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1. Na frase “— Meu filho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou.”, usou-se a vírgula pelo mesmo motivo em
que foi usada na passagem
a) “Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota.”
b) “Desapontada, ela atirou o grão pela janela.”
c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.”
d) “Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa certa.”
e) “— Tome, faça o que quiser com isso.”
A supressão do verbo e o uso da vírgula em seu lugar justificam-se por meio do(a)
a) aliteração. b) elipse. c) assonância. d) polissíndeto. e) silepse.
O poeta paraibano, Janduhi Dantas, valeu-se de uma regra gramatical para produzir sua literatura de cordel.
4. Assinale a opção em que, conforme a norma culta, NÃO é possível acrescentar vírgula ao período.
a) Primeiro vamos lá embaixo (...).
b) Agora devem ser três horas da tarde (...).
c) Na minha adolescência você seria uma tortura.
d) Na adolescência me torturaria; mas sou um homem maduro.
e) Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras (...).
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empresas. E por um motivo muito simples: as pessoas estão envelhecendo mais tarde.
Com avanços da medicina e estilo de vida mais saudável, aquele senhor que, em décadas passadas, preparava-
se para ficar no sofá aos 60 anos, hoje está a todo vapor. Além disso, há a questão pessoal, de querer se manter ocupado
e útil, e a financeira, pois, como se sabe, apesar da contribuição de uma vida inteira, o retorno é quase sempre baixo em
relação aos trabalhadores comuns.
Tudo isso afeta diretamente o mercado de trabalho, que passa a contar com uma força de trabalho mais madura
e bem presente, e traz desafios também. Um deles é justamente a harmonia entre gerações tão diferentes. Em tese, ambos
agregam: os mais velhos com sua experiência, padrões de qualidade sólidos e comprometimento; e os mais jovens com
sua vivacidade, fácil adaptação e familiaridade à tecnologia. Na prática, porém, há outras questões.
RIBAS, Raphaela. Mais idosos no mercado de trabalho. O Globo, São Paulo, 25 mar. 2018. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/economia/emprego/mais-idosos-no-mercado-de-trabalho-22520971>.
5. Após analisar o excerto reproduzido abaixo, assinale a alternativa na qual a vírgula é utilizada pela mesma razão
que no trecho sublinhado.
“Há dois anos, quando se aposentou, preferiu trocar a desaceleração de uma vida inteira de trabalho pelo desafio de
recomeçar” (1º parágrafo).
a) “Na prática, porém, há outras questões” (7º parágrafo).
b) “Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, os idosos somam 23,5 milhões dos brasileiros [...]” (2º
parágrafo).
c) “Para compor a equipe, Moraes misturou a energia e a agilidade de funcionários jovens à experiência em atendimento
de excelência dos mais velhos” (3º parágrafo).
d) “Além disso, há a questão pessoal, de querer se manter ocupado e útil […]” (6º parágrafo).
e) “em décadas passadas, preparava-se para ficar no sofá aos 60 anos” (6º parágrafo).
6. No primeiro período do texto, as lacunas representam sinais e pontuação que foram suprimidos. A sequência que
preenche correta e respectivamente as lacunas é
a) vírgula, ponto e vírgula e travessão.
b) vírgula, dois-pontos e vírgula.
c) ponto e vírgula, vírgula e vírgula.
d) travessão, travessão e dois-pontos.
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(1) Galileu: Qual é a relação que você manteve no idioma com a cultura Dothraki?
Peterson: O idioma inteiro é baseado na realidade dos Dothraki. Consequentemente, há palavras para descrever todas
as plantas, animais e os fenômenos que acontecem em seu cotidiano — e nenhuma para situações desconhecidas.
(4) Galileu: Você também criou o Alto Valiriano, outro idioma falado em Essos, e disse, em entrevista, que a língua é
“quase bonita demais”. Quais são os sons e as construções que tornam isso possível? De que forma o Alto Valiriano se
opõe aos sons guturais e pesados do Dothraki?
Peterson: O Alto Valiriano é mais rico em ditongos do que o Dothraki. E enquanto possui uma pegada gutural, o som
é mais raro. Gramaticamente, as línguas têm suas diferenças. As duas não têm artigos, mas a ordem das palavras é
diferente, com o verbo sempre entrando no final da sentença e os adjetivos sempre precedendo o pronome que eles
modificam.
