porém, a complexa pode ser mais interessante...
d)... um par de cavalos alados conduzidos por um cocheiro que representa uma delas, a
razão.
e)... a maior parte das pessoas não hesita em favorecer a primeira...
32. Resposta: e
165
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É uma pena a arte não ser um critério moral. Seria fácil se as pessoas que desprezamos
tivessem gostos estéticos opostos aos nossos. Mas, nada feito.
Os nazistas queimavam a ―arte degenerada‖, mas só da boca para fora. Na privacidade de
suas casas, eles penduraram milhares de obras ―degeneradas‖ que tinham pretensamente
destruído. Em Auschwitz, nas festinhas clandestinas só para SS, os nazistas pediam que a
banda dos presos tocasse suingue e jazz – oficialmente proibidos.
Para Sokurov, o museu dos museus é o Louvre. Para mim, sempre foi a Accademia, em
Veneza. A cada vez que volto para lá, desde a infância, medito na frente de três quadros,
um dos quais é ―A Tempestade‖, do Giorgione. Com o tempo, o maior enigma do quadro se
tornou, para mim, a paisagem de fundo, deserta e inquietante. Pintado em 1508, ―A
Tempestade‖ inaugura dois séculos que produziram mais beleza do que qualquer outro
período de nossa história. Mas aquele fundo, mais tétrico que uma aquarela de Hitler,
lembra-me que os dois séculos da beleza também foram um triunfo de guerra, peste e
morte – Europa afora.
É isto mesmo: infelizmente, a arte não salva.
Texto adaptado de:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2016/08/1806530-a-beleza-e-a-arte-
nao-constituem-nenhuma-garantia-moral.shtml
Assinale a alternativa correta acerca dos excertos retirados do texto e comentados a seguir.
a) Em relação ao trecho ―Sentado no escuro do cinema, penso que nós não somos o navio,
somos os contêineres que ele carrega [...]‖, os verbos destacados estão conjugados na
primeira pessoa do plural e são complementados por objetos diretos, respectivamente, o
navio e os contêineres.
b) Em relação ao trecho ―Os nazistas queimavam a ‗arte degenerada‘, mas só da boca para
fora.‖ o verbo destacado está no plural, pois concorda com um sujeito composto e o mas
trata-se de uma conjunção adversativa.
c) Em relação ao trecho ―Para Sokurov, o museu dos museus é o Louvre. Para mim,
sempre foi a Accademia, em Veneza.‖, ambos os termos destacados tratam-se de
conjunções que introduzem uma noção de finalidade.
d) Em relação ao trecho ―[...] há, nelas, uma espécie de pressentimento trágico de que o
mundo se dirigia para um banho de sangue.‖, o verbo destacado não possui sujeito e nelas
tratase de uma contração entre a preposição em e o pronome pessoal elas e indica uma
noção de posição.
e) Em relação ao trecho ―Pintado em 1508, ‗A Tempestade‘ inaugura dois séculos que
produziram mais beleza do que qualquer outro período de nossa história.‖, o verbo
destacado deveria estar conjugado no plural para concordar com a expressão ―dois
séculos‖, fato que pode ser comprovado pela transformação para a voz passiva, assim,
―dois séculos são inaugurados por ‗A Tempestade‘‖.
33. Resposta: d
167
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Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana
pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias, deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o
dobro do tempo.
Todos os dias, deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que
é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame,
nem vai perceber.
Todos os dias, deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um
pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer,
serão cerca de cinco horas do dia… E não se esqueça de escovar os dentes depois de
comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis
refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua
e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som,
porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco
comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque
todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze
minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas
diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as
informações.
[...]
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você
não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia. A única solução que me ocorre é fazer várias dessas
coisas ao mesmo tempo!
Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os
dentes.
Chame os amigos junto com os seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher… na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5
minutos, uma colherada de leite de magnésio.
[...].
168
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34. Resposta: a
169
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35. Resposta: c
170
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36. Resposta: c
171
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A intenção de unificar a língua portuguesa entre os países em que ela é o idioma oficial
é antiga. Em 1931, foi realizado o primeiro acordo ortográfico luso-brasileiro, mas ele
acabou não sendo efetivado na prática. Em 1945, a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira
foi adotada em Portugal, mas não no Brasil.
Anos depois, em 1986, os sete países de língua portuguesa (Timor-Leste não pôde ser
incluído na lista, pois se tornaria independente apenas em 2002) consolidaram as Bases
Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 1945, que não chegaram a
ser implementadas.
Em 1990, os países de língua portuguesa se comprometeram a unificar a grafia da
língua, segundo a proposta apresentada pela Academia de Ciências de Lisboa e pela
Academia Brasileira de Letras. Mesmo assim, o acordo ainda não podia entrar em vigor.
Foram necessários mais 16 anos para que fossem alcançadas as três adesões
necessárias para que o acordo fosse cumprido. Em 2006, São Tomé e Príncipe e Cabo
Verde se uniram ao Brasil e ratificaram o novo acordo. Entretanto, Portugal ainda
apresentava uma grande relutância às mudanças. Apenas em maio de 2008 o Parlamento
português ratificou o acordo para unificar a ortografia em todas as nações de língua
portuguesa.
37. Resposta: c
172
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Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo
item.
Em ―A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses
grupos socioeconômicos‖ (l. 17 e 18), a forma verbal ―chegam‖ poderia ser corretamente
flexionada no singular. Nesse caso, o pronome ―que‖ retomaria o núcleo do sujeito da
oração principal.
Certo
Errado
173
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INSTRUÇÃO: A questão, a seguir, deve ser respondida com base no texto 2. Leia-o
atentamente, antes de responder a questão.
TEXTO 2
[1º§]Os cliques da internet tornaram-se os remos das antigas galés. Remem remem
remem. Cliquem cliquem cliquem para não ficar para trás e morrer. Mas o presente, nessa
velocidade, é um pretérito contínuo. Se a internet parece ter encolhido o mundo, e milhares
de quilômetros podem ser reduzidos a um clique, como dizem o clichê e alguns anúncios
publicitários, nosso mundo interno ficou a oceanos de nós. Conectados ao planeta inteiro,
estamos desconectados do eu e também do outro. Incapazes da alteridade, o outro se
tornou alguém a ser destruído, bloqueado ou mesmo deletado. Falamos muito, mas
sozinhos. Escassas são as conversas, a rede tornou-se, em parte, um interminável discurso
autorreferente, um delírio narcisista. E narciso é um eu sem eu. Porque para existir eu é
preciso o outro.
[2º§]Há tanta informação disponível, mas talvez estejamos nos imbecilizando. Porque nos
falta contemplação, nos falta o vazio que impele à criação, nos faltam silêncios. Nos falta
até o tédio. Sem experiência não há conhecimento. E talvez uma parcela do ativismo seja
uma ilusão de ativismo, porque sem o outro. Talvez parte do que acreditamos ser ativismo
seja, ao contrário, passividade. Um novo tipo de passividade, cheia de gritos, de certezas e
de pontos de exclamação. Os espasmos tornaram-se a rotina e, ao se viver aos espasmos,
um espasmo anula o outro espasmo que anula o outro espasmo. Quando tudo é grito não
há mais grito. Quando tudo é urgência nada é urgência. Ao final do dia que não acaba, resta
a ilusão de ter lutado todas as lutas, intervindo em todos os processos, protestado contra
todas as injustiças. Os espasmos esgotam, exaurem, consomem. Mas não movem.
Apaziguam, mas não movem. Entorpecem, mas será que movem? [...]
[3º§]A técnica da multitarefa não é uma conquista civilizatória atingida pelo humano deste
tempo histórico. Ao contrário, está amplamente disseminada entre os animais em estado
selvagem: ―Um animal ocupado no exercício da mastigação da sua comida tem de ocupar-
se, ao mesmo tempo, também com outras atividades. Deve cuidar para que, ao comer, ele
próprio não acabe comido. Ao mesmo tempo ele tem que vigiar sua prole e manter o olho
em seu/sua parceiro/a. Na vida selvagem, o animal está obrigado a dividir sua atenção em
diversas atividades. Por isso, não é capaz de aprofundamento contemplativo – nem no
comer nem no copular. O animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem
diante de si, pois tem de elaborar, ao mesmo tempo, o que tem atrás de si‖.
[4º§]A contemplação é civilizatória. E o tédio é criativo. Mas ambos foram eliminados pelo
preenchimento ininterrupto do tempo humano por tarefas e estímulos simultâneos. Você
executa uma tarefa e atende ao celular, responde a um WhatsApp enquanto cozinha, come
assistindo à Netflix e xingando alguém no Facebook, pergunta como foi a escola do filho
checando o Twitter, dirige o carro postando uma foto no Instagram, faz um trabalho
enquanto manda um email sobre outro e assim por diante. Duas, três... várias tarefas ao
mesmo tempo. Como se isso fosse um ganho – e não uma perda monumental, uma
involução.
[5º§]Voltamos ao modo selvagem. Nietzsche (1844-1900), ainda na sua época, já
chamava a atenção para o fato de que a vida humana finda numa hiperatividade mortal se
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dela for expulso todo elemento contemplativo: ―Por falta de repouso, nossa civilização
caminha para uma nova barbárie‖.
39. Resposta: c
A primeira vez que vi esse termo foi por meio de um jeca superjóia: Juraildes da Cruz.
Tocantino de Aurora, radicado em Goiânia, Goiás e um dos maiores compositores
contemporâneos brasileiros. Não seria pra menos! Afinal, foi ele quem criou o hit que
Genésio Tocantins espalhou pelo Brasil por meio do Domingão do Faustão, na TV Globo,
em 1999. ―Nóis é jeca, mas é joia‖, aquele da farinhada, feita da mandioca, da macaxeira ou
do aipim, a depender da região brasileira. Sacada de mestre, de quem está sempre
antenado ao mundo e aos seus. Juraíldes da Cruz em sua letra, visionária – como tudo o
que os gênios, as antenas da raça fazem – já arrepiava: ―Tiro o bicho de pé com canivete,
mas já tô na internet‖. E isso quando a www ainda engatinhava.
Mas com esse achado que agora evoco aqui, o artista quer mesmo é alertar para o mau
uso das tecnologias, sobre coisas que o homem cria, mas que geralmente acaba escravo
delas. Solidão interativa foi cunhado pelo sociólogo francês Dominique Wolton. Em sua
tese, o autor alerta quanto ao cuidado para com o uso da internet, principalmente das redes
sociais, chamando a atenção para um detalhe vital no avanço das tecnologias de
comunicação: não importam formas e meios de expressão, a comunicação humana não foi,
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não é e nunca será algo tão simples, sempre vai conter grandeza e dificuldade. Wolton
justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pessoas e grupos
que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de comunicação
de coesão entre pessoas e grupos diferentes. E que por isso, a internet não é uma mídia,
mas um sistema de comunicação comunitário. Ele prova isso afirmando que podemos
passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter uma verdadeira relação humana
com quer que seja.
A solidão interativa grassa nas redes sociais, especialmente no facebook. São fotos e
fotos postadas – a maioria – forjando uma felicidade quando, na verdade, é tudo fake. As
mais usuais são aquelas em que o autor se autofotografa – as famosas selfies – e sai
espalhando-as de um dia para o outro, quando não, de uma hora para outra.
Tem as gastronômicas. Aquelas em que o autor antes de comer um prato ou uma
iguaria especial, fotografa e já a lança na rede como a dizer que está podendo. Mas aquela
comidinha do dia a dia, a da vida real, ele jamais vai postar. Ovo frito? Nem pensar! E
aquelas dos momentos felizes? Sim, tem gente que acha que os seus instantes de lazer e
diversão têm que, obrigatoriamente, ser vistos por todos. E lá vai um post ao lado do
namorado ou namorada, dos amigos, geralmente com ares de forçação de barra. Porque a
gaiola do tempo, forjada por nós mesmos, só pode ser aberta pela chave da felicidade
plena.
E tem aquela que é emblemática: a mensagem em que o internauta revela o status do
seu sentimento. Mas o ápice da solidão interativa está naquela figura que posta alguma
coisa e ela mesma vai lá e a curte. De dar dó, não? Temos milhares de ‗amigos‘ nessa
cornucópia virtual. Nessa Caixa de Pandora do Século XXI, eis-nos diante de uma
incoerente quimera: o autoengano. [...]
O autoengano é peça-chave para a nossa sobrevivência. Mentimos – a partir dos dois
meses de idade – não só para os outros, mas, principalmente, para nós mesmos. Mesmo
protegidos na redoma da interatividade, continuamos sós, ali, onde apenas a solidão nos
alcança. Enquanto teclamos a torto e a direito, sugerindo que estamos sempre ON, a vida
verdadeira continua OFF. E nunca nos damos conta de que, no fim, toda a solidão que nos
rodeia, essa sim, é real. Porque bytes, bits e pixels não transmitem calor. E o verbo sem o
hálito quente é apenas palavra morta.
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40. Resposta: a
41. Resposta: b
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo
todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova
para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos
pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de
―bruxa‖.
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela
tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos
entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos
preparando venenos num grande caldeirão. Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta
e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha
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saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando
"bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós
não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que
seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por
esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era
o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço
nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram
presos na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No
momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se
abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo.
Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor
terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não
consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão,
aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher
sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna,
e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma
habilidade surpreendente.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer
isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano,
improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui
até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em
poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E
tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito
boa que se chamava Ana Custódio.
(SCLIAR, Moacyr. In: revista Nova Escola, seção Era uma vez. São Paulo: Abril, agosto de
2004).
―Ninguém poderia me ajudar‖. O verbo em negrito está no singular porque, segundo as
regras da concordância verbal:
a) O verbo fica no singular quando concorda com o pronome indefinido ―ninguém‖.
b) O verbo fica no singular quando concorda com o pronome de tratamento ―ninguém‖
c) O verbo aceita ou plural ou singular quando concorda com o pronome indefinido
―ninguém‖.
d) Nenhuma das alternativas.
42. Resposta: a
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a) Haveria.
b) Houvera.
c) Havia.
d) Nenhuma das alternativas.
43. Resposta: b
Depois de duas décadas ao redor de Saturno, a missão Cassini, da Nasa, começa nesta
quarta-feira uma série de mergulhos nos anéis do planeta, que encerrará a jornada da
sonda que trouxe incríveis descobertas sobre o gigante gasoso. Até 2017, Cassini utilizará o
que resta de seu combustível para orbitar ao redor dos polos do planeta e explorar as
regiões ainda desconhecidas dos anéis. Com essa experiência, os astrônomos da agência
espacial americana esperam captar ainda mais informações sobre Saturno, antes que a
sonda realize uma colisão final no planeta, em 15 de setembro, e encerre a missão.
Lançada em 1997 com o objetivo de buscar informações sobre Saturno, seus anéis e
campo magnético, a missão Cassini chegou ao planeta em 2004 e, desde então, registrou
mais de 300.000 imagens. Seus instrumentos revelaram as sete luas de Saturno,
mostraram grandes tempestades no planeta e trouxeram evidências para a existência de
lagos de metano em Titã, uma das luas de Saturno, e de um oceano (e talvez, vida), na lua
Enceladus.
Para o que a Nasa está chamando de ―Grand finale‖, a sonda vai realizar diversos rasantes
entre os anéis e os polos e, em seguida, a partir de abril de 2017, nos anéis mais internos
do planeta. Essa será a observação mais próxima e detalhada dessa região e pretende
sondar a composição dos anéis, que podem revelar como se formaram e qual sua idade. As
manobras também devem oferecer mais informações sobre as menores luas de Saturno,
como Atlas e Pandora. Pouco antes de colidir com o planeta e encerrar a missão, Cassini
será a sonda que mais chegou perto de Saturno – estará a 1.628 quilômetros das nuvens
que o formam o gigante gasoso. A pequena distância dará a oportunidade de estudar os
campos gravitacional e magnético.
Segundo a Nasa, a decisão de encerrar a missão dessa forma aconteceu para evitar o
impacto e a contaminação em algumas das luas que podem abrigar vida.
Enceladus e Titã ganharam as primeiras páginas do noticiário na última década porque
Cassini revelou o potencial de que essas luas sejam habitáveis – ou pré- bióticas. Para
evitar a improvável possibilidade de que Cassini colida, algum dia, com essas luas e as
contamine com algum micróbio terrestre que sobreviveu na sonda, a Nasa escolheu fazer o
descarte seguro da espaçonave em Saturno‖, afirma a Nasa no site da missão.
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44. Resposta: a
Considerando o documento hipotético XXXX n.º 01/2016/MRT, julgue o próximo item com
base nas NPD/UnB.
O emprego da forma verbal ―deverás‖, no último parágrafo, está correto, uma vez que o
termo com o qual concorda — ―Vossa Senhoria‖ — corresponde à segunda pessoa do
singular.
Certo
Errado
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte, escrito pelo filósofo francês Voltaire em
1777:
Do justo e do injusto
Quem nos deu o sentimento do justo e do injusto? Foi Deus, que nos deu um cérebro e
um coração. Mas em que momento nossa razão nos ensina que há vício e virtude? Quando
nos ensina que dois e dois são quatro. Não há conhecimento inato, pela mesma razão por
que não há árvore que contenha folhas e frutos ao sair da terra. Nada é aquilo que chamam
inato, ou seja, desenvolvido ao nascer; Deus nos faz nascer com órgãos que, crescendo,
nos permitem sentir tudo o que nossa espécie deve sentir para a sua própria conservação.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para integrar
corretamente a frase:
a) Não (haver) de ocorrer tantas injustiças, não precisaríamos definir com exatidão o que é
justo.
b) A cada um (caber) as punições devidas pelos males que haja praticado.
c) Não se (imputar) ao caráter dele os deslizes que lhe sejam inatos.
d) A todos aqueles a quem (poder) servir meu exemplo, ofereço-o de bom grado.
e) Não (dever) agradar a ela, creio eu, as conclusões a que cheguei.
