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Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

Coleção: Bianca 2194


Publicado: 2012
Revisão Inicial: Elizabeth Aparecida
Tradução: Andrea
Revisão Final:
Arte e Formatação:
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

Sheikh Tariq vivia a vida muito rapidamente... Tariq era tão independente que ele não
confiava em ninguém além de si mesmo, com uma pequena ajuda de sua essencial e
sensível secretária Isobel Mulholland. Quando um acidente de carro deixou o sheik
dinâmico ferido e dependendo inteiramente de Isobel, sua primeira reação foi ficar com
raiva. A única maneira de superá-lo era aproveitar ao máximo essa oportunidade de ter
Isobel disponível. Sob os cuidados da adorável Isobel, Tariq começou a pensar em
seduzi-la. Essa mulher doce, que ele havia tinha a sua frente o tempo todo, poderia
tornar-se se sua ruína...
 
 
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

Capítulo 1
 Quando o som do telefone a acordou, Isobel não precisa olhar para o nome no
visor para ver quem era. Só o homem que pensava que ele tinha o direito de fazer o que
quisesse, ele poderia ligar essa hora da noite.
Tariq, que também era conhecido como "Príncipe Playboy". Príncipe Tariq al
–Kadar Hakam, sheik de Khayarzah, se você quiser seu impressionante nome completo.
Isobel olhou para o relógio. Quatro da manhã era muito cedo mesmo para ele.
Ela bocejou e pegou o telefone, perguntando o que diabos Tariq queria naquele
momento.
Havia um novo rumor que surgiu como acontecia muitas vezes, relacionado com
o seu mais recente empreendimento comercial ousado ou simplesmente tinha um novo
caso com uma loira, como todas as suas amantes, e queria que ela reorganizasse a
reunião que tinha na manhã seguinte? Entraria em seu escritório, posteriormente, com
barba por fazer e um sorriso orgulhoso nos lábios sensuais? E, naturalmente, o aroma do
perfume na mulher ainda na pele...
  Não era a primeira vez que aconteceria. Isobel franziu o cenho e recordou
algumas das mais famosas conquistas sexuais de Tariq. Então se lembrou de que ela era
apenas sua assistente pessoal e não uma guardiã da moralidade.
Seus amigos perguntavam, por vezes, se já estava cansada de ter um chefe que
exigiu muito ou se já se sentiu a vontade de dizer a ele exatamente o que ela achava de
seu comportamento sexista e ultrajante. A resposta era sim. Às vezes. No entanto, o
salário generoso que ele estava pagando desacelerava qualquer desaprovação. Essa
quantidade de dinheiro fornecia segurança, uma segurança que não estaria recebendo
outra pessoa. Isobel sabia melhor do que ninguém. Sua mãe não havia lhe ensinado que
a lição mais importante que uma mulher pode aprender era para ser completamente
independente dos homens? Os homens poderiam sair quando queria e, como podiam,
faziam com frequência.
  Ela começou a atender a chamada.
  – Sim?
  – Iso... Isobel?
  Os sentidos de Isobel foram imediatamente colocados em alerta para ouvir a voz
profunda de seu chefe. Nada aconteceu. Ele parecia... estranho.
  Eu nunca tinha ouvido falar que Tariq vacilasse. Nunca tinha ouvido falar de
uma maneira que não fosse por si só um príncipe carismático e confiante, o favorito dos
casinos de Londres e todas as revistas de fofocas. O homem que as mulheres não
podiam resistir apesar de ele terminar inevitavelmente partir seus corações em pedaços.
  –Tariq, tem algo errado? – perguntou alarmada.
 Apesar da dor, que era tão forte como mil martelos estivessem batendo-lhe na
cabeça, Tariq ouviu a voz familiar de sua assistente, o seu primeiro encontro com a
realidade depois do que pareceram horas de caos e confusão. Quase
imperceptivelmente, soltou um suspiro de alívio e abriu os olhos. Izzy era sua tábua de
salvação. Izzy iria lidar com isso. Ele olhou para o teto da sala, mas teve que fechar os
olhos contra a brancura ofuscante.
– Um acidente.– murmurou.
  – Um acidente? – Isobel repetiu quando ela se sentou na cama. –
Que tipo de acidente? Tariq, onde está você? O que aconteceu?
– Eu...
  – Tariq!
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

Isobel ouvido como se alguém dissesse com voz indignada que Tariq não deveria
estar usando o telefone. Então a voz de mulher falou do outro lado da linha telefónica.
  – Olá. Quem é você, por favor?
  – Meu nome Isobel Mulholland e trabalho para o xeique Al-Hakam.
Poderia dizer-–me o que está acontecendo?
  – Eu sou uma das enfermeiras da emergência do Hospital de São Marcos
em Chislehurst. Temo que Sheikh esteve envolvido em um acidente de carro.
  – Está bem?– Isobel perguntou preocupada. Temo que neste momento não
possa dizer mais.
  – Tudo bem, – Isobel disse a enfermeira, com certeza não daria detalhes
pelo telefone. – Vou em seguida,– adicionou quando saiu da cama e desligou a
ligação em seguida.
Ela colocou um par de jeans e pegou a primeira camisa que encontrou. Em
seguida, colocou botas nos pés descalços, e pegou o elevador para descer de seu
pequeno apartamento em Londres, para estacionamento.
  Colocou os dados do hospital no navegador e esperou o mapa na tela.
Chislehurst parecia que estar a menos de uma hora de distância, provavelmente um
pouco menos a essa hora da manhã.
  No entanto, embora não houvesse praticamente nenhum tráfego, teve que forçar
–se a concentrar-se na estrada para não ser influenciada pelas dúvidas que se
apoderaram de seus pensamentos.
  O que diabos Tariq estava fazendo dirigindo a essa hora da manhã nessa área?
Ele também era um bom condutor.
  Agarrou o volante e tentou imaginar sua cabeça poderosa deitada em uma cama
de hospital, mas não conseguiu. Ele era muito forte em todos os sentidos. Alto e bonito,
Sheikh Tariq Al-Hakam atraia a atenção por onde passava. Estranhos paravam para
vê-lo na rua. As mulheres lutaram para dar seus números de telefone. Isobel tinha visto
acontecer várias vezes. Seu traço orgulhoso e um pouco cruel era muitas vezes
comparado com os de um anjo caído. Ele transpirava paixão e energia que era
impossível imaginar que qualquer coisa poderia inibir essas qualidades, mesmo por um
momento.
  E se Tariq estivesse em perigo? O medo agarrou Isobel. O que faria se a sua vida
estivesse em perigo, se ele estivesse...?
  Ela nunca tinha parado para pensar que Tariq era mortal e, naquele momento,
não conseguia pensar em mais nada. Seu coração parou por um momento. Decidiu que
não havia razão para se deixar levar por pensamentos negativos. Fosse o que fosse
Tariq, seguiria adiante, como ele sempre fez. Tariq era forte como um leão e Isobel não
podia imaginar que qualquer coisa pudesse virar a grande força que emanava dele.
  A chuva começou a cair sobre o para brisa. Felizmente, estava indo para o
hospital. Ainda era tão cedo que o turno da manhã ainda não tinha chegado. O prédio
parecia muito tranquilo, também, que só serviu para aumentar a sensação de mal estar
que Isobel tinha. Silenciosamente, ela passou pelos corredores para a emergência.
  Quando chegou ao balcão apropriado, uma enfermeira levantou a cabeça para
falar com ela.
  – Como posso ajudar?
  – Eu vim... Eu estou aqui por um de seus pacientes. Seu nome é Tariq al
–Hakam e me disseram que ele estava envolvido em um acidente automobilístico.
  – Quem é você? – a enfermeira perguntou com uma careta.
  – Eu trabalho para ele.
  – Eu temo que eu não possa dizer nada. Você não é parente.
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  – Não, mas seus parentes vivem no Oriente Médio, – disse. Naquele


momento, ela percebeu que tinha colocadas calças velhas e tinha prendido os cachos de
seu cabelo em um rabo de cavalo. Sua aparência era um pouco desalinhada e não se
encaixava com o tipo de pessoa que você se associar com alguém tão poderoso como
Tariq. – Eu trabalho para o príncipe há cinco anos. Peço-lhe que me deixe vê-lo. Eu so...
  Por um momento ela esteve perto de dizer que ela era tudo o que Tariq tinha.
Impossível. Tariq tinha um exército de mulheres que poderia ser chamado, sem
hesitação, as mulheres tinham mais intimidade com ele do que Isobel tinha nem nunca o
teria.
  – Eu sou a pessoa que ele ligou cerca de uma hora atrás, – disse ela. –
Procurou minha ajuda.
A enfermeira olhou para ela, então parecia ter pena dela.
  –Tem uma concussão. O scanner não mostrou quaisquer sinais de
hemorragia, mas vamos deixa-lo por algumas horas em observação para ter certeza.
 Isobel sussurrou 'Obrigado aliviado.
– Eu posso vê-lo? Seria possível? Só um momento. Por favor... – a enfermeira
olhou para ela atentamente, depois assentiu.
– Bem, desde por um minuto. Às vezes um rosto familiar é muito
reconfortante, mas não deve alterá-lo. Entendeu?
  Isobel lhe deu um sorriso triste.
  – Não existe perigo disso.– ela respondeu. Tariq a considerava tão
emocionante quanto ver tinta secar.
  Muitas vezes, Tariq a havia descrito como a mulher mais prática e sensata que
ele conhecia por isso ele a havia contratado. Uma vez, Isobel tinha ouvido falar que era
um alívio encontrar uma mulher com menos de 30, que não representasse uma distração
para ele. Embora essas palavras a houvesse machucado, Isobel tinha aprendido a viver
com elas. Ela sempre soube o lugar que ocupa na vida de Tariq e não tentaria muda-la.
Para o resto, havia uma abundância de candidatas.
Ela seguiu a enfermeira em um quarto. O que viu ali parou seu batimento
cardíaco.
  Coberto com um lençol de algodão branco, Tariq estava deitado em uma cama.
Parecia muito grande para a cama de hospital. Ele estava completamente imóvel e os
lençóis branco e imaculado fez embelezar a sua pele escura. Mesmo da porta podia ver
o sangue que tinha secado no cabelo preto.
  Vendo Tariq aparentemente indestrutível parecer tão desamparado, Isobel teve
que conter rapidamente se aproximar da cama e acariciou sua bochecha com os dedos.
Tinha que tomar sua atitude calma e caminhou tranquilamente para a cama.
  Os olhos de Tariq estavam fechados. O arco de ébano nos cílios estava em um
rosto muito pálido, apesar do tom escuro de sua pele cor de oliva. Isobel o tinha visto
em muitas situações ao longo dos cinco anos, ela havia trabalhado para ele, mas nunca
tinha visto o seu poderoso chefe, parecendo tão indefeso. Algo dentro dela despertou
uma vontade de toma-lo nos braços e confortá-o.
  –Tariq...
 Tariq abriu os olhos. Apesar da dor que sentia, estava consciente de algo
familiar, mas muito diferente da mulher ao lado dele. Era uma voz conhecida, uma voz
que exemplificava a única área habitada de tranquilidade no centro de sua vida louca.
Era a voz de Izzy, mas não soava como ele tinha ouvido antes. Normalmente, era fria,
sensata e às vezes até mesmo com desaprovação, mas nunca antes a tinha ouvido falar
nesse tom suave e trêmulo que o surpreendeu.
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  – Não se preocupe. Eu não vou morrer, – disse ele. Assim, apesar da dor,
foi autorizado a brincar com a enfermeira, que, na momento, estava tomando o pulso.
–Correto, enfermeira?
  Inexplicavelmente, Isobel sentia raiva por Tariq ser tão arrogante. Ele poderia ter
morrido e tudo que conseguia pensar no momento era que estava flertando com a
enfermeira. Por que havia desperdiçado um segundo se preocupando com isso, mesmo
quando deveria ter percebido que era tão indestrutível como uma rocha e com os
mesmos sentimentos?
  – O que aconteceu? – Perguntou a ele. – Você pode não ser o mais lento
piloto do mundo, mas geralmente dirige cuidadosamente. – Então ela viu que a
enfermeira olhou para ela com desaprovação e recordou as palavras que ela tinha dito.
– Não há necessidade de responder. Na verdade, nem sequer pense. Fique ai e descanse.
– mentiu.
  Tariq franziu as sobrancelhas negras e olho, incrédulo.
  – Normalmente, não tem tanta consideração.
– Bem, você não pode dizer que estas são circunstâncias normais, você
não acha?
  Isobel esboçou o que ele esperava que fosse um sorriso tranquilizador, mas não
foi fácil manter o pânico, especialmente quando tudo que queria era abraça-lo e
dizer-lhe que tudo ficaria bem. Apoiar a bochecha de Tariq contra seu coração selvagem
e enredar os dedos na seda negra de seu cabelo.
  – O que diabos aconteceu?
– Você tem que limitar-se a permanecer deitado e deixar as enfermeiras
cuidarem de você e até achar que você está bem.
  A voz de Isobel voltou a tremer. Tariq olhou para o rosto de sua secretária. Não
se recordava de ter encarado antes o rosto de Lizzy tão intensamente. Em uma situação
normal, um homem não olhava para uma mulher por um longo tempo, a menos que
estivesse planejando seduzi-la. Ele não tinha mais nada para olhar. Ele notou que ela
tinha sardas na pele pálida, olhos cor de âmbar... Ela parecia suave. Mono, como um
gatinho. Como se para aconchegar contra ele e se ronronasse toda a noite.
  Ele balançou a cabeça para se livrar da alucinação temporária e olhou com
desaprovação.
  –Vai ter que ser muito mais o que um acidente de carro ou uma enfermeira
para me fazer ficar deitado em silêncio, – ele disse enquanto movia a perna para frente.
  A extremidade começou a coçar muito, dobrou o joelho. Este ato fez com que o
lençol deslizasse até a cintura e descobrir uma coxa. Apesar da dor que sentia, não pôde
deixar de sorrir ao ver a enfermeira e Isobel olharem para longe.
–Vamos ver se nos cobrimos melhor, – disse a enfermeira, ela voltou para
cobri-la com um cobertor.
Isobel corou quando percebeu que seu chefe bonitão estava completamente nu
sob o lençol. Ela sentiu um formigamento na pele, pela primeira vez, porque, ao
contrário de outras mulheres, ela era imune ao apelo sexual de Tariq al –Hakim.
Seu corpo forte e musculoso a deixava completamente fria, como o rosto bonito e olhos
escuros como ébano. Ela não gosta de homens bonitos, acreditava e sabia o efeito que
tinha sobre as mulheres. Homens que eram capazes de fugir das mulheres que os
amavam sem olhar para trás. Na verdade, estes foram precisamente os homens que
costumavam desprezar. Homens como seu próprio pai. Homens tão facilmente
despojados de sentimentos e responsabilidades.
Juntamente com uma vontade forte virou-se para a enfermeira.
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  – O que deve fazer agora? – Ela perguntou, mas Tariq falou antes que a
enfermeira tivesse a chance.
  – Agora, eu saio desta maldita cama e você me leva para o escritório. Isso
é o que precisa ser feito, – disse.
No entanto, quando ele tentou se levantar, uma dor aguda o fez cair de costas na
cama.
  – Quer fazer o favor de permanecer deitado, o príncipe Al-Hakam?
– ordenou a enfermeira. Então ela se virou para Isobel. – Os médicos querem manter o
sheik para que ele fique em observação por 24 horas.
  –Izzy disse Tariq. Quando ela se virou para olhar, viu determinação
naqueles olhos negros que conhecia tão bem.– Solucione isso, vai? Eu não vou ficar
nesse maldito hospital por mais tempo.
  – Olhe, Tariq,– ela respondeu, um tanto irritada. – Nós não estamos
falando de um negócio onde você é o chefe. Nós estamos falando sobre a sua saúde e,
neste campo, você não é um especialista. Médicos e enfermeiros, sim. Eles certamente
não vão querer mantê-lo aqui porque gostam. Na verdade, eu imagino que não pode ser
muito divertido ter você como um paciente, então eu acho o que eles sentem é
necessário. Se você não começar a ouvir e fizer o que eles dizem, eu vou sair daqui
agora e vou deixa-lo sozinho para que você possa compreendê-los.
Houve uma pausa tensa os olhos de Tariq se estreitaram com um gesto irritado.
  – Mas eu tenho reuniões...
– Eu sei exatamente o que você tem reuniões. – ela interrompeu. – Vou
organizar a agenda, certo? Vamos corrigir tudo isso quando eu chegar ao escritório,
assim você não precisa se preocupar com nada. Você...? – ela fez uma pausa enquanto
olhava o lençol branco cobrindo a largura do tronco de Tariq. – Quer que eu traga um
pijama?
  – Um pijama? – ele respondeu com um sorriso. Você acha que eu sou o
tipo de cara que dorme com pijamas, Izzy?
  Inexplicavelmente, o coração de Isobel começou a bater com entusiasmo, uma
reação que a irritou profundamente. Talvez tenha notado...?
  – O que você usa para dormir não é algo que eu tenho pensado muito,
– disse ela, – mas eu tomarei isso como um não. Quer algo mais?
  – Pode trazer roupas limpas e um barbeador?
  – Claro. E, como médicos lhe derem alta, eu virei busca-lo. Tudo bem?
  Eu não acho que eu realmente quero responder, certo?– ele respondeu depois de
uma pausa. Então ele fechou os olhos. Um grande cansaço tinha ultrapassado por ele e
deixou-o muito fraco. A última coisa que queria era que sua assistente o visse assim.
– Vamos, Izzy.
  Isobel saiu em silêncio do quarto e caminhou para saída do prédio. Assim tinha
começado o dia. A luz do delicioso dia de primavera que a encorajou a respirar
profundamente. Tariq estava vivo. Essa era a coisa principal. No entanto, ele não tinha
gostado dele lá, apenas.
Ela entrou no carro e olhou no espelho. Assim que a imagem trouxe de volta à
realidade. Tariq sozinho?
  De jeito nenhum. Havia inúmeras mulheres que seriam capazes de fazer fila para
visita-lo, sem esperar que Tariq recompensasse um dos seus sorrisos. Tariq tinha muitas
pessoas que poderiam lidar com ele. Não precisava dela.
  Ela voltou para Londres e passou o resto do dia cuidando de reuniões
cancelamento e ligando para seus sócios. Trabalhou de forma constante até as oito.
Então ela foi para o apartamento de Tariq, um apartamento enorme com vista para o
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Green Park. Embora tivesse um conjunto de chaves, só esteve lá uma vez, quando foi
levar um pacote que estava esperando o dia todo e já era tarde demais, enquanto ela
ainda estava trabalhando. Isobel decidiu leva-la pessoalmente para fazer isso acontecer
mais rápido e viveu um dos momentos mais embaraçosos de sua vida. Tariq, com seu
cabelo desgrenhado, foi abrir a porta vestindo um roupão de seda que, obviamente,
tinha virado abruptamente. Seu rosto estava ligeiramente corado. Isobel não tinha que
ouvir aquela voz feminina para perceber que ele tinha companhia.
  Decidiu apagar a memória se e foi para o sótão. A experiência a fez parar e
escutar por um momento, mas logo descobriu que tudo estava quieto, o que significava
que os funcionários de serviço doméstico de Tariq já tinham saído de casa.
Pegou jeans, uma camisa de caxemira e uma jaqueta de couro e um cachecol
quente. No entanto, quando teve de lidar com uma gaveta de roupas íntimas , corou pela
segunda vez naquele dia. Era algo tão íntima mexer nas cuecas de Tariq, uma roupa
intima que esteve sob sua pele...
  Frustrada com o caminho que tinha tomado esses pensamentos colocou tudo em
um saco e saiu do sótão. Então telefonou para o hospital. Disseram que o Estado do
xeique era satisfatório e que se ele continuava a melhorar, poderia receber alta no dia
seguinte.
No entanto, a imprensa tinha conhecimento do acidente. Apesar de a nota que
Isobel pediu a seus oficiais de relações públicas emitissem o xeique teria sempre um
grande fascínio. Então, quando Isobel voltou ao hospital na manhã seguinte, descobriu
que havia muitos fotógrafos estacionados na porta da frente.
Tariq se mudou para um quarto no térreo. Quando Isabel entrou, viu um pequeno
grupo de médicos reunidos em torno de sua cama. A tensão estava no ar.
  Tariq estava sentado na cama, com barba por fazer e peito nu. A vulnerabilidade
do dia anterior era agora apenas uma lembrança distante. De sSeus olhos negros escorria
raiva. Quando ele viu Isobel, falou friamente.
– Izzy, finalmente.
  – Tem algo errado?– perguntou ela.
  – Claro que sim.
  Um médico, alto de óculos deixou o grupo e foi para Isobel. Ele estendeu a mão
e lhe informou que ele era o médico de Tariq.
  – Você é sua namorada? – Ele perguntou a ela.
  Isobel corou. Não, perdeu o olhar que Tariq dedicou a ela. Por alguma razão,
estava feliz por estar bem arrumada e bem vestida. Só porque o xeique nunca olhar para
ela do jeito que olhava para as outras mulheres não significa que ela era imune a atenção
masculina.
  Sorriu ao médico.
  – Não, doutor. Sou Isobel Mulholland, – assistente pessoal do xeique.
– Bem. Nesse caso, talvez você possa colocar um pouco de bom senso na
cabeça do xeique. Houve um duro golpe, mas ele acha que pode sair daqui e levar a vida
como antes. Isto parece muito difícil estar em boa condição física, o que, nas
circunstâncias atuais... A não ser que pegue leve com as coisas na próxima semana...
  – Eu não posso. – interrompido Tariq se perguntando se sua percepção
teria sido alterada pelo ferimento que havia recebido na cabeça.
  O médico estava flertando com Isobel? – E ela, a mulher que sempre tinha sido
uma máquina rápida e eficaz, também estava flertando com ele? Tariq nunca tinha
sequer a considerado atraente, mas não estava acostumado a ser ignorado por ela em
favor de outro homem. Ele franziu os lábios e deu ao médico um olhar gélido.
– Eu tenho que voar para os EUA amanhã.
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– É aí que você está errado. Você precisa descansar, – contradisse o


médico. – Conclua o resto. Longe do trabalho e do mundo, longe dos meios de
comunicação que tem me incomodado durante toda a manhã no meu escritório.
Recuperação. Se não, eu não terei escolha a não ser deixa-lo aqui.
  – Você não pode me manter internado contra a minha vontade. –
disse Tariq.
Isobel decidiu intervir. Diplomaticamente, o médico lhe deu outro sorriso
educado.
  – Ele não precisa de nenhum cuidado especial, doutor?
  – Pode parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui? – Tariq
rosnou.
  – Apenas repouso e observação, – disse o médico. E garantia de que não
vai chegar perto de seu escritório, no mínimo, por sete dias.
  Isobel começou a pensar muito rapidamente. Tariq poderia entrar numa clínica,
mas mesmo a mais discreta poderia garantir absoluta discrição. Lembrou-se da
vulnerabilidade que tinha visto em seu rosto no dia anterior e, sem poder evita-lo, uma
ideia começou a formar em sua cabeça.
  – Eu tenho uma casa pequena, – disse a Tariq que olhou em seus olhos.
– Você podia ficar lá uma semana, se você quiser. Minha mãe era uma enfermeira e eu
sei o básico de primeiros socorros. Eu poderia cuidar de você, Tariq.
 
 
 
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Capítulo 2

  – Onde diabos você está, Izzy?


