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Lorena
2013
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Lorena
2013
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Orientador: Prof. Dr. André Luis Ferraz
EEL - USP
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Prof. Dr. Júlio César dos Santos
EEL - USP
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João Paulo Alves da Silva
EEL - USP
25 de Novembro de 2013
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Agradecimentos
Aos professores André Ferraz e Francides Gomes, por toda orientação recebida;
A meu pai e minha mãe pelo constante incentivo a minha formação superior;
E em especial, à minha companheira Cláudia Suster por ser esta pessoa especial.
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RESUMO
ABSTRACT
Brazil is currently the largest producer of sugarcane in the world. Each year, between
650 and 700 million tons of sugarcane are processed in the country for the production of
sugar and ethanol. Among the by-products originating in the sugarcane crushing is the
bagasse, which is used mostly to generate electricity for the industry by burning in
boilers, or for the manufacture of feed for animal. Because it is a concentrated source
and secure fibrous raw material, bagasse has the potential to be used also by the pulp
and paper industry. Latin American (Argentina, Colombia, Peru) and Asian (India, China)
countries are already using pulp produced from bagasse to manufacture various types
of paper, including cardboard, printing paper and "tissue”. This study aimed to evaluate
the potential use of bagasse for pulp production based on a the surplus of a medium
sized plant and perform a preliminary design of an industrial project with consumption of
1,000 tons of bagasse of cane per day. In the plant, with annual harvest estimated 9
million tons of sugarcane, 80-85% of bagasse is consumed for power generation. This
study showed that with the surplus of bagasse it is possible to fill a plant of 1,000 tons
daily of bagasse with a production of 180 dry tons of bleached pulp. Thus , the surplus
bagasse of sugarcane shown to be a raw material easily obtained along the sugarcane
mills, and pulp derived from it via Soda process produces fiber quality similar to that of
Eucalyptus via Kraft process. However, aspects of low income due to the need to
desmedulation of the bagasse and its storage for 3-4 months between harvests of
culture are factors that penalize the process. Sao Paulo States seems to have enough
bagasse production to supply both the energy matrix and the pulp production.
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................01
2 REVISAO BIBLIOGRÁFICA........................................................................................06
3 OBJETIVOS.................................................................................................................20
4 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................21
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................22
5.1 DIMENSIONAMENTO...............................................................................................22
5.2.1 ESTOCAGEM.........................................................................................................24
5.1.2 DESMEDULAÇÃO.................................................................................................26
5.2.4 DIGESTOR.............................................................................................................28
6. RENDIMENTOS..........................................................................................................38
8. QUALIDADES.............................................................................................................40
9. CONCLUSÃO.............................................................................................................41
1. INTRODUÇÃO
Tabela 1. Produção mundial de celulose e papel em 2012, com destaque para o Brasil em 4ª posição,
com 100% oriundo de plantios florestais.
Celulose Papel
País Mil toneladas País Mil toneladas
1º EUA 49.740 China 99.300
2º China 19.542 EUA 75.083
3º Canada 18.308 Japão 26.627
4º Brasil 13.922 Alemanha 22.698
5º Suécia 11.859 Canada 12.112
6º Finlândia 10.363 Coreia do Sul 11.492
7º Japão 9.020 Finlândia 11.329
8º Rússia 7.453 Suécia 11.298
9º Indonésia 6.805 Brasil 10.159
10º Chile 4.876 Indonésia 10.035
11º Índia 3.999 Índia 9.655
12º Alemanha 2.725 Itália 9.130
13º Demais 25.215 Demais 89.959
Total Mundo 183.827 Total Mundo 398.877
Fonte: Adaptado de BRACELPA (2013).
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 3: Plantio cana-de-açúcar no interior de São Paulo notando-se as linhas de plantio onde os colmos
são enterrados após o preparo de solo, gerando as touceiras, e a colheita mecanizada.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Acima do solo, encontra-se o caule. O caule é formado por três partes principais:
o colmo, as folhas e as flores. O colmo tem como função a sustentação da planta e
possui reservatórios de substâncias elaboradas para crescimento e reservas, se
dividindo em 3 partes: nós, internódios e gemas. As folhas tem a função de fotossíntese
e se limitam a uma por nó.
