TEMAS EM PSICOPATOLOGIA
• Há trinta anos se haviam casado por
Psicanálise X Psiquiatria
“Toda ação não é casual, mas tem um motivo,
um sentido e uma intenção, que se localiza num
contexto mental específico e que informa,
mediante uma pequena indicação, acerca de um
processo mental mais importante.” (Freud)
- Tudo o que o paciente faz na sessão tem um
significado/sentido. Sendo proposto a analisar
isto, utilizando a atenção flutuante, pois tudo o
que ele fala é relevante, sem eleger um de maior
importância. – porque o paciente vai trazer
conteúdos que nem ele mesmo sabe da
importância do assunto. Sendo intencional de
forma inconsciente. – Isso indica uma questão do
paciente que nem ele mesmo sabe formular
- As situações estão falando de algo que o
atravessa que não pode controlar, ansiedade,
incerteza, pois perder o cônjuge ele perde a parte
de si, o inconsciente puxou a sensação, ele quer
saber se vai conseguir sobreviver a mais um
acidente da vida dele. Um medo da solidão, a
saudade. Quando o inconsciente dele puxou
geram a mesma sensação de dúvida, de saber se
vai conseguir sobreviver a este trauma. Pois um
acidente não pode controlar ou escolher.
Caso clínico
• Senhora, 53 anos, casada, é encaminhada
por seu jovem genro para atendimento.
• Queixa: delírios de ciúme.
• A senhora estava amargurando sua
própria vida e as vidas de seus parentes,
com uma ideia absurda, uma traição do
marido.
amor, e, desde então, jamais tinha havido
qualquer problema, discórdia ou motivo
para ciúmes.
• Um ano antes, ela recebera uma carta
anônima, acusando seu excelente marido
de um caso amoroso com uma jovem (que
trabalhava na fábrica).
• Acusa a jovem que trabalhava como
doméstica em sua casa como autora da
carta.
• Abateu-se instantaneamente. Jamais
deixara de acreditar no conteúdo da carta.
Vivia oscilações de desconfiança e dor.
Psicanálise X Psiquiatria
 Já sabemos como ele se conduziria frente
à ação sintomática do paciente que deixa
de fechar a porta da sala de consulta:
considera um evento casual, sem
interesse psicológico, com o qual não tem
a maior preocupação.
 Este procedimento, contudo, não pode
ser mantido no caso da doença dessa
mulher ciumenta.
 A ação sintomática parece ser uma
questão irrelevante; mas o sintoma se
impõe à nossa atenção como questão
importante.
 O sintoma é acompanhado de intenso
sofrimento subjetivo e ameaça a vida em
comum de uma família.
 Constitui, pois, um assunto de inegável
interesse psiquiátrico.
15/02
*perdi meia hora de aula*
Profecia auto realizadora. – winnicote