 Por um momento, Isobel não respondeu a pergunta de Tariq. Ela se concentrou
em dirigir seu pequeno carro em uma estrada estreita ladeada por sebes espessas
secundárias. Por que não podia sentar-se, relaxar e se sentir grato pelo fato de que tinha
saído do hospital?
  Momento depois o olhou. Ela viu que ele ainda estava muito pálido. Poderia
dizer que doía e também não era um homem usado para mostrar gratidão. Isobel teve
que se conter várias vezes naquela manhã.
  –Você sabe aonde eu vou, – ela respondeu com toda a calma que podia.
Para a casa que eu tenho no campo, onde você se recuperará de seu acidente. Isso foi o
que combinamos com o médico antes que ele concordasse em dar alta. Você se lembra?
  Tariq deu um grunhido de desacordo. Ele tinha dor de cabeça, a garganta estava
seca.
  – Você quer dizer que o médico que estava flertando tão descaradamente?
– Ele estalou.
Os olhos de Isobel se estreitaram. Na verdade, estava tão preocupado com Tariq
mal tinha pensado no médico. No entanto, mesmo se tivesse gostado à primeira vista do
médico e decidido dar o número de telefone, nada disso era assunto de Tariq. Ela estava
fazendo mais do que suficiente para ele tentar controlar sua privacidade.
  – E se tivesse?
  – Eu gostaria de um comportamento um pouco profissional da parte dele.
– Eu não acho que você está em posição de julgar ninguém por flertar com
os outros.
  Tariq estava atordoado. Não era a resposta que ele estava esperando. Um
comentário sobre o fato de que o médico estaria perdendo seu tempo teria sido muito
mais desejável. Isobel era solteira e assim que ele gostava. Isso significava que poderia
dedicar–se inteiramente às suas necessidades e estar disponível.
  – Eu pensei que você ia dizer qualquer coisa só para me levar para casa e
me tirar de lá. – ele observou.
  – Isso não teria sido muito honesto da minha parte.
– Você tem que ser sempre assim moral?
  – Pelo menos um de nós tem que ser.
  – Você está me criticando?
  – Não, Tariq. – ela disse calmamente. – É simplesmente uma
observação.
  Ele olhou para o perfil de Isobel e, inexplicavelmente, começou a perceber a
maneira em que os reflexos pálidos de sol da primavera destacaram o cabelo dela e
deu-lhe uma tonalidade âmbar, brilhante. Ele se perguntou se o médico também teria
percebido o fogo de modo sutil.
  – Eu não sei por que você me trouxe a este lugar remoto. – disse. –
quando eu podia descansar perfeitamente em casa.
  – No centro da Londres? – Ela perguntou, rindo. Com a imprensa
perseguindo em sua porta e ex–namoradas na fila para ir cuidar de você? Acho que não.
Você vai estar muito mais seguro em minha casa. Além disso, tudo esta organizado. Eu
informei a empresa que estará incomunicável por uma semana e que devem desviar
todas as suas ligações para meu telefone. Fiona, as relações públicas, é capaz de cuidar
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de tudo até que voltemos. Eu pedi que sua roupa governanta se preparasse a mala por
uma semana e enviasse aqui. Eu não disse a ninguém exatamente onde você vai estar.
  – Meu irmão...
– Com exceção de seu irmão. – disse Isabel. – Eu liguei e falei com o
palácio e com o seu irmão, o rei pessoalmente. Disse que você estava muito melhor,
mas você precisava se recuperar. Ele queria que você voltasse para Khayarzah, mas eu
expliquei que estaria melhor comigo. Era o que eu tinha que fazer, certo?
  – Acho que sim, – disse Tariq.
  Como sempre, Isobel tinha feito a coisa certa. A última coisa que ele precisava
era da formalidade da vida no palácio. Tariq tinha tentado todos os meios para escapar
da atenção caiu sobre ele sendo irmão do rei, um papel que ele recebeu quando seu
irmão, de repente, herdou a coroa. Um papel que tinha ameaçado a sério sua liberdade,
algo que ele zelosamente guardava. Sua liberdade era o único bem que tinham vindo do
terrível isolamento de sua infância.
  Ele olhou para ela com curiosidade.
  – Você parece ter tudo sob controle.
  – Bem, é para isso que você me paga. Agora, gostaria de dizer-me o que
tinha acontecido? Eu gostaria de saber por que um dos motoristas mais cuidadosos que
eu conheço teve um acidente de carro.
Tariq fechou os olhos. Era frustrante que uma decisão tomada em uma fração de
segundos pudesse ter um impacto tão grande na vida de um homem. Se ele tivesse sido
enfeitiçado pelos olhos azuis e um corpo de escandaloso, não estaria na posição terrível
de ter que passar uma semana com sua assistente em uma casa no campo.
  – Fui jantar com uma mulher.
  – Não!
  – O que você quer dizer com isso, Izzy?
– Não importa.
  – Claro que importa.
  – O que eu quis dizer era que não era algo novo. Não há nada de especial
que você saia para jantar com uma mulher, Tariq. Loira, certo?
  – Na verdade. – sim, admitiu relutantemente, mas não pôde evitar um
sorriso. – Mas não era o que parecia ser.
  – Não, era um travesti?
  – Muito engraçado...
  Tariq estava muito chateado com ele mesmo pelo que aconteceu. Estava muito
estressado e tinha a intenção de passar a noite jogando pôquer. Ele não tinha intenção de
estar com uma mulher, mas era muito bonita. Ele acabou convidando-a para o jantar.
Então, ela começou a fazer perguntas. Ela queria saber o tipo de coisa que poderia ter
sugerido muito bem uma pesquisa. E Tariq tinha suas regras. Ele não gostava de ser
questionado. Ele não confiava em pessoas que sabiam muito sobre ele. E nunca dormia
com uma mulher no primeiro encontro.
  Basicamente, ele era um homem muito tradicional, com muitos valores em
conflito, mas não respeitava as mulheres que o deixava chegar muito perto e muito
cedo. Ele gostava do fogo lento de antecipação, o prolongamento do desejo até que se
tornasse insuportável. Portanto, quando a loira deixou claro que estava pronta para
qualquer coisa, ela perdeu o interesse. Quem queria algo que pudesse chegar tão
facilmente? Com um bocejo, recusou a oferta da mulher e pegou sua jaqueta.
  Foi quando ficou claro que não foi o destino que trouxe essa mulher em sua
vida, mas de uma estratégia.
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  – Era uma jornalista. – confessou. Ele tinha ficado tão irritado por não ter
percebido o que ele queria que a mulher saísse de lá a toda a velocidade, como seu carro
saiu da estrada também. – Ela queria saber todos os detalhes da compra.
 Isobel deu de ombros.
  – Bem, quando se tenta tirar uma equipe da Primeira Liga, o que você
esperava? Você sabe que os ingleses são loucos por futebol. É uma notícia de primeira
página que um xeique sedento de poder torna-se o proprietário de uma equipe
importante.
  – Não há nada de errado em ter fome de poder, Izzy.
  – Só se torna um vício.
  – Você acha que eu sou viciado em poder?
  – Não sou eu quem deve dizer.
  – No entanto, tenho notado que você não negou.
  – Fico feliz que preste atenção ao que eu falo, Tariq.
 Com um pequeno grunhido de irritação, Tariq tentou, sem sucesso, esticar as
pernas. Fora quando montou um camelo durante sua infância, ele não se lembrava de ter
usado outro transporte mais desconfortável. Ele pensava com saudade em seu esporte e
se perguntou quanto tempo levaria para voltar.
– Sua casa é tão pequena quanto o seu carro? – ele perguntou.
  – Você não gosta do meu carro?
  – Na verdade, não. Eu não gosto de carros que não são mais do que 50 milhas
por hora.
  –Então por que você não aumenta meu salário? – Ela sugeriu docemente. – Para
que eu possa comprar um carro novo.
  Por um momento, Tariq sentiu seu pulso acelerar um pouco com a discussão.
Era muito estranho que este pouco de tensão entre um homem e uma mulher pudesse
imediatamente começar a aquecer o sangue de um homem e fazer você pensar...
 Mas o sorriso que se formou em seu rosto foi apagada imediatamente quando percebeu
que a pessoa que estava fantasiando era Izzy, a mulher menos graciosa de sua empresa
última candidata a causar pensamentos eróticos. Então, como era possível que de
repente viu a sua atenção focada em um par de pernas esbeltas, cujo contorno destacava
com deliciosa pressão abaixo da saia?
 Com grande esforço, se virou e recostou-se na cadeira como podia.
  – Eu pagar o suficiente, como você bem sabe. Quanto falta?
  – O suficiente para fechar os olhos e dormir por um tempo,– ela respondeu.
– Eu não tenho um sono.
  – Você tem certeza?
  – Claro, – ele murmurou.
 Mas a voz de Isobel foi muito suave, por isso não podia evitar, mas começar a bocejar.
Em alguns momentos, ele tinha adormecido.
 Isobel dirigiu em silêncio, acompanhada apenas pela respiração suave de Tariq. Ela
tentou se concentrar na estrada, mas não foi fácil. Não podia deixar de sentir um pouco
distraída e nervosa. Não fez nada, mas disse que era porque sua rotina normal tinha
desaparecido completamente e não pela proximidade perturbadora de seu chefe.
 Isso não era verdade. Algo tinha acontecido e não sabia o que era exatamente. Por que
de repente se sentia tão consciente da presença do seu chefe? Por que não conseguia
desviar o olhar das coxas poderosas ou quadris estreitos?
 Ela balançou a cabeça. Estivera sozinha com Tariq em muitas ocasiões. Ela tinha
compartilhado viagens de avião, trem e carro antes, mas nunca como esta. Nunca na
privacidade do seu pequeno carro, ele dormia a seu lado, quase como um casal normal.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

Normal? Esse foi o adjetivo que nunca poderia se aplicar a Tariq. Sheikh era um
membro da família real de Khayarzah e também um dos homens mais ricos do planeta.
Às vezes, parecia incrível a Isobel que alguém como ela teria acabado trabalhando para
um homem poderoso. Ela sabia que, muitas vezes, as pessoas se surpreendiam quando
disse que como ganhava a vida. Que um homem como Tariq tinha escolhido
precisamente a ela O que ela tinha que faltavam as outras mulheres? Isso era algo que
sempre quis saber.
  Nas profundezas do seu ser, ela suspeitou que fosse porque ele confiava nela de
uma maneira que confiava em poucas. Por que confiava nela? Era difícil dizer.
Provavelmente porque o conheceu quando ele era jovem, na escola, eles sabiam o
verdadeiro significado de seu poder e posição.
  Até então, Isobel tinha apenas 10 anos e era uma menina muito séria e solitária.
Anna, sua mãe, era enfermeira de uma das mais prestigiadas escolas da Inglaterra, um
trabalho que ele teve sorte de conseguir porque fornecia alojamento e um bom salário.
Anna uma mãe solteira e sua filha ilegítima Isobel, que na época não tinha muita
importância.
  Isobel tinha feito o seu melhor, mas sempre se sentiu envergonhado quando eles
perguntavam sobre seu pai e havia tentado responder sem revelar o fato vergonhoso.
Como resultado, ela sempre se sentiu inferior algo que não ajudou, considerando que
tinha crescido cercado pelas crianças mais ricas do mundo. Ela tinha estudado com elas,
mas nunca tinha sido uma delas.
  Tariq tinha sido diferente de outros estudantes. Sua pele morena e olhos escuros
o fizeram se destacar. Seu pai o enviou para a Inglaterra e se destacou em tudo que
fazia. Nadava, andava a cavalo e jogava tênis. Além disso, falava cinco línguas
fluentemente.
  Às vezes Isobel o admirava à distância. Ele estava sempre rodeado de loiras
naturais com corpos perfeitos e apartamentos elegantes em Chelsea.
 O dia em que falou com ela tornou–se uma ocasião muito especial para uma menina.
  Na época, ele tinha cerca de 17 anos e tinha vindo pedir uma caixa de remédios
para a vacina contra a malária para uma viagem que tinha de fazer em breve. Sua mãe
tinha estado ocupada com outro aluno e pediu Isobel para manter e entreter o jovem
príncipe.
 No inicio, Isobel tinha ficado muito retraída. Pensando que sua mãe poderia ter
problemas por deixar o jovem príncipe esperando, timidamente perguntou sobre suas
terras. Inicialmente, Tariq franziu a testa como se pensasse que fosse uma intrometida.
Então, depois de olhar para ela, sentou –se ao lado dela e começou a falar. Isobel
não se lembrar das palavras exatas, mas a nostalgia com a qual ele havia falado de ouro
e prata dos desertos arenosos. Então a mãe de Isobel veio e cuidou dele. Tariq não disse
nada de novo, mas Isobel nunca esqueceu aquele breve encontro.
 Mais de uma década depois, os dois caminhos se cruzaram novamente. Isobel voltou à
escola para a abertura de uma grande expansão da biblioteca. Tariq estava lá, novamente
cercado por mulheres. Por um momento, Isobel olhou através dos olhos de uma mulher
adulta. Ela viu que ele era tão bonito como inatingível para ela e que ela deveria
esquecer sua atração de estudante em relação a ele.
 A nova biblioteca era fabulosa. Até então, Isobel era secretária e trabalhava em um
escritório de advocacia em Londres. Não era o trabalho mais excitante do mundo, mas
pagava bem e deva–lhe a segurança que ele sempre quis. Ao examinar os livros, tomou
uma xícara de chá e notou com interesse que havia uma seção da biblioteca dedicada
inteiramente a Khayarzah. Ela pegou um livro e começou a folheá-lo. Muito em breve,
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estava envolvida com as fotografias e descrições da terra que Tariq tinha nascido, e
ensinado com suas palavras por mais de dez anos.
  – Você parece muito interessada no livro.
  Virando–se, Isobel encontrou o olhar cativou do xeique.
  – Porque é um livro muito interessante,– ela respondeu, mas estou
surpreso que não seja uma seção importante nesta biblioteca em seu país.
  – Sério? Um dos benefícios obtidos com a doação de uma biblioteca
inteira é que você começa a pegar uma parte de seu conteúdo.
  – Você já doou esta biblioteca?
– Claro. Você nunca notou que se espera que alunos ricos, especialmente
se eles são estrangeiros, se tornam benfeitores em algum momento de sua vida?
  – Não.
 Então Isobel se perguntou se essa pergunta poderia ter sido algum tipo de teste para ver
se ela era uma das pessoas que estava impressionada com sua riqueza. Se fosse esse o
caso, provavelmente tinha passado. Isobel certamente não se preocupava com dinheiro.
Ela tinha o suficiente para satisfazer as suas necessidades e isso era suficiente.
  – Eu só queria saber se era tão bonita como... – Ela parou imediatamente. Não
achava que ele pudesse estar interessado em sua opinião.
 Mas estava.
  – Tão bonita quanto o que?
  – Como você descreveu para mim. Em uma ocasião, me contou sobre...
Khayarzah muito apaixonadamente. Você disse que a areia era como o ouro e os rios
eram como fios de prata. Certamente você não se lembra.
 Tariq a olhou, como se estivesse tentando se lembrar, mas balançou a cabeça.
  – Não, eu não me lembro, – admitiu. Então, quando ela viu uma loira se dirigir
para eles, e agarrou seu braço. – Por que não refresca minha memória? – Ele
acrescentou e a levou para uma área mais calma.
  Assim aconteceu. Então Tariq explicou que ele estava procurando por um
assistente, alguém que pudesse falar sem que a pessoa se sentisse envergonhada com o
que ele era e o que ele representava. Alguém que pudesse confiar.
  O salário oferecido era impossível de recusar, então Isobel aceitou sem pensar.
Então se deu conta das exigências de Tariq. Ele queria honestidade, mas também
deferência quando lhe convinha. Ele era um homem justo, mas também um xeique
poderoso, por isso às vezes pode ser muito razoável. Ele era muito sexy, algo que todo
mundo estava dizendo a Isobel, mas ela recusou–se a reconhecê-lo. Depois daquela
conversa na biblioteca, ela treinou para provar que era completamente imune a Tariq.
Decidiu que, apesar de considera-la de sua altura, o que não era verdade, não seria tão
tola a ponto de ficar atraída por ele.
  Homens como Tariq causavam problemas para as mulheres como ela,
representava pelo poder exercido sobre elas e não tinham medo de usar. Isobel tinha
visto como as mulheres se apaixonavam por ele e eram descartadas quando Tariq tinha
se cansado delas. Por sua própria experiência de vida, sabia como isso poderia arruinar
uma vida se deixasse que a paixão tomasse conta. Sua mãe tinha lamentado a cair nas
garras de um sedutor como Tariq e disse–lhe muitas vezes como o breve relacionamento
tinha afetado sua vida.
  Então Isobel não tinha vontade de cair nas garras de Tariq. Se tivesse perdido o
seu coração para o sheik, não teria durado cinco minutos, e muito menos de cinco anos,
sob as suas ordens.
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  Finalmente, chegaram em frente a sua casa amada. O sol brilhava suavemente as


flores de março. Isobel adorava esta época do ano, com novos começos e possibilidades
infinitas. Ela abriu a porta do pequeno carro e ouviu o canto dos pássaros.
  Percebendo que Tariq não se movia, se virou para olhar para ele. Os negros
arcos de suas sobrancelhas e toda a face suave eram formidáveis. Nunca antes o tinha
visto dormindo e era como olhar para um homem muito diferente. As linhas duras do
seu rosto criando sombras em sua pele e, por uma vez, seus traços sensuais estavam
relaxados. Mais uma vez, a vulnerabilidade parecia marcar seu rosto e, novamente,
Isobel sentiu uma sensação estranha no coração.
  Ele estava tão quieto... Certamente algo estranho para um homem que nunca
parava. Parecia uma vergonha ter que acordá-lo, mas não tinha escolha. Ela tocou-lhe
suavemente no ombro, mas ele abriu os olhos imediatamente. Quando ele abriu os
olhos, tinha-lhes um olhar de suspeita e alerta.
  Por um momento, Tariq ficou imóvel, tentando lembrar por que estava naquele
carro tão pequeno como Izzy o observando com preocupação em seus olhos âmbar.
 Então, lembrou–se de tudo. Ela se ofereceu para cuidar dele durante essa semana. Não
é o tipo de enfermeira que teria sonhado. Ele apertou os lábios para fazer desaparecer a
sua fantasia de uma mulher com curvas embutida em um uniforme pequeno, apenas,
usando meias pretas por baixo. Isobel não era esse tipo de mulher. Sob as
circunstâncias, não seria o melhor?
  – Nós estamos aqui! – Ela exclamou alegremente, embora seu coração
começasse a bater perceber um olhar perigoso e inexplicável nos olhos de Tariq.
– Bem vindo à minha casa.
 
 
 
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Capítulo 3

  – Tenha cuidado, – Isobel advertiu.


  – Por favor, não me diga o óbvio. – Tariq estalou quando ele abaixou a cabeça
para passar pela porta pequena.
  – Eu só estava tentando ajudar, – protestou quando ele cruzou o limiar.
 Ao entrar no quarto pequeno, ele não estava muito melhor. Logo descobriu que o
número de vigas no teto era um perigo para a saúde.
  – Eu levei uma pancada na cabeça, – ele rosnou. – Por que as vigas são tão
baixas?
  – Porque quando essas casas foram construídas, os homens não tinham mais que
um metro e oitenta de altura!– Respondeu ela.
 Tariq tinha que ser o homem mais ingrato na face da terra. Ela estava fornecendo
moradia e abrigo por uma semana e tudo que conseguia pensar era para protestar.
  Parte de sua exasperação desapareceu quando fechou a porta. Os dois estavam
em uma sala que, até então, sempre pareceu a Isobel um santuário. Nunca mais. De
repente, ele deixou de parecer seguro.
 Ele sentiu o sangue começou fluir muito quente em suas veias. Tariq parecia estar tendo
um estranho efeito sobre seus sentidos. Como se tivesse magicamente reduzido o
tamanho de sua casa ou era o físico impressionante de Tariq que se empenha em fazer
isso?
  Mesmo de calça jeans e um suéter simples, parecia exalar um carisma que
chamava a atenção, mas não podia ser evitado. Calça jeans cingia as coxas e a camisa
sugeria os músculos poderosos que escondia. De alguma forma, fazia com que a casa
parecesse de brinquedo e o resultado parecia frágil. Na verdade, até ela se sentia um
pouco frágil...
  Lembrou-se da maneira como ela se sentia no hospital, quando algo pareceu
despertar dentro dela. Era como se, por um momento, ele havia dado permissão para ver
o que as outras mulheres viram nele e o impacto da imagem a teria chocado
profundamente. No momento, também era algo chocante. Havia algo sobre a atitude de
Tariq tinha acelerado batimento cardíaco e causou uma sensação estranha na barriga.
  Ela engoliu em seco e esperava que a insanidade temporária desaparecesse.
Naquele momento, a última coisa que precisava era reconhecer o carisma de Tariq. Os
playboys arrogantes não eram exatamente o tipo de homem que ela queria. Além disso,
Tariq nunca iria notar uma mulher como ela.
  Ela deu um sorriso rápido.
  – Bem, por que você não se senta enquanto eu vou fazer um chá?
  – Eu não quero chá, mas eu gostaria de parar de passar frio. Este quarto está
completamente congelado. Dê-me algumas madeiras e acenderei o fogo.
 Isobel balançou a cabeça.
  – Eu não acho que você deva acender o fogo. Na verdade, você não deveria fazer
nada, mas descansar. Eu posso gerenciar perfeitamente bem. Você se importaria de
sentar no sofá, relaxar e me deixar cuidar de você?
  Tariq olhou para ela com desaprovação. Seu primeiro instinto foi resistir. Ele não
estava acostumado a uma mulher cuidando dele. A experiência que ele tinha geralmente
envolviam mulheres removendo rapidamente sua roupa e depois ouvi-las gemendo de
prazer quando ele as tocava. Olhos enormes e cheios de preocupação não faziam parte
dessa experiência.
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  – E se eu não fizer?
  – Bem, eu não acho que você está em uma posição de se opor, – respondeu ela.
Ela não se deixaria manipular como certamente fazia com o resto das mulheres.– E, se
fizer, eu acho que eu poderia ameaçar a renunciar.
  –Você não faria isso, Izzy.
  – Não? – respondeu ela. Ela percebeu que Tariq estava muito pálido novamente.
– Quer fazer o favor de se sentar?
  – Às vezes, você pode ser uma megera, certo? – Ele respondeu com um sorriso.
 O fato de que ele aprovava seu comportamento fez Isobel corar de prazer.
  – Se necessário, sim.
  – Tudo bem, você ganha. –Tariq disse que ela sentou -se no sofá. – Melhor,
enfermeira?
 Isobel tentou não rir.
  – Mais ou menos. Você acha que poderia tentar ficar sentado sem se mexer
enquanto eu acendo o fogo?
  – Posso tentar.
Tariq recostou-se nas almofadas, enquanto observava ela começar a acender o fogo. Ela
nunca tinha imaginado que sua assistente pessoal acendesse uma lareira. Na verdade, ele
não tinha parado para pensar em como ela vivia. Ele reprimiu um bocejo e olhou em
volta. O quarto tinha pequenas janelas que permitem a entrada de muita luz e uma
enorme lareira, em que Isobel estava agachada.
  Ele sentiu um desejo que causou uma ereção que eu jamais tinha esperado. Nos
cinco anos em que Isobel tinha trabalhado para ele, não se lembrava de ter notado seu
traseiro, que, aliás, era muito bom. Firme, empinado e muito arredondado. O tipo de
bunda que um homem gostava de apertar com as mãos enquanto...
– O quê? – Isobel perguntou. Ele se virou e estava franzindo a testa.
  – Eu não... Eu não disse nada.
  – Mas você fez um barulho muito estranho. Você está bem? Tem o olhar vítreo.
  – O que te surpreende? Eu tive que suportar seu carro e seu modo de dirigir.
– Tariq respondeu, mudando de assunto e desejando que a ereção desaparecesse.
 Isobel voltou sua atenção para o fogo. Ela tinha um sorriso nos lábios. Se Tariq era
capaz de responder dessa forma, nada de ruim poderia acontecer. Ela esperou até que o
fogo fosse aceso e depois foi para a cozinha para fazer um chá de poejo e hortelã, que
era o favorito de Tariq. Ele levou em uma bandeja, junto com um pote de mel.
 Gostou de ver que ele havia seguido seu conselho. Ele havia retirado os sapatos caros
italianos que ele estava usando e estava deitado no sofá, mesmo que este fosse pequeno
demais para acomodá-lo. Seu cabelo preto estava em uma almofada e as pernas
poderosas descansando contra o sofá de veludo gasto. A imagem era completamente
incongruente. Sheikh Al Hakam, tão masculino, em um ambiente como esse, doméstico.
 Ela serviu o chá e colocou mel. Em seguida, se sentou diante do fogo. Vê-lo ali, em
casa, sentiu-se vulnerável novamente, desta vez acompanhada por um formigamento
nos seios.
 Ela engoliu em seco.
  – Como você está?
  – Será que você vai parar de falar como se fosse inválido?
  – Mas é exatamente o que você é, Tariq. Se não, você não estaria aqui, certo? Eu
só quero que se acalme. Eu não estou pedindo para você me contar os segredos do seu
coração. Só para responder a minha pergunta.
 Tariq se lembrou do que Isobel tinha feito no dia anterior, quando foi ainda no início da
manhã para o hospital, sem pensar por um momento. Izzy estava sempre lá quando
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precisava dela. O mais estranho de tudo era que, apesar da dor de cabeça, senti muito
relaxado quando, normalmente, sempre estava inquieto, alerta, em guarda. Seu sangue
real fazia dele um alvo para todos os tipos de pessoas interessadas em mobilidade
ascendente. Além disso, desde que seu irmão inesperadamente subiu ao trono, a
situação piorou. Ele estava aos olhos do público. No entanto, nesse momento, sentia
uma calma que era completamente estranha. Pela primeira vez em sua vida, ele estava
sozinho com uma mulher que não estava disposta a tirar a roupa...
  – Tenho um pouco de dor de cabeça, mas fora isso, eu me sinto bem.
  – Estou contente, – ela respondeu.
 O brilho nos olhos de Tariq estava fazendo ela se sentir desconfortável. Ela queria que
ele parasse de olha-la essa forma.
 Tariq tomou o chá e notou que ela tinha tensão em seus ombros. Ele se perguntou se ela
estava se sentindo a poderosa atração sexual que estava crescendo entre eles.
 Com um pouco de esforço, afastou o pensamento e procurou refúgio convencional.
  – Eu não sabia que você tinha esta casa. Eu pensei que você vivesse na cidade.
  – É claro que eu vivo na cidade. Essa casa eu tenho para ficar nos fins de semana,
que é realmente um luxo. Devo vende-la e comprar algo um pouco maior do que a caixa
de sapatos que eu moro em Londres agora, mas eu não posso. Minha mãe trabalhou
duro por esta casa. Ela não pagava aluguel na escola e quando se aposentou, veio aqui.
Ela morreu há seis anos e me deixou.
  – E o seu pai?
  – O que tem ele?– Ela estalou defensivamente.
  –Você nunca fala sobre isso.
  –Porque você nunca me perguntou.
  –Você tem razão. Não perguntei,– ele admitiu. Ele não se importava de saber
muito sobre a vida privada de seus empregados. Quanto menos soubesse menos seriam
as complicações. No entanto, a situação era muito diferente e poderia quebrar algumas
regras.– Mas agora eu quero saber.
 Isobel o olhou com curiosidade. Ela não gostava de falar sobre sua vida privada para
não julgá-la ou tivessem pena. Ela se perguntou se Tariq ficaria chocado ao saber que
era ilegítima.
 Ela deu de ombros como se o que estivesse prestes a dizer não importasse.
  – Eu não conheci meu pai.
  – O que você quer dizer com isso?
  – Bem, é isso, não sei quem ele é. Para mim, ele era apenas um homem com
quem minha mãe teve um relacionamento. Descobriu na época que era casado com
outra mulher.
  – O que aconteceu?
– Ele não queria saber nada sobre um bebê,– ela respondeu lentamente. Ele disse
que não queria nada. Minha mãe pensou que foi o choque da notícia que o fez falar
assim e deu –lhe alguns dias para pensar sobre isso. Quando tentou entrar
novamente em contato com ele, ele se foi.
  – Onde?
  – Eu nunca soube. Evaporou -se. Tem sido assim a 25 anos, mas então o mundo
era um lugar completamente diferente. Não havia computadores que poderiam ser
usados ​para tentar encontrar pessoas, ou Facebook ou celular. Um homem poderia
desaparecer da face da Terra sem deixar rastro.
  – E você jamais o viu?
  – Não. Nem sequer uma vez. Ele nem sabe que eu existo.
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 Tariq estava em silêncio. Ele ficou tenso por um momento. Ele se identificou
plenamente com Isobel. Um tópico que era dolorosamente familiar. A criança que tinha
sido mandado embora de casa para apoiar um sistema rígido em que seu sangue real o
fazia a vítima de inveja. Como ela, ele nunca tinha conhecido o que era para ser parte de
uma família normal.
  – Que história, – disse ela.
  – É como é. Algumas pessoas têm de se contentar com algo muito pior. Minha
infância foi confortável e segura. Você não pode destruir algo assim. Bem, gostaria de
mais chá antes que esfrie?
 Tariq sabia que Isobel queria mudar de assunto e, de repente, sentiu -se aliviado. Ele
não queria reviver memórias que não eram boas para ninguém. Havia certas situações
que era melhor não reviver.
  – Não, obrigado. Mostre-me um banheiro que eu possa usar.
  – Bem..., – disse Isabel. Na realidade, há apenas um banheiro. Receio que vamos
ter que compartilhá-lo.
  – Compartilhe isso?– Ele repetiu.
 Isobel observou a descrença de que ele havia desenhado no olhar. Tariq era um
príncipe. Ele não estava acostumado a partilha. No entanto, isso podia ser útil para ver
como a outra metade vivia no mundo, ver outros lugares que não fossem as coberturas
de luxo e palácios em que ele vivia.
  – Esta casa é muito humilde, mas confortável, – ela respondeu com orgulho. Eu
nunca tive dinheiro ou a necessidade de incorporar um banheiro em cada quarto, então
eu tenho medo que você vai ter que se acostumar. Quer que mostre onde você vai
dormir?
  Tariq sorriu levemente. Era a primeira vez que uma mulher fez essa pergunta
sem envolvimento sexual. Ele balançou a cabeça e levantou-se do sofá para ir para o
corredor e acompanhar Isobel por uma escada velha de madeira. O problema era que
seus movimentos ressaltavam ainda mais sua bunda. Como ele poderia ter sido tão cego
para não perceber sua bunda antes? Ele olhou para baixo. Nem tinha notado que suas
pernas eram muito boas. Seus tornozelos delgados o suficiente para que ele pegar com
o polegar e o indicador...
  – Este é o banheiro,– ela disse. – A porta seguinte é o seu quarto.
 Tariq abriu a porta e entrou no quarto e olhou em volta. Ele estava feliz por ser capaz
de se distrair com outros pensamentos que não fossem de natureza erótica.
 Ele nunca tinha visto um quarto assim. A cabeceira de ferro modesta adornava uma
cama coberta com um manto de flores. Sobre os travesseiros, havia um esfarrapado urso
de pelúcia. Em um canto estava uma cômoda velha e um closet. Não havia mais nada.
 No entanto, quando Tariq inclinou-se para fora da janela e viu que a vista era incrível.
Uma paisagem maravilhosa, com uma trilha que se estendia até o horizonte forrado por
uma sebe espessa. Não havia nenhum som. Nenhum carro ou avião, até mesmo o
telefone de alguém.
Envolta no silêncio absoluto tudo lhe deu uma estranha sensação de paz. Isso o
fez suspirar. Quando ele se virou um pouco, descobriu que Izzy estava na janela ao lado
dele. Estava olhando com os olhos bem abertos. Tinha a incerteza desenhada em seus
olhos.
  – Você acha que vai ficar confortável aqui?– perguntou a ele.
 Tariq olhou e viu que ela estava mordendo o lábio inferior. Ele viu a ponta da língua
molhada acariciando as marcas que os dentes haviam deixado. Isobel cerrou olhos
semicerrados pela luz do sol, iluminando seu lindo cabelo vermelho. Como ele não
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