(5) Galileu: Em aulas de línguas estrangeiras, uma das primeiras coisas que aprendemos (normalmente através dos
colegas e não dos professores) são os xingamentos. E também gostamos de zoar os gringos que vêm ao Brasil, ensinando
palavrões em português, como se tivessem outro significado. Você pode nos ensinar a xingar em Dothraki?
Peterson: Claro! O Dothraki é um idioma “abençoado” com muitos palavrões. “Ifak”, por exemplo, é uma palavra que
tem o significado de gringo, de estrangeiro. Mas no Dothraki é usado como um insulto. “Graddakh” é a palavra usada
para fezes, sempre em tom pejorativo. Muitos dos outros xingamentos são óbvios, como “gale” que significa ovo —
mas também a genitália masculina.
GALASTRI, Luciana. Saiba mais sobre a língua dothraki. Disponível em:
<https://revistagalileu.globo.com/Cultura/Series/noticia/2014/06/o-criador-das-linguas-de-game-thrones.html>.
I. As aspas nos termos grifados em “O Dothraki é um idioma ‘abençoado’ com muitos palavrões. ‘Ifak’, por exemplo,
é uma palavra que tem o significado de gringo” (pergunta 5) foram usadas com finalidades diferentes: no primeiro
caso, para indicar uma ironia; no segundo, para destacar uma palavra sobre a qual se fala.
II. Em “para criar as línguas ‘estrangeiras’ da história – o Dothraki e o Alto Valiriano.” (1º parágrafo), o travessão pode
ser substituído por dois-pontos (:) sem que haja mudança de sentido.
III. O uso da vírgula no trecho “Em aulas de línguas estrangeiras , uma das primeiras coisas que aprendemos [...] são os
xingamentos” (pergunta 5) separa uma oração adjetiva explicativa da oração principal.
IV.No trecho “Em aulas de línguas estrangeiras, uma das primeiras coisas que aprendemos (normalmente através dos
colegas e não dos professores ) são os xingamentos” (pergunta 5), os parênteses foram utilizados para marcar a
inserção de uma informação acessória.
V. O uso da exclamação em “Claro! O Dothraki é um idioma ‘abençoado’” (pergunta 5), expressa o espanto do
entrevistado sobre o teor da pergunta.
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8. Em relação à vírgula presente em “Filhinho, come a salada toda [...]” (cartum), é CORRETO afirmar que ela é
empregada com o objetivo de
a) separar o advérbio antecipado.
b) separar o sujeito “filhinho” do verbo.
c) indicar que “filhinho” é um aposto, pois explica a quem a mãe se refere.
d) isolar uma expressão explicativa.
e) isolar o vocativo “filhinho” do restante da oração.
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1. Na frase “Os animais falantes e as fadas madrinhas não procuram confortar as crianças, e sim dotá-las de ferramentas
para viver, em vez de incutir rígidos patrões de conduta, e estimular seu raciocínio moral”, a vírgula depois de
“conduta” pode ser suprimida sem alteração do sentido.
2. Na frase “A ganhadora do prêmio Nobel, admiradora de Andersen – cuja coragem se destacava por ter criado finais
tristes –, ressalta a importância de se assustar...”, a vírgula depois do segundo travessão pode ser corretamente
suprimida.
3. No trecho “...não só encapsulam os mitos duradouros de uma cultura, como também contêm uma explicação geral do
mundo...”, a vírgula depois de “cultura” pode ser corretamente suprimida.
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele,
as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira
para a Qualidade Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento
também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do
ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No
texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
a) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte.
b) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
c) reticências, para deixar subentendida a formação do especialista.
d) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
e) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.
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e dos doutores. Vou dizer com todas as letras: são duas formas de matá-la. A primeira, por banalização. A segunda, por
um esfriamento que a asfixia. Nos dois casos, a literatura perde sua potência. 5Tanto quando é vista como “distração”,
quanto quando é vista como “objeto de estudos”, 6a literatura perde o principal: seu poder de interrogar, interferir e
desestabilizar a existência. 7Contudo, desde os gregos, a literatura conserva um poder que não é de mais ninguém. 8Ela
lança o sujeito de volta para dentro de si e o leva a encarar o horror, as crueldades, a imensa instabilidade e 9o igualmente
imenso vazio que carregamos em nosso espírito. Somos seres “normais”, como nos orgulhamos de dizer. Cultivamos
nossos hábitos, manias e padrões. Emprestamos um grande valor à repetição e ao Mesmo. Acreditamos que somos donos
de nós mesmos!