• Os senhores desejarão saber por que
razão a psiquiatria científica não nos dará
outras informações.
• O psiquiatra não sabe como lançar mais
luz sobre um caso como este.
• Ele contenta-se com diagnóstico e um
prognóstico (incertos).
Compreensão psicanalítica
• 1° A própria paciente positivamente
provocou a carta anônima (no dia
anterior, informou à empregada intrigante
que lhe causaria aa maior infelicidade se
seu marido tivesse um caso amoroso com
uma jovem);
• 2° O delírio adquire certa independência
da carta;
• 3° Não coopera com o tratamento (diz
não se recordar de nada a respeito de
outros pensamento, ideias e lembranças);
• 4° A paciente interrompe o tratamento,
pois declarou que já se sentia bem e
estava segura de que a ideia patológica
não retornaria.
A interrupção do tratamento ocorre pela
resistência e ao receio da continuação da análise;
Durante estas duas sessões fizeram algumas
observações que permitiram uma interpretação
especial:
Ela própria estava intensamente apaixonada por
um homem jovem, pelo mesmo genro que a
persuadira a procurar-me.
Ela mesma nada sabia, ou, talvez, sabia muito
pouco dessa paixão;
Essa afeição apaixonada disfarçava-se como
afeição inocente no relacionamento familiar.
16/02
Os caminhos da formação dos sintomas
Aquilo que chega manifestando a dor do paciente
é o sintoma, e no meio do sintoma será
vasculhado a causa da patologia
- Eliminar os sintomas não equivale a curar a
doença.
- Não é buscado eliminar os sintomas. Ex:
obesidade é o sintoma, se eliminá-lo irá transferir
o sintoma da compulsão alimentar para outro.
- Tratar o sintoma sem cuidar da causa não faz
melhorar
- Se for tratada a causa do sintoma a tendência é
o sintoma diminuir
Introdução
Sintomas causa do dispêndio de energia (perda
da libido) – gasto de energia – e acaba não tendo
energia para focar/ter memória, então os
sintomas causa este enorme dispêndio de
energia. Ex: o TOC causa um enorme gasto. Não
sobrando energia para viver, vivendo um ápice de
estresse e ansiedade constantes.
Quanto maior o sintoma mais energia ele estará
consumindo
• Os sintomas são atos prejudiciais, ou, pelo
menos, inúteis à vida da pessoa;
• São indesejados e causadores de
desprazer e sofrimento;
• O principal dano que causam reside no
dispêndio mental que acarretam, e no
dispêndio adicional que se torna
necessário para se lutar contra eles;
• O dispêndio de energia resulta em
extraordinário empobrecimento da
pessoa no que se refere à energia mental;
• Paralisa a pessoa para todas as tarefas
importantes da vida.
• Todos nós somos doentes (neuróticos);
 • As precondições da formação dos muita energia psíquica então este momento virá
sintomas também podem ser observadas um ima.
em pessoas normais;
• Passamos pelas mesmas fases do
Catexias = investimento de energia libidinal para
desenvolvimento;
algo, tem haver com a punção de vida, ato que o
• O que irá diferir refere-se a quantidade de instiga a viver, sonhar...
energia gasta;
• Ex. ritual para dormir patológico e
• A oposição formada contra a libido no ego
saudável.
persegue-a como se fora uma anticatexia;
• E compele-a a escolher uma forma de
Os sintomas neuróticos são resultado de um expressão da própria oposição;
conflito que surge em virtude de um novo
• Assim o sintoma emerge como um derivado
método de satisfazer a libido. Um dos
do conflito entre catexia e anticatexia;
componentes do conflito é a libido insatisfeita,
que foi repelida pela realidade e agora deve
procurar outras vias para satisfazer-se; Se a
realidade se mantiver intransigente a libido será
compelida a tomar o caminho da regressão e a
tentar encontrar satisfação.

Obs: O superego vaia aparecer depois de tudo,

A realidade é castradora, o conflito surge da
realizando a punição.
realidade, pois ela poda a nossa realização do
desejo, quando a realidade poda o seu desejo
ela volta a uma fase de fixação do processo do
O sintoma gera sofrimento mais também um
desenvolvimento. Se for mais estruturado
alívio (que também pode mantê-lo em
encontra outras vias de satisfação mais saldáveis
sofrimento, pois te impede de ver o que
É adoecedor quando ela não encontra formas realmente está causando o conflito) – por isso
alternativas de satisfazer a libido e acaba muito pacientes não querem resolver os sintomas
regredindo (a sublimação é um mecanismo de (como uma máscara).
defesa saldável)

- precisamos dos mecanismos de defesa para nos

23/02 proteger da realidade.

Se as regressões não suscitarem qualquer Distinção entre sonho e sintoma:

objeção por parte do ego, não surgirá neurose
alguma; (não surgirá conflito).
Clivagem/fixação = pequeno trauma (na qual
todos temos na nossa linha do tempo, sendo as
fissuras) e quando o trauma ocorreu utilizou
 Sonho: na formação onírica, o propósito pré-
consciente visa simplesmente a preservar o
sono; não permitir que algo possa irromper
na consciência;
 Os sonhos acontecem por meio da linguagem
onírica – simbólica. Para nos proteger.
 Consegue ser mais tolerante porque a
situação de alguém que dorme é menos
perigosa. O estado de sono, impede qualquer
saída para à realidade. Resolução saudável
do conflito;
 Sintoma: fruto da realização distorcida de um
desejo inconsciente;
Energia é muito grande, a mente não suporta;
Resolução patológica, real e que envolve a
regressão;
01/03
O sintoma é uma elaboração do conflito
patológica.
O sonho é uma elaboração do conflito saldável.
Fixação ----------------> retenção de determinada
quantidade de energia libidinal;
2 casos:
1° A origem da patologia recai sobre as
experiências da infância: compromete o
desenvolvimento completo da criança;
- Esta pessoa não vai se desenvolver
psiquicamente, vai paralisar quando o trauma
ocorreu
- Este trauma não precisa ser violento, uma
rejeição sutil pode ser uma causadora de um
trauma.
2° A causa das doenças recai sobre os conflitos
posteriores do adulto, mas que a libido regride
num ponto de fixação infantil;
Inibição do desenvolvimento X Regressão