tinha notado a cor maravilhosa do seu cabelo? Descobriu tudo isso, em conjunto com a
proximidade daquele corpo tão sensual, levando um poderoso impulso a vir sobre ele.
 Ele esqueceu que estava diante de Isobel, a assexuada assistente de confiança que
organizava sua vida.
 Esqueceu-se de tudo, exceto o desejo que ardia em sua virilha e que estava insistente e
difícil de ignorar. Ele queria beijá-la. Cobrir os lábios com o seu apetite. Cobrir com as
mãos com sua bunda deliciosa e descobrir se a calcinha era de renda ou algodão. E
então...
  Ele sentiu o desejo o tomar conta dele rapidamente enquanto sua fantasia
ganhava vida própria.
 Seu pulso acelerou. Por um momento, ele quase se deixou ir...
 No entanto, Tariq orgulhava-se de sua força de vontade e formidável capacidade de
evitar a tentação. A verdade era que nenhuma mulher no mundo era insubstituível. Do
que serviria seduzir Isobel quando as consequências da sedução poderiam ser muito
negativas? Ela certamente iria se apaixonar por ele e quando ele terminasse com ela, o
que aconteceria? Ele não podia correr esse risco. Isobel era mais valiosa para ele como
um assistente pessoal do que como amante temporária.
  – Eu acho que é perfeitamente adequado para as minhas necessidades, –
respondeu ao perceber que Isobel ainda estava aguardando uma resposta.
 Isobel assentiu. Na verdade, não foi uma resposta muito entusiasta, mas não importava.
Ele sentiu–se muito desorientado. Teria imaginado a sensação quase elétrica saltando
entre eles, uma sensação que tinha despertado em Tariq o desejo de querer toma-la nos
braços e beijá-la?

  A apreensão tomou conta dela. Tentou dizer que não era atraente para Tariq.
Assim era. Seu medo inato do tipo de homem a qual Tariq pertencia até então a tinha
protegido seu carisma inegável.
  O que aconteceu então? Por que estava vulnerável? Era porque eles estavam em
casa, no seu território, em vez de no de Tariq, por que se sentia dessa forma, ou porque
tinha contado a ele partes de sua vida que sempre manteve escondida?
  De repente, ela estava bem ciente de sua proximidade. Cada centímetro de pele
de Tariq a perturbava, fazendo mil perguntas. Como você se sentiria se ele a abraçasse,
se a pressionasse contra seu corpo poderoso, acariciando seus seios?
 Consciente de que estava corando, ela olhou para cima.
  – Há... há alguma coisa que você precise?
 Tariq se perguntou o que ela faria se ele respondeu francamente. Percebendo que ela
tinha corado, sorriu. Ficaria chocada se lhe dissesse que gostaria de coloca-la de
joelhos, com seu pênis em sua boca e começou a estimulá-lo ou simplesmente
obedecesse às suas ordens com a mesma eficácia que mostrava no trabalho? Ele não
podia deixar de se perguntar se ela iria engolir...
  O desejo disparou, o frustrando ainda mais. Ele precisava que ela saísse dali.
Imediatamente. Antes que ele dissesse ou fizesse algo que pudesse se arrepender mais
tarde.
  – Deixe-me agora, Izzy. – ordenou. A menos que você esteja planejando para
ficar comigo enquanto eu tomo banho...
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

Capítulo 4
 

De alguma forma, Isobel conseguiu recuperar a compostura até que conseguiu


fechar a porta do quarto. Então, ela desceu as escadas correndo e não parou até chegar à
cozinha. Lá, ela encostou-se um dos armários e apertou os olhos com força para evitar
pensar no poderoso corpo do Sheikh em seu banheiro velho. Seu coração começou a
bater quando a imaginação que não sabia ter começou a perturbar com imagens nítidas.
 Pensou em Tariq completamente nu, com gotas de água reluzindo sobre a pele. Pensou
em Tariq se secando e passando uma toalha em volta do corpo.
  Ela se esforçou e balançou a cabeça. As fantasias eróticas sobre Tariq causariam
mais problemas, como confessar seus segredos. Ela se perguntou por que havia falado
de seu pai.
  Sabia que tinha que voltar a ser ela mesma. Afinal, tinha sido ela a ter convidado
Tariq a sua casa e ele estaria por lá em alguns dias, se ela gostasse ou não. Só porque os
seus sentimentos em relação a ele pareciam ter mudado, não importava. Só tinha que se
preocupar com o que não fosse notado.
  Tariq não era ingênuo. Como em causa o sexo oposto, era um mestre da
experiência. Se ela não tivesse cuidado, ele começaria a perceber o que estava
acontecendo. Ela precisava de um plano. Algo que o impediria de dominar sua mente
com esses pensamentos sugestivos.
 Abriu a porta do congelador, olhou para dentro e começou a elaborar um plano
que poderia ajuda-la a passar os seus dias restantes. Ela teria certeza de que ele tinha
muitas coisas para lidar. Ser mostrado tão eficaz como ela estava no trabalho. Talvez se
livrasse dessa loucura inesperada.
  Infelizmente, foi mais fácil de dizer do que fazer. Quando Tariq desceu para a
cozinha, ela estava ocupada a preparando todos os ingredientes para um risoto, mas
cometeu o erro de levantar a cabeça para olhar para ele. Ela estava hipnotizada pela
imagem de sua cabeça recém-saída do banho. Seu cabelo estava molhado e bagunçado.
  – Você está bem? – ele perguntou.
  – Não se incomodou em me dizer que você não tem chuveiro.
  – Eu percebi o que você descobriria em breve.
  – Correto. É o mais antigo banho que eu tenho usado por anos... e que a água
estava quente.
  – Não dizem que banhos quentes são mais saudáveis?
  – Sim? Onde está a televisão?
– Eu não tenho.
  – O que você não tem TV?
  – Bem, não obrigatório, você sabe? Mas tem um monte de livros. Você pode ler o
que você quiser.
 Com um suspiro impaciente, Tariq foi até a prateleira que ocupava uma parede inteira
da sala. Tudo o que ele lia era jornais econômicos, contratos ou negócios relacionados.
Às vezes, revistas de carros lhe chamava a atenção. Mas ele nunca lia livros. Nem tinha
o tempo ou inclinação para se perder no mundo dos livros. Os livros faziam sentir e
tudo o que ele queria sentir no momento era o tentador corpo cheio de curvas de Izzy.
 Má ideia. E ele precisava de algo para ocupar seus pensamentos para não pensar, por
exemplo, na roupa intima que ela estava usando. No final, ele se forçou a ler um
romance policial. O argumento acabou por absorvê-lo quanto à voz de Izzy o assustou.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Mmm? – ele sussurrou enquanto pensava sobre a aparência deliciosa de seus


lábios.
  – O jantar está pronto.
 Para sua surpresa, Tariq descobriu que estava com muita fome e gostou mais do que
esperava do jantar. Então Izzy acrescentou mais lenha ao fogo e os dois se sentaram em
um silêncio sociável envolvidos na leitura.
 Para Tariq, os dias após o acidente foram únicos. Ele sempre viveu em um mundo de
palácios e privilégios. E no momento, foi catapultado para a existência ainda mais
estranha.
  Ele passava as noites sozinho em uma cama um pouco desconfortável, mas
conseguiu dormir ate tarde, coisa que raramente acontecia com ele. Como não havia
chuveiro, passou muito tempo na banheira, sonhando acordado e ouvindo os pássaros
cantando do lado de fora da janela. Quando finalmente desceu para a cozinha, Isobel já
tinha preparado café da manhã.
 Pela primeira vez, ele estava relaxado, apesar de Izzy estivesse tão ocupado que parecia
nunca parar. Ela estava sempre fazendo alguma coisa, cozinhando, limpando ou
cuidando de e–mails que foram enviados para o escritório.
  – Por que você não relaxa um pouco? – ele perguntou certa manhã quando ele
ergueu os olhos do livro para ver que ela estava limpando a cozinha.
 Isobel afastou uma mecha de cabelo da testa com o pulso. Ela não poderia dizer–lhe
que se mantinha ocupada para não pensar como ele era bonito e porque temia que, se ela
parasse talvez não se colocasse novamente em operação.
  As noites não eram muito melhores. Como eles poderiam ser que quando Tariq
estava deitado em sua cama, do outro lado da parede? Além disso, já tinha
experimentado a situação irritante de ver Tariq saindo do banheiro com apenas uma
toalha pequena em torno dos quadris.
 Seu torso estava coberto com minúsculas gotas. Isobel suspirou quando considerava o
físico perfeito. Ela estava prestes a sugerir que coloque uma toalha mais, mas não se
atreveu.
– Bom dia...
  Ela só disse essas duas palavras e saiu precipitadamente e Tariq não pode ver o
desejo que tinha corado suas bochechas.
  Praticamente durante a noite, a neutralidade fria que sentia em relação a seu
chefe tinha sido substituído por novas sensações e assustadoras. Quando o encarava,
quase se desfalecia, mesmo quando se rebelava contra os novos sentimentos. Por que
não mostrava desejo ardente por outros homens, com o tipo de homens que costumava
sair e, infelizmente, deixava-a completamente fria? Por que tinha que ser ele?
  – Izzy, por que você não se senta e relaxa um pouco?
  – Eu prefiro estar trabalhando,– ela respondeu. Voltamos amanhã para Londres.
  – Sério?– ele perguntou quando fechou o livro. Já passou uma semana?
  – Bem, na verdade, cinco dias, mas você parece estar muito melhor.
  – Eu me sinto melhor,– ele reconheceu.
 Ele não se sentia bem há anos. Era como se todos os seus sentidos tivessem sido
refinados e atentos. Estava ansioso para voltar a Londres para testá-los. No entanto,
passou muito inquieto sua última noite na casa de Izzy. Inexplicavelmente, doía–lhe não
dormir naquela velha cama. Ele estava acordado, imaginando se ele tinha imaginado os
sons que ele pensou ter ouvido no quarto de Izzy, se virando na cama. Talvez ele
estivesse imaginado, mas sua reação a ela era muito real.
 Ele ficou de bruços e sentiu sua ereção pressionada contra o colchão. Isso já havia
acontecido isso ao longo de toda a semana e tinha sido um inferno. Noite após noite, ele
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imaginou separando as coxas pálidas de Izzy e afundando em seu calor delicioso e


úmido. Ele estava a tantos dias sem prazer físico que tornou-se obcecado pela única
mulher que tinha. Que outra explicação poderia haver para o desejo inexplicável que
estava passando?
  Certamente precisava de um amante. Quando chegasse a Londres, faria algo
sobre isso. Talvez entrasse em contato com a bela modelo sueco que tinha se insinuando
tão descaradamente...
 Resistiu à necessidade de se satisfazer e bocejou enquanto revisava a lista de possíveis
candidatas. No entanto, o sono lhe escapava. Quando o dia começou a amanhecer,
rendeu-se. Ele colocou um par de jeans e desceu. Preparou um café forte e depois de
toma-lo, sentou-se para terminar seu livro.
Ali foi onde Isobel o encontrou duas horas mais tarde. Deitado no sofá, com o
livro aberto sobre o peito. Ela se aproximou dele para verificar se estava dormindo.
Sabia que iria perder tudo. Apesar da tensão que a fez quere-lo tão desesperadamente
tinha gostado de estar com seu chefe. Não se importava que a intimidade criada entre
eles tivesse sido artificial. Ela tinha conseguido ver o outro lado dele, mais humano, e
não podia deixar de imaginar o que iria acontecer quando eles voltaram a trabalhar.
 Sentiu certo orgulho na melhoria que tinha experimentado. Na verdade, ele
parecia estar melhor do que antes, mais relaxado e menos tenso. Infelizmente, a maneira
como o coração estava batendo a fez perceber que os sentimentos que tinha por ele não
haviam desaparecido. Algo havia mudado ou talvez os sentimentos tivessem estado
sempre presente, mesmo nas profundezas do seu ser. Talvez fossem as brasas da atração
que ela sentia por ele em seus dias na escola e esteve adormecida em vez de ir para
baixo. Infelizmente, era assim, não sabia o que ia fazer.
 Seguiu olhando. Ele desejava tocá-lo, até mesmo de forma inocente, que era tudo o que
sabia. Um tufo de cabelo preto espesso tinha sido enrolado sobre a testa e teve que
resistir à tentação de afasta-lo com os dedos.
 De repente, ele abriu os olhos. Sem aviso, estendeu a mão e a pegou em torno da
cintura para fazê-lo cair em seu peito nu com um movimento fluido.
  – Tariq!– Exclamou ela quando os corpos estabeleceram contato inesperado.
  – Izzy.– ele rosnou.
  De repente, parecia que todas as fantasias que tinha imaginado naqueles dias
tinha se tornado realidade. Izzy, os cabelos soltos e caídos nos ombros. Izzy, vestindo
um pijama ridículo. Izzy, quente e com cheiro de pasta de dente, como se implorando
para ser beijada. Emaranhou os cachos entre seus dedos e se juntou a seus lábios nos
dela.
  – Oh!– ela exclamou surpresa, mas essa monossílaba foi afogada pelo beijo de
Tariq.
  Ela sabia que deveria impedi-lo, mas ele não o fez. De repente, não importava
que Tariq fosse a pior pessoa possível para ela deixa-lo fazer amor. O seu corpo estava
em chamas. Ela queria Tariq. Ela queria que ele a beijasse. Queria-o suficiente para dar
as costas a convicções que tinha durante toda uma vida e saciar esse desejo com fervor
ganancioso.
  Ela ouviu o gemido que exalou quando Tariq aprofundou o beijo. Um profundo
calor incendiou todo o corpo. Tão freneticamente começou a acariciar seu torso,
gemendo contra sua boca quando ele começou a acariciar o seio, deslizando os dedos
para dentro e agarrando-o como um predador. Tariq encontrou o mamilo e começou
aperta-lo entre os dedos até que ela gemeu de prazer e se contorcia com alegria de sentir
o flagrante desejo de Tariq elevando-se contra sua barriga.
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 Tariq também gemeu. Isobel ficou maravilhada. Foi porque ele surgiu de forma
inesperada ou porque era uma novidade que a última pessoa no mundo com que ela se
imaginava naquela situação estava respondendo com tanta paixão? Era muito sexy.
  Beijou-a até que ela estivesse quase sem ar nos pulmões, até que se tornou
evidente que o pequeno sofá era muito inadequado para duas pessoas que estavam
explorando seus corpos pela primeira vez.
 Tariq afastou os lábios dos dela e empurrou os dois para o chão. Olhando os cabelos de
Izzy esticando através do chão como chamas de fogo. Seus olhos eram como os de uma
tigresa ardente.
  – Você está confortável?
 Isobel olhou para ele e perguntou por que ela não estava mais tímida.
  – Por mais estranho que possa parecer, sim.
  – Eu também. Muito confortável. Talvez eu possa ajuda-la a ficar ainda mais
confortável, Anisah Bahiya. – sussurrou.
 Ele abriu seu roupão e começou a desabotoar o pijama expondo ambos os seios, que se
insinuaram como se, se oferecessem. Incapaz de resistir, Tariq inclinou-se e começou a
lamber um deles. Ele deslizou a língua sobre o mamilo tenso e sentiu que ela sussurrou
seu nome.
  – Eu nunca seduzi uma mulher de pijama, – disse.
  – Então... você quer me seduzir?
  – E você? Que a tenho assim, porque eu quero falar com você sobre a minha
agenda para a próxima semana?
 Isobel não queria pensar. Se ela o fizesse, iria perceber que o que eles estavam fazendo
era uma loucura. Lembrara-se ia dos seus princípios e escolheria os homens mais
sensatos, que estava longe dele e correria para seu quarto para fugir da tentação.
 Ela sentiu os dentes contra seu mamilo e fechou os olhos. Melhor deixar acontecer.
Permitir que esses sentimentos maravilhosos aproveitando enchendo-se com um forte
desejo que rapidamente estava fora de seu controle.
  Ela sentiu que estava começando a deslizar a mão sob o pijama. Ela engasgou
quando sentiu Tariq acariciando sua barriga e acariciar o cabelo que havia além. Ela
continuou segurando a respiração ao notar que ele começou a acariciar a pele sensível
da parte interna da coxa e, em seguida, prendeu a respiração quando sentiu dedos Tariq
deslizarem sobre sua umidade quente.
  –Você está muito molhada...
  – De... verdade?
  –Sim...
 Tariq começou a beijá-la novamente, concentrando sua atenção no centro de seu desejo.
Ele não estava surpreso que ela imediatamente se rendeu. Ele era capaz de reduzir uma
mulher imediatamente. No entanto, a espontaneidade total do que eles estavam fazendo
o fez tenso por um momento. E esse momento foi o suficiente para fazê-la lembrar de
algo muito importante.
 Ele ficou perfeitamente imóvel e olhou para sua mão.
  – Eu não tenho nenhum preservativo. – rosnou.
 Isobel sentiu insegurança. Devia dizer–lhe? Claro que você deve dizer a ele. Eles
estavam prestes a fazer amor. Não era hora de se mostrar tímida.
  – Na verdade, eu estou...– ela sussurrou. Ela desejava que tocasse novamente.
– Estou tomando pílula.
  – Está tomando pílula?
 Isobel notou uma reprovação imediata em sua voz.
  – Muitas mulheres tomam.
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  – Sim, acho que sim...


 De repente, Isobel sentiu indignação tomar conta dela.
  – Suponho que você acredita que o tipo de mulher que se cuida contracepção seja
uma mulher fácil, certo?
  – Bem, você tem que admitir que envolva um grau de acessibilidade.
  – Eu asseguro que você está errado, – ela disse Tariq, muito indignada. –
Eu nunca estive com um homem antes.
  – O que diabos você está falando? – ele perguntou muito confuso.
  – Eu tenho pílula prescrita, porque eu tenho um período muito pesado. Essa é a
única razão. Eu... eu nunca tive um motivo para usa-la.
  – Você está tentando me dizer que você...?
  –Sim. Eu sou virgem,– respondeu ela. Então, novamente cruzou os braços ao
redor do pescoço de Tariq e ofereceu-lhe o rosto. – Beije-me novamente...
  Como ele poderia recusar? Tariq voltou a saborear esses lábios deliciosos e
sentiu o desejo se apoderou dele. Os seios de Isobel pressionados contra seu peito nu.
Incapaz de resistir, ele novamente colocou a mão sob seu pijama e ouviu gemidos de
antecedência. Eu estava prestes a tirar suas calças quando se lembrou do que Isobel
havia confessado. Ela era virgem! No entanto, o mais importante de tudo era que Isobel
era sua assistente pessoal.
  – Não!– ele exclamou enquanto se afastou dela. – Eu não vou fazer isso!
  – O que não vai fazer?
  – Roubar sua inocência.
  – Por que não?
  – Você está louca? Porque a pureza de uma mulher é o seu maior dom, um dom
que não pode ser recuperado. Portanto, você deve guarda-lo para o homem que vai lhe
dar mais do que posso dar a você, Izzy. Não o desperdice com alguém como eu.
 Por um momento, Tariq segurou seu queixo e olhou com tristeza, Isobel sentiu um
profundo sentimento de rejeição. Ela afastou o rosto para impedi-lo de continuar
segurando.
  – Nesse caso, você se importaria de mim e deixe-me levantar? – ela estalou.
 Tariq fez o que ela pediu. Ele não podia deixar de sentir admiração pela forma como ela
ficou de pé, arrumando o pijama com sua fúria. Paixão sempre alterava uma mulher,
mas no caso de Izzy tinha virtualmente transformado. Por um momento, sentiu um
profundo pesar e frustração, mas imediatamente se rearmou para não sentir e virou as
costas para ela.
  Com os dedos trêmulos, Isobel começou a abotoar o pijama. Ela tinha cometido
um grande erro. Tinha deixado Tariq ver o quanto ela o queria e se sentia muito triste
por ter estado disposta a perder a virgindade com alguém como ele.
 Ela viu quando ele ajustou as calças e não pode deixar de pensar que algo maravilhoso
havia se perdido. Infelizmente, perderia seu trabalho e nem sequer teria a compensação
tê-lo conhecido como amante. No entanto, tinha certeza que era muito melhor enfrentar
as consequências do seu comportamento que esperar que ele o fizesse.
  – Você quer que me demita?
 Tariq virou-se para encará-la. Ele sabia que se ele não saísse de lá rapidamente, iria
engolir todas as palavras que ele tinha dito e possui-la ali.
  – Na verdade, isso é exatamente o que eu não quero. É uma das razões pelas
quais eu me afastei. Eu valorizo ​muito você para querer perde-la, Izzy.
  – Isso é verdade? – perguntou ela, incapaz de acreditar no seu elogio. Em cinco
anos, Tariq não tinha dito nada remotamente parecido.
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  – Claro que sim. Esta semana tem me mostrado o quanto. Eu tenho muito a
agradecer. Você é uma empregada trabalhadora e leal e eu dependo muito de você.
Acredite em mim, me custaria muito ter que substituí-la.
 Isobel manteve o rosto impassível apesar de algo tivesse acabado de morrer dentro
dela.
  – Eu entendo.
  – Só porque isso só aconteceu, eu não vejo necessidade de mudar nada.
  – Então, você está sugerindo que esquecer o que aconteceu e que nós
continuemos como antes?
  – Em teoria, sim. Acha que pode?
 Isobel tinha estado a ponto de dizer que não havia como voltar atrás, mas essa pergunta
era tão condescendente.
  – Eu não acho que há qualquer problema, – ela respondeu. – E você?
 Tariq estreitou os olhos. Isobel estaria insinuando que era irresistível e que, portanto,
não iria coloca-lo à prova quando eles estivessem no trabalho? Ele sorriu. Quando
Isobel estivesse novamente em seu ambiente habitual, com os cabelos puxados e roupas
discretas, aquele inexplicável desejo não se repetiria.
  – Se eu fosse você, não teria em alta estima seus atrativos. – respondeu
friamente. – Seria um grave erro. Eu posso resistir a você quando eu quiser.
 
 
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Capítulo 5

  Como ele poderia ter sido tão estúpido?


