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TRADUÇÃO COMPLETA DO PODCAST “Intersections: The Art Basel

Podcast” com RM!


Traduzido pela fanbase UniversBTS_

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Spotify: https://open.spotify.com/episode/1SksDmaCDGjSGMUPzdrtCO

Apple Music:
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https://drive.google.com/file/d/17uN1LlRY-sGF5Ux4DgfQWoZwL2AhDid_/view?usp=drivesdk

Entrevistador: Mark Spiegler

Entrevistado: Kim Namjoon (RM).

Mark: Oi, aqui é Mark Spiegler e você está ouvindo Intersections: The Art Basel Podcast, apoiado
pelo UBS. Este episódio marca o primeiro show da nossa segunda temporada, e tivemos muitas
pessoas realmente conhecidas neste podcast. Mas é seguro dizer que nenhum deles é tão
famoso mundialmente quanto Namjoon Kim. Ele é mais conhecido como RM, o líder da banda de
k-pop BTS por quase uma década. E nos últimos anos, o BTS se tornou uma força
verdadeiramente global muito além da Coréia, com um impacto que transcende o mundo da
música. Por causa de seu status de estrela, a influência cultural de Namjoon é enorme.

Então, quando ele começou a colecionar arte há cinco anos e ser muito público em suas redes
sociais, teve um impacto real para os artistas, galerias e museus que ele apoiou. Este é o
primeiro podcast que Namjoon já fez em inglês, e os tópicos que você o ouvirá discutir incluem: a
ascensão da Coreia como uma força cultural, como um artista constrói seu legado e seus planos
de abrir um espaço de coleção em Seul, Coréia.

Uma coisa inesperada aconteceu quando estávamos nos preparando para lançar este episódio.
BTS chocou o mundo da música com um grande anúncio: os membros do grupo estarão se
concentrando em projetos solo. Mas, de acordo com sua gestão, eles planejam permanecer
ativos em “vários formatos diferentes”. O que tudo isso significa para o BTS e Namjoon Kim ainda
está para ser visto, mas sem dúvida esse desenvolvimento lança seus comentários altamente
reflexivos nesta entrevista - especialmente aqueles sobre legado pessoal e projetos solo - sob
uma luz muito diferente. Se você gosta desta conversa, por favor, revise e favorite os
Intersections onde quer que você ouça seus podcasts. Obrigado.

Mark: Bom, Namjoon Kim, bem-vindo ao Intersections.

RM: Oi!

Mark: Diga-nos onde você está hoje, apenas para dar aos nossos ouvintes algo para se basear.

RM: Estou em Seul, porque moro na Coreia do Sul, Seul. E aqui são sete da noite. Estou no meu
estúdio, este é o estúdio da nossa empresa. É meu pequeno estúdio - e há uma pequena pintura
lá atrás, então, sim.

Mark: Vamos começar do começo. Eu li na preparação da entrevista que você foi apresentado
por um professor de escola primária ao Eminem, provavelmente no início de sua carreira?

RM: Eu tinha treze anos, quando escutei Eminem pela primeira vez, eu acredito. E era na
verdade 'Without Me' e era o filme, claro, '8 Mile'. Foi um sucesso e para um adolescente, o rap e
o rosto, e a atuação que ele mostrou no filme foi sensacional. Então, eu pensei assim: “oh cara!
Eu quero ser como ele! Eu quero fazer o bom rap inglês algum dia como ele. Eu quero fazer
algum cypher, eu quero escrever as letras.” Mas antes disso, o engraçado é que quando eu tinha
uns dez anos ou na escola primária, eu realmente queria ser poeta ou escritor. Então conhecer
Eminem e Nas - meu sonho de ser poeta na verdade se moveu naturalmente para ser um rapper.

Mark: Me diga - porque eu acho que é um complexo bastante industrial na Coréia - me diga como
você entrou no sistema musical. Você conseguiu de imediato? Quando você começou?