46. Resposta: d
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47. Resposta: d
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Considere o período:
48. Resposta: d
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Em: ―92% dos internautas usam o e-mail‖, a concordância foi feita corretamente. Assinale a
opção em que o verbo destacado também foi corretamente empregado no plural.
a) DEVEM fazer uma década que o e-mail surgiu
b) EXISTEM problemas de linguagem que inviabilizam a compreensão.
c) DEVEM haver muitos erros nesse trecho.
d) HAVIAM muitos erros no e-mail.
e) FAZIAM anos que eu não escrevia tanto
49. Resposta: b
A primeira servidora pública do país foi Joana França Stockmeyer, que trabalhou na
Imprensa Nacional, de 1892 até sua aposentadoria, em 1944. Em 1934, a Assembleia
Constituinte garantiu o princípio da igualdade entre os sexos, a regulamentação do trabalho
feminino, a equiparação salarial e o direito ao voto. De lá para cá, muita coisa mudou para
melhor. No serviço público, elas já representam 55% do funcionalismo (federal, estadual e
municipal), enquanto na iniciativa privada são 50%, de acordo com Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
O percentual de mulheres no serviço público é maior porque o sentimento geral é de que
as condições no acesso são similares, por meio de seleção democrática e imparcial. O
esforço delas pela estabilidade, segundo especialistas, aponta que o desejo do público
feminino vai além de consolidação de uma carreira, passa pelo sucesso pessoal e pela
segurança da família. Como servidoras da administração federal, desfrutam de algumas
vantagens ainda não incorporadas pelo setor privado. As contratadas em órgãos regidos
pelo Estatuto do Servidor __1__, por exemplo, 180 dias de licença-adotante, concedida
__2__ que adotaram crianças.
Esses avanços, no entanto, não impedem que as funcionárias federais, na prática,
padeçam da mesma situação que as trabalhadoras privadas no que diz respeito __3__
diferença de gênero: continuam com remuneração inferior a dos homens e em cargos
menos relevantes, embora ostentem grau superior de escolarização. Dados de um estudo
da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) mostram que elas ainda são minoria
na elite do serviço público. No Poder Executivo, representam 46% do total. No Judiciário,
9%. E no Legislativo, 2%, apenas.
Um corte do estudo sobre escolaridade aponta que elas são tão ou mais preparadas do
que os homens para o mercado de trabalho. No Executivo, 48% das servidoras têm nível
superior completo, enquanto que o percentual masculino formado fica em 43%. As com pós-
graduação chegam a 5% ante 4% dos servidores; as com mestrado, 8% contra 7%. Quando
assunto é doutorado, os percentuais se assemelham: 11% das funcionárias possuem a
extensão ante 12% dos homens. Nos níveis que exigem menor conhecimento, a
participação do sexo feminino é menor do que a do masculino: 4% têm ensino fundamental
contra 8% dos homens; e 24% concluíram o ensino médio ante 26%.
Em relação __4__ remuneração no setor público, o percentual de mulheres em cargos
com salários menores é equivalente a dos homens, mas cai no topo de carreira. Ambos os
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sexos têm participação de 3% na faixa entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. 9% das mulheres ocupam
vagas de R$ 2 mil a R$ 3 mil, contra 8% dos homens. Elas estão em maior número, 21%
ante 17%, quando a remuneração fica entre R$ 3 mil e R$ 4,5 mil. Tem participação igual
na faixa entre R$ 6,5 mil e R$ 8,5 mil, de 12%. Porém, na medida em que os ganhos
mensais avançam, a situação vai se invertendo: de R$ 10,5 mil a R$ 12,5 mil, elas são 5% e
eles, 6%. No topo, com R$ 12,5 mil ou mais, a participação delas é de 12% e a deles, de
17%.
Uma das explicações possíveis para essa realidade, segundo analistas, pode ser o fato
de que __5__ mulheres, no serviço público, assumem menos cargos de chefia. No
Executivo, do total de cargos de direção e assessoramento superior (DAS), 59% estão com
os homens, e 41%, com as mulheres. Segundo Pedro Palotti, técnico da Enap, o
recrutamento já aponta os limites. ―A maioria das mulheres não escolhe formação em
ciências exatas, por exemplo, onde estão as funções com salários maiores na
administração federal‖, salientou.
Fonte:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2016/10/28/internas_economia,5
55122/mesmo-como-maioria-noservico-publico-mulheres-ainda-tem-cargos-infer.shtml
Acesso em: 28/10/2016
Indique a opção que completa, com correção gramatical, os espaços do trecho abaixo:
a) tem, aquelas, a, a, às.
b) têm, aquelas, à, a, as.
c) tem, àquelas, a, à, às.
d) têm, àquelas, à, à, as.
e) têm, àquelas, a, à, às.
50. Resposta: d
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
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Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
[...]
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
51. Resposta: a
52. Resposta: d
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— O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.
— O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado
por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
— Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de
sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
— O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem.
— Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante
dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas.
— O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver
— O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoiévisk .
— Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um
desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o
aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco.
Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um
técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria
caríssimo: mais valia comprar outro.
— Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto
estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
— O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.
— Aviso: não confundir bobos com burros.
— Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. E uma das
tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: ―Até tu, Brutus?"
— Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
— Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
_ Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
— O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos
— Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é dificilão, é difícil. Por isso é que os
espertos não conseguem passar por bobos.
— Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.
— Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se
importam que saibam que eles sabem.
— Piá lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro,
com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem por
não nascer em Minas!
— Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.
— E quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. E que só o bobo é
capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo. (Clarice Lispector. A descoberta do
mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.)
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―O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.‖ A
assertiva que apresenta análise correta em relação ao parágrafo transcrito é:
a) Há três adjetivos em função predicativa.
b) Fazer foi usado como verbo impessoal.
c) O verbo haver está na terceira pessoa do singular porque é impessoal.
d) A forma verbal fazem concorda com o pronome relativo que .
e) A oração que se fazem passar por bobos deveria estar precedida de vírgula porque
explica o termo espertos .
53. Resposta: c
− Fico admirado como é que você, morando nesta cidade, consegue escrever toda
(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana! Rio de Janeiro: Editora do Autor,
1960, p. 179/180)
Tome tenência, velho Braga. Deixe a nuvem, olhe para o chão (...)
54. Resposta: a
190
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Texto associado
Texto para responder à questão.
Mas, por outro lado, é na maneira como o delito FOI PRATICADO que SE ENCONTRAM
características 100% seguras da mente de quem o praticou, A EVIDENCIAR fatos, tal qual
a imagem fotográfica REVELA-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento em
que FOI REGISTRADA.
Feitos eventuais ajustes indispensáveis, a substituição da forma verbal (em destaque) que
altera fundamentalmente o sentido do enunciado está registrada em:
a) foi registrada / se registrou.
b) se encontram / são encontradas.
c) a evidenciar / evidenciando.
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55. Resposta: d
Uma fila de adolescentes de cabeça baixa e mãos para trás serpenteia pelo pátio de uma
unidade de internação para menores infratores. Um......um, meninos de 16.....19 anos, em
sua maioria, repetem ―licença, senhora‖ com voz de quem antecipa uma bronca. E passam
ao refeitório. Pelas regras locais de boa conduta, não é permitido olhar fixo nos olhos de
funcionários ou visitantes. Mas Nelson busca de canto a mirada da jornalista: ―Vou esperar
o livro da senhora‖, ele cobra, resgatando uma promessa feita minutos antes.
O dia é frio e cinza, assim como as instalações desta unidade da Fundação Casa
(localizada na zona norte de São Paulo), dedicada à ressocialização de jovens reincidentes
no crime. Esses adolescentes, objeto de uma importante discussão sobre a redução da
maioridade penal no Brasil, estão proibidos de olhar na cara das pessoas, mas encará-los
tampouco é fácil. Quase todos furtaram, roubaram ou se envolveram com o tráfico. Menos
de 1% cometeu homicídios qualificados. Têm de aprender a respeitar a autoridade de
agentes de segurança, professores, psicólogos e agentes sociais. Terminar a escola (.....
qual muitos não tiveram acesso em liberdade), raspar seus cabelos e vestir o mesmo
conjunto azul de calça e moletom. Ainda que os esforços institucionais sejam legítimos e
variados para dar.... esses jovens a rotina de uma escola de bairro, eles estão encarcerados
e, ao contrário de quem está fora, não se esquecem disso.
Nelson [nome fictício], de 19 anos, está na terceira internação (em seu último período,
ingressou com menos de 18 anos). Debutou na Fundação aos 14 anos por tráfico de drogas
e pelo mesmo motivo retornou a ela outras duas vezes. No ―mundão‖ (tudo o que não
corresponde.....área entremuros que ele habita), trabalhava com o pai, como pintor. ―Mas aí
comecei a me envolver com o crime. Chegou uma hora em que a pessoa quer ganhar mais
do que ganhava. Aí optei pela vida mais fácil‖, relata. Foi internado que ele concluiu os
estudos e pegou o gosto pela leitura. Acaba de ler uma das tramas de Nicholas Sparks,
autor norte-americano de best sellers açucarados, como Diário de uma paixão e Uma longa
jornada, e cujo nome ele pronuncia à perfeição.
O discurso dos adolescentes sobre a maioridade penal vem pronto, superficial, como
criança que repete algo que escutou – das famílias, dos funcionários e até dos noticiários
que em teoria estão proibidos de assistir. Mas demonstra que de presídio tradicional eles
entendem. ―O Governo vai gastar mais dinheiro com cadeia. Falam que lá dentro não é fácil,
que aqui sim é uma escolinha. Lá dão comida estragada e, se a família não ajudar, a
pessoa passa fome‖, diz Nelson.
Breno, de 19 anos, em sua terceira passagem pelo sistema socioeducativo por roubo de
carros, agarra o exemplo mais próximo para emplacar uma defesa pessoal. ―A senhora tem
um filho, tipo eu, e ele vai começar agora… Vai pra cadeia e começa a falar na gíria,
interagir com ladrão mais avançado. Querendo ou não, ele vai se atualizar. Passar de carro
nacional a importado e por aí em diante‖. Não que ele comemore estar ali e não em um
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presídio comum. Breno conclui: ―De qualquer jeito, estou preso, né? É fundo do poço, e eu
estou embaixo‖.
Disponível em:http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/24/politica/1435121422_140735.html
Acesso em 20/julho/2016.
56. Resposta: d
193
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Releia o trecho: .
..faça pausas (...) e crie um ambiente de trabalho (...) de forma a evitar o estresse... (l.12-
13)
A conjugação dos verbos destacados está corretamente classificada em:
a) Ambos estão na 3ª pessoa do singular do Imperativo Afirmativo.
b) Ambos estão na 2ª pessoa do singular do Imperativo Afirmativo.
c) O verbo Fazer está na 1ª pessoa do singular do Presente do Subjuntivo.
d) O verbo Criar está na 2ª pessoa do singular do Presente do Subjuntivo.
57. Resposta: a
58. Resposta: c
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II. Com o sentido em que está sendo empregado, o verbo haver não admite flexão de
número.
59. Resposta: b
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Indique se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F) de acordo com o Texto 3
e com a norma padrão escrita.
( ) A palavra ―recém-nascido‖ é um advérbio.
( ) O texto é formado a partir de linguagem verbal e não verbal.
( ) O vocábulo ―recebeu‖ indica que o verbo está flexionado na segunda pessoa do singular,
no pretérito perfeito do indicativo.
( ) A expressão ―na vida‖ exerce a função de complemento indireto do verbo receber.
( ) O emprego do termo ―notícia‖ pode se referir a mais de um contexto.
60. Resposta: a
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61. Resposta: d
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( ) Nas duas ocorrências, a expressão ―a primavera‖ requer que o verbo seja flexionado na
terceira pessoa do singular.
( ) O acento indicativo de crase no segundo quadrinho é um indício de que a expressão ―a
primavera‖ não pode exercer a função sintática de sujeito do verbo chegar.
( ) O sujeito de chegar pode suceder o verbo na sentença, como no primeiro quadrinho, por
esse sujeito não corresponder à definição de ser que pratica uma ação.
( ) O verbo chegar tem sujeitos diferentes no primeiro e no segundo quadrinhos.
62. Resposta: c
A origem etimológica da palavra ―pesadelo‖ diz muito sobre o sentimento que temos ao
despertar de um sonho apavorante. Em português, é derivada da palavra ―pesado‖, ou seja,
remete àquela sensação de peso sobre o peito que só um pesadelo dos bons pode causar.
Em inglês, a origem da palavra é ainda mais interessante: é uma conjunção de ―night‖
(noite) e ―mare‖, que faz referência a espíritos malignos que, para os antigos, possuíam as
pessoas durante o sono. Por muito tempo, foi assim que a ciência encarou os pesadelos:
como algo negativo, assombroso e estranho criado pelo cérebro. Mas estudos recentes vêm
mostrando que é hora de repensar o papel dos pesadelos na nossa sociedade.
Em um estudo recente publicado na New Scientist, a pesquisadora Michelle Carr, que
estuda sonhos na Universidade de Montreal, explica que existem duas teorias dominantes
para o surgimento dos pesadelos. Uma é que eles são uma reação a experiências
negativas que acontecem enquanto estamos acordados. A outra é a ―teoria de simulação de
risco‖, a ideia de que usamos os pesadelos para ―treinar‖ adversidades, de forma que
estejamos mais preparados quando coisas ruins realmente acontecerem. Seja como for, os
pesadelos trazem realmente alguns benefícios reais. Um estudo de 2013, por exemplo,
descobriu que pessoas que sofrem com pesadelos de forma recorrente são, em geral, mais
empáticas. Elas também demonstraram mais tendência a bocejar quando outra pessoa
boceja na frente delas, o que é um indicador de empatia.
Além disso, Carr descobriu que pessoas que têm pesadelos constantes costumam
pensar mais ―fora da caixa‖ em tarefas de associação de palavras. Essa é mais uma
pesquisa que relaciona sonhos ruins à criatividade; durante os anos 80, o pesquisador do
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sono Ernest Hartmann, que trabalhou como psiquiatra em uma universidade de medicina
em Boston, descobriu que pessoas que buscavam ajuda para ter noites mais tranquilas não
eram necessariamente mais assustadiças ou ansiosas, mas tinham maior sensibilidade
emocional em geral. Segundo o Science of Us, ele concluiu que sensibilidade é a força
motriz por trás de sonhos intensos. Uma sensibilidade mais alta a ameaças ou medo
durante o dia pode resultar em sonhos ruins, enquanto paixão e empolgação causarão
sonhos mais felizes. E ambos os casos acabam criando impacto na vida real, seja
aumentando níveis de estresse após um pesadelo ou criando laços sociais mais fortes após
um sonho positivo com alguém que você conhece.
Mas os efeitos vão além. O estudo de Hartmann aponta que a sensibilidade influencia
percepções e pensamentos acordados. Pessoas que têm muitos pesadelos passam a ter
pensamentos mais parecidos com sonhos, fazendo conexões inesperadas. É aí que entra a
criatividade: estudos anteriores mostram que essas pessoas têm mais aptidão para a
criatividade e a expressão artística. Para comprovar isso, Carr realizou o teste com uma
série de voluntários, entre eles uma pintora e um músico. Batata: ambos tiraram notas altas
no teste de criatividade e, curiosamente, revelaram que sonham constantemente. Para Carr,
―a riqueza da imaginação não fica confinada ao sono, mas permeia o pensamento e os
sonhos acordados‖.
Outra conclusão de Carr é que pessoas que têm mais pesadelos acabam tendo mais
sonhos positivos que a média geral. Seria uma compensação do cérebro? Só mais
pesquisa dirá.
Assinale a alternativa correta a respeito dos verbos destacados em ―[...] a ideia de que
usamos os pesadelos para ‗treinar‘ adversidades, de forma que estejamos mais preparados
quando coisas ruins realmente acontecerem.‖.
a) O verbo ―usamos‖ pertence à primeira conjugação, está no presente do indicativo e na
primeira pessoa do plural. O verbo ―treinar‖, por sua vez, está no infinitivo e pertence à
segunda conjugação.
b) O verbo ―estejamos‖ pertence à primeira conjugação, está no presente do subjuntivo e na
primeira pessoa do plural. O verbo ―acontecerem‖, por sua vez, pertence à segunda
conjugação, está no presente do subjuntivo e na primeira pessoa do plural.
c) O verbo ―estejamos‖ pertence à segunda conjugação, está no presente do subjuntivo e
na primeira pessoa do plural. O verbo ―treinar‖, por sua vez, está no infinitivo e pertence à
primeira conjugação.
d) O verbo ―usamos‖ pertence à primeira conjugação, está no presente do indicativo e na
primeira pessoa do plural. O verbo ―estejamos‖, por sua vez, pertence à primeira
conjugação, está no presente do subjuntivo e na primeira pessoa do plural.
e) O verbo ―treinar‖ está no infinitivo e pertence à primeira conjugação. O verbo
―acontecerem‖, por sua vez, pertence à segunda conjugação, está no presente do
subjuntivo e na primeira pessoa do plural.
63. Resposta: d
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O futuro do trabalho
Quando se observam carreiras e profissões, tem-se a sensação de que tudo que era
sólido agora se desmancha no ar. O mago, ou vilão transformador, costuma ser a
tecnologia, força capaz de abalar indústrias e desestruturar trajetórias.
O impacto é especialmente visível nas carreiras das indústrias criativas e da mídia. Nos
últimos 20 anos, as indústrias musicais, as editoras de livros, as revistas e os jornais foram
impactados pelas novas tecnologias da informação e de comunicação. Mudaram as formas
de produzir e de trabalhar. Para melhor ou para pior? Há controvérsias.
Os arautos do fim do mundo denunciam a precariedade galopante das novas relações de
trabalho. Os profetas do admirável mundo novo advogam que as novas tecnologias
turbinam a criatividade e escancaram as portas do mercado para as mentes mais brilhantes.
Steve Johnson é um escritor norte-americano dedicado a temas relacionados à ciência,
tecnologia e inovação. Situa sua pena no último grupo. Em um longo texto publicado no
jornal The New York Times, em agosto de 2015, Johnson escreve sobre a emergência da
economia digital e suas consequências sobre a cultura, as indústrias criativas e seus
profissionais.
Argumenta que o apocalipse anunciado algumas décadas atrás não se materializou.
Muitas empresas e empregos desapareceram, mas, segundo ele, a produção cultural está
em alta e os profissionais do campo têm, hoje, mais oportunidades de trabalho do que
antes.
Nas indústrias musicais, a tecnologia barateou a produção e transformou a distribuição.
As gravadoras e as lojas de discos deixaram o palco. Empregos foram perdidos, mas não
necessariamente aqueles dos artistas. Os músicos deixaram de ganhar dinheiro com discos
e voltaram seu foco para as apresentações ao vivo.
A queda de renda de uma atividade foi compensada pelo aumento de renda na outra.
Além disso, a redução dos custos de produção e distribuição permitiu aos músicos gravar e
disponibilizar suas obras com facilidade e baixo preço.
A história da indústria editorial apresenta similaridades com a das indústrias musicais. A
venda de livros impressos continuou a aumentar, mesmo depois da introdução dos e-books.
Além disso, os livros impressos seguem sustentando uma fatia substancial do mercado.
Novos autores e obras surgem todos os dias.
Para os artistas, o novo mundo do trabalho traz oportunidades e desafios. Favorece os
profissionais que conseguem se adaptar a um portfólio amplo de atividades, em lugar de
buscar especialização em um único caminho de carreira. De fato, as possibilidades de
inserção comercial se multiplicaram.
Músicos podem hoje compor jingles para publicidade, trilhas para cinema, tevê, teatro,
videogames e uma infinidade de aplicativos para smartphones e tablets. Podem dar cursos
presenciais, em escolas, e virtuais, por meio do YouTube. E mantêm a possibilidade de se
apresentar em casas noturnas, teatros e salas de concerto.
