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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

LICENCIATURA EM MÚSICA
ESTÉTICA E TEORIA DA ARTE

TRABALHO FINAL

MANAUS – AM
JULHO / 2019
SAULO ANTÔNIO GUIMARÃES NOBRE

TRABALHO FINAL

Trabalho apresentado a Universidade


Federal do Amazonas – UFAM, como
parte obrigatória do processo de
avaliação e obtenção de nota para o
1º período do curso de Licenciatura
em Música, na disciplina de Estética e
Teoria da Arte ministrado pelo
Professor Elias Farias.

MANAUS – AM
JULHO / 2019
SUMÁRIO

Página
INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
O QUE É ARTE............................................................................................................5
DO OBJETO DE ARTE, DA ESCOLHA, DO PROCESSO CRIATIVO, DA
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA E DO GOSTO...................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................8
INTRODUÇÃO

Nesse trabalho será conduzido temas relacionados ao conceito de arte,


fundamentando-os principalmente nas ideias e textos abordados em sala de aula.
Direcionando essas ideias e conceitos de experiência estética e gosto, para uma
questão mais prática, visando unir a teoria e a prática numa performance artística
através de uma canção bucando vivenciar e sentir de fato os assuntos citados.
O QUE É ARTE?

Falar sobre o que é arte, é um assunto um tanto quanto complexo. Mas


necessário, não só por conta de ser uma atividade necessária para alcançar um bom
coeficiente, mas necessária como pessoa que sou, como artista que sinto, e por
estar num curso de artes.
De acordo com nossas aulas, entendi que para que algo seja considerado
arte de fato, é preciso que o mesmo esteja de acordo com alguns preceitos que
foram considerados determinantes durantes nossas aulas. Alguns deles são: A
forma prevalece a função, ter a intenção do artista, ser exposta, estar à disposição,
ser apreciada sem a obrigação da experiência estética. E por último e não menos
importante, é preciso que haja o elemento do simbólico dentro da relação entre o
objeto e o apreciador, para poder então finalmente, o objeto em questão ser
considerado arte.
Esses princípios parecem um tanto quanto sólidos para classificar o que é
arte, e de certa forma isso é bom, pois gera confiança e mais certeza para definir o
que é ou não é. Mas em contra partida, penso que assim como algo
simultaneamente muito sólido pode assemelhar confiável, pode do mesmo modo,
ser algo não muito confiável para dizer o que é arte de fato. Pois ao longo do tempo,
a arte vem se mostrando um tanto quanto mutável, variando de acordo com o
momento e cultura que está inserida, mudando sua forma de ser, e
consequentemente modificando suas ideias base para definir o que é ou não arte.
Reafirmando essa ideia Umberto Eco diz que “A ideia de arte muda continuamente
segundo as épocas e os povos” “e aquilo que pra determinada tradição cultural era
arte” “parece dissolver-se diante novos modos de operar e de fruir”. Ou seja, sabe-
se que a arte estar em um processo contínuo de mudança, mas a meu ver o
conceito em si, pode ser algo muito relativo dependendo do local, época e cultura
que a mesma está inserida.

DO OBJETO DE ARTE, DA ESCOLHA, DO PROCESSO CRIATIVO, DA


EXPERIÊNCIA ESTÉTICA E DO GOSTO.

