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CURSO DE GRAMÁTICA

1. Na frase “— Meu filho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou.”, usou-se a vírgula pelo mesmo motivo em
que foi usada na passagem
a) “Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota.”
b) “Desapontada, ela atirou o grão pela janela.”
c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.”
d) “Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa certa.”
e) “— Tome, faça o que quiser com isso.”

2. Leia o excerto do livro “Quincas Borba” de Machado de Assis.


“Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria
monótono; tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer
à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida...”

A supressão do verbo e o uso da vírgula em seu lugar justificam-se por meio do(a)
a) aliteração. b) elipse. c) assonância. d) polissíndeto. e) silepse.

3. A vírgula entre o sujeito


e o verbo da oração
não deve ser colocada
se juntos eles estão:
em “Joel, chutou a bola”
há erro de pontuação.
Dantas, Janduhi. Lições de gramática em versos de cordel. Petrópolis: Vozes, 2009, p.43.

O poeta paraibano, Janduhi Dantas, valeu-se de uma regra gramatical para produzir sua literatura de cordel.

Sobre o uso da vírgula, todas as sentenças abaixo estão corretas, EXCETO:


a) Joel, chute a bola!
b) Joel chute, a bola!
c) Chute, Joel, a bola.
d) Chute a bola, Joel.

4. Assinale a opção em que, conforme a norma culta, NÃO é possível acrescentar vírgula ao período.
a) Primeiro vamos lá embaixo (...).
b) Agora devem ser três horas da tarde (...).
c) Na minha adolescência você seria uma tortura.
d) Na adolescência me torturaria; mas sou um homem maduro.
e) Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras (...).

MAIS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO


Com mudanças no estilo de vida, aposentadoria está cada vez mais tardia
Durante toda a sua carreira, entre uma reportagem e outra, o jornalista Ricardo Moraes tinha um sonho além
dos papéis: ter um bar. Há dois anos, quando se aposentou, preferiu trocar a desaceleração de uma vida inteira de trabalho
pelo desafio de recomeçar. E, aos 65 anos, acabou de inaugurar a filial do boteco paulistano Bar Léo, no Centro do Rio.
Mas não é só ele. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, os idosos somam 23,5 milhões dos
brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991. E a projeção é que serão 30% da população em 2050 (em 2010,
eram 10%).
Para compor a equipe, Moraes misturou a energia e a agilidade de funcionários jovens à experiência em
atendimento de excelência dos mais velhos. Para isso, chamou o também aposentado Luis Ribeiro, de 67 anos, para ser
seu maître, e o garçom Francisco Carlos, que ainda não se aposentou, mas já passou dos 50 anos.
“Eu ensino organização, senso de hierarquia e como ser mais formal e excelente no atendimento ao cliente. E
eles me ensinam muito sobre tecnologia”, conta Ribeiro, que tem 45 anos de estrada e se aposentou há três anos.
Essa mistura de gerações não é de hoje, mas prepare-se, porque ela será cada vez mais presente dentro das

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empresas. E por um motivo muito simples: as pessoas estão envelhecendo mais tarde.
Com avanços da medicina e estilo de vida mais saudável, aquele senhor que, em décadas passadas, preparava-
se para ficar no sofá aos 60 anos, hoje está a todo vapor. Além disso, há a questão pessoal, de querer se manter ocupado
e útil, e a financeira, pois, como se sabe, apesar da contribuição de uma vida inteira, o retorno é quase sempre baixo em
relação aos trabalhadores comuns.
Tudo isso afeta diretamente o mercado de trabalho, que passa a contar com uma força de trabalho mais madura
e bem presente, e traz desafios também. Um deles é justamente a harmonia entre gerações tão diferentes. Em tese, ambos
agregam: os mais velhos com sua experiência, padrões de qualidade sólidos e comprometimento; e os mais jovens com
sua vivacidade, fácil adaptação e familiaridade à tecnologia. Na prática, porém, há outras questões.
RIBAS, Raphaela. Mais idosos no mercado de trabalho. O Globo, São Paulo, 25 mar. 2018. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/economia/emprego/mais-idosos-no-mercado-de-trabalho-22520971>.

5. Após analisar o excerto reproduzido abaixo, assinale a alternativa na qual a vírgula é utilizada pela mesma razão
que no trecho sublinhado.
“Há dois anos, quando se aposentou, preferiu trocar a desaceleração de uma vida inteira de trabalho pelo desafio de
recomeçar” (1º parágrafo).
a) “Na prática, porém, há outras questões” (7º parágrafo).
b) “Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, os idosos somam 23,5 milhões dos brasileiros [...]” (2º
parágrafo).
c) “Para compor a equipe, Moraes misturou a energia e a agilidade de funcionários jovens à experiência em atendimento
de excelência dos mais velhos” (3º parágrafo).
d) “Além disso, há a questão pessoal, de querer se manter ocupado e útil […]” (6º parágrafo).
e) “em décadas passadas, preparava-se para ficar no sofá aos 60 anos” (6º parágrafo).

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A política e as políticas


Apesar da multiplicidade de facetas a que se aplica a palavra “política” ___ uma delas goza de indiscutível
unanimidade___ a referência ao poder político___ à esfera da política institucional. Um deputado ou um órgão de
administração pública são políticos para a totalidade das pessoas. Todas as atividades 1associadas de algum modo à
esfera institucional política, e o espaço onde se realizam, também são políticos. Um comício é uma reunião política e
um partido é uma associação política, um indivíduo que questiona a ordem institucional pode ser um preso político; as
ações do governo, o discurso de um vereador, o voto de um eleitor são políticos.
MAAR, Leo Wolfgang. A política e as políticas. In: ____. O que é política. São Paulo: Abril Cultural/Brasiliense, 1985.

