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PRODUÇÃO ORGANICA DE ALFACE (Lactuca sativa L) COM ESTERCO

ANIMAL

Amone Samuel Guido

Mocuba, 2022

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRONÓMICA

PRODUÇÃO ORGANICA DE ALFACE (Lactuca sativa L) COM ESTERCO ANIMAL

Amone Samuel Guido

Mocuba, 2022

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRONÓMICA

PRODUÇÃO ORGANICA ALFACE (Lactuca sativa L) NO SISTEMA ORGÂNICO


USANDO ESTERCO ANIMAL

Autor: Amone Samuel Guido

Supervisor: Rafael Alexandre Muchanga

Monografia submetida a Faculdade de Engenharia


Agronómica e florestal, Universidade Zambeze, Mocuba,
em Parcial cumprimento para à obtenção do grau de
licenciatura em Engenharia Agronómica.

Mocuba, 2022

3
Declaração

Eu, Amone Samuel Guido declaro, por minha honra, que esta monografia é resultado do
meu próprio trabalho e está a ser submetido para obtenção do grau de licenciatura na
Universidade Zambeze, faculdade de Engenharia Agronómica e florestal, Mocuba. Ela
não foi Submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma
outra faculdade.

___________________________________________
Amone Samuel Guido

Mocuba, Outubro de 2022

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Dedicatória

Primeiramente a Deus, aos meus Pais e a todos aqueles que me ajudaram directamente e
indirectamente. Em memória, a minha avó Materna Josefina Arnaldo.

Obrigado!

5
Agradecimento

Primeiramente quero agradecer a DEUS, por direccionar-me guiando os meus passos e


protegendo-me. Sou grato pela vida e pelas pessoas que fazem parte dela, mas acima de
tudo grato a ele por me conceder essa oportunidade de estudar e alcançar meu objectivo.

A minha mãe Carlota Amélia Pedro pelo amor e carinho que nunca me faltaram, ao
cuidado e a protecção que sempre teve comigo.

Aos meus professores, pela paciência que tiveram comigo, por compartilhar
conhecimentos e pelos ensinamentos para a vida.

Ao meu orientador Dr. Rafael Alexandre Muchanga que me ajudou bastante com
incentivos e apoio as actividades realizadas, juntos com os funcionários da faculdade.
Aos meus amigos de sala de aula, em especial ao Salvador Ricardo Namácua que me
ajudou na colheita durante ao trabalho de campo.

A Faculdade De Engenharia Agronómica e Florestal (FEAF), responsável por


proporcionar a oportunidade de estudar e me preparar para o mercado de trabalho, com
apoio técnico e moral, ensinamentos que perdurarão para o resto da vida

Em suma, quero agradecer a todos que tanto directamente ou indirectamente participaram


de alguma maneira e colaboraram com a minha conquista.

Agradeço

6
Resumo

O presente estudo teve como objectivo Avaliar o efeito de esterco animal sobre o
rendimento de duas variedades de alface e salinidade de solo, que são alface americana
(Great lake) e alface roxo (Maira), o estudo ocorreu no distrito de mocuba durante os
meses de Maio a Setembro de 2021, onde avaliou-se a massa fresca da parte área,
rendimento por hectare, condutividade eléctrica, e totais de sólidos dissolvidos. Para o
estudo usou-se o delineamento em blocos Completos e causalizado (DBCC) com seis
tratamentos e três repetições constituído por duas fontes de variação primeiro cultivar, e
segundo adubação orgânica, a adubação orgânica influencio no peso da massa fresca e o
rendimento das duas cultivares da alface, os dados fora submetidos as analise Shapiro-
Wilk, previamente organizados no Ms Excel 2013, ondem se realizaram analises de
variância, teste de Tukey (5% de probabilidade) onde se verificou maior rendimento de
alface no tratamento com esterco de galinha variedade americana com 19 t/ha, e no
segundo experimento alcançou-se melhores resultados com tratamento esterco bovino
com 17 t/ha, também verificou-se que aplicação do adubo orgânico no solo promoveu
aumento da Condutividade eléctrica e totais de sólidos solúveis, o esterco bovino
apresentou maiores resultado da condutividade eléctrica e totais de sólidos solúveis , de
todos parâmetros avaliado o controlo local foi o tratamento que apresentou menor valor
de rendimento com 4 t/ha, 60 mg/l (Miligrama por litro). Total de sólido solúveis, e 20
µS/cm (microsiemens per centimeter) condutividade.

Palavras-chave: Lactuca sativa L., matéria orgânica, adubação do solo.

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Abstract

The present study aimed to evaluate the effect of animal manure on the yield of two lettuce
varieties and soil salinity, which are iceberg lettuce (Great lake) and purple lettuce
(Maira), the study took place in the district of mocuba during the months from May to
September 2021, where the fresh mass of the part, the yield by electrical capacity, the
electrical conductivity and its solid solids were evaluated. For the study in blocks
Complete and enriched of two masses (DBCC) with six treatments and repetitions
constituted by two sources of organic organization, and organic fertilization, organic
fertilization and the first weight of the second lettuce cultivar, the data selected as
ShapiroWilk, previously organized in Ms 2013, where Tukey analyzes of variance are
not compared (5% of analysis) Excel where higher lettuce yield is observed in the
treatment with manure of American variety with 19 years old, and in the second
experiment there were results with 17 t/ ha, can also improve the application of organic
manure in the soil of Conductivity and total soluble solids, the cattle manure presented
from electrical conductivity to soluble solid results, of all major parameters evaluated the
local control was the treatment the final result was lower value yield with 4 t/ha, 60 mg/l
(Miligram per litre). Total soluble solids, and conductivity of 20 µS/cm (microsiemens
per centimeter).

Keywords: Lactuca sativa L., organic matter, soil fertilization

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Lista de Figura

Figura 1 : Alface solta crespa roxa............................................................................................... 18


Figura 2 : Alface Americana......................................................................................................... 19
Figura 3 : Ataque de Caracol ....................................................................................................... 23
Figura 4 : Ataque de tripis na cultura de alface ......................................................................... 23
Figura 5 : Ataque de Lagarta na cultura de alface....................................................................... 24
Figura 6 : Mapa do Local de Estudo ............................................................................................ 29
Figura 7 : Sementeira de Alface em bandejas plásticas de 128 células no dia 18 de Maio de
2021............................................................................................................................................. 32

Lista de Tabelas
Tabela 2. Maiores produtores mundiais de Alface em 2013 ....................................................... 21
Tabela 3 Características químicas de fertilizantes orgânicos quanto ao teor médio de N,P e K
representem em suas composições .............................................................................................. 26
Tabela 5. Efeito de esterco bovino e galináceo sobre o rendimento de duas variedades de alface
em 2021. ...................................................................................................................................... 36

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Lista de Acrónimos e símbolos

Anova Análise de variância


CE Condutividade eléctrica.
Ca Cálcio

Cm Centímetro
CV Coeficiente de Variação
DBCC Delineamento de blocos completamento causalizados
FEAF Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal
g Grama
ha Hectare
K Potássio
Kg Quilograma
m2 Metros quadrado
MAE Ministério da administração Estatal
mg/L - Miligrama por litro
N Nitrogénio
O Oxigénio
P Fósforo
TDS Totais de sólidos dissolvidos
ton/ha Toneladas por hectare
dS/m Deciemens por metro
µS/cm Microsiemens por centímetro