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Dados obtidos durante visita técnica à usina Clealco, em Clementina SP, indicam
que cada tonelada de bagaço de cana é capaz de produzir cerca de 4.5 MWh. Desta
forma a usina não tem a necessidade de comprar energia e há sobra de bagaço. Ao
longo da safra, para fins energéticos, a usina usa 80-85% do bagaço produzido (NETO,
2013).
O bagaço pode conter de 1,5 a 5,0% de cinzas, sendo que a sílica o principal
componente (0,7 a 3,5%). Ainda há os extrativos que devem preferencialmente ser
removidos antes da polpação para evitar consumo de uma parte do agente químico
empregado. Anatomicamente, o bagaço de cana-de-açúcar seco apresenta cerca de
50-70% de fibras, 20-40% de medula e 5-15% de extrativos solúveis em água. As fibras
do bagaço de cana apresentam um alto potencial na produção de papel, visto que suas
fibras possuem dimensões de 1,0 – 1,5 mm de comprimento e por volta de 20 µm de
diâmetro, sendo similares às fibras do Eucalyptus (0,7 – 1,3 mm de comprimento e 20-
30 µm de diâmetro) (BOECHAT, 2010).
Apesar de semelhantes, a características das fibras de bagaço é inferior às fibras
de Eucalyptus, para a produção de diferentes tipos de papéis, há a necessidade de
adicionar uma porcentagem de fibra longa (Pinus) para dar resistência ao material,
conforme ilustrado na a Tabela 3 (BOECHAT, 2010).
As fibras se mantém unidas pela ação das forças adesivas dos polímeros
intercelulares (lignina, celulose e hemicelulose). Para produção de papel, primeiro é
necessário obter a polpa celulósica, removendo a lignina, extrativos e outras impurezas
através de processos químicos e mecânicos. Os processos químicos tendem a obter
polpa celulósica com fibras completamente separadas e inteiras, enquanto que os
processos mecânicos costumam danificar as fibras, obtendo aglomerados de fibras e
material fino, sem estrutura (FOELKEL; BARRICHELO, 1975).
No caso da cana, é essencial que seja realizado um pré-tratamento para
remoção da medula e cinzas visando a obtenção de melhores rendimentos. Existem
três métodos de desmedulamento mais usados: i) “a seco” envolve a remoção da
medula após o bagaço ter secado durante o armazenamento; ii) “a úmido”, o bagaço é
desmedulado logo que sai das moendas, com 50% de umidade (Figura 9); e iii) “com
diluição”, a desmedulação é realizada com auxílio da diluição do bagaço em água. Após
o desmedulamento, o bagaço está pronto para a polpação (FOELKEL; BARRICHELO,
1975). O processo de polpação pode ser mecânica, semi-química, química,
organosolve ou biopolpação.
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3. OBJETIVOS
4. MATERIAL E MÉTODOS
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 4. Estimativa da produção diária de celulose absolutamente seca oriunda do bagaço excedente
após uso energético (queima), numa safra de 9 milhões de toneladas de cana.
5.2.1 Estocagem
5.2.2 Desmedulacão
Figura 14. Esteira talisca da marca brumazi com capacidade de 1.000 toneladas/dia.
Fonte: BRUMAZI (2013)
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5.2.4 Digestor
Figura 15. Modelo de digestor Pandia® a ser utilizado para o processo Soda no bagaço.
Fonte: (Atchison, 1990)
a outra é reutilizada no cozimento. Isto tem como objetivo diminuir custos de processo
reutilizando o álcali residual e a água para a diluição.
As condições para a polpação foram obtidas a partir do procedimento fornecido
de LEI et al. (2010). A carga alcalina a ser utilizada será de 170 kg de hidróxido de
sódio por tonelada de bagaço seco processado (LEI et al., 2010 ). A temperatura de
cozimento será 160ºC por um período de 30 min determinando o tempo limite do
bagaço no reator. Estudos realizados já comprovaram que temperaturas acima de
180ºC são prejudiciais para a celulose e acabam sendo mais suscetíveis a degradá-la
(RYDHOLM, 1965). A relação licor:bagaço para reatores Pandia® deverá ser de 10
metros cúbicos por tonelada de bagaço. Esta relação é importante para garantir que
todo material seja umidificado e sofra a ação do álcali evitando pontos secos durante a
polpação (ATCHISON, 1990).