6. No primeiro período do texto, as lacunas representam sinais e pontuação que foram suprimidos. A sequência que
preenche correta e respectivamente as lacunas é
a) vírgula, ponto e vírgula e travessão.
b) vírgula, dois-pontos e vírgula.
c) ponto e vírgula, vírgula e vírgula.
d) travessão, travessão e dois-pontos.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: SAIBA MAIS SOBRE A LÍNGUA DOTHRAKI


Conversamos com David Peterson, linguista responsável pela criação dos idiomas de Game of Thrones
Se você encontrar um integrante de uma tribo Dothraki, é uma boa ideia saudá-lo com um respeitoso
“m’athchomaroon” e passar longe de palavras como “gale”. Quem afirma isso é o linguista contratado pela série Game
of Thrones para criar as línguas “estrangeiras” da história - o Dothraki e o Alto Valiriano. David Peterson, formado pela
Universidade da Califórnia em San Diego, é integrante da Sociedade de Criação de Linguagens, organização que se
dedica às conlangs.
Conlang não é uma gíria Dothraki e, sim, uma sigla que, em inglês, significa “língua construída”. Ou seja,
idiomas como o esperanto, que tiveram suas regras, palavras e construções pensadas e desenvolvidas — diferente das
línguas naturais, que surgem de forma espontânea através da derivação de sons e de dialetos.
Conversamos com David Peterson sobre a Guerra dos Tronos, a criação do Dothraki e até pedimos para que ele
nos ensinasse a xingar no idioma de Khal Drogo. Confira:

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(1) Galileu: Qual é a relação que você manteve no idioma com a cultura Dothraki?
Peterson: O idioma inteiro é baseado na realidade dos Dothraki. Consequentemente, há palavras para descrever todas
as plantas, animais e os fenômenos que acontecem em seu cotidiano — e nenhuma para situações desconhecidas.

(2) Galileu: Pode dar exemplos?


Peterson: Não faria sentido criar palavras para “livro”, “ler” e “escrever”, já que o Dothraki não existe na forma escrita.
Também não há palavra equivalente a “obrigado”, porque a cultura deles não observa a gratidão da mesma forma. Mas
há palavras diferentes para fezes de animais, dependendo se elas estão frescas ou secas. Como as fezes secas são usadas
para fazer fogueiras, essa distinção é muito importante para eles. Também há 14 palavras diferentes para “cavalo”.

(3) Galileu: Os atores da série conseguem se comunicar na língua?


Peterson: Pelo que sei, os atores apenas memorizam as falas, sem aprender o idioma. Não esperava que eles
aprendessem, afinal, seria um trabalhão. Eles “pegaram” algumas palavras e expressões, mas duvido que conseguissem
manter uma conversa simples em Dothraki.

(4) Galileu: Você também criou o Alto Valiriano, outro idioma falado em Essos, e disse, em entrevista, que a língua é
“quase bonita demais”. Quais são os sons e as construções que tornam isso possível? De que forma o Alto Valiriano se
opõe aos sons guturais e pesados do Dothraki?
Peterson: O Alto Valiriano é mais rico em ditongos do que o Dothraki. E enquanto possui uma pegada gutural, o som
é mais raro. Gramaticamente, as línguas têm suas diferenças. As duas não têm artigos, mas a ordem das palavras é
diferente, com o verbo sempre entrando no final da sentença e os adjetivos sempre precedendo o pronome que eles
modificam.

(5) Galileu: Em aulas de línguas estrangeiras, uma das primeiras coisas que aprendemos (normalmente através dos
colegas e não dos professores) são os xingamentos. E também gostamos de zoar os gringos que vêm ao Brasil, ensinando
palavrões em português, como se tivessem outro significado. Você pode nos ensinar a xingar em Dothraki?
Peterson: Claro! O Dothraki é um idioma “abençoado” com muitos palavrões. “Ifak”, por exemplo, é uma palavra que
tem o significado de gringo, de estrangeiro. Mas no Dothraki é usado como um insulto. “Graddakh” é a palavra usada
para fezes, sempre em tom pejorativo. Muitos dos outros xingamentos são óbvios, como “gale” que significa ovo —
mas também a genitália masculina.
GALASTRI, Luciana. Saiba mais sobre a língua dothraki. Disponível em:
<https://revistagalileu.globo.com/Cultura/Series/noticia/2014/06/o-criador-das-linguas-de-game-thrones.html>.

7. Quanto ao uso de sinais gráficos no texto, avalie as seguintes afirmativas.

I. As aspas nos termos grifados em “O Dothraki é um idioma ‘abençoado’ com muitos palavrões. ‘Ifak’, por exemplo,
é uma palavra que tem o significado de gringo” (pergunta 5) foram usadas com finalidades diferentes: no primeiro
caso, para indicar uma ironia; no segundo, para destacar uma palavra sobre a qual se fala.
II. Em “para criar as línguas ‘estrangeiras’ da história – o Dothraki e o Alto Valiriano.” (1º parágrafo), o travessão pode
ser substituído por dois-pontos (:) sem que haja mudança de sentido.
III. O uso da vírgula no trecho “Em aulas de línguas estrangeiras , uma das primeiras coisas que aprendemos [...] são os
xingamentos” (pergunta 5) separa uma oração adjetiva explicativa da oração principal.
IV.No trecho “Em aulas de línguas estrangeiras, uma das primeiras coisas que aprendemos (normalmente através dos
colegas e não dos professores ) são os xingamentos” (pergunta 5), os parênteses foram utilizados para marcar a
inserção de uma informação acessória.
V. O uso da exclamação em “Claro! O Dothraki é um idioma ‘abençoado’” (pergunta 5), expressa o espanto do
entrevistado sobre o teor da pergunta.

Estão CORRETAS, apenas, as afirmativas


a) I, II e IV. b) II, III e V. c) I, III e IV. d) III, IV e V. e) I, II e V.

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8. Em relação à vírgula presente em “Filhinho, come a salada toda [...]” (cartum), é CORRETO afirmar que ela é
empregada com o objetivo de
a) separar o advérbio antecipado.
b) separar o sujeito “filhinho” do verbo.
c) indicar que “filhinho” é um aposto, pois explica a quem a mãe se refere.
d) isolar uma expressão explicativa.
e) isolar o vocativo “filhinho” do restante da oração.

O texto a seguir é referência para a(s) questão(ões) a seguir.