RM: Ok, então, eu conheci Eminem e Nas aos treze anos, e a partir dos quatorze, comecei a
escrever minhas próprias letras e havia uma comunidade online - músicos amadores e rappers
mostrando suas letras e suas músicas. Foi muito ruim, mas foi realmente puro. Então, acabei de
entrar na comunidade mostrando minhas coisas e trabalhos de estúdio, e então comecei meu
hobby. E eu fiz dezesseis anos, na verdade eu só queria entrar no sistema. Como você disse, eu
queria entrar em uma empresa underground na Coréia. Então, na verdade, mandei meu currículo,
minhas músicas, e aí entrei, mas o teste final foi ter uma performance real com os músicos. Mas
eu tinha uns dezesseis anos, esqueci minhas letras no palco. Eu estava tão nervoso, então, eu fui
péssimo e me senti como “oh cara, eu não tenho talento para essa coisa offline”. No estúdio eu
acho que eu era talentoso, eu era ótimo. Mas o palco era uma coisa totalmente diferente, então,
sim, isso aconteceu e eu entrei no ensino médio e apenas cortei meu cabelo. “Ok, esse é o meu
jeito, eu deveria estudar. Eu deveria ser um bom aluno.”

Mas o destino é muito engraçado porque aquela performance que me sai mal foi de um rapper
famoso na Coréia, e ele viu minha performance. Ele realmente riu de mim porque eu esqueci
minhas letras, mas acho que ele viu meu potencial, acho que naquela época. E ele me ligou mais
tarde, tipo “esta empresa, HYBE, e o CEO, Sr. Bang, estão procurando por alguns jovens que
possam escrever letras e adorar rap”. E eu disse a ele que já desisti. Eu não contei aos meus
pais, mas, eu o encontrei secretamente e aconteceu assim.
Mark: Qual era o nome dele?

RM: Sleepy [risos]

Mark: Então, se Sleepy não tivesse te ligado, você teria se tornado quem sabe? Um homem de
negócios.

RM: Talvez um homem de negócios como meu pai, eu acho.

Mark: Sim. O medo do palco pode atingir todo mundo, mas felizmente o seu medo do palco não
foi definitivo. Então esse foi o caminho para o BTS, a banda que você lidera agora ou houve
passos intermediários?

RM: Eu fui o primeiro a ser um membro do BTS. Então, na verdade, o Sr. Bang - que é nosso
CEO - ele começou a equipe comigo. Ele queria que eu fosse o primeiro membro e o líder, o
primeiro a iniciar o grupo. Então, foi assim que aconteceu: BTS. Começamos como trainees e
havia mais de trinta pessoas no BTS. Mas muitos deles desistiram. Então, das trinta pessoas,
agora temos sete membros nesta equipe. E nós tivemos nosso single de debut em 2013, então, já
se passaram nove anos, e estamos vivendo juntos até agora. Então, tem sido doze anos para
toda a jornada, sim.

Mark: Eu acho que é seguro dizer que na primeira metade desses doze anos, o BTS foi
principalmente um fenômeno coreano/asiático, mas, então, cerca de cinco anos atrás, você teve
esse grande avanço em termos de mídia social - em termos de paradas da Billboard, etc. E algo
aconteceu lá, e estou curioso, o que aconteceu? Qual foi a coisa que fez o BTS se espalhar de
um fenômeno principalmente coreano para um fenômeno global? E como foi estar por dentro
disso? Como se sentiu de repente ao ser uma estrela global?

RM: Quando tentamos ver o BTS, você tem que ver os fãs: os ARMYs. Porque eles são como a
metade - a outra ala, outra ala do time. Eles são realmente especiais, e não são apenas sobre o
entusiasmo ou a energia. Eles realmente fizeram alguma coisa. Eles enviaram cartas para os DJs
americanos para transmitir nossas músicas no rádio porque o airplay é muito importante para a
parada da Billboard. Então eu acho que isso aconteceu pelas pessoas e pelo amor. E estar no
olho do furacão é realmente estranho. E a arte - especialmente a arte plástica, me ajudou neste
momento a não ser tão louco ou empolgado - como o tempo todo.

Mark: Então, esse é um pivô interessante para esta conversa - que é, a razão pela qual você está
neste podcast, é porque você se envolveu nas artes visuais como colecionador, mas também
como influenciador, como apoiador da cena artística coreana em particular. Então, como isso
começou? Foi nesse período, por volta de 2017, 2018, que você se sentiu atraído pelas artes?
Você se lembra como tudo começou?

