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ACIDENTE DE TRANSITO E PERÍCIA CRIMINAL

Tipos de pericias em locais de ocorrência de trafego.


Segundo a nomenclatura usada pelos peritos e aceita pela justiça para
tipificar as principais modalidades de acidentes de trafego que ocorre no Brasil,
os tipos de ocorrências são:

 colisão: e o embate entre dois ou mais veiculo em movimento. Os


acidentes envolvendo ciclistas devem ser tratados como colisão entre
veículos caso o condutor da bicicleta esteja montado na bicicleta. Caso
a pessoa envolvida no acidente esteja apenas empurrando a bicicleta, o
acidente deve ser tratado como atropelamento.

 abalroamento: e o embate entre os dois veículos envolvidos no


acidente ocorre com um veiculo em movimento atingindo lateral x lateral
de veiculo que esta parado. O termo e emprestado da área naval, cujo
significado corresponde ao contato entre duas embarcações.

 choque: e o embate de um veiculo contra um obstáculo fixo como poste,


arvore, muro, parede ou guarda corpo.

 atropelamento: ocorre quando um veiculo colide contra pessoas ou


animais;
 capota mento: evento no qual o veiculo, por causas as mais diversas,
gira em torno de seu eixo vertical e, na fase final de imobilização,
apresenta-se apoiado sobre a sua cobertura, com as rodas voltadas
para cima;

 tombamento: evento no qual o veiculo, por causas as mais diversas,


gira em torno de seu eixo vertical e, na fase final de imobilização,
apresenta-se apoiado sobre uma das laterais;

 precipitação: queda livre de um veiculo por ação da gravidade e que


ocorre por causas as mais diversas, como perda de direção, manobra
brusca, etc.;

 colisão em cadeia: conhecida também como colisão sucessiva ou


tamponamento, ocorre quando um veiculo embate na traseira de outro
que segue imediatamente a sua frente e este, esbarra no outro que
também esta a sua frente, e assim sucessivamente. Pode envolver
varias unidades de trafego;

 mista: conjugação de dois ou mais tipos de eventos em um mesmo


acidente.

Evidentemente que um acidente na maioria das vezes ocorre de forma


complexa, podendo dentro de um mesmo acidente ocorrer diversas formas de
colisões e de embates em uma sequencia de fatos que cabe ao perito de local
informar em uma sugestão de dinâmica provável.
Designação das interações veiculares.
As interações veiculares recebem designações especiais, uteis na
descrição os acidentes. Assim sendo, o choque, o abalroamento e a colisão
podem ser melhor definidas com a adução da seguinte terminologia, conforme
figuras a seguir.

SEMI-FRONTAL PELA DIREIRA

SEMI-FRONTAL PELA ESQUERDA

FRICCAO LATERAL PELA DIREITA


FRICCAO LATERAL PELA ESQUERDA

TRANSVERSAL ANTERIOR

TRANSVERSAL MEDIA PELA DIREITA

TRANSVERSAL MEDIA PELA ESQUERDA

TRANSVERSAL ATERO-POSTERIOR PELA DIREITA


TRANSVERSAL ATERO-POSTERIOR PELA ESQUERDA

Logradouros públicos.
E o espaço livre destinado pela municipalidade a circulação, parada ou
estacionamento de veículos, ou a circulação de pedestres, tais como calcada,
parques, áreas de lazer, calçadões. Quanto ao numero de vias, o logradouro
pode ser simples ou composto.

Logradouro simples: e constituído por uma única artéria, podendo ser de mão
única ou de mão dupla.

Logradouro composto: formado por duas ou mais artérias, normalmente


pistas, cada uma das quais destinada ao trafego que se processa numa
determinada direção.

Cruzamento e entroncamento.
O cruzamento e representado por uma interseção de duas vias em nível.
Já o entroncamento, como vimos, e um tipo de cruzamento constituído pela
junção ou bifurcação de vias publicas.
Os cruzamentos podem ser:
 Ortogonal
 Obliquo
 Obliquo-ortogonal
Os entroncamentos podem ser:
 Bifurcação
 Ortogonal
 Obliquo

Outras marcas produzidas por pneumáticos


Trilhas: quando o veiculo abandona a estrada, infletindo no terreno
marginal, pode abrir trilhas inconfundíveis na vegetação rasteira, se houver,
podendo estar acompanhadas de deformações do chão, por compressão da
banda de rodagem, dependendo da compactação do solo, e de possíveis
reproduções dos sulcos e saliências das bandas de rodagem dos pneumáticos,
sinais também observados, com maior ou menor intensidade, em solos
arenosos ou de cascalho;

Marcas de aceleração: produzidas por uma brusca aceleração do


veiculo, podendo ser devido ao inicio de uma marcha excessivamente veloz ou
por brusco aumento de velocidade, operada através da mudança de marcha e
aceleração. Tais marcas são produzidas unicamente pelas rodas do eixo
motriz.

