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Aj G – Bol da PM nº. 186 - 03 Nov 2008 – Fl.

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NOTA DE INSTRUÇÃO Nº. 003/2008


(Centro de Criminalística da PMERJ – Cel PM Luís Valdemar Xavier Vieira)

P M E R J/EMG PM-3/Nov08

1. FINALIDADE

Regular os procedimentos a serem adotados pela Corporação quanto ao fiel cumprimento


das normas legais pertinentes à solicitação de Exames Periciais de natureza castrense ao
Centro de Criminalística da PMERJ (CCrim).

2. OBJETIVOS

a. Fornecer aos Comandantes, Chefes, Diretores, Oficiais e Praças Encarregados de


procedimentos administrativos apuratórios (Auto de Prisão em Flagrante de Delito,
Inquérito Policial Militar, Inquérito Técnico, Sindicância, Averiguação) que visem
investigar ocorrência de infração penal de natureza militar ou que aponte indícios
desta, os subsídios a serem adotados para a solicitação de exames periciais ao CCrim.

b. Padronizar os pedidos legalmente adequados de exames periciais solicitados ao


CCrim, visando à uniformidade e conseqüente celeridade dos procedimentos
administrativos internos à Corporação, bem como, da Justiça Militar Estadual.

3. EXECUÇÃO

A cargo de toda a Corporação.

4. MÉTODOS DE ACIONAMENTO

a. Acionamento Para Local de Infração Penal de Natureza Castrense que exija a


IMEDIATA PRESENÇA do Perito Militar:

1) Quando efetuado por Presidente de Auto de Prisão em Flagrante de Delito


(APF):

a) Solicitar ao Chefe do CCrim o deslocamento da equipe de Peritos Militares


através dos meios de comunicação disponíveis na corporação;

b) Ratificar por ofício (Anexo I) a solicitação efetuada, no prazo máximo de cinco


dias úteis, a contar da data de acionamento;

c) Explicitar no ofício o tipo de exame solicitado e os quesitos a serem


respondidos, conforme artigos 316 e 317 do Código Processual Penal Militar
(CPPM).

d) Observar o fiel cumprimento da NI nº. 006/98 (republicada no Bol PM nº. 062,


de 02ABR2001), no que se refere ao isolamento e preservação do local de infração
penal, considerando ainda o disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade
da autoridade solicitante a preservação do estado das coisas até a chegada
dos peritos”, havendo mesma previsão no art. 169 do CPP.

2) Quando efetuado por Comandante, Chefe ou Diretor:

a) Solicitar ao Chefe do CCrim o deslocamento da equipe de Peritos Militares


através dos meios de comunicação disponíveis na corporação;
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b) Certificar-se através da Supervisão de Oficiais ou outro meio que julgar


conveniente e eficaz, de que o local está isolado e preservado, observando o fiel
cumprimento da NI nº. 006/98 (republicada no Bol PM nº. 062, de 02ABR2001),
considerando ainda o disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade da
autoridade solicitante a preservação do estado das coisas até a chegada
dos peritos”, havendo mesma previsão no art. 169 do CPP;

c) Sendo constatada a inidoneidade do local (não preservação), adotar as ações


necessárias ao isolamento e preservação do mesmo, conforme alínea alfabética
anterior.

d) Instaurar o devido procedimento apuratório que o caso requer (IPM, Sindicância,


Averiguação, Inquérito Técnico), determinando que o Encarregado ratifique,
através de ofício (Anexo I), a solicitação do exame pericial pretérito , no prazo
máximo de dez dias úteis, a contar da data de acionamento dos Peritos;

e) Nos casos de acidente de trânsito sem vítima, cujas viaturas tenham sido
removidas, com base nas Leis Federais nº 5.970/73 (para remoção veículos civis) e
6.174/74 (para remoção veículos militares), art. 1º e parágrafo únicos,
respectivamente, permanecendo a necessidade de realização do Exame Pericial
da(s) viatura(s) envolvida(s), o Comandante, Chefe ou Diretor agendará a ida do
Perito Militar à sua OPM durante o horário de expediente, instaurando em seguida o
devido Inquérito Técnico, cujo encarregado ratificará através de ofício (Anexo I), a
solicitação de exame pericial pretérita, no prazo máximo de dez dias úteis, a
contar da data de acionamento dos Peritos.

