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JUIZ SUBSTITUTO
SIMULADO XIV
Bloco I
DIREITO CIVIL
DIREITO DO CONSUMIDOR
ANTERIOR ATUAL
Art. 243. Vender, fornecer ainda que Art. 243. Vender, fornecer, servir,
gratuitamente, ministrar ou entregar, de ministrar ou entregar, ainda que
qualquer forma, a criança ou gratuitamente, de qualquer forma, a
adolescente, sem justa causa, produtos criança ou a adolescente, bebida
cujos componentes possam causar alcoólica ou, sem justa causa, outros
dependência física ou psíquica, ainda produtos cujos componentes possam
que por utilização indevida: causar dependência física ou psíquica:
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, e multa, se o fato não constitui anos, e multa, se o fato não constitui
crime mais grave. crime mais grave.
A punição penal da conduta de fornecer bebida alcoólica a crianças e adolescentes
Antes da Lei n.° 13.106/2015, quem vendia bebida alcoólica a criança ou adolescente
cometia crime do art. 243 do ECA? NÃO. O STJ entendia que o art. 243 do ECA, ao
falar em “produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica”
não abrangia as bebidas alcoólicas. Isso porque, na visão do STJ, o ECA, quando quis
se referir às bebidas alcoólicas, o fez expressamente, como no caso do art. 81, II e III,
onde prevê punições administrativas para essa venda: Art. 81. É proibida a venda à
criança ou ao adolescente de: II - bebidas alcoólicas; III - produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida. E o
agente ficava sem nenhuma punição penal? O sujeito que “servia” bebida alcoólica
para crianças e adolescentes não cometia crime, mas respondia pela contravenção
penal prevista no art. 63, I do Decreto-lei n.° 3.688/41: Art. 63. Servir bebidas
alcoólicas: I – a menor de dezoito anos; (...) Pena – prisão simples, de dois meses a
um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Assim, por mais
absurdo que pareça, a conduta de fornecer bebidas alcoólicas para crianças e
adolescentes, apesar de gravíssima, não era crime. O agente respondia apenas por
contravenção penal. Fonte: www.dizerodireito.com.br
d) Incorreta. Viagem Nacional - ECA, art. 83: Nenhuma criança poderá viajar para fora
da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa
autorização judicial. § 1º A autorização não será exigida quando: a) tratar-se de
comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana; (...)
Bloco II
DIREITO PENAL
32. Assinale a alternativa correta no que tange ao tema Eficácia da Lei Penal no
Tempo.
I – Se a lei penal é aplicada a fatos que ocorreram antes da sua entrada em vigor
ocorre a denominada retroatividade da lei penal; se aplicada a fatos posteriores a
sua revogação ocorre a chamada ultratividade da lei penal.
II – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado. Nesse sentido, se o agente é menor de 18
anos na data do fato, a ele serão aplicadas as disposições do Estatuto da Criança e
do Adolescente, mesmo que venha a completar a maioridade quando do resultado.
III – A lei penal mais grave aplica-se ao crime permanente, se a sua vigência é
anterior à cessação da permanência. Referida disposição não se aplica aos crimes
continuados.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: C
I – Correta. Extra-atividade é gênero do qual são espécies a retroatividade a ultra-
atividade.
II – Correta. Art. 4º do CP – Teoria da Atividade. Nesse sentido, se o agente é menor
de 18 anos na data do fato, a ele serão aplicadas as disposições do ECA, mesmo que
complete a maioridade quando do resultado. Ex.: menor, com 17 anos de idade,
atirou para matar a vítima, mas esta só veio a óbito meses depois, quando o agente já
havia completado 18 anos de idade. A ele serão aplicadas as normas do ECA e não do
Código Penal.
III –Incorreta. STF, Súmula 711: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou
da permanência.
34. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta acerca das teorias
da culpabilidade.
I – Na teoria normativa pura da culpabilidade, que tem como fundamento a teoria
finalista da ação, o dolo e a culpa são retirados da culpabilidade e passam a
integrar o fato típico.
II – A denominada teoria da coculpabilidade é expressamente adotada pelo Código
Penal Brasileiro.
III – O Código Penal adota a teoria limitada da culpabilidade, segundo a qual as
descriminantes putativas podem ser por erro de tipo, caso o erro incida sobre a
situação fática da descriminante, ou por erro de proibição, caso o erro incida
sobre a existência ou os limites da descriminante.
a) I, II e III são corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e III são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: C
I – Correta. Na teoria normativa pura, o dolo e a culpa são retirados da culpabilidade,
passando a integrar o fato típico. Ademais retira-se do dolo seu aspecto normativo
(consciência da ilicitude), passando a ser caracterizado como dolo natural (e não mais
dolo normativo).