RM: Sim, eu lembro como começou. Foi em 2018, ou seja, quatro anos atrás. Na verdade eu
tenho muito tempo - quando estamos em turnê na América ou na Europa, eu não sou uma
pessoa de clube, e não tenho amigos no exterior. Então, eu tenho muito tempo, mas na maioria
das vezes eu passo meu tempo em hotéis assistindo Youtube ou Netflix ou algo assim. E eu
estava realmente entediado. Então, um dia eu fiquei tipo, “existe algum site ou algum lugar que eu
possa ir?” E por que não entrar em um museu?

Então, o primeiro local foi o Chicago Art Institute, e foi em 2018. Eu fui lá e vi as pinturas incríveis
que eles têm lá. Seurat, Monet, Picasso - os artistas que eu conhecia antes de entrar no mundo
da arte. Então, foi, para mim, a primeira vez - porque não havia museus ou lugares que [eu]
pudesse ver as pinturas desses artistas de verdade.

Eu apenas senti a emoção e eles estão todos falecidos, mas por enquanto, em 2018, algum
forasteiro da Coreia do Sul, aqui, nesta pequena sala, eu e sua pegada ou alguns pedaços de seu
tempo nos encontramos. E ainda me dá uma emoção, e eu estava com tanta inveja. O que está
na arte? Qual é essa cor? O que eles querem dizer?

Então, sim, essa primeira experiência me interessou muito e tive muitas chances de visitar todos
os museus famosos porque sempre estive em Paris, Nova York, Los Angeles e outras coisas.

+++++

Mark: É interessante Namjoon, você provavelmente não sabe disso, e eu não tinha percebido
exatamente como isso começou, mas na verdade eu sou de Chicago. O Instituto de Chicago
também é um dos meus primeiros museus.

RM: Oh! Sério?!

Mark: Sim, absolutamente.

RM: Uau!

Mark: Sim, isso é muito interessante. Então, se eu pudesse vincular essa narrativa, há esse
momento em que você não apenas tem todas as pressões de ser uma estrela global, mas
também tem a oportunidade - porque de repente você está fazendo turnês globais - de visitar
museus em todo o mundo.

RM: Certo.

Mark: Me conte como as coisas evoluíram para você, em termos de se envolver cada vez mais
com o mundo da arte. Houve incidentes específicos que o trouxeram mais fundo para onde você
está agora?

RM: O momento de 2017, The Billboard Music Awards - foi em maio, então, cinco anos atrás.
Com o passar do tempo, estávamos envolvidos na grande indústria da música como The
Grammys ou The BBMAs ou The AMAs ou CBS, NBC, Jimmy Fallon, Kimmel, Ellen shows.
Então, essas coisas eram minha lista de desejos quando eu era jovem. Ver o verdadeiro Grammy
e conhecer grandes artistas como Drake - até conheci Nas, que é meu ídolo - as pessoas que
sempre vejo na TV e no Youtube, foi em primeiro lugar, inacreditável. Mas, ironicamente, eu me
encontrei - minhas raízes - na América, eu acho. Percebi que eu mesmo, como um coreano nato,
no hotel, em Los Angeles. Eu apenas -oh cara, eu não poderia deixar meu país. Com o passar do
tempo, cada vez mais, eu sentia falta do país - minha casa, meus amigos. Então, em primeiro
lugar, eu estava me perguntando: por que não posso nomear nenhum artista visual coreano neste
mundo da arte?

Eu mesmo posso nomear milhares de músicos coreanos; mas não consegui citar um único pintor
coreano. Então, eu estava pensando, e depois que eu vim para a Coréia, comecei a visitar muitos
museus na Coréia. A Coréia é um país pequeno, então não há muitos museus ou grandes
galerias. Mas quando tenho tempo, sempre visito os museus e as galerias na Coréia. Comecei a
pesquisar, “existe algum artista coreano que eu possa respeitar? Ou posso me inspirar – como
irmão mais velho ou como pai deste mundo da arte?” Então, foi assim que começou.

Mark: Qual foi a primeira obra de arte que você comprou?

RM: Comprei em um leilão. É a pintura de um artista coreano. Uma pequena montanha pintada
em 1976, seu nome é Daiwon Lee. Ele é famoso na Coréia; algo como o Impressionismo, talvez.
Primeiro eu olhei para ele, e eu simplesmente gostei, e acabei comprando. [risos] Mas quando eu
coloquei na minha parede, então eu entendi o que [era] fazer uma coleção, e então encher as
paredes - então foi muito estranho e ainda era algo espiritual para mim.