Onde, pois, encontra a libido as fixações

necessárias para romper as repressões?
Nas atividades e experiências da sexualidade
infantil, nas tendências parciais abandonadas, nos
objetos da infância abandonados;

Por que a infância é tão relevante para a

formação do conflito?
Regressão:
É na infância que pela primeira vez se tornam
manifestas as tendências instintuais que a criança  Forças externas: situações traumáticas da
herdou com sua disposição inata; realidade

Outros instintos pela primeira
despertados e postos em atividade;
- Porque nas primeiras experiências o psiquismo
está em branco.
02/03
vez são Ex.: um filho que morre e o sujeito apresenta um
quadro depressivo.
 Forças internas: a fixação atrai a energia
libidinal para aquele ponto mal resolvido do
desenvolvimento
Ex.: sujeito isola-se, fica deprimido, sente solidão
(estratégia infantil).
- Cada um tem seu traumazinho
Formação do sintoma  O paciente criou essas fantasias por si
mesmo;
Regressão: a libido retorna (um movimento) a
 As fantasias possuem realidade psíquica, em
épocas do desenvolvimento anteriores na qual
contraste com a realidade material, e
sua libido não se privava de satisfação;
gradualmente aprendemos a entender que,
Se necessário retornam à época em que eram no mundo das neuroses, a realidade psíquica
bebês de colo; é a realidade decisiva.
O sintoma repete esta forma infantil de
satisfação;
Recordações que aparecem repetidamente na
O indivíduo sente a satisfação como sofrimento e história inicial da vida dos neuróticos:
se queixa deste;
1°- Observação do coito dos pais; (cena primária)
– vai ter visto, sonhado ou imaginado a relação
dos pais.
- O inconsciente é atemporal. E o trauma estará
vivido no inconsciente podendo aparecer em 2°- Sedução por um adulto; (muito comum
qualquer momento. criança ser abusada sexualmente) um adulto
seduziu a criança e cometeu abuso;
3°- Ameaça de ser castrado. (muito comum as
 Aquilo que para o indivíduo em
crianças terem medo de ser castradas)
determinada época constituía satisfação,
hoje gera resistência e repugnância;
 O sintoma é fruto desta modificação da
Ex.: Não é raro que um menininho que começa a
satisfação em sofrimento;
brincar com seu pênis e ainda não tem noção de
 Criança suga o seio ------> depois de
que se deve esconder tal atividade, seja
alguns anos recusa-se a tomar leite;
ameaçado, por um de seus pais ou pela babá, de
 Revive a lembrança do seio materno,
lhe serem cortados o pênis ou a mão pecaminosa.
outrora tão desejado.

- Na maioria das histórias de pessoas com fobia

- O nosso sintoma vai vir de algo que trouxe
de animais peçonhentos presenciarão uma
satisfação, mas depois começa a trazer
relação sexual.
sofrimento, isso porque precisamo5s abandonar
algo e para lidar com este conflito começa a ter
repugnância.
13/03