II – Incorreta. Conforme a teoria da coculpabilidade, a sociedade não garante a todos
os homens as mesmas oportunidades, o que acaba por gerar, aos menos favorecidos,
menor âmbito de autodeterminação, condicionado por causas sociais (Zaffaroni e
Pierangeli). Nessa linha, a coculpabilidade afirma que a própria sociedade organizada
deverá arcar com sua parcela de culpa, por deixar de cumprir com seus deveres
essenciais de assistência aos necessitados. Parcela minoritária da doutrina e da
jurisprudência aceita a coculpabilidade como hipótese de atenuante genérica,
conforme art. 66, do CP. No entanto, não há previsão expressa dessa teoria no Código
Penal. Os Tribunais Superiores, todavia, rechaçam a teoria da coculpabilidade como
exclusão da culpabilidade. Nesse sentido, vide STJ, HC 213.482/SP – (...) 2. A teoria
da co-culpabilidade não
pode ser erigida à condição de verdadeiro prêmio para agentes que não assumem a
sua responsabilidade social e fazem da criminalidade um meio de vida. Ora, a
mencionada teoria, "no lugar de explicitar a responsabilidade moral, a reprovação da
conduta ilícita e o louvor à honestidade, fornece uma justificativa àqueles que
apresentam inclinação para a vida delituosa, estimulando-os a afastar da consciência,
mesmo que em parte, a culpa por seus atos" (HC 172.505/MG, Rel. Ministro GILSON
DIPP, Quinta Turma, julgado em 31/05/2011, DJe 01/07/2011) (...)
III – Correta. O Código Penal adota a teoria limitada da culpabilidade, segundo a qual
as descriminantes putativas podem ser por erro de tipo, caso o erro incida sobre a
situação fática da descriminante (erro de tipo permissivo – art. 20, §1º, CP), ou por
erro de proibição, caso o erro incida sobre a existência ou os limites da descriminante
(erro de proibição indireto – art. 21, CP).
37. Maria, para sair com o namorado, deixou dormindo em sua casa seus filhos
João, de três anos de idade, e José, de cinco anos de idade. As crianças
acordaram e começaram a chorar. Os vizinhos, ouvindo os choros e chamamentos
das crianças, arrombaram a porta, recolheram as crianças e entregaram-nas ao
Conselho Tutelar. No caso hipotético pode-se afirmar que:
a) Maria praticou abandono de incapaz e os vizinhos não praticaram crime, pois
estavam agindo em estado de necessidade de terceiros.
b) Maria deve responder pelo crime de abandono material e os vizinhos não
praticaram crime, pois estavam agindo em estado de necessidade exculpante de
terceiros.
c) Maria deve responder por perigo a vida ou saúde de outrem e os vizinhos não
praticaram crime, pois estavam agindo em legítima defesa de terceiros.
d) Maria deve responder pelo crime de abandono material e os vizinhos não
praticaram crime, pois estavam agindo em estado de necessidade de terceiros.
Gabarito: A
Abandono de incapaz
Art. 133, CP: Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do
abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Art. 23, CP:Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade; (...)
Art. 24, CP: Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se.
40. Não pratica o crime de abandono moral (art. 247, CP) aquele que permite
alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda
ou vigilância:
a) resida ou trabalhe em casa de prostituição.
b) frequente casa de jogo ou mal afamada.
c) frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou
participe de representação de igual natureza.
d) mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública.
Gabarito: C
Segundo o art. 247, CP: Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu
poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I - frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de
má vida;
II - frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou
participe de representação de igual natureza; OBSERVAÇÃO ABAIXO.
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
OBSERVAÇÃO QUANTO AO INCISO II – segundo a doutrina:
Essa figura foi revogada pelo artigo 240 do ECA, alterado pela Lei 11.829/2008 que
agora pune:
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer
modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no
caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro
grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de
quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu
consentimento.
Referência: CUNHA. Rogério Sanches. Código Penal para Concursos. 9ª ed. Juspodivm.
2016, p. 680.
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO ELEITORAL
65. (CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) A respeito da prestação de contas por
partidos políticos e candidatos e da arrecadação de dinheiro para fins eleitorais,
julgue os seguintes itens.
I - As doações realizadas por pessoas físicas a partido político são limitadas a 10%
dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano-calendário anterior à
eleição.