Mark: Para envolver um pouco mais, começamos a falar sobre a música, e agora estamos
falando sobre arte. Estou curioso, como você acha que seu envolvimento com o mundo da arte o
influenciou como músico e como criador.

RM: Eu realmente amo muito usar expressões, não gosto de dividir o mundo da arte, mas quando
vejo os pintores e os artistas, a maioria deles obtém sua fama após sua morte. Então, quando eu
vejo os artistas - seu trabalho, artes visuais, artes plásticas, é uma coisa muito antiga. É uma
coisa de longa data porque alguém está pintando isso na casa dos vinte, alguém muda sua
pintura na casa dos trinta, e começa a fazer escultura na casa dos quarenta, algo parecido.
Quando os vejo, posso ser corajoso.

Tenho vinte e nove anos na Coréia. Quando chegamos aos trinta, é uma coisa diferente. Ainda é
[ser] jovem, ainda sou apenas um jovem, mas em um mundo de boybands, completar trinta é algo
diferente, no k-pop. Isso é muito triste, mas é um fato. Então, eu me sinto como “ok, este é o meu
melhor tempo? Este é o ponto alto de toda a minha vida? Porque tenho 29 anos e poderia viver,
tipo, 100 anos. Isso é realmente triste se esse for meu melhor tempo.” Então eu só quero fazê-lo
ser longo.

Mark: Então, é interessante, Namjoon, porque no começo nós falamos sobre como você veio
para o mundo da arte parcialmente como resultado da explosão e se tornaou uma estrela global.
Mas o que você está dizendo agora, enquanto você está chegando ao que as pessoas dizem que
é a data de validade tradicional para uma estrela de boyband, realmente ver o que aconteceu
com a carreira dos artistas visuais, te encoraja a pensar mais.

RM: Oh, esse é o melhor resumo [risos]

Mark: Então, a pergunta é: o que isso te inspira a fazer? Porque por definição você não pode
estar numa boyband para sempre. Em algum momento você não está nem perto de ser um
garoto mais. Estou curioso se você tem pensamentos sobre como alcançar essa longevidade ou
tentar alcançar essa longevidade?

RM: Na verdade, acho que já comecei a colecionar. Eu fico tipo, tudo bem, eu tenho essa peça
preciosa em minha casa e a vejo todos os dias, acordo todos os dias na frente dela. Então, eu
tenho que ser um [eu] melhor - como eles, eu não quero fazê-los sentir vergonha de mim. [risos]
É uma coisa muito particular - é uma coisa muito engraçada, mas realmente me dá o padrão para
viver como um homem melhor e como um adulto melhor, e um artista às vezes. Eu só quero fazer
música como a peça atemporal que eu admiro. E eu sei que é engraçado falar sobre o impacto
atemporal ou de longo prazo porque eu sou muito jovem para copiar ou perseguir a coisa da vida.
Mas acho que vai me ajudar muito nos meus trinta e quarenta anos saber disso.

Mark: Parece que o que você está dizendo é: cercando-se de artistas, muitos dos quais estão
falecidos e ainda cujo legado continua hoje, você cria uma referência - uma espécie de referência
visual em torno de si mesmo para o que você está tentando alcançar. Acho que tenho que fazer a
pergunta, você imagina que um dia haverá um “Namjoon Kim”, museu privado na Coréia?

RM: [risos] Então, um museu em si é muito complicado, certo? Eles precisam de curadores e
exposições. Esta é a primeira vez que digo isso, mas, falando sério, estou planejando fazer um
pequeno espaço de minha própria coleção particular e apenas fazer um café no primeiro andar, e
montar minha coleção no segundo e terceiro andar. As pessoas sempre podem ver as coleções
quando querem vê-las.

Quando as pessoas vêm à Coréia - acontece também para os coreanos - não podemos ver os
grandes artistas coreanos porque não há muitos museus agora. Não há muitas galerias agora.
Então, eu só quero fazer o meu próprio algum dia.

Mark: É interessante. Obviamente, a mídia social é uma grande parte de nossas vidas agora.
Com seu poder de mídia social, e o fato de você postar muito no Instagram por exemplo, de obras
de arte, de museus, você tem a sensação de que as pessoas o seguem - quando você vai a um
museu, quando você mostra o trabalho de um artista, seus fãs vão ver esses museus, ficam
curiosos sobre esses artistas? Você tem essa capacidade de amplificar quase tudo com que se
associa publicamente.