3) Quando efetuado pela Supervisão de Oficiais, Oficial de Dia ou Oficial mais


antigo da OPM que esteja representando o Comandante, Chefe ou Diretor
(ACIONAMENTO APÓS O EXPEDIENTE):

a) Este tipo de acionamento somente poderá ocorrer após o expediente


regulamentar da Corporação, para os locais que exijam presença IMEDIATA do
Perito Militar;

b) O Oficial de serviço mais antigo da OPM solicitante (Supervisão de Oficiais,


Oficial de Dia, Oficial de Permanência ou Sobreaviso) deverá primeiramente
certificar-se de que o local não tenha sido alterado;

c) A constatação de idoneidade de local (preservação e isolamento) deverá ser


efetuada, preferencialmente, pela Supervisão de Oficiais, observando o fiel
cumprimento da NI nº. 006/98 (republicada no Bol PM nº. 062, de 02ABR2001),
considerando ainda o disposto no art. 339 do CPPM: “é responsabilidade da
autoridade solicitante a preservação do estado das coisas até a chegada
dos peritos”, havendo mesma previsão no art. 169 do CPP;

d) Contactar o Perito Militar de Dia de serviço ao CCrim através dos meios de


comunicação disponíveis na corporação;

e) Participar a solicitação de realização do Exame Pericial em questão no Livro de


Parte Diárias (LPD) próprio ao serviço da OPM, cujo tópico servirá de guisa à
instauração do devido procedimento apuratório (IPM, Sindicância, Averiguação, IT)
pelo Comandante, Chefe ou Diretor da OPM, ficando sob a responsabilidade do
Encarregado de tal procedimento a realização do ofício ao Chefe do CCrim (Anexo
I) de ratificação da solicitação do exame pericial pretérito, no prazo de dez dias
úteis, a contar da data de acionamento dos Peritos;

f) Nos casos de acidente de transito sem vítima, cujo local tenha sido totalmente
desfeito, com base nas Leis Federais nº. 5.970/73 (para remoção veículos civis) e
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6.174/74 (para remoção veículos militares), art. 1º e parágrafo únicos,


respectivamente, permanecendo a necessidade de realização do Exame Pericial
da(s) viatura(s) envolvida(s), o Oficial solicitante de serviço (representante do
Comandante, Chefe ou Diretor) deverá agendar com o Perito Militar de Dia de
serviço ao CCrim a ida deste àquela OPM durante o horário do expediente,
adotando as providências especificadas na alínea alfabética “e” acima.

b. Acionamento efetuado por Encarregados de Procedimentos Administrativos


(IPM, Sindicância, Averiguação, Inquérito Técnico) para Exames Periciais que
não necessitem da presença imediata do Perito Militar:

1) Oficiar ao Chefe do CCrim solicitando a nomeação de 02 (dois) oficiais Peritos


Militares para atuarem no exame solicitado (Anexo I); e,

2) Explicitar no ofício em questão, o tipo de Exame Pericial a ser realizado e


os quesitos a serem respondidos, na forma dos artigos 316 e 317 do Código
Processual Penal Militar (CPPM).

