Você está na página 1de 4

FAIPE – FACULDADE DE TECNOLOGIA DO IPÊ

CURSO DE DIREITO - 4° SEMESTRE


DISCIPLINA: PSICOLOGIA JURIDICA
PROFESSOR: KALLYAN
ALUNO: LUIS ALBERTO DOS SANTOS - MATRICULA: 07000399
CUIABÁ, 05 DE SETEMBRO DE 2023.

ATIVIDADE AVALIATIVA – 1° BIMESTRE

I - Assistir ao filme: A mulher da janela para aula do dia 05-09-23


Faça um breve comentário do filme: A mulher da janela. Relatando suas observações dentro
do conteúdo que vem sendo estudado na matéria Psicologia Jurídica.
Enviar no e-mail kalyanbecher@faipe.net até o dia 05/09/23 as 18:30

O filme acompanha Anna Fox (Amy Adams), uma agorafóbica beberrona que acredita
ter testemunhado um assassinato da janela de sua casa no Harlem, Nova Iorque. Durante a
primeira hora, há uma série de elementos de história tenuamente ligados que estarão sendo
alinhados como dominós e é isso que tornará o longa surpreendentemente revigorante.
Anna é psicóloga infantil e não sai de casa há dez meses. Ela diz morar separada do marido
Ed (Anthony Mackie) e da filha Olivia (Mariah Bozeman), e recusa visitas, exceto pelo
psiquiatra Karl (interpretado por Tracy Letts) que vem até sua casa para as sessões. Anna
preenche seus dias com filmes do Hitchcock e, ironicamente acaba envolvida num roteiro a
la Janela Indiscreta. Espiando na casa do outro lado da rua, ela percebe uma nova família
se mudando: um casal, os Russell, e seu filho adolescente Ethan (Fred Hechinger). Logo, a
dita mãe do menino, Jane (Julianne Moore), chega e fica amiga dela. Então, poucos dias
depois, Anna olha pela janela e testemunha Jane sendo esfaqueada na casa dos Russell;
mas quando Anna chama a polícia, eles e outras pessoas em sua volta – incluindo o
inquilino que mora em seu porão, David (Wyatt Russell), a rotulam de maluca. Mas a
verdade é que todos parecem estar agitando-a em um conluio entre o marido de Jane,
Alistair (Gary Oldman) e com outra mulher (Jennifer Jason Leigh), que se apresenta como
Jane e parece muito viva. A configuração do filme é dominada pela perturbação mental de
Anna – sua ansiedade é amplificada pela combinação de álcool e seus muitos
medicamentos, levando-a à beira da ilusão. O estado mental de Anna é o elemento que
surge com vigor imaginativo. Seu próprio senso de identidade é refratado, difuso e
estilhaçado. Oprimida pelos ângulos e ornamentos de seu entorno, ela fica sobrecarregada
pelas demandas de sua redução fechada de uma vida e se encolhe na impotência. Mas na
verdade Anna, a despeito de todos os seus papeis sociais, está povoada de traumas, de
culpas lacerantes, memórias tristes que rondam o ambiente escuro e fechado do casarão
onde permanece enclausurada, assombrando como fantasmas.
Ela faz provar o dito popular de que “a mente vazia é a oficina do diabo” nos indicando ao
longo das cenas intimistas e dos diálogos ocultos o nível de persecutoriedade e angústia da
personagem que caiu em várias ciladas psicológicas, entregue à maldade.

Podemos dizer que a grande sacada do enredo foi criar uma personagem cuja função
social é subvertida pelos condicionamentos narrativos. Afinal de contas, esperamos de Anna
Fox, psicóloga infantil, a serenidade, a calma, a lucidez, a capacidade de brincar e ser
criativa e, no entanto, é a última pessoa que poderia representar o estereótipo da
profissional de saúde mental, a figura de quem aconselha os outros pela sua suposta
sabedoria e conhecimento. Sobre esse aspecto pesquisei e cito algumas lições que podem
ser extraídas do filme no que diz respeito a essas ciladas:
10 lições do filme “A mulher na janela”
“A única coisa que tinham que fazer era cuidar da sua família e o que fizeram?” (Ethan, referindo-se a
Kat, sua mãe biológica e a “amiga” Anna)

