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leia nossas instruções com bastante atenção:

1. A prova será composta por 30 questões de múltiplos temas contidos nas aulas
disponibilizadas. Cada questão valerá 1 (um) ponto.

2. Para aprovação, você deverá obter nota mínima de 21 pontos.

3. Você terá a chance de realizar esta prova apenas uma vez.

4. Em caso de não obtenção da nota mínima na primeira prova, será possível realizar até
duas novas provas objetivas (com novas questões), visando obter a nota mínima esperada.

5. Seu prazo para obtenção da nota mínima para aprovação em até 3 (três) tentativas é de
120 dias corridos (contados a partir do primeiro ano de matrícula).

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limite, você precisará realizar uma nova compra do módulo final para encerramento do seu
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Direito Civil 13 de 15 pontos


Direito Civil 13 de 15 pontos

1. A Lei Geral de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB) *1/1


estabelece as bases para a vigência e aplicação das leis. Considerando
essas disposições, assinale a alternativa INCORRETA:

a. Como regra, as leis entram em vigor quarenta e cinco dias depois de oficialmente
publicadas.

b. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique
ou a revogue.

c. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

d. “Direitos adquiridos” são aqueles os quais o seu titular ou alguém, em seu nome,
possa exercer, cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, ao arbítrio de outrem.

e. Salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura caso a lei revogadora


perca vigência.

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GABARITO: INCORRETA. Alternativa “e”. Nos termos do art. 2º, §3º da LINDB, se uma lei
que revogou outra lei perder a sua vigência, como regra, a lei revogada não volta a vigorar.
“Art. 2º. §3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.”.
2. Charles é francês e Amanda, brasileira. Ambos se conheceram em *1/1
meados do ano de 2019 em uma viagem e iniciaram um relacionamento
amoroso. Passados dois anos do início do relacionamento, a paixão do casal
os fez tomar a decisão de se casar para constituir uma família.
Considerando das disposições da LINDB sobre a aplicação da norma no
espaço, no âmbito do Direito Internacional Privado, assinale a alternativa
CORRETA sobre a regulação da relação do casal e da posterior família.

a. Caso Charles e Amanda venham a se casar no Brasil, para fins da habilitação para
o casamento, deverá ser aplicada a legislação francesa no que tange os
impedimentos para que Charles possa se casar.

b. Se Charles e Amanda realizarem a cerimônia de casamento na França, mas tiverem


seu domicílio no Brasil, deverá ser aplicada a legislação francesa para regular o
regime de bens entre eles.

c. Se após o casamento, Charles e Amanda se divorciarem judicialmente na França,


como regra, o divórcio apenas poderá ser reconhecido no Brasil depois de passado 1
ano da data da sentença.

d. Se Charles e Amanda desejarem se casar no Brasil, será necessário verificar junto


à autoridade francesa se Charles não possui impedimentos para o casamento,
segundo as leis francesas.

e. Se Charles vier a falecer, a sucessão de seus bens situados no País será regulada
pela lei francesa em benefício de Amanda e de seus filhos brasileiros, mesmo que a
brasileira seja mais benéfica.

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GABARITO: CORRETA. Alternativa “c”. Como regra geral, ocorrendo divórcio judicial em
país estrangeiro, o art. 7§, 6º da LINDB estabelece que é necessário aguardar o prazo de 1
ano, contado da data da sentença, para que possa ser reconhecido no Brasil. Conforme o
artigo: “Art. 7º. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges
forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da
sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em
que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas
para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na
forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado,
decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio
de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.”.
3. Os direitos de personalidade têm previsão entre os arts. 11 a 21 do Código *…/1
Civil, bem como na Lei Federal nº 9.610/1998, que trata dos direitos autorais.
Eles podem ser conceituados como direitos que possuem como objeto os
atributos físicos, psíquicos ou morais da pessoa e de suas projeções sociais.
São direitos subjetivos que resguardam a dignidade da pessoa. Sobre a
legislação que trata dos direitos de personalidade, bem como a
jurisprudência atual do STJ sobre diversos temas atinentes a esses direitos,
assinale a alternativa CORRETA:

a. Em razão do princípio da indisponibilidade, os direitos da personalidade não


podem ser objeto de disposição voluntária.

b. O Código Civil prevê a possibilidade de a pessoa dispor de partes separadas de seu


próprio corpo.

c. Por não possuir direitos de personalidade, a pessoa jurídica não pode sofrer danos
morais.

d. Por serem direitos personalíssimos não há como sucessores de pessoa falecida


pleitearem indenização por danos morais, após o falecimento, em decorrência de
ofensa aos direitos de personalidade do morto.

e. O condomínio não possui personalidade jurídica, mas, por se constituir por meio da
união de várias pessoas com personalidades jurídicas individuais, pode pleitear
indenização por dano moral.