 Tariq observou o céu através da janela de seu escritório de Londres, que dava uma vista
espetacular. As estrelas brilhavam no céu e a distância, podia ver a cúpula elegante da
Catedral de Sant. Paul.
  Ele devia se sentir de volta ao topo do mundo. O médico tinha dado alta
definitiva, o carro dele estava prestes a sair da loja e a aquisição da Equipe da Primeira
Liga parecia quase fechada. Além disso, as empresas estavam crescendo.
 Ele afastou-se da magnífica vista e tentou descobrir o que estava errado. Ele se
perguntou por que o descontentamento não o deixava e se esforçou para aliviá-lo.
  Ele suspirou. Conhecia bem a causa de sua irritação, mas ficou um pouco
relutante em admitir isso.
 Izzy.
  Seu salvador e algoz. Seu assistente eficiente, com todas as suas qualidades
contraditórias, que, contra todas as probabilidades, conseguiu aproveitar a sua
imaginação.
 Ele foi um arrogante ao pensar que o desejo que sentia por ela se dissolveria ao voltar
para o trabalho. Tinha decidido que o acidente o havia enfraquecido em todos os
sentidos, mentalmente, fisicamente e emocionalmente. Portanto, em sua opinião, tinha
sido tão suscetível a uma mulher que ele nunca tinha achado atraente. Louco, sim, mas
uma loucura temporária.
  Ele estava errado.
  Ele tinha sido incapaz de parar de fantasiar sobre ela, mesmo depois de voltar a
trabalhar. Ficava lembrando-do momento em que ambos estavam deitados no chão
sobre a... Se o senso comum não o tivesse pressionado a parar, seria...
  Havia apenas muito sexo frustrado obcecando ele, mas só de saber que ela era
virgem. Eu nunca tinha conhecido um homem, mas que ele a queria. Além disso, o fato
de que Izzy trabalhava para não refrescava o seu desejo, mas o excitava ainda mais. Era
a primeira vez que provava algo proibido. E, para um homem como ele, havia muito
poucas coisas proibidas na vida.
  Seus pensamentos foram interrompidos quando Izzy entrou no escritório com
uma xícara de café. Ela deixou em cima da mesa com um sorriso, que não foi marcado
por desejo ou por uma frustração semelhante a ele como teria gostado de ver, mas um
sorriso alegre como o do fim de semana. Era como se ela tivesse esquecido tudo sobre
os momentos apaixonados que tinham compartilhado na casa.
  – Você não vai se trocar? – perguntou ela.
  – Me trocar? O que há de errado com a forma como me visto?
 Isobel percebeu que Tariq estava muito tenso, ainda mais do que tinha estado a semana
toda. Ela também estava, mas estava determinada a não mostrar isso. A rejeição de
Tariq tinha quebrado o seu orgulho e estava determinada a salvar o que restava e manter
a compostura.
  – Você não se lembra de que você tem uma festa na embaixada Maraban às sete?
Normalmente, você coloca algo escuro e elegante, em vez de...– De repente, Isobel não
pode continuar. A presença física de Tariq a parou. Por que ele tinha de olhar para o seu
corpo tão vigorosamente quanto a tinha evitado toda semana?
  – Em vez de quê? – Ele insistiu. Não tinha passado despercebido a mudança de
atitude de Isobel.
– Em vez de...
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Naquele momento, percebeu que Tariq tinha tirado a gravata durante a tarde.
Também tinha desabotoado os dois primeiros botões da camisa dele e torso parecia mais
do que o habitual. Ela lembrou o toque macio e quente de sua pele quando o acariciou
no chão de sua casa...
  – Você tem de se concentrar no trabalho. Não é suposto estar atrás dele...
  – É um evento formal, certo?
 Tariq saboreou um breve momento de triunfo ao ver os olhos de Izzy escurecerem. Não
era completamente imune a ele, apesar da forma como eles estavam agindo durante toda
a semana. Ao retornar ao seu trabalho, voltou a tratar Tariq da mesma forma que tinha
feito ao longo de sua vida, como se o fato de que ele estava prestes a seduzi-la
deixasse-a completamente fria. Isso era verdade ou estava fingindo? Ele tinha certeza de
que havia mais.
 Ele olhou para ela, perguntando se ela tinha escolhido deliberadamente colocar a roupa
mais feia de seu guarda-roupa. Apesar das roupas pouco atraentes, Tariq não conseguia
parar de pensar naqueles seios rosa que se encontrou sob a insípida armadura.
  – Sim, é um evento formal. E, para ser honesto, eu não quero ir.
  –Você tem que, Tariq.
  – Isso é uma ordem?
  – Não. Claro que não.
  – Por que eu tenho que ir? Ele perguntou suavemente quando ele se aproximou
de Isobel.
  – Bem, os dois países são vizinhos e você acaba de assinar um acordo comercial
importante. Não ficaria bem que ria você não...
  – Que eu não o que?
 Tariq se aproximou dela. O instinto de Isobel a impeliu a dar um passo atrás, mas ela
não podia escapar. Ele logo a colocou contra a parede do escritório enorme. Isobel
levantou o rosto para olhar para ele. Tariq estava quebrando o acordo que tinham feito.
  – Tariq! O que você acha que está fazendo?
 Ele colocou a mão contra a parede e inclinou-se para olhar em seus olhos.
  – Eu estou querendo saber por que você está tentando me dar lição de protocolo
que não quero ou precise, mas, principalmente, eu estou querendo saber se você está se
sentindo tão frustrada como eu estou.
 Isobel decidiu que nenhuma mulher queria se sentir como uma coceira para arranhar
um homem ansioso para se livrar-se dela. Repetiu uma e outra vez que nada de bom
viria de um relacionamento com Tariq. Ela sabia como ele se comportava com as
mulheres. Somente alguém que fosse completamente insano estaria exposta a tal
sofrimento.
  – Não se supunha que não devemos estar a falando sobre isso?
  – Não? E quem disse isso?
  – Você disse isso! E eu também! Concordamos com isso em minha casa. Nós
dois concordamos que isso foi um erro. Nós devemos continuar como de costume e
esquecer o que aconteceu.
  – Talvez, mas o problema é que...– ele sussurrou aproximando-se dela.– O
problema é que ele está me custando esquecer o que aconteceu. Na verdade, eu estou
achando impossível. Eu fico pensando sobre como eu me sentiria tendo você em meus
braços. Como seu cabelo é bonito quando você o deixa solto. Eu fico me lembrando de
como era a beijar e sentir de seus seios quando eu estava...
  –Tariq... – ela sussurrou. As palavras que ele tinha acabado proferidas tinha dado
vida ao seu corpo imediatamente. – Você é o único que parou tudo, lembra?
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  – E eu fiz isso porque você é virgem! Eu decidi que eu não tinha direito de
roubar sua inocência. Eu decidi que merecia um homem que te adore mais do que eu
poderia fazer.
  – Bem, eu não acho que essa parte mudou muito. Do tempo que passou, eu não
corri para dormir com outro homem. Eu ainda sou virgem, Tariq.
  – Eu sei disso. E eu ainda acho que eu não deveria fazer isso...
  – Então por que estamos falando sobre isso?
  – Porque resistir a você está me custando mais do que eu imaginava,– admitiu
Tariq.
  Isobel olhou. O desejo doce e terrível tinha começado tudo de novo.
  – E o que eu acho?– perguntou ela.– E se eu, também, estiver com mais
dificuldade do que tinha previsto resistir a você?
  Tariq continuava a lutar contra a sua consciência, mas desta vez foi ainda mais
difícil porque ele percebeu que Izzy era única. Uma mulher inocente que fica cara a cara
com suas necessidades. Uma mulher que não brinca com seus sentimentos. Ele levantou
a mão e começou a acariciar suavemente os lábios.
  –Você sabe que não posso oferecer nada na área de compromisso, certo? Que
isso não vai ser nada em longo prazo. Três semanas é o intervalo de tempo máximo com
uma mulher. Você sabe melhor do que ninguém, Izzy.
  Isobel tinha ouvido o aviso, mas também queria Tariq demasiadamente para
prestar atenção.
  – Você acha que todas as virgens aguardam o casamento do primeiro homem
com quem fazem amor? Bem vindo ao século XXI! Não posso fazer algo só porque eu
quero, como sempre parece com você?
  Tariq sentiu sua própria força diminuindo. Ninguém poderia culpa-lo. Ele tinha
tentado. Izzy parecia que estava determinada a enfrenta-lo. Talvez fosse essa a única
maneira de evitar que os dois estivessem tensos com o outro todos os dias, dominado
pelo desejo e frustração. Além disso, queria fazer amor com Isobel a um nível muito
primitivo. Era algo que ele nunca tinha feito com outra mulher.
  – Eu acho que você está absolutamente certa...
 Ele tomou-a em seus braços e a beijou. Isobel gritou de prazer quando sentiu seus
lábios nos dela. Ela agarrou-o pelos ombros, com medo de que entraria em colapso se
não houvesse nada para segurar. Como o beijo foi aprofundado, começaram a notar a
prova inequívoca de uma ereção. Sem medo, apertou seu corpo contra o dele ainda mais
e não protestou quando ele começou a levantar sua saia. Na verdade, começou a
incentivá-lo com uma série de sons guturais que parecia possuir.
  – Maldita calcinha. – disse encontrada com as mãos a roupa menos erótica que
jamais poderia ter concebido.
 Ele sentiu o calor do desejo cruzar a virilha e como ela estava animada quando a tocava
ali. Com a capacidade da prática, se abaixo para tirar os sapatos. Em seguida,
levantou-se novamente para leva-la em seus braços.
  Talvez devesse leva-la a um dos sofás. Despi-la lentamente e provoca-la como
ela merecia, mas pela primeira vez em sua vida, Tariq não poderia suportar atrasar
aquilo um segundo mais do que o necessário. Os olhos enormes de Isobel, sua reação e
respiração acelerada estavam provocando uma reação inexplicável. Sentia-se tão
primitivo, com o desejo irreprimível de possui-la.
 Ele tocou a calcinha e a ouviu gemer de prazer quando a tirou. Então ele abriu a
braguilha e libertou sua ereção com um suspiro de alívio. Isobel estava molhada, pronta
para ele. Ela agarrou-se firmemente a seus ombros enquanto ele entrou nela, duro e
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profundo, sem aviso prévio. Ainda assim, ele ficou surpreso ao encontrar uma
resistência momentânea e parou para ouvir o ela soltar um gemido de desconforto.
 Ele parou para dar a ela uma chance de acomoda-lo. Ele segurou-a nos braços e
sussurrou:
  – Eu te machuquei, Izzy?
  – Se o fez, eu esqueci. Por favor, não pare, – ela murmurou. Então gritou de
prazer quando Tariq começou a se mover dentro de seu corpo.– É... Ah, Tariq! É
incrível!
  Para ele era muito, especialmente quando ela circulou sua cintura com as pernas.
Tariq nunca tinha feito assim antes. Sentia-se tão poderoso. Era Izzy, a mulher que o
conhecia melhor do que ninguém ou preferiria, porque não havia um preservativo entre
eles? Ele sentiu o suave peso de seu corpo quando a segurou pelas costas e a tensão de
sua feminilidade em seu caminho para recebe-la. Ele ouviu os gritos de prazer e espanto
que ela exalava. Ele se lembrou de que nunca tinha tido ninguém como Isobel. O
pensamento o enfureceu ainda mais e balançou com prazer a afundando se mais
profundamente. Ao dançar com o ritmo mais antigo do mundo, sussurrando palavras em
seu idioma nativo. Finalmente, ele que ouviu que ela gritou e começou a tremer contra
ele.
  Isobel gritou o nome de Tariq e agarrou-o pelos ombros. Então, finalmente, ele
se deixou levar. Jamais tinha experimentado nada parecido. Espasmos eróticos tomaram
conta dela ate que estivesse aliviada. Isobel deitou a cabeça em seu ombro e baixou as
pernas. Então, ele segurou-a firmemente contra seu corpo.
  Tariq não sabia quanto tempo eles ficaram assim. Era como se estivessem no seu
próprio mundo erótico. De repente, ele sentiu que estava começando a ficar animado
novamente dentro dela e percebeu que ela tinha que se mover.
 Relutantemente saiu de dentro dela e a forçou a levantar o rosto com uma das mãos. As
bochechas de Isobel estavam ruborizadas. Ela parecia completamente diferente da
mulher que lhe trouxe uma xícara de café não muito tempo atrás.
  Tariq se sentiu maravilhado. Atordoado. Havia sido incrível, mas também estava
preocupado que ele nunca tivesse perdido o controle assim. Ele afastou o cabelo do
rosto e decidiu o remorso seria inútil.
  – Bem, eu não me lembro se isso faz parte de seus deveres no trabalho. –
brincou.
  – E eu fiz essa nova tarefa a seu gosto... senhor? – ela respondeu no
mesmo tom, com um sorriso tímido que eu já tinha usado antes.
  – Bem, terá que ser repetido. Com apenas um ato, não posso ter certeza.
  – Como...? – Isobel perguntou. De repente, sentiu –se muito insegura.
  – Você foi incrível. Na verdade, muito mais do que surpreendente.
 Tariq olhou para ela como se a visse pela primeira vez, embora tenha sido o mesmo
rosto que teve anos saudando. Era Izzy, que sempre foi honesta com ele. Sexo? Iria
destruir uma relação tão direta entre eles?
  –Vamos sentar, – disse ele, muito secamente.
 Isobel abaixou a saia e o deixou leva-la para um sofá. Lá, se sentou ao lado de Tariq.
  – Por quê?
 Ela sabia exatamente o que ela queria dizer. Esse era o problema. Tariq sabia muito
bem para andar sobre nuvens.
  – Quer saber por que sou virgem?
  – Você errou o tempo verbal.
  – Talvez porque me faz trabalhar tanto que eu não tenho nenhuma chance de
conhecer outros homens?
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Izzy, estou falando sério. Por quê?


  – Porque... Ah, Tariq! Por que você acha? Porque ninguém jamais me excitou
como você. – confessou.
 Tariq ficou surpreso ao ouvi-la falar assim, mas era justamente o que ele queria. Ela
podia ver o ato sexual como era, sem construir fantasias românticas como faziam outras
mulheres.
  – Comigo também foi o mesmo... Na verdade, foi o melhor sexo da minha vida.
 Isobel odiou a reviravolta que seu coração deu. Ela estava com raiva de si mesma por
querer acreditar no que obviamente era uma mentira e também com Tariq pensar que
poderia aplacar com uma mentira tão descarada quanto aquele.
  – Vamos, Tariq! Você espera que eu acredite sinceramente com todos os amantes
que teve?
  – Mas é verdade,– disse ele. Então, ele olhou-a nos olhos e perguntou se ela
poderia ouvir a verdade. – Você vê, eu nunca fiz amor com uma mulher sem
preservativo. É um risco que não posso executar por todas as razões óbvias. No entanto,
uma virgem não pode sofrer qualquer doença. E uma virgem que está tomando a pílula
não pode engravidar de um filho indesejado.
 Isobel ficou tensa.
  – Quer dizer, eu sou a combinação perfeita.
 Tariq riu e tomou-lhe a mão, levou-a aos lábios.
  – Você queria saber por que eu acho que o sexo mais emocionante do que com
outra mulher e eu já lhe disse. Não faça perguntas, Izzy, se você não consegue lidar com
as respostas.
  – Você é impossível...
  – E você está... sussurrou enquanto ele a estava beijando os dedos, um por um.
– Agora você me parece deliciosa.
A indignação de Isobel desapareceu quando ele a obrigou a colocar os dedos na boca.
Era como se até mesmo um toque a mais simples fosse capaz de decompor
completamente suas defesas.
  – Sério?
  – Sim, mas parece exausta, Kalila... ele murmurou enquanto deslizava os dedos
molhados de suas olheiras no rosto.
 Isobel amava que a acariciava dessa forma. Na verdade, gostava que a acariciasse de
qualquer maneira.
  – Sim?
  – Sim. Por que você não relaxa? – ele murmurou quando afastou o cabelo
da face.
 Com um suspiro, ela encostou -se no sofá enquanto Tariq acariciava seus cabelos. Ela
foi fechando os olhos e, momentos depois, ouviu o som de água corrente. Então o que
aconteceu momentos antes fez Isobel ser levada pelo glorioso mundo dos sonhos.
 Ela acordou com o cheiro de sândalo e um toque leve nos lábios. Quando abriu os
olhos, viu que Tariq estava ao seu lado. O cabelo preto brilhava com pingos de chuva.
Ele estava usando um smoking elegante. Ele devia ter tomado banho e se trocado no
luxuoso banheiro que ele tinha em seu escritório.
 Seus olhos brilhavam com energia e satisfação. Para ele, o sexo não era nada além de
uma forma muito gratificante de exercício.
  – O que foi?
 Tariq continha uma nova onda de desejo. Ela estava tão sexy que uma parte dele queria
começar de novo, desta vez no conforto do sofá. Mas, talvez, aquela interrupção natural
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fosse melhor para ambos. Então, teria tempo para estabelecer a perspectiva necessária e
não permitisse que Isobel começasse a esperar muito do que havia entre eles.
  – Você sabe que eu tenho que participar de uma festa na embaixada Maraban.
Você me fez lembrar mais cedo... – Isobel estava surpresa que ele continuasse a pensar
na festa.
  – Sim, sim, claro. Você tem que ir.
  – Vou deixa-la em casa com meu carro.
  – Não há necessidade. Eu posso pegar...
– Um ônibus?
  – Bem, sim.
  – Sem calcinha? – ele perguntou quando olhou para onde estava rasgada a roupa
delicada. – Acho que não. Vá arrumar seu cabelo um pouco para que possamos sair.
Foi um final um pouco decepcionante para uma noite cheia de eventos. Um final que
Isobel questionava o que acabara de fazer. Ela foi ao banheiro e se arrumou um pouco.
Então, alisou a roupa.
  Eles pegaram o elevador para o estacionamento, onde o carro de Tariq já estava
esperando. Não houve beijos no banco de trás, e palavras bonitas. Tariq passou a curta
viagem para trabalhando em seu tablete.
 Quando o carro chegou ao seu destino, descobriu que quase tinha esquecido que estava
ao seu lado.
  –Izzy.– disse suavemente.
  Ela olhou para ele, sabendo que sua aparência irregular contrastava fortemente
com a aparência impecável que ele tinha. Tariq estava se lamentando do que aconteceu?
Ela não sabe o que fazer nesses casos, mas estava determinado a deixa-lo ter uma rota
de fuga, se era isso que ele queria.
 Ela sorriu e começou a sair do veículo. O motorista já tinha aberto a porta. Queria que
ele visse que não dava mais importância para o que tinha acontecido entre eles.
  – É melhor se apressar, – disse a Tariq. Se você se atrasar muito terá perdido
todos os canapés.
 
 

Capítulo 6
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

 “Eu só queria ter certeza que tinha chegado em casa com segurança. A festa na
embaixada durou mais do que eu pensava. Na verdade, foi um pouco chata. Deveria ter
ficado onde estava, fazendo exatamente o que ele estava fazendo. Vejo você amanhã no
escritório, Izzy.”
  Isobel apagou a mensagem furiosamente pressionando o botão e foi para sua
pequena cozinha. O sol da manhã entrava pela janela. A mensagem que ele havia
recebido do homem que ela havia dado a sua virgindade era estranha e insatisfatória.
Tariq deve ter saído muito tarde na noite anterior, quando ela já estava na cama. O que
ela esperava? Afeto e doçura? Ternas palavras? Por que se preocupar com isso, quando
praticamente implorou para fazer sexo com ela?
  Ela olhou para o pedaço de pão que tinha acabado de sair da torradeira e atirou
diretamente no lixo. Não queria café da manhã. Na verdade, se parasse para pensar
sobre isso, não tinha vontade de nada mais do que, talvez, voltar para a cama e ficar lá o
resto da semana. Certamente não tinha humor para voltar ao trabalho para se encontrar
com Tariq depois do que aconteceu em seu escritório ontem à noite.
  Ela fechou os olhos. Quase não podia acreditar no que ela tinha feito. Tinha
permitido que Tariq fizesse sexo selvagem com ela contra a parede de seu escritório.
Depois de anos pensando que talvez não tivesse os impulsos sexuais da maioria das
mulheres, se perguntando se sua mãe a tinha envenenado contra os homens também,
descobriu que, de fato, era muito normal. Talvez fosse precisamente por isso que ela se
comportou assim. Levou uma vida inteira sentindo essa paixão. Ou talvez fosse apenas
porque era Tariq.
  Começou a tremer. Ela se sentiu muito envergonhada de seu comportamento.
Nem sequer era suficiente feminina e esperar para fazerem aquilo na cama.
 Além disso, ela conhecia o tipo de homem que Tariq era. Ela o tinha visto em ação no
passado. Ela tinha perdido a conta das vezes que teve de ir às compras de presentes de
última hora ou buquês para a mais recente conquista. Ela também testemunhou os
momentos em que ele começava a perder o interesse quando da noite para o dia, ficava
frio como gelo. Esse momento ocorria três a quatro semanas depois do início da relação.
Ela tinha visto como ele se recusava a falar com a namorada do dia ao telefone e como
ele era capaz de medidas mais drásticas, como no caso de uma loira que ficou
completamente histérica. Quando ele viu que a mulher estava esperando do lado de fora
do edifício em Al–Hakam, ordenou a segurança para se livrar dela.
  Uma e outra vez, disse que a mulher que havia dormindo com Tariq precisava de
um psiquiatra e ela acabou fazendo isso. Realmente não estava planejando se juntar a
longa fila de mulheres que tinham sido íntima dele e que tinham visto Tariq as deixarem
com o coração em pedaços?
 Ela olhou no espelho.
  Não seria assim. Ela teria que agir como uma adulta. Às vezes, homens e
mulheres cometem erros, mas eles eram espertos, poderiam esquecer tudo muito em
breve. Ela iria trabalhar de manhã e iria mostrar a Tariq, e, aliás, também a si mesma, o
quão forte poderia ser. Surpreendeu– se com sua maturidade e capacidade de fingir que
nada tinha acontecido.
  Vestiu–se e se penteou como de costume. Quando foi para o prédio de
Al–Hakam, sentia–se muito mais confiante. Na verdade, a primeira parte do dia foi
muito melhor do que esperava. Tariq não estava em seu escritório. Ele tinha ido visitar o
Clube de Polo de Greenhill, em Sussex, que ele havia comprado no ano anterior.
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 Quando Tariq retornou, era quase quatro horas. Isobel estava tão absorvida em seu
trabalho que quase não percebeu que a porta abriu. Então, quando olhou para cima,
viu–se preso em seus olhos de ébano. Tariq tinha cabelo desgrenhado e sua aparência,
indicava que ele estava fazendo exercício físico. Ele parecia tão masculino e sexy que o
coração de Isobel capotou no peito apesar do proposito que ela tinha feito.
 Ela decidiu que tinha de se acalmar. Curvou seus lábios no que ela esperava que fosse
um sorriso normal. Nenhuma fantasia ou devaneio. Trabalharia como de costume.
Poderia ser difícil no início, mas tinha certeza que ele ia acabar batendo o seu
profissionalismo.
  – Olá,– disse a Tariq os dedos ainda sobre o teclado. – Você teve um bom dia no
Greenhill? O Daily Post telefonou durante toda a manhã. Eles querem saber se é
verdade que você foi fazer contato para contratar um zagueiro do Barcelona. Eu acho
que eles estavam tentando me enganar a revelar se a compra do clube de futebol esta
progredindo. Eu respondi que não tinha nada a dizer.
 Tariq deixou sua maleta no chão e franziu a testa. Ele estava esperando...
– O quê?
 Pelo menos ela corou! Uma palavra para reconhecer o quão maravilhoso era o que eles
tinham compartilhado na noite anterior. Talvez ela mordesse os lábios para lembrar o
quão bom foi ele beija-la. Certamente não aquele olhar frio que ela estava passando.
  –Vou fazer um café, – ela disse enquanto se levantava.
  – Eu não quero o café. –
  – Um chá?
  – Eu não quero chá. Venha aqui.
  – Onde?
  – Não se faça de ingênua, Izzy. Eu quero te beijar.
 Ela balançou a cabeça desesperadamente. Ela não podia correr o risco de repetir o que
aconteceu ontem. Tariq era perigoso e sabia disso. Se ela não tivesse cuidado, ele iria
partir seu coração, como ele havia partido muitos outros no passado. Quanto mais o vir
maior o perigo.
  – Eu não quero te beijar.
 Tariq atravessou o escritório com um sorriso. Ele se aproximou dela, pegou sua cintura
e abraçou seu corpo.
  – Bem, nós dois sabemos que é uma mentira. – sussurrou. Então ele a beijou
suavemente.
  Isobel cambaleou. Sucumbiu por um momento, como as mulheres muitas vezes
sucumbiam ao chocolate depois de uma dieta particularmente rigorosa. Seus lábios se
separaram e, por alguns segundos, ela foi arrastada para um córrego erótico. Ela não
sentia vontade alguma. Ela sentiu uma coxa poderosa entre as dela e esfregou contra ele
instintivamente.
  Finalmente, o bom senso fez saltar os alarmes em sua cabeça.
  Rapidamente quebrou o contato e se afastou dele. Suas bochechas estavam
vermelhas.
  – Não faça isso.
  – Como? Por que não?
  – Não é óbvio?
  – Para mim não.
  – Porque... porque eu não quero. Ficou claro o suficiente?
Tariq observou. Sentiu que seus olhos tinham escurecido e como seus mamilos
marcavam contra o vestido. Ele sorriu.
  – Sério? Eu acho que você deve ser honesta com você mesma.
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  – Olha, Tariq. Por favor, não me venha com esse olhar. Eu não estou dizendo que
eu não me sinto atraída por você...
  – Vamos! Ufa! Por um momento eu pensei que a minha técnica estava falhando.
  – Eu não acho que há alguma chance disso, – disse ela secamente, – mas eu
estive pensando sobre o que aconteceu ontem à noite e...
  – Eu também. Na verdade, eu não pensei em mais nada. Você está agora
lamentando ter perdido a inocência? Você me culpa talvez agora pelo que aconteceu?
  –Não, claro que não culpo você. Eu não culpo ninguém. Parece apenas que eu
não valho mais do que uma rapidinha no escritório.
  – Uma rapidinha? – ele interrompeu–a com raiva. – É assim que você se atreve
descrever o que aconteceu entre nós?
  – E como você descreveria, então?
  – Bem, com um pouco mais de imaginação e poesia.
  – Tudo bem. Nós compartilhamos o sexo maravilhoso contra a parede de seu
escritório. Então, você me tratou como uma completa estranha no carro antes de ir à
festa na embaixada.
 Tariq entendeu tudo. Era isso. Isobel queria o mesmo que as outras mulheres.
Reconhecimento. Gestos de carinho para ilustrar o que havia entre eles.
  – Não a toquei, porque eu sabia o que aconteceria se o fizesse. Não tinha
intenção de entrar na festa com o cheiro de seu sexo na pele. Teria sido inadequado me
acompanhar a festa, – acrescentou ele. Para começar, você nem sequer estava
devidamente vestida.
  – Você quer dizer o teria envergonhado?
  – Eu acho que teria ficado desconfortável ir a uma festa com sua roupa de
trabalho amarrotada depois de fazer sexo com ela. Especialmente no caso de uma festa
diplomática.
  – Estou surpresa que você sabe o significado dessa palavra, quando você é capaz
de dizer uma frase como essa ser tão ofensiva.
  – Eu estava tentando ser honesto com você, Izzy. Não era isso que você queria?
 As forças de Isobel vacilaram. Ela supunha que fosse assim. Não tinha o direito de estar
com raiva dele só porque ele não estava dizendo o que ela queria ouvir. Se ele tivesse
dito algo que não fosse verdade, teria pensado que ele era um hipócrita.
  –Talvez a noite passada não devesse ter acontecido antes.
 Tariq pensou na mudança de comportamento de Izzy desde a noite anterior. Ela tinha
sido selvagem e desinibida para aparecer fria como gelo. Estava testando para ver até
onde ele poderia ir? Isobel tinha voltado como antes perfeitamente penteada e vestida
como de costume. Ninguém poderia acusa-la de se tornar uma vampira no escritório.
Certamente, ela era a mulher menos fascinante que ela já conhecera.
 Mas o mais estranho de tudo era que ele a queria. Na verdade, ele a queria mais do que
ele queria ontem. Ele não podia esquecer a amante apaixonada em que ela se tornou.
 Além disso, tinha dado mais do que qualquer mulher já tinha entregado: a sua
inocência.
 O que ele tinha feito com ela? Ele tinha pegado essa inocência o mais rápido possível e
não lhe ofereceu nada em troca. Nem mesmo um jantar. Ele se sentiu muito culpado.
  – O que você vai fazer hoje a noite? – Perguntou ele.
 A pergunta fez Isobel se virasse.
  – Estarei no meu clube do livro.
  – O que é clube do livro?
  – Nós somos um grupo de seis a oito mulheres. Todos nós lemos um livro e
depois nos reunimos para falar sobre isso.
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  – E supõe–se que seja divertido?