03/03/2023
• Os pais acreditam ter realizado algo de útil;
• Muitas pessoas recordam destas ameaças,
- Nem tudo que a criança lembra aconteceu, mas principalmente se ocorreram em um período
para a realidade psíquica da pessoa é verdade, posterior;
sendo igualado pelo terapeuta a fantasia com a
• A criança em sua imaginação, capta uma
realidade.
ameaça desse tipo;
• Percebe que a satisfação auto-erótica lhe é
 Devemos igualar fantasia e realidade; proibida;
 As fantasias possuem certa realidade;
• Descobre os genitais femininos (descobre a
castração da menina).
• Comum que uma criança, enquanto ainda não
se julga possuir compreensão ou memória,
seja testemunha do ato sexual dos pais ou de
outras pessoas adultas;
• Não se pode rejeitar a possibilidade de que a
criança será capaz de entender e reagir a essa
impressão retrospectivamente;
• Se, entretanto, o coito é descrito em seus
mínimos detalhes, os quais seriam difíceis de
observar ou se revela sendo por trás (a
maneira de animais) trata-se de uma fantasia;
• A fantasia se baseia numa observação do
coito de animais (como o de cães).
• Tais fantasias em sua maioria não são reais;
Ex.: no caso de meninas que relatam um
evento no qual o pai figura como o sedutor.
Trata-se de uma fantasia movida pelo desejo
de sedução da menina. Pode ser que
realmente a sedução e abuso aconteceram
em vias de fato.
Está fantasia poder também um desejo de ser
olhado.
• Esses eventos da infância incluem-se entre os
elementos essenciais de uma neurose;
• Podem ocorrer na realidade;
• Mas caso contrário, são formados pela
fantasia.
De onde procede as necessidades dessas
fantasias e o material para elas?
Suas fontes situam-se nos instintos; um acervo
filogenético; A sedução de crianças, a sedução
por um adulto e a ameaça de castração foram em
determinada época, ocorrências reais dos tempos
primitivos da família humana;
Qual a origem e significação da fantasia?
O ego humano pela pressão da necessidade
externa é educado lentamente no sentido de
avaliar a realidade e de obedecer aos princípio da
realidade; O ego leva a renunciar objetos e fins
que está voltada sua busca de prazer; Os homens
sempre acham difícil renunciar ao prazer.
• Fantasia: atividade mental na qual as
fontes de prazer abandonadas pelo ego
sobrevivem livres das exigências da
realidade; Ficar devaneando sobre
imaginárias realizações de desejos traz
satisfação.
Desejo devaneio realização
satisfação
• Na fantasia os seres humanos continuam
a gozar da sensação de serem livres da
realidade;
• Comparação : Reservas naturais X
Fantasia
• Reservas naturais: preserva o estado
natural da terra, todo tipo de planta e
animais podem crescer ali;
• Fantasia: é como uma reserva natural ,
apartada do princípio da realidade.
As mais conhecidas produções da fantasia são os
devaneios: satisfações imaginárias de desejos
ambiciosos, megalomaníacos, eróticos
15/03
O papel da fantasia na formação dos sintomas
Em caso de frustração, a libido reveste de catexia
e retorna as posições que abandonou, no qual
permaneceram aderentes determinadas parcelas
da mesma libido;