Marcas de rolamento: também ditas de rodas livres. As marcas de


rolamento são consequência da própria rotação dos pneus sobre a superfície
de rolamento. São os desenhos que ficam sobre o pavimento, particularmente,
quando a banda de rodagem dos pneumáticos encontra-se molhada.

Marcas de pneumático vazio: são marcas produzidas de maneira


irregular, ora com estreitamentos, ora com alargamentos e em ziguezigue não
uniforme em dimensões e direções. Difere das demais marcas, pois não são
riscos paralelos longitudinais.

Marcas de choque: são marcas deixadas em outro veiculo ou


obstáculos verticais, tais como muros, defensas e meios fios; normalmente
situadas a uma altura adjacente do meio do pneu, mais precisamente, da zona
central da projeção vertical da banda de rodagem, ou, ainda, do meio do pneu,
tomando-se como referencia a reta que passa pelo diâmetro horizontal.

Marcas de deslocamentos laterais: num choque ou colisão


excêntricos, isto e, quando a reta que passa pelo centro de gravidade do
veiculo não coincide com o suporte das forcas-vivas geradas durante o sinistro,
o veiculo tem a tendência de derivar a sua traseira para um dos lados, podendo
deixar marcas características desse movimento secundário no pavimento.

Marcas de arrastamento por impulsão: são as marcas de pneus


resultantes da interação de dois veículos quando um desloca o outro
longitudinalmente ou transversalmente, seja por impulsão ou arrastamento.
Quando se trata de marcas, cumpre alertar que existe uma gama delas
que podem oferecer ao perito uma serie de informações sobre um determinado
acidente de trafego. Assim sendo, o perito devera tomar conhecimento
detalhado das possíveis marcas resultantes do acidente para que possa
ampliar o campo das analises técnicas e cientificas.

Vejamos alguns exemplos de regras de preferência em cruzamentos:


O veiculo A tem preferência de passagem sobre o veiculo B que demanda pela
direita (regra da mao direita).

O veiculo B tem preferência sobre A, pois o veiculo A tem a frente a


sinalização de parada obrigatória.
O veiculo B tem preferência sobre o veiculo A, pois esta na rodovia em que o
veiculo A vai entrar.

Analogamente, numa bifurcação, são observados os mesmos preceitos legais.


Nos exemplos que se sucedem, a preferência pertence ao veiculo que vem da
direita.

O veiculo A tem preferência sobre o veiculo B.

Preferência da via notoriamente preferencial


No Brasil, a preferência de transito e estabelecida pelo CTB e pela CTV
(Convenção do Transito Viário) de Viena, que define outros casos não
abrangidos em nosso código.
Segundo o Art. 18, II da CTV, todo condutor que surgir de uma vereda
ou de uma estrada de terra para entrar na via que não seja vereda ou estrada
de terra e obrigado a dar passagem aos veículos que trafegam nessa via.
Assim, em determinadas situações, em cruzamentos não sinalizados, a
regra da mão direita não prevalece. Tal e o caso do cruzamento de uma via
asfaltada com outra com calcamento.

A figura seguinte mostra que o veiculo B tem preferência sobre o veiculo A.


Ainda com relação a preferência de transito, cumpre informar que o
veiculo trafegando sobre uma pista larga tem preferência sobre o que trafega
por pista estreita ou o que trafega por uma via de pista dupla, relativamente ao
que trafega por uma pista simples, onde, nas ilustrações a seguir, o veiculo A,
por trafegar em situação notoriamente preferencial tem preferência de
passagem sobre o veiculo B.

Situação I Situação II
Situação I – O veiculo A trafega sobre a pista mais larga.
Situação II – O veiculo A trafega sobre via de pista dupla