4. Segundo Flávio Tartuce, as pessoas jurídicas podem ser conceituadas *0/1


como um “conjunto de pessoas ou de bens arrecadados, que adquirem
personalidade jurídica própria por uma ficção legal” (2021, p. 286). No
Direito, existem várias teorias para explicar a existência delas. Sobre essas
teorias, assinale a alternativa CORRETA:

a. Pela teoria da ficção, de Savigny, as pessoas jurídicas são organismos sociais, que
possuem existência e vontade própria e, por já existirem no mundo, são reconhecidas
pelo direito, sendo esta a teoria adotada pelo Código Civil.

b. Pela teoria da realidade orgânica, as pessoas jurídicas são organismos ficcionais,


criados artificialmente por lei, dotados de uma capacidade artificial, para o exercício
de direitos patrimoniais, sendo esta a teoria adotada pelo Código Civil.

c. Pela teoria da ficção, de Savigny, as pessoas jurídicas são organismos ficcionais,


criados artificialmente por lei, dotados de uma capacidade artificial, para o exercício
de direitos patrimoniais, sendo esta a teoria adotada pelo Código Civil.

d. Pela teoria da realidade técnica, de Hauriou, as pessoas jurídicas são realidades


reconhecidas pelo direito, que não as cria do nada, mas a partir de uma realidade que
não se confunde com a das pessoas, sendo esta a teoria adotada pelo Código Civil.

e. Pela teoria da realidade técnica, de Hauriou, as pessoas jurídicas são organismos


sociais, que possuem existência e vontade própria e, por já existirem no mundo, são
reconhecidas pelo direito, sendo esta a teoria adotada pelo Código Civil.
5. Sobre a disciplina dos bens, privados e públicos, no Código Civil, assinale *1/1
a alternativa INCORRETA.

a. O ordenamento jurídico brasileiro adota o princípio do patrimônio mínimo.

b. A energia elétrica é considerada bem móvel.

c. Os bens públicos de uso especial podem ser alienados por meio de processo
licitatório.

d. Os bens fungíveis são aqueles que podem substituir-se por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.

e. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

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GABARITO: INCORRETA. Alternativa “c”. Nos termos do art. 100 do Código Civil, os bens
públicos de uso comum do povo e de uso especial são inalienáveis.
6. Maurício é advogado e foi contratado por Fernando para representá-lo *1/1
em Reclamação Trabalhista movida em face da empresa que trabalhava e
não lhe pagava adequadamente suas verbas trabalhistas. Bastante
entusiasmado com o caso, Maurício firmou Contrato de Prestação de
Serviços Advocatícios com Fernando pelo qual sua remuneração se daria
caso houvesse êxito na demanda. Portanto, consignou-se uma cláusula
contratual na qual, estipulou-se que, em caso de êxito, Maurício ganharia
25% sobre o proveito econômico obtido por Fernando no processo. Ocorre
que, ao longo da demanda, Fernando veio a falecer e houve troca de
advogado. A Reclamação Trabalhista só foi finalizada após 10 anos da morte
de Fernando, tendo a Reclamada sido condenada a pagar R$ 500.000,00 a
título de verbas trabalhistas não pagas. Diante da condenação, quando
Maurício foi cobrar os seus honorários perante os sucessores de Fernando,
eles alegaram que estava prescrito sua pretensão e, portanto, nada lhe seria
devido. Considerando o caso narrado, assinale a alternativa CORRETA.

a. Maurício, de fato, não terá direito de cobrar os honorários advocatícios pela


incidência da prescrição, uma vez que o mandato se extingue com a morte do
Mandante e o advogado tem o prazo prescricional de 5 anos para exercer a
pretensão, a partir da referida data.

b. Maurício poderá cobrar regularmente seus honorários e recebê-los


proporcionalmente à sua atuação na demanda, uma vez que a cláusula contratual
que estipula remuneração por êxito fica em condição suspensiva até que se
implemente o efetivo êxito, iniciando-se, dessa data, o prazo prescricional.

c. Maurício poderá cobrar regularmente seus honorários e recebê-los integralmente,


uma vez que a cláusula contratual que estipula remuneração por êxito fica em
condição suspensiva até que se implemente o efetivo êxito, iniciando-se, dessa data,
o prazo prescricional.

d. Maurício, de fato, não terá direito de cobrar os honorários advocatícios pela


incidência da prescrição, uma vez que o mandato se extingue com a morte do
Mandante e o advogado tem o prazo prescricional de 3 anos para exercer a
pretensão, a partir da referida data.

e. Em razão da morte de Fernando, Maurício somente poderia cobrar seus honorários


advocatícios caso, após a morte, tivesse apresentado ação de arbitramento de
honorários.

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GABARITO: CORRETA. Alternativa “b”. Conforme entendimento do STJ no REsp nº


1.605.604/MG, indicado no Informativo nº 693: “o termo inicial do prazo prescricional, em
situações específicas, pode ser deslocado para o momento de conhecimento da lesão,
aplicando-se excepcionalmente a actio nata em seu viés subjetivo. Nas ações de
cobrança de honorários advocatícios contratuais, ocorrendo o falecimento do mandante,
o termo inicial da prescrição, em regra, é a data da ciência desse fato pelo advogado
(mandatário). A existência de cláusula quota litis em contrato de prestação de serviços
advocatícios faz postergar o início da prescrição até o momento da implementação da
condição suspensiva. No caso, por mais que a morte do mandante possa deflagrar o
início do prazo prescricional, o instrumento contratual estipulou que o recebimento da
referida verba honorária está submetido ao êxito da reclamação trabalhista e a sua
exigibilidade condicionada à liberação dos valores. Incide, portanto, o art. 199, I, CC/2002:
"Não corre igualmente a prescrição (...) pendendo condição suspensiva". Ressalta-se que,
como houve a troca de advogado durante a demanda, Maurício não terá direito a receber
integralmente os honorários contratuais, mas estes deverão ser fixados
proporcionalmente à sua atuação no processo.

