Quando meu pai resolveu comprar um pedacinho de terra ali na estrada
que vai para o povoado do Capivari, terra ali na estrada que vai para o povoado do Capivari, terra arenosa, porém úmida, comecei a conhecer mais as coisas da roça. Construiu ali uma morada simples que chamava de “esconderijo”, pois ali se refazia das tensões e desgastes do policiamento da capital. Alguns amigos aconselharam a plantar uma horta, fazer um galinheiro, um campinho de futebol, um chiqueiro até um pequeno curral. Assim sua distração e desligamento completo da vida policial.
Um compadre seu, dono de um sítio nos arredores de BH, apareceu no
Pedregulho com três sacos cheios de rama de mandioca. Explicou que era de uma raça lá do Triângulo Mineiro, o chamado sertão da farinha podre, do tempo dos índios do Desemboque.
Em todo cantinho, em todo o tempo meu pai e amigo, plantaram uma
mandioca do tubérculo. Três meses depois, com as águas surgiu no Pedregulho o mais lindo mandiocal do mundo.
A mulher do caseiro pediu para fazer polvilho da mandioca. Explicou que
o pão de queijo não precisa de nada da cidade. Banha de porco, ovos, queijo e e polvilho. Tudo brasileiríssimo. Se o trigo acabar no mundo, o Brasil sobrevive muito bem. Meu pai conta que entre os papéis velhos do meu avô Mário encontrar uma receita de pão de queijo e datada de 1896, Santo Antônio do Monte. Verificou depois que era essa mesma receita usada durante todo o tempo por sua avó, Irene, que fazia o pão de queijo mais delicioso, o pão nosso de cada dia, ou de todo dia.