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GENERALIDADE DA TOPOGRAFIA
1.1. DEFINIÇÃO.
O termo Topografia origina-se da composição de 2 palavras gregas; topos, que significa "lugar",
"região", e graphein, que significa "descrever", portanto "descrição de um lugar"). É a ciência
que estuda todos os acidentes geográficos definindo a sua situação e localização exacta na
Terra. É ainda o estudo dos princípios e métodos necessários para a descrição e representação
das superfícies da Terra, representá-las graficamente em cartas (ou plantas) topográficas.
Uma representação topográfica é regida pelas regras da topografia, varia com o grau de
exactidão e com finalidade requerida é designado por planta ou carta topográfica. É um
documento gráfico rigorosamente exacto.
A carta topográfica é considerada como sendo o resultado final de trabalho iniciado no campo e
terminado no gabinete.
A topografia, portanto, é feita a fim de poder determinar a localização dos elementos naturais e
artificiais na superfície da terra, no subsolo e a sua configuração (relevo). Os elementos naturais
são; rede hidrográfica, montanhas, floresta, entre outros, enquanto que os elementos artificiais
representam o produto de trabalho humano, tal é o caso: das estradas, caminho de ferro,
construções, linhas de fronteiras, etc,.
No que diz respeito ao ramo de geologia, o engenheiro geólogo necessita deste documento para
fins de investigação de minerais e petróleo, água e outros recursos.
Podemos tomar como referência das primeiras cartas topográficas; as cartas realizadas á 1500
a.C., em Torino, que documentavam a situação das minas de ouro, o material precioso desde
esses tempos. À volta de 200 anos a.C., Heron introduziu o princípio da geometria sobre a
ligação da superfície e subsolo. Há registo de que nesse tempo os gregos já possuíam o nível e a
mira.
Outro passo importante foi à utilização da bússola na China há 300 anos a.C. O teodolito
começou a ser utilizado na topografia mineira nos meados de século passado, embora o primeiro
deste instrumento fosse construído por volta do ano 1780.
Novo passo qualitativo na Topografia Mineira efectua-se nos últimos tempos com a introdução
de instrumentos electrónicos e computadores. Aqui referimo-nos a utilização de Giro teodolito,
teodolito e nível electrónicos e de laser com grande precisão nas medições. Ainda podemos
referir os instrumentos automáticos para elaboração de cartas.
A Topografia mineira é levada a cabo para determinar as posições relativas e as cotas dos
trabalhos subterrâneos, formações geológicas e características da superfície; fazer medições e
estabelecer linhas e direcções dos trabalhos futuros. Também usa para projectar os trabalhos,
como também representar os progressos dos mesmos, determinar a quantidade de mineral
produzido, estimar quantidade de mineral que podem ser produzido.
A Topografia mineira é uma das disciplinas mais antiga na área mineira; podemos dizer que ela
é tão antiga como a própria actividade de exploração mineira.
O Topógrafo Mineiro deve ter para além de conhecimentos gerais de topografia, noções sobre a
geologia e trabalhos de minas. Esta é a arma que lhe facilita entender melhor o objectivo de
cada operação em curso. Esta capacidade ajuda, significativamente, a seleccionar as
informações útis entre milhões de informações existentes a sua volta no terreno.
Vamos, portanto, conhecer as três principais finalidades de cada carta (na área Geológico-
Mineira) a ser elaborada:
ii) Cartas para fins de trabalhos de exploração e controlo topográfico técnico da mina;
iii) Cartas para fins de trabalhos técnicos operacionais, como é o caso de transporte nos locais
de actividade, projecção de medida de segurança, documentação das zonas de impacto
ambiental a serem reabilitadas, localização de zonas vulneráveis à problemas de gases, etc.
A carta/planta topográfica serve de uma base para uma melhor determinação de metodologias
adequadas a serem aplicadas, tanto como na extração e transporte do minério também para
medidas de segurança duma mina.
Sobre estes assuntos, vamos ainda abordar detalhadamente nos próximos capítulos.
A passagem de um tipo de carta para a outra exige a ligação ou redução do(s) precedente(s) e a
nova carta toma uma nova dimensão ou escala. Isso implica que se faça uma nova redacção e às
vezes, no caso de impossibilidade de ligação de folhas adjacentes, se procede a mudança de
sistema de projecção.
1.6. GEODESIA. A Geodesia representa ou estuda a forma, as dimensões da terra num globo, e
o seu campo gravitacional e dos outros planetas do sistema solar. A geodesia, portanto, dedica-
se ao estudo e medições de grandes extensões da superfície terrestre onde a forma esférica da
terra é tomada em consideração. Ela é ciência mais precisa sobre medições da terra.