7. Assinale a alternativa que não apresenta um caso de simulação: * 1/1

a. Assinar um contrato antedatado.

b. Assinar contrato de compra e venda para pagar imposto menor (ITBI), ao invés de
assinar contrato de doação, quando este era o negócio pretendido, mas com imposto
maior (ITCD).

c. Constituição de sociedade para realizar compra e venda de imóvel, da seguinte


forma: um sócio integraliza o capital com o imóvel, o outro com o dinheiro e, em
seguida, liquida-se a sociedade transferido o imóvel para o sócio que queria comprá-
lo e o dinheiro para o sócio que queria vendê-lo.

d. Assinar um contrato pós-datado.

e. A transmissão gratuita de bens de devedor insolvente com a finalidade de não


pagar seus débitos.

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GABARITO: CORRETA. Alternativa “e”. A transmissão gratuita de bens de devedor


insolvente não se configura como uma hipótese de simulação, mas de fraude contra
credores, estabelecida pelo art. 158 do Código Civil. Essa transmissão pode ser anulada
por meio da denominada “Ação Pauliana”.

8. Segundo o art. 189 do Código Civil, “violado o direito, nasce para o titular *1/1
a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
arts. 205 e 206.”. Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA, que indica
situações nas quais o prazo prescricional previsto no Código Civil é de 5
anos.

a. A pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou


particular; a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele; e a
pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

b. A pretensão de reparação civil; a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos


recebidos de má-fé; e a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou
acionistas e os liquidantes.

c. A pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no


próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; a
pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; e a pretensão de
ressarcimento de enriquecimento sem causa.

d. A pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou


particular; a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,
curadores e professores pelos seus honorários; e a pretensão do vencedor para haver
do vencido o que despendeu em juízo.

e. A pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo; a


pretensão de reparação civil; e a pretensão para haver o pagamento de título de
crédito.
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GABARITO: CORRETA. Alternativa “d”. A alternativa elenca três situações cujo prazo
prescricional, na forma do art. 206, §5º, I, II e III, do Código Civil, é de 5 anos.

9.  Conforme Judith Martins-Costa (2018, p. 42), a boa-fé objetiva é um *1/1


instituto jurídico indicativo de (i) uma estrutura normativa dotada de
prescritividade; (ii) um cânone de interpretação dos contratos e (iii) um
standard comportamental. Sob esse aspecto, sabe-se que a boa-fé objetiva
cria deveres anexos à relação contratual, uma vez que gera direitos e
obrigações não necessariamente expressamente previstos pelas partes na
relação. Um dos desdobramentos da boa-fé objetiva é o conceito de
supressio que se traduz no(a):

a. A responsabilidade das partes por fatos posteriores ao cumprimento das


prestações principais capazes de comprometer a realização do interesse
consubstanciado no contrato.

b. Surgimento de novas obrigações na relação contratual em razão da prática


reiterada de um comportamento.

c. O exercício de um comportamento diverso e incoerente com o que a pessoa havia


tido anteriormente.

d. Impossibilidade de exigir da outra parte o cumprimento de obrigação contratual,


quando deixou de cumprir as suas próprias obrigações contratuais.

e. A impossibilidade de exigir o cumprimento de determinadas obrigações na relação


contratual em razão da não exigência de seu cumprimento ao longo do tempo.

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GABARITO: CORRETA. Alternativa “e”. A alternativa descreve o instituto da supressio pelo


qual a abstenção de uma parte, por um período de tempo, de exigir da outra o
cumprimento de uma obrigação na forma que ela foi inicialmente pactuada, faz com que
a parte deixe de poder exigir da outra o cumprimento da obrigação na forma previamente
estabelecida, em decorrência da aplicação do princípio da boa-fé objetiva.
10. Amanda era aderente ao seguro de saúde coletivo de sua empresa *1/1
Minério S/A (Estipulante), firmado com a seguradora Saúde Para Todos S/A.
Por diversas questões econômicas, a seguradora decidiu por resilir
unilateralmente o contrato de seguro de saúde coletivo com a Minério S/A,
uma vez que estava extinguindo o referido seguro para todos os seus
clientes. Sobre a referida situação e os seguros coletivos de pessoas,
assinale a alternativa CORRETA.

a. Em decorrência da resilição unilateral, Amanda poderá formular pretensão judicial


para que a seguradora Saúde Para Todos S/A lhe forneça um seguro individual nas
mesmas condições anteriores, mesmo que a seguradora não comercialize o seguro
específico.