Tipificação dos danos


Aos danos observados, nas estruturas dos veículos em conseqüência do
acidente de trafego, aplicam-se os seguintes termos:
Amassamento: verificado quando determinada parte da carroceria do
veiculo e amassada devido a um impacto, geralmente de pequenas
proporções. E o termo mais geral para se definir o dano.
Dilaceramento ou cisalhamento: geralmente e uma ação resultante de
impacto violento sobre uma parte da estrutura, causando despedaçamento,
rasgamento.
Marcas de arrastamento: quase sempre verificadas num tombamento
ou capota mento, quando um veiculo percorre certa distancia apoiado
lateralmente ou sobre a parte externa superior, causando marcas de
arrastamento nestes locais.
Empenamento: deformação normalmente produzida em uma peca por
torção ou pressão. E comum ser observado nos para-choques, colunas,
estruturas, etc.
Arranca mento: e a subtração violenta de determinada peca, quase
sempre devido a um impacto intenso.
Estampa mento: impressão na carroceria do veiculo, causado pelo
obstáculo atingido. Quando um veiculo choca-se contra um poste de
sustentação de rede elétrica, por exemplo, fica uma estampa no ponto de
impacto, isto e, o molde do poste, a gravação da forma do poste em baixo
relevo.
Quebramento: quebra ou rompimento de determinada peca ou
equipamento.
Esmagamento: destruição verificada pela ação do impacto de um corpo
maior sobre um menor.
Sanfona mento: ocorre geralmente em avarias do capo, resultante de
um choque ou colisão frontal. A avaria lembra o fole de uma sanfona.
Afundamento: depressão causada na carroceria do veiculo devido a um
impacto.
Mossa: corresponde a um pequeno afundamento ou leve amassamento.
Atrita mento: riscos ou estria coes acompanhados ou não da
deformação da carroceria do veiculo.

Quando no mesmo eixo e simetricamente montados, os pneus devem


ser idêntica construção, mesmo tamanho, mesma carga e serem montados em
aros de dimensões iguais, permitindo-se a assimetria quando originada pela
troca de uma roda de reserva, nos casos de emergência.

Estrutura de um pneumático e sua terminologia

Carcaça: E a parte resistente do pneu, constituída de lona(s) de poliéster,


nylon ou aço. Retém o ar sob pressão que suporta o peso total do veiculo. Nos
pneus radiais as cinturas complementam sua resistência.
Locais desfeitos
Importante tópico a ser discutido relaciona-se ao art. 1° da Lei n° 5.970,
de 11 de maio de 1973, que exclui da aplicação do disposto nos arts. 6° (inciso
I), 164 e 169, do Código de Processo Penal, nos casos de acidente de trânsito,
e dá outras providências:
Art 1° Em caso de acidente de transito, a autoridade ou agente policial que
primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independentemente de
exame do local, a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão,
bem como dos veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via púbica e
prejudicarem o trafego.
Parágrafo único. Para autorizar a remoção, a autoridade ou agente policial
lavrará boletim da ocorrência, nele consignando o fato, as testemunhas que o
presenciaram e todas as demais circunstâncias necessárias ao esclarecimento
da verdade.

PERÍCIA DIRETA
A distinção entre perícia direta, perícia indireta e reprodução simulada
deve-se ao fato de como se deu o levantamento do local. A perícia direta está
ligada à contemporaneidade entre o acidente e o levantamento do local. Na
pericia direta, o local foi preservado e isolado a contento, os veículos não foram
removidos da posição de repouso original.

PERÍCIA INDIRETA
A perícia indireta é uma das modalidades de perícia de responsabilidade
dos órgãos públicos. Difere a perícia indireta da direta pelo aspecto do local e
dos objetos a serem periciados. Na perícia indireta, freqüentemente o local foi
desfeito ou os veículos envolvidos no acidente encontram-se fora de sua
posição de repouso, sendo examinados em local diverso do local de acidente.
A autoridade também pode solicitar do perito signatário do laudo, análise de
apontamentos de boletins de ocorrência ou de levantamentos efetuados por
outrem.

FASES DO LEVANTAMENTO DO LOCAL DE ACIDENTE DE TRÂNSITO


O levantamento do local de acidente pode ser dividido em três fases: a
primeira corresponde ao levantamento de dados da via, da posição dos
veículos e elementos relacionados com o acidente em questão; a segunda fase
é o levantamento de dados dos veículos e a terceira fase corresponde ao
levantamento de dados dos condutores e proprietários dos veículos com a
respectiva oitiva das versões de cada envolvido, se for possível.

Interceptação
Colisão entre dois veículos que trafegam em vias com fluxos que se
cruzam, sendo que um dos veículos detinha prioridade de tráfego.
Na figura 11, abaixo, o veículo V2 atravessa a via onde trafega o veículo
V1, com preferência de trânsito.
Na figura 12, abaixo, o veículo V2 atravessa a faixa da via principal por
onde trafegava o veículo V1, com o objetivo de adentrar na via preferencial,
tomando faixa diversa da que trafega o veículo V1 na preferencial.