II - As contas bancárias utilizadas para o registro da movimentação financeira de
campanha eleitoral estão submetidas ao sigilo, e seus extratos integram
informações de natureza privada, não compondo a prestação de contas à justiça
eleitoral.
III - O candidato deverá emitir recibo eleitoral referente à cessão de automóvel de
propriedade de seu cônjuge que tenha sido destinado ao uso pessoal do candidato
durante a campanha.
IV - Os partidos políticos devem destinar, no mínimo, 20% do montante do Fundo
Especial de Financiamento de Campanha para aplicação nas campanhas de suas
candidatas.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens II e IV estão certos.
Gabarito: A
A resolução da questão exige conhecimento do conteúdo da Resolução TSE n.º
23.553/17, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos
políticos e candidatos e sobre a prestação de contas nas eleições.
Examinemos cada um dos itens para saber se estão certos ou errados.
I) Certo. As doações realizadas por pessoas físicas a partido político são limitadas a
10% dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano-calendário anterior à
eleição (Resolução TSE n.º 23.553/17, art. 29).
II) Errado. As contas bancárias utilizadas para o registro da movimentação financeira
de campanha eleitoral não estão submetidas ao sigilo para o Ministério Público e para
a Justiça Eleitoral. Seus extratos são de natureza pública (não são informações de
caráter privado) e compõem a prestação de contas à Justiça Eleitoral. É o que prevê o
art. 15, caput, da Resolução TSE n.º 23.553/17, art. 29).
III) Errado. Não se submete à emissão do recibo eleitoral a cessão de automóvel de
propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até o terceiro grau para seu
uso pessoal durante a campanha (Resolução TSE n.º 23.553/17, art. 9.º, § 6.º, inc. III).
IV) Errado. Os partidos políticos devem destinar, no mínimo, 30% (não são 20%) do
montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para aplicação nas
campanhas de suas candidatas (Resolução TSE n.º 23.553/17, art. 19, § 3.º).
Bloco III
DIREITO EMPRESARIAL
66. Em relação ao tipo de sociedade que terá a inscrição do seu contrato social no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, do local de sua sede, será denominada:
a) Sociedade Simples.
b) Sociedade Empresária.
c) Sociedade Anônima.
d) Sociedade em Conta de Participação.
Gabarito: A
A questão tem por objeto tratar das sociedades simples.
A sociedade simples pura tem natureza contratual, sendo o seu ato constitutivo um
contrato social que deve ser realizado de forma escrita, por instrumento público ou
particular.
A inscrição da sociedade deve ser realizada no prazo máximo de 30 dias após a sua
constituição no Registro Civil de Pessoa Jurídica do local de sua sede.
Além das cláusulas que podem ser inseridas pelos sócios, obrigatoriamente, o contrato
mencionará: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios,
se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se
jurídicas; II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade (c/c o art.1.055,
§único, CC); III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; IV - a
quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; V - as prestações a que
se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; VI - as pessoas naturais
incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a
participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; VIII - se os sócios respondem, ou
não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
As modificações do contrato social que tenham por objeto matérias indicadas como
obrigatórias no contrato, dependem do consentimento de todos os sócios (art. 999,
CC); as demais poderão ser decididas por maioria absoluta de votos (sócios que
representem a maioria do capital social), se o contrato não determinar a necessidade
de deliberação unânime.
Letra A) Alternativa Correta. A sociedade simples pura tem natureza contratual,
sendo o seu ato constitutivo um contrato social que deve ser realizado de forma
escrita, por instrumento público ou particular.
A inscrição da sociedade deve ser realizada no prazo máximo de 30 dias após a sua
constituição no Registro Civil de Pessoa Jurídica do local de sua sede.
Letra B) Alternativa Incorreta. Quanto ao objeto das sociedades: simples ou
empresária.
As sociedades podem ser simples ou empresárias, em razão do seu objeto ou tipo
societário. Nos termos do art. 982, CC, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967,
CC) e simples as demais). Podemos destacar como exemplo de sociedades simples:
cooperativas; sociedades formadas para o exercício da profissão intelectual (cujo
exercício da profissão não constitua elemento de empresa); as sociedades rurais,
salvo se inscreverem seus atos constitutivos no registro público de empresa mercantil,
hipótese em que serão equiparadas as sociedades empresárias. Quanto ao local
de registro (depende do objeto): se empresárias realizam a sua inscrição no Registro
Público de Empresa Mercantil (junta comercial)
Letra C) Alternativa Incorreta. As Sociedades Anônimas independentemente do seu
objeto serão sempre de natureza empresária (art. 982, §único, CC). Quanto ao local
realizam a sua inscrição no Registro Público de Empresa Mercantil (junta
comercial).