b. Em caso de inadimplemento nas mensalidades pela empresa Minério S/A, a


seguradora Saúde Para Todos S/A poderia cobrar as mensalidades diretamente de
cada beneficiário, inclusive de Amanda, mesmo sem previsão contratual.

c. A modificação da apólice em vigor, do seguro o qual Amanda é aderente, depende


da anuência expressa de segurados que representem três quartos do grupo.

d. Na hora da contratação, a seguradora Saúde Para Todos S/A deve cumprir o dever
de informar as condições do contrato para com todos os beneficiários do seguro de
saúde coletivo, caso a Minério S/A não o faça.

e. Não é juridicamente possível que a Minério S/A contrate seguro de pessoas em


favor de terceiro. Portanto, não há relação jurídica entre Amanda e a seguradora
Saúde Para Todos S/A.

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GABARITO: CORRETA. Alternativa “c”. A alternativa está de acordo com o texto do art. 801,
§2º do Código Civil, que assim dispõe: “Art. 800. § 2 o A modificação da apólice em vigor
dependerá da anuência expressa de segurados que representem três quartos do grupo.”.
11. Paulo e Joana são bastante humildes e pais de Rafael, de 14 anos de *1/1
idade. Um parente distante da família, por gostar muito de Rafael, deixou
para ele, como herança, patrimônio no valor de R$ 1.000.000,00. Após
receber a herança, Rafael se tornou bastante esnobe e constantemente
criava situações de conflito com outras pessoas. Certo dia, em uma briga,
Rafael espancou Pedro, causando-lhe grave dano de saúde e estético. Sobre
a situação narrada e a responsabilidade de Rafael e seus pais, assinale a
alternativa CORRETA.

a. Considerando que Rafael tem patrimônio, independentemente da situação de seus


pais, ele responderá diretamente pela reparação de danos a ser causada.

b. A responsabilidade de Rafael pelo dano causado é subsidiária a de seus pais e


mitigada.

c. Os pais de Rafael não poderão ser responsabilizados pelos danos causados a


Pedro.

d. Há litisconsórcio passivo necessário entre Paulo, Joana e Rafael, em razão da


responsabilidade solidária entre Rafael e os seus genitores.

e. Se somente um dos pais tivesse a guarda de Rafael, por serem divorciados, o outro
não poderia ser responsabilizado pelos danos causados, uma vez que a condição de
guardião é requisito essencial para responsabilização por ato praticado por incapaz.

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GABARITO: CORRETA. Alternativa “b”. Nos termos do art. 928 do Código Civil: “Art. 928. O
incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.”. Ademais,
conforme entendimento do STJ no REsp nº 1.436.401/MG, indicado no Informativo nº
599: “Percebe-se nitidamente do dispositivo em exame que há responsabilidade
subsidiária, tendo o art. 928 substituído o princípio da irresponsabilidade absoluta da
pessoa privada de discernimento (em razão de idade ou falha mental) pelo princípio da
responsabilidade mitigada e subsidiária.” (REsp 1.436.401-MG, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, por unanimidade, julgado em 2/2/2017, DJe 16/3/201). Portanto, a
responsabilidade de Rafael, menor, é subsidiária a de seus pais, ou seja, só responde se
eles não tiverem patrimônio suficiente para cobrir o valor total da indenização e mitigada,
pois nem haverá indenização, caso prive o incapaz de obter o necessário para sua
subsistência ou a indenização será reduzida, equitativamente.
12. Edmar é locatário de um apartamento e Joaquina é o sua proprietária e *1/1
locadora. Em razão de desconfiança de Joaquina sobre se Edmar mantinha
o apartamento em boas condições, resolveu pegar sua chave reserva e se
dirigir ao apartamento para verificar o estado de conservação, mesmo sem
autorização de Edmar. Diante dessa situação, considerando a regulação dos
institutos da posse e propriedade no Código Civil, assinale a alternativa
CORRETA:

a. No caso apresentado, Edmar estará autorizado a, em autotutela, defender com o


uso de sua própria força a sua posse contra a entrada de Joaquina no apartamento,
desde que faça logo e de modo razoável.

b. Por ser proprietária do apartamento e haver justo receio da manutenção de seu


bom estado de conservação, a conduta de Joaquina é permitida, uma vez que, em
decorrência do contrato de locação, também possui a posse indireta do apartamento,
podendo exercê-la para proteger a sua propriedade.

c. No referido caso, Edmar é detentor do apartamento, uma vez que se acha em


relação de dependência para com Joaquina e conserva a posse em nome dela.

d. Considerando que Edmar e Joaquina possuem a posse do apartamento, em uma


composse, ambos podem exercer sobre ele atos possessórios. Portanto, desde que
Joaquina não exclua a posse de Edmar, poderá se dirigir ao apartamento para
verificar seu estado de conservação.

e. No caso apresentado, Joaquina é a possuidora direta do apartamento e Edmar o


possuidor indireto.