Como a libido encontra o caminho para chegar a
esses pontos de fixação?
Todos os objetos e tendências que a libido
abandonou ainda não foram abandonados em
todos os sentidos;
Tais objetos são mantidos nas fantasias;
A libido necessita retirar-se para as fantasias a fim
de encontrar aberto o caminho que conduz a
todas as fixações reprimidas.
• Introversão: desvio da libido das
possibilidades de satisfação real e a
hipercatexia das fantasias que até então
foram consideradas inconscientes;
• Objetivo da fantasia: atividade mental para
obter prazer e evitar desprazer;
• A fantasia surge como uma forma de dominar
as quantidades de excitação (estímulos) que
atuam no aparelho mental e em conter sua
acumulação, capaz de gerar desprazer.
Conluio: quando é seduzida a fantasia do
paciente
16/03
Um dos trabalhos do psicólogo é descobrir se o
paciente é neurótico ou psicótico, porque a
estrutura da personalidade é o eixo central da
psique, a vida dele se move conforte este eixo
central.
Neurótico:
Contato com a realidade; ego estruturado,
passou pela castração. Patologias comuns: toc,
pânico, somatizações, fobias, depressão, histerias
e etc.
Psicótico:
Não tem contato com a realidade, não tem uma
alta percepção de si, ego fragmentado, superego
estruturado. Patologias comuns: Diversos tipos
de psicose como a mais conhecida a
esquizofrenia.
Noção de estrutura
Para definir um quadro clínico particular é preciso
uma compreensão clara da organização
econômica* profunda do paciente, no plano do
psiquismo;
(*Economia: intensidade que a força libidinal se
move - energia psíquica, com qual intensidade
essa força se move/manifesta)
Erro frequente no diagnóstico – classificação dos
sintomas
Com frequência associa-se sintomas psicóticos e
neuróticos a uma série de comportamentos:
 Sintoma psicótico: delírio ou alucinação;
 Sintoma neurótico: conversão histérica,
ritual obsessivo ou comportamento
fóbico;
• Essas classificações podem levar a um
risco de erro de diagnóstico
Um episódio delirante pode encontrar-se fora de
toda a estrutura psicótica;
Ex.: Uma fobia não é sempre de origem
neurótica.
Só o sintoma não permite que realizemos um
diagnóstico – não é suficiente para fechar um
 Neurótico (após um evento estressor) pode
diagnóstico estrutural.
psicotizar e depois voltar;
 Psicótico pode ter aspectos neuróticos
• O sintoma deve ser considerado segundo seu (psicose latente= a que está escondida);
valor relativo, relacional e econômico, no jogo
Ex.: Transtorno de pânico: Há uma associação
das defesas;
entre psicose e neurose. No momento que o
• O sintoma participa do diagnóstico, mas ele sujeito está na crise de pânico é uma psicose.
sozinho não é suficiente para firmar um
No momento da crise é psicose, pois o indivíduo
diagnóstico;
rompe com a realidade (pensa que vai morrer);
• Quando não temos certeza de um diagnóstico
Fora da crise é neurótico, segue a vida normal.
estrutural profundo, devemos empregar
formas flexíveis:
Ex.: Sintoma de “aspecto neurótico” ou sintoma No neurótico um surto psicótico, estará presente
de “aspecto psicótico”. a negação, pois é predominante o rompimento
com a realidade, mas depois de medicado e
tratado ele volta do surto e segue a vida, sendo
• A mesma confusão ocorre no nível das ligado a um fator externo.
defesas;
• Não é raro encontrar defesas do tipo
No psicótico não precisa estar no externo e esse
“neurótico” no sistema de proteção das
surto sempre vai voltar
estruturas psicóticas verdadeiras;
• Ou inversamente, reconhecer defesas do tipo
“psicótico” em uma verdadeira estrutura O psicótico tem dificuldade de permanecer em
neurótica. vínculos e afetos, pois não consegue permanecer
em relacionamentos/trabalhos. Porque não
• Usamos tais nomenclaturas defesas de modo
consegue sustentar frustrações.
neurótico ou de modo psicótico para não
anteciparmos um falso diagnóstico estrutural
autêntico.
Para a psicose sair precisa ter um gatilho. Mas
mesmo assim a pessoa é diferente. Tem um olhar
diferente, uma desconexão com a realidade, na
Mecanismos de defesas comuns:
infância e adolescência andava mais sozinho.
Neurótico: sublimação, repressão e Sendo mais introspectivo. Dificilmente vai ter as
deslocamento. áreas da vida dele integradas.
Psicótica: regressão, negação e Cisão (Não
consegue integrar o mundo, a mãe é boa ou má,
Erro de diagnóstico
na vida adulta a cisão é percebida através do ou
tudo é bom ou tudo é mau). – Quanto mais • Antecipamos perigosamente a noção de
supera o mecanismo de cisão mais consegue estrutura ao qualificamos neurótico ou
viver no mundo. psicótico um estado momentâneo da
evolução de uma personalidade, estando
ainda bem inconsciente e incerto, no curso do
22/03
 qual o Ego ainda não completou inteiramente
sua maturação.
Esse erro de diagnóstico precoce é comum em:
 Crianças e adolescentes;
 Adultos que vivenciam uma relativa
flutuação do senso de identidade;
Ex.: Período que se segue a um parto, a um
trauma ou intervenção cirúrgica.
O Adulto mesmo neurótico pode passar por
situações que mechem com a sua identidade.
Após o parto por exemplo pode acontecer a
psicose puerperal (mesmo sendo neurótica)
devido ao trauma e a desorganização que o parto
trás. Ela pode machucar ou quer matar o bebe. Já
na depressão pós parto não precisa
necessariamente ter alucinação.
Geralmente uma estrutura psicótica vai se
manifestar até os 19 anos na maioria dos casos.
Na maioria das vezes sendo o primeiro surto dos
13 aos 15 anosE enquanto criança vai ter os
mesmo sintomas de espectro autismo.
Não se pode diagnosticar
Não se basear entre sintomas e mecanismo de
defesa
Não diagnosticar em um momento em que a
personalidade está evoluindo (criança e
adolescente), pois está se desenvolvendo “o
diagnostico infantil e na adolescência deve ser
feito a lápis”, nos laudos devem ser informados
que a sintomas
23/03
• Nestes casos, ocorre no adulto uma
desestruturação aguda e passageira
(traumática ou mesmo terapêutica);
• Ocorre uma mudança corporal que pode
mobilizar descargas pulsionais importantes;
• Pode-se falar de fundo estrutural psicótico;
• Trata-se apenas de um simples episódio,
muitas vezes sem sequência, não envolvendo
a estrutura.
Ex.: Depressão pós-parto:
 Há uma desestruturação da
personalidade por conta de um evento (o
parto).
 Há uma falha da defesa neurótica. Utiliza
aspectos psicóticos (alucinações).
 Foi uma manifestação episódica de
psicose, mas sua estrutura é neurótica.