A geodesia na verdade iniciou na antiguidade, visto que já nessa altura o homem interessou-se
em conhecer a forma e a dimensão da Terra; o planeta portador da vida. No entanto nesta época,
não se tinha atingido ainda um bom nível em matemática, astronomia ou geografia. O
desenvolvimento nesta área começou somente no século 17, quando a geodesia se tornou
efectivamente uma ciência.
A Geodesia divide-se em: Geodesia superior e Geodesia inferior, este último do âmbito da
topografia actual.
Além de definir as medições e forma da terra como acabamos de ver, outra tarefa muito
importante da Geodesia superior é de estabelecer a rede geodésica (rede da I. e mais) num
estado, conjunto de países ou na totalidade da Terra para trabalhos posteriores de medições da
Terra.
Existe uma outra superfície chamado quase-geóide que é uma superfície próxima do geóide,
estudada por M. Molodênsky em 1945. O seu estudo baseou-se em medições e dados físicas,
astronômicas e gravimétricas medidas na superfície da terra, resultado de processo complexo de
nivelamento gravimétrico. Afastamento das duas superfícies não ultrapassa 2m em zonas
montanhosas, e nas zonas costeiras as duas funde-se.
As duas superfícies, Geóide e quase-geóide são inconvenientes nas resoluções matemáticas por
ser bastante complexos, assim sendo não servem como superfície de referência para determinar
a situação de projecções numa forma precisa, para tal precisamos de tomar uma outra superfície
de referência que seja mais precisa ou exacta.
Para melhor compreensão, apresentamos na fig. 2.2, duma forma exagerada, a configuração da
terra em relação à geóide e elipsóide.
Inúmeros foram os trabalhos científicos realizados para determinar as elipsóides terrestres, não
havendo uma única que melhor se adapte na globalidade. Cada elipsóide se adapta melhor num
determinado local, não sendo o mesmo para o outro lugar, esta é a conclusão a que se chegou.
Algumas elipsóides de referência e as regiões onde são usado encontram-se na tabela a seguir:
Raio Achatamento
Nome de elipsóide Raio Polar (m) Onde usado
Equatorial (m) Inverso
- Chama-se equador terrestre o paralelo (EW) que é eqüidistante dos pólos (NS).
No equador um grau de longitude também equivale 111 km. Porém, devido à convergência nos
pólos, o comprimento de um grau de longitude fora da linha do equador será proporcional ao
cosseno da latitude do lugar.
Observa-se que um grau de longitude não é constante e que a variação é maior quanto mais
próximo dos pólos se considerar. Este fato dificulta em muito o uso das coordenadas
geográficas para medidas comuns.
1.9.. DATUM
O Datum é a referência dum sistema cartográfico. Os geodesistas tomam um modelo de
elipsóide da Terra e fixam-no a um ponto inicial ou ponto origem (Datum). Infelizmente,
porque o Datum mantém os seus próprios erros na determinação e porque é fixo, sempre que
nos afastamos desta origem, os erros se acumulam. Este tipo de sistema é chamado de
topocêntrico, pois a sua referência é um lugar (topo) na superfície terrestre.
Para eliminar estes erros, o cartógrafo é forçado a trocar a referência (Datum) eventualmente.
Quando isto acontece, os mapas perdem a sua continuidade, pois cada Datum possui parâmetros
específicos (esferóides–elipsóides de referência e pontos origem). As coordenadas de um
sistema são alteradas quando se altera o Datum. Até mesmo (ou talvez especialmente) quando
altera-se o Datum permanecendo num mesmo ponto.
Moçambique ajustou-se mais tarde a rede clássica fixando as coordenadas GPS de dezenas
pontos, no Datum WGS84 (World Geodetic System). Esta rede geodésica oficial moderna e
designada MOZNET e é geocêntrica (elipsóide de Referência WGS 84), alinhada com o
ITRF94 usando 11 Estacões Permanentes de Referencia.
A projecção cartográfica é a zona Universal Transverse Mercator UTM 36S e a zona UTM 37S
com meridianos centrais padrão 33o e 39o Leste, respectivamente.
Geologia: lida com estudos da Terra e todas as ciências que com ela se relacionam, as
designadas “Geociências - Ciência da Terra”.
Astronomia: estuda o movimento do sol e das estrelas bem como o trabalho dos relógios de sol.
Cadastro: determina as delimitações das propriedades da terra para fins de planificação física e
de colecta dos impostos.
Fotogrametria: tem como base à obtenção das informações a partir de fotografias que depois
são interpretadas para preparação da carta.
Hidrografia - Trabalhos topográficos realizados para medir posição dos canais das águas,
mostrando a profundidade em diferentes pontos, correntes, faróis, bóias, etc.. Eles são levados a
cabo principalmente para construir cartas de navegação, mas também são fundamentais para
planear e controlar projectos de engenharia, tais como pontes, túneis, bacias de reservatórios e
trabalhos relacionaram com os rios e pontes.