Letra D) Alternativa Incorreta. Independe de qualquer formalidade. E o contrato
levado a registro só produz efeito entre os sócios.
Dica: Tendo em vista o princípio da tipicidade, as sociedades adotarão um dos tipos
societários previstos em lei.
Se for empresária, poderá adotar como tipos societários aqueles previstos nos arts.
1.039 ao 1.092, CC. Sendo simples, podem constituir-se segundo um desses tipos,
Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples ou Sociedade
Limitada, mas se adotar como forma societária um Sociedade Anônima ou Sociedade
em Comandita por Ações, será considerada empresária.
Autora do comentário: Rebeca Eckstein, Advogada, profª de Direito Empresarial,
Especialista em Direito Empresarial - UERJ, Processo Civil - UFF e em Advocacia
Pública - Universidade Cândido Mendes., de Direito Empresarial (Comercial)
69. Luis pretende atuar na área empresarial e opta pela adoção da forma de
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Nessa hipótese, é
correto afirmar que:
a) Essa espécie empresarial não está sujeita a inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis.
b) O capital destinado à atividade deverá ser equivalente a pelo menos quarenta
salários mínimos.
c) O capital deverá ser integralizado no prazo máximo de 180 dias.
d) A EIRELI poderá optar pela adoção de firma ou denominação.
Gabarito: D
Letra A) Alternativa Incorreta. A EIRELI poderá explorar atividade empresária
(preenchendo os requisitos do art. 966, CC) ou simples (quando não exercer empresa).
No tocante ao local de registro da EIRELI, vai depender se ela é de natureza simples
ou empresária. A personalidade jurídica da EIRELI se dá com o registro no órgão
competente.
Se a EIRELI for de natureza empresária, o local do seu registro será no Registro
Público de Empresa Mercantil (Junta Comercial) da respectiva sede, sujeitando-se às
normas de recuperação e falência (Lei 11.101/05). Se a natureza for simples, o
local do registro deverá ser no Registro Civil de Pessoa Jurídica, sujeitando-se às
normas de insolvência civil. Efetuado o registro no órgão competente, adquirirá a
personalidade jurídica.
Letra B) Alternativa Incorreta. O legislador impôs dois pressupostos para instituição da
EIRELI, quais sejam: a) capital social não inferior a 100 vezes o salário mínimo
vigente, e; b) integralização do capital social à vista. Uma vez que o capital esteja
subscrito e efetivamente integralizado, não sofrerá nenhuma influência decorrente de
ulteriores alterações do salário mínimo.
O capital poderá ser representado em uma só cota ou fracionado, desde que seja uma
única pessoa, titular da totalidade do capital. A cota poderá ser cedida ou penhorada
em razão de dívidas do instituidor. Na hipótese da cessão de cotas, somente poderá
ocorrer se for realizada de forma integral (o valor de todo o capital social).
Letra C) Alternativa Incorreta. O legislador impôs dois pressupostos para instituição da
EIRELI, quais sejam: a) capital social não inferior a 100 vezes o salário mínimo
vigente, e; b) integralização do capital social à vista. Uma vez que o capital esteja
subscrito e efetivamente integralizado, não sofrerá nenhuma influência decorrente de
ulteriores alterações do salário mínimo.
Letra D) Alternativa Correta. O nome empresarial da EIRELI poderá ser uma firma ou
denominação, acrescido(a) da expressão EIRELI, deixando transparecer a
unipessoalidade e o tipo de responsabilidade do instituidor. A omissão do vocábulo
“EIRELI", acarretará a responsabilidade ilimitada do administrador que a empregou
(art. 1.158, §3º, CC).
A denominação deverá designar o objeto social. Ressalta-se que na hipótese de
utilização de firma, havendo a substituição do instituidor, a firma social deverá ser
obrigatoriamente alterada, devendo constar o nome do novo instituidor, fazendo
prevalecer o elemento humano que inspira a sua composição (Art. 980-A, §1º, CC).
75. De acordo com a legislação que trata das Sociedades por Ações:
a) O capital social somente poderá ser formado com contribuições em dinheiro.
b) O modo de funcionamento do Conselho Fiscal estará disposto em seu Regimento
Interno.
c) Caracteriza-se a má-fé apenas quando os dividendos forem distribuídos sem o
levantamento do balanço.
d) Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o
levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste.
