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ANALISE DA SUSCEPTIBILIDADE A
TOMBAMENTO EM CAMINHÕES E
ÔNIBUS
Alberto Meyer Follow
Gerente SAC, Gerente Regional… 16 3 0
Praticamente todos os dias nos depararmos com notícias sobre um tombamento ou
capotamento de um caminhão ou ônibus, provocando transtornos no trânsito, prejuízos
financeiros e perdas de vidas. Se fizermos uma rápida análise no nosso dia a dia podemos
dizer que é muito mais comum um caminhão ou ônibus sofrer este tipo de acidente do que
um automóvel de passeio. Quais serão os fatores envolvidos?
Um levantamento realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou que 38% dos
acidentes nas rodovias federais envolvem caminhões e ônibus.
Entre as principais causas podemos citar:
ü Muitas horas seguidas no volante, percorrendo grandes distâncias, muita pressa e a
necessidade de cumprir prazos apertados, provocam nos motoristas: cansaço físico, sono
e redução dos reflexos. Esses fatores colocam a segurança de todos que estão na estrada
em risco, por isso, é de extrema importância que os embarcadores, as transportadoras e os
motorista, planejem melhor as viagens, permitindo ao condutor cumprir a lei do
caminhoneiro, tendo sempre as 11 horas obrigatórias de descanso.
ü Excesso e distribuição incorreta da carga: considerada infração de trânsito pela
Resolução do CONTRAN Nº 258, o excesso de peso é fator de alto risco para o
tombamento de caminhão porque é responsável por provocar desequilíbrio do veículo,
também irá exigir mais, dos freios, suspensão e motor. Vale lembrar ser fundamental a
distribuição adequada da carga no caminhão, a fim transferir a cada eixo o permitido pelo
limite técnico do veículo e legislação lateralmente e longitudinalmente.
ü Tipo de carga: saber exatamente o tipo de carga que se está carregando e qual a melhor
forma de fazer o transporte sem nenhum tipo de prejuízo é fundamental. Devemos ficar
atento principalmente em duas categorias: cargas vivas e cargas líquidas.Para as cargas
vivas não é aconselhável deixar mais do que o espaço suficiente para o transporte, porque
os animais podem se movimentar e causar desestabilidade no caminhão. Devemos
delimitar o espaço, mas também se preocupar com a manutenção da vida e do bem-estar
animal, estabelecidos pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) na lei Nº 9.503.
Para o transporte da carga líquida a atenção deve ser para o nível do tanque a fim de
prevenir o Efeito Slosh. Se o volume não estiver completo ou até 80% na dimensão do
caminhão, o fluido irá se movimentar nas variações de regime do veículo, afetando a
dirigibilidade e a estabilidade. Quanto menor o nível do tanque mais chance de acontecer o
tombamento do caminhão.
ü Rodovias mal projetadas, o projeto não considera quem vai trafegar e sim adequar o
projeto ao espaço disponível, por exemplo a rampa de acesso ou de saí necessitaria um
raio de 200 m, mas são feitas com 25 metros de raio, para não se gastar com
desapropriações. Soma-se a má conservação, má sinalização, buracos, falta de Cadastre-se agora Entrar
pavimentação, falta de infraestrutura de apoio (como oficinas e borracharias), todos esses
exigem uma condução com prudência se antecipando as situações de emergência,
evitando as manobras evasivas, que são letais para os caminhões e ônibus.
ü Ultrapassagens perigosas: em locais proibidos, como faixas contínuas, curvas e pontes.
No caso dos caminhões, acostamento com grande desnível, trechos muito íngremes,
curvas em sequência, também são locais de risco.
ü Mudança repentina de faixa e pouca distância de veículos: Na pressa, motoristas
podem mudar de faixa ou fazer manobras muito bruscas sem pensar em quem segue atrás,
como também quem está à frente. É importante manter sempre uma distância segura de
outros veículos na via. Dirigir sempre com calma, calculando possíveis imprevistos e assim
prevenir colisões e acidentes.
ü Descumprimento da Lei dos Caminhoneiros: Em abril de 2012, foi instaurada a Lei que
regulamentou a profissão de motorista e, em 2015, ela foi atualizada. Cumprir as regras que
falam de repouso semanal, jornada de trabalho, intervalos obrigatórios, entre outras
situações defendidas na legislação são fundamentais para guiar bem pelas rodovias.
ü Uso do celular: Atender, falar ou digitar ao telefone celular no veículo, mesmo utilizando
o viva-voz, reduz a concentração do condutor.
ü Consumir bebidas alcoólicas: Além de ser proibido, o consumo de álcool diminui a
percepção do perigo, retarda os reflexos, provoca sonolência e coloca em risco a vida do
condutor e de outras pessoas no trânsito.