  – Isso é o que geralmente se acredita.
  – Cancele–o. Venha para jantar comigo.
 Isobel estava tentado a fazer o que ele tinha pedido até que ela pensou em tudo o que
havia se prometido. De novo, não seria tão vulnerável a ponto de correr o risco de que
ele partisse seu coração. Além disso, terminaria se sentindo vulnerável não tinha que
fazer as coisas ficasse ainda pior se tornando um capacho.
  – Eu não quero cancelar, Tariq. Hoje à noite vou ficar no meu apartamento. Eu
tenho duas garrafas de vinho na geladeira e vamos ler Jane Eyre.
 Tariq silenciosamente amaldiçoou Jane Eyre. No entanto, havia algo em sua resistência
que o fez curvara os lábios em um sorriso.
  – E quanto amanhã, então? Você acha que você poderia encontrar um lugar em
sua agenda para sair para jantar comigo?
O coração de Isobel começou a bater descontroladamente. Não era o que queria desde o
começo? Certo ar de respeitabilidade. Havia uma chance de voltar a ter relações
sexuais. Talvez no restaurante, com a barreira imposta pela mesa, pudessem concluir
que tinha sido uma experiência muito agradável, mas, na realidade, era melhor deixá–lo
como um incidente isolado.
  – Sim. Jantarei com você amanhã, se eu puder.
  – Bem. Faça a reserva em algum lugar. Onde você quiser.
 Ele entrou em seu escritório com uma expressão pensativa no rosto. De muitas
maneiras, o que havia entre Isobel e ele era a primeira vez. A primeira vez que fez sexo
com uma funcionária.
 E a primeira vez que uma mulher se recusou a jantar com ele.
 
 
 

Capítulo 7
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Nunca teria pensado que iria escolher um lugar como este, – disse Tariq.
 Isobel olhou para cima a partir do menu, já sabia de cor, e observou Tariq.
  – Não gosta?
 Tariq olhou em volta. O restaurante era muito quente e muito lotado. As velas acesas
deixavam a cera derretida cair na garrafa de Chianti que serviram de suporte. Havia
cartazes de Veneza e Florença nas paredes e, como música de fundo, soava uma ópera.
  – É... diferente,– disse ele. – Não é o tipo de restaurante onde eu costumo comer.
Eu escolheria algo mais... elegante. O tipo de restaurante que você sempre quis ir, mas
nunca teve uma chance.
 Isobel deixou menu.
  – Você quer dizer aquele estabelecimentos onde você só pode obter uma mesa se
for alguém? O tipo de restaurantes que você costuma ir?
  – Que por casualidade são muito bons restaurantes.
  – Esse também é. – ela disse, mas você parece estar julgando–o sem provar isso.
Só porque você não tem que tirar um empréstimo bancário para comer aqui, não
significa que o menu não seja delicioso. Na verdade, eu pensei que você gostaria de
tentar algo diferente, um lugar onde não conhecessem você, porque é isso que você se
queixa com frequência. – acrescentou com um olhar ousado, – você pode também gosta
que olhem para você mais do que gostaria de admitir. Pode ser que o anonimato te
assuste.
  – Na verdade, eu estou apreciando muito o anonimato, – ele murmurou. Então,
ele olhou para o menu. – O que você recomenda?
  – Aqui eles mesmos preparam as massas.
  – E é bom?
  – Mais do que apenas bom. É de morrer.
 Tariq observou as curvas dos seios de Isobel, que estavam retumbantes e redondos.
Estavam delineados por um vestido preto e surpreendentemente elegante.
  – Eu pensei que as mulheres não comessem carboidratos.
  – Talvez o tipo de mulher que você conhece, não. Pessoalmente, eu odeio
restrições dietéticas. Tudo o que fazem é que as pessoas queiram comer, ou não comer.
Toda a sua vida gira em torno de negar o que eles realmente querem.
 Tariq percebeu que ele também estava negando algo naquele momento. Se não fosse
Izzy, teria deixado um punhado de notas sobre a mesa e dito ao garçom que tinha
perdido o apetite. Em seguida, ele a teria levado a seu apartamento e a devorado de
todas as maneiras possíveis.
 Percebeu que estava permitindo que ela assumisse a liderança e se perguntou por que.
Talvez ele se sentisse em dívida com ela por ter roubado a sua virgindade ou talvez
porque ela trabalhava para ele e para a sua relação com Isobel era mais igualitária que
poderia ter?
  – Eu acho que esta noite vamos trocar de papéis. Que tal se você escolher para
mim?
  – Eu amo isso.
 Isobel olhou para cima. Imediatamente, o garçom veio até sua mesa para trazer algumas
azeitonas e pão, cumprimentou–a calorosamente. Possivelmente pela primeira vez em
sua vida, Tariq se encontrou ignorado. O garçom foi até ele e disse que ele era um
homem de sorte para jantar com uma bela mulher.
 Na verdade, ele teve que admitir que nisto, o garçom estava certo. Izzy estava
espetacular esta noite. Ele havia deixado seu cabelo e cachos em cascata por seus
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ombros. O vestido preto era mais formal do que as roupas que ela usava para ir ao
trabalho e abraçou suas curvas perfeitamente. Uma lágrima de prata pendurado em uma
corrente fina caia entre os seios de forma provocativa. Além disso, tinha a aura
indefinível de despertar sexual... Com esforço, desviou o olhar do pescoço e olhando
para os olhos, destacados com rímel, seu rosto parecia dominador.
  – Pela maneira que você cumprimentou o garçom, você esteve aqui antes.
  – Muitas vezes. Eu tenho vindo jantar aqui desde que eu comecei a trabalhar em
Londres. Ele é aconchegante e agradável. No início, quando eu tinha muito dinheiro,
não se importavam em gastar tempo com apenas um prato.
  – E por que iriam importar? Os restaurantes nunca se preocuparam que uma
mulher bonita decorasse suas instalações. É um tipo de publicidade gratuita.
  – É cínico de nascimento, Tariq?
  – O que é tão cínico? É verdade. Eu sou um homem de negócios, Izzy. Eu analiso
oportunidades de marketing.
 Isobel esperou até que o garçom serviu dois copos de água com gás.
  – Sempre quis ser um empreendedor?
  – O que mais? Trapezista?
  – Bem, você poderia fazer algo por seu país. Você costumava... – O que você
costumava fazer?
  – Na escola, – ela respondeu com um encolher de ombros. Lembrou-se de quão
bom tinha se comportado com ela na ocasião. Ele a tinha feito se sentir muito especial,
como estava tratando naquela noite. – Bem, na verdade, apenas o conhecia no internato,
mas eu me lembro do momento quando você me contou sobre o seu país. Você o fez
com tal nostalgia, como se estivesse falando de um lugar utópico. Eu acho que eu
imaginei...
  – O que você imaginou?
  – Eu não sei... que iria voltar algum dia. Que vivia em um palácio e você ia
pescar no rio que você descreveu.
  – Meu irmão é agora o rei. – disse. Sua voz endureceu quando ele recordou
a lei caprichosa de sucessão e como isso mudava a vida das pessoas que eles afetam.
– Zahid inesperadamente se tornou rei, o que mudou o meu lugar na ordem natural das
coisas.
  – Por quê?
  – Até então, eu era apenas mais um sheik do deserto, livre para fazer o que
quisesse. Quando o nosso tio morreu, de repente se tornou o segundo na linha
sucessória do trono.
  – Isso é ruim?
  – Tente viver em um aquário para ver se você gosta. Isso significa que todas as
restrições de ser o herdeiro, mas falta-lhe o poder. Minha liberdade era algo que eu
valorizados acima de todas as coisas. De repente, ele me agarrou. Isso me fez querer
viver longe de Khayarzah porque eu senti que as pessoas lá me olhando constantemente.
E eu sabia que tinha que dar espaço para que Zahid pudesse reivindicar seu reino.
  – Você sente falta de seu país?
 Tariq olhou para ela e percebeu que tinha falado a ela mais do que nunca tinha dito a
alguém. Na verdade, ele havia alcançado a autoexílio enfatizando ainda mais os seus
sentimentos de não pertencer em qualquer lugar na verdade. Quando menino tinha sido
enviado para o exterior para estudar. Como uma criança, ele sentiu que não tinha casa
real e, como um adulto, esse sentimento não mudou.
  – Não é verdade. Eu vou lá de vez em quando e isso é o suficiente. Não há lugar
para mim.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

 Isobel bebeu um gole de bebida, quando o garçom colocou diante deles duas travessas
de macarrão. “Aqui não há lugar para mim.” – Que palavras tão terríveis! Ela lembrou
que, no hospital, quando ela o viu deitado na cama, parecia um homem muito solitário.
Seus instintos pareciam ter dito a realidade sobre Tariq.
  – Você está planejando se instalar na Inglaterra? Bem, eu acho que você já esta
instalado.
 Tariq estava em silêncio. Começou a pegar macarrão com molho, mas não provou. Em
vez disso, ele a olhou nos olhos com um sorriso. Era sempre o mesmo. As mulheres
eram sempre as mesmas. Não importa o que é falado, sempre terminavam perguntando
sobre o futuro. Automaticamente, sonhando com um futuro juntos. Elas pareciam estar
programadas para isso.
 – Suponho que se refira a casar e ter filhos.
  – Acho que sim, Isobel admitiu.
  – A família perfeita... que não existe.
  – Isso não é verdade, Tariq.
  – Não? Você já experimentou?
– Bem, não. Você sabe. Eu disse que nem sequer conheci meu pai. No entanto,
embora não fosse uma família normal era uma família.
  – Eu também não tive uma infância normal.
  – Posso perguntar-lhe o que tinha acontecido?
 Tariq olhou. Ela parecia tão deliciosa que, sem saber por que, ele encontrou-se dizendo
lhe tudo.
  – Minha mãe estava prestes a morrer no parto. Então, ela estava tão doente que
precisava de cuidados 24 horas por dia. Zahid é um pouco mais velho que eu e também
mais silencioso. Decidiu-se que eles estavam negligenciando as minhas necessidades.
Então, eu fui enviado para um internato quando eu tinha sete anos. Essa foi a primeira
vez que vim para a Inglaterra.
 Isobel franziu a testa.
  – Havia algum lugar mais perto de casa que poderia ter ido?
  – Não. Em Khayarzah temos um sistema de ensino completamente diferente. Foi
decidido que uma educação ocidental seria mais benéfica para mim. Portanto, gostaria
de aprender a falar e se comportar como um algo ocidental e, mais importante, a pensar
como um ocidental, que provou ser inestimável para o meu negócio mais tarde. Assim,
Al-Hakam tem peso no mundo.
  Embora Tariq tivesse sorrido, Isobel sentiu muito tristeza por ele. No entanto,
compreendeu as razões de seus pais. Certamente, naquele momento, retirar a criança de
perto da doença de sua mãe deve ter sido o mais sensato. No entanto, o envio de uma
criança tão pequena... Mas agora Tariq deve ter se sentido como um estranho no seu
país de acolhimento, mas também em seu país de origem. Ele havia dito a verdade. Ele
não tinha um lugar no verdadeiro sentido da palavra, apesar de ter casas e apartamentos
em muitas partes do mundo. Não havia lugar que poderia chamar de lar.
  – Você não quer ter filhos?
 Ouvindo aquelas palavras, Tariq parecia ter armadura. Sua voz era fria e distante.
  – Nunca, – disse olhando em seus olhos, que ela certamente entendeu. – Meu
irmão tem filhos gêmeos, para que o nosso país tenha herdeiros. Eu não preciso
contribuir para manter a dinastia.
  Isobel sentiu um arrepio nas costas. Assim, ele considerava a paternidade e a
vida familiar como algo que tinha a ver apenas com... dinastias? Não estava ansioso
para ter seu filho em seus braços? Ver? Passado e futuro escrita em seus pequenos
traços?
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  Ela viu seu rosto na luz da vela. Após um atrativo impressionante, Isobel tinha
descoberto a razão desse sentimento inconfundível de solidão que sempre parecia
envolvê-lo. No entanto, ele confiava nela para dizer que parte de sua vida. Sem dúvida,
devia significar que ele confiava nela... ou talvez algo mais. Seria o suficiente para ela
correr o risco de comprometer o seu coração?
 Ela olhou para suas mãos, fortes e poderosas. Nos punhos brancos de sua camisa, ele
usava abotoaduras de ouro. Estas representaram o escudo de Khayarzah, um falcão
pronto para voar. De alguma forma, essa ave de rapina lembrava-o. Incansável e sempre
à procura. No topo do mundo, mas nunca parte.
  Deu-se conta que estava olhando para as abotoadoras? É por isso que ele tinha
tomado suas mãos, de repente, agarrando seu pulso entre os dedos e dando um aspecto
delicado e frágil com o dele? Seu polegar acariciou a pele delicada. Tariq deu-lhe um
breve sorriso, quando sentiu o pulso acelerar.
  – Minha história a deixou sem palavras, correto, Izzy?
  – E que história.
  – Sim. Você não comeu.
  – Nem você.
  – Embora pareça delicioso, eu não tenho muita fome.
  – Não.
  – Talvez um pouco de ar fresco nos dê um pouco de apetite...
  – Você quer ir fazer um passeio? – Ela perguntou, espantada.
  Tariq sorriu. Ela tinha esquecido que tinha todo o direito do mundo para ser
ingênua. Ela não sabia nada sobre os amantes de jogos.
  – Na verdade, apenas para o carro. Eu pensei que nós poderíamos ir para o meu
apartamento. Lá eu tenho muita comida...
  Isobel sentiu seu batimento cardíaco acelerar quando ouviu essas palavras. Ela
não tinha pensado além do jantar. Tinha imaginado que ela iria sair de casa sozinha,
como se o que tinha acontecido ontem não fosse um sonho. Após as confidências que
ele tinha feito como ela poderia ir para casa sozinha com a alternativa que ele estava
oferecendo?
  Tariq pediu a conta com um gesto. O garçom foi imediatamente para sua mesa
com uma careta.
  – Não gostaram da comida? – perguntou ele.
  – A comida é deliciosa. Simplesmente, a beleza de minha companheira é muito
perturbadora. Então, por favor, nos traga a conta.
  Isobel viu o olhar que os dois homens trocaram e, por um momento, sentiu-se
traída. De repente, ela se tornou uma pessoa diferente. Desde que ela não era a pessoa
que frequentava o local há anos, mas alguém que estava jantando com um homem que
era, obviamente, muito para ela.
 O garçom se virou e Isobel tentou soltar a mão, mas Tariq a parou.
  – Qual é o problema, Izzy?
  – Só porque você quer dormir comigo, você não deve dizer mentiras.
  – Mentiras?
  – Eu não sou bonita.
  – Claro que você é, – disse ele. Então, soltou sua mão para ela alisar sua
bochecha. – Você está bonita esta noite. Eu gosto do seu cabelo solto. Na verdade, eu
não me lembro de alguma vez ter visto qualquer mulher parecer mais desejável do que o
que você agora. Isso me faz querer você. E você sente exatamente o mesmo, certo?
  – Tariq!
  – Certo?
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Sim, – ela admitiu.


  – Então, pegue o saco e vamos sair daqui antes de me comprometer como louco e
me levante para beijá-la na frente de todo o restaurante. Agora que daria noticia a todos
os tabloides.
  Quando eles saíram, Isobel tremia de antecipação. O carro de Tariq estava
esperando do lado de fora da porta. Quando sentou em seu interior luxuoso, esperava
que ele a pegasse em seus braços e a beijasse tão apaixonadamente quanto ela queria
que ele a beijasse.
 Não foi assim. Na verdade, Tariq sentou tão longe como podia.
 Deve ter sentido sua decepção, pois balançou a cabeça e disse:
  – Não, Izzy. Não aqui, não agora. Eu acho que nós dois sabemos que quando
começo a tocar em você, eu não posso parar. Hoje à noite tudo será mais lento e vou
mostrar que a espera pode ser agradável.
Inclusive quando chegaram a seu apartamento, Tariq simplesmente a levou pela
mão até seu quarto. Uma vez lá, com grande habilidade, começou a despi-la. Ele fez
isso com cuidado, deixando o vestido sobre uma cadeira e sem rasgar a calcinha.
 Quando, finalmente, ela estava nua, puxou a colcha de seda que lhe cobria a cama e a
deitou sobre ela.
  – Eu quero ver você nua, – disse que ele olhando com satisfação.
 Isobel observou-o se despir, sentindo sua respiração congelar na garganta. Seu corpo
era magnífico. Não tentando esconder sua ereção poderosa. Quando ele finalmente
decidiu deitar ao lado de Isobel, viu que ela estava tremendo e franziu a testa.
  – Você está nervosa? – Ele perguntou, olhando em seus olhos.
  – Um pouco.
  – Não há nenhuma razão para estar, Habiba. Esta noite não haverá nenhuma dor.
Apenas um prazer sem fim.
Isobel finalmente se entregou a seus beijos. Respondeu imediatamente ao seu
toque e afastando todos os pensamentos negativos de seu lado.
 Foi mais tarde, quando eles voltaram a incomodá-la. Quando terminou a paixão
e estavam deitados na cama.
 Ele havia dito que não haveria dor. Só prazer. No entanto, tinha falado da dor física do
ato sexual, não a dor muito mais poderosa do que ela suspeitava que estivesse prestes a
ter em seu coração.
 
 
 

Capítulo 8

  A porta foi fechada suavemente.


Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

 A voz inconfundível de Tariq sussurrou palavras doces no ouvido de Isobel.


  – O que você se saiu sem mim, Kalila? Sentiu minha falta?
 Isobel olhou por cima de seu trabalho e tentou se preparar para o impacto de ver Tariq
depois de quase uma semana. Ela teve que ser controlado para evitar que a estupidez de
saltar sobre ele e abraça-lo.
 Os negócios o haviam levado para Nova York, mas, por uma razão ou outra, seu
rosto não tinha deixado de aparecer nos jornais, que Isobel tinha devorado em segredo
quando ela teve um momento livre. Era muito peculiar ver Tariq em jornais e assimilar
o homem de belas feições e nobre linhagem fosse seu amante.
  No momento, ele estava debruçado sobre sua mesa, com um elegante terno cinza
escuro e uma camisa branca impecável. Seus olhos negros pareciam a questionar com
os olhos.
  –Tariq. – disse ela depois de deixar a caneta sobre a mesa e usar esse momento
para se controlar. – Você sabe que o escritório funciona perfeitamente, mesmo se você
não estiver. Na verdade, ele tem um ar de tranquilidade que começa quando você não
esta. Todo mundo fica mais relaxado quando o grande chefe não sai.
  Tariq sorriu e afrouxou a gravata, antes deixa-la como se fosse um presente a
Isobel. Ela parecia tão calma como sempre falando em seu trabalho. Nunca perdeu a
compostura. Ninguém imaginaria que a última vez que a tinha visto tinha feito sexo oral
no banco de trás da limusine e mostrou outra inata habilidade sexual.
  Tariq, entretanto, tinha correspondido deslizando os dedos debaixo de sua saia e
dando- lhe um poderoso orgasmo antes de descer do carro para pegar um vôo para Nova
York.
  No entanto, a olhar para aquele momento, ela parecia estar anos luz à frente das
memórias febris e eróticas. Ela tinha um aspecto contido e eficiente, quase puro.
  Para a surpresa de Tariq, os temores de que ela poderia poderia começar a
parecer sufocante ou exigente não se tornou realidade. Apesar de ser um novato na área
sexual, Izzy não parecia ter problemas na combinação de sua condição de amante e
assistente pessoal. Era tão discreta como alguém como Tariq poderia desejar.
  Ele franziu a testa. A única coisa ruim era que tudo parecia estar ao alcançar, no
fundo, de uma forma que ele não tinha antecipado. Nesse ponto, deveria estar
começando a se cansar dela. Como sempre fez. Quando a novidade do sexo passava,
tudo era muito previsível. Normalmente, três semanas eram suficientes para ele começar
a descobrir detalhes sobre a sua parceira que o incomodava.
  No entanto, Izzy era diferente. Ele não sabia por que. Talvez fosse porque ela o
conhecia melhor do que ninguém no mundo. Trabalhar com ele ao longo dos anos
permitiu que Isobel visse a personalidade de Tariq que ele não teria deixe ninguém ver.
Talvez fosse por isso que o sexo era mais íntimo. Ou era pela forma como ela reagia ao
que ele sugeria? Ou pela maneira que o olhava quando estava dentro dela? Isso o
incomodava às vezes, mas sempre o excitava.
 Ele viu quando ela pegou a gravata e começou a rolar.
  – Sentiu minha falta? – ele repetiu.
 Isobel deixou sua gravata e olhou. O que ele faria se dissesse que ela sempre
sentia falta dele? Sabia que Tariq não queria que uma declaração de adoração a ele. Ela
sabia bem o que ele queria.
  Ela se levantou da mesa e foi até ele. Naquele dia, usava meias acima do joelho
e usava um vestido mais provocante do que o normal para chegar ao trabalho, porque
sabia que Tariq chegaria a qualquer momento. Talvez o mundo do sexo fosse algo novo
para ela, mas seu instinto a havia tornado a melhor amante que poderia ser em tão pouco
tempo.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – É claro que eu senti sua falta.


  – O que você diria em uma escala de 1 a 10?
  – Bem... Como cerca de sete?
  – Sete?
  – Oito talvez. Nove! Tariq! Ok, 10!
  – Está vestindo meias sobre o joelho. – sussurrou ele em descrença.
  – Bem, protestou muito sobre eu vestir collants.
  – E com razão. Deixe-me ver, – ele meditou. Ele levantou a saia e suspirou de
admiração. – Você sabe quais são as consequências de se vestir assim?
  – Eu não sei... – Você não imagina? – ela perguntou, colocando a mão em na
braguilha de suas calças.
  – Tariq...
  – Eu quero você, Izzy.
  – Sempre me quer. – ela murmurou quando começou a acariciar sua grossa
ereção.
  – E é mútuo?
  – Você sabe que sim.
  Tariq agarrou seus ombros e olhou em seus olhos.
  – Então por que você não me mostrar o quanto sentiu minha falta? Eu senti
muito sua falta, Kalila.
  Isobel ficou na ponta dos pés para beijá-lo, desfrutando o prazer de estar em seus
braços novamente. Ela fechou os olhos quando sentiu que ele começou a acaricia-la. Em
momentos como esse, quando era capaz de reduzi-lo como uma mulher desesperada e
despertou em segundos, era muito fácil imaginar que havia uma ligação única entre eles,
seja porque eles poderiam facilmente antecipar as necessidades do outro, ou porque se
conheciam muito bem.
  E também poderia ser porque Tariq se excitava fazendo amor sem preservativo.
Para ele, era uma experiência completamente nova e parecia ser o suficiente para excitar
um homem que tinha sexo desde a adolescência. Isobel tentou dizer que a reação que
Tariq tinha por ela era puramente física. Assim corria menos risco de ser ferida.
  Quem dera seus sentimentos fossem tão simples. Quem dera nunca tivesse
começado a sentir. Ela se perguntou se era normal uma mulher tornar mais
emocionalmente vulnerável ao homem cada vez que eles fizessem amor. Ela começou a
querer coisas que não deveriam querer coisas que ele tinha especificamente avisado.
Coisas que sabia que Tariq não era capaz de fornecer muito menos uma mulher como
ela. Coisas como compromisso e finais felizes.
  – Izzy?
 Ela fechou os olhos e colocou de lado seus pensamentos conturbados. Deixou-se levar
pelos sentidos.
  – Sim, – ela sussurrou enquanto Tariq a fez deitar no chão e ela ficou ao lado
dele. – Sim... Tariq a estava acariciando mais íntimo, abrindo com estímulos o centro de
sua feminilidade quando ela disse:
  –Luloah...
  Isobel tinha aprendido que a palavra significava "pérola" na língua nativa de
Tariq.
  – Parece como mel. – ele tinha a boca já muito perto da parte interna da coxa.
  –Tariq... ela gemeu quando sentiu a língua atingiu o centro mais sensível de sua
anatomia.
  Ela olhou para baixo e viu a imagem erótica da cabeça de Tariq entre suas
pernas. Essa intimidade profunda aumentando os sentimentos que estavam começando a
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dominá-la. Ela jogou a cabeça para trás quando uma paixão incontrolável começou a
crescer dentro dela e começou a tremer.
  –Tariq. – murmurou enquanto segurava seus ombros.
  – O quê? – ele perguntou sem olhar.
  “Tariq, eu acho que estou apaixonado por você.”
  Aqueles pensamentos apaixonados se dissolveram quando uma sensação de
intenso prazer caiu sobre ela. Onda após a outra sacudiu seu corpo, deixando-a trêmula
e saciada. Quando pensou que estava tudo acabado, Tariq a penetrou.
  – É tão bom... Eu fiquei o dia todo desejando isso...
 Isobel ouvido como sua voz mudou e ficou tensa. Ela viu quando ele desfez o
seu próprio prazer. Em seguida, abraçou brevemente permaneceu até que ela levantou a
cabeça para deixar o cabelo que estava preso sob o braço de Tariq.
  – Sabe de uma coisa? Nós vamos ter que parar de nos vermos assim. – ela
murmurou.
 Tariq riu.
  – Bem, eu acho que isso é bom. Você deu um novo significado ao termo
"satisfação no trabalho”.
 Isobel não estava escutando. Seu estado de euforia começou a evaporar-se e
começou a lembrar o que estava pensando enquanto faziam amor. Ela o amava.
 Ela olhou para o teto e o coração começou a bater descontroladamente com medo.
Amor? Ela não podia ser louca o suficiente para desperdiçar um sentimento como que
em um homem que decididamente não queria. Tariq tinha avisado sobre isso. Sua mãe
havia feito o mesmo. Ela explicou que o amor é um bem escasso e Isobel certamente
não podia esperar para encontrar um playboy experiente fugindo de compromisso.
 Ela tentou sentar para tentar resolver os seus sentimentos.
  –Tariq, não pode estar aqui assim todos os dias.
  – Por que não? Nós podemos fazer o que quisermos. Eu sou o chefe. – Isobel se
afastou dele, mas o Tariq a agarrou e olhou em seus olhos. – Tem algo errado, certo,
Kalila? Está com raiva de mim porque eu voltei a fazer amor no chão do escritório?
 Isobel sorriu.
  Não posso culpa-lo por querer sexo tão rápido como eu queria, mas acontece
que eu sei que há muitas coisas que temos de lidar. Nós temos que estar trabalhando.
  Tariq bocejou se levantou e estendeu a mão.
  – A propósito, eu trouxe um presente de Nova York, – disse que ele a ajudou a se
levantar.
  – Vamos! – exclamou ela, surpresa. – Não é o meu aniversário.
  – Será que você não gosta de presentes? – ele perguntou quando abriu sua maleta
e tirou um estojo de couro fino.
  Isobel queria dizer que não precisava de presentes, porque o conhecia muito bem
e sabia como funcionava. Sua assistente pessoal, em Nova York, provavelmente tinha
sido ordenada para comprar algo para ela, como Isobel tinha escolhido presentes para
muitas de seus ex-amantes.
  No entanto, ela ficou em silêncio. Ficou curiosa e com medo ao mesmo tempo.
Ela pegou a caixa e abriu-a. O primeiro que lhe ocorreu que não merecia que ele
gastasse tanto dinheiro. Depois de cinco anos escolhendo presentes para as mulheres de
Tariq, ele sabia que não teria sido um grande investimento de dinheiro. Para ela não
havia diamantes e esmeraldas.
  De certa forma, ela estava feliz. As joias não eram valiosas para alguém como
ela. Na verdade, Tariq tinha comprado algo que Isobel poderia ter comprado para si
mesma.
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  Em uma almofada de veludo azul, havia um colar de opalas em forma de


