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Se o seu companheiro fala com frequência uma dessas frases ou coisas semelhantes, se você
duvida da sua percepção diante dos fatos e da sua sanidade mental, cuidado, você pode estar
sendo vítima de abuso emocional, também conhecido como gaslighting.
Geralmente, o abuso emocional acontece de forma gradual e sem que a vítima perceba.
Com o passar do tempo, esses padrões abusivos aumentam, fazendo com que a vítima se
torne cada vez mais dependente da relação e muitas vezes se isole de amigos e familiares. O
abusador utiliza de técnicas que vão desde a negação dos fatos, como “eu não quero ouvir
de novo” ou “nada disso aconteceu”, passando pela banalização dos sentimentos da vítima
“nossa, como você é exagerada” e “não é motivo para tanto”. O gaslighting tem
consequências desastrosas na vida da pessoa abusada e podem gerar problemas sérios como
depressão, isolamento, ansiedade e confusão mental.
Segundo o grupo Livre de Abuso – criado para ajudar, orientar e acolher vítimas de vários
tipos de abuso – para superar o gaslighting, é importante começar a reconhecer os sinais e
eventualmente aprender a confiar em si mesma de novo. De acordo com o autor e
psicanalista Robin Stern, os sinais de que você está sendo vítima de gaslighting incluem:
1. VOCÊ DUVIDA DE SI
MESMA CONSTANTEMENTE.
2. VOCÊ SE PERGUNTA “EU
SOU SENSÍVEL DEMAIS?”
VÁRIAS VEZES AO DIA.
3. VOCÊ CONSTANTEMENTE
SE SENTE CONFUSA OU ATÉ
MESMO MALUCA.
4. VOCÊ ESTÁ SEMPRE
PEDINDO DESCULPAS AO
SEU PARCEIRO.
5. VOCÊ NÃO ENTENDE POR
QUE, COM TANTAS COISAS
APARENTEMENTE BOAS NA
SUA VIDA, VOCÊ NÃO ESTÁ
MAIS FELIZ.
6. VOCÊ FREQUENTEMENTE
CRIA DESCULPAS PARA
JUSTIFICAR O
COMPORTAMENTO DO SEU
PARCEIRO PARA SEUS
AMIGOS E SUA FAMÍLIA (OU
ATÉ PARA SI MESMA).
7. VOCÊ COMEÇA A
ESCONDER INFORMAÇÕES
DOS SEUS AMIGOS E DA SUA
FAMÍLIA PARA QUE NÃO
TENHA QUE EXPLICÁ-LAS OU
INVENTAR DESCULPAS.
8. VOCÊ SABE QUE ALGO
ESTÁ MUITO ERRADO, MAS
NUNCA CONSEGUE
EXPRESSAR EXATAMENTE O
QUE, NEM PARA SI MESMA.
9. VOCÊ COMEÇA A MENTIR
PARA EVITAR AS
DISTORÇÕES DA REALIDADE
E SER POSTA PARA BAIXO.
10. VOCÊ TEM DIFICULDADE
PARA TOMAR DECISÕES
FÁCEIS.
11. VOCÊ SENTE QUE
COSTUMAVA SER UMA
PESSOA MUITO
DIFERENTE – MAIS
CONFIANTE, MAIS
DIVERTIDA E MAIS
RELAXADA.
12. VOCÊ SE SENTE
DESESPERANÇOSA E
DESANIMADA.
13. VOCÊ SENTE QUE NÃO
CONSEGUE FAZER NADA
CERTO.
O abuso psicológico acontece de modo sutil, passando despercebido por quem o sofre.
Como quem costuma praticar essa forma de abuso é alguém de confiança, como um
cônjuge ou amigo, a vítima desenvolve uma série de sentimentos mistos em relação ao
tratamento abusivo.
Quem não está envolvido na situação não compreende a magnitude dos abusos sofridos.
Isto é, não enxergam os danos da mesma forma que enxergariam as consequências de
agressões físicas.
No entanto, o abuso do psicológico também é uma forma de violência. Ele prejudica
a saúde mental e, eventualmente, a física das vítimas.
Com o passar do tempo, os abusos estimulam o surgimento de comportamentos
retraídos, baixa autoestima e problemas psicológicos, como depressão e ansiedade.
O que é abuso psicológico?
O abuso psicológico acontece por meio de manipulações pequenas e corriqueiras. São
comportamentos inofensivos a princípio. Eles deixam as vítimas levemente
desconfiadas, mas esse sentimento logo passa.