Mas 10leia Dostoievski, leia Kafka, leia Pessoa, leia Clarice – 11e você verá que rombo se abre em seu espírito.
Verá o quanto tudo isso é mentiroso. 12Vivemos imersos em um grande mar que chamamos de realidade, mas que – a
literatura desmascara isso – não passa de ilusão. A “realidade” é apenas um pacto que fazemos entre nós para suportar
o “real”. A realidade é norma, é contrato, é repetição, ela é o conhecido e o previsível. O real, ao contrário, é
instabilidade, surpresa, desassossego. O real é o estranho.
(...)
A literatura não tem o poder dos mísseis, dos exércitos e das grandes redes de informação. Seu poder é limitado:
é subjetivo. 13Ao lançá-lo para dentro, e não para fora, ela se infiltra, como um veneno, nas pequenas frestas de seu
espírito. Mas, 14nele instalada pelo ato da leitura, 15que escândalos, que estragos, 16mas também que descobertas e que
surpresas ela pode deflagrar.
Não é preciso ser um especialista para ler uma ficção. Não é preciso ostentar títulos, apresentar currículos, ou
credenciais. A literatura é para todos. Dizendo melhor: é para os corajosos ou, pelo menos, para aqueles que ainda
valorizam a coragem.
(...)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: MAIS QUE ORWELL, HUXLEY PREVIU NOSSO TEMPO
Hélio Gurovitz
Publicado em 1948, o livro 1984, de George Orwell, saltou para o topo da lista dos mais vendidos (...) 1A
distopia de Orwel, mesmo situada no futuro, tinha um endereço certo em seu tempo: o stalinismo. (...) 2O mundo da
“pós-verdade”, dos “fatos alternativos” e da anestesia intelectual nas redes sociais mais parece outra distopia, publicada
em 1932: Admirável mundo novo, de Aldous Huxley.
3
Não se trata de uma tese nova. Ela foi levantada pela primeira vez em 1985, num livreto do teórico da
comunicação americano Neil Postman: Amusing ourselves to death (4Nos divertindo até morrer), relembrado por seu
filho Andrew em artigo recente no The Guardian. “Na visão de Huxley, não é necessário nenhum Grande Irmão para
despojar a população de autonomia, maturidade ou história”, escreveu Postman. “Ela acabaria amando sua opressão,
adorando as tecnologias que destroem sua capacidade de pensar. Orwell temia aqueles que proibiriam os livros. Huxley
temia que não haveria motivo para proibir um livro, pois não haveria ninguém que quisesse lê-los. Orwell temia aqueles
que nos privariam de informação. Huxley, aqueles que nos dariam tanta que seríamos reduzidos à passividade e ao
egoísmo. 5Orwell temia que a verdade fosse escondida de nós. Huxley, que fosse afogada num mar de irrelevância.”
6
No futuro pintado por Huxley, (...) não há mães, pais ou casamentos. O sexo é livre. A diversão está disponível
na forma de jogos esportivos, cinema multissensorial e de uma droga que garante o bem-estar sem efeito colateral: o
soma. Restaram na Terra dez áreas civilizadas e uns poucos territórios selvagens, onde 7grupos nativos ainda preservam
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costumes e tradições primitivos, como família ou religião. “O mundo agora é estável”, diz um líder civilizado. “As
pessoas são felizes, têm o que desejam e nunca desejam o que não podem ter. Sentem-se bem, estão em segurança;
nunca adoecem; 8não têm medo da morte; vivem na ditosa ignorância da paixão e da velhice; não se acham
sobrecarregadas de pais e mães; 9não têm esposas, nem filhos, nem amantes por quem possam sofrer emoções violentas;
são condicionadas de tal modo que praticamente não podem deixar de se portar como devem. E se, por acaso, alguma
coisa andar mal, há o soma.”