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GABARITO: CORRETA. Alternativa “a”. Sendo Edmar possuidor direto do apartamento e


pelo fato de a atitude de Joaquina se caracterizar como uma turbação ilícita à sua posse,
em conformidade com os arts. 1.197 e 1.210, §1º do Código Civil, poderá ele defender a
sua posse contra Joaquina e, inclusive, manter ou restituir a sua posse por sua própria
força, contanto que o faça logo. Ademais, os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir
além do indispensável à manutenção, ou restituição. Portanto, devem ser razoáveis.
13. Sobre o Condomínio Edilício, assinale a alternativa INCORRETA: * 1/1

a. Se o condomínio estiver estabelecido em sua convenção que a sua finalidade é


residencial, qualquer condômino poderá se opor a que o outro realize locação atípica,
de curto prazo, para hospedagem de terceiros, por meio de plataformas virtuais.

b. Caso um condômino queira locar sua vaga de garagem deverá dar preferência a
outros condôminos que a terceiros não vinculados ao condomínio.

c. O condomínio, em que pese não possuir personalidade jurídica, possui


personalidade judiciária sendo legitimado para apresentar Ação de Indenização por
danos morais.

d. Se o condômino, morador da cobertura do edifício, possuir acesso exclusivo a uma


área privativa, indicada como parte comum de todos os condôminos, no registro do
edifício, deverá pagar integralmente as despesas proporcionais à utilização dessa
área.

e. Caso um condômino venda a sua unidade com débitos de condomínio, aquele que
a comprar responderá pelo débito, inclusive, pela multa e juros moratórios devidos.

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GABARITO: INCORRETA. Alternativa “c”. Conforme entendimento do STJ no REsp nº


1.736.593/SP, indicado no Informativo nº 665: “Os condomínios são entes
despersonalizados, pois não são titulares das unidades autônomas, tampouco das partes
comuns, além de não haver, entre os condôminos, a affectio societatis, tendo em vista a
ausência de intenção dos condôminos de estabelecerem, entre si, uma relação jurídica,
sendo o vínculo entre eles decorrente do direito exercido sobre a coisa e que é necessário
à administração da propriedade comum. Com efeito, caracterizado o condomínio como
uma massa patrimonial, não há como reconhecer que seja ele próprio dotado de honra
objetiva, senão admitir que qualquer ofensa ao conceito que possui perante a comunidade
representa, em verdade, uma ofensa individualmente dirigida a cada um dos condôminos,
pois quem goza de reputação são os condôminos e não o condomínio, ainda que o ato
lesivo seja a este endereçado.”(REsp 1.736.593-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira
Turma, por unanimidade, julgado em 11/02/2020, DJe 13/02/2020). Portanto, a
personalidade judiciária do condomínio para propor, por exemplo, ação de cobrança de
taxa de condomínio atrasada, não o possibilita pleitear dano moral.
14. Marcos e Jéssica eram casados, mas resolveram se divorciar. Ambos *1/1
possuíam uma filha, chamada Ana Luiza, menor. Dessa forma, o divórcio
teve de ser obrigatoriamente realizado pela via judicial, mas de modo
amigável. Sobre as obrigações alimentícias que podem envolver a família,
assinale a alternativa INCORRETA.

a. Sendo estipulada pensão alimentícia a ser paga a Ana Luiza, na hipótese de algum
dos genitores deixar de pagá-la, poderá ser requerido o cumprimento de sentença, em
favor de Ana Luiza, pelo rito de prisão, para o pagamento de qualquer número de
prestações em atraso.

b. Caso Jéssica seja de idade mais avançada e tenha sido dona de casa por toda a
vida, sustentada por Marcos, poderá requerer em face dele o pagamento de
alimentos.

c. Os alimentos a serem conferidos a Ana Luiza não precisam ter obrigatoriamente


natureza pecuniária.

d. Caso Jéssica seja obrigada a pagar pensão alimentícia a Marcos, por qualquer
razão, se ela contrair novo casamento, a obrigação de prestar alimentos
permanecerá.

e. Caso Jéssica, após o divórcio, venha a ter remuneração substancialmente maior


que a de Marcos, como regra, deverá também ter maior contribuição com os
alimentos a serem pagos a Ana Luiza.

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GABARITO: INCORRETA. Alternativa “a”. Segundo a Súmula nº 309 do STJ: “O débito


alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do
processo.”. Portanto, o cumprimento de sentença pelo rito de prisão, estipulado no art.
528, §3º do Código de Processo Civil, só é possível com relação às últimas três
prestações vencidas e as que se vencerem ao longo do processo, não sendo possível
requerer o rito de prisão para qualquer número de prestações vencidas.
15. Sobre a herança e a sua administração, assinale a alternativa INCORRETA: * 1/1

a. A herança é deferida de modo fracionado, caso vários sejam os herdeiros, sendo


essas frações consideradas bens móveis até a partilha.

b. O co-herdeiro não poderá ceder a sua cota hereditária a pessoa estranha à


sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, pelo mesmo valor.

c. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro,


pode ser objeto de cessão por escritura pública.

d. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança,


será indivisível, e é regulado pelas normas relativas ao condomínio.

e. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança, mas deve
provar o excesso, salvo se houver inventário que o escuse, demostrando o valor dos
bens herdados.