RM: Sou muito grato aos fãs, eles admiram minhas postagens e gostos. Então eu penso em mim
e nas postagens da minha conta do Instagram como uma espécie de curadoria já. Porque eu
sempre coloco os posts que eu realmente gostei sobre a exposição ou o museu ou o site ou
galeria. E as pessoas - os fãs visitam depois de mim, quando eu posto. E é realmente ótimo que
as pessoas possam amar seus gostos e realmente estar lá - visitando os museus e a arte.
Quando 300 pessoas veem a mesma obra de arte, elas têm 300 sentimentos diferentes. Então,
algum dia eu gostaria de compartilhar pensamentos sobre a arte e, claro, minha coleção também
mais tarde.

Mark: Para ampliar um pouco a conversa; se você está olhando para o BTS ou o filme Parasite
ou Squid Game ou Je ne sais quoi, o movimento dos anos 70 que se tornou muito proeminente
quatro ou cinco anos atrás no mercado, tem sido um momento muito forte no cenário cultural
global para a cultura coreana. E estou curioso para saber se você tem alguma ideia do porquê
disso.

RM: Então, a Coréia é um país estranho, único e interessante porque tivemos a horrível guerra na
década de 1950 que nos dividiu em norte e sul. É um país realmente pequeno. Nos anos 60
éramos um país que recebeu apoio das outras nações, mas, cinquenta anos depois, mudamos a
posição de apoiado para apoiador. Então, Coréia- não posso garantir as características que a
define. Mas como um coreano, eu acho, nós temos a paixão por dentro. Temos nossa energia em
algum espírito específico. Nós o chamamos de “Han” (한) em coreano, não sei como dizer em
inglês. Mas depois da guerra, e da vitimização de nossos pais, avós - esses tempos, setenta
anos, fizeram o 2022 da Coréia agora, eu acho.

Mark: Então, para você, isso é um impacto tardio que leva a esse tipo de foco-

RM: Eu acho, e nós realmente temos muitos benefícios e vantagens da nova mídia: Youtube,
Netflix - especificamente mídias sociais. Tudo o que fazemos é apertar este botão no controle
remoto e podemos ver toda essa série de dramas ou filmes coreanos, então acho que faz uma
estreia e uma marca. Então, quando as pessoas têm interesse sobre a coisa coreana, eu acho
que as pessoas podem- “ok, eu gostaria de assistir alguma coisa coreana,” e eu acho que é
realmente incrível. E esse é o poder de uma cultura, eu acho.

Mark: Sim, o que é interessante é que a Coreia como uma marca cultural por si só é forte agora.
O fato de ser coreano faz com que as pessoas prestem atenção nisso, o que é um
desenvolvimento muito interessante e novo, eu acho.

RM: Certo, então eu sinto o fluxo e sinto muita responsabilidade como uma pessoa nesse grande
fluxo.

Mark: Então, falando mais especificamente, quando você foi apresentado ao hip-hop, era uma
importação americana para a Coréia.

RM: Claro, claro.

Mark: E agora, doze, quinze anos depois, você faz parte de uma importante importação coreana
para a América. Então, houve uma reversão disso. É estranho para você que pessoas que não
falam coreano sejam grandes fãs seus e que você esteja sendo convidado a fazer participações
com Lil Nas X? Isso é uma coisa completamente diferente. Agora, a cultura coreana está se
espalhando para a América, de onde todas essas coisas vieram.

RM: É muito estranho porque nunca esperávamos isso. Nós nunca sabíamos que haveria um
mundo Youtube ou um mundo Netflix em 2022. Eu não esperava isso. Quando vamos para a
América ou Europa, o que eles mais se surpreendem com a gente são os shows, porque há
muitos estádios. E costumamos fazer quatro shows esgotados no estádio. E há realmente alguns
artistas no total, incluindo todos os artistas americanos e europeus, para poder fazer quatro
shows em estádios esgotados na América, na Europa ou na Ásia. Então, eles ficam tipo, “quem é
o BTS?! Como eles puderam fazer quatro shows esgotados em estádios?! Quem são eles?!"
Então, eu acho que é realmente [risos] - eu não sei - ainda é estranho para nós. Eu ajo como um
músico, eu ajo como uma estrela no palco, mas fora do palco, quando venho para a Coréia ou
quando volto para meu pequeno estúdio, sou apenas um colecionador. Eu só vou para mercado
de arte ou [vejo] artes na internet e procuro as notícias e como um pouco de bulgogi com meus
amigos - isso é tudo para mim. Durante a maior parte da minha vida.

Então, ainda é esquisito e estranho para mim porque eu sou apenas um homem do campo em
um pequeno país chamado Coréia ainda [risos]. Então, sim, é um tipo diferente de coisa, mas é
divertido e me sinto tão sortudo por experimentar tudo isso, dois tipos diferentes de vidas. É como
fazer um filme - filmar um filme [risos].

Mark: Sim. Muitos artistas, quando se tornam populares, quando começam a ter muito
engajamento, quando começam a ter muita atenção, precisam mudar a forma como criam. E
estou curioso, como você nutre seu processo criativo? Quais são seus truques? Quais são seus
rituais? Como você encontra um espaço para criar, quando obviamente todo mundo só quer que
você se apresente o tempo todo?

RM: Eu realmente quero ficar calmo, e eu só quero fazer minha música sem me importar com os
outros fatores, eu acho. A questão é que, sendo um membro da equipe, isso significa que temos
que sacrificar nossa própria alma ou nossa própria personalidade. Temos que cortar porque há
sete personalidades, e tínhamos dezenove ou dezoito anos quando começamos como equipe.
Agora temos quase trinta anos, nos tornamos homens e adultos. Então, temos características
diferentes ou talvez algumas visões de futuro diferentes. O BTS ainda é muito importante para
mim e ainda é a maior parte de mim, mas manter essa intensidade como equipe torna fácil
esquecer quem eu era e por que comecei isso. E eu só quero lembrar e relembrar, a mim mesmo,
por que comecei isso. O que posso fazer com minhas próprias coisas? Então, para os meus trinta
anos, eu só quero descobrir o caminho para existir como meio caminho para o membro e líder do
BTS, RM, e talvez apenas o próprio Namjoon Kim. Eu acho.

Mark: Acho que é um ótimo lugar para terminar esta entrevista. Mas é claro que temos nossas
duas perguntas de sempre.

RM: Oh sim [risos]

Mark: Primeiro, qual é a primeira obra de arte que você se lembra de ter visto?

RM: Foi Monet. "O Almoço" de Monet. Eu não acho que seja o primeiro trabalho que eu vi, é
claro, mas essa é a primeira paixão para mim ao conhecer o mundo da arte, para mim.

Mark: E então qual foi a última obra de arte que te emocionou, e por quê?

RM: Não é uma obra de arte específica, mas o artista. É Philip Guston. Eu me senti realmente
atraído por suas cores rosa-vermelhas pela primeira vez. Mas eu não sabia que ele começou sua
carreira como um dos expressionistas abstratos com Rothko ou Pollock. Ele era um dos membros
importantes da equipe, mas não como os outros. Ele corajosamente mudou todo o seu mundo.
Ouvi dizer que muitas pessoas riram dele “por que você mudou? Você traiu.” Mas acho que se ele
não mudasse seu estilo, acho que ele permaneceria apenas como um dos membros do
Expressionismo Abstrato. Tipo, apenas um amigo de Pollock ou Rothko, mas porque ele mudou
seu estilo e enfrentou corajosamente os problemas e traumas de sua jovem vida, ele pode ser
apenas o próprio Philip Guston. Não como o membro de alguma tendência ou algum tempo.
Estou tão impressionado que ele fez isso porque é tão diferente com seus cinquenta e setenta.

Mark: Essa é uma ótima resposta, e não tenho certeza se você está ciente disso, mas na
verdade ela volta a muitos dos temas sobre os quais conversamos. A noção de: se você está em
um movimento popular, o que você faz para se tornar único? O que você faz para criar um
legado? O que você faz para sustentar seu impacto no mundo?

RM: Uhum

Mark: Namjoon, isso foi maravilhoso. Que ótima maneira de terminar. Muito obrigado por todo o
tempo e falando conosco, de coração.

FIM DO PODCAST E ENTREVISTA

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