Era uma vez um lobo vegano que não engolia a vovozinha, três porquinhos que se dedicavam _____ especulação
imobiliária e uma estilista chamada Gretel que trabalhava de garçonete em Berlim. Não deveria nos surpreender que os
contos tradicionais se adaptem aos tempos. Eles foram submetidos _____ alterações no processo de transmissão, oral
ou escrita, ao longo dos séculos para adaptá-los aos gostos de cada momento. Vejamos, por exemplo, Chapeuzinho
Vermelho. Em 1697 – quando a história foi colocada no papel –, Charles Perrault acrescentou _____ ela uma moral,
com o objetivo de alertar as meninas quanto _____ intenções perversas dos desconhecidos.
Pouco mais de um século depois, os irmãos Grimm abrandaram o enredo do conto e o coroaram com um final
feliz. Se a Chapeuzinho Vermelho do século XVII era devorada pelo lobo, não seria de surpreender que a atual
repreendesse a fera por sua atitude sexista quando a abordasse no bosque. A força do conto, no entanto, está no fato de
que ele fala por meio de uma linguagem simbólica e nos convida a explorar a escuridão do mundo, a cartografia dos
medos, tanto ancestrais como íntimos. Por isso ele desafia todos nós, incluindo os adultos. [...]
A poetisa Wislawa Szymborska falou sobre um amigo escritor que propôs a algumas editoras uma peça infantil
protagonizada por uma bruxa. As editoras rejeitaram a ideia. Motivo? É proibido assustar as crianças. A ganhadora do
prêmio Nobel, admiradora de Andersen – cuja coragem se destacava por ter criado finais tristes –, ressalta a importância
de se assustar, porque as crianças sentem uma necessidade natural de viver grandes emoções: “A figura que aparece [em
seus contos] com mais frequência é a morte, um personagem implacável que penetra no âmago da felicidade e arranca
o melhor, o mais amado. Andersen tratava as crianças com seriedade. Não lhes falava apenas da alegre aventura que é
a vida, mas também dos infortúnios, das tristezas e de suas nem sempre merecidas calamidades”. C. S. Lewis dizia que
fazer as crianças acreditar que vivem em um mundo sem violência, morte ou covardia só daria asas ao escapismo, no
sentido negativo da palavra.
Depois de passar dois anos mergulhado em relatos compilados durante dois séculos, Italo Calvino selecionou e
editou os 200 melhores contos da tradição popular italiana. Após essa investigação literária, sentenciou: “Le fiabe sono
vere [os contos de fadas são verdadeiros]”. O autor de O Barão nas Árvores tinha confirmado sua intuição de que os
contos, em sua “infinita variedade e infinita repetição”, não só encapsulam os mitos duradouros de uma cultura, como
também “contêm uma explicação geral do mundo, onde cabe todo o mal e todo o bem, e onde sempre se encontra o
caminho para romper os mais terríveis feitiços”. Com sua extrema concisão, os contos de fadas nos falam do medo, da
pobreza, da desigualdade, da inveja, da crueldade, da avareza... Por isso são verdadeiros. Os animais falantes e as fadas
madrinhas não procuram confortar as crianças, e sim dotá-las de ferramentas para viver, em vez de incutir rígidos patrões
de conduta, e estimular seu raciocínio moral. Se eliminarmos as partes escuras e incômodas, os contos de fadas deixarão
de ser essas surpreendentes árvores sonoras que crescem na memória humana, como definiu o poeta Robert Bly.

(Marta Rebón. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/18/eps/1537265048_460929.html>.)

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9. Com base no texto, considere as seguintes afirmativas:

1. Na frase “Os animais falantes e as fadas madrinhas não procuram confortar as crianças, e sim dotá-las de ferramentas
para viver, em vez de incutir rígidos patrões de conduta, e estimular seu raciocínio moral”, a vírgula depois de
“conduta” pode ser suprimida sem alteração do sentido.
2. Na frase “A ganhadora do prêmio Nobel, admiradora de Andersen – cuja coragem se destacava por ter criado finais
tristes –, ressalta a importância de se assustar...”, a vírgula depois do segundo travessão pode ser corretamente
suprimida.
3. No trecho “...não só encapsulam os mitos duradouros de uma cultura, como também contêm uma explicação geral do
mundo...”, a vírgula depois de “cultura” pode ser corretamente suprimida.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

10. Física com a boca

Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?

Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele,
as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira
para a Qualidade Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento
também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do
ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.

Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No
texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
a) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte.
b) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
c) reticências, para deixar subentendida a formação do especialista.
d) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
e) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O PODER DA LITERATURA - José Castello


1
Em um século dominado pelo virtual e pelo instantâneo, que poder resta à literatura? Ao contrário das imagens,
que nos jogam para fora e para as superfícies, a literatura nos joga para dentro. Ao contrário da realidade virtual, que é
compartilhada e se baseia na interação, 2a literatura é um ato solitário, nos aprisiona na introspecção. Ao contrário do
mundo instantâneo em que vivemos, dominado pelo “tempo real” e pela rapidez, a literatura é lenta, é indiferente às
pressões do tempo, ignora o imediato e as circunstâncias.
Vivemos em um mundo dominado pelas respostas enfáticas e poderosas, enquanto a literatura se limita a
gaguejar perguntas frágeis e vagas. A literatura, portanto, parece caminhar na contramão do contemporâneo. Enquanto
o mundo se expande, se reproduz e acelera, 3a literatura contrai, pedindo que paremos para um mergulho “sem
resultados” em nosso próprio interior. Sim: a literatura – no sentido prático – é inútil. 4Mas ela apenas parece inútil.
A literatura não serve para nada – é o que se pensa. A indústria editorial tende a reduzi-la a um entretenimento
para a beira de piscinas e as salas de espera dos aeroportos. De outro lado, a universidade – em uma direção oposta, mas
igualmente improdutiva – transforma a literatura em uma “especialidade”, destinada apenas ao gozo dos pesquisadores