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Sumário
I. Introdução .......................................................................................................................... 13
1. Problema de Estudo e Justificativa.............................................................................. 14
1.1.1. Objectivo geral: ................................................................................................. 16
1.1.2. Objectivos específicos: ...................................................................................... 16
1.2. Hipóteses .................................................................................................................... 16
2. Revisão bibliográfica ......................................................................................................... 17
2.1 Origem e Taxonomia de alface ................................................................................. 17
2.2. Morfolgogia. ............................................................................................................... 17
2.3. Classificação das variedades de alface..................................................................... 17
2.3.2. Alface Americana. (Lactuca sativa v. capitata) ................................................ 18
2.4. Ciclo da cultura ......................................................................................................... 19
2.5. Importância socioeconómica da alface .................................................................... 19
2.6. Importância nutricional de alface ............................................................................ 19
2.7. Exigências climática .................................................................................................. 20
2.8. Exigências nutricional da espécie. ............................................................................ 20
2.9. Produção de alface no Mundo .................................................................................. 21
2.10. Produção das horticulas em Moçambique .......................................................... 22
2.9.2. Trips ................................................................................................................... 23
2.9.3. Lagartas ............................................................................................................. 23
2.10. Principais doenças na cultura de Alface.............................................................. 24
2.11. Condições do cultivo.............................................................................................. 24
2.11.1. Solo ..................................................................................................................... 24
2.12. Rendimento do Alface por Hectare ..................................................................... 25
2.13. Aspectos da produção orgânica............................................................................ 25
2.14. Valor nutritivo de alimentos orgânicos ............................................................... 26
Características químicas de fertilizantes orgânicos. .......................................................... 27
2.15. Vantagens no uso da adubação orgânica ............................................................ 27
2.15.1. Efeitos condicionadores .................................................................................... 27
2.15.2. Efeitos sobre os nutrientes ................................................................................ 28
3.Matériais e Métodos ............................................................................................................... 29
3.1.Características da área de estudo ...................................................................................... 29
3.5 Preparação de mudas e transplante......................................................................... 31
3.6 Colheita ...................................................................................................................... 32

11
3.9 Análise estatística ...................................................................................................... 33
4 Resultados Discussão ........................................................................................................ 35
4.1 Rendimento de alface no primeiro cultivo .................................................................. 35
4.2 Totais de sólidos dissolvidos na Água (TDS)........................................................... 37
V. Conclusões .......................................................................................................................... 40
VI. Recomendações. ............................................................................................................. 41
 Aos Investigador ................................................................................................................ 41
 Aos agricultores ................................................................................................................. 41
 Aos extensionistas. ............................................................................................................. 41
VII. Referencia Bibliográfica ............................................................................................... 42
VIII. Apêndice ..................................................................................................................... 44
Apêndice 1: layout de ensaio .................................................................................................... 44

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I. Introdução

A alface (Lactuca Sativa L.) é uma planta da família Asteraceae, originária da região de
clima temperado, entre o sul da Europa e a Ásia Ocidental (Malia et al., 2015). E
considerada como mais popular das horticula, sendo cultivada em quase todas regiões do
globo terrestre, 6ª hortaticula em importância económica, 8ª em termos de produção
mundial, a china é o maior produtor de alface.Trata-se duma cultura bastante exigente em
nutrientes e, em especial o nitrogénio que estimula o desenvolvimento foliar. Dentre
outros factores tais como práticas culturais, controlo de pragas e doenças, a adubação
constitui um factor crucial param o sucesso desta cultura (Lopes, 2012).

matéria orgânica contribui de modo decisivo em muitas propriedades físico-químicas do


solo, como capacidade de troca de cátions, formação de complexos e que latos com
numerosos íons e retenção de humidade. As fontes mais comuns de adubo orgânico são
representadas pelos adubos verdes, resíduos de culturas, estercos, compostos e outros
(Calegari 1998).

Estudos de adubos orgânicos são vários. No entanto, em Moçambique a maior parte dos
agricultores são do sector familiar com fraco poder aquisitivo de adubos inorgânicos, e
as suas áreas de produção são em

média de ¼ ha (Sitoe, 2005). Assim, o uso de adubos orgânicos aliado as outras exigências
culturais pode aumentar a produtividade com custos reduzidos. Além disto, pode
melhorar o bem-estar da população, disponibilizando alimento de qualidade e em
quantidade fora de contaminação química, implicando uma boa saúde e um meio
ambiente cada vez mais estável e sustentável (Peixoto et al, 2013).

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1. Problema de Estudo e Justificativa

Produção de hortícolas, tanto comercial como para subsistência possui um papel


importante para actividade do sector agrícola familiar em Moçambique, contribuindo para
o seu fortalecimento e garantindo a sua sustentabilidade portanto até aqui, os níveis de
produção e produtividade alcançados não se mostram actrativos e satisfactorios, sendo
que vários problemas tem ditado a baixa produção, produtividade (Ecole e Malia, 2015).
Dentres eeses problemas econtram:

1. Baixo rendimento;

2. Pouco uso de insumos agrícolas e tecnologias de mao-de-obras intensiva devido


a baixo económico dos agricultores;

3. Baixa fertilidade do solo.

A maior parte dos produtoes em mocambique usao adubacao inorganica que para alem
de possuir um alto custo tanto para o bolso dos agricultores, quanto para a natureza, já
que degrada e polui o meio ambiente acarentando assim perdas economicas. Assim sendo
há necessidade de avaliar sistema de producao alternativo de baixo custo, mas que não

Para as culturas folhosas como é o caso da alface, problemas sérios podem acontecer no
cultivo convencional, pois o uso de altas doses de adubos solúveis, principalmente o
nitrogénio, aliado à intensa aplicação de agrotóxicos, pode levar a produção de alimentos
de qualidade contestada, que pode prejudicar a saúde pública e levar a um alto custo de
produção (Miyazawa et al, 2001). O uso de adubos orgânicos em detrimento dos adubos
químicos, insere-se na perspectiva da agricultura orgânica, que é o cultivo de plantas sem
o uso de produtos inorgânicos. Segundo Vidigal et al. (1995)

O uso de adubo orgânico pode melhorar a produção da cultura de alface e as propriedades


físicas e química do solo, contudo, o baixo conhecimento sobre o seu benefício na
produção de culturas, faz com que os agricultores ignorem a sua importância na
agricultura. Além disso um dos factores que limita o seu uso esta relacionado com o baixa
concentração de nutrientes, que faz com que haja necessidade de aplicação de grandes
quantidades de adubos para a satisfação das necessidades da cultura (Guimarães e
vale,2016)

14
Com relação à alface, tem-se observado que os produtores utilizam geralmente um
sistema de produção, com uso excessivo de fertilizantes minerais. Uma das alternativas
para contornar este tipo de problema seria o uso de compostos orgânicos. As altas
produtividades obtidas com uso intensivo de adubos minerais têm sido questionadas nos
últimos anos, devido aos aspectos relacionados à sustentabilidade do sistema de produção
(Santos et al., 1994).

É neste contexto que surge o presente estudo, que busca demonstrar, como a adubação
orgânica, pode ser uma alternativa importante na produção da alface em substituição aos
usos de fertilizantes inorgânicos, sem afectar significativamente a produção e
produtividade desta cultura, e consequentemente, obtendo maiores ganhos ambientais.

15
1.1 Objectivos

1.1.1. Objectivo geral:


 Avaliar o efeito de esterco animal sobre o rendimento de duas variedades de alface
e salinidade de solo.

1.1.2. Objectivos específicos:


 Comparar os efeitos dos estercos bovino e de aves sobre o rendimento e salinidade
de solo;
 Determinar o peso fresco de alface, a condutividade eléctrica e o total de sólidos
dissolvidos do solo em cada tratamento;
 Relacionar a condutividade eléctrica e o total de sólidos dissolvidos com o
rendimento de alface;
 Determinar o efeito residual dos estercos bovino e de aves sobre o rendimento de
alface;

1.2. Hipóteses
a) Devido a aplicação macro e micronutrientes no solo, especialmente nitrogénio e
fósforo, tratamentos com esterco poderão apresentar melhor rendimento de alface
que tratamentos sem esterco;
b) As variedades Great Lakes e Maira poderão responder diferentemente a aplicação
de esterco animal devido a diferenças de potencial genético.

16
2. Revisão bibliográfica
2.1 Origem e Taxonomia de alface

A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta da família Asteraceae, originária da região de
clima temperado, entre o sul da Europa e a Ásia Ocidental (Malia et al., 2015). É certo
que a Lactuca serriola seja um dos ancestrais diretos e a ocorrência de mutações nesta
espécie levou ao aparecimento de formas favoráveis ao consumo humano, sendo
posteriormente selecionadas e modificadas de modo a atenderem às necessidades das
populações (Lindqvist et al., 2004).

Tabela 1 Enquadramento taxionómico da família das Asteráceas

Reino Plantae Ordem Asterales


Sub-reino Tracheobionta Família Asteraceae (sin.
(Plantas Compositae)
vasculares)
Superdivisão Spermatophyta Subfamília Cichorioideae
(Plantas com
semente)
Divisão Magnoliophyta Tribo Lactuceae (sin
(Angiospérmicas) Cichorueae)
Classe Magnoliopsida Género Lactuca L.
(Dicotiledóneas)
Subclasse Asteridae Espécie Lactuca sativa
L.
Fonte: (Almeida, 2006)

2.2. Morfolgogia.

A planta é herbácea, muito delicada, com folhas grandes e de consistência variada em


função das variedades. Possui um pequeno caule, ao qual se prendem as folhas. Estas são
amplas e crescem em roseta, em volta do caule (Malia et al., 2015).