1 – Não devemos nos expor tanto para desconhecidos, pois a intimidade é algo que se
constrói na relação e leva tempo (Anna assim que conheceu os vizinhos já trocou
informações importantes sobre sua rotina, confidências, contatos, etc. O mesmo em relação
ao seu inquilino colocado em suspeita durante todo o filme, cuja privacidade é invadida por
Anna a todo momento). A questão não é confiar em ninguém, mas construir uma
possibilidade de confiança e isso é muito sério. Quem estamos deixando entra na nossa
casa?
2 – Ficar preso no outro é um grande atrativo de cilada, devemos, ao contrário, voltar a
atenção para nós mesmos. Pelo seu ímpeto curioso e até certo “voyeurismo”, como uma
verdadeira fofoqueira, Anna cultivou na sua alma uma série de fantasias e culpas, afinal de
contas ela sempre vê o que não deveria ver.
3 – Nada adianta fixar no passado. Ainda que haja o signo do trauma nas lembranças,
devemos movimentar e ressignificar nossa história, caso contrário o sofrimento será cada
vez maior, gerando uma sensação sufocante como aquela desenvolvida pela personagem
com sintomas claros de transtorno do pânico, agorafobia e paranoia.
4 – Não se deve administrar medicações com a ingestão de bebidas alcoólicas ao mesmo
tempo. Anna para distrair da sua rotina sufocante de prisioneira, passa a maior parte do
tempo vendo filmes antigos e bebendo vinho. Os vários remédios que ela toma são
psicotrópicos e estes podem sofrer alterações em seu efeito com o uso do álcool, ora
potencializando sintomas, ora bloqueando.
5 – A culpa pode ser prerrogativa do medo. Na medida dos acontecimentos dos fatos com
os vizinhos, entre barulhos e movimentações mínimas, vemos uma Anna profundamente
perturbada, insegura, desconfiada e medrosa. Ao mínimo sinal, alertava a polícia e criava
um clima tenso com os outros. Seria uma forma de chamar a atenção? Seriam mecanismos
projetivos atuando intensamente diante de conflitos inconscientes?
6 – A violência do outro nos faz pensar sobre a nossa mesma, ainda que implicitamente.
Assim foi a atitude denunciante da Anna em relação aos supostos abusos em relação ao
adolescente Ethan, assumindo seu papel de psicóloga infantil. No fundo, o que acionava ela
foi a negligência em relação à própria filha no momento do acidente que a assassinou.
7 – O adoecimento mental pode fazer surgir várias sintomatologias que vão desde a
alteração da memória às alucinações sensoriais e comportamento arredio. No entanto,
apesar de todo o sofrimento ainda é possível a consciência e lucidez. Todos que conhecem
um “doente mental vão duvidar da sua atitude, palavra e sentimento”. Anna, mesmo
duvidando de si mesma, mostrou e conseguiu que vissem o ocorrido de fato. A morte
Katherine não era uma ilusão da sua cabeça. O problema é que ela misturou todas as suas
experiências fantasiosas com a dura paralisia da sua vida, assim como misturou os
remédios com o vinho.
8 – O extremo da depressão e do sofrimento psíquico podem levar às ideações suicidas. Os
profissionais de saúde devem estar sempre atentos para perceber os sinais e realmente
ajudar antes que catástrofes aconteçam.
9 – Momentos de fragilidade podem atrair mentes perversas. Ethan, o adolescente, ingênuo
à primeira vista, mostrou ser um grande psicopata, disposto a matar sem culpa,
escarafunchar a dor sem remorso e mentir sem distinção. Devemos sempre estar atento a
isso. Alguns abusadores aproveitam das fraquezas para aplicar golpes e satisfazer suas
necessidades patológicas de poder e desejos sexuais.
10 – Nossa maior segurança somos nós mesmos. Não adianta depositar a proteção no
policial, no vizinho, nos amigos, nos familiares, no médico ou qualquer outro profissional.
Devemos fazer aquilo que está ao nosso alcance tomando todos os devidos cuidados como
abordados anteriormente. A sensação de insegurança não é provocada somente por riscos
externos, mas por feridas da alma não cicatrizadas, dependências emocionais, fantasias não
significadas, desejos não realizados, entre outras razões.
Por último, não menos importante, vale lembrar que o fato de conhecer profundamente da
psique humana não nos isenta de sofrermos dos males do mundo. Anna era psicóloga,
supostamente estaria blindada de qualquer tipo de cilada provocada pelos relacionamentos
interpessoais, mas não é o que acontece realmente de fato. O filme nos mostra que o
cuidado com a saúde mental não se restringe ao exame cognitivo e envolve muito mais do
que conhecimento. Profissionais de saúde padecem sim de neuroses, psicoses e perversões
diversas, a despeito de todas as suas formações e que alívio poder contar com as pessoas
ditas “normais”.

BIBIOGRAFIA:
https://psicologiadoimaginario.wordpress.com/2021/05/15/10-licoes-do-filme-a-mulher-na-
janela/

LUIS ALBERTO DOS SANTOS - MATRICULA: 07000399

Você também pode gostar