Invasão de faixa
Colisão entre dois ou mais veículos que trafegam na mesma via, em
faixas de sentidos contrários, ou mesmo em pistas de sentidos opostos, sendo
que um dos veículos invade a faixa (ou pista) de tráfego do outro veículo, que
trafega em sentido contrário.

Concurso por faixa


Colisão entre dois veículos que trafegam na mesma via, em faixas de
mesmo sentido, ou mesmo em pista de mesmo sentido, sendo que um dos
veículos invade a faixa de tráfego do outro, na tentativa de adentrar na faixa na
qual trafega o outro, e de se manter trafegando por ela.
Acidente de acesso
Colisão entre dois ou mais veículos que trafegam inicialmente em vias
distintas, ou de saídas de estacionamentos e lotes lindeiros, ocorrendo devido
ao fato de um dos veículos acessar a via por onde trafegava o outro. Nesse
caso, o condutor que adentra a via tem intenção de se manter trafegando por
ela.

Colisão traseira
Colisão entre dois ou mais veículos que trafegam na mesma via, na
mesma faixa de rolamento e no mesmo sentido de tráfego. Ocorrendo quando
o veículo que trafega atrás atinge a porção posterior (traseira) do veículo que
trafega à frente.
Quanto às sedes de impacto e avarias no veículo: deve-se fazer constar,
além das condições gerais do veículo, a região sede de impacto onde V1 o
veículo tenha sofrido o contacto com outro veículo.

Causas Determinantes Mediatas ou circunstanciais


As causas determinantes circunstanciais são aquelas em que o perito
não tem elementos de vestígios para a sua comprovação. A subjetividade é a
sua principal característica, frequentemente associada a relatos feitos por
testemunhas ou pelas partes envolvidas no acidente, ou por fatores humanos,
como será definido a seguir.

Fatores humanos
Os fatores humanos são de difícil comprovação; pela subjetividade de
suas condições, não se convertem em vestígios que possam ser encontrados
no local de acidente de trânsito.

Causas determinantes imediatas ou diretas


São causas determinantes ou diretas aquelas em que os vestígios
auxiliam na definição de uma dinâmica provável do acidente de trânsito. Nesse
caso, o encadeamento de ideias até a definição final da causa determinante do
acidente baseia-se estritamente no conjunto de vestígios encontrados no local,
avaliados conforme técnicas expostas adiante.
São causas determinantes imediatas aquelas associadas ao homem
(comportamento e reação), à máquina e ao meio, além de fatores adversos.
Portanto, o primeiro passo no estudo é definir se a causa determinante do
acidente de trânsito tem fator circunstancial ou direto.

O meio
A causa determinante de um acidente de trânsito associada ao meio
deve ser relacionada a falhas do sistema viário, Tais falhas são relacionadas a
aspectos construtivos que impossibilitem o tráfego com segurança em
condições normais de trafegabilidade, levando o condutor a erro quando
trafegava pela via, produzindo perda de dirigibilidade, desvio abruptos, quebra
de componentes do veículo ou tomada de direção errônea.

A máquina
O termo máquina generaliza os veículos existentes no trânsito. O
condutor de qualquer veículo, antes de colocá-lo em movimento na via deve
observar as suas condições de trafegabilidade, considerando principalmente os
aspectos de segurança.
As condições dos veículos quanto à manutenção de sistemas de freios,
suspensão, parte elétrica, lataria, assoalhos, excesso de carga, alterações das
propriedades do veículo e cuidados com os dispositivos de segurança são
verificações necessárias e inerentes ao condutor, sendo sua obrigação manter
o veículo em bom estado de conservação e dirigibilidade.

O ser humano
O Código de Trânsito Brasileiro não faz distinção de gênero ou idade.
Condutores de veículos automotores, ciclistas e pedestres são relacionados ao
fator comportamental e de percepção e reação, de modo a serem tratados de
forma única.
A análise dos fatores que influenciam na definição da causa
determinante do acidente deve ser feita de tal modo que seja contemplada a
avaliação de todos os agentes presentes no acidente de trânsito.

Fatores adversos
A causa determinante de um acidente de trânsito pode ser associada a
fatores adversos quando puder ser também associada a casos fortuitos e de
força maior. Corresponderiam os fatores adversos a um fato cujos efeitos não
se poderiam evitar e prever.
A definição de causa determinante por fatores adversos (caso fortuito ou
força maior) deve ser feita a partir dos vestígios presentes na pista, por se
tratar de causa determinante imediata, sendo definida somente se todas as
hipóteses prováveis de causa determinante relacionadas ao meio, no homem e
à máquina forem descartadas.