5. OUTROS ASSUNTOS DE INTERESSE

a. Observância do cumprimento dos prazos estabelecidos para a ratificação


através de ofício da solicitação de Exame Pericial:

1) Os presidentes de APF e os Encarregados de procedimentos apuratórios deverão


atentar para a contagem do prazo de 05 (cinco) e 10 (dez) dias úteis,
respectivamente, para o encaminhamento do ofício no qual fará constar os quesitos a
serem respondidos pelos Peritos Militares no Laudo Pericial a ser realizado;

2) Tal medida visa não somente o controle dos exames realizados, mas a celeridade
na elucidação dos fatos investigados de interesse da autoridade solicitante e a
diminuição de custos à Corporação, pois evitará a realização de Laudo Pericial
derivado de mera solicitação verbal (via tel) no dia da ocorrência e que ao ser
concluso, deixa de ser retirado do CCrim pela OPM solicitante, a qual nem sempre, dá
andamento à investigação subjetiva através da instauração do devido procedimento
administrativo;

3) Quando ocorre o caso exemplificado anteriormente (devida instauração de


procedimento apuratório e falta de ratificação por ofício do exame pericial realizado,
pela autoridade solicitante), ao receber o Laudo Pericial períodos após a solicitação do
exame, o solicitante passa a suscitar dúvidas que já poderiam ter sido sanadas se, a
priori, tivesse sido quesitadas perguntas de interesse do mesmo, ensejando no
retorno do expediente ao CCrim para realização de novos exames;

4) A ausência de quesitações pode inclusive propiciar a ocorrência de Laudos Periciais


inconclusos ou meramente descritivos, os quais terão ínfimo valor aos encarregados
da investigação subjetiva;

5) Por conseqüência, findos os prazos para envio de ofício de solicitação de exame


pericial, não sendo tal procedimento realizado, tal fato será informado ao Corregedor
Interno da Corporação para as medidas cabíveis;

6) Destarte, a entrega das peças técnicas elaboradoras pelo CCrim ficará


condicionada ao envio de ofício de solicitação de exame pericial pelo solicitante, que
receberá, conclusa a peça técnica, um ofício de comunicação de conclusão de laudo.

b. Da necessidade da presença da autoridade solicitante ou seu representante


no local de Exame Pericial:
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1) Durante a realização dos Exames Periciais de local de infração penal, pode-se


advir a colheita de vestígios pelo Perito Militar, que após acondicioná-los
devidamente, os entregará à autoridade solicitante ou seu representante para a
devida arrecadação;

2) Os vestígios a que se refere à alínea numérica “1)” anterior serão devidamente


citados no “Termo de Colheita de Evidências” a ser preenchido em duas vias
pelo Perito Militar no local em que se deu o Exame Pericial, sendo uma entregue à
autoridade solicitante ou seu representante e a outra (original); recibada pela
mesma e levada pelo Perito Militar a fim de instruir o Laudo Pericial no campo
destinado aos anexos deste.

c. Da Retirada dos Laudos Periciais e devolução dos Questionados:

1) Uma vez conclusos os Laudos Periciais, Pareceres Técnicos ou Informações


Técnicas elaborados pelo CCrim, os mesmos deverão ser retirados pelo solicitante
do Exame Pericial, o qual, receberá junto aos mesmos, os questionados, ou seja, os
objetos enviados para a realização do exame;

2) Na impossibilidade do comparecimento pessoal para a retirada do Laudo


concluso junto ao CCrim, o solicitante deverá nomear um responsável, contatando
previamente o CCrim a fim informar os dados de identificação de seu representante
a fim de apanhar a documentação necessária;

3) Qualquer retirada de documentos do CCrim deverá ser efetuada durante o


horário de expediente desse órgão, sem quaisquer exceções.

d. Das Conversões Audiográfica, Videográfica e Audiovideográfica:

As solicitações de Conversão Audiográfica, Videográfica e Audiovideográfica DEVERÃO


SER EFETUADAS PELO PRÓPRIO ENCARREGADO DA INVESTIGAÇÃO
SUBJETIVA (encarregado de procedimento apuratório), sendo tal procedimento
consagrado pelos Institutos de Criminalística, pelas seguintes considerações:

As conversões audiográfica, videográfica e audiovideográfica consistem em


transcrever determinados trechos de fitas de áudio e vídeo a fim de que estes façam
parte dos autos, assegurando-se, portanto, o encarregado do procedimento
apuratório, de que tais peças não se percam.