200
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Glossário
Músicos podem hoje compor jingles para publicidade, trilhas para cinema, tevê, teatro,
videogames e uma infinidade de aplicativos para smartphones e tablets. Podem dar cursos
presenciais, em escolas, e virtuais, por meio do YouTube. E mantêm a possibilidade de se
apresentar em casas noturnas, teatros e salas de concerto.
64. Resposta: d
201
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65. Resposta: b
202
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66. Resposta: e
Texto 1
203
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muito lixo pelo consumo que tem a ver com o descarte, a sobra, o desperdício, o refugo,
que causam sérios problemas. É a garrafa PET, a sacola plástica, as sucatas de
equipamentos eletrônicos, o celular, o computador...‖, explica Andréa Zhouri, antropóloga e
coordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta) da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
[2º§] Andréa Zhouri alerta que a solução está na mudança do ―pensar do berço ao
túmulo. É prática de preocupação política no sentido mais amplo. É concepção de
consciência política. O modo de vida de acumulação, de posse de coisas, de acumular e
desperdiçar. É preciso mudar. Surgem, na sociedade brasileira, atitudes, tentativas ainda
incipientes, marginais e pontuais, mas em determinados grupos. No entanto, a grande
tendência é ter!‖.
[3º§] O caminho é longo e é preciso persistência. ―A transição do ter para o ser implica
processo. E tem a ver com a elaboração do sujeito, da sua reflexão sobre a existência no
mundo, porque a sociedade capitalista é uma sociedade de produção de mercadorias e de
bens não só materiais, mas de bens significativos. Ou seja, ao mesmo tempo em que tem
valor de uso, prático, de troca e comercial, também tem valor de bem distintivo, de status,
simbólico. Ambos estão interligados. O exemplo mais claro é o automóvel. Não se compra
só o veículo de transporte para levar alguém de um lugar A para o B. Não é 'um' automóvel,
mas 'o' automóvel, o modelo, o tipo e a marca que vão atribuir ao consumidor um lugar na
sociedade, que é cumulativa de bens e emite mensagens‖, analisa a antropóloga.
[4º§] Andréa Zhouri enfatiza que as pessoas compram a mensagem e não o objeto. ―E aí
vamos entrar em outra área, que é a luta pelo poder. Ao transmitir o que se tem, a pessoa
emite uma mensagem. Por isso é muito difícil o consumo consciente, responsável, porque a
questão não está no nível do cognitivo. O desafio não é a informação, porque o consumo
mexe com o lado efetivamente significativo da existência. A necessidade de se distinguir,
ser diferente e projetar determinada imagem.‖
[5º§] A antropóloga alerta que ―a sociedade vende a ilusão de que você, consumindo, vai
conseguir a distinção que a sociedade moderna valoriza. A pessoa vai comprar a ideia de
que é especial. Assim, é difícil o consumo responsável na contramão de um mundo da
propaganda e do marketing‖.
[6º§] E, como Andréa Zhouri já declarou diante de outra situação (no caso, a catástrofe
da Samarco, que também envolve consumo), ―precisamos repensar o que é de fato o bem-
viver, a riqueza e uma boa economia. Há alternativas que exigem participação política de
todos, ainda que a sociedade civil cobre, esteja engajada, em determinadas situações, ela
não encontra ouvidos do outro lado, do lado da governança‖.
No trecho: ―E aí vamos entrar em outra área, que é a luta pelo poder.‖, o verbo em negrito
apresenta a seguinte classificação desinencial (número-pessoal e modo-temporal)
a) 1ª pessoa do plural – presente do indicativo.
b) 3ª pessoa do plural – presente do subjuntivo.
c) 1ª pessoa do plural – pretérito perfeito do indicativo.
d) 3ª pessoa do plural – pretérito imperfeito do indicativo.
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67. Resposta: a
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo. Sessenta e três graus ou
até mais no verão. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu
Dhabi uma das maiores usinas de energia solar do mundo.
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas renováveis. Não vão
substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. O que
pretendem é diversificar e poluir menos. Uma aposta no futuro.
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do papel a cidade sustentável de
Masdar. Dez por cento do planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa
os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem estreitas para que
um prédio faça sombra no outro. É perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes
isolam o calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores de brisa.
(Adaptado de: ―Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar‖.
Disponível em: http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-cidade-
do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do papel a cidade sustentável de
Masdar. (3º parágrafo)
Ao substituir-se a forma ―levou‖ pela construção ―fez com que‖, o segmento sublinhado
deverá ser substituído, preservando-se a correlação verbal, por
a) tirará.
b) tira.
c) tirava.
d) tirasse.
e) tirar.
68. Resposta: d
205
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69. Resposta: e
70. Resposta: d
71. Resposta: b
Poucos se lembram, mas a letra do Hino da Independência tem letra de Evaristo da Veiga e
música do Imperador D.Pedro I. A música foi composta por D. Pedro em 1821, mas apenas
em 1922 Evaristo da Veiga escreveu a letra que conhecemos hoje.
Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
206
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Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
http://www.bravagentebrasileira.art.br/inicio/brava-gente-brasileira-ohino/para-entender-o-
hino-a-independencia.html
Identifique o tempo, modo e pessoa do verbo podeis (primeiro verso)―Já podeis, da Pátria
filhos‖ e assinale a alternativa correta, quanto a esta classificação:
a) Presente do subjuntivo - segunda pessoa do singular.
b) Futuro do pretérito do indicativo - segunda pessoal do plural.
c) Imperativo afirmativo - segunda pessoa do plural.
d) Presente do indicativo - segunda pessoa do plural.
72. Resposta: d
207
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a) I e II estão corretas
b) Somente IV está correta
c) I e III estão corretas
d) Somente II está correta.
73. Resposta: c
Na tentativa de serem ―bons pais‖, muitos erram apesar das boas intenções: investem em
uma rotina cheia de compromissos escolares e extracurriculares para a criança, envolvem-
se nas dificuldades dos filhos a ponto de querer resolvê-las ou, ainda, deixam de cuidar de
si com a justificativa de que é preciso cuidar do outro. Especialistas apontam atitudes que
podem prejudicar o desenvolvimento de habilidades necessárias para uma vida adulta mais
feliz e autônoma
2. Deixar que resolvam problemas. Não são poucos os pais excessivamente protetores, que
se envolvem nas dificuldades cotidianas dos filhos além da conta. A superproteção não
favorece o desenvolvimento de habilidades que serão necessárias na vida adulta, como
autonomia e resiliência. Pesquisas no campo da autodeterminação relacionam a
superproteção a níveis mais elevados de ansiedade e depressão, notas mais baixas na
escola e menor satisfação com a vida quando adultos. ―Pouco comprometimento dos pais
não é positivo. Mas o envolvimento em demasia também não‖, afirma a psicóloga do
desenvolvimento Holly H. Schiffrin, professora associada da Universidade de Mary
Washington, na Virginia. ―Percebo esse comportamento em sala de aula. Há pais que me
procuram para ajustar o horário de aula dos filhos ou ligam para conversar sobre as notas
deles. Costumo responder que os próprios alunos podem marcar uma reunião comigo para
discutir o assunto‖, diz.
3. ―Colocar a máscara de oxigênio primeiro‖. A instrução dada antes das viagens de avião é
uma boa metáfora da parentalidade – é preciso cuidar de si mesmo para poder cuidar bem
de outra pessoa. Mães com diagnóstico de depressão, por exemplo, são mais propensas a
ignorar ou a exagerar comportamentos inadequados dos filhos, segundo um estudo
longitudinal de dois anos publicado na Psychological Science. Pesquisadores da
Universidade Estadual da Pensilvânia constataram que adultos com TDAH também se
tornam pais atenciosos depois de receber tratamento para o distúrbio. Todas as outras
atividades cotidianas relacionadas com a saúde também importam. Um estudo de 2015
sobre os dados nacionais de saúde do Reino Unido sugere que o modo de vida dos pais
pode ser tão decisivo como a genética na ―transmissão‖ da obesidade. Outra evidência:
crianças que participaram de uma pesquisa de 2014 da Escola de Economia e Ciências
Políticas de Londres e com pais biológicos com excesso de peso tinham probabilidade 27%
maior do que outras de apresentar sobrepeso. Filhos adotados também demonstraram
susceptibilidade similar, de 21%. Seguindo essa linha de raciocínio, adotar uma dieta mais
saudável e colocar atividades físicas na rotina vai além do autocuidado: é um gesto de amor
por aqueles que dependem de nós. Um bom motivo para começar, não?
Esta matéria foi publicada originalmente na edição de abril de Mente e Cérebro, disponível
na Loja
209
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―Deixe que seus filhos caiam na monotonia e descubram algo para fazer por conta própria‖
I. O verbo deixar foi flexionado no modo imperativo, na 3ª pessoa do singular.
II. Caiam e descubram estão flexionados no mesmo modo, ou seja, no imperativo afirmativo
na 3ª pessoa do plural.
III. O verbo fazer está no infinitivo impessoal.
75. Resposta: a
210
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outro. Observa-se, também, que muitas jovens abrem mão do preservativo por medo de
serem abandonadas ou maltratadas por seus parceiros. Por outro lado, o fato de estar
apaixonado faz com que o jovem crie uma imagem falsa de segurança, negando os riscos
inerentes ao não uso do preservativo.
Outro fator importante a ser levado em consideração é o grande apelo erótico emitido
pelos meios de comunicação, frequentemente direcionado ao adolescente. A televisão
informa e forma opiniões, unificando padrões de comportamento, independente da tradição
cultural, colocando o jovem frente a uma educação sexual informal que propaga o sexo
como algo não planejado e comum, dizendo que ―todo mundo faz sexo, mas poucos
adoecem‖.
76. Resposta: c
211
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um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco
era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou: - Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40
anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça
que a senhora é contrabandista. - Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia
tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: - Eu prometo à senhora que deixo a senhora
passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me
dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias? - O
senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha. - Juro - respondeu o fiscal. - É
lambreta.
(Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. 8ed. São Paulo, Moderna, 1986)
Na frase: ―A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela
adquirira no odontólogo.‖, o verbo em destaque está classificado gramaticalmente:
a) 3º pessoa do singular, pretérito perfeito do indicativo.
b) 3º pessoa do singular, pretérito imperfeito do subjuntivo.
c) 3º pessoa do singular, pretérito mais-que perfeito do indicativo.
d) Nenhuma das alternativas.
77. Resposta: c
212
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78. Resposta: b
malemolência. É certo que se deve romper com as estruturas. Mas a música brasileira, ao
contrário de outras artes, já traz dentro de si os elementos de renovação. Não se trata de
defender a tradição, família ou propriedade de ninguém. Mas foi com o samba que João
Gilberto rompeu as estruturas da nossa canção. E se o rompimento não foi universal, culpa
(Adaptado de: HOLANDA, Chico Buarque de, apud Adélia B. de Menezes, Desenho
Mágico: Poesia e Política em Chico Buarque, São Paulo, Ateliê, 2002, p. 28-29)
213
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O verbo que pode ser indiferentemente flexionado no singular ou no plural encontra-se em:
a)... enfrentar as luzes, os cartazes, e a plateia... (1° parágrafo)
b) Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, já traz dentro de si os elementos de
renovação. (2° parágrafo)
c) Veja, os Beatles, foram à Índia... (2° parágrafo)
d) O importante é Mutantes e Martinho da Vila no mesmo palco. (1°parágrafo)
e)... onde samba, toada etc. são ritmos virgens para seus melhores músicos... (2°
parágrafo)
79. Resposta: d
80. Resposta: b
No início da década de 60, trinta anos depois de sua fundação, a Panair já era
totalmente nacional. Era uma época de crise na aviação comercial brasileira, pois todas as
companhias apresentavam problemas operacionais e crescentes dívidas para a
modernização geral do serviço que prestavam. Uma novidade contribuiu para apertar ainda
mais a situação financeira dessas empresas — a inflação. Apesar disso, não foram esses
problemas, comuns às concorrentes, que causaram a extinção da Panair.
81. Resposta: c
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82. Resposta: d
A casa luxuosa no Leblon é guardada por um cachorro de feia catadura, que dorme
de olhos abertos, ou talvez nem durma, de tão vigilante. Por isso, a família vive tranquila, e
nunca se teve notícia de assalto à residência tão bem protegida.
Até a semana passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o
pesado portão de ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando
o cachorro, que muito de astúcia o deixara chegar até lá, para acender-lhe o clarão de
esperança e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna
esquerda. O ladrão quis sacar do revólver, mas não teve tempo para isto. Caindo ao chão,
sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca
prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não
despertar os moradores, temendo que se agravasse a situação.
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Em qual das alternativas o verbo foi passado corretamente para o plural de acordo com a
pessoa do discurso e do tempo e modo empregados:
a) Quis – quiseram
b) Quis – queriam
c) Quis – queríeis
d) Quis – querem
e) Quis – quisessem
83. Resposta: a
84. Resposta: b
A batalha do 'chortinho'
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Em "O Brasil detém a quinta maior taxa de feminicídio do mundo.", o verbo destacado está
no singular concordando com o sujeito, se estivesse no plural seria:
a) deteem
b) detêm
c) detem
d) detêem
85. Resposta: b
a) Faz / fazem
b) Fazem / fazem
c) Faz / faz
d) Fazem / faz
86. Resposta: a
______ teus gastos e _____ -te porque estamos vivendo um período de recessão.
87. Resposta: b
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fotos, tudo está à disposição à qualquer hora do dia e da noite, ao alcance dos dedos. Era
de se esperar que um velho recurso para se entreter e ensinar crianças como adultos −
contar histórias − estivesse vencido, morto e enterrado. Ledo engano. Não é incomum que
meninos abandonem subitamente sua conexão digital para ouvirem da viva voz de alguém
interessa por sua escuta, o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve, a
narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.
As histórias clássicas ganham novo sabor a cada modo de contar, na arte de cada
intérprete. Não é isso, também, o que se busca num teatro? Nas narrações, as palavras
suscitam imagens íntimas em quem as ouve, e esse ouvinte pode, se quiser, interromper o
narrador para esclarecer um detalhe, emitir um juízo ou simplesmente uma interjeição.
Havendo vários ouvintes, forma-se uma roda viva, uma cadeia de atenções que dá ainda
mais corpo à história narrada. Nesses momentos, é como se o fogo das nossas primitivas
cavernas se acendesse, para que em volta dele todos comungássemos o encanto e a
magia que está em contar e ouvir histórias. Na época da informática, a voz milenar dos
narradores parece se fazer atual e eterna.
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e) Para a maioria dos alunos ainda se ...... (conservar) os momentos mágicos daquela
antiga sessão.
88. Resposta: e
89. Resposta: c
90. Resposta: a
220
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suas vidas. Não são poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de pisar em terra
firme, por falta de atendimento médico.
Exatamente por causa dessa assimetria entre o fotojornalista e os protagonistas de suas
fotos, muitas vezes Messinis deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se
impressiona e se preocupa muito com os bebês que chegam nos botes. Obviamente, são
os mais vulneráveis aos perigos da travessia. Messinis fotografou os cadáveres de alguns
deles nas pedras à beira-mar.
O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento das crianças refugiadas
deixou-o mais rígido com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7
meses. Quando vê o que acontece com as crianças que chegam nos botes, Messinis pensa
em como suas filhas têm sorte de estarem vivas, de terem onde morar e de viverem num
país em paz. Elas não têm do que reclamar.
(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-
reportagem/conheca-aris-que-se-divide-entresocorrer-e-fotografar-naufragos/.)
O uso do imperativo no título do texto orienta o leitor a determinada ação. Sobre o emprego
descrito anteriormente, considerando-se a situação de produção do enunciado, é correto
afirmar que
a) ocorre a conjugação do imperativo na segunda pessoa verbal, caracterizando a norma-
padrão da língua.
b) em situações formais, conforme apresentado, utiliza-se o verbo na segunda ou terceira
pessoa do imperativo.
c) a utilização do verbo na terceira pessoa do imperativo está de acordo com a norma-
padrão, caracterizando uma situação formal.
d) em situações informais, conforme apresentado, ocorre uma mistura entre as pessoas do
discurso, sendo o imperativo conjugado na segunda pessoa verbal.
91. Resposta: c
221
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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto Um amigo em talas, julgue o
item que se segue.
O sujeito da oração 'também aceita trabalho' (l.20) está elíptico e se refere a 'Amadeu
Amaral Júnior' (l.18), o que justifica o emprego da forma verbal ―aceita" na terceira pessoa
do singular.
Certo
Errado
222
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Considerando que as personagens se tratem por ―você‖, as lacunas da frase dita por Papai
Noel devem ser preenchidas, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, por:
a) olha … há
b) olha … a
c) olha … à
d) olhe … há
e) olhe … a
93. Resposta: d
Os jovens da geração Millennial não se interessam mais por automóveis da mesma forma
que as gerações anteriores. A partir dessa constatação, a mesa formada por Lara e Malu, e
mediada por Alexandre Caldini, presidente da editora Abril, discutiu os novos hábitos de um
consumidor que já não faz questão de ter um carro ao completar 18 anos. ―O jovem hoje
está muito mais ligado ao ser do que ao ter‖, disse Lara. Malu citou uma pesquisa com
jovens mostrando que 71% deles comprariam um carro da Apple ou do Google. ―O
consumidor hoje está muito mais propenso a experimentar novas marcas. Para conquistá-
lo, não basta apenas um bom produto – é preciso criar uma relação de identidade,
sensação e experiência,‖ afirmou.
I - Alguns adjetivos têm seu sentido alterado se colocados antes do substantivo, é o caso de
novos hábitos e novas marcas.
II - Em Para conquistá-lo, o pronome remete ao sentido do termo produto, ambos em
perfeita concordância: singular e masculino.
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III - A palavra que nos trechos discutiu os novos hábitos de um consumidor que já não faz
questão de ter um carro e citou uma pesquisa com jovens mostrando que 71% deles
comprariam um carro exerce diferentes funções, pronome relativo no primeiro e conjunção
integrante no segundo.
IV - Os termos sensação e relação fazem o plural de igual forma, mas diferentemente dos
termos capitão e guardião.
94. Resposta: d
Ambulâncias que atendem a hospitais públicos estaduais do Amapá teriam sido retiradas
por falta de pagamento do governo à empresa responsável pela locação dos veículos. A
informação foi confirmada por funcionários que atuam na rede hospitalar. Em nota enviada,
o governo informou que foi "surpreendido" com a atitude da empresa e que foi à Justiça
para buscar o retorno dos veículos.
"No dia 10 de dezembro a Sesa foi surpreendida com a suspensão dos serviços sem prévio
aviso. Imediatamente a secretaria entrou com pedido de liminar, uma vez que o atraso
alegado extraoficialmente pela empresa não é superior a 90 dias do atual exercício
financeiro, como prevê a Lei Geral de Licitações nº 8.666, para que o contratado interrompa
os serviços", disse a nota, acrescentando que a Justiça deu 24 horas para a empresa voltar
com as ambulâncias para as unidades.