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e dos doutores. Vou dizer com todas as letras: são duas formas de matá-la. A primeira, por banalização. A segunda, por
um esfriamento que a asfixia. Nos dois casos, a literatura perde sua potência. 5Tanto quando é vista como “distração”,
quanto quando é vista como “objeto de estudos”, 6a literatura perde o principal: seu poder de interrogar, interferir e
desestabilizar a existência. 7Contudo, desde os gregos, a literatura conserva um poder que não é de mais ninguém. 8Ela
lança o sujeito de volta para dentro de si e o leva a encarar o horror, as crueldades, a imensa instabilidade e 9o igualmente
imenso vazio que carregamos em nosso espírito. Somos seres “normais”, como nos orgulhamos de dizer. Cultivamos
nossos hábitos, manias e padrões. Emprestamos um grande valor à repetição e ao Mesmo. Acreditamos que somos donos
de nós mesmos!
Mas 10leia Dostoievski, leia Kafka, leia Pessoa, leia Clarice – 11e você verá que rombo se abre em seu espírito.
Verá o quanto tudo isso é mentiroso. 12Vivemos imersos em um grande mar que chamamos de realidade, mas que – a
literatura desmascara isso – não passa de ilusão. A “realidade” é apenas um pacto que fazemos entre nós para suportar
o “real”. A realidade é norma, é contrato, é repetição, ela é o conhecido e o previsível. O real, ao contrário, é
instabilidade, surpresa, desassossego. O real é o estranho.
(...)
A literatura não tem o poder dos mísseis, dos exércitos e das grandes redes de informação. Seu poder é limitado:
é subjetivo. 13Ao lançá-lo para dentro, e não para fora, ela se infiltra, como um veneno, nas pequenas frestas de seu
espírito. Mas, 14nele instalada pelo ato da leitura, 15que escândalos, que estragos, 16mas também que descobertas e que
surpresas ela pode deflagrar.
Não é preciso ser um especialista para ler uma ficção. Não é preciso ostentar títulos, apresentar currículos, ou
credenciais. A literatura é para todos. Dizendo melhor: é para os corajosos ou, pelo menos, para aqueles que ainda
valorizam a coragem.
(...)

http://blogs.oglobo.globo.com/jose-castello/post/o-poder-da-literatura-444909.html.Acesso em: 21 de fev 2017.

11. Assinale a alternativa que apresenta uma explicação INCORRETA.


a) Em “Tanto quando é vista como distração, quanto quando é vista como objeto de estudos...” (ref. 5), os termos em
destaque estabelecem uma relação de comparação entre as duas situações relacionadas.
b) Os dois pontos foram utilizados no excerto “...a literatura perde o principal: seu poder de interrogar, interferir e
desestabilizar...” (ref. 6) para introduzir ideias que foram resumidas em um termo anterior.
c) A vírgula presente em “...a literatura é um ato solitário, nos aprisiona na introspecção.” (ref. 2) foi utilizada para
marcar a elipse de um termo.
d) No período “...mas também que descobertas e que surpresas ela pode deflagrar.” (ref. 16) , se o sujeito fosse para o
plural, a locução verbal ficaria: pode deflagrarem.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: MAIS QUE ORWELL, HUXLEY PREVIU NOSSO TEMPO
Hélio Gurovitz

Publicado em 1948, o livro 1984, de George Orwell, saltou para o topo da lista dos mais vendidos (...) 1A
distopia de Orwel, mesmo situada no futuro, tinha um endereço certo em seu tempo: o stalinismo. (...) 2O mundo da
“pós-verdade”, dos “fatos alternativos” e da anestesia intelectual nas redes sociais mais parece outra distopia, publicada
em 1932: Admirável mundo novo, de Aldous Huxley.
3
Não se trata de uma tese nova. Ela foi levantada pela primeira vez em 1985, num livreto do teórico da
comunicação americano Neil Postman: Amusing ourselves to death (4Nos divertindo até morrer), relembrado por seu
filho Andrew em artigo recente no The Guardian. “Na visão de Huxley, não é necessário nenhum Grande Irmão para
despojar a população de autonomia, maturidade ou história”, escreveu Postman. “Ela acabaria amando sua opressão,
adorando as tecnologias que destroem sua capacidade de pensar. Orwell temia aqueles que proibiriam os livros. Huxley
temia que não haveria motivo para proibir um livro, pois não haveria ninguém que quisesse lê-los. Orwell temia aqueles
que nos privariam de informação. Huxley, aqueles que nos dariam tanta que seríamos reduzidos à passividade e ao
egoísmo. 5Orwell temia que a verdade fosse escondida de nós. Huxley, que fosse afogada num mar de irrelevância.”
6
No futuro pintado por Huxley, (...) não há mães, pais ou casamentos. O sexo é livre. A diversão está disponível
na forma de jogos esportivos, cinema multissensorial e de uma droga que garante o bem-estar sem efeito colateral: o
soma. Restaram na Terra dez áreas civilizadas e uns poucos territórios selvagens, onde 7grupos nativos ainda preservam

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costumes e tradições primitivos, como família ou religião. “O mundo agora é estável”, diz um líder civilizado. “As
pessoas são felizes, têm o que desejam e nunca desejam o que não podem ter. Sentem-se bem, estão em segurança;
nunca adoecem; 8não têm medo da morte; vivem na ditosa ignorância da paixão e da velhice; não se acham
sobrecarregadas de pais e mães; 9não têm esposas, nem filhos, nem amantes por quem possam sofrer emoções violentas;
são condicionadas de tal modo que praticamente não podem deixar de se portar como devem. E se, por acaso, alguma
coisa andar mal, há o soma.”
10
Para chegar à estabilidade absoluta, foi necessário abrir mão da arte e da ciência. “A felicidade universal
mantém as engrenagens em funcionamento regular; a verdade e a beleza são incapazes de fazê-lo”, diz o líder. “Cada
vez que as massas tomavam o poder público, era a felicidade, mais que a verdade e a beleza, o que importava.” A
verdade é considerada uma ameaça; a ciência e a arte, perigos públicos. Mas não é necessário esforço totalitário para
controlá-las. Todos aceitam de bom grado, fazem “qualquer sacrifício em troca de uma vida sossegada” e de sua dose
diária de soma. “Não foi muito bom para a verdade, sem dúvida. Mas foi excelente para a felicidade.”
No universo de Orwell, a população é controlada pela dor. No de Huxley, pelo prazer. “Orwell temia que nossa
ruína seria causada pelo que odiamos. Huxley, pelo que amamos”, escreve Postman. Só precisa haver censura, diz ele,
se os tiranos acreditam que o público sabe a diferença entre discurso sério e entretenimento. (...) O alvo de Postman, em
seu tempo, era a televisão, que ele julgava ter imposto uma cultura fragmentada e superficial, incapaz de manter com a
verdade a relação reflexiva e racional da palavra impressa. 11O computador só engatinhava, e Postman mal poderia
prever como celulares, tablets e redes sociais se tornariam – bem mais que a TV – o soma contemporâneo. Mas suas
palavras foram prescientes: “O que afligia a população em Admirável mundo novo não é que estivessem rindo em vez
de pensar, mas que não sabiam do que estavam rindo, nem tinham parado de pensar”.