O sistema radicular é muito ramificado e superficial, explorando apenas os primeiros 25


cm do solo, quando a cultura é transplantada. Em sementeira directa, a raiz pivotante pode
atingir até 60 cm de profundidade (FILGUEIRA, 2003).

2.3. Classificação das variedades de alface.

As folhas podem ser lisas ou crespas e a coloração verde-clara, verde-escura ou roxa.


Podem ser repolhuda com formação de cabeça ou solta, sem formação de cabeça. Em

17
função dessas características, as variedades podem ser separadas em 6 grupos: Filgueira,
(2003) Apud Júnior (2017).

1) Tipo repolhuda-manteiga, folhas lisas, verde-amareladas, forma cabeça compacta.


Variedades: Brasil 303, Carolina;

2) Tipo repolhuda-crespa (Americana), folhas crespas, bem consistentes, forma


cabeça compacta. Variedades: Great Lakes, Tainá, Madona, Lucy Brown;

3) Tipo solta-lisa, folhas lisas, soltas, não forma cabeça. Variedades: Monalisa, Luisa,
Regina, Babá-de-verão;

4) Tipo solta-crespa, folhas crespas, soltas, consistentes, não forma cabeça. Variedades:
Grand Rapids, Marianne, Verônica, Vanessa e Marisa;

5) Tipo Mimosa, folhas delicadas, aspecto arrepiado, não forma cabeça. Variedades:
Salad Bowl, Greenbowl;

6) Tipo Romana, folhas alongadas, consistentes, forma cabeça fofa (Filgueira, 2003).

2.3.1. Alface-crespa Roxa (Lactuca. sativa v. crispa)

Como o próprio nome diz, esta variedade de alface apresenta uma coloração levada para
o tom do roxo, e tem um sabor suave. As alfaces roxas são ricas em uma substância
conhecida como antocianinas, comuns em vegetais desta cor. Isso faz com que esta alface
tenha um maior efeito antioxidante que as demais. (Gottschald, 2020)

Figura 1 : Alface solta crespa roxa

2.3.2. Alface Americana. (Lactuca sativa v. capitata)

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Muito utilizada em diversas receitas, principalmente por manter a textura crocante mesmo
em pratos quentes, a alface americana é a preferida das redes de fast food. Isso se deve a
sua resistência a temperaturas mais altas, além de seu alto teor de água, que fazem com
que mantenha suas características por mais tempo e sejam mais fáceis de armazenar.
(Gottschald, 2020)

Figura 2 : Alface Americana

2.4. Ciclo da cultura

O ciclo da cultura vária de 60 a 80 dias, sendo normalmente cerca de 20 dias para


produção de mudas e 40 a 60 em campo. A produtividade pode variar entre 20 e 40 t/ha-
1
(Martinez, 2017).

2.5. Importância socioeconómica da alface

A alface é uma das hortícolas mais importantes no nosso país, devido ao seu alto valor
alimentar, comercial e nutricional. Devido a sua versalidade, a alface é muito consumida
pela população, podendo ser acompanhada por diversos pratos. É vendida diariamente
nos nossos mercados, o que permite melhorar a renda das famílias (Sortane, 2017).

2.6. Importância nutricional de alface

Em termos nutricionais, é bastante rica em vitaminas A, C e outras do complexo B, que


contribuem para a manutenção da saúde do nosso organismo. É também rica em minerais
como: o cálcio, magnésio, ferro, fósforo, potássio (Sortane, 2017).

19
Os nutrientes presentes na alface, assim como sua concentração, variam de acordo com a
espécie, região e tipo de cultivo. Mas de forma geral são plantas ricas em:

• Ácido fólico;
• Fibras alimentares;
• Vitamina A;
• Vitamina C;
• Vitamina K, presentes na maioria dos vegetais folhosos;
• Vitaminas do complexo B;
• Minerais, como ferro, magnésio, fósforo e potássio.

Além disso, são vegetais ricos em antioxidantes variados, e estudos mostram que eles
ajudam na prevenção de danos causados pelos radicais livres, auxiliando na prevenção de
diversas doenças. (Gottschald, 2020)

2.7. Exigências climática

Embora haja cultivares melhoradas para diversas condições climáticas, a alface não
suporta bem temperaturas elevadas, as quais induzem a planta a entrar no estágio
reprodutivo, alongar o caule e florescer. Concomitantemente, as folhas adquirirem maior
concentração de látex e se tornam amargas. Pode-se indicar temperaturas o redor de 30ᵒC
como máximas, e de 6ᵒC como mínimas. No entanto, esses limites são relativos, pois
estão associados a outras condições, como humidade relativa do ar, variedades e formas
de irrigação (Martinez, 2017).

2.8. Exigências nutricional da espécie.

As exigências nutricionais das culturas oleráceas são muito grandes. O solo é uma
importante fonte de nutrientes minerais para as raízes, no entanto, no caso da alface, o
solo normalmente se comporta como fonte insuficiente de nutrientes, devido à elevada
exigência, pois é extraído e exportado, em suas partes comerciáveis, maiores quantidades
de nutrientes, por hectare, em relação às culturas perenes e anuais (Filgueira, 2005). Tem-
se empregado adubos orgânicos de várias origens no cultivo da alface que além de
proporcionar melhoria das propriedades físicas e químicas do solo, pode reduzir a
necessidade de uso de adubos minerais (Souza et al., 2005).

20
A cultura se adapta melhor a solos de textura média, com boa capacidade de retenção de
água. A faixa de pH de 6,0 a 6,8 é a mais propícia ao melhor desenvolvimento. Quando
necessário deve- se elevar a saturação por bases para 70%. Têm sido obtidos maiores
respostas em produtividades com as aplicações de N e de P. O nitrogénio favorece o
crescimento vegetativo, expande a área fotossintética activa e eleva o potencial produtivo
da cultura (Anacleto et al., 2017).

O fósforo favorece o seu desenvolvimento radicular, aumentando assim a absorção de


água e nutrientes. Já as aplicações de potássio não têm elevado a produção, mas doses
adequadas favorecem a formação e translocação de carboidratos e o uso eficiente da água
(Filgueira, 2005).

O seu excesso desequilibra a nutrição da planta, prejudicando a absorção e utilização de


outros nutrientes como o Cálcio. O fornecimento de Cálcio é importante, razão pela qual
a utilização de super fosfato simples é recomendado porque além do fornecimento de
fósforo é óptima fonte de Cálcio, é uma boa opção (Souza et al, 2005).

A utilização de uréia é aconselhável, pois tem efeito de rápido fornecimento de N. No


caso de adubações pós plantio, estas devem anteceder a fase de máximo desenvolvimento
da planta. Em solos pobres, é aconselhável acrescentar à adubação de plantio 1kg/ha de
B, na forma de bórax. Podem ocorrer sintomas de carências de Cu, Zn e Mo,
especialmente em solos esgotadas pelo cultivo intensivo, onde podem ser corrigidas por
adubação foliar (Filgueira, 2005).

Tabela 1. Maiores produtores mundiais de Alface em 2013

Classificação País Produção (em milhões de


toneladas)
1 China 13.5
2 Estados Unidos 3.6
3 Índia 1.1
4 Espanha 0.9
5 Itália 0.8
6 Mundo 24.9

2.9. Produção de alface no Mundo

21
Em 2013, 24.9 milhões de toneladas de alface foram produzidas no mundo. Só a China
produziu cerca de 13.5 milhões de toneladas (Tabela 2). No entanto, na China, a maior
parte da alface produzida é utilizada para consumo doméstico (Lloyd e Shaun, 2016).

A Espanha e os EUA são os dois maiores exportadores de alface do mundo.