A falta das ambulâncias estaria afetando os hospitais de Clínicas Alberto Lima (HCAL) e de
Emergências (HE) e Pronto Atendimento Infantil (PAI), todos em Macapá. O G1 percorreu
as unidades e constatou que não havia ambulâncias em nenhum dos prédios. No HCAL, a
vaga destinada ao veículo estava ocupada por um carro particular.
De acordo com a enfermeira Sandra Pereira, de 49 anos, os funcionários receberam a
informação de que o retorno das ambulâncias aconteceria somente mediante a efetuação
dos pagamentos. ―As ambulâncias foram todas retiradas. Não temos nenhuma no HCAL e
nem no HE. Se o governo do estado não liberar o dinheiro para pagar as ambulâncias, elas
vão continuar fora dos hospitais‖, disse.
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algum carro particular por conta própria. Se ele entra, não sai mais do hospital, se depender
das ambulâncias‖, comentou o funcionário do HE de Macapá. [...]
Motoristas das ambulâncias dizem que tiveram que ser remanejados para outros hospitais
após o primeiro caso de retirada dos veículos. ―As [ambulâncias] da UPA e da maternidade
nunca mais voltaram. Nós fomos até transferidos para outros hospitais porque elas não
retornaram‖, contou um motorista, que pediu para manter a identidade em sigilo.
(g1.globo.com)
95. Resposta: e
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais bonitas do mundo. O conjunto de morros que
se estende perto do mar forma um cartão-postal inigualável que, coincidentemente, sempre
ofereceu ótimas condições para a ocupação humana. O resultado é uma das maiores
cidades costeiras do mundo, com mais de seis milhões de habitantes — maior que vários
países.
Mas o Rio é também uma das cidades mais ameaçadas pelas mudanças climáticas.
Seremos cada vez mais castigados por ondas de calor com consequências diretas sobre a
saúde pública. Chuvas torrenciais se tornarão mais frequentes, elevando o já considerável
nível de deslizamentos de morros e encostas. Conforme apontam estudos globais, as
populações mais vulneráveis (20% de nossos cidadãos, no caso do Rio) serão as mais
atingidas.
Um em cada quatro cariocas será desalojado pela elevação do mar, se a temperatura
média do planeta subir quatro graus, que é a atual tendência. O Rio está entre as 20
metrópoles que mais serão afetadas em todo o planeta. Aliás, os números globais são
estarrecedores: meio bilhão de pessoas — 16 milhões no Brasil — poderão perder as terras
onde moram por causa do avanço do mar. Até 2040, alguns bairros como Barra da Tijuca,
Ipanema e Copacabana, o Aeroporto Santos Dumont e a Ilha do Fundão já serão afetados.
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Ou seja, o Rio, tal como conhecemos hoje, não existirá. No prazo de três gerações, isto
é, até o final deste século, as mudanças serão drásticas se nada fizermos para impedir. Não
há mais tempo para reverter vários efeitos das mudanças climáticas que já nos afetam. Mas
precisamos construir uma cidade resiliente. [...]
A cidade está buscando fazer sua parte, melhorando o transporte público e ampliando a
rede de ciclovias, por exemplo, com o objetivo de zerar as emissões de gases de efeito
estufa até 2065. O Rio também se juntou à Aliança das Cidades Neutras em Carbono
durante a COP-21. Mas ninguém conseguirá estabilizar o clima da Terra sozinho. Por isso,
não podemos perder a oportunidade dada pelo acordo climático global fechado em Paris,
que fornece os elementos para que o mundo mantenha a elevação da temperatura abaixo
de dois graus, se possível em 1,5 grau. E isso será uma grande vitória, pois hoje estamos a
caminho dos 4 graus ou mais.
O clima está mudando nosso Rio e os efeitos das mudanças climáticas devem ser um
dos mais sérios pontos de atenção para qualquer gestor de nossa cidade de agora em
diante.
Ana Toni, diretora do Instituto Clima e Sociedade, sediado no Rio. O Globo, 1º/01/2016.
. De acordo com os sentidos do texto, é inquestionável que, por meio da flexão na primeira
pessoa do plural, a autora NÃO se refere apenas a cariocas, habitantes ou administradores
da cidade do Rio de Janeiro, no seguinte contexto:
a) Seremos cada vez mais castigados por ondas de calor
b) Mas precisamos construir uma cidade resiliente.
c)... o Rio, tal como conhecemos hoje, não existirá
d)... hoje estamos a caminho dos 4 graus ou mais.
96. Resposta: d
226
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97. Resposta: b
227
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Por outro lado, lembrei-lhe, o hardware que ele leva naturalmente na cabeça não fica
obsoleto nunca – porque é capaz de se atualizar e se modificar conforme o uso,
aprendendo ao longo do caminho. Mesmo quando envelhece, e não tem como ser trocado,
ele se mantém atualizável e altamente customizado: é o seu hardware, personalizado a
cada instante da vida, ajustado e otimizado para aquelas funções que de fato lhe são
imprescindíveis.
Certo, o sistema operacional de alguns parece continuar na Idade Média, querendo impor
seus gostos e neuras pessoais à vida dos outros – mas é em grande parte por uma questão
de escolha pessoal. Até esses sistemas mais renitentes podem ser atualizados.
Infinitamente mais prático, e sensato, é continuar aproveitando essas extensões
tecnológicas do nosso hardware como os periféricos que são, conectados ao cérebro via
dedos e sentidos. Se o periférico fica obsoleto, é trocado. Nosso hardware mental ainda não
tem competição à altura. Muito mais proveitoso do que sonhar com o dia em que
poderemos incorporar metais inertes ao nosso cérebro é investir nele como ele já é.
Mesmo quando envelhece, e não tem como ser trocado, ele se mantém atualizável e
altamente customizado.
98. Resposta: d
Há muitas e muitas décadas – para não dizer séculos –, a humanidade tenta decifrar o
impacto do avanço tecnoló- gico em nossa vida. A razão é clara: as novas tecnologias são,
a um tempo, motivo de alegria e tristeza, dependendo do ângulo por que se olhe. Por um
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lado, o avanço das técnicas torna ultrapassadas inúmeras empresas e uma multidão de
trabalhadores. Por outro lado, – e que ninguém duvide disso –, é a força primeira que faz o
mundo andar. [...]
(Carta de Exame. São Paulo: Editora Abril. ed. 1092, 24.06.2015. Adaptado)
Observe o trecho:
Há muitas e muitas décadas – para não dizer séculos –, a humanidade tenta decifrar o
impacto do avanço tecnológico em nossa vida.
Assinale a alternativa em que a substituição das formas verbais destacadas por outras, no
pretérito, mantém a concordância e o sentido da frase corretos.
a) Fazia – queriam.
b) Fizeram – aguardava.
c) Fazem – pretenderam.
d) Fazia – procurava.
e) Faz – buscara.
99. Resposta: d
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Samarco, responsável pela destruição, pretende reconstruir Bento em outro lugar. Ali talvez
vire até outra barragem (os moradores contam que a mineradora já cobiçava comprar as
casas e o terreno de Bento Rodrigues há algum tempo).
Por ora, 356 pessoas que viviam por lá estão hospedadas em hotéis de Mariana. Há 22
dias, essas pessoas vivem sob as regras do hotel, com horário pré‐ determinado para
comer, sem espaço para as crianças brincarem. Perderam não só a casa e o bairro.
Perderam a vida que levavam. Boa parte agora deles passa o dia em frente aos hotéis. E
volta e meia os funcionários da Samarco aparecem para perguntar por uma ou outra pessoa
para falar sobre indenização ou oferecer uma casa alugada.
Mas nem depois dessa tragédia toda, do maior desastre ambiental da história do Brasil, a
Samarco perde poder ou moral em Mariana. Pouca gente se atreve a falar mal da
mineradora – e muitos ainda a defendem. ―Não fala mal da Samarco por aí que o pessoal
fica bravo", avisou um morador. Toda a história da cidade está ligada à mineração. Se antes
o ouro guiava a economia da região, hoje é o minério de ferro. 80% da economia local é
ligada direta ou indiretamente à atividade. É daí que vem todo o poder das mineradoras: a
maior parte da população trabalha lá e tem medo de perder a única fonte de renda. Mas
enquanto a Samarco fatura milhões com a exploração de minérios, a cidade segue pobre e
corrupta (foram 7 prefeitos em 5 anos).
E essa ―mãezona" abandonou as crias no momento da tragédia. Ou melhor: expôs todos
eles ao perigo. Passou anos sem colocar em ação um programa emergencial, mesmo a
barragem do Fundão sendo classificada de alto risco, e ainda aumentou a produção de
rejeitos no último ano. Foi por isso que as pessoas de Bento Rodrigues não receberam
alarmes, foi a comunicação dos funcionários pelo rádio que salvou a vida de dezenas de
pessoas. Agora a Samarco trabalha para tentar reparar os irreparáveis danos causados às
vítimas (sem qualquer questionamento do governo municipal ou estadual: o
acompanhamento psicossocial, por exemplo, é feito por funcionários da mineradora). Até lá,
espera‐ se que a barragem de Germano, muito maior que a do Fundão, não tenha o
mesmo fim que a outra.
(Carol Castro, Felipe Floresti. Disponível em:
http://super.abril.com.br/ciencia/bento‐ rodrigues‐ tem‐ cor‐ de‐ tragedia‐ e‐ cheiro‐ de‐ m
orte. Acesso em: 01/12/2015.)
Assinale a alternativa cujo tempo verbal se DIFERENCIA dos demais.
a) ―A lama varreu de vez o distrito,..." (3º§)
b) ''As casas que não foram levadas viraram escombros." (1º§)
c) ―... poucas casas e um ginásio permaneceram quase intactos..." (2º§)
d) ―... pessoas que viviam por lá estão hospedadas em hotéis de Mariana." (4º§)
100. Resposta: d
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I. ―mas, até onde sabemos, somos os únicos seres do universo que expressam
pensamentos de forma complexa por meio de sons, gestos, pinturas, escrita etc.‖ (linhas 03
a 05)
II. ―Em cada idioma já foram expressas belíssimas ideias que ficaram eternizadas em
diferentes obras literárias.‖ (linhas 09 e 10)
231
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III. ―Essas narrativas acabam se modificando ao longo do tempo, assim como as próprias
línguas, tanto pela evolução do pensamento como pelas descobertas de novos fenômenos,
que, para serem explicados, levam a grandes revoluções no modo de pensar.‖ (linhas 17 a
20)
IV. ―Ainda serão escritos muitos ‗poemas‘ e ‗narrativas‘ (teorias) na física, por meio do seu
‗idioma‘ (matemática), e eles continuarão nos encantando, assim como as grandes
produções literárias.‖ (linhas 42 a 44)
1. Resposta: b
Com base no Texto 3, atribua verdadeiro (V) ou falso (F) às afirmativas abaixo. Assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
( ) As palavras ―séculos‖ (linha 02), ―acústica‖ (linha 04) e ―músicos‖ (linha 10) são
proparoxítonas.
( ) A palavra ―irreprodutíveis‖ (linha 03) contém um dígrafo.
( ) A palavra ―soube‖ (linha 10) está empregada na terceira pessoa do singular do futuro do
subjuntivo.
( ) A palavra ―eles‖ (linha 02) retoma ―melhores do mundo‖.
( ) A palavra ―instrumentos‖ é agente da passiva na oração ―os instrumentos foram tocados
por solistas vendados‖ (linha 09).
a) V – V – F – F – F
232
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b) F – V – V – V – F
c) V – F – V – F – V
d) V – V – F – F – V
e) F – F – V – V – V
2. Resposta: a
Kalina Vanderlei Silva / Maciel Henrique Silva, Dicionário de conceitos históricos. São
Paulo: Contexto, 2006, p. 412
―Ou seja, foi usada para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns
teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se complexificaria‖.
Sobre um componente desse segmento do texto 2, é correto afirmar que:
a) o sujeito da forma verbal ―foi usada‖ está posposto;
b) a frase ―para criar uma desigualdade‖ indica uma concessão;
c) o relativo ―a qual‖ se refere a um termo seguinte;
d) o termo ―alguns teóricos‖ funciona como objeto direto;
e) a forma verbal no futuro do pretérito – desenvolveria – indica uma possibilidade.
3. Resposta: e
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texto associado
De acordo com a norma padrão escrita da língua portuguesa, leia as afirmativas abaixo e
indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F). Assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta, de cima para baixo.
( ) A frase ―Os computadores são melhores do que nós na hora de resolver equações ou
manipular grandes quantidades de dados, por exemplo‖ (linhas 10 e 11) expressa uma
relação de comparação entre dois elementos.
( ) Em ―Se ele usasse mais eletricidade, precisaríamos comer mais – mas, para nossos
antepassados, não era simples conseguir alimento‖ (linhas 26 e 27), a conjunção destacada
introduz uma frase que expressa a ideia de oposição.
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( ) Na frase ―Além disso, a sobrevivência humana não exige precisão absoluta‖ (linha 28), o
termo destacado pode ser substituído pela conjunção ―contudo‖ sem prejudicar o significado
do texto.
( ) Em ―Pense no rádio do seu carro‖ (linhas 20 e 21), o verbo está conjugado no modo
indicativo.
a) V – V – F – F
b) V – F – F – V
c) F – V – V – F
d) V – F – V – F
e) F – F – V – V
4. Resposta: a
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5. Resposta: d
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Com base no Texto 1 e na norma padrão escrita, analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa correta.
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I. Os termos ―Todavia‖ (linha 13) e ―assim‖ (linha 17) podem ser substituídos sem prejuízo
de significado por ―Contudo‖ e ―desse modo‖, respectivamente.
II. As duas ocorrências da palavra ―que‖ (linha 17) correspondem a, nesta ordem, conjunção
integrante e pronome.
III. Em ―lá‖ (linha 04) e ―ele‖ (linha 13) ocorre coesão lexical por elipse.
IV.Os verbos bitransitivos flexionam-se de dois modos distintos ao mesmo tempo.
6. Resposta: b
I. Ao se substituir os verbos ―chegar‖ e ―avistar‖ por ―vir‖ e ―ver‖, estes devem flexionar-se
em ―vir‖ e ―ver‖, respectivamente.
II. Ao se substituir os verbos ―chegar‖ e ―avistar‖ por ―vir‖ e ―ver‖, estes devem flexionar-se
em ―vier‖ e ―vir‖, respectivamente.
III. Ao se substituir os verbos ―chegar‖ e ―avistar‖ por ―vir‖ e ―ver‖, estes devem flexionar-se
em ―vim‖ e ―vê‖, respectivamente.
IV. O termo ―absorto‖ por ser substituído por ―extasiado‖ sem prejuízo de significação.
V. A palavra ―quando‖ exerce a função de conjunção subordinativa adverbial temporal.
a) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) Somente as afirmativas II, IV e V estão corretas.
7. Resposta: e
Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com
características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a
chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.
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Analise a forma verbal destacada no trecho a seguir e assinale a alternativa que apresenta
a classificação adequada de tal forma verbal: ―Portanto, mesmo que existam outras ‗Terras‘
pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele
existe.‖
a) Presente do indicativo.
b) Presente do subjuntivo.
c) Pretérito perfeito do indicativo.
d) Pretérito imperfeito do subjuntivo.
8. Resposta: b
É isso, mas também aquilo. Não obstante o abacaxi, temos o pepino. Posto que A seja
indiscutível, deve-se levar em conta que B, somado a C, cria um cenário em que D pode se
impor de certa forma como desejável, ressalvados E e F. Só depois desse percurso, claro,
chegaremos ao ponto G.
O parágrafo anterior satiriza a ponderação de forma fácil e injusta, mas duvido que
muita gente se incomode com isso. Sinônimo de circunspecção reflexiva, equilíbrio,
prudência, a ponderação é hoje a mais desmoralizada das virtudes. Precisamos reabilitar a
ponderação, nem que seja apenas como subproduto da perplexidade, aquilo que faz o
marinheiro do samba levar o barco devagar sempre que o nevoeiro é denso.
O fogo selvagem que inflamou ao longo da história as turbas linchadoras do diferente
que é visto como ameaça − corporificado em bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos,
ciganos, gagos − é hoje condenado por (quase) todo mundo. No entanto, o mesmo fogo
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b) Devem-se aos juízos preconceituosos esse tipo de violência, disseminada nas redes
sociais, que nada mais seriam que verdadeiros linchamentos públicos.
c) Às turbas linchadoras nunca ocorreriam que, por conta de sua violência irracional, muitos
inocentes terão sido vitimados de forma cruel.
d) Não parece abalar a pessoa irracional as razões levantadas pelo autor do texto para que,
com a ponderação, refreássemos nossos instintos violentos.
e) Quando se leva em conta as diferenças pessoais, seria de se imaginar que a tal cuidado
deva corresponder julgamentos mais prudentes e generosos.
9. Resposta: a
10. Resposta: a
Durante a velhice deveríamos estar ainda engajados em causas que nos transcendem,
que não envelhecem, e que dão significado a nossos gestos cotidianos. Talvez seja esse
um remédio contra os danos do tempo. Mas, pondera Simone de Beauvoir, se o trabalhador
aposentado se desespera com a falta de sentido da vida presente, é porque em todo o
tempo o sentido de sua vida lhe foi roubado. Esgotada a sua força de trabalho, sente-se um
pária, e é comum que o escutemos agradecendo sua aposentadoria como uma esmola.
A degradação senil começa prematuramente com a degradação da pessoa que
trabalha. Esta sociedade pragmática não desvaloriza somente o operário, mas todo
trabalhador: o médico, o professor, o esportista, o ator, o jornalista.
Como reparar a destruição sistemática que os homens sofrem desde o nascimento, na
sociedade da competição e do lucro a qualquer preço? Cuidados geriátricos não devolvem
a saúde física nem mental. A abolição dos asilos e a construção de casas decentes para a
velhice, não segregadas do mundo ativo, seria um passo à frente. Mas haveria que
sedimentar uma cultura para os velhos com interesses, trabalhos, responsabilidades que
tornem digna sua sobrevivência. Como deveria ser uma sociedade para que, na velhice, o
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(Adaptado de: BOSI, Ecléa. Lembranças de velhos. S. Paulo: T. A. Queiroz, 1983, p. 38-39)
Há construção na voz passiva, bem como adequada correlação entre tempos e modos
verbais, na frase:
a) Se, em nossa velhice, ainda estivéssemos engajados em causas políticas maiores, bem
mais digna será nossa condição de vida.
b) Por lhes ter sido roubado o sentido mesmo de viver, os trabalhadores aposentados
chegam a se desesperar com tamanho vazio.
c) Desde que a sociedade passou a glorificar a competição e o pragmatismo, os homens
veriam desvalorizados seus ideais mais nobres.
d) Fossem outros os valores de nossa sociedade, em lugar do atual pragmatismo vicioso,
outra cultura poderá incluir com justiça os velhos trabalhadores.
e) No caso de que viesse a encontrar quem lute por ele, o velho terá reconhecido nesse
apoio uma comprovação de nossa humanidade.