O abusador sabe quando manipular e quando agir como o
parceiro/amigo/familiar/colega de trabalho ideal. Assim, as vítimas não levem as suas
suspeitas a sério. Eventualmente os abusos enfraquecem a percepção delas, permitindo
que aconteçam com mais frequência.
Não raro o abusador acaba com a autoconfiança da vítima. Ela deixa de seguir a sua
intuição e, mesmo quando algo estranho acontece, prefere acreditar nas mentiras do
outro. Essa é uma das táticas de abuso psicológico usadas para manter a pessoa
fragilizada por perto.
Qualquer indivíduo pode praticar essa forma de abuso. No trabalho, por exemplo, um
chefe pode abusar psicologicamente de seus funcionários. É mais comum, contudo, que
uma pessoa próxima da vítima seja a responsável por ele.
Essa característica complica a situação. A pessoa atacada psicologicamente sabe que
algo não está certo na sua relação com o abusador, mas, por ter sentimentos bons em
relação a ele, fica paralisada, sem saber como agir.
1. Humilhações públicas e
privadas
As humilhações são sutis. Elas se manifestam na forma de comentários desagradáveis e
de indiretas. “Você é sensível demais”, “Você não é muito inteligente” e “Você não
sabe fazer X direito, né?” são exemplos.
À medida que a vítima se acostuma com eles, as humilhações perdem a discrição. O
abusador critica a inteligência, a postura profissional, a aparência, a personalidade, entre
outras características, diretamente. Ele faz isso tanto em momentos privados quanto em
ocasiões sociais com amigos e familiares.
Quando questionado sobre sua conduta, o abusador desconversa e inventa desculpas que
visam voltar à situação contra a vítima. Dessa forma, ela começa a pensar “Será que eu
sou mesmo desse jeito?” e acreditar nas críticas do outro.
2. Contestação e negação da
verdade
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Existe uma forma muito comentada de abuso psicológico chamada “Gaslighting”. Ela
consiste na negação da verdade para confundir as vítimas e fazê-las duvidarem de suas
percepções.
O abusador pode: modificar uma história verdadeira por uma versão ilusória, insistir
que a vítima está enganada, dizer que outras pessoas perceberam o mesmo que ele e
acusar a pessoa de estar inventando coisas. O Gaslighting também é comumente
utilizado para encobrir uma traição.
Essa forma de abuso possui um efeito semelhante aos ataques à autoestima. A pessoa
fragilizada começa a questionar a si mesma, chegando à conclusão de que está
equivocada. Logo, a palavra do abusador se torna lei.
4. Mentiras e omissões
O abusador psicológico mente e omite informações sem remorso. Ele faz de tudo para
manter uma imagem de parceiro ideal, embora a realidade deixe claro que não é. A
vítima, normalmente apaixonada, acredita nas mentiras e segue no relacionamento.
A pessoa que sofre o abuso também pode começar a mentir para evitar reações
exasperadas e conflitos, além de ter a sua palavra contradita. Em alguns casos, as
vítimas percebem que a verdade é sempre contestada pelo outro, então, passam a mentir
para evitar essa situação.
Mentiras não combinam com relacionamentos saudáveis. Quando ela é percebida, o
cônjuge deve ser devidamente questionado.
6. Comportamentos
drasticamente diferentes
A pessoa que abusa psicologicamente diz uma coisa, mas age de maneira contrária. Ela
demonstra ser carinhosa e preocupada, uma verdadeira amiga para todas as horas.
Porém, quando se mais precisa dela, ela some.
Dentro dos relacionamentos afetivos, o cônjuge abusivo segue um padrão composto por
condutas manipuladoras e momentos de afeição. Ele pede desculpas por meio de gestos
de amor na tentativa de reconquistar o parceiro e, assim, dar início ao ciclo de abusos
outra vez.
As oscilações drásticas de comportamento costumam ser notadas pelas vítimas, que
questionam a índole do indivíduo. Mas, por conta das manipulações, acabam
acreditando em suas desculpas.
7. Manipulação de vínculos
Os relacionamentos interpessoais da vítima são igualmente manipulados. O abusador
pode tentar fazê-la se afastar dos amigos e dos familiares, implantando histórias que
afetam a imagem deles, ou pode inventar boatos sobre a vítima para fazer os outros se
afastarem dela.
Essa é uma forma de manipulação bastante comum que objetiva deixar a pessoa ainda
mais fragilizada e solitária.
Não é fácil deixar uma relação
abusiva
Quando se trata de relacionamentos amorosos, a reação a esta (e outras) forma de abuso
é complexa. Algumas pessoas criam justificativas para o comportamento abusivo,
chegando a pedir desculpas para o abusador. Elas se sentem infelizes, mas não sabem
explicar o porquê.