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GABARITO: INCORRETA. Alternativa “a”. Nos termos do art. 1.791 do Código Civil: “Art.
1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.”.
Ademais, conforme o art. 80, II do Código Civil, a herança, enquanto não partilhada, possui
natureza de bem imóvel para efeitos legais. Conforme o artigo: “Art. 80. Consideram-se
imóveis para os efeitos legais: (...) II – o direito à sucessão aberta”.

Direito Processual Civil 12 de 15 pontos

16. Em relação às equivalentes jurisdicionais, assinale a alternativa CORRETA: * 1/1

a. A Lei de Arbitragem não é aplicável aos contratos que contenham cláusula arbitral
celebrados antes da sua edição.

b. De acordo com o STJ, a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem não tem


natureza jurisdicional, não sendo possível a existência de conflito de competência
entre juízo estatal e câmara arbitral.

c. A sentença arbitral é título executivo extrajudicial.

d. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem criar câmaras


de mediação e conciliação com atribuições relacionadas à solução consensual de
conflitos no âmbito administrativo.

e. Os árbitros podem proferir sentenças parciais.

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Gabarito (E): CORRETA. Nos termos da Lei n° 9.307/1996: Art. 23, § 1o. “Os árbitros
poderão proferir sentenças parciais.”

Demais alternativas:
17. Em relação à competência no processo civil, assinale a alternativa *1/1
CORRETA:

a. Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio do executado


desloca a competência já fixada.

b. A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA)


não desloca a competência para a Justiça Federal quando a sentença for proferida
por Juízo estadual.

c. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição


inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.

d. A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, altera a competência


territorial resultante das leis de processo.

e. Compete à Justiça Federal processar e julgar as causas cíveis em que é parte


sociedade de economia mista.

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Gabarito (C): CERTO. Nos termos do CPC: Art. 43. “Determina-se a competência no
momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as
modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.”

18. Quanto à legitimidade no processo civil, assinale a alternativa CORRETA: * 1/1

a. Para postular em juízo não é necessário ter legitimidade.

b. A petição inicial será indeferida quando a parte for manifestamente ilegítima.

c. O acionista de sociedade anônima possui legitimidade para propor ação em face


do administrador da sociedade, para que este seja responsabilizado por seus atos,
independentemente de deliberação da assembleia geral sobre a responsabilização ou
não do administrador.

d. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, o juiz o substituirá de ofício.

e. Realizada a substituição na hipótese de o réu alegar não ser parte ilegítima ou não
ser o responsável pelo prejuízo invocado, o autor não é obrigado a pagar honorários
ao procurador do réu excluído.

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Gabarito (B): CERTO. Nos termos do CPC: Art. 330. “A petição inicial será indeferida
quando:

II - a parte for manifestamente ilegítima;”


19. Quanto ao litisconsórcio no processo civil, assinale a alternativa *1/1
CORRETA:

a. O litisconsórcio será necessário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz


tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.

b. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre


rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio.

c. O juiz poderá limitar o litisconsórcio necessário quanto ao número de litigantes na


fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da
sentença.

d. Nos casos de litisconsórcio unitário, o juiz determinará ao autor que requeira a


citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena
de extinção do processo.

e. O requerimento de limitação de litisconsórcio não interrompe o prazo para


manifestação ou resposta.

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Gabarito (B): CERTO. Conforme CPC: Art. 1.015. “Cabe agravo de instrumento contra as
decisões interlocutórias que versarem sobre:

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;”


20. Em relação à assistência, intervenção anômala e oposição, assinale a *1/1
alternativa INCORRETA:

a. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter
reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da
demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito,
podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se
for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência,
serão consideradas partes.

b. De acordo com o CPC/15, a assistência será admitida em qualquer procedimento e


em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em
que se encontre.

c. Os Tribunais Superiores não têm admitido a assistência no rito do mandado de


segurança.

d. De acordo com o CPC/15, sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o
assistido, o assistente será considerado seu gestor de negócios.

e. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem


autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.

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Gabarito (D): CERTO. Em desacordo com o CPC/15: Art. 121, Parágrafo único. “Sendo
revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu
substituto processual.”

A alternativa estaria correta na vigência do CPC/73, no qual estava disposto que: Art. 52,
Parágrafo único. “Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de
negócios.”

Em relação à mudança, Cássio Scarpinella Bueno (Novo Código de Processo Civil


anotado, 2016, e-book) explica:

“Se o assistido for revel ou ‘de qualquer outro modo, omisso’, é o que se lê no parágrafo
único, o assistente será considerado substituto processual, figura que descreve com mais
propriedade, no plano do direito processual civil, a situação processual do ‘gestor de
negócios’, que se lia do parágrafo único do art. 52 do CPC de 1973.”
21. Em relação ao Ministério Público e Defensoria Pública no processo civil, *1/1
assinale a alternativa INCORRETA:

a. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de


intervenção do Ministério Público.

b. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como
fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam interesse público ou social, interesse de incapaz e
litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

c. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver


interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.

d. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para suas manifestações


processuais, exceto quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para a
Defensoria Pública.

e. A curatela especial será exercida pelo Ministério Público, nos termos da lei.