ü Não observar a via: Dirigir sem prestar atenção nas características da estrada, como
curvas, número de faixas, tipos de pavimentação e lombadas, pode levar a acidentes.
ü Falta de revisão do veículo: Problemas como pneus gastos, freios em más condições,
folga de direção e suspensão empenada podem se tornar muito perigosos em condições
encontradas na estrada. É importante sempre manter o veículo revisado
Alta velocidade ou excesso de velocidade: importante citar que para um caminhão ou
ônibus, ao contrário de um automóvel, a alta velocidade ou excesso tem uma conotação
completamente diferente. Para um veículo pesado uma velocidade de 20 km/h pode ser
considerada excessiva. Na questão velocidade compatível a infraestrutura rodoviária e
urbana não colabora e induz a acidentes! De forma geral nas rodovias, os limites indicados
pelas placas, principalmente em curva, são feitos considerando um automóvel e não outros
tipos de veículos. Mais adiante no texto vamos esclarecer melhor esta situação. Nas
cidades os limites tem função arrecadatória, procurando induzir o motorista a erro para ser
multado, sem nenhum objetivo de segurança. Em outros países a sinalização leva em conta
os automóveis e os veículos pesados com placas indicativas de velocidade para cada tipo
(fig. 1).
Durante uma curva um veículo é submetido a duas forças: Força Centrifuga (Fc) e Força
Centrípeta (FCT).
1- A Força centrifuga (Fc), é a força que tende a “empurra-lo” para fora da curva, é a
mesma que pressiona o corpo dos ocupantes contra a porta ou para o meio do veículo, Cadastre-se agora Entrar
dependendo do lado que está virando. Esta força é proporcional a velocidade e ao raio da
curva. Quanto maior a velocidade maior a força, quanto maior o raio, menor a força.
Notamos isso nos veículos de competição que são praticamente encostados no solo. Nas
narrações de corridas normalmente ouvimos o locutor informa que o piloto sofre os efeitos
de acelerações de até 5 g nas curvas (Força g), ou seja, o veículo é capaz de suportar
Força Centrifuga de 5 vezes a aceleração da gravidade sem perder a trajetória! Raramente
vemos um carro deste tipo capotar, o mais comum e derrapar e perder a trajetória. As
capotagens ocorrem quando as rodas de um lado atingem um obstáculo durante a
derrapagem, mas neste caso estamos em uma outra situação com outras forças
envolvidas.
Esta tal força g é na verdade a aceleração lateral que existe em todo movimento curvilíneo,
que pode ser uniforme, quando a velocidade é constante ou acelerada quando a velocidade
varia de intensidade.
Várias causas são possíveis para esse tipo de acidente, sendo boa parte delas resultado de
atitudes imprudentes do próprio motorista. As mais comuns são:
Excesso de peso: Veículos de carga, como caminhões, costumam ser mais instáveis,
devido ao tamanho e principalmente à altura do seu centro de gravidade que fica mais
sensível as acelerações, notadamente em curvas. O excesso de peso aumenta os riscos.
O peso dificulta a execução de curvas, aceleração e frenagem do veículo. Além disso, o
excesso de carga cria uma força centrípeta durante a curva, o que aumenta a chance de
tombamento.
Se a carga estiver solta ou for líquida, as chances são ainda maiores.
Velocidade em curvas acima do limite tolerável de cada veículo.
Quanto maior a velocidade numa curva, maior a aceleração lateral e maior a força
centrifuga aplicada ao veículo. A força centrifuga é aplica no centro de gravidade do
veículo, quanto mais alto for o CG maior a chance de tombamento. O raio da curva também
influi significativamente, quanto menor o raio maior a força centrifuga aplicada ao veículo,
ou seja, curvas de raio menor exigem velocidades menores.
Tipo e condições do piso: pistas molhadas, terra, entre outras coisas, podem diminuir
consideravelmente a aderência entre os pneus e o asfalto, uma grande causa de acidentes
em todo o mundo. Quando o veículo desliza e fica de lado sem mudar de direção, é o
momento em que há as maiores chances de um tombamento.
DINÂMICA DO CAPOTAMENTO OU
TOMBAMENTO:
A capotagem de veículos é um evento complexo que tem sido objeto de muitas
investigações desde a década de 1950.
1- O termo “capotar”" descreve a condição de pelo menos 90 graus de rotação em
torno do eixo longitudinal de um veículo, conforme já comentamos.
2- Quando forças laterais criam um momento grande o suficiente sobre o centro de
gravidade do veículo por um período de tempo suficiente, o veículo irá rolar. Essas forças
laterais podem ser geradas sob uma variedade de condições, como o contato com um
obstáculo mecânico (um meio-fio, buraco ou sulco arado durante uma manobra off-road)
ou durante manobras na pista.