Adaptado, Revista Época nº 973 – 13 de fevereiro de 2017, p. 67.

Distopia = Pensamento, filosofia ou processo discursivo caracterizado pelo totalitarismo, autoritarismo e opressivo
controle da sociedade, representando a antítese de utopia. (BECHARA, E. Dicionário da língua portuguesa. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2011, p. 533).

12. Assinale a alternativa em que a análise dos termos presentes no excerto abaixo está de acordo com o que prescreve
a Gramática Normativa da Língua Portuguesa.

“A distopia de Orwell, mesmo situada no futuro, tinha um endereço certo em seu tempo: o stalinismo.” (ref. 1)
a) O período é composto por três orações, sendo duas subordinadas e uma coordenada.
b) “... mesmo situada no futuro...” é classificada como oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.
c) “... o stalinismo” é um aposto que se refere ao termo imediato que o antecede – “seu tempo”.
d) As vírgulas servem para isolar a oração subordinada adverbial que está inserida em sua oração principal.

13. Nos fragmentos que se seguem, é possível a presença de uma vírgula, EXCETO no fragmento da alternativa
a) É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência.
b) Infelizmente a ciência, utilíssima, especialista em saber ‘como as coisas funcionam’, tudo ignora sobre o coração
humano.
c) Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a
sonhar com as estrelas.
d) Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da navegação.
e) Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço. Ficaram cansados.

14. Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula é opcional.


a) "Partem do pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar."
b) "O detento é obrigado a mostrar progressos, para provar que pode ser reincluído na sociedade."
c) "Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência, o Reino Unido, 50%."
d) "Para controlar o ócio, oferecer muitas atividades de educação é a estratégia."
e) "Cada bloco contém uma cozinha, comida fornecida pela prisão e preparada pelos presos."

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15. Verifica-se o emprego de vírgula para indicar a elipse (supressão) do verbo em:
a) “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois
imperador?”
b) “O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os
ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...].”
c) “O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito,
os Alexandres.”
d) “Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o
mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.”
e) “Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes
sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.”

Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.

O FIM DO LIVRO DE PAPEL

Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos lindos, que valiam
cada um o preço de uma casa. Isso foi 3 décadas antes de a Bíblia de Gutenberg chegar às ruas. Depois dela, os livros
deixaram de ser obras artesanais exclusivas de milionários e viraram o que viraram. Graças a uma novidade: a prensa
de tipos móveis, que era capaz de fazer milhares de cópias no tempo que um monge levava para terminar um manuscrito.
Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá. Só que uma revolução que já acabou. Há 10 anos, pelo
menos. Quando a internet começou a crescer para valer, ficou claro que ela passaria uma borracha na história do papel
impresso e começaria outra.
Mas aconteceu justamente o que ninguém esperava: nada. A internet nunca arranhou o prestígio nem as vendas
dos livros. Muito pelo contrário. O 2o negócio online que mais deu certo (depois do Google) é uma livraria, a Amazon.
Se um extraterrestre pousasse na Terra hoje, acharia que nada disso faz sentido. Por que o livro não morreu? Como uma
plataforma que, se comparada à internet, é tão arcaica quanto folhas de pergaminho ou tábuas de argila continua firme?
Você sabe por quê. Ler um livro inteiro no computador é insuportável. A melhor tecnologia para uma leitura
profunda e demorada continua sendo tinta preta em papel branco. Tudo embalado num pacote portátil e fácil de
manusear. Igual à Bíblia de Gutenberg. Isso sem falar em outro ingrediente: quem gosta de ler sente um afeto físico
pelos livros. Curte tocar neles, sentir o fluxo das páginas, exibir a estante cheia. Uma relação de fetiche. Amor até.
Mas esse amor só dura porque ainda não apareceu nada melhor que um livro para a atividade de ler um livro.
Se aparecer… Se aparecer, não: quando aparecer. Depois do CD, que já morreu, e do DVD, que está respirando com a
ajuda de aparelhos, o livro impresso é o próximo da lista.

VERSIGNASSI, Alexandre. O fim do livro de papel. Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/o-fim-do-


livro-de-papel/>. Acesso em: 06 out. 2017.

16. A pontuação não interfere apenas nos aspectos sintáticos do texto, mas também nos semânticos. Sobre os efeitos
de sentido decorrentes do uso da pontuação no texto, marque a única afirmação CORRETA.
a) Em “Se aparecer… Se aparecer, não: quando aparecer” (5º parágrafo), a utilização dos sinais de pontuação tem como
efeito de sentido introduzir marcas de oralidade na escrita.
b) Em “Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos lindos, que valiam
cada um o preço de uma casa.” (1º parágrafo), os pontos finais foram utilizados para construir períodos curtos, criando
um efeito de morosidade na narrativa.
c) Em “Por que o livro não morreu? Como uma plataforma que, se comparada à internet, é tão arcaica quanto folhas de
pergaminho ou tábuas de argila continua firme?” (3º parágrafo), as interrogações são responsáveis pelo
estabelecimento de possíveis certezas acerca de pensamentos metafóricos.
d) Em “Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá” (2º parágrafo), os uso das vírgulas tem como efeito de
sentido a criação de uma figura de linguagem: a sinestesia.
e) Em “Graças a uma novidade: a prensa de tipos móveis” (1º parágrafo) os dois-pontos foram utilizados para antecipar
uma informação, provocando, como efeito, a ironia.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Lembrando e pensando a TV