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Gabarito (E): CERTO. Em desacordo com o CPC: Art. 72. “O juiz nomeará curador especial
ao:

I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os


daquele, enquanto durar a incapacidade;

II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto
não for constituído advogado.

Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da
lei.”

22. Em relação à comunicação dos atos processuais, citação e intimação, *1/1


assinale a alternativa CORRETA:

a. De acordo com o STJ, a ausência de citação dos confinantes e respectivos


cônjuges na ação de usucapião ensejará nulidade relativa, caso se constate o efetivo
prejuízo.

b. Citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo.

c. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado em


qualquer hipótese.

d. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, produzindo


efeitos legais quanto ao réu independentemente da citação.

e. A citação válida, desde que ordenada por juízo competente, induz litispendência,
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor.

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G b it (A) CERTO N t d d idid l STJ “A d l â i d


Gabarito (A): CERTO. Nos termos do decidido pelo STJ: “Apesar da relevância da
participação dos confinantes (e respectivos cônjuges) na ação de usucapião, inclusive
com ampla recomendação de o juízo determinar eventual emenda à inicial para a efetiva
interveniência -

com citação pessoal - destes no feito, não se pode olvidar que a sua ausência, por si só,
apenas incorrerá em nulidade relativa, caso se constate o efetivo prejuízo.” (REsp
1.432.579/MG, Min. Rel. Luis Roberto Salomão, 4ª turma, 22/08/2017)

23. Sobre a tutela de urgência e evidência no CPC/15, assinale a alternativa *1/1


CORRETA:

a. A tutela de urgência de natureza antecipada pode ser concedida quando houver


perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

b. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição


inicial não pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do
pedido de tutela final.

c. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de


perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, nas hipóteses legais.

d. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter


antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se
objetiva assegurar, independentemente de perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.

e. Segundo o STJ, a concessão de tutela de evidência, em caráter liminar, antes do


escoamento do prazo para oferecimento de defesa, exige tão somente a
comprovação documental das alegações de fato, não a existência de tese firmada
em julgamento de repetitivos/súmula vinculante.

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Gabarito (C): CERTO. Nos termos do CPC: Art. 311. “A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório


da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver


tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do


contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.”
24. Sobre cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de *0/1
obrigação de pagar quantia certa, assinale a alternativa CORRETA:

a. O executado pode se defender por meio de embargos à execução.

b. O executado é intimado para pagar o débito, no prazo de 10 (dez) dias, acrescido


de custas, se houver.

c. O cumprimento da sentença efetuar-se-á sempre perante o juiz de primeiro grau.

d. Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo legal , o débito será acrescido de


multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.

e. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante os Tribunais, independentemente


de ser causa de competência originária.

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Letra (A):ERRADO. No cumprimento de sentença, a forma de defesa é a impugnação ao


cumprimento de sentença, e não embargos à execução (forma de defesa no processo de
execução). Nos termos do CPC: Art. 525. “Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o
pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.”

Letra (B):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 523. “No caso de condenação em quantia
certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o
cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o
executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de
custas, se houver.”

Ressalta-se que no processo de execução por quantia certa o prazo para pagamento é de
3 (três) dias, caso em que os honorários serão reduzidos à metade (art. 827, § 1º, do
CPC).

Letra (C):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 516. “O cumprimento da sentença efetuar-se-
á perante:

I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;

II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;

III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de


sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do
atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à
execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não
fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.”

Letra (E):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 516. “O cumprimento da sentença efetuar-se-á
perante:

I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;”


25. Em relação à ação rescisória, assinale a alternativa CORRETA: * 1/1

a. A ação rescisória não pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.

b. A ação rescisória não é admitida em caso de decisão transitada em julgado que


não seja de mérito.

c. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for


proferida por juiz suspeito.

d. De acordo com súmula do STF, não cabe ação rescisória por ofensa a literal
disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de
interpretação controvertida nos tribunais.

e. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando for


proferida por juiz incompetente, seja hipótese de incompetência relativa ou absoluta.

Feedback

Gabarito (D): CERTO. Nos termos do enunciado n° 343 da súmula do STF: “Não cabe ação
rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver
baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.”

26. Em relação à técnica de complementação do julgamento por maioria, *1/1


assinale a alternativa CORRETA:

a. Não é aplicável no julgamento de remessa necessária.

b. Será cabível no recurso de apelação quando o acórdão for não unânime, desde que
haja reforma do julgamento da sentença de mérito.

c. O julgamento por maioria deve ocorrer obrigatoriamente na sessão seguinte da


turma ou câmara.

d. Os julgadores que já tiverem votado não poderão rever seus votos por ocasião do
prosseguimento do julgamento.

e. A técnica de ampliação do colegiado não tem aplicação para julgamento não


unânime de apelação interposta em mandado de segurança.