11. Resposta: b
Guignard na parede
– Este seu Guignard é falso ou verdadeiro? - perguntou-lhe o visitante, coçando o queixo,
de um modo ainda mais suspeitoso do que a pergunta.
– Ora essa, por que duvida?
– Eu não duvido nada, só que existem por aí uns cinquenta quadros falsos de Guignard, e
então...
– Então o quê?
– Esse também podia ser. Só isso.
– Pois não é, não senhor. Qualquer um vê logo que se trata de Guignard autêntico,
Guignard da melhor época.
– Não ponho em dúvida sua palavra, Deus me livre. Mas nunca se sabe se um quadro é
autêntico ou não. Nunca. Não há prova irrefutável.
– Mesmo que se tenha visto o pintor trabalhando nele?
– Em geral, o pintor não trabalha à vista dos outros. No máximo dá uma pincelada, um
toque. Até os retratos, não sabia? São feitos em grande parte na ausência dos retratados.
Todo artista tem um auxiliar, espécie de primo pobre, que imita à perfeição a maneira do
mestre...
– Guignard tinha alunos; e daí? Vai me dizer que os alunos pintavam e ele assinava?
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– O senhor é que parece estar insinuando isso. Eu digo apenas que assinatura pode ser
autêntica num quadro falso. Veja Picasso. Picasso assina falsos Picassos por blague ou
para ajudar pobres-diabos. Pode parecer maluquice, mas para mim o pintor é o primeiro
falsificador de sua obra, ele se copia e manda os outros copiarem .
– Não diga uma besteira dessas.
[...]
– Fiquei com medo do senhor ter um falso Guignard, e preveni. Não há razão para se
queimar.
– Está bem.
– Talvez tenha feito mal em alertá-lo. O senhor vai ficar preocupado, cismado. Não desejo
isso. Vamos fazer uma coisa? Para o senhor não se chatear, eu compro o seu quadro,
mesmo tendo as maiores dúvidas sobre a autenticidade. Repare bem: a fluidez da pintura é
demasiado fluida para ser original. Um mestre nunca vai ao extremo de sua potencialidade;
deixa que os outros exacerbem sua maneira. Este Guignard é tão leve, tão aéreo, que só
mesmo de alguém muito habilidoso, que procurasse ser mais Guignard do que o próprio
Guignard. Não há dúvida, para mim não é Guignard. Quanto quer por isto?
– Quero que o senhor vá para o inferno, sim?
12. Resposta: e
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava
um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos
dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia
pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente
feliz. Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um
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barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava?
Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que
mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era
mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.
(CECÍLIAMEIRELES. Boa companhia - Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
(Fragmento))
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b) Miguel quebra a sua cara, se estivesse aqui. Mas quando ele pôr os pés aqui, garanto
que você não deixaria o passarinho fugir.
c) Miguel quebraria a sua cara, se estivesse aqui. Mas quando ele estiver aqui, garanto que
você não deixará o passarinho fugir.
d) Miguel quebraria a sua cara, se estivesse aqui. Mas quando ele vir aqui, garanto que
você não deixava o passarinho fugir.
e) Miguel quebrava a sua cara, se estivesse aqui. Mas quando ele estar aqui, garanto que
você não deixará o passarinho fugir.
14. Resposta: c
No século 21, é em Hollywood que essa tendência aparece com maior força.
Praticamente todos os sucessos de bilheteria da indústria cinematográfica norte-americana
são adaptações de quadrinhos, livros, videogames ou programas de TV que fizeram
sucesso. A indústria da adaptação tornou-se tão forte que existe uma massa de escritores
com contratos fixos com alguns estúdios, o que significa que escrevem obras literárias já
pensando em sua adaptação para o cinema. O roteiro original, portanto, tornou-se um artigo
de luxo no cinema norte-americano.
Em Hollywood, tal fenômeno é compreensível. A razão para que haja uma alta sem
precedentes das adaptações é o medo do risco em tempos de crise econômica, que faz
com que os estúdios apostem em histórias já testadas e aprovadas por leitores. Essa
estratégia, apesar de não garantir êxito de bilheteria, reduz o risco de apostar todas as
fichas em histórias inéditas.
No Brasil, as adaptações também viraram moda, uma vez que, nos primeiros anos do
século 21, os filmes mais comentados vieram de livros e outras formas de expressão
artística.
... que faz com que os estúdios apostem em histórias já testadas e aprovadas por leitores.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sublinhado acima encontra-se em:
a) ... as adaptações também viraram moda...
b) A razão para que haja uma alta sem precedentes das adaptações...
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15. Resposta: b
Os aviões vinham deste país, abasteciam em Natal e ficavam prontos para fazer a travessia
do Atlântico.
16. Resposta: b
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Segundo o GeMob, se todas as pessoas que vêm para a universidade sozinhas aderissem
a essa ideia, teríamos uma redução de aproximadamente 23% no número de veículos que
trafegam nas faixas que dão acesso ao campus (1.23-25).
A sequência correta é
a) V - F - V.
b) V - V - V.
c) F - F - V.
d) F - V - F.
e) V - V - F.
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17. Resposta: e
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
18. Resposta: d
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Um juízo de valor tem como origem uma percepção individual: alguém julga algo ou
outra pessoa tomando por base o que considera um critério ético ou moral. Isso significa
que diversos indivíduos podem emitir diversos juízos de valor para uma mesma situação, ou
julgar de diversos modos uma mesma pessoa. Tais controvérsias são perfeitamente
naturais; o difícil é aceitá-las com naturalidade para, em seguida, discuti-las. Tendemos a
fazer do nosso juízo de valor um atestado de realidade: o que dissermos que é, será o que
dissermos. Em vez da naturalidade da controvérsia a ser ponderada, optamos pela
prepotência de um juízo de valor dado como exclusivo.
Constituem uma extraordinária orientação para nós todos estas palavras do grande
historiador Eric Hobsbawm: ―A primeira tarefa do historiador não é julgar, mas compreender,
mesmo o que temos mais dificuldade para compreender. O que dificulta a compreensão, no
entanto, não são apenas as nossas convicções apaixonadas, mas também a experiência
histórica que as formou.‖ A advertência de Hobsbawm não deve interessar apenas aos
historiadores, mas a todo aquele que deseja dar consistência e legitimidade ao juízo de
valor que venha a emitir. (Péricles Augusto da Costa,
inédito)
19. Resposta: e
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A expressão corrente trata de situações em que dois lados (ou mais) falam e ninguém
se entende. Na verdade, esta é uma visão um pouco simplificada das coisas. De fato,
quando dois lados polemizam, dificilmente olham para as mesmas coisas (ou para as
mesmas palavras). Cada lado interpreta o outro de uma forma que este acha estranha e
vice-versa.
Dominique Maingueneau (em Gênese dos discursos, São Paulo, Parábola) deu
tratamento teórico à questão (um tratamento empírico pode ser encontrado em muitos
espaços, quase diariamente). [...]
Suponhamos dois discursos, A e B. Se polemizam, B nunca diz que A diz A, mas que
diz ―nãoB‖. E vice-versa. O interessante é que nunca se encontra ―nãoB‖ no discurso de A,
sempre se encontra A; mas B não ―pode‖ ver isso, porque trairia sua identidade doutrinária,
ideológica.
Juca Kfouri fez uma boa comparação com futebol: a expulsão de um jogador, ou o
pênalti, está prevista(o), o que não significa que qualquer expulsão é justa ou que toda falta
é pênalti...
A teoria de Maingueneau joga água na fervura dos que acreditam que a humanidade
pode se entender (o que faltaria é adotar uma língua comum, quem sabe o esperanto).
Ledo engano: as pessoas não se entendem é falando a mesma língua.
Até hoje, ninguém venceu uma disputa intelectual (ideológica) no debate. Quando
venceu, foi com o exército, com a maioria dos eleitores ou dos... deputados.
Sírio Possenti Departamento de Linguística
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20. Resposta: b
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o próximo item.
A substituição das formas verbais ―é‖ (ℓ.14) e ―deve‖ (ℓ.16) por seja e deva, respectivamente,
não alteraria a correção gramatical do texto.
Certo
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Errado
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Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da
ciência e à oposição entre esta e a arte. Contrapondo-se àqueles que valorizam apenas a
imaginação e as obras-primas do disfarce estético, o filósofo afirma: ―eles pensam que a
realidade é horrível; contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível
realidade é belo, do mesmo modo que aquele que conhece bastante e amiúde está, por fim,
muito longe de considerar horrível o grande todo da realidade, cuja descoberta lhe
proporciona sempre felicidade. A felicidade do homem do conhecimento aumenta a beleza
do mundo‖.
(Adaptado de: GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Nietzsche. São Paulo, Publifolha, 2000, p. 42-
46)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do da frase acima está em:
a) que sufocava a vida
b) aprofundaria seu novo entendimento
c) que valorizam apenas a imaginação
d) dos quais partilhara
e) ela é destituída desse privilégio
23. Resposta: a
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Mantendo-se o sentido e a correção, a forma verbal havia passado (3° parágrafo) pode ser
alterada para
a) passara.
b) iria passar.
c) teria passado.
d) passaria.
e) passando.
24. Resposta: a
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a) Por mais que nos esforçássemos, não haveremos de conseguir captar o sentido de todas
essas mensagens.
b) Se fôssemos analisar a fundo todas essas mensagens, certamente muitas delas não
contarão com nosso beneplácito.
c) Se eles se dispuserem a analisar todas as mensagens que chegam, não haveriam de se
submeter a elas com tanta facilidade.
d) Num universo em que tantos signos nos atropelem, impunha-se que os selecionemos por
rigorosos critérios.
e) Ainda que venhamos a nos esforçar, o sentido de todas essas mensagens não poderá
ser captado por nós.
25. Resposta: e
O título tem sua malícia: a afirmação taxativa (―assim é‖) é logo relativizada pela
expressão entre parênteses (―se lhe parece‖), do que resulta a insinuação de que podemos
estar muito enganados quando julgamos conhecer efetivamente alguma coisa. O suposto
―fato‖ pode ser apenas uma ―opinião‖. A visão de um objeto implica uma perspectiva para
ele. Pirandello acredita, de fato, que a chamada ―realidade das coisas‖ é sempre bastante
condicionada pelo ponto de vista a partir do qual vemos o mundo. E vai ainda mais longe:
mesmo dentro de cada um de nós, nenhum olhar se consolida para sempre, uma vez que
nossos diferentes interesses podem mudar nossa visão de um mesmo objeto. Nossa
identidade de indivíduos não é sólida como pode parecer: precisamos, ao longo da vida, de
máscaras que encobrem nossas reais necessidades. Viria daí, em boa parte, o prestígio do
teatro: vemos encenadas no palco, como expressão de um ―fingimento‖ artístico trabalhado
por atores, nossas emoções secretas, nossos desejos encobertos... e verdadeiros.
Uma discussão de verdade, na qual os interessados pretendam refletir e argumentar,
deve sempre levar em conta esse relativismo do ―parece que é‖. Aceitar que nossa visão
pode estar sendo prejudicada pelo interesse de ver o que nos convém é o primeiro passo
para aceitar a possibilidade de nosso contendor estar certo. A flexibilidade dos diferentes
pontos de vista torna qualquer ―verdade‖ mais complexa do que aparenta, e melhor
faríamos se atentássemos antes para o que está implicado em nossa visão do que para o
fato consumado em que transformamos o que está sob nossa vista. É o melhor modo de
nos aproximarmos do que somos, em vez de nos contentarmos com o que parecemos ser.
(SOUZA, Petrônio. Juvenal de, inédito)
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Uma nova redação da frase acima considera a adequada articulação entre tempos e modos
verbais substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por:
a) pretendessem refletir e argumentar − deva sempre levar
26. Resposta: d
27. Resposta: e
Existe uma grande diferença entre oportunidade e oportunismo. Uma é aquela em que
as pessoas querem levar vantagem em tudo, serem espertas, ganhar a qualquer custo,
sendo que a outra vai na contramão deste movimento cada vez mais presente e enraizado
na cultura brasileira. [...]
A cultura do Brasil é riquíssima, linda e super diversificada. Porém, esse vício maldito
acaba com a beleza. A necessidade de levar vantagem deixa as pessoas cegas e a feira de
Acari, no Rio de Janeiro, é um belo exemplo deste contraste. O mercadão de produtos
roubados é promovido às custas de inúmeras mortes e assaltos por conta de um comércio
que não tem fim. [...]
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Em ―A quadrilha pediu R$50 mil reais, e a carga era de televisões [...]‖, os verbos estão
conjugados no pretérito perfeito do modo indicativo.
Certo
Errado
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e escreveram
nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são tão
diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor, obediente
ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor do revisor, não li
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o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-flores, só falou de
camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A estória
não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava sem
lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A resposta
que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso é
uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí, ao ler o
mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete nos olhos
dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖. Não
quero confundir camelos e beija-flores...
―A resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖(5º§)
29. Resposta: e
O poder de poder
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30. Resposta: a
Raphael Martins
O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia
parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?
O estilo de vida atarefada e a dificuldade de conciliar compromissos profissionais com
relações sociais dão uma nítida impressão de que o tempo voa. Dentre os principais
motivos para que isso aconteça está o aumento de tarefas e obrigações que as pessoas se
envolvem nos dias de hoje. Cria-se, assim, uma sensação pessoal de que há cada vez
menos tempo para si. Florival Scheroki, doutor em Psicologia Experimental pela
Universidade de São Paulo e psicólogo clínico, explica: ―Há realmente essa impressão de
que o tempo se acelerou. Na realidade, é uma percepção que as pessoas têm que não
cabe, no tempo disponível, tudo aquilo que elas têm que fazer‖.
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O psicólogo complementa: ―Isso tudo acontece pelo estilo de vida que temos hoje. Uma
mãe de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola. Se sai às 7h15,
ela não cumpre o horário de entrada no trabalho, às 8 horas. Parece que não temos mais
intervalos‖. Maria Helena Oliva Augusto, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas, concorda: ―É como se o ritmo do tempo se acelerasse. Na verdade, a
percepção temporal muda por conta dos inúmeros compromissos que estão presentes no
cotidiano, que fazem não se dar conta de perceber o tempo de maneira mais tranquila‖.
Sobre o assunto, Luiz Silveira MennaBarreto, professor especializado em cronobiologia
da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, coloca que, na sociedade contemporânea, as
cobranças são cada vez mais intensas e frequentes, o que produz uma sensação crônica
de falta de tempo. As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades e
qualificações acadêmicas, tomando boa parte do tempo que poderia ser destinado ao lazer.
Scheroki completa: ―Por que hoje é assim e antes não era? Hoje temos várias tarefas que
não tínhamos. Temos que saber inglês, francês, jogar tênis, trabalhar… As pessoas tentam
alocar dentro do tempo mais ações do que cabem nele‖. [...]
A professora Maria Helena destaca: ―A percepção de aceleração do tempo é uma coisa
angustiante. É possível se dar conta disso pela quantidade de pessoas ansiosas,
depressivas e estressadas que se encontra. Elas percebem o tempo passando rapidamente
e, por isso, tem pressa de viver intensamente. Isso acaba criando situações de tensão muito
grandes‖.[...]
O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas
relações com amigos ou familiares. Na hora de escolher entre uma obrigação profissional
ou uma interação social, as pessoas acabam priorizando o trabalho: ―Nós somos nossas
relações sociais, nós acontecemos a partir delas. Se elas acabam sendo comprometidas,
comprometem toda a nossa vida. A vida é composta pelas nossas ações no tempo e cada
vez menos a gente tem autonomia sobre ela‖.
Para o professor Menna-Barreto, o ideal é buscar alternativas de trabalho ou estudo em
horários mais compatíveis com uma vida saudável. ―Exercício físico, relações sociais e
familiares ricas e alimentação saudável também ajudam, mas a raiz do problema reside no
trabalho excessivo‖, completa.[...]
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31. Resposta: c
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GOMES, Luiz Flávio. País que constrói mais prisões que escolas está doente. Coluna do
LFG. 07/04/2011. Disponível em:<http://www.conjur.-com.br/2011-abr-07/coluna-lfg-pais-
constroi-presidios-escolas-doente>. Acesso em: 20 ago. 2017. (Adaptado).
No trecho "Educai as crianças e não será preciso punir os homens.‖ (7° parágrafo), o verbo
destacado tem o sentido de:
a) conselho.
b) permissão.
c) decreto.
d) dúvida.
32. Resposta: a
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Sobre a forma verbal "olha", que abre o primeiro quadrinho, analise as afirmativas.
33. Resposta: c
264
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No que concerne aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto CB2A1AAA, julgue o
item seguinte.
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Sem prejuízo da correção gramatical do texto e das informações nele veiculadas, a forma
verbal ―seja‖ (l.7) poderia ser substituída por seria.
Certo
Errado
35. Resposta: c
36. Resposta: e
37. Resposta: c
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gerúndio‖, uma perífrase (locução formada por dois ou três verbos). A locução em si é
legítima, quando comunica a ideia de uma ação futura que ocorrerá no momento de outra
ou sequenciada. As sentenças ―vou estar dormindo na hora do jogo‖ ou ―vou estar vendo o
jogo quando você estiver assistindo à novela‖ são adequadas ao sistema da língua, assim
como em verbos que indiquem processo: ―amanhã vai estar chovendo‖ ou ato contínuo:
―vou estar trabalhando das 8h às 18h.‖
Aquilo que nos acostumamos a chamar de gerundismo se dá quando não queremos
comunicar essa ideia de eventos ou ações simultâneas, mas antes falar de ação pontual,
em que a duração não é preocupação dominante. ―Vou falar‖ narra algo que vai ocorrer a
partir de agora. ―Vou estar falando‖ se refere a um futuro em andamento.
É inadequado usar uma forma verbal com valor de outra – falar de ação isolada, que se
encerraria num só ato, como se fosse contínua. Quando respondemos ao telefone ―vou
estar passando o recado‖ fazemos o recado, que potencialmente tem tudo para ser dado,
não ter mais prazo de validade. O vício aqui isenta a pessoa de responsabilidade sobre o
que prometeu fazer. É antes de tudo um desvio ético.
38. Resposta: b
(...) Não andamos muito elegantes, nestes tempos estranhos. Não andamos muito éticos,
nestes tempos loucos. Não que as coisas tenham sido muito melhores no tempo dos
gregos, quando na filosófica Atenas a mulher era pouco mais do que um animal sem alma,
era normal ter escravos e a guerra era o pão nosso. Ou na Idade Média, quando eu seria no
mínimo candidata à fogueira, não a da inveja, mas a concreta mesmo; nossos filhos teriam
morrido nas Cruzadas matando alguém no Oriente (nada de novo na face da Terra). (...)