Verifica-se sobre o perito, no entanto, que este é um apreciador técnico, cuja função é
a de fornecer dados instrutórios de ordem material e a proceder à verificação do corpo
de delito. É a perícia, diz Braid (2004), elemento subsidiário para valoração e, se
possível, solução da prova destinada a descoberta da verdade. Afora tal situação,
torna-se a atividade do perito despicienda.

Por conseqüência, verifica-se que a mera reprodução gráfica de áudio e vídeo não
constitui atribuição do perito, sendo dispensada a solicitação desta atividade ao
CCrim.

Sobre isso, Braid (2004), proficuamente declara:

Na transcrição1 (entenda-se reprodução) não existe tratamento pericial


em sentido próprio, não há conclusões ou qualquer tipo de análise
criminalística, como também não há juízos valorativos, dessemelhando-
se de uma narrativa literária, que além da fala do personagem ainda
apresenta-se o sentido implícito. [...]
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Um relatório de transcrição realizado por um funcionário dotado de fé


pública, não terá menos valor do que se fosse elaborado por perito
criminalístico.

A mera transcrição fonográfica não tem natureza jurídica de perícia e


não compõe uma categoria dentro da Criminalística. Assim, a atividade
de transcrição fonográfica não é perícia, não sendo, portanto, atribuição
de perito criminalístico (o grifo é nosso).

e. Perícia em áudio ou vídeo:

Estas diferem da mera conversão audiográfica, videográfica e audiovideográfica


conforme observada no subparágrafo “d.” anterior.

O solicitante de perícia em áudio deve ter em mente o que pretende, o que


certamente deverá constar dos quesitos que irá propor: 1) Identificação de Voz; 2)
Comparação de Áudios; e 3) Determinação de Falsidade são alguns exemplos.

O mesmo deverá ocorrer na solicitação de perícia em vídeo: 1) Identificação de


Personagem; 2) tentativa de se determinar a data da gravação/edição; 3)
Verificação de Editor.

Por conseqüência, TORNA-SE IMPRESCINDÍVEL que o solicitante do exame


pericial indique o trecho da fita de áudio e/ou vídeo a ser periciado, sob
pena de ter retornado o ofício de solicitação para fins de complementação de
dados, ensejando em nova solicitação.

Entrementes, isso não eximirá o solicitante de realizar a mera conversão, que


deverá preceder a solicitação da necessária perícia ao CCrim.

f. Das Reproduções Simuladas:

A presença do solicitante neste tipo de exame é imprescindível. O mesmo ainda


deverá providenciar os meios necessários ao exame, em comum acordo com o
Perito Militar encarregado (Perito Relator). Ex.: (a) informações, (b) autos do
procedimento administrativo apuratório, (c) peças, laudos e exames que se fizerem
necessários, (d) logística (recursos humanos e materiais, tais como, viaturas
ostensiva e/ou reservada, policiais fardados e descaracterizados, armamentos
compatíveis, prover a segurança do local onde se dará a reprodução, etc.).

Além de observar o disposto no BIP nº. 01/06, publico no Bol PM nº. 052, de
21MAR2006, o solicitante deste tipo de Perícia deve lembrar-se que a mesma se
presta a esclarecer obscuridades, dúvidas e contradições não saneadas durante a
investigação subjetiva. Portanto, há absoluta necessidade de que todos os
recursos possíveis na esfera de responsabilidade do encarregado da
investigação subjetiva sejam esgotados, tais como, acareações, termos de
reconhecimentos, reinquirições.

A Reprodução Simulada se define como Corpo de Delito Facultativo e


Complementar, sendo, por conseqüência, auxiliar da investigação subjetiva.

Assim, a Reprodução Simulada NÃO PODE PRECEDER a investigação


subjetiva.