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Gabarito (A): CERTO. Nos termos do CPC: Art. 942, § 4º. “Não se aplica o disposto neste
artigo ao julgamento:

I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;

II - da remessa necessária;

III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.”
27. Em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas no *0/1
CPC/15, assinale a alternativa CORRETA:

a. A desistência ou o abandono do processo impede o exame de mérito do incidente.

b. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais


ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de
jurisdição do respectivo tribunal, salvo aos que tramitem nos juizados especiais do
respectivo Estado ou região.

c. O juiz pode resolver parcialmente o mérito, em relação à matéria não afetada para
julgamento, nos processos suspensos em razão de recursos repetitivos, repercussão
geral, incidente de resolução de demandas repetitivas ou incidente de assunção de
competência.

d. Não cabe reclamação para garantir a observância de acórdão proferido em


julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas.

e. O conteúdo do acórdão não precisa abranger a análise de todos os fundamentos


suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou contrários.

Feedback

Letra (A):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 976, § 1º. “A desistência ou o abandono do
processo não impede o exame de mérito do incidente.”

Letra (B):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será
aplicada:

I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de


direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região;”

Letra (D):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada
ou do Ministério Público para:

IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução


de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência;”

Letra (E):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 984, § 2º. “O conteúdo do acórdão abrangerá
a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida,
sejam favoráveis ou contrários.”
28. Sobre os recursos no CPC/15, assinale a alternativa CORRETA: * 0/1

a. As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão
final, ou nas contrarrazões.

b. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo de instrumento para o


respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.

c. Ainda prevalece o enunciado de súmula do STJ que dispõe o seguinte:


“Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.”

d. A pretensão de simples reexame de prova enseja recurso especial.

e. A simples interpretação de cláusula contratual enseja recurso especial.

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Letra (B):ERRADO. Nos termos do CPC: Art. 1.021. “Contra decisão proferida pelo relator
caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao
processamento, as regras do regimento interno do tribunal.”

Letra (C):ERRADO. Trata-se do enunciado n° 211 da súmula do STJ: “Inadmissível recurso


especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi
apreciada pelo Tribunal a quo.”

Ocorre que com o CPC/15, referido enunciado restou superado. Vide Art. 1.025, do
CPC/15. “Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,
para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam
inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão,
contradição ou obscuridade.”

Sobre o tema, Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da Cunha (Curso de direito processual
civil: o processo civil nos tribunais, recursos, ações de competência originária do tribunal
e querela nullitatis, incidentes de competência originária de tribunal, 2017, p. 327)
lecionam o seguinte:

“Diante do disposto no art. 1.025 do CPC, está superado o enunciado 211 da súmula do
STJ, (...)”.

Letra (D):ERRADO. Nos termos do enunciado n° 7 da súmula do STJ: “A pretensão de


simples reexame de prova não enseja recurso especial.”

Letra (E):ERRADO. Nos termos do enunciado n° 5 da súmula do STJ: “A simples


interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial.”
29. Em relação à Fazenda Pública em juízo, assinale a alternativa CORRETA: * 1/1

a. Os privilégios da Fazenda Pública são aplicáveis às sociedades de economia mista


que executam atividades em regime de concorrência ou que tenham como objetivo
distribuir lucros aos seus acionistas.

b. Os Estados e o Distrito federal serão representados em juízo, ativa e passivamente,


pelo respectivo Governador.

c. O art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, na parte
em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública,
é constitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos
quais devem ser aplicados os mesmos juros aplicados à caderneta da poupança.

d. É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada


anteriormente à sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir
mediante precatório.

e. É inaplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista


prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.

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Gabarito (D): CERTO. Nos termos do decidido pelo STF: “Recurso Extraordinário. 2.
Constitucional, Processual Civil e do Trabalho. 3. Execução. Penhora de bens da extinta
Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA. Sucessão posterior pela União. 4. É válida a
penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente à
sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório (art.
100, caput e § 1º, da Constituição Federal). 5. Repercussão geral. 6. Recurso
extraordinário não provido.” (RE 693112/MG, Rel Min. Gilmar Mendes, Plenário, julgamento
em 09/02/2017)
30. Em relação aos juizados especiais cíveis, juizados especiais federais e *1/1
juizados especiais da Fazenda Pública, assinale a alternativa INCORRETA:

a. O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento


das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas as causas cujo valor
não exceda a quarenta vezes o salário mínimo.

b. Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de


competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como
executar as suas sentenças.

c. É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar


e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

d. Não cabe ação rescisória no âmbito dos juizados especiais cíveis.

e. De acordo com o CPC/15, o incidente de desconsideração da personalidade


jurídica não é aplicável ao processo de competência dos juizados especiais.

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Gabarito (E): CERTO. Em desacordo como CPC: Art. 1.062. “O incidente de


desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos
juizados especiais.”

A Lei 9.099/95 dispõe no seguinte sentido: Art. 10. “Não se admitirá, no processo,
qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o
litisconsórcio.”

Apesar disso, conforme o CPC/15, será cabível o incidente de desconsideração da


personalidade jurídica.

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