Originalmente, os países da América do Norte e da Europa Ocidental eram os maiores
produtores de alface no mundo. O cenário mudou desde o final de 1900 quando a cultura
começou a ser cultivada em larga escala em outras partes do mundo. Diferentes
variedades de alface são cultivadas em diferentes partes do mundo. A alface caules é mais
comum no Egipto e na China, enquanto a manteiga era preferida no norte da Europa. A
Romaine é mais popular nos países do Mediterrâneo. Actualmente, a variedade de
crisphead é mais dominante no norte e oeste da Europa. Nos EUA, várias variedades de
alface são cultivadas. Califórnia (71%) e Arizona (29%) são responsáveis por toda a
produção de alface nos EUA (Lloyd e Shaun, 2016).

2.10. Produção das horticulas em Moçambique

Segundo Haber (2015), apud (Zidora, 2020) a cadeia agro-alimentar de horticola em


Moçambique desempenha um considerável papel na geração e na distribuição da renda à
agricultura familiar. Quanto à produção, entre o período de 2007 a 2013, os melhores
índices foram atingidos. No ano de 2007, foram produzidas 500 mil toneladas de
horticula; em 2010, a produção chegou a atingir cerca de 900 mil toneladas, com destaque
para as principais hortícola (tomate, cebola, pimentão, pepino, cenoura, quiabo, alho,
alface, vagem verde e repolho),

2.9. Pragas

2.9.1. caracóis

São pragas importantes de hortícolas folhosas, incluindo a alface. Destroem as folhas e


raízes. Lesmas, caramujos e caracóis deixam rastro de muco quando se deslocam sobre
as folhas, que inviabilizam as plantas para a comercialização (colaricci et al, 2017).

22
Figura 3 : Ataque de Caracol

Fonte: Adoptado de Autor

2.9.2. Trips

São insectos pequenos com 1,0 a 3,0 mm de comprimento, de coloração virada, com asas
estreitas e franjadas. Sugam a seiva das plantas e, quando presentes em grande número,
as folhas apresentam-se coriáceas e quebradiças com boros dobrados para cima e estrias
de coloração prateada. Sua maior importância, entretanto, deve-se ao facto de serem
transmissores do vírus (Guimaraes & Vale, 2016).

Trips

Figura 4 : Ataque de tripis na cultura de alface

Fonte: Adaptado de (autor 2021)

2.9.3. Lagartas

São as formas imaturas de mariposas ou borboletas. Alimentam-se das folhas e causam


grandes danos. Em cultivos hidropónicos, a largura que ocorre com mais frequências é

23
trichoplusia ni, que tem coloração verde-clara e mede até 30 mm do comprimento
(Guimaraes, & Vale, 2016)

Lagarta

Figura 5 : Ataque de Lagarta na cultura de alface

Adoptado de (autor 2021

2.10. Principais doenças na cultura de Alface.

Diversas doenças afetam a cultura de alface Entre elas pudemos destacar, a cercosporiose,
a septoriose e o mofo branco, as mais importantes causadas por fungos. Já entre as
causadas por bactérias, as mais importantes são a podridão mole e a mancha bacteriana.
Existem ainda as doenças causadas por vírus e a principal delas é o mosaico da alface. Já
entre as causadas por nematóides, estão as galhas de raízes (Pitombeira, 2012).

2.11. Condições do cultivo


2.11.1. Solo

A calagem deve ser realizada 30 dias antes do plantio, se necessário. Coloca-se 80


toneladas de esterco de curral, ¼ dessas quantidades de esterco de galinha curtido,
misturando com a terra do canteiro. No plantio deve-se colocar 40 kg/ha de nitrogênio,
300 kg/ha de fósforo, 150 kg/ha de potássio e 1 kg/ha de Boro. Em cobertura, fazer três
aplicações de 30 kg/ha de nitrogênio, aos 15, 30 e 45 dias após a germinação (sementeira
directa). No sistema de transplante de mudas, aplicar as três parcelas de nitrogênio,
decorridos 10, 20 e 30 dias após o transplante. Os solos devem estar bem frescos e bem
drenados com texturas franca ou argilosa, ricos em matéria orgânica bem decomposta
Com pH de 6,5 – 7,2. (Alessandra, 2011).
24
2.12. Rendimento do Alface por Hectare

O rendimento médio da alface por hectare é de 20 a 40 toneladas. Produtores experientes


de alface localizados em áreas com climas apropriados podem colher 20-40 toneladas por
hectare multiplicado por 2-4 plantações por ano. É claro que tais rendimentos podem ser
alcançados por agricultores experientes após muitos anos de prática ( Malia e Resende,
2015).

2.13. Aspectos da produção orgânica

Fertilizantes (ou adubos) orgânicos são obtidos de matérias-primas de origem animal ou


vegetal, sejam elas provenientes do meio rural, de áreas urbanas ou ainda da agro-
indústria. Os fertilizantes orgânicos podem ou não ser enriquecidos com nutrientes de
origem mineral (não orgânica). Os fertilizantes orgânicos podem ser divididos em quatro
tipos principais: fertilizantes orgânicos simples, fertilizantes orgânicos mistos,
fertilizantes orgânicos compostos e fertilizantes organominerais (de Souza e Alcântara,
2008).

Compostos orgânicos são obtidos a partir da decomposição de resíduos de origem


orgânica, por meio de processos físicos, químicos e biológicos, resultando em um
material rico em minerais e utilizados desde substrato para a produção de mudas até
adubação. Constituído primordialmente de matéria orgânica que ao ser adicionado no solo
promove modificações na fertilidade através de alterações em suas propriedades químicas
e físicas, como densidade, estado de agregação das partículas, aeração, capacidade de
retenção de água e na condutividade hidráulica e eléctrica (Nobile, 2006).

A adubação orgânica melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo,


pois eleva os níveis de matéria orgânica no ambiente. Neste tipo de adubação são
utilizados estercos animais, compostos orgânicos e outras fontes nutricionais de alta
qualidade que são fundamentais para uma boa produção das suas olerícolas. Quando
obtidos de fontes confiáveis ou produzidos da forma correta aumentam a produtividade,
deixando suas plantas mais vigorosas e resistentes contra o ataque de pragas e doenças
(Anacleto et al., 2017).

O material orgânico de origem animal mais utilizado e conhecido, principalmente nos


cultivos em menor escala, é o esterco, formado pelo excremento dos animais,
principalmente dos bovinos. Tal material, quando agregado ao solo, torna-se uma

25
importante fonte de nutrientes para os vegetais, podendo ainda ser agregado aos resíduos
vegetais, tornando mais eficaz a sua composição (Scherer, 2011).

Quanto aos resíduos de origem vegetal, estes se apresentam como excelentes fontes para
melhoria na qualidade dos atributos do solo. Dentre os resíduos utilizados, destacam-se
aqueles obtidos nas safras, tais como palha de arroz, palha de trigo, cana-de-açúcar, palha
de milho, dentre outros, que variam quanto à disponibilidade de nutrientes em função do
material empregado no cultivo (Nunes, 2009). 31 Revista Fafibe On-Line, Bebedouro SP,
7 (1): 26-34, 2014. A adubação orgânica não só complementa a produção, mas também
auxilia na obtenção da qualidade e vigor das plantas, sobressaindo-se em relação à
adubação mineral, desde que bem utilizada e planificada (Oliveira et al., 2001).

2.14. Valor nutritivo de alimentos orgânicos

Segundo Souza e Resende (2003), os alimentos orgânicos apresentam uma composição


muito mais diversificada e rica em minerais, aminoácidos, proteínas e fito hormônio, o
que proporciona uma nutrição mais adequada para o corpo humano. Todavia, para Darolt
et al. (2003) não é tão simples fazer esta afirmativa, pois a qualidade de um alimento
precisa ser analisada sob diferentes dimensões, como teores de vitaminas, açúcares e
outros elementos que possam dar indicativos da melhor escolha para os consumidores.