2
Os custos da programação eram pagos pela publicidade, que tomava boa parte do tempo de transmissão.
3
Vendia-se de tudo, de automóveis a margarina, de xaropes para tosse a apartamentos. 4Filmetes gravados e propagandas
ao vivo sucediam-se e misturavam-se a notícias sobre exploração espacial, enquanto documentários estrangeiros
falavam da revolução russa, da II Guerra, do nazismo e do fascismo, das convicções pacifistas de Ghandi, das ideias do
físico Einstein sobre a criação e a legitimação da ONU 5etc. etc. Já as incursões históricas propiciadas pelos filmes nos
levavam ao tempo de Moisés e do Egito Antigo, ao Império Romano e advento do Cristianismo, tudo entremeando-se
ao humor de Chaplin, às caretas de Jerry Lewis e às trapalhadas das primeiras comédias nacionais do gênero chanchada.
Houve também o tempo em que as famílias se agrupariam diante dos festivais da canção, torcendo por músicas de
protesto, baladas românticas ou de 6ritmos populares “de raiz”. Enfim, a TV oferecia a um público extasiado um
espetáculo variadíssimo, tudo nas poucas polegadas do aparelho, que 7não tardou a incorporar outras medidas, outros
sistemas de funcionamento, projeção em cores e controle remoto. Percival de Lima e Souto, inédito.

17. Sobre o parágrafo, é correto afirmar:


a) (Referência 2) Em Os custos da programação eram pagos pela publicidade, que tomava boa parte do tempo de
transmissão, a retirada da vírgula não prejudica o sentido original da frase.
b) (Referência 3) Nos segmentos destacados em Vendia-se de tudo, de automóveis a margarina, de xaropes para tosse
a apartamentos, o autor agrupa os elementos de modo não planejado, pois o conjunto dos dois segmentos não exibe
uma regra de construção.
c) (Referência 5) A expressão etc. etc. constitui uma informação genérica, que termina uma enumeração, mas, ao mesmo
tempo, comprova que a lista que vinha sendo enumerada ainda se estende com muitos outros elementos.
d) (Referência 4) Na relação estabelecida pela conjunção enquanto, fica denunciada a desproporção entre os Filmetes
gravados e propagandas ao vivo e os documentários estrangeiros, com juízo depreciativo quanto aos Filmetes e
propagandas ao vivo.
e) (Referência 6) O autor empregou aspas em ritmos populares “de raiz” para sinalizar que a expressão está empregada
de modo irônico, o que evidencia seu desprezo pela música caipira ou sertaneja de raiz.

18. As vírgulas nos períodos abaixo foram empregadas pelo mesmo motivo, EXCETO em:
a) Consigo me concentrar apesar das vozes esganiçadas que anunciam os voos, os atrasos, as trocas de portões, a ordem
nas filas, os nomes dos retardatários.
b) São executivos de terno que empregam adjetivos fortes: incompetente, burra, ignorante.
c) O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado,
os e-mails atrasados, nenhum ser humano me pedirá para apoiar um projeto e não descobrirei que me incluíram num
grupo de WhatsApp em que os 300 participantes dão bom dia uns aos outros.
d) Num retorno de Salvador, escrevi uma coluna como está sentado na primeira fila, ao lado de um bebê com dor de
ouvido que chorou sem dar um minuto de trégua.

19. Marque a alternativa correta quanto ao emprego da vírgula, de acordo com as normas gramaticais.
a) Ele pediu, ao motorista que parasse no hotel.
b) A vida como diz o ditado popular é breve.
c) Da sala eu vi sem ser visto todo o crime acontecendo.
d) Atletas de várias nacionalidades, participarão da maratona.
e) Meus olhos, devido à fumaça intensa, ardiam muito.

20. A reivindicação do massacre na Charlie Hebdo pela facção da al-Qaeda na Península Arábica recoloca em primeiro
plano um movimento afastado da mídia pelos sucessos militares da Organização do Estado Islâmico.

Das afirmações abaixo sobre o uso da vírgula, assinale a única correta:


a) o segmento “pela facção da al-Qaeda na Península Arábica” é um adjunto adnominal e deveria estar entre vírgulas.
b) poderia haver uma vírgula após o sujeito “A reivindicação do massacre na Charlie Hebdo”.
c) deveria haver uma vírgula após o objeto direto “um movimento afastado”.
d) deveria haver uma vírgula após a forma verbal “recoloca”.
e) o segmento “em primeiro plano” é um adjunto adverbial intercalado e poderia estar entre vírgulas.

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21. De acordo com o significado de cada sentença, marque a opção que apresenta erro em relação à presença ou
ausência da vírgula.
a) Eu que não sou o dono da verdade sei que o senhor está certo.
b) Maria foi a pessoa rara que escolheu a casa dos pais.
c) Meu avô Tobias, que foi meu modelo de pai, faleceu quando eu era menino.
d) Dona Jorgina, que dedicou-se inteiramente ao trabalho aos outros, era muito respeitada pelos mais novos da família.

22. Considere as afirmativas a seguir:

I. Na frase “Ela trabalha de segunda à sexta-feira”, está correto o emprego do acento indicativo de crase, porque sempre
ocorre crase antes de dias da semana.
II. Na frase “A construção das pirâmides egípcias envolveram milhares de trabalhadores e técnicas sofisticadas”, há erro
quanto à concordância verbal, porque o verbo envolver deveria estar na terceira pessoa do singular.
III. Tanto na palavra saúde quanto na palavra açaí, o acento gráfico sinaliza a existência de hiato.
IV. Na frase “A primeira cirurgia, transcorreu sem maiores problemas”, está correta a pontuação, uma vez que se deve
separar com vírgula o sujeito do verbo.
V. Está correta a concordância nominal na frase “Ela comprou óculos e bolsa caríssimos”, porque o adjetivo se refere a
ambos os substantivos.

Assinale a alternativa CORRETA.


a) Somente III e V são verdadeiras.
b) Somente I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente II e III são verdadeiras.
d) Somente I, IV e V são verdadeiras.
e) Somente II, III e V são verdadeiras.