Ao licor entrar em contato com a matéria prima, inicia a reação e é catalisada
pelo aumento de temperatura e pressão. O álcali ataca toda matéria presente, porém a
intensidade varia com o tempo de cozimento e concentração dos componentes
presentes. Na fase inicial, o ataque às hemiceluloses é de maior proporção. Com a
diminuição da hemicelulose a decomposição de lignina passa a ser a de maior
velocidade. Objetivo da polpação é dissolver o máximo possível de lignina sem deixar
que o álcali ataque de forma significativa a porção de fibras. Caso isso aconteça, o
rendimento não será satisfatório (RYDHOLM, 1965).
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Concentração = Massa da Carga Alcalina / Volume a ser adicionado de agua = 18.9 g/L
18,9 g/L = (160 g/L) / (1 L + Volume de licor negro fraco) Volume = 7,47 L
Um reator do tipo Pandia® de 242 m3 será suficiente para esta produção. No entanto,
ao aplicar este digestor é preciso avaliar o percentual adicional no volume para
segurança.
5.2.6 Lavagem
6. RENDIMENTOS
Figura 18. Principais municípios produtores de cana-de-açúcar em São Paulo (em percentagem da área
do município ocupada com a cultura) e a localização da Usina Clealco onde foi feita visita técnica.
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8. QUALIDADE
9. CONCLUSÃO
BRACELPA. Dados do Setor - Março 2013. São Paulo, 29 f. 2013. Disponível em:
<http://www.bracelpa.org.br>
FERRAZ, A.; GUERRA, A.; MENDONÇA, R.; MASARIN, R.; VICENTIM, M.P.; AGUIAR,
A.; PAVAN, P.C. Technological advances and mechanistic basis for fungal biopulping.
Enzyme and Microbial Technology, Vol. 43, pp. 178-185, 2008.
SWARTZ, J. N.; MACDONALD, R. C. Alkaline Pulping. In: LIBBY, C. E. (Ed.). Pulp and
Paper Science and Technology. New York: McGraw - HILL BOOK COMPANY, v.I,
1962. cap. Alkaline Pulping, 160-240 f.
WISE, L. E.; LAUER, K. H. Cellulose and the Hemicellulose. In: LIBBY, C. E. (Ed.). Pulp
and Paper Science and Technology. New York: McGraw - Hill Book Company, v.I,
1962. cap. 3, 54-74 f.
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(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11)
Processo Bi-trens (1) Pátio 1 (2) Desmedulador Pátio 2 (4) Esteiras (5) Digestor (6) Tanque de Lavadores (8) Peneiras (9) Espessador Branqueamento
s (3) descarga (10) (11)
(7)
Função Transporte da Armazenamento Pré-tratamento Armazenamento Transporte Realizar o cozimento Receber e Lavar polpa Remover Remover Deslignificação
matéria prima do bagaço para remover do bagaço do pátio 2 da matéria prima resfriar celulósica rejeitos excesso de para remover a
da usina para a componentes desmedulado para o topo através da massa removendo água para lignina ainda
indústria indesejáveis ao do digestor deslignificação por oriunda do compostos armazenament presente na polpa
processo. hidróxido de sódio digestor orgânicos e o ou para o
(Medula e Sílica) inorgânicos branqueamento
solubilizados
Dados Capacidade de Capacidade de Capacidade de Capacidade de Esteiras do Carga alcalina: 17% Volume: Lavadores do Peneiras Redução da Etapas do
transporte – 40 armazenamento – processamento – armazenamento – tipo talisca em relação a base 726 m3 tipo tambor localizadas na agua para uma branqueamento
toneladas de 100.000 toneladas 10-11 toneladas 1.200 toneladas ou de seca de bagaço saída dos consistência de destacando os
bagaço úmido de bagaço úmido de bagaço seco de bagaço úmido borracha lavadores 10%. reagentes químicos
por unidade por hora desmedulado com Relação retendo rejeitos e concentrações:
Área: 30.000 m2 capacidade licor:bagaço: que não foram
Area: 10.000 m2 de 800 10:1 (m3:ton) propriamente Estagio 1:
Altura: 30 m toneladas deslignificados D0 - ClO2 1.45%
Altura 3 m diárias Temperatura de
cozimento: 160ºC Estagio 2:
Ep - NaOH 1.16% e
Pressão do digestor: H2O2 0.30%
7-6 Bar
Estagio 3:
Tempo de cozimento: D1 - ClO2 0.69% e
30 min. NaOH 0.35%`
Volume mínimo de
digestor necessário:
242 m3