Gabarito: D
a) Incorreta. A contribuição pode ser realizada com qualquer espécie de bens, desde
que suscetíveis de avaliação em dinheiro, como por exemplo, patente de invenção,
imóvel, carro, dentre outros. Sendo vedada a contribuição do sócio que consista em
serviço.
b) Incorreta. O estatuto que irá dispor sobre o funcionamento do conselho fiscal. O
conselho fiscal é um órgão de fiscalização. Embora seja um órgão obrigatório, o seu
funcionamento é facultativo. A eleição dos membros do conselho fiscal será realizada
na assembleia-geral por maioria. Dispõe o art. 161, Lei 6.404/76 que a companhia
terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo
permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.
c) Incorreta. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do
exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de
capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17, LSA. Dispõe o
art. 201 § 2º, LSA que os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em
boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos
sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste.
d) Correta. Dispõe o art. 201 § 2º, LSA que os acionistas não são obrigados a restituir
os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os
dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com
os resultados deste.
DIREITO TRIBUTÁRIO
77. De acordo com o que dispõe o Código Tributário Nacional, a base de cálculo do
imposto de importação é
I. quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço
da arrematação.
II. a unidade de medida adotada pela lei tributária, quando a alíquota seja
específica.
III. o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da
importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no
porto ou lugar de entrada do produto no País quando a alíquota seja ad valorem.
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
c) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
Gabarito: A
Art. 20 do CTN responde a todas as alternativas:
Art. 20. A base de cálculo do imposto é:
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar,
alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço
da arrematação.
DIREITO AMBIENTAL
DIREITO ADMINISTRATIVO
91. (CESPE / CEBRASPE – 2015 - adaptada) Com base no que dispõe a lei que regula
os procedimentos administrativos (Lei n.º 9.784/1999), assinale a opção correta.
a) Um órgão administrativo e seu titular podem delegar parte da sua competência
a outros órgãos ou titulares, incluindo-se a edição de atos normativos.
b) O não atendimento da intimação feita pelo órgão competente perante o qual
tramita processo administrativo implicará reconhecimento da verdade dos fatos
por parte do administrado.
c) Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, ainda que dependam
de dados registrados em documentos existentes na própria administração.
d) Acolhida pelo STF a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula
vinculante, deve-se dar ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente
para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas
esferas civil, administrativa e penal.
Gabarito: D
A Lei n° 9.784 regula o processo administrativo federal, no qual visa à proteção dos
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. A
referida lei alcança todos os órgãos e entidades da Administração Federal direta e
indireta, bem como os órgãos do Poder Legislativo e Judiciário da União quando no
desempenho da função administrativa (função atípica).
Vejamos, agora, as alternativas:
a) Em regra, um órgão administrativo e seu titular podem delegar parte de sua
competência a outros órgão ou titulares, ainda que esses não lhe sejam
hierarquicamente subordinados (Artigo 12). No entanto, excepcionalmente,
NÃO podem ser objeto de delegação: 1) edição de atos de caráter normativo; 2) a
decisão de recursos administrativos; 3) matérias de competência exclusiva do órgão
ou autoridade (Artigo 13). ERRADA.
b) O desatendimento de intimação pelo administrado não importa o reconhecimento
da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado (Art. 27). ERRADA.
c) Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever
atribuído ao órgão competente para a instrução (art. 36). Quando o interessado
declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria
Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão
competente para a instrução deverá providenciar, de ofício, a obtenção dos
documentos ou das respectivas cópias (art. 37). ERRADA.
d) Art. 64-B: Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em
violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e
ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras
decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal
nas esferas cível, administrativa e penal. CORRETA.
98. (CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto - adaptada) Com relação à
distinção entre empresa pública e sociedade de economia mista, assinale a opção
correta.
a) Empresa pública é uma entidade privada criada por lei com a finalidade de
realizar um serviço público, enquanto a sociedade de economia mista é criada de
forma similar às empresas privadas, com a finalidade de exercer atividade
econômica.
b) Empresa pública possui personalidade jurídica de direito público, enquanto a
sociedade de economia mista possui personalidade jurídica de direito privado.
c) Na empresa pública, o capital é exclusivo das pessoas jurídicas de direito
público; na sociedade de economia mista, o poder público detém a maioria das
ações com direito a voto, mas pode haver participação privada no capital.
d) Na empresa pública, as ações com direito a voto são exclusivas do ente público
que a controla; na sociedade de economia mista, o ente público controla a maior
parte do capital, mas pode não possuir a maioria das ações com direito a voto.