10
Para chegar à estabilidade absoluta, foi necessário abrir mão da arte e da ciência. “A felicidade universal
mantém as engrenagens em funcionamento regular; a verdade e a beleza são incapazes de fazê-lo”, diz o líder. “Cada
vez que as massas tomavam o poder público, era a felicidade, mais que a verdade e a beleza, o que importava.” A
verdade é considerada uma ameaça; a ciência e a arte, perigos públicos. Mas não é necessário esforço totalitário para
controlá-las. Todos aceitam de bom grado, fazem “qualquer sacrifício em troca de uma vida sossegada” e de sua dose
diária de soma. “Não foi muito bom para a verdade, sem dúvida. Mas foi excelente para a felicidade.”
No universo de Orwell, a população é controlada pela dor. No de Huxley, pelo prazer. “Orwell temia que nossa
ruína seria causada pelo que odiamos. Huxley, pelo que amamos”, escreve Postman. Só precisa haver censura, diz ele,
se os tiranos acreditam que o público sabe a diferença entre discurso sério e entretenimento. (...) O alvo de Postman, em
seu tempo, era a televisão, que ele julgava ter imposto uma cultura fragmentada e superficial, incapaz de manter com a
verdade a relação reflexiva e racional da palavra impressa. 11O computador só engatinhava, e Postman mal poderia
prever como celulares, tablets e redes sociais se tornariam – bem mais que a TV – o soma contemporâneo. Mas suas
palavras foram prescientes: “O que afligia a população em Admirável mundo novo não é que estivessem rindo em vez
de pensar, mas que não sabiam do que estavam rindo, nem tinham parado de pensar”.
Distopia = Pensamento, filosofia ou processo discursivo caracterizado pelo totalitarismo, autoritarismo e opressivo
controle da sociedade, representando a antítese de utopia. (BECHARA, E. Dicionário da língua portuguesa. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2011, p. 533).
12. Assinale a alternativa em que a análise dos termos presentes no excerto abaixo está de acordo com o que prescreve
a Gramática Normativa da Língua Portuguesa.
“A distopia de Orwell, mesmo situada no futuro, tinha um endereço certo em seu tempo: o stalinismo.” (ref. 1)
a) O período é composto por três orações, sendo duas subordinadas e uma coordenada.
b) “... mesmo situada no futuro...” é classificada como oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.
c) “... o stalinismo” é um aposto que se refere ao termo imediato que o antecede – “seu tempo”.
d) As vírgulas servem para isolar a oração subordinada adverbial que está inserida em sua oração principal.
13. Nos fragmentos que se seguem, é possível a presença de uma vírgula, EXCETO no fragmento da alternativa
a) É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência.
b) Infelizmente a ciência, utilíssima, especialista em saber ‘como as coisas funcionam’, tudo ignora sobre o coração
humano.
c) Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a
sonhar com as estrelas.
d) Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois aprendem a ciência da navegação.
e) Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço. Ficaram cansados.
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15. Verifica-se o emprego de vírgula para indicar a elipse (supressão) do verbo em:
a) “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois
imperador?”
b) “O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os
ladrões de maior calibre e de mais alta esfera [...].”
c) “O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito,
os Alexandres.”
d) “Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o
mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.”
e) “Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes
sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.”
Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos lindos, que valiam
cada um o preço de uma casa. Isso foi 3 décadas antes de a Bíblia de Gutenberg chegar às ruas. Depois dela, os livros
deixaram de ser obras artesanais exclusivas de milionários e viraram o que viraram. Graças a uma novidade: a prensa
de tipos móveis, que era capaz de fazer milhares de cópias no tempo que um monge levava para terminar um manuscrito.
Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá. Só que uma revolução que já acabou. Há 10 anos, pelo
menos. Quando a internet começou a crescer para valer, ficou claro que ela passaria uma borracha na história do papel
impresso e começaria outra.
Mas aconteceu justamente o que ninguém esperava: nada. A internet nunca arranhou o prestígio nem as vendas
dos livros. Muito pelo contrário. O 2o negócio online que mais deu certo (depois do Google) é uma livraria, a Amazon.
Se um extraterrestre pousasse na Terra hoje, acharia que nada disso faz sentido. Por que o livro não morreu? Como uma
plataforma que, se comparada à internet, é tão arcaica quanto folhas de pergaminho ou tábuas de argila continua firme?
