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FICHA TÉCNICA

 Título – Race (Raça);


 Gênero – Drama;
 Classificação indicativa - +14
 Duração – 134 minutos;
 Ano de lançamento: 2016;
 Ano de produção: 2016;
 País – Alemanha, Canadá, França;
 Diretor – Stephen Hopkins;
 Produção – Karsten Bruning, Luc Dayan, Kate Garwood, Stephen Hopkins, Jean
Charles Levy, Nicolas Manuel;
 Roteiro – Joe Shrapnel e Anna Waterhouse;
 Perfil – Baseado em fatos reais, biografia, conflito, política, social, inclusão
social;
 Origem – Norte-americano;
 Disponibilidade – Apple TV (iTunes), Google Play, YouTube, HBO Max.

RESUMO DO FILME

Jesse Owens, ao ingressar na carreira de atleta, carrega o fardo das expectativas da


família, tensões na Universidade do Estado de Ohio, onde estuda, e seus próprios altos
padrões para competição. Com o apoio do treinador Larry Snyder, se torna o maior atleta
da história ao participar dos Jogos Olímpicos de 1936. No entanto, os desafios só
aumentam ao se deparar com Adolf Hitler e sua visão de supremacia ariana na Alemanha,
sede do evento.

CRÍTICAS

Superar é o verbo-chave de Raça, filme construído sobre a base ofertada pela


impressionante trajetória real do atleta Jesse Owens, cujos feitos nas Olimpíadas de
Berlim, em 1936, foram bem mais que triunfos no âmbito esportivo. Negro, o primeiro
de sua família a frequentar a universidade, ele se tornou um campeão não apenas nas
pistas de atletismo, estabelecendo recordes e conquistando quatro medalhas de ouro
diante dos olhos raivosos de Adolf Hitler e de seus asseclas, mas também na vida.

Essa correlação, consolidada por si na trama, é ressaltada insistentemente pelo diretor


Stephen Hopkins, como se fosse necessário tornar cinematograficamente espetacular o
que a posteridade não registrou devidamente. O enaltecimento do protagonista está
alinhado com o conceito norte-americano de êxito, que passa fundamentalmente pela
vitória. Ao invés de abordar criticamente essa visão, propondo novas camadas, Hopkins
decide filiar-se a ela, mesmo maquiando seu conformismo com os ideais progressistas
representados por Owens.
Ainda que consiga reproduzir a importância de Owens (Stephan James), inclusive
mostrando suas dificuldades iniciais frente aos colegas segregacionistas que sequer
aceitavam dividir o vestiário com ele, o filme passa os sentimentos vigentes, bem como
as situações postas em questão, por um viés demasiado romântico. Não é difícil criar
empatia pelos personagens ianques e começar a torcer por eles, pois suas reivindicações
e anseios são essencialmente nobres.

Em Raça, a única maneira de garantir espaço ao sol num mundo cada vez mais assolado
por intolerância e belicosidade é com medalhas de ouro, na seara esportiva, ou sendo o
mais correto possível, na esfera privada. Hopkins não permite que as incoerências e os
lados menos heroicos das pessoas ameacem o caráter celebratório predominante. As
zonas sombrias até são colocadas na mesa, mas como partes menores das circunstâncias,
que cedem facilmente ante a força (aqui artificial) da perseverança e do amor.

O potencial de Owens é lapidado por um homem fraturado pela vida, que faz da disciplina
sua bússola. Larry Snyder (Jason Sudeikis) incentiva seu pupilo como que para resgatar
um pouco da própria autoestima, realizando-se num nível projecional a cada marca batida.
Essa relação estabelecida entre os dois pilares de Raça é recorrente nas cinebiografias
esportivas, sobretudo naquelas em que o primordial segue pelo caminho de uma
açucarada superação atlética e sentimental.
A fragilidade da dimensão sócio-política também pouco colabora para deslocar esta
realização de seu eixo simplista. Avery Brundage (Jeremy Irons), empresário que luta
pela participação norte-americana nas Olimpíadas, a despeito do clamor dissonante, é
desenhado parcialmente como um símbolo corajoso da retidão estadunidense, que
vocifera na presença de Goebbels (Barnaby Metschurat), impondo uma moral que os
EUA não sustenta. As falhas dele, vistas mais adiante, são minimizadas, seguindo a lógica
instituída, avessa a contradições.
O título Raça pode ser visto com dois olhares: raça no sentido de ter força para fazer algo,
e raça no conceito de características físicas. O filme vai além do esporte pois sua
abordagem política e social é muito forte, e ainda assim o foco não é perdido.
No IMBd, também conhecida como internet movie database, que é uma base de dados
online de informação sobre cinema TV, música e games, o filme recebeu classificação de
7,1, sendo bem recebibo pelo público em geral.

RELAÇÃO DO FILME COM A CONSCIÊNCIA NEGRA

Consciência negra é um termo que ganhou notoriedade na década de 1970, no Brasil, em


razão da luta de movimentos sociais que atuavam pela igualdade racial, o termo é, ao
mesmo tempo, uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do povo de origem
africana, que foi trazido à força e duramente escravizado por séculos no Brasil. É o
símbolo da luta, da resistência e a consciência de que a negritude não é inferior e que o
negro tem seu valor e seu lugar na sociedade.

Se pesquisarmos o conceito de “Consciência Negra”, lá diz que é, entre outras coisas, o


orgulho de ser negro, e já sabemos que os negros infelizmente tem o leque de
oportunidades reduzido, por causa de todo o preconceito que sofreram e que sofrem até
hoje. O mais interessante, é que na sinopse do filme diz que por mais difícil que seja, o
atleta conseguiu 4 medalhas de ouro, sendo elas, 100 e 200 metros rasos, no salto em
distância e no revezamento 4x100m. E isso é muito importante, não só pra ele, mas para
todos os negros!

Ou seja, é muito interessante e muito bom que o filme retrate a vitória de um negro, por
causa que isso mostra coragem, força, talento, e mostra que não é a cor da pele que define
o potencial, e tudo mais. Como o próprio personagem fala: “Lá naquela pista, estamos
livres disso tudo, nada pode me segurar, nem cor, nem dinheiro, nem medo, nem ódio,
não existe preto nem branco, só existe rápido e lento.” Porque o filme no geral fala das
dificuldades, mas também fala do êxito, da vitória, e precisamos falar sobre os dois, e não
só da parte dolorida.

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