• Os termos neurose e psicose se empregam de
maneira habitual para designar uma doença
(estado de descompensação visível ao qual
chegou uma estrutura);
• Se o diagnóstico é proposto corretamente,
quanto ao dados econômicos profundos (a
intensidade dos sintomas), e não somente
sobre os sinais exteriores de superfície
(sintomas), o emprego dos termos é legítimo;
• Nestes casos utiliza-se neurose e psicose para
se referir justamente à estrutura autêntica do
paciente.
• Freud (1933) traz uma explicação sobre a
gênese das estruturas;
• Se deixarmos cair no chão um bloco de cristal,
ele se quebra, mas não de uma maneira
qualquer;
• As fissuras serão operadas de acordo com as
linhas de clivagem cujos limites e direções já
 estavam determinadas de maneira original na
formação do cristal;
• Mesmo se estas linhas de clivagem fossem
exteriormente invisíveis.
Linha de clivagem: algo que separa o seu cristal.
(então quando a pessoa “surta” existiam linhas
de clivagem
29/03
Pouco a pouco a partir do nascimento o
psiquismo individual se organiza, com influência
da:
 Hereditariedade, a relação com os pais, os
primeiros momentos da vida, as frustrações,
traumas e conflitos encontrados;
(O indivíduo vai ver o mundo a partir dos que os
seus pais lhe apresentam, sendo possível tratar
somente nos primeiros anos de vida (segundo
alguns autores a intervenção deveria acontecer
dos 2 ano ao no máximo 5 anos de idade)
• O psiquismo a partir destas experiências se
cristaliza como um cristal, com linhas de
clivagem originais e que não podem mais
variar depois.
Quando um sujeito que corresponde a uma ou
outra estrutura não está submetido a provas
interiores ou exteriores demasiado fortes, como:
 traumas afetivos;
 Frustrações;
 conflitos intensos;
..... ele não estará por isso “doente”;
• Neste caso o “cristal” se manterá bem
(não sofreu pressões internas e externas);
• Mas se em algum evento o cristal vier a se
romper, isso só ocorrerá de acordo com as
linhas de força (e de ruptura)
preestabelecidas na tenra idade;
• O sujeito de estrutura neurótica não poderá
desenvolver senão uma neurose;
• O indivíduo de estrutura psicótica só
desenvolverá uma psicose.
• Estrutura de personalidade: é uma
organização estável e irreversível; é o eixo
central do psiquismo;
O Psicótico tem o mecanismo de defesa primitivo,
ou seja da idade do bebê. Já o neurótico tem
mecanismo de defesa bem sucedidos.
A CASTRAÇÃO na infância: o mundo não gira a
meu redor, tem leis e regas.
Linhas de clivagem são os traumas, coisas ruins
que acontecem, quanto mais cedo ocorre mais
dado ao psiquismo causam,
Linhas de força:
 As linhas que unem o cristal (unem o
psiquismo);
 Se constroem a partir de relações bem
sucedidas (castração, relação objetal,
reconhecimento);
Linhas de clivagem:
 Linhas que separam o cristal (separam o
psiquismo);
 Tudo o que é mau sucedido no
desenvolvimento se inscreve no
psiquismo numa linha de clivagem;
 O ponto de fixação é o início da clivagem.
O tratamento com psicótico fortalece as linhas de
força, para que venha evitar novos surtos, mas
sua estrutura nunca mudará.
Impossível passar de uma estrutura neurótica
para psicótica (ou inversamente);
O ego já foi organizado em um sentido ou outro.
Estrutura Neurótica
 A organização do ego gira em torno do genital
e do Édipo, isto é imutável;
 Ponto de fixação do neurótico é a fase fálica
(somos castrados);
 Há a noção de realidade; (faz contato com a
realidade, tem noção do que está
acontecendo)
 Há discriminação entre o indivíduo e o outro
(bebê reconhece a mãe); (deixa de ocorrer a
simbiose com a mãe, sendo algo saldável)
 Busca formas de se relacionar no outro.
Estrutura psicótica
 Na estrutura psicótica, há uma recusa da
realidade;
 Predomínio da libido narcisista;
 Fixação está nos primeiros meses de vida,
fase oral (fase auto erótica);
 Não há presença de um objeto; (não
consegue ver um objeto além dele)
 Não tem amor pelo objeto, apenas satisfação.
(não consegue se entender/vincular a partir
do que ele é) – porque o bebê não ama a mãe
é porque o seio o satisfaz, é algo narcísico.
05/04
COMENTÁRIOS ACERCA DO FILME A CELA.
- Temos uma ligação psíquica com a água, sendo
o novo desenvolvimento/primitivo, ou seja, ele
tem um conflito muito primitivo.
- O nosso consciente quer que o conflito se
resolva, então ele vai se mostrando como criança
para a terapeuta, para leva-la e mostrar o que
está acontecendo.
- A regra do inconsciente é repetir, lembrar e
elaborar, para ajudar a elaborar o que aconteceu,
então é por isso que ele repete muito. (por
exemplo uma criança abusada, vai manter um
padrão corporal de exibicionismo da sexualidade,
como se tocar, sendo uma tentativa de repetir
este comportamento para mostrar de algo que
não está bem).
06/04
BORDERLINE
Ane estrutura
- Pensar em uma gangorra.
- Pcte dos excessos, devido a impulsividade.
O pcte borderline era confundido com o
psicótico.
- O Border está em cima da linha, entre a neurose
e a psicose.
- Andando na divisão da psicose e neurose, ou
seja, com sintomas mesclados, tendo dificuldade
ao longo dos anos se diagnosticar.
- Estão sempre nas extremidades, ele é intenso –
ora ama muito ora odeia, vivendo essa polaridade
das emoções, apresentando uma falsa
normalidade.
- O DSM indica 9 sintomas e desses precisa ter 5
para ser diagnosticada como Border.
- Tem muito medo de serem abandonadas e
fazem um esforço para não serem abandonadas.
- Tem relações pessoais
• Por muito tempo foi confundido com:
esquizofrenia, estrutura de personalidade
pre-esquizofrênica, caráter psicótico, etc...
• Só depois da segunda metade do século
XX foi cunhado um diagnóstico;
• Pessoas que podem mudar abruptamente
desde a excitação à depressão;
• “Normalidade superficial”;
• 1960 – Transtorno de personalidade
Borderline;
- Em alguns casos há sintomas dissociativos (não
há reconhecimento do próprio corpo)
• Quando dominado pela raiva o teste de
realidade e consciência do outro não
existem mais;
• São pacientes reativos; (Se a situação é
favorável a ele fica feliz e se a situação
não é favorável ele fica mal.)
Relações interpessoais instáveis
(Ele é teatral e todos vão ficar sabendo como está
no momento – faz tempestade em copo de água)
• Relações tumultuadas;
• São hiperdramáticos;
• Movimento de idealização, desvalorização
e denegação;
• Pacientes descritos com fome emocional
- É muito comum trabalharem como artistas,
sendo considerado uma sublimação, levando para
algo bom essa condição teatral.