Entrementes, na prática tem se observado a solicitação deste Exame Pericial antes


mesmo da instauração do devido procedimento apuratório (investigação subjetiva)
o que descaracteriza e inviabiliza a Reprodução Simulada, uma vez que o Perito
Militar estará limitado à coleta de depoimentos no local em que se deu o fato
delituoso, complementando tais dados com ilustrações fotográficas.
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Ora, nem mesmo depoimentos colhidos em procedimentos sumários não


possibilitam a requisição dessa modalidade de Exame Pericial, pois deve constituir-
se de elementos sólidos, pressupondo que o Perito Militar tenha a posse dos autos,
a fim de que sejam compulsados. Caso contrário implicar-se-á na emissão de um
Laudo Pericial piegas, precário, insuficiente e derradeiramente inconclusivo.

Por conseqüência, NÃO SERÃO ATENDIDOS os pedidos de Reprodução


Simulada sem a devida instauração de procedimento apuratório (IPM,
Sindicância, Averiguação, Inquérito Técnico) e a devida remessa desses
autos ao CCrim a fim de serem compulsados pelos Peritos Militares nomeados
para esse tipo de Exame Pericial.

g. Dos Exames Merceológicos:

Tais visam à valoração de objetos. Podem ser de Avaliação Direta ou Indireta.


Na avaliação indireta, como o próprio nome sugere, significa que o objeto em
questão não está presente na avaliação (provavelmente por ter sido extraviado,
destruído, etc.).

Por conseguinte, torna-se de fundamental importância que nos casos de


Avaliação Indireta, sejam fornecidos pelo solicitante, todos os dados do
objeto a ser avaliado: Marca, modelo, número de série, ano de fabricação,
número da carga na OPM e até mesmo, a cópia da nota fiscal do objeto
(normalmente obtida junto à P/4 ou Almoxarifado da OPM de origem do material a
ser avaliado).

Na avaliação direta, como o próprio nome sugere, significa que o objeto em


questão tem que estar presente na avaliação, devendo ser enviado em anexo ao
oficio de solicitação de exame pericial, porém, jamais via condutor do expediente
uma vez que o objeto de exame poderá constituir–se em prova material.

h. Dos desfazimentos dos locais de acidente de trânsito sem vítima:

As Leis Federais nº. 5.970/73 e nº. 6.174/74, sinteticamente, tratam da remoção


de veículos e das vítimas envolvidas nos acidentes de trânsito nas vias terrestres
independentemente de exame pericial. A primeira é direcionada para veículos civis
e a segunda para acidentes envolvendo veículos militares, ao menos um deles.

Ambas as Leis, apresentam apenas dois artigos. O primeiro descreve o ato a ser
praticado pela Administração Pública. O segundo dá o início da vigência.

Diz a Lei nº. 5.970/73:

“Art. 1º - Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial que


primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independente de
exame do local, a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão,
bem como dos veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública e
prejudicarem o tráfego”.

Parágrafo único – “Para autorizar a remoção, a autoridade ou o agente policial


lavrará boletim da ocorrência, nele consignando o fato, as testemunhas que o
presenciaram e todas as demais circunstâncias necessárias ao esclarecimento
da verdade".

Já a Lei nº. 6.174/74, apresenta praticamente o mesmo espírito com pequena


diferença no texto legal. Ipsis litteris:

"Art. 1 – O disposto nos Art. 12, alínea "a", e 339 Código de Processo
Penal Militar, nos casos de acidente de trânsito, não impede que a
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autoridade ou agente policial possa outorgar, independente de exame


local a imediata remoção das vítimas, como dos veículos envolvidos
nele, se estiverem no leito da via pública e com prejuízo de trânsito”.

Parágrafo único – “A autoridade ou o agente policial que autorizar a


remoção facultada neste artigo lavrará boletim, no qual registrará a
ocorrência com todas as circunstâncias à apuração de responsabilidades,
e arrolará as testemunhas que presenciarem, se as houver".