PROMESSA CONTRA SINAIS DA IDADE


1
O tempo passa, e com ele os sinais da idade vão se espalhando pelo nosso organismo. Entre eles, os mais
evidentes 2ficam estampados em nossa pele, e rostos, na forma de rugas, flacidez e perda de elasticidade. Um estudo
publicado ontem no periódico científico Journal of Investigative Dermatology, no entanto, identificou um mecanismo
molecular em células da pele que pode estar por trás deste processo, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos
tratamentos para, se não impedir, pelo menos retardar o envelhecimento delas e, talvez, as de outros tecidos e órgãos do
corpo.
Na pesquisa, cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, analisaram amostras de células da pele
de vinte e sete doadores com entre seis e 72 anos, tiradas de locais protegidos do Sol, para determinar se havia alguma
diferença no seu comportamento com a idade. 3Eles verificaram que, quanto mais velha a pessoa, menor era a atividade
de suas mitocôndrias, as “4usinas de energia” de nossas células. 5Essa queda, porém, 6era esperada, já que há décadas a
redução na capacidade de geração de energia por essas 7organelas celulares e na sua eficiência neste trabalho com o
tempo é uma das principais vertentes nas teorias sobre envelhecimento.
/.../BAIMA, César. O Globo, 27 de fev. 2016, p. 24.

23. Observe o uso da vírgula nos trechos abaixo destacados:


I. “O tempo passa, e com ele os sinais da idade vão se espalhando...” (ref. 1)
II. “... ficam estampados em nossa pele, e rostos, na forma...” (ref. 2)
III. “Eles verificaram que, quanto mais velha a pessoa, menor era a atividade de suas mitocôndrias...” (ref. 3)
IV. “Essa queda, porém, era esperada...” (ref. 5)
V. “... era esperada, já que há décadas a redução na capacidade de geração de energia...” (ref. 6)

Assinale a opção que apresenta uma análise correta.


a) No fragmento I, o uso da vírgula é facultativo, tendo em vista que introduz uma oração coordenada sindética aditiva.
b) A vírgula foi utilizada nos excertos II e III pelo mesmo motivo: isolar termos explicativos.
c) O uso da vírgula, em IV, justifica-se pela presença de um termo interferente.
d) A presença de oração subordinada adverbial, no fragmento V, justifica o uso da vírgula.

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24. Em todos os períodos que se seguem há a possibilidade de colocação de vírgula, EXCETO em


a) A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura.
b) Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira.
c) Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo (...)
d) Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás.
e) De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade


e a historicidade são propriedades essenciais da linguagem, indispensáveis a todos os atos da fala, sejam eles presente,
passados ou futuros.
Profª Marina Cezar – Revista Villegagnon. Ano IV. Nº 4. 2009 – Texto adaptado.

25. No trecho a seguir.


“No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade e a
historicidade são propriedades essenciais da linguagem [...]” (1º parágrafo)

Assinale a opção em que o comentário acerca do uso dos sinais de pontuação está correto, tendo em vista a norma-
padrão.
a) A primeira vírgula separa o sujeito do restante da frase, as demais separam os apostos.
b) As vírgulas separam, respectivamente, um adjunto adverbial a termos de mesma função sintática.
c) Todas as vírgulas poderiam ser retiradas, pois não há necessidade de pausas no trecho.
d) É igualmente correto usar ponto e vírgula no lugar de cada vírgula presente no trecho.
e) Pode-se usar um travessão no lugar da primeira vírgula e manter as demais sem prejuízo.

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Gabarito:
Resposta da questão 1: [C] de incutir rígidos patrões de conduta”, e não ao segmento
A vírgula foi usada para separar o vocativo “meu filho”. O inicial do texto, o que prejudicaria o sentido original.
mesmo ocorre em [C]: o vocativo “seu patife” é separado Também a [2] é falsa, pois o segmento “admiradora de
por vírgulas. Andersen – cuja coragem se destacava por ter criado finais
tristes –“ constitui aposto explicativo que deve apresentar-
Resposta da questão 2:[B] se entre vírgulas. Como [3] é verdadeira, é correta a opção
No trecho “Tudo chorando seria monótono; tudo rindo, [C].
cansativo”, é possível subentender que a vírgula entre
“rindo” e “cansativo” está no lugar do verbo “seria”, assim, Resposta da questão 10: [B]
vemos o uso da elipse. É correta a opção [B], pois o segmento “presidente da
Associação Brasileira para a Qualidade Acústica”, que se
Resposta da questão 3:[B] encontra intercalado entre dois travessões, poderia ser
Em [B], o vocativo “Joel” não está separado por vírgula. colocado entre vírgulas, exercendo, assim, a função de
Além disso, há uma vírgula desnecessária entre o verbo e aposto explicativo relativamente ao termo a que se refere:
seu objeto. David Akkerman.

Resposta da questão 4: [D] Resposta da questão 11: [D]