Luft, Lya. O menino que me olha. Veja, São Paulo, Abril, 30 jun. 2004. Coluna Ponto de
Vista, p.20
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No fragmento ―Ou na Idade Média, quando eu seria no mínimo candidata à fogueira (...). O
verbo destacado está flexionado em qual tempo e modo?
a) Futuro do presente do indicativo.
b) Futuro do subjuntivo.
c) Pretérito perfeito do indicativo.
d) Futuro do pretérito do indicativo.
e) Presente do indicativo.
39. Resposta: d
40. Resposta: c
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41. Resposta: b
O lugar-comum, ou chavão, nos faculta falar e pensar sem esforço. Ninguém é levado a
sério com ideias originais, que desafiam nossa preguiça. Ouvem-se aqui e ali frases como
esta, dita ainda ontem por um político:
− Este país não fugirá de seu destino histórico!
O sucesso de tais tiradas é sempre infalível, embora os mais espertos possam
desconfiar que elas não querem dizer coisa alguma. Pois nada foge mesmo ao seu destino
histórico, seja um império que desaba ou uma barata esmagada.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Caderno H. Porto Alegre: Globo, 1973, p. 52)
Há construção verbal na voz passiva e adequada articulação entre tempos e modos verbais
na frase:
a) Se queremos falar e pensar sem muito esforço, deveríamos ter-nos esforçado para
cultivar os lugares-comuns.
b) Frases como a indicada no texto são capazes de nos convencer de sua sabedoria, ainda
quando nada tivessem a dizer.
c) Ao localizar a força de um lugar-comum na fala de um político, o autor do texto mostraria
certa aversão a determinados discursos.
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d) Ainda que não tivessem qualquer profundidade, os chavões que ele diz acabariam por
encantar seus ingênuos ouvintes.
e) Se quisermos que a nossa preguiça não venha a ser desafiada por alguma expressão
original, recorramos à mesmice dos chavões.
42. Resposta: e
De todas as comparações sobre o amor, feitas ao longo de 8.000 anos, a mais próxima
da essência do sentimento que, segundo Dante, "move o Sol e as outras estrelas", é a de
dois trens parados na mesma estação, mas com destinos diferentes.
Eu em muito criança, nem sabia o que podia ser o amor, li uma pequenina novela de
Turgueniev que caíra da estante de livros de meu pai. A capa era atraente: o rosto de uma
jovem na janela de um trem. Naquela época, eu era louco por trens, queria ser maquinista
da Central do Brasil. Fiquei olhando aquela capa, não por causa da moça, mas por causa
do trem.
Até que li a novela. Para a minha idade, não era grande coisa. Contudo, uma cena ficou
marcada dentro de mim, foi talvez a única que entendi realmente - e ela atravessou comigo
esses anos todos, nunca a esqueci. Pior: muitas vezes a revivi em causa própria. É talvez a
situação mais recorrente de uma vida que pode merecer tudo, menos a classificação de
novela.
Turgueniev conta a história de dois jovens que se enamoram. Um deles é casado. Por
isso ou aquilo se separam, nunca mais se veem. Passa o tempo e, um dia, o jovem está
num trem que para numa estação. Na plataforma ao lado, há outro trem parado. Após
alguns minutos, os dois trens começam a andar, lentamente, em sentido contrário.
De repente, o jovem vê, na janela do outro trem, a jovem que amou e que também olha
para ele. São breves, fugazes, os poucos segundos em que se olham, sem surpresa, sem
dor. Ele não sabe para onde vai o trem dela. A recíproca é verdadeira: ela também não
sabe para onde o jovem vai. Somente uma coisa é certa: eles se olharam e se
compreenderam. Eles se amaram e se amarão sempre. Não importa o destino de cada um.
O amor se realiza naquela troca de olhares, que poderá ser a última, nem por isso deixa de
ser a mais amargamente doce.
Tudo que poderia ter sido e não é - eis também uma definição do amor. Ele se realiza
de maneira integral nesses instantes fugidios em que as palavras não têm tempo de serem
ditas, nem precisam. E que tudo se resume numa conspiração de dois seres que se olham
e subitamente se entregam um ao outro de forma imaterial e breve - mas para sempre.
Como disse, eu era criança quando li a novela de Turgueniev, que se chama "Ássia" -
nome da principal personagem. Eu não amara ninguém, até então. Afinal, estava indo para
um seminário, já superara a ideia de ser maquinista da Central e queria ser sacerdote de
Deus.
Viver aquela situação seria impossível. Em matéria de amor, eu não teria futuro nem
passado - como os dois jovens da novela de Turgueniev, que ao menos tiveram um
passado.
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Contudo, ali pela altura dos 18 anos, fui passar férias em Rodeio, uma cidadezinha à
beira da estrada de ferro. Todas as manhãs ia à missa no alto de um pequeno morro,
tomava café com o vigário. Ele me pedia que descesse à estação para apanhar os jornais
que vinham do Rio.
Naquela manhã, quando cheguei à estação, havia um trem parado, esperando que o
sinal de acesso ao túnel 12 fosse aberto. Apanhei os jornais e caminhei pela plataforma
vazia. Chamava a atenção dos passageiros, que olhavam aquele rapaz de 18 anos, vestido
de batina, a faixa de seda azul na cintura, o passo firme e satisfeito de quem sabia o que
desejava na vida.
Súbito, numa janela do trem, lá estava a moça que me olhava. Devia ter a minha idade,
ou menos. Uma tabuleta do lado de fora do vagão indicava que ela estava indo para Juiz de
Fora.
Até hoje, tenho a certeza de que ela olhara antes. Talvez nunca tivesse visto um jovem,
da idade dela, de batina. Ainda mais de repente, na plataforma de uma estação perdida na
Serra do Mar. Quando senti que ela me olhava, parei de caminhar e enfrentei o seu olhar.
De início, parecia apenas espantada ao ver surgir um rapaz, jovem como ela, isolado do
mundo pela batina, pela faixa de seda azul que era um estigma da castidade em que vivia.
Quando notou que eu também a olhava, teve pena de mim. Pelo menos foi isso que
percebi. Olhei-a mais fundamente e ela compreendeu. Foi uma eternidade estraçalhada em
segundos: o trem começou a andar e ela foi se afastando. Afastou-se tanto que nunca mais
voltou.
Eu voltei. Segui destino diferente, levei os jornais para o vigário, fiquei ainda dois anos
com aquela batina, aquela faixa de seda azul, símbolo de uma castidade que eu não mais
amava.
Tomei muitos, infinitos trens pela vida afora, trens, aviões, navios. Volta e meia,
continuo vendo por aí um rosto que se detém na minha retina, trazendo-me aquela cena,
metade vivida na novela de Turgueniev, metade vivida na plataforma vazia de uma estação,
por um jovem que não se julgava com direito ao futuro e à memória.
Como disse, eu era criança quando li a novela de Turgueniev, que se chama "Ássia" - nome
da principal personagem. Eu não amara ninguém, até então.
a) Não houvera uma só pessoa que tenha se sentido à vontade ali.
b) Se eu comprasse as passagens para amanhã, não teria tempo de arrumar as malas.
c) É preciso imprimir todo material; só assim será possível a resolução dos exercícios.
d) Ele estava bem, e a prova é que arrumara tudo para receber a família.
e) Amaro imporá suas regras aos novos alunos, que se esforçarão para cumpri-las.
43. Resposta: d
271
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Texto associado
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O segundo parágrafo do texto (I. 12-17) apresenta duas orações com verbo flexionado no
tempo futuro do pretérito do indicativo. Fez-se a escolha desse tempo e modo verbais
a) para exprimir uma suposição, uma hipótese em relação aos fatos analisados.
b) para designar ações posteriores à época dos eventos narrados no primeiro parágrafo.
c) para substituir formas do presente do indicativo.
d) com o objetivo de indicar uma afirmação condicionada e que, provavelmente, não se
realizará.
e) para exprimir certeza sobre os fatos descritos no parágrafo.
44. Resposta: a
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Em relação às formas verbais tem (I. 20) e mantém (I. 29), considere as seguintes
afirmações.
I - Ambas as formas verbais estão flexionadas no mesmo tempo, modo, número e pessoa.
II - A forma verbal tem está sendo empregada no texto como verbo auxiliar, enquanto a
forma verbal mantém está sendo empregada como verbo pleno.
Ill- As formas verbais tem e mantém apresentam, no texto, comportamento idêntico quanto
à predicação.
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45. Resposta: c
46. Resposta: d
Qual é o tempo verbal e o modo em que estão todos os verbos do poema, com exceção de
―estarei‖?
a) Presente, subjuntivo.
b) Pretérito imperfeito, indicativo.
c) Pretérito mais-que-perfeito, indicativo.
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d) Presente, indicativo.
47. Resposta: d
48. (Ano: 2017/Banca: VUNESP)
Texto associado
A questão foi elaborada tendo como base o texto de Reinaldo José Lopes, a seguir.
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48. Resposta: c
Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele disse: "Não entendo muito
bem o que você falou, mas o que menos entendo é o fato de estar indo a uma festa."
— Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de tão difícil de se
compreender nisso?
Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma Gaivota sobrevoando o mar, viajar é
sentir-se ainda mais pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de uma ave
mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada, sobrevivendo apenas de alpiste da melhor
qualidade e água filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência existencial... fadado
ao fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou viver presos em suas próprias armadilhas...
Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos ascendentes; que pássaro
quer ser; que lugares quer sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por mais
e mais, qual a serventia dessas asas enormes, herança genética de seus pais e que lhe
confere enorme envergadura? Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e
pouse na cerca mais próxima. Ora, não venha com desculpas esfarrapadas e vamos dona
Gaivota, espante a preguiça, bata as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois,
como é de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um lugar que não
existe para quem voa rente ao céu e viaja léguas e mais léguas de distância com a mochila
nas costas, olhar no horizonte e os pés socados em terra firme.
Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não deve ser, não; pois as
Gaivotas sacodem a poeira das asas, limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem
o toc-toc lá.
Considerando o seguinte excerto ―Ora, não venha com desculpas esfarrapadas e vamos
dona Gaivota, espante a preguiça, bata as asas e saia do ninho!‖, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Nem todos os verbos estão no imperativo afirmativo.
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49. Resposta: b
―A questão era conseguir o Engenho Vertente... e ele tinha os seus planos na cabeça. Via
as usinas de Pernambuco crescendo de capacidade...‖
50. Resposta: b
TEXTO - Yahoo tenta comprar AOL e barrar avanço do Google (O Estado de São Paulo, 30
out.2006)
―O Yahoo negocia com a Time Warner a compra do site America Online (AOL), segundo a
revista Fortune. A compra seria uma tentativa de chamar atenção dos investidores e tirar o
foco do Google. O Yahoo era líder em buscas na internet até a chegada do Google, que
detém o domínio desse mercado‖.
51. Resposta: b
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c) O verbo imaginar na sua forma "imagine" (linha 35) encontra-se conjugado na terceira
pessoa do singular, no tempo presente do modo imperativo.
d) O verbo sofrer na sua forma "sofrem" (linha 21) encontra-se conjugado na terceira
pessoa do singular, no tempo presente do modo indicativo.
e) O verbo passar na sua forma "passa" (linha 32) encontra-se conjugado na terceira
pessoa do singular, no tempo pretérito perfeito do modo indicativo.
52. Resposta: b
281
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(BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio
de Janeiro: Campus, 2000. Adaptado.)
Assinale, a seguir, os segmentos que apresentam verbos conjugados nos mesmos tempo e
modo.
a) ―Tal como ocorreu com a história do direito de liberdade [...]‖ (3º§) / ―A expressão seria
extremamente genérica [...]‖ (4º§)
b) ―[...] a liberdade não consiste mais na ausência de leis, (2º§) [...]‖ / ―Também o conceito
de igualdade é extremamente amplo [...]‖ (3º§)
c) ―[...] a história do direito à igualdade também se desenvolveu por sucessivos
enriquecimentos.‖ (3º§) / ―[...] se não devesse ser entendida [...]‖ (4º§)
d) ―A primeira ampliação do conceito de liberdade ocorreu com a passagem da teoria da
liberdade [...]‖ (2º§) / ―[...] os seres humanos são iguais ‗em dignidade e direitos‘.‖ (4º§)
54. Resposta: b
O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não
com a cabeça mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não
vemos. Mas isso, admitir que o outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que
somos meio cegos... Vemos pouco, vemos torto, vemos errado.
Bernardo Soares diz que aquilo que vemos é aquilo que somos. Assim, para sair do
círculo fechado de nós mesmos, em que só vemos nosso próprio rosto refletido nas coisas,
é preciso que nos coloquemos fora de nós mesmos. Não somos o umbigo do mundo. E isso
é muito difícil: reconhecer que não somos o umbigo do mundo!
Para se ouvir de verdade, isso é, para nos colocarmos dentro do mundo do outro, é
preciso colocar entre parêntesis, ainda que provisoriamente, as nossas opiniões. Minhas
opiniões! É claro que eu acredito que as minhas opiniões são a expressão da verdade. Se
eu não acreditasse na verdade daquilo que penso, trocaria meus pensamentos por outros.
E se falo é para fazer com que aquele que me ouve acredite em mim, troque os seus
pensamentos pelos meus. É norma de boa educação ficar em silêncio enquanto o outro
fala. Mas esse silêncio não é verdadeiro.
É apenas um tempo de espera: estou esperando que ele termine de falar para que eu,
então, diga a verdade. A prova disto está no seguinte: se levo a sério o que o outro está
dizendo, que é diferente do que penso, depois de terminada a sua fala eu ficaria em
silêncio, para ruminar aquilo que ele disse, que me é estranho.
Mas isso jamais acontece. A resposta vem sempre rápida e imediata. A resposta rápida
quer dizer: ―Não preciso ouvi-lo. Basta que eu me ouça a mim mesmo. Não vou perder
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tempo ruminando o que você disse. Aquilo que você disse não é o que eu diria, portanto
está errado...‖.
(ALVES, Rubem. Sobre o ouvir. Ostra feliz não faz pérola. São Paulo: Planeta do Brasil,
2008.)
55. Resposta: c
Observe o modo por meio do qual o verbo pensar foi empregado na linha 11. Analisando
isoladamente o verbo mencionado, fora do contexto em que foi utilizado, é verdadeiro
afirmar que a conjugação "pensemos" pode ser resultante dos seguintes tempos verbais:
a) Pretérito mais que perfeito do indicativo e pretérito imperfeito do subjuntivo.
b) Futuro do pretérito do indicativo e futuro do subjuntivo.
c) Infinitivo e futuro do presente do indicativo.
d) Presente do subjuntivo e imperativo afirmativo.
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56. Resposta: d
(Bryan Borzykowski, ―Por que escritórios abertos podem ser ruins para funcionários.‖
Disponível em:<www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo...
(último parágrafo) – com o termo Talvez, indicando condição, a sequência que apresenta
correlação dos verbos destacados de acordo com a norma-padrão será:
a) reteríamos ... sentarmos
b) retínhamos ... sentássemos
c) reteremos ... sentávamos
d) retivemos ... sentaríamos
e) retivéssemos ... sentássemos
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57. Resposta: e
58. Resposta: a
59. (Ano: 2017/Banca: Prime Concursos)
Assinale a alternativa em que o verbo Crer está conjugado adequadamente no pretérito
perfeito do indicativo
a) Eu cri
b) Eu creei
c) Eu creu
d) Eu credo
59. Resposta: a
As formas verbais ―provará‖ e ―será‖, no enunciado ―A humildade generosa provará que foi
um deslize e jamais será um hábito. A humildade generosa tratará de contornar,
prontamente, o revés‖ (l. 17 e 18), expressam um(a)
a) futuro certo.
286
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b) probabilidade futura.
c) posterioridade a certo momento do futuro.
d) futuro certo, mas dependente de uma condição.
60. Resposta: a
No primeiro parágrafo do texto (l. 1 a 6), predominam verbos flexionados no modo indicativo
e no tempo
a) presente.
b) pretérito perfeito.
c) pretérito imperfeito.
d) pretérito mais-que-perfeito.
61. Resposta: c
287
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Atenção: Nesta prova, considera-se uso correto da Língua Portuguesa o que está de acordo
com a norma padrão escrita.
288
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[...] A escola que realmente quiser implantar um currículo estruturado por competências
precisará exorcizar alguns velhos hábitos que inviabilizam tal proposta. O primeiro deles é o
hábito de apresentar o conteúdo na sua forma mais sistematizada. Esse hábito é difícil de
ser exorcizado porque alunos e professores concordam e usufruem de benefícios trazidos
por ele. Ao apresentar o conteúdo de forma organizada e sistematizada, com o argumento
de que o aluno ―entende melhor‖, o professor está ―poupando‖ o aluno de encarar e resolver
situações-problemas. O aluno, por sua vez, recebe de muito bom grado o conteúdo
―mastigadinho‖ e atribui todo o trabalho de compreensão do conteúdo à habilidade de
―explicar‖ do professor. Não é raro ouvirmos de alunos que ele não aprendeu porque o
professor não explicou direito.
62. Resposta: c
289
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e) causa.
63. Resposta: b
No poema, o eu lírico estabelece uma interlocução direta com o leitor, quando emprega o
verbo no imperativo em:
a) E olhe que não das maiores,
b) Mas isso deve ser para atenuar a situação.
c) Tem quatro milhões de almas...
d) Leio que certa cidade,
e) São quatro milhões de bocas!
64. Resposta: a
290
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A substituição da forma verbal ―surgem‖ (linha 9) por surjam manteria tanto a correção
gramatical quanto a coerência do texto.
Certo
Errado
291
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66. Resposta: c
292
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―Por isso, cuidam da saúde de 50 milhões de brasileiros, com idades de 0 a 18 anos, que
dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso a consultas
293
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67. Resposta: d
294
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A substituição da forma verbal ―deixaria‖ (linha 19) por deixará não só manteria a correção
gramatical do período como garantiria maior valor de verdade à proposição.
Certo
295
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Errado
68. Resposta: certo
O emprego da forma verbal ―morram‖ (linha 1), no modo subjuntivo, justifica-se pela ideia de
estimativa expressa no período, ou seja, de cálculo apenas aproximado do número de
pessoas que morrem anualmente de causas relacionadas a desastres naturais.
Certo
Errado
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70. Resposta: c
71. Resposta: b
297
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72. Resposta: d
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imagem central, que é finalmente emoldurada pela estrutura helicoidal de uma molécula de
DNA. O artigo sugere que a ciência moderna precisa de Deus.
Não existe nenhum conflito em uma justificativa religiosa ou espiritual para o trabalho
científico, contanto que o produto desse trabalho satisfaça às regras impostas pela
comunidade científica. A inspiração para se fazer ciência é completamente subjetiva e varia
de cientista para cientista. Mas o produto de suas pesquisas tem um valor universal, fato
que separa claramente a ciência da religião.