Por conseguinte, os solicitantes de Exames Periciais de Local de Acidente de


Tráfego sem vítima, envolvendo viaturas da corporação, deverão, no caso de
desfazimento total de local com base nos preceitos legais em questão, adotar as
providências necessárias e especificadas nas respectivas legislações, prescindindo,
por conseqüência na solicitação ou acionamento do CCrim. No entanto, em caso de
instauração de Inquérito Técnico poderá ser solicitado o exame de descrição de
avarias da vtr sinistrada.

Nos casos de acidentes de trânsito com vítima envolvendo viaturas da corporação,


os solicitantes, por estarem na esfera de competência da justiça comum, deverão
encaminhar a ocorrência normalmente à circunscricional (delegacia) da área de
policiamento de suas UOp. Caso a autoridade policial não acionar o perito oficial do
Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICEE), o solicitante deverá acionar o CCrim,
conforme o um dos itens previstos no item nº. 4. MÉTODOS DE ACIONAMENTO
da presente NI.

i. Dos Tipos de Exames Periciais realizados pelo CCrim a serem especificados


nos ofícios de solicitação:

1) Balístico:

a) Balística Interna (mecanismo);


b) Balística Externa (trajetória);
c) Balística Terminal (impacto P.A.F.);
d) Obliteração;
e) Comparação Balística;
f) Munição;
g) Explosivo;
h) Identificação de Armamento;
i) Petrechos;
j) Avarias;
k) Vestígios de Disparo;
l) Compatibilidade de Peças

2) Documentoscópico / Grafoténico / Grafodocumentoscópico:

a) Autenticidade Gráfica:
(1) Assinatura;
(2) Rubrica;
(3) Texto.

b) Autoria Gráfica:
(1) Assinatura;
(2) Rubrica;
(3) Texto.

c) Autenticidade Documental:
(1) Diploma;
(2) Cédula de Identidade;
(3) Cédula Monetária.
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d) Adulteração Documental:
(1) Subtrativa;
(2) Aditiva;
(3) Mista;
(4) Cronológica.

e) Mecanográfico:
(1) Identificação do Sistema;
(2) Autoria.

3) Local:

a) Acidente de Tráfego:
(1) Com Vítima;
(2) Sem Vítima.

b) Dano:
(1) Edificação;
(2) Veículo.

c) Furto ou Roubo:
(1) Armário;
(2) Cofre;
(3) Edificação;
(4) Veículo.

d) Impacto de P.A.F.:
(1) Edificação;
(2) Veículo.

e) Incêndio:
(1) Edificação;
(2) Veículo.

f) Morte.

g) Com rompimento de obstáculo;

h) Sem rompimento de obstáculo;

i) Constatação de vestígios preparatórios.

4) Reprodução Simulada (Reconstituição):

a) Acidente de Tráfego;
b) Fuga;
c) Morte;
d) Trajetória de P.A.F.;
e) Detonação de Artefato Explosivo.

5) Laboratório:

a) Entorpecente:
(1) Cocaína;
(2) Maconha;
(3) Crack;
(4) Outros.
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b) Manchas;

c) Marcas;

d) Impressões;

e) Material Explosivo.

6) Merceológico:

a) Avaliação Direta ou Indireta:


(1) De armas;
(2) Eletro - eletrônicos;
(3) Vestimenta;
(4) Veículo;
(5) Documentos;
(6) Outros.

7) Material:

a) Instrumento de ação ilícita;


b) Equipamento PM;
c) Uniforme PM;
d) Vestimenta em Geral;
e) Objetos (utensílios);
f) Celular;
g) Rádio;
h) Outros.

8) Veículo:
a) Obliteração de Chassi;
b) Autenticidade de Chassi;
c) Avaliação do Sistema de Segurança;
d) Avaliação do Sistema de Comandos (direção);
e) Impacto de P.A.F.;
f) Adulteração de Hodômetro;
g) Identificação das Características;
h) Constatação de Avarias;
i) Incêndio.

