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A cidade de Icó foi a terceira vila instalada no Ceará, logo após de Aquiraz e Fortaleza
e em 1842 obteve a categoria de cidade. Devido a sua importância econômica, Icó foi uma das
cidades que tiveram projetos urbanísticos planejados na corte, Lisboa. É nesse cenário em Icó,
que no dia 22 de outubro de 1870, nasce Anna Nogueira, filha de João Nogueira Rabello e
Thereza de Albuquerque Mello Nogueira Rabello. Anna Nogueira foi a caçula de nove filhos.
Com apenas quarenta anos Thereza veio a falecer de parto, em 1872 deixando a sua filha
caçula com apenas dois anos de idade. Anna Nogueira passa então a ser criada pela escrava
Mãe Maria. Passado alguns anos seu pai casa-se com Joaquina Rabello, com quem não teve
filhos. Ainda bem pequena, ela presenciou as terríveis cenas da seca de 1877. E aos dez anos
de idade tomou parte nos festejos comemorativos da campanha recitando versos de sua
autoria, num espetáculo teatral promovido em homenagem a uma comissão de libertadores
vinda de Fortaleza.
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Mestranda do curso de Literatura Comparada da UFC – Universidade Federal do Ceará
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nove anos de idade. Para tristeza de Anna Nogueira, em 21 de janeiro de 1894, Affonso
Nogueira Rabello seu irmão também morre na Amazônia.
O primeiro filho do casal nasceu em 26 de julho de 1897 e foi batizado com o nome de
Luiz Nogueira Baptista. Quase um ano depois do nascimento do primogênito, nasce Olavo
Nogueira Baptista, em 29 de julho de 1898. Após ter publicado o último jornal “O Pão” em
1896, a Padaria ainda permaneceu com suas fornadas até o ano de 1898, de acordo com a
última ata assinada por Rodolpho Teóphilo em 20 de dezembro de 1898.
Naquele mesmo ano o casal decidi mudar-se para o Pará. Em abril Sabino segue
viagem sozinho para estabelecer-se e em seguida buscar Anna Nogueira e os seus filhos. No
dia 28 de julho de 1899 Sabino desembarca em Fortaleza. Um dia o casal veio a cidade e na
volta enquanto esperavam o bonde, Sabino sentiu-se mal, ao chamarem um médico o
diagnóstico foi dado. Sabino tinha sido acometido pela varíola, como o período de incubação
dessa doença é de aproximadamente doze dias, é provável que Sabino tenha contraído o vírus
durante a viagem. No dia 16 de agosto de 1899, Sabino não mais resistiu, sendo levado pela
morte.
Anna Nogueira Baptista, grávida, com os dois filhos pequenos, sem casa e sem
dinheiro, contou com o apoio dos amigos queridos que lhe ajudaram materialmente e com o
conforto da lealdade. E no dia primeiro de janeiro de 1900, Anna deu a luz a uma menina que
a chamou carinhosamente de Maria Thereza Nogueira Baptista. Passados os primeiros meses
de nascimento da filha, Anna começou a lecionar num colégio de Fortaleza.
Após um ano da morte do marido, Anna sofreria um novo golpe, mais uma vez a
morte se aproxima e leva um ente muito querido. A sua filha querida Maria Thereza, com
apenas 10 meses, repentinamente, adoeceu e morreu. Mais uma vez Anna se vê envolta em
profunda tristeza. Sua irmã Thereza que já alguns anos residia em Recife com o marido, a
convida para morar com ela. E assim no final daquele ano de 1900, dois meses após a morte
da filha, Anna embarca para Recife acompanhada dos dois filhos e de Ana Clara, que a
ajudava com os cuidados da casa e das crianças desde a partida de Sabino.
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Em 1964, quando completava noventa e quatro anos, os seus netos se reuniram para
publicarem a sua produção poética em um livro, que foi intitulado “Versos”, sendo editado
pela Edigraf no Rio de Janeiro. O livro reuniu as suas poesias da juventude e da velhice,
realizando um sonho que datava da época do seu casamento. Nos anos seguintes Anna
adoeceu e no dia 22 de maio de 1967, com noventa e seis anos veio a falecer.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Jornais:
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Revistas: A Quinzena – O Lyrio – Almanach do Ceará