Gabarito: C
A questão exige do candidato conhecimentos sobre a organização da Administração
Pública, em especial sobre as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
As similaridades entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista são
muitas.
Empresa pública, nos termos do art. 3º da Lei nº. 13.303/2016, pode ser conceituada
como "entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios".
Sociedade de economia mista, por sua vez, nos termos do art. 4º da Lei nº.
13.303/2016, " é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios ou a entidade da administração indireta".
Segundo José dos Santos Carvalho Filho essas entidades tem como objetivo a
exploração de atividades econômicas em sentido lato, assim consideradas aquelas que
permitem a utilização de recursos para a satisfação de necessidades públicas. Dentro
dessa noção, explica o autor que poderiam encontrar-se duas espécies: as atividades
econômicas e os serviços públicos econômicos. Neste caso, deve-se entender que só
podem ser prestados por empresa pública aqueles serviços que também poderiam ser
prestados pela iniciativa privada. Essa atividade a ser desempenhada deve estar
claramente descrita na lei autorizadora da criação. (CARVALHO FILHO, José dos
Santos. Manual de Direito Administrativo. 32 ed. São Paulo: atlas, 2018, p. 528-529).
100. (CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto - adaptada) De acordo com
a doutrina administrativista clássica e majoritária, são atributos dos atos
administrativos
a) o sujeito, o objeto e a tipicidade.
b) a presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade.
c) a autoexecutoriedade, a tipicidade e a finalidade.
d) a imperatividade, a finalidade e a presunção de legitimidade.
Gabarito: B
A questão exige do candidato conhecimentos sobre o ato administrativo,
especificamente sobre os atributos do ato.
Embora não existir um conceito uniforme na doutrina para delimitar exatamente o
que é o ato administrativo, José dos Santos Carvalho Filho explica que
para estabelecer um conceito três pontos são essenciais para a caracterização do ato.
A primeira é a necessidade de que a manifestação de vontade seja emanada pelo
agente da Administração Pública ou dotado de prerrogativas desta. Além disso, o
conteúdo do ato tem que propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público.
Por último, essa categoria de atos deve ser regida pelo direito público. (CARVALHO
FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 32 ed. São Paulo: Atlas,
2018, p. 105)
Os atos administrativos possuem algumas características, também chamadas de
atributos por alguns autores. Dentre esses atributos se têm:
> IMPERATIVIDADE - ou coercitividade, significa que os atos são
obrigatórios/cogentes, para todos aqueles que se encontram sob o seu âmbito de
incidência.
> EXIGIBILIDADE - a partir do momento que se tem um ato editado em conformidade
com a lei, o seu cumprimento pode ser exigido pela Administração Pública. Esta
característica guarda grande relação com a imperatividade, por isso, inclusive, alguns
autores, como José dos Santos Carvalho Fillho, analisam tal aspecto dentro da
imperatividade. No entanto, para outros, como Diógenes Gasparini, trata-se de uma
característica a parte.
> PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE - quando se produz o ato, presume-se que ele foi
produzido em conformidade com a legislação. Não se trata de uma presunção
absoluta, mas sim relativa, logo, querendo questionar o ato, deve o interessado
apresentar as provas da alegação, pois em regra, presume-se que está em
conformidade com a lei.
> AUTOEXECUTORIEDADE - é uma das características mais importantes do ato, e
significa que ele, assim que praticado, já pode ser imediatamente executado e seu
objeto imediatamente alcançado. O ato, por si só, é capaz de gerar direitos e
obrigações, submetendo todos aqueles que estão sob sua incidência.
Sabendo disso, vamos a análise das alternativas:
A) ERRADA - a alternativa traz os elementos do ato administrativo e não atributos.
Exceto a tipicidade que é um atributo e faz referência à necessidade de que o ato
seja executado através de uma das formas previstas em lei, guardando, portanto,
grande relação com a legalidade.
b) Correta. A alternativa traz três atributos do ato administrativo. Os atributos são
características/ consequências do ato administrativo. Desta forma, é correto afirmar
que são atributos do ato a presunção de legitimidade, a imperatividade e a
autoexecutoriedade.
c) Incorreta. Assim como na alternativa "A" esta mistura atributos com elementos. A
finalidade é elemento do ato administrativo e não atributo.
d) Incorreta. Mais uma vez traz a finalidade como atributo sendo que se trata de um
elemento.