9) Audiovisual:
a) Fonética Forense;
b) Imagem;

10) Computação Forense (COM):

11) Papiloscopia (PAP):

a) Levantamento Papiloscópico:
(1) Dependências;
(2) Objeto (utensílios);
(3) Veículo;
(4) Documentos.

b) Confronto Papiloscópico;

c) Outros.
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6. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

a. A não observação da presente NI, principalmente, no que se refere à confecção


de Ofício de Solicitação de Nomeação de Peritos e de Exame, acarretará na
devolução do mesmo ao solicitante para a devida correção;

b. É imprescindível que em tais ofícios de solicitação de exame sejam oferecidas,


pormenorizadamente, todas as informações necessárias ao mesmo, devendo o
solicitante, não se olvidar do envio de material (munição, armas), se for o caso, nem
deixar de realizar as devidas especificações detalhadas dos objetos, para os casos de
exames merceológicos de avaliação indireta;

c. Todo solicitante de Exame Pericial deve ter em mente que o Centro de Criminalística
atua apenas nos casos de ilícitos na esfera de competência da Justiça Militar, cujos
crimes estão definidos no art. 9º e 10 do Código Penal Militar;

d. Para os locais de infração penal de competência da justiça comum deverá ser acionado
o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), órgão competente neste Estado da
Federação para tal mister;

e.Locais cujo Exame Pericial tenha sido realizado por Perito do Instituto de Criminalística
Carlos Éboli (ICCE) EXIMIRÃO A PRESENÇA DO PERITO MILITAR;

f. No subparágrafo “e” acima, havendo instauração de procedimento administrativo, o


Encarregado poderá acionar o CCrim na forma do parágrafo 4 (Métodos de
Acionamento), subparágrafo “b” (Acionamento efetuado por Encarregados de
Procedimentos Administrativos...) a guisa de Exame Pericial Complementar a ação
desenvolvida pelo ICCE;

g. Toda solicitação de exame ao CCrim deverá ser precedida de contacto com o referido
órgão, a fim de dirimir dúvidas quanto à necessária quesitação;

h. Por determinação legal (art. 159, §2°, do CPP c/c art. 48, caput e parágrafo único e
art. 318 do CPPM), o Chefe do CCrim nomeará dois Peritos Militares, mandando lavrar
um termo de compromisso de perito, o qual, assinará junto com os Peritos Militares
nomeados, anexando-o ao respectivo laudo pericial;

i. Ao término de cada Laudo Pericial realizado é enviado junto ao mesmo um modelo de


Questionário de Avaliação de Qualidade, sendo conseqüentemente necessário, o seu
preenchimento e devolução pelo solicitante, a fim de que se possa melhorar o
atendimento dos serviços técnicos prestados pelo CCrim.

j. O preenchimento do Questionário constante no subparágrafo “i”, anterior, poderá ser


efetuado eletronicamente através da home page:
www.policiamilitar.rj.gov.br/ccrim/index.html;

k.Como órgão técnico de apoio da PMERJ no campo da Criminalística, o CCrim se


encontra à disposição para quaisquer tipos e formas de consulta na área da investigação
criminal, a fim de orientar aos encarregados de procedimentos administrativos
apuratórios e investigação criminal de natureza castrense; e,

l. Fica revogada a NI Nº. 004/1998, publicada no ADT BOL PM n° 135, de 27JUL1998.


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7. ANEXOS

a. Anexo I:
Modelo de ofício de solicitação para nomeação de Peritos Militares, informando o tipo de
exame e quesitos formulados.

b. Anexo II:
Modelo de Questionário de Avaliação de Laudo Pericial.
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Tomem conhecimento e providenciem os interessados.


(Nota nº. 186 – 03 Nov 2008 do EMG - PM/3)

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