Quando tantas pessoas estão se afastando das religiões tradicionais em busca de
outras respostas para seus dilemas, é extremamente perigoso equacionar o cientista com o
sacerdote da sociedade moderna. A ciência oferece-nos a luz para muitas trevas sem a
necessidade da fé. Para alguns, isso já é o bastante. Para outros, só a fé pode iluminar
certas trevas. O importante é que cada indivíduo possa fazer uma escolha informada do
caminho que deve seguir, seja através da ciência, da religião ou de uma visão espiritual do
mundo na qual a religião e a ciência preenchem aspectos complementares de nossa
existência.
(GLEISER, Marcelo. Retratos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 46-47)
Quanto à concordância verbal e à adequada correlação entre tempos e modos dos verbos,
está plenamente correta a frase:
a) Não é comum que venham a se estampar numa revista científica quaisquer alusões ao
plano religioso ou espiritual, de vez que a fé ou a vida mística não devem afetar um método
de pesquisa.
b) Seria importante, para os cientistas que são também religiosos, que os valores da fé não
interfiram na prática científica, para a qual em nada pudesse contribuir.
c) É de se lamentar, na opinião do autor do texto, que os dilemas humanos não viessem a
ser resolvidos pelas religiões tradicionais, mas pior será se se pretenderem resolvê-los à luz
da ciência.
d) Caso a ciência não traga alguma luz para o conhecimento humano, não teria como
competir com o conforto que a muitos beneficiam por conta da fé e da confiança numa
ordem divina.
e) Se fosse natural harmonizar a prática científica com a fé religiosa, o autor do texto não
terá insistido em reconhecer que sempre haveriam incompatibilidades entre os meios de
que se vale uma e outra.
73. Resposta: a
Ciência
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d) ―Quando nos encontramos na frente de algo que é necessário, mas impossível, estamos
na presença do trágico. Como dizia Sêneca [...]‖.
e) ―É o maior mal do nosso tempo porque torna impossível o que é necessário e nos impede
de fazer escolhas precisas [...]‖.
74. Resposta: e
75. (Ano: 2017/Banca: IESES) Texto associado
A ―LÍNGUA‖ DO PENSAMENTO
Publicado em Língua Portuguesa, ano 7, n.º 75, janeiro de 2012. Adaptado de:
http://www.aldobizzocchi.com.br/divulgacao.asp. Acesso em: 28 mar 2017.
Por mais distintas que as línguas sejam, praticamente tudo que pode ser dito em uma
língua pode ser dito nas demais. Certas palavras não encontram equivalentes exatos em
outros idiomas, as estruturas sintáticas são muito diferentes, mas o sentido geral das frases
tende a permanecer o mesmo. Tanto que, salvo em traduções de poesia, em que a
expressão é tão importante quanto o conteúdo, o que se traduz num texto é o seu sentido
geral e não o significado termo a termo, a chamada tradução literal, que muitas vezes
conduz a enunciados sem sentido.
Essa possibilidade quase irrestrita de tradução é possível porque o ―sentido geral‖ a que
estou me referindo é algo que transcende a língua. Trata-se de uma representação mental
que fazemos da realidade e que prescinde de palavras. Mas tampouco se dá por imagens
ou outros símbolos dotados de um significante material. Tanto que cegos de nascença,
surdos-mudos e indivíduos privados da linguagem por alguma patologia são perfeitamente
capazes de pensar e compreender a realidade.
Também comprovam a existência dessa representação mental puramente abstrata,
situações como quando não recordamos uma palavra, mas mesmo assim sabemos o que
queremos dizer, ou quando alguém diz algo e, tempos depois, lembramos o que foi dito
mesmo tendo esquecido as palavras exatas. A ideia de que pensamos independentemente
da língua que falamos e mesmo de outros sistemas simbólicos (sons, gestos, desenhos,
esquemas) é bem antiga e tem inquietado muitos pensadores e cientistas ao longo do
tempo.
[...] Fazendo uma analogia, fatos do mundo real são interações entre objetos formados de
átomos ou de partículas ainda menores. Se o pensamento é a representação mental da
realidade exterior, então a mente seria povoada por ―objetos‖ (conceitos) compostos de
partículas mínimas hierarquicamente organizadas, os quais interagem por meio de relações
lógicas e abstratas. Isso explicaria por que substância, qualidade e ação são categorias
universais e por que classes como substantivo, adjetivo e verbo existem em todas as
línguas – ainda que, no plano da superfície discursiva, possam estar mascaradas em
algumas delas.
Paralelamente, os estudos de Noam Chomsky sobre a aquisição da linguagem e a
competência linguística demonstraram que, por mais pobres que sejam os estímulos vindos
do meio, toda criança aprende a falar muito cedo e é capaz de formular corretamente frases
que jamais ouviu antes.
[...] Chomsky postula que a aptidão linguística é inata e se dá por meio de módulos
cerebrais. É como se o cérebro fosse o hardware no qual já viesse de fábrica um sistema
operacional capaz de processar qualquer software linguístico (isto é, qualquer língua). A
esse sistema pré-instalado Chomsky chamou de Gramática Universal (GU). Assim, se o
302
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75. Resposta: a
76. Resposta: d
A IMAGEM NO ESPELHO
Aos 20 anos escreveu suas memórias. Daí por diante é que começou a viver.
Justificava-se:
303
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– Se eu deixar para escrever minhas memórias quando tiver 70 anos, vou esquecer
muita coisa e mentir demais. Redigindo-as logo de saída, serão mais fiéis e terão a graça
das coisas verdes.
O que viveu depois disto não foi propriamente o que constava do livro, embora ele se
esforçasse por viver o contado, não recuando nem diante de coisas desabonadoras. Mas os
fatos nem sempre correspondiam ao texto e, para ser franco, direi que muitas vezes o
contradiziam.
Querendo ser honesto, pensou em retificar as memórias à proporção que a vida as
contrariava. Mas isto seria falsificação do que honestamente pretendera (ou imaginara)
devesse ser a sua vida. Ele não tinha fantasiado coisa alguma. Pusera no papel o que lhe
parecia próprio de acontecer. Se não tinha acontecido, era certamente traição da vida, não
dele.
Em paz com a consciência, ignorou a versão do real, oposta ao real prefigurado. Seu
livro foi adotado nos colégios, e todos reconheceram que aquele era o único livro de
memórias totalmente verdadeiro. Os espelhos não mentem.
(ANDRADE, C. D. de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1981,
p. 23.)
No trecho ―Ele não tinha fantasiado coisa alguma‖, a locução verbal sublinhada está no
pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo. O verbo sublinhado encontra-se nesse
mesmo tempo e modo no fragmento:
a) ―Os espelhos não mentem‖
b) ―Aos vinte anos, escreveu suas memórias‖.
c) ―Em paz com a consciência, ignorou a versão do real‖.
d) ―e todos reconheceram que aquele era o único livro de memórias‖.
e) ―Mas isto seria falsificação do que honestamente pretendera‖.
77. Resposta: e
condição bastante desagradável. Enfrentar a escolha entre bem e mal significa encontrar-se
em situação de ambivalência. Esta poderia ser uma preocupação relativamente menor,
estivesse a ambiguidade de escolha limitada à preferência direta por bem ou mal, cada um
definido de forma clara e inequívoca; limitada em particular à escolha entre atuar baseado
na responsabilidade pelo outro ou desistir dessa ação – de novo com uma ideia bastante
clara do que envolve ―atuar baseado na responsabilidade‖.
(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. Vida em fragmentos: sobre a ética pós-moderna. Trad.
Alexandre Werneck. Rio de Janeiro, Zahar, 2011, p. 11-12)
Esta poderia ser uma preocupação relativamente menor, estivesse a ambiguidade de
escolha limitada à preferência direta por bem ou mal... (3º parágrafo)
Ao reescrever-se o trecho acima com o verbo poder flexionado no futuro do presente do
indicativo, a forma verbal ―estivesse‖ deverá ser substituída, conforme a norma-padrão da
língua, por
a) estar.
b) estará.
c) estiver.
d) está.
e) esteja.
78. Resposta: e
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79. Resposta: c
80. Resposta: d
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É o caso daquela grafia que, embora oficial, não tem fundamento nem etimológico nem
fonológico e mais cria dificuldades do que facilita a vida das pessoas. É o caso também da
regra sintática obsoleta que ainda é exigida em concursos, e da concordância ou regência
que atentam contra a lógica e a natureza da língua, mas são tidas como canônicas pela
gramática normativa. O que fazer com elas? A desobediência civil cabe nesses casos?
Imposição
A regulamentação do idioma, embora não tenha efeito jurídico, sobretudo porque não prevê
sanções cíveis ou penais a quem a transgride (exceto a reprovação em concursos), acaba
sendo mais tirânica que a legislação propriamente dita. Afinal, não é possível enviar ao
Congresso um projeto de lei de iniciativa popular para mudar regras de gramática. Logo,
discordar dessas regras e, mais, desobedecê-las (ou desobedecer a elas, como exigem os
gramáticos) constitui, na prática, um ato de desobediência civil.
Mas será que toda desobediência é justificável? De um lado, podemos ter abusos
motivados por razões ideológicas, algo como ―Si hay gobierno en esta tierra, yo soy contra‖
(―Se há governo nessa terra, sou contra‖). Afinal, para os radicais, toda lei é uma forma de
opressão (alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!). De outro lado, como
distinguir entre desobediência e ignorância? Em tese, qualquer um que não saiba se
expressar de acordo com a gramática pode alegar que o faz deliberadamente. Então será
que todo desvio é justificável?
Rebeldia tímida
Curiosamente, os atos de desobediência deliberada em relação à língua têm um caráter
muito mais conservador do que na política. E afetam mais a ortografia do que a gramática.
Toda vez que ocorre uma reforma ortográfica, não são raras as vozes a se levantarem
contra ela, em defesa do sistema antigo. Fernando Pessoa, por exemplo, pregava a
desobediência civil à reforma de 1911. E, ainda hoje, muitos portugueses resistem ao novo
acordo ortográfico.
Já os ―progressistas‖ da língua se limitam a criticar a timidez das reformas, mas não ousam
desafiá-las, abolindo por conta própria o h mudo ou coisas do gênero. E olhe que não faltam
normas ruins e malfeitas em matéria de ortografia. (...)
Discórdias
E casos como o de ―adequa‖ (ou ―adéqua‖, ou ―adeqúa‖?), que não tem uma grafia oficial (o
dicionário Houaiss é um caso isolado) porque para os gramáticos essa palavra
simplesmente não existe? E o hífen, pomo central da discórdia ortográfica da nossa língua,
cujas normas de uso são tão herméticas quanto ilógicas? (Se antes não havia qualquer
sentido na grafia ―cartão-postal‖, agora temos de conviver também com ―conta-corrente‖).
Com respeito à gramática (ou com desrespeito, se quisermos fazer um trocadilho de mau
gosto), pululam os casos de regras incoerentes, que o falante, em sua ingenuidade, acaba
―corrigindo‖, muitas vezes sem ter consciência de que é um transgressor contumaz.
BIZZOCCHI, Aldo. Desobediência Civil. Revista Língua Portuguesa.
Editora Segmento. Ano 8, n.º 85, novembro de 2012. (adaptado)
Releia o seguinte enunciado:
―Alguns, se pudessem, desacatariam até a lei da gravidade!‖
Assinale a afirmativa INCORRETA:
a) A forma ―desacatariam‖ relaciona-se a ―pudessem‖ para expressar fato irreal ou
hipotético no passado.
b) O enunciado combina pretérito imperfeito do subjuntivo a futuro do pretérito.
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c) Uma combinação aceita pela norma culta escrita é ―Alguns, se puderem, desacatarão até
a lei da gravidade!‖.
d) Outra combinação aceita pela norma culta escrita é ―Alguns, se pudessem, desacatavam
até a gravidade!‖.
e) Outra combinação aceita pela norma é ―Alguns, se podem, desacatam até a lei da
gravidade!‖.
81. Resposta: d
82. Resposta: b
83. (Ano: 2017/Banca: IBFC)
Texto associado
Texto
O retrato (Ivan Angelo)
83. Resposta: a
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(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e,
quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os
pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava
incansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas,
dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante
negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.
Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar
que em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu
lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa,
viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-
se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e
se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por
colocá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos
gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa
dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.
Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa:
levantou-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara.
Ou seja, ao invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe,
nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde
o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou
como filho da senhora: ―Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu
morta graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará‖.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de
primeira classe. E sem óbitos durante o voo.
A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares, pode causar confusão. O verbo ―quis‖,
presente em ―Minha mãe sempre quis viajar‖ (5º§) é um exemplo típico. Nesse sentido,
assinale a alternativa em que se indica INCORRETAMENTE a sua flexão.
a) queres – Presente do Indicativo.
b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
d) queira – Presente do Subjuntivo.
e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
84. Resposta: b
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Caso quiséssemos apenas alterar o tempo e o modo verbais da forma verbal Há (l. 22),
fazendo-se os ajustes necessários no restante do parágrafo, todas as possibilidades a
seguir manteriam a correção do texto, EXCETO:
a) houve.
b) haveria.
c) houveram.
d) houvera.
e) havia.
85. Resposta: c
De todas as coisas pequenas, estava ali a menor de todas que eu já tinha visto. Não
porque ela sofresse dessas severas desnutrições africanas - embora passasse fome mas
pelo que eu saberia dela depois.
Teria uns 4 anos de idade, estava inteiramente nua e suja, o nariz catarrento, o cabelo
desgrenhado numa massa disforme, liso e sujo. Chorava alto, sentada no chão da sala
escura. A casa de taipa tinha três cômodos pequenos. Isso que chamei de sala não
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FELINTO, Marilene. Te. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 jan. 2001. Brasil, Cotidiano, p.
C2.
311
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Sobre os elementos destacados do fragmento ―Não porque ela sofresse dessas severas
desnutrições africanas - embora passasse fome -, mas pelo que eu saberia dela depois.",
leia as afirmativas.
I. A oração entre travessões - EMBORA PASSASSE FOME - possui valor concessivo.
II. O modo das formas verbais SOFRESSE e PASSASSE é determinado sobretudo pelas
relações que se verificam entre o conteúdo das orações.
III. A palavra QUE é uma conjunção integrante.
86. Resposta: c
Existem pessoas cruéis disfarçadas de boas pessoas. São seres que machucam, que
agridem por intermédio de uma chantagem emocional maquiavélica baseada no medo, na
agressão e na culpa. Aparentam ser pessoas altruístas, mas na verdade escondem
interesses ocultos e frustrações profundas.
Muitas vezes ouve-se dizer que ―quem machuca o faz porque em algum momento da
vida também já foi machucado‖. Que quem foi magoado, magoa. No entanto, ainda que por
trás destas ideias exista uma base verídica, existe outro aspecto que sempre nos custa
admitir: A maldade existe. As pessoas cruéis, por vezes, dispõem de certos componentes
biológicos que as empurram em direção a determinados comportamentos agressivos.
O cientista e divulgador Marcelino Cereijudo nos assinala algo interessante. ―Não existe
o gene da maldade, porém há certos aspectos biológicos e culturais que a podem propiciar‖.
A parte mais complexa deste tema é que muito frequentemente tendemos a buscar rótulos
e patologias em comportamentos que simplesmente não entram dentro dos manuais de
psicodiagnóstico.
Os atos maliciosos podem ocorrer sem que exista necessariamente uma doença
psicológica subjacente. Todos nós, em algum momento da nossa vida, já conhecemos uma
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pessoa com este tipo de perfil. Seres que nos presenteiam com bajulação e atenção.
Pessoas agradáveis, com êxito social, mas que em privado delineiam uma sombra obscura
e alargada. Na profundeza dos seus corações, respira a crueldade, a falta de empatia, e até
mesmo a agressividade.
87. Resposta: a
O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista
interessante para a compreensão do critério objetivo que a sociedade brasileira emprega
para a classificação racial das pessoas: ―O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata
na cor; mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero o teu amor‖.
Escrita por Lamartine Babo para o Carnaval de 1932, a marchinha realça a ambiguidade
das relações raciais, ao mesmo tempo em que ilustra a opção nacional pela aparência, pelo
fenótipo. Honesto e preconceituoso em sua definição de negro, Lamartine contribui mais
para o debate sobre classificação racial do que muitos doutores.
Com efeito, ao contrário do que pensa o presidente eleito, bem como certos acadêmicos,
os cientistas pouco podem fazer nesta seara, além de, em regra, exibirem seus próprios
preconceitos ou seu compromisso racial com a manutenção das coisas como elas estão.
Primeiro porque, como se sabe, raça é conceito científico inaplicável à espécie humana,
de modo que o vocábulo raça adquire relevância na semântica e na vida apenas naquelas
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sociedades em que a cor da pele, o fenótipo dos indivíduos, é relevante para a distribuição
de direitos e oportunidades.
Segundo, porque as pessoas não nascem negras ou brancas; enfim, não nascem
―racializadas‖. É a experiência da vida em sociedade que as torna negras ou brancas.
―Todos sabem como se tratam os pretos‖, assevera Caetano Veloso na canção ―Haiti‖.
Em sendo um fenômeno relacional, a classificação racial dos indivíduos repousa menos
em qualquer postulado científico e mais nas regras que regem as relações, intersubjetivas,
econômicas e políticas no passado e no presente.
Negro e branco designam, portanto, categorias essencialmente políticas: é negro quem é
tratado socialmente como negro, independentemente de tonalidade cromática. É branco
aquele indivíduo que, no cotidiano, nas estatísticas e nos indicadores sociais, abocanha
privilégios materiais e simbólicos resultantes do possível mérito de ser branco. Esse sistema
funciona perfeitamente bem no Brasil desde tempos imemoriais.
A título de exemplo, desde a primeira metade do século passado, a Lei das Estatísticas
Criminais prevê a classificação racial de vítimas e acusados por meio do critério da cor.
Emprega-se aqui a técnica da heteroclassificação, visto que ao escrivão de polícia compete
classificar, o que é criticado pela demografia, que entende ser mais recomendável, do
ângulo ético e metodológico, a autoclassificação.
Há um outro banco de dados no qual o método empregado é o da autoclassificação: o
Cadastro Nacional de Identificação Civil, feito com base na ficha de identificação civil, a
partir da qual é emitida a cédula de identidade, o popular RG. Tratase de uma ficha que
pode ser adquirida em qualquer papelaria, cujo formulário, inspirado no aludido Decreto-Lei
das Estatísticas Criminais, contém a rubrica ―cútis‖, neologismo empregado para designar
cor da pele. Assim, todas as pessoas portadoras de RG possuem em suas fichas de
identificação civil a informação sobre sua cor, lançada, em regra, por elas próprias.
Vê-se, pois, que o Cadastro Nacional de Identificação Civil oferece uma referência objetiva
e disponível para o suposto problema da classificação racial: qualquer indivíduo cuja ficha
de identificação civil, dele próprio ou de seus ascendentes (mãe ou pai), indicar cor diversa
de branca, amarela ou indígena, terá direito a reivindicar acesso a políticas de promoção da
igualdade racial e estará habilitado para registrar seu filho ou filha como preto/negro.