cascata. Pegou a caixa e viu que as pedras eram quase pretas, mas o colar estava
brilhando através de seus dedos. A luz fez cada joia se transformar em um arco-íris
poderoso.
  – Você gosta? – Tariq perguntou.
  – É a coisa mais linda que eu já vi, – ela sussurrou.
  – Eu mesmo escolhi. Eu gosto do elemento surpresa que tem. Dependendo da
luz, tem um aspecto maçante ou vibrante. Na verdade, ele parece um pouco com você,
Izzy.
De repente, Isobel se sentia muito afetada pelo presente. Ela teve que engolir as
lágrimas que estavam prestes a derrama-las. Tariq tinha escolhido pessoalmente. Isobel
sabia que, era algo que eu nunca tinha feito antes, pelo menos no tempo que ela
trabalhou para ele. Será que isso significa alguma coisa? Ela não podia evitar que seu
coração desse um salto no peito. Será que o gesto inesperado significa que o que ele
sentia por ela estava crescendo e mudando? Poderia se atreve a esperar algo
semelhante?
  – Você gosta, Izzy?
  – Eu amei.
  – Bem. Eu achei que você gostaria de usa-lo amanhã à noite.
  – Por quê? O que vai acontecer amanhã a noite?
  – Meu irmão estará em Londres.
  – Você quer dizer que o seu irmão, o rei?
  – Eu só tenho um. Ele trouxe a minha cunhada para Paris para comemorar seu
aniversário de casamento. Faz quase um ano que Francesca não vem para a Inglaterra,
também decidiu vir para Londres. Nossa embaixada oferecerá um jantar formal para
eles esta noite, eu tenho que participar. No entanto, amanhã querer nos ver em privado.
Zahid falou com você ao telefone tantas vezes que eu pensei que você teria a chance de
conhecê-lo.
  Cuidadosamente Isobel colocou o colar de volta sobre o veludo e sorriu.
  – Eu adoraria conhecer seu irmão.
  – Bem, – disse Tariq em seu caminho para seu escritório. – Eu vou te dar os
detalhes mais tarde.
  Isobel esperou até que a porta estivesse fechada para voltar a olhar para o colar,
em sua bolsa. Ela sentiu um estranho coquetel de sentimentos na boca seu estômago.
Talvez eu não devesse fazê-lo, mas não conseguiu conter o sentimento de felicidade que
estava experimentando. Joias escolhida especialmente para ela. Conhecer seu irmão. É
possível que Tariq estivesse disposto a permitir que o relacionamento desse um passo
adiante?
Ela se lembrou de como tão enfático ele disse que não queria se comprometer.
Havia uma possibilidade de que ele tivesse percebido que as pessoas e as circunstâncias
podem mudar. Que o que havia entre eles era bom e não tinha que morrer depois de
algumas semanas. Poderia ser capaz de resistir e crescer. Seria demais esperar?
  No entanto, sentia como se estivesse pisando em areia movediça. Suas
esperanças foram rapidamente substituídas por uma estranha sensação de apreensão
quando se lembrou de algo que tinha lido em algum lugar.
  Ela reabriu a caixa e olhou para o colar e franziu a testa. Era verdade que opalas
davam sorte?
 
 
 
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

Capítulo 9

 – Você está bem, Izzy. Realmente.


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  Pela milésima vez, Isobel correu as palmas das mãos pelos cabelos. Ela franziu a
testa. Que tipo de resposta que foi essa? Isso era bom não era o que ela queria ouvir,
quando estava prestes a conhecer o rei e a rainha de Khayarzah, Francesca, que era
Inglesa como ela. Ela estava tão nervosa que seus joelhos tremiam.
  – Não é uma afirmação muito forte.
  Tariq pegou sua mão e levou-a aos lábios.
  – Eu pensei que sinceridade era algo nosso.
  – Talvez, mas há momentos em que uma mulher precisa de mentiras.
  – Nada de mentiras piedosas, – disse ele.
  Isobel lhe deu um beijo delicado nos lábios, quando o carro parou em frente a
fachada imponente de Granchester Hotel. A verdade era que, a seu gosto, essa
necessidade de ter elogios também era doméstica. Teria sido correto convidar Isobel?
Talvez ela estivesse lendo mais do que deveria nessa situação. Talvez ele devesse ter
deixado claro que o fato de que ela ir ao encontro de seu irmão não significava nada.
  – Você está linda, – disse ele. – Eu não disse a você exatamente uma hora atrás?
  Isobel teve que admitir que ele tivesse dito. No entanto, um homem falava todos
os tipos de coisas para uma mulher quando ele terminava de possuí-la.
 Um ato de amor inesperado que tinha deixado Isobel um pouco atrasada, mas
talvez fosse melhor não ter tido tempo para se preocupar muito com sua aparência.
Usava um vestido de seda esfumaçado. Ele tinha um drapeado delicado que destacou
sua figura lindamente. Acompanhando o vestido um salto alto de camurça preta e como
Tariq tinha pedido, ela havia deixado o cabelo solto.
  O único ornamento que ela usava eram as opalas que ele havia lhe dado. As
pedras que ele tinha escolhido pessoalmente para ela. Como é que uma dessas belas
joias poderia dar azar? Ela levantou a mão e acaricia-lo com cuidado.
  O porteiro abriu a porta do carro e entraram no hotel. Um elevador privativo os
levou para a suíte no andar de cima. Um homem abriu a porta, que sem dúvida, era o
irmão de Tariq. Isobel estava um pouco confusa.
  Suas características eram muito semelhantes aos de Tariq, mas estava vestido
casualmente com calça escura e uma camisa de seda, sem gravata. Isobel esperava quem
fosse abrir a porta seria um mordomo, de forma que sua reverencia saiu precipitada e
corrida. No entanto, o rei Zahid sorriu e acenou para que se erguesse.
  – Não há formalidades, – disse ele. – Isso é o que diz minha esposa e não me
atrevo a desobedecer.
  – Uau, Zahid! Parece que ela o nas calças. – Tariq brincou.
  – Eu acho que sim. E eu acho que nos levam muito bem.
  – Você mudou. – observou Tariq. – No passado, você nunca teria admitido algo.
  – Tudo muda, Tariq. É uma das grandes certezas da vida. Vem por aqui, – Zahid
adicionado durante a condução de um salão enorme, com grandes janelas com vista para
o parque.
 Lá, com um bebê no colo e outro rasteja no chão, estava rainha Francesca. Seu
cabelo estava preso em um rabo de cavalo. Ela estava vestindo um manto branco sobre
seu ombro e segurava em sua mão um urso polar, que o bebê mantinha sobre as pernas
longas.
 Isobel piscou. A última coisa que esperava ver era uma rainha em jeans e
ninando uma criança.
  – Não, por favor. Não faça qualquer reverência. Nós gostamos da informalidade,
– Francesca disse com um largo sorriso, – mas se você me der uma mão, você poderia
cuidar de Omar antes que como os sapatos de Zahid. – Azzam já tentei. Querida, eu
aprecio que você tenha recolhido.
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  Um pouco nervosa Isobel inclinou-se para pegar a criança em seus braços,


sabendo que um dos gêmeos bonitos era o herdeiro do trono de Khayarzah. O pequeno
Omar a olhou com desconfiança e depois gritou e começou a puxar seu cabelo.
 Isobel riu quando ela soltou a mão pequena. Todo o nervosismo sentindo evaporou
imediatamente. Tariq olhou, mas não viu que ele não estava envolvido em um sorriso.
Na verdade, sua resposta parecia tão glacial que estava momentaneamente muito
perplexa.
  – Você não trouxe babás? – Tariq perguntou ao irmão.
  – Não. Francesca decidiu que queria ter férias em família como outras pessoas
normais.
  – E você concordou? – Tariq retrucou incrédulo.
  – Na verdade, eu acho que eu estou gostando da experiência.
  – Eu quero que nossos filhos conheçam seus pais, – Francesca disse, – não serem
exibidos como ornamentos. Zahid, não vai oferecer-lhes uma bebida?
  Isobel viu o rosto de Tariq escurecer. Obviamente, não aprovava que as crianças
estivessem presentes. Ela percebeu que ele ainda estava tão longe de seus sobrinhos
como podia. Ela se perguntava como era possível ignorar as crianças como se fossem
macacos, mas decidiu ignorar sua atitude e desfrutar dos bebês.
  Na verdade, a noite foi muito melhor do que tinha imaginado. Ela e Francesca se
revezavam para cuidar dos pequeninos e acabou tirando os sapatos para ajudar no
pequeno banheiro. Tinha espirrado água em seu vestido, mas não se importou.
 Depois de colocar pijama nas crianças, levou-os de volta para a sala de estar para que
eles pudessem dizer adeus a seu pai e seu tio. Isobel sentiu o abraço de Tariq era
forçado, quando foi oferecido a ele a cada um dos filhos para dar um beijo.
  Ajudou Francesca a levar as crianças para cama no quarto. Os pequenos não
tardaram a dormir e logo as duas mulheres sorriram calorosamente para eles. Mas ficou
um tempo no quarto para garantir que não despertassem.
  – Sabe de uma coisa? Nós nunca tínhamos conhecido uma namorada de Tariq. –
disse Francesca.
  Isobel não sabia como responder. Na verdade, não se sentia como namorada de
Tariq. Era sim uma empregada com certos benefícios, mas isso era algo que não podia
confessar a Francesca, muito menos explicar a natureza exata desses benefícios.
 Ela apenas sorriu.
  – Estou muito honrado por estar aqui. – respondeu.
  – Às vezes Zahid realmente se preocupa com Tariq. Ele acredita que uma pessoa
não pode viver sempre no caminho mais rápido. Seria muito bom ver quando assentasse
a cabeça.
  Isobel se sentia muito mal, porque ela sabia que Tariq não tinha intenção de se
estabelecer com ela ou com qualquer outra pessoa. Ele disse muito claramente, como o
fato de que ele não querer ter filhos. Este último tinha sido mais do que evidente pela
atitude negativa que tinha mostrado para seus dois sobrinhos.
  Se Zahid e Francesca pensavam que estar lá significava algo, os dois teriam uma
grande decepção.
  – Eu acho que algumas pessoas nunca estão prontas para se acalmar, – ela disse
diplomaticamente.
  Francesca abriu a boca como se fosse falar, mas pareceu mudar de ideia.
  – Vamos. – sugeriu um momento depois. – Vamos jantar. Eu quero que você me
diga tudo o que puder sobre a vida na Inglaterra. Eu aprendi muitas coisas online, mas
não é o mesmo.
Isobel acenou e sorriu, aliviada que a questão sobre Tariq sido resolvida.
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  O jantar foi servido na elegante sala de jantar. A mesa foi decorada com um
pano de linho branco e flores perfumadas, talheres pesados ​e castiçais delgado. A
comida que eles fizeram era deliciosa, mas ela estava completamente perdida porque
provava tido sem nenhum aviso prévio. Quase não podia acreditar que eu estava ali com
Tariq, conhecendo sua família. Isso realmente tinha o efeito desconcertante de
normalizar sua relação, apesar de Isobel saber que era muito perigoso começar a pensar
assim.
  Participou da noite como pôde, mas sentiu-se completamente perdida quando os
dois irmãos começaram a falar em sua língua nativa.
  – Eles estão falando sobre o novo acordo de comércio com Maraban. – disse
Francesca.
  – Você fala sua língua?
  – Um pouco. Eu estou aprendendo, não é uma das línguas mais fáceis do mundo.
No entanto, eu estou determinada a falar perfeitamente, um dia, como meus filhos.
  – São uns bebês preciosos, – disse Isabel. Uma nota inesperada de tristeza foi
refletida em sua voz foi quase sem perceber.
  – Você não acha que você perdeu tempo, certo? – Francesca perguntou rindo.
 Infelizmente, os dois irmãos escolheram precisamente esse momento para acabar a
conversa. Tariq a olhou e devia ter ouvido o que elas tinham conversado e deu a Isobel
uma expressão que ela nunca tinha visto antes.
  – Claro que não! – ela exclamou rapidamente.
  Ela tomou um copo de água rapidamente consciente do rubor que manchou suas
bochechas. Por que Tariq a estava olhando assim? Realmente achava que ela queria ter
um filho?
  A partir desse momento, Isobel se sentiu muito desconfortável. Quando a noite
terminou, o sentimento era ainda mais forte, mas ela conseguiu manter a sua alegria até
que ambos estivessem de volta ao carro de Tariq.
  Isobel sentou-se consciente da distância que Tariq tinha colocado entre eles,
como tinha acontecido na primeira noite quando eles fizeram amor, quando ele a levou
confusa e sem calcinha para a casa dela antes de ir a uma festa na embaixada. Naquela
época, tinha a mesma atitude.
  Na verdade, Tariq não tinha mudado ao longo das semanas, apesar das ilusões
que Isobel tinha feito com o colar que ele havia dado a ela.
  – Você parece ter se dado muito bem com Francesca. – ele disse interrompendo
os pensamentos de Isobel.
  – Espero ter estado bem.
– Eu pensei que você estava magnífica.
  – Obrigada, – disse ela com alguma incerteza.
  Tariq sentou-se incapaz de se livrar da sensação crescente de desconforto que se
apoderou dele. Naquela noite estava profundamente perturbado e que não foi difícil
descobrir o por que. Zahid em jeans, nenhuma ajuda com as crianças. Ele balançou a
cabeça em descrença. Parecia incrível que seu irmão, de modo formal e tão pomposo,
fosse como massa nas mãos de sua esposa. Além disso, essa imagem familiar, em que
seu irmão estava brincando com seus filhos havia reforçado sua sensação de não
pertencer a essa família ou em qualquer lugar.
  Isobel olhou e lembrou-se da maneira em que seus olhos se encontraram quando
ela estava segurando um de seus sobrinhos. Era o desejo que tinha visto naquele olhar?
Estaria desejando a mesma coisa que as outras mulheres?
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  Na verdade, por que não deveria desejar ter filhos? Isso era para o que as
mulheres eram projetadas. Mais o mais imperdoável de tudo seria um homem que não
queria ter filhos desperdiçando o tempo de uma mulher que queria.
  Ele viu que ela tinha fechado os olhos. Ela estava muito pálida. Só o seu cabelo
magnífico dava um pouco de vida e cor ao rosto.
  Tariq não tinha pensado sobre o futuro. Ele não tinha planejado esta aventura
com Izzy. Simplesmente havia surgido de forma inesperada e era muito bom. No
entanto, mais cedo ou mais tarde isso tinha que acabar. Não era sempre assim. Nenhuma
de suas relações era para sempre. Não era melhor e mais sincero terminar a relação ali,
antes que ele pudesse machucar Isobel, uma mulher que ele respeitava muito e não
queria causar sofrimento?
  Ele percebeu que tinha adormecido. Embora uma parte dele quisesse se
aproximar dela e acordá-la com um beijo, se lembrou de que isto não era um conto de
fadas.
  Gentilmente tocou seu ombro. Isobel abriu os olhos imediatamente.
  – Acorde, Izzy.
  – O que foi? – ela perguntou, olhando ao redor. – Chegamos em casa?
  Essa palavra ajudou Tariq a decidir. Para eles, não poderia ser "casa" com a
sensação de uma casa comum. Nunca existiria. Ela tinha sua casa e Tariq a sua. Talvez
fosse hora de traçar uma linha clara entre os dois.
  – Eu vou dizer ao motorista para me deixar aqui. Em seguida, ele irá leva-la para
o seu apartamento.
  Isobel se aconchegou a ele.
  – Não seja bobo. Eu vou para casa com você.
  Novamente. Essa palavra aparentemente inócua de repente adquiriu um
significado muito profundo.
  – Não esta noite, Izzy. Eu tenho uma ligação amanhã de manhã cedo. Não
adianta ter que acordar os dois. – disse ele dando um beijo suave nos lábios.
Rapidamente retirou-se do doce sabor de não o fizesse mudar de opinião. – Graças a
você, ontem à noite eu dormi muito pouco.
  Isobel estava profundamente rejeitada, mas acenou com a cabeça.
  – Sim. Provavelmente seria bom que pudéssemos usar uma noite para dormir. –
comentou tentando que sua voz parecesse alegre. – Até amanhã.
  Quando Tariq saiu do carro, ela olhou para o seu rosto. E teve a certeza de que
algo havia mudado entre eles.
 E tinha mudado para pior.
 
 

 Capítulo 10

  Era verdade. Horrível, mas é verdade.


Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  O medo que Isobel tinha de que Tariq estava esfriando em relação a ela já não
era apenas um produto de sua imaginação. Eles haviam chegado ao estágio em que ele
tratava friamente as amantes. Definitivamente. Ela reconhecia bem demais para estar
errada.
  Não havia passado uma noite com ele por quase uma semana, embora ele não
houvesse deixado à cidade. Toda noite havia uma razão que não poderia vê-lo. Embora
suas razões fossem perfeitamente legítimas, Isobel tinha certeza de que a estava
evitando.
  Na verdade, quando ele entrava em seu escritório parecia distraído. O beijo de
bom dia era quase imperceptível. Não havia ardor nos olhos que fazia o pulso acelerar
antecipando o que poderia vir depois. Era para Isobel como se estivesse desaparecendo.
Parecia a velha Isobel, a invisível, voltando a ocupar o seu lugar. Como se ele tivesse
mudado e nunca mais fosse o mesmo.
 Ele tentou dizer que ele estava ocupado, mas nas profundezas de seu ser
suspeitos razões para a sua alienação. Afinal, tinha visto inúmeras vezes com outras
mulheres, uma após a outra. Depois de ser a favorita, passava para o esquecimento em
questão de minutos.
  A questão era o que Isobel ia fazer sobre isso. Ela iria se sentar e deixa-lo sair do
seu lado ou ela iria assumir um papel mais ativo assumindo o controle da situação?
Deveria confrontá-lo para perguntar se o que eles tinham passaria a fazer parte das
memórias?
  Até que se deu conta que a aparente falta de interesse de Tariq era a menor das
suas preocupações. Havia outras coisas mais importantes...
  Ela se disse que estava sentindo náuseas devidas apenas a uma condição
estomacal por causa de um peixe que tinha comido. Ela sentia a tensão nos seios,
causada por hormônios. Nada mais. Eu estava tomando pílula e a pílula era segura.
Todo mundo sabia disso.
  No entanto, a náusea nunca parou nem a tensão nos seios. Então, Tariq disse
algo que o fez pensar que talvez eu não estivesse imaginando.
  Foi o que aconteceu no fim de semana, quando estava em seu apartamento.
Parecia ser uma eternidade desde a última vez que os dois ficaram juntos. Ela gostava
de estar lá quando eles tinham que trabalhar no dia seguinte. Era então quando se sentia
mais próximo a ele, como sua namorada real, em vez de ser apenas uma secretária que
tinha tido sorte.
 Era domingo de manhã cedo, quando ele fez este comentário. Meio adormecido,
começaram a beijar e acariciar seus seios.
  –Izzy, não acha que você engordou um pouco? – murmurou.
  – Por quê? – ela respondeu enrijecer sob seu toque. – Você acha que eu estou
gorda?
  – Não há necessidade de ficar na defensiva. Você está fina o suficiente para ser
capaz de ganhar algum peso independentemente. Eu já disse muitas vezes que os
homens gostam de curvas.
  Essas palavras acrescentaram uma ansiedade que Isobel sentia. Quase se sentiu
aliviado quando o telefone do escritório de Tariq começou a tocar e ele foi atender. Esse
era o único telefone que não tinha, porque era a linha direta entre o seu irmão e ele.
 Isobel se aproveitou da situação para ir ao banheiro. Ela fechou a porta com o
gosto terrível de medo em sua boca. Ela sabia que não podia mais adiar o momento da
verdade.
  Vendo a imagem do espelho se sentiu péssima. Estava muito pálida e tinha um
olhar perdido em seus olhos. No entanto, seu corpo era o que mais a preocupava. Se via
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perfeitamente que seus seios pareciam inchados e os mamilos estavam muito mais
escuros do que o habitual.
  Ela estava grávida?
 Lembrava claramente do que Tariq tinha fado sobre o assunto. Ele não queria
ter filhos. Não tinha visto o desprendimento com que tratava seus próprios sobrinhos?
Praticamente não os tinha tocado e permaneceu imóvel a sua presença quando os outros
tinham enlouquecido com eles.
  Ela desejou que pudesse se ajoelhar e pedir um milagre, mas sabia que não faria
nenhum bem. Ela precisava de tempo para pensar. Eu precisava ficar tranquila.
  Ela rapidamente tomou banho e vestiu jeans e uma camisa. O silêncio no
apartamento disse que Tariq tinha terminado a conversa. Descalça, foi para seu
escritório, onde ele estava. Estava olhando para fora da janela e seu corpo era poderoso
contra a vista dramática.
  Quando ele se virou, não protestou porque ela tinha tomado banho e se vestido.
Um par de semanas atrás teria a despido imediatamente. Ele não fez então. Uma
profunda tristeza veio sobre ela por algo que parecia perdido entre eles.
  – Tem algo errado? – ela perguntou.
  Tariq a olhou. Ele viu sua pele pálida e da ansiedade em seus olhos. Uma
profunda tristeza apoderou-se. Ele se sentia culpado, conhecendo a enormidade do que
tinha feito. Como de costume, havia chegado e conquistado. Egoisticamente se
importava apenas para as demandas vorazes de seu corpo e tinha tomado uma amante
não pensando em mais nada.
Ela tinha tão pouca experiência que ele não poderia resistir à atração poderosa
do desejo. Ele não conhecia. Ele realmente deveria ter resistido. Não havia sido assim.
Ele tinha feito o que ele sempre fez, tomar sabendo que eu não tinha nada para dar em
troca.
  Naquele momento tudo que eu tinha era a suspeita de que ele estava perdendo a
melhor assistente pessoal que nunca tinha tido. Como eles poderiam continuar quando a
relação parecia ter anulado sua espontaneidade natural?
Ele sabia que algo havia mudado. Isobel podia sentir o que ele pensava que ia
dizer, o que geralmente significa que uma mulher apaixonada começava a pesar tudo o
que ele dissesse, por medo de como poderia interpretá-lo. Esses sentimentos negativos
iriam para mais longe. Não sabia disso também? Como poderia ser capaz de lidar com
isso no trabalho quando a censura no olhar dela não parasse e o abismo entre eles foisse
crescendo a cada dia?
  –Tariq...
  – O quê?
  – Tem algo errado?
  – E se aconteceu alguma coisa?
  – A ligação que você recebeu foi de Khayarzah. Espero que o seu irmão esteja
bem.
  Com grande esforço, Tariq focou na conversa que ele tinha acabado de terminar
com seu irmão.
  – Zahid quer ajuda com nossos parentes. É uma prima distante, por parte de
minha mãe. O nome dela é Leila e tem problemas.
  – Que tipo de problema? – ela perguntou, esperando que não fosse uma gravidez
indesejada. Esperava que o destino não fosse cruel o suficiente para passar Al-Hakam
por duas gravidezes inesperadas, de uma só vez.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Parece ter decidido que quer sair da universidade e ir para os Estados Unidos
para se tornar uma modelo. Você pode imaginar? Zahid acha que precisa de alguém para
lhe mostrar como você está errada e pensa que eu poderia ajudar.
  – Eu entendo, – disse ela, aliviada. – E por que acha isso?
  – Ele diz que a minha perspectiva ocidental pode ajudar a persuadi-la. Eu já vi o
suficiente desse tipo de mundo para convencê-la o quanto ela é equivocada. Não há
nada com que deva se preocupar, mas eu tenho que sair hoje à noite. Você pode garantir
que tenha um voo?
  Duas coisas ocorreram a Isobel. A primeira era que ele continuava indo e
voltando à vontade. O fato de tornar-se seu amante não tinha de forma alguma tirado
sua liberdade. A segunda foi que não poderia anunciar o seu estado, primeiro porque ela
ainda não tinha confirmado. Até que fizesse um teste, havia sempre a possibilidade de
que ser um alarme falso.
  No entanto, essa decisão não foi tranquila. Ela ainda tinha dúvidas. Tariq estava
saindo e, de repente, ela ainda não sabia qual era o seu papel em sua vida. Ela tentou
encontrar um tema de conversa neutra.
  – Será que você se irmão e sua esposa se divertiram em Londres na semana
passada?
  – Acho que sim.
  – Não te disseram?
  – Talvez eles deveriam ter feito?
  – Bem, eu pensei que a noite foi agradável. É isso aí.
  – E foi, – mas tem uma vida ocupada, Izzy. Onde quer que vão, têm sempre de
conhecer pessoas.
  O tom de sua voz fez Isobel ficar tensa. Além disso, ele falou com uma
condescendência que tinha ido além da adequação entre eles. Era como se ela tivesse
coragem de olhar para o rei e a rainha, como se fossem seus iguais, em vez de pessoas
que tinham a sorte de encontrar por um desejo de Tariq.
  – Claro. Que bobagem. – murmurou.
  Houve uma pausa em que Isobel teve que admitir a tensão que havia saltado
entre eles e que, infelizmente, e sempre pareceu a acompanha-los. Ela sabia o que
estava acontecendo, porque tinha visto inúmeras vezes. Tariq estava começando a ficar
cansado disso e queria terminar a relação com menor incômodo possível para ele. Fosse
qual a maneira que ele decidisse usar para se distanciar para Tariq seria fácil. Ela nunca
tinha feito nada parecido antes e, ao contrário dele, não fingir que era bom.
  Não era melhor enfrentar a verdade, não importa o quão difícil que possa
encontra-la? Enfrentar a realidade? Pelo menos, então, obter e preservar seu orgulho.
 Ela forçou um sorriso.
  –Tariq, eu estive pensando.
 O tom de voz de Isobel o colocou em alerta.
  – Sim?
  –Vou precisar de um período de férias e eu queria saber se poderia aproveitar a
oportunidade para usar parte desse tempo, enquanto você estará fora. Fiona é muito
capaz de lidar com o escritório.
  Tariq olhou. Algo como a dor foi refletido em seu rosto quando ela percebeu o
que estava fazendo. Izzy era inteligente. O suficiente para perceber que ele estava
ficando frio em relação a ela.
  – É necessário?
  – Eu acho que sim. Temos que dar algum espaço para o outro. Esta relação tem
sido maravilhosa, Tariq, mas eu suspeito que chegou ao fim, não é?
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  Isobel olhou para ele, esperando que ele negasse tudo. Desejou que a pegasse em
seus braços e dissesse que ela era louca.
  Tariq olhou para ela com admiração. Embora soubesse que esta era a solução
perfeita, sentiu uma profunda lastima. Sentiria falta da amante. Ele sentia que ela queria
mais dele do que poderia dar. Essas semanas de ausência permitiriam a ambos deixar
para trás o que eles tinham compartilhado e começar de novo.
  Ele também teve que admitir que o seu orgulho estivesse ferido por não ter sido
ele quem terminou o relacionamento. No entanto, poderia ser que isto fosse bom.
  – Eu acho que você pode estar certa, – disse ele.
  – Sim? – ela perguntou, desapontada.
  – Sim. Talvez seja melhor parar antes que tenha impacto maior sobre a nossa
relação de trabalho.
  – Claro...
  – Além disso, você merece uma pausa. Você poderia usar para pegar um pouco
de sol. Você está pálida.
  Foi. Essas palavras lhe deu a confirmação que precisava. Tariq acredita que
férias com sol era tudo que ela precisava para voltar ao normal. Ela gostaria que fosse
assim tão fácil...
  De repente, ela começou a sentir tonturas. Um suor frio começou a cobrir o
rosto.
  – Izzy? Por Deus! O que está errado com você? – ele perguntou quando a tomou
em seus braços.
  Isobel se afastou dele. Ela se encostou à mesa e respirou fundo enquanto rezava
para não desmaiar.
  "Diga".
  –Izzy...
  "Diga".
  Ela não conseguia pronunciar as palavras.
  "Eu vou dizer quando for seguro. Quando ele voltar."
  – Eu estou bem, Tariq. Realmente. Deve ser algo que eu comi. Agora, se me der
licença um minuto, eu vou cuidar de seu avião. Então, eu vou chamar Fiona para que
possamos ter uma reunião com ela.
  Isobel esperou até que ele houvesse falado com Fiona e ido para seu voo para ir
até o banheiro. Uma vez lá, as náuseas, foram violentas.
 