Tabela 2 Características químicas de fertilizantes orgânicos quanto ao teor médio


de N,P e K representem em suas composições
Fonte: (Guimarães et al., 2016)

Fertilizantes Teor de nutrientes (%)


N P2O5 K2O
Cama de frango 2,25 2,50 1,5
Esterco Bovino 2,12 1,18 3,18
Farinha de carne e peixe 7,31 1,81 3,18
Farinha de osso 4,97 32,83 0,37
Farinha de sangue 10,95 2,23 -
0,8 1,4 1,4 -
Restos vegetais 4 2,25 -

26
Características químicas de fertilizantes orgânicos.

O esterco bovino tem na sua composição, entre 30 a 58% de Matéria Orgânica; 0,3 a 2,9%
de N; 0,2 a 2,4% de P; 0,1 a 4,2% de K e relação C/N 18 a 32. É um óptimo meio de
cultura para os organismos, aumenta a quantidade de bactérias do solo quando adicionado
como fertilizante. Inicialmente, pensava-se que esse aumento era devido aos
microorganismos existentes no esterco; mais tarde foi demonstrado que mesmo
adicionando ao solo esterco esterilizado, sem microorganismos vivos, obtinha-se um
aumento considerável da população microbiana. Quando curtido, o esterco não causa
deficiência de N, porém apresenta maior perda de N por volatilização, apresenta ainda
efeito regulador sobre o pH e neutraliza os efeitos do alumínio trocável do solo, aumenta
os teores de P, K e Ca. (Guilengue, 2013)

Esterco de frango

O esterco de frango é um resíduo da criação de aves, constituído de restos de ração, fezes,


urina, penas e substrato absorvente usado para forrar o chão das granjas, tais como palha
de arroz, sabugo de milho, bagaço de cana e outros. Trata-se de material rico em
nutrientes, podendo ser aproveitado como adubo na agricultura. No entanto, a melhor
maneira de utilização desse resíduo é sob a forma de composto, um produto obtido através
da compostagem, processo, por meio do qual, resíduos orgânicos sofrem transformações
metabólicas, com consequente liberação de nutrientes da orgânica para a mineral (da
Silva1 et al., 2013).

2.15. Vantagens no uso da adubação orgânica


2.15.1. Efeitos condicionadores
• Aumenta a CTC: A matéria orgânica acha-se em estado amorfo e exibe uma
superfície muito maior do que a argila, consequentemente, uma capacidade de
troca muito superior a das argilas.
• Melhora a agregação do solo: actua como agente cimentante de partículas do solo,
Formando agregados bastante estáveis. A matéria orgânica pode reter de 4 a 6
vezes mais água do que seu próprio peso, diminuindo a erosão.
• Diminui a plasticidade e coesão: a matéria orgânica diminui o efeito negativo da
consistência plástica e pegajosa ade dos solos argilosos molhados.

27
• Temperatura: devido a propriedade de armazenar água, a matéria orgânica é ma
condutora de calor, diminuindo as oscilações de temperatura durante o dia. (kielhl,
1985)

2.15.2. Efeitos sobre os nutrientes


• Disponibilidade: A matéria orgânica é fonte de nutrientes, pois, durante o
processo de decomposição, vários elementos vão sendo liberados, principalmente
o N, S, e P. Contudo esta liberação, geralmente, não supre a necessidade das
plantas a menos que seja aplicada em grande quantidade. A matéria orgânica
também aumenta a retenção de água nos solos e é responsável, em grande parte,
pelo aumento da CTC do solo
• Fixação do P: Diminui a fixação. Os colóides orgânicos são predominantemente
electronegativos. Os aniões orgânicos formam 𝐹𝐹𝐹𝐹(𝑂𝑂𝑂𝑂)2 com o ferro e
𝐴𝐴𝐴𝐴(𝑂𝑂𝑂𝑂)2 com o Alumínio, complexos imóveis, com o Fe e Al imobilizados pela
M.O. aumenta a disponibilidade do P (kielhl, 1985).

28
3.Matériais e Métodos
3.1.Características da área de estudo

O experimento foi conduzido no Campo Experimental da Faculdade de Engenharia


Agronómica e Florestal (FEAF), situado no Campus de Nacogolone, distrito de Mocuba,
Província da Zambezia, na latitude de 10º 53’ 36” S e longitude de 36º 56’ 39” e a uma
altitude de 647 m acima nível do mar Figura 6.

O distrito de Mocuba localiza-se na parte central da província de Zambézia fazendo limite


com os distritos de Lugela e Errego ao Norte; Maganja da costa a Este; Namacura e
Morrumbala a Sul Milange a Oeste (MAE, 2005).

Figura 6 : Mapa do Local de Estudo

Fonte: Adaptado de GCS-WGS (1984).

3.2 Dados climáticos

O clima do distrito, segundo a classificação climática de Thorntwaite, é do tipo sub-


humido (sub_tropical), sendo influenciado pela zona de convergência inter-tropical,
determinando o padrão de precipitação, com a estacão chuvosa de Dezembro a Fevereiro,
associado a outras depressões que condicionam o estado do tempo nas duas estacões,
chuvosa e seca. Resulta de Novembro a Fevereiro, associado a outras depressões que
condicionam o estado do tempo nas duas estacões, chuvosa e seca. Resulta de Novembro
a Fevereiro um tempo quente e húmido e Março a Outubro um tempo seco e fresco, por
29
vezes com precipitações irregulares. A precipitação média anual varia de 850 mm na
estacão de chingoma, a 1.300 mm na estação de Malei, a sul da cidade de Mocuba, e cerca
de 1.175 mm na estacão climática de Mocuba. (MAE, 2005).

3.3 Delineamento Experimental e Tratamentos

Foi utilizado nos dois experimentos o Delineamento de Blocos Completamente


Causalizados (DBCC) com três repetições. O primeiro experimento (primeiro cultivo)
consistiu de 6 tratamentos (Tabela 1) dispostos em factorial 3 × 2 de dois factores:
Variedade de alface (V) e Esterco animal (E). Os níveis do factor variedade foram
variedade Great Lakes (V1) e variedade Maira (V2), enquanto os do factor esterco foram
o esterco bovino (EB), esterco galináceo (EG) e sem esterco (E0). O número total de
parcelas usadas foi de 18 e cada parcela tinha a dimensão de 1.5 m × 1 m. A distância
entre o centro duma parcela (repetição) e o centro doutra parcela foi de 1.5 m.

No segundo experimento (segundo cultivo), foram usadas as mesmas parcelas mas


avaliou-se apenas o efeito residual do esterco aplicado no primeiro experimento sobre a
variedade Great Lakes, isto é, foram testados apenas os seguintes tratamentos: CO, EB e
EG, equivalentes a V1E0, EBV1e EGV1, respectivamente, do primeiro experimento
(Tabela 2)

Tabela 1: Desenho Experimental e Tratamento

Tratamentos Descrição Observação


Primeiro experimento
V1 Variedade Great Lake sem adubação Controlo
V2 Variedade Maira sem adubação controlo
EBV1 Variedade Great Lake esterco bovino
EGV1 Variedade Great Lake
EBV2 Variedade Maira esterco
EBV2 Variedade Maira esterco bovino
Segundo experimento
CO Controlo local Controlo
EB Esterco Bovino
EG Esterco Galináceo

3.4 Preparação do campo e adubação

30
A área onde foi conduzido o experimento foi preparada manualmente no dia 18 de Junho
de 2021, com a utilização de uma enxada para a preparação das parcelas que tinham as
seguintes dimensões: 1.5 m de comprimento, 1,0 m de largura e 0,2 m de altura.

Após a preparação das parcelas, aplicou-se a lanço o esterco curtido equivalente a 20


ton/ha em 12 parcelas (4 parcelas por cada repetição). Fez-se a incorporação do esterco
com uma enxada após a incorporação. O esterco bovino e esterco galináceo foram obtidos
da unidade de produção animal da FEAF localizada no Campus de Nacogolone.

3.5 Preparação de mudas e transplante.

As sementes de alface das variedades Great Lakes (folha verde) e Maira (folha rocha)
foram semeadas em bandejas plásticas de 128 células contendo substrato comercial em
ambiente protegido em dois períodos (Figura 3): a 18 de Maio de 2021 para o primeiro
experimento e a 19 de Julho para o segundo experimento. Colocou-se três sementes por
célula a uma profundidade média de 0,5 cm. Após a emergência, removeu-se duas
plântulas menos vigorosas. Foi feita a rega manualmente com auxilio dum regador de 10
L logo após a sementeira, duas vezes ao dia, tendo continuado até o dia do transplante.

Trinta dias após a sementeira, realizou-se o primeiro transplante (primeiro experimento)


de mudas em todas parcelas usando um espaçamento de 30 cm x 30 cm (entre plantas e
entre linhas).