Fora dos domínios de uma solução pragmática, o procedimento de classificação racial,
que durante cinco séculos funcionou na mais perfeita harmonia, corre o risco de se tornar,
agora, um terrífico dilema, insolúvel, poderoso o bastante para paralisar o debate sobre
políticas de promoção da igualdade racial.
No passado nunca ninguém teve dúvidas sobre se éramos negros. Quiçá no futuro
possamos ser apenas seres humanos.
SILVA JÚNIOR, Hédio. Preto é cor, negro é raça. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 dez.
2002. Opinião, p.A3.
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88. Resposta: d
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana
pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias, deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o
dobro do tempo.
Todos os dias, deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que
é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame,
nem vai perceber.
Todos os dias, deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer
um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer,
serão cerca de cinco horas do dia… E não se esqueça de escovar os dentes depois de
comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das
seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a
língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som,
porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco
comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque
todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze
minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas
diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar
as informações.
[...]
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você
não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia. A única solução que me ocorre é fazer várias
dessas coisas ao mesmo tempo!
Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os
dentes.
Chame os amigos junto com os seus pais.
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Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher… na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5
minutos, uma colherada de leite de magnésio.
[...].
Em relação à classificação dos verbos destacados no excerto ―Ainda bem que somos
crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de
leite de magnésio.‖, assinale a alternativa correta.
a) O verbo ―somos‖ está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é
um verbo anômalo. O verbo ―sobrarem‖ está na terceira pessoa do plural, no futuro do
presente do modo subjuntivo e pertence à primeira conjugação.
b) O verbo ―somos‖ está na primeira pessoa do plural, no presente do modo subjuntivo e é
um verbo anômalo. O verbo ―sobrarem‖ está na terceira pessoa do plural, no futuro do
presente do modo subjuntivo e pertence à primeira conjugação.
c) O verbo ―somos‖ está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é
um verbo anômalo. O verbo ―sobrarem‖ está na terceira pessoa do plural, no futuro do
presente do modo subjuntivo e pertence à segunda conjugação.
d) O verbo ―somos‖ está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é
um verbo defectivo. O verbo ―sobrarem‖ está na terceira pessoa do plural, no futuro do
presente do modo subjuntivo e pertence à primeira conjugação.
e) O verbo ―somos‖ está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é
um verbo defectivo. O verbo ―sobrarem‖ está na terceira pessoa do plural, no futuro do
presente do modo subjuntivo e pertence à terceira conjugação.
89. Resposta: a
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Adaptado de:<http://revistagalileu.globo.com/Life-Hacks/noticia/2015/07/por-que-voce-
tambem-deve-ir-ao-cinema-e-outros-programas-
sozinho.htmlutm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post>. Acesso
em: 17 out. 2016.
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90. Resposta: a
Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir. […]
Novo Ano! Novo Dia! _____________ 1 (Sorrir) para os que te feriram e busca harmonia
com aqueles que não te entenderam até agora. _____________ 2 (Recordar) que há mais
ignorância que maldade, em torno de teu destino. Não maldigas, nem _____________3
(condenar). Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da
escuridão. Não te _____________4 (desanimar), nem te _____________ 5 (desconsolar).
Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da
indiferença. Não te _____________6 (esquecer) de que Jesus jamais se desespera
conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora:
— Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta
amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.
Fonte: http://rapidshare.com/files/CAMINHO_E_VIDA.rar. Acesso em 12/11/2016
91. Resposta: a
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92. Resposta: b
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O verbo abolir, em ―Aboli a carne de porco (...)‖ (linha 3), é defectivo, pois sua conjugação
não é completa. Não é verbo defectivo:
a) trovejar.
b) falir.
c) computar.
d) suar.
e) colorir.
93. Resposta: d
94. Resposta: c
321
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d) chegar.
95. Resposta: c
96. (Ano: 2017/Banca: IESES)
Texto associado
LÍNGUAS MUDAM
Que as línguas mudam é um fato indiscutível. O que interessa aos estudiosos é verificar o
que muda, em que lugares uma língua muda, a velocidade e as razões da mudança.
Desde a década de 1960, um fator foi associado sistematicamente à mudança: a variação.
Isso quer dizer que, antes que haja mudança de uma forma a outra, há um período de
variação, quando as duas (ou mais) ocorrem – inicialmente em espaços ou com falantes
diferentes. Aos poucos, a forma nova vai sendo empregada por todos; depois, a antiga
desaparece. [...].
Os sociolinguistas, eventualmente, fazem testes para verificar se um caso de variação é ou
não candidato à mudança. O teste simula a passagem do tempo verificando qual é a forma
adotada pelos falantes mais velhos e pelos mais jovens. Por exemplo: se os mais velhos
escrevem ou dizem sistematicamente ―para fazer uma tese é preciso que...‖ e os mais
jovens, ―para se fazer uma tese...‖, este é um indício de que o infinitivo sem sujeito, nesta
posição, tende a desaparecer com o desaparecimento dos falantes mais idosos (e ―para se
fazer‖ será a forma única, pelo menos durante um tempo).
De vez em quando, há discussões sobre certos casos. Dois exemplos: o pronome ‗cujo‘ e a
segunda pessoa do plural dos verbos (‗jogai‘ etc.). Minha avaliação (bastante informal) é
que ‗cujo‘ desapareceu. O que quer dizer ―desapareceu‖? Que não se emprega mais? Não!
Quer dizer que não é mais de emprego corrente; só aparece em algumas circunstâncias –
tipicamente, em textos muito formais (em geral de autores idosos). E, claro, em textos
antigos.
Que apareça em textos antigos é uma evidência de que a forma era / foi empregada. Que
apareça cada vez menos é um indício de que tende a desaparecer. Com um detalhe:
desaparecer não quer dizer não aparecer nunca mais em lugar nenhum. Quer dizer não ser
de uso corrente. Para fazer uma comparação, ‗cujo‘ é como a gravata borboleta: só usamos
esse item em certas cerimônias, ou seu uso é uma idiossincrasia [...].
Outro caso é a segunda pessoa do plural, em qualquer tempo ou modo. Recentemente, um
colunista defendeu a tese de que a forma está viva. Seu argumento: aparece em cartazes
de torcedores em estádios de futebol, especialmente do Corinthians, no apelo ―jogai por
nós‖. Mesmo que este seja um fato, a conclusão é fraca. A forma é inspirada numa ladainha
de Nossa Senhora, toda muito solene, muito mais do que formal. E é bem antiga, traduzida
do latim. [...] A cada invocação, os fiéis respondem ―rogai por nós‖. ―Jogai por nós‖ é uma
fórmula inspirada em outra fórmula, típica desta oração.
Para que se possa sustentar que a segunda pessoa do plural não desapareceu, seria
necessário que seu uso fosse regular. Que, por exemplo, os corintianos também gritassem
―Recuai, Wendel‖, ―Não erreis estas bolas fáceis, Vagner Love‖, ―Tite, fazei Malcolm treinar
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finalizações‖ e, quando chateados, gritassem ―Como sois burro!‖. Espero que nenhum
colunista sustente que isso ocorre...
[...] O caso ―jogai‖ me faz lembrar outro, da mesma natureza, de certa forma. Se há um fato
consensual em português (do Brasil) é que não se diz naturalmente ―ele o/a viu, vou fazê-la
sair‖. Estas formas pronominais objetivas diretas de terceira pessoa são verdadeiros
arcaísmos. Só são parcialmente aprendidas na escola. Os alunos começam a empregá-las
depois de alguns anos, um pouco por pressão, um pouco porque se dão conta de que
cabem em textos mais monitorados. Mas essas formas nunca aparecem na fala deles (e
são muitíssimo raras também na fala de pessoas cultas, como as que aparecem em
debates na TV).
Curiosamente, uma das formas de manifestar chateação, com perdão da expressão, é ―p***
que o pariu‖! Aqui, o pronome oblíquo aparece! Entretanto, ninguém vai dizer que esse é
um argumento para sustentar que o pronome oblíquo está vivo. Se disser...
Sírio Possenti
Departamento de Linguística - Universidade Estadual de Campinas
Sobre alguns dos verbos dos três últimos parágrafos do texto, são apresentadas análises
nas alternativas que seguem. Marque a única INCORRETA.
a) ―Possa‖ está conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo.
b) ―Disser‖ está conjugado no presente do modo subjuntivo.
c) Jogai‖ está conjugado no modo imperativo afirmativo.
d) ―Seria‖ está conjugado no futuro do pretérito do modo indicativo.
96. Resposta: b
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No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a
seguir.
No terceiro período, ―for‖ e ―vir‖ são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de
movimento ir e vir, empregadas em um jogo de palavras que aproxima o campo semântico
do movimento com o campo semântico do transporte.
Certo
Errado
TEXTO 2
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[1º§]Os cliques da internet tornaram-se os remos das antigas galés. Remem remem
remem. Cliquem cliquem cliquem para não ficar para trás e morrer. Mas o presente, nessa
velocidade, é um pretérito contínuo. Se a internet parece ter encolhido o mundo, e milhares
de quilômetros podem ser reduzidos a um clique, como dizem o clichê e alguns anúncios
publicitários, nosso mundo interno ficou a oceanos de nós. Conectados ao planeta inteiro,
estamos desconectados do eu e também do outro. Incapazes da alteridade, o outro se
tornou alguém a ser destruído, bloqueado ou mesmo deletado. Falamos muito, mas
sozinhos. Escassas são as conversas, a rede tornou-se, em parte, um interminável discurso
autorreferente, um delírio narcisista. E narciso é um eu sem eu. Porque para existir eu é
preciso o outro.
[2º§]Há tanta informação disponível, mas talvez estejamos nos imbecilizando. Porque nos
falta contemplação, nos falta o vazio que impele à criação, nos faltam silêncios. Nos falta
até o tédio. Sem experiência não há conhecimento. E talvez uma parcela do ativismo seja
uma ilusão de ativismo, porque sem o outro. Talvez parte do que acreditamos ser ativismo
seja, ao contrário, passividade. Um novo tipo de passividade, cheia de gritos, de certezas e
de pontos de exclamação. Os espasmos tornaram-se a rotina e, ao se viver aos espasmos,
um espasmo anula o outro espasmo que anula o outro espasmo. Quando tudo é grito não
há mais grito. Quando tudo é urgência nada é urgência. Ao final do dia que não acaba, resta
a ilusão de ter lutado todas as lutas, intervindo em todos os processos, protestado contra
todas as injustiças. Os espasmos esgotam, exaurem, consomem. Mas não movem.
Apaziguam, mas não movem. Entorpecem, mas será que movem? [...]
[3º§]A técnica da multitarefa não é uma conquista civilizatória atingida pelo humano deste
tempo histórico. Ao contrário, está amplamente disseminada entre os animais em estado
selvagem: ―Um animal ocupado no exercício da mastigação da sua comida tem de ocupar-
se, ao mesmo tempo, também com outras atividades. Deve cuidar para que, ao comer, ele
próprio não acabe comido. Ao mesmo tempo ele tem que vigiar sua prole e manter o olho
em seu/sua parceiro/a. Na vida selvagem, o animal está obrigado a dividir sua atenção em
diversas atividades. Por isso, não é capaz de aprofundamento contemplativo – nem no
comer nem no copular. O animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem
diante de si, pois tem de elaborar, ao mesmo tempo, o que tem atrás de si‖.
[4º§]A contemplação é civilizatória. E o tédio é criativo. Mas ambos foram eliminados pelo
preenchimento ininterrupto do tempo humano por tarefas e estímulos simultâneos. Você
executa uma tarefa e atende ao celular, responde a um WhatsApp enquanto cozinha, come
assistindo à Netflix e xingando alguém no Facebook, pergunta como foi a escola do filho
checando o Twitter, dirige o carro postando uma foto no Instagram, faz um trabalho
enquanto manda um email sobre outro e assim por diante. Duas, três... várias tarefas ao
mesmo tempo. Como se isso fosse um ganho – e não uma perda monumental, uma
involução.
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98. Resposta: c
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99. Resposta: a
327
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100. Resposta: d
328
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101. Resposta: c
102. Resposta: e
329
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103. Resposta: b
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo
todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova
para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos
pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de
―bruxa‖.
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela
tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos
entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos
preparando venenos num grande caldeirão. Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta
e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha
saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando
"bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós
não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que
seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por
esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era
o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço
nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram
presos na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No
momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se
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abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo.
Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor
terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não
consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão,
aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher
sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna,
e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma
habilidade surpreendente.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer
isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano,
improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui
até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em
poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E
tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito
boa que se chamava Ana Custódio.
(SCLIAR, Moacyr. In: revista Nova Escola, seção Era uma vez. São Paulo: Abril, agosto de
2004).
Na frase ―Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos certeza de que, se fizéssemos
isso, nós a encontraríamos.‖, as palavras em negrito indicam verbos, respectivamente, nos
modos verbais:
a) Indicativo e imperativo.
b) Indicativo e subjuntivo.
c) Subjuntivo e imperativo.
d) Nenhuma das alternativas.
104. Resposta: b
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delas. Solidão interativa foi cunhado pelo sociólogo francês Dominique Wolton. Em sua
tese, o autor alerta quanto ao cuidado para com o uso da internet, principalmente das redes
sociais, chamando a atenção para um detalhe vital no avanço das tecnologias de
comunicação: não importam formas e meios de expressão, a comunicação humana não foi,
não é e nunca será algo tão simples, sempre vai conter grandeza e dificuldade. Wolton
justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pessoas e grupos
que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de comunicação
de coesão entre pessoas e grupos diferentes. E que por isso, a internet não é uma mídia,
mas um sistema de comunicação comunitário. Ele prova isso afirmando que podemos
passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter uma verdadeira relação humana
com quer que seja.
A solidão interativa grassa nas redes sociais, especialmente no facebook. São fotos e
fotos postadas – a maioria – forjando uma felicidade quando, na verdade, é tudo fake. As
mais usuais são aquelas em que o autor se autofotografa – as famosas selfies – e sai
espalhando-as de um dia para o outro, quando não, de uma hora para outra.
Tem as gastronômicas. Aquelas em que o autor antes de comer um prato ou uma
iguaria especial, fotografa e já a lança na rede como a dizer que está podendo. Mas aquela
comidinha do dia a dia, a da vida real, ele jamais vai postar. Ovo frito? Nem pensar! E
aquelas dos momentos felizes? Sim, tem gente que acha que os seus instantes de lazer e
diversão têm que, obrigatoriamente, ser vistos por todos. E lá vai um post ao lado do
namorado ou namorada, dos amigos, geralmente com ares de forçação de barra. Porque a
gaiola do tempo, forjada por nós mesmos, só pode ser aberta pela chave da felicidade
plena.
E tem aquela que é emblemática: a mensagem em que o internauta revela o status do
seu sentimento. Mas o ápice da solidão interativa está naquela figura que posta alguma
coisa e ela mesma vai lá e a curte. De dar dó, não? Temos milhares de ‗amigos‘ nessa
cornucópia virtual. Nessa Caixa de Pandora do Século XXI, eis-nos diante de uma
incoerente quimera: o autoengano. [...]
O autoengano é peça-chave para a nossa sobrevivência. Mentimos – a partir dos dois
meses de idade – não só para os outros, mas, principalmente, para nós mesmos. Mesmo
protegidos na redoma da interatividade, continuamos sós, ali, onde apenas a solidão nos
alcança. Enquanto teclamos a torto e a direito, sugerindo que estamos sempre ON, a vida
verdadeira continua OFF. E nunca nos damos conta de que, no fim, toda a solidão que nos
rodeia, essa sim, é real. Porque bytes, bits e pixels não transmitem calor. E o verbo sem o
hálito quente é apenas palavra morta.
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c) No excerto ―[...] não importam formas e meios de expressão, a comunicação humana não
foi, não é e nunca será algo tão simples [...]‖, o verbo em destaque está conjugado na
terceira pessoa do plural, no modo subjuntivo e no tempo presente.
d) Em ―Mesmo protegidos na redoma da interatividade, continuamos sós [...]‖, o verbo em
destaque está conjugado na primeira pessoa do plural, no modo indicativo e no tempo
futuro do presente.
e) No trecho ―Afinal, foi ele quem criou o hit que Genésio Tocantins espalhou pelo Brasil por
meio do Domingão do Faustão [...]‖, o verbo em destaque está conjugado na terceira
pessoa do singular, no modo indicativo e no tempo pretérito mais-que-perfeito.
105. Resposta: a
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Infância. Antologia poética. 59ª ed., Rio de Janeiro:
Record, 2007.)
Para uma leitura mais produtiva de um texto, faz-se necessária a análise dos elementos que
concorrem para sua construção e sentido. Partindo dessa ideia, analise as proposições a
seguir acerca do poema de Drummond.
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I. Em ―Meu pai montava a cavalo, ia para o campo‖, os verbos ―montava‖ e ―ia‖ caracterizam
a figura do pai como provedora.
II. Na contramão do tempo verbal pretérito imperfeito que apresenta a figura paterna como
provedora e sempre em movimento, a figura materna é apresentada de forma estática,
ratificada pelas expressões ―ficava sentada‖ e ―cosendo‖, denotando ausência de esforço
físico e de aventura.
III. Além da estrutura verbal, que contribui para a construção das lembranças, a escolha dos
substantivos (pai, cavalo, campo, mãe, irmão, mangueiras, história, Robinson Crusoé,
senzala, café, preta velha, berço, suspiro, mato, fazenda) diz muito da significação do tema.
IV. Na segunda estrofe, as ações apresentadas pelos verbos ―aprendeu‖ e ―esqueceu‖, no
pretérito perfeito do indicativo, assinalam algo que passou, que não durou.
V. O emprego dos advérbios ―lá‖ e ―longe‖, juntos, remete à idéia de distância. Essa pode
ser uma referência tanto à impossibilidade de o menino enxergar nitidamente o pai, devido à
extensão da fazenda, quanto à transição temporal: o menino abandona o passado e retorna
ao presente, já como homem.
Estão CORRETAS
a) I, II e V, apenas.
b) I, II, III e IV, apenas.
c) I, III e V, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
106. Resposta: a
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Veja as asserções sobre os modos verbais e assinale a alternativa que contém a afirmação
correta:
I - O modo indicativo predomina nas 1ª e 2ª estrofes.
II - O modo subjuntivo predomina na 3ª estrofe.
III - O modo indicativo indica uma certeza do que está sendo dito.
IV - O modo subjuntivo não mostra incertezas, nem hipóteses do que se está afirmando.
a) Apenas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas I, II e III estão corretas.
c) Apenas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas I, III e IV estão corretas.
107. Resposta: b
Rosely Sayão
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108. Resposta: a
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