Você sabe por quê. Ler um livro inteiro no computador é insuportável. A melhor tecnologia para uma leitura
profunda e demorada continua sendo tinta preta em papel branco. Tudo embalado num pacote portátil e fácil de
manusear. Igual à Bíblia de Gutenberg. Isso sem falar em outro ingrediente: quem gosta de ler sente um afeto físico
pelos livros. Curte tocar neles, sentir o fluxo das páginas, exibir a estante cheia. Uma relação de fetiche. Amor até.
Mas esse amor só dura porque ainda não apareceu nada melhor que um livro para a atividade de ler um livro.
Se aparecer… Se aparecer, não: quando aparecer. Depois do CD, que já morreu, e do DVD, que está respirando com a
ajuda de aparelhos, o livro impresso é o próximo da lista.
16. A pontuação não interfere apenas nos aspectos sintáticos do texto, mas também nos semânticos. Sobre os efeitos
de sentido decorrentes do uso da pontuação no texto, marque a única afirmação CORRETA.
a) Em “Se aparecer… Se aparecer, não: quando aparecer” (5º parágrafo), a utilização dos sinais de pontuação tem como
efeito de sentido introduzir marcas de oralidade na escrita.
b) Em “Só 122 livros. Era o que a Universidade de Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos lindos, que valiam
cada um o preço de uma casa.” (1º parágrafo), os pontos finais foram utilizados para construir períodos curtos, criando
um efeito de morosidade na narrativa.
c) Em “Por que o livro não morreu? Como uma plataforma que, se comparada à internet, é tão arcaica quanto folhas de
pergaminho ou tábuas de argila continua firme?” (3º parágrafo), as interrogações são responsáveis pelo
estabelecimento de possíveis certezas acerca de pensamentos metafóricos.
d) Em “Foi uma revolução sem igual na história e blá, blá, blá” (2º parágrafo), os uso das vírgulas tem como efeito de
sentido a criação de uma figura de linguagem: a sinestesia.
e) Em “Graças a uma novidade: a prensa de tipos móveis” (1º parágrafo) os dois-pontos foram utilizados para antecipar
uma informação, provocando, como efeito, a ironia.
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18. As vírgulas nos períodos abaixo foram empregadas pelo mesmo motivo, EXCETO em:
a) Consigo me concentrar apesar das vozes esganiçadas que anunciam os voos, os atrasos, as trocas de portões, a ordem
nas filas, os nomes dos retardatários.
b) São executivos de terno que empregam adjetivos fortes: incompetente, burra, ignorante.
c) O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado,
os e-mails atrasados, nenhum ser humano me pedirá para apoiar um projeto e não descobrirei que me incluíram num
grupo de WhatsApp em que os 300 participantes dão bom dia uns aos outros.
d) Num retorno de Salvador, escrevi uma coluna como está sentado na primeira fila, ao lado de um bebê com dor de
ouvido que chorou sem dar um minuto de trégua.
19. Marque a alternativa correta quanto ao emprego da vírgula, de acordo com as normas gramaticais.
a) Ele pediu, ao motorista que parasse no hotel.
b) A vida como diz o ditado popular é breve.
c) Da sala eu vi sem ser visto todo o crime acontecendo.
d) Atletas de várias nacionalidades, participarão da maratona.
e) Meus olhos, devido à fumaça intensa, ardiam muito.
20. A reivindicação do massacre na Charlie Hebdo pela facção da al-Qaeda na Península Arábica recoloca em primeiro
plano um movimento afastado da mídia pelos sucessos militares da Organização do Estado Islâmico.
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CURSO DE GRAMÁTICA
21. De acordo com o significado de cada sentença, marque a opção que apresenta erro em relação à presença ou
ausência da vírgula.
a) Eu que não sou o dono da verdade sei que o senhor está certo.
b) Maria foi a pessoa rara que escolheu a casa dos pais.
c) Meu avô Tobias, que foi meu modelo de pai, faleceu quando eu era menino.
d) Dona Jorgina, que dedicou-se inteiramente ao trabalho aos outros, era muito respeitada pelos mais novos da família.
I. Na frase “Ela trabalha de segunda à sexta-feira”, está correto o emprego do acento indicativo de crase, porque sempre
ocorre crase antes de dias da semana.