Causas inter-relacionadas
Considere situação onde o perito de local, no estudo do acidente de
trânsito, definiu com sua metodologia fatores que conjuntamente não levam
especificamente à causa determinante para o homem, para a máquina, para o
meio ou para os fatores adversos. A definição da causa determinante encontra-
se em uma zona intermediária entre um e outro conjunto de fatores definidores
da causa determinante. O perito nessa situação tem elementos que
possibilitam concluir tanto por um quanto por outro conjunto de fatores.

Protagonistas e agentes
Até aqui a preocupação concentrou-se nos fatores que contribuem para
a causa determinante do acidente. Os protagonistas na ocorrência têm cada
um sua parcela de participação. Os acidentes podem ser simples ou
complexos, e o grau de participação do protagonista dependerá da sua efetiva
parcela de associação aos fatores que contribuíram para o acidente.

Quanto à ação do Quanto à relação com


Protagonista
Protagonista a causa determinante
Pratica a ação que É o agente causador
Direto ativo
provoca o acidente. do acidente.
Sofre as
Contribui com a
Direto passivo conseqüências diretas
presença.
do acidente.
Induz outro à ação, Não participa do
Indireto ativo que resulta no embate entre os
acidente. veículos.
Sofre as
Em nada contribuiu
Indireto passivo conseqüências do
para o acidente.
acidente.

Exemplo 1
Um pedestre, após saltar de um ônibus coletivo (V2), passa a atravessar
a pista. O veículo V1, que se desloca irregularmente (com excesso de V2
velocidade) pela mesma via, atropela o pedestre, devido à ausência de reação
por parte do seu condutor.
O veículo V1 é protagonista direto ativo; o pedestre é protagonista direto
passivo; o ônibus V2 e o protagonista indireto ativo, pois devido a sua posição
prejudicou a visibilidade do condutor do veículo V1.
Exemplo 2
Considere um acidente em que um veículo V1, motocicleta, que
trafegava em pista dupla, separada por canteiro central, sai da pista atinge um
poste. A seguir, atinge outro veículo que trafega em pista de sentido contrário
(V2). Então, o veículo V1 (motocicleta) em movimento reflexo atinge o veículo
V3, que trafegava pelo local.
O veículo V1 (motocicleta), nesse caso, é o protagonista direto ativo o
veículo V2 é protagonista direto passivo; o veículo V3 é o protagonista indireto
passivo, por ter sofrido as consequências do acidente e em nada ter
contribuído para o mesmo.

Exemplo 3
Um pedestre P, ao atravessar uma via, fá-lo de maneira inopinada, ou
seja, de forma inesperada. O condutor do veículo V2, ante a iminência do
atropelamento, freia repentinamente e consegue evitar o atropelamento. O
condutor do veículo V1, sem se aperceber da situação de perigo, atinge a
traseira de V2.
Os protagonistas neste caso podem ser assim separados: o pedestre é o
protagonista indireto ativo, induziu outro veículo a participar de um acidente,
mas não participou do embate; o veículo V1 é o protagonista direto passivo,
pois sofre as consequências diretas da ação de V1; o veículo V2 é o
protagonista direto ativo por ter praticado a ação que resultou no acidente.
Exemplo 4
O veículo V2 (automóvel) trafegava regularmente em uma pista de mão
única, quando o veículo V1 (caminhonete) efetuou manobra inusitada, vindo a
obstruir momentaneamente a trajetória de V2 (automóvel). Em movimento
reflexo, o condutor do veículo V2 efetua desvio para a direita na tentativa de
evitar uma colisão, momento em que atinge a traseira de uma bicicleta, que
trafegava regularmente junto ao bordo direito da pista.
Assim, o protagonista direto ativo é o condutor do veículo V2
(automóvel); o protagonista direto passivo é o condutor do veículo V3
(bicicleta), que sofreu as consequências diretas do acidente, participando no
acidente, contribuindo com sua presença; o protagonista indireto ativo é o
condutor do veículo VI (caminhonete), que induziu outro à ação que resultou no
acidente e não participou do embate entre os dois veículos.

Quando em um acidente de trânsito ocorrer participação de um


protagonista indireto ativo, a cadeia de acontecimentos para se chegar ao
entendimento só se completa quando o laudo pericial se encadeia com os
relatos das testemunhas e/ou dos próprios protagonistas, agentes que
produziram o acidente de trânsito.
Observe que a participação do protagonista indireto ativo a princípio não
deixa vestígios, uma vez que o mesmo não participa do embate em si, mas
induz outro à ação que resulta no acidente.
Prioridade de trânsito entre os veículos
Regras da direta nos entroncamentos
Regra da mão direita nos entroncamentos

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