Geralmente, essas pessoas sofrem de autoestima baixa ou tiveram a sua autoestima tão
reduzida que acreditam cegamente no abusador.
Para combater a vontade de justificar as manipulações, a pessoa que sofre abusos
psicológicos (ou outras formas) precisa pensar racionalmente e recorrer à ajuda de entes
queridos e de profissionais. A psicoterapia, por exemplo, pode ajudar quem sofre ou
sofreu com um relacionamento abusivo a se reerguer.
A literatura sobre tortura psicológica no Brasil ainda é escassa, porém, podemos nos
embasar na teoria oriunda de autores e instituições estrangeiras. De acordo com a
Organização das Nações Unidas (1987), tortura, seja física ou psicológica, é todo ato
com a intenção de causar dor ou sofrimento intencionalmente.
A Lei 9.455/97 reconhece que o crime de tortura não se trata somente de abusos físicos,
englobando situações que resultam em sofrimento mental ou psicológico. Porém, para
configurar crime, é necessário que sejam identificadas pelo menos uma das seguintes
situações:
Por conta do grau de afeição, quem sofre a agressão leva tempo para assimilar o
comportamento do agressor à violência. Será que fulano seria mesmo capaz de fazer
uma coisa dessas?
Qualquer pessoa pode perceber as intenções pouco inocentes do agressor, bem como o
semblante e a postura de derrota da vítima. Ainda assim, o agressor se esconde atrás
de justificativas. Admite estar somente sendo “sincero” ou afirma que a vítima merece
aquele tratamento em razão de suas ações.
O abusador humilha a vítima por meio de comentários que, a princípio, parecem pouco
ofensivos. “Você não é muito bom com isso, né?” aos poucos se transformam
em “Você não é muito inteligente, né?” para, enfim, chegar a “Você é muito burro!”.
2. Chantagem emocional
3. Perseguição sistemática
Há agressores psicológicos que não desistem até conseguirem o que desejam. Humilhar,
xingar e constranger a vítima é um alimento para o seu ego.
Assim, um agressor pode perseguir a vítima para obter a sensação de superioridade que
tanto deseja. Faz comentários hostis e a ridiculariza na frente de amigos e familiares
para manchar a sua imagem.
4. Distorção da realidade
Outra forma clássica de abuso psicológico é distorcer a palavra da vítima para que
sua concepção da realidade fique confusa. Essa tática também pode ser conhecida
como gaslighting, e a estimula a duvidar de sua capacidade de interpretação e acreditar
nas palavras do agressor.
As palavras da vítima também podem ser distorcidas para quem estiver ao redor. Dessa
forma, o agressor se consolida na posição de detentor da verdade.
5. Ridicularização
Quem comete a agressão psicológica não deixa nada passar. Ele ou ela critica a
personalidade, o modo de falar, as roupas, as escolhas, as opiniões, as crenças religiosas
e até a família da vítima constantemente.
As constantes humilhações fazem a vítima duvidar de si mesma. Será que ela merece
passar por isso? Será que o agressor tem razão quando a acusa de ser uma pessoa ruim?
Esse é justamente o objetivo do agressor. Quando a vítima está com a autoestima baixa,
cai facilmente em suas armadilhas. Ela aceita a manipulação e os constrangimentos sem
lutar contra eles.
Além disso, a pessoa que sofre tortura psicológica pode desenvolver uma série de
transtornos mentais, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-
traumático, entre outros.
Qualquer interação com o agressor requer imenso esforço para ela. A vítima passa a
temer encontrar o seu algoz ou ser confrontada por ele, então, escolhe ficar em silêncio
para preservar a sua saúde mental.
Quando o seu estado psicológico se encontra muito deteriorado, ela pode ter um
ataque de pânico só de pensar nessas possibilidades.
Abaixo, confira outras maneiras como o estado psicológico das vítimas pode ser
afetado:
Esse período de afastamento vai ajudá-lo a pensar com clareza, sem as influências do
indivíduo hostil ou de terceiros.
Em seguida, procure ajuda para reerguer a sua autoestima e curar as feridas emocionais
causadas pelas agressões constantes. Ela pode vir de amigos ou de familiares,
preferencialmente daqueles cujo conhecimento da situação é vasto.
Assim como pessoas doentes fisicamente buscam ajuda médica para se curarem, quem
está com a saúde mental deteriorada precisa buscar ajuda psicológica.
Uma das lições que podem ser aproveitadas neste momento é a necessidade de fazer
psicoterapia para cuidar da saúde da mente e, assim, aproveitar cada oportunidade sem
se engajar em conflitos com terceiros.