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EVENTOS DE CAPOTAMENTO OU
TOMBAMENTO
A capotagem pode ocorrer em superfícies planas e niveladas (na estrada). As capotagens
na estrada normalmente surgem da perda do controle direcional, que podem resultar das
ações de esterçamento do motorista.O capotamento fora da estrada pode resultar do efeito
de inclinação ao sair da pista, impacto lateral no meio-fio, solo mole ou outras obstruções
que bloqueiem o escorregamento lateral do veículo.
Pode ocorrer em curvas devido a velocidade empreendida gerar aceleração lateral superior
a suportada pelo tipo de veículo.
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Durante o teste a mesa é inclinada lentamente, até que o pneu do lado esquerdo do veículo
comece a perder contato com a superfície da mesa. O ângulo que isso ocorre é chamado
de ângulo de inclinação (tip-over angle).
Dividindo as equações acima uma pela outra temo o valor TTR, que indica a tendência de
capotagem de um veículo.
Veículo com maior chance de capotagem possuem um TTR pequeno, se comparado ao de
um veículo mais estável.
Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem
Onde θ é o ângulo de inclinação da mesa de teste.
Testes dinâmicos de capotamento e
tombamento:
O teste dinâmico é realizado em uma pista de teste e envolve manobras de direção. Embora
os testes dinâmicos sejam potencialmente úteis para entender os eventos imediatamente
anteriores ao capotamento, eles são caros e exigem precauções de segurança para os
pilotos de teste. Além disso, a repetibilidade pode ser difícil de alcançar. Em vista dos
desafios associados ao teste dinâmico, os estímulos computacionais foram realizados
usando modelos matemáticos para prever o comportamento do veículo associado ao
capotamento.
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Este índice indica o limiar de capotagem, por exemplo a pick-up, se um uma curva ou
manobra a aceleração lateral atinge 1,02 g, a capotagem é certa! Na tabela podemos notar
que os veículos de carga são muito mais sensíveis ao tombamento em função da sua altura.
Valores de velocidade para piso seco, em piso molhado o coeficiente de atrito muda e as
velocidade serão menores.
Como determinar a velocidade veremos a seguir.
VELOCIDADE LIMIAR DE DERRAPAGEM EM
UMA CURVA HORIZONTAL
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A derrapagem ocorre quando a força centrifuga aplicada nos pneus, pela aceleração lateral
supera a força de atrito pneu solo.
FA = força de atrito resistente na roda A
FB = força de atrito resistente na roda B
Força de inercia ou Força centrifuga = Força de resistência contra a derrapagem
Sabendo que em um movimento curvilíneo uniforme a aceleração é dada por V2 / R temos:
Força centrifuga: F = m x a à F = m x (V2/R)
Voltando a igualdade teremos:
FC = FA + FB
((m x V2) /2) = FA + FB
((m x V2) /2) = ((µ x RA) + (µ x RB))
((m x V2) /2) = µ x (RA + RB)
(RA + RB) = P e P = m x g à ((m x V2) /2) = µ x m x g
A derrapagem ocorre quando a força centrifuga aplicada nos pneus, pela aceleração lateral
supera a força de atrito pneu solo.
FA = força de atrito resistente na roda A
FB = força de atrito resistente na roda B
Força de inercia ou Força centrifuga = Força de resistência contra a derrapagem
Sabendo que em um movimento curvilíneo uniforme a aceleração é dada por V2 / R temos:
Força centrifuga: F = m x a à F = m x (V2/R)
Voltando a igualdade teremos:
FC = FA + FB
((m x V2) /2) = FA + FB
((m x V2) /2) = ((µ x RA) + (µ x RB))
((m x V2) /2) = µ x (RA + RB)
(RA + RB) = P e P = m x g à ((m x V2) /2) = µ x m x g
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Publicado por
Albe Alberto Meyer Seguir
rto Gerente SAC, Gerente Regional, …
Meyer
SEGURANÇA NO TRANSPORTE - PREVENÇAÕ DE ACIDENTES
3 comentários
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Salete Romero 3m
Salete Palestrante,Instrutora Especializada Direção Defensiva Comportamental,Consultora em
Romero Segurança no Trânsito para Empresas.
Ótimo conteúdo, Alberto Meyer! Parabéns pelo excelente material!
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Herlani Junior 2a
Herlani Head Architecture & BI at FLEETCOR
Junior
Vale a pena os engenheiros da DER e CCR Rodoanel lerem para pensarem nas
“ótimas” curvas que foram colocadas para todos pagarem os pedágios na Castello
Branco. No mínimo 20 carretas tombadas por ano.
Gostei Responder 1 gostou 1 resposta
Albe Alberto Meyer 2a
rto Gerente SAC, Gerente Regional, Gerente de Treinamento, Consultor de
Meyer Seguros, Auditor de D.O.S., ISO e Garantia.
Verdade!! e em vários outros locais, principalmente na estradas de MinasCadastre-se agora Entrar
Gerais!
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