 
 

Capítulo 11
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  CONFIRMADO.
  A linha azul não deixava espaço para dúvidas. Como tinha provado a Isobel ti no
dia anterior, ou há dois dias. Todos os testes de gravidez positivamente confirmou o que
já sabia há algum tempo. Tanto quanto queria o contrário, eu não podia mudar nada.
  Estava esperando um filho do príncipe Tariq Al-Hakam. O homem que tinha
dito muito claramente que ele não tinha vontade de ter um filho, ira ser pai.
  Ela se sentia presa e inquieta. Foi até a janela porque estava tão quente em seu
pequeno apartamento. Ela estava cansada demais para ir para uma caminhada.
Ultimamente, ela estava completamente esgotada...
  Apesar de usar um vestido de algodão muito fresco e tinha todas as janelas
abertas, o suor escorria pelas costas. De alguma forma, o verão chegou sem que ela
percebesse, mas talvez não devesse saber muito. Nas duas semanas que fizeram Tariq ir
para Khayarzah, não tinha notado o tempo.
  Só tinha de pensado no homem cujo filho estava crescendo em seu útero. Ela
tinha uma sensação estranha de vazio por estar longe de seu trabalho. Pela primeira vez,
não poderia ir para casa de campo, porque sabia que haveria memórias vivas de Tariq.
  Sempre lhe pareceu patético quando as pessoas se importava com o que estava
acontecendo em seu trabalho, quando eles estavam de férias. Assim, ela não tinha
chamado para ver como as coisas estavam indo. Fiona entraria em contato com ela se eu
precisava de ajuda e, até então, não tinha.
  Isso fez Isobel se sentir ainda mais vazia. Ela não gostava de saber que seria tão
fácil de substituir...
Nem tinha ouvido falar de Tariq. O silêncio terrível que tinha vindo entre eles
desde que ele deixou claramente demonstrado que o que ele tinha feito. Às vezes, tinha
ficado tentada a liga. Ela tinha todo o direito do mundo a fazê-lo uma vez que, embora
não fosse seu amante, se ainda era seu chefe. Mas o que poderia dizer?
  Ele decidiu que seria melhor esperar para ficar cara a cara com ele para
conversar. Ela teria que dar a notícia de que ele seria pai. Além disso, não seria qualquer
pai. Essa criança teria sangue real, o que seria muitas outras complicações. Ela sabia
que os filhos de membros das famílias reais eram bem protegidos porque a sucessão
nunca era inteiramente segura. Tariq se sentir ainda mais preso em uma vida, tanto
como reclamou?
  – Se aceitar a sua responsabilidade como pai da criança, – ela pensou. – Ele
poderia fazer como seu pai e não reconhecer seu filho.
Ela estava preparando um chá de camomila quando ouviu a campainha tocar.
Quem poderia ser? Antes que ele tivesse tempo para ir abrir, a campainha tocou
novamente mais urgente do que a primeira vez. Estava tão quente que o vestido de
algodão fino agarrou-se a suas coxas ao caminhar. Ela estava tão concentrada em
arruma-lo que não se preocupou em olhar pelo olho mágico. Quando abriu a porta, ele
encontrou a última pessoa que esperava ver lá: Tariq.
  Ela estava tão surpresa que sentiu a fadiga evaporar-se quase que imediatamente
ao vê-lo. A presença de Tariq dominando, como sempre, o espaço ao seu redor,
especialmente no momento, porque seu rosto estava muito sério. Ele usava uma camisa
e um par de jeans. Esse traje casual dava um olhar terrenal, acessível, tanto irônico
nesse momento.
  –Tariq, que surpresa!
  Ele acenou com a cabeça. Para ele também. Ele não tinha nenhuma intenção de
ir vê-la, mas não podia evitar, tinha encontrado seu motorista e pedindo para leva-lo
para aquela parte de Londres tão desconhecida para ele.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

 Ele passou duas semanas viajando por aí procurando a prima em Khayarzah e, ao


voltar, o escritório parecia vazio, sem a presença de Isobel, que ainda estava de férias.
  – Eu posso entrar?
  – Claro que pode.
  Tariq entrou no pequeno apartamento e ela fechou a porta. Ele entrou na sala e
olhou em volta. Era muito pequeno, mas com muito menos móveis do que a casa de
campo e com muitas fotografias pessoais. Quando ele entrou na sala, ela se virou para
ele. Seus cachos vermelhos estavam presos em uma trança francesa e seus olhos eram
enormes. Parecia frágil.
  – Eu pensei que você estaria trabalhando novamente.
  – Eu disse que poderia tirar três semanas e só passaram duas.
  – Eu sei exatamente quanto tempo que passou Izzy.
  Eles ficaram frente a frente, como se estivesse tentando se adaptar à esta nova
fase de seu relacionamento. Era estranho ficar sozinha com ele e não estar em seus
braços. Ela tinha um milhão de perguntas que queria fazer, mas tinha medo de
perguntar.
  "Fale".
  Ela não podia. Ela disse que só queria usar aqueles poucos minutos de paz. Um
par de minutos mais do que o normal. Dois minutos para a festa no rosto que tinha
crescido o amor e saudade que encheu seu coração.
  – Será que você encontrou sua prima?
  –Sim, mas tarde.
  – Esta bem?
  – Eu não vim aqui para falar sobre a minha maldita prima.
  – Ah. E o que veio falar?
  Tariq observou as curvas suaves de seus lábios sem maquiagem e de repente se
perguntou com o que estava lutando, seja com ela ou com ele mesmo.
  – Nada.
  – De nada? Então, por que você veio?
  – Por que você acha? – ele sussurrou. Seus olhos brilhavam de uma forma
estranha. Então ele a tomou em seus braços. – Por isso.
  Isobel sentiu o batimento cardíaco é acelerando quando os corpos de ambos
estabeleceram o primeiro contato. Lutou com consciência e o desejo quando ele
começou a beijá-la. O desejo venceu sem esforço. Ela abriu a boca e soltou um gemido
de prazer antes de abraça-lo. Que era onde queria estar mais do que qualquer coisa. Nos
braços de Tariq.
  Suas mãos começaram a percorrer o rosto e o cabelo, então os lados deslizaram
com impaciência febril. Isobel começou a tocar também com igual ganância.
Tariq grunhiu e começou a tirar o cinto. Ela acendeu seu desejo e sua pele parecia
queimar. Ele poderia a ter possuído lá, mas ele passou muitas noites fantasiando sobre o
quanto desejava possuí-la sem cerimônia.
  – Onde é o quarto?
  Isobel disse que deveria confessar que estava grávida antes fossem além. Ela não
podia. Ela apontou para a porta.
  – Alí.
  Sem esforço, ele a pegou como tinha feito muitas vezes e abriu a porta do quarto
com o joelho. Em seguida, coloca-a no centro da cama. Depois, ficou em cima dela,
uma perna de cada lado do corpo. Então ele começou a desabotoar os botões de seu
vestido. Quando ele abriu, Isobel prendeu a respiração. No entanto, ele parecia deseja-la
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

muito a reparar em detalhes. Na verdade, Tariq soltou o sutiã e abaixou a cabeça para
tomar um mamilo entre os lábios.
  – Eu sinto como se eu estive no deserto. – gemeu contra a pele de Isobel.
  – Eu pensei que era onde você esteve.
  – Eu não quis dizer que esse tipo de deserto, mas, para isso, – ele disse, quando
ele começou a puxar para baixo a calcinha. – O deserto sexual, um local remoto sem o
doce abraço de uma mulher ou de abrir suas deliciosas coxas cremosas.
  Embora não tivesse sentimento, as palavras eram muito eróticas. Isobel se
sentou um pouco a desabotoou a camisa. Tariq tinha retornado. Ainda a queria. Era
simples assim. Será que deixa-la ir tinha sido mais difícil do que ele esperava?
  A esperança começou a crescer dentro dela enquanto a paixão que aqueceu o
corpo. Ela ajudou a tirar sua calça jeans e cuecas, em seguida, caiu no chão com um
suave sussurro. A camisa seguida do vestido de Isobel. Ela olhou para ele. Era estranho
tê-lo nu em sua cama. Ele estava deslumbrante, mais lindo do que nunca.
  Colocou-se sobre dela. Isobel suspirou com antecipação. Ela conhecia
perfeitamente o corpo de Tariq, mas estava com estranhos pensamentos. Devo dizer-lhe,
então?
  Tariq gemeu de prazer quando ele entrou nela. O momento tinha passado. As
doces sensações a tomaram. Ela decidiu que era melhor aproveitar este momento de
prazer e deixa-lo gostar também. Queria que Tariq visse o que estava entre eles, a
doçura e alegria que compartilhavam. Então, talvez...
  – Você é tão apertada...
  – É porque você é muito grande, – ela sussurrou.
  – Eu sempre fui grande. – Tariq brincou.
  – Neste caso, muito mais.
  As palavras sobraram quando ele começou a se mover dentro dela, sua boca
sobre a de Isobel. Ela recebeu seu cada movimento levantando um pouco os quadris.
 Essa foi a experiência mais agridoce da vida de Isobel. Surpreendente, é claro, porque o
sexo com Tariq sempre era, mas surpreende com certa tristeza. Estas coisas eram muito
diferentes. Ela não tinha resolvido nada. Sabendo que ele ainda não sabia o seu segredo.
Esses fatos combinados sensações acrescentavam o que estava experimentando.
  Sentiu que estava se aproximando do orgasmo. Sentiu o primeiro espasmo
quando ele gritou de prazer. Os movimentos tornaram-se mais frenéticos quando ela
abraçou o corpo de Tariq, que estava coberto de suor. Ela estava caindo, dissolvendo,
estourando. Ela não conseguia pensar.
  Os minutos se passaram, e quando ela abriu os olhos, viu Tariq apoiado em seu
cotovelo, observando-a.
  –Incrível. – disse acariciando seu rosto. – Como sempre.
  – Sim.
  –Não me ligou, Izzy.
  – Eu poderia dizer o mesmo sobre você, – respondeu ela olhando em seus olhos.
– Você achou que eu o faria?
  Tariq sorriu. Havia pensado que a sua fria avaliação sobre o fato de que sua
relação tinha chegado ao fim foi uma jogada muito inteligente. Ela teria percebido que
isso era algo que nenhuma mulher tinha feito? O fato de alguém jogar na cara dele que
não estava interessada.
  –É claro. – respondeu.
  Isobel se mexeu inquieta sobre o colchão. Estava ficando frio. Ela sabia que não
podia continuar adiando muito mais tempo. No entanto, seus instintos de sobrevivência
a fizeram querer juntar todos os fatos em primeiro lugar.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Por que você veio aqui hoje, Tariq?


  – Eu pensei que eu tinha acabado de mostrar. – ele disse com um sorriso. – Para
nossa satisfação mútua.
  Isobel deu um sorriso apertado. Então, era apenas uma demonstração? Como ela
poderia esquecer a sua arrogância?
  – Pelo sexo? Você veio aqui por isso?
  – Sim. Não. Bem, eu não sei... Izzy. – disse. Ele não queria analisar o impulso
poderoso que o tinha levado lá. Isobel não poderia limitar a aproveitar o momento e se
contentar com isso? – Seja o que for eu senti sua falta.
  – Se é só sexo, você pode ter com muitas outras mulheres.
  – Então não pode ser apenas sexo, – disse ele. Levantou o queixo de Isobel com
as pontas dos dedos. Ela foi pega em seu olhar. – Talvez devesse dizer que senti sua
falta.
  Isobel sentiu seu coração parar. A esperança que tinham estado contendo para
sobreviver reviveu.
  – Isso é o que você me disse antes. – ela sussurrou. – Quando você voltou de
viagem.
  – Sim, eu sei, mas desta vez é diferente. Sabendo que não ia estar... Quando você
me disse que tiraria férias eu percebi que poderia perder você. E eu não quero.
  O coração parecia explodir em seu peito.
  – Não?
  – Não, – ele disse quando ele a beijou delicadamente. – O que há entre nós é
melhor do que qualquer coisa que eu tive com qualquer outra mulher. Eu não prometo
um futuro, Izzy, porque não sei se posso fazer. Eu não mudei de ideia sobre ter filhos,
mas se você acha que basta o que há entre nós... Bem, vamos em frente.
  Parecia que, com essas palavras, o destino estava zombando dela. Ela sentiu um
horror profundo do que ele tinha que fazer, mas eu não poderia mais deixa-lo de fora.
Ela percebeu que havia arruinado tudo. Apesar de sua determinação para evitar cometer
os mesmos erros que sua mãe tinha feito exatamente como ela. Ela havia se apaixonado
por um homem que era inatingível. No caso de Tariq, ele não era casado, mas era
proibido emocionalmente. Ele próprio tinha acabado de confirmar.
  O que poderia fazer?
  Ela se sentou na cama nervosa. Os cachos caiam até os ombros e, felizmente,
cobriram seus seios.
  – Antes de dizer alguma coisa, eu tenho que lhe dizer algo, Tariq. – murmurou.
Ela estava mais nervosa do que nunca. – Veja... eu vou ter um filho.
 
 

 Capítulo 12
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  O silêncio da sala contrastava com os sons que vinham do lado de fora através
da janela aberta. Isobel olhou para Tariq, que ainda estava deitado na cama e estava
completamente imóvel, e recordou o momento em que o viu no hospital, quando ele
parecia tão perdido e tão vulnerável. Quando os sentimentos abrigavam em direção a ele
passou por uma profunda transformação.
  Naquele momento, não parecem em nada vulnerável.
 Longe disso. Seu rosto tinha ido expressões que refletem como ele se sentia. A
surpresa se metamorfoseou em descrença e depois transformou a expressão que Isobel
estava esperando desde o início.
  Ira.
  No entanto, não se mexeu. Mas seu olhar era impenetrável e duro.
  – Por favor, me diga que isso é uma piada de mau gosto, Izzy.
  – Não é brincadeira, – ela respondeu com voz trêmula. – Por que eu iria brincar
com algo assim? Eu vou... Eu vou ter um filho. Seu filho.
  – Não!
  Ele pulou da cama tão rápido como uma pantera. Ele agarrou seu jeans e mal os
puxou. – Ele sabia que não podia ter uma conversa assim com Isobel se ele estivesse
completamente nu. E se o seu corpo traidor estava começando a despertar o desejo,
mesmo quando a raiva começou a devorá-lo? Mesmo quando percebeu quão longe foi a
traição de Isobel?
  Depois de abotoar a camisa e o jeans.
  Em seguida, ela se aproximou. Seu rosto se contorceu de raiva. Isobel apoiada
no travesseiro.
  – Diga-me que não é verdade. – rugiu.
  – Eu não posso, porque é, – ela sussurrou.
  Tariq olhou. Isobel sabia desde o início que ele não queria ser pai. Ela sabia,
porque ele tinha dito! Na verdade, apenas diga a ele. Depois de...
  – Como diabos você pode estar grávida, se você toma pílula?
  – Às vezes há acidentes...
– Como? Aliás, não se esqueceu de toma-la, certo?
  – Não!
  – Como então? Como, Izzy?
Ela levantou as mãos como se estivesse se rendendo.
  – Eu tive uma intoxicação alimentar após comer peixe. Deve ter sido então.
  – Deve?
  Tariq virou-se e foi até a janela, de onde observou a rua movimentada. Quando
ele olhou para Isobel, seu rosto estava coberto por uma máscara. Ela nunca o tinha visto
assim tão frio e vazio. De repente, ela percebeu que, qualquer que seja o sentimento que
Tariq tinha por ela, tinha morrido naquele momento.
  – Foi acidental ou propósito? – perguntou ele. –Quando isso aconteceu?
  – Foi... foi na época que conheci Zahid e Francesca.
  – Você quer dizer que o rei e a rainha? – ele corrigiu.
  Sem saber por que, ele teve que se refugiar por trás do protocolo, apesar de quão
pouco ele gostasse disso. Lembrou-se do jeito que ela tinha ficado com Omar em seus
braços naquela noite Omar. A maneira como ela olhou para ele sobre a cabeça do
pequeno com o gesto que as mulheres muitas vezes têm um fim bebê.
  – O que aconteceu? Você olha para Francesca e viu outra plebeia britânica como
você? Você olha em volta e viu toda a riqueza e status que ela tinha na mão e pensou em
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

como obtê-lo? Afinal, você já tinha um amante da família real, como Francesca tinha
feito no passado. A única diferença é que ela ficou grávida para garantir o seu futuro!
  Se não tivesse sido nua, Isobel teria se lançou sobre ele. Ela simplesmente saiu
da cama e pegou o vestido que tinha usado. Ela se sentia muito vulnerável. Era como se
Tariq a tivesse esmagado com as mãos.
  – Eu não posso acreditar que você acha que isso! - exclamou ela quando tentou
abotoar o vestido. Suas mãos tremiam tanto que a tarefa era quase impossível.
  – Acho que não posso culpa-la. – sussurrou, como se não tivesse ouvido o que
ela havia dito. – A maioria das mulheres esta empenhada em se casar, quanto mais
prestigiado o casamento melhor. Você não poderia encontrar um candidato melhor do
que um príncipe, não é?
  – Você deve estar brincando, – ela estacou. – Talvez você seja um príncipe, mas
você é um...
  –Vamos parar de insultos? – Tariq respondeu ao tentar absorver o fato de que seu
filho estava crescendo no ventre de Isabel. Seu filho! Um filho que ele não queria. Um
filho que não seria capaz de amar... porque não sabia como amar. – Pensava que gostava
da sinceridade, Izzy. No entanto, agora acho que não foi honesta desde o início, certo?
  Ela olhou para ele fixamente.
  – O que você está falando?
  – Há quanto tempo você sabe que está grávida?
  – Duas semanas. – ela admitiu.
 Uma estranha luz iluminou os olhos de Tariq.
  – Na manhã que recebi o telefonema do meu irmão sobre Leila, quando
estávamos na cama, você sabia que estava grávida, certo?
  – Eu não sabia. Eu suspeitava, mas não tinha certeza.
  – Mas você não se preocupou em me dizer. Ainda hoje você teria ficado em
silêncio. Eu deixaria seu quarto e...
  – Fizemos sexo, Tariq! – ela exclamou brutalmente. – Não faça disso em algo
que não é! Eu não disse por que sabia como ia reagir, – ela rugiu. Porque eu sabia que
você ia ser arrogante o suficiente para pensar que houve uma conspiração contra você e
não o tipo de situação que acontece com os homens e mulheres desde que começaram a
fornicar!
  – Eu suponho que você queira se casar.
  Os olhos de Isobel se arregalaram. Por acaso não tinha ouvido uma única
palavra do que ela disse?
  – Você deve estar louco. – respondeu. – Esta delirando, se você acha que eu iria
amarrar minha vida um homem como você. Um homem com um grande ego que pensa
que uma mulher vai engravidar de propósito para caçá-lo.
  – Você acha que seria a primeira vez?
  –No meu caso, sim, – ela se defendeu. Então ele fechou os olhos quando sentiu
uma terrível tristeza vinda sobre ela. – Agora, eu lhe peço que saia, Tariq. Saia daqui
antes que qualquer um nós diga algo lamentável.
  O impulso de Tariq era resistir. Ele estava acostumado que a fazer o que queria.
Então ele percebeu que esta não era a primeira vez que Isobel tomava as rédeas. Afinal,
foi ela quem teve a coragem de terminar o relacionamento. E era verdade que ele tinha
pensado que ela poderia estar tramando um plano muito sofisticado para caçá-lo.
 Então ele percebeu que Izzy não era um estrategista. Não tinha dito que achava que ela
estava grávida porque temia a reação dele, ele tinha confirmado os temores cem por
cento. Ele olhou para o rosto pálido de Isobel e de repente se sentiu muito culpado.
  – Desculpe.
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 Ela olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas.


  – O que você sente? Dizer às coisas que você disse ou começar um
relacionamento comigo?
  Essas acusações bateram na cara.
  – Sente-se, Izzy.
 Ela ignorou qualquer atenção. Será que ele achava que ele poderia dizer o que quisesse
e ela estava indo para apaziguar como se sentia? Como se atrevia a pedir para sentar,
quando ela estava em sua própria casa?
  – Eu vou sentar quando você se for.
  – Eu não vou a lugar nenhum até que você o faça. Há coisas que precisamos
conversar.
  Isobel queria dizer que tinha acabado com todos os direitos a uma conversa com
seus comentários cruéis, mas não conseguiu. Tariq era o pai de seu filho e ela sabia
melhor do que ninguém o vazio que a falta de um pai fazia na vida de uma criança.
  – Conversaremos, – ela disse, – mais com calma, não agora, quando nós dois
estamos tão chateados. – ela adicionou quando cobriu sua barriga com uma mão.
  Tariq notou o gesto e sentiu algo dentro dele despertar. Ele ficou chocado
quando ele percebeu que queria fazer um milhão de perguntas, e não sobre o bebê,
porque ela não queria, mas especialmente sobre ela.
  Ele a olhou e com certeza percebeu que tinha um olhar diferente. Mais delicada,
mas com uma espécie de força interior que irradiava de seu sol, como o refletido em seu
cabelo.
Naquele momento deveria estar tomando-a em seus braços e parabenizando.
Colocando a mão em seu ventre e olhando para ela com orgulho. Se tivesse sido um
homem normal poderia ter feito todas essas coisas. No entanto, sabia que tinha um
pedaço de gelo no lugar que deve ocupar o seu coração. Por isso não estava olhando-a
dessa forma.
  Não era o momento para refletir. Fosse como fosse os seus sentimentos, era Izzy
que importava. Ele tinha que ser prático e ajudar em tudo que podia.
  – Obviamente, não vai voltar a trabalhar, – disse ele.
  – Eu nunca sequer pensei em trabalho...
  – Bem, você não tem que trabalhar. Saiba que você não precisa se preocupar com
nada. Vou me certificar de que você não tenha que se preocupar com sua segurança
financeira.
  Isobel olhou com raiva. Será que ele queria compra-la? Será que pensa que ela
ficaria satisfeita com o dinheiro como compensação porque não Tariq se casaria com
ela, que, segundo ele, era o que ela estava procurando? Ela pensou em sua mãe. Sempre
trabalhou e permaneceram sozinhas. Isobel tinha sido sempre muito orgulhosa do
exemplo que sua mãe havia lhe dado como mulher. Ver como uma mulher sobrevive e
segue em frente sem ser derrotada, porque suas esperanças não se materializaram.
  – Na verdade, eu já decidi que quero continuar trabalhando. O que eu faria o dia
inteiro se você não fizesse? Muitas mulheres continuam a trabalhar até perto da hora do
parto, mas, obviamente, procurarei outro emprego.
  – Não há necessidade de procurar outro emprego, ele respondeu. Você pode
continuar a trabalhar para mim. Ou você poderia trabalhou para um dos parceiros se
você acha que não pode tolerar estar no mesmo lugar que eu.
 Isobel tragou a saliva. Ele pensava que ela começaria a trabalhar para outra
pessoa. Ele não sabia que o resto das pessoas que trabalhavam em Al-Hakam sabia da
relação que existia entre Tariq e ela. Afinal de contas, era um casal muito óbvio e
também Tariq ela tinha ido a muitos lugares públicos. Seriam eles capazes de deduzir o
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que tinha acontecido? Ver-se-ia com seu posto comprometido quando seu novo chefe
soubesse quem era o pai de seu filho?
  Ela olhou para ele e tentou entender que foi que a fez perceber que ela queria
continuar a trabalhar para ele. No intimo, não havia segurança, especialmente quando
havia tanta coisa acontecendo em sua vida naquele momento. Pelo menos com Tariq
não tinha que esconder nada. Tariq a protegeria, porque, apesar das palavras de raiva
que ele tinha falado, ela sentiu que ele iria se certificar de que nada e ninguém iriam
machuca-la ou o bebê.
  – Eu acho que eu poderia tolerar, – disse.
 Ela olhou em seus olhos, sabendo que ele precisava acreditar nas palavras que
ele estava prestes a pronunciar. Caso contrário, não poderia continuar. Ela havia
pensado que se seguisse amando-o em silêncio, talvez ele pudesse aprender a ama-la,
mesmo que apenas um pouco. Ela tinha pensado que talvez pudesse fazê-lo mudar. No
entanto, ela estava errada. Você não pode mudar ninguém, mas apenas a si mesmo.
Tariq não queria amor. Nem queria dar ou receber. Nem ela nem o filho.
  – Nós temos que concordar que precisamos dar espaço pessoal um ao outro, –
acrescentou. Nós terminamos Tariq. Nós dois sabemos disso, mas não há nenhuma
razão pela qual não podemos nos comportar civilizadamente um com o outro.
  Tariq estava muito aliviado que ela não quisesse seguir sozinha. No entanto, a
dignidade, que ela refletiu sobre essa declaração lhe causou grande dor no coração.
Como se, de alguma forma, tivesse tido uma coisa maravilhosa nas mãos e tinha
acabado de deixa-lo ir.