O segundo transplante foi realizado no dia 17 de Agosto de 2021 em apenas 9 parcelas


correspondentes aos tratamentos E0V1, EGV1 e EBV1. A irrigação nas parcelas foi
realizada em ambos experimentos diariamente às 6:00 horas e às 16:00 horas, visando
garantir humidade adequada para o crescimento da cultura.

31
Figura 7 : Sementeira de Alface em bandejas plásticas de 128 células no dia
18 de Maio de 2021.

Sementeira de Alface em bandejas plásticas de 128 células no dia 18 de Maio de 2021.

3.6 Colheita

A colheita foi realizada manualmente 45 dias após o transplante, no período de máximo


desenvolvimento vegetativo da alface, antes de iniciar o período de pendoamento em cada
experimento, a colheita foi realizada em que único dia em que as noves plantas da área
útil de cada parcela foram cortadas ao nível do solo, levados ao laboratório para medição
do peso fresco.

3.7 Peso fresco e rendimento de alface

O peso fresco total das plantas (g) colhidas em cada parcela foi determinado no
laboratório com ajuda de uma balança digital, após a limpeza e remoção das folhas
exteriores sujas em processo de senescência ou doentes e danificadas. Enquanto o peso
fresco médio de planta (g/planta) em cada tratamento foi determinado como o quociente
entre o peso fresco total e o número de plantas medidas.

32
O rendimento de alface (t/ha) em cada tratamento foi determinado como o produto entre
o peso fresco médio (g/planta) e a densidade de plantas (DP) de 66667 plantas/ha. A
densidade de plantas foi calculada usando a seguinte formula:

𝐴𝐴
DP = 𝑋𝑋 1000 𝑚𝑚2 /ha
𝐵𝐵

DP (plantas/ha) = A/B × 10000 m2/ha; onde A é o número total de plantas em cada parcela
(15 plantas); B é a área total da parcela de 2.25 m2 (1.5 × 1.5 m2; área útil + área entre
parcelas).

3.8 Análises de solo

3.8.1 Colecta de amostras de solo

Oitenta dias após a aplicação do esterco, após a primeira colheita, foram retiradas
amostras de solo compostas em cada tratamento e repetição a uma profundidade de 0-10
cm através duma sonda para a determinação da condutividade eléctrica (CE) e o total de
sólidos dissolvidos (TDS). Uma amostra composta de solo consistiu de três amostras
retiradas nas extremidades e no meio de cada parcela.

Após a colecta no campo, as amostras foram levadas ao laboratório e submetidas a


secagem a temperatura ambiente durante cerca de duas semanas. Durante o período de
secagem, o peso de solo foi medido regularmente usando uma balança analítica até se
manter constante.

3.8.1 Análises de Condutividade eléctrica e Total de sólidos solúveis

A CE e TDS foram determinadas num extracto de solo: água de 1:5 após agitação por um
período de 30 minutos. Isto é, 10 g de solo seco (tamanho de partículas < 2 mm) de cada
tratamento foi misturado com 50 mL de água desionizada num frasco de 100 mL. Três
amostras foram preparadas para cada tratamento. A CE foi medida usando o medidor de
EC (Texeira et al., (2017). enquanto o TDS foi determinado usando o medidor de TDS
Os instrumentos foram devidamente calibrados antes da medição.

3.9 Análise estatística

33
Os dados dos parâmetros avaliados foram submetidos ao teste de normalidade dos
resíduos de Shapiro-Wilk e teste dechomogeneidade de variâncias de Fligner-Killeen a
5% de probabilidade. A significância da diferença de médias entre os tratamentos foi
testada com a ANOVA e o teste de Diferença Honestamente Significativa de Tukey
(Tukey DHS) a 5% de probabilidade usando o pacote estatístico R versão 3.5.3 (R Core
Team, 2019).

34
4 Resultados Discussão
4.1 Rendimento de alface no primeiro cultivo

No primeiro cultivo de alface, o rendimento de alface variou significativamente (P < 0.05)


com a variedade e aplicação do esterco animal (Tabela….). A interação variedade
×esterco foi também significativa. A variedade Great lakes apresentou o melhor
rendimento que a variedade Maira (V2) independentemente da aplicação e do tipo de
esterco. Os melhores rendimentos foram verificados nas parcelas da variedade Great
lakes com os estercos galináceo (EGV1; 20.1 t/ha) e bovino (EBV1; 17.9 t/ha)
(Tabela…). A variedade Maira sem esterco (V2) apresentou o rendimento mais baixo (1.7
t/ha) comparando com os outros tratamentos (Tabela 5).

O facto de os tratamentos com esterco terem apresentado em media rendimentos maiores


que os tratamentos sem esterco sugere que a aplicação de esterco animal no cultivo de
alface é benéfica devido aos nutrientes que contem, especialmente nitrogénio (N) e o
fósforo que favorecem o crescimento vegetativo e expansão da área fotossintética
(Anacleto et al., 2017) e expansão radicular e consequente absorção de nutrientes
(Filgueira, 2005), respectivamente. Resultados semelhantes foram encontrados por Pinto
et al. (2016), que reportaram rendimentos de alface maiores em tratamentos que
receberam esterco de frango que o tratamento controlo sem esterco.

O facto de os tratamentos com esterco galináceo terem apresentado em média maiores


rendimentos que os tratamentos com esterco bovino sugere que pode ter havido diferença
na quantidade de nutrientes aplicados no solo, especialmente nitrogénio e fósforo, ou
diferença na disponibilidade de nutrientes no solo devido a diferença nas propriedades
bioquímicas dos estercos. O esterco de aves tem geralmente altos teores de N e P2O5, e
baixo rácio C/N que o esterco bovino resultando em maior disponibilidade de N pós
aplicação no solo (Guimarães et al., 2016). Weinärtner et al., (2006) relata que o esterco
de aves é rico em N, o esterco bovinos são os mais ricos em fibras.

Por outro lado a diferença de rendimento entre as variedades de alface pode estar
relacionada com as características genéticas das variedades, uma vez que a variedade
Great Lakes possuiu um rendimento potencial de 20 ton/ha que é superior ao rendimento
potencial de 5.99 t/ha da variedade Maira (Silva et al, 2000).

35
Tabela 3. Efeito de esterco bovino e galináceo sobre o rendimento de duas
variedades de alface em 2021.

Tratamentos Rendimento de alface


t/ha
EBV1 17.9 (0.23) a†
EBV2 3.36 (0.21) bc
EGV1 20.1 (2.07) a
EGV2 5.99 (0.45) b
V1 4.08 (0.78) bc
V2 1.71 (0.07) c
Esterco (E) ***
Variedade (V) ***
E×V ***

Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem significativamente a 5% pelo teste de
Tukey DHS. Os números entre parêntesis representam o erro padrão (n = 3). ***Significante
a P < 0.001.

4.1 Rendimento de alface no segundo cultivo

O efeito residual do esterco animal sobre o rendimento foi sinficante (p < 0.05) (figura 8)
Diferentemente do primeiro cultivo, o tratamento esterco bovino apresentou um
rendimento da variedade Great lakes superior comparando com o esterco galináceo e o
controlo. Este resultado sugere que o esterco bovino é mais efectivo a longo prazo que a
curto prazo, enquanto o esterco galináceo é mais efectivo a curto que a longo prazo em
incrementar o rendimento de alface.

Segundo Sampaio et al. (2007), o esterco bovino causou imobilização de nutriente do


solo no primeiro mês após sua incorporação, depois deste período a liberação aumentou
progressivamente atingindo a maior quantidade entre 3 a 6 meses após a incorporação.

O uso agrícola de resíduos orgânicos, como esterco gado e esterco de ave, é um recurso
vantagioso, que tem sido recomendado por proporcionar benefícios agronómicos, como
elevação de pH do solo (Silva et al., 2001) redução da acidez potencial e aumento da
disponibilidade de nutrientes (Briton et al., 1997

36
18
a
Rendimento de alface (ton/ha)
16
14 ab
12
10
8 b
6
4
2
0
EG EB CO
Tratamentos

Figura 8 : Efeito Residual do esterco

Figura 8. Efeito residual do esterco galináceo (EG) e bovino (EB) no rendimento de alface.
Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem significativamente a 5% pelo teste de
Tukey DHS. As barras verticais representam o erro padrão (n = 3).

4.2 Totais de sólidos dissolvidos na Água (TDS)

A aplicação de esterco animal influenciou significativamente (P < 0.05) o TDS do solo.