Na frase da opção [D], a colocação de vírgula depois da Em [D] caso o sujeito "ela" fosse para o plural "elas", a
expressão adverbial “Na adolescência” colocaria o locução verbal ficaria "podem deflagrar".
pronome oblíquo “me” em situação de próclise em início
de frase, o que contraria as regras da gramática normativa. Resposta da questão 12: [D]
Não é de uso obrigatório, mas recomenda-se utilizar
Resposta da questão 5: [E] vírgulas para separar a oração subordinada adverbial da
O trecho sublinhado no enunciado (“Há dois anos”) é oração principal, razão pela qual as vírgulas foram
isolado por vírgula por apresentar uma expressão temporal, utilizadas no período.
da mesma forma que o trecho “em décadas passadas”,
presente na alternativa [E]. Resposta da questão 13: [A]
[A] Incorreto. No trecho selecionado, não é possível
Resposta da questão 6: [B] empregar a vírgula, uma vez sua utilização não é
A primeira lacuna deve ser preenchida com uma vírgula permitida entre Oração Principal e Oração Subordinada
para separar a oração concessiva. A segunda deve ser Substantiva Subjetiva.
preenchida com os dois-pontos para introduzir uma [B] Correto. O emprego de vírgulas, tanto no predicativo
explicitação de qual é a faceta que goza de unanimidade. A quando na Oração Subordinada Substantiva Apositiva,
última também é preenchida por uma vírgula para marcar segue a norma culta.
uma outra expressão de sentido equivalente. [C] Correto. A vírgula poderia ser empregada para marcar
o Adjunto Adverbial de Lugar deslocado (“em nossas
Resposta da questão 7: [A] escolas”); o emprego antecedendo a Oração
[III] Incorreta: a vírgula separa o adjunto adverbial do resto Subordinada Adverbial Condicional segue a norma
da oração. culta.
[V] Incorreta: o uso do ponto de exclamação apenas reforça [D] Correto. O Adjunto Adverbial de Tempo pontuado pela
a assertividade com a qual o entrevistado responde à vírgula segue a norma culta na primeira ocorrência; na
pergunta. segunda ocorrência, a vírgula poderia ser empregada
por semelhante situação.
Resposta da questão 8: [E] [E] Correto. O Adjunto Adverbial de Tempo (“Todos os
O termo “filhinho” é usado como um chamado, assim, é dias”) poderia ser pontuado por vírgula conforme a norma
classificado como vocativo e deve ser isolado do restante culta.
da oração com o uso da vírgula.
Resposta da questão 14: [B]
Resposta da questão 9: [C] Na ordem direta, o emprego da vírgula entre a oração
A afirmativa [1] é falsa, pois, se a vírgula fosse suprimida principal e a oração subordinada adverbial é opcional.
depois da palavra conduta, a oração “e estimular seu
raciocínio moral” ficaria coordenada à anterior, “em vez Resposta da questão 15: [C]

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No último segmento da frase, “O roubar pouco é culpa, o Resposta da questão 20: [E]
roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os Estão incorretas as alternativas:
piratas, o roubar com muito, os Alexandres.”, a vírgula [A] adjuntos adnominais não devem ser separados por
assinala a elipse do termo verbal “faz”: o roubar com muito vírgula;
faz os Alexandres. Assim, é correta a opção [C]. [B] não deve haver vírgula entre sujeito e predicado;
[C] não deve haver vírgula após “um movimento afastado”,
Resposta da questão 16: [A] já que o que vem a seguir é parte, ainda, do objeto direto
[B] Incorreta. O uso de períodos curtos gera um efeito de – “um movimento afastado da mídia pelos sucessos
rapidez na narrativa. militares da Organização do Estado Islâmico”;
[C] Incorreta. As interrogações são responsáveis pela [D] não pode haver vírgula entre o verbo e seu objeto
demarcação de reflexões que o autor faz e que também direto.
joga ao leitor.
[D] Incorreta. Não há sinestesia no trecho e a vírgula é Resposta da questão 21: [A]
usada para separar termos encadeados. O correto seria: “Eu, que não sou o dono da verdade, sei
[E] Incorreta. Os dois-pontos foram utilizados para que o senhor está certo”. A oração subordinada adjetiva
apresentar qual é a grande novidade mencionada no início explicativa (“que não sou o dono da verdade”) demanda o
do período. uso da vírgula.

Resposta da questão 17: [C] Resposta da questão 22: [E]


As opções [A], [B], [D] e [E] são incorretas, pois [I] Incorreta: nem sempre ocorre crase antes de dias da
[A] a supressão da vírgula transformaria a oração adjetiva semana. Nesse caso, não há crase já que não há artigo
explicativa em restritiva, o que prejudica o sentido definido antecedendo “sexta-feira”, há somente a
original da frase; preposição “a”.
[B] ambos os segmentos apresentam a mesma regra de [IV] Incorreta: a pontuação está incorreta, uma vez que
construção baseada no paralelismo sintático com a jamais se deve separar o sujeito do verbo.
presença das preposições “de” e “a” que regem os
substantivos “automóveis”, “margarina”, “xaropes” e Resposta da questão 23: [D]
“apartamento”; A alternativa [A] está incorreta. No fragmento [I], o uso da
[D] a conjunção “enquanto” apresenta valor temporal, vírgula é obrigatório. Também é falsa a alternativa [B]. No
podendo ser substituída por “no mesmo momento em fragmento [II], o uso de vírgulas acrescenta uma
que”; informação (“e rostos”) de forma intercalada. No excerto
[E] as aspas em “de raiz” são usadas para enfatizar a [III], elas intercalam uma oração subordinada adverbial
expressão anterior, “ritmos populares”. proporcional com verbo elíptico. Da mesma forma, está
incorreta a alternativa [C], pois o uso de vírgulas no
Resposta da questão 18: [D] fragmento [IV] ocorre para intercalar e enfatizar a
Em [A], [B] e [C], temos o uso da vírgula para separar uma conjunção coordenativa adversativa “porém”.
enumeração, ao passo que em [D] temos a vírgula para
separar os adjuntos adverbiais do resto do período. Resposta da questão 24: [A]
As frases das opções [B], [C], [D] e [E] são iniciadas com
Resposta da questão 19: [E] adjuntos adverbiais deslocados, o que admitiria a
As opções [A], [B], [C] e [D] são incorretas, pois a vírgula colocação de vírgula antes da enunciação dos demais
[A] não pode separar verbo do seu objeto; termos da oração (“Repentinamente,”/ “Na simbologia
[B] deve separar orações subordinadas intercaladas; cristã,”/ “Com certeza,”/ “De vez em quando,” ). Apenas
[C] deve assinalar adjunto adverbial deslocado; em [A], não há possibilidade de colocação de vírgula, pois
[D] não pode separar sujeito do seu predicado. nem o sujeito pode ser separado do seu predicado nem o
Para obedecerem às regras gramaticais de pontuação, as pronome relativo “que” manteria a noção de restrição da
frases deveriam ser substituídas, respectivamente, por: frase original.
- Ele pediu ao motorista que parasse no hotel. Resposta da questão 25: [B]
- A vida, como diz o ditado popular, é breve. A primeira vírgula separa o adjunto adverbial do resto da
- Da sala, eu vi sem ser visto todo o crime acontecendo. frase. As outras vírgulas são utilizadas para separar
- Atletas de várias nacionalidades participarão da elementos de uma enumeração que cumprem a mesma
maratona. função sintática: sujeito da oração.

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