Características Borderline:
Instabilidade afetiva: (No começo o namoro do
Border é incrível, mas com o passar do tempo
começa a sufocar a pessoa, destrói a si e aos
outros)
• Explosão de emoções descontroladas; (Ele
pode se descontrolar, por exemplo matar
Sexualidade
alguém por raiva e impulsividade, sendo
diferente do psicótico, pois está inserido (muito excessiva, hiper ativos sexualmente,
na realidade e diferente do Border ele é sedutores)
preso porque tem contato com a
• São considerados sexualmente
realidade, podendo surgir a culpa)
encantadores e atraem parceiros com
• Baixa emocional com excesso de facilidade;
afetividade;
 • A sexualidade por um tempo pode unir o • Isso afasta as pessoas;
parceiro;
• Necessidade desesperada de uma pessoa;
• Sentimentos eróticos em relação ao
terapeuta são comuns;
Impulsividade
• Comportamento impulsivo e destrutivo;
• Ex.: relações sexuais desprotegidas com
parceiros recém-conhecidos; consumo
excessivo de álcool e outras drogas;
• Sentir-se vivo e autêntico;
• Escapar do profundo vazio interior;

Automutilação e Suicídio
• Comportamentos e gestos suicidas são
comuns;
• Histórico inicial na adolescência;
• Os episódios ocorrem em estados
- A maioria são mulheres e as mudanças dissociativos;
hormonais tem essa pré-disposição de gerar e
• Mostram tais feridas mais tarde,
pela condição cultural que a incentiva a ter
comportamento considerado
contato com esse lado emocional.
manipulador;
• Ter controle do próprio corpo.
12/04
Transtornos de identidade
Ideação Paranoide e dissociativa
• A identidade é instável;
• Pensamentos paranoides são comuns;
• Busca uma identidade com base nas • Podem apresentar delírios e até mesmo
reações das pessoas; alucinações;
• Episódios de despersonalização e
• Crises de identidade sexual e vocação
desrealização são frequentes;
profissional também são comuns;
• É uma criança ferida;