O tratamentos com esterco o apresentou um valor superior que os tratamentos sem


esterco. Contudo, o tipo de variedade não teve um efeito significativo. Este resultado pode
ser explicado pelo facto de os estercos serem substâncias ricas em nutrientes

Os sólidos presentes em águas correspondem aos sólidos totais dissolvidos e aos sólidos
totais suspensos, sendo suas origens as mais diversas: águas poluídas, erosão natural,
detritos de origem orgânica, plâncton, materiais arrastados pelas águas de irrigação (REIS
et al., 2007).

Os resultados obtidos neste estudo encontram-se abaixo do limite especificado pela


Resolução CONAMA 357 (Tabela 2). Excesso de sólidos dissolvidos nas águas pode
ocasionar alterações e problemas de corrosão nos equipamentos de irrigação além de
sérios problemas de salinização no solo (PIVELLI, 2009). Diante dessas considerações,
o limite estabelecido pela Resolução CONAMA é de 500 mg L-1, assim, todos os
resultados obtidos foram inferiores a esse valor. Se a quantidade de TDS no meio de
cultivo for elevada, os sistemas radiculares das plantas apresentaram problemas de
absorção nutricional, afectando seu desenvolvimento. (QUEIROZ, 2017).
37
Resultados superiores foram encontrado por

4.3 Condutividade eléctrica do solo

A CE do solo variou significativamente (P < 0.05) com a variedade de alface e a aplicação


de esterco animal no solo (Tabela 5) A variedade Maira e o esterco bovino apresentaram
valores de CE superiores que a variedade Maira e esterco galináceo, respectivamente.
Nos compostos produzidos a partir de esterco de bovino, a condutividade elevou-se com
o tempo, enquanto que para o composto produzido com esterco de galinha os valores
decresceram com o tempo (Silva, 2005)

De acordo com a (tabela 2) observou-se que o tratamento EBV2 e EGV2 apresentaram


valor de 33,3 sendo este maior valor de CE observado dentre os tratamentos. O tratamento
V1 apresentou valor de 20 sendo este o menor valor observado dentre os tratamento.

De acordo com Gondim (2010) cita que a CE deve obter de 200 mS/cm2 podendo reduzir
até 170 mS/cm2 para suprir a necessidade nutricional da planta nos sistemas orgânicos de
produção.

Para salvador (1995) e Kampf (2000) a salinidade, avaliada através de condutividade


eléctrica, são as analises mais realizadas, para melhorar controlo do desenvolvimento das
plantas. Segundo Hsiao (1973), a salinidade tem influência sobre o crescimento de
plantas, em longo prazo provoca redução no tamanho das plantas r com curto prazo reduz
a expansão celular e abertura dos estomas.

De acordo com os dados de condutividade eléctrica ficou evidente que o baixo rendimento
dos tratamentos sem esterco deveu-se provavelmente a deficiência de nutricional por não
terem recebido nutrientes via adubação. Segundo (Huett, 1994), plantas de alface
cultivadas em baixa condutividade eléctrica (0,4 mS/cm), apresentaram deficiências de
nitrogénio e potássio, e altos teores de cálcio em folhas novas, sendo que as deficiências
diminuíram com o aumento da condutividade eléctrica da solução nutritiva. Embora não
tenham sido apresentados dados relativos a análises químicas de folhas, a baixa absorção
de nitrogénio e potássio e fósforo pode ter sido a causa da menor produção de biomassa
fresca na menor condutividade eléctrica.

38
Resultados semelhantes foram encontrados por Costa et al. (2001). A condutividade
eléctrica da solução nutritiva influenciou o peso fresco e seco da cabeça de alface, sendo
o maior valor obtido com a CE de 24 microsiemens/meter (uS/m). Essa condutividade foi
a mais indicada para o cultivo de alface americana, cultivar Ryder, em hidropónica, nas
condições estudadas. Compara com os nossos valores.

De Abreu (2019) avaliou a utilização do substrato pós-cultivo de Agaricus subrufescens


e Pleurotus ostreatus na produção de alface, tendo constatado que o aumento excessivo
da condutividade eléctrica para valores iguais ou superiores a 6,66 dS/m, resulta em
redução de rendimento tanto para a alface quanto para a rúcula a campo.

Tabela 2. Efeito da aplicação de esterco bovino e galináceo sobre o total de sólidos


solúveis e condutividade eléctrica na camada de solo de 0-20 cm de profundidade em
2021.
Total de sólidos Condutividade

Tratamentos solúveis eléctrica
mg/L µS/cm
EBV1 88.3 (1.76) a 30,0 ab‡
EBV2 79.3 (2.60) ab 33.3 (3.33) a
EGV1 62.0 (3.05) ab 23.3 (3.33) b
EGV2 63.7 (8.45) ab 33.3 (3.33) a
V1 60.0 (3.05) b 20,0 b
V2 61.3 (12.1) b 23.3 (3.33) ab
Esterco (E) ** **
Variedade (V) NS *
E×V NS NS

Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem significativamente a 5% pelo teste de
Tukey HSD. Os números entre parêntesis representam o erro padrão (n = 3). Significância:
NS, não significante; ** significante a P < 0.01; *** Significante

39
5 Conclusões

A utilização da adubação orgânica afecto positivamente no rendimento da cultura de


alface, condutividade eléctrica da solução nutritiva influenciou o peso do material fresco
da cabeça de alface, sendo o maior valor obtido com a CE de mS cm-1. Essa
condutividade foi a mais indicada para o cultivo de alface americana, nas condições
estudadas.

O Esterco de frango proporcionou maiores produtividades de alface no primeiro cultivo


com cerca de 20.1. ton/h; a partir do segundo cultivo foi superado pelo esterco bovino
com cerca de 13 ton/há.

Este trabalho permite, também, concluir que a alface em sistema orgânico de produção se
caracteriza como boa opção para a agricultura, uma vez que possibilitam melhor
qualidade da planta, permite que o solo fique mais enriquecido, assim sendo, aumenta
resistência das plantas a doenças, pragas, resistência climáticas e além de aumentar
também a capacidade do solo em armazenar água.

40
6 Recomendações.
 Aos Investigador

Recomendo aos investigadores a desenvolver tecnologia que viabiliza o uso de adubo


orgânico como maior fonte de fertilizante dos produtores, isso poderá ajudar a minimizar
os custos da produção, aumentando o rendimento da cultura, e minimizar o impacto
ambiental causado pelos adubos inorgânico.

 Aos agricultores

Recomendo aos agricultores a aplicar a adubação orgânica 30 dias antes do plantio para
cultura de ciclo curto, no caso de cultivo recomendo aplicao do esterco de galinha por
este apresntar uma disponibilidade rápida de nutrientes e no caso de cultivo sucessivo
recomento ao do esterco do gado bovino por este levar mais tempo presente no solo

 Aos extensionistas.

Recomento a eles aconselhar os agricultor a optar mais a cultivo orgânico.

41
7 Referencia Bibliográfica

1. Filho, j. P., Freire, M. d., Freire, F. J., Miranda, M. F., Pessoa, L. M., & Kamimura,
K. M. (2013). Produtividade de alface com doses de esterco de frango, bovino e
ovino em cultivos sucessivos. Campina Grande, Brasil.
2. Haber, L. L., Ecole, C. C., Bowen, W., & Resende, F. V. (2015). Horticultura em
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colheita/

VII. Apêndice

Apêndice 1: layout de ensaio

44
Imagem do ensaio.

45
Anexo 2 Sementeira Anexo 1 Planta de alface com 20 .
dias

Anexo 4 Colheita do Alface Anexo 3 Plantas de Alface com


45 dias

46
A figura ilustra as actividades feita no laboratório

Anexo 5 Pesagem da Alface Anexo 6 Pesagem da alface roxo


Americana

47
Anexo 7 Medindo totais de Anova Geral
Anexo
sólidos 8dissolvidos
Pesando a
amostra do solo
Experimento 1: Efeito de esterco bovino (EB) e galináceo (EG) sobre
o rendimento de duas variedades de Alface (Great Lake, V1; Maira, V2)

results<-read.delim(file.choose(),header = T)
> attach(results)
> names(results)
[1] "Fertilizer" "Variety" "Yield"
> model<-aov(Yield~Fertilizer*Variety)
> summary(model)
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
Fertilizer 2 337.3 168.6 64.83 3.70e-07 ***
Variety 1 480.3 480.3 184.64 1.20e-08 ***
Fertilizer:Variety 2 142.6 71.3 27.41 3.36e-05 ***
Residuals 12 31.2 2.6
---
Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1
> TukeyHSD(model)
Tukey multiple comparisons of means
95% family-wise confidence level