II. Na frase “A construção das pirâmides egípcias envolveram milhares de trabalhadores e técnicas sofisticadas”, há erro
quanto à concordância verbal, porque o verbo envolver deveria estar na terceira pessoa do singular.
III. Tanto na palavra saúde quanto na palavra açaí, o acento gráfico sinaliza a existência de hiato.
IV. Na frase “A primeira cirurgia, transcorreu sem maiores problemas”, está correta a pontuação, uma vez que se deve
separar com vírgula o sujeito do verbo.
V. Está correta a concordância nominal na frase “Ela comprou óculos e bolsa caríssimos”, porque o adjetivo se refere a
ambos os substantivos.
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CURSO DE GRAMÁTICA
Assinale a opção em que o comentário acerca do uso dos sinais de pontuação está correto, tendo em vista a norma-
padrão.
a) A primeira vírgula separa o sujeito do restante da frase, as demais separam os apostos.
b) As vírgulas separam, respectivamente, um adjunto adverbial a termos de mesma função sintática.
c) Todas as vírgulas poderiam ser retiradas, pois não há necessidade de pausas no trecho.
d) É igualmente correto usar ponto e vírgula no lugar de cada vírgula presente no trecho.
e) Pode-se usar um travessão no lugar da primeira vírgula e manter as demais sem prejuízo.
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CURSO DE GRAMÁTICA
Gabarito:
Resposta da questão 1: [C] de incutir rígidos patrões de conduta”, e não ao segmento
A vírgula foi usada para separar o vocativo “meu filho”. O inicial do texto, o que prejudicaria o sentido original.
mesmo ocorre em [C]: o vocativo “seu patife” é separado Também a [2] é falsa, pois o segmento “admiradora de
por vírgulas. Andersen – cuja coragem se destacava por ter criado finais
tristes –“ constitui aposto explicativo que deve apresentar-
Resposta da questão 2:[B] se entre vírgulas. Como [3] é verdadeira, é correta a opção
No trecho “Tudo chorando seria monótono; tudo rindo, [C].
cansativo”, é possível subentender que a vírgula entre
“rindo” e “cansativo” está no lugar do verbo “seria”, assim, Resposta da questão 10: [B]
vemos o uso da elipse. É correta a opção [B], pois o segmento “presidente da
Associação Brasileira para a Qualidade Acústica”, que se
Resposta da questão 3:[B] encontra intercalado entre dois travessões, poderia ser
Em [B], o vocativo “Joel” não está separado por vírgula. colocado entre vírgulas, exercendo, assim, a função de
Além disso, há uma vírgula desnecessária entre o verbo e aposto explicativo relativamente ao termo a que se refere:
seu objeto. David Akkerman.
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CURSO DE GRAMÁTICA
No último segmento da frase, “O roubar pouco é culpa, o Resposta da questão 20: [E]
roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os Estão incorretas as alternativas:
piratas, o roubar com muito, os Alexandres.”, a vírgula [A] adjuntos adnominais não devem ser separados por
assinala a elipse do termo verbal “faz”: o roubar com muito vírgula;
faz os Alexandres. Assim, é correta a opção [C]. [B] não deve haver vírgula entre sujeito e predicado;
[C] não deve haver vírgula após “um movimento afastado”,
Resposta da questão 16: [A] já que o que vem a seguir é parte, ainda, do objeto direto
[B] Incorreta. O uso de períodos curtos gera um efeito de – “um movimento afastado da mídia pelos sucessos
rapidez na narrativa. militares da Organização do Estado Islâmico”;
[C] Incorreta. As interrogações são responsáveis pela [D] não pode haver vírgula entre o verbo e seu objeto
demarcação de reflexões que o autor faz e que também direto.
joga ao leitor.
[D] Incorreta. Não há sinestesia no trecho e a vírgula é Resposta da questão 21: [A]
usada para separar termos encadeados. O correto seria: “Eu, que não sou o dono da verdade, sei
[E] Incorreta. Os dois-pontos foram utilizados para que o senhor está certo”. A oração subordinada adjetiva
apresentar qual é a grande novidade mencionada no início explicativa (“que não sou o dono da verdade”) demanda o
do período. uso da vírgula.
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