Sensibilidade à rejeição
• Temem a rejeição;
• São hipersensíveis a qualquer pequena
frustração;
• Uma pequena flutuação de atenção do
terapeuta já o irrita profundamente;

Psicodinâmica do Desenvolvimento
• Os bebês exibem variação de ansiedade,
irritabilidade desde o nascimento;
• Assim como os pais moldam o
comportamento do bebê, assim este
induz as respostas dos pais;
• O resultado depende da relação entre
eles;
• Pais empáticos e com alto grau de
paciência respondem provendo um
ambiente suave e acolhedor, o que leva
ao desenvolvimento de um ego saudável.
• Um ego estável e uma imagem integrada
dos cuidadores dependem das respostas
conscientes e empáticas de seus
cuidadores;
• Estes devem conhecer as necessidades da
criança: “Você está com fome; Você está
com raiva, Você está triste”
• Quando vividos de forma empática e ditos
carinhosamente pelos cuidadores,
refletindo exatamente o estado emocional
da criança, leva a uma representação
mental consciente dos estados
emocionais e desejos da criança;
• O espelhamento do estado mental do
paciente feito pela figura materna ou
outro cuidador contribuem para o
desenvolvimento emocional da criança;
• É fundamental para que a criança
internalize uma imagem integrada do
cuidador;
• Quando o cuidador satisfaz as
necessidades de comida, conforto,
afetividade e segurança, é internalizado
pela criança como bom;
• Quando tais respostas não acontecem a
criança, esta internaliza o cuidador como
mau.
• Com o tempo, com a gratificação
suficiente e com a vivência de uma
maternagem suficientemente boa, a
criança funda a representatividade de
uma mãe gratificante boa e da frustrante
má, em uma imagem integrada;
• Esse processo no paciente border está
distorcido;
• Um bebê altamente irritável e difícil de
confortar, pais autocentrados e
narcisistas, que não possuem uma
capacidade natural para a empatia
materna,
• Interação de um bebê inconstante e pais
emocionalmente limitados;
• Pessoas importantes para o paciente
border são inteiramente boas ou
inteiramente más;
• Pacientes border relatam a presença de
abusos físicos e sexuais, uma infâncias de
negligências, pais emocionalmente
ausentes;
• A formação do superego é distorcida;
Pais narcisistas visualizam a criança como sua
extensão “Meu filho é meu melhor, o mais
brilhante, o melhor em tudo”;
• Diferente do paciente narcisista, o border
sente culpa;
Diagnóstico diferencial
• Transtornos de personalidade histriônica,
narcisista e paranoide se mesclam com o
borderline;
• Idealizam e desvalorizam;
 • Borderline= mais comum em mulheres
• Psicopatia: mais comum em homens;

• Estabelecer uma aliança terapêutica;

• Paciente irá transferir suas fantasias
sexuais para o terapeuta;
• O paciente viola os limites, por isso ter as
regras claras e esclarecidas já na sessão
inicial e retomadas quando necessário.

13/04

As vezes podemos ter um traço Border, porque

nossa psiquê não sai ilesa, podendo ser
apresentado um traço border, demonstrado
através de pessoas que gostam de falar alto, ser o
centro das atenções, dramáticos, explosivos, mas
que não é disfuncional na vida da pessoa.
Conteúdo da prova, 4 perguntas de cada:
- Psicanálise e psiquiatria
- Formação dos sintomas
- Noção de estruturas
- Borderline

 Filme não cai