Fit: aov(formula = Yield ~ Fertilizer * Variety)

$Fertilizer
diff lwr upr p adj
EG-EB 2.425712 -0.05866558 4.910089 0.0558400
EN-EB -7.726380 -10.21075693 -5.242002 0.0000072
EN-EG -10.152091 -12.63646866 -7.667714 0.0000004

$Variety
diff lwr upr p adj
V2-V1 -10.3317 -11.98834 -8.675056 0

48
$`Fertilizer:Variety`
diff lwr upr p adj
EG:V1-EB:V1 2.2121991 -2.211328 6.6357262 0.5676660
EN:V1-EB:V1 -13.8009006 -18.224428 -9.3773735 0.0000025
EB:V2-EB:V1 -14.5237190 -18.947246 -10.1001918 0.0000015
EG:V2-EB:V1 -11.8844946 -16.308022 -7.4609675 0.0000125
EN:V2-EB:V1 -16.1755776 -20.599105 -11.7520505 0.0000004
EN:V1-EG:V1 -16.0130997 -20.436627 -11.5895726 0.0000005
EB:V2-EG:V1 -16.7359180 -21.159445 -12.3123909 0.0000003
EG:V2-EG:V1 -14.0966937 -18.520221 -9.6731666 0.0000020
EN:V2-EG:V1 -18.3877767 -22.811304 -13.9642496 0.0000001
EB:V2-EN:V1 -0.7228183 -5.146345 3.7007088 0.9926516
EG:V2-EN:V1 1.9164060 -2.507121 6.3399331 0.6960911
EN:V2-EN:V1 -2.3746770 -6.798204 2.0488501 0.4983646
EG:V2-EB:V2 2.6392243 -1.784303 7.0627515 0.3935063
EN:V2-EB:V2 -1.6518586 -6.075386 2.7716685 0.8028746
EN:V2-EG:V2 -4.2910830 -8.714610 0.1324441 0.0591449

Experimento 2: Efeito residual de esterco bovino e galináceo sobre o rendimento de alfa


ce.

results<-read.delim(file.choose(),header=T)
> attach(results)
> frame<-stack(results)
> attach(frame)
> names(frame)<-c("fertilizer","yield")
> attach(frame)
> model<-aov(fertilizer~yield)
> summary(model)
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
yield 2 101.49 50.75 7.404 0.024 *
Residuals 6 41.12 6.85
---
Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1

> TukeyHSD(model)
Tukey multiple comparisons of means
95% family-wise confidence level

Fit: aov(formula = fertilizer ~ yield)

$yield
diff lwr upr p adj
EB-EG 2.780177 -3.778512 9.338867 0.4450503
CO-EG -5.314277 -11.872967 1.244413 0.1039001
CO-EB -8.094455 -14.653144 -1.535765 0.0212892

49
Experimento 1: Efeito de esterco bovino e esterco galináceo sobre a condutividade eléct
rica do solo

results<-read.delim(file.choose(),header = T)
> attach(results)
> names(results)
[1] "Fertilizer" "Variety" "EC"
> model<-aov(EC~Fertilizer*Variety)
> summary(model)
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
Fertilizer 2 311.11 155.56 7.00 0.00967 **
Variety 1 138.89 138.89 6.25 0.02792 *
Fertilizer:Variety 2 44.44 22.22 1.00 0.39657
Residuals 12 266.67 22.22
---
Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1
> TukeyHSD(model)
Tukey multiple comparisons of means
95% family-wise confidence level

Fit: aov(formula = EC ~ Fertilizer * Variety)

$Fertilizer
diff lwr upr p adj
EG-EB -3.333333 -10.59434 3.9276718 0.4618859
EN-EB -10.000000 -17.26101 -2.7389948 0.0082686
EN-EG -6.666667 -13.92767 0.5943385 0.0731267

$Variety
diff lwr upr p adj
V2-V1 5.555556 0.7137493 10.39736 0.0279154

$`Fertilizer:Variety`
diff lwr upr p adj
EG:V1-EB:V1 -6.666667e+00 -19.5951591 6.261826 0.5380024
EN:V1-EB:V1 -1.000000e+01 -22.9284924 2.928492 0.1711325
EB:V2-EB:V1 3.333333e+00 -9.5951591 16.261826 0.9477709
EG:V2-EB:V1 3.333333e+00 -9.5951591 16.261826 0.9477709
EN:V2-EB:V1 -6.666667e+00 -19.5951591 6.261826 0.5380024
EN:V1-EG:V1 -3.333333e+00 -16.2618258 9.595159 0.9477709
EB:V2-EG:V1 1.000000e+01 -2.9284924 22.928492 0.1711325
50
EG:V2-EG:V1 1.000000e+01 -2.9284924 22.928492 0.1711325
EN:V2-EG:V1 -7.105427e-15 -12.9284924 12.928492 1.0000000
EB:V2-EN:V1 1.333333e+01 0.4048409 26.261826 0.0419081
EG:V2-EN:V1 1.333333e+01 0.4048409 26.261826 0.0419081
EN:V2-EN:V1 3.333333e+00 -9.5951591 16.261826 0.9477709
EG:V2-EB:V2 7.105427e-15 -12.9284924 12.928492 1.0000000
EN:V2-EB:V2 -1.000000e+01 -22.9284924 2.928492 0.1711325
EN:V2-EG:V2 -1.000000e+01 -22.9284924 2.928492 0.1711325

..

Experimento 1: Efeito de esterco bovino e galináceo sobre o total de sólidos solúveis (T


SS) no solo (TDS)

results<-read.delim(file.choose(),header=T)
> attach(results)
> names(results)
[1] "Fertilizer" "Variety" "TDS" "X" "X.1" "X.2" "X.3"
[8] "X.4" "X.5" "X.6" "X.7" "X.8"
> model<-aov(TDS~Fertilizer*Variety)
> summary(model)
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
Fertilizer 2 1964.8 982.4 7.951 0.00633 **
Variety 1 18.0 18.0 0.146 0.70937
Fertilizer:Variety 2 110.3 55.2 0.446 0.65008
Residuals 12 1482.7 123.6
---
Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1

> TukeyHSD(model)
Tukey multiple comparisons of means
95% family-wise confidence level

Fit: aov(formula = TDS ~ Fertilizer * Variety)

$Fertilizer
diff lwr upr p adj
EG-EB -21.000000 -38.12120 -3.878802 0.0170078
EN-EB -23.166667 -40.28786 -6.045469 0.0092775
EN-EG -2.166667 -19.28786 14.954531 0.9394145

$Variety
diff lwr upr p adj
V2-V1 -2 -13.41681 9.416811 0.7093677

$`Fertilizer:Variety`
diff lwr upr p adj
EG:V1-EB:V1 -26.3333333 -56.81827 4.151602 0.1062179
EN:V1-EB:V1 -28.3333333 -58.81827 2.151602 0.0741592
EB:V2-EB:V1 -9.0000000 -39.48494 21.484936 0.9120413

51
EG:V2-EB:V1 -24.6666667 -55.15160 5.818269 0.1421893
EN:V2-EB:V1 -27.0000000 -57.48494 3.484936 0.0943208
EN:V1-EG:V1 -2.0000000 -32.48494 28.484936 0.9999071
EB:V2-EG:V1 17.3333333 -13.15160 47.818269 0.4411555
EG:V2-EG:V1 1.6666667 -28.81827 32.151602 0.9999622
EN:V2-EG:V1 -0.6666667 -31.15160 29.818269 0.9999996
EB:V2-EN:V1 19.3333333 -11.15160 49.818269 0.3346899
EG:V2-EN:V1 3.6666667 -26.81827 34.151602 0.9982385
EN:V2-EN:V1 1.3333333 -29.15160 31.818269 0.9999875
EG:V2-EB:V2 -15.6666667 -46.15160 14.818269 0.5413045
EN:V2-EB:V2 -18.0000000 -48.48494 12.484936 0.4037436
EN:V2-EG:V2 -2.3333333 -32.81827 28.151602 0.9998019

52

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