Capítulo 13

  – Voltaram a ligar da imprensa, Tariq. – Ele olhou para cima e viu Izzy na porta
de seu escritório. Iluminada por trás, parecia uma pintura de Botticelli, os cabelos
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caindo sobre os ombros como o mel líquido. Enquanto usando um vestido largo e
permanecia muito esbelta, não conseguia esconder a redondeza macia de sua barriga de
quatro meses de gravidez. Levou semanas assistindo. Tentando imaginar como seria o
bebê dentro dela.
  Ele sabia disso.
  Ele engoliu em seco para se livrar do nó que lhe tinha feito na garganta.
  – O que eles queriam?
  Isobel observava o brilho nos olhos de Tariq e o crescimento de sua barba, o que
o fez parecer um pirata da idade moderna. Se havia perdido a cabeça ontem, quando
disse que poderia acompanha-la ao médico se quisesse ver o ultrassom? O que a levara
a fazer isso? Na verdade, ela tinha a esperança dele lhe dar uma resposta educada e, se
recusasse em acompanha-la, mas Tariq tinha aceitado o convite. Então, ele se
comportou como se esperava dele como um pai amoroso, quando ela saiu, como se
tivesse passado a vida cuidando de mulheres grávidas.
  Na verdade, quando ele a ajudou a entrar na limusine, mesmo que ela dissesse
que fosse completamente desnecessário, a sensação que ocorreu entre as duas mãos
quando foi elétrica. Foi a primeira vez que eles se tocaram desde que terminaram seu
relacionamento e seus olhos se encontraram com desejo contido. Isobel desejou volta
estar em seus braços. Aplacou aquela necessidade e sentou o mais longe que podia na
limusine.
  Ele suspirou com impaciência a sua incapacidade de permanecer imune a ela.
Então, novamente focou seus pensamentos sobre o problema que tinha com a imprensa.
  – Perguntaram por que tinha visto o sheik de Khayarzah acompanhando sua
assistente ao obstetra.
  – Nos viram?
  – Aparentemente. Eu deveria ter percebido que isso iria acontecer, Tariq.
  Talvez, mas Tariq estava feliz que ela não tivesse. Assim, teve a oportunidade de
ver o bebê que não queria. Ainda não tivesse certeza por que ela tinha permitido. Nem
esperava sentir essa gratidão. Talvez ele devesse ter parado para pensar que alguém
pudesse vê-lo, mas a verdade é que não tinha se importado se soubesse que um milhão
de jornalistas estivesse vendo.
  Ele não se importava em nada mais do que iria descobrir na consulta, enquanto
observava o médico mover o ultrassom em cima da barriga de Isobel.
  De repente, ele tinha visto uma imagem incompreensível ocupando a tela.
Parecia uma tempestade de neve, até que viu uma batida rápida e rítmica e percebeu que
ele estava ouvindo um coração batendo. Esse foi o momento em que tudo mudou.
Naquele momento, deixou de considerar a gravidez de Izzy como teórica e viu que era
real.
  Seu coração afundou quando ele viu seu filho ou a sua filha. O médico tinha dito
algo sobre o "casal feliz" e, em seguida, Izzy falou alto e claro.
  –Não somos um casal. – ela disse firmemente. – O Sheikh e eu não estamos
juntos, doutor.
  Tariq se sentiu terrível sobre o olhar que ela lhe deu. Como poderia culpa-la? Ele
merecia comentários e após a reação horrível que teve quando ela lhe contou sobre o
bebê. Desde então, ele havia feito seu melhor para compensar. Ele não sabia mais o que
fazer, mas, infelizmente, não acredita que sua atitude conciliatória fizesse qualquer
efeito sobre ela. Isobel tinha exibido uma teimosia que ele não sabia que possuía.
  Com a cabeça erguida, recusou todas as ofertas de que fosse para casa e tirasse
uns dias de férias. Ela se recusou a sair para jantar com ele ou ir às compras. Tariq teve
que engolir sua frustração.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  Naquele momento, quando entrou em seu escritório, Tariq percebeu que estava
completamente exausta.
  –Vamos ter que decidir o que dizer quando surgiu a questão da paternidade. Não
há dúvida de que irão surgir. Eu já ouvi algumas dicas e um jornalista quase me
perguntou abertamente hoje.
  – O que você quer fazer, Izzy? – Tariq perguntou baixinho.
  – Eu não acho que o que eu quero é o tipo de pergunta que eu deveria estar
fazendo, Tariq.
  O que Isobel queria era impossível. Estar grávida com o filho de alguém que a
amasse em vez de alguém que estava zangado com ela por estar grávida. Alguém para
segurá-la na madrugada, quando o mundo parecia um lugar grande e assustador. No
entanto, tais pensamentos eram muito perigosos. Embaraçosos, mesmo. A verdade era
que seguia amando Tariq, e sabia que nunca iria acontecer.
  Infelizmente, ele havia descoberto que uma mulher não se esquecia do homem
que amava só porque ele tinha falado mal ou a tinha julgado da pior forma possível.
  – Eu não sei o que eu disse.
  Tariq a olhou firmemente e a determinação tomou conta dele. Ele percebeu que
ele já não podia sentar-se e observar ao redor. Até então, ele havia permitido que Izzy
ditasse os termos de como eles enfrentavam isso porque ele se sentia culpado por seu
próprio comportamento. Ele havia dado o espaço pessoal que tinha reivindicado a si
mesma e que isso era o que lhe interessava. Ele tinha olhado dentro de si mesmo e
descoberto muita paciência e fortaleza. Ele havia se comportado de uma maneira que
poucos meses atrás teria sido inimaginável.
  Mas ainda não o suficiente. Vendo o rosto pálido de Isobel, ele percebeu que era
hora de tomar o controle.
  Ele se levantou e caminhou em sua direção. Então ele pegou seu cotovelo.
  – Vem se sentar. – disse com firmeza e a acompanhou até o sofá. – Por favor.
  Os lábios de Isobel tremeram, como seu corpo, ela respondeu imediatamente ao
seu toque. Silenciosamente, rugiu contra seus hormônios traiçoeiros. No entanto, o
deixou leva-la para o sofá.
 Ela se sentou e ficou olhando.
  – Bem?
  Tariq sentou ao lado dela e tentou encontrar as palavras certas. Ocorreram-lhe
frases sem sentido, até que ele percebeu que as palavras não importavam, mas a
sensação que teve depois delas.
  – Eu quero te dizer o quanto estou triste, Izzy. Sinto muito.
  Ela balançou a cabeça.
  –Você já disse antes, – ela disse piscando para conter as lágrimas que ameaçavam
derramar.
  – Isso era então, quando nem estava pensando corretamente. Quando estava sem
ar e muito confusão e magoado. Mas, para mim, é importante entenda que eu estou
falando sério. Agora, eu gostaria de remover todas as palavras que nunca deveria ter
dito. E eu gostaria de fazer isso de algum jeito.
  Isobel olhou pensando como era estranho ouvir isso da sua voz sentida. Ela não
parecia convencida e percebeu que a descoberta a empurrou para encontra-lo até a
metade do caminho.
  – Nós dois dissemos coisas que não deveríamos ter dito. – ela admitiu. – Coisas
que não podemos mais voltar atrás e, portanto, melhor esquecer. Desculpe-me, se não
disse antes sobre o bebê.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Eu não me importo. Suas razões para não fazê-lo são perfeitamente


compreensíveis. Há apenas uma coisa que importa para mim, Izzy, se você acha que
pode me perdoar.
 Isobel mordeu o lábio. O orgulho ferido lutando contra o desejo instintivo de
fazer as pazes. Naturalmente, a expressão no rosto de Tariq não deixou dúvidas: o seu
arrependimento era genuíno.
  – Sim, Tariq. – ela disse suavemente. – Eu posso te perdoar.
 Ele olhou para ela, mas a clemência Izzy só aumentou sua inquietação. Isso o
fez perceber que, se ele quisesse ter um futuro juntos, teria que ir um passo além.
  Não era fácil. Tudo se rebelou dentro dele. Não tinha sido a sua capacidade de
isolar as experiências dolorosas de sua vida que o tornou tão egoísta? Não tinha a sua
recusa de sentir as coisas que o haviam protegido contra choques e isolamento de sua
infância? Sucesso tinha sido fácil para ele, porque ele não era autorizado a ser
influenciado por sentimentos. Para ele, os sentimentos eram algo que foram bloqueados.
Se não tivesse feito assim como poderia ter sobrevivido?
  No entanto, se ele falhou quando confrontou toda a escuridão que havia trancado
nas profundezas de seu ser, há muito tempo, deixando-o com sua falta de resolução. Ele
não conseguia se sentir obrigado a voltar para Izzy. Seria como se ele estivesse olhando
através de um vidro espesso. Então, porque tentar de proteger da dor emocional se
acabaria experimentando de qualquer maneira?
  – Há coisas que você precisa saber sobre mim, – disse ele. – Coisas que podem
explicar o monstro que eu fui.
 – Você não é um monstro, – ela respondeu imediatamente. Recuso-me que meu filho
tenha um monstro por um pai!
  – Há coisas que você precisa saber sobre mim, – ele reiterou apesar da defesa
apaixonada da Isobel o fazer sorrir. – Coisas sobre mim e minha vida que eu tenho que
explicar para tentar fazer você entender.
  Tariq franziu o cenho. Era difícil expressar seus sentimentos em palavras.
  – Eu nunca me importei com a forma como vivi, – disse ele. – Minha vida de
trabalho tem sido um sucesso e minha vida pessoal... administrável. Eu estava feliz com
as aventuras que ele tinha. Eu gosto de mulheres e eu gostava delas. No entanto, quando
elas começaram a me ver... Bem, eu queria terminar. Para sempre.
Isobel assentiu. Ela havia testemunhado inúmeras vezes a situação antes de
experimentar na própria carne.
  – E o que você acha que é isso? – ele perguntou.
  – Porque eu não tinha ideia de como se relacionar com as pessoas. Eu não tinha
ideia de como as relações realmente eram respondidas. Minha mãe estava muito doente
após o parto que eu não tinha permissão para estar com ela. Meu pai estava muito
ocupado com as guerras intermináveis e ​com Sharifah, por isso a minha relação com ele
era praticamente inexistente. As enfermeiras e babás foram contratadas para tomar
cuidado para que eles não ousassem mostrar amor a uma criança da família real. As
crianças só sabem que eles vivem, mas mesmo que eu às vezes me sentia perdido ou
isolado, não me mostram sempre. Nesse ambiente tão masculino quanto agressivo e não
era adequado que eu mostrasse fraqueza ou vulnerabilidade.
  Vulnerabilidade. Essa palavra lembrou Isobel quando o viu e ferido deitado na
cama do hospital. Vulnerabilidade tenha sido o que ele havia provocado nos sentimentos
que tinha por ele e o coração começou a bater. Na época, ela tinha começado a cair de
amor por Tariq, assim como ele tinha mostrado um lado de si mesmo que ele sempre
tinha mantido escondido.
  –Vamos, – disse.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Você sabe, eu fui enviado para um internato na Inglaterra, com apenas sete
anos. De certa forma, a minha vida era tão isolada como no palácio. Por um tempo, eu
era o único aluno estrangeiro e também fui o único que tinha sangue real. Me feriram.
  – E você? Ferido? Vamos lá, Tariq! Como se alguém se atrevesse a isso.
  – Há muitas maneiras de machucar alguém que seja com os punhos. Certamente,
me excluíram no campo social. Meus companheiros de equipe nunca me convidaram
para suas casas. O que me salvou era que me dei bem nos esportes e poderia escolher as
meninas mais bonitas. – explicou com um encolher de ombros. Ele percebeu que tinha
sido quando tinha começado a usar para proteger a arrogância. – Claro, que aumentou
ainda mais os sentimentos de ressentimento em relação a mim.
  – Eu posso imaginar.
  Isobel suspirou e olhou para ele. Ela desejava que tomasse em seus braços, mas
não se atreveu a tentar. Continuava a temer que, na realidade, nada havia mudado e que
ele a machucasse de novo, como tinha feito antes. Além disso, se ele estava falando
sério, deveria ser o único que dar o primeiro passo.
  Tariq viu o medo e a dor que o rosto de Isobel nublando e refletindo a dor que
ele estava sentindo. Um terrível sentimento de frustração veio quando ele olhou em seus
olhos.
  – Izzy, você não percebe que nisto eu sou um iniciante? Pela primeira vez na
minha vida, eu não sei o que fazer ou dizer. Eu nunca ousei amar ninguém, porque não
queria fazê-lo. E então, quando eu caí, eu não sabia o que fazer.
Isobel piscou. Ela não sabia se tinha imaginado o que ela acabara de ouvir.
Amor? Se ele tivesse falado de amor?
  Mas ele sacudiu a cabeça. Ele estava determinado a terminar o que havia
começado. Era como se as comportas abrissem em seu coração e, finalmente, estava
livre.
  – Em você, eu encontrei algo que eu nunca tinha encontrado em outra mulher.
Mesmo antes de nos tornamos amantes, você me mostrou como a vida podia ser. Os
dias que passei na casa que tem no campo foram maravilhosos. Eu nunca me senti tão
em paz. Eu senti como se estivesse em minha casa. Em casa, em um lugar que nunca
tinha conhecido antes. Simplesmente, levei muito tempo para perceber o que eu tinha
em frente. Então eu vi outa coisa que tinha na frente do rosto, mas eu estava muito
determinado para admitir. A verdade é que eu te amo, Izzy. É simples assim. Eu te amo.
  Isobel ainda não se atreveu a acreditar. Ela sentia que não podia mais voltar
atrás. Se descobrisse que as palavras de Tariq eram nada mais do que uma mentira, sua
dor nunca será curaria. No entanto, a luz que emanava dos olhos de ébano de Tariq
terminou com toda a resistência. Quebrou a parede de tijolos que havia sido erguido em
torno de seu coração e fez desmoronar como se fosse feito de areia.
  Ela colocou os dedos nos lábios dele.
  –Eu amo você, – repetiu com profundo sentimento. – Se eu tiver que lhe dizer
mil vezes por dia pelo resto de nossas vidas para que acredite em mim, eu farei.
  Com alguma dificuldade pela barriga saliente, Isobel levantou-se e se sentou
no colo de Tariq, observando-o. Ela continuou acariciando seu rosto e tocando sua pele
com sensação de profundidade.
  – Ah, Tariq! Meu Tariq querido...
  – Eu amo você, Izzy. – disse em uma voz quebrada. – Eu fui um tolo e um
teimoso por tentar por todos os meios não cair no amor por você, – disse ele olhando
para ver se os belos olhos de Isobel davam-lhe a resposta que ele desejava. – Diga que
não é tarde demais.
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Claro que não é. – ela sussurrou enquanto ele respirava com alívio. – Eu acho
que nós conseguimos salvar o nosso amor a tempo. Agradeço a Deus por isso, porque
eu também te amo, Tariq Al-Hakam. Eu há muito tempo te amo desde o momento que
eu te vi ferido, ou talvez antes disso. Talvez seu acidente serviu para me mostrar o que
eu já abrigava em meu coração. E eu também adoro a criança que cresce no meu
ventre... seu filho.
  Tariq a olhou. Era difícil de acreditar que ela tinha entendido tão facilmente.
 Você é muito boa, Izzy. Muito amigável com um homem que não tem feito mais do que
você...
– Não! Ela choramingou. – Eu estou apenas lutando pelo que é meu, e você é
meu, Tariq. Este bebê e você são meus.
  – Nosso bebê...
  Isobel tocou a palma da mão com os lábios e viu a dor e o lamento deixando seu
rosto e ser substituídos por amor. Ele sentiu seu coração finalmente deixando para trás a
amargura do passado e focado no presente glorioso.
  – Nosso bebê, sim, – disse ela.
  Tariq a tomou em seus braços e a abraçou com força.
  – Minha bela Isobel. – sussurrou contra sua bochecha. – Sua beleza exterior e
interior brilha como a lua no céu à noite.
  – Agora é poeta também? – perguntou ela. – Eu não sabia que você gostava de
poesia.
  – Não sou, mas na verdade, antes eu não conseguia entender o que era.
  – Beije-me, Tariq. – murmurou com urgência. Beije-me logo, antes que eu acorde
e descubra que tudo isso é um sonho.
  Os lábios de Tariq roçaram os dela. Ambos tinham os olhos abertos e se
olhavam enquanto se beijavam. Então o desejo, paixão e amor se transformaram o beijo
em outra coisa. A respiração de Izzy se acelerou e se apertou um pouco mais perto dele.
  – Espere um minuto, – disse ele. Ele deixou-a e se levantou do sofá para chegar a
sua mesa. Em seguida, ele se inclinou para falar no interfone. – Fiona, não passe
nenhuma ligação. Izzy e eu não querermos se incomodados durante o dia. – ordenou.
Então ele se virou para dedicar a Izzy um olhar ardente de amor. – Verdade amor?
  No exterior do escritório, Fiona não podia acreditar no que acabara de ouvir.
Sheikh Tariq al-Hakam tinha chamado Isobel Mulholland de amor e pediu-lhe para não
incomodar o resto do dia. Era incrível o tipo de situação que não pode manter para si
mesma, então ela foi direto para a máquina de água de dizer a todos que quisessem
ouvir.
 Talvez isso fosse precisamente o que Tariq tinha procurado.
  Logo, os boatos começaram a crescer como um incêndio em todo o edifício. Às
cinco da tarde, todas as edições da noite de jornais publicaram a notícia de que o
príncipe playboy iria ter um filho.
 
 
 Epílogo

  Para Tariq era uma frustração enorme Izzy se recusar casar com ele muitas vezes
que o pedira.
  – Por que não? V ele perguntou uma manhã, exasperado com tal obstinação. É
por causa de todas essas acusações estúpidas que fiz a você fez quando me contou?
Quando disse que tinha engravidado de propósito para me pegar?
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

  – Não, querido, – ela respondeu com sinceridade e calma. Aqueles dias de fúria
e confusão foram deixados para trás há muito tempo. Isso não tem absolutamente nada a
ver.
  – Por que, então, Izzy?
  Isobel não tinha certeza. Talvez fosse porque as coisas estavam indo bem entre
eles que Isobel tinha medo de pôr em perigo com uma mudança desnecessária. Ela
temia que a má sorte colocasse as presas sobre eles.
  Na verdade, tornou-se uma espécie de jogo. Tariq estava determinado a vencer,
porque no final, sempre ganhava. Mas ganhar não era o que ocupava seus pensamentos
principalmente. Izzy queria casar com ele porque ele a amava com um amor que a
enchia completamente e assim continuaria a ser no futuro.
  – Você vai ser princesa. – prometeu.
  – Eu não quero ser uma princesa! Eu só o que ser sua agora.
  – Você é uma mulher de tirar do sério... – E você gosta também fugir!
  Tariq sorriu com relutância.
  –Isso é certo. – admitiu.
  Ele pediu na manhã, quando ela deu à luz a uma linda menina, quando ele sentiu
seu coração ia explodir de orgulho e emoção. A enfermeira entregou a pouco e ele
tomou em seus braços e viu aqueles grandes olhos azuis, da mesma forma que sua mãe.
No entanto, seu cabelo era completamente preto, como o dele. Cuidadosamente agarrou
mãozinha da menina e viu que ela imediatamente a agarrou com força. Naquele
momento, sentiu que só a morte poderia romper esse vínculo.
  Seus olhos se encheram de lágrimas e tinha um caroço em sua garganta que ele
mal podia falar, mas não se importou.
  – Por que você não se casar comigo, Izzy? – ele perguntou delicadamente.
  Isobel estava encostado nos travesseiros, exausta, mas feliz, vendo seu grande
sheik. Um homem poderoso, com grande cuidado tinha sua filha em seus braços. E por
que não? Porque ela era muito teimosa ou porque eu queria que ele soubesse que o
casamento não era importante para ela, não era uma dessas mulheres que tentava pegar
um peixe grande, de modo que ele vai colocar um anel no seu dedo? O amava pelo que
ele era e não pelo que ele poderia lhe dar?
  – Você não gostaria de saber que eu tenho confiança suficiente em seu amor. E
que eu não preciso ver selado em uma cerimônia legal?
  – Não. Quero dar segurança a nossa filha.
  Em seguida, eles se olharam e Isobel percebeu que ele estava oferecendo o que
sua mãe nunca teve. O que ela nunca teve. Um pai que estaria ao lado da filha. Em
frente a ela, não era um homem que foi forçado ao que não queria. Era isso que a
impedia?
  – Eu não quero um casamento muito grande, – advertiu.
  Tariq reprimiu um sorriso de triunfo.
  – Eu tão pouco. – disse. Aquela súbita aceitação o tinha enchido com mais
alegria do que você jamais imaginou ser possível. Ele voltou sua atenção para a garota
em seus braços. – Nós vamos ter que pensar em como vamos chama-la.
  – Eu acho que um nome de Khayarzah.
  – Eu também penso assim.
  Depois de muito pensar, decidiu chamar Nawal, que significa "presente" foi
precisamente era o que a pequena era. Quando tinha seis meses, a levaram a Khayarzah
onde sua visita privada tornou-se uma turnê triunfante. Todos os habitantes do país
ficaram muito felizes em receber o irmão do rei e sua família. Tariq finalmente aceitou
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

seu status real e percebeu que não tinha vontade de muda-lo. Finalmente percebeu que
era o legado de sua filha.
  Uma noite, quando estavam em Khayarzah, estavam deitados na cama, em seu
quarto no palácio real quando Tariq disse algo que tinha em mente há muito tempo.
  – Sabe de uma coisa? Poderíamos tentar encontrar o seu pai, – disse ele. – Seria
muito fácil. Isto é, se você quiser.
  Isobel se esticou. A luz da lua entrando pelas janelas abertas. Ela levantou o
rosto para olhar para o seu marido. – Por que você diz isso?
  Tariq encolheu os ombros.
  – Eu estive pensando sobre isso desde o nascimento de Nawal. Eu teria um
enorme vazio em minha vida se não tivesse. Se eu não tivesse tido a oportunidade de ser
pai.
  – Mas...
  – Eu sei que deixou sua mãe. Não digo que você tem que encontra-lo e perdoar.
Eu só estou dizendo que há essa possibilidade. É isso aí.
  Isobel pensou naquelas palavras. Na verdade, era humano perdoar. Aos poucos,
a ideia foi tomando conta e cresceu. Certamente devia a Nawal a oportunidade de
conhecer o avô ainda vivo.
  Tariq estava certo. Com a riqueza e os meios pelos quais ele tinha, era fácil
encontrar um homem que esteve completamente desaparecido 25 anos atrás.
  Isobel não sabia o que esperar, mas certamente nunca imaginou que iria
encontrar um homem de aparência bastante triste, cabelos grisalhos e olhos castanhos.
Ele tinha ficado viúvo recentemente. John Franklin estava encantado de conhecê-la e
sua família. Seu único arrependimento foi que sua esposa e ele nunca tivessem sido
capazes de ter seus próprios filhos.
  Foi um momento estranho e um pouco desconfortável quando apertaram as
mãos pela primeira vez, o homem que havia lhe dado a vida por um quarto de século.
Quando ele viu a garota, sorriu e coração de Isobel deu um rumo inesperado. Naquele
sorriso, viu algo de sua filha. Aquele sorriso estava vindo a gerações. Havia algo sobre
aquele sorriso que poderia apagar a amargura do passado.
 – Você está muito quieto, – Tariq disse que eles deixaram a casa modesta de John
Franklin. Não se arrepende de alguma coisa?
  Isobel balançou a cabeça. Era preciso se arrepender das coisa que fazia e não
fez. Não era isso o que diziam?
  – Não. – respondeu honestamente. Foi bom com Nawal. Eu acho que no futuro
vai ser bom um para o outro.
  – Oh, Izzy. Você é uma mulher muito doce e encantadora.
  – Eu posso ser. – ela respondeu cheia de felicidade. – Eu tenho você.
 Eles viviam principalmente em Londres, mas quando era possível, ainda
escapavam para a pequena casa de Isobel, que os pegou primeira no amor. Tariq admitiu
que talvez Francesca tivesse razão. Talvez fosse importante que as crianças nascidas em
famílias reais aprendessem a ser normais.
  Ele não comprou o time de futebol da Primeira Liga. Uma noite, de repente,
percebeu que, na verdade, não gostava de futebol. Além disso, por que iria querer
comprar um time tão prestigioso simplesmente porque ele poderia, quando a inveja de
tal aquisição e só o levaria a estar sob os holofotes da mídia? Ele queria sua família
longe das câmeras, tanto quanto possível. Enfim, o que ele gostava era o pole.
 Os homens de verdade não corriam atrás de uma bola vestindo shorts.
  Verdadeiros homens andavam a cavalo.
 
Sharon Kendrick - A desgraça de Sheikh

 
Fim

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