O objeto de arte escolhido por mim, foi a canção “Brigas nunca mais” do Tom
Jobim e Vinicius de Moraes. É uma canção de 1959 e foi lançada no lendário álbum
Chega de Saudade na voz de João Gilberto. O ritmo que norteia a canção, é o da
bossa nova, mas como a bossa tem muita influência do samba, pode ser que haja
interpretações variando a questão rítmica, podendo ter mais samba do que bossa
nesse ponto. Bom, o motivo da escolha é bem simples. Como não gostar de algo tão
belo. Ao ouvir pela primeira vez o álbum Chega de Saudade, uma das primeiras
canções que me “pegou” de primeira foi a “Brigas nunca mais”. Gostava bastante de
ouvi-la. Na verdade, até hoje ainda gosto de ouvi-la e tocá-la, é quase como se
fosse uma música que não canso de reproduzir, as vezes tocando e cantando, as
vezes tocando na minha cabeça, as vezes só cantarolando. Bom, mas continuando.
Antes de mais nada, não sabia tocar nada de bossa ou mesmo samba. Até que ouvir
um artista se apresentando no “The Voice” de Portugal, cantando uma música do
Vinicius de Moraes. Achei lindo, maravilhoso. E pensei, “preciso aprender a tocar
isso”. Tentei aprender a tal música que tinha ouvido na performance do artista
português, mas não tive muito sucesso. Acredito que tenha me afobado ou pode ser
que tenha me desmotivado com a dificuldade em aprender a tal canção. Depois de
um certo tempo, não lembro exatamente quanto, tive a vontade de tentar aprender a
tocar ao menos uma bossa ou um samba, foi aí que lembrei que tinha um song book
do Tom Jobim no notebook. Ao olhar as páginas só via músicas com acordes que
me assustaram logo de início. “Foleando” o livro, encontrei uma das que eu
conhecia, que era justamente a “Brigas nunca mais”. Outro ponto importante para eu
ter escolhido ela para aprender, foi que ela possuía menos acordes do que as
outras, era relativamente mais fácil do que as outras canções que conhecia do Tom
Jobim. Então ao começar aprender os primeiros acordes, percebi o quanto ela era
linda, fiquei muito surpreso. Não imaginava que a música mesma sem toda aquela
orquestração iria ficar tão bela num só violão, me apaixonei pela progressão dos
acordes, fiquei repetindo bem lentamente, várias e várias vezes, e fui tentando
acompanhar cantando também, a verdade que estava aprendendo, mas ao mesmo
estava curtindo aquele som, e nem me importava em ficar repetindo a mesma coisa
varias vezes. Lembro que fiquei tão feliz, que resolvi até postar numa rede social, a
verdade é que não estava muito bom, mas não importava, porque estava me
sentindo muito feliz em conseguir mesmo que com erros reproduzir aquela canção.
Bom, sobre a criação da performance, pensei, repensei e acabei por decidir
fazer individual mesmo, acredito que o trabalho aborda algo que é muito pessoal,
então fazer em dupla ou em grupo poderia de uma certa forma atrapalhar esse
sentido. Resolvi fazer somente voz e violão, porque é algo que já tenho familiaridade
e já faço há um tempo. Na performance em si, resolvi começar com a canção bem
lenta por vários motivos. Primeiro porque a música é relativamente curta, então
precisaria repeti-la e para não deixar a performance toda igual, então preferir variar a
dinâmica, começando lento e depois acelerar entrando em um ritmo mais marcado.
Outro ponto importante de começar mais lento. É que ao fazer isso, é possível sentir
o som, o violão, sentir a ambiência, sentir a voz, então começar lento, é um bom
modo de tatear o som e as coisas ao se redor. Um dos pontos bem importantes que
me fez começar lento também, foi a questão de querer que o público ouvisse os
acordes com calma e percebessem e sentissem a beleza daquela progressão
harmônica, queria que eles sentissem o que sentir na primeira vez que toquei.
Penso que quando o andamento fica mais rápido, é mais dificultoso notar com
clareza essas sensações.
Espero sinceramente que gostem, que apreciem, que se surpreendam
positivamente. E claro, espero que se emocionem, não necessariamente que fiquem
em prantos, mas que a música toque as pessoas, inspirando-as e trazendo o que há
de melhor dentro de cada um.
Gosto é algo que está ligado ao íntimo de capa pessoa, pois os indivíduos
são diferentes, sentem diferente e recebem as informações de modo diferente. E
por conta disso, tem gostos diferentes. Ou seja, gosto é uma certa preferência que
cada um carrega consigo de acordo com as vivências que o indivíduo possui,
lembrando que nesse sentido não existe mal gosto ou bom gosto, o que existe são
apenas gostos diferentes, pois o que lhe agrada pode ser que não agrade o outro e
nem por isso deve ser referenciado como algo ruim, pois gosto é pessoal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi dito, foi possível ter um entendimento do que é arte, e
perceber que ela está em constante movimento, expondo que dentro desse conceito
destaca-se a concepção da experiência estética, que é fundamental no ponto de
vista da apreciação sobre o que lhe é ou não agradável. Ainda nesse sentido, foi
possível ter uma compreensão sobre gosto e constatar que cada um possui uma
preferência de acordo com sua gama de vivências, sendo que esse conceito está
livre de qualquer julgamento que diga que determinado pensamento é ou não de
bom gosto. Pois cada ser tem sua individualidade própria, e o